Agenda Cultural DDC | Março e Abril - 2015

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AGENDA C U LT U R A L Marรงo Abril 2015


OUTR A COISA.... “[...] dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso, sem dúvida, é o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio, o telescópio são extensões de sua vista; o telefone é extensão da voz; depois temos o arado e a espada, extensões de seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação”. Jorge Luis Borges Quando falamos em cultura na Universidade estamos falando de outra coisa. Estamos falando de um lugar onde as possibilidades são infinitas. Convivência, descoberta, experimentação, trocas, dúvidas, medos, alegria e realização são alguns dos elementos que participarão da sua formação nesse lugar. A arte, a cultura e a educação, juntas, criam uma riqueza de possibilidades para a formação formal, não formal e informal. O Departamento de Difusão Cultural se propõe a contribuir, por meio de diferentes ações artísticas e culturais, para um movimento, ou melhor, um verdadeiro “embaralhamento” de estilos, tendências e gêneros que possibilitem a construção de uma memória e de um imaginário coletivo. O que se pretende com tal embaralhamento de ações é ampliar o lugar de cada um na Universidade. A experimentação e a formação trilham juntas o caminho a percorrer para uma outra coisa, para um outro lugar: aquele no qual é possível a fusão entre arte e cultura com a comunidade. Como nas palavras de Borges, que define as extensões do corpo em elementos funcionais, desejamos com nossas ações transformar as relações funcionais em interrogações. Para onde podemos ir? Aonde queremos chegar? Interrogações que a arte e a cultura nos levam a pensar em outra coisa.

Claudia Boettcher Diretora do Departamento de Difusão Cultural

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Maciel Goelzer

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MÚSICA

VA L E O Vale em mim... o Vale em nós Ai, ai, que bom. Que bom, que bom que é.. A estrada e uma cabocla com a gente andando a pé Ai, ai que bom. Que bom que bom que é. Uma estrada e a lua branca no sertão de canindé. Artomove lá não se sabe se é homi ou se é muié. Quem é rico anda em burrico, quem é pobre anda a pé. Mas o pobre vê nas estrada o orvaio beijando a frô, Vê de perto o galo campina que quando canta muda de cor vai moiando os pé no riacho. Que água fresca nosso senhô! Vai oiando coisa à grané. Coisas que pá modi vê, o cristão tem que andar a pé” (Estrada do Canindé Luiz Gonzaga)

Como denominar a época em que estamos vivendo? Sinalizada pela globalização. Metáfora de lugar, de velocidade, de totalidade. Muitos recorrem à nominação pós-modernidade para “captar” este momento histórico. A incógnita é promovida pela dificuldade de desvelar o que virá, mas principalmente entender o que está acontecendo. Muitas das sociedades conhecidas têm um calçado tradicional. Aqui no Rio Grande do Sul chamamos “chinelo campeiro e as alpargatas”. No Nordeste, no sertão, são as “alpercatas”. No México são “los huaraches”. No Peru são “las ojotas”. É preciso calçar estes sapatos para compreender as lógicas nas quais os diferentes grupamentos humanos dão conta do manejo das suas culturas em relação à sociedade moderno-contemporânea. Vestir estes sapatos significa empoderar-se de toda a memória, as representações e as práticas sociais do grupo em questão. No Vale queremos sistematizar o conhecimento “huarachizado”. Um andar a pé fundamental para entendermos algumas transformações no mundo contemporâneo. Um ”andar a pé” para ver de perto, encontrar, compreender e propor outras relações para lidar com as cotidianidades.

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Temos por objetivo no projeto Vale Doze e Trinta desenvolver atividades planejadas coletivamente, mediando as condições e relações já estabelecidas na instituição o que deve permitir a toda equipe conhecer o mundo social vivido no “território” do Vale. E nessa interação, a convivência oportunizada por uma ética de “estar-junto-solidário”. Proporcionar que esta reflexão – sobre a multiplicidade de conhecimentos e sentimentos gestados junto com – se traduza numa nova sinergia institucional que proponha e promova o conhecimento de forma interdisciplinar e multidimensional, conectada ao seu contexto sociocultural. Ele convida à discussão sobre a cultura nos cânones da Extensão universitária e o entretenimento, a fruição, o desenvolvimento simbólico e o conhecimento produzido nas ações extensionistas na Universidade, e da sua relação com a sociedade, anunciando a urgência de uma perspectiva acadêmica que contemple a abertura, a heterogeneidade, a complexidade de saberes que nos seus movimentos engendram novas socialidades e solidariedades. Além do já tradicional Vale Doze e Trinta – apresentações de grupos de universitários de músicas, dança, performances – estão compondo o quadro de programações: Estudos para certezas de incompletudes – composto de saraus literários, oficina de geodésica, oficinas de música; exposições interativas de artes visuais – arte, gêneros, sexualidades e diversidades; curta no intervalo – quando a tarde estiver pronta para um curta-metragem.

Sinara Robin Curadora e Coordenadora Projeto Vale


MÚSICA

VA L E Tribo Brasil – Som Brasil da Raiz à Folha A Tribo Brasil é uma das bandas de maior atuação no atual cenário cultural porto-alegrense, trazendo consigo uma poética inspirada no cenário urbano, com críticas sociais, crônicas do cotidiano e a preocupação com o meio ambiente. Com a proposta de pesquisa e prática da Música Popular Brasileira, toca ritmos genuinamente brasileiros, como Samba, Baião, Frevo, Choro, Bossa Nova e Samba Rock. Em parceria com o curso de Jornalismo do IPA, gravou a trilha sonora do documentário Base, premiado no Festival de Gramado de 2008 como melhor filme universitário brasileiro. Em 2012 lançou o EP Sorriso Banguela, mixado e masterizado em Porto Alegre. O disco trouxe premiações ao grupo: a música “Sorriso Banguela” foi selecionada para a etapa regional do 4º Festival das Rádios Públicas do Brasil, promovido pela FM Cultura. Em novembro de 2012, a Tribo Brasil levou seu show autoral para fora do país, participando do 5º Festival de Música Popular Brasileña, em Montevidéu. Além da capital uruguaia, a Tribo circula com frequência

pelos bares e teatros do interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O grupo lançou em julho de 2014, o seu primeiro álbum autoral peixe que já não há. O disco tem recebido ótimas críticas em toda a mídia porto-alegrense, com forte inserção em jornais e rádios. Com programação de lançamento em diversas cidades do Rio Grande do Sul e fora do estado o CD promete “altos voos”. A faixa “Cidade” foi premiada com o melhor arranjo musical no Festival de Rádios Públicas do Rio Grade do Sul. Banda formada por Gabriel Maciel (violão/voz), Eduardo Aresso (guitarra/voz), Iuri Barbosa (baixo), Vinicius Ferrão (cavaco/bandolim), Gabriel Cabelo (percussão/voz) e Lucas Dellazzana (bateria).

VALE DOZE E TRINTA - TRIBO BRASIL Data: 16 de março – segunda-feira Horário: 12h30 Local: Teatro Grego / Campus do Vale / UFRGS

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MÚSICA

VA L E Doze Doses A Doze Doses vem desde 2008 percorrendo centros e periferias de Porto Alegre e Zona Metropolitana, difundindo e defendendo uma ideia libertária e enraizada de RAP, tanto no campo da poesia como nos arranjos. As letras abordam política, História, vícios, ética, o drama dos excluídos e a sua resistência, a comédia do cotidiano, entre tantos outros temas. A forma da poesia pode vir concreta e direta como um cruzado de Mohammad Ali, outras vezes nebulosa e metafórica, como diria Paulo Vanzolini “uma piada pra rir em casa”.

O instrumental faz o rap flertar com o samba, a bossa-nova, o reggae, o blues e o maracatu. Em sua disposição de instrumentos mais usual, Leo das Doses (baixo), Mário Ferrolho (guitarra), Jhow Cavalheiro (bateria) e Lucas Mallmann (percussão) são os músicos que preparam o ritual sonoro para as poesias e composições do rapper Kaue da Doze.

VALE DOZE E TRINTA - DOZE DOSES Data: 14 de abril – terça-feira Horário: 12h30 Local: Campus do Vale / UFRGS

Fotografia: Fabricio Barreto

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Fotografia: Fabricio Barreto

VA L E Batalha do Vale O projeto da Batalha do Vale tem por objetivo uma aproximação da comunidade acadêmica com as manifestações culturais do Hip Hop presentes em várias comunidades de Porto Alegre. As “Batalhas de MCs” são parte integrante de uma ideia de formulação de novas atividades culturais no Campus do Vale em 2015. A prospecção deste projeto vai além do espetáculo: é um projeto de extensão de mútua aproximação das comunidades acadêmicas e culturais do Hip Hop. O desejo é de uma maior visualização e sensibilização da comunidade acadêmica deste campo cultural, representado aqui nas Batalhas de MCs, grafites e apresentações de breakdance e um conhecimento maior por parte de MCs, B-boys e grafiteiros da universidade.

A Batalha do Vale diz respeito a uma série de outras manifestações culturais que formam um circuito de batalhas em Porto Alegre e na sua Região Metropolitana. A “Batalha do Mercado” que ocorre desde 2011, todo o último sábado do mês nos arredores do Mercado Público Municipal e a “Batalha de Quintana” ocorrida na Casa de Cultura Mario Quintana são exemplos significativos das redes que tal manifestação cultural forma na cidade.

Mediação Cultural: Jose Luis Abalos Junior (Mestrando em Antropologia Social/PPGAS/UFRGS)

VALE DOZE E TRINTA - BATALHA DO VALE Data: 15 de abril – quarta-feira Horário: 17h Local: Campus do Vale / UFRGS 7


ARTES VISUAIS

U N I F O T O | 2 015 Ao longo dos últimos anos, o DDC vem solidificando o Saguão da Reitoria como o espaço da fotografia, focando na divulgação de exposições de servidores e alunos, apresentando-os como produtores de arte. De forma direta, o projeto tem contribuído no movimento de ressignificação de espaços de circulação para espaços permanentes de convivência cultural, no qual a arte propicia o encontro e o diálogo através de múltiplos temas, linguagens e perspectivas. Fiel a estas premissas e acrescentando novas metas, a proposta para o Unifoto 2015 articulará o incentivo à produção artística em fotografia junto à comunidade da UFRGS com a apresentação de trabalhos de fotógrafos individuais ou coletivos externos. Ao todo, serão realizadas sete exposições no Saguão da Reitoria e duas nos módulos expositores externos, montados em diferentes campi da UFRGS. A seleção de trabalhos valorizará a diferenciação de estilos e apropriações da fotografia, expressos no calendário anual que alternará fotógrafos externos, alunos de graduação e pós-graduação, servidores e mesmo aqueles relacionados às ações de Extensão em que a imagem adquire destaque na construção da metodologia ou difusão de resultados. Junto a cada exposição será confeccionado um catálogo exclusivo. Em 2015, focando na ampliação de sua participação no calendário cultural da Universidade e no circuito fotográfico de Porto Alegre, o Unifoto promoverá ainda mais a difusão do discurso fotográfico e as reflexões que seus diversos estilos e apropriações estimulam.

Equipe Unifoto*

* Christiano Pozzer Guilherme Bragança Rafael Derois

Capa do Catálogo Unifoto ”Sobreposição sobre o Espaço”. Fotografia - Guilherme Bragança Projeto Visual - Christiano Pozzer

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ARTES VISUAIS

UNIFOTO Arte e Cultura nos 80 anos da UFRGS Em 2014 a UFRGS celebrou o seu 80º aniversário. Para comemorar a data valorizando a íntima relação que a Universidade mantém com a sociedade gaúcha ao longo de sua história, uma série de atividades foi promovida neste ano. Na construção desse calendário especial, entre diversos acontecimentos, a programação artístico-cultural teve destaque, afirmando o papel protagonista da Cultura no meio universitário. No escopo dos eventos vinculados às comemorações dos 80 Anos da UFRGS, o Departamento de Difusão Cultural da Pró-Reitoria de Extensão, através de produções próprias ou em parcerias com outros setores e instituições, apresentou rica programação cultural. Atuando em múltiplas expressões das linguagens artísticas e comprometido com a noção do acesso universal à cultura como condição imprescindível ao exercício da cidadania, todas as atividades realizadas foram gratuitas, amplamente divulgadas e abertas às comunidades acadêmica e externa. Envolvendo públicos heterogêneos, o DDC traduziu o estímulo à criação artística, ofertou a formação, expandiu os meios de difusão e ampliou as possibilidades de fruição. Em síntese, a proposta comemorativa, para muito além do caráter de entretenimento, esteve comprometida com o estabelecimento da livre circulação de valores culturais. A exposição Arte e Cultura nos 80 Anos da UFRGS, organizada pela equipe do projeto Unifoto 2015, pro-

põe um retorno a estas atividades. Através das fotografias de Maciel Goelzer, bolsista do DDC no ano de 2014, complementadas pelo trabalho de Rodrigo Rocha, que acompanhou as apresentações da Ópera da UFRGS, a intenção é oferecer uma narrativa desses momentos em que a UFRGS atuou estritamente na equidade e universalização do acesso aos bens culturais. Resgatar essa memória é uma forma de enfatizar o compromisso institucional em ampliar o capital cultural como vetor do desenvolvimento local, relacionando intimamente cultura e educação em um ambiente universitário em constante interação com o Estado do Rio Grande do Sul. E, claro, relembrar o ano de 2014 não deixa de trazer um sinal: muita arte e cultura estarão por vir em 2015. Rafael Derois Departamento de Difusão Cultural

UNIFOTO ARTE E CULTURA NOS 80 ANOS DA UFRGS De 02 de março a 17 de abril Horário: das 8h às 18h30min Local: Saguão da Reitoria Av. Paulo Gama, 110 Fotografia: Maciel Goelzer

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Fotografia: Lucia Marques

UNIFOTO Urbe Revisitada, de Lucia Marques “Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma”. Álvaro de Campos

Os centros das grandes cidades têm personalidade própria. A alma da cidade está contida na central urbana, com todos os seus contrastes e múltiplas diferenças, em uníssono. As cidades são Porto Alegre, Asunción e Montevideo. Cada uma com seu acento particular, singulares em si. Mas até onde as pequenas diferenças-em-uníssono não são similares, de mesmas proporções? De fato importa que se indique a cidade de cada centro urbano fotografado?

Até quando, ao capturar pequenas cenas, não é criado um mundo à parte, composto do centro de todas as cidades, composição das diferenças-em-uníssono? A cidade sobrepõe-se às cidades. Olhar para cima, para os lados, deixar perder-se, incorporar em si a confusão do centro, em silêncio e em imagem. Olhar para o mundo externo como quem olha para dentro de si.

UNIFOTO URBE REVISITADA, DE LUCIA MARQUES De 20 de abril a 22 de maio Horário: das 8h às 18h30min Local: Saguão da Reitoria Av. Paulo Gama, 110

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ARTES VISUAIS

PINACOTECA BAR ÃO DE SANTO ÂNGELO NOS 80 ANOS DA UFRGS - MÓDULO 1 Por ocasião de seu 80º aniversário, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul apresenta uma importante exposição com a obra de artistas professores representados na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Durante estes oitenta anos da UFRGS, e os cento e dezesseis do Instituto de Artes, nossos artistas marcaram sua notável presença, constituindo e desenvolvendo um campo artístico e cultural inovador, ao mesmo tempo em que acompanharam o nascimento, crescimento e o apogeu de nossa jovem Universidade. Reunindo obras relevantes da coleção de pinturas e esculturas, realizadas entre o final do século XIX e a atualidade, este Módulo 1 permite a visão de conjunto da coleção e do trabalho desenvolvido pela instituição. É uma exposição com diversos méritos: apresenta a totalidade dos professores com obras inventariadas na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, com a exceção daqueles efetivos na atualidade (que serão objeto de uma segunda mostra em 2015); apresenta uma grande quantidade de obras que

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tiveram pouca visibilidade nas últimas décadas, incluindo uma importante coleção de esculturas, praticamente inéditas; dá ao público acesso a obras de artistas locais e nacionais, que atuaram conjuntamente, permitindo seu confronto e comparação; oportuniza o diálogo entre a produção do início do século XX com a produção modernista e com a produção contemporânea; possibilita um recorrido cronológico pela produção local, favorecendo a visão orgânica do desenvolvimento da arte produzida no Rio Grande do Sul; e, finalmente, mas não menos importante, dá ao visitante a chance de fruir de um espetáculo de grande beleza.

PINACOTECA BARÃO DE SANTO ÂNGELO NOS 80 ANOS DA UFRGS - MÓDULO 1 De segunda-feira a sexta-feira Horário: das 10h às 18h30min Local: Salão de Festas da Reitoria Av. Paulo Gama, 110


REFLEXÃO

NÓSOUTROS GAÚCHOS Por que NósOutros Gauchos? Quais são nossos sintomas sociais? Qual o mal-estar e sofrimento que produzem? As pessoas costumam procurar um analista quando estão com alguma forma de sofrimento que não estão conseguindo enfrentar. Quando se trata, entretanto, de uma sociedade, como ela lida com seus mal-estares? Uma primeira resposta, provavelmente, seria que ela busca identificar seus problemas para, depois, definir prioridades e estratégias que, por sua vez, constituiriam políticas públicas voltadas ao enfrentamento destas dificuldades nos diversos campos sociais. O que fazer, então, quando os insucessos das estratégias para superar estas dificuldades acabam por caracterizar o que poderia ser chamado de um sintoma social? Nosso Estado não é pródigo na produção de consensos, mas poucos discordariam do fato de que nosso sintoma, como sempre acontece, se manifesta na forma como nos relacionamos entre nós, e com os “estrangeiros”, e que este traço cultural está na raiz das tensões que minam as relações de confiança, entravam as parcerias, produzem maniqueísmos belicosos e impedem nosso desenvolvimento em diversas áreas. Já faz parte de certo senso comum a constatação de que o Estado em que é mais difícil fazer as coisas acontecerem é o Rio Grande do Sul. Logo aqui, onde nossas façanhas deveriam servir de exemplo à toda terra! Os efeitos desse sintoma social marcante do Rio Grande do Sul aparecem em diversos indicadores (felizmente, não em todos) que, se um dia já foram motivo de destaque e orgulho, hoje se mostram em declínio, sendo que começam a surgir avaliações que sustentam o entendimento de que a crise do Estado não é mais uma crise parcial ou setorial, assumindo a forma de uma crise generalizada. NósOutros Gaúchos propõe uma ampla discussão sobre o jeito de ser predominante do gaúcho (e também seus vários jeitos de ser), sobre estes traços culturais que podem ser motivo de orgulho, mas que também precisam ser revelados enquanto sintomas sociais que precisam ser interpretados para que possamos superar a repetição de nossos fracassos.

É abrir um espaço de escuta e interlocução interdisciplinar, na busca do entendimento das razões que nos levaram a essa situação. A análise destas raízes, por nós esquecidas, possibilita uma reflexão capaz de nos reposicionar, superar as cristalizações imaginárias e ampliar o conjunto de nossas possibilidades. Em parceria, o Instituto APPOA e o Departamento de Difusão Cultural realizarão de março a outubro um amplo debate sobre estas questões. Para compor este debate faremos atividades com diferentes formatos que mobilizarão diferentes interlocutores em diferentes espaços – na Universidade e no Instituto. Serão cinco encontros temáticos, destinados ao debate de temas relacionados à discussão principal. Estes encontros serão realizados no Salão de Festas da Reitoria, ambientado pela exposição do acervo do Instituto de Artes da Universidade. Os debates propostos serão: Por que NósOutros Gauchos ? Quais são nossos sintomas sociais? Qual o mal-estar e sofrimento que produzem? Quais são as raízes e seus desdobramentos contemporâneos que conformam a cultura do Rio Grande do Sul? Quais são as expressões dos conflitos de base do Rio Grande do Sul em seus diversos campos de expressão cultural? Qual a visão dos outros sobre a cultura gaúcha e os modos de ser dos gaúchos? Quais são as questões e os sintomas sociais de nossos vizinhos e como eles os enfrentam? A jornada de debates seguirá até outubro de 2015, com ações culturais envolvendo cinema, teatro, dança, música. Eduardo Mendes Ribeiro, Jaime Betts e Sinara Robin.

NÓSOUTROS GAÚCHOS POR QUE NÓSOUTROS GAUCHOS? QUAIS SÃO NOSSOS SINTOMAS SOCIAIS? QUAL O MALESTAR E SOFRIMENTO QUE PRODUZEM? Data: 23 de abril Horário: 20h30min Local: Salão de Festas da Reitoria Av. Paulo Gama, 110

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Veludo Azul

D E V O LTA PA R A O PA S S A D O : O C I N E M A D O S A N O S 19 8 0 Não são poucos os economistas – e também historiadores – que consideram os anos 80 (século XX) uma “década perdida”. A grave crise financeira que assolou o mundo neste período, embora tenha afetado a indústria cinematográfica, contribuiu para que inúmeros artistas refletissem sobre esse momento, seja abordando questões universais como o amor e a morte, seja avaliando contextos políticos específicos. Os filmes contemplados neste ciclo, de modo geral, lidam com tais aspectos, problematizando realidades e imaginários. É o caso de Blade Runner, o caçador de androides (1982), uma obra-prima de Ridley Scott, apresentada aqui não na versão do diretor e sim no formato exibido originalmente nos cinemas, cujo sentido, para muitos especialistas, é diferente. Com uma bela fotografia e uma trilha sonora impecável, este filme segue atual, por conta da sua trama futurista a respeito da vida humana. Cinema Paradiso (1988) é um filme encantador, cuja narrativa é poética. Tido como um tributo ao cinema, enfatiza, em especial, a amizade entre Toto, um menino apaixonado por cinema, e Alfredo, operador do

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único cinema de uma pequena cidade italiana. No ciclo, será exibida a versão não estendida, por ter sido a que chegou primeiramente nos cinemas. O mesmo não se dá com Betty Blue (1986), cuja cópia tornada pública nos anos 80 não está sendo comercializada no país. A chamada “edição do diretor”, embora mais longa, não altera a concepção geral do filme. A história fala de Betty e Zorg, um casal intenso em sua paixão e no seu questionamento sobre as suas próprias vidas. Contos de Nova Iorque (1989) reúne três dos mais importantes diretores norte-americanos, sendo cada um responsável por uma história: Scorsese (que dirigiu Lições de Vida), Coppola (A vida sem Zoe) e Woody Allen (Édipo arrasado). Os filmes não dialogam entre si, mas têm em comum o fato de apresentarem personagens refletindo sobre as suas identidades. O selvagem da motocicleta (1983) trata de questões familiares, sobretudo da relação entre dois irmãos, tendo como “pano de fundo” o tenso universo das gangues juvenis nos Estados Unidos. Coppola optou pelo preto e branco, dando colorido a alguns detalhes, recheados de simbolismo. A


CINEMA trilha sonora composta pelo baterista do grupo The Police, Stewart Copeland, marcou época, ditando o ritmo dos confrontos através de seus tambores e contratempos. Totalmente selvagem (1986) é um filme romântico e divertido, que fala sobre o inesperado e sobre como (não sabemos) lidar com ele. Em Paris, Texas (1984) Wim Wenders nos apresenta Travis, um homem em busca de sentido para seguir caminhando, ora buscando fugir de sua família, ora tentando reencontrá-la. Destaque também para a trilha sonora, composta por Ry Cooder. Com quase quatro horas de duração, Era uma vez na América (1984) lida com o universo dos gângsters, enfatizando a história de dois parceiros que, quando crianças, cometeram pequenos delitos, transformando-se em grandes mafiosos. A trilha sonora é assinada por Ennio Morricone, um dos maiores compositores do mundo cinematográfico. Subway (1985) fala sobre as desventuras de Fred, que encontra abrigo nos subterrâneos do metrô de Paris após ter se envolvido com Helena, com seu marido e com alguns inspetores. Lá ele se depara com outro mundo, cujos valores e sujeitos são bem particulares. Sexo, mentiras e videotape (1988) entrou para a história como um dos mais bem-sucedidos filmes independentes, o qual foi escrito em pouco mais de uma semana. Steven Soderbergh explora os encontros e desencontros de um quarteto, transitando entre os mundos do desejo e da solidão. O declínio do império americano (1986) é um filme permeado de discursos intelectuais, que são atravessados por problemáticas sexuais e afetivas. O ideal de “felicidade” também é colocado sob a mesa, de forma literal, quando as personagens discutem valores burgueses em meio a jantares e drinks. Em Não amarás (1988), Kieslowski aborda, de forma delicada, o desejo de um jovem rapaz por sua vizinha. A relação entre ambos se modifica na medida em que ela se dá conta de que é desejada, passando a alimentar uma fantasia própria. Veludo azul (1986) é um filme de suspense, cuja trilha sonora de Angelo Badalamenti empresta à obra sensualidade. Com cenas marcantes, o destaque é dado para Isabella Rossellini, que interpreta Dorothy, uma cantora de boate que sofre constante violência, inclusive sexual. Brian De Palma dialoga com Hitchcock em Dublê de corpo (1984), em que um ator desempregado torna-se obcecado por uma mulher. Alan Parker transita entre o suspense e o terror em Coração Satânico (1987), contando com importantes atuações de Mickey Rourke e Robert De Niro. Corpos ardentes (1981) apresenta referências do cinema noir. O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante (1989) é um filme diferenciado, que faz da vingança o

principal prato a ser servido. Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988) é mais um dos divertidos e emotivos filmes de Almodóvar, que nos apresenta um humor inteligente e sensível, com toques de excentricidade. Filmado em preto e branco, Daunbailó (1986) trata de crimes mal resolvidos, contando com um célebre texto escrito e improvisado por Roberto Benigni, que atendeu ao espírito independente de Jim Jarmusch. Fitzcarraldo (1982) renova a parceria entre Werner Herzog e Klaus Kinski. Trata do desejo – ou da obsessão - de um amante de ópera de levar este estilo ao interior do Peru. O título original de Brazil, o filme (1985) era “1984 1/2”, em homenagem a Federico Fellini e a 1984, livro clássico de George Orwell, que ganhou uma versão cinematográfica com o mesmo nome, dirigida por Michael Radford (1984). Com música de Michael Kamen, que escolheu “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso) como canção-tema, o filme dialoga com produções de Monty Pyton e com Laranja Mecânica, na tentativa de discutir, às vezes com pitadas de humor negro, a burocracia e os totalitarismos estatais que caracterizaram o século XX. No musical O baile (1983) Ettore Scola fala de parte da história moderna da França. Inspirado por Shakespeare (Rei Lear), Kurosawa nos brinda com Ran (1985), resgatando uma antiga lenda japonesa. Por fim, Eu sei que vou te amar (1986) é um clássico da filmografia brasileira, uma obra centrada na relação entre um jovem casal que conversa sobre a vida e sobre o amor, numa abordagem ao mesmo tempo filosófica, psicanalítica e bastante sensual. Se em termos econômicos os anos 80 não foram muito favoráveis ao mundo, o cinema compensou as crises, oferecendo-nos grandes obras que nos ajudaram a pensar e a nos emocionar.

Tânia Cardoso de Cardoso e Marcelo Pizarro Noronha, curadores.

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CINEMA

MARÇO E ABRIL De volta para o passado: o cinema dos anos 1980

BETTY BLUE 9 de março – segunda-feira – 16h 19 de março – quinta-feira – 16h (França, 1986, 185 min) dir. Jean-Jacques Beineix Jean-Hugues Anglade é Zorg, um homem pacato que gosta de escrever em suas horas vagas. Certo dia ele conhece Betty (Béatrice Dalle), uma jovem e linda mulher. Após uma intensa noite de paixão, ambos descobrem que não podem viver um longe do outro. Mas o obsessivo amor dela por Zorg transforma o relacionamento de ambos.

BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDROIDES 9 de março – segunda-feira -19h 10 de março – terça-feira – 16h (Blade Runner, EUA, 1982, 116 min) dir. Ridley Scott No ano de 2020, numa Los Angeles superpovoada, ex-policial é obrigado a descobrir e eliminar replicantes (cópias de seres humanos) que voltam à Terra para exigir vida mais longa a seu criador. Baseado em obra de Phillip K. Dick.

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CINEMA PARADISO

NÃO AMARÁS

11 de março – quarta-feira – 16h 17 de março – terça-feira – 19h (Itália, 1988, 90 min) dir. Giuseppe Tornatore Nos anos que antecederam a chegada da televisão (logo depois do final da Segunda Guerra Mundial), em uma pequena cidade da Sicília o garoto Toto (Salvatore Cascio) ficou hipnotizado pelo cinema local e procurou travar amizade com Alfredo (Philippe Noiret), o projecionista. Todos estes acontecimentos chegam em forma de lembrança, quando agora Toto (Jacques Perrin) cresceu e se tornou um cineasta de sucesso.

12 de março – quinta-feira – 19h 13 de março – sexta-feira – 16h (Krótki film o milosci, Polônia, 1988, 82 min) dir. Krzysztof Kieslowski Kieslowski traz uma visão contemporânea e moderna dos Dez Mandamentos, nesta parte da série Decálogo. Tom (Olaf Lubaszenko) é um rapaz de 19 anos que trabalha em uma agência do correio. Tímido, órfão e solitário, mora com uma velha senhora. Para preencher suas noites começa a observar com uma luneta, da janela de seu quarto, sua vizinha Magda (Grazyna Szapolowska).

VELUDO AZUL

SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE

11 de março – quarta-feira – 19h 12 de março – quinta-feira – 16h (Blue Velvet, EUA, 1986, 120 min) dir. David Lynch O inocente Jeffrey Beaumont (Kyle MacLachlan) percebe que sua perfeita cidade natal não é tão pacata assim, quando ele descobre uma orelha humana em um terreno baldio.

13 de março – sexta-feira – 19h 16 de março – segunda-feira – 16h (Sex, lies and videotape, EUA, 1988, 100 min) dir. Steven Soderbergh Independente e com baixo orçamento, o primeiro filme de Steven Soderbergh surpreendeu o mundo e ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. John (Peter Gallagher) é um advogado bem sucedido e adúltero. Tudo vai correndo bem, até que ele recebe a visita de um ex-colega de colégio (James Spader).


CINEMA

MULHERES À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS 16 de março – segunda-feira – 19h 17 de março – terça-feira – 16h (Mujeres al borde de un ataque de nervios, Espanha, 1988, 89 min) dir. Pedro Almodóvar O longa conta a história de Pepa (Carmen Maura) e Iván (Fernando Guillén), dois dubladores. Depois uma relação de anos com Pepa, Iván a abandona e deixa um recado em sua secretária eletrônica pedindo que ela arrume uma mala com suas coisas. Pepa não suporta ficar na casa com tantas recordações do ex-marido e põe o apartamento para alugar.

O SELVAGEM DA MOTOCICLETA 18 de março – quarta-feira – 16h (Rumble Fish, EUA, 1982, 94 min) dir. Francis Ford Coppola Numa pequena cidade industrial do interior dos Estados Unidos, o jovem Rusty James (Matt Dillon) vive à sombra da fama de um irmão ausente (Mickey Rourke), conhecido por todos como “O Motoqueiro”. Praticamente sem família nem amigos, Rusty sequer tem identidade própria, sendo conhecido por todos como “o irmão do motoqueiro”. Até que uma grande rivalidade contra uma das gangues fará com que Rusty mude todos os rumos de sua vida.

CONTOS DE NOVA YORK

TOTALMENTE SELVAGEM

19 de março – quinta-feira – 19h 20 de março – sexta-feira – 16h (New York Stories, EUA, 1989, 124 min) dir. Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Woody Allen Na primeira história, Lições de Vida (Life Lessons), dirigida por Martin Scorsese, Lionel Dobie (Nick Nolte), um famoso artista plástico, fica arrasado quando Paulette (Rosanna Arquette), sua namorada e assistente, planeja abandoná-lo. Na segunda, A Vida Sem Zoe (Life Without Zoe), dirigida por Francis Ford Coppola, Zoe (Heather McComb), uma menina, vive esquecida em um hotel de luxo enquanto seus famosos pais viajam o mundo. Na terceira, Édipo Arrasado (Oedipus Wrecks), dirigida por Woody Allen, Sheldon Mills (Woody Allen) é um advogado que não consegue se libertar da mãe dominadora. Os três diretores contam, em diferentes episódios, histórias passadas em Nova Iorque.

20 de março – sexta-feira – 19h 23 de março – segunda-feira – 16h (Something Wild, Polônia, EUA, 1986, 113 min) dir. Jonathan Demme A rotineira vida de Charles Driggs, um executivo, sofre uma brusca mudança quando, se vendo sem dinheiro, tenta sair de um restaurante sem pagar, e quando conhece Lulu, uma mulher sexy e totalmente desinibida que o leva para uma viagem.

O DECLÍNIO DO IMPÉRIO AMERICANO 23 de março – segunda-feira – 19h 24 de março – terça-feira – 16h (The Decline of the American Empire, Canadá, 1986, 101 min) dir. Denys Arcand Homens e mulheres na mira do diretor canadense Denys Arcand. Na história, todos os personagens são do meio acadêmico. De um lado estão quatro homens que vão falando de si enquanto preparam um jantar. Do outro, as convidadas, quatro mulheres também falam de problemas de homens e mulheres. Neste confronto entre os diálogos dos dois grupos está o charme do filme, que provocou bastante barulho nos anos 80.

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CINEMA

PARIS, TEXAS

EU SEI QUE VOU TE AMAR

DUBLÊ DE CORPO

24 de março – terça-feira – 19h 25 de março – quarta-feira – 16h (França, Alemanha, 1984, 147 min) dir. Wim Wenders Um homem é encontrado exausto e sem memória, em um deserto ao sul dos EUA. Aos poucos ele vai recordando de sua vida, sendo acolhido pelo irmão Walt que é casado com Anne.

26 de março – quinta-feira – 19h 27 de março – sexta-feira – 16h (Brasil, 1986, 104 min) dir. Arnaldo Jabor Um casal jovem que se ama até o delírio, resolve viver em duas horas um jogo da verdade sobre tudo o que já lhes aconteceu, numa psicanálise filmada com risos e lágrimas.

30 de março – segunda-feira – 19h 31 de março – terça-feira – 16h (Body Double, EUA, 1984, 114 min) dir. Brian de Palma O fracassado e claustrofóbico ator de filmes B Jake Scully acaba recebendo uma proposta irrecusável de Sam Bouchard: ficar no belo apartamento de um amigo seu enquanto procura lugar para ficar, após presenciar a traição de sua esposa. No novo apartamento, ele presencia estranhos acontecimentos com uma vizinha, e passa a persegui-la e a querer ajudá-la, mas não sabe o perigo que estará correndo.

CORAÇÃO SATÂNICO 26 de março – quinta-feira – 16h 9 de abril – quinta-feira – 16h (Angel Heart, EUA, Canadá, Reino Unido, 1987, 113 min) dir. Alan Parker Nova York, 1955. Harry Angel (Mickey Rourke), um detetive particular, é contratado por Louis Cyphre (Robert De Niro), um misterioso cliente, para encontrar um cantor. Entretanto, quanto mais ele se aprofunda na investigação, mais distante fica da verdade. Envolve-se com figuras estranhas, que morrem violentamente e penetra em um mundo místico, que não entende.

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O COZINHEIRO, O LADRÃO, SUA MULHER E O AMANTE 27 de março – sexta-feira – 19h 30 de março – segunda-feira – 16h (The Cook, the Thief, His Wife and Her Lover, Inglaterra, 1989, 124 min) dir. Peter Greenaway O gângster Albert Spica janta todas as noites no restaurante Le Hollandais em companhia de seus capangas e da esposa, Georgina. Cansada dos modos violentos e grosseiros do marido, Georgina flerta com um solitário frequentador do restaurante, o bibliotecário Michael. Com a cumplicidade do chefe de cozinha francês, Richard, os dois amantes fazem sexo às escondidas no banheiro e na despensa do restaurante, enquanto Albert devora prato após prato em sua mesa.

CORPOS ARDENTES 31 de março - terça-feira – 19h 1 de abril - quarta-feira – 16h (Body Heat, EUA, 1981, 113 min) dir. Lawrence Kasdan Em uma pequena cidade da Flórida, durante um tórrido verão, Ned Racine (William Hurt), um advogado sem talento, se envolve com Matty Walker (Kathleen Turner), uma bela e sensual socialite casada, que é dotada de vários atributos físicos mas desprovida de qualquer escrúpulo.


CINEMA

O BAILE

ERA UMA VEZ NA AMÉRICA

DAUNBAILÓ

1 de abril - quarta-feira – 19h 2 de abril - quinta-feira – 16h (Le Bal, França, Itália, Argélia, 1983, 110 min) dir. Ettore Scola Um filme que mostra as transformações sociais e culturais na França dos anos 1930 à 1980 em um único salão de baile, onde pessoas se encontram e se relacionam. Sem diálogo algum e com um elenco amador, o diretor embala a obra com uma excelente trilha sonora clássica. Vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim.

6 de abril – segunda- feira – 19h 7 de abril - terça-feira – 19h (Once upon a time in America, EUA, 1984, 227 min) dir. Sergio Leone Para alguns, a vida é uma simples progressão de acontecimentos corriqueiros que se sucedem com o passar dos anos. Amigos leais, Noodles (Robert de Niro) e Max (James Woods) foram crianças de ascendência judia comuns do Lower East Side nova-iorquino no começo do século 20. Dirigido pelo cultuado Sergio Leone, Era Uma Vez na América conta cinco décadas de ações criminosas e das vidas das pessoas por trás delas.

9 de abril – quinta-feira – 19h 10 de abril - sexta-feira – 16h (Down by Law, EUA, Alemanha, 1985, 104 min) dir. Jim Jarmusch Três desajustados se encontram em uma cadeia de Nova Orleans e têm que aprender a conviver juntos. Um dos mais importantes filmes do cinema independente americano dos anos 80, Down by Law é uma obra que mostra seres que vivem nos limites da sociedade, longe dos ideais do sonho americano.

FITZCARRALDO

RAN

2 de abril – quinta-feira – 19h 6 de abril – segunda-feira – 16h (Alemanha Ocidental, Peru, 1982, 158 min) dir. Werner Herzog No final do século XIX, no apogeu do ciclo da borracha, o aventureiro Brian Sweeney Fitzgerald sonha em construir um teatro de ópera na Amazônia peruana. Para realizar seu sonho, faz com que centenas de índios arrastem um barco a vapor de 160 toneladas pelo coração da selva amazônica.

10 de abril – sexta-feira – 19h 13 de abril - segunda-feira – 16h (Japão, França, 1985, 160 min) dir. Akira Kurosawa É a adaptação para o cinema da obra trágica de Shakespeare, Rei Lear, transposta para o Japão na época dos samurais. Já velho, o chefe da família Ichimonjis decide dividir todos os seus preciosos bens entre seus três filhos, o que gera uma disputa sangrenta entre os irmãos, até um trágico desfecho.

BRAZIL, O FILME 7 de abril - terça-feira – 16h 8 de abril - quarta-feira – 16h (Brazil, EUA, 1985, 131 min) dir. Terry Gilliam Sam Lowry (Jonathan Pryce) vive num Estado totalitário, controlado pelos computadores e pela burocracia. Neste Estado, que lida com o terrorismo, todos são governados por fichas e cartões de crédito e ainda precisam pagar por tudo, até mesmo a permanência na prisão. Neste mundo opressivo Sam acaba se apaixonando por Jill (Kim Greist), uma terrorista.

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SUBWAY 13 de abril - segunda-feira – 19h 14 de abril - terça-feira – 16h (França, 1985, 104 min) dir. Luc Besson Ao tentar trocar documentos roubados por dinheiro, Fred (Cristopher Lambert) envolve-se numa grande enrascada quando passa a manter contato com Helena (Isabelle Adjani), a quem pertence os papéis e por quem acaba se apaixonando. No seu encalço está um grupo de homens contratados pelo marido de Helena, um bem-sucedido homem de negócios, e a polícia do metrô de Paris.

Era Uma Vez na America

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Sessão Cinemas Em Rede Cinemas em Rede é um projeto inovador de compartilhamento e difusão de conteúdos audiovisuais, pela internet de alta capacidade, via CiPê, coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa- RNP em parceria com os Ministérios da Cultura (MinC) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Cinco Instituições participam desta fase piloto do Projeto: Cinemateca Brasileira (SP), a UFRGS (Sala Redenção - Cinema Universitário); USP (CINUSP e Escola de Comunicação e Artes-ECA); UFBA (Saladearte Cinema da UFBA) e a Fundação Joaquim Nabuco - FUNDAJ, em Recife. Uma das possibilidades do projeto é compartilhar conteúdos, mostras e ciclos em tempo real entre estes pontos de cinema. No dia 10 de março, a Cinemateca Brasileira compartilhará a sessão de Hoje eu quero voltar sozinho (2014), de Daniel Ribeiro, com os outros pontos do projeto. Vencedor do Teddy Bear e do Prêmio FIPRESCI no Festival de Berlim, e Prêmio do público no Guadalajara Mexican Film Festival, Torino International Gay & Lesbian Film Festival e indicado ao GLAAD Award 2015 entre mais de 30 prêmios ao redor do mundo. Cópia gentilmente cedida pelo diretor e produtora do filme. A exibição é aberta ao público e tem entrada franca.

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO 10 de março – terça-feira – 19h (Brasil, 2014, 96 min) dir. de Daniel Ribeiro Leonardo é um adolescente cego que, como qualquer adolescente, está em busca de seu lugar. Desejando ser mais independente, precisa lidar com suas limitações e a superproteção de sua mãe. Para decepção de sua inseparável melhor amiga, Giovana, ele planeja libertar-se de seu cotidiano fazendo uma viagem de intercâmbio. Porém a chegada de Gabriel, um novo aluno na escola, desperta sentimentos até então desconhecidos em Leonardo.

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CINEMA

PA R C E I R O S D A SAL A REDENÇÃO Cine F O CineF nasceu em 2008 como livre iniciativa dos alunos da FABICO (Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS). As mostras eram criadas pelos próprios alunos da Faculdade de Comunicação. O cineclube continuou assim até o ano de 2009, quando Núcleo de Cinema e Comunicação da FABICO, coordenado por Fatimarlei Lunardelli e Miriam de Souza Rossini, abraçaram o projeto transformando-o em curso de Extensão oficial da faculdade. O curso teve 85 inscrições e gerou 45 certificados de participação (participantes com mínimo de 75% de presença) e continuou como tal até 2011, ano em que o CineF entrou em um hiato. O retorno do cineclube se deu em 2012 sob a iniciativa de alunos do curso de Comunicação, que mantem o projeto vivo até os dias de hoje. No total, o CineF já realizou doze mostras de variadas temáticas, que são sempre sucedidas por debates, seja pelos realizadores do projeto, seja por convidados. Com o objetivo de suscitar debates sobre temas marginalizados e contribuir para a cena

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audiovisual de Porto Alegre, o CineF segue promovendo discussões sobre cinema, produção de conteúdo analítico e projeções de fitas relevantes para a evolução da linguagem cinematográfica. No ano de 2015, o CineF apresentará uma sessão por mês na Sala Redenção.

AQUELE QUERIDO MÊS DE AGOSTO 18 de março – quarta-feira – 19h (Portugal, 2008, 147 min) dir. Miguel Gomes Em Portugal, o mês de agosto é marcado por uma série de festividades, com apresentações de grupos musicais tradicionais e outras atividades típicas. Apenas com o desejo de fazer um filme sobre o assunto, o diretor parte com sua equipe em busca de um roteiro e atores dispostos a interpretar os personagens.


CineDHebate Direitos Humanos O CineDHebate Direitos Humanos é uma iniciativa pioneira no gênero consolidada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul mediante parceria entre a Liga dos Direitos Humanos da Faculdade de Educação e a Sala Redenção da UFRGS. Os organizadores deste projeto são profissionais que atuam em projetos de educação em direitos humanos, com experiência na área cinematográfica documental. O objetivo maior do CineDHebate é propiciar uma reflexão crítica e fomentar debates abertos à comunidade universitária e em geral sobre múltiplos temas em direitos humanos, mediante a linguagem e a estética cinematográfica, com a participação de especialistas na área convidados para tecer comentários críticos em cada sessão. A aproximação entre cinema e direitos humanos é uma importante forma de educação e promoção de uma cultura de direitos humanos, o que tem se demonstrado em cada exibição seguida de debate realizados nos ciclos anteriores do CineDHebate, todos de grande enriquecimento cultural.

PSICOPATA AMERICANO 25 de março – quarta-feira – 19h (American Psycho, EUA, 2000, 102 min) dir. Mary Harron Patrick Bateman (Christian Bale) jovem, branco, bonito e sem nada que o diferencie de seus colegas de Wall Street. Protegido pela conformidade, privilégio e riqueza, Bateman também um serial killer, que vaga livremente e sem receios em busca de uma nova vítima.

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D O M I C R O A O M A C R O E S PA Ç O : S O B R E A S F O R M A S D E S E V I V E R Em abril, a Sala Redenção – Cinema Universitário apresenta uma programação que fala sobre nossas relações com os espaços em que habitamos. Desde os mais íntimos, como nossas casas, até os mais densos e coletivos, como as ruas e as cidades, todos os espaços possuem histórias e atuam diretamente sobre o nosso jeito de viver, enxergar e reagir à vida. Seja falando de arquitetura em pequena escala ou de urbanismo, as projeções feitas por profissionais ou por quem de fato habita os espaços alteram ou até mesmo moldam nossa rotina de forma que é quase impossível pensar a vida sem o ambiente na qual ela acontece. Nada mais natural então do que termos esses reflexos projetados na tela do cinema: a arte representando e criando a vida. É para problematizar essas questões que a mostra Do micro ao macro espaço: sobre as formas de se viver se propõe. O que podemos extrair para reflexão e transformação de nossa própria realidade projetada na tela? Selecionamos filmes nos quais o espaço construído e a arquitetura são apresentados como personagens ou como cenários determinantes para o desenrolar da trama. Espaços que não são meros panos de fundo, mas interagem com a história de forma a criarem uma dependência e uma valorização do projeto

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arquitetônico ou urbanístico no qual a história se insere. Essas interações são óbvias, mas nem sempre nítidas em nossas vidas. Quando, no entanto, transportamo-nas para as telas, elas se tornam evidentes. É o caso do filme Medianeras (2011) de Gustavo Taretto, em que os personagens principais adquirem problemas físicos e emocionais em virtude do espaço que dispõem para habitar. De tão acostumados com microespaços (seus apartamentos), sentem fobia dos grandes ambientes, e acabam perdendo a capacidade para relações sociais. Relações essas que são quase obrigatórias na sociedade em que vivemos, condensada em apartamentos ou apertada em casas sem jardins. Nessa ‘’obrigatoriedade’’ de interações, podemos nos deparar com as mais diversas atitudes alheias. Essas tensões, relações e conflitos oriundos da alta densidade nas cidades podem ser vistas no filme O Homem ao lado (2009), de Mariano Cohn e Gastón Duprat, que nos interroga sobre qual o limite que podemos impor aos nossos vizinhos, e qual o limite que ainda temos de intimidade dentro de nossas próprias casas. Ainda sobre essa temática, veremos em O som ao redor (2012) de Kleber Mendonça Filho, a construção dos nossos micromundos,


O Som Ao Redor

sejam eles criados em condomínios fechados ou nas nossas ruas. Se por um lado temos personagens que conseguiram construir suas habitações e, por consequência, tiveram que aprender a viver coletivamente em grandes metrópoles, por outro, vemos os impactos na vida daqueles que crescem em locais sem organização ou planejamento. Como é o caso de Squat, la ville est à nous (2011) de Cristophe Coello, em que a especulação imobiliária inibe o direito à moradia para favorecer ambientes comercialmente promissores, deixando a dignidade humana atrás do lucro. Sempre na busca pelo equilíbrio entre qualidade de vida (como reflexo de um bom projeto) e lucro, temos a figura do arquiteto. Muitas vezes esse profissional se encontra em situações de escolha que mudam e influenciam a vida das pessoas. Nesse jogo de estratégias arquitetônicas é inevitável passarmos por temas como respeito e ética. De forma mais sarcástica, veremos o valor coletivo dado para a arquitetura em Fogo e paixão (1988) de Isay Weinfeld e Marcio Kogan. Além disso, é quase indissociável à pratica profissional o gosto pela estética, a busca pela beleza e a atenção pelos detalhes. No filme de Jean-Luc Godard, O desprezo (1963), perceberemos

o valor e a diferença da arquitetura funcionando como filtro, como catalisador de relacionamentos. O resultado é um filme em que cada cena tem uma atenta composição em termos de cor, proporção e contraste. A capacidade quase única de criação e questionamento será vista nos filmes A espuma dos dias (2013) de Michel Gondry, no mágico Meu tio (1958) de Jacques Tati e no clássico Metrópolis (1927) de Fritz Lang. Do micro ao macro espaço: sobre as formas de se viver é um convite para reflexão e, também, uma pausa – ativa! – para podermos olhar aonde e como estamos vivendo. Afinal, somos todos, de alguma forma, arquitetos do nosso cotidiano.

Ricardo Curti*, curador convidado. * Ricardo Curti é graduando em Arquitetura e Urbanismo pela UFRGS. Em 2011 foi bolsista da Sala Redenção – Cinema Universitário, atua na produção cultural de Porto Alegre, tendo como últimos trabalhos a participação na equipe de produção da 9ª Bienal do Mercosul em 2013, e produção do CINE ESQUEMA NOVO 2014.

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CINEMA

ABRIL Do micro ao macro espaço: sobre as formas de se viver

amigos. Uma comédia sofisticada e divertida, que conta com uma galeria de personagens estranhos.

MEU TIO

11 DE SETEMBRO A ESPUMA DOS DIAS 15 de abril – quarta-feira – 16h 23 de abril – quinta-feira – 16h (L’écuma des jours, França, 2013, 120 min.) Dir. Michel Gondry Colin (Romain Duris), um jovem rico e inventor do cocktail-mixing piano, quer se apaixonar. Com a ajuda de seu cozinheiro Nicolas (Omar Sy) e de seu melhor amigo, Chick (Gad Elmaleh), ele conhece Chloe (Audrey Tautou), com quem se casa. Mas logo após seu casamento, Chloe fica doente. Ela tem um lírio de água crescendo em seu peito. Arruinado por despesas médicas, Colin recorre a métodos cada vez mais desesperados para salvar a vida da amada.

(11’9’’01 September 11, EUA, 2002, 11 min.) Dir. Sean Penn Curta extraído da reunião de curtas sobre o atentado. Um retrato do 11 de setembro por meio da vida de um policial aposentado, que vive num apartamento precário, às sombras do Word Trade Center. +

MEDIANERAS

FOGO E PAIXÃO 15 de abril – quarta-feira – 19h 16 de abril – quinta-feira – 16h (Brasil, 1988, 90 min.) Um grupo de pessoas passeia por uma grande cidade. Em seu retorno para casa, o japonês chamado Kankeo, um dos turistas, mostra o vídeo do passeio para um grupo de

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(Argentina, Espanha, 2011, 95 min.) Dir. Gustavo Taretto 16 de abril – quinta-feira – 19h 17 de abril – sexta-feira – 16h Martin (Javier Drolas) está sozinho, passa por um momento de depressão e não se conforma com a maneira como a cidade de Buenos Aires cresceu e foi construída. Web designer, meio neurótico, pouco sai e fica grande parte do tempo dentro de casa. É através da internet que conhece Mariana (Pilar López de Ayala), sua vizinha, arquiteta, também solitária e desiludida com a vida moderna numa grande cidade.

17 de abril – sexta-feira – 19h 20 de abril – segunda-feira – 16h (Mon oncle, França, 1958, 120 min.) Dir. Jacques Tati Meu Tio é um filme que resume muito bem a arquitetura e a cidade de meados do século XX, pelo menos em ambas extremidades mais reconhecíveis. O filme de Jacques Tati mostra o contraste entre dois mundos, duas formas de viver e compreender a cidade além da arquitetura que no final dos anos 50 iria se sobrepor violentamente.

METRÓPOLIS 20 de abril – segunda-feira – 19h 22 de abril – quarta-feira – 16h (Metropolis, Alemanha, 1927, 153 min.) Dir. Fritz Lang No futuro, a sociedade de Metrópolis está dividida em dois grupos: os trabalhadores, que vivem debaixo de terra e fazem as máquinas funcionar e a classe dominante que vive à superfície.


CINEMA

O DESPREZO

O SOM AO REDOR

SQUAT, LA VILLE EST À NOUS

23 de abril – quinta-feira – 19h 24 de abril – sexta-feira – 16h (Le Mépris, França, 1963, 100 min.) Dir. Jean-Luc Gordard O produtor de filme americano Jeremy Prokosch (Jack Palance) contrata o respeitado diretor austríaco Fritz Lang (interpretando por si mesmo) para dirigir uma adaptação cinematográfica da Odisseia de Homero. Insatisfeito com o tratamento de Lang do material como um filme de arte, Prokosch contrata Paul Javal (Michel Piccoli), um romancista e dramaturgo, para

27 de abril – segunda-feira – 19h 28 de abril – terça-feira – 16h (Brasil, 2012, 100 min.) Dir. Kleber Mendonça Filho A vida numa rua de classe-média na zona sul do Recife toma um rumo inesperado após a chegada de uma milícia que oferece a paz de espírito da segurança particular. A presença desses homens traz tranquilidade para alguns, e tensão para outros, numa comunidade que parece temer muita coisa. Uma crônica brasileira, uma reflexão

29 de abril – quarta-feira – 19h 30 de abril – quinta-feira – 16h (França, 2011, 94 min.) Dir. Cristophe Coello Estamos em um bairro de Barcelona, vítima da especulação, mas a cena poderia ter lugar em qualquer cidade importante do Mundo. Gentrificação, rendas exorbitantes, operações de reabilitação para “remodelar” a população de um centro ou uma rua na cidade: move-se o espectador dentro de um terreno familiar. O filme é uma proposta de luta coletiva contra um

sobre história, violência e barulho.

retrabalhar o roteiro.

O HOMEM AO LADO 24 de abril – sexta-feira – 19h 27 de abril – segunda-feira – 16h (El hombre al lado, Argentina, 2009, 110 min.) Dir. Mariano Cohn e Gastón Duprat Leonardo (Rafael Spreguelburd) é um designer industrial que vive com a esposa Anne, a filha Lola e a empregada Elba. Eles moram na única casa feita na América pelo famoso arquiteto Le Corbusier, localizada na cidade de La Plata. Eles levam uma vida tranquila até o início das obras em uma casa adjacente, onde o vizinho (Daniel Aráoz) resolveu fazer ilegalmente uma janela que dava para sua casa.

concreto sangrado e sistemático.

NÃO POR ACASO 28 de abril – terça-feira – 19h 29 de abril – quarta-feira – 16h (Brasil, 2007, 100 min.) Ênio (Leonardo Meideiros) é um engenheiro de trânsito que comanda o fluxo de carros em São Paulo. Ele possui uma mania de controle que também se reflete em sua casa, onde suas ações são extremamente controladas. Ele se surpreende quando reencontra Mônica (Graziella Moretto), sua ex-mulher, que lhe diz que sua filha Bia (Rita Batata), de 16 anos, deseja conhecê-lo.

MANHATTAN 30 de abril – quinta-feira – 19h (EUA, 1949, 96 min.) Dir. . Woody Allen Um escritor de meia-idade divorciado (Woody Allen) se sente em uma situação constrangedora quando sua ex-mulher decide viver com uma amiga e publicar um livro, no qual revela assuntos muito particulares do relacionamento deles. Neste período ele está apaixonado por uma jovem de 17 anos (Mariel Hemingway), que corresponde a este amor. No entanto, ele sente-se atraído por uma pessoa mais madura, a amante do seu melhor amigo, que é casado. 27


CINEMA

PA R C E I R O S D A SAL A REDENÇÃO Cine F

ONDE JAZ O TEU SORRISO? 08 de abril – quarta-feira – 19h (Où gît votre sourire enfoui?, Portugal e França 2001, 104 min.) Dir. Pedro Costa No momento da montagem da terceira versão de Sicília! por Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, Pedro Costa fechou-se com os dois cineastas na sala de montagem, filmando cada momento do processo. O resultado é uma lição de cinema e também uma homenagem aos autores de Sicília, o penúltimo filme de Straub e Huillet e uma das raras obras dos cineastas a ter distribuição comercial em Portugal.

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Sessão Cinemas Em Rede Cinemas em Rede é um projeto inovador de compartilhamento e difusão de conteúdos audiovisuais, pela internet de alta capacidade, via CiPê, coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa- RNP em parceria com os Ministérios da Cultura (MinC) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Cinco Instituições participam desta fase piloto do Projeto: Cinemateca Brasileira (SP), a UFRGS (Sala Redenção - Cinema Universitário); USP (CINUSP e Escola de Comunicação e Artes-ECA); UFBA (Saladearte Cinema da UFBA) e a Fundação Joaquim Nabuco - FUNDAJ, em Recife. Uma das possibilidades do projeto é compartilhar conteúdos, mostras e ciclos em tempo real entre estes pontos de cinema. No dia 14 de abril, a Sala Redenção – Cinema Univesitário compartilhará a sessão de Simone (2013) de Juan Zapata, com os outros pontos do projeto. Cópia gentilmente cedida pelo diretor e pela produtora Zapata Filmes. A exibição é aberta ao público e tem entrada franca.

SIMONE 14 de abril – terça-feira – 19h (Brasil/Colômbia/Espanha, 2013, 76min) Dir. Juan Zapata Após anos de relacionamento com mulheres, Simone se envolve com um homem pela primeira vez. O longa-metragem aborda a temática da liberdade sexual por meio das vivências de sua protagonista. Baseado em fatos reais, o filme mistura elementos de ficção e documentário. Brinca com a criação cênica e a montagem, além de criar um universo único, particular e íntimo.

Juan Zapata é diretor, roteirista e produtor formado pela Escola de Cinema de Cuba. Realizou os documentários: Fidelidad (2004, 48 min, DV) Prêmio Walter da Silveira no Festival da Bahía 2005; Quinta Bienal do Mercosul (2005, 26 min, DV); A Dança da Vida (2007, 80 min, 35mm); “Em Branco” (2007, 28 min, DV) e “Ato de Vida” (2009, 56 min, HD). SIMONE é o seu primeiro longa-metragem ficcional.

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CINEMA

CineDHebate Direitos Humanos

ELA 22 de abril – quarta-feira – 19h (Her, EUA, 2013, 126 min.) Dir. Spike Jonze Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador. Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia

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As Aventuras do Avião Vermelho

7 º F E S T I VA L E S C O L A R D E CINEMA O Programa de Alfabetização Audiovisual é um conjunto de ações realizadas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em parceria com as Secretarias Municipais da Cultura e da Educação de Porto Alegre, financiadas pelo Ministério da Educação - Programa Mais Educação – que tem como objetivo principal a aproximação de estudantes e educadores da Rede Pública de Ensino de Porto Alegre com o audiovisual. O projeto trabalha sobre a alfabetização em mídias, promovendo o acesso, a reflexão e a produção sobre os conteúdos ao afirmar a importância da democratização do audiovisual e da sua inserção nos ambientes educacionais enquanto linguagem. Desde 2008, o Programa de Alfabetização Audiovisual promove ações como o Festival Escolar de Cinema, que está em sua 7º edição e já levou mais de 26.000 estudantes a salas de exibição da capital, promovendo o encontro de alunos e professores da Rede Pública de Ensino com o cinema em sua exibição de excelência: a sala escura. Destinado aos estudantes, o Programa promove oficinas de Introdução à Realização Audiovisual e de Fotografia que proporcionam a experiência da produção de peças

audiovisuais, sendo orientadas por cineastas convidados do PAA. Como meio de desdobrar as produções de conteúdo audiovisual nas Escolas, desde 2011, é também promovida a Mostra Olhares da Escola, evento no qual, ao final do ano letivo, os professores e estudantes que trabalharam com audiovisual e fotografia nas escolas, têm a oportunidade de assistir aos seus projetos na sala de cinema. Fruto da trajetória de sete anos de trabalho, o PAA produziu os documentários Luz, Câmera, Educação e Como Vejo Minha Escola e lançou o livro Escritos de Alfabetização Audiovisual que reúne textos de importantes profissionais das áreas do Cinema e da Educação. Em fase de finalização, o Programa de Alfabetização Audiovisual publicará em breve o Livro Virtual correspondente aos trabalhos apresentados no II Seminário Internacional de Cinema e Educação: Dentro e Fora da Lei. As ações do Programa de Alfabetização Audiovisual são gratuitas aos educadores e estudantes da Rede Pública de Ensino de Porto Alegre. Para conhecer mais sobre o PAA acesse o Blog http://alfabetizacaoaudiovisual. blogspot.com.br/

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CINEMA

1. Educação Infantil (2 a 5 anos) Duração Total: 76 minutos Local e datas: Sala Redenção – 15, 16, 17, 22, 23, 24, 28 de abril (sessões às 9h30min e às 14h)

CRIANÇAS NA FLORESTA (Babes in the Woods, Estados Unidos, 1932, 8 min.) Dir. Burt Gillett Clássica versão dos Estúdios Disney para a história João e Maria, dos Irmãos Grimm.

OS TRÊS PORQUINHOS (Three Little Pigs, Estados Unidos, 1933, 8 min.) Dir. Burt Gillett Pioneira animação realizada no começo da década de 30 que popularizou a antiga fábula dos três porquinhos ameaçados por um lobo mau, cujas primeiras publicações datam do século XVIII. Oscar de melhor curta metragem de animação em 1934.

O RATO VOADOR (The Flying Mouse, Estados Unidos, 1934, 9 min.) Dir. David Hand Ratinho que deseja ser um pássaro passa por diversas peripécias para realizar seu sonho, até finalmente aceitar-se como realmente é.

O GAFANHOTO E AS FORMIGAS (The Grasshopper and the Ants, Estados Unidos, 1934, 8 min.) Dir. Wilfred Jackson No verão, enquanto as formigas trabalham, o gafanhoto só pensa em dançar e cantar. Mas quando chega o inverno, a rainha das formigas descobre que o trabalho de um artista também é importante.

A DANÇA DOS ESQUELETOS (The Skeleton Dance, Estados Unidos, 1929, 6 min.) Dir. Walt Disney Depois da meia-noite, os esqueletos saem de suas covas para se divertir. Obra-prima da animação, ainda realizada em preto e branco, para a famosa série Sinfonias Ingênuas (Silly Symphonies), em que Walt Disney usava a música como ponto de partida para a criação de sequências de imaginação delirante.

CANTANDO NA CHUVA (Estados Unidos, 1951, 4 min) Dir. Gene Kelly e Stanley Donen Será exibido fragmento do filme. A célebre sequência em que o apaixonado personagem vivido por Gene Kelly expressa sua felicidade dançando sob a chuva, neste que é considerado o melhor filme musical da história do cinema.

TEMPOS MODERNOS (Modern Times, Estados Unidos, 1936, 5 min.) Dir. Charles Chaplin Será exibido fragmento do filme. De tanto trabalhar na linha de montagem de uma fábrica, o pobre Carlitos enlouquece. Famosa sequência da obra-prima de Charles Chaplin, em que Carlitos é sugado pela engrenagem da máquina.

LAPSO (Lapsus, Argentina, 2007, 3 min.) Dir. Juan Pablo Zaramella Uma freirinha curiosa descobre o lado negro do mundo. Inventiva animação argentina, que explora com bom humor as possibilidades gráficas do preto e branco.

O GUINDASTE E A GIRAFA (La Grúa y la Jirafa, Argentina, 2006, 3 min.) Dir. Vladimir Bellini Em uma cidade portuária, um guindaste e uma girafa que está sendo transportada para um zoológico se apaixonam. +

DOCINHOS (Brasil, 2002, 6 min.) Dir. Frederico Pinto e José Maia Em uma festa de aniversário infantil, o amor impossível entre dois docinhos se concretiza. +

HISTORIETAS ASSOMBRADAS (PARA CRIANÇAS MALCRIADAS) (Brasil, 2005, 16 minutos.) Dir. Victor-Hugo Borges Para fazer sua netinha dormir, avó conta para sua netinha três histórias do folclore brasileiro. Uma das animações mais premiadas do cinema brasileiro, que encanta crianças e adultos.

Dançando na Chuva

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CINEMA

2. Primeiro Ciclo – 1º, 2º e 3º anos (6 a 8 anos) Duração total: 77 minutos Locais e datas: Capitólio – 15, 22, 29 de abril e 6 de maio (sessões às 9h30min e 14h30min) Sala PF Gastal – 16, 17, 23, 24, 28, 29, 30 de abril e 5, 6, 7, 8, 12, 13 de maio (sessões às 9h30min e 14h30min)

AS AVENTURAS DO AVIÃO VERMELHO (Brasil, 2015, 77 min.) Dir. Frederico Pinto e José Maia Fernandinho, um menino de oito anos, perdeu a mãe há pouco tempo, tornando-se um garoto solitário, sem amigos e com problemas de relacionamento com o pai e na escola. Sem saber como lidar com o filho, o pai tenta ganhar a atenção do garoto com presentes. Mas nada funciona até que oferece ao menino um livro da sua infância.

3. Segundo Ciclo – 4º, 5º e 6º anos (9 a 11 anos) Duração total: 97 minutos Local e datas: Sala Redenção – 7, 8, 12, 13, 14 e 15 de maio (sessões às 9h30min e às 14h)

é uma criança. Conhecido por filmes como Delicatessen e O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, o diretor francês Jean-Pierre Jeunet realiza seu primeiro trabalho destinado ao público infanto-juvenil, inspirado em elogiado livro do escritor Reif Larsen.

4. Ensino Médio (15 a 18 anos) Duração total: 100 minutos Local e datas: Sala PF Gastal – 29, 30 de abril e 5, 6, 7, 8, 12, 13, 14, 15 de maio (sessões às 9h30 e 14h30)

O GRANDE HOTEL BUDAPESTE (The Grand Budapest Hotel, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, 2014, 100 min.) Dir. Wes Anderson Gerente de um decadente hotel de luxo relembra sua trajetória desde a adolescência, quando começou a atuar como mensageiro no local, envolvendo-se numa alucinada aventura a partir do assassinato de uma hóspede milionária. Uma metáfora sobre a crise da Europa civilizada, a partir da eclosão da Primeira Guerra Mundial, em um filme visualmente deslumbrante, inspirado em narrativas do escritor Stefan Zweig.

AS FÉRIAS DO PEQUENO NICOLAU (Les Vacances du Petit Nicolas, França, 2014, 97 min.) Dir. Laurent Tirard O pequeno Nicolau sai com sua família para passar férias na praia, envolvendo-se em inúmeras aventuras. Continuação de O Pequeno Nicolau, exibido com sucesso na terceira edição do Festival Escolar, em 2010.

3. 4. Terceiro Ciclo – 7º, 8º e 9º anos (12 a 14 anos) Duração total: 105 min Locais e datas: CineBancários – 24, 28, 29, 30 de abril e 5, 6, 7, 12, 15 de maio (sessões às 9h30 e às 14h30)

UMA VIAGEM EXTRAORDINÁRIA (L’Extravagant Voyage du Jeune et Prodigieux T. S. Spivet, França, Canadá, 2013, 105 min.) Dir. Jean-Pierre Jeunet Aos 12 anos de idade, T.S. Spivet é um garoto superdotado, apaixonado por cartografia. Quando ganha um prêmio científico de prestígio, o garoto decide abandonar sua família em Montana para atravessar sozinho os Estados Unidos, até chegar a Washington. O único problema é que o júri não sabe que o vencedor ainda

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4. EJA – Ensino de Jovens e Adultos Duração total: 100 minutos Local e datas: Capitólio – 29, 30 de abril, 6 e 13 de maio (sessões às 19h)

O LOBO ATRÁS DA PORTA (Brasil, 2013, 100 min.) Dir. Fernando Coimbra O desaparecimento de uma criança é investigado por um delegado, revelando um intrincado triângulo amoroso ambientado na periferia do Rio de Janeiro. Eleito o melhor filme brasileiro de 2014 pela crítica, esse drama impactante conta com uma excepcional atuação da atriz Leandra Leal, que brilha em uma trama que combina elementos da tragédia grega com a literatura de Nélson Rodrigues.


E S PA Ç O S C U LT U R A I S A cada semestre, a Universidade também se renova; novas caras, sonhos e expectativas chegam para aumentar a efervescência da UFRGS. A sala de aula é apenas a mais conhecida das muitas possibilidades de crescimento cultural oferecidas no espaço acadêmico. Nossa proposta é motivar a todos a descobrirem todas as possibilidades que a UFRGS oferece. Visite os espaços culturais.

SALÃO DE FESTAS

Ainda está na memória de muitos “ufrguianos” os Bailes da Reitoria no Salão de Festas. Mas hoje ele abriga exposições, seminários e os Salões de Ensino, Extensão e Pesquisa. Assim como a Sala Fahrion, o Salão de Festas é tombado como patrimônio histórico da Universidade.

SALÃO DE ATOS

MUSEU

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Desde 1984, seu acervo foto-documental representa a trajetória histórica da Universidade e da cidade de Porto Alegre. Recebe e produz exposições temporárias, estabelecendo mediações entre a produção técnica, científica e cultural e os seus freqüentadores. O Museu faz parte do conjunto de prédios tombados como Patrimônio Histórico da Universidade.

RÁDIO

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Dentre as universidades brasileiras, a UFRGS é uma das poucas que possui uma sala de cinema em funcionamento. Apresenta ciclos temáticos, que combinam reflexão e debate com cinema e cultura. É um espaço de interação das diferentes áreas do conhecimento, desafiando o gosto estético do público e promovendo o enriquecimento cultural.

SALA FAHRION

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João Fahrion foi um pintor, ilustrador e desenhista porto-alegrense. A sala que recebe seu nome também abriga afrescos de sua autoria, e recebe exposições temporárias de professores-artistas. Além de sua função expositiva, se constituiu numa sala versátil pela diversidade de atividades que nela acontecem: é sala de recital, durante o Projeto Interlúdio; vira espaço de debates durante as Conferências UFRGS. A Sala Fahrion é tombada como patrimônio histórico da universidade.

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O Salão de Atos acompanha toda a nossa vida na universidade. Espetáculos, aulas magnas, congressos, seminários, e formaturas. Desde sua inauguração tem a sua história inscrita na vida cultural porto-alegrense: um ponto de encontro no caminho entre o Bom Fim e a Cidade Baixa. 5

Sintonizada pela AM 1080kHz é pioneira das emissoras universitárias no país. Também foi uma das primeiras a ter a programação ao vivo pela internet em 1998. Na Rádio podemos ouvir sobre a produção intelectual da Universidade, músicas clássicas, regionais e programas de jornalismo cultural.

PINACOTECA SALA REDENÇÃO

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A Pinacoteca Barão de Santo Ângelo é um órgão auxiliar do Instituto de Artes, responsável pela conservação, restauração, ampliação e divulgação do patrimônio artístico e documental do Instituto. A Pinacoteca produz e apoia exposições e eventos ligados ao ensino, pesquisa e extensão na área das Artes Visuais.

OBSERVATÓRIO

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O Observatório também faz parte do conjunto de prédios históricos da UFRGS. Na sua cúpula está instalada a “Luneta Equatorial de Gautier”, trazida de Paris em 1908. Através dela, ainda hoje é possível observar o céu de Porto Alegre. Localizado no Campus Central, o Observatório chama a atenção pelos detalhes da fachada e pelos afrescos de seu interior.

SALA QORPO SANTO

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Inaugurada em 1987 com o espetáculo ‘’Artaud’’ de Rubens Corrêa, a Sala Qorpo Santo tem 163 lugares e destina-se principalmente às atividades acadêmicas e artísticas do Departamento de Arte Dramática do Instituto de Artes da UFRGS. A sala abriga as temporadas gratuitas do Projeto Teatro, Pesquisa e Extensão e as apresentações dos trabalhos das Mostras de Teatro do DAD-IA/UFRGS.

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Planetário

PLANETÁRIO

AUDITORIUM TASSO CORRÊA

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Poesia, música e ficção mesclam-se às séries especiais, apresentações ao vivo e produção de programas radiofônicos. O Planetário é um órgão de complementação de ensino e divulgação da astronomia, nesses 25 anos ofereceu e continua a oferecer programas científicos e culturais à comunidade universitária do Rio Grande do Sul.

SALA DOS SONS

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Desde do mês de outubro de 2011 a Universidade tem um novo espaço cultural criado para a música eletroacústica. Mensalmente na Sala dos Sons, no segundo andar da Reitoria, apresentaremos ao público obras de compositores do Instituto de Artes e convidados, sempre nas terças-feiras do mês às 12 e 30. A Música Eletroacústica é a modalidade de composição realizada em estúdio, ou com o auxílio da tecnologia, e que se alinha dentro da linguagem da música contemporânea. A música eletroacústica, originada por técnicas provindas da música concreta e eletrônica, propõe novas estratégias composicionais, estruturais e estéticas que diferem das encontradas na composição da música instrumental. O ouvinte que comparece a um concerto de música eletroacústica necessita de um novo critério de percepção diferente daquele acostumado com escalas, relações harmônicas, altura e padrões rítmicos constantes.

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O Auditorium Tasso Corrêa (ATC), vinculado ao Instituto de Artes, é um laboratório de experiências acústicas ligadas às disciplinas e aos projetos do Departamento de Música da UFRGS, tendo como finalidade primordial apresentar para a comunidade acadêmica e não-acadêmica a produção musical da universidade. Tem localização privilegiada, no centro de Porto Alegre, sendo um dos locais preferidos do público apreciador da música erudita da cidade e do Estado.

SALA ALZIRO AZEVEDO

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Muito charmosa esta sala abriga até setenta pessoas e para assistir aos espetáculos teatrais basta chegar um pouquinho antes e retirar uma senha. O projeto Teatro Pesquisa e Extensão, carinhosamente chamado TPE, às quartas-feiras, é encontro marcado dos que querem assistir o que está em cartaz na Universidade.

PRAÇA DO CAMPUS DO VALE

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A praça central do Campus do Vale é transformada em palco para receber grupos musicais compostos por acadêmicos da UFRGS. Nos dias de Vale Doze e Trinta, no intervalo do almoço, a música toma conta, atraindo os passantes e os acolhendo para um momento de descontração. Além disso, os artistas que ali se apresentam nos dão a chance de conhecer o seu trabalho.


PROJETOS PERMANENTES

VALE DOZE E TRINTA

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O espaço oferece a oportunidade de bandas mostrarem o seu trabalho, além de proporcionar para a comunidade universitária um local de interação e experimentação, um momento para dar uma parada e ouvir música na faculdade. Localizado na praça central do Campus do Vale da UFRGS o palco recebe apresentações de alunos e servidores da universidade. As apresentações acontecem uma vez por mês, ao meio-dia e trinta no Campus do Vale. Inscrições e informações no site difusaocultural.ufrgs.br.

UNIMÚSICA

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Criado em 1981 pela Prorext, o Unimúsica é um dos projetos culturais mais antigos de Porto Alegre. Com o passar dos anos, tornou-se referência tanto para o público que acompanha as séries anuais temáticas, como para os profissionais da música, que veem nele um espaço privilegiado para a difusão da música popular brasileira. Os espetáculos acontecem sempre na primeira quinta de cada mês, às 20h, no Salão de Atos, com retirada antecipada de ingressos três dias

SALA REDENÇÃO

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Com sua programação de ciclos voltados para a memória do cinema mundial, os movimentos cinematográficos de referência e a obra de diferentes diretores, a Sala Redenção – Cinema Universitário consolidou-se como um importante espaço alternativo de cinema na cidade. De segunda a sexta, com sessões às 16h e às 19h, o público pode assistir a grandes clássicos do cinema mundial e a produções realizadas no Brasil e em diferentes países.

antes de cada show.

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ARTE PÚBLICA

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ARTE PÚBLICA NOS CAMPI Arte pública nos campi da UFRGS: um convite Em 1955, o pintor Ado Malagoli (1906–1994) entregou ao Centro Acadêmico André da Rocha a portentosa imagem representando a partilha das terras no Rio Grande do Sul e que, atualmente, domina o Salão Nobre da Faculdade de Direito. Três anos depois, em 1958, Aldo Locatelli (1915–1962) concluía As Profissões, em exibição na Sala do CONSUN, o Conselho Universitário da UFRGS. A pintura celebra algumas das atividades e carreiras que a formação universitária então proporcionava. Na mesma época, João Fahrion (1898–1970) deixava sua marca em murais do segundo andar da Reitoria, na sala que hoje leva seu nome. Todos eram professores do Instituto de Artes, todos artistas consagrados, e todos produziram obras cônscios de que elas seriam permanentemente usufruídas por uma coletividade. Murais, esculturas e bustos honoríficos são as formas mais tradicionais do que se convencionou chamar de “arte pública”. Existem, no entanto, outros modos dela se manifestar. No âmbito da UFRGS, há pelo menos uma década, os transeuntes têm encontrado obras revestidas desse caráter não somente em recintos solenes, mas em áreas de circulação, bem como em espaços ao ar livre. Caminhando pelo Campus do Vale, por exemplo, você pode ser surpreendido com as peças em cerâmica de Rogério Pessôa (1970), mescladas à vegetação natural. Trata-se do Jardim Histórico, um

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dos quatro jardins temáticos inaugurados em setembro de 2007. Os outros estão cuidadosamente espalhados pela instituição. Vejamos: para o Campus Olímpico, Mauro Fuke (1961) criou uma sutil releitura dos antigos labirintos vegetais. Na Faculdade de Agronomia, organizado por Rodrigo Núñez (1970) e Sergio Tomasini (1972), desponta o Jardim da Fertilidade, com suas múltiplas interpretações para o tema da criação e da fecundidade. E ao lado da Faculdade de Educação, como um refrigério em meio à turbulência, está o Jardim da Cura, de Tânia Resmini (1953). Nesses lugares, dado o tempo necessário, você perceberá os diálogos entre paisagismo, arte e o entorno construído pelo homem. Algumas obras públicas nos espaços da UFRGS celebram datas especiais: é o caso da escultura de Tina Felice (1962), que marca o centenário da Escola de Engenharia, comemorado em 1996, e do conjunto O Dia e A Noite, doado por Gonzaga (1940), em 2008, para assinalar os 100 anos do Instituto de Artes. É o caso, ainda, da escultura 70 Anos da UFRGS (2004), ao lado do Salão de Atos. Com suas placas de granito meticulosa e matematicamente ajustadas, a obra de Mauro Fuke reinterpreta a “chama” que simboliza a instituição, ao mesmo tempo em que, por meio de sua estrutura ad infinitum, sugere os desdobramentos da vida acadêmica.

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Remontando à tradição do muralismo, tão cara à América Latina, estão as pinturas parietais coletivas junto à ESEF e ao Instituto de Psicologia. Enquanto a primeira, coordenada por Umbelina Barreto (1954), enfatiza as atividades esportivas próprias da Escola, a segunda, sob supervisão de Zoravia Bettiol (1935), coloca-se como um voto de otimismo e de esperança, mesmo frente às injustiças do mundo contemporâneo. No Campus Central, entre o Museu Universitário e a agência do Banco do Brasil, pode ser apreciada a monumental escultura O Peixe, de Nico Rocha (1954), sobre um espelho d´água ora desativado. Rocha igualmente assina Vórtex, na entrada do Gabinete do Reitor. São várias as obras públicas distribuídas pelos campi da UFRGS, a grande maioria produzida por professores e alunos do Instituto de Artes (IA), numa profícua relação entre o ensino, a pesquisa desenvolvida nos ateliês e, naturalmente, a extensão, graças a parcerias inter-institucionais. Nas cercanias do Bar do Antônio, por exemplo, o professor Rodrigo Núñez, com a participação do Núcleo de Painéis e Murais do IA, concebeu uma onírica e vicejante paisagem, tendo também coordenado a Oficina de Grafitti, que realizou uma série de intervenções nos orelhões, injetando nova vida a equipamentos desprovidos de função. Essas atividades se juntam aos projetos do colega Carlos Augusto Camargo (1962),

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constituindo belas amostras do “fazer extensionista”. Carusto Camargo, além de assinar o conjunto escultórico Vazocorpos, ao lado da Sala Redenção – Cinema Universitário, articula o NICA, Núcleo de Instauração da Cerâmica Artística, que desde 2009 já reuniu mais de 40 pessoas, entre professores, estudantes e membros da comunidade artística. É do NICA o painel Prensautos, com sua carga simbólica, de viés autobiográfico, e o Acervo Cerâmico Itinerante, presente em vários ambientes da Reitoria. Essas e tantas outras iniciativas estendem a reflexão da sala de aula, ao mesmo tempo em que exercem sua função educativa, uma vez que o conhecimento sobre arte se constrói pela experiência, ou seja, vivenciando arte. Você está convidado a estabelecer esse contato. O mapa que tem em mãos indica os locais em que essas obras estão, bem como os artistas que as criaram. Trata-se de um convite. E, se você se permitir, um convite para grandes descobertas. Paula Ramos Crítica de arte, professora-pesquisadora do Instituto de Artes/UFRGS

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LOCALIZAÇÃO

P O N T O S C U LT U R A I S E ARTE PÚBLICA NOS CAMPI

CAMPUS DA SAÚDE 10 26

Mais informações sobre os pontos culturais e sobre as obras públicas da UFRGS, como artista, nome da obra, ano e localização, você encontra nos mapas destas páginas. As fotos das páginas anteriores possuem uma numeração para ajudar você a situá-las nos campi.

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Mauro Fuke Jardim Labirinto (2006)

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Umbelina Barreto e equipe Mural da ESEF (2004)

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Rodrigo Núñez e equipe Jardim da Fertilidade (2006)

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Rogério Pessoa Jardim Histórico (2006)

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Zorávia Bettiol, Klaus Klinger, Heloisa Bursati e Nestor del Pino Mural Global Que mundo é este? (2003)

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Tina Felice Sem título (1996)

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Núcleo de Instauração da Cerâmica Artística - NICA

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Mauro Fuke 70 anos da UFRGS (2004)

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Nico Rocha Vortex (2010)

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Nico Rocha Sem título (2002)

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Tânia Resmini Jardim da Cura (2006)

CAMPUS OLÍMPICO

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CAMPUS DO VALE

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Carusto Camargo Vazocorpos (2003)

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Núcleo de Instauração da Cerâmica Artística - NICA (2010)

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Núcleo de Paineis e Murais Sem título (2011)

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Oficina de graffiti Pixel Show (2011)

RU


CAMPUS CENTRAL 27

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1 5 32 9

CAMPUS CENTRAL A – Sala Qorpo Santo B – Sala Redenção – Cinema Universitário C – Salão de Festas D – Sala Fahrion E – Salão de Atos

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Entradas Principais Entradas Secundárias ENDEREÇOS

CAMPUS AGRONOMIA

Sala Qorpo Santo / Sala Redenção – Cinema Universitário – Av. Eng. Luiz Englert, s/n°, Centro Histórico Salão de Festas / Sala Fahrion – Av. Paulo Gama, 110, 2° andar da Reitoria – Campus Central Salão de Atos – Av. Paulo Gama, 110 CAMPUS DO VALE A – Parada de Ônibus B – Praça Campus do Vale Caminho da Parada até a Praça do Campus 6 12

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INSTITUTO DE ARTES - IA Rua Senhor dos Passos, 248 SALA ALZIRO AZEVEDO Rua Salgado Filho, 340

INFORMAÇÕES GERAIS DEPARTAMENTO DE DIFUSÃO CULTURAL 24

Endereço: Av. Paulo Gama, 110 – Mezanino do Salão de Atos – Campus Central Fone: (51) 3308 3933 ou (51) 3308 3034 E-mail: difusaocultural@ufrgs.br Website: www.difusaocultural.ufrgs.br Entrada e inscrição em eventos: agendamento pelo site ou no local Horário de Funcionamento: das 8h às 18h, aberto ao meio-dia Apoio

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

! !

Difunda essa cultura de forma consciente

Reitor Carlos Alexandre Netto

LEIA E PASSE ADIANTE

Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação Acadêmica Rui Vicente Oppermann Pró-Reitora de Extensão Sandra de Deus

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Vice-Pró-Reitora de Extensão Claudia Porcellis Aristimunha Diretora do Departamento de Difusão Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher

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Equipe do DDC Carla Bello – Coordenadora de Projetos Especiais Edgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema Universitário Lígia Petrucci – Coordenadora e curadora do Projeto Unimúsica Rafael Derois – Coordenador do Projeto Unifoto Sinara Robin – Coordenadora e curadora do Projeto Vale Doze e Trinta e do Projeto Reflexão Tânia Cardoso – Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário Bolsistas Bruna Zucco Christiano Pozzer Gabriela Marluce Guilherme Bragança Maurício Lobo Renan Sander Renata Signoretti Veridiane Boniatti Projeto gráfico Katia Prates Revisão Lígia Petrucci Diagramação Christiano Pozzer Fotografia de capa Ismael Monticelli

Programação sujeita a alterações. Apoio:

Parceria:

Fotografia: Maciel Goelzer

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Pró-Reitoria de Extensão Departamento de Difusão Cultural Mezanino do Salão de Atos UFRGS Av. Paulo Gama, 110 Porto Alegre – RS (51) 3308.3034 e 3308.3933 difusaocultural@ufrgs.br www.difusaocultural.ufrgs.br

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