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AGENDA C U LT U R A L Maio Junho 2015
Cavar um poço com uma agulha. A expressão turca utilizada por Orhan Pamuk para simbolizar o ato de escrever nos remete à imagem de algo impossível de ser executado. Racionalmente, esta ação seria descartada, mas quando falamos de arte o racional muitas vezes é colocado de lado e o impossível assume uma nova denominação, a de que através da arte é possível concretizar ideias e enxergar racionalidade no irracional.
Em 2007, na cerimônia* de entrega do Prêmio Nobel de Literatura, Pamuk, em seu discurso, transporta todos ao universo do fazer artístico, no qual a cada momento a arte molda diferentes suportes (obras de arte e de cultura) para criar sentido e chegar a cada um de nós. Diz ele:
“Escrever é transformar em palavras esse olhar para dentro, estudar o mundo para o qual a pessoa se transporta quando se recolhe em si mesma – com paciência, obstinação e alegria. Enquanto passo os dias, meses, os anos sentado à minha mesa, acrescentando pouco a pouco novas palavras à página em branco, sinto-me como se criasse um mundo novo, como se trouxesse à vida aquela outra pessoa que existe dentro de mim, da mesma forma como alguém poderia construir uma ponte ou uma abóboda, pedra por pedra. As pedras que usamos, nós os escritores, são as palavras. Quando as colhemos com as mãos – tentando intuir a maneira como cada uma se conecta às outras, contemplando-as às vezes de longe, às vezes quase chegando a acariciá-las com os dedos e a ponta da caneta, sobrepondo-as, virando-as de um lado e de outro, ano após ano, sempre com paciência e esperança – criamos novos mundos” (2007, pg.13 e14)
A definição encontrada por Pamuk para o exercício de escrever se assemelha e nos remete para o fazer da gestão cultural; nela o ato de conectar diferentes ações artísticas e culturais possui o compromisso de criar uma programação que agregue sentido, moldando-as, sobrepondoas, virando-as de um lado e de outro, ano após ano, sempre com paciência e esperança. Através de nossas ações acreditamos estar contribuindo para a criação de novos mundos. Cavar um poço com uma agulha. Continuemos.
Claudia Boettcher Diretora do Departamento de Difusão Cultural
* PAMUK, Orhan. A Maleta de meu pai. São Paulo: Companhia das Letras, 2007
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REFLEXÃO
N ó s outro s G a ú c h o s A s i dent i dade s do s ga ú c h o s em de b ate i nterd i s c i p l i nar
As pessoas costumam procurar um analista quando estão com alguma forma de sofrimento que não estão conseguindo enfrentar. Quando se trata, entretanto, de uma sociedade, como ela lida com seus mal-estares? Uma primeira resposta, provavelmente, seria que ela busca identificar seus problemas para, depois, definir prioridades e estratégias que, por sua vez, constituiriam políticas públicas voltadas ao enfrentamento dessas dificuldades nos diversos campos sociais. O que fazer, então, quando os insucessos das estratégias para superar tais dificuldades acabam por caracterizar o que poderia ser chamado de um sintoma social? Nosso Estado não é pródigo na produção de consensos, mas poucos discordariam do fato de que nosso sintoma, como sempre acontece, manifestase na forma como nos relacionamos entre nós – e com os “estrangeiros”–, e que este traço cultural está na raiz das tensões que minam as relações de confiança, entravam as parcerias, produzem maniqueísmos belicosos e impedem nosso desenvolvimento em diversas áreas. Já faz parte de certo senso comum a constatação de que o Estado em que é mais difícil fazer as coisas acontecerem é o Rio Grande do Sul. Logo aqui, onde nossas façanhas deveriam servir de exemplo à toda terra! Os efeitos desse sintoma social marcante do RS aparecem em diversos indicadores (felizmente não em todos) que, se um dia já foram motivo de destaque e orgulho, hoje se mostram em declínio, sendo que começam a surgir avaliações que sustentam o entendimento de que a crise do Estado não é mais uma crise parcial ou setorial, assumindo a forma de uma crise generalizada.
nos levaram a essa situação. A análise destas raízes, por nós esquecidas, possibilita uma reflexão capaz de nos reposicionar, superar as cristalizações imaginárias e ampliar o conjunto de nossas possibilidades. Em parceria, o Instituto APPOA e o Departamento de Difusão Cultural realizarão de maio à outubro um amplo debate sobre essas questões. Para compor o debate, faremos atividades com diferentes formatos que mobilizarão diferentes interlocutores em diversos espaços – na Universidade e no Instituto. Serão cinco encontros temáticos, destinados ao debate de temas relacionados à discussão principal. Tais encontros serão realizados no Salão de Festas da Reitoria, ambientado pela exposição do acervo do Instituto de Artes da Universidade. Os debates propostos serão: Por que NósOutros Gauchos? Quais são nossos sintomas sociais? Qual o malestar e sofrimento que produzem? Quais são as raízes e seus desdobramentos contemporâneos que conformam a cultura do RS? Quais são as expressões dos conflitos de base do RS em seus diversos campos de expressão cultural? Qual a visão dos outros sobre a cultura gaúcha e os modos de ser dos gaúchos? Quais são as questões e os sintomas sociais de nossos vizinhos e como eles os enfrentam? A jornada de debates seguirá até outubro de 2015, com ações culturais envolvendo cinema, teatro, dança e música.
Eduardo Mendes Ribeiro, Jaime Betts e Sinara Robin Coordenadores do projeto
NósOutros Gaúchos propõe uma ampla discussão sobre o jeito de ser predominante do gaúcho (e também seus vários jeitos de ser), sobre estes traços culturais que podem ser motivo de orgulho, mas que também precisam ser revelados como sintomas sociais que precisam ser interpretados para que possamos superar a repetição de nossos fracassos. É abrir um espaço de escuta e interlocução interdisciplinar, na busca do entendimento das razões que Projeto visual: Christiano Pozzer
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REFLEXÃO
N ó s outro s G a ú c h o s I E ncontro :
Por que colocar NósOutros Gaúchos em questão? Quais são nossos sintomas sociais? Qual o mal-estar e sofrimento que produzem?
A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhecê-la. Eduardo Galeano
A proposta do primeiro Encontro Temático é tentar entender melhor as origens de nossos conflitos, e das dificuldades que encontramos, como sociedade, para superar rivalidades e desconfianças. Várias perspectivas e campos de saber contribuirão para esse debate. O ponto de partida poderá ser o reconhecimento do fato de que o eu é outro, e o nós são outros, ou seja, que nós nos constituímos, como sujeitos, ou como sociedade, a partir das relações de alteridade que mantemos. Ou, ainda, que toda sociedade moderna é formada por muitos outros que, em maior ou menor medida, produzem traços comuns que possibilitam que se reconheçam como nós, NósOutros.
certo mal-estar em função das renuncias necessárias para que o convívio entre os seres humanos seja possível. Quando um sintoma social deixa de ser uma estratégia de conciliação, não satisfazendo minimamente segmentos representativos do laço social, ele produz um sofrimento intenso o bastante para motivar a procura por melhores alternativas. Quando estas não são encontradas, a tendência é descambar em direção à intolerância, à violência e à barbárie.
Na cultura de um lugar e de suas gentes, aos modos mais ou menos predominantes de solucionar conflitos nominamos sintoma social. Um sintoma social é uma formação de compromisso, com características das partes conflitantes. Conflitos são da condição humana, seja como conflito psíquico subjetivo, seja como conflito no laço social. Às relações sociais implicam necessariamente
Co n v i da d o s :
D e bor ah Fi nocch iaro; Donaldo Sch u lle r; L u i s Os va l d o L e i t e ; Tau G o l i n e J a i m e B e t t s
Dia: 06 de maio Horário: 20h30min Local: Salão de Festas da UFRGS Av. Paulo Gama 110 – 2º andar Inscrições: www.difusaocultural.ufrgs.br Informações: 3308.3034 VAGAS LIMITADAS
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REFLEXÃO
N ó s outro s G a ú c h o s II E ncontro :
Quais são as raízes culturais históricas e seus desdobramentos contemporâneos que conformam as identidades dos gaúchos?
A história é a reconstrução sempre problemática e incompleta do que não existe mais. Pierre Nora
“A memória* é a vida sempre carregada por grupos vivos e, nesse sentido, está em permanente evolução, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente de suas deformações sucessivas, vulnerável a todos os usos e manipulações, suscetível de longas latências e de repentinas revitalizações”. Nesse sentido, o passado recalcado, esquecido, retorna nos vestígios mnêmicos com nova roupagem ao presente do qual havia sido excluído. As identidades dos gaúchos se fundamentam nas identificações a diferentes combinações dos traços que caracterizam as raízes culturais históricas do RS. Esses traços de identificação, como destaca Moacyr Flores, giram na dialética do esquecimento e da lembrança, das latências e súbitas revitalizações, servindo muitas vezes às manipulações políticas conforme os interesses em jogo. Os sintomas sociais se configuram segundo os traços que retornam do recalcado e dos significados que se estabelecem a partir dos mesmos nas narrativas mitificadoras no laço social.
Co n v i da d o s :
A tradição de violência no estabelecimento das fronteiras do Estado, na eliminação da civilização guaranítica, na Guerra dos Farrapos, e nos embates partidários no final do Império e no decorrer da República Velha, retornam frequentemente sob a forma contemporânea de uma tradição dicotômica de intolerância que separa e opõe chimango/maragato, o bem de um lado e o mal do outro, o grenalismo e a cultura da secção. A pergunta de fundo se desdobra em três: O que transmitimos de uma geração a outra? Por que transmitimos? Como transmitimos? Fazer o debate interdisciplinar das diferentes leituras de nossas raízes culturais e históricas de nossos conflitos, dos traços que se repetem, dos sintomas sociais que configuram, e do gozo que nos liga às mesmas, pode abrir perspectivas simbólicas de soluções mais interessantes.
* NORA, Pierre. Entre história e memória: a problemática dos lugares. Revista Projeto História. São Paulo, v. 10, 1993, p. 7 – 28.
C e s a r Au g u s to B . G ua z z e l l i ; M a r i a I vo n e d o s S a n to s; E n é i a s d e S o u z a e M a r i o C o r s o
Dia: 27 de maio Horário: 20h30min Local: Salão de Festas da UFRGS Av. Paulo Gama 110 – 2º andar Inscrições: www.difusaocultural.ufrgs.br Informações: 3308.3034 VAGAS LIMITADAS
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ENSAIO - ARTES PL Á STICA S EUGÊNIO LATOUR (1874–1942) Invídia, 1906 Óleo sobre tela, 154 x 43 cm
Eugênio Latour (Rio de Janeiro, RJ, 1874 – Rio de Janeiro, RJ, 1942) foi o primeiro professor de fora do Rio Grande do Sul a ministrar aulas no antigo Instituto Livre de Belas Artes. Na época, já era um artista consagrado no centro do País.
Latour se formou na antiga Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, sendo aluno de Eliseu Visconti (1866–1944), Henrique Bernardelli (1857– 1936) e Rodolfo Amoedo (1857–1941). Ganhou as mais altas condecorações da Escola Nacional, entre elas o Grande Prêmio de Viagem ao Exterior, que o artista efetivou em Roma, entre 1902 e 1908. José Roberto Teixeira Leite* o classifica como “um pintor da alma humana” e o encaixa na temática simbolista, pois este movimento “[...] tinha em mira não representar as coisas, porém sugerir ideias,
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pensamentos e sentimentos, por meio de símbolos revestidos em opulenta linguagem formal” (LEITE, 1979).
A Pinacoteca Barão de Santo Angelo conta com três quadros do artista, dentre eles Invídia, que se destaca dos demais por seu caráter alegórico. Essa imponente obra foi concluída em Roma no ano de 1906 e adquirida para integrar o acervo da instituição em 1919, através do pedido de Libindo Ferrás (1877–1951), na época diretor do Curso de Desenho.
A invídia, ou inveja, é um dos sete pecados capitais condenados pela Igreja Católica. Na Itália, costuma ser representada alegoricamente como uma mulher idosa ou decadente, que cobiça algo de modo
Obra: Invídia Foto: Cylene Dallegrave
desesperado e definha, geralmente interagindo com outros personagens. A cobra, assim como lobos, são atributos dessa alegoria. O tema da invídia já foi pintado por artistas como Giotto (1267–1337), na Cappella degli Scrovegni, em Padova, por volta de 1309. Diversas gravuras moralizantes também podem ser encontradas com essa temática.
Na composição de Latour, temos a Invídia em primeiro plano. Iluminada, ela está sentada, voltada para o espectador, com seu olhar aparentemente perdido. Enquanto morde seus dedos, em compulsiva obsessão por algo, seu sangue escorre pela tela, o “mesmo sangue” que o artista usa para escrever o título da obra na elaborada moldura que a integra. Ao lado da personagem, há uma planta seca, elemento que sugere a deusa romana da inveja que destroi plan-
tações por onde passa. No segundo plano, temos cenas perdidas na fumaça, que parecem refletir os pensamentos da megera: cenas com música, paixão e comida, um conjunto de prazeres. A pintura pode ser lida como uma síntese dos pecados do homem; entretanto, quando o espectador estiver diante dos olhos dessa Invídia, uma outra questão poderá surgir: de quem ela tem inveja?
Marina Muttoni Roncatto, bacharelando em História da Arte – UFRGS.
* LEITE, José Roberto Teixeira. A Belle Époque. In: Arte no Brasil. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1979, p. 834 – 859.
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CINEMA
M o s tra W i m W ender s
A ideia de uma mostra dedicada a Wim Wenders surgiu no final de 2014. Diego Dias, aluno do curso de História da Arte da UFRGS, foi quem nos procurou para sugerir a homenagem ao realizador, que em 2015 completa 70 anos. Como bons projetos surgem de boas ideias e belas parcerias, Goethe-Institut e SESC/ RS logo se uniram a essa iniciativa. Assim nasceu a Mostra Wim Wenders. No mês de maio, teremos a oportunidade de fazer um passeio pela filmografia do diretor. Na mostra, também será exibido o curta De Volta ao quarto 666, com direção de Gustavo Spolidoro. Abaixo, segue o texto de Dias, trazendo algumas considerações a respeito da obra do realizador alemão.
Tânia Cardoso de Cardoso, coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário.
Wenders disse certa vez que “a câmera é uma arma contra a miséria das coisas, nomeadamente contra seu desaparecimento”. O registro, na contramão da fugacidade do ato de olhar, é criador do perene. Preservada, mas não imóvel, essa forma de ver propicia o surgimento de múltiplas possibilidades narrativas, que se abrem num longo plano-sequência de conhecimento, construção e documento. No processo, materializam-se a própria busca e o desejo. É nesse trânsito que se dá um cinema de estradas, cheio de partidas, retornos e estadias. A mostra Wim Wenders traz a Porto Alegre uma substancial porção da filmografia de um dos grandes nomes do Novo Cinema Alemão. Das primeiras produções – entre elas seu filme de época, A Letra Escarlate (1973) –, passando pela consagração com os premiados títulos da década de oitenta e chegando até o recente Pina (2011), acompanharemos o cineasta em suas reverências aos mestres Yasujiro Ozu e Nicholas Ray; veremos inquietantes elucubrações sobre o passado, presente e futuro do fazer cinematográfico; contemplaremos amplas construções ficcionais e também embarcaremos em olhares atentos e sensíveis sobre pessoas e fatos reais.
Seja observando o pulular imprevisível e arbitrário nas máquinas de pachinko, filmando o eterno porvir das rodovias ou fixando a câmera e ouvindo – deixando que a fala do outro execute os deslocamentos necessários –, o cinema de Wenders é um movimento incessante entre mostrar e evocar. Mostrar, para contar uma história, inevitavelmente a seu modo. Evocar, para permitir ao espectador o espaço da própria experiência, daquilo que é vivido por cada um, e que é fundamentalmente intransferível. Na criação desses lugares personalíssimos, somos convidados a rodar por seus percursos narrativos, em que se estabelece uma partilha de sentidos na qual colaboramos, e de onde saímos transformados pela beleza e profundidade das imagens, assim como pela vastidão do que nos é contado. Viajar com Wenders e a partir de Wenders. Seja ele guia, caminho, parceiro ou destino, estaremos sempre em companhia de Grande Cinema.
Diego Dias, Bacharelando em História da Arte – UFRGS.
Foto: Pina
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CINEMA
maio Mostra Wim Wenders
A Letra Escarlate 4 de maio – segunda-feira – 16h 8 de maio – sexta-feira – 16h (Der Scharlachrote Buchstabe, Alemanha, 1973, 86 min) Dir. Wim Wenders Versão feita por Wim Wenders do romance de Nathaniel Hawthorne. A história de Hester, que vive um amor adúltero com o reverendo Dimmesdale e é obrigada a usar na roupa a letra A, na cor escarlate.
No Decurso do Tempo 4 de maio – segunda-feira – 19h 5 de maio – terça-feira – 16h (Im Lauf der Zeit, Alemanha, 1976, 168 min) Dir. Wim Wenders Um técnico de projetores de cinema viaja pela Alemanha, visitando cinemas desativados quando encontra um homem recém-separado. Eles ficam amigos e resolvem viajar juntos.
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O Amigo Americano
O Estado das Coisas
5 de maio – terça-feira – 19h 6 de maio – quarta-feira – 16h 28 de maio – quinta-feira – 16h (Der amerikanische Freund, Alemanha, 1977, 127 min) Dir. Wim Wenders Moldurista alemão acredita sofrer de uma doença incurável quando recebe uma proposta de um gângster: matar um rival em troca de uma quantia que garantisse tranquilidade financeira à sua família após sua morte.
8 de maio – terça-feira – 19h 11 de maio – quinta-feira – 16h 29 de maio – sexta-feira – 16h (Der Stand Der Dinge, Alemanha, 1982, 116 min) Dir. Wim Wenders Um produtor desaparece com os negativos durante as filmagens em um hotel em Portugal. Sem dinheiro para continuar o trabalho, o diretor tenta achá-lo, mas encontra outros problemas.
Tokyo GA 6 de maio – quarta-feira – 19h 7 de maio – quinta-feira – 16h 28 de maio – quinta-feira – 19h (Estados Unidos, 1985, 92 min) Dir. Wim Wenders Wim Wenders vai até Tokyo para realizar este documentário, verdadeira homenagem ao cinema de Yasuhiro Ozu, cineasta nascido na capital do Japão, e considerado um dos maiores realizadores orientais de todos os tempos.
Asas do Desejo 11 de maio – segunda-feira – 19h 12 de maio – terça-feira – 16h 27 de maio – quarta-feira – 16h (Der Himmel Über Berlin, Alemanha, 1987, 127 min) Dir. Wim Wenders A história de dois anjos, Daniel e Cassiel, que observam o dia-a-dia dos habitantes de Berlim, até que um deles se apaixona por uma trapezista. No dia 11, após a sessão das 19h, haverá um debate com Fernando Mascarello, professor do curso de graduação Realização Audiovisual da Unisinos.
CINEMA
O Céu de Lisboa
De Volta ao Quarto 666
Paris, Texas
12 de maio – terça-feira – 19h 13 de maio – quarta-feira – 16h (Back to Room 666, Brasil, 2008, 15min) Dir. Gustavo Spolidoro Qual o futuro do cinema? Em 1982, em Cannes, Wim Wenders convidou diversos cineastas a responderem esta pergunta. 26 anos depois, a pergunta continua a mesma, mas Wenders está do outro lado da câmera.
14 de maio – quinta-feira – 19h (Alemanha, 1984, 147 min) Dir. Wim Wenders Um homem é encontrado exausto e sem memória, em um deserto ao sul dos EUA. Aos poucos ele vai recordando de sua vida, sendo acolhido pelo irmão Walt que é casado com Anne. Com eles vivem também Alex, filho do homem sem memória, que aos poucos volta a se identificar com o pai.
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Após a sessão ocorrerá um debate sobre a trilha sonora do filme com Marcelo Pizarro Noronha, antropólogo, pesquisador e músico.
Quarto 666 (Chambre 666, França, Alemanha, 1982, 45 min) Dir. Wim Wenders Jonathan Zimmermann, um pintor de Hamburgo, é diagnosticado como tendo leucemia. Ripley, um comerciante de arte americana que negocia com falsificações, usa este fato para arranjar associados seus para recrutar Zimmermann como um homem forte. Zimmermann concorda se este assegurar o futuro de sua família. Após a sessão das 19h, haverá debate com Gustavo Spolidoro, professor do Curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual da PUCRS e diretor do curta.
15 de maio – sexta-feira – 19h 18 de maio – segunda-feira – 16h (Lisbon Story, Alemanha, 1994, 99min) Dir. Wim Wenders Phillip é um engenheiro de som que vai a Lisboa para ajudar seu amigo Friedrich a concluir seu filme. Ele atravessa a Europa de norte a sul, até a capital portuguesa, mas chega tarde: Friedrich desapareceu. Na grande casa onde vivia, o amigo não deixou mais do que um filme inacabado, contendo imagens sem som, filmadas nas ruas de Lisboa
Um Truque de Luz Caderno de Notas sobre roupas e cidades 14 de maio – quinta-feira – 16h 15 de maio – sexta-feira – 16h (Aufzeichnungen zu Kleidern und Städten, Alemanha, 1989, 79min) Dir. Wim Wenders Wim Wenders fala com o designer de moda Yohji Yamamoto sobre os processos criativos e reflete sobre a relação entre cidades, identidade e o cinema na era digital.
18 de maio – segunda-feira – 19h 19 de maio – terça-feira – 16h (A Die Gebrüder Skladanowsky, Alemanha, 1995, 79 min) Dir. Wim Wenders Wenders conta de maneira humorada e encantadora como os irmãos Skladanowsky (Max, Emil e Eugen) criaram o cinema.
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CINEMA
Um filme para Nick
Estrela Solitária 19 de maio – terça-feira – 19h 20 de maio – quarta-feira – 16h 26 de maio – terça-feira – 19h (Don’t Come Knocking, EUA, 2005, 124 min) Dir. Wim Wenders Astro do western decadente, em meio à filmagem, abandona o set e volta para o local em que nasceu. Ao reencontrar sua mãe, após 30 anos sem comunicação, descobre que uma antiga namorada ficou grávida há 20 anos e tentou entrar em contato com ele.
Invisíveis 21 de maio – quinta-feira – 16h (Invisibles, Alemanha, 2007, 106min) Dir. Isabel Coixet, Wim Wenders O projeto coletivo do documentário surgiu por ocasião do aniversário da seção espanhola dos Médicos sem Fronteiras. Cinco diretores viajaram para os locais de atuação dessa organização para dar uma voz às vítimas de conflitos, doenças e da pobreza.
21 de maio – quinta-feira – 19h 22 de maio – sexta-feira – 16h (Lightning Over Water, Alemanha, 1980, 87 min) Dir. Wim Wenders O realizador americano Nicholas Ray, autor de Fúria de Viver e Johnny Guitar, encontra-se às portas da morte e tem como última vontade a realização de um filme sobre a odisseia de um pintor adoentado que viaja até a China em busca da cura para a sua doença. Em seu auxílio vai o amigo Wim Wenders, que se debatia com a finalização de outro projeto pessoal.
Alice nas Cidades 22 de maio – sexta-feira – 19h 25 de maio – segunda-feira – 16h 27 de maio – quarta-feira – 19h (Alice in den Städen, Alemanha, 1974, 112 min) Dir. Wim Wenders O jornalista alemão Philip Winter adquire bloqueio de escritor ao tentar escrever um artigo sobre os Estados Unidos e, então, decide retornar à Alemanha. Ao registrar o voo, encontra-se com uma mulher alemã e sua filha Alice, de nove anos.
Pina 25 de maio – segunda-feira – 19h 26 de maio – terça-feira – 16h 29 de maio – sexta-feira – 19h (Alemanha, França, Reino Unido, 2011, 103min) Dir. Wim Wenders Pina é um filme para Pina Bausch, de Wim Wenders, com o Tanztheater Wuppertal, sobre a obra da extraordinária coreógrafa alemã que morreu em 2009.
Foto: Estrela Solitária
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Foto: divulgação Ventos de agosto
PA R C E I R O S D A SAL A REDENÇÃO CineF Com o objetivo de suscitar debates sobre temas marginalizados e contribuir para a cena audiovisual de Porto Alegre, o CineF promove discussões sobre cinema, produção de conteúdo analítico e projeções de fitas relevantes para a evolução da linguagem cinematográfica. A partir de 2015, o CineF apresentará uma sessão por mês na Sala Redenção. CINEF APRESENTA MOSTRA PORTUGUESES Em parceria com a Sala Redenção, o Vice-Consulado de Portugal em Porto Alegre e o Instituto Camões*, o CineF apresenta os dois últimos filmes da mostra Portugueses: Jardim, de João Vladimiro; e Singularidades de uma rapariga loura, de Manoel de Oliveira. A mostra busca dar um panorama do cinema contemporâneo em
Portugal, desde cineastas recentes, como Vladimiro, até Manoel de Oliveira, o maior nome do cinema português - que, infelizmente, nos deixou este ano. O objetivo do CineF é, e sempre foi, a promoção do cineclubismo dentro da Universidade como uma forma de estudar cinema - especialmente na UFRGS, que não tem um curso voltado para o audiovisual. Sempre trazendo filmes escusos e cinematografias distantes, o CineF tenta ampliar os horizontes da cinefilia porto-alegrense com um cinema que, por conta da língua, nos deveria ser mais próximo, mas não o é. No dia 07 de maio, o CineF apresenta uma programação especial. A estreia simultânea em cineclubes de todo o país de Ventos de agosto, com direção de Gabriel Mascaro, seguida de debate ao vivo com o diretor.
VENTOS DE AGOSTO
JARDIM
07 de maio – quinta-feira – 19h (Brasil, 2014, 77min) dir. Gabriel Mascaro
13 de maio – quarta-feira – 19h (Portugal, 2008, 74min) dir. João Vladimiro
Shirley deixou a cidade grande para viver numa pacata vila litorânea cuidando da avó. Ela trabalha numa plantação de coco dirigindo um trator. Ela está de caso com Jeison, um rapaz que também trabalha na fazenda de cocos e nas horas vagas faz pesca subaquática. Os ventos crescentes marcarão os próximos dias da pequena vila colocando Shirley e Jeison numa jornada de perda e memória, a vida e a morte, o vento e o mar.
Sim, sei que as árvores não têm olhos, a água não tem boca e as pedras não têm ouvidos. Ainda assim, comunicamos. Neste jardim em especial, acontecem longas conversas caladas, como dois velhos conhecidos que, pela simples presença, falam de calma, conforto, tristeza. Aqui, assisti aos primeiros passos de uma criança, à chegada de um pato mudo, à queda das folhas do choupo branco.
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CINEMA
Sessão Comentada
Gildíssima 20 de maio – quarta-feira – 19h (Brasil, 2014, 20min) dir. Alexandre Derlam
No curta-metragem Gildíssima, a Estação Filmes resgatou a história de uma mulher exuberante, alegre, profissional, independente, que rompeu tabus e sempre esteve a frente de seu tempo. Com direção de Alexandre Derlam, o documentário foi selecionado para participar da Mostra Competitiva de Curtas Gaúchos no 42º Festival de Cinema de Gramado. Baseado na pesquisa histórica de Benito Bisso Schmidt, tem em seu elenco as atrizes Deborah Finocchiaro, Graça Garcia e Sinara Robin, que encarnam a protagonista em diferentes momentos de sua trajetória. Gildíssima conta com o financiamento do FUMPROARTE (Fundo Municipal de
Apoio à Produção Artística e Cultural). O curta-metragem recria a atmosfera da época por meio da direção de arte de Bernardo Zortéa e figurino de Patrícia Pontalti, e apresenta depoimentos de personalidades que conviveram com Gilda, como Célia Ribeiro, Claudinho Pereira, Cláudio Bertaso, João Batista Marçal, Paulo Gasparotto, Roberto Gigante e Vitório Gheno. Após a sessão, debate com Alexandre Derlan, diretor, Jânio Alves, roteirista, e Benito Schmidt, pesquisador.
Foto: Divulgação
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Foto: Tempo de Diversão
Tat i p or i nte i ro Nas três primeiras semanas de junho a Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com SESC/RS, Aliança Francesa, Embaixada da França e com o apoio do Institut Français, apresenta a mostra Tati por inteiro. Considerado um dos maiores comediantes da história do cinema, o francês Jacques Tati é ainda pouco conhecido por grande parte do público brasileiro. A mostra possibilita que todos possam conhecer a obra deste importante cineasta. O diretor François Truffaut, admirador do realizador francês, comenta em uma de suas críticas que o humor de Tati é extremamente restritivo por ele se limitar “voluntariamente” à comicidade de observação, excluindo todos os achados que revelariam apenas o burlesco. Segundo ele, tal diretor censura, mesmo no interior da comicidade, a inverossimilhança, e sua comicidade baseiase apenas nos fatos do dia-a-dia, ligeiramente
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desviados, mas colocados em situações verossímeis. Ao mesmo tempo, tal postura estética o leva a uma visão do mundo totalmente deformada, quase obsessiva. Para Truffaut, o diretor cria, então, um universo delirante, de pesadelo, concentracionário, que paralisa o riso mais facilmente do que o gera. O que o leva a afirmar que Tati inventa o cinema enquanto filma, ao recusar a estrutura de todos os outros. Na mostra Tati por inteiro serão exibidos seis longas-metragens, três curtas e um documentário dirigido pela filha de Tati, Sophie Tatischeff.
Tânia Cardoso de Cardoso, coordenadora e curadora Sala Redenção – Cinema Universitário
cI N E M A
junho
Curtas Jacques Tati
Tati por inteiro
04 de junho – quinta-feira – 16h 08 de junho – segunda-feira – 19h 09 de junho – terça-feira – 16h
Cuida da Tua Esquerda
As Aventuras do Senhor Hulot no Trânsito Louco
As Férias do Senhor Hulot 01 de junho – segunda-feira – 16h 08 de junho – segunda-feira – 16h 12 de junho – sexta-feira – 19h (Les Vacances de Monsieur Hulot. França, 1953, 74 min) Dir. Jacques Tati O atrapalhado sr. Hulot vai passar as férias em um hotel de veraneio, onde provoca uma série de situações desastrosas e irresistivelmente cômicas.
Meu tio 01 de junho – segunda-feira – 19h 02 de junho – terça-feira –16h 15 de junho – segunda-feira – 19h (Mon oncle, França, 1956, 116 min) Dir. Jacques Tati O senhor Hulot visita sua irmã, e fica para cuidar de seu sobrinho. Confrontado com uma casa extremamente moderna, que se mostra de difícil trato, o senhor Hulot terá diversos problemas durante sua estadia.
02 de junho – terça-feira – 19h 03 de junho – quarta-feira – 16h 05 de junho – sexta-feira – 19h 16 de junho – terça-feira – 16h (Trafic, França 1971, 93 min) Dir. Jacques Tati Senhor Hulot, desenhista de uma fábrica de veículos, cria um caminhão com várias inovações e decide levá-lo à Exposição Internacional do Automóvel de Amsterdã. Na viagem, muitos problemas acontecerão e a chegada à exposição fica em risco.
Tempo de Diversão 04 de junho – quinta-feira – 19h 05 de junho – sexta-feira – 16h 15 de junho – segunda-feira – 16h (Playtime. França, 1967, 114 min) Dir. Jacques Tati Um grupo de turistas americanos chega a Paris nos anos 1960. O senhor Hulot acaba por cruzar o caminho deles, gerando situações inusitadas para os visitantes de sua cidade.
(França, 1936, 12 min) Dir. René Clément Roger, um agricultor, sonha em ser lutador de boxe. No pátio da granja onde trabalha, ele treina exaustivamente. Mas os combates acabam por falta de adversários. Surpreendido um dia durante o transe ao simular uma vitória, é descoberto e levado ao ringue. Mas existe um problema: ele nunca lutou de verdade e ignora tudo sobre esta arte.
+ Escola de Carteiros (L´école des facteurs, França, 1947, 15min) Dir. Jacques Tati Rapidez e eficiência: essa é a informação que todo carteiro recebe. A missão é simples: reduzir a duração de uma ronda para chegar a tempo ao serviço postal. Numa pequena oficina de correios de um povoado, três carteiros, entre eles François, atolados pelas ordens nasais de seu superior, fazem a divisão das cartas.
+ Curso Noturno (Cours du Soir, França, 1967, 30min) Dir. Nicolas Ribowski O filme apresenta vários números clássicos de Jacques Tati. Nele, o diretor ministra curso para executivos de uma grande empresa e demonstra estar aplicando seu arguto sentido de observação também com relação a si mesmo.
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Parada 09 de junho – terça-feira – 19h 10 de junho – quarta-feira – 16h 11 de junho – quinta-feira – 16h 17 de junho – quarta-feira – 16h (Parade, França, 1974, 89min) Dir. Jacques Tati Este último filme realizado por Jacques Tati mostra as aventuras de duas crianças por detrás da lona de um circo provinciano. O diretor também aparece como um dos artistas do espetáculo, entre saltimbancos, equilibristas, mágicos e espectadores encantados.
Tati: Seguindo os Passos do Sr. Hulot 11 de junho – quinta-feira – 19h 12 de junho – sexta-feira – 16h 16 de junho – terça-feira – 19h (Tati sur les pas de Monsieur Hulot, França, 1986, 52min) Dir. Sophie Tatischeff O documentário apresenta Tati por trás das câmeras como autor, produtor e diretor. Vários registros de seu trabalho foram feitos ao longo de suas viagens pelo mundo. Como base nesses registros, Sophie Tatischeff, filha de Tati, deu vida a este material, um retrato da personalidade exigente, determinada e à frente de seu tempo, características tão marcantes em Tati, que exercia sua profissão sem se deixar influenciar pelas convenções.
Foto: Jacques Tati
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Foto: Em Nome da Segurança
M arca s da M em ó r i a Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça. Dom Paulo Evaristo Arns
A Sala Redenção – Cinema Universitário convida o público a refletir a respeito de um dos mais conturbados períodos da história brasileira: a ditadura civil-militar que comandou o país durante 21 anos.
Sob organização do grupo de pesquisa Constitucionalismo e Justiça de Transição na América Latina, da Faculdade de Direito da UFRGS, a segunda edição da mostra traz uma compilação de filmes e documentários que permitem uma intensa imersão nos conflitos da época.
O período de ditadura é, por natureza, sombrio, nebuloso, vazio em esclarecimentos e pobre em pluralidade: a imprensa é alvo de censura ou, muitas vezes, palco de conivência com o regime; os discursos oficiais tornam-se incontestáveis; as vozes de discordância são perseguidas. Desse contexto, surge a importância que o cinema e as artes assumem com relação às épocas de repressão, funcionando como ferramentas, não só de resistência, mas de posterior retratação de memórias ocultadas.
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A mostra Cinema pela Verdade traz obras nacionais que integram o acervo do projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. São filmes que cumprem a função de resgatar o que se passou por detrás dos discursos oficiais e das manchetes maquiadas dos principais jornais da época, dando voz a quem tanto lutou para ser escutado. Ainda que a maior parte das obras volte-se ao exemplo brasileiro, a temática é universal, já que a luta e a defesa dos direitos humanos representam valores que não se medem em fronteiras.
As obras cinematográficas, portanto, rompem o silêncio e apresentam histórias de resistência, coragem e luta, pois, através do resgate da história e da enunciação de feitos sonegados, viabiliza-se o acesso à verdade e à memória sobre os fatos então ocorridos. Afinal, é conhecendo a verdade sobre nosso passado que poderemos extrair melhores lições para o futuro.
Daniela Cenci Lima, graduanda em ciências jurídicas e sociais e integrante do grupo de pesquisa.
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junho Marcas da memória O Fim do Esquecimento 18 de junho – quinta-feira – 16h 24 de junho – quarta-feira – 19h (Brasil, 2012, 54min) Dir. Renato Tapajós O filme procura personagens que participaram do Tribunal Tiradentes e outros que se destacaram na luta pelos Direitos Humanos, para retomar a questão da Doutrina de Segurança Nacional, depois de três décadas. Investiga os resquícios daquela doutrina nos dias de hoje, aborda a tentativa das classes dominantes de, depois que os militares saíram do poder, promover o esquecimento dos graves fatos ocorridos durante a ditadura.
500 – Os bebês roubados pela Ditadura Argentina 18 de junho – quinta-feira – 19h 19 de junho – sexta-feira – 16h (BRA, 2015, 100 min) Dir. Alexandre Valenti Entre 1976 e 1983, a Argentina viveu sombrios anos de ditadura militar. Neste período, famílias inteiras foram despedaçadas pela repressão clandestina empreendida por um estado terrorista que ceifou a vida de cerca de 30 mil argentinos. Dentre as práticas do regime estava o sequestro sistemático de bebês e crianças, filhos de presos e desaparecidos políticos, que eram apropriados por seus algozes com espólio de guerra. A partir da iniciativa das Avós da Praça de Maio criou-se o “Banco dos 500”, o que possibilitou a descoberta de 114 das 500 crianças sequestradas.
Damas da Liberdade 19 de junho – sexta-feira – 19h 22 de junho –segunda-feira – 16h (Brasil, 2012, 28min) Através de narrativas de mulheres do Movimento Feminino pela Anistia e do Comitê Brasileiro pela Anistia é contada a história de luta do movimento no Brasil nos anos de 1970, reacendendo o debate sobre um período de repressão e medo que o país jamais deverá esquecer.
+ Vou contar para os meus filhos (Brasil, 2011, 24min) Dir. Tuca Siqueira Entre os anos de 1969 e 1979, 24 jovens mulheres estiveram presas na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, em Recife (PE) porque lutavam por igualdade social e pela democracia em uma época em que o Brasil enfrentava uma ditadura militar. Passados 40 anos, o reencontro delas, que hoje moram em diferentes Estados do país, traz de volta não apenas os laços de solidariedade que surgiram no presídio, mas também a lembrança de um Brasil que tentou calar vozes e violentar sonhos.
Repare Bem 22 de junho – segunda-feira – 19h 23 de junho – terça-feira – 16h (Brasil, 2012, 105min) Dir. Maria de Medeiros Neste filme, vencedor do kikito de melhor filme no Festival de Gramado de 2013, a diretora Maria de Medeiros realiza o documentário sobre ditadura por meio da história de três gerações de mulheres. As câmaras registraram em Roma e em Joure, no norte da Holanda, os testemunhos de Denise Crispim e de sua filha, Eduarda Ditta Crispim
Leite. Apesar de longe do Brasil, suas palavras, que falam de exílio e de memória, levam- nos a um mergulho profundo na história do Brasil, dos anos 70 até a atualidade.
Os Advogados contra a Ditadura: por uma questão de justiça 23 de junho – terça-feira – 19h 24 de junho – quarta-feira – 16h (Brasil, 2013, 130min) Dir. Silvio Tendler Com a instauração da ditadura militar por meio de um golpe das Forças Armadas do Brasil, no período entre 1964 e 1985, o papel dos advogados na defesa dos direitos e garantias dos cidadãos foi fundamental no confronto com a repressão, ameaças e todo tipo de restrições.
A Mesa Vermelha 25 de junho – quinta-feira – 19h 26 de junho – sexta-feira – 16h (Brasil, 2012, 78min) Dir. Tuca Siqueira Uma mesa vermelha é a palavra de 23 ex-presos políticos. No documentário, senhores e jovens comentam sobre a convivência nos presídios masculinos pernambucanos durante o período militar. Da chegada ao cárcere, do afeto, da greve de fome, do papel dos coletivos dentro da cadeia. O sentimento de pertencimento é o que move este filme.
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cI N E M A
Militares da Democracia: os militares que disseram não
Em Nome da Segurança
26 de junho – sexta-feira – 19h 29 de junho – segunda-feira – 19h (Brasil, 2013, 100min) Dir. Sílvio Tendler Eles lutaram pela Constituição, pela legalidade e contra o golpe de 1964, mas a sociedade brasileira pouco ou nada sabe a respeito dos oficiais que, até hoje, ainda buscam justiça e reconhecimento na história do país. Militares da Democracia resgata, através de depoimentos e registros de arquivos, as memórias repudiadas, sufocadas e despercebidas dos militares perseguidos, cassados, torturados e mortos, por defenderem a ordem constitucional e uma sociedade livre e democrática.
25 de junho – quinta-feira – 16h 30 de junho – terça-feira – 19h (Brasil, 2012, 45min) Dir. Renato Tapajós O filme tem como eixo narrativo o Tribunal Tiradentes, organizado pela Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo em 1983. Dirigido por Renato Tapajós, o filme acrescenta às cenas do Tribunal diversos materiais, tanto de arquivo quanto ficcionais, e discute a Doutrina de Segurança Nacional, eixo ideológico da ditadura implantada pelo golpe de 1964, e o efeito que ela teve sobre diversos segmentos da sociedade brasileira.
Eu me lembro 29 de junho – segunda-feira – 16h (Brasil, 2012, 96min) Dir. Luiz Fernando Lobo Eu me Lembro é um documentário sobre os cinco anos das Caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos perseguidos por reparação, memória, verdade e justiça, com imagens de arquivo e de entrevistas em 94 minutos.
Se um de nós se cala 30 de junho – terça-feira – 16h (Brasil, 2013, 68min) Dir. Célia Maria Alves e Vera Côrtes Se um de nós se cala insere Goiás no contexto do golpe militar de 1964. A partir de relatos de anistiados que à época eram jovens estudantes e militantes políticos, o documentário resgata e revela os motivos pelos quais Goiás foi o único estado brasileiro que sofreu intervenção militar.
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Nacional
+ Anistia 30 anos (Brasil, 2009, 19min) Dir. Luis Fernando Lobo O filme retrata a história da Ditadura Militar no Brasil, a luta do povo brasileiro pela liberdade, pela Anistia. Durante um período sombrio da história do Brasil, ouve-se um grito de esperança e justiça, o povo reivindicou seus direitos e conseguiu. Foram criadas a Lei da Anistia e a Comissão de Anistia, posteriormente.
Foto: divulgação
PA R C E I R O S D A SAL A REDENÇÃO Sessão Especial - NósOutros Gaúchos Sobre Sete ondas verdes espumantes 03 de junho – quarta-feira – 19h (Brasil, 2013, 74min) Dir. Bruno Polidoro e Cacá Nazário Santiago, Amsterdã, Berlim, Colônia, Paris, Londres, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo. As cidades que testemunharam a vida breve do poeta, dramaturgo e escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996) são revisitadas e recobertas agora de fragmentos de suas obras e lembranças de seus amigos, como Maria Adelaide Amaral, Grace Gianoukas e Adriana Calcanhotto. Após a sessão, a atriz Deborah Finocchiaro comentará o filme com o público.
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cI N E M A
Cine F CINEF APRESENTA MOSTRA PORTUGUESES Em parceria com a Sala Redenção, o Vice-Consulado de Portugal em Porto Alegre e o Instituto Camões*, o CineF apresenta os dois últimos filmes da mostra Portugueses: Jardim, de João Vladimiro; e Singularidades de uma rapariga loura, de Manoel de Oliveira. A mostra busca dar um panorama do cinema contemporâneo em Portugal, desde cineastas recentes, como Vladimiro, até Manoel de Oliveira, o maior nome do cinema português - que, infelizmente, nos deixou este ano. O objetivo do CineF é, e sempre foi, a promoção do cineclubismo dentro da Universidade como uma forma guerrilheira de estudar cinema - especialmente na UFRGS, que não tem um curso voltado para o audiovisual. Sempre trazendo filmes escusos e cinematografias distantes, o CineF tenta ampliar os horizontes da cinefilia porto-alegrense com um cinema que, por conta da língua, nos deveria ser mais próximo, mas não o é.
Foto: divulgação
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SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOURA 10 de junho – quarta-feira – 19h (Portugal, 2009, 64min) Dir. Manoel de Oliveira Numa viagem de comboio para o Algarve, Macário conta as atribulações da sua vida amorosa a uma desconhecida senhora: mal entra para o seu primeiro emprego, um lugar de contabilista no armazém em Lisboa do seu tio Francisco, apaixona-se perdidamente pela rapariga loira que vive na casa do outro lado da rua.
Foto: divulgação
Sessão Comentada Thin Ice - A história por dentro da ciência do clima 17 de junho - quarta-feira - 19 horas (Thin Ice – The inside story of climate science, Nova Zelândia, 2013, 73min) Dir. Simon Lamb e David Sington Os cientistas do clima estão sendo, constantemente, atacados por seu trabalho sobre as mudanças do clima. O geólogo Simon Lamb resolveu, então, pegar a sua câmera e ver o que está, de fato, acontecendo com o clima global. Para isso, filmou cientistas trabalhando no Ártico, na Antártica e em centros de pesquisa ao redor do mundo. O resultado é uma abordagem sobre a ciência por trás das mudanças climáticas e um retrato pessoal da comunidade global de pesquisadores que estão em busca da compreensão das mudanças climáticas do nosso planeta.
Após a sessão, Jefferson Cardia Simões, professor do Instituto de Geociências, e Francisco Eliseu Aquino, professor do Departamento de Geografia – ambos da UFGRS – comentarão o filme com o público.
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Foto: divulgação Trio Metropolitan
I MusPopUni Parte integrante da Programação do I Encontro Brasileiro de Música Popular na Universidade que a UFRGS sedia entre 11 e 15 de maio, uma parte da Mostra Musical de Estudantes é a atração do Vale Vale! do mês de maio que ocorre na terça-feira, dia 13. Os grupos participantes da Mostra, vindos de várias universidades do país, foram selecionados através de edital com curadoria dos acadêmicos do Bacharelado em Música Popular Tamiris Duarte, Luciana Heineck, Eduardo Figueiredo, Hermes Fontana, Roberto Steyer e Daniel Barbosa.
A primeira apresentação é do Trio Metropolitan, formado por Fernando Ávila (acordeom), Felipe Martini (violão) e Vinícius Kunzler (violino), alunos do curso de Bacharelado em Música Popular da UFRGS. O trio iniciou suas atividades em novembro de 2013, motivados pelo interesse em produzir e executar um repertório instrumental e autoral, assim como o de compositores contemporâneos, voltado para a música popular abrangendo gêneros brasileiros como o choro e o baião, bem como gêneros regionais e latino-americanos como a milonga, o chamamé e o tango, em um formato camerístico. Em 2014, foi contemplado no edital do Projeto Interlúdio, promovido pelo Departamento de Difusão Cultural da UFRGS,
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para a realização de um recital. Todas as músicas são de Fernando Ávila e Felipe Martini, exceto Ária Metropolitana, peça dedicada ao grupo pelo compositor Mariano Telles e Walking Clown, de Ricardo Bordin.
A segunda apresentação é do grupo Três Marias O trio, formado por Gutcha Ramil, Pâmela Amaro e Andressa Ferreira. Apresenta um repertório que percorre ritmos e tradições de diferentes regiões do Brasil, principalmente norte, nordeste e sudeste, passando por Maranhão, Pernambuco, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, e algumas tradições do Rio Grande do Sul.
I MusPopUni terá apresentação de grupos vindo de várias regiões do Brasil. Os espetáculos acontecerão no Campus Centro Data: 13 de maio – quarta-feira Horário: 12h30min Local: Pátio FACED – Campus Centro
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VA L E vale ! Encontros marcados no Teatro Grego do Vale! Para quem ainda não foi até lá, ele fica atrás do RU3. Nos meses de maio e junho, o Vale Vale! está muito especial, com atividades diversas que Vale conferir. A turma noventa e três do Colégio Aplicação nos mostrará uma performance dirigida coletivamente pelos estudantes que trabalham o espetáculo em todas as pontas da produção. Esta performance será no cair da tarde. O grupo Doze Doses, já estava prometido desde abril para nos apresentar boas doses
da cultura hip hop da cidade. Em junho o semestre vai terminando, e para finalizar com alegria e boas energias o grupo Três Marias nos apresenta sua música com muita percussão nos envolvendo numa trajetória musical de um Brasil com outras tradições.
Sinara Robin Coordenadora
Doze Doses Dando continuidade às apresentações de Hip Hop e RAP, iniciadas no mês de abril com a Batalha no Vale, teremos a Doze Doses. O grupo que vem desde 2008 percorrendo centros e periferias de Porto Alegre e Zona Metropolitana, difundindo e defendendo uma ideia libertária e enraizada de RAP, tanto no campo da poesia como nos arranjos. Nas letras aborda-se política, História, vícios, ética, o drama dos excluídos e a sua resistência, a comédia do cotidiano, entre tantos outros temas. A forma da poesia pode vir concreta e direta como um cruzado de Mohammad Ali, outras vezes nebulosa e metafórica, como diria Paulo Vanzolini, “uma piada pra rir em casa”.
O instrumental faz o rap flertar com o samba, a bossa-nova, o reggae, o blues e o maracatu. Em sua disposição de instrumentos mais usual, Leo das Doses (baixo), Mário Ferrolho (guitarra), Jhow Cavalheiro (bateria) e Lucas Mallmann (percussão) são os músicos que preparam o ritual sonoro para as poesias e composições do rapper Kaue da Doze.
Vale Vale! traz Doze Doses Data: 19 de maio – terça-feira Horário: 12h30min Local: Palco Grego – Campus do Vale
Foto: divulgação
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Foto: divulgação
VA L E vale ! Três Marias Grupo de mulheres que surgiu a partir de três integrantes da Banda de Pífanos e de Cultura Popular Mestre Zé do Pife e as Juvelinas: grupo formado em Brasília no ano de 2007 pelo próprio Mestre Zé, um pifeiro pernambucano de São José do Egito. Hoje radicado em Porto Alegre, o grupo Três Marias é formado por Andressa Ferreira, Kika Brandão, Gutcha Ramil e Pâmela Amaro. O repertório, que apresenta uma diversidade de ritmos e expressões culturais musicais de diferentes regiões do Brasil como o forró de rabeca e pífano, samba de roda, coco, ijexá, ciranda, baião de princesa, jongo e frevo, faz um apanhado de cantos e cantigas tradicionais e canções que também dialogam com essas tradições musicais. O quarteto traz consigo uma sonoridade rica em vozes, percussão (zabumba, alfaia, pandeiro, triângulo, ganzá, agbê, congas), cordas (rabeca e cavaco) e sopro (pífano – flauta de bambu). Também
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traz algumas danças e brincadeiras populares. As integrantes realizam esse trabalho com o objetivo de contribuir para a valorização destas expressões culturais, bem como dos grupos que criam e recriam estas práticas culturais hoje e lutam por reconhecimento.
Vale Vale! traz Três Marias Data: 09 de junho – terça-feira Horário: 12h30min Local: Palco Grego – Campus do Vale
teatro
VA L E vale ! A História Secreta da Lua O Vale Vale! traz a A História Secreta da Lua, uma releitura do mito judaico-cristão da criação humana pela figura da Lua, dirigido coletivamente pela Turma 93 de Teatro do Colégio de Aplicação da UFRGS. O espetáculo é performático, no qual estão presentes várias linguagens artísticas que buscam reatualizar os personagens mitológicos. Através da mescla de elementos da Pop - Art com a atmosfera do Teatro Grego, 3.000 anos de memória do feminino é recontada em forma de ritual com dança, texto, imagem e poesia.
Vale Vale! traz A História Secreta da Lua Data: 14 de maio – quinta-feira Horário: 18h30min Local: Palco Grego – Campus do Vale
Foto: divulgação
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M ÚSI C A
P R O J E T O U N I M ÚSI C A 2 015 - SÉ R I E I R R E V E R E N T E S Depois de homenagear sete importantes artistas gaúchos na série compositores – a cidade e música, que integrou a programação de comemoração dos 80 anos da UFRGS, o Unimúsica elege como tema para sua temporada 2015 a irreverência. Nesta segunda década do século 21, parte do mundo assiste, com assombro, a um inimaginável ressurgimento de movimentos de extrema direita e ao recrudescimento de preconceitos e sectarismos de toda ordem. Junto a isso podemos perceber também um certo desgaste da política em suas formas convencionais e uma hipermercantilização
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de inúmeros aspectos da vida. Tendo este cenário como pano de fundo, o Unimúsica faz uma aposta na força transgressora da arte trazendo para o seu palco músicos e compositores que, por suas atitudes e criações, trazem à cena a centelha do pensamento livre e da crítica social. Este é um ano para celebrar a inquietude, o humor e as boas provocações.
Lígia Petrucci Coordenadora e curadora do Unimúsica
Foto: Gal Oppido
P R O J E T O U N I M ÚSI C A 2 015 - SÉ R I E I R R E V E R E N T E S Claras e Crocodilos - Arrigo Barnabé Autor de uma obra marcadamente inovadora, o músico, compositor e professor Arrigo Barnabé abre a série de concertos sobre o tema irreverência, do Unimúsica 2015. Arrigo tornou-se conhecido, na década de 80, pela proposta inédita de incorporar à linguagem da música popular urbana procedimentos estéticos presentes em composições eruditas do século 20, como a polirritmia, o serialismo, o atonalismo e o dodecafonismo. Essa mistura, associada a letras ácidas, que expressam através de uma comicidade sombria o desencanto e a desesperança da vida nas grandes cidades, garantiulhe o lugar que ocupou na Vanguarda Paulista. O movimento que dinamizou a cena musical de São Paulo contava ainda com a presença de artistas como Itamar Assumpção, as cantoras Vânia Bastos, Ná Ozzetti e Tetê Espíndola, os grupos Premeditando o Breque e Rumo. Segundo Arrigo, o que os unia era “uma grande inquietação, uma vontade de romper padrões estéticos, quebrar barreiras”.
Portugal (bateria e voz), Maria Beraldo (clarinete e voz) e Joana Queiroz (sax tenor e voz). Para o compositor, “o disco continua atual e subversivo, capaz de causar o mesmo espanto da época do lançamento”, há mais de 30 anos.
Para a série irreverentes, Arrigo traz o show Claras e Crocodilos, uma recriação do emblemático álbum de 1980, com novos arranjos e uma nova banda. Os personagens grotescos e fantasmagóricos da ópera popular contemporânea Clara Crocodilo – como assim define a pesquisadora Regina Machado – ressurgem agora através dos músicos Paulo Braga (teclado), Mário Manga (guitarra), Ana Karina Sebastião (baixo), Mariá
Retirada de senhas através da troca de 1kg de alimento não perecível por ingresso a partir de 08 de junho, às 9h, pelo site www.difusaocultural. ufrgs.br ou das 9h às 18h, no mezanino do Salão de Atos da UFRGS.
ENTREVISTA ABERTA COM ARRIGO BARNABÉ Data: 10 de junho – quarta-feira Horário: 20h Local: Sala II do Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)
CONCERTO Data: 11 de junho – quinta-feira Horário: 20h Local: Sala II do Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Difunda essa cultura de forma consciente
Reitor Carlos Alexandre Netto
LEIA E PASSE ADIANTE
Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação Acadêmica Rui Vicente Oppermann Pró-Reitora de Extensão Sandra de Deus
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Vice-Pró-Reitora de Extensão Claudia Porcellis Aristimunha Diretora do Departamento de Difusão Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher
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Equipe do DDC Carla Bello – Coordenadora de Projetos Especiais Edgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema Universitário Lígia Petrucci – Coordenadora e curadora do Projeto Unimúsica Rafael Derois – Coordenador do Projeto Unifoto Sinara Robin – Coordenadora e curadora do Projeto Vale Doze e Trinta e do Projeto Reflexão Tânia Cardoso – Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário Bolsistas André Nectoux Bruna Zucco Christiano Pozzer Gabriela Marluce Guilherme Bragança Renan Sander Renata Signoretti Veridiane Boniatti
Projeto gráfico Katia Prates
Imagens Mostra Wim Wenders sedidas pelo Goethe-Institut e SESC/RS;
Revisão Tânia Cardoso
Imagens Tati por inteiro sedidas pelo SESC/RS;
Diagramação Christiano Pozzer
Imagens Marca da da memória sedidas pelo grupo de pesquisa Constitucionalismo e Justiça de Transição na América Latina.
Fotografia de capa Douglas Freitas Ilustração pg. 3 e 35 Christiano Pozzer
Apoio:
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Parceria:
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Programação sujeita a alterações.
passeio ciclístico Data: 17 de maio de 2013 – domingo Horário: 10h Percurso: UFRGS (Rádio da Universidade) /Mauá/Edvaldo Pereira Paiva/ Padre Cacique/Praia de Belas/Faculdade de Educação da UFRGS Modalidade: Livre Inscrições (os primeiros 300 inscritos ganham uma camiseta do evento): até 14/05/2015, das 9h às 17h30min, Secretaria da PRAE - Rua Paulo Gama nº 110 - Prédio 12105 - Ex. Prédio da Filosofia - Anexo III da Reitoria. Porto Alegre
Universidade Federal do Rio Grande do Sul Pró-Reitoria de Extensão Departamento de Difusão Cultural Mezanino do Salão de Atos UFRGS Av. Paulo Gama, 110 Porto Alegre – RS (51) 3308.3034 e 3308.3933 difusaocultural@ufrgs.br www.difusaocultural.ufrgs.br
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