Agenda Cultural DDC Novembro/Dezembro

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AGENDA C U LT U R A L

Novembro Dezembro 2014


O fa z er cultural e art í s t i co na U F R G S E x p er i ê nc i a e s ent i do . A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa não o que acontece, ou o que toca. Jorge Larrosa

Todo o trabalho é resultado de um processo muito amplo de interações no qual pessoas se engajam e concretizam ideias, projetos e sonhos. Cada ação, cada ideia tem um grande número de influências e aportes; todo o processo envolve autorias e a criação é resultado de um conjunto de atores incalculável. Criar, ordenar e apresentar esta cadeia produtiva do fazer cultural é um desafio, pois o conjunto de pessoas que se envolveu e fez acontecer às comemorações dos 80 anos da UFRGS é surpreendente e pode-se dizer imensurável. Correria o erro de esquecer algum setor, algum ator, algum parceiro. Obrigada a todos que deram sentido a cada ação, através dos movimentos criados para a construção desta grande agenda das comemorações dos 80 anos. Para o espectador, sujeito ativo deste fazer, o nosso agradecimento ao receber o produto final desta criação, compartilhando os acontecimentos, vivendo instantaneamente a programação lançada, e criando em seu dia a dia um momento de parada para sentir, escutar, olhar e compartilhar sua experiência, possibilitando o transbordamento dos projetos a milhares de pessoas, ultrapassando os muros da Universidade, da cidade de Porto Alegre e do Brasil.

Claudia Boettcher Diretora do Departamento de Difusão Cultural

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CONFERÊNCIA COM ANTOINE DE BAECQUE No dia 08 de novembro, sábado, às 19h, teremos conferência com Antoine de Baecque na Sala Redenção – Cinema Universitário, por meio de uma parceria entre UFRGS, Aliança Francesa de Porto Alegre e Embaixada da França de São Paulo. Ele vem a Porto Alegre especialmente para homenagear o diretor francês François Truffaut no ano que se completam 30 anos de sua morte, na programação especial dos 80 anos da UFRGS. Historiador e crítico de cinema, principalmente nos Cahiers du cinéma, no qual foi redator-chefe (1997-1999), e depois no Libération, onde dirigiu as páginas culturais (2001-2006), Antoine de Baecque se interessa particularmente pela Nouvelle Vague. Depois de uma Histoire des Cahiers du cinema, em dois volumes, ele publica com Serge Toubiana, uma biografia do François Truffaut ( 1996, Gallimard) e, em 1998, um ensaio da história cultural, La Nouvelle Vague, portrait d’une jeunesse – a Nouvelle Vague, Retrato de uma juventude - (Flammarion). Publica também, em 2003, um estudo histórico: La Cinéphilie (Fayard); em 2008, uma síntese: L’Histoire-caméra (Gallimard) ; duas outras biografias: Godard (Grasset, 2010) e Eric Rohmer (com Noël Herpe, Stock, 2014). O longa-metragem documental que escreveu (realizado por Emmanuel Laurent), Deux de la vague, que conta a amizade entre Truffaut e Godard, estreou no Brasil, assim como a tradução de Cinéfila, Invenção de um olhar, história de uma cultura (Cosac Naify, 2010). De Baecque consagrou também estudos e ensaios a Tim Burton, Manoel de Oliveira, Andreï Tarkovski, Maurice Pialat e a Jean Eustache. Antoine de Baecque é professor de História e Estética do cinema na Ecole Normale Supérieur em em Paris.

Conferência com Antoine de Baecque Data: 08 de novembro - sábado – 19 horas Local: Sala Redenção – Cinema Universitário Evento com tradução simultânea

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Antoine de Baecque © DR

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Fran ç o i s tru f faut: o h o m e m que a m ava o c i ne m a Durante oito meses, com uma programação bastante especial, acompanhamos pela exibição dos filmes e pelas críticas de François Truffaut uma grande parte da história do cinema mundial. Em 1975, o já realizador escreve um texto intitulado Com o que sonham os críticos? Para fechar a programação, com a Mostra François Truffaut: o homem que amava o cinema, apresentamos os principais pontos deste texto, já que nele o diretor discorre sobre o tema de diversas formas. Truffaut comenta que sempre perguntaram a ele em que momento de sua cinefilia ele havia desejado tornar-se diretor ou crítico – resposta para a qual ele nunca teve, já que a única coisa que sabia era que sempre quis se aproximar cada vez mais do cinema. Ao mesmo tempo ele discorre sobre certa forma de organização desse desejo. Para ele, um primeiro estágio constitui-se em ver muitos filmes; um segundo de anotar o nome do diretor ao sair do cinema; e um terceiro em rever frequentemente os filmes para poder determinar sua escolha por certos diretores. Essa prática sendo a inicial, de um adolescente que descobre o cinema. O realizador lembra que seu primeiro artigo publicado, em 1950, no Boletim do Cineclube do Quartier Latin, foi sobre A regra do Jogo (1939), de Jean Renoir. Havia sido encontrada uma versão integral acrescida de 14 cenas ou planos que nunca tinham sido vistos. Truffaut enumerou minunciosamente as diferenças entre as duas versões. Para ele foi este artigo que fez com que André Bazin o convidasse a ajudá-lo na coleta de material sobre o livro que escrevia sobre Jean Renoir. Para o realizador, o encorajamento de André Bazin para fazê-lo escrever, a partir de 1953, foi um grande favor, pois “a necessidade de analisar o próprio prazer e descrevê-lo, se não nos faz passar do amadorismo ao profissionalismo em um passe de mágica, nos leva ao concreto e, portanto, nos situa em alguma parte, esse lugar mal definido no qual o crítico está situado” (p. 15-16). Segundo Truffaut, em momentos como esse corre o risco de perder o entusiasmo, mas que felizmente não foi o caso dele, que ainda lembra-se de um texto escrito sobre Cidadão Kane (1941), no qual afirma como um mesmo filme é visto de maneira diferente quando se é cinéfilo, jornalista ou cineasta.

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Uma de suas indagações: “Fui um bom crítico?” O realizador não nos dá exatamente uma resposta a essa questão, mas afirma que “sempre esteve ao lado dos vaiados contra os apupadores” e que seu prazer geralmente começava onde o de seus confrades parava: “nas mudanças de tom de Renoir, nos excessos Orson Welles, nas negligências de Pagnol ou Guitry, nos anacronismos de Cocteau, na nudez de Bresson” (p. 16). Truffaut afirma que quando era crítico, achava que para ser bem-sucedido o filme precisava expressar “simultaneamente uma visão de mundo e uma visão de cinema” (p. 17). Para ele, A Regra do Jogo ou Cidadão Kane correspondiam bem a essa definição. Ao que o leva a afirmar: “Hoje, peço de um filme que expresse ou satisfação de fazer cinema ou a angústia de fazer cinema e me desinteresso por tudo que fica no meio, ou seja, por todos os filmes que não vibram” (p. 17). E é a partir dessa afirmação que ele admite a ideia de que acha muito mais difícil ser crítico hoje (no caso, em 1975) que em sua época, já que na condição de jovem, foi aprendendo a escrever escrevendo, funcionando mais por instinto que baseado em uma cultura real, e que talvez hoje nem conseguisse mais publicar seus primeiros artigos. “Hoje André Bazin não poderia mais escrever ‘todos os filmes nascem livres e iguais’, pois a produção de filmes, à semelhança da edição de livros, diversificou-se completamente e é quase especializada” (p. 17). Isso porque durante a guerra todos dirigiam-se a um mesmo público, algo que não acontece mais, pois poucos filmes são concebidos para o “grande” público. Segundo o realizador, na época em que ele foi crítico, os filmes geralmente eram mais vivos, porém menos ‘inteligentes’ e ‘pessoais’ que os de hoje. Ao que afirma: “Coloquei essas duas palavras entre aspas porque, para ser exato, diria que não faltavam diretores inteligentes mas eles eram levados a mascarar sua personalidade a fim de preservar a universalidade dos filmes que realizavam. A inteligência permanecia atrás da câmera, mas não procurava tornar-se evidente na tela (p. 18).


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Para Truffaut, como a produção mundial de filmes não para de se diversificar, a crítica tende a especializar-se, isto é, um certo crítico só entende e analisa bem filmes políticos; outros filmes literários, outros ainda filmes marginais. Quanto à qualidade dos filmes, segundo ele, também progrediu, mas muitas vezes menos rapidamente que o nível de sua ambição, o que pode ocasionar um grande desvio entre as intenções de um filme e a sua execução. Ao que o leva a afirmar: “Se o crítico é sensível somente às intenções, colocará o filme nas nuvens, se tem consciência da forma e é exigente quanto à execução, criticará o filme na proporção da ambição, que chamará então, de pretensão” (p. 19). Para ele, portanto, antigamente era muito mais fácil obter uma unanimidade da crítica e público em torno de um filme. Ao que resume: “Em suma, a função do crítico hoje é bem mais delicada e francamente, não estou contrariado por ter passado para o outro lado da trincheira, para entre os que são julgados. Mas, o que é um crítico?” (p. 19). Truffaut afirma que em Hollywood ouve-se muito a fórmula de que cada um tem duas profissões, a sua e a de crítico de cinema. Segundo ele, qualquer pessoa pode tornar-se crítico de cinema e não se exige nem um décimo do conhecimento que se exige de um crítico literário, de música ou de arte, por exemplo. ”Um diretor de hoje deve aceitar o fato de que o seu trabalho será eventualmente julgado por alguém que talvez nunca tenha assistido a um filme de Murnau” (p. 20). Para ele, ao contrário do americano, “o crítico francês se quer um justiceiro; como Deus ou como Zorro, se for laico, rebaixará o poderoso e elevará o fraco.” (p. 20). Para o realizador há em primeiro lugar o fenômeno bem europeu da desconfiança diante do sucesso, “mas é preciso também levar em conta que o crítico francês, sempre preocupado em justificar sua função – e primeiramente para si mesmo – sente um imenso desejo de ser útil; às vezes consegue” (p. 20), afirma, com certa ironia. Para Truffaut, depois da Nouvelle Vague e de sua expansão, os bons filmes deixaram de chegar apenas de cinco ou seis países para provirem de todas as partes do mundo “e o crítico tem que lutar para conseguir uma melhor difusão de todos os filmes que são realizados” (p. 20). Segundo Truffaut, esse .

crítico francês contestador, que investe contra os moinhos de vento do circuito Gaumont, “esse eterno resmungão, esse desmancha prazeres, eu o conheço bem e com bons motivos: entre 1954 e 1958 ele era eu, em todo caso eu era um deles, sempre pronto a defender a viúva Dovjenko e o órfão Bresson” (p. 21). Truffaut afirma que o crítico americano geralmente sai de uma faculdade de jornalismo e é visivelmente mais profissional que o francês, e a prova disso é a forma metódica como faz uma entrevista; o crítico americano, devido à enorme difusão de jornais em seu país, é bem pago, e este é um ponto importante que destaca. Dessa forma, “ele não sofre a tentação de repudiar uma superprodução como O Poderoso Chefão (The godfather) nem de identificar-se automaticamente com um autor marginal que luta contra o desdém das grandes companhias de Hollywood” (p. 22). Já na França, segundo ele, “tornou-se rotineiro ver o diretor assistir à projeção de seu filme para a imprensa e postar-se imperturbavelmente à porta de saída após a palavra fim. Tais procedimentos seriam impensáveis em Nova York, sob pena de criarem escândalo” (p. 22). Outra questão que ele ressalta é que nenhum artista consegue aceitar de fato a função de crítico. “Em um primeiro momento ele evita pensar no fato, provavelmente porque a crítica é ao mesmo tempo mais útil e mais indulgente para com os iniciantes. Depois, com o tempo, artistas e críticos consolidam-se em seus respectivos papéis, são às vezes levados a se conhecerem pessoalmente e logo se encaram, senão como adversários – em todo o caso, essa imagem simplista se impõe –, como cão e gato” (p. 23). Para ele o artista recusa-se secretamente a admitir que a crítica tenha um papel a cumprir. Ao que ele se indaga se a única pergunta possível de formular a todos os que se revoltam contra as críticas desfavoráveis é a seguinte: “Você preferiria arriscar-se a ver a crítica jamais falar em você, e o seu trabalho nunca ser tema de uma linha impressa, sim ou não?” (p. 25). Para Truffaut, não se deve exigir demais da crítica, sobretudo que ela funcione como uma ciência exata. “Uma vez que a arte não é científica, por que a crítica deveria sê-lo?” (p. 25). Para ele a única crítica que deve ser feita a alguns críticos é raramente falarem de cinema.

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Segundo o realizador, um artista sempre pensa que a crítica está contra ele “e sobretudo que esteve contra ele” – porque sua memória seletiva favorece seu complexo de perseguição. Com isso Truffaut quer ressaltar outra questão importante que o artista deve levar em conta: a reputação. Para ele, não se deve confundir a crítica recebida por um filme no momento de seu lançamento com a sua reputação através dos anos. E ele cita o exemplo de Orson Welles, que com exceção de Cidadão Kane, todos os outros filmes foram criticados no momento do lançamento, mas que a reputação de Welles “é, em última análise, considerável” (p. 26). O mesmo se deu com Bergman ou com Buñuel, por exemplo. E para defender a crítica, Truffaut completa sua defesa lembrando que elogios em excesso, “vindo de todos os lados, são muito mais capazes de esterilizar um artista [...].” (p. 27). Para Truffaut, um artista duvida de si mesmo até a morte, mesmo que seus contemporâneos o cubram de louvores. “A verdade é que ficamos tão vulneráveis no momento de divulgar o resultado de um trabalho, que precisaríamos ter nervos de aço para receber imperturbavelmente uma chuva de críticas negativas, mesmo que em dois ou três anos o distanciamento nos aproxime de seu veredito e nos conscientize do fato de termos desandado a maionese. Utilizei a palavra maionese com a intenção de servir-me dela. Quando tinha vinte anos, censurava André Bazin por considerar os filmes como maionese que desandavam ou não” (p. 27). “Você não está vendo que todos os filmes de Hawks são bons e todos os de Huston são ruins?” (p. 27), dizia a Bazin. Truffaut lembra que essa é a essência da política dos autores, editado pelos Cahiers du Cinéma, esquecida na França na época, mas debatida por Movies’s fans nos jornais americanos. O realizador ressalta que na época muito hawkisianos e hustonianos tornaram-se diretores de cinema. “Não sei o que uns e outros pensam de La politique des auteurs mas tenho certeza que todos nós acabamos adotando a política de Bazin sobre a maionese, pois a prática do cinema nos ensinou um certo número de coisas” (p. 28). Entre as coisas que ele destaca como aprendizados: sofre-se tanto para realizar um mau ou um bom filme; aquele que é o mais sinceros dos filmes pode parecer uma mistifi-

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cação; O filme feito com o maior descaso pode dar a volta ao mundo; um filme idiota, mas enérgico pode ser melhor cinema do que um filme inteligente e frouxo; o resultado é raramente proporcional ao esforço despendido. O sucesso na tela não será obrigatoriamente o resultado do bom funcionamento do cérebro, mas sim da harmonia entre elementos dos quais nem se tinha consciência. “A feliz fusão do tema escolhido com nossa consciência profunda, a imprevisível coincidência entre nossas preocupações naquele momento de nossa vida e as do público naquele momento da atualidade” (p.28). Segundo Truffaut, acha-se que um dos papéis da crítica seria a de desempenhar o papel de intermediário entre o artista e o público; segundo ele, isso às vezes acontece; ou que a crítica deve desempenhar um papel complementar, o que também acontece; Na maior parte, porém, o papel da crítica fica deslocado e é apenas um entre outros elementos. Para o realizador, a vontade das pessoas em ver um filme é mais forte que o poder da incitação da crítica. Ele cita o exemplo de três filmes aclamados pela crítica e recusados pelo grande público. Noite e Neblina (1955), de Alain Resnais, Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos e Johnny vai à guerra (1971), de Dalton Trumbo. Para ele, tais exemplos de recusa podem sugerir duas interpretações: ou o cineasta está enganado quando pensa que seu inimigo é o produtor, o dono do cinema ou o crítico, mas o verdadeiro inimigo do filme seria o público, “cuja a passividade é difícil de vencer”; ou na própria concepção de espetáculo está contida a promessa de prazer, uma ideia de exaltação que contradiz o movimento da vida, ou seja, o declínio, a degradação, o envelhecimento, a morte. Ao que Truffaut resume: “o espetáculo é uma coisa que sobe, a vida uma coisa que desce e, se aceitarmos esta visão das coisas poderemos dizer que, ao contrário do jornalismo, o espetáculo cumpre uma missão de mentira mas que os maiores homens de espetáculo são os que conseguem evitar a mentira, fazendo o público aceitar suas verdades sem contrariar a lei ascendente do espetáculo. Estes impõem sua verdade mas também sua loucura, pois não podemos esquecer que um artista deve impor sua loucura particular a plateias menos loucas que ele, ou de loucura diversificada” (p. 29).


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A Sala Redenção – Cinema universitário oferece ao público uma oportunidade ímpar em sua programação de novembro: conhecer a obra cinematográfica de François Truffaut quase que por completo. Esta é forma que escolhemos para prestar nossa homenagem ao cineasta, no ano que se completam 30 anos de sua morte. Truffaut descobriu primeiro a literatura; o cinema veio logo depois – e o arrebatou. Eis as duas grandes referências para o cineasta, que foi um dos precursores do movimento francês da Nouvelle Vague. Suas influências são as mais díspares possíveis: leitor tanto de Balzac como de autores pouco conhecidos que descobria pelas livrarias de Paris e, ainda, de romances policias americanos; admirador tanto de Jean Renoir e Rossellini como do cinema americano de Welles a Hitchcock. Tudo serve de matéria-prima para seus filmes. Começou na escrita crítica de artigo, sobretudo pelo Cahiers du cinéma, questionou a forma de se fazer cinema, foi um dos defensores da polêmica “política dos autores”, escreveu roteiros, adaptou livremente seus romances prediletos, dirigiu seus filmes, atuando ainda em alguns. Truffaut realizou 24 filmes: 21 longas e três curtas-metragens. Grande parte da crítica afirma que muitos deles são autobiográficos, mas a pergunta que se faz é se o diretor, ao incorporar vários fragmentos autobiográficos em seus filmes, não estaria, na verdade, na construção de uma autoficção. Talvez esta seja uma das chaves para se pensar criticamente a obra de Truffaut. Entre livros e filmes, ele cria sua obra e reinventa sua vida. Ou melhor, em uma obra cinematográfica, cheia de referências literárias e autobiográficas, Truffaut construiria, na verdade, a sua ficção. Ele mesmo chegou a afirmar que sua vida estava mais no cinema do que fora dele. Esta afirmação não é uma simples frase de efeito. Desde muito cedo Truffaut passa a maior parte de seu tempo entre a leitura de livros e a salas de cinema. Até porque sua geração é órfã e herdeira legítima do mundo do pós-guerra europeu, e a sala de cinema era uma espécie de bunker, no qual Truffaut se refugiava, alimentando-se de imagens e memórias cinematográficas de todos os tipos. Refúgio também de uma relação familiar complicada que marcará profundamente sua visão do amor, da infância e do mundo adulto.

Não é por acaso que em seus filmes o amor é, na maioria das vezes, passional e trágico, o tempo da infância e do mundo adulto é sempre outro – quase sempre do desencontro. Oferecemos ao público da Sala Redenção a oportunidade de assistir a todos os longas-metragens – todos comentados – e a dois de seus curtas. Um sonho para quem estuda e ama o cinema. Lição esta que aprendemos com Truffaut.

Tânia Cardoso de Cardoso Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário.

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Após perder a esposa, o célebre pianista Edouard Saroyan abandona a carreira e passa a tocar em um bar, onde acaba reencontrando um de seus irmãos, que está envolvido com a máfia.

Os incompreendidos os pivetes

03 de novembro – 2ª feira – 16 h 28 de novembro – 6ª feira – 19 h (Les mistons, França, 1957, 18 min) Dir. François Truffaut Os pivestes são cinco rapazes que espiam dois amantes, Gerard e Bernardette, seguindo-os por todo o lado. +

03 de novembro – 2ª feira – 19 h 04 de novembro – 3ª feira – 16 h (Les Quatre Cents Coups, França, 1959, 93 min) Dir. François Truffaut O filme narra a história do jovem parisiense Antoine Doinel, um garoto de 14 anos que se rebela contra o autoritarismo na escola e o desprezo dos pais Gilberte e Julien Doinel. Rejeitado, Doinel passa a faltar às aulas para frequentar cinemas ou brincar com os amigos, principalmente com René. Comentador: Fernando Mascarello é doutor em cinema pela USP, professor do curso de Realização Audiovisual da Unisinos e organizador dos livros História do Cinema Mundial (7a. ed.) e Cinema Mundial Contemporaneo (2a ed.)

Antoine e Colette (Antoine et Colette, França, 1962, 32 min) Dir. François Truffaut Antoine Doinel já está crescido, mora sozinho e trabalha em uma gravadora. Sua paixão pela música o apresenta à jovem Colette, por quem de imediato se vê apaixonado. Antoine e Colette é o segundo filme - um curta - da série de François Truffaut sobre Antoine Doinel.

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O tiro no pianista 04 de novembro – 3ª feira – 19 h 05 de novembro – 4ª-feira – 16 h (Tirez Sur le Pianiste, França, 1960, 78 min) Dir. François Truffaut

Comentador: Giovani Borba é publicitário e um dos realizadores da sessão Plataforma.

Um só pecado

05 de novembro – 4ª feira – 19 h 06 de novembro – 5ª feira – 16 h (La Peau douce, França, 1964, 113 min) Dir. François Truffaut Pierre Lachenay, um famoso escritor e palestrante, é casado com Franca e pai de uma menina de 10 anos, Sabine. Numa viagem a Portugal, ele conhece a aeromoça Nicole, com quem irá iniciar um caso amoroso. Comentadora: Gabriela Wondracek Linck é pesquisadora, curadora e crítica de cinema. Mestre em Teoria e Crítica Cinematográfica pela ECA-USP e coordenadora da Federação Alemã da CAMIRA. Recentemente foi curadora da Mostra Nouvelle Vague Tcheca (CCBB) e membro do Júri no I Fronteira - Festival Internacional de Filme Documentário e Experimental.


c i ne m a Em um Estado totalitário no futuro, os bombeiros têm como função principal queimar qualquer tipo de material impresso, pois foi convencionado que literatura é uma propagadora da infelicidade.

Jules e Jim – uma mulher para dois

06 de novembro – 5ª feira – 19 h 07 de novembro – 6ª feira – 16 h (Jules et Jim, França, 1962, 105 min) Dir. François Truffaut Na virada para o século XX, Jules e Jim são dois amigos que se apaixonam pela mesma mulher, Catherine Comentadores: Eduardo Portanova Barros é jornalista, mestre em Ciências da Comunicação pela USP, na área de Cinema, doutor em Comunicação Social pela PUCRS, pós-doutor pela Sorbonne (Université de Paris V), pós-doutor pela Unisinos, em Ciências Sociais. É autor do livro Truffaut, o homem que amava o cinema (Canoas: Ed. da Ulbra, 2013). Jorge Ricardo da Silva é administrador de empresas, cinéfilo e integrante do blog Filmes & Livros.

Fahrenheit 451 07 de novembro – 6ª feira – 19 h 10 de novembro – 2ª feira – 16 h (Fahrenheit 451, França, 1966, 112 min) Dir. François Truffaut

Comentador: Marcus Mello é crítico de cinema, editor da revista Teorema; Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre; Mestre em Literatura Brasileira pela UFRGS.

Beijos proibidos

10 de novembro – 2ª feira – 19 h 11 de novembro – 3ª feira – 16 h (Baisers Volés, França, 1968, 90 min) Dir. François Truffaut Terceiro capítulo da série Antoine Doinel, o alter-ego do diretor François Truffaut. Neste episódio, Doinel (Jean-Pierre Leaud) é afastado do exército por insubordinação. Ele arruma um emprego de vigia noturno num hotel e, depois, de investigador particular. Enquanto isso, Antoine apaixona-se pela charmosa Sra. Fabienne Tabard (Delphine Seyrig)

Domicílio conjugal

11 de novembro – 3ª feira – 19 h 12 de novembro – 4ª feira – 16 h (Domicile conjugal, França, 1970, 100 min) Dir. François Truffaut Antoine Doinel está casado com a sensata Christine Darbon. Enquanto ela dá aulas de violino, ele ainda em busca de um emprego fixo. A rotina do casal é alterada com a gravidez de Christine e um caso extraconjugal de Antoine. Comentador: Rogério Felipe Teixeira é psicólogo (PUC Minas), mestre em Psicologia Social (UERJ), professor universitário, com interesse em pesquisas relacionadas ao uso de novas tecnologias informacionais de comunicação e seus desdobramentos nos processos de subjetivação, sob os balizamentos conceituais da Análise Institucional e da Esquizoanálise.

Comentadora: Anelise Angeli De Carli é jornalista e mestranda em Comunicação pela UFRGS. Produziu o curso de extensão CineF Novos Cinemas, na mesma universidade, sobre as Nouvelles Vagues do cinema, incluindo a Francesa. Escreveu para o livro Nouvelle Vague Tcheca: O outro lado da Europa.

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CINEMA

Louis Mahe (Jean-Paul Belmondo) é um empresário bem-sucedido, residente na Ilha de Reunião, próximo a Madagascar, África. Após um longo período trocando cartas com uma pretendente à esposa, ele está prestes a buscá-la nas docas, onde acaba de chegar em seu navio, o transatlântico Mississipi.

A noiva estava de preto 12 de novembro – 4ª feira – 19 h 13 de novembro – 5ª feira – 16 h (La Mariée Était en Noir, França, 1968, 107 min) Dir. François Truffaut Ao investigar um assassinato, Ramon Miguel Vargas, um chefe de polícia mexicano em lua-de-mel em uma pequena cidade da fronteira dos Estados Unidos com o México, entra em choque com um corrupto detetive americano que utiliza qualquer meio para deter o poder. Comentadora: Gabriela Wondracek Linck é pesquisadora, curadora e crítica de cinema. Mestre em Teoria e Crítica Cinematográfica pela ECA-USP e coordenadora da Federação Alemã da CAMIRA. Recentemente foi curadora da Mostra Nouvelle Vague Tcheca (CCBB) e membro do Júri no I Fronteira - Festival Internacional de Filme Documentário e Experimental.

A sereia do Mississipi

13 de novembro – 5ª feira – 19 h 14 de novembro – 6ª feira – 16 h (La Sirène du Mississippi, França, 1969, 123 min) Dir. François Truffaut

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Comentadora: Natalia Pietra Méndez é professora do Departamento de História/UFRGS e do PROFHISTÓRIA, Mestrado Profissional em Ensino de História da UFRGS.

o garoto selvagem 14 de novembro – 6ª feira – 19 h 15 de novembro – sábado – 16 h (L’enfant sauvage, França, 1970, 83 min) Baseado no livro de Jean Itard, a história narra o drama de um garoto do final do século XVIII que supostamente nunca teve contato com a sociedade. Ele é resgatado com cerca de doze anos de idade e passa a ser objeto de estudo de um professor ávido pelo conhecimento da condição humana. O filme baseia-se em fatos reais. Comentador: Marcelo Pizarro Noronha é sociólogo e vice-líder do grupo de pesquisa Jornalismo Esportivo pela UFRGS. Pesquisador do NEHME, pós-doutor em Antropologia Social, pós-doutorando em Ciências do Movimento Humano, ambos pela UFRGS. É doutor em Ciências Sociais pela UNISINOS.

Uma Jovem Tão Bela Como Eu 15 de novembro – sábado – 19 h 17 de novembro – 2ª feira – 16 h (Une Belle Fille Comme Moi, França, 1972, 98 min) Dir. François Truffaut Stanislas Previne (André Dussollier) é um jovem sociólogo, que prepara uma tese a respeito de mulheres criminosas. Na prisão, ele entrevista Camille Bliss (Bernadette Lafont). Ela é acusada de ter assassinado seu amante Arthur (Charles Denner) e seu marido Clovis (Philippe Léotard). Comentador: André Kleinert é Diretor de programação do Clube de Cinema de Porto Alegre, coautor da Enciclopédia dos Quadrinhos (L&PM, 2011), criador e editor do blog Antidicas de cinema (www.antidicasdecinema.blogspot.com), membro do júri oficial do FANTASPOA e colaborador do Zinematógrafo.


CINEMA

Comentadora: Gabriela Silva é doutora em Teoria da Literatura pela PUCRS. É professora de escrita criativa e literatura ocidental. É organizadora da Feira Além da Feira e colaboradora do Jornal Rascunho e de outros sites de literatura.

Duas inglesas e o amor 17 de novembro – 2ª feira – 19 h 18 de novembro – 3ª feira – 16 h (Les Deux Anglaises et le Continent, França, 1971, 132 min) Dir. François Truffaut No princípio do Século XX, em Paris, Claude Roc, um jovem francês de classe média, torna-se amigo da inglesa Ann Brown. Ela o convida a passar alguns dias na sua casa, junto com a mãe e a irmã, Muriel. Comentador: Leonardo Bomfim é pesquisador de cinema e programador da Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro. Edita o Zinematógrafo e a Revista Aurora

A história de Adèle H 18 de novembro – 3ª feira – 19 h 19 de novembro – 4ª feira – 16 h (L’Histoire d’Adèle H., França, 1975, 94 min) Dir. François Truffaut Adele Hugo, filha do grande escritor e estadista francês Victor Hugo, foge da família para Halifax, no leste canadense, em busca de seu antigo noivo, agora tenente do exército. Porém, este nada mais quer saber de Adèle. História sobre a obsessão do amor, retirada dos diários de Adèle Hugo.

NA IDADE DA INOCÊNCIA

A Noite Americana 19 de novembro – 4ª feira – 19 h 20 de novembro – 5ª feira – 16 h 29 de novembro – sábado – 16h (La Nuit américaine, França/Itália, 1973, 115 min) Dir. François Truffaut Um dos filmes que melhor representa as loucuras que se passam em um set de filmagem. Um ator que fica deprimido porque sua noiva sai com um dublê, uma atriz que se entregou às bebidas e não consegue lembrar suas falas e muitas outras confusões que o diretor deve fazer de tudo para contornar, até gravarem uma das cenas mais importantes do filme: a que o dia deve ser transformado em noite artificialmente.

20 de novembro – 5ª feira – 19 h 21 de novembro – 6ª feira – 16 h (L’Argent de Poche, França, 1976, 102 min) Dir. François Truffaut O filme acompanha os eventos de diversas crianças durante o verão de 1976 na França e suas frustrações, problemas e às vezes a apressada passagem para a adolescência. Comentadora: Tainara Fraga é graduanda em Realização Audiovisual pela Unisinos e participou de diversas produções universitárias como diretora de Arte e de Fotografia. Além da atuação como cofundadora do cineclube Cinedrome, dirigiu, em 2013, o documentário Do amor e das Palavras.

Comentador: Luís Edegar Costa é professor de História e Teoria da Arte do IA-UFRGS, doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e atualmente coordena o projeto História e Cinema: Heterotopias.

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CINEMA

O Homem que Amava as Mulheres 21 de novembro – 6ª feira – 19 h 22 de novembro – sábado – 16 h 29 de novembro – sábado – 19h (L’Homme Qui Aimait les Femmes, França, 1977, 118 min) Dir. François Truffaut Natal de 70. Há apenas algumas mulheres para acompanhar Bertrand Morane à sua última morada. Antes de sua morte, escreveu uma biografia, Lê Cavaleur, onde narra uma vida inteiramente consagrada às mulheres. Comentadores: Milton do Prado é montador, professor e coordenador do curso de Realização Audiovisual da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), e sócio da produtora Rainer Cine. Tânia Cardoso de Cardoso é graduada em Letras pela UFRGS, mestra e doutora em Literatura, também pela UFRGS, especialista em Cinema pela Unisinos e coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário.

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O Quarto Verde

22 de novembro – sábado – 19 h 24 de novembro – 2ª feira – 16 h (Le Chambre Verte, França, 1978, 94 min) Dir. François Truffaut Em honra da esposa falecida, Julien Davenne (Truffaut) dedica-lhe uma sala inteira da casa, fazendo como um santuário para ela pondo ali todos os objetos que lhe trazem recordações da amada. Mesmo assim, essa homenagem, unida à culpa por ter sobrevivido à 1ª Guerra Mundial enquanto outros pereceram, leva-o a um estado emocional sombrio, do qual Julien não consegue conseguir sair, isto é, até conhecer Cecilia (Nathalie Baye), uma viúva que se apaixona por ele. Comentador: Cesar Almeida é escritor, tradutor e editor. Autor de Cemitério Perdido dos Filmes B, que agora ganha relançamento, compilando 130 resenhas de sua autoria. Também organizou Cemitério Perdido dos Filmes B: Exploitation!, e publicou diversos artigos sobre cinema.

Amor em fuga

24 de novembro – 2ª feira – 19 h 25 de novembro – 3ª feira – 16 h (L’Amour en fuite, França, 1979, 95 min) Dir. François Truffaut Aos 35 anos, Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) continua o mesmo adolescente de sempre. Divorcia-se de sua mulher Christine (Claude Jade) e começa a rever diversos personagens que marcaram sua vida. Comentador: Flávio Guirland é editor da revista Teorema - Crítica de Cinema, na qual escreve e publica regularmente. É Mestre em Multimeios pela UNICAMP, e realizou alguns filmes de curta-metragem, como João (2003) e Odeon (2007).


CINEMA

O Último Metrô

25 de novembro – 3ª feira – 19 h 26 de novembro – 4ª feira – 16 h (Le Dernier métro, França, 1980, 127 min) Dir. François Truffaut Paris, 1942. Durante a guerra, o Theatre Montmartre é a principal casa de espetáculos dos franceses, naqueles difíceis tempos de guerra. O teatro é dirigido por Lucas Steiner (Heinz Bennent), um bem-sucedido empresário judeu, que supostamente encontra-se fora do País. Na ausência de Lucas, sua esposa Marion (Catherine Deneuve), dirige o teatro. Fatimarlei Lunardelli é jornalista e doutora em Cinema pela USP. Autora dos livros Ô Psit! O Cinema Popular dos Trapalhões (Artes e Ofícios, 1996), Quando Éramos Jovens: História do Clube de Cinema de Porto Alegre (Editora da UFRGS/SMC, 2000) e A Crítica de Cinema em Porto Alegre na Década de 1960 (Editora da UFRGS/SMC, 2008). Produz e apresenta o programa Filmes e Trilhas na Rádio da Universidade.

A Mulher do Lado

26 de novembro – 4ª feira – 19 h 27 de novembro – 5ª feira – 16 h (Le femme d’àcôté, França, 1981, 101 min) Dir. François Truffaut Bernard e Mathilde conheceram-se há sete anos, amaram-se loucamente e separaram-se violentamente. O destino vai fazer com que eles se encontrem novamente quando Mathilde, casada com Philippe, vem instalar-se na casa vizinha daquela onde vivem Bernard e sua mulher Arlette. Comentadora: Tânia Cardoso de Cardoso é graduada em Letras pela UFRGS, mestra e doutora em Literatura, também pela UFRGS, especialista em Cinema pela Unisinos e coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário.

De Repente, Num Domingo

27 de novembro – 5ª feira – 19 h 28 de novembro – 6ª feira – 16 h (Vivement Dimanche!, França, 1983, 111 min) Dir. François Truffaut Em Paris, Julien Vercel (Jean-Louis Trintignant) trabalha como agente imobiliário. Apesar de ser enfadonho e não lhe acontecer problemas, sua vida sofre uma mudança brusca quando Claude Massoulier é assassinado com um tiro de espingarda. Acontece que a vítima era amante de Marie-Christine Vercel (Caroline Sihol), a mulher de Julien, e quando ela é também morta ele se torna o principal suspeito de ambas as mortes. Ironicamente, Barbara Becker (Fanny Ardant), que era sua secretária e tinha sido despedida, passa a ser a única pessoa que realmente crê na inocência de Julien. Comentadora: Jessica Bandeira é bacharela em Letras pela UFRGS. Atualmente é tradutora e professora de francês. O amor ao cinema a levou à tradução dos Cahiers du Cinéma durante seu estágio e de lá para cá, o fascínio pelos filmes e seu mundo tão peculiar cresce cada dia mais.

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c i ne m a

Parce i ro s da s ala reden ç ã o Ciclo de Cinema, História e Educação: O século XXI em cena: tempos extremos O ciclo de cinema, História e Educação: século XXI em cena: tempos extremos propõe aos participantes refletir sobre alguns acontecimentos e fenômenos do século XXI através de produções cinematográficas. O historiador Eric Hobsbawm demarcou o final do século XX em 1991. Nestes quase 25 anos deste novo século XXI pensar o tempo presente constitui-se em um exercício fundamental. O filme, como um artefato cultural, é portador de discursos sobre o mundo social. O curso é um desafio para lançar um olhar crítico sobre as narrativas cinematográficas, analisando como essas narrativas constroem visões sobre este novo século XXI, enfatizando os conflitos políticos, econômicos e culturais. O ciclo é um convite ao público interessado para refletir, através dos filmes, sobre as tensões de classe, gênero, sexualidade, raça, geração, nacionalidades presentes no século XXI.

Oriente Médio em chamas: a Palestina é possível?

A Bolha 01 de novembro – sábado – 9h30min (Ha-Buah, Israel, 2006, 90 min) Dir. Eytan Fox Três jovens israelenses dividem um apartamento num bairro descolado de Tel Aviv, símbolo dessa “bolha”, apelido dado à cidade. Nesse “casulo” quase desconectado da realidade dos territórios e dos conflitos políticos que agitam o país, eles levam uma vida comum, preferindo se concentrar em suas vidas amorosas. Seu cotidiano vai se transformar com a chegada de Ashraf, um palestino por quem Noam se apaixona, depois de um incidente num posto de controle de Naplouse. Comentadores: Benito Bisso Schmidt (UFRGS) e Christian da Camino Karan (USP).

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Rússia no novo milênio: (des)consertos do socialismo real:

O Concerto 08 de novembro – sábado – 9h30min (Le concert, Romênia, França e outros, 2009, 120 min) Dir. Radu Mihaileanu Renomado maestro é demitido da Orquesta do Bolshoi e passa a trabalhar como servente. Trinta anos depois ele decide se vingar quando descobre que a orquestra vai se apresentar em Paris. Comentadores: Cesar Augusto Barcellos Guazzelli (UFRGS) e Nilza Silva (UFRGS).


CINEMA

DEZEMBRO A Sala Redenção finaliza sua programação de 2014 com algumas das incontáveis histórias da música no Brasil e no mundo. Durante as duas primeiras semanas de dezembro, serão exibidos documentários que buscam aprofundar o universo de artistas e cenários musicais do fim dos anos 60 até hoje. A relevância dos músicos? Não importa. Apesar de reunir, em sua maioria, filmes de músicos de grande sucesso tanto de crítica quanto de público, a mostra procura salientar os aspectos mais pessoais e singulares dos artistas; suas memórias, perspectivas, opiniões; relações com não-famosos e outras estrelas; frustrações do passado para a construção de carreiras de sucesso (ou não); a relação com a política e a sociedade; e, claro, sua forma mais sincera e crua de expressão: a música.

Cartola – Música para os Olhos

01 de dezembro – 2ª feira – 16h 12 de dezembro – 6ª feira – 19h (Brasil, 2006, 85 min) Dir. Lírio Ferreira, Hilton Lacerda A história de Cartola, um dos compositores mais importantes da música brasileira e também um dos expoentes mais nobres do samba.

Nessa programação, contaremos com longas como a detalhada e tocante biografia do beatle George Harrison, dirigida por Scorsese; a história do The Doors contada por Johnny Depp; a trajetória de Tom Zé, contada por ele mesmo e outros grandes artistas brasileiros; de Cartola a Bob Marley; Tupac a Foo Fighters; performances de Rolling Stones e Led Zeppelin. Documentários que prezam não apenas por uma realidade, mas pelas diversas verdades que surgem tanto das histórias como das próprias canções; universos compartilhados e absorvidos por cada indivíduo de forma sempre variável e infinita. Se duas semanas não conseguem abranger tudo que há de bom na cinegrafia da música, o que tentamos foi juntar boas histórias e estabelecer conexões entre algumas importantes vertentes musicais que influenciaram e ainda influenciam gerações. Maurício Lobo Curador da mostra

Fabricando Tom Zé

01 de dezembro – 2ª feira – 19 h 02 de dezembro – 3ª feira – 16 h (Brasil, 2006, 89 min) Dir. Décio Matos Júnior Fabricando Tom Zé é um documentário que retrata a vida e obra de um dos mais controversos Tropicalistas, cujo fio condutor é sua turnê pela Europa em 2005. O filme mistura diferentes formatos de vídeo, película e animação para mostrar uma detalhada visão do universo musical de Tom Zé, para o qual um baixo e um esmeril têm a mesma importância melódica. Em entrevistas bem intimistas, ele narra diversas fases de sua vida e conta como começou sua carreira na década de 60, o ostracismo nos anos 70 e seu ressurgimento no início anos 90.

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CINEMA

Marley

02 de dezembro – 3ª feira – 19h 03 de dezembro – 4ª feira – 16h (EUA, 2012, 144 min) Dir. Kevin Macdonald Cinebiografia do cantor jamaicano Bob Marley. Apresenta depoimentos de pessoas que conviveram com o músico, de empresários e donos de gravadora a amigos, mulher, namoradas e filhos – Marley teve 11, com sete pessoas diferentes.

Tupac: Resurrection

04 de dezembro – 5ª feira – 16h 18 de dezembro – 5ª feira – 19h (EUA, 2003, 112 min) Dir. Lauren Lazen Tupac Shakur deixou o Brooklyn para trás e partiu em busca de fama e dinheiro. Atingiu seus dois objetivos rapidamente. Atingiu também a boca do estômago da sociedade americana com seu hip-hop hora agressivo, hora político, hora contestador, mas sempre prestigiado pelos fãs. Tão rapidamente quanto ascendeu em sua carreira, Tupac saiu desse mundo ao ser assassinado, e virou quase um mártir da música, influenciando jovens em todo o mundo.

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Foo Fighters: Back and Forth

04 de dezembro – 5ª feira – 19h 05 de dezembro – 6ª feira – 16h (EUA, 2011, 147 min) Dir. James Moll Documentário sobre a história da banda, os bastidores da gravação do novo álbum, Wasting Light, e a performance exclusiva das faixas do novo material discográfico.

Buena Vista Social Club

08 de dezembro – 2ª feira – 16h (Cuba, França, EUA e outros, 1999, 110 min) Dir. Wim Wenders Em 1996, o guitarrista Ry Cooder foi Cuba gravar um cd com músicos que estavam no ostracismo. Dois anos depois, voltou ilha na companhia do cineasta Wim Wenders e de uma pequena equipe para filmar este documentário. Em seu testemunho, Wenders se isenta de comentários políticos e privilegia a riqueza da música e a sabedoria dos veteranos.

Led Zeppelin - The Song Remains the Same

05 de dezembro – 6ª feira – 19h (EUA/ Reino Unido, 1976, 137 min) Dir. . Peter Clifton, Joe MassotThe Song Remains the Same é o registro de um show da famosa banda de Rock n’ Roll e Blues Led Zeppelin. A gravação ocorreu durante três noites consecutivas no Madison Square Garden em Nova York, no ano de 1973.

When You’re Strange

08 de dezembro – 2ª feira – 19h 09 de dezembro – 3ª feira – 16h (EUA, 2009, 90 min) Dir. Tom DiCillo Em 1965, na praia de Venice, na Califórnia, Jim Morrison e Ray Manzarek, então colegas da escola de cinema da UCLA, fundaram a banda The Doors, cujo titulo ecoava o romance The Doors of Perception, do poeta William Blake. Seis anos mais tarde, os Doors já eram considerados uma das bandas mais influentes do Estados Unidos.


CINEMA

Loucuras de um Gênio

10 de dezembro – 4ª feira – 16h 18 de dezembro – 5ª feira – 16h (The Devil and Daniel Johnston, EUA, 2005, 110 min) Dir. Jeff Feuerzeig Daniel Johnston, maníaco-depressivo, genial cantor/compositor/artista é revelado neste retrato de loucura, criatividade e amor.

Gimme Shelter

11 de dezembro – 5ª feira – 19h 12 de dezembro – 6ª feira – 16h (EUA, 1970, 91 min) Dir. Albert Maysles, David Maysles Este documentário acompanha os Rolling Stones numa turnê pelos EUA em 1969. As apresentações culminaram com o concerto de Altamont, em que um jovem foi assassinado, anunciando o fim do sonho hippie de paz e amor. Em shows cheios de energia e performances únicas, a lendária banda inglesa mostra por que tinha tudo a ver com a rebeldia dos anos 60.

Anvil! The Story of Anvil

15 de dezembro – 2ª feira – 19h30 16 de dezembro – 3ª feira – 16h (EUA, 2008, 80 min) Dir. Sacha Gervasi História da banda Anvil, que apesar de influenciar diversas bandas consagradas do metal, nunca conseguiu o próprio sucesso.

À Procura de Sugar Man

End of the Century: The Story of the Ramones

11 de dezembro – 5ª feira – 16h 19 de dezembro – 6ª feira – 16h (EUA, 2003, 110 min) Dir. Jim Fields Os Ramones se tornaram um ícone do punk rock internacional graças ao estilo feroz e divertido de interpretar suas músicas. Neste documentário a banda é apresentada desde suas origens, passando pelo estrelato até o triste falecimento de dois integrantes, Joey e Dee Dee Ramone.

George Harrison: Living in the Material World

15 de dezembro – 2ª feira – 16h 19 de dezembro – 6ª feira – 19h (EUA, 2011, 208 min) Dir. Martin Scorsese O documentário abrange toda a vida de George Harrisson, desde sua infância. Ainda conta com participações de Eric Idle, Eric Clapton, Yoko Ono, Tom Petty, Terry Gilliam, Paul McCartney, Ringo Starr e outras personalidades, além de vídeos caseiros inéditos do arquivo de Harrison.

16 de dezembro – 3ª feira – 19h 17 de dezembro – 4ª feira – 16h (Searching for Sugar Man, Reino Unido, 2012, 85 min Dir. Malik Bendjelloul Apesar de unânime entre os críticos, Rodriguez foi um cantor e compositor americano cuja carreira nunca decolou. Morto por overdose no meio dos anos 1970, o cantor se tornou um fenômeno na África do Sul, onde, por um acaso do destino, uma cópia pirata de seu trabalho apareceu. Em um país dividido pelo apartheid, as músicas de Rodriguez uniam a população de um nação inteira. Esta é a saga de dois fãs sul-africanos investigando o paradeiro de Rodriguez, encontrando histórias, personagens e acontecimentos surpreendentes.

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Parce i ro s da s ala reden ç ã o CineDHebate em Direitos Humanos O objetivo do CineDHebate é propiciar uma reflexão crítica e fomentar debates abertos à comunidade universitária e à comunidade em geral sobre múltiplos temas em direitos humanos, em um diálogo com a linguagem e a mídia cinematográfica. A aproximação entre cinema e direitos humanos é uma importante forma de educação e promoção de uma cultura de direitos humanos. Coordenação de Giancarla Brunetto e curadoria de Nykolas Friedrich Von Peters Correia.

O fantasma do futuro 10 de dezembro – quarta-feira – 19 horas (Kôkaku Kidôtai, Japão, 1995, 82 min) Dir. Mamoru Oshii Baseado no mangá homônimo de Masamune Shirow, o filme nos mostra um mundo onde uma rede de inteligências constrói e se vê construída por uma vivência humana e suas singularidades orgânicas, manipulando a história humana, suas vicissitudes e os processos que possibilitam sua existência. Comentador: Bruno Dorneles (formado em Estudos Artísticos pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Portugal; licenciando em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS).

O banheiro do Papa 03 de dezembro – quarta-feira – 19 horas (El Baño del Papa, Argentina, 2007, 90 min) Dir. César Charlone e Enrique Fernández Em 1988, a cidade de Melo, na fronteira com o Uruguai, mobilizou-se para receber o papa João Paulo 2º. Incentivados pela idéia de que os fiéis do vizinho Brasil chegariam para ver Sua Santidade, os habitantes empenharam-se pessoalmente para montar pequenos negócios e faturar em cima dos visitantes. Até mesmo Beto (César Troncoso), um sacoleiro que empenha as economias da família para montar um banheiro de alvenaria na porta de casa.

História da Arte e Cinema: Heterotopias O ciclo é composto de filmes que permitem explorar temas da história da arte a partir da tela do cinema. A escolha dos filmes é orientada pelo propósito de discutir, após sua exibição, e a cada sessão, temas da história das artes visuais a partir da maneira como o cinema associa-se a eles, explorando pontos de vista e variações interpretativas, modos de ser e de fazer compreensões sobre a arte. Coordenação de Luís Edegar Costa.

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O hotel de um milhão de dólares 17 de dezembro – quarta-feira – 19 horas (The Million Dollar Hotel, EUA, Reino Unido, Alemanha, 2000, 122 min) Dir. Wim Wenders A história da morte de Izzy, morador do “Hotel de Um Milhão de Dólares” e filho de um bilionário de Los Angeles, nos é contada através dos olhos de Tom Tom, outro dos hóspedes bastante peculiares do lugar. Enquanto as circunstâncias dessa morte são investigadas, os moradores do Hotel, auxiliados por um ambicioso marchand, descobrem que podem ganhar muito dinheiro com os quadros de Izzy. Numa trama que envolve amor, morte e negócios, o filme nos apresenta questionamentos sobre o sistema das artes, seus valores simbólicos, mercantis e a inserção da produção artística em círculos de legitimação. Comentador: Diego Dias (Bacharelando em História da Arte pela UFRGS).


M Ú SI C A

VELHA GUARDA DA PORTEL A No mês de novembro, a Velha Guarda da Portela realizará um espetáculo no Parque Farroupilha para comemorar com a cidade, os 80 anos da UFRGS. Por ter em sua história a marca do pioneirismo no mundo do samba, a Velha Guarda foi convidada a celebrar com a UFRGS. Considerada um dos pilares da cultura do samba da mais pura linhagem, é responsável por um precioso roteiro de músicas dos compositores e por impulsionar o renascimento das Velhas Guardas das outras escolas. “Estamos velhos, mas ainda não morremos”, canta o Hino da Velha Guarda. O grupo original era composto por grandes nomes: Ventura, Aniceto, Alberto Lonato, Francisco Santana, Antônio Rufino dos Reis, Mijinha, Manacéa, Alvaiade, Alcides Dias Lopes, Armando Santos e Antônio Caetano. Com o passar do tempo, a formação foi mudando, integrantes idosos foram sendo substituídos, obedecendo a um valoroso critério fundamental de manutenção das suas principais características musicais. Segundo o compositor Monarco, para ingressar na Velha Guarda é preciso “ter passado”, e a escolha de novos componentes

segue a tradição até hoje: “Tem que ser portelense e ter uma história na escola para ‘vestir o fardão’”, completa Iranette Ferreira Barcelos, mais conhecida como Tia Surica. A UFRGS e Velha Guarda da Portela se unem para comemorar com todos que construíram a Universidade ontem, agora e que deixam marcas para o futuro desta instituição. Como diz Monarco “para participar da Velha Guarda é preciso ter passado”, então estamos comemorando com quem cultiva e celebra a sua história. Um bom espetáculo para todos e traga a sua cadeira de praia!

Espetáculo Velha Guarda da Portela Data: 28 de novembro* – sexta-feira 19 horas Local: Parque Farroupilha *em caso de chuva o evento será transferido para o dia 29 de novembro

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U n i m ú s i ca 2 014 s é r i e co m p o s i tore s a c i dade e a m ú s i ca Homenagem a Armando Albuquerque por Celso Loureiro Chaves e Mirna Spritzer Armando Alburquerque A música, a cidade, os poetas Um sarau com as músicas de Armando Albuquerque e os textos dos poetas modernistas rio-grandenses – Augusto Meyer, Athos Damasceno Ferreira, Ruy Cirne Lima, Theodemiro Tostes. Na música, começamos em 1926 com “Pathé-Baby” que Albuquerque considerava o seu ‘opus 1’ e vamos até 1974, com “Sonho III”, sua última obra para piano, dedicada ao seu então aluno Celso Loureiro Chaves. São quase 50 anos de música que apresentam um panorama de todos os estilos, correntes e tendências que Albuquerque percorreu na música para piano. Das peças do “estilo trepidante” dos anos 1920 à alta dramaticidade da “Evocação de Augusto Meyer”, composta sob o impacto da notícia da morte do poeta, passando pelas peças dos anos 1940, incluindo a “Tocata”, que muitas vezes Albuquerque caracterizou como “a minha obra mais alta”. Na poesia, o panorama é igualmente diverso. Iniciando com uma entrevista em forma de poesia de Theodemiro Tostes, aí está uma viagem de memória – memória sentimental de emoções que se perderam no tempo, memória sentimental de uma cidade, Porto Alegre, que desapareceu para sempre. Porto Alegre cantada – e contada – em suas paisagens, seus personagens, seus costumes. E também em suas manias e seus causos. Personagens inesquecíveis – o garçom que servia chope nos bares da rua da Ladeira, o guarda noturno que subia as ruas desertas das noites vazias – e cenas sociais pungentes: os casebres da Ilhota ou da Cidade Baixa olhando para os “altos beirais solarengos” da parte alta da cidade, os meninos de rua acomodados sobre as grades dos restaurantes no inverno. E as torres da Igreja das Dores, presença onipresente.

Faz muito tempo que a música de Armando Albuquerque não é tocada na em Porto Alegre. Faz muito tempo que a poesia dos modernistas não é ouvida em Porto Alegre. Nessa ausência mútua e injustificável, Armando Albuquerque reencontra seus interlocutores, Augusto, Athos, Ruy, Theodemiro, os “amigos daquele tempo”, como ele os chamava. É esse silêncio que será preenchido com música e palavras em “Armando Albuquerque – a música, a cidade, os poetas”, recolocando na ordem do dia a pergunta que só se responde ouvindo, tocando, lendo e recitando: por que Porto Alegre dá as costas à sua cultura, despreza tanto sua arte de tempos idos? Celso Loureiro Chaves

ARMANDO ALBUQUERQUE – A MÚSICA, A CIDADE, OS POETAS Celso Loureiro Chaves (piano) Mirna Spritzer (recitante)

ENCONTRO COM CELSO LOUREIRO CHAVES Data: 05 de novembro – quarta-feira – 16h Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

RECITAL Data: 06 de novembro – quinta-feira – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

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U n i m ú s i ca 2 014 s é r i e co m p o s i tore s a c i dade e a m ú s i ca Homenagem a Vitor Ramil por Chico César Querido João Simões Lopes Neto. Em 11 de junho de 1911 disseste o seguinte: “Por vezes, os nossos compatriotas distantes perguntam, envolvendo na indagação uma afirmativa: o Sul!... é estéril... Lá o minuano cresta a inspiração, resfria a ebulição mental, criadora... Daqui, de fugazes e ruidosos cenáculos, cujos ecos aparamos, também interrogamos, dizendo: o Norte!... o calor é dissolvente; amolenta e fatiga... E, nem uns, nem outros temos razão bastante; somos preliminarmente ignorantes das nossas coisas e pejorativamente descuidosos de conhecê-las, para amá-las. Não estabelecemos a permuta intelectual, não confraternizamos, em suma.” Sendo um apaixonado pelo Brasil, deves estar feliz por perceber que, passados cento e três anos, essa realidade mudou significativamente. Hoje em dia, os extremos do imenso país, até mesmo seus interiores, se comunicam. A ignorância e o preconceito, embora ainda existam, já não impedem a permuta intelectual ou a confraternização entre aqueles contra quem a distância geográfica e as diferenças sempre pareceram conspirar. Os brasileiros partiram para o abraço: aprenderam a reagir à desinformação ou à simples falta de informação sobre si mesmos e a amar a diversidade nacional. Destino inevitável, afinal de contas, conhecer as particularidades dos outros ajuda-nos a refletir sobre as nossas próprias; ajuda-nos a reconhecer as virtudes da terra onde vestimos a primeira camisa, como bem disse Eça de Queirós. O nome desse teu colega vem a calhar: acabo de chegar de terras portuguesas. Estou agora em terras espanholas (catalãs, mais precisamente), longe demais, portanto, do nosso querido Rio Grande do Sul. E esse é o ponto a que queria chegar com essa carta. Como sei que estás aí, quero te convidar para assistir a algo que vais apreciar: um espetáculo em que o Chico César, acompanhado de sua banda, vai recriar algumas canções minhas. Deves conhecer o Chico César. Quem não conhece esse paraibano genial de Catolé do Rocha, que compõe, toca, canta e escreve com a desenvoltura de poucos, pouquíssimos. Chega a soar um desperdício que um artista exuberante como ele

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faça uma parada na austera estação Satolep (Satolep ecoa Catolé, reparaste?), mas te garanto que o que quer que ele faça vai encher de sentido o que falei acima. Quem sabe a gente descobre que uma estética do frio só pode ser levada a termo por ele? Bem, querido João Simões, anota aí: Salão de Atos da Reitoria da UFRGS, dia 27 de novembro, às 20h. Presta atenção em tudo e depois me conta. Confesso que estou um pouco aliviado por não poder estar presente. Admiro tanto, mas tanto o Chico, tenho por ele tanto carinho e amizade, que não sei o que a emoção faria comigo. Por outro lado, se puderes me representar, vai ser como se eu estivesse lá. Obrigado. Do teu amigo frouxo, Vitor Ramil

Concerto Data: 27 de novembro – quinta-feira – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)


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U n i m ú s i ca 2 014 s é r i e co m p o s i tore s a c i dade e a m ú s i ca Homenagem a Lupicínio Rodrigues por Adriana Calcanhotto Passei a maior parte da infância em uma casa em uma rua sem saída, em Porto Alegre, no Cristal. Uma avenida larga, primeira à esquerda, depois primeira à esquerda e chegava-se ao final da rua Curupaiti. Mais umas três, quatro casas e mudava de figura, a rua deixava de ser rua e virava favela, de chão batido, esgoto a céu aberto, impossível para a passagem de carros. Protegido para mim, por não ser “passagem” de nada, a não ser dos moradores e de seus vira-latas, com quem fiz muitas amizades, com tipos de ambas as espécies. Meus pais consideravam relativamente perigoso morar perto da favela (tanto que mudamos), eu me sentia acolhida. Adorava ser recebida com água fresca servida em uma lata, porque nas casas não havia copos de vidro. Parecia que a lata deixava a água mais fresca do que os copos lá de casa. Ninguém na favela estranhava as pessoas negras que eu não via nos colégios particulares por onde passei.

Caetano, na pressa de encontrá-lo, depois de se apresentar, esqueceu de tirar o batom vermelho que usava naquele show e um bom tempo depois de estar conversando com Lupi é que se deu conta disso, que estava ali conversando maquiado, e que ficou surpreendido e maravilhado com a naturalidade com que o compositor encarou aquilo, como se fosse a coisa mais normal do mundo , um moço (fora do palco) de batom vermelho. Meu batom vermelho aqui neste show, portanto, é em homenagem a esse jeito de Lupicínio de encarar a vida. Dizem alguns que ele é o nosso Shakespeare. E dizem outros que Shakespeare é o Lupicínio dos ingleses. Espero que gostem da nossa homenagem, nós gostamos muito de fazê-la, e de contarmos com o auxílio luxuoso do querido Arthur Nestrovski. Adriana Calcanhotto

Da favela até a esquina (a segunda à esquerda) foi trajeto que fui vencendo com garra e determinação, sonhando obsessivamente com essa conquista até o dia da sua concretização. No fundo da minha memória, que é sem fundo, ou fundamento, como uma brecha de luz numa caverna escura, guardo a lembrança da trilha sonora do grande momento de chegar tranquila à esquina e me virar em direção à favela no final da rua. Na esquina entre partir e ficar olhando para a favela, do novo ponto de vista, com a imponência do morro ao longe, já desbotado na minha, digamos, memória, a trilha sonora da esquina diz “a minha casa fica lá detrás do mundo onde eu vou em um segundo quando começo a pensar/ o pensamento parece uma coisa à toa mas como é que a gente voa quando começa a pensar…”, que é o que devia tocar nas rádios das casas durante meu processo de tentativas, com o coração na boca. Entre 1985 e 1984 cantei em bares de Porto Alegre e conheci pessoas que haviam convivido com Lupicínio, de forma que minha sensação era a de que sempre que eu entrava em um bar para ouvir Plauto Cruz, Lourdes Rodrigues e tantos outros, ele havia recém saído. Como adoro a história que Caetano Veloso conta, que quando em Porto Alegre foi conhecer Lupicínio no bar onde ele estaria cantando,

Encontro com ADRIANA CALCANHOTTO

Data: 03 de dezembro – quarta-feira – 16h Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

Concerto

Data: 04 de dezembro – quinta-feira – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

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U n i m ú s i ca 2 014 s é r i e co m p o s i tore s a c i dade e a m ú s i ca Homenagem a Barbosa Lessa por Yamandu Costa e Camerata Pampeana do Maestro Tasso Bangel, com direção de Renato Mendonça O público presente ao encerramento do Unimúsica 2014, no Salão de Atos da UFRGS, estará próximo de Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929 – 2002) em pelo menos dois sentidos. O primeiro deles é espacial. No período entre 1945 e 1952, Barbosa Lessa frequentou o curso clássico no Colégio Júlio de Castilhos (onde hoje se ergue a Faculdade de Ciências Econômicas, na Av. João Pessoa) e depois se transferiu para o prédio ao lado, graduando-se bacharel na Faculdade de Direito da UFRGS. O segundo é conceitual. Graças aos talentos de Yamandú Costa e de Tasso Bangel (fundador do Conjunto Farroupilha, hoje à frente da Camerata Pampeana), vamos confirmar que a receita prescrita por Barbosa Lessa há mais de 50 anos continua atual: podemos partir da tradição para alcançar o universal, não nos deixando limitar pelos sectarismos estéticos e entendendo a música como uma ferramenta de ampliação de fronteiras. O repertório prevê obras de Barbosa Lessa que moldaram nossa música de inspiração regional, como “Negrinho do Pastoreio”, “Arueira”, “Chote Carreirinha” e “Balseiros do Rio Uruguai”, mas também avança para composições de Yamandú e de Tasso inspiradas no pioneirismo e na originalidade de Barbosa Lessa. Yamandú e a Camerata irão estrear no Unimúsica uma obra especialmente composta por Tasso para o violonista. Um Unimúsica para provar que a querência de Barbosa Lessa não está perdida. Renato Mendonça

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Concerto Data: 17 de dezembro – quarta-feira – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)


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I N T E R L Ú D I O 2 014 Trio Metropolitan: Violino, Violão e Acordeon Em novembro o Trio Metropolitan, grupo constituído por violino, violão e acordeon, apresenta-se no Saguão do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O Trio Metropolitan é formado por Fernando Ávila (acordeon), Felipe Martini (violão) e Vinícius Kunzler (violino), alunos do curso de Bacharelado em Música Popular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O grupo iniciou suas atividades em novembro de 2013, através do interesse dos membros em produzir e executar um repertório instrumental e autoral, assim como de compositores contemporâneos, voltado para a música popular abrangendo gêneros brasileiros como o choro e o baião, bem como gêneros regionais e latino-americanos como a milonga, o chamamé e o tango. Neste recital são apresentadas obras autorais e dos compositores Ricardo Bordini, Mariano Telles e Lair Raupp para esta combinação instrumental. Felipe Martini iniciou suas atividades musicais no Colégio Dom Hermeto, da cidade de Três de Maio/ RS. Desde os 7 anos de idade participa de festivais, encontros e apresentações musicais por todo o estado. Participou como compositor e intérprete em inúmeros festivais de música nativista e MPB. Atua profissionalmente como músico e cantor há mais de 8 anos. Atualmente, atua também como professor de violão e teclado.

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Fernando Ávila é acordeonista e professor de acordeon no Espaço Livre de Música da Presto Produções e Promoções Artísticas, em São Leopoldo. Iniciou seus estudos em 2008 na Fundação Municipal de Artes de Montenegro. Participou de workshops ministrados pelos acordeonistas Denis Patkovic (Alemanha), Renzo Ruggieri (Itália), Richard Galliano (França) e Oscar dos Reis (Brasil). Vinícius Kunzler começou a estudar violino aos 6 anos de idade, em Santa Rosa/RS, tendo participado por 12 anos do grupo SESI Show e Orquestra SESI Santa Rosa. Aos 13 anos, ingressou na Escola da OSPA para ter aulas de violino com o Professor e violinista uruguaio Carlos Omar Aguirre. Já participou de festivais como o Musicanto (Santa Rosa/ RS), e participou de uma orquestra formada por alunos do SESI de todo o país, tendo se apresentado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ao lado de músicos como Francis Hime, Wagner Tiso e Andreas Kisser. Leonardo Loureiro Winter Coordenador artístico do projeto Interlúdio

TRIO METROPOLITAN: VIOLINO, VIOLÃO E ACORDEON

Data: 14 de novembro - sexta-feira – 12h30min Local: Sala João Fahrion (2 º andar da Reitoria da UFRGS)


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N úcleo da can ç ã o Audição comentada com os POETs

São muitas as vozes, de críticos a cancionistas, que se levantam para dizer que canção não é poesia e que poesia não é canção. Mas como lidar com um grupo de poetas de trajetória consistente na “poesia de livro” que se unem para fazer canção popular? E o que dizer se esse mesmo grupo, falos dos POETs, por suposto, percorrem todo o país com shows sempre bem recebidos pelo público e merecem reconhecimento por seu trabalho de críticos como Lauro Lisboa e Tárik de Souza? É dessa conjunção que vai tratar o Núcleo de Estudos da Canção de novembro. Na companhia dos artistas, numa audição comentada dos dois álbuns do grupo, vamos pensar junto na relação entre poesia e canção, entre produção e crítica, sobre o panorama brasileiro da poesia e da canção, sobre as referências dos integrantes em ambos os campos e sobre a criação e o amadurecimento desse projeto que une Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto e Alexandre Brito há mais de dez anos. Além de tudo, contaremos com

a presença do poeta e professor de Literatura Brasileira da UFRGS, Paulo Seben, colega de geração dos integrantes dos POETs e sempre atento à cena de poesia e da canção de Porto Alegre. Será uma grande oportunidade para fecharmos com uma grande performance e muita poesia, no sentido lato do termo.

Guto Leite

Audição comentada com os POETs Data: 17 de novembro – segunda-feira – 19h Local: Sala II - Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

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O s pa , N el s on Fre i re e C h o p i n Há 45 anos o pianista brasileiro Nelson Freire apresentou-se no Salão de Atos da UFRGS juntamente com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre pela primeira vez. Sob a batuta de Pablo Komlós, ele interpretou o “Concerto para Piano em Lá menor”, de Robert Schumman. Em 2014, quando completa os seus 70 anos de vida, Freire volta ao palco da universidade para tocar com a orquestra, na comemoração dos 80 anos da UFRGS. Desta vez, o destaque do repertório é a obra do compositor que se consagrou como ícone do piano romântico: Frédéric Chopin (1810-1849). Em dezembro, o público de Porto Alegre poderá apreciar a execução do “Concerto para piano e orquestra n° 2”, do músico polonês, por um dos mais ilustres pianistas da atualidade, ao lado de nossa orquestra.

Hahm atua como regente convidado em concertos em países norte e sul-americanos, da Europa e da Ásia. Para completar o programa deste concerto especial em grande estilo, ele conduzirá a orquestra na interpretação da “Sinfonia nº 6”, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky. Este evento finaliza as comemorações dos 80 anos da UFRGS, e compartilharemos com a comunidade universitária este concerto através da distribuição de ingressos para celebrarmos juntos.

Autodidata, Chopin aprendeu a tocar piano quando era criança, iniciando-se no instrumento aos quatro anos de idade. Mesmo que suas composições demonstrassem um desejo de sofisticação formal desde cedo, seus primeiros trabalhos se estabeleceram no repertório da música clássica mais pela poesia dos seus detalhes, muito imaginativos e pessoais. O concerto que a Ospa apresenta na Ufrgs foi escrito pelo músico entre 1829 e 1830, aos seus 20 anos, quando ele ainda não tinha terminado a sua educação formal. Na estreia da obra, no Teatro Nacional de Varsóvia (Polônia), Chopin foi aclamado como um herói nacional. A apresentação do concerto em Paris, em 1832 – após o compositor já ter se estabelecido na efervescente capital francesa –, atraiu músicos exigentes da cidade, sendo apreciada e elogiada por nomes como Liszt e Mendelssohn. Há quase vinte anos o mineiro Nelson Freire, considerado hoje como um dos maiores vultos da música clássica, convidado habitual dos festivais mais tradicionais ao redor do mundo, não se apresenta com a Ospa. O último dos oito concertos em que o pianista tocou com a orquestra foi em 1995, sob a batuta de Cláudio Ribeiro. Outros maestros que regeram esta parceria foram Arlindo Teixeira, Eleazar de Carvalho e Howard Mitchell, além de Pablo Komlós. Desta vez, a condução é do sul-coreano Shinik Hahm, um dos maestros mais dinâmicos e inovadores de sua geração. Integrante do corpo docente da Yale University, nos Estados Unidos, desde 1995,

OSPA - CONCERTO ESPECIAL Regente: Shinik Hahm Solista: Nelson Freire Data: 16 de dezembro – terça-feira – 20h30 Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110) Ingressos: R$ 50 (público em geral), R$ 40 (titular do cartão Clube do Assinante Zero Hora) e R$ 25 (estudantes e seniores). Ingressos limitados para a Comunidade Universitária, mediante apresentação do cartão UFRGS.

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S O M N O S A L Ã O 2 014 Desenvolvido e coordenado pela administração do Salão de Atos, o Som no Salão está em sua quarta edição e tem o objetivo de promover a acessibilidade e firmar uma ação cultural para este espaço, a partir da diversidade de sua programação e de acordo com a política cultural da Universidade. A abertura do projeto foi no mês de setembro, com Gustavo Telles & Os Escolhidos e, no mês de outubro, as bandas Quiçá, se Fosse e Apocalypse fizeram suas apresentações, trazendo uma diversidade de público e estilos musicais para este espaço cultural. Confira as próximas atrações do projeto, que acontece sempre às quartas-feiras:

12 de novembro – Bianca Obino A compositora e instrumentista Bianca Obino é a quarta atração do projeto. Retornando da Inglaterra onde passou o último ano cursando mestrado em ‘Songwriting’ (‘Composição de Canção’) na Bath SPA University, a musicista apresentará o show ‘Bianca Obino Artesã’, com as canções de seu primeiro disco e novidades inéditas do segundo disco intitulado Translated, que ainda está em concepção. As participações serão da atriz Elaine Regina, fazendo coreografias em libras, e do sapateador Leonardo Stenzel. Como convidados, a cantora Carmen Corrêa e o contrabaixista Bruno Vargas, além do músico Killy Freitas, que na ocasião também fará o show de abertura da noite. O espetáculo ainda terá projeções audiovisuais dirigidas pelo cineasta Bruno Polidoro. De acordo com Bianca, “ARTESÃ’ é o resultado de um trabalho iniciado em 2008, período em que passei a refletir sobre meu processo de composição. Entre os sons, as palavras e os sentidos, percebi que conceber e executar músicas usando apenas o violão e minha voz era algo especialmente minucioso, na tentativa de atingir uma sonoridade única para cada canção, ressaltando os detalhes, deixando florescer o que há de peculiar em cada obra. Por ‘dizer com voz’* e tocar `com as próprias mãos’*, considero-me uma ‘artesã’ – na busca deste resultado estético-musical e no manejo das ‘tramas’ desta vida que muito me faz aprender.”

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Bianca Obino se vale de gêneros característicos da música popular brasileira (como Samba, Baião, Ijexá e Xote) para ressaltar aspectos de suas letras que remetem, em grande parte, a obras literárias (caso das canções “Caracol”, “Redemunho” e “Fazedor de Guarda-Chuvas”), fatos coletivos marcantes (“Morro à Chama”), crônicas (“A Chave do Tamanho”) e aspectos do imaginário cultural brasileiro.

10 de dezembro – Banda Motivos Óbvios Encerrando a edição 2014 do Som no Salão, a Banda Motivos Óbvios traz ao palco um show constituído por um reggae dançante que mescla o Reggae Roots, o Ska, o Raggamuffim, o Soul e o Pop. No repertório composições autorais executadas por músicos que trazem em seu currículo passagem pelas mais variadas bandas e estilos musicais: a vocalista Marietti Fialho acompanhada por Antônio Gedari (Geda) também no vocal, Renato Lubianca no vocal e na guitarra, Henrique Branka no vocal e percussão, Rick Carvalho no baixo e Fernando Catatau na bateria. A Banda que surgiu na década de 1990 volta aos palcos para comemorar seu aniversário numa grande celebração com a participação de convidados, ainda a confirmar. A banda Motivos Óbvios realiza um trabalho musical e cultural inspirado por um dos ritmos negros que, como acreditam seus integrantes, mais evolui em todos os tempos: o reggae. Possui uma personalidade singular, adquirida através da fusão das raízes Negras com as modernidades da música pop mundial.

som no salão Data: 12 de novembro – quarta feira – 20h. 10 de dezembro – quarta feira – 20h. Local: Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110) Entrada Franca. Serão aceitas doações de 1kg de alimento nos dias da apresentação. Acompanhe a programação completa nos sites www.ufrgs.br/salaodeatos e no perfil facebook. com/somnosalao.


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vale do z e e tr i nta O Vale em mim.... o Vale em nós Ai, ai, que bom. Que bom, que bom que é.. A estrada e uma cabocla com a gente andando a pé Ai, ai que bom. Que bom que bom que é. Uma estrada e a lua branca no sertão de canindé. Artomove lá não se sabe se é homi ou se é muié. Quem é rico anda em burrico, quem é pobre anda a pé. Mas o pobre vê nas estrada o orvaio beijando a frô, Vê de perto o galo campina que quando canta muda de cor vai moiando os pé no riacho. Que água fresca nosso senhô! Vai oiando coisa à grané. Coisas que pá modi vê, o cristão tem que andar a pé” (Estrada do Canindé Luiz Gonzaga)

Como denominar a época em que estamos vivendo? Sinalizada pela globalização. Metáfora de lugar, de velocidade, de totalidade. Muitos recorrem à nominação pós-modernidade para “captar” este momento histórico. A incógnita é promovida pela dificuldade de desvelar o que virá, mas principalmente entender o que está acontecendo. Muitas das sociedades conhecidas têm um calçado tradicional. Aqui no Rio Grande do Sul chamamos “chinelo campeiro ou as alpargatas”. No Nordeste, no sertão, são as “alpercatas”. No México são “los huaraches”. No Peru são “las ojotas”. É preciso calçar estes sapatos para compreender as lógicas nas quais os diferentes grupamentos humanos dão conta do manejo das suas culturas em relação à sociedade moderno contemporânea. Vestir estes sapatos significa empoderar-se de toda a memória, as representações e as práticas sociais do grupo em questão. No Vale queremos sistematizar o conhecimento “huarachizado”. Um andar a pé fundamental para entendermos algumas transformações no mundo contemporâneo. Um ”andar a pé” para ver de perto, encontrar, compreender e propor outras relações para lidar com as cotidianidades.

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Temos por objetivo no projeto Vale Doze e Trinta desenvolver atividades planejadas coletivamente, mediando as condições e relações já estabelecidas na instituição o que deve permitir a toda equipe conhecer o mundo social vivido no “território” do Vale. E nessa interação, a convivência oportunizada por uma ética de “estar-junto-solidário”. Proporcionar que esta reflexão – sobre a multiplicidade de sentimentos gestados em campo, junto com – se traduza numa nova sinergia institucional que proponha e promova o conhecimento de forma interdisciplinar e multidimensional, conectada ao seu contexto sociocultural. Ele convida à discussão sobre a cultura nos cânones da Extensão universitária e o entretenimento, a fruição, o desenvolvimento simbólico e o conhecimento produzido nas ações extensionistas e sobre a Universidade, e da sua relação com a sociedade, anunciando a urgência de uma perspectiva acadêmica que contemple a abertura, a heterogeneidade, a complexidade de saberes que nos seus movimentos engendram novas socialidades e solidariedades. O Vale Doze e Trinta foi bem diverso – e tenho ganas de dizer, que para mim – encantador – iniciamos o ano com Siba que no seu genial maracatu cunhou a frase “cada vez que dou um passo, o mundo muda de lugar”. E os grupos que o sucederam trouxeram perspectivas musicais variadas roque, blues, samba que cantamos juntos, dançamos juntos com os protestos, as resistências e toda a densidade cultural e afetiva que temos direito. Como última atividade do ano teremos o Ballet da UFRGS num ensaio aberto anunciando e desejando que o ano vá se finalizando em paz. Amor, Sinara Robin Coordenadora junto com uma gente muito especial.


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vale do z e e tr i nta Ensaio aberto do Ballet O Ballet da UFRGS criado em 2010 é um grupo de dança representativo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e principalmente do Curso de Licenciatura em Dança. O elenco tem dez bailarinos selecionados por audição específica e duas professoras que se dedicam a cada dia às aulas, aos ensaios e às montagens coreográficas. Tem estimulado os alunos da graduação em Dança a participarem não apenas como dançarinos, mas também como professores, ensaiadores, coreógrafos, repositores, iluminadores e cenógrafos, entendendo que todas estas atividades fazem

parte da cena e são igualmente importantes, constituindo um laboratório para formação de diferentes profissionais do mundo do espetáculo. Realizamos diversas apresentações, utilizando não apenas a linguagem o Ballet Clássico como também a Dança Contemporânea. Contamos com a participação de renomados coreógrafos da cena gaúcha que montaram trabalhos para o Ballet da UFRGS. Nesta tertúlia queremos conversar com o público em geral, trocar idéias, mostrar nosso trabalho e divulgar nossas ações. Claudia Daronch Lisete Arnizaut de Vargas (Coordenadora)

Vale Doze e Trinta – Ballet da UFRGS Data: 11 de novembro – terça-feira – 12h30min Local: Praça Central do Campus do Vale

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L an ç a m ento do C d “ Su í te Mar i a B on i ta e O utra s Vereda s ”, de L eandro Ma i a

O Departamento de Difusão Cultural lança, ao lado da Funarte, o CD Suíte Maria Bonita e outras veredas. Leandro Maia, ex-aluno da UFRGS, é cantor, violonista e compositor. Seu CD de estreia, em 2007, intitulado Palavreio recebeu o Prêmio Açorianos de Música de Revelação. Lançou em 2013 seu segundo disco, intitulado Mandinho, Prêmio Açorianos de Música de Melhor Disco Infantil e indicado e Melhor Espetáculo do Ano. Esse novo trabalho, que estamos lançando no Salão de Atos da UFRGS, foi dirigido e produzido pelo premiado multi-instrumentista André Mehmari e propõe uma “Nova Canção Brasileira de Câmara” através da interface entre o dito “erudito” e o dito “popular”. Reúne parcerias de Leandro Maia com André Mehmari (Suíte Maria Bonita, Valsa Russa, Luzidia, Bolero da Procura, Waterfall, Sal Saudade, Praieira e Sobressalto), também temas em parceria com Vitor Ramil (Eu-Nuvem), Marcelo Delacroix (Histórias de Nós Dois), Thiago Colombo (Passarim Miguilim), Fábio Mentz (Caminho da Roça) e Sílvio Mansani (Seguiu Viagem), além de (Diadorim e Tema para Molly Bloom), de autoria de Leandro. O disco conta com as honrosas participações de Maria João Grancha, Vitor Ramil, Sérgio Santos e Marcelo Delacroix. A sonoridade do disco conta com as performance de Luke Faro (bateria), Miguel Tejera (baixo elétrico) e Neymar Dias (contrabaixo acústico e viola caipira), além de participações de Fábio Mentz (fagote), Pedrinho Figueiredo (flautas) e Antônio Loureiro (vibrafone).

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Exaltando o protagonismo feminino em personagens da história e da literatura, a proposta apresenta também grande interface com a área de Letras. Além de Maria Bonita e Lampião, estão presentes no trabalho Molly e Leopold Bloom (James Joyce), Dulcinéia e Dom Quixote (Miguel de Cervantes), Bibiana Terra e Rodrigo Cambará (Erico Verissimo), Riobaldo e Diadorim (Guimarães Rosa) e Salamanca do Jarau e M´boitatá (Simões Lopes Neto). Temas como Valsa Russa, Luzidia e Sal Saudade, já gravados no disco Canteiro, de André Mehmari, receberam versões exclusivas. Financiado parcialmente pelo Prêmio Funarte de Música Brasileira concedido em 2013. A comunidade Universitária poderá retirar seu ingresso do espetáculo mediante a apresentação da carteira da UFRGS. Foram reservados 500 lugares.

Lançamento do Cd “Suíte Maria Bonita e Outras Veredas” , de Leandro Maia Dia: 13 de Novembro de 2014 – quinta feira - 21h Local: Salão de Atos da UFRGS Ingressos: R$ 20,00 R$ 10,00 para estudantes, professores, idosos e classe artística. Distribuição de ingressos a partir do dia 10 de novembro à comunidade universitária.


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R e f le x ã o

C on f er ê nc i a s U F R G S 2 014

O Passado mais que Presente e a Experiência Encerrando o ciclo das Conferências UFRGS 2014, que tem como tema “Passado mais que Presente” e que faz especial referência aos 80 anos de nossa universidade, teremos as apresentações dos professores Ário Zimermmann (Gestão pública brasileira: limites e possibilidades de modernização) e Luiz Osvaldo Leite (Crises e tensões ideológicas na Universidade). As duas conferências propõem uma abordagem bastante conectada com a história e com a experiência vivida dentro e fora do espaço de nossa universidade. A UFRGS, como universidade pública, é parte do próprio Estado brasileiro – de suas vicissitudes e circunstâncias. Discutir o Estado e modernizá-lo é uma questão que implica diretamente a nossa universidade e coloca em debate nosso “passado mais que presente”, a experiência que temos e que nos constitui. Experiência essa que se desenhou ao longo das configurações que a UFRGS assumiu e que a definiram ao longo de seus 80 anos. Ideias, realizações e ações novamente dão a tônica para as conferências do ciclo de 2014, mas também acentuam, nos significados e sentidos, a trajetória da nossa universidade. Reafirmam a experiência vivenciada e construída pela UFRGS, trazendo do passado marcas de pegadas que ainda estão para ser impressas nos anos que seguem. As conferências do ciclo de 2014 nos ajudaram a desenhar o futuro de nossa universidade, e isso também ocorre a partir da visão que se nos configura de nosso passado. O “passado é mais que presente” por meio de nossa experiência.

Sinara Robin Curadoria e coordenação

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Gestão Pública Brasileira: limites e possibilidades de modernização Ário Zimmermann A organização social do Estado se diferencia do ponto de vista histórico, social, econômico, jurídico, filosófico. Portanto, sua atuação se relaciona com política, economia e democracia. Também os modelos de gestão se redesenham historicamente. No caso brasileiro tem seu surgimento fortemente arraigado no patrimonialismo ibérico, posteriormente mesclado com modelo burocrático implantado a partir da revolução industrial até as “adaptações” do modelo gerencial (gestão por resultado) do fim do século XX. Sua performance é fortemente influenciada por estas culturas e sofre efeitos da grande heterogeneidade da sociedade brasileira como um todo e reflexos na organização social do modelo federativo (União, Estado e Municípios). Não é por outra razão que a sociedade reclama por um setor público mais resolutivo, ágil e transparente e os governos são pouco eficazes e eficientes.

Gestão Pública Brasileira: Limites e Possibilidades de Modernização

Data: 19 de novembro – quarta-feira – 19h Local: Sala Fahrion – 2º andar da Reitoria UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)


R e f le x ã o

Crises e tensões ideológicas na Universidade Luiz Osvaldo Leite No século XIX nasce o positivismo de Auguste Comte que chega ao Rio Grande do Sul através de Júlio de Castilhos e militares atuantes no Colégio Militar. O Ensino Superior nasce neste solo. Neste mesmo século, a Europa verifica o renascimento da filosofia medieval, dando origem ao Neo-Tomismo e a Neo-Escolástica. Esta corrente vem ao nosso estado principalmente pelos jesuítas alemães e pelos capuchinhos franceses da Sabóia. O debate se instaura em toda a cidade e evidentemente na Universidade. A década de 30 contempla a discussão sobre a criação de Universidades privadas, principalmente as Católicas. A Universidade de Porto Alegre é criada pelo Interventor José Antônio Flores da Cunha. Influenciado pelo jesuíta Pe. Werner von und zur Mühlen, o grupo católico opta por uma penetração capilar nas Faculdades existentes na Universidade recém criada. Católicos e metodistas conquistam posições, alcançando a própria Reitoria, mas enfraquecem a partir da renúncia do Prof. Armando Câmara, no Senado, em 1955.

A Revolução Russa e a expansão da URSS incrementam o estudo e a difusão do marxismo. As esquerdas crescem no Brasil e, também, no Rio Grande do Sul. Obviamente marca presença na Universidade. A aproximação entre cristãos e comunistas acirra o ambiente. A política fervilha no Pré-Golpe. A partir de 1964, o clima atinge a sua máxima temperatura. As cassações, as intervenções e as reformas geradas de cima para baixo, agravam o ambiente. É uma tensão que, de alguma maneira, ainda vivemos.

Crise e tensões ideológicas na Universidade

Data: 3 de dezembro – quarta-feira –19h Local: Sala II – Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

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p rojeto s e s p ec i a i s

ba z ar u f rg s “+ arte e cultura” De 01 a 05 de dezembro, acontecerá mais uma edição do Bazar UFRGS “+ arte e cultura”. O bazar tem por objetivo abrir espaço para que sejam apresentadas as produções artísticas realizadas pela comunidade universitária. A edição deste ano conta com novas adesões, o DARE se une ao DDC para realizarmos em conjunto o evento. A Sala João Fharion será o espaço destinado para confraternização e trocas, onde cada participante poderá descobrir o que fazemos, produzimos e criamos fora de nosso ambiente de trabalho. Além da mostra dos trabalhos artísticos e artesanais, estão previstas atividades musicais, dentre elas a Banda da Casa. Formada por moradores da casa do estudante universitário (CEU) UFRGS, todos são originários de diferentes cidades do Brasil e através da vivência musical criam composições relacionadas às experiências na CEU, além de reinterpretarem alguns sucessos da música regional brasileira. Os integrantes estudam diferentes cursos na universidade e compartilham diariamente seus conhecimentos específicos entre acordes de violão, escalas musicais, toques de percussão e capoeira. A Banda da Casa apresenta um ecletismo musical que vai do baião ao bailão, do axé ao chamamé, causando arrasta pé por onde passa.

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A CEU acolhe cerca de quatrocentos estudantes que durante todo ano letivo dividem salas, quartos e espaços de vivência. É nesse ambiente que a banda foi formada, com a intenção de aproximar as diferenças culturais, misturando os ritmos musicais às temáticas locais. Atualmente, é composta por oito músicos, são eles: mano Eliseu (gaita, voz e maestria), Che Roger (voz, percussão e muita alegria), Felipe (voz e Violão), Lucas Pqno (só baixaria), Nego Guiga (voz e violão), o mineirinho WandEM (guitarra swingáda), Nuno Barba Ruiva (cozinha) e Chicó (percussiones). Informações no site do Departamento de Difusão Cultural www.difusaocultural.ufrgs.br

Bazar UFRGS “+ arte e cultura”

Data: 01 a 05 de dezembro – das 10h às 17h Local: Sala Fahrion – 2º andar da Reitoria UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

Espetáculo Banda da Casa

Data: 03 de dezembro – quarta-feira – 17 horas Local: Sala Fahrion – 2º andar da Reitoria UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)


arte s v i s ua i s

Durante doze meses a equipe do Departamento de Difusão Cultural, ao lado da equipe do Instituto de Artes planejou, prospectou, viabilizou e agora inaugura a Exposição “Presença da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo nos 80 anos da UFRGS”. Quando propusemos à direção do Instituto de Artes uma exposição de seu acervo nas comemorações dos 80 anos sabíamos que o trabalho seria longo e complexo, pois falávamos de um acervo que começou a ser constituído em 1908, no momento em que foi criado o Instituto Livre de Belas Artes do Rio Grande do Sul, hoje Instituto de Artes, e que a ação demandaria uma efetiva parceria e cumplicidade na sua execução. O ponto de partida foi unir experiências: dos curadores, do Departamento de Difusão Cultural da UFRGS, dos acadêmicos, professores e da equipe de diferentes profissionais que se uniram ao projeto: restauradores, fotógrafos, criadores gráficos e museógrafos. Criar formas de ações a partir da interação com estes diferentes agentes da Universidade e dos

profissionais da cidade fizeram com que a exposição apresente-se como um projeto pluridisciplinar, pautada pelo diálogo e pelas relações entre arte, técnica, ciência e conhecimento. O primeiro módulo da exposição apresenta um conjunto de esculturas e pinturas do acervo, informando sobre sua história, seu desenvolvimento e sua importância enquanto coleção pública, e como parte atuante da vida acadêmica e cultural do Rio Grande do Sul, promovendo o conhecimento e difundido a riqueza e diversidade da produção plástica e visual, nacional e internacional.

Abertura da Exposição

Data: 25 de novembro – terça feira - 20 horas

visitação

Data: 26 de novembro a 19 de dezembro – de segunda a sexta - 10h às 18h Local: Salão de Festas da Reitoria da UFRGS – Av. Paulo Gama 110 – 2º andar da Reitoria da UFRGS

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arte s v i s ua i s

GUAÍBA POR ACHUT TI A Exposição Externa O Guaíba por Achutti chega ao campus do vale com o uso de estruturas especificamente confeccionadas para mostras fotográficas em espaços abertos da UFRGS. Ocupando áreas de grande movimento em diferentes campi, este equipamento cultural tem por objetivo difundir trabalhos fotográficos, em especial de autores vinculados à Universidade, a um amplo público caracterizado pela heterogeneidade. Alunos, servidores (docentes e técnicos), prestadores de serviço e os diversos públicos que se apropriam dos espaços das UFRGS em suas rotas diárias serão surpreendidos pelas exposições que, entre outras características, serão destacadas como intervenções artísticas no espaço cotidiano, desencadeando, assim, diversas formas de relações afetivas entre os públicos e as obras. Pela segunda vez, Achutti compartilha com a comunidade da UFRGS a sua obra fotográfica. Em 2011 participou do Projeto Percurso do Artista, através de sua sensibilidade revelou cores, sombras e expressões de forma singular.

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Na constante busca por criar condições para a difusão de produções e a valorização de seus discursos estéticos, o Departamento de Difusão Cultural convida todos para prestigiarem a mostra. Ou, como nas palavras de Achutti: (...) Faltava a minha própria homenagem ao rio que vi do alto, a minha primeira praia – o rio de projetar sonhos de criança, adolescente e jovem adulto. Agora, consegui do meu jeito e como eu quis: olhei o Guaíba como pude, esperando que os outros sigam olhando e também rendendo suas homenagens (O Guaíba por Achutti, 2014, página 157)

Exposição Guaíba por Achutti

Data: 28 de outubro a 11 de dezembro Local: Campus Vale – Acesso ao prédio da Letras


arte s v i s ua i s

un i f oto 1. A fotografia poderia ser definida como uma extensão do olhar. Mas não, é mais, bem mais. O consagrado fotógrafo esloveno Evgen Bavcar, cego dede os 12 anos, desbanca essa ideia. Ver, portanto, é muito mais que olhar. 2. A cena, o registro que se atemporaliza, do dedo que dispara à cena, o frame, o flagrante. Nada é efêmero. O todo é uma composição sinfônica. A foto, um acorde. 3. As imagens, num primeiro momento, parecem ser apenas a evidência de um objeto ausente preso num tempo de ínfimas evidências. Propomos um segundo movimento: o de se deixar fruir pelas sugestões sutis, em despretensioso transcurso, permitindo a inflexão dos detalhes, metodicamente arquitetados pelo olhar livre entre o objeto e a nossa necessidade de sentido. 4. Fotos guardadas. Relíquias. Memória. Testemunho. Prova de que já existimos antes de hoje. Nossa memória será sempre insuficiente. 5. Eis o papel do fotógrafo: provar que já há vida sensível. Ainda que o registro mostre não mais que o detalhe de um rochedo. 6. Para Susan Sontag, a realidade é redefinida pela fotografia. 7. O registro fotográfico emula uma impressão. Constituída de contrastes, é a fixação de uma sensação composta na retina do artista. O que vemos na imagem é, portanto, uma proposta de sua construção pelo caminho inverso. 8. Quando o olhar do fotógrafo busca o exótico, o excepcional, encontra o banal. No vagar fortuito, na conjunção do simples, encontra seus motivos imponderados.

9. Convidamos a sua retina para deixar-se entregar às nossas impressões. Garantimos sigilo absoluto. 10. A lente apontava diretamente para o seu coração! 11. Objetiva. O olhar objetivo pouco vê, pois nele impera a necessidade de encontrar. O ver despretensioso descobre, ao brincar com as distâncias pela lente, o extraordinário no menos evidente. 12. Furtacor, furtar a cor, esmaecê-la ou pigmentá-la ao extremo com o olho virtual da câmera que se mescla ao olho quase real (que é o meu). 13. Capturar uma imagem. Entre as quatro paredes do frame, cumpre pena o fragmento suspeito do tempo. Qual seu delito? 14. Obturador. A imagem dispensa a voz e busca romper a intransigência do papel para multiplicar-se à luz. 15. Profundidade de campo. Entre o aqui e o acolá, o fotógrafo busca a nitidez das próprias ideias na obscuridade fora de foco da realidade.

*Fotógrafos da UFRGS mostrando como veem a diversidade da instituição a partir da rotina de seu trabalho cotidiano. Antônio Falcetta e Mabel Fricke

UNIFOTO

Data: 24 de novembro de 2014 a 30 de janeiro de 2015 Local: Saguão da Reitoria da UFRGS – Térreo

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teatro

T P E 2 014 e m no v e m bro E s p etá culo e At i v i dade de encerra m ento Em novembro, o projeto TPE (Teatro Pesquisa e Extensão) encerra suas atividades de 2014 com a apresentação do último espetáculo do ano, Galeria de Estranhezas de Pessoas Comuns, seguido de um debate sobre uma figura histórica do teatro brasileiro e porto-alegrense: José Joaquim de Campos Leão, ou Qorpo Santo (1829-1883), que foi o tema da mostra deste ano. Para a mostra de 2014, foi escolhida figura do personagem Qorpo Santo, porque neste ano relembramos os 131 anos da sua morte, ao mesmo tempo em que a sala de teatro Qorpo Santo, a qual se situa no campus central da UFRGS, será reaberta. Esta sala, inaugurada em 1987, serve como laboratório experimental para os alunos do curso de teatro, além de abrigar a Mostra anual de trabalhos de conclusão de alunos - constituído pelos espetáculos realizados por atores e diretores – e a apresentação do Painel de Licenciatura, realizado pelos futuros professores na área. Aproveitamos para ressaltar às comunidades universitária e geral a necessidade de manter a sala Qorpo Santo em funcionamento, pois além de funcionar como um laboratório fundamental para a formação acadêmica dos alunos do curso de teatro, ela possibilitará à cidade de porto alegre um novo espaço com maior capacidade de publico. É importante enfatizar também que em 2015 a mostra do TPE voltará a ser realizada nesta sala. Na última quarta feira do mês de novembro, após o espetáculo Galeria de Estranhezas de Pessoas Comuns acontecerá o debate em torno de Qorpo Santo e das montagens realizadas por dois professores do Departamento de Arte Dramática: a montagem de 1988, de João Pedro Gil, baseada no texto As Relações Naturais; e a montagem de 2014, dirigida por Inês A. Marocco, que mescla a vida e obra de Qorpo Santo, criando uma dramaturgia onde a narrativa principal se baseia no romance Cães da Província, de Luiz Antônio Assis Brasil, com fragmentos de algumas de suas peças e da Enciclopédia. Este debate, bem como a peça, será aberto ao público em geral, com entrada franca.

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Sobre o espetáculo Galeria de Estranhezas de Pessoas Comuns O espetáculo “Galeria de Estranhezas de Pessoas Comuns” nos convida a entrar no universo lúdico de Verônica, uma observadora de pessoas, que organiza as estranhezas dos outros em uma galeria. As pessoas que cruzam seu caminho são descritas de maneira muito peculiar. Elas são reveladas a partir de seus gostos, medos e descobertas, sob a perspectiva de Verônica. A rotina da personagem principal é quebrada a partir do momento que ela não consegue mais atingir seus objetivos. A encenação foi desenvolvida a partir do tema inicial da identidade. Há uma investigação acerca das características que nos constituem como únicos, diferentes uns dos outros. A identidade dos personagens é construída perante o público, tornando-o cúmplice desta criação. Em cena, duas atrizes têm a missão de apresentar tais pessoas, revezando-se entre as funções de narrador e personagem. A peça busca voltar o olhar do espectador para os detalhes, que muitas vezes podem passar despercebidos no cotidiano. A proximidade entre ator/espectador atribui um caráter sensorial ao espetáculo, criando uma atmosfera intimista, como se o espectador estivesse espiando pelo buraco da fechadura cada personagem. No dia 19 de novembro, após a sessão das 19h30, também será aberto um bate-papo acerca do espetáculo, com a presença das atrizes e da diretora do mesmo.

Galeria de Estranhezas de Pessoas Comuns

Data: 5, 12, 19, 26 de novembro – quartas-feiras– 12h30 e 19h30 Local: Avenida Senador Salgado Filho, 340 - Centro Histórico Ingresso: Entrada franca, com distribuição de senhas 1h antes do espetáculo.


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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Reitor Carlos Alexandre Netto

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Difunda essa cultura de forma consciente

Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação Acadêmica Rui Vicente Oppermann

LEIA E PASSE ADIANTE

Pró-Reitora de Extensão Sandra de Deus Vice-Pró-Reitora de Extensão Claudia Porcellis Aristimunha Diretora do Departamento de Difusão Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher

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Equipe do DDC Carla Bello – Coordenadora de Projetos Especiais, Itinerância Cutural e Unifoto Edgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema Universitário Lígia Petrucci – Coordenadora do Projeto Unimúsica, Núcleo da Canção e Interlúdio Sinara Robin - Coordenadora do Confêrencias UFRGS e Vale Doze e Trinta Tânia Cardoso de Cardoso – Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário Rafael Derois Santos – Coordenador e Produtor de Mídias de Difusão Cultural Bolsistas Bruna Zucco Clarissa Gomes Gabriela Marluce Guilherme Accetta Mauricio Lobo Renata Signoretti Veridiane Boniatti Projeto gráfico Katia Prates Diagramação Laura Sander Klein Impressão Gráfica da UFRGS Crédito imagens p. 01 (capa) – François Truffaut/ Foto de Jeanloup Sieff ; p. 03 – Quadro de fotos das atrações de fim de ano; p. 05 – Antoine de Baecque © DR; p. 21 – Velha Guarda da Portella; p. 22 – Celso Loureiro/ Foto de Maciel Goelzer e Mirna Spritzer; p. 25 – Chico César/Foto de Kleide Teixeira e Vitor Ramil ; p. 26 – Adriana Calcanhotto/ Foto de Leo Aversa e Lupicínio Rodrigues; p. 29 – Yamandu Costa/ Foto de Pollert e Camerata Pampeana ; p. 30 – Trio Metropolitan; p. 31 – poETs ; p. 32– Nelson Freire; p. 35 – banda Motivos Óbvios e Bianca Obino ; p. 37 – Ballet da UFRGS/ Foto de Cadinho de Andrade ; p. 39 – Leandro Maia; p. 41 – Ário Zimmerman e Luiz Osvaldo Leite; p. 42 – Banda da Casa; p. 43 – Arte Visual da Exposição Pinacoteca Barão de Santo Angêlo nos 80 anos da UFRGS; p. 44 – Luiz Eduardo Achutti; p. 45 – Cadinho Andrade, Flávio Dutra, Gustavo Diehl e Ramon Moser; p. 47 – TPE Programação sujeita a alterações. Apoio

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ii corrida ufrgs 80 anos 3km 5km 10km

em dezembro maiores informaçþes em esportes-prae@ufrgs.br 3308-3799 49


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