Agenda Cultural Maio Junho

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AGENDA C U LT U R A L

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Sebasti達o Salgado - Projeto Genesis

Maio Junho 2014


A arte e s eu lugar em n o s s a v i da

A sala está repleta, nossos lugares são perfeitos, a música pode começar. Como de hábito, tenho dificuldades para me concentrar, meus pensamentos fluem em todos os sentidos agarrando-se a futilidades, [...] A pequena orquestra, cordas e flauta, ataca um concerto célebre [...] Todos somos suspensos pelos gestos lentos dos músicos e absorvemos os sons puros uma a um, à medida que escapam dos instrumentos. Todos temos a consciência de participar, neste exato momento, de um evento excepcional, de uma experiência inesquecível. [...] Aquilo que nos transportou pelo tempo em que durou a peça não diz respeito à música. A perfeição da execução abriu as portas para uma experiência rara, porém familiar, ela nos conduziu a um lugar que ainda não sabemos nomear, mas que, de saída, sentimos que nos é essencial . A experiência relatada por Todorov, na introdução do livro A Beleza Salvará o Mundo*, ajuda-nos a pensar o quão importante é o lugar da arte em nosso mundo e em nossa vida. A arte nos convida a dialogar, mas, às vezes ou muitas das vezes, este convite ao diálogo pode ser fugaz e rápido. É preciso que estejamos disponíveis para que neste ambiente flutuante cada um possa ser abarcado pelas diferentes sensações suscitadas por ela. A arte torna-se, ela não é. A arte exige que se vá até ela. É este convite nos fazemos, ao propor o diálogo, em pé de igualdade, entre universos estéticos tão diferentes. Criar condições de igualdade para diferentes produções, mostrando não só a produção, mas, também, seu discurso estético torna-se nossa constante busca. Boa viagem nesta infinidade de diálogos que arte possibilita.

* TODOROV, Tzvetan. A Beleza Salvará o Mundo. Rio de janeiro : DIFEL, 2011, pág 7-8.

Claudia Boettcher Diretora do Departamento de Difusão Cultural

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A ula- E s p etá cul o c o m G i l b ert o G i l

Gilberto Gil escreveu seu nome na história da Música Popular Brasileira com suas canções, sua trajetória e sua personalidade. Já se vão 50 anos desde que Gil começou a gravar. Abandonou a carreira de administrador de empresas para participar da gloriosa era dos festivais, quando apresentou composições como Ensaio Geral, interpretada por Elis Regina; Bom Dia, com Nana Caymmi, sua então esposa; Domingo no Parque, que lhe valeu o segundo lugar no festival de 1967; e Divino, Maravilhoso, defendida por Gal Costa. Esteve na linha de frente da Tropicália, ao lado do quase irmão Caetano Veloso e d’Os Mutantes. Foi preso pela ditadura militar, sem clara acusação. Exilado em Londres, sobreviveu ao afastamento forçado de seu país envolvendo-se com a cena cultural riquíssima que a Inglaterra propiciava na época. Participou de uma jam session no clube Revolution, de Londres, com músicos como David Gilmour, do Pink Floyd, e Jim Capaldi, do grupo Traffic. Ainda durante o exílio, fez turnê em Nova Iorque e em vários países da Europa. De volta ao Brasil, gravou no mesmo ano o LP Expresso 2222, considerado por muitos como o melhor de sua discografia. Para Chico Buarque, compôs Copo Vazio. Com Chico Buarque, compôs Cálice, que lhes rendeu muitos problemas com a censura. Com os amigos Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia formou os Doces Bárbaros. Suas parcerias musicais incluem também Torquato Neto, Capinam, Caetano, Dominguinhos, Augusto Boal, Geraldo Vandré, Jorge Mautner, João Donato, Rita Lee, Francis Hime e Os Paralamas do Sucesso. Estourou nas rádios com Aquele Abraço, Só Quero um Xodó e Não Chore Mais. Foi premiado com o Grammy, homenageado no Festival de Montreaux, na UNESCO, pelo Ministério da Cultura da França e pela Academia de Música da Suécia. Excursionou diversas vezes pela Europa, Ásia, África e Américas. Foi assunto de livros, filmes e dissertações acadêmicas. Influenciado pelo baião de Luís Gonzaga e pela Bossa Nova de João Gilberto, soube incorporar tendências e gêneros musicais como o Funk, o Reggae, o Rock e o Afoxé. Gil foi casado quatro vezes, tendo homenageado suas mulheres em lindas canções. Pai de oito filhos (um falecido, Pedro), avô de oito netos, alguns destes também artistas, tem a grandiosidade de conviver muito bem com seu passado, tanto musical quanto pessoal. Não renega suas canções, nem sua biografia, e ao mesmo tempo não vive desse passado que o consagrou. Continua produzindo discos novos, fazendo excursões, e também revisita várias de suas canções, dando a elas nova roupagem. Teve sua passagem pela política, pela defesa da Cultura e das questões raciais e ambientais. Interessa-se por religião e ciência. É esse Gilberto Gil que celebrará conosco os 80 anos da UFRGS. Por que uma aula-espetáculo? Porque Gil topou participar de um show dialogado, onde suas belíssimas canções serão intercaladas por conversas sobre essa sua rica vivência, sobre também as histórias por trás dessas composições. Sinto-me honrado por ter sido convidado pela nossa Universidade para conduzir essa entrevista, como uma aula, onde o assunto e o sujeito serão também homenageados. Só posso concluir que vai ser bom demais.

Flávio Azevedo Professor de Literatura, formado em Letras pela UFRGS

Gilberto Gil, por Priscila Casaes Franco

Aula-Espetáculo com Gilberto Gil Data: 04 de maio – domingo – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS Distribuição de ingressos a partir do dia 28 de abril Bilheteria Salão de Atos.

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VA L E D OZ E E T R I N TA Orquestra de Mulheres

A história da Orquestra é a de um bando de mulheres que se uniu em torno de uma vontade, um anseio comum de manifestar-se musicalmente, de transformar discussões presentes em nosso cotidiano em arte.

Paralelo 30

VA L E D OZ E E T R I N TA Brincantes do Paralelo 30 – Folclore e Cultura Popular O grupo de Brincantes do Paralelo 30 – Folclore e Cultura Popular é formado por artistas, que são profissionais de diversas áreas. A partir de uma perspectiva transdisciplinar, dedica-se ao estudo e aplicação prática de diversas manifestações da cultura popular brasileira como Danças, Folguedos, Músicas, Poesias e Jogos. O grupo foi fundado em 04 de junho de 2004 com o objetivo de fomentar ações de resgate e manutenção da cultura popular brasileira a partir de manifestações populares e folclóricas. Desde sua fundação, participou de diversos eventos locais, regionais, nacionais e internacionais como festivais de folclore, mostras, eventos acadêmicos, dentre outros. Em 2010, tornou-se um projeto de extensão do Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em seu portfólio o grupo possui quadros temáticos que envolvem manifestações populares como dança, música e poesia, ambientados nos seguintes contextos: • Manifestações brasileiras de matriz africana (batuque, jongo, maculelê, capoeira, danças de Orixás, dentre outros); • Casamento na Roça – Manifestação encontrada em todo território brasileiro encenadas pelo grupo a partir das danças das festas do Forró, como Xote, Baião e Quadrilha; • Brincadeiras – manifestações de danças de roda e brincadeiras populares como: cirandas, cacuriás, e rodas de diversos lugares do Brasil; 6

• Danças Gaúchas – resgate de danças gaúchas tradicionais do contexto campesino do estado, mas que se amplia ao domínio artístico dos países vizinhos do Estado. Além destes quadros, o público é convidado para dançar e cantar à cadência de Cocos, Cirandas, Quadrilhas, Afoxés. Esta é uma característica marcante dos Brincantes do Paralelo 30: propor ao máximo, dentro das condições locais, a interação do público com o grupo. Atualmente na direção do grupo encontra-se Jair Felipe Ulmann, professor do Curso de Licenciatura em Dança da UFRGS, Mestre em Educação, Músico, Bailarino e Coreógrafo, dedicado à pesquisa nas áreas da Cultura Popular, Educação e Transdisciplinaridade. Para esta edição do Vale 12h30, vamos “abrir os armários das nossas memórias”, apresentando com o público um varal de fazeres artísticos do grupo. Assim convidaremos todos a compartilhar conosco estes saberes e sabores.

Uma data? No início de novembro de 2012, começamos a ensaiar motivadas por marcar presença nos espaços ocupados majoritariamente por homens. Nossa primeira apresentação foi durante o Festivale, festival de culturas do Centro de Vivência do campus do Vale, da UFRGS. Por que Orquestra de Mulheres? Alguém registrou nossa participação no Festivale com esse nome e acabou ficando assim. Somos mais um bando de vozes uivantes do que propriamente uma Orquestra. Não temos maestro ou maestra, e tampouco maestria, porém, já é assim que nos conhecem, uma orquestra sem orquestra. Ou uma orquestra da negação. Ou somos todas instrumentos da nossa ação e isso basta. Bando de mulheres com corpos, vozes, risos, instrumentos! Nosso objetivo é espalhar, além da alegria da experimentação, momentos de reflexão – principalmente sobre a figura da mulher na sociedade.

Cris (voz e intuição), Marina (voz e sentimento), Micha (agudos intensos, batuques e retruques) Ana Letícia (voz, guitarra, corpo e sensibilidade), Georgia (voz, percussão, malabares incendiários e graves insanos) Pamelouca (voz, percussão, violão e língua afiada), Bruna (voz, percussão do coração), Bárbara (voz, violão, percussão e devaneios) Deborah (voz, percussão e o resto é mistério), Sofia (voz, percussão e ‘ins’piração), Agnes (faz-tudo sem vergonha), Marília (voz, percussão, e empolgação) e outras mais. Até mesmo porque a Orquestra sempre está aberta a todas que querem levantar a sua voz!

Vale Doze e Trinta – Orquestra de Mulheres Data: 10 de junho – terça-feira – 12h30min Local: Campus do Vale / UFRGS

Orquestra de Mulheres

Jair Felipe Ulmann Diretor do Grupo de Brincantes do Paralelo 30 Folclore e Cultura Popular

Vale Doze e Trinta – Brincantes do Paralelo 30 Folclore e Cultura Popular Data: 13 de maio – terça-feira – 12h30min Local: Campus do Vale / UFRGS 7


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P R O J E T O I N T E R L Ú D IO N O HOSPI TA L D E C L Í N I C A S E L ANÇAMENTO DE CD Coral da UFRGS Corais universitários constituem um espaço de aprendizado musical e exercício de canto coral, comumente reunindo estudantes, servidores e membros da comunidade em geral. Ensaios e apresentações são as principais atividades comuns, que por vezes somam tempo equivalente à carga horária de disciplinas curriculares. Essas ações são oportunidades singulares na revelação de talentos e de saberes, com reflexos diretos e indiretos na trajetória acadêmica e pessoal de cada cantor. Desde 1961 o Coral da UFRGS tem cumprido essa missão. A cada ano amplia sua lista de repertório, bem como de coralistas e músicos que nele deixam suas marcas.

CORAL DA UFRGS NO INTERLÚDIO DO HOSPITAL DE CLÍNICAS Data: 02 de maio – sexta-feira – 19h Local: Anfiteatro Carlos César de Albuquerque do Hospital de Clínicas (Rua Ramiro Barcelos, 2350) Retirada de ingressos na recepção da Fundação Médica (Rua Ramiro Barcelos, 2350 – sala 177)

Lançamento CD Coral da UFRGS Data: 25 de maio – domingo – 19h Local: Salão de Atos da UFRGS

Em 2013, o Coral recebeu a incumbência da Pró-Reitoria de Extensão de contribuir na programação das comemorações dos 80 anos da UFRGS, tarefa que se revelou um misto de honra, desafio e incentivo ao aprimoramento. Esses sentimentos permearam o grupo desde a escolha das músicas, sessões de gravação, realizadas entre outubro e dezembro de 2013 no Santuário São Rafael e Bárbara Maix, até a finalização do produto final que é trazido ao público. O resultado é o que o Coral da UFRGS tem de melhor: vozes harmonicamente conduzidas em composições selecionadas, de distintos estilos e fases da história da música. Vozes a cappella predominam nesta obra, complementada por composições em que o piano se faz presente.www Se para a lida universitária, a tradicional canção Gaudeamusigitur é um chamado e um estímulo ao aproveitamento da vida, este CD é um oferecimento do Coral da UFRGS ao nosso público, como convite à apreciação e ao deleite musical. A história da universidade tem elementos comuns com a trajetória do Coral. Este, por sua vez, aproxima o público à universalidade da arte da música vocal.

Paulo Alves de Souza Diretor Presidente do Coral da UFRGS Coral da UFRGS

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Projetos Selecionados

Recital de piano solo de Viviana Martínez

Entre a época das primeiras partituras impressas – no distante século 16 –, da instituição dos primeiros concertos públicos pagos – já no século seguinte –, e o nosso tempo de agora, em que a experiência cotidiana da escuta da música depende sobretudo dos meios de reprodução sonora, muita coisa mudou. Instrumentos foram criados e aprimorados; compositores foram reabilitados ou esquecidos; práticas caíram em desuso, enquanto outras, como a difusão e a audição online recentes, ganharam espaço (até mesmo as mais prestigiadas salas de música se renderam). Contudo, o acontecimento de uma apresentação ao vivo – aquilo que se passa de forma quase enigmática entre quem toca e quem escuta – persiste como um momento privilegiado da música. O fato de, como aqui no Interlúdio, os músicos estarem nas etapas finais de sua formação, os espaços serem quase alternativos (o palco do Salão de Atos se transforma em plateia, a Sala Fahrion abriga os recitais em meio às obras do Projeto Percurso do Artista, o Anfiteatro Carlos César de Albuquerque se encontra no térreo do Hospital de Clínicas) e o público estar se constituindo a cada edição, torna tudo ainda mais vivo. Assim como vivos e plenos de sentido são os repertórios escolhidos pelos instrumentistas para compor seus programas. Os projetos selecionados neste ano estarão em cena para nos lembrar que a música, como diz Daniel Baremboim, talvez seja “a melhor escola de vida”. Cabe ressaltar que os recitais do Hospital de Clínicas são fruto de uma parceria com a Fundação Médica do Rio Grande do Sul e se inscrevem no programa Arte e Cultura no Clínicas. Confira abaixo a programação completa. Lígia Petrucci Coordenadora Adjunta do Projeto Interlúdio

Em sua segunda edição de 2014, o projeto Interlúdio apresenta recital solo da pianista paraguaia Selva Viviana Martínez Aquino Matschulat. A pianista, doutoranda em Práticas Interpretativas no Programa de Pós-Graduação em Música da UFRGS sob orientação de Ney Fialkow, apresenta obras de Brahms, Chopin e Rachmaninoff em um programa representativo do período romântico na música.

Viviana Martínez Piano solo Lucas Piccoli e Miguel Besnos Duo Violão Brasil

Data: 30 de maio – 12h30

Local: Salão de Atos da UFRGS

Data: 03 de junho – 19h

Local: Anfiteatro Carlos César de Albuquerque

Felipe Bertol e Daniel Vieira Duo de canto e piano

Data: 25 de julho – 12h30

Local: Salão de Atos da UFRGS

Flautarium Conjunto de flautas doces da UFRGS

Data: 22 de agosto – 19h

Local: Anfiteatro Carlos César de Albuquerque

Paola Barth e Josias Müller Duo de flauta e violão

Data: 29 de agosto – 12h30

Local: Sala Fahrion

Coro Feminino Donna Voce

Data: 19 de setembro – 12h30

Local: Saguão do Hospital de Clínicas

Luis Henrique New e convidados

Data: 26 de setembro – 12h30

Local: Sala de Atos da UFRGS

Pedro Winter Violão solo

Data: 23 de outubro – 12h30

Local: Anfiteatro Carlos César de Albuquerque

João Batista de souza Violão solo

Data: 31 de outubro – 12h30

Local: Sala Fahrion

Trio Metropolitan

Data: 14 de novembro – 12h30

Josias Matschulat Piano solo

Data: 21 de novembro – 12h30

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Local: Saguão do Hospital de

Johannes Brahms (1833 - 1897) foi um dos mais destacados compositores do período romântico tardio. A Balada, gênero musical que tem sua origem no século 14, apresenta como principal característica a conjunção de texto e música. No século 19 o gênero foi redescoberto e utilizado na música instrumental por compositores como Chopin e Brahms. As Baladas opus 10 de Brahms (1854) perfazem um conjunto de quatro peças inter-relacionadas pela tonalidade e, embora compostas no período juvenil, agregam forte lirismo e narrativas poéticas no discurso musical. Pianista virtuoso, Fréderic Chopin (1810 - 1849) devotou sua vida a elevar o nível técnico e expressivo do piano a um patamar até então não alcançado por outros compositores. A grande maioria de suas composições é dedicada a este instrumento e é justamente nas obras para piano solo que Chopin expressa todo seu potencial como compositor. A Sonata nº 2 em Si Bemol Menor, Op. 35 (1839) composta em quatro movimentos é uma das mais tempestuosas e sombrias composições de Chopin, na qual se destaca a lúgubre Marcha Fúnebre do terceiro movimento. A composição foi logo associada à infeliz infância do compositor e é um retrato fiel das aflições que o atormentavam. Sergei Vasilievich Rachmaninoff (1873 - 1943) – pianista, compositor e regente –, foi um dos últimos representantes exponenciais do romantismo russo. Suas influências mais marcantes em música foram Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov. Concertista virtuoso, Rachmaninoff dedicou parte de sua obra ao piano em composições que expandiram o domínio técnico e expressivo do instrumento, como pode-

Viviane Martínez

mos observar nos seus quatro concertos para piano e orquestra. Composta entre 1916 e 1917 e influenciada por Scriabin e Prokofieff, a coleção de Études-Tableau opus 39 apresentam dificuldades técnicas transcendentais ao intérprete musical, com difíceis saltos e complexas harmonias. Leonardo Loureiro Winter

Coordenador Artístico do Projeto Interlúdio

INTERLÚDIO – RECITAL DE PIANO SOLO Data: 30 de maio – sexta-feira – 12h30min Local: Salão de Atos da UFRGS

Clínicas Local: Salão de Atos da UFRGS

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Lucas Ferreira Picolli e Miguel Besnos, por Giordano Toldo

I N T E R L Ú D IO Recital do Duo Violão Brasil No dia 06 de junho o projeto Interlúdio apresenta no Auditório do Hospital de Clínicas o duo de violões constituído pelos músicos Lucas Ferreira Piccoli e Miguel Besnos. Os violonistas são estudantes de graduação do Departamento de Música do Instituto de Artes da UFRGS onde estudam sob orientação dos professores Paulo Inda e Flávia Domingues Alves. Neste recital, o Duo Violão Brasil apresenta repertório constituído exclusivamente por obras de compositores brasileiros – Marlos Nobre, Radamés Gnatalli, Heitor Villa-Lobos e Sérgio Assad – em um rico mosaico de ritmos, escalas e danças que caracterizam a diversidade de nosso país. O carioca Heitor Villa- Lobos (1887-1959) é, atualmente, o compositor brasileiro mais executado nas principais salas de concerto do mundo. Como compositor, soube como nenhum outro forjar forma e conteúdo com elementos do folclore musical do Brasil de tal maneira que sua música passou a representar nossa própria identidade enquanto nação. O recital apresenta movimentos da Suíte Popular Brasileira para Violão Solo, na qual pode se observar a fusão de danças de origem europeias (Mazurka e Schottisch) com elementos rítmicos e melódicos genuinamente brasileiros.

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O pernambucano Marlos Nobre (Recife, 1939) é um dos mais reconhecidos compositores brasileiros da atualidade. Sua produção composicional abrange diversos gêneros musicais e vem sendo premiada em inúmeros concursos musicais no Brasil e exterior. Neste recital o Duo Violão Brasil apresenta as obras Ciclo Nordestino e Rememórias. Ciclo Nordestino compõe-se de um conjunto de quatro suítes em que se sobrepõem elementos folclóricos e poéticos através de danças rítmicas e melódicas do nordeste do Brasil (como frevo, maracatu, caboclinhos e coco). Compostos na década de 60, os Ciclos Nordestinos destacam-se pela vitalidade e lirismo das linhas melódicas com utilização de escalas modais e ritmos nordestinos. A obra intitulada Rememórias (1993) para violão solo é composta de três movimentos (Embolada, Cantilena e Caboclinhos) e foi composta como peça de confronto para o Concurso Internacional de Violão de Alexandria. Conforme o compositor, Embolada é uma recordação da Suíte nº 1 de J. S. Bach para alaúde solo; Cantilena descreve as lamentações de senhoras pobres do nordeste do Brasil e Caboclinhos é baseado na dança folclórica do carnaval de rua de Recife. O compositor, pianista, regente e arranjador porto-alegrense Radamés Gnattali (1906-1988) obteve

sua formação no Conservatório de Música do antigo Instituto de Belas Artes. Na década de 30 transfere-se para a capital da República, na cidade do Rio de Janeiro, onde passa a atuar como pianista, regente e arranjador da Rádio Nacional. Sua música mescla com originalidade música popular e erudita em sofisticadas roupagens. Neste recital escutaremos a Brasiliana nº 13, escrita em 1983 para violão solo e composta em três movimentos: Samba - Bossa Nova, Valsa e Choro. A obra foi dedicada ao violonista Turíbio Santos e, conjuntamente com outras 12 Brasilianas, integra um conjunto de obras homônimas.

INTERLÚDIO – RECITAL DO DUO VIOLÃO BRASIL Data: 03 de junho – sexta-feira – 19h Local: Anfiteatro José Baldi do Hospital de Clínicas (Rua Ramiro Barcelos, 2350) Retirada de ingressos das 8h às 16h na recepção da Fundação Médica (Rua Ramiro Barcelos, 2350 – sala 177)

Sérgio Assad (1952) é violonista, compositor e arranjador. Nascido em Mocóca (SP), Sérgio constituiu dupla com seu irmão, Odair Assad, em uma consagrada carreira internacional. Sérgio Assad é compositor de mais de 50 obras para violão, executadas frequentemente no repertório dos violonistas. Farewell, peça composta nos anos 90 como trilha sonora de uma película japonesa, expressa o sofrimento após a perda de uma pessoa amada, com utilização de sonoridades delicadas, sons harmônicos e melodia lírica nos dois violões. Leonardo Loureiro Winter

Coordenador Artístico do Projeto Interlúdio

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Núcleo da canç ão Audição comentada do álbum Antes que tu conte outra, com Apanhador Só

Após amplo reconhecimento de críticos e imprensa de todo o país, Antes que tu conte outra, da Apanhador Só, é certamente um dos trabalhos cancionais mais vigorosos de 2013. Uma expansão notável das temáticas abordadas pela banda nos discos anteriores, uma tessitura interessante composta de distorções, ruídos e instrumentos heterodoxos, um crescimento significativo do entrosamento do grupo, que pode ser percebido nos shows realizados, e até mesmo certa afinação com a ambiência de protestos que percorreram o Brasil desde junho do ano passado são alguns fatores que indicam o sucesso do álbum e o atual momento vivido pela banda. Nesse sentido, acaba por ser um privilégio poder ouvir Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro, Fernão Agra e André Zinelli a respeito das canções, dos bastidores da feitura do disco, de como enxergam o atual panorama artístico brasileiro, bem como sobre tudo o mais que considerarem pertinente, e impertinente, para uma boa audição comentada do álbum. Privilégio sensível, por um Apanhador Só - Carine Wallauer

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lado, por serem artistas interessantes que interpretam nosso entorno e representam este entorno em música. Privilégio acadêmico, por outro, pela possibilidade de conhecermos mais a respeito da produção do grupo e estabelecermos, após o momento do encontro, relações que iluminariam não só a Apanhador, mas também outros artistas que atualmente estão em diálogo no cenário nacional. Eis uma oportunidade de conversa musical sobre canção popular, arte, efervescências e afins, mantendo a tradição do bom debate e da vivacidade do Núcleo de Estudos da Canção. Guto Leite Coordenador do Núcleo da Canção

AUDIÇÃO COMENTADA COM APANHADOR SÓ – MEDIAÇÃO DE GUTO LEITE LUCIANO ZANATTA Data: 20 de maio – terça-feira – 19h Local: Sala Fahrion (2º andar da Reitoria da UFRGS)

Thibault Cauvin

P R O J E T O E SP E C I A L – P R É L A N Ç A M E N T O D O F E S T IVA L D E VIO L ÃO Recital solo de Thibault Cauvin O violonista francês Thibault Cauvin vem ao Brasil em turnê organizada pelo governo francês. O Departamento de Difusão Cultural, em parceria com a Aliança Francesa de Porto Alegre, programou este recital como pré-lançamento do Festival de Violão, dentro das ações comemorativas dos 80 anos da UFRGS. Thibault começou a tocar violão aos seis anos de idade, tendo continuado seus estudos no Conservatório de Bordeaux e no Conservatório Nacional Superior de Paris. Em paralelo à educação clássica, o jovem violonista cresceu em um ambiente de música moderna e sua convivência com músicos de jazz, rock e world music marcou seu trabalho tanto quanto a formação erudita. Gravou seu primeiro álbum aos 20 anos. A ele seguiram-se os discos Bell’Italia, dedicado à música italiana; Déclic, gravado ao vivo em Paris na Radio France; Nº 4, dedicado à música moderna e gravado em San Francisco; e Cidades, projeto em associação com compositores de diferentes origens. Seu primeiro CD sob o selo Sony Music - Vogue, Dancing with Scarlatti, obteve um grande sucesso, sendo distribuído em cerca de 20 países. Thibault Cauvin também figura nas compilações mais prestigiadas de álbuns que marcaram o ano de 2013, ao lado de Lang Lang, Jonas Kaufman e Hélène Grimaud.

PROJETO ESPECIAL – PRÉ-LANÇAMENTO DO FESTIVAL DE VIOLÃO - RECITAL SOLO DE THIBAULT CAUVIN Data: 01 de junho – domingo – 19h Local: Sala II – Salão de Atos

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A R T E S VIS U A IS

UNIFOTO

Obras realizadas de 2008 a 2012

Em comemorações aos 80 anos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Superintendência de Infraestrutura (SUINFRA) apresenta a Exposição Fotográfica “Obras realizadas de 2008 a 2012”; mostrando algumas das mais de cem obras realizadas em quatro anos. O objetivo da exposição é mostrar à comunidade acadêmica e ao público em geral o registro da história e da melhoria na infraestrutura da universidade. As fotografias que compõem esta exposição integram o acervo fotográfico da SUINFRA e, em breve, farão parte do acervo museu. Esta exposição é resultado do trabalho que está sendo realizado pelo diretor de fotografia Ilton Saffer e pela equipe de técnicos e bolsistas da SUINFRA Informática. Cd Canção do Porto, Daniel Wolff

Ilton Saffer Fotógrafo

L ANÇAMENTO CD DANIEL WO L F F Canção do Porto, de Daniel Wolff

Canção do Porto é o show de lançamento do novo disco do premiado compositor Daniel Wolff. Com participação especial de Nei Lisboa, Raul Ellwanger, Fernanda Krüger e Marcelo Delacroix, além de uma banda de primeiríssima linha, o repertório abrange ritmos que vão do chamamé ao baião, passando pelo samba e baladas. O show inclui uma homenagem especial à saudosa cantora Angela Jobim. Ingressos à venda no site www.tragaseushow.com.br e na bilheteria do Salão de Atos da UFRGS, no dia do show. Financiamento do Fumproarte.

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LANÇAMENTO DO CD CANÇÃO DO PORTO, DE DANIEL WOLFF

Imagens obras SUINFRA

Data: 15 de maio – quinta-feira – 20h Local: Salão de Atos da UFRGS Ingressos: R$ 10,00 Desconto de 50% para maiores de 60 anos, estudantes e classe artística. Retirada de ingressos com entrada franca para comunidade universitária, mediante apresentação do cartão UFRGS.

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C IRNTEEM A S AVIS U A IS

A R T E S VIS U A IS

P E R C U R SO D O A R T IS TA Luiz Gonzaga Mello Gomes No projeto Percurso do Artista, apresentamos as obras do artista gaúcho Luiz Gonzaga Mello Gomes. Nascido em Julio de Castilhos, em 1940, fez sua formação no Instituto de Artes da UFRGS, onde também foi professor até 1996. Por dois períodos, no final dos anos 1970 e inicio dos 1990, fez estudos na Escuela de Bellas Artes San Ferdinando em Madri, experiência marcante para que seu trabalho alcançasse a força que possui. Em seu retorno, participou de importantes exposições, entre as quais citamos a Panorâmica da Arte Atual Brasileira no Museu de Arte Moderna em São Paulo e as individuais no Museu de Arte São Paulo, na Galeria Bonino no Rio de Janeiro, na Bolsa de Arte em Porto Alegre e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Aldo Malagoli. Também realizou obras públicas das quais destacamos o Memorial aos Mortos e Desaparecidos Políticos em Porto Alegre e a Sagração da Primavera, painel escultórico na estação de metrô Ana Rosa em São Paulo. Gonzaga, como é conhecido, emprega prioritariamente a resina poliéster como matéria básica na execução de suas esculturas. O artista é um dos primeiros, aqui no sul, a utilizar a resina no meio artístico, e não havendo, à época, informações disponíveis sobre seu uso para essa finalidade, foram necessárias muitas tentativas até conseguir aprimorar uma técnica própria para realizar suas peças.

que integrados em uma simbiose, materializam-se em formas antropomórficas, acariciando o olhar do observador. Outra particularidade de suas esculturas é a forte presença da cor que embora seja plana, chapada, sem nuanças, atua como parte integrante do volume ressaltando sua imponência, seu caráter monumental presentes, sobretudo na série Xingu, com a qual ele participa na XXI Bienal de São Paulo, em 1991. Na exposição podemos apreciar obras do início de sua carreira, chegando às que evidenciam a linguagem plástica pela qual se tornou reconhecido. Gonzaga se diz um artista que busca e é movido pela emoção. Blanca Brites Curadora

Percurso do Artista Luiz Gonzaga Mello Gomes Abertura: 13 de maio – terça-feira – 19h Visitação: 14 de maio a 17 de outubro das 10h às 18h Local: Sala João Fahrion – Av. Paulo Gama 110 – 2° andar

Ainda estudante, Gonzaga buscava transpor para o tridimensional o mundo lírico de Chagall que tanto lhe encantava, e isso pode ser identificado em suas primeiras peças em argila ou em suas tapeçarias. Esse vínculo com o poético permaneceu inalterado, mudando somente a maneira como o artista passou a interpretá-lo. Essa relação com o poético se desdobra em muitos sentidos, inclusive na escolha dos títulos de suas obras: “Sons na Floresta”, “Seiva da Terra”, “Jardim Noturno”. Suas esculturas têm um claro predomínio de frontalidade, que ele mesmo associa à sua admiração, desde jovem, pela arte egípcia, a mesma que inicialmente lhe ofereceu os caminhos para a simplificação da forma. Acompanhando seu processo de trabalho, percebese que seu amadurecimento artístico ocorre ao eleger elementos da natureza e da figura humana

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Obra “Dia” de Luiz Gonzaga Mello Gomes

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R E F L E X ÃO

R E F L E X ÃO

C o nfer ê nc i a s U F R G S “ Pa s s ad o ma i s q ue p re s ente ”

Passado mais que Presente No conjunto de tempos verbais o Pretérito Mais-que-Perfeito corresponde à descrição de uma ação que já está encerrada e que precedeu a outra ação, que também já ocorreu. É o passado do passado. Mesmo assim, tal tempo verbal, justamente pela sua permanência, produz uma significação de continuidade ou consequência, apesar de ser passado. Quando escolhemos para título e tema da edição de 2014 do ciclo “Conferências UFRGS” a expressão “Passado mais que Presente” buscamos uma dupla acepção. Por um lado, nos permitimos subverter a gramática inventando um tempo verbal com a intenção de mostrar que as ações, ideias e realizações ocorridas há tempos, pelas suas características, continuam presentes, atualizadas pelas circunstâncias contemporâneas do contexto da Universidade e da própria sociedade. Na outra mão, um “Passado mais que Presente” explicita a contemporaneidade de atores, pensamentos e ações que, mais que comporem os quadros e o repertório da UFRGS, por suas propriedades, constituem-se no presente que os atualiza. Um presente que completa 80 anos. O “tempo” do nosso Ciclo de Conferências é a contemporaneidade que por sua vez é uma “singular relação com o próprio tempo”. Que complexa relação singular é esta? Como podemos aportá-la neste tema/tempo? Quais as exigências deste tempo? Atrevemo-nos a dizer que a contemporaneidade é a relação entre o homem e o seu tempo. O homem que mantém fixo o olhar no seu tempo e, diz o filósofo: “para nele perceber não as luzes, mas o escuro”. Esse homem, intérprete do seu tempo, mantém um compromisso com a história, com a sociedade e com o conhecimento.

As dimensões do tempo, memória e esquecimento Lorena Holzmann

Rubens Maciel: o centenário de um Ícone Carlos A.M. Gottschall

Consolidação da Memória Ivan Izquierdo

O tempo é datado. Ele foi, é e será, passado, presente fugaz que logo deixa de ser (lembro de Saramago) e futuro. O tempo acontece num lugar, o que lhe confere historicidade, fazendo parte da experiência humana. É preciso medi-lo e em cada tempo definido são utilizados recursos, procedimentos e instrumentos, a fim de satisfazer a curiosidade e a necessidade de cada época (tempo/lugar).

Quatro de agosto de 2013 marca o centenário de um ícone da medicina brasileira, Rubens Maciel, nascido em Santana do Livramento. Mais que professor, foi educador, e fez da Educação Médica o norte de sua vida.

As memórias de longa duração são adquiridas através de experiências; a informação correspondente é consolidada logo depois em arquivos, utilizando processos que envolvem 40-50 etapas bioquímicas hoje bem conhecidas no hipocampo, e a concomitante plasticidade neuronal (potenciação ou depressão sináptica de longa duração segundo o caso). Em nosso trabalho no Centro da memória – PUCRS, desvendamos esses mecanismos. Posteriormente, determinamos como a consolidação de uma memória pode influenciar favoravelmente a de outra simultânea ou consecutiva, por interação entre proteínas sintetizadas nas sinapses que participaram na plasticidade de cada uma delas no mesmo neurônio (Synaptic tagging and capture).

A evolução desses recursos e o registro dos resultados obtidos asseguram a preservação da memória do que foi, quando e onde. Inventam-se, entretanto, modos de esquecê-la. A partir dessas considerações, proponho abordar as intenções, no Brasil contemporâneo, num movimento contraditório, de preservar a memória ou o esforço para esquecer o passado. Por quê?

As dimensões do tempo, memória e esquecimento - Lorena Holzmann Data: 14 de maio – quarta-feira – 19h Local: Sala II – Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

Rubens Maciel foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e fundador da Sociedade de Cardiologia do RS e do CAPES, assim como também foi signatário do Relatório Newton Sucupira, em 1965, que norteia toda a pós-graduação stricto sensu no Brasil até hoje, e organizador da Universidade Panamericana da Saúde. É dele a concepção de transformar o Hospital de Clínicas de Porto Alegre em fundação pública de direito privado – livrando-o da vala comum de hospitais públicos deficitários, tornando-se modelo reconhecido pelo Ministério da Saúde. Exemplo de dignidade pessoal, de ética, de solidariedade e de diferenciação intelectual, as qualidades de Rubens Maciel impactam permanentemente a vida médica e universitária deste país, fazendo com que esse seja considerado a personalidade médica mais abrangente do RS e o maior educador do Brasil do século XX, dentro da área da saúde.

Consolidação da Memória - Ivan Izquierdo Data: 11 de junho – quarta-feira – 19h Local: Sala II – Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

Rubens Maciel: o centenário de um ícone Carlos A. M Gottschall Data: 28 de maio – quarta-feira – 19h Local: Sala Fahrion – 2º Andar Reitoria da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110)

Conferencistas Lorena Holzmann, Carlos Gottschall e Ivan Izquierdo

Sinara Robin Curadora

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R E F L E X ÃO

R E F L E X ÃO

F r o nte i ra s d o Pen s ament o O Fronteiras do Pensamento busca oferecer respostas a partir de múltiplos pontos de vista de intelectuais engajados com questões globais, sem deixar de apresentar, também, muitos outros questionamentos, cujas discussões, na sociedade contemporânea, são cada vez mais urgentes. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instituição de formação, de reflexão, excelência e saudável inquietação, é parceira desde a primeira hora do projeto que, em 2014, entra em sua oitava edição, com suas conferências sendo realizadas tradicionalmente no Salão de Atos da UFRGS, colocando a cidade de Porto Alegre no cenário dos grandes debates internacionais. E, nesse movimento, o Fronteiras do Pensamento propõe seu fio condutor para 2014: a reinvenção do mundo.

A R E I N V E N Ç ÃO D O M U N D O Vivemos uma época de turbulência. É possível que, no futuro, os historiadores venham a se referir dessa maneira ao nosso tempo. Também se trata de uma época de crescimento. A renda cresceu três vezes, em escala global, desde os anos 1960. A maioria das pessoas vive em cidades, desde meados da década passada, e a “revolução dos direitos” vem derrubando, país a país, discriminações de gênero, raça ou orientação sexual. Mesmo nesta época de progresso acelerado, há um mal-estar em nossa civilização. Um mal-estar difuso. O primeiro elemento que define esse mal-estar é a exigência democrática por parte dos cidadãos. Salman Rushdie, autor de Os versos satânicos, que experimentou na carne os efeitos da intolerância e do fundamentalismo, expressou essa ideia dizendo que “a liberdade é a questão maior de nosso tempo. Pode soar paradoxal, mas a liberdade depende da segurança das instituições”. Rushdie define, desse modo, aquela que talvez seja a grande agenda contemporânea: como transformar a indignação dos cidadãos, sua exigência de mais direitos e transparência, em instituições. Instituições capazes de assegurar e dar estabilidade a essas ideias.

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No terreno da economia, o relatório da Organização das Nações Unidas Nosso futuro comum, coordenado e apresentado em 1987 por GroBrundtland, ex-primeira-ministra da Noruega, já alertava o mundo sobre a necessidade de uma mudança nos padrões de consumo, produção energética, proteção da biodiversidade e uso dos recursos naturais, de modo a preservar os direitos das futuras gerações. Esse propósito deu expressão ao conceito de “desenvolvimento sustentável”. Pode-se dizer que, desde lá, criou-se um amplo consenso global sobre essa mudança, e será de extrema valia, no Fronteiras, escutar da própria Brundtland sobre as prioridades que países, empresas e cidades deveriam adotar, no sentido do desenvolvimento sustentável, nos dias de hoje. Há o desafio ético. A economia de mercado mostrou-se uma fonte inigualável de progresso, mas também de desigualdades injustificáveis, privações e patologias sociais. Conforme lembra-nos o filósofo Michael Sandel, é preciso pensar sobre “o que o dinheiro não pode comprar”. Sobre a preservação dos laços de solidariedade social e normas que desejamos vigentes para regular, ainda que preservando o apetite pela riqueza, nossas sociedades. O pensamento sistemático pode nos ajudar a enfrentar essas questões. Pode nos ajudar a agir com prudência, a recusar a sedução dos extremismos, a erguer instituições à luz do que ensina a experiência histórica. Pode nos ajudar a reinventar o mundo a cada geração. Este é o convite do Fronteiras do Pensamento para sua edição de 2014.

SALMAN RUSHDIE

MICHAEL SANDEL

Data: 12 de maio – segunda feira – 19h30min

Data: 26 de maio – segunda feira – 19h30min

Local: Salão de Atos da UFRGS

Local: Salão de Atos da UFRGS

Informações: 51 3019.2326

Informações: 51 3019.2326

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CINEMA

F R A N Ç OIS T R U F FA U T: OS F I L M E S D E uma VI D A O grande segredo A geração do cinema falado: os americanos Em maio e junho a programação da Sala Redenção – Cinema Universitário contempla dois capítulos do livro Os filmes de minha vida* de François Truffaut. Iniciamos o mês de maio exibindo filmes do diretor inglês Alfred Hitchcock e, assim, finalizamos a parte dedicada aos diretores que iniciaram sua carreira no cinema mudo e continuaram produzindo no falado. A segunda parte da programação é dedicada ao capítulo A geração do cinema falado: os americanos. Para Truffaut, há duas espécies de diretores: os que levam o público em consideração ao realizar seus filmes, e consideram o cinema um espetáculo, e aqueles que não se importam com isso e consideram o cinema uma aventura individual. Segundo ele, tanto para Renoir como para Hitchcock, como para quase todos os diretores americanos, um filme apenas dá certo quando faz sucesso e quando atinge o público no qual se pensou desde a escolha do tema até o término da realização. Por outro lado, ele destaca que diretores como Rossellini, Bresson, Tati e Nicholas Ray fazem filmes à sua maneira e depois pedem ao público o favor de “jogar o seu jogo”. Dentro dessa lógica, para Truffaut, Hitchcock faz seus filmes para o público, colocando sempre questões a fim de assegurar-se do interesse dos futuros espectadores. Destaca ainda que Hitchcock, por ser um homem extremamente inteligente, habituou-se desde muito cedo a considerar todos os aspectos da feitura de um filme. No período inglês de sua produção o predomínio estava no humor e, no americano, no suspense, e é justamente essa dosagem de suspense e humor que fez do diretor um dos cineastas mais comerciais do mundo. Para o crítico francês, entretanto, é sua enorme exigência em relação a si mesmo e à sua arte que fazem dele um grande diretor. Destaca que Hitchcock adquiriu tal ciência da narrativa cinematográfica que se transformou em muito mais do que contador de histórias. E acrescenta: “O triunfo de Hitchcock é o triunfo de um estilo de narrativa que encontrou sua forma definitiva em uma narração vertiginosa e pungente, nunca em repouso, uma narrativa de tirar o fôlego cujas imagens se sucedem tão imperiosa e harmoniosamente quanto notas de música frenéticas em uma partitura Imperturbável” (p.125). Lembremos que foram sobretudo François Truffaut e Claude Chabrol os dois responsáveis por fazer com que Alfred Hitchcock passasse a ser considerado um grande diretor. Robert Aldrich é o cineasta que inaugura a lista da geração do cinema americano falado. Segundo o crítico francês, nos filmes de Aldrich não é raro encontrarmos uma ideia por plano, o que complica a vida de quem assiste a seus filmes, já que não sabemos o que olhar em uma cena que se apresenta sempre “demasiado repleta e generosa”. Vivemos o filme tão intensamente que gostaríamos que durasse várias horas. Com isso, segundo Truffaut, podemos adivinhar facilmente o autor, “um homem transbordante de vitalidade, que está tão à vontade atrás de uma câmera quanto Henry Miller diante de uma página em branco” (p. 130). Sobre Elia Kazan, Truffaut observa que todos os grandes cineastas aspiram libertar-se das exigências dramáticas e sonham em fazer um filme sem progressão, sem psicologia, onde o interesse dos espectadores seria suscitado por outros meios que não sejam mudanças de lugar e de tempo ou a astúcia de um diálogo ou entradas e saídas de personagens. Segundo ele, em Boneca de carne (1956) Kazan consegue e quase de forma perfeita impor um filme dessa natureza, e isso graças ao poder de uma direção de atores única no mundo. Muitos anos mais tarde, Elia Kazan cairia em desgraça nos meios cinematográficos ao ser acusado de denunciar colegas ao Comitê de Investigações de Atividades Anti-Americanas. Em suas críticas, Truffaut cita Jacques Rivette, ao dizer que Joshua Logan “é Elia Kazan multiplicado por Robert Aldrich”, e, ainda, que é tão dotado para o cinema – direção de atores, melhoramento de roteiro, valorização de cada ideia – que não saberia estragar um filme, a menos que fosse sua vontade. Lembra também que é um diretor que nunca deixou que “pisassem em seus calos”, pois, em 1935, não hesitou em abandonar Hollywood sem concluir History is made tonight, aquele que seria seu primeiro filme como diretor.

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Em uma crítica de 1958, Truffaut comenta sobre um filme americano independente, realizado na Bélgica, já que a França não havia dado autorização para as filmagens. Ele se referia ao Glória feita de sangue (1957), de um diretor ainda pouco conhecido. Na época o filme havia sido proibido na França e na Bélgica, a pedido dos ex-combatentes. Para Truffaut, o filme é “admiravelmente dirigido”, composto por planos longos e muito móveis, e, ainda, com “fotografia esplêndida”, que consegue recuperar o estilo plástico da época, sendo ainda mais saudado por ele do que O grande golpe (1956). O crítico saúda, com essas duas obras, o surgimento de um novo diretor, cheio de talento e energia: Stanley Kubrick. Para Truffaut, O mensageiro do diabo (1955) de Charles Laughton, possui pelo menos duas qualidades que fazem dele importante: é o primeiro trabalho de direção cinematográfica do ator Charles Laughton, e marca a volta às telas de Lillian Gish, que, segundo ele, foi a maior atriz do cinema mudo. A parábola do bem e do mal é a essência desse filme (que despreza as normas comerciais elementares), “onde todos os personagens são bons, mesmo os maus [..]” (p. 156). E ainda, será, lamentavelmente, a única experiência de Charles Laughton como diretor. Ao escrever sobre Doze homens e uma sentença (1957) de Sidney Lumet, Truffaut observa que apesar de nos Cahiers “nós” não gostarmos de obras baseadas em uma boa ideia, na astúcia e na engenhosidade, o argumento desse filme desencoraja a crítica. Destaca, ainda, que este talvez seja um filme de roteirista, “mas que roteirista!”. Outros três diretores presentes na mostra são Joseph Mankiewicz, Nicholas Ray, e Otto Preminger. Truffaut define a arte de Mankiewicz da seguinte forma: “um conteúdo brilhante, inteligente, onde tudo é elegância, bom gosto e refinamento, um contenedor quase diabólico em precisão; destreza e ciência, uma direção de atores teatral à indecência; um sentido de duração de planos e de eficácia de efeitos [...]” (p. 162). Já sobre o vienense Otto Preminger, o crítico escreve que se trata de um homem de negócios, temido e invejado e, ao mesmo tempo, um artista, “aquilo que hoje se chama com uma nuança pejorativa, de formalista” (p. 173). E, acrescenta ainda, “esse ‘diretor’ e nenhum outro é capaz de injetar vida em qualquer imbróglio e preocupar-se tanto com isso quanto um doador de sangue em saber quem foi o beneficiário da transfusão” (p. 173). Já sobre Nicholas Ray, ele observa que é um autor no sentido que gosta de dar a esta palavra. Acrescenta que todos os filmes de Ray orbitam em volta dos mesmos temas e histórias, isto é, sobre a solidão moral, sobre perseguidores ou, muitas vezes, sobre linchadores. Escreve ainda que se é possível estabelecer uma distinção entre duas famílias de cineastas, os cerebrais e os instintivos, classificaria Ray na segunda, a da sinceridade e da sensibilidade. Observa, entretanto, que se percebe nele um intelectual que sabe abstrair tudo o que não vem do coração. Ou, ainda, “Nicholas Ray é uma espécie de Rossellini hollywoodiano. Como este último, jamais explica, jamais frisa”. E comenta: “não há filme de Ray sem escrúpulos. Ele é o poeta do cair da noite e tudo é permitido em Hollywood, exceto poesia” (179), escreve com certa ironia. Eis os diretores contemplados na Mostra de maio e junho. Continuemos nossa viagem, com o mapa de navegação deixado por François Truffaut.

*TRUFFAUT, François. Os filmes de minha vida. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 1979.

Tânia Cardoso de Cardoso Curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário

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CINEMA

CINEMA

maio O Grande Segredo

Frenesi O homem errado

Janela Indiscreta 02 de maio – 6ª feira – 16h 19 de maio – 2ª feira – 19h (Rear Window, EUA, 1954, 114 min) Dir. Alfred Hitchcock Em Greenwich Village, Nova York, o fotografo profissional L.B. Jeffries está confinado em seu apartamento por ter quebrado a perna. Como não tem muitas opções de lazer, vasculha a vida dos seus vizinhos com uma lente tele-objetiva, quando vê alguns acontecimentos.

05 de maio – 2ª feira – 19h 06 de maio – 3ª feira – 16h (The wrong man, EUA, 1957, 105 min) Dir. Alfred Hitchcock Em Nova York, músico (Henry Fonda) de uma casa noturna tem a vida remexida quando a mulher (Vera Miles) precisa de dinheiro.

07 de maio – 4ª feira – 19h 08 de maio – 5ª feira – 16h (Frenzy, EUA, 1972, 116 min) Dir. Alfred Hitchcock Um criminoso sexual, conhecido como o “assassino da Gravata”, deixa a polícia de Londres em estado de alerta. Todas as pistas incriminam um inocente, que vai ter que fugir da lei para provar que não é o culpado, tentando encontrar o verdadeiro assassino.

Pacto sinistro 12 de maio – 2ª feira – 19h 13 de maio – 3ª feira – 16h (Strangers on a train, EUA, 1951, 101 min) Dir. Alfred Hitchcock Um tenista famoso se encontra por acaso com um herdeiro de uma grande fortuna numa viagem de trem. Bruno detesta o pai e quer vê-lo morto, por isso, elabora um plano para satisfazer os seus desejos e os do tenista G. Haines, que não suporta a esposa. A estratégia é: ele matará a mulher do tenista e Guy matará seu pai.

Disque M para matar 15 de maio – 5ª feira – 19h 16 de maio – 6ª feira – 16h 20 de maio – 3ª feira – 16h (Dial M for murder, EUA, 1954, 105 min) Dir. Alfred Hitchcock Um homem cria um plano para assassinar sua esposa pelo dinheiro, mas, quando as coisas dão errado, ele consegue improvisar um genial plano B para ainda tentar levar vantagem.

Sob o signo de Capricórnio 20 de maio – 3ª feira – 19h 21 de maio – 4ª feira – 16h (Under Capricorn, Inglaterra, 1949, 117 min) Dir. Alfred Hitchcock Em 1831, um irlandês vai parar na Austrália para recomeçar sua vida com a ajuda do primo, eleito governador. O homem acaba por ir trabalhar na casa de um fazendeiro, cuja bela e estranha esposa surge para dar às coisas um rumo inesperado.

Os pássaros

Ladrão de casaca 02 de maio – 6ª feira – 19h 05 de maio – 2ª feira – 16h (To catch a thief, EUA, 1965, 106 min) Dir. Alfred Hitchcock Ex-ladrão de jóias, John Robie (Cary Grant), é apontado como principal suspeito de uma série de roubos em luxuosos hotéis da Riviera Francesa. É no meio dessa confusão, que John, mais conhecido como Gato, conhece a milionária Frances (Grace Kelly) e decide jogar a isca para que o verdadeiro culpado dos roubos apareça.

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06 de maio – 3ª feira – 19h 07 de maio – 4ª feira – 16h (The birds, EUA, 1963, 119 min) Dir. Alfred Hitchcock Quando a bela loira Melaine Daniels (‘Tippi’ Hendren ) chega a Bodega Bay, perseguindo o solteirão Mitch Brenner (Rod Taylor), ela é inexplicavelmente atacada por uma gaivota.

Um barco e nove destinos A sombra de uma dúvida 08 de maio – 5ªfeira – 19h 09 de maio – 6ª feira – 16h (Shadow of a doubt, EUA, 1943, 108 min) Dir. Alfred Hitchcock Quando o Tio Charlie vai visitar seus parentes na pacata cidade de Santa Rosa, estão lançadas as bases para uma de suas mais cativantes e emocionantes excursões. Joseph Cotten faz o papel do sedutor Tio Charlie, um assassino ludibriante que viaja da Filadélfia para a Califórnia apenas um passo à frente da lei.

A tortura do silêncio 14 de maio – 4ª feira – 16h 15 de maio – 5ª feira – 16h (I confess, EUA, 1953, 95 min) Dir. Alfred Hitchcock O empregado de uma paróquia comete um assassinato vestido de padre, e as suspeitas caem sobre o jovem padre Michael.

16 de maio – 6ª feira – 19h 19 de maio – 2ª feira – 16h (Lifeboat, EUA, 1944, 97 min) Dir. Alfred Hitchcock Durante a Segunda Guerra Mundial no Atlântico, um navio e um barco alemão se envolvem em um combate e ambos naufragam, mas existem alguns sobreviventes que vão para um dos botes.

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CINEMA

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Geração do Cinema Falado: os Americanos

idade que é proprietário de uma descaroçadeira de algodão. Archie espera ansiosamente o 20º aniversário de sua mulher, pois nesta data poderá, segundo um trato entre o casal, “consumar” o casamento.

Apache - Massai O Último Guerreiro 22 de maio – 5ª feira – 16h 23 de maio – 6ª feira – 19h (Apache, EUA, 1954, 90 min) Dir. Robert Aldrich Após anos de sangrentas batalhas contra os colonizadores na fronteira americana, o lendário Geronimo, chefe dos apaches, é forçado a aceitar uma humilhante rendição. Porém Massai (Burt Lancaster), seu guerreiro mais selvagem, se recusa a aceitar a derrota.

Vera Cruz 22 de maio – 5ª feira – 19h 23 de maio – 6ª feira – 16h (Vera Cruz, EUA, 1954, 94 min) Dir. Robert Aldrich Por volta de 1860, ao escoltarem uma condessa até Vera Cruz, dois aventureiros americanos interpretados pelos astros Gary Cooper e Burt Lancaster, involuntariamente se envolvem da derrubada do imperador mexicano Maximiliano.

Boneca de carne 26 de maio – 2ª feira – 16h 27 de maio – 3ª feira – 19h (Baby doll, EUA, 1956, 114 min) Dir. Elia Kazan Archie Lee Meighan (Karl Malden) é um homem de meia

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Um rosto na multidão

Projeto Cinemas em Rede

29 de maio – 5ª feira – 16h (A face in the crowd, EUA, 1957, 126 min) Dir. Elia Kazan Descoberto por Marcia Jeffires, na cadeia de uma cidade do Arkansas, Larry Rhodes é chamado para protagonizar o programa de rádio Um Rosto na Multidão. Logo seu carisma e a ágil capacidade de improvisar o colocam num outro patamar, o da TV, e em cidades maiores.

No projeto de Cinemas em Rede, salas de cinema não comerciais exibem filmes e curtas por meio da internet de alta capacidade. Quatro cidades participam do projeto, coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP): São Paulo – Cinemateca Brasileira, CINUSP e Escola de Comunicações e Artes (ECA); Salvador – Sala de Arte Cinema da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Porto Alegre – Sala Redenção – Cinema Universitário (UFRGS); e em Recife, na Fundação Joaquim Nabuco. Uma das possibilidades do projeto é compartilhar conteúdos, mostras e ciclos em tempo real entre esses pontos de cinema. O Projeto Cinemas em Rede é uma parceria entre os Ministérios da Cultura (MinC) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

Vidas amargas 26 de maio – 2ª feira – 19h 27 de maio – 3ª feira – 16h (East of Eden, EUA, 1955, 115 min) Dir. Elia Kazan No Vale das Salinas, região da Califórina, por volta da 1a. Guerra Mundial, Carl é o filho rebelde e mal compreendido de Ada

Sindicato de ladrões 28 de maio – 4ª feira – 16h (On the waterfront, EUA, 1954, 108 min) Dir. . Elia Kazan Terry Malloy (Marlon Brando) é um ex-boxeador que costumava ser grande, mas que se tornou pequeno ao entrar para a gangue exploradora de Johnny Friendly (Lee J. Cobb). Quando um trabalhador inocente morre, Terry sente-se culpado e começa a tentar consertar suas ações passadas lutando diretamente contra o sindicato, sofrendo também as conseqüências.

Em maio, a Sala Redenção compartilha com os outros pontos o longa Sobre sete ondas verdes espumantes, documentário poético sobre o escritor Caio Fernando Abreu. Direção: Bruno Polidoro e Cacá Nazario | Roteiro: Bruno Polidoro, Cacá Nazario, Tatiana Nequete | Produção: Jéssica Luz | Direção de Fotografia: Bruno Polidoro, Lívia Pasqual, Luciana Baseggio e Roberta Sant’anna | Montagem: Tatiana Nequete | Música: Haroldo Paraguassu| Desenho e mixagem de som: Gabriela Brevian | Produtora: Besouro Filmes Distribuição: BoulevardFilmes Após a Sessão, Bruno Polidoro, Cacá Nazário, junto com a equipe, conversará com o público.

Sobre sete ondas verdes espumantes Férias de amor 29 de maio – 5ª feira – 19h (Picnic, EUA, 1955, 113min) Dir. Joshua Logan É feriado e chega à cidade, recém-saído de um trem de carga, o boa vida Hal Carte (William Holden), que tenta recomeçar sua vida. Com seu belo físico e muito charme Hal vem para o Kansas à procura de trabalho na empresa da família de Alan, seu antigo colega de faculdade. Apesar de suas esperanças e expectativas, os planos ambiciosos de Hal logo dão errado, quando seu magnetismo atrai todas as mulheres da cidade.

13 de maio – 3ª feira – 19h (Brasil, 2011, 81 min) Dir. Bruno Polidoro e Cacá Nazario Santiago, Amsterdã, Berlim, Colônia, Paris, Londres, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo. As cidades que testemunharam a vida breve do poeta, dramaturgo e escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996) são revisitadas e recobertas agora de fragmentos de suas obras e lembranças de seus amigos, como Maria Adelaide Amaral, Grace Gianoukas e Adriana Calcanhoto.

Caio Fernando de Abreu

Nunca fui santa 30 de maio – 6ª feira – 19h (Bus stop, EUA, 1956, 94 min) Dir. Joshua Logan Cherie é uma cantora de bares de segunda na cidade de Phoenix. O rude e inocente campeão de rodeios Bo se apaixona perdidamente e decide levá-la à força para sua casa, em Montana, de ônibus.

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CINEMA

Sessões acessíveis na Sala Redenção - Cinema Universitário

As Sessões acessíveis na Sala Redenção, com exibição de filmes nacionais com recursos de acessibilidade, acontecem uma vez ao mês, com filmes sendo apresentados com audiodescrição e legendas. A audiodescrição é a narração de todas as imagens do filme, possibilitando que pessoas com deficiência visual tenham acesso ao que aparece na tela, como a aparência dos personagens, cenários e figurinos, ações e trejeitos. As legendas permitem que surdos e pessoas com deficiência auditiva acompanhem os diálogos, com indicações sobre a trilha sonora e qualquer som relevante, como o toque do telefone ou o tilintar de chaves. Nos mês de maio a programação será em parceria com Mil Palavras Acessibilidade Cultural.

Língua Mãe 14 de maio – 4ª feira – 19h – com AD e legenda (Brasil, 2011, 81 min) Dir. Fernando Weller e Leo Falcão Crianças de três continentes se encontram através da música. Um documentário sobre uma viagem e a preparação de um espetáculo. Com Naná Vasconcelos.

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CINEMA

CINEMA

História da Arte e Cinema: Heterotopias O ciclo é composto de filmes que permitem explorar temas da história da arte a partir da tela do cinema. A escolha dos filmes é orientada pelo propósito de discutir, após sua exibição, e a cada sessão, temas da história das artes visuais a partir da maneira como o cinema se associa a eles, explorando pontos de vista e variações interpretativas, modos de ser e de fazer compreensões sobre a arte. Coordenação de Luís Edegar Costa.

Testamento de Orfeu 21 de maio – 4ª feira – 19h (Le Testament de Orphée, França, 1959, 111 min) Dir. Jean Cocteau Testamento de Orfeu, último filme de Jean Cocteau, que compõe e conclui a trilogia da qual fazem parte O sangue de um poeta (1930) e Orfeu (1949), pode ser definido como um ensaio sobre a criação poética. É desse modo que François Truffaut se refere a ele, em que as andanças do poeta/Cocteau atravessam o tempo na busca por respostas sobre a sua forma de ver e viver o mundo, encarnadas em sua obra. Acerto de contas, Testamento de Orfeu é também um manifesto sobre fazer cinema, que se traduz em Cocteau, de acordo com comentário seu sobre o filme, no desaparecimento do corpo, pouco a pouco desnudado para mostrar a alma.

PA R C E I R OS D A S A L A R E D E N Ç ÃO

Comentários: Giordano Gio (Diretor e roteirista, com formação em Realização em Audiovisual pela UNISINOS. Bacharelando em História da Arte pelo IA-UFRGS).

Sessão Comentada - Terráqueos – Vestígios de uma era digital Terráqueos – Vestígios de uma era digital 9 de maio – 6ª feira – 19h (Brasil, 2014, 87 min) dir. Frederico Ruas Uma obra audiovisual construída integralmente por material encontrado na internet. Caleidoscópio humano, retrato de uma civilização em que todos são, ao mesmo tempo, produtores e receptores de conteúdo. Os registros que produzimos sobreviverão por muito mais tempo do que nós mesmos. Terráqueos – vestígios de uma era digital é uma oferenda ao futuro, é uma homenagem ao presente que rapidamente se transforma em passado. Após a exibição do longa-metragem, o realizador Frederico Ruas apresentará o seminário junto a seus convidados Maria Amelia Bulhões (professora do Instituto de Artes da UFRGS) e Marcus Mello (Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da SMC).

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Frederico Ruas inicia com uma exposição do processo de construção da obra, que foi composta inteiramente por vídeos livres de royalties encontrados na internet. Mediação de Laura Castilhos (professora do Instituto de Artes da UFRGS). Por videoconferência, diretamente da Inglaterra, Maria Amelia Bulhões fala resumidamente sobre sua atual pesquisa focada em web arte e a relaciona com o filme exibido, refletindo sobre as possibilidades criativas da internet. Marcus Mello faz uma análise crítica do longa, situando-o no momento atual do mundo cinematográfico. Haverá espaço para debate e perguntas do público.

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CINEMA CINEMA

CineDHebate em Direitos Humanos

O objetivo maior do CineDHebate é propiciar uma reflexão crítica e fomentar debates abertos à comunidade universitária e à comunidade em geral sobre múltiplos temas em direitos humanos, em um diálogo com a linguagem e a mídia cinematográfica. A aproximação entre cinema e direitos humanos é uma importante forma de educação e promoção de uma cultura de direitos humanos. Coordenação de Giancarla Brunetto e curadoria de Nykolas Friedrich Von Peters Correia.

À meia luz 28 de maio – 4ª feira – 19h (Gaslight, EUA, 1944, 114 min) Dir. George Cukor Paula Alquist conhece o experiente Gregory Anton e, depois de um curto namoro, acabam por se casar e passam duas semanas em lua de mel na Itália onde Paula estuda ópera. De volta a Londres o casal muda-se para o lar de uma tia de Paula, antiga e famosa estrela de ópera que fora assassinada misteriosamente.

6º F E S T IVA L E S C O L A R D E C I N E M A / 2 014 O Programa de Alfabetização Audiovisual, conjunto de ações idealizadas e desenvolvidas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com as Secretarias de Educação e Cultura da Prefeitura de Porto Alegre e o MEC – Programa Mais Educação – tem como objetivo principal a aproximação do público infantil e juvenil com as tecnologias e, principalmente, com a linguagem audiovisual. O Programa oferece oportunidades de fruição, por parte de alunos e professores, da produção de audiovisual não comercial, garantindo oportunidades de acesso de conteúdos até então restritos a Festivais, Mostras e que, por questões de distribuição, dificilmente chegam até a população jovem da periferia. A realização do Festival, iniciativa que se encontra na sua sexta edição produz importantes discussões entre os alunos e a reflexão por parte dos professores de formas de acessar e até mesmo produzir audiovisual no universo da Escola Pública. A educação do olhar através da experiência cinematográfica, criando espectadores com repertório e, principalmente, com capacidade crítica justifica a realização do Festival. Também há de se considerar que a iniciativa traz um público cada vez maior a cada edição, o que atesta o interesse e a oportunidade da proposta. Este ano o Festival acontece entre os dias 06 de maio e 06 de junho, e soma-se às salas de cinema que já abrigaram o evento em edições passadas, Sala PF Gastal e CineBancários, a Sala Redenção – Cinema Universitário, que exibirá sessões no turno da tarde, às 14h. O agendamento para as sessões do Festival inicia no dia 07 de abril e é exclusivo para professores da rede pública de ensino. 1. Educação Infantil (2 a 5 anos)

Sete Oportunidades

Duração total: 69 minutos

(Seven Chances, EUA, 1925, 7 minutos) Dir. Buster Keaton Sequência clássica de uma das obras-primas do gênio do cinema silencioso Buster Keaton, em que o ator protagoniza uma fuga alucinada pelos mais diferentes cenários.

Locais e datas: Sala P. F. Gastal – de 06 a 09 de maio (sessões às 9h30 e às 14h30) Sala Redenção – de 20 e 23 de maio (sessões às 14h) CineBancários – 03 a 06 de junho (sessões às 9h30) Sessão Preparatória para Professores – dia 23 de abril às 14h30, Sala PF Gastal

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CINEMA

CINEMA + Isso Se Faz (Matinee Mouse, Estados Unidos, 1966, animação, 6 minutos) Dir. William Hanna e Joseph Hanna Depois de muitas brigas, o gato Tom e o ratinho Jerry fazem as pazes e vão juntos ao cinema. Mas na tela o filme que está sendo exibido reproduz seus intermináveis embates, reacendendo na plateia a rivalidade da dupla. + MARUJOS DE AMOR (AnchorsAweigh, Estados Unidos, 1945, 5 minutos) Dir. George Sidney Clássica sequência de dança entre o ator e bailarino Gene Kelly e o ratinho Jerry, da popular série de animação Tom e Jerry, criada pela dupla William Hanna e Joseph Barbera. + Sonhos (Dreams, Japão/Estados Unidos, 1990, ficção, 7 minutos) Dir. Akira Kurosawa. S. No Japão, um menino está triste porque sua família cortou os pessegueiros de seu pomar. Comovidos com as lágrimas do menino, os espíritos das árvores permitem que ele veja pela última vez o pomar florido. + Os Simpsons – O Prêmio

de Natal (SimpsonsRoastingonan Open Fire, Estados Unidos, 1989, animação, 23 minutos) Dir. David Silverman No Japão, um menino está triste porque sua família Primeiro episódio da aclamada série de animação, que teve sua estreia na TV americana em 17 de dezembro de 1989, sobre uma família da classe operária que

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vive na fictícia cidade de Springfield. Criada por Matt Groening, a série é um marco da cultura pop da virada do século XX, por seu humor ácido e viés crítico, e se mantém até hoje no ar.

+ Sabiá (Brasil, 2010, animação, 3 minutos) Dir. Maurício Squarisi A amizade entre uma menina e um pássaro. Animação baseada na popular cantiga homônima.

+ Tem um Dragão no Meu Baú ( Brasil, 2005, animação, 2 minutos) Dir. Rosana Menina tem como companheiro de quarto um dragão.

+ Doce Ballet (Brasil, 2010, animação, 4 minutos) Dir. Fritz Lang Quando menos se espera, os objetos da casa criam vida e comidas se harmionizam em um delicioso balé.

+ Musicaixa (Brasil, 2010, animação, 2 minutos) Dir. Jackson Abacatu Uma viagem ao interior de uma caixa de música.

+ Uma Estrela no Quintal (Brasil, 2010, animação, 7 minutos) Dir. Danielle Divardin Uma garotinha de 5 anos cheia de imaginação sonha em alcançar a estrela mais brilhante. Um dia ela recebe uma surpresa especial... vinda do céu.

+ Pombinha Branca Brasil, 2010, animação, 3 minutos) Dir. Fernando Augusto Dias da Silva Uma charmosa pombinha dispensa um namorado ao descobrir sua falta de educação. Animação baseada na popular cantiga de roda.

2. Primeiro Ciclo – 1º, 2º e 3º anos (6 a 8 anos) Duração total: 78 minutos Locais e datas: Sala Redenção – de 06 a 09 de maio (sessões às 14h) Sala P. F. Gastal – de 13 a 16 de maio (sessões às 9h30 e às 14h30) CineBancários – de 27 a 30 de maio (sessões às 9h30) Sessão Preparatória para Professores – dia 23 de abril às 09h30, Sala PF Gastal

Zarafa ( Zarafa, França/Bélgica, 2012, 78 min) Dir. RémiBezançon e Jean-Christophe Lie Sob um baobá, um velho conta às crianças a história da amizade entre Maki, de apenas 10 anos, e Zarafa, uma girafa órfã. O animal foi dado ao rei francês Charles X por Muhammad Ali, do Egito. Em meio a uma longa jornada que vai do Sudão até Paris, Maki e Zarafa vivem diversas aventuras.

3. Segundo Ciclo – 4º, 5º e 6º anos (9 a 11 anos) Duração total: 80 minutos Locais e datas: CineBancários – de 06 a 09 de maio (sessões às 9h30) Sala Redenção – de 13 a 16 de maio (sessões às 14h) Sala PF Gastal – de 20 a 23 de maio (sessões às 9h30 e às 14h30) Sessão Preparatória para Professores – dia 24 de abril às 09h30, Sala PF Gastal

O Menino e o Mundo ( Brasil, 2008, 80 min) Dir. AlêAbreu Um garoto mora com o pai e a mãe, em uma pequena casa no campo. Diante da falta de trabalho, no entanto, o pai abandona o lar e parte para a cidade grande. Triste e desnorteado, o menino faz as malas, pega o trem e vai descobrir o novo mundo em que seu pai mora. Para a sua surpresa, a criança encontra uma sociedade marcada pela pobreza, exploração de trabalhadores e falta de perspectivas.

4. Terceiro Ciclo – 7º, 8º e 9º anos (12 a 14 anos) Duração total: 106 minutos Locais e datas: CineBancários – de 13 a 16 de maio (sessões às 9h30) Sala Redenção – de 27 a 30 de maio (sessões às 14h) Sala PF Gastal – de 03 a 06 de junho (sessões às 9h30 e às 14h30) Sessão Preparatória para Professores – dia 24 de abril às 14h30, Sala PF Gastal

Um Time Show de Bola ( Metegol, Espanha/Argentina, 2013, 106 min) Dir. Juan José Campanella) Desde garoto Amadeo é apaixonado por totó. Um dia ele é desafiado por Colosso, um arrogante garoto que vive se gabando por ser um exímio jogador de futebol de verdade. Mas a partida épica de pebolim entre os dois não foi vencida por ele. Anos mais tarde, ele retorna rico e com seu dinheiro quer transformar a cidade natal em um espécie de parque temático. Agora, para salvar a cidade, Amadeo terá que aceitar o desafio proposto pelo vilão: enfrentá-lo numa partida de futebol de verdade.

Informações e Agendamentos: Agendamento a partir do dia 07 de abril (somente por telefone) de segunda a sexta-feira das 8h30 às 12h e das 14h às 18h Telefone: 51 3289 8134 / 3289 8132 Email: alfabetizacaoaudiovisual@gmail. com Blog: www.alfabetizacaoaudiovisual. blogspot.com.br

5. Ensino Médio – 1º, 2º e 3º anos (de 15 a 18 anos) e EJA – Ensino de Jovens e Adultos (a partir dos 18 anos) Locais e datas Ensino Médio: CineBancários – de 20 a 23 de maio (sessões às 9h30) Sala PF Gastal – de 27 a 30 de maio (sessões às 9h30 e às 14h30) Sala Redenção – de 03 a 06 de junho (sessões às 14h) Locais e datas EJA: Sala PF Gastal – de 03 a 06 de junho (sessões às 19h30) Sessão Preparatória para Professores Ensino Médio e EJA – dia 25 de abril às 14h30, Sala PF Gastal

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho ( Brasil, 2014, 96 min) Dir. Daniel Ribeiro Leonardo, um adolescente cego, busca a independência e descobre mais sobre sua sexualidade ao se apaixonar por um colega de classe. Baseado no curta “Eu Não Quero Voltar Sozinho”.

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CINEMA

CINEMA

veterana estrela de sucesso na Broadway. Isso lhe possibilita conhecer as pessoas do meio e, aos poucos, dar seus passos em direção à fama.

JUNHO Geração do Cinema Falado: os americanos

Glória feita de sangue 02 de junho – 2ª feira – 16h (Paths of glory, EUA, 1957, 84 min) Dir. Stanley Kubrick Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, Mireau (George Meeker), um general francês, ordena um ataque suicida e como nem todos os seus soldados puderam se lançar ao ataque ele exige que sua artilharia ataque as próprias trincheiras.

O mensageiro do diabo

Doze homens e uma

03 de junho – 3ª feira – 19h 04 de junho – 4ª feira – 16h (The night of the hunter, EUA, 1955, 93 min) Dir. Charles Laughton Harry Powell (Robert Mitchum) é um reverendo que tem o dom da palavra de Deus, utilizando-se delapara dar golpes e conquistar pessoas, tirando proveito delas. Willa Harper (Shelley Winters), viúva, é a sua nova vítima, já que ele descobre que seu marido morto por enforcamento, deixou uma pequena fortuna.

05 de junho – 5ª feira – 19h 06 de junho – 6ª feira – 16h (12 angry men, EUA, 1957, 96 min) Dir. Sidney Lumet Doze jurados devem decidir se um homem é culpado ou não de um assassinato, sob pena de morte. Onze têm plena certeza que ele é culpado, enquanto um não acredita em sua inocência, mas também não o acha culpado.

sentença

Quem é o infiel?

O homem do braço de ouro

09 de junho – 2ª feira – 19h 10 junho – 3ª feira – 16h (A letter to three wives, EUA, 1949, 103 min) Dir. Joseph Mankiewicz Lora, Rita e Débora são três mulheres diferentes, com diferentes ambições, desejos e sonhos. Lora casou com seu chefe, que pensa que ela é uma caçadora de fortunas. Rita ganha mais dinheiro escrevendo para um programa de rádio do que seu marido professor. E Débora fica fabulosa num uniforme da Marinha, mas não tem certeza do que vestir para ir a uma festa. O destino dessas três mulheres se cruzará quando uma carta revelar o segredo que porá o futuro de uma delas em jogo.

16 de junho – 2ª feira – 19h 17 de junho – 3ª feira – 16h (The man with the golden arm, EUA, 1955, 119 min) Dir. Otto Preminger Um carteador que sonha em se tornar baterista de uma banda de jazz sai da prisão e retorna à sua cidade. Enquanto tenta se livrar da dependência das drogas e administra a complicada relação com sua esposa inválida, também se envolve com uma bela mulher, que lhe empresta o apartamento para praticar música.

Bom dia, tristeza 12 de junho – 5ª feira – 19h 13 de junho – 6ª feira – 16h (Bonjour tristesse, França, 1958, 94 min) Dir. Otto Preminger Pai e filha vivem em um superficial mundo de busca de prazeres quando envolvimentos amorosos acabam prejudicando a relação de ambos e acarretando graves consequências.

A condessa descalça O grande motim O grande golpe 02 de junho – 2ª feira – 19h 03 de junho – 3ª feira – 16h (The killing, EUA, 1956, 84 min) Dir. Stanley Kubrick Após cumprir uma pena de cinco anos, Johnny Clay (Sterling Hayden) está convencido de que se o ladrão não fizer um plano perfeito ele será preso, independente da quantia. Assim, decide apostar alto e elabora uma complexa trama para assaltar o hipódromo.

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04 de junho – 4ª feira – 19h 05 de junho – 5ª feira – 16h (Mutiny on the bounty, EUA, 1935, 132 min) Dir. Frank Lloyd O marinheiro Roger Byam (FranchotTone) acompanha o capitão Bligh (Charles Laughton) e Fletcher Christian (Clark Gable) em uma viagem de navio ao Taiti.

06 de junho – 6ª feira – 19h 09 de junho – 2ª feira – 16h (The barefoot contessa, EUA, 1954, 130 min) Dir. Joseph Mankiewicz Com extraordinária beleza, talento e graça, a dançarina espanhola Maria Vargas (Ava Gardner) nasceu para tornar-se uma estrela. Ajudada pelo diretor de cinema americano Harry Dawes (Humphrey Bogart), ela alcança grande sucesso e fortuna na terra de sonhos de Hollywood.

Joana D’arc Carmen Jones

A malvada 11 de junho – 4ª feira – 16h 12 de junho – 5ª feira – 16h 20 de junho – 6ª feira – 16h (All about Eve, EUA, 1950, 138 min) Dir. Joseph Mankiewicz Eve Harrington quer se tornar atriz. Para atingir seu objetivo, ela consegue um emprego como auxiliar de Margo Channing, uma

13 de junho – 6ª feira – 19h 16 de junho – 2ª feira – 16h (Carmen Jones, 1954, 115 min) Dir. Otto Preminger Uma ardente e sexy criatura cativa Joe, um soldado atraente, que está longe de sua amada. Após uma briga fatal com seu sargento, Joe deserta seu regimento com sua excitante femmefatale. Porém, logo Carmen se cansa dele e se une a um lutador peso-pesado, disparando a trágica vingança de Joe.

17 de junho – 3ª feira – 19h 18 de junho – 4ª feira – 16h (Saint Joan, EUA, 1957, 110 min) Dir. Otto Preminger França, século XV. A Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra se estende desde 1337. Nesse cenário turbulento, a jovem camponesa Joana d’Arc, após ouvir vozes divinas, assume a missão de liderar o exército francês contra os invasores ingleses.

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CINEMA

CINEMA

Sessões acessíveis na Sala Redenção – Cinema Universitário As Sessões acessíveis na Sala Redenção, com exibição de filmes nacionais com recursos de acessibilidade, acontecem uma vez ao mês, com filmes sendo apresentados com audiodescrição e legendas.

Johnny Guitar 20 de junho – 6ª feira – 19h 23 de junho – 2ª feira – 16h (Johnny Guitar, EUA, 1954, 110 min) Dir. Nicholas Ray Dona de saloon conta com a ajuda de um velho amor, o violento Johnny Guitar, para enfrentar o xerife local e os capangas de sua arquirrival: uma fazendeira que a quer fora da cidade.

Delírio de loucura 23 de junho – 2ª feira – 19h 24 de junho – 3ª feira – 16h (Bigger than life, EUA, 1956, 95 min) Dir. Nicholas Ray Um professor descobre que está com uma rara inflamação nas artérias e tem poucos meses de vida. Ele concorda, então, em tomar uma droga experimental e começa a se recuperar.

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Amarga esperança

Cinzas que queimam

24 de junho – 3ª feira – 19h 25 de junho – 4ª feira – 16h (They live by the night, EUA, 1949, 95 min) Dir. Nicholas Ray Nos anos 30, o jovem Bowie e outros dois comparsas fogem de uma prisão no Mississipi. Bowie sonha em fugir com sua namorada e ter uma vida tranquila. Mas é convencido pelos companheiros a continuar no crime.

26 de junho – 5ª feira – 19h 27 de junho – 6ª feira – 16h (On dangerous ground, EUA, 1951, 82 min) Dir. Nicholas Ray Policial durão e desiludido é mandado para o interior para investigar o assassinato de uma menininha. Lá se envolve com uma moça cega cujo irmão é o principal suspeito do crime.

No silêncio da noite

27 de junho – 6ª feira – 19h 30 de junho – 2ª feira – 19h (Rebel without a cause, EUA, 1955, 111 min) Dir. Nicholas Ray Jim Stark (James Dean) é um bom rapaz, mas que acabou tomando rumo errado na vida sem motivo aparente – o que justifica o termo “rebelde sem causa” do título original. Seus pais sempre mudam-se de cidade para encobrir as besteiras que seu filho faz, porém Jim os confronta quando percebe que fez algo realmente sério desta vez.

26 de junho – 5ª feira – 16h 30 de junho – 2ª feira – 19h (In a lonely place, EUA, 1950, 94 min) Dir. Nicholas Ray Dixon é um roteirista insatisfeito com as engrenagens da indústria e que, após alguns filmes de sucesso, entra num hiato criativo. Uma jovem aspirante a escritora o acompanha até sua casa, aonde fica algumas horas e depois vai embora. Na manhã seguinte ela é encontrada morta, e Dixon é o maior suspeito.

A audiodescrição é a narração de todas as imagens do filme, possibilitando que pessoas com deficiência visual tenham acesso ao que aparece na tela, como a aparência dos personagens, cenários e figurinos, ações e trejeitos. As legendas permitem que surdos e pessoas com deficiência auditiva acompanhem os diálogos, com indicações sobre a trilha sonora e qualquer som relevante, como o toque do telefone ou o tilintar de chaves. No mês de junho a programação é em parceria com de Tagarellas Audiodescrição.

Colegas 11 de junho – 4ª feira – 19h (Brasil, 2012, 99 min) Dir. Marcelo Galvão Stallone (Ariel Goldenberg), Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola) eram grandes amigos e viviam juntos em um instituto para portadores da síndrome de Down, ao lado de vários outros colegas. Um belo dia, surge a ideia de sair dali para realizar o sonho individual de cada um e inspirados pelos inúmeros filmes que já tinham assistido na videoteca local, eles roubam o carro do jardineiro (Lima Duarte) e fogem de lá. A imprensa começa a cobrir o caso e a polícia não gostou nem um pouco dessa “brincadeira”.

Juventude transviada

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Unimúsica 2014

CINEMA

série compositores - a cidade e a música

PA R C E I R OS D A S A L A R E D E N Ç ÃO

História da Arte e Cinema: Heterotopias

20h

Salão de atos da ufrgs

7 de agosto

CineDHebate Direitos Humanos

Radamés Gnattali, por Zé Menezes, Olinda Alessandrini, Oscar Bolão, Zeca Assumpção e Toninho Ferragutti Direção de Arthur de Faria

4 de setembro Barbosa Lessa, por Yamandu Costa e Camerata Pampeana do Maestro Tasso Bangel Direção de Renato Mendonça

2 de outubro Octavio Dutra, por Hamilton de Holanda e Regional Espia Só Direção de Rafael Ferrari

Sonhos

Viver

23 de outubro

18 de junho – 4ª feira – 19h (Yume/Dreams, Japão, 1990, 120 min) Dir. Akira Kurosawa Sonhos traz oito episódios filmados a partir de um roteiro que teve origem no desejo de Kurosawa realizar um filme a partir de seus sonhos. Aparentemente independentes, os episódios acabam se articulando através de eventos que estão relacionados ao Japão do século XX e pelo viés autobiográfico projetado, particularmente, no personagem que representa o jovem Kurosawa no trecho denominado Corvos.

25 de junho – 4ª feira – 19h (Ikiru, Japão, 1952, 143 min) Dir. Akira Kurosawa Considerado por muitos como a maior obra do mestre Akira Kurosawa, Ikiru (Viver) apresenta a visão da compaixão, mostrando a beleza da vida de um homem a partir da explosão de sua morte. TakashiShimura interpreta Kanji Watanabe, um idoso burocrata com câncer no estômago forçado a buscar o significado de sua existência nos seus dias finais.

Nei Lisboa, por Ná Ozzetti e Camerata Unimúsica Direção de Vagner Cunha

6 de novembro Armando Albuquerque, por Celso Loureiro Chaves, Mirna Spritzer e convidados Direção de Celso Loureiro Chaves

Comentários: Rosângela Veiga (Bacharel em Museologia e Biblioteconomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Literatura Brasileira, também pela UFRGS. Estudou História da Arte na Universidade de Coimbra).

27 de novembro Vitor Ramil, por Chico César

4 de dezembro Lupicínio Rodrigues, por Adriana Calcanhotto

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Reitor Carlos Alexandre Netto

LEIA E PASSE ADIANTE

Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação Acadêmica Rui Vicente Oppermann Pró-Reitora de Extensão Sandra de Deus

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Vice-Pró-Reitora de Extensão Claudia Porcellis Aristimunha Diretora do Departamento de Difusão Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher

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Equipe do DDC Carla Bello – Coordenadora de Projetos Especiais, Itinerância Cutural e Unifoto Edgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema Universitário Lígia Petrucci – Coordenadora do Projeto Unimúsica, Núcleo da Canção e Interlúdio Sinara Robin - Coordenadora do Confêrencias UFRGS e Vale Doze e Trinta Tânia Cardoso de Cardoso – Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário Rafael Derois Santos – Coordenador e Produtor de Mídias de Difusão Cultural Bolsistas Bruna Zucco Clarissa Gomes Gabriela Marluce Guilherme Accetta Mauricio Lobo Naiane Weber Renata Signoretti Projeto gráfico Katia Prates Diagramação Jessica Almeida Impressão Gráfica da UFRGS Crédito imagens Capa (p. 1 e 48) - Imagens do Gilberto Gil, fonte: site oficial Gilberto Gil, fotógrafos: Priscila Casaes Franco, Arlette Kotchounion, Luiz Garrido, Daniel Mordzinski; p. 2, 3 e 47 - Flores de Chita; p. 5 - Gilberto Gil, por Priscila Casaes Franco; p.6 - Brincantes do Paralelo 30; p.7 - Orquestra de mulheres; p.9 - coral da UFRGS, Secom; p.11 - Viviane Martínez; p.12 e 13 - músicos Lucas Ferreira e Miguel Besnos, por Giordano Toldo; p.14 - Apanhador Só, foto de Carine Wallauer; p.15 - Thibault Cauvin; p.16 - CD Daniel Wolff; p.17 - Obras realizadas de 2008 a 2012 SUINFRA; p.19 - Obra “Dia” de Luiz Gonzaga Mello Gomes; p.21 - Conferencistas Lorena Holzmann, Carlos Gottschall e Ivan Izquierdo; p. 22 e 23 - Imagens Fronteiras do Pensamento; p.24 e 25 - Arte DDC; p. 32 - filme Língua Mãe; p. 33 - Caio Fernando de Abreu; p.34 - filme Terráqueos; p.35 - filme Testamento de Orfeu; p.36 filme À Meia Luz; p.37 - 6º Festival Escolar de Cinema; p.43 - filme Colegas; p. 44 - filme Sonhos e filme Viver p. 45 - Compositores e artistas Unimúsica 2014 Programação sujeita a alterações. - Sala Redenção - Cinema Universitário Apoio

Parceria:

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