BRASÍLIA_MARACANGALHA

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MARACANGALHA

BRASÍLIA


tão longe, tão perto meu olhar distante, distraído, distorcido meu olhar estrangeiro, de turista aprendiz ver outros olhos ceilândia quer saber se o meu coração é uma caixa d’água é NICOLAS BEHR


CLARICE LISPECTOR

Dois homens beatificados pela solidão me criaram aqui de pé, inquieta, sozinha, a esse vento.


em ceilândia não se fez a vontade do príncipe sem maquete sem maquiagem a W3 da dor atravessa a L2 do abandono outros eixos cruzam teus medos ceilândia, inaugurada sem discurso de jk

NICOLAS BEHR


Lúcio Costa

Nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da Cruz.

Mário Pedrosa

A sabedoria de Lucio Costa consistiu em aceitar a incongruência inerente ao programa, e, evitando toda solução de meio termo, ou eclética, decidir resolutamente pelo lado inexorável, dadas as condições objetivas imediatas: o reconhecimento pleno de que a solução possível ainda era na base da expediência colonial, quer dizer, uma tomada de posse à moda cabralina, chanfrando na terra o signo da cruz, ou numa evocação mais moderna e otimista, fazendo pousar docemente sobre sua superfície a forma de um avião.

brasília nasceu de um gesto primário dois eixos se cruzando ou seja: o próprio sinal da cruz como quem pede benção ou perdão NICOLAS BEHR


antes de construer aqui o meu barraco, seu moço, joguei no lote vazio um punhado de terra que trouxe lá da paraíba, misturado com um pouco de farinha, que assim agora esta terra também é minha terra, seu moço conheceu adão conheceu caim NICOLAS BEHR


blocos, eixos quadras senhores, esta cidade é uma aula de geometria CLARICE LISPECTOR

NICOLAS BEHR

Brasília é construída na linha do horizonte - Brasília é artificial. Tão artificial como devia ser o mundo quando foi criado. Quando foi criado, foi preciso criar um homem especialmente para para aquele mundo. Nós somos todos deformados pela adaptação à liberdade de Deus.... Brasília ainda não tem o homem de Brasília.


subo na caixa d’água de ceilândia e lá de cima vejo o sertão do cariri ao carinhanha euclides da cunha desafia guimarães rosa a provar que antônio conselheiro conheceu lampião padim ciço entra na discussão conheceu não conheceu sim conheceu adão conheceu caim NICOLAS BEHR


aqui não havia nada só um grande vazio um deserto aí inauguraram a capital e o cerrado apareceu logo depois

a construção de brasília é a construção da palavra palavra espatifada sobre o chão do cerrado

CLARICE LISPECTOR

NICOLAS BEHR

NICOLAS BEHR

Brasília é uma estrela espatifada. Estou abismada. É linda e nua


é preciso fazer mais poemas pra ceilândia! mas eu já fui lá! NICOLAS BEHR

ceilandium maxima est ceilandium centrum est restis perifericum NICOLAS BEHR


GUILHERME VAZ

... nos vertiginosos espaços vazios do Planalto Central, onde a energia, o ato, a palavra, o gesto e o substantivo se coordenam para criar atitudes que rapidamente desaparecem. O abissal vazio grávido do Planalto Central brasileiro. O sem suporte.

a cidade é isso mesmo que você está vendo mesmo que você não esteja vendo nada NICOLAS BEHR


JAMES HOLSTON

Se o espírito de Brasília, é portanto o do experimento, não é perverso que essa cidade esteja congelada no tempo, que toda área urbana do plano piloto seja legalmente tombada por esferas locais, nacionais e internacionais de preservação jurídica? Se essa cidade se tornou um memorial, que memória ela registra?é forçado a ser estridente, grosseiro e incipiente. Ele se dobra sobre si mesmo e se tortura por sua incapacidade de, sozinho, fazer a história


LINA BO BARDI

CLARICE LISPECTOR

Brasília é uma cidade lunar somente para quem tem da lua uma ideia abstrata e idealizada. A lua é uma terra como qualquer outra, se lunar Brasília for.

Em Brasília estão as crateras da Lua.


MARSHALL BERMAN

O modernismo do subdesenvolvimento é forçado a se construir de fantasias e sonhos de modernidade, a se nutrir de uma intimidade e luta contra miragens e fantasmas. Para ser verdadeiro para com a vida da qual emerge, é forçado a ser estridente, grosseiro e incipiente. Ele se dobra sobre si mesmo e se tortura por sua incapacidade de, sozinho, fazer a história


o nível do mar baixou e o esqueleto da cidade surgiu. quem foram os construtores desta fantástica cidade? teriam sido felizes os seus habitantes?

CLARICE LISPECTOR

NICOLAS BEHR

Brasília é de um passado esplendoroso que já não existe mais.Há milênios desapareceu esse tipo de civilização. No século IV. aC era habitada por homens e mulheres louros e altíssimos, que não eram nem americanos nem suecos, e que faiscavam ao sol. Eram todos cegos.


Vontade criadora e subdesenvolvimento do país são pois , os termos que se afrontam na realização efetiva de Brasília. É da sua confrontação que a cidade retira os elementos de sua definição atual.

MILTON SANTOS

Penso que devemos de agradecer a quem fez Brasília o fato de haver cravado essa estaca no curacao do vampiro. O fantasma a muito tempo desapareceu, mas a estaca ficou lá, dolorosa, viva e concreta.

CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS


CLARICE LISPECTOR

Olho Brasília como olho Roma: Brasília começou com uma simplificação final de ruínas. A hera ainda não cresceu.

brasília são as ruínas de macho pichu invertidas, cuzco reconstruída, Tiahuanaco inacabada, pirâmide de teotihuacán ao contrário, palácio de altipano atlântida cerratense, cidade perdida dos candangos a esfinge fita seu espelho: jk as linhas do eixo monumental são continuações das linhas de Nazca NICOLAS BEHR


dedico este canteiro de obras (jardim-operário) aos esquecidos de deus que construíram esta cidade de brasília e que, um dia, construirão comigo, em sonho e sem dor, a cidade de Braxília (pronuncia-se brakslha, canalha) os fazedores de deserto se aproximam e os cerrados se despedem da paisagem brasileira uma casca grossa envolve meu coração NICOLAS BEHR


OSCAR NIEMEYER

Arquitetura que evita qualquer compromisso, qualquer coisa que reduza a uma simples repetição.

dor arquivada felicidade protocolada utopia adiada brasília é o fracasso mais bem planejado de todos os tempos NICOLAS BEHR


os três poderes são um só: o deles NICOLAS BEHR


OSCAR NIEMEYER

E espero que Brasília seja uma cidade de homens felizes; homens que sintam a vida em toda a sua plenitude; em toda a sua fragilidade; homens que compreendam o valor das coisas simples e puras – um gesto, uma plavra de afeto e solidariedade.

BRASILMAR NUNES

É neste ponto que se pode apontar uma das críticas mais pertinentes ao projeto urbanístico: mais do que aproximar, afasta as pessoas, mesmo as de classes sociais mais simples. A cidade foi pensada para a burocracia, uma categoria sócio-profissional particular: não se pensou o espaço urbano como locus da mistura, do anonimato


evangelho da realidade contra jotakristo, segundo são lúcio naquele dia jotakristo subindo aos céus num pé de pequi disse aos candangos felizes os que contruíram comigo esta cidade pois irão todos para as satelites NICOLAS BEHR


eixos que se cruzam pessoas que n達o se encontram

NICOLAS BEHR


CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS

Os arquitetos que a idealizaram brincaram de fingir que mudando formas e padrões no nível físico estariam fazendo grandes mudanças. Estariam trazendo justiça a este mundo por meio da introduceão de ordem e equilíbrio no espaço. Ideias renascentistas, justificando ações de nosso capitalism subdensevolvido e dependente.

jk construiu brasília os candangos ficaram olhando NICOLAS BEHR


OSCAR NIEMEYER

Cidade que acredito bela, baseada num traçado humano e realista, enriquedida por uma arquitetura em que está presente, por modesto que seja, o conteúdo de criação indispensável às obras de arte.

brasília é a incapacidade de contato afetivo entre a laje e o concreto NICOLAS BEHR CLARICE LISPECTOR

Não chorei nenhuma vez em Brasília. Não tinha lugar.


para entrar na cidade apresente na portaria 2 fotos 3X4, além de sua carteira de identidade e atestado de bons antecedentes CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS

NICOLAS BEHR

Depois de Brasília a brincadeira acabou. A prova disso é que o espaço proposto como nivelador, anulador de privilégios e criador de felicidades terminou servindo às mil maravilhas como o modelo mais bem acabado de uma sociedade urbana hieraquizada, rígida, onde se alcança a felicidade mediante o poder de consumer qualquer coisa, inclusive vantagens sobre o escassísemos recurscos urbanos. Brasília é o paradigm ao contrario do que se propos a ser


FRANÇOISE CHOAY

Cada função sua deve ocupar uma área especializada, atendendo a quatro grandes funções: habitar, trabalhar, locomover-se, cultivar o corpo e o espírito.

CLARICE LISPECTOR

Construções com espaços calculados para nuvens.

onde você trabalha? trabalho no setor de diversões sul o que você faz lá? sou palhaço NICOLAS BEHR


YVES BRUAND

Pode-se imaginar a catástrofe que teria resultado de um plano flexivel, onde se teria tentado integrar toda uma população miserável incapaz de curvar-se perante as normas urbanas de uma metropole digna do séc. XX.

subo aos céus pelas escadas rolantes da rodoviária de brasília o corpo de cristo aqui não é pão, é pastel de carne o sangue de cristo aqui não é vinho é caldo de cana o padroeiro desta cidade é dom bosco ou é padim ciço? NICOLAS BEHR

CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS

Só que esses eram os lados sombrios por exorcizar. Não nos faziam bem e não podiam caber em nossa capital-símbolo. O espaço concebido não os podia prever, sob pena de converter-se em um espelho que, por excessivamente realista, passase a estar for a do lugar.


MÁRIO PEDROSA

Então cabe perguntar: vencida a fase da colônia ocupaste com suas características de produto artificial sintético, as quais de algum modo se assemelham às ruínas da praça sitiada, será possível construir-se a nova capital dora das áreas de civilização naturalizada, onde desabrocham os primeiros rebentos de uma cultura enfim orgânica e autóctone?

LÚCIO COSTA

Conquanto criação original, nativa, brasileira, Brasília – com seus eixos, suas perspectivas, sua ordonnance – é de filiação francesa. Inconsciente, embora, a lembrança amorosa de Paris esteve sempre presente.”


PLANOS PILOTIS duas asas partidas duas pistas falsas dois traços invisíveis minha plataforma política é a plataforma da rodoviária

NICOLAS BEHR


e então jk ordenou ao sumo-sarcedotearquiteto-mor-do-templo que criasse uma cidade ao mesmo tempo monumental e simplezinha, leve e pesada, functional e complexa, bela e atteradora mas que não fosse uma cidade-de-beira-de-estrada NICOLAS BEHR

CLARICE LISPECTOR

Brasília fica a beira. - Se eu morasse aqui deixaria meus cabelos crescerem até o chão.


LÚCIO COSTA

Eu caí em cheio na realidade, e uma das realidades que me surpreenderam foi a rodoviária à noitinha. (...) É um ponto forçado, em que toda essa população que mora fora entra em contato com a cidade. Então eu senti esse movimento, essa vida intensa dos verdadeiros brasilienses, essa massa que vive fora e converge para a rodoviária. Ali é a casa deles, é o lugar onde eles se sentem à vontade. (...) Isto tudo é muito diferente do que eu tinha imaginado para esse centro urbano, como uma coisa requintada, meio cosmopolita. Mas não é. Quem tomou conta dele foram esses brasileiros verdadeiros que construíram a cidade e estão ali legitimamente. (...) Eles estão com a razão, eu é que estava errado. Eles tomaram conta daquilo que não foi concebido para eles. Foi uma bastilha. Então eu vi que Brasília tem raízes brasileiras, reais, não é uma flor de estufa como poderia ser, Brasília está funcionando e vai funcionar cada vez mais. Na verdade, o sonho foi menor do que a realidade


LÚCIO COSTA

Os imensos gramados ingleses, os lawns da minha meninice – é daí que os verdes de Brasília provem.

LE CORBUSIER

O automóvel é um objeto com uma função simples (rodar) e para fins complexos (conforto, resistência, aspecto), que colocou a grande indústria diante da necessidade imperiosa de padronizar.

em meio ao vazio do cerrado construiu-se uma cidade vazia habitada por pessoas vazias que circulam por avenidas vazias em carros vazios de pneus vazios NICOLAS BEHR


CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS

Foi um gigantesco espelho mágico, treinado para responder sempre que não havia nada mais belo, e que podíamos ficar tranquilos; a cidade havia sido feita para filtrar o que houvesse de feio ou desagradável.

POLÍTICA LITERÁRIA o poeta da asa norte discute com o poeta da asa sul pra ver qual deles é capaz de bater o poeta do plano piloto enquanto isso um poeta de uma cidade-satélite qualquer tira a lama do sapato NICOLAS BEHR

CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS

Símbolo contraditório, traindo sem cessar o seu passo manco: idealizado (inclusive superidealizado) para traduzir a parte radiante e otimista do ethos nacional, teve que virar como pôde para incorporar à força outras imagens menos valorizadas e dignas.


SQS415F303 SQN303F415 NQS403F315 QQQ313F405 SSS305F413 seria isso um poema sobre brasília seria um poema? seria brasília? NICOLAS BEHR

na entrada um quebra-molas e uma banca de jornal blocos blocos blocos blocos blocos blocos blocos blocos blocos NICOLAS BEHR


O plano piloto, cidade oficial proibida, foi completado e humanizado pela cidade livre. Temos que aceitá-lo com humildade, que foi um bem. Nada a lamentar enquanto representação da sociedade. Expressar nossos desequilíbrios e miséria de outra forma seria cinismo.

JOAQUIM GUEDES

Em 1960, o Brasil ganhou uma nova capital. O gesto politico, com todas as ideologias implícitas e explícitas, era a materialização em espaços e volumes que a partir de então passavam a ser “magníficos, sob a luz”. O exercício de materialização foi tão pertubador que por muito tempo todo mundo ficou confuse; o significante foi tomado por significado.

CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS


james holston

O balanço de forças que daí resulta tende simplesmente a eliminar o pedestre: quem pode, usa o automóvel. A ausência do rito de passagem das esquinas só vem indicar aqui um dos traços mais distintivos e radicais da modernidade de Brasília: a ausência das ruas. Brasília substitui a rua por vias expressas e becos residenciais; o pedestre, pelo automóvel; e o sistema de espaços públicos que as ruas tradicionalmente estabelecem é substituído pela visão de um urbanismo moderno e messiânico.


VOZES DO CERRADO brasília! brasília! ondes estás que não respondes? em que bloco em que superquadra tut e escondes? NICOLAS BEHR


LÚCIO COSTA

Eu desejo ver o mínimo de casas. Desejo esquecê-las... A vista prncipal é simplesmente a avenida com as árvores em volta, ... sente-se intensidade arquitetônica apenas na parte central... Mesmo que a área residencial se estenda por seis quilometros, é quase como se estivéssemos fora da cidade quando se deixa o centro.

senhores turistas eu gostaria de frisar mais uma vez que nestes blocos de apartamentos moram inclusive pessoas normais NICOLAS BEHR


A maior dentre as ocupações irregulares, a chamada Cidade Livre, já se tornou definitiva. Ela surgiu como expediente temporário, para atender às necessidades básicas dos pioneiros numa época em que a própria Brasília não passava de um canteiro de obras repletos de escavadeiras e bate-estacas. Foi na Cidade Livre que a ideia de Brasilia floresceu e se exprimiu na evolução de um foco de vida urbana e de orgulho local. O espírito vigoroso de Velho Oeste permeia as suas ruas, em uma mescla de idealismo e comercializo desenfreado.

DAVID CREASE

A cidade de Brasília fica fora da cidade.

CLARICE LISPECTOR


LÚCIO COSTA

A moradia do homem comum há de ser o monumento símbolo do nosso tempo, assim como o túmulo, os mosterios, os castelos e os palácios o foram em outras épocas.

a superquadra nada mais é do que a solidão dividida em blocos NICOLAS BEHR


MICHEL DE CERTAU

Vendo as coisas no nível mais elementar, ele tem com efeito uma tríplice função “enunciativa”: é um processo de apropriação do sistema topográfico pelo pedestre (assim como o locutor se apropria e assume a língua); é uma realização espacial do lugar (assim como o ato de palavra é uma realização sonora da língua); enfim, implica relações entre posições diferenciadas, ou seja, “contratos” pragmáticos sob a forma de movimentos (assim como a enunciação verbal é “alocução”, “coloca o outro em face” do locutor e põe em jogo contratos entre co-locutores).

minha poesia é o que estou vendo agora: um homem atravessando a superquadra NICOLAS BEHR


uma forte tempestade trouxe à luz uma parte do que poderiam ter sido os ministerrios, iniciando as escavações que permitiam identificar também estruturas habitacionais bastante complexas, com pessoas aparentemente vivendo dentro de grandes caixas de concreto NICOLAS BEHR


MICHEL DE CERTAU

A vida urbana deixa sempre mais remontar àquilo que o projeto urbanístico dela excluía. A linguagem do poder se urbaniza, mas a cidade se vê entregue a movimentos contraditórios, que se compensam e se combinam fora do poder panóptico.

ACONTECEU NA 103 o porteiro do bloco I da 103 sul pegou a filha do síndico do bloco o da 413 norte com o cara do 302 do bloco d da 209 sul dentro do carro do zelador do bloco f da 314 norte

NICOLAS BEHR


CLARICE LISPECTOR

Há alguma coisa aqui que me dá medo.

CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS

Cidade feita para dentro e para fora, para deslumbrar-nos e para convencer o mundo. Intrumento ambíguo: se servia para dar-nos orgulho e transmitir fé no futuro, essa força tão avassaladora, capaz de impor ordem a desertos de uma forma tão rápida e irreversível, também poderia provocar-nos medo.


bem, o sr. jรก nos mostrou os blocos, as quadras, os eixos, os palรกcios serรก que dava pro sr. nos mostrar a cidade propriamente dita NICOLAS BEHR


não, o poeta não pode subir também não pode falar com o síndico pelo interfone muito menos ficar embaixo do bloco o poeta pode se matar? pode sim mas sem sujar os pisos e os pilotis NICOLAS BEHR


entre, entre por favor entre blocos entre quadras entre, entre por favor MICHEL DE CERTAU

NICOLAS BEHR

Essa história começa ao rés do chão, com passos {...} Os jogos dos passos moldam espaços. Tecem os lugares. Sob esse ponto de vista, as motricidades dos pedestres formam um desses sistemas reais cuja existência faz efetivamente a cidade, mas não têm nenhum receptáculo físico. Elas não se localizam, mas são elas que espacializam.


JOAQUIM GUEDES

Não foi um presidente, ma um anacrônico Rei Sol, que nos deixa um legado político e admnistrativo insuficientemente avaliado. Disse ao final daquela conferência que o golpe de 64 tinha começado com Juscelino e que a cidade o mostrava, com extraordinária clareza, na sua caracterítisca monumentalidade.

CILDO MEIRELLES

Não foi um presidente, ma um anacrônico Rei Sol, que nos deixa um legado político e admnistrativo insuficientemente avaliado. Disse ao final daquela conferência que o golpe de 64 tinha começado com Juscelino e que a cidade o mostrava, com extraordinária clareza, na sua caracterítisca monumentalidade.


como decifrar tua caligrafia de postes e ventos?

NICOLAS BEHR


enterrem meu coração na areia do parquinho da 414 sul e deixem meu corpo boiando no paranoá NICOLAS BEHR


MARACANGALHA

BRASÍLIA


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