salmo do rancor De Michelotto [quando mudei meu rosto]
Tenho envelhecido, Senhor, no meio de inimigos... Como o pó. Que sejam como o pó e que o vento os espalhe de cima da face da terra. Sejam governados com vara de ferro e quebrados como um vaso de oleiro. Firamos a todos e quebremo-lhes os dentes. Iníquos ,sanguinários, dolosos, sua garganta seja um sepulcro aberto pois suas línguas só urdem enganos. Sejam confundidos, em extremo conturbados, cobertos de ignomínia. Na tua ira debilitados sejam e pereçam diante de nós. Apaga para sempre o nome deles, pelos séculos dos séculos pereça sua memória como um ruído, que seus pés fiquem presos nos laços que armaram, seja sua boca maledicência, amargura e dolo pois sob sua língua está o trabalho e a dor. Quebra-lhes os braços, pescoço e volta contra eles suas próprias setas ; chova tu, Senhor, armadilhas sobre eles : dá-lhes fogo, enxofre, tempestades como a parte que lhes toca. Que meu inimigo não diga nunca mais, com veneno de áspide debaixo de seus lábios: "prevaleci sobre ele ! " Que seus pés, ligeiros para derramar sangue, não conheçam o caminho da paz, mas aflição e calamidade sejam os caminhos deles. E tremam de medo mesmo onde não haja o que temer. Multiplica, Senhor, suas enfermidades; seus nomes sejam impronunciáveis. Não permitas que fujam: enfraqueça-os, mata-os, devora-os como a um pedaço de pão, desagrega seus conventículos sanguinários, guarda-me, como menina do olho, dos que resistem a tua fúria, decepa-os com tua espada, abra-lhes o ventre em que escondem seus filhos. Sopra-lhes , Senhor, o vento impetuoso de tua ira desbarata-os com relâmpagos mostra-lhes