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Marรงo Abril 2012

AGENDA C U LT U R A L

Armas do Desenho / Flavio Gonรงalves

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mar ç o e a b r i l 2 012 Relacionar-se: esta é a proposta do Departamento de Difusão Cultural Na era das conexões em rede, propor como tema gerador de ações as relações possíveis por meio de vivências culturais é o desafio que lançamos a todos que participam da vida da Universidade. Experimentar, estar presente e vivenciar as ações culturais, relacionando-se com a Universidade, é a nossa proposta para o ano que começa. A agenda que abre o ano letivo apresenta alguns dos projetos que o Departamento de Difusão Cultural criou e produziu para toda a comunidade, em especial para aqueles que iniciam sua vida acadêmica no primeiro semestre de 2012. Nossa agenda não é apenas uma ferramenta que possibilita a relação entre as ações culturais propostas; ela possibilita também a relação entre os habitantes desta cidade-Universidade. A UFRGS tem hoje 27mil alunos circulando em 86 cursos de graduação em todas as áreas do conhecimento e em todos os níveis: 78 programas de pós-graduação, sendo 66 cursos de doutorado. Tais atividades se desenvolvem em espaços que somam mais de 372.000 m² de área construída, dentro de um espaço territorial de mais de 2000 hectares. A graduação, aliada à pesquisa e à extensão, oferece atividades diversificadas no ambiente da Universidade, que atraem uma circulação diária estimada em 30 mil pessoas em seus quatro campi. A dimensão pode ser comparada com uma cidade de médio porte, com quatro bairros, mas com uma característica muito especial: parte de seus habitantes se renova a cada cinco anos. De onde são estes habitantes? A maioria vem de Porto Alegre e interior do RS, poucos de outros estados do Brasil, e alguns do exterior. Qual o ponto comum destes habitantes? Todos vivenciam a Universidade, cursando uma graduação ou pós-graduação. Ao mesmo tempo cada um traz experiências, repertórios e práticas a serem compartilhadas na Universidade e com a Universidade. Relações possíveis que se estabelecem entre pessoas diferentes e entre culturas diferentes. Relacione-se. Claudia Boettcher Diretora

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p r o grama ç ã o e s p ec i al

rece p ç ã o a o s alun o s 2 012 O que significa passar no Vestibular? A resposta é a mesma para todos, se considerarmos apenas o objetivo do concurso: passar no vestibular significa entrar na UFRGS. Entrar na UFRGS, contudo, tem milhares de significados, condizentes com as trajetórias, desejos e objetivos de cada calouro. Mesmo assim, essas perspectivas prévias são semelhantes – podemos percebê-las em conversas com nossos colegas: a alegria de ver o nome no listão vem associada ao alívio de não precisar mais fazer cursinho, de ter cumprido uma etapa da educação, de começar a estudar o que realmente quer e caminhar rumo a uma profissão. Os outros significados de entrar na UFRGS a gente descobre no percurso, fazendo parte dela. E tanto mais, se estamos atentos a tudo que ela nos propõe e nos desafia a propor. O conhecimento acadêmico, formal é o cerne do espaço universitário, mas não está sozinho na composição da universidade como lugar de produção do conhecimento. O convívio no espaço universitário também é fundamental nessa construção: circular pelos diversos campi; fazer disciplinas extracurriculares; entrar em grupos de pesquisa multidisciplinares; almoçar no RU; integrar o DCE; fazer parte do centro acadêmico de seu curso; ir a festas de outras graduações; utilizar as bibliotecas e até tomar um chimarrão nos intervalos das aulas são exemplos disso. A convivência implica trocas de saberes que vão além da relação aluno-professor ou colega-colega – a universidade

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não se restringe à noção dialética do conhecimento, ela também propõe pensar e construir um conhecimento que é valor coletivo, bem social e a serviço da sociedade. Eis o desafio da pichação “Para que(m) serve o teu conhecimento?”. Os espaços culturais da universidade têm nisso uma função especial, porque implicam uma vivência duplicada: com todos os que partilham daquele espaço, e do produto cultural em si. Isto é, se vamos à Sala Redenção, ao Planetário ou se fazemos um curso de extensão na Sala Fahrion, experienciamos um espaço-tempo de convivência que é aqui-agora, mas que também é carregado de outros significados, de outros saberes, frutos do pensamento e da ação de pessoas que não estão necessariamente presentes, mas que nos deixaram alguma mensagem. E como mensagem, cada bem cultural coloca questionamentos, tanto quanto uma aula ou uma conversa no pátio. São situações que estimulam o pensamento aberto a se repensar, o diálogo e a diversidade de pontos de vista, e assim, o surgimento de novas ideias. Da convivência à criatividade, temos o conhecimento como uma construção simultaneamente individual e coletiva, um valor a ser partilhado e recriado na convivência e a serviço dela. Passar no Vestibular também é aceitar esse desafio. Giulia Barão Estudante de Relações Internacionais


teatr o

A mulher que comeu o mundo Numa pequena cidade, um célebre e rico ladrão, pai de uma moça gorda, morre. Ela era filha única, vivia isolada do mundo e, sem o pai, nada sabia fazer. Tamanha é a dor em seu coração que a moça esfarela o pai e o come, para tê-lo para sempre consigo. Em 2012, o evento de Recepção aos Calouros, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS, recebe a apresentação teatral A mulher que comeu o mundo realizado pela Usina do Trabalho do Ator. O grupo teve origem em Porto Alegre no ano de 1992 e hoje é ligado ao GETEPE-Grupo de estudos em educação, teatro e performance, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O nome do grupo é uma referência ao primeiro espaço ocupado pelo trabalho – a Usina do Gasômetro –, mas, também, ao significado das palavras Usina (lugar onde se produz energia), Trabalho (ação contínua e progressiva duma força natural, e o resultado desta ação), Ator (agente da ação) e a relação com o trabalho desenvolvido pelo grupo. O espetáculo traz elementos teatralizados e inclui o uso de pernas-de-pau, instrumentos musicais e máscaras. O trabalho com a música foi sempre tomado como central no desenvolvimento da

linguagem do grupo. Ao longo de sua história, o grupo realizou demonstrações de trabalho, espetáculos teatrais, seminários e oficinas, sempre com o objetivo de apresentar, divulgar, compartilhar e discutir seu trabalho com a comunidade. Para contar a história de A mulher que comeu o mundo, a Usina do Trabalho do Ator fez uma incursão ao universo das máscaras, propondo um espetáculo que privilegia a linguagem gestual, a narrativa através da música cantada e a pontuação através da percussão realizada por instrumentos musicais incorporados aos figurinos. O espetáculo brinca com a metáfora da gorda relacionada a ganância e a busca pelo poder, revelando de forma criativa as diferentes faces da natureza do homem.

A MULHER QUE COMEU O MUNDO Data: 05 de março e 08 de março Horário: às 12:30 Local: praça central do Campus do Vale

A mulher que comeu o mundo

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p o nt o s cultura i s

Sala fahrion

MUSEU

salão de atos

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Desde 1984, seu acervo foto-documental representa a trajetória histórica da Universidade e da cidade de Porto Alegre. Recebe e produz exposições temporárias, estabelecendo mediações entre a produção técnica, científica e cultural e os seus freqüentadores. O Museu faz parte do conjunto de prédios tombados como Patrimônio Histórico da Universidade.

O Salão de Atos acompanha toda a nossa vida na universidade. Espetáculos, aulas magnas, congressos, seminários, e formaturas. Desde sua inauguração tem a sua história inscrita na vida cultural porto-alegrense: um ponto de encontro no caminho entre o Bom Fim e a Cidade Baixa.

rádio

Sala redenção

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Dentre as universidades brasileiras, a UFRGS é uma das poucas que possui uma sala de cinema em funcionamento. Apresenta ciclos temáticos, que combinam reflexão e debate com cinema e cultura. É um espaço de interação das diferentes áreas do conhecimento, desafiando o gosto estético do público e promovendo o enriquecimento cultural.

salão de festas

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Ainda está na memória de muitos “ufrguianos” os Bailes da Reitoria no Salão de Festas. Mas hoje ele abriga exposições, seminários e os Salões de Ensino, Extensão e Pesquisa. Assim como a Sala Fahrion, o Salão de Festas é tombado como patrimônio histórico da Universidade.

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Sintonizada pela AM 1080kHz é pioneira das emissoras universitárias no país. Também foi uma das primeiras a ter a programação ao vivo pela internet em 1998. Na Rádio podemos ouvir sobre a produção intelectual da Universidade, músicas clássicas, regionais e programas de jornalismo cultural.

PINACOTECA

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A Pinacoteca Barão de Santo Ângelo é um órgão auxiliar do Instituto de Artes, responsável pela conservação, restauração, ampliação e divulgação do patrimônio artístico e documental do Instituto. A Pinacoteca produz e apoia exposições e eventos ligados ao ensino, pesquisa e extensão na área das Artes Visuais.

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João Fahrion foi um pintor, ilustrador e desenhista porto-alegrense. A sala que recebe seu nome também abriga afrescos de sua autoria, e recebe exposições temporárias de professores-artistas. Além de sua função expositiva, se constituiu numa sala versátil pela diversidade de atividades que nela acontecem: é sala de recital, durante o Projeto Interlúdio; vira espaço de debates durante as Conferências UFRGS. A Sala Fahrion é tombada como patrimônio histórico da universidade.

Observatório 13 O Observatório também faz parte do conjunto de prédios históricos da UFRGS. Na sua cúpula está instalada a “Luneta Equatorial de Gautier”, trazida de Paris em 1908. Através dela, ainda hoje é possível observar o céu de Porto Alegre. Localizado no Campus Central, o Observatório chama a atenção pelos detalhes da fachada e pelos afrescos de seu interior.

sala qorpo santo

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Inaugurada em 1987 com o espetáculo ‘’Artaud’’ de Rubens Corrêa, a Sala Qorpo Santo tem 163 lugares e destina-se principalmente às atividades acadêmicas e artísticas do Departamento de Arte Dramática do Instituto de Artes da UFRGS. A sala abriga as temporadas gratuitas do Projeto Teatro, Pesquisa e Extensão e as apresentações dos trabalhos das Mostras de Teatro do DAD-IA/UFRGS.


Planetário

PLANETÁRIO

AUDITORIUM TASSO CORRÊA

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Poesia, música e ficção mesclam-se às séries especiais, apresentações ao vivo e produção de programas radiofônicos. O Planetário é um órgão de complementação de ensino e divulgação da astronomia, nesses 25 anos ofereceu e continua a oferecer programas científicos e culturais à comunidade universitária do Rio Grande do Sul.

O Auditorium Tasso Corrêa (ATC), vinculado ao Instituto de Artes, é um laboratório de experiências acústicas ligadas às disciplinas e aos projetos do Departamento de Música da UFRGS, tendo como finalidade primordial apresentar para a comunidade acadêmica e não-acadêmica a produção musical da universidade. Tem localização privilegiada, no centro de Porto Alegre, sendo um dos locais preferidos do público apreciador da música erudita da cidade e do Estado.

sala dos sons

SALA ALZIRO AZEVEDO

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Desde do mês de outubro de 2011 a Universidade tem um novo espaço cultural criado para a música eletroacústica. Mensalmente na Sala dos Sons, no segundo andar da Reitoria, apresentaremos ao público obras de compositores do Instituto de Artes e convidados, sempre nas terças-feiras do mês às 12 e 30. A Música Eletroacústica é a modalidade de composição realizada em estúdio, ou com o auxílio da tecnologia, e que se alinha dentro da linguagem da música contemporânea. A música eletroacústica, originada por técnicas provindas da música concreta e eletrônica, propõe novas estratégias composicionais, estruturais e estéticas que diferem das encontradas na composição da música instrumental. O ouvinte que comparece a um concerto de música eletroacústica necessita de um novo critério de percepção diferente daquele acostumado com escalas, relações harmônicas, altura e padrões rítmicos constantes.

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Muito charmosa esta sala abriga até setenta pessoas e para assistir aos espetáculos teatrais basta chegar um pouquinho antes e retirar uma senha. O projeto Teatro Pesquisa e Extensão, carinhosamente chamado TPE, às quartas-feiras, é encontro marcado dos que querem assistir o que está em cartaz na Universidade.

PRAÇA DO CAMPUS DO VALE

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A praça central do Campus do Vale é transformada em palco para receber grupos musicais compostos por acadêmicos da UFRGS. Nos dias de Vale Doze e Trinta, no intervalo do almoço, a música toma conta, atraindo os passantes e os acolhendo para um momento de descontração. Além disso, os artistas que ali se apresentam nos dão a chance de conhecer o seu trabalho.

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p r o j et o s p ermanente s

vale doze e trinta

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O espaço oferece a oportunidade de bandas mostrarem o seu trabalho, além de proporcionar para a comunidade universitária um local de interação e experimentação, um momento para dar uma parada e ouvir música na faculdade. Localizado na praça central do Campus do Vale da UFRGS o palco recebe apresentações de alunos e servidores da universidade. As apresentações acontecem uma vez por mês, ao meio-dia e trinta no Campus do Vale. Inscrições e informações no site difusaocultural.ufrgs.br.

unimúsica

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Criado em 1981 pela Prorext, o Unimúsica é um dos projetos culturais mais antigos de Porto Alegre. Com o passar dos anos, tornou-se referência tanto para o público que acompanha as séries anuais temáticas, como para os profissionais da música, que veem nele um espaço privilegiado para a difusão da música popular brasileira. Os espetáculos acontecem sempre na primeira quinta de cada mês, às 20h, no Salão de Atos, com retirada antecipada de ingressos três dias antes de cada show.

Som No salão

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O Projeto Som no Salão é uma iniciativa do Salão de Atos que acontece

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desde 2011, com um edital voltado exclusivamente para música autoral. São quatro apresentações anuais que propiciam a presença de novos trabalhos autorais no palco de um dos principais equipamentos culturais de Porto Alegre. Neste ano, o projeto será realizado nas quartas-feiras, às 20h.

grandes clássicos do cinema mundial e a produções realizadas no Brasil e em diferentes países.

conferências UFRGS

interlúdio

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“As palavras estão muito ditas/e o mundo muito pensado./Fico ao teu lado.//Não me digas que há futuro/ nem passado./Deixa o presente – claro muro/sem coisas escritas”. O interlúdio* é isso, uma parada para uma conversa através da música. São recitais de estudantes e egressos do Instituto de Artes que apresentam obras relevantes da literatura musical. Uma vez por mês, acontece na Sala João Fahrion (2º andar da Reitoria da UFRGS) um recital do projeto Interlúdio. o público está convidado para uma pausa, às 12h30. * Poema Interlúdio de Cecília Meireles

sala redenção

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Com sua programação de ciclos voltados para a memória do cinema mundial, os movimentos cinematográficos de referência e a obra de diferentes diretores, a Sala Redenção – Cinema Universitário consolidou-se como um importante espaço alternativo de cinema na cidade. De segunda a sexta, com sessões às 16h e às 19h, o público pode assistir a

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As Conferências UFRGS nasceram no aniversário de 75 anos da Universidade e desde então, cada edição se constrói sobre um tema diferente, com a curadoria de um professor convidado, e estende os debates ao longo do ano. Todas as segundas quartas-feiras do mês, um professor da universidade profere sua conferência, na Sala Fahrion, envolta às exposições realizadas pelo projeto Percurso do Artista.

núcleo da canção

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O Núcleo de Estudos da Canção foi criado em 2008 com o objetivo de formar um espaço permanente para a troca de conhecimentos sobre a canção popular brasileira. Os encontros mensais, que acontecem às segundas-feiras, na Sala Fahrion, têm formatos diversos, contemplando apresentação de pesquisas, leituras de ensaios, audições comentadas de álbuns.


Ensaio sobre a Repetição

teatr o p e s q u i s a e e x ten s ã o

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Ensaio sobre a repetição Criado em 2003 a fim de mostrar as produções artísticas dos alunos do curso de Graduação em Teatro e resgatar as salas Alziro Azevedo e Qorpo Santo, o TPE firmou-se como um importante laboratório para o desenvolvimento e exploração de habilidades não apenas de encenação, como também de produção e divulgação cultural. Com entrada franca e atingindo a comunidade em geral, o projeto promove uma peça a cada mês, ao fim do qual ocorre um debate sobre o tema do espetáculo entre o grupo e profissionais de diferentes áreas. Ensaio sobre a repetição, a peça de abril, trata sobre Repetições ou diferenças? O que se repete na aparência e o que realmente estamos repetindo? A partir desta indagação o grupo observou como a repetição está presente em nossas vidas. Através de pequenas histórias que abordam nossos padrões de aprendizado e comportamento, nossos hábitos cotidianos e nossas relações sociais, criamos um espetáculo onde duas atrizes transitam pelas variáveis da repetição partindo de uma dramaturgia construída com histórias pessoais e fragmentos dos textos de Sarah Kane, Gabriel García Márquez e Fernando Pessoa. O corpo imagético das atrizes, atravessado pela música ao vivo aventura-se em uma composição cênica sem personagens e instiga a rever nossas próprias repetições.

Ficha Técnica: Direção: Júlia Rodrigues Elenco: Carolina Pommer e Sofia Vilasboas Dramaturgia: Carolina Pommer, Júlia Rodrigues e Sofia Vilasboas Orientação: Patrícia Fagundes Originado na disciplina de Estágio de Atuação II Trilha Sonora e Sonoplastia: Rodrigo Pereira Figurino: Letícia Pinheiro e Isadora Fantin Iluminação: Kevin Brezolin Fotos: Luciano Valério e Ricardo Ramthun (Rufus) Duração: 50 minutos Realização: Grupo Barraquatro ENSAIO SOBRE A REPETIÇÃO Data: Todas as quartas-feiras de abril Horário: às 12h30min e às 19h30min Local: Sala Alziro Azevedo (Av. Salgado Filho, 340 - Centro)

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arte p ú b l i ca

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A rte p ú b l i ca n o s cam p i * Obras por onde se passa Quem for ao sexto andar do prédio da reitoria para alguma atividade no Gabinete do Reitor, ao sair de um dos elevadores vai se deparar com uma estrutura de telas e fios de cobre chamada Vortex. Esse encontro com o inusitado só se tornou possível porque o professor Nico Rocha, no final de 2010, expôs seu percurso de artista na galeria João Fahrion, o professor-autor dessa escultura, também concebida como desenho, doou essa peça para a UFRGS. Ao ser espaço de vida, aberto a mudanças e atento ao patrimônio, podemos pensar a Universidade como uma mostra permanente. Seus terrenos e suas edificações funcionam como local para exposições artísticas e de outros produtos culturais que a Universidade engendra. Em 2006 o Departamento de Difusão Cultural, ao fazer uma amostragem da Arte nos espaços abertos, mapeou nove obras por todos os Campi,

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convidando a sua fruição. São esculturas e painéis que pertencem à paisagem de prédios e espaços específicos, alguns propondo marcos como a escultura de Mauro Fuke, pela comemoração aos setenta anos da UFRGS, na entrada do Salão de Atos da Reitoria. Hoje, cinco anos depois, novas obras não tão monumentais, na medida que ocupam interstícios como corredores, vidraças, saguões e espaços inesperados, vêm acrescentar a essa mostra produções contemporâneas que desestabilizam os cânones da própria arte pública, pois não têm classificações específicas, fazem-se em relação ao espaço que as comportam, dialogam com o ambiente e confundem o que antes se chamava indubitavelmente pintura, escultura, instalação, cerâmica. São intervenções potencialmente pedagógicas que nos levam a pensar o que é uma obra, quem é o autor, como esses espaços e superfí-

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cies, antes vazios, ocupam-se com as expressões de professores, de um artista convidado, de um grupo, de um núcleo de pesquisa. Coletivos artísticos, docentes, técnicos e discentes juntam forças para compor elementos que provocam o olhar, como na ação Tá ligado, em que as estruturas de orelhões são reutilizadas e pintadas por alunos e convidados para dispor materiais de divulgação. Coordenada pelo professor Rodrigo Núñez, essa ação precede o recente painel desenvolvido pelo Núcleo de Painéis e Murais do Centro Acadêmico Tasso Corrêa, pintado entre a Faculdade de Educação e o Bar do Antônio, também sob o incentivo e apoio do mesmo professor. Outro exemplo é Prensautos, painel de cerâmica criado pelo professor Carusto Camargo, localizado na marquise onde se liga o prédio das salas de espetáculo ao Anexo l: uma obra coletiva na qual cada

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um dos cento e tantos artistas imprimiu na placa de barro algo de valor autobiográfico. Produto do NICA (Núcleo de Instauração da Cerâmica Artística), mostra um trabalho interligado ao ensino, pois se fez com a participação dos alunos das Artes Visuais e outros participantes desse Núcleo. Pertencentes ao âmbito da extensão, esta e outras obras advém de pesquisas e, tal qual a “árvore” construída com placas de granito por Fuke, eternizam a interligação entre os ramos distintos que fazem viva nossa Universidade: pesquisa, ensino e extensão.

Paola Zordan

Informações: www.difusaocultural.ufrgs.br * Originalmente publicado na Agenda Cultural Julho-Agosto 2011

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vale d o ze e tr i nta Pata de Elefante abre nova temporada A banda porto-alegrense Pata de Elefante é a banda convidada para abrir a quarta temporada do projeto Vale Doze e Trinta da UFRGS. No evento que ocorre no palco do Campus do Vale, o trio apresenta músicas dos três álbuns já lançados: Pata de Elefante (2004), Um Olho no Fósforo Outro na Fagulha (2006) e o mais recente, Na Cidade (2010), disponíveis para download gratuito no site www.patadeelefante.com. Em 2012, o trio formado por Daniel Mossmann (guitarra e baixo), Gabriel Guedes (guitarra e baixo) e Gustavo Telles (bateria) comemora 10 anos de carreira e a consolidação de seu rock instrumental no cenário nacional. O reconhecimento veio em 2009 com o prêmio Video Music Brasil, da MTV, de melhor banda instrumental do país. Como o próprio trio define, a música produzida pela Pata de Elefante é um “rock com voz na guitarra”.

Renato Borghetti/arquivo pessoal

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A mistura de influências ao longo dos três discos reflete a sonoridade heterogênica que é característica da banda. O primeiro disco foi marcado pela forte influência de Jimi Hendrix e dos Beatles. Já em Um Olho no Fósforo Outro na Fagulha, o folk-rock e o country-rock foram as principais fontes de criação das melodias. No terceiro álbum, o trio propõe “uma sonoridade urbana e dançante”. Por outro lado a participação dos três músicos nas composições e a preocupação constante na criação das melodias conferem à música da Pata de Elefante, como diz o trio, “uma linha condutora que garante a unidade e a autenticidade”. Mais informações sobre a Pata de Elefante podem ser conferidas no blog www.blogdapata.blogspot. com, no twitter.com/patadeelefante, no facebook. com/patadeelefanteoficial e no www.myspace.com/ bandapatadeelefante.


Abertura da temporada 2012 do Vale Doze e Trinta

Lançamento do Edital de Bandas - Vale Doze e Trinta 2012

SHOW DA BANDA PATA DE ELEFANTE

O vale doze e trinta é um espaço para divulgar e difundir a cultura pela UFRGS e abrir espaços para as diferentes expressões culturais. Aos alunos e servidores da universidade que quiserem apresentar-se no palco, o Vale Doze e Trinta lança mais uma vez o edital de inscrição de grupos musicais para participar do projeto que tem início no dia 10 de abril. As apresentações acontecem uma vez por mês, ao meio-dia e trinta no Campus do Vale.

Data: 10 de abril Horário:12h e 30min Local: Praça Central do Campus do Vale UFRGS (Av. Bento Gonçalves, 9.500)

Em caso de chuva, o show será transferido para o dia 11 de abril.

O edital é gratuito e está aberto a todos os gêneros musicais e formações. O edital completo está no site difusaocultural.ufrgs.br.

Pata de Elefante

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l i a de i tamarac á Projeto Maré de Arte – UFRGS no litoral

Maria Madalena Correia do Nascimento nasceu em janeiro de 1944, na ilha de Itamaracá, Pernambuco. Cirandeira desde os 12 anos de idade, é hoje referência quando se trata de cultura popular pernambucana. Seu nome artístico é emblema dessa representatividade cultural: Maria Madalena passou a ser conhecida como Lia de Itamaracá na década de 1960, quando Teca Calazans compôs o refrão: “Oh cirandeiro/cirandeiro oh/ a pedra do teu anel brilha mais do que o sol. /Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na ilha de Itamaracá”. Lia gravou seu primeiro disco, A rainha da ciranda, em 1977. Em 2000, foi lançado o CD Eu sou Lia, que teve ótima repercussão, inclusive no cenário internacional, chegando ao público de países como França e Estados Unidos, sob o selo de world music.

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No ano de 2005, recebeu do Governo estadual o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, premiação criada em 2002, que tem como objetivo valorizar os ícones da cultura local, e preservar as manifestações culturais pernambucanas, permitindo aos artistas premiados repassar seus saberes às novas gerações. Além do valor cultural do trabalho de Lia, o seu percurso artístico pode ser fonte de reflexão acerca das relações entre o local e o global na difusão cultural contemporânea: reconhecida internacionalmente sob o selo da wolrd music, Lia nunca deixou de morar na sua ilha natal, onde ensina em escolas públicas estaduais e se dedica à criação e divulgação da música brasileira.


Lia de Itamaracá

Eu sou Lia (Ciranda de Lia) Eu sou Lia da beira do mar Morena queimada do sal e do sol Da Ilha de Itamaracá Quem conhece a Ilha de Itamaracá Nas noites de lia Prateando o mar Eu me chamo Lia e vivo por lá Cirandando a vida na beira do mar Cirandando a vida na beira do mar Vejo o firmamento, vejo o mar sem fim E a natureza ao redor de mim

SHOW DA LIA DE ITAMARACÁ Data: 13 de abril de 2012 – 6ª feira Horário: 15h Local: Centro de Eventos de Tramandaí

Data: 14 de abril de 2012 – sábado Horário: 18h30 Local: Salão de Atos da UFRGS

Me criei cantando Entre o céu e o mar Nas praias da Ilha de Itamaracá Nas praias da Ilha de Itamaracá

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p r o j et o i nterl ú d i o 2 012 Música ao meio-dia e trinta no Campus Central da UFRGS “As palavras estão muito ditas/e o mundo muito pensado./Fico ao teu lado.//Não me digas que há futuro/nem passado./Deixa o presente – claro muro/sem coisas escritas”. O interlúdio* é isso, uma parada para uma conversa através da música. São recitais de estudantes e egressos do Instituto de Artes que apresentam obras relevantes da literatura musical.

INTERLÚDIO 2012 Data: última sexta-feira de cada mês (de abril a novembro de 2012)

De periodicidade mensal – última sexta-feira de cada mês, de abril a novembro, a partir das 12 horas e 30 minutos – o projeto apresenta obras do repertório instrumental e camerístico interpretadas e comentadas por destacados músicos em variadas combinações instrumentais: canto, piano, violão, violino, viola, violoncelo, contrabaixo, saxofone, flauta doce, flauta, oboé, clarineta, fagote, órgão, cravo entre outros instrumentos musicais. Em uma atmosfera informal são comentadas e executadas obras representativas do repertório musical permitindo ao público uma aproximação e contato com o músico, o compositor, período musical ou instrumento musical preferido.

Duração: 60 minutos

Através desta série pretende-se também revitalizar espaços públicos na UFRGS permitindo com que estes sejam espaços culturais atrativos à comunidade acadêmica e comunidade em geral para aproximação, reflexão e desenvolvimento de senso crítico e estético em música.

26 de outubro – Sala João Fahrion

Leonardo Winter – Curador * Poema de Cecília Meireles

Horário: a partir das 12 horas e 30 minutos Local: Sala João Fahrion / Salão de Atos da UFRGS Av. Paulo Gama, 110 - Porto Alegre, RS

Interlúdio 2012 – Ano 3 - datas e locais: 27 de abril – Sala João Fahrion 25 de maio – Sala João Fahrion 29 de junho – Salão de Atos 20 de julho – Salão de Atos 31 de agosto – Sala João Fahrion 28 de setembro – Salão de Atos

30 de novembro – Salão de Atos

Informações e programação: www.difusaocultural.ufrgs.br TEL: 3308- 3933 | 3034 Interlúdio 2011

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Capitão Rodrigo - Som no Salão 2011

s om No s al ão - EN T RE VIS Ta C OM O C A PI TÃO RODRIG O Não estamos associados só ao rock,mas ao espetáculo musical – Capitão Rodrigo Como foi a experiência de participar do Som no Salão? Vocês são uma banda bem criativa, como funciona essa parte teatral que existe no show? Capitão Rodrigo- Para nós esse show foi um nascimento. A gente vem do teatro e do universo do espetáculo, tanto de rua quanto de palco. A música entrou pra nós como uma grande brincadeira. Como toda boa banda, sempre fizemos showzinhos em botecos. Mas sempre tivemos a visão de que teria de ter uma história que acontecesse dentro do show, de que tinha que ter uma cenografia que interagisse com tudo. De que teriam de haver cenas que contassem imageticamente o que queríamos falar verbalmente e musicalmente. Quando recebemos a notícia de que estávamos selecionados para o Som no Salão, foi um êxtase. Nessa hora vimos que tínhamos de fazer algo. Foram seis meses de trabalho, ensaio, produção de material gráfico e divulgação em redes sociais. Foi a hora de dar início ao que a gente sempre imaginou para a banda: fazer um show espetáculo, o intuito não era cantar uma música em cima da outra, e sim fazer um espetáculo, com início, meio e fim. Queríamos criar um contexto que expressasse os nossos desejos, nossas angustias, que pudesse ser um produto vendável. O que o projeto significou para a banda Capitão Rodrigo? CR- O que nós temos que salientar é que o projeto é muito importante, ele é uma porta de entrada para as bandas independentes. Esse incentivo é necessário, a existência de projetos como esse, que beneficiam bandas com trabalhos autorais. Sem isso é muito difícil conseguir o alcance da mídia ou tocar em lugares conhecidos. Acho

belíssimo um projeto que beneficia a diversidade. Isso é interessantíssimo. Sem um projeto destes, tu acaba sempre tocando no canto do boteco. Algo assim beneficia a música. Faz ela dar um salto. O que vocês diriam para bandas talentosas como vocês que queiram se inscrever no projeto? CR- Foi uma honra e um privilégio ter participado, ter sido reconhecido. Foi o nosso melhor show em cinco anos, não só pela maturação da banda, mas também pela dedicação e respeito ao projeto. Nós aproveitamos a oportunidade e isso gerou frutos. Para as bandas que forem se inscrever: ensaiem bastante, acreditem no seu trabalho e o divulguem. As pessoas tem que ver. É muita estrutura disponível para que não se aproveite. É tudo tão bacana para não chegar ao público. Não é só chegar lá e fazer, tem que trazer gente. No Salão de Atos tu tem que fazer por merecer, tanto em divulgação, quanto no teu próprio trabalho. É uma grande possibilidade e oportunidade para a banda que for participar. Quanto mais ela se dedicar, mais vai estar incentivando o projeto a perdurar por anos. Por que o fracasso de um projeto é a não dedicação do artista. Foi uma experiência muito boa. É diferente entrar no Salão de Atos depois que tocamos lá. Um dia nós vamos dizer: Lembra onde tudo começou? Foi lá no Salão de Atos... SOM NO SALÃO – EDIÇÃO 2012 O Salão de Atos da UFRGS abre na segunda quinzena de março, o edital 2012 para o Som no Salão. A segunda edição do projeto será voltada exclusivamente para música autoral brasileira. Para mais informações, acesse www.ufrgs.br/salaodeatos ou telefone para 3308-3066. Entrevista concedida a Thamiriz Rocha Amado Acadêmica de Jornaismo – FABICO

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M ÚSI C A

N Ú C L E O D A C A N ÇÃO A canção nossa de toda a vida No quadro da cultura ocidental, que papel tem o Brasil? Pequeno, bem pequeno, como todos sabemos. Na literatura, nem os nossos maiorais indiscutíveis – Machado de Assis, Drummond, Guimarães Rosa – gozam de prestígio realmente amplo, parecido com o de um Jorge Luis Borges ou um García Márquez. Na arquitetura, mal o centenário Niemeyer tem algum destaque; nas artes visuais, olha, não é querer falar, mas só em círculos bem restritos aparece um ou outro nome daqui; no cinema, tem o mito Gláuber Rocha e o resto é paisagem, com uma ou outra exceção temporária, especialmente em filme-denúncia; música erudita? Bá, nem é bom falar. Em resumo: o cenário é fraco, fraquíssimo. A depender dessas artes tradicionais, a cultura brasileira permanece obscura, coisa de terceira linha, muito abaixo de países bem menores que o nosso. Nos últimos anos, porém, uma mudança se fez sentir de forma consistente: não para de crescer o número de interessados em conhecer a língua portuguesa e o Brasil a partir da canção popular. É ela, com Chico e Caetano, Carlinhos Brown e Djavan, João Gilberto e Tom Jobim, eles e uma pá de gente, é ela que faz diferença como manifestação cultural brasileira realmente significativa, como a cara do nosso país.

E não é mesmo, para nós também?

É sim, há pelo menos duas gerações inteiras, cinquenta anos. Ao menos desde a Bossa Nova, é na canção que o Brasil mais se expressa, em termos de qualidade, quantidade, velocidade, pertinácia, força,

agilidade, alcance social, tudo isso e muito mais. O fato de ser a canção a nossa iniciação estética (e muitas vezes toda a nossa vida estética, para quem não tem a chance de aprender o gosto das outras artes, mais lentas, como a poesia) é apenas uma dimensão da coisa. Pois essa arte tão central na experiência brasileira mal agora, na última década, começa a ganhar espaço na vida universitária regular. Na UFRGS, uma das iniciativas que, modéstia à parte, honram nosso passado e nossa qualidade tem o nome de Núcleo de Estudos da Canção. Nascido a partir da disciplina Canção Popular Brasileira, que o Instituto de Letras oferece há pouco mais de uma década, e do seminário A Canção popular na Universidade, promovido pelo Unimúsica em 2007, o Núcleo foi concebido como uma instância supradepartamental, que por isso mesmo foge às constrições e às conveniências rotineiras e proporciona um patamar mais livre para a conversa sobre o imenso patrimônio acumulado em mais de cem anos de história. No Núcleo, estudantes e professores de várias especialidades, das Ciências Humanas, de Letras, de Música podem conversar em pé de igualdade. Em atuação como um projeto de Extensão há quatro anos, o Núcleo tem oferecido várias atividades, sempre abertas. Realizamos leitura de ensaios, conferências, seminários, audições comentadas por cancionistas, sempre na perspectiva de funcionar como um foro aberto. Luís Augusto Fischer Luís Augusto Fischer

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Luiz Tatit

Luiz Tatit e Luís Augusto Fischer no Núcleo da Canção

Tendo como perspectiva a publicação de um livro de conversas sobre a canção brasileira, o Núcleo da Canção reúne, nos dias 26, 27 e 28 de abril, o cancionista e teórico da canção Luiz Tatit e o professor e escritor Luís Augusto Fischer. O encontro entre Tatit, conhecido por sua original abordagem ao fenômeno da canção a partir da Semiótica, e Fischer, coordenador do Núcleo e orientador de inúmeros de trabalhos sobre o tema no Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira, marca o início das atividades de 2012. A primeira sessão de conversas gravadas será aberta ao público e integra a 5ª edição da FestiPoaLiterária.

ENCONTRO COM TATIT E FISCHER Data: 26 de abril, quinta-feira Horário: 19h Local: Sala II do Salão de Atos Inscrições: a partir de 26 de março no site www.difusaocultural.ufrgs.br

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c i nema

M A R ÇO Vertentes do cinema francês Para abrir o ano letivo, a Sala Redenção – Cinema Universitário preparou uma programação bastante especial. Dedica o mês de março ao cinema francês, trazendo filmes produzidos nos últimos doze anos por cineastas nascidos, na sua grande maioria, a partir dos anos 60. Cineastas que, seja pelo estilo ou pela temática, são herdeiros daqueles que fundaram o cinema moderno na França – e no mundo – com o movimento nouvelle vague. Exibiremos filmes de dez diretores que se encontram hoje em plena produção. Abriremos a mostra com 04 longas de Christophe Honoré, diretor de um cinema melancólico, até mesmo nostálgico, ao mesmo tempo repleto de paixão e vitalidade no trato das relações humanas. Na mostra contamos com Em Paris (2006), Canções de amor (2007), A bela Junie (2008) e Não minha filha, você não irá dançar (2009). De Agnes Jaoui que, entre outros trabalhos, escreveu o argumento de Smoking/No smoking (1993) e Sempre a mesma

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canção (1996), ambos realizado por Alain Resnais, contaremos com dois filmes. Sua estreia como realizadora aconteceu com o premiado O gosto dos outros (2000), que recebeu o César de melhor filme, sendo indicado no Oscar também como o melhor filme estrangeiro. Da diretora exibiremos ainda Questão de imagem (2004). François Ozon, formado pela Universidade de Paris I e também pela escola francesa de cinema La femis, é considerado um dos mais importantes realizadores do cinema francês atual. Obteve reconhecimento internacional pelo seu filme 8 mulheres (2002), uma adaptação teatral de Robert Thomas. Na mostra ainda exibiremos Sob Areia (2000), O tempo que resta (2006), Amor em 5 tempos (2005) e O refúgio (2009). De Philippe Claudel, escritor e argumentista, contamos com o longa Há tanto tempo que te amo (2008). Cédric Klapisch estudou cinema em Paris e artes na Universidade de Nova York, dirigindo diversos curtas e longas-metragens. Na programação,


contamos com Albergue Espanhol (2002), Bonecas Russas (2005) e, ainda, com Paris (2008). Claude Miller formou-se na Escola de Cinema IDHEC, em Paris, e foi assistente de diretores como Robert Bresson, Jean-Luc Godard e François Truffaut. Exibiremos do cineasta, Betty Fisher (2001), A pequena Lili (2003) Feliz que minha mãe esteja viva (2009), este último co-dirigido em parceria com seu flho Nathan Miller. Jacques Audiard, filho do cineasta e dialogista Michel Audiard, dedicou-se ao cinema após interromper os estudos de Letras. Na mostra contamos com De tanto bater meu coração parou (2005) – ganhador de oito Cesars – e O profeta (2009), filme que recebeu o Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes. Philippe Lioret marca presença com dois filmes que chamam a atenção pela sensibilidade com a qual os conflitos sociais e familiares são abordados. São eles Não se preocupe, estou bem! (2006) e Bem-vindo (2009). Julie Gavras, filha do diretor Costa-Gavras,

marca presença com seu filme A culpa é do Fidel (2006), que fez bastante sucesso junto ao público. Contamos ainda com a presença da diretora Sylvie Verheyde, que, com seu longa Stella (2008) encerra a programação. Autobiográfico, o longa fala sobre o amadurecimento de uma adolescente no final da década de 70 de forma bastante complexa, sem que a diretora perca a mão em nenhum momento. Em quase todos os filmes presentes nesta mostra, questões tabu da história da Europa e, sobretudo, da França – como tensões étnicas, imigração, dominação política, relações familiares conturbadas, entre outros – são tratados de forma séria e delicada ao mesmo tempo. Vários cineastas com produções recentes mostram que, apesar de alguns momentos de crise, o cinema francês continua sendo um dos que mais bem se firma frente à hegemonia do cinema de Hollywood.

Canções de amor (Honoré)

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CINEMA

ABRIL

A aventura (Antonioni)

Mostra Michelangelo Antonioni Nas três primeiras semanas de abril, a Sala Redenção – Cinema Universitário preparou uma programação dedicada a Michelangelo Antonioni. Seu interesse pelo cinema começou cedo. Cinéfilo apaixonado chegou a escrever críticas de cinema e a trabalhar numa revista como assistente editorial. Em 1941 começa a dedicar-se formalmente aos estudos de cinema no Centro Sperimentale di Cinematografia, mas, logo após, é obrigado a interromper os estudos para alistar-se no exército. Volta aos estudos no fim da segunda guerra, já filiado ao partido de resistência ao regime de Mussolini. Apesar de seus filmes mostrarem com grande realismo o mundo urbano italiano – com exceção para Zabriskie Point (1970) – eles não são engajados em causas políticas. Em 1950, roda seu primeiro longa, Crimes d’alma, uma combinação de neorrealismo e cinema noir. Em tal filme não há elementos do cinema noir como escritórios de detetives, descoberta de assassinos e outros elementos característicos do gênero. Há, no entanto, uma tensão entre os pobres e os que enriqueceram com o milagre econômico do pós-guerra italiano. A temática antecipa aquela de seus filmes posteriores ao explorar assassinatos que podem ou não ter acontecido, a burguesia e a insatisfação existencial e, ainda, as relações amorosas que não se concretizam de fato. Com As amigas (1955), Antonioni adapta uma novela para a grande tela – baseada na obra Entre mujeres solas, do escritor Cesare Pavese. Visualmente, o longa contém grandes tomadas de movimento de câmera, revelando características do estilo de filmar do diretor. Com este filme, Antonioni passa a ser considerado, ao lado de Ingmar Bergman, um “diretor das mulheres”. O Grito

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(1957) é o primeiro êxito de crítica de Antonioni. Considerado um filme neorrealista italiano tardio trata dos problemas psicológicos do pós-guerra ao mostrar o impacto da separação na vida de um homem da classe trabalhadora. Nos primeiros anos da década 60 surgem os quatro filmes mais importantes do diretor. A aventura (1960), A noite (1961), O eclipse (1962) e O deserto vermelho (1964) – sendo este último seu primeiro filme colorido. A aventura foi considerado um marco do cinema mundial. Este conjunto de filmes forma uma tetralogia a respeito da falta de sentido e da insatisfação existencial do homem na sociedade. Em 1966, realiza o longa Blow up - depois daquele beijo – uma adaptação do conto Las babas del diablo, do escritor argentino Julio Cortázar –, e ganha a Palma de Ouro no Festival de Cannes. O filme trata da natureza problemática da ilusão, sobretudo da ilusão artística, e da percepção objetiva das coisas. Zabriskie Point (1970), seu primeiro filme rodado nos Estados Unidos, teve menos sucesso, embora seja considerado um marco do cinema da contracultura. Antonioni volta a filmar com Profissão Repórter (1975), estrelado por Jack Nicholson. Em 1985, um acidente vascularcerebral deixou-o parcialmente imobilizado e quase impossibilitado de falar. Tal acidente, no entanto, não o impediu de continuar trabalhando, e com a ajuda de Win Wenders, em 1995, realiza Além das Nuvens. Nesse mesmo ano, é premiado com um Oscar pelo conjunto da sua obra. Eros (2004) foi seu último filme, realizado juntamente com Wong Kar-wai e Steven Soderbergh. Antonioni falece em 30 de julho de 2007, coincidentemente no mesmo dia em que morre Ingmar Bergman.


ABRIL Mostra Carlos Saura Em 2012, Sala Redenção – Cinema Universitário e SESC – arte para todos se unem para oferecer algumas programações de cinema. A primeira mostra em parceria será dedicada ao diretor Carlos Saura, grande referência do cinema espanhol. Saura estudou engenharia, fotografia e acabou por decidir-se pelo cinema. Admirador da obra de Luis Buñuel, lança seu primeiro longa em 1959, Los golfos, selecionado para representar a Espanha no Festival de Cannes. Em 1965, escreve e dirige La caza, Urso de Prata no Festival de Berlim, que trata das feridas provocadas pela guerra civil espanhola. Neste mesmo ano começa a parceria com o produtor Elias Querejeta, que se prolongará até o início dos anos 80. Em 1972, lança Ana e os lobos, que trata de uma família da aristocracia espanhola. Em 1975, lança Cria cuervos, que ganha prêmio especial do Júri no Festival de Cannes, sendo este um de seus filmes mais conhecido do grande público – também a música que faz parte dele, Por que te vas, fica mundialmente conhecida. Entre 1977-79, lança Elisa, minha vida (1977), Olhos vendados (1978) e com a recente democracia na Espanha, dirige sua primeira comédia Mamãe faz cem anos (1979), outro grande sucesso de público e crítica, premiada em vários festivais, oferecendo um novo olhar sobre a família de Ana e os lobos. Geraldine Chaplin – filha de Charles Chaplin e esposa de Saura na época – empresta densidade dramática aos personagens dos filmes nos quais dramas familiares e denúncia política são o foco. Em 1980, com a colaboração de Antônio Gades, através da mediação do produtor Emiliano Piedras, lança Bodas de Sangue (1981), um balé da companhia de Gades que Saura adapta para o cinema com grande

sucesso. Em 1983, lança Carmen, adaptação da ópera de Bizet – também em parceria com Antônio Gades e Emiliano Piedras –, que é premiada em Cannes e selecionada para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Em 1986, lança Amor Bruxo, considerado por ele como uma de seus filmes mais ambiciosos. Tal filme encerra a trilogia dedicada à dança flamenca. Saura, entretanto, dá continuidade aos filmes dos balés filmados como Sevillanas (1992) e Flamenco (1995). Em 1997, Saura parte para Argentina para rodar Tangos, longa que dá a Saura o Prêmio Condor da Associação de críticos Argentinos de melhor diretor do ano. Em 2002, começa um novo ciclo de três musicais. São eles: Salomé (2002), Ibéria (2005) e Fados (2007), este último uma co-produção com Portugal sobre a expressão musical portuguesa por excelência. Nesses últimos três filmes, Saura reitera as mesmas convenções dos musicais dos anos 90, utilizando a luz como elemento dramático, assim como a utilização de um cenário minimalista, obtendo como resultado a mesma sobriedade e beleza, mesmo que não superem os anteriores no que diz respeito à originalidade. Com Taxi (1996) e O sétimo dia (2004), Saura volta a tratar de temas políticos. É um pouco da trajetória deste importante cineasta que a Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com o Arte Sesc - Cultura por toda parte, oferece ao seu público. Nela, serão exibidos 04 dos filmes que o diretor dedicou à dança e à música. A mostra Carlos Saura é uma realização da Sala Redenção – Cinema Universitário e Arte Sesc – Cultura por toda parte. Os filmes da Mostra fazem parte do acervo do CineSesc. Carmen (Saura)

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CINEMA

MARÇO Cinema francês contemporâneo

(Clotilde Hesme) anda ao lado de Ismaël, mas ele resolve se afastar de seu caminho para seguir outra história, agora com um rapaz bretão que acaba de conhecer.

para a Bretanha, interior da França. Ao chegar na casa de sua infância, reencontra os pais, a irmã casada e acompanhada dos filhos, e o irmão Gulven (Julien Honoré).

EM PARIS 01 de março – 5ª feira – 16h 05 de março – 2ª feira – 16h (Dans Paris, França, 2006, 89 min.) Dir. Christophe Honoré Mirko (Guy Marchand) tem dois filhos: os jovens Paul (Romain Duris) e Jonathan (Louis Garrel). O primeiro é confuso e o segundo irresponsável. Paul sofre do mesmo tipo de depressão que levou sua irmã ao suicídio, alguns anos antes. Ele vivia com a namorada Anna (Joana Preiss), mas após brigar com ela voltou a morar com o pai. Enquanto Jonathan vive aventuras românticas pela cidade, Paul se recusa a sair da cama e do quarto.

CANÇÕES DE AMOR 01 de março – 5ª feira – 19h 02 de março – 6ª feira – 16h (Les Chansons d’amour, França, 2007, 91 min.) Dir. Christophe Honoré Ismaël (Louis Garrel) perambula sem direção por Paris. Erwann (Grégoire Leprince-Ringuet) apressa um pouco seu passo. Já Jeanne (Chiara Mastroianni) é condenada à imobilidade e Alice

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A BELA JUNIE 02 de março – 6ª feira – 19h (La belle personne, França, 2008, 90 min.) Dir. Christophe Honoré Junie (Léa Seydoux), uma garota de 16 anos, muda de escola durante o ano acadêmico após a morte de sua mãe. Logo se enturma com os novos colegas. A sua beleza chama a atenção dos rapazes e ela começa a namorar um deles, Otto (Grégoire Leprince-Ringuet), antes de se dar conta que está apaixonada pelo professor de italiano, Nemours.

QUESTÃO DE IMAGEM 06 de março – 3ª feira – 19h 07 de março – 4ª feira – 16h (Comme une image, França/Itália, 2004, 105min) Dir. Agnès Jaoui Lolita Cassard (Marilou Berry) tem 20 anos. O fato de estar acima do peso faz com que tenha baixa auto-estima, apesar de ser uma talentosa cantora lírica. Além disso, Lolita não consegue chamar atenção do frio pai, o escritor Étienne (Jean-Pierre Bacri). Egocêntrico, Étienne morre de medo do envelhecimento, o pânico que tenta aliviar namorando mulheres mais jovens.

nÃO MINHA FILHA, VOCÊ NÃO IRÁ DANÇAR 05 de março – 2ª feira – 19h 06 de março – 3ª feira – 16h (Non ma fille, tu n’iras pas danser, França, 2009, 105 min.) Dir. Christophe Honoré Após a separação de Nigel (Jean-Marc Barr), Lena (Chiara Mastroianni) tenta seguir a vida com seus dois filhos, Anton (Donatien Suner) e Augustine (Lou Pasquerault). Ela deixa Paris e segue

8 MULHERES 08 de março – 5ª feira – 19h 09 de março – 6ª feira – 16h (8 femmes, França, 2002, 107 min.) Dir. François Ozon Interior da França, Natal de 1953. Numa casa de campo envolta pela neve, o patriarca Marcel é encontrado morto com uma faca nas costas. Na casa, há


8 mulheres: sua esposa, suas filhas, sua sogra, sua irmã, a velha cozinheira e a nova camareira. Todas têm motivos para querer a sua morte. Uma delas é a assassina. Quem será?

O GOSTO DOS OUTROS 08 de março – 5ª feira – 19h 09 de março – 6ª feira – 16h (Les gôut des autres, França, 2000, 112min) Dir. Agnès Jaoui Três homens, três mulheres, oposições e gostos. Castella é o dono de uma empresa de transportes, Bruno é motorista profissional e flautista amador, Frank é um guardacostas freelancer. Castella negocia com iranianos enquanto sua mulher faz decorações espalhafatosas e só pensa em seu poodle. O filme recebeu quatro prêmios César e um indicação para o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira.

lutando contra um câncer. Enquanto percebe que está cada vez mais perto da morte, ao mesmo tempo em que se recusa a fazer quimioterapia, ele passa a tratar mal todos que estão ao seu redor, como o companheiro, os pais e a irmã.

coma, Mousse desperta e, além de ser informada sobre a morte do namorado, descobre que está grávida. Mousse resolve ter a criança e, para se recuperar, decide viver na casa de praia de um de seus antigos amantes. Até que um dia, Paul (Louis-Ronan Coisy), o irmão de Louis, decide lhe fazer uma visita.

AMOR EM 5 TEMPOS 12 de março – 2ª feira – 19h 13 de março – 3ª feira – 16h (5x2, França, 2006, 90 min.) Dir. François Ozon Cinco momentos marcantes na vida de Gilles e Marion revelam a complexidade do relacionamento do casal. A história é contada de trás para a frente, começando no divórcio até os momentos em que eles se conhecem. É como uma flor que você vai tirando pétalas machucadas até, por fim, chegar ao coração.

sob a areia 15 de março – 5ª feira – 16h (Sous Le sable, França, 2000, 96 min.) Dir. François Ozon Casada por 25 anos e sem filhos, Marie (Charlotte Rampling) é uma professora de literatura em uma Universidade de Paris. Durante suas férias de verão no sudoeste da França, Jean (Bruno Cremer) deixa Marie tomando sol na praia e vai nadar. Ao retornar, Marie não o encontra. Desesperada e sem saber se Jean a deixou, se cometeu suicídio ou se ele se afogou, Marie age com se seu marido ainda estivesse vivo.

O REFÚGIO O TEMPO QUE RESTA 09 de março – 6ª feira – 19h 12 de março – 2ª feira – 16h (Le temps qui rest, França, 2005, 86 min.) Dir. François Ozon Romain (Melvil Poupaud) é um fotógrafo de moda bem-sucedido. O problema é que ele está

13 de março – 3ª feira – 19h 14 de março – 4ª feira – 16h (Le refuge, França, 2009, 90 min.) Dir. François Ozon Louis (Melvilm Poupaud) e Mousse (Isabelle Carré) são namorados e viciados em heroína. Um dia ele morre de overdose, enquanto que ela é levada ao hospital. Após alguns dias em

HÁ TANTO TEMPO QUE TE AMO 15 de março – 5ª feira – 19h 16 de março – 6ª feira – 16h (Il y a longtemps que je t’aime, França, 2008, 116 min.) Dir. Philippe Claudel

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CINEMA Juliette retorna à sua família e à sociedade, após 15 anos de ausência e rejeição. Apesar de uma separação familiar drástica no passado, sua irmã mais nova, Léa, decide abrigá-la em sua casa, onde mora com o marido, as duas filhas e o sogro. Aos poucos, a trama revela a aparente amoralidade por trás da tragédia que manteve Juliette afastada por tanto tempo da vida real.

ALBERGUE ESPANHOL 16 de março – 6ª feira – 19h (L’aubergue spagnole, Espanha, 2002, 115 min.) Dir. Cedric Klapisch Xavier (Romain Duris) tem 25 anos e está terminando o curso de Economia. Um amigo de seu pai lhe oferece um emprego no Ministério da Fazenda, mas para assumir o posto o rapaz precisa saber a língua espanhola. Ele decide acabar seus estudos em Barcelona, para aprender a língua. Para isso vai ter que deixar Martine (Audrey Tatou), sua namorada há quatro anos. Ao chegar em Barcelona Xavier procura um apartamento no centro da cidade e acha um em que deve morar com sete estudantes, todos estrangeiros

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bONECAS RUSSAS 19 de março – 2ª feira – 16h (Les poupées russes, França, 2005, 125 min.) Dir. Cedric Klapisch Continuação do sucesso Albergue Espanhol, este filme reúne o diretor Cédric Klapisch com o mesmo elenco do filme anterior para narrar os eventos que dão seqüência à história de Xavier e seus amigos. Agora com trinta e poucos anos, Xavier trabalha como escritor de telenovelas e jornalista freelancer, mas sonha poder ser livre para escrever suas próprias histórias.

FELIZ QUE MINHA MÃE ESTEJA VIVA 20 de março – 3ª feira – 19h 21 de março – 4ª feira – 16h (Je suis heureux que ma mère soit vivante, França, 2009, 90min.) Dir. Claude Miller Quando adolescente, Julie abandonou seus dois filhos, um de quatro anos e o outro ainda bebê. Adotados por um casal, o irmão mais novo cresceu sem crises existenciais, mas Thomas sempre quis conhecer suas origens. A raiva que o abandono causou em Thomas, começa a se manifestar na sua pré-adolescência. Aos 20 anos, Thomas encontra a mãe biológica e, na tentativa de ocupar o hiato da relação entre os dois, força um envolvimento e intimidade não convencional entre mãe e filho.

PARIS 19 de março – 2ª feira – 19h 20 de março – 3ª feira – 16h (Paris, França, 2008, 123 min.) Dir. Cedric Klapisch Enquanto trabalhava como dançarino, Pierre só tinha uma preocupação, seu próprio corpo. Isto muda quando ele descobre ter um sério problema cardíaco que pode matá-lo em pouco tempo se não conseguir um transplante. A doença de Pierre é o ponto de partida para que ele perceba melhor os habitantes de Paris.

BETTY FISHER 22 de março – 5ª feira – 16h (Betty Fisher et autres histories, França, 2001, 99min.) Dir. Claude Miller Deprimida após a morte de seu filho, a escritora Betty Fisher aceita criar uma criança raptada por sua mãe Margot, mesmo sabendo que é errado. Ao mesmo


tempo, a mãe do menino seqüestrado segue em busca do filho.

A PEQUENA LILI 22 de março – 5ª feira – 19h 23 de março – 6ª feira – 16h (La petite Lili, França, 2003, 100 min.) Dir. Claude Miller Mado, atriz famosa, comemora seus 50 anos de idade em sua casa de praia, acompanhada do filho Julien, do irmão Simon e do amante Brice, um cineasta estabelecido. Julien também quer ser diretor de cinema, fazer filmes ousados, e está apaixonado por Lili, uma menina que pretende ser artista. Mas ela acaba se interessando por Brice, com quem deseja fazer um filme e foge com ele. Cinco anos depois, Lili torna-se uma estrela e, separada de Brice, descobre que Julien está dirigindo seu primeiro longa-metragem e procura por ele.

dE TANTO BATER, MEU CORAÇÃO PAROU 23 de março – 6ª feira – 19h 26 de março – 2ª feira – 16h (De Battre Mon Coeur S”est Arrété, França, 2005, 108

min.) Dir. Jacques Audiard Tom tem 28 anos e está destinado a seguir os passos de seu pai no imoral e às vezes brutal mundo dos golpes imobiliários. Uma oportunidade inesperada o leva a acreditar que ele pode se tornar, como sua mãe, um grande pianista. Com muita dedicação, ele começa a se preparar para uma audição com uma virtuose chinesa, que não fala nada de francês. A música é o único elo entre os dois. Mas as pressões do seu trabalho diário logo se mostram mais pesadas do que ele pode suportar e o rumo de sua vida vai depender apenas de suas escolhas.

não se preocupe, estou bem 27 de março – 3ª feira – 19h 28 de março – 4ª feira – 16h (Je vais bien, net’en fais pas, França, 2006, 92 min.) Dir.Philippe Lioret Garota de 19 anos volta para casa depois das férias e descobre que seu irmão gêmeo, após violenta discussão com seu pai, fugiu sem deixar respostas. Culpando o pai pelo ocorrido, ela adoece, até receber um cartão postal do irmão. A ida em seu reencontro fará da garota uma mulher.

o profeta 26 de março – 2ª feira – 19h 27 de março – 3ª feira – 16h (A prophet, França, 2009, 155 min.) Dir. Jacques Audiard Malik El Djebena, um homem meio árabe e meio córsico, foi condenado a seis anos de prisão. De aparência frágil e tendo apenas 19 anos, ele chega à penitenciária sozinho. Logo recebe uma série de missões a serem cumpridas, ordenadas por César Luciani, o líder da facção dos córsicos. Aos poucos, Malik conquista a confiança de todos, a qual usa para pôr em ação seu plano.

BEM-VINDO 29 de março – 5ª feira – 16h 29 de março – 5ª feira – 19h (Welcome, França, 2009, 110 min.) Dir. Philippe Lioret Bilal, um jovem rapaz curdo, 17 anos de idade, viaja através do Oriente Médio e da Europa para ficar com a sua namorada, recém imigrada da Inglaterra. A sua jornada chega ao fim quando ele fica no canal da Mancha, do lado Francês. Decide então aprender a nadar para atravessá-lo. Bilal vai ao local da piscina para treinar, lá ele encontra Simon, um ex-campeão de natação que agora dá aulas.

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CINEMA

PARCEIROS DA SALA REDENÇAO PARA MARÇO

Sessões com com audiodescrição

A CULPA É DO FIDEL 30 de março – 6ª feira – 16h (La faute à Fidel, França, 2006, 99 min.) Dir. Julie Gavras Anna de la Mesa (Nina Kervel-Bey) tem 9 anos, mora em Paris e leva uma vida regrada e tranqüila, dividida entre a escola católica e o entorno familiar. O ano é 1970 e a prisão e morte do seu tio espanhol, um comunista convicto, balança a família. Ao voltar de uma viagem ao Chile, logo após a eleição de Salvador Allende, os pais de Anna estão diferentes e a vida familiar muda por completo. Assustada com essa nova realidade, Anna resiste à sua maneira. Aos poucos, porém, realiza uma nova compreensão do mundo.

STELLA 30 de março – 6ª feira – 19h (Stella, França, 2008, 102 min.) Dir. Sylvie Verheyde 1977, Stella, de 11 anos, vive com seus pais em um bar na periferia de Paris, onde atendem trabalhadores da região. Admitida em uma famosa escola parisiense, conhece Gladys, filha de um judeu intelectual. Por meio dessa amizade, é apresentada a um novo mundo, oposto a tudo que conhece.

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PERFE ITO (Brasil, animação, 2010, 3min) Dir. Maurício Bartok O curta-metragem Perfeito, nunca o nome definiu a obra tão bem, é uma animação em 3D que mostra uma figura solitária de madeira tentando criar uma companhia perfeita e como ele se apega a isso. Uma crítica a sociedade e ao ser humano em sua infinita insatisfação e busca pela perfeição.

CineDHebate em Direitos Humanos O CineDHebate em Direitos Humanos surgiu com o objetivo principal de socializar junto à comunidade universitária – alunos, professores, técnicos, egressos – e à comunidade em geral, a produção de obras que tratam de temas e dilemas humanos, como fios condutores para provocar uma reflexão crítica sobre a realidade humana e social. Coordenação: Giancarla Brunetto. Curadoria: Eduardo Maraninchi e Nykolas Friedrich Von Peters Correia Motta

+ O CAMINHO CERTO (Brasil, 2011, 5min) Dir. Thiago Ballvé, Daniela Conte, Douglas René Barra Luiza Caspary é uma jovem cantora de 22 anos que, além de talento, tem em sua cabeça muitas grandes e boas idéias. A cantora, que estreou nos palcos aos oito anos de idade, acredita que sua arte deve ser compartilhada com todos seus fãs, independente de suas condições. Por esse motivo Luíza está lançando o videoclipe do single O caminho certo em uma versão com audiodescrição. Um passo importante para que a música 07 de março – 4ª feira – 19h

BRASIL, O FILME (Brazil, Inglaterra, 1985, 132 min.) Dir. Terry Gilliam Sam Lowry vive num Estado totalitário, controlado pelos computadores e pela burocracia. Neste Estado, que lida com o terrorismo, todos são governados por fichas e cartões de crédito e ainda precisam pagar por tudo, até mesmo a permanência na prisão. Neste mundo opressivo Sam acaba se apaixonando por Jill, uma terrorista. 14 de março – 4ª feira – 19h


Rembrandt (Korda)

História da Arte e Cinema: hetreotopias

R em b randt O ciclo de filmes vai tratar de temas da história da arte a partir de sua exposição na tela do cinema. Para isso, foram selecionados filmes que proporcionam a introdução e o debate de noções sobre a produção artística com a qual suas narrativas estão relacionadas. Desse modo, o ciclo proposto articula artes plásticas e cinema como telas associadas, colaborações moventes, metonímicas, heterotópicas. Abre espaços para deslocamentos interpretativos, proposições e provocações, para modos de ser e de fazer compreensões sobre a arte. Coordenação: Luís Edegar Costa.

REmbrandt (Rembrandt, Inglaterra, 1936, 85 min.) Dir. Alexander Korda Oriundo de Leyden, em 1631 Rembradt van Rijn (16061669) instala-se em Amsterdam, cidade holandesa que se destaca na época por possuir um vigoroso mercado de arte. A vida de Rembrandt, seu triunfo como maior pintor da chamada “Idade de Ouro” da arte holandesa e as vicissitudes de sua carreira artística estão associadas a essa cidade. O filme de Alexander Korda focaliza essa trajetória acentuando o universo emocional e o comportamento de Rembrandt como forma de pontuar sua singularidade. Comentador: Luís Edegar Costa (professor de História e Teoria da Arte do Instituto de Artes – UFRGS). 21 de março – 4ª feira – 19h

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CINEMA

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Fez a barba e o choro (Nequete)

lan ç ament o f ez a b ar b a e o c h o r o Sala Redenção – Cinema Universitário e Besouro Filmes convidam para o lançamento de Fez a barba e o choro, documentário sobre grupo de choro de uma barbearia da zona norte de Porto Alegre. O filme foi gravado em 2010 no entorno da Barbearia Machado, tradicional ponto de encontro de chorinho no bairro Sarandi. Canções de Lupicínio Rodrigues (Se acaso você chegasse e Loucura), Chiquinha Gonzaga (Lua Branca) e composições do grupo podem ser escutadas ao longo dos depoimentos que misturam a nostalgia e a emoção de quarenta anos de música e amizade. Produção Besouro Filmes em parceria com o Bunker Studio. O financiamento é do Fumproarte de Porto Alegre. Músicos: Professor Menoti Garcia, Jovelino Machado (Seu Machado), Cássio Luiz de Oliveira, Valdir Alves (Camanguinha), Valmir Alves (Camanga), Sônia Dutra.

f ez a b ar b a e o c h o r o (Brasil, 2011, 20 min.) Dir. Tatiana Nequete Numa barbearia de calçada, em um bairro da zona norte de Porto Alegre, encontram-se Seu Machado, Professor Menoti, Soninha, Cássio e os irmãos Camanga e Camanguinha. Em meio a cabelos, barbas e as histórias que acumularam durante os quarenta anos de amizade, todos os sábados à noite esse grupo reúne amigos e fecha a barbearia com uma agradável sessão de Chorinho. No documentário Fez a Barba e o Choro, acompanhamos a movimentação do salão até ele ir gradualmente se transformando em um clube de choro; acompanhamos também as histórias desse grupo de amigos, que transformou a rotina dos moradores locais, e seu sonho de levar o conjunto a outros cantos da cidade.

Argumento original: Daison Paz Roteiro: Tatiana Nequete e Denise Marchi Produção: Jéssica Luz Direção de fotografia: Bruno Polidoro Direção de arte: William Valduga Montagem e finalização: Denise Marchi

Data: 28 de março de 2012 - 4ª feira Horário: 19h Local:Sala Redenção – Campus Central da UFRGS

Desenho de som: Augusto Stern e Fernando Efron Design gráfico: Pedro Biz

Após a sessão, debate com Tatiana Nequete (diretora do curta) e com o grupo de músicos.

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CINEMA

ABRIL Mostra Michelangelo Antonioni

o grito

CRIMES D’ALMA 02 de abril – 2ª feira – 16h 12 de abril – 5ª feira – 16h (Cronaca di un Amoré, Itália, 1950, 98 min.) Paola/ Lucia Bose, que foi Miss Itália, é uma jovem e bela mulher, casada há apenas um ano com um rico empresário que a ama apaixonadamente. Ele decide contratar uma agência de detetives para vigiá-la, e também investigar o seu passado. A trama principal envolve duas mortes, que condicionam toda ação e psicologia dos personagens.

03 de abril – 3ª feira – 19h 05 de abril – 5ª feira – 16h 20 de abril – 6ª feira – 19h (Il grido, Itália, 1957, 116 min.) Após sofrer desilusão amorosa com uma mulher casada, com quem manteve um longo caso e teve uma filha, o operário Aldo inicia uma jornada existencial pelas estradas da Itália, em busca de respostas. Vagando de cidade a cidade, envolve-se com outras mulheres, à procura de uma saída para o vazio de sua vida.

A noite 06 de abril – 6ª feira – 19h 09 de abril – 2ª feira – 16h 19 de abril – 5ª feira – 19h (La notte, Itália, 1961, 122 min.) Após dez anos de casamento, Lídia (Jeanne Moreau) e Giovanni (Marcello Mastroianni) passam uma noite permeada de momentos de angústia numa busca por respostas para a situação de tédio que se abateu sobre o relacionamento do casal. Entre compromissos sociais e casos extra-conjugais, sofrem pela solidão e pelo silêncio que tomou o lugar do casamento.

a aventura

AS AMIGAS 02 de abril – 2ª feira – 19h 03 de abril – 3ª feira – 16h (Le amiche, Itália, 1955, 104 min.) Clélia deixa Roma para abrir um novo saloon em sua terra natal. Em sua primeira noite, a mulher da porta ao lado toma uma overdose de pílulas. Clélia envolve-se com a intenção de ajudar, assim tornando-se amiga.

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05 de abril – 5ª feira – 19h 06 de abril – 6ª feira – 16h 20 de abril – 6ª feira – 16h (L’avventura, Itália, 1960, 143 min.) Um grupo de ricos italianos sai numa viagem de iate para uma ilha vulcânica deserta no Mediterrâneo, onde um dos passageiros, Anna, se perde dos demais. O namorado dela, Sandro, e uma amiga, Claudia, saem, sem sucesso, à procura de Anna e, durante a busca, acabam se apaixonando.

o eclipse 09 de abril – 2ª feira – 19h 10 de abril – 3ª feira – 16h (L’eclisse, Itália, 1962, 125 min.) Logo após terminar com o namorado, Vittoria (Monica Vitti) conhece Piero (Alain Delon), um jovem operador da bolsa de valores. Apaixonados, iniciam um conturbado romance pelas ruas de Roma.


percebe que está envolvido em uma situação difícil.

O DESERTO VERMELHO 10 de abril – 3ª feira – 19h 11 de abril – 4ª feira – 16h 19 de abril – 5ª feira – 16h (Il deserto rosso, Itália, 1964, 113 min.) Chuva, neblina, frio e poluição assolam a cidade industrial de Ravenna na Itália. Ugo, o gerente de uma usina local é casado com Giuliana uma dona de casa que sofre de problemas psicológicos. Numa viagem à Patagônia ela conhece o engenheiro Zeller, o que pode mudar sua vida.

BLOW UP - DEPOIS DAQUELE BEIJO 12 de abril – 5ª feira – 19h 13 de abril – 6ª feira – 16h (Blow up, Itália, 1966, 112 min.) O fotógrafo profissional Thomas não viu nada - e viu tudo. Ampliações de fotos que ele tirou secretamente de um casal no parque revelam um assassinato em progresso. Revelam mesmo?

ZABRISKIE POINT 13 de abril – 6ª feira – 19h 16 de abril – 2ª feira – 16h (Zabriskie Point, EUA, 1970, 110 min.) Zabriskie Point’ é um retrato da América do Norte nos anos 60, na perspectiva de dois jovens: Daria, estudante de antropologia que ajuda a construir uma cidade no deserto de Los Angeles, e Mark, que largou os estudos e é procurado pela polícia sob suspeita de ter assassinado um policial durante um tumulto estudantil.

IDENTIFICAÇÃO DE UMA MULHER 17 de abril – 3ª feira – 19h 18 de abril – 4ª feira – 16h (Identificazione di una donna, Itália, 1982, 128 min.) Após ser abandonado pela esposa, um diretor de cinema tem a idéia de fazer um filme sobre as relações amorosas femininas. Então, ele sai em busca da atriz ideal para interpretar a protagonista do filme e, também, de sua vida.

PROFISSÃO REPÓRTER 16 de abril – 2ª feira – 19h 17 de abril – 3ª feira – 16h (Professione: reporter, Itália, 1975, 126 min.) Quando um colega viajante morre repentinamente, o esgotado jornalista David Locke (Jack Nicholson) assume sua identidade. Utilizando a agenda do homem morto como guia, Locke viaja pela Europa e África, fazendo reuniões com perigosos negociantes de armas e se apaixonando por uma jovem charmosa (Maria Schneider). Mas sua excitante recém-descoberta liberdade carrega um preço fatal quando Locke gradualmente

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CINEMA

ABRIL Mostra Carlos Saura

amor bruxo

bodas de sangue 23 de abril – 2ª feira – 16h 26 de abril – 4ª feira – 16h 25 de abril – 4ª feira – 19h (Bodas de sangre, Espanha, 1981, 68 min.) Mostra a história de dois jovens apaixonados que são impedidos pelas suas famílias de ficarem juntos. O reencontro acontece justamente no dia do casamento da jovem com outro homem. Um trágico destino selará este triângulo amoroso. Baseado na peça homônima de Frederico Garcia Lorca.

carmen 23 de abril – 2ª feira – 19h 24 de abril – 3ª feira – 16h (Carmen, Espanha, 1983, 97 min.) Coreógrafo procura dançarina para o papel-título de espetáculo baseado na ópera Carmen, de Bizet. A narrativa não é linear: a vida real confunde-se com a própria trama de Bizet. Baseado na ópera Carmen, de Georges Bizet, com livreto de Prosper Mérimée.

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24 de abril – 3ª feira – 19h 25 de abril – 4ª feira – 16h 30 de abril – 2ª feira – 19h (El amor brujo, Espanha, 1986, 89 min) Candela e José foram prometidos por seus pais em casamento desde crianças. Quando adultos, eles se casam apaixonados e durante a festa de comemoração, José morre apunhalado numa briga. Carmelo é acusado da morte e preso. Candela passa a se martirizar e todas as noites vai ao local do crime em busca de visões do seu marido. Quando Carmelho sai da prisão, ele declara seu amor por Candela.

fados 27 de abril – 6ª feira – 19h 30 de abril – 2ª feira – 16h (Fados, Espanha, 2007, 89 min,) Uma apresentação do gênero musical mais emblemático da alma portuguesa, o fado, através de canções e imagens da cidade de Lisboa.

tango 26 de abril – 5ª feira – 19h 27 de abril – 6ª feira – 16h (Tango, Espanha, 1998, 115 min.) Mario Suarez (Miguel Ángel Sola), autor e diretor teatral, apesar da fama está em crise. Abandonado pela mulher, refugia-se nos ensaios de um espetáculo que prepara, sobre o tango. Angelo Larroca (Juan Luis Galiardo), o mafioso produtor e também bailarino frustrado, sugere a Mario que dê o papel principal sua protegida (Mía Maestro). Impressionado com o real talento e beleza da jovem, ele se torna seu amante.

A mostra Carlos Saura é uma realização da Sala Redenção – Cinema Universitário e Arte Sesc - Cultura por toda parte. Os filmes da Mostra fazem parte do acervo do CineSesc.


PARCEIROS DA SALA REDENÇAO PARA MARÇO

CineDHebate Cineastas A América de Frank Capra em 4 filmes: um olhar emersoniano

vítimas desta violência. Estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um trabalhador comum, é confundido com um ativista político e desaparece.

CineDHebate em Direitos Humanos o galante mr.deeds 04 de abril – 4ª feira – 16h (Mr. Deeds Goes to Town, EUA, 1936, 115 min.) Dir. Frank Capra O simplório e honesto Longfellow Deeds, de Mandrake Falls, em Vermont, acaba herdando uma fortuna imensa. Ele precisará ir para a cidade grande, mas lidará com pessoas que só pensam em se aproveitar de sua fortuna e humildade. Uma delas é a repórter Babe Bennett, que fica amiga de Deeds somente por estar atrás de uma boa história para seu jornal.

“Com AD” Audiodescrição

giordano bruno 11 de abril – 4ª feira – 19h (Itália, 1973, 115 min.) Dir. Giuliano Montaldo O filme de Guiliano Montaldo retrata o processo romano, no qual Giordano Bruno recusou qualquer retratação, sendo condenado e queimado vivo no ano de 1600. Além do desempenho seguro de Gian Maria Volonté, o grande destaque do filme é a fotografia de Vittorio Storaro. Usando archotes para iluminar as principais cenas, ele consegue efeitos visuais impressionantes, sobretudo na caminhada de Bruno para a morte, pelas ruas de Roma.

História da Arte e Cinema: Heterotopias

milionária por acaso 18 de abril – 4ª feira – 19h (Who The &$#@ Is Jackson Pollock?, EUA, 2006, 73 min.) Dir. Harry Moses Pela bagatela de cinco dólares, a caminhoneira norte-americana Teri Horton adquire numa loja de beira de estrada uma pintura colorida para presentear uma amiga. Tempos depois ela descobre que pode se tratar de um verdadeiro Jackson Pollock (1912-1956), um dos maiores artistas do século XX. Aquela pintura estranha pode valer cinquenta milhões de dólares. Mas para isso será preciso autenticar a obra. A partir de então, Teri começa a percorrer os meandros subjetivos que regem a valorização e a certificação do valor artístico no mundo da arte. Debatedores: Bianca Knaak, professora do Departamento de Artes Visuais, e Luís Edegar Costa, professor de História e Teoria da Arte, ambos do Instituto de Artes da UFRGS.

pra frente, brasil 04 de abril – 4ª feira – 19h (Brasil, 1982, 105 min.) Dir. Roberto farias Durante a Copa do Mundo de 1970, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar, inocentes são

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u f rg s n o l i t o ral

Maré de Arte – Encontros de saberes no Litoral Norte

A caminhada pelo reconhecimento das diversidades e a luta contra as desigualdades marcaram o final do século XX e inauguram este século colocando novos desafios. Cada sociedade tem a experiência de tempos e espaços, lugares e territórios – embora esteja exposta a um mesmo universo cultural – de maneira diversa. A experiência com o mundo é diversa. A complexidade étnica é positiva porque a diversidade cultural é um patrimônio a serviço da criatividade e da capacidade de intervir de maneira mais complexa no mundo da cultura e do mundo material. Há uma palavra-conceito na língua africana zulu – ubuntu – que significa “sou o que sou por aquilo que todos somos”

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Esta expressão sintetiza o “espírito” do festival de Inverno – que chamamos Maré de Arte. Vamos promover um encontro para viver a diversidade cultural do Litoral Norte do Estado através das experiências artísticas, culturais e científicas produzidas na universidade. “Sou quem sou por aquilo que todos somos” nos convoca a refletir sobre as nossas alteridades e exprime o vínculo universal de compartilhamento que conecta toda a humanidade: “cada um é um milhão”. Não só a escola, não só a universidade. Somada a elas toda a comunidade também está presente na nossa formação: seus mitos, seus ditos, ofícios e saberes, quando compartilhados, são o amálgama dos nossos vínculos.


uma ponte para a praia

Para ajudar a construir esta ponte, o espetáculo de abertura será com a cirandeira Lia de Itamaracá. Pernambucana, Lia congrega na sua arte o Brasil plural e multiétnico que dialoga com o mundo. Estaremos, desde a Extensão, trabalhando na construção do diálogo entre os diferentes setores da sociedade de maneira a realizar um debate plural sobre a cultura e o conhecimento que lhe é intrínseco. O desafio que estamos propondo é o de equacionar a dimensão da cultura como aquilo que é fruto de aprendizagem e as suas dimensões específicas como a arte e as experiências simbólicas e estéticas. Estamos todos convidados a nos envolver com o charme da cultura que nos encanta e nos põe diante do aleatório, do incerto, do imprevisível como

categorias objetivas, ao mesmo tempo em que nos leva a reconhecer que fazemos parte dos nossos objetos e estes nos constituem como sujeitos. As inscrições de oficinas podem ser feitas através do endereço eletrônico difusaocultural@ufrgs.br

MARÉ DE ARTE Data: 29 de julho – 5 de agosto Horário: a partir das 9h Local: Centro de Eventos de Tramandaí

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A R T E S VIS U A IS

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P E R C U R SO D O A R T IS TA traz f lav i o g o n ç alv e s

As estratégias do desenho e os percursos não-lineares

Quando pensamos no desenho e nas suas estratégias, consideramos uma perspectiva específica com a qual o desenho é capaz de ver e entender o mundo. Para tanto, poderíamos nos perguntar: onde está o desenho? o que o define? o que o diferencia? Não se trata de uma normatização. Isto não seria possível, nem sequer desejável. Trata-se, no entanto, de afirmar características que constituem metodologias extremamente relevantes para a discussão da arte. Embora possamos objetar ao apontarmos a diluição das categorias artísticas como um dos fatores definidores de nossa época, isso não implica necessariamente na diluição de suas especificidades. São justamente os fatores de diferenciação relacionados a uma história e uma prática determinadas que tornarão possíveis qualquer forma de entendimento e crítica.

As estratégias referem-se ao modus operandi do desenho, seus conceitos e suas elaborações. Referem-se ademais a uma certa posição defensiva, que nada mais é o dobrar-se sobre si mesmo em reconhecimento e reflexão. Mesmo que o desenho perfaça integralmente a História da Arte, e a tenha marcado com contribuições fundamentais, sua posição foi invariavelmente secundária — considerado meio para determinado fim, algo menor. Apenas recentemente passa-se a ver o desenho como prática artística autônoma e como campo de pesquisa independente. O desenho estende-se entre sua história e a construção de seu presente.

Tal condição reforça o conceito de estratégia como necessidade e método, e como formulação coesa de proposição do desenho. O trabalho de Flávio Gonçalves refere-se diretamente às estratégias do desenho como resultantes de pesquisa realizada como desenho. É o ato de desenhar que fundamentalmente define as características do desenho e estabelece seu espaço ontológico e epistemológico. A produção de Flávio jamais esteve desvinculada da prática, e a prática nunca ocorreu sem reflexão.

Esta é, obviamente, uma posição estratégica, que irá determinar as escolhas realizadas ao longo de quase 30 anos de envolvimento com o desenho.

Quando pensamos um percurso, somos levados a imaginar um ponto de partida e outro de chegada. Torna-se tentador “andar em linha reta” e, com tal progressão, ignorar tudo o que acontece no caminho e seu entorno. No entanto, a trajetória aqui referida é marcada por ciclos recursivos e séries com deslocamentos temporais, pouco afeitas à leituras progressivas ou lineares. Aqui e ali questões reaparecem, temas são retomados, novas abordagens são testadas. É correto afirmar que o desenho enquanto prática e tema de reflexão tem, no trabalho de Flávio, uma posição central. Contanto, o círculo de suas ações, descrito por este eixo aparentemente imóvel, tem sua dinâmica multiplicada pela natureza aberta e exploratória do desenho, compreendida de forma processual e orgânica.

Os percursos não-lineares referem-se ao formato aberto no qual os trabalhos são desenvolvidos. Referem-se, além disso, à forma aberta de fruição destas obras, aos percursos do olhar e do pensamento ao correrem livres por suas formas e linhas. Uma maneira de desenhar com os olhos.

Richard John - curador

Artista: Flávio Gonçalves Abertura: 24 de abril, às 19h Visitação: 25 de abril – 3 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h Local: Sala Fahrion – Prédio da Reitoria da UFRGS Av. Paulo Gama 110/ 2°andar

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l o cal i za ç ã o

p o nt o s cultura i s e A rte p ú b l i ca n o s cam p i

Campus da saúde 14 27

Mais informações sobre os pontos culturais e sobre as obras públicas da UFRGS, como artista, nome da obra, ano e localização, você encontra nos mapas destas páginas. As fotos das páginas anteriores possuem uma numeração para ajudar você a situá-las nos campi.

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Mauro Fuke Jardim Labirinto (2006)

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Umbelina Barreto e equipe Mural da ESEF (2004)

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Rodrigo Núñez e equipe Jardim da Fertilidade (2006)

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Rogério Pessoa Jardim Histórico (2006)

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Zorávia Bettiol, Klaus Klinger, Heloisa Bursati e Nestor del Pino Mural Global Que mundo é este? (2003)

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Tina Felice Sem título (1996)

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Núcleo de Instauração da Cerâmica Artística - NICA

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Mauro Fuke 70 anos da UFRGS (2004)

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Nico Rocha Vortex (2010)

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Nico Rocha Sem título (2002)

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Tânia Resmini Jardim da Cura (2006)

Campus olímpico

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Campus do vale

1215 26

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Carusto Camargo Vazocorpos (2003)

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Núcleo de Instauração da Cerâmica Artística - NICA (2010)

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Núcleo de Paineis e Murais Sem título (2011)

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Oficina de graffiti Pixel Show (2011)

RU


Campus central 28 13

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CAMPUS CENTRAL A – Sala Qorpo Santo B – Sala Redenção – Cinema Universitário C – Salão de Festas D – Sala Fahrion E – Salão de Atos

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2 35

21 6 20 18 29 7 18

3 31 30

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Entradas Principais Entradas Secundárias endereços

Campus agronomia

Sala Qorpo Santo / Sala Redenção – Cinema Universitário – Av. Eng. Luiz Englert, s/n°, Centro Histórico Salão de Festas / Sala Fahrion – Av. Paulo Gama, 110, 2° andar da Reitoria – Campus Central Salão de Atos – Av. Paulo Gama, 110 CAMPUS do vale A – Parada de Ônibus B – Praça Campus do Vale Caminho da Parada até a Praça do Campus 8 10

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iNSTITUTO DE ARTES - ia Rua Senhor dos Passos, 248 SALA ALZIRO AZEVEDO Rua Salgado Filho, 340

informações geraiS departamento de difusão cultural 25

Endereço: Av. Paulo Gama, 110 – Mezanino do Salão de Atos – Campus Central Fone: (51) 3308 3933 ou (51) 3308 3034 E-mail: difusaocultural@ufrgs.br Website: www.difusaocultural.ufrgs.br Entrada e inscrição em eventos: agendamento pelo site ou no local Horário de Funcionamento: das 8h às 18h, aberto ao meio-dia

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Reitor Carlos Alexandre Netto Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação Acadêmica Rui Vicente Oppermann

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Difunda essa cultura de forma consciente

LEIA E PASSE ADIANTE

Pró-Reitora de Extensão Sandra de Deus Vice-Pró-Reitora de Extensão Jussara Smidt Porto Diretora do Departamento de Difusão Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher Equipe do DDC Carla Bello – Coordenadora de Projetos Especiais Edgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema Universitário Juliana Mota – Coordenadora e curadora do Projeto Vale Doze e Trinta Lígia Petrucci – Coordenadora e curadora do Projeto Unimúsica Sinara Robin – Coordenadora do Projeto Reflexão Tânia Cardoso de Cardoso – Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário Bolsistas Bruno Barbosa Diego Carneiro Giulia Barão Julia Cabral Natalia Lassance Projeto gráfico Katia Prates Diagramação Natalia Lassance Crédito imagens Capa (p. 1 e 44) - Armas do Desenho - Flavio Gonçalves; p. 3 - foto de Thiago Cruz (2012); p. 4 - arte desenvolvida pelo grupo Caixola - FABICO; p. 5 - “A mulher que comeu o mundo“ - foto de Myra Gonçalves; p. 6 - Acervo da Secertaria do Patrimônio Histórico da UFRGS; p. 7 - “Planetário”, foto de Paulizan Cardoso; p. 8 - “Vale Doze e Trinta”, Banda Dingo Bels, foto de Elizabete Rocha; p.8 - “Núcleo da Canção”, foto de Andrew Sykes; p. 8 - “Sala Redenção”, foto de Natalia Lassance; p. 8, 9 e 10 - Acervo do Departamento de Difusão Cultural; p. 11 - “Ensaio sobre a Repetição”, divulgação, foto de Luciano Valério; p. 12 e 13 - Banda Pata de Elefante, foto de divulgação de Danilo Christidis; p. 15 - foto original de blogspot.paginadailha.com; p. 16 - Grupo Camerata; p. 17 - “Capitão Rodrigo”, foto de Rafaela Redin; p. 18 - “Luiz Fischer”, foto de Andrew Sykes; p. 19 - “Luiz Tatit”, foto de Gal Oppido; p. 20 e 21 - cena do filme “Canções de Amor” (2007); p. 22 - cena do filme “A Aventura” (1960); p. 23 cena do filme “Carmen” (1983); p. 29 - “Rembrandt”, foto de deeperintomovies.net; p. 31 - cena do filme “Fez a Barba e o Choro”; p. 36 e 37 - “Tramandaí”, foto de Sandro Sauer; p. 38 - Damp Heart, Flavio Gonçalvez. Programação sujeita a alterações. Sala Redenção - Cinema Universitário Apoio

Os filmes da Mostra Carlos Saura fazem parte do acervo do CineSesc.

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Departamento de Difusão Cultural Universidade Federal do Rio Grande do Sul Mezanino do Salão de Atos UFRGS Av. Paulo Gama, 110 Porto Alegre – RS (51) 3308.3034 e 3308.3933 difusaocultural@ufrgs.br www.difusaocultural.ufrgs.br

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