Agenda Cultural DDC - Novembro e Dezembro

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Faustina/JanaĂ­na Franco

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AGENDA C U LT U R A L

Novembro Dezembro 2011


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MĂšSICA

UNIMĂšSICA 30 ANOS TEMPOMĂšSICAPENSAMENTO

MĂşsicos de performances bastante distintas, Renato Borghetti e Alegre CorrĂŞa tĂŞm em comum uma consistente carreira internacional. Ambos portam as raĂ­zes locais em suas obras, mas as elaboram e transformam em uma mĂşsica que reforça a ideia do carĂĄter universal dessa linguagem artĂ­stica, conseguindo comunicar aqui e em todo lugar. Quando estĂŁo juntos, esses instrumentistas sofisticados deixam vaneirĂľes, polcas, chamarras e milongas surgirem de modo fluido, entre convençþes e improvisos, graças Ă amizade de longa data e Ă admiração mĂştua. Renato e Alegre jĂĄ dividiram o palco na Europa, em turnĂŞ pela Ă ustria, mas esta serĂĄ a primeira vez que isso acontece no Brasil. Acompanhados pelos mĂşsicos que formam o quarteto de Borghettinho – Daniel SĂĄ (violĂľes), Pedrinho Figueiredo (flauta e sax) e Vitor Peixoto (piano) –, eles interpretarĂŁo composiçþes do Ăşltimo trabalho de Borghetti, Fandango!, e temas clĂĄssicos do folclore gaĂşcho e do prata.

A vida profissional de Renato Borghetti teve início no cenårio efervescente dos festivais de música nativista dos anos 1980 no Rio Grande do Sul. O primeiro ålbum de Borghettinho alcançou a marca de cem mil cópias em poucos meses e tornou-se o primeiro disco de ouro da história da música instrumental brasileira. Na dÊcada de 1990, foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte; participou, como convidado, do Projeto Asa Branca, ao lado de Sivuca, Dominguinhos, Elba Ramalho e Alceu Valença; e representou o sul do país no projeto Brasil Musical, junto de Paulo Moura, Hermeto Pascoal, Wagner Tiso e Egberto Gismonti. Hoje ele mantÊm turnês regulares pela Europa, e sua produção fonogråfica conta com mais de vinte discos gravados e dois DVDs.

Renato Borghetti/arquivo pessoal

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Alegre Corrêa é gaúcho de Passo Fundo, mas há mais de vinte anos vive em Viena, na Áustria. Sua formação teve início com o chamamé, a chacarera e a milonga, depois incorporou o samba, a bossa nova e a MPB. Hoje desenvolve um trabalho em que incorpora influências especialmente de Hermeto Pascoal, Tom Jobim e Toninho Horta. Na Europa, participou de diversos grupos, com os quais percorreu os principais países daquele continente. Integrando o The Zawinul Syndicate, liderado pelo tecladista Joe Zawinul, fez turnês também nos Estados Unidos, na América do Sul e na Ásia, e recebeu o Grammy Awards, na categoria melhor álbum de jazz contemporâneo, pelo disco 75, no qual atuou como guitarrista. Um pouco de seu trabalho composicional ficou registrado em songbook lançado pela editora Honk Musikverlag, com partituras de obras gravadas nos CDs Infância e Negro coração.

ESPETÁCULO Data: 10 de novembro – quinta-feira – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS – Av. Paulo Gama, 110 Inscrições pelo site www.difusaocultural.ufrgs.br a partir de 22 de agosto

A retirada de senhas pode ser realizada através da troca de 1kg de alimento não-perecível por ingresso, a partir de 07 de novembro, das 9h às 18h, no mezanino do Salão de Atos da UFRGS ou pelo site www.difusaocultural.ufrgs.br

Alegre Corrêa/Divulgação

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MĂšSICA

ZĂŠ Miguel Wisnik/Renato Stockler

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Em um ensaio chamado A gaia ciência, ZÊ Miguel Wisnik sugere que a canção brasileira, alÊm de ser uma forma de arte, Ê tambÊm um modo de pensar. Um modo muito especial de pensar, em que o que estå sendo dito, atravÊs de letra e música, importa tanto quanto o tempo certo de dizer. Para entender a ideia, basta ouvir as composiçþes de Wisnik. Presente na edição piano & voz (2004) ao lado de Jussara Silveira, ele vem agora acompanhado de Sergio Reze (bateria) e de Mårcio Arantes (baixo acústico, baixo elÊtrico, violão, guitarra, teclado e vocais) para apresentar pela primeira vez em Porto Alegre o repertório de seu mais recente trabalho, o ålbum duplo Indivisível. Cada disco do ålbum Ê dedicado a um instrumento principal. O primeiro

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conta com o piano de ZĂŠ Miguel Wisnik para construir o clima mais denso dos arranjos. JĂĄ o segundo elege a leveza e a precisĂŁo do violĂŁo de Arthur Nestrovski – que faz participação especial no concerto de encerramento do projeto UnimĂşsica. AlĂŠm das parcerias com Nestrovski, IndivisĂ­vel traz ainda colaboraçþes de artistas como Chico Buarque, Jorge Mautner, Marcelo Jeneci, Guinga, Alice Ruiz, Luiz Tatit e AndrĂŠ Stolarski, autor do poema que dĂĄ nome ao disco e que tem como inspiração o ensaio Iluminaçþes profanas, de Wisnik. Os ilhĂŠus, sobre soneto de Antonio CĂ­cero e Mortal loucura, composta sobre texto do poeta barroco GregĂłrio de Matos, sĂŁo alguns dos poemas musicados que integram a relação de cançþes de IndivisĂ­vel.


UNIMÚSICA 30 ANOS TEMPOMÚSICAPENSAMENTO

O músico, compositor e ensaísta José Miguel Wisnik também foi professor Literatura Brasileira na USP durante muitos anos. Seu primeiro álbum, José Miguel Wisnik (1993), tem parcerias suas com Paulo Leminski, Luiz Tatit e Zé Celso Martinez Corrêa. Já São Paulo Rio (2000) teve participação da cantora Elza Soares, com quem realizou uma série de shows no mesmo ano. Pérolas aos poucos (2003) apresenta trabalhos seus com Jorge Mautner e Alice Ruiz, além da faixa-título composta ao lado de Paulo Neves. Suas canções já foram interpretadas nas vozes de Gal Costa, Maria Bethania, Ná Ozzetti, Mônica Salmaso e Eveline Hecker. Fez trilhas para o Grupo Corpo e para o Teatro Oficina que foram premiadas pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Entre suas produções para cinema, estão as trilhas de Terra estrangeira e Janela da alma. Seus livros O coro dos contrários e Veneno remédio – o futebol e o Brasil receberam o Prêmio Jabuti.

ENSAIO ABERTO Data: 07 de dezembro – quarta-feira – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS – Av. Paulo Gama, 110 Inscrições pelo site www.difusaocultural.ufrgs.br a partir de 28 de novembro

ESPETÁCULO Data: 08 de dezembro – quinta-feira – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS – Av. Paulo Gama, 110 A retirada de senhas pode ser realizada através da troca de 1kg de alimento não-perecível por ingresso, a partir de 05 de dezembro, das 9h às 18h, no mezanino do Salão de Atos da UFRGS ou pelo site www.difusaocultural.ufrgs.br

Em 2010, a cantora e compositora mineira Déa Trancoso veio pela primeira vez a Porto Alegre para participar da série percussionistas do Projeto Unimúsica. Ao lado de Analu, Alcione Oliveira, Daniela Rennó, Samantha Rennó, Flora Lopes, Maria Milagros Vazquez e Bruna Bizzotto, que tocaram, além dos tradicionais tambores mineiros, pandeiro, tamborim, vibrafone, triângulo, palma de mão e patangome, Déa apresentou algumas peças da cultura popular brasileira, registradas em seu primeiro trabalho solo, o álbum Tum Tum Tum (com distribuição nacional e internacional pela Bsicoito Fino). Ela tem parcerias com Badi Assad, Cláudio Nucci, Chico César, Ceumar, André Mehmari e Sérgio Santos e atualmente prepara seu primeiro trabalho autoral.

A gente é uma maquininha de fazer desejos. Dormimos desejando e amanhecemos igualmente desejando... O tempo não para, os desejos, dizem os mestres do espírito, também não. E é um deleite quando um desses nossos desejos (daqueles dos bons, como se diz lá no Vale do Jequitinhonha, minha terra natal) sai do espelho e vira vida. O convite do Unimúsica para fazer uma apresentação que reunisse somente voz e percussão tocada apenas por mulheres tornou aquele desejo um presente. Um presente desejado por mim lá nos idos da minha juventude, quando comecei a cantar, aos 20 anos. Um concerto só de voz e percussão para mostrar a riqueza, a força e a luz inequívocas da cultura popular brasileira. Foi emocionante! Foi minha primeira vez em Porto Alegre. Que alegria! Um palco sublime num projeto histórico! Um teatro lotado para uma ainda desconhecida artista nascida no sertão do sertão. Isso não parece ser coisa encantada das gentes do sul? Encantaria fina... Milagres possíveis... Déa Trancoso cantora e compositora

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MÚSICA

CONCERTO DE MÚSICA ELETRÔNICA

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A P R E S E N TA Ç Ã O D E M Ú S I C A C O M P U TA C I O N A L

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Rodrigo Meine (1976) é graduado em Cordas – Violão (2003) e Composição (2009) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instituição na qual atualmente cursa Mestrado em Composição sob orientação do professor Antônio Carlos Borges-Cunha. Obras instrumentais recentes incluem Barro (2009), interpretada pelo Nieuw Ensemble de Amsterdã, e Zambelê (2010), estreada pelo Grupo de Percussão da Universidade Federal da Bahia. Foi orientado pelo Prof. Eloy Fritsch na composição de Música Eletroacústica entre 2007 e 2009. As composições eletroacústicas apresentadas nesse concerto abrangem um período de 3 anos, abordando diferentes aspectos dos recursos oferecidos pela tecnologia aplicada à composição musical. As peças fazem uso de sonoridades obtidas tanto através de técnicas de síntese diversas como oriundas de fontes concretas, espacialização, e processamento de áudio em graus variados. Como encerramento do concerto será interpretada a composição eletroacústica mista Monólogo, para violão e sons eletrônicos em tempo real, tendo como intérprete convidado o violonista Pedro Sperb.

Um dos primeiros receios com relação à composição automatizada é que ela poderia substituir seres humanos na composição, do mesmo modo que as execuções de gravações substituíram músicos em muitos locais. Cinco décadas após ampla publicação dos experimentos do pioneiro na composição por computador, Lejaren Hiller, isto não ocorreu. Ao contrário, a música computacional algorítmica, automática e interativa passou a ser um campo fértil para a produção musical. A apresentação de peças musicais criadas no computador utilizando diversas técnicas composicionais busca mostrar a produção realizada pelos alunos do Curso de Composição Musical da UFRGS. Nesta oportunidade a comunidade poderá tomar contato com o mais recente repertório de música computacional da UFRGS criado por estudantes que aprenderam a compor com o software Pure Data. Participam dessa apresentação os alunos da disciplina de Computação Musical do professor Eloy F. Fritsch: Alberto Ritter Tusi, Israel Kralco Machado, Sergio Balthazar de Lemos, Vinicius Azzolini de Lima, Elder dos Santos Oliveira Junior e Renan Manito Guzzo.

CONCERTO DE MÚSICA ELETRÔNICA DE RODRIGO MEINE

ESTREIA

Data: 22 de novembro – terça-feira – 12h30

Data: 06 de dezembro – terça-feira – 12h30

Local: Sala dos Sons – 2º andar da Reitoria

Local: Sala dos Sons – 2º andar da Reitoria

Duração: 40 minutos

Duração: 45 minutos

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MÚSICA

SÉRIE MÚSICA ELETROACÚSTICA

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Abel Roland é formado em Composição Musical pela UFRGS e Cinema pela PUCRS, e mestrando em Cinema na Universidade Pompeu Fabra (Espanha).

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Alexandre Fritzen da Rocha é mestrando em Práticas Interpretativas – órgão – pelo Programa de Pós-Graduação em da UFRGS. É Bacharel em Música (ênfase em Composição Musical) pela UFRGS.

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A peça Urgência foi composta no Centro de Música Eletrônica no primeiro semestre de 2008 como estudo no curso de composição da UFRGS. Sua principal característica estética é a reflexão sobre a duração do tempo nos dias atuais, utilizando para esta reflexão a estaticidade sonora, valorização de diversos ruídos e a dicotomia existente entre ruídos e sons pontuais.

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Peça composta no segundo semestre de 2007, no Centro de Música Eletrônica da UFRGS – CME – para a disciplina de Música Eletroacústica II, orientada pelo Prof. Eloy Fritsch e revisada em 12 de junho de 2008. Para criar o catálogo sonoro desta peça o compositor utilizou materiais usados no preparo do café, como rabo quente esquentando a água, som de chaleira, xícara, colher, canecos de metal, água.

Guilherme Bertissolo é compositor e instrumentista, Mestre e Doutorando em Composição pela Universidade Federal da Bahia.

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Conversando sobre a interação entre música e movimento na Capoeira Regional, a obra tem como material de base sons extraídos deste contexto, compreendendo desde Mestre Bimba tocando berimbau até sons gravados em rodas de capoeira na Fundação Mestre Bimba, pelo próprio compositor. Foi realizada uma cuidadosa edição de um toque de berimbau e seus elementos constituintes, em escala microscópica. Além disso, diversos processos na obra foram derivados das noções inferidas no contexto da Capoeira, conformando uma espécie de reverência a essa manifestação.

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Aspectos da Mudança foi composta em 2008 na disciplina de música Eletroacústica I sob orientação do Prof. Eloy Fritsch. Possui três regiões contrastantes que podem ser percebidas pelos timbres e pelos diferente gestos sonoros apresentados. Na primeira região, sons mais circulares conduzem a um novo ambiente. A segunda região é mais curta e o momento de maior agitação é dominado por ruído branco. No terceiro momento são utilizados sons agudos e delicados com pulso constante que encaminham para o final da peça. Daniela Amorim Faria realizou graduação em Composição Musical na UFRGS orientada pelo Prof. Antônio Carlos Borges Cunha.

SÉRIE MÚSICA ELETROACÚSTICA Data: 13 de dezembro – terça-feira – 12h30 Local: Sala dos Sons – 2º andar da Reitoria

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INTERLÚDIO

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O ideal de realizar um trabalho voltado para pesquisa e difusão do repertório para quinteto de sopros foi o motivo para que cinco jovens profissionais se reunissem para formar o quinteto 4.1. O grupo surgiu no cenário musical de Porto Alegre disposto a desenvolver um projeto de música de câmara permanente com foco nesta formação, mas também considerando outras possíveis combinações. O 4.1 tem como proposta de trabalho uma programação voltada para concertos temáticos, ora contemplando escolas composicionais, ora a divulgação de novas obras, contribuindo assim para a ampliação do repertório camerístico. O grupo é formado por Cláudia Schreiner (flauta), Júlio César Wagner

(oboé), Elimar Blazina (clarinete), André Januário (fagote) e Leandro Rodrigues (trompa) – todos músicos atuantes nos principais grupos sinfônicos do estado, como a Orquestra Filarmônica da PUC, a Orquestra Sinfônica da UCS, a Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro e Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, entre outros.

Data: 25 de novembro – sexta-feira – 12h30 Local: Sala João Fahrion – Av. Paulo Gama, 110

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MÚSICA

Capitão Rodrigo/Luiz Ávila

SOM NO SAL ÃO

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O Som no Salão é uma iniciativa do Salão de Atos, voltada para projetos musicais autorais gaúchos, que selecionou através de edital, 04 artistas para se apresentarem no palco do Salão. A abertura foi no mês de julho com Fruet & Os Cozinheiros e, nos meses seguintes, o Bandolim Campeiro de Rafael Ferrari e Caio Martinez deram seguimento ao projeto. Encerrando a edição 2011 do Som no Salão, a Banda Capitão Rodrigo lança seu CD Rock além da música, no dia 19 de novembro. A banda apresenta seu repertório de canções poéticas aliadas a instrumentos pouco ortodoxos como o berimbau e o acordeom, denominadas música de raiz pampeira a beira da matriz roqueira. O espetáculo é construído a partir da mistura do trovadorismo com as sonoridades campeiras e guitarras distorcidas e complementadas por bonecos teatrais que compõe um belíssimo cenário.

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CAPITÃO RODRIGO Data: 19 de novembro – sábado – 20h Local: Salão de Atos da Reitoria da UFRGS Av. Paulo Gama, 110 Entrada franca Observações: Os ingressos podem ser trocadas por 1kg de alimento na recepção do Salão de Atos ou no dia da apresentação. O estacionamento estará disponível com acesso pela Av.Sarmento Leite, ao lado da Rádio da Universidade, custo de R$10,00. Mais informações: www.ufrgs.br/salaodeatos ou 3308-3058


MÚSICA

NÚCLEO DA CANÇÃO

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O encontro de novembro do Núcleo de Estudos da Canção da UFRGS tem como tema a formação da canção popular brasileira. A partir do modelo teórico de Antonio Candido, e com o instrumental de análise de Luiz Tatit, o pesquisador Guto Leite busca responder à pergunta de quando a canção popular passou a formar um sistema orgânico no Brasil. Investigando as obras e os contextos de quatro cancionistas – Catulo da Paixão Cearense, Donga, Sinhô e Noel Rosa –, Guto Leite acompanha a formação da canção popular urbana no Brasil. A apresentação se dará pela explicação de alguns conceitos básicos e a audição de algumas canções dos autores envolvidos na pesquisa. O Núcleo de Estudos da Canção foi criado em 2008 com o objetivo de formar um espaço permanente para a troca de conhecimentos sobre a canção popular brasileira. Os encontros mensais têm

formatos diversos, contemplando apresentação de pesquisas, entrevistas e audições comentadas. O Núcleo da Canção é uma promoção da Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS / Departamento de Difusão Cultural e tem a coordenação dos professores Luís Augusto Fischer e Luciano Zanatta.

A FORMAÇÃO DA CANÇÃO POPULAR, COM GUTO LEITE Data: 21 de novembro, segunda-feira, às 19h. Local: Sala Fahrion – Prédio da Reitoria da UFRGS Av. Paulo Gama, 110, 2º andar. Inscrições: www.difusaocultural.ufrgs.br Guto Leite/Tainá Colombrini

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CINEMA

NOVEMBRO

Segundo Fabris*, não há um consenso entre os estudiosos quanto a uma definição a respeito do que foi o neorrealismo italiano. De qualquer forma, tal consenso talvez exista em relação a alguns temas tratados na filmografia neorrealista: o fascismo, a segunda guerra mundial e suas conseqüências, os problemas sociais do campo, o desemprego, a condição das mulheres, entre outros. Para a autora, ele não foi uma escola nem um movimento e que se é possível reconhecer alguma unidade nessa tendência cinematográfica, não é tanto pelo estilo (variável dos realizadores), mas por sua orientação estética em comum entre os vários cineastas que atuaram no mesmo período. Poderíamos destacar principalmente algumas destas características que o diferenciam do cinema hollywoodiano: a utilização dos planos de conjunto e dos planos médios, a câmera que não sugere nem disseca, mas registra; a recusa dos efeitos especiais de montagem, utilização de câmera na mão e plano-sequência, a imagem acinzentada, segundo a tradição do documentário, a filmagem em cenários reais, a utilização de atores eventualmente não profissionais, entre outras. Para grande parte da crítica mundial, o neorrealismo teria começado com Roma, cidade aberta (1945), de Rossellini; já para Visconti o terno “neorrealismo” teria surgido com seu primeiro longa-metragem, Obsessão (1943), cunhado pelo montador Mario Serandrei. Para Fabris, o neorrealismo italiano

atingiu o seu apogeu com Alemanha ano zero (1948), Ladrões de bicicleta (1948) e A terra treme (1948). Seus principais expoentes foram Roberto Rosselini, Luchino Visconti e Vittorio de Sica. Mesmo diante da diversidade apresentada sobre uma possível definição para o discurso do neorrealismo, ainda segundo Fabris, é preciso admitir que houve na Itália, entre 1945 e 1952, à margem da cinematografia tradicional, uma série de realizações que tentaram fazer com que o público refletisse sobre as relações entre o homem e a sociedade e mesmo após esse período ela não deixou de alimentar o cinema italiano e mundial, sendo uma referência para as novas cinematografias dos anos 1960. O impacto do neorrealismo italiano no cinema moderno foi bastante grande, influenciando diretamente os cineastas da nouvelle vague francesa, além de outros movimentos como o do novo cinema americano e, até mesmo, do cinema novo brasileiro. Em novembro a Sala Redenção – Cinema Universitário apresenta em sua programação não apenas filmes realizados no período auge do neorrealismo, mas também alguns que, apesar de serem realizados anos mais tarde, dialogam com ele estética e tematicamente. *FABRIS, Mariarosaria. Neo-realismo italiano. In: História do cinema mundial. MASCARELO, Fernando (ORG). Campinas, SP: Papirus, 2006, PP. 191-1219.

Ladrões de bicicleta

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Cão sem dono

Em dezembro, a Sala Redenção – Cinema Universitário dedica sua programação a três importantes cineastas brasileiros: Eduardo Coutinho, Sandra Werneck e Beto Brant. Eduardo Coutinho é um dos nomes de referência do documentário brasileiro, destacando-se por apresentar um trabalho marcado pela profundidade e sensibilidade com que aborda o universo marginalizado tanto das favelas, do sertão como o das grandes cidades. Nos anos 50, Coutinho estudou cinema no Institut des Hautes Études Cinematographiques (IDHEC) de Paris e quando retornou ao Brasil, em 1960, e se engajou no Cinema Novo. Autor de um dos filmes mais importantes do cinema documental brasileiro, Cabra marcado para morrer (1984) – chegou a ter suas filmagens interrompidas pelo golpe militar de 64 –, que ganhou prêmio da crítica internacional do Festival de Berlim, melhor filme no Festival du Réel, em Paris, e no de Havana. Dirigiu documentários para o Globo e, a partir dos anos 80, passou a dedicar-se quase que inteiramente a este gênero. A programação conta com Edifico Master (2007), O fim e o princípio (2006) Jogo de cena (2007). Sandra Werneck começou também dirigindo documentários, explorando temáticas de cunho social. Foi, entretanto, com dois longas de ficção que seu nome ficou mais conhecido:

Pequeno dicionário amoroso (1996) – prêmio de melhor fotografia e melhor montagem no Festival de Brasília – e Amores possíveis (2000), prêmio de melhor filme latino-americano no Sundance Film Festival. Dividiu com Walter Carvalho, em 2004, Cazuza – o tempo não para, maior bilheteria nacional naquele período. Dirigiu Meninas (2006) e, em 2009, lançou Sonhos roubados – ambos contemplados nesta mostra. Beto Brant inicialmente foi diretor de videoclips e de curta-metragens. Em 1997, lança Os matadores, seu primeiro longamentragem, que recebeu prêmio de melhor diretor, no Festival de Gramado e no Festival de Cinema Brasileiro de Miami. Seu terceiro longa, O invasor (2001), recebeu os prêmios de melhor diretor e melhor trilha sonora no Festival de Brasília. Lança Crime delicado, em 2004, e Cão sem dono, em 2006 –, baseado no romance Até o Dia em que o Cão Morreu, do gaúcho Daniel Galera. Dotado de um estilo próprio, Brant apresenta narrativas provocadoras – seja pelo conteúdo, seja pela forma de contá-las –, que geralmente deixam os espectadores em suspenso, impactados com os desfechos apresentados. A Sala Redenção apresenta, então, parte da produção destes três cineastas que, “cada um com seu cinema”, têm seu lugar marcado na cinematografia brasileira.

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CINEMA

NOVEMBRO

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ROMA, CIDADE ABERTA

OBSESSÃO 01 de novembro – 3ª feira – 16h 24 de novembro – 5ª feira – 16h (Ossessione, Itália, 1943, 140 min.) Dir. Luchino Visconti Itália, início dos anos 40. No miserável Vale do Pó, Giovanna, a frustrada dona de uma pensão, planeja com o amante Gino o assassinato do marido.

03 de novembro – 5ª feira – 19h 04 de novembro – 6ª feira – 16h (Roma, città aperta, Itália, 1945, 97min) Dir. Roberto Rosselini O filme retrata a ação da resistência italiana durante a ocupação nazista de Roma ao final da 2ª Guerra. E um grupo de resistentes comunistas tenta escapar da Gestapo com a ajuda de um padre.

A CULPA DOS PAIS

VÍTIMAS DA TORMENTA

01 de novembro – 3ª feira – 19h 03 de novembro – 5ª feira – 16h (I Bambini ci guardano, Itália, 1944, 83 min.) Dir. Vittorio de Sica O filme mostra as preocupações de uma jovem mãe, que não consegue suportar as pressões geradas pela responsabilidade familiar. Ela abandona o marido e os filhos, arruinando a vida do filho mais velho, Prico, permanentemente.

04 de novembro – 6ª feira – 19h (Sciuscià, Itália, 1946, 95 min.) Dir. Vittorio de Sica Giuseppe e Pasquale são garotos pobres que vivem de engraxar sapatos, cultivando o sonho de comprar um cavalo branco. Depois de se envolverem em um furto, acabam presos num reformatório. É o começo de muitos problemas que os dois

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amigos têm pela frente.

PAISÀ 17 de novembro – 5ª feira – 16h (Itália, 1946, 120 min.)Dir. Roberto Rosselini O filme é composto de seis episódios que mostram a luta das tropas aliadas para libertar, entre julho de 1943 e o início de 1945, diversas regiões da Itália do domínio nazista. São histórias de amor, amizade e lealdade que focalizam o relacionamento do povo italiano com os soldados estrangeiros.

A TERRA TREME 17 de novembro – 5ª feira – 19h 18 de novembro – 6ª feira – 16h (Terra trema, Itália, 1948, 152 min.) Dir. Luchino Visconti Revoltado com a exploração dos comerciantes de peixes, o jovem ´Ntoni tenta convencer seus colegas pescadores a trabalhar por conta própria. Porém, ´Ntoni encontra muitos obstáculos no seu caminho.


UMBERTO D. LADRÕES DE BICICLETA

ARROZ AMARGO

18 de novembro – 6ª feira – 19h 21 de novembro – 2ª feira – 16h (Ladri di bicilette, Itália, 1948, 86 min.) Dir. Vittorio de Sica Roma, 1948. Depois de procurar muito, Antonio consegue um emprego para colar cartazes de cinema pela cidade, montado em sua bicicleta. Porém, logo no primeiro dia de trabalho, ela é roubada. Junto com o filho pequeno, começa uma busca desesperada pela bicicleta, sua última esperança de uma vida melhor. Grande clássico do neorrealismo Italiano, Ladrões de Bicicleta tem conquistado sucessivas gerações de cinéfilos, com sua história

22 de novembro – 3ª feira – 19h 23 de novembro – 4ª feira – 16h (Riso amaro, Itália, 1949, 109 min.) Dir. Giuseppe de Santis Dir. Billie August No Vale do Rio Pó, mulheres bóias-frias são contratadas para trabalharem na colheita de arroz. Elas trabalham em condições precárias, com as pernas de fora. Uma delas, a camponesa Sivana, se envolve com o vigarista Walter, que já tem uma amante, Francesca.

NOITES DE CABÍRIA

humanista e universal.

ALEMANHA, ANO ZERO 21 de novembro – 2ª feira – 19h 22 de novembro – 3ª feira – 16h (Germannia, anno zero, Itália, 1948, 72 min.) Dir. Rberto Rosselini Na cidade de Berlim, em ruínas, logo após o final da Segunda Guerra, Edmund, um garoto muito pobre, trabalha para sustentar o pai doente e os irmãos mais novos. Um dia, ao encontrar um antigo professor, comenta da situação do pai e entende ter recebido um conselho para matá-lo.

25 de novembro – 6ª feira – 19h 28 de novembro – 2ª feira – 16h (Umberto D., Itália, 1952, 89 min.) Dir. Vittorio de Sica Início dos anos 50. Enquanto a economia do país renasce, os idosos sofrem com as miseráveis pensões dadas pelo governo. Em Roma, Umberto Domenico Ferrari, um funcionário público aposentado, é despejado por não conseguir pagar o aluguel de seu quarto. Na companhia de seu único amigo, o cachorrinho Flik, Umberto vaga pelas ruas, buscando apenas um objetivo: viver com dignidade.

EUROPA 51 24 de novembro – 5ª feira – 19h 25 de novembro – 6ª feira – 16h (Europa ‘51, Itália, 1952, 113 min.) Dir. Roberto Rosselini Irene, uma mulher da alta sociedade, leva uma vida cheia de compromissos e mal tem tempo para cuidar do filho, um garoto muito sensível de 12 anos. Com a inesperada morte do menino, ela mergulha em uma profunda crise e busca um novo sentido

28 de novembro – 2ª feira – 19h 29 de novembro – 3ª feira – 16h (Le notti di Cabiria, Itália, 1957, 117 min.) Dir. Federico Fellini Giulietta Masina interpreta Cabíria, uma prostituta que ganha a vida nas ruas de Roma em meados dos anos 50. Ingênua, ela sonha com o amor perfeito e acredita na bondade das pessoas. Por isso, sofre constantemente desilusões. Em suas andanças pela noite romana, ela se envolve com um astro de cinema em crise conjugal e, também, com um contador, que parece amá-la de verdade.

para a vida.

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CINEMA

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ELSA E FRED 16 de novembro – 4ª feira – 16h (Elsa y Fred, Argentina, 2005, 108 min.) Dir. Marcos Carnevale Debate com Dra. Maria Angélica Nunes, Médica Psiquiatra, Diretora do Projeto ELSA Fred é um homem aposentado com mais de 80 anos, que leva uma vida tranquila até descobrir que está doente. O que parecia ser o fim de sua vida muda completamente quando ele conhece Elsa, sua vizinha, que também tem em torno de 80 anos. Juntos eles realizam novas experiências, redesco-

OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA 29 de novembro – 3ª feira – 19h 30 de novembro – 4ª feira – 16h (I girasoli, Itália, 1970, 101 min.) Dir. Vittorio de Sica Após anos sem notícias, ela viaja para a Rússia em busca do marido, atravessando cidades e campos de girassóis. Quando enfim ela o encontra, percebe que algo mudou entre eles.

brindo o prazer de viver.

UM DIA MUITO ESPECIAL 30 de novembro – 4ª feira – 19h (Uma giornata particolare, Itália, 1977, 110 min.) Dir. Ettore Scola A história se passa em 1938. Mais precisamente, no dia 8 de maio, quando Hitler visita a Itália fascista de Mussolini. Enquanto o povo festeja nas ruas, o diretor centra o foco de atenção em dois personagens vividos por Marcello Mastroianni e Sophia Loren. Ela é Antonieta, uma dona de casa solitária, cujo marido (fascista e machista) e filhos foram festejar nas ruas. Ele é Gabrielle, um jornalista homossexual que acabou de ser demitido. Entre esses dois vizinhos excluídos da comemoração política se estabelece uma relação intensa, cheia de confidências e observações sobre a vida.

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OS 12 MACACOS 16 de novembro – 4ª feira – 19h (Twelve monkeys, EUA, 1995, 129 min.) dir. Terry Gilliam No ano de 2035, James Cole (Bruce Willis) aceita a missão de voltar ao passado para tentar decifrar mistério envolvendo vírus mortal que levou morte da maior parte da humanidade. Tomado como louco, no passado, ele tenta provar sua sanidade a uma médica (Madeleine Stowe), sua única esperança de mudar o futuro.


DEZEMBRO ¶

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JOGO DE CENA

EDIFÍCIO MASTER 01 de dezembro – 5ª feira – 16h 08 de dezembro – 5ª feira – 16h (Brasil, 2002, 110 min.) Dir. Eduardo Coutinho Um edifício em Copacabana. A uma esquina da praia. Duzentos e setenta e seis apartamentos conjugados. Uns quinhentos moradores. Doze andares, vinte e três apartamentos por andar. Eduardo Coutinho e sua equipe alugaram um apartamento no prédio por um mês e, durante sete dias, filmaram a vida de seus moradores. Trinta e sete deles são personagens do filme.

02 de dezembro – 6ª feira – 19h 05 de dezembro – 2ª feira – 16h 19 de dezembro – 2ª feira – 19h (Brasil, 2007, 107 min.) Dir. Eduardo Coutinho Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauco Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas.

CAZUZA – O TEMPO NÃO PARA

PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO

O FIM E O PRINCIPIO 01 de dezembro – 5ª feira – 19h 02 de dezembro – 6ª feira – 16h (Brasil, 2006, 110 min.) Dir. Eduardo Coutinho Rodado no interior da Paraíba, mais precisamente na cidade de São João do Rio do Peixe, a equipe do cineasta iniciou esta viagem em busca de uma história, sem personagens, pesquisa ou planejamento. Logo no início, o diretor narra esta busca em off, e o espectador é levado dentro do caminhão rumo ao desconhecido.

AMORES POSSÍVEIS 06 de dezembro – 3ª feira – 19h 07 de dezembro – 4ª feira – 16h (Brasil, 2000, 91 min.) Dir. Sandra Werneck Três possibilidades de desfecho para uma relação amorosa entre Carlos e Júlia.

05 de dezembro – 2ª feira – 19h 06 de dezembro – 3ª feira – 16h (Brasil, 1997, 91 min.) Dir. Sandra Werneck Luiza e Gabriel são dois jovens que se conhecem por acaso e se apaixonam. À medida que se envolvem, eles questionam a natureza dos seus sentimentos. O filme acompanha, de forma bem-humorada e poética, o itinerário sentimental dos personagens, montando um dicionário amoroso.

08 de dezembro – 5ª feira – 19h 09 de dezembro – 6ª feira – 16h (Brasil, 2004, 94 min.) Dir. Sandra Werneck Cazuza – O Tempo Não Pára é uma comovente cinebiografia de um dos maiores ídolos do rock nacional. Dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho, mostra alguns dos amores do roqueiro, morto em 1990 após contrair Aids.

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CINEMA

O INVASOR MENINAS 09 de dezembro – 6ª feira – 19h 12 de dezembro – 2ª feira – 16h (Brasil, 2006, 76 min.) Dir. Sandra Werneck Evelin tem 13 anos e está grávida de um ex-traficante. Aos 15 anos, Luana diz que planejou sua gravidez. Edilene, 14 anos, espera um filho de Alex, que também engravidou Joice, de 15 anos. O documentário acompanha por um ano o cotidiano dessas jovens gestantes.

SONHOS ROUBADOS 12 de dezembro – 2ª feira – 19h 13 de dezembro – 3ª feira – 16h 20 de dezembro – 3ª feira – 16h (Brasil, 2006, 76 min.) Dir. Sandra Werneck Jéssica (Nanda Costa), Daiane (Amanda Diniz) e Sabrina (Kika Farias) são adolescentes e moram em uma comunidade carioca. Elas eventualmente se prostituem, no intuito de conseguir dinheiro para satisfazer seus sonhos de consumo. Entretanto, mesmo com os problemas do dia a dia, elas tentam se divertir e sonhar com um mundo melhor.

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13 de dezembro – 3ª feira – 19h 15 de dezembro – 5ª feira – 16h (Brasil, 2001, 97 min.) Dir. Beto Brant Estevão, Ivan e Gilberto são companheiros desde os tempos de faculdade. Além disto, são sócios em uma construtora de sucesso há mais de 15 anos. O relacionamento entre eles sempre foi muito bom, até que um desentendimento na condução dos negócios faz com que eles entrem em choque, com Estevão, sócio majoritário, ameaçando deixar o negócio. Acuados, Ivan e Gilberto decidem então contratar Anísio (Paulo Miklos), um matador de aluguel, para assassinar Estevão e poderem conduzir a construtora do modo como bem entendem.

CRIME DELICADO 15 de dezembro – 5ª feira – 19h 16 de dezembro – 6ª feira – 16h 21 de dezembro – 4ª feira – 16h (Brasil, 2005, 84 min.) Dir. Beto Brant Antônio Martins é um crítico teatral. Observador não somente de peças, mas também de pessoas, tem seus conceitos mudados quando conhece Inês, cuja personalidade é oposta à do crítico. Desinibida, Inês, que não tem uma perna, entra na vida de Antônio de forma a desestruturá-lo ao despertar uma paixão inédita no cínico e frio jornalista.

CÃO SEM DONO 16 de dezembro – 6ª feira - 19h 19 de dezembro – 2ª feira – 16h 20 de dezembro – 3ª feira – 19h (Brasil, 2007, 82 min.) Dir. Beto Brant Ciro se formou recentemente em literatura, mas passa por uma crise existencial devido ao ceticismo e à falta de planos. Marcela é uma ambiciosa modelo em início de carreira, que se entrega de forma obsessiva ao trabalho e, com isso, adia para mais tarde a realização de seus sonhos. Eles se apaixonam e passam a dividir seus sonhos e problemas.


PARCEIROS DA SALA REDENÇÃO

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14 de dezembro – 4ª feira – 19h (Equador, 2011, 90 min.) Dir. Rodolfo Muñoz Sessão comentada O dia 30 de setembro de 2010 o Equador foi cenário de uma revolta policial de dimensões nunca antes vistas. Um presidente detido num hospital, ambulâncias atingidas por impactos de balas, aeroportos fechados e vitimas mortais protagonizaram este dia atípico. Muchedumbre apresenta a cronologia do 30S, contada por seus protagonistas.

07 de dezembro – 4ª feira – 19h (Brasil, 2001, 80 min.) Dir. Toni Venturi Debate com Daniel Chiozzini e Carmem Maria Craidy A abordagem é histórica sobre o eixo Educação. Trata-se de um documentário com depoimentos e registros históricos como fotografias, vídeos e relatórios sobre os Ginásios Vocacionais que existiram entre 1962 e 1969 quando foram desmontados pela ditadura militar.

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A MONTANHA DOS SETE ABUTRES 14 de dezembro – 4ª feira – 16h (Ace in the hole, EUA, 1951, 111 min.) Dir. Billy Wilder Debate com Mário Villas-Bôas da Rocha e Fatimarley Lunardelli Charles Tatum é um repórter que aceita um emprego num pequeno jornal do Novo México. O trabalho é bastante monótono, até que ele encontra um homem preso numa mina. Ele vislumbra a possibilidade de, ao prolongar a permanência do mineiro dentro dos escombros, a chance de se tornar famoso.

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FELIZ NATAL 21 de dezembro – 4ª feira – 19h (Joyeux Noel, França e Alemanha ,2005, 94 min.) Dir. Christian Carion Na época de Natal, durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães, franceses e escoceses estão tentando manter a paz. Eles enterram seus mortos e vão jogar futebol.

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TE ATRO

T E AT RO PE S QUI S A E E X T EN S ÃO

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Criado em 2003 a fim de mostrar as produções artísticas dos alunos do curso de Graduação em Teatro e resgatar as salas Alziro Azevedo e Qorpo Santo, o TPE firmou-se como um importante laboratório para o desenvolvimento e exploração de habilidades, não apenas de encenação, como também de produção e divulgação cultural. Com entrada franca e atingindo a comunidade em geral, o projeto promove uma peça a cada mês, ao fim do qual ocorre um debate sobre o tema do espetáculo entre o grupo e profissionais de diferentes áreas. Faustina, a peça de novembro, é uma encenação imersa em partituras corporais inspirada no conto A história de Faustina, a medrosa, do romancista português Gonçalo Tavares. A personagem principal – mulher do imperador Marco Aurélio – , sentindo-se mais observadora do que participante em sua vida, acaba por encontrar na traição uma forma de sentir-se viva novamente. O enredo do conto serve como mote para a criação de um espaço imagético no qual a não-linearidade da história cria um universo experimental.

FAUSTINA Data: Quartas-feiras de novembro – às 12h30 e às 19h30 Local: Sala Alziro Azevedo – Av. Salgado Filho, 340 Duração: 50 minutos Classificação: 14 anos PT Saudações/Leandro Lefa

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O Departamento de Arte Dramática Do Instituto de Artes convida para o espetáculo Canção de Ninar, no encerramento da 9ª Mostra Anual Universitária de Teatro – Teatro, Pesquisa e Extensão / 2011. Em Canção de Ninar, texto baseado na obra de Samuel Beckett, encontramos uma velha narradora que, sentada em sua cadeira de balanço, espera. O universo desta peça se caracteriza por um profundo isolamento, no qual a solidão e o desamparo são condições existenciais da personagem. Ela espera o “fim de uma longa jornada”, assumindo uma posição de narradora e agente. A própria voz gravada pode ser uma tentativa de distanciamento enquanto a mulher, alheia à sua vida, afasta-se de si para melhor contar sua história.

ESPETÁCULO CANÇÃO DE NINAR Data: 07 de dezembro – quarta-feira – 19h30 Local: Sala Alziro Azevedo – Av. Salgado Filho, 340

Canção de ninar/Aline Castaman

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REFLEXÃO

I ENCONTRO INTERNACIONAL D E C U LT U R A E A L I M E N TA Ç Ã O O Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Cultura e Alimentação (NEICA), o Programa de PósGraduação em Antropologia Social (PPGAS) e a Pró-Reitoria de Extensão (PROREXT) da UFRGS promovem, de 12 a 14 de dezembro, o I Encontro Internacional de Cultura e Alimentação, na Sala Fahrion. Nesta primeira edição, o evento tem como tema “o que é comer bem?”, a ser discutido sob múltiplos enfoques e campos disciplinares. Fruto da parceria do NEICA e do PPGAS com a Rede Interinstitucional de Alimentação e Cultura (REDEA&C/FIOCRUZ), o evento ocorre simultaneamente à 4ª edição do Seminário Internacional de Alimentação e Cultura.

Para tratar das questões do que é o “bem comer”, o I EICA tem como convidado internacional o Professor Claude Fischler (EHESS-França), que ministra a conferência de abertura às 18h30 dia 12. Já a conferência de encerramento fica por conta da Professora Patricia Aguirre (UNSAM-Argentina), às 16h30 do dia 14. Além dos conferencistas, a programação também conta com cinco mesas temáticas que reunirão profissionais e pesquisadores de distintas áreas (antropologia, sociologia, nutrição, gastronomia, história, educação física, desenvolvimento rural) dedicados à questão da alimentação, do corpo e suas múltiplas interfaces.

I EICA Data: de 12 a 14 de dezembro – segunda a quarta-feira Local: Sala Fahrion, 2º andar da Reitoria (Av. Paulo Gama, 110) Inscrições e maiores informações pelo site paginas.ufrgs.br/neica ou pelo e-mail neica@ufrgs.br.

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Em artigo publicado na revista Cena número 7, lançada em dezembro de 2010, a diretora, professora e produtora teatral Patrícia Fagundes propõe uma concepção de teatro como um estado de encontro, um fenômeno que só acontece em um espaço-tempo compartilhado por atores e espectadores. A autora vê a cena teatral contemporânea como um processo artístico que gera eventos e não obras acabadas, que só acontecem em relação. O primeiro autor a propor esta “estética relacional” foi o escritor e crítico de arte francês Nicolas Bourriaud, que em 1996 publicou um influente ensaio que defendia, em sua essência, que a tendência da arte contemporânea é trabalhar na esfera das interações humanas e seu contexto social. Segundo ele, “ a arte é um estado de encontro, um lugar de produção de uma sociabilidade específica”. Isso favoreceria os intercâmbios humanos e teria como propósitos centrais o “estar-junto” e a elaboração coletiva de sentido. Segundo a professora do DAD, Patricia Fagundes, Bourriaud defende, em sua Estética Relacional, “que o valor da produção artística não reside em objetos acabados e, sim, no espaço de relação com o público, onde a obra representa a ocasião de uma experiência sensível baseada no intercâmbio” . Uma das características centrais da cena teatral é, justamente, a possibilidade de interação entre

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artista e público através da copresença de corpos em espaço-tempo compartilhado, sendo a circulação de energia o elemento central do intercâmbio humano em processo. Além de Bourriaud, uma série de outros autores contemporâneos poderiam ser elencados quando o assunto relaciona-se ao estabelecimento de um estado de encontro, desde o pesquisador teatral espanhol Óscar Cornago, passando pelo performer mexicano Guillermo Gómez-Peña até a diretora teatral americana Anne Bogart. A autora do artigo citado no início deste texto ressalta que “a ideia do teatro como estado de encontro significa uma busca por um tipo de fazer teatro que assume, intensifica e amplia a sua própria dimensão relacional, uma prática que busca modelar universos possíveis, tanto no momento do processo da criação como no momento das apresentações. Além de conflito, há prazer no encontro. Ao contrário do lugar-comum, é possível que nossa liberdade não termine no contato com o outro e, sim, amplie-se a partir das relações. Estar aberto ao encontro é estar aberto ao mistério do outro em um difícil exercício de humildade, despojamento e escuta que implica uma atitude ética e artística extremamente exigente e significativa, mesmo que possa parecer que se mova por territórios limitados. O mundo é feito de relações”.


Há 9 anos o Departamento de Arte Dramática (DAD) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) organiza uma mostra de espetáculos, intitulada Teatro, Pesquisa, Extensão (TPE). Coordenado pelas professoras Inês Alcaraz Marocco e Cristiane Werlang, e com a participação de vários alunos de diferentes semestres em sua equipe de produção, o projeto tem justamente como meta proporcionar um estado de encontro entre os alunos-artistas do curso de Teatro com o público espectador. Durante a graduação, os estudantes do DAD geralmente apresentam seus trabalhos de Atuação e Direção para um público formado, principalmente, pelos próprios colegas, professores, amigos e parentes. Com a instituição do projeto TPE, abriu-se a possibilidade dos melhores trabalhos produzidos durante o ano serem apresentados à comunidade como um todo, sendo que para a grande maioria dos alunos-artistas representa sua primeira temporada teatral, visto que o espetáculo é apresentado, no mínimo, em 8 oportunidades (sempre às quartas-feiras, em dois horários, 12h30 e 19h30). Os espetáculos selecionados – em 2011 foram 7 – ocupam o teatro do DAD nos meses de abril, maio, junho, agosto, setembro, outubro e novembro. Ao final das apresentações é solicitado aos espectadores que preencham uma ficha de avaliação. As mais recentes estatísticas apontam que o público é

bastante heterogêneo, sendo formado por estudantes de vários cursos da Universidade mas também por professores, profissionais liberais, funcionários públicos, trabalhadores da iniciativa privada, estudantes dos Ensinos Médio e de outras universidades. Dos anos de 2003 a 2010, quase 18 mil pessoas assistiram aos espetáculos apresentados por alunos do DAD na mostra TPE. Uma das prioridades do projeto sempre esteve relacionado ao processo de formação de público. Para tanto, nesse segundo semestre estarão sendo realizadas sessões extras dos espetáculos para atender a um público crescente que é formado pelas escolas, especialmente dos Ensinos Médio e Educação para Jovens e Adultos (EJA). A relação com estas instituições de ensino proporcionaram registros de espectadores que nunca haviam assistido a um espetáculo teatral. É um encontro que proporciona aos estudantes um primeiro contato com o público e, em alguns casos, um primeiro contato do público com o teatro. Por todos esses motivos é que o tema escolhido pela organização do TPE em 2011 foi, justamente, o teatro como encontro. Até o final de novembro muitos encontros estarão acontecendo às quartas-feiras na sala Alziro Azevedo do DAD e, no ano que vem, a Mostra Anual Universitária de Teatro estará completando dez anos. Evoé! TPE 2011/Divulgação

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REFLEXĂƒO

M A L- E S TA R N A C U LT U R A

Organizar eventos multidisciplinares Ê sempre um risco. Quando abrimos mão da especialização e das pesquisas aprofundadas num determinado campo para trocar ideias, nunca temos certeza de encontrar os parceiros certos e interlocutores que se dispþem a serem interrogados e a abrirem-se a questþes vindas de outros domínios. Não foi diferente com o evento O Mal-estar na Cultura, que se desenrolou ao longo do ano de 2010. Como passar da ideia do mal-estar, diagnosticada em 1930 pelo pai da psicanålise, para as definiçþes atuais de crises típicas do terceiro milênio? O tema proposto foi tão estimulante quanto delicado para a abordagem acadêmica: abrangente demais para caber nos programas de cursos e nas linhas de pesquisa específicas dos PPGs, essa reflexão sobre a identidade da cultura contemporânea exigia a cooperação ativa de inúmeros departamentos e de profissionais de åreas tão diversas quanto as artes plåsticas e as terapias corporais, a filosofia e a dança, a antropologia e as novas mídias. A intenção era a de partir da reflexão de Freud em torno dos efeitos nefastos da repressão sexual, para repensar onde situam-se hoje os focos de mal-estar. Para onde migraram os sentimentos de crise e desconforto, uma vez desmistificadas e (teoricamente) resolvidas as fontes de insatisfação dos tempos de Freud? Num país como o Brasil, logo vem à mente o mal-estar provocado pelos desníveis crassos de renda e educação, assim como os embaraços decorrentes das enormes diferenças Êtnicas, econômicas e culturais que separam as regiþes do norte ao sul, e dividem os centros urbanizados dos vastos espaços interioranos. Esses problemas, legados pela nossa história (pós)colonial, motivaram a associar a reflexão sobre Freud, pensador europeu, com a investigação da obra de J. M. Coetzee, sul-africano de origem holandesa e inglesa que reflete sobre a emancipação de seu país, dividido pelos prÊ-conceitos herdados de um passado opressivo. Coetzee afirmou em entrevista com o Estado de São Paulo que desejaria um futuro brasileiro para o seu país, o que indica que Coetzee considera os compromissos da miscigenação brasileira como etapas positivas 28

para a solução dos preconceitos e Ăłdios raciais. E como pensamos, hoje, no Brasil, essas questĂľes? ConcordarĂ­amos com Coetzee, ou nĂŁo? Significativamente, o Ăşltimo livro de Coetzee, Summertime, introduz uma bailarina brasileira, um personagem que “pensa atravĂŠs do corpoâ€?, cuja forma de expressĂŁo ĂŠ totalmente diferente e avessa Ă quela do professor de InglĂŞs (personagem que tem alguns traços do autor), que a admira a bailarina bem mais madura que ele, e a ama de paixĂŁo, embora seja constantemente rejeitado por ela. O romance de Coetzee toca num problema ainda pouco discutido. Como conectar novamente (ou de outras maneiras) a oposição de corpo e mente, de sensibilidade e intelecto que se manifesta nos desencontros desses dois personagens de Summertime, que encarnam posturas culturais tĂŁo heterogĂŞneas quanto a expressĂŁo corporal-dinâmica e a reflexĂŁo discursiva? É bom lembrar que a revolução freudiana surgiu de dentro de prĂĄticas corporais – massagens, banhos, depois a hipnose – e somente num segundo momento transformou-se em talking cure, para tomar as formas intelectualizadas e filosĂłficas apenas nas Ăşltimas dĂŠcadas, vinculando-se cada vez mais Ă lingßística, Ă lĂłgica, Ă s topologias e fĂłrmulas matemĂĄticas e, finalmente, Ă gramatologia e Ă escritura. Apesar do desenvolvimento da psicanĂĄlise e da psicologia, das prĂĄticas alternativas e da vasta literatura de auto-ajuda, pouco se desenvolveram (pelo menos no âmbito universitĂĄrio) as reflexĂľes sobre corpo, as prĂĄticas e as terapias corporais. Com poucas exceçþes – entre as quais o magnĂ­fico livro de Richard Shusterman, Body-Consciousness – , reflexĂľes teĂłricas-e-prĂĄticas sobre a reciprocidade de corpo, alma e mente nĂŁo receberam a atenção merecida. Eis a razĂŁo pela qual escolhemos alguns autores âncora – Shusterman e Sloterdijk, Leroy-Gourhan e François Jullien – afim de explorar esse elo perdido da investigação acadĂŞmica. Freud viveu e escreveu numa cultura multi-ĂŠtnica cheia de potenciais interessantes, rodeado de figuras como Groddek, Fliess ou Laban, Adler e Ferenczi, Otto Gross e Wilhelm Reich, seguidores cujas abordagens estavam bem mais voltadas para


considerações envolvendo as relações complexas entre a expressão discursiva e as linguagens pouco exploradas do corpo. Na literatura, a obra de Robert Musil, O homem sem Qualidades, é um testemunho falante do despertar de novas consciências corporais e de novas formas de comunicação na sociedade de massas. Formas totalmente inéditas de relacionamento manifestam-se, por exemplo, nos entusiasmos pelo esporte, pela velocidade e pela violência puramente física (ciclismo, corrida de cavalos, boxe). Pouco se refletiu ainda a respeito da evidente falta de integração das aptidões altamente especializadas, tanto mentais, como físicas e emocionais, em formas sociais, artísticas e culturais relevantes. O que distingue o modo de pensar com conceitos da reflexão com imagens e metáforas? É possível “pensar” com o corpo? Que valor tem a expressão rítmica no gesto, na dança, diante da leitura e da escritura ou da reflexão abstrata? O Mal-estar na cultura abriu espaços para abordar essas perguntas

incomuns, trazendo à baila palestrantes e autores tão diversos quanto o filósofo Richard Shusterman e o coreógrafo Tadej Brdnik, debatendo os livros de Peter Sloterdjik e André Leroy Gourhan, tecendo diálogos em torno de mundos (quase) desconhecidos como a China das Transformações Silenciosas de François Jullien. Mais do que isto, envolveu não somente acadêmicos, mas grupos de diferentes ordens: diversos departamentos da UFRGS, ONGs de artistas independentes e associações em Porto Alegre, no Brasil e no exterior. Os temas levantados desdobraram-se em debates (eletrônicos e presenciais) com interlocutores dentro e fora do país. Diferente dos projetos de pesquisa convencionais, não visou resultados palpáveis além do diálogo em alto nível entre acadêmicos e a sociedade numa rica e gratificante troca de ideias. Kathrin Rosenfield Coordenadora do Projeto Mal-estar na Cultura Oficina Técnica Martha Graham/Luiza Müller

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REFLEXÃO

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O ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento se encerra no dia 5 de dezembro, com a palestra do escritor turco Orhan Pamuk. Antes dele, em 21 de novembro, quem sobe ao palco do Salão de Atos da Ufrgs é o escritor suíço Alain de Botton. Escritor turco, Prêmio Nobel de Literatura em 2006, Pamuk é professor na Universidade de Columbia (EUA) e membro honorário da Academia Americana de Letras e Artes. Foi eleito pela revista Prospect como um dos cem maiores intelectuais do mundo em 2005 e pela Time uma das cem personalidades mais influentes da atualidade em 2006. Homenageado com as honrarias francesas Le Prix Médicis étranger e Le Prix Méditerranée étranger, suas obras já venderam milhões de exemplares, sendo traduzidas para mais de 46 idiomas, com destaque para Neve, Istambul, Meu nome é vermelho e A vida nova.

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Alain de Botton é escritor e apresentador suíço, PhD em Filosofia Francesa pela Universidade de Harvard (EUA). É autor do best-seller A arquitetura da felicidade, traduzido para mais de trinta países. De Botton é conhecido como “o filósofo da vida cotidiana”, por seus livros de ensaios e programas de televisão que discutem os mais diversos temas, expondo suas ideias e experiências de vida juntamente com outros renomados pensadores. É o fundador da The School of Life (Inglaterra), instituição voltada a novas visões sobre educação. O Fronteiras do Pensamento é um projeto cultural múltiplo, que aposta na liberdade de expressão intelectual e na educação de qualidade como ferramentas para o desenvolvimento. O foco do Fronteiras do Pensamento 2011 é a compreensão do século XXI: o debate sobre a identidade da época em


que vivemos e as perspectivas para o futuro, tendo como valores básicos o pluralismo das abordagens e o rigor acadêmico e intelectual de seus convidados. Em Porto Alegre, o projeto cultural foi lançado no dia 23 de maio, com a palestra do crítico literário americano Fredric Jameson. O Fronteiras do Pensamento é apresentado pela Braskem e tem o patrocínio de Unimed Porto Alegre, Natura, Gerdau e Grupo RBS. Parceria cultural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Prefeitura Municipal de Porto Alegre, módulo educacional Refap e apoio Anhanguera Educacional. Os passaportes que dão direito às palestras estão esgotados.

ALAIN DE BOTTON Data: 21 de novembro – segunda-feira – 19h30 Local: Salão de Atos da UFRGS

ORHAN PAMUK Data: 05 de dezembro – segunda-feira – 19h30 Local: Salão de Atos da UFRGS

Fronteiras do Pensamento 2011/Flickr fronteirasweb

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REFLEXÃO

FRONTEIR A S E FRONTEIRINHA S A realização do Fronteiras do Pensamento em Porto Alegre e, mais recentemente, em São Paulo contraria a afirmação de Eduardo Galeano de que “nunca o mundo foi tão desigual nas oportunidades que oferece e tão nivelador nos costumes que impõe: neste mundo de fim de século, quem não morre de fome morre de tédio”. Embora com toda a sabedoria que lhe é peculiar, o ilustre escritor não contava que uma soma de esforços faria brotar na Capital dos gaúchos um ciclo de altos estudos com o intuito de compreender as desigualdades do mundo, propor desnivelamento dos costumes e apontar alternativas para não morrer de tédio. Parceira desde a primeira hora, portanto desde 2007, de todos aqueles que somaram esforços públicos e privados, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem um comprometimento institucional para com a comunidade gaúcha, contribuindo sempre para que esta seja inserida nos grandes debates do pensamento internacional. Ao longo desta trajetória de cinco anos, o papel da Universidade tem sido não apenas o de oferecer seu espaço físico, o Salão de Atos, para a realização das conferências, mas estar presente na construção e manutenção do projeto Fronteiras do Pensamento bem como de suas projeções futuras e da agregação de novos produtos culturais. Todos os envolvidos com o Fronteiras do Pensamento, por diferentes razões, variados interesses, mas, sobretudo, por compromissos assumidos com rigor, propuseram lá em 2007 uma apreciação da Arte, Cultura, Mundo e Pensamento, focaram novamente o olhar em 2008 para Arte e linguagem na cultura contemporânea, investiram em 2009 na Ciência e cultura e Para compreender o século XXI em 2010. O momento exigia além das conferências, o que ampliava os compromissos sociais até então assumidos.

Mais uma vez a tarefa da universidade pública foi importante na construção do Fronteiras Educação – Diálogos com a Geração Z, carinhosamente conhecido como “Fronteirinhas”, com a finalidade de apresentar para o público escolar, para uma geração que nasceu conectada com o mundo digital, os debates propostos no palco do Fronteiras do Pensamento. É uma maneira de reproduzir de forma lúdica e ainda mais cuidadosa os grandes temas para que aqueles que “têm mais pressa, realizam diversas atividades ao mesmo tempo e se cansam com facilidade com falas mais prolongadas”, tenham, também, a oportunidade de, por algumas horas, fazer uma reflexão mais consistente. Diálogos com a Geração Z nasceu como um produto cultural atraente, impactante e, sobretudo, com a mesma profundidade das grandes conferências do Fronteiras. Formam-se, desde já, plateias críticas capazes de compreender o mundo em movimento, sem deixar de zapear e estar conectado. Dessa forma, amplia-se o espaço da sala de aula, sem perder o foco no aprendizado básico e curricular, e se permite um passeio que culmina com novos e interessantes conteúdos em uma linguagem que combina com a velocidade da plateia. A soma de esforços públicos e privados concebe assim uma inovadora forma de ampliar a introdução de assuntos tão relevantes nas mentes abertas e receptivas, prontas para, em uma teclada apenas, tentar compreender o mundo ou mesmo modificá-lo de acordo com as suas interpretações. A tarefa do Fronteiras Educação – Diálogos com a Geração Z não é outra senão oferecer a oportunidade para que as escolas possam contar com mais instrumentos e recursos, em que a inquietação deixa de ser um problema para ser uma saudável alternativa de formação. Sandra de Deus Pró-Reitora de Extensão da UFRGS

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Sala Qorpo Santo / Sala Redenção – Cinema Universitário – Av. Eng. Luiz Englert, s/n°, Centro Histórico

Salão de Festas / Sala Fahrion – Av. Paulo Gama, 110, 2° andar da Reitoria – Campus Central

INSTITUTO DE QUÍMICA

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ENDEREÇOS

INFORMAÇÕES GERAIS DEPARTAMENTO DE DIFUSÃO CULTURAL

Entradas Principais Entradas Secundárias

A – Parada de Ônibus B – Praça Campus do Vale

Caminho da Parada até a Praça do Campus A – Sala Qorpo Santo B – Sala Redenção – Cinema Universitário C – Salão de Festas D – Sala Fahrion E – Salão de Atos

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Endereço: Av. Paulo Gama, 110 – Mezanino do Salão de Atos – Campus Central Fone: (51) 3308 3933 ou (51) 3308 3034 E-mail: difusaocultural@ufrgs.br Website: www.difusaocultural.ufrgs.br Entrada e inscrição em eventos: agendamento pelo site ou no local Horário de Funcionamento: das 8h às 18h, aberto ao meio-dia

Salão de Atos – Av. Paulo Gama, 110

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LEIA E PASSE ADIANTE

Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação Acadêmica Rui Vicente Oppermann Pró-Reitora de Extensão Sandra de Deus Diretora do Departamento de Difusão Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher Equipe do DDC Carla Bello – Coordenadora de Projetos Especiais Edgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema Universitário Juliana Mota – Coordenadora e curadora do Projeto Vale Doze e Trinta Lígia Petrucci – Coordenadora e curadora do Projeto Unimúsica Sinara Robin – Coordenadora do Projeto Reflexão Tânia Cardoso de Cardoso – Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário Bolsistas Bruno Barbosa Diego Carneiro Diogo Perin Giulia Barão Julia Cabral Laura Schuch Renata Signoretti Projeto gráfico Katia Prates Diagramação Diogo Perin Crédito imagens Capa (p. 1) - Faustina, foto de Janaína Franco; p. 4 - “Renato Borguetti”, arquivo pessoal; p. 5 - “Alegre Corrêa“, foto divulgação; p. 6 - “Zé Miguel Wisnik“ - foto de Renato Stockler; p. 12 - “Capitão Rodrigo“, foto de Luiz Ávila; p. 13 - “Guto Leite”, foto de Tainá Colombrini; p. 14 - cena do filme “Ladrões de bicicleta” (1948); p. 15 - cena do filme “Cão sem dono” (2007); p. 22 - “Faustina”, foto de Janaína Franco; p. 23 - “Canção de ninar”, foto de Aline Castaman; p. 26 e 27 - TPE 2011; p. 29 - “Oficina Técnica Martha Graham, foto de Luiza Müller; p. 30 e 31 - conferencistas Fronteiras do Pensamento Porto Alegre 2011, fotos do Fickr fronteirasweb.

Programação sujeita a alterações. Sala Redenção Cinema Universitário

Apoio

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Departamento de Difusão Cultural Universidade Federal do Rio Grande do Sul Mezanino do Salão de Atos UFRGS Av. Paulo Gama, 110 Porto Alegre – RS (51) 3308.3034 e 3308.3933 difusaocultural@ufrgs.br www.difusaocultural.ufrgs.br

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