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TER UM PROPÓSITO MUDA TUDO Em nossa vida, constantemente buscamos uma razão para existir, uma resposta à pergunta: “Por que fazemos o que fazemos?”. É comum para o ser humano ter essa busca, mas quando ela é voltada para uma resposta humana podemos, muitas vezes, nos frustrar e esquecer dos planos do nosso Criador. Por isso, é importante lembrar que o nosso propósito inicial na vida é encontrar nossa identidade em Deus, encontrar nosso valor em Deus. Quando não entendemos quem somos em Cristo, ficamos obcecados com o que fazemos, com nossas funções. E o que fazemos muda constantemente. O nosso propósito tem que ser algo que pode ser vivido em todas as partes da terra, independentemente do nosso trabalho, ministério, família. Ele é maior do que qualquer função e, quando o conhecemos, podemos viver uma vida de liberdade para obedecer a Deus onde quer que estejamos, em qualquer momento das nossas vidas. Nosso propósito tem a ver com o nosso caráter e não com o que fazemos para Deus. Por isso, nesta edição da Revista Comuna, queremos lembrar você de que Deus tem um chamado para sua vida que vai muito além do “fazer”, que transforma a maneira como vivemos e pensamos, porque muda quem nós somos em nosso íntimo. Ao enviar Jesus para morrer em nosso lugar, Deus nos deu um coração capaz de obedecer. E é na morte e na ressurreição de Cristo que encontramos nossa verdadeira identidade: de filhos e filhas, amados por Deus, com quem Ele tem todo o interesse de se relacionar. Celebramos também a centésima edição da Revista Comuna com uma matéria especial, honrando todos aqueles que contribuíram de alguma maneira para a execução e expansão desse projeto, cujo propósito é passar para outras gerações os princípios e histórias que Deus tem nos ensinado ao longo de quase quarenta anos de Comunidade da Graça. Nossa gratidão também a você, leitor, que nos incentiva a continuar a expressar o amor de Jesus através das palavras. Boa leitura, Gustavo Rosaneli, Pela equipe editorial
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#100 | JUNHO | 2018
DIREÇÃO GERAL:
Carlos Alberto de Quadros Bezerra CONSELHO GESTOR:
Carlos Bezerra Jr, Osmar Dias, Aguinaldo Fernandes, Valmir Ventura, Lair de Matos, Cézar Rosaneli, Fernando Diniz, Gustavo Rosaneli, Ronaldo Bezerra COORDENAÇÃO EDITORIAL:
Carlos Bezerra Jr. Gustavo Rosaneli COORDENAÇÃO DO PROJETO:
Gustavo Rosaneli JORNALISTA RESPONSÁVEL:
César Stagno - MTB 58740 REVISÃO:
Mayra Bondança COLABORADORES:
Mayra Bondança, Enrico Guerrero, Mariana Martins Equipe de Fotografia da Comunidade da Graça DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO:
Salsa Comunicação CIRCULAÇÃO:
No Estado de São Paulo: São Paulo Capital; Arujá; Atibaia; Balsa; Bragança; Campinas; Caraguatatuba; Guarulhos; Mauá; Mogi das Cruzes; Registro; Santos; São Bernardo do Campo; Socorro; Sorocaba; Tatuí; Taubaté; Ubatuba. Rio de Janeiro: Macaé. Minas Gerais: Governador Valadares; Belo Horizonte; São Sebastião de Vargem Alegre; Visconde do Rio Branco. Paraná: Curitiba; Foz do Iguaçu; Londrina; Maringá; Paranaguá; Rolândia. Pernambuco: Barreiros; Caruaru; Catende; Itapissuma; João Pessoa; Recife; Sta. Maria da Boa Vista. Bahia: Salvador; Vitória da Conquista IMPRESSÃO:
Gráfica MaisType DISTRIBUIÇÃO:
11.500 exemplares
VOCAÇÃO E CHAMADO Sua história, escrita por Deus, para servir às pessoas
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FORMANDO DISCÍPULOS NO DIA A DIA
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DAS PALAVRAS, A PALAVRA
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A RIQUEZA DO HOMEM QUE TEM AMIGOS
UM A UM A arte de Jesus em formar pessoas
Os relacionamentos espirituais nos levam mais perto de Deus
RECOMENDO
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ANDRÉ
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SONHOS NÃO ENVELHECEM
LUZ NA MENTE E FOGO NO CORAÇÃO A vida de Elias nos leva a um outro patamar
POR QUE AMAMOS MEDIR? 5
PALAVRA DO PRESIDENTE
A RIQUEZA DO HOMEM QUE TEM AMIGOS OS RELACIONAMENTOS ESPIRITUAIS NOS LEVAM MAIS PERTO DE DEUS
s amizades são uma parte importante da nossa vida. Desde a criação do primeiro casal, Deus mostrou a necessidade do companheirismo na vida humana. Em famílias, igrejas e comunidades criamos laços. Precisamos compartilhar a vida com outras pessoas. Na Bíblia, Deus nos orienta sobre amizades. Ele fala do valor dos bons amigos e adverte-nos sobre os perigos dos companheiros errados. Ele oferece instrução e apresenta exemplos que nos ensinam. Estas orientações valem para os jovens que ainda estão escolhendo o seu rumo, e também ajudam os adultos no seu caminho pela vida. Em João 15.15, os cristãos são chamados de amigos de Jesus. E a importância de manter um profundo relacionamento de amizade com o Pai, o Filho e o Espírito Santo são a chave de uma vida espiritual plena. Ao longo da vida, podemos ter conhecidos, amigos superficiais ou amigos íntimos. Mas a Palavra de Deus nos recomenda enfaticamente o cultivo das amizades espirituais com vistas ao nosso amadurecimento como cristãos (Hb. 3.12-13). As pessoas que são íntimas do Senhor nos ajudam a colocar Ele no foco. Primeiro, seguimos os passos dos amigos de Deus, até que aos poucos seguimos os passos do próprio Deus. Esta parece ser a recomendação do apóstolo Paulo: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1Co. 11.1). Primeiro, você imita Paulo, que imita Cristo, que imita Deus. Depois, você imita o Filho, que imita o Pai. Uma coisa é muito clara, a qualidade da sua vida depende da qualidade das pessoas com quem você convive e da qualidade dos relacionamentos que você constrói. Por isso, é de extrema importância saber responder às seguintes perguntas: Você tem amigos que o confrontam em amor? Você é 6
transparente o suficiente com seus amigos de modo que eles tenham como te confrontar? Quando se trata de amizade, devemos valorizar qualidade, e não quantidade: “O homem que tem muitos amigos sai perdendo, mas há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv. 18.24). Jesus teve vários amigos, de níveis de intimidade diferentes, durante Seu ministério. Seus discípulos eram mais do que alunos ou servos, eram Seus amigos. A relação de Jesus com Seus discípulos era especial. Ele não os via apenas como seguidores, nem como funcionários cuja única função era pregar o Evangelho e obter resultados. Jesus valorizava a amizade que tinha com eles (Jo. 15.15). Entre os 12 apóstolos, Jesus tinha três amigos mais próximos: Pedro, Tiago e João. Em algumas ocasiões, Ele levou apenas esses três consigo (Mt. 17.1-2).
Ele tinha uma intimidade especial com eles e confiava na sua discrição. Estes conheciam profundamente o Seu coração, Seus pensamentos, Seus sofrimentos e Seus desejos. Assim como Jesus fez, cultive amigos! Abra-se, conviva com eles como quem diz: “Eu estou pronto para que você me confronte, porque eu respeito você. Você é meu amigo. Eu confio no seu amor e no seu interesse legítimo por mim. O Cristo que habita em mim ama o Cristo que habita em você”. Isso é verdadeiro discipulado! Por isso, escolha cuidadosamente seus amigos, valorize aqueles que o corrigem quando erra; evite se relacionar com os que prejudicam sua vida espiritual, seja você também uma pessoa fiel e de confiança – especialmente nos momentos difíceis, quando os amigos mais precisam de nós. Esse é o caminho do nosso crescimento espiritual, do aprofundamento da qualidade da nossa vida. Por este motivo, a escolha de companheiros é um assunto de grande importância: “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau” (Pv. 13.20).
A qualidade da sua vida depende da qualidade das pessoas com quem você convive e da qualidade dos relacionamentos que você constrói
CARLOS ALBERTO BEZERRA Carlos Alberto Bezerra é fundador da Comunidade da Graça. Um homem apaixonado por pessoas. Pastor há 52 anos e casado com Suely pelo mesmo tempo. Tem seis filhos e 16 netos. O amor, o serviço e a valorização da família são suas ênfases ministeriais. Pregador apaixonado, escritor inspirador.
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TRANS FORMAÇÃO
UM A UM
A ARTE DE JESUS EM FORMAR PESSOAS uando esteve na terra, Jesus veio com a missão de salvar toda a humanidade, de nos libertar do pecado e da morte. Em Seus 33 anos de vida, Ele não fundou uma religião e nem sequer construiu um templo. Mas estabeleceu a Sua igreja, uma igreja formada por pessoas para abençoar outras pessoas. Ainda hoje, a vontade de Deus é que nós sejamos como essa igreja estabelecida por Jesus. E só conseguiremos fazer isso se formos parecidos com Ele e inspirarmos outros a fazerem o mesmo. Nosso Senhor nos deixou o segredo: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês” (Mt. 28.19-20). Os discípulos são a base da igreja de Cristo. Ele mesmo mostrou que o discipulado era uma prioridade. Jesus tinha muitos seguidores e aqueles que caminhavam mais perto, Seus 12 discípulos. Mas tinha aqueles que estavam mais perto ainda, Pedro, João e Tiago. E Ele tratava com eles individualmente, um a um. Não desperdiçou nenhuma oportunidade de treiná-los, instrui-los e formar o seu caráter. O discipulado um a um é um grande privilégio, mas está longe de ser algo simples. Exige dedicação, entrega e investimento. Não tem a ver apenas com administração de problemas ou uma simples amizade, apesar de também envolver essas coisas. O grande desafio é criar Jesus nas pessoas. Ajudá-las a serem mais parecidas com Ele em suas atitudes, pensamentos. É transferir vida. E isso se faz através do exemplo. Jesus só ensinava aos Seus discípulos aquilo que Ele mesmo praticava. Eles aprendiam não apenas com Suas palavras, mas também ao ver Suas atitudes. Assim como filhos, nossos discípulos vão agir como nós agimos. E é nesse andar junto, nesse conviver e compartilhar, em exemplo e obediência a Deus, que eles serão curados, libertos e transformados. Para, então, fazer o mesmo com outros.
ASSIM COMO JESUS Num relacionamento entre discipulador e discípulo é importante haver transparência, amizade, confiança. Mas também há outras características importantes para que essa relação cresça e dê muitos frutos que glorificam ao Senhor. A primeira delas é a humildade. Quando estamos caminhando com alguém e ensinando as pessoas, natural8
mente vamos cometer alguns erros. Precisamos ter humildade para reconhecer esses erros e para pedir perdão. Acabe foi o pior rei de Israel, mas soube se humilhar e reconhecer os seus erros. Por causa de sua atitude, Deus retirou todas as coisas horríveis que havia prometido fazer contra ele (1Rs. 21.25-29). Outro princípio importante é a confrontação em amor. Apesar de ser um relacionamento de amizade, o discipulado não é algo irresponsável. Quando há pecados, resistência às autoridades, brigas ou fofocas e nós simplesmente perdoamos, sem corrigir, falhamos em nossa missão como discipuladores. As pessoas precisam ser confrontadas para que haja mudança de atitude. E isso não tem a ver com dar broncas, trazer peso ou culpa. Tem a ver com trazer a verdade da Palavra nas áreas que precisam ser transformadas. Devemos corrigir com amor paciente e com fé de que haverá um arrependimento verdadeiro. A Bíblia nos garante que “as advertências da disciplina são o caminho que conduz à vida” (Pv. 6.23). E, por último, mas igualmente importante, vem o encorajamento. Todos nós, inclusive os nossos discípulos, passamos por muitos desafios e dificuldades, e, muitas vezes, precisamos ser reanimados e encorajados. E isso é imprescindível no discipulado. Deus quer que dependamos dele e que ensinemos as outras pessoas a fazerem a mesma coisa. Todas essas características eram evidentes no nosso Senhor Jesus, e tantas outras mais. Ele deve ser o nosso modelo em todas as áreas da nossa vida, e principalmente no tratamento com nossos discípulos. O plano e o sonho de Deus são que possamos formar pessoas parecidas com Jesus, pessoas que têm um relacionamento de intimidade com Ele e que trabalham para que o Seu Reino se estenda nesta terra, abençoando muitos outros.
Jesus só ensinava aos Seus discípulos aquilo que Ele mesmo praticava. Eles aprendiam não apenas com Suas palavras, mas também ao ver Suas atitudes
SUELY BEZERRA Fundadora e líder do Ministério Mulheres Intercessoras, Suely Bezerra tem uma vida marcada pela oração e intercessão. Tem mentoreado líderes e pastoras ao redor do país durante toda sua vida. É esposa do Pr. Carlos Alberto Bezerra. Eles são casados há 52 anos, têm seis filhos e 16 netos.
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INSPIRAÇÃO
SONHOS NÃO ENVELHECEM empre gostei muito de leituras e de círculos de debates. Esses espaços sempre me inspiraram muito. Para além dos exercícios intelectuais, a realidade prática da vida sempre me chamou muita atenção. Eu me converti aos 11 anos de idade, sou filho e neto de pastores. Cresci num lar cristão. Me lembro exatamente do dia da minha conversão: foi num culto de domingo de 1980 na minha igreja (Comunidade da Graça – Zona Leste de São Paulo). Naquele dia pregava uma equipe do Navio Doulos, e entre eles havia alguns missionários que eram médicos. Eles contaram algumas experiências do campo missionário ao redor do mundo. Aqueles testemunhos me arrebataram de uma forma singular. Dia inesquecível. Naquele dia eu entreguei minha vida a Cristo. Eu me lembro, inclusive, de ter feito uma oração. Eu disse a Deus que eu gostaria muito de ser como um daqueles caras que estavam lá. Eu gostaria de ser um médico missionário. Eu estava entregando a minha vida para que Deus me usasse daquela forma para que eu pudesse, através da minha vocação e profissão, servir pessoas e transformar vidas e realidades. E o que é incrível nessa história é que hoje eu faço exatamente aquilo que orei naquela noite de 1980. Sou a confirmação de que oração é uma coisa “perigosíssima”, porque Deus responde. Ainda mais a oração de uma criança, sincera, de um coração infantil. Anos depois eu prestei o vestibular e ingressei no curso de medicina. A partir dali, de forma cada vez mais forte, crescia o desejo em mim de usar minha vocação à serviço das pessoas e de transformação de histórias e realidades, principalmente as realidades sociais onde aquelas pessoas viviam. Ingressei na faculdade de medicina com 16 para 17 anos. Nesse tempo vivi muitas experiências que marcaram profundamente a minha vida. Como todo adolescente em fase de transição para a juventude, fui pro ambiente acadêmico com todos os questionamentos existenciais provenientes desse tempo da vida. Paralela a essa experiência, comecei a ter contato com uma leitura “diferente” das escrituras. Conheci pastores e teólogos que me forneceram um novo horizonte de compreensão e me ajudaram a entender a dimensão da integralidade do Evangelho, de um Evangelho que transforma pessoas de 10
Vocação é aquela tarefa que você faria mesmo que não recebesse nada para fazê-la, pois é o que move seu coração maneira integral. Um Evangelho que convida todos e todas a transformações, inclusive a transformações dos ambientes de injustiças e desigualdades. O curso de medicina é um curso que nos coloca em contato direto com a miséria e com as desigualdades. A falta de acesso à saúde tem um impacto enorme na vida das pessoas. Algumas delas pagam com a própria vida. A falta de pré-natal tem impacto direto na interrupção da vida e na geração da morte. Experimentando essa realidade diariamente, resolvi convidar um grupo de amigos (uns quatro ou cinco) da Comunidade da Graça, e começamos um grupo de estudos bíblicos. A intenção era ler os textos bíblicos e atualizá-los no nosso contexto. Percebemos então que não era possível ficarmos só na leitura: era preciso pôr em prática. Nos organizamos e começamos um projeto. O projeto foi se desenvolvendo e a gente nem se deu conta de que começava ali um embrião de uma fundação. O projeto distribuía cestas básicas e oferecia aulas de reforço para combater o analfabetismo radicalmente presente naquela região. Vinte e cinco anos depois o projeto virou uma fundação com centenas de funcionários e voluntários. Hoje, a Fundação Comunidade da Graça faz mais de 500 mil atendimentos por ano, com uma clínica mé-
dica, uma escola, um restaurante popular e seis creches com aproximadamente 1500 crianças. Aquela ideia de garoto foi transformada no braço social da nossa Comunidade. Glória a Deus por isso! Eu sempre sonhei em organizar projetos e articular pessoas para transformação da cidade. Essa experiência na Fundação foi fundamental para que eu descobrisse minha vocação ao serviço público. É fato que ainda há muito a se fazer. Mas o que gostaria de deixar registrado, caro leitor, é que o sonho de uma criança de 11 anos está em curso há quarenta anos. Isso significa que a nossa missão/ vocação como igreja de Jesus será aqui e agora à medida ou na intensidade que reconhecermos, valorizarmos e defendermos a liberdade e o direito que cada criança, cada ser humano, existencialmente tem de ser feliz, brincar e reimaginar novos mundos possíveis, todos os mundos possíveis que seu pequeno coração puder desenhar. Ou ainda como diria o bom e velho Clube da Esquina: “Porque se chamavam homens, também se chamavam sonhos e sonhos não envelhecem”. Creio que vocação é uma tarefa específica que o Espírito Santo dá a pessoas específicas. Deus dá a cada um de nós uma vocação específica. E vocação é aquela tarefa que você faria mesmo que não recebesse nada para fazê-la, pois é o que move seu coração, é algo que você ama fazer. Deixo aqui o desafio: se você ainda não descobriu sua vocação no corpo de Cristo, é tempo de descobri-la. Ore, se apresente e diga: “eis-me aqui”. Deus é especialista em dar tarefas extraordinárias a pessoas ordinárias como nós. Experimente crer.
CARLOS BEZERRA JR. Carlos Bezerra Jr. é médico, deputado estadual pelo PSDB-SP, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
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LIDERANÇA
Luz na mente e fogo no coração A VIDA DE ELIAS NOS LEVA A UM OUTRO PATAMAR profeta Elias foi um dos homens mais conhecidos da Bíblia. Citado tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, sua história possui um papel muito ativo na narrativa bíblica. Ele viveu no século IX antes de Cristo, durante os reinados de Acabe e Acazias, no Reino do Norte. Lembrando que em sua época o povo de Israel havia se divido em dois reinos. Judá era o Reino do Sul com capital em Jerusalém, e Israel era o Reino do Norte com capital em Samaria. A Bíblia não revela nada sobre a vida pessoal e familiar do profeta, mas Tiago afirma – capítulo 5, verso 17, da sua epístola – que ele foi um homem sujeito às mesmas paixões que nós. E, ao mesmo tempo, deixa ver que tinha alguma coisa bem diferente nele e na sua oração. Isso nos serve de parâmetro para estabelecer alguns dos atributos que um verdadeiro homem de Deus possui:
INTIMIDADE COM DEUS O capítulo 17 de 1 Reis registra que Elias disse a Acabe: “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho, nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.” Ele era tão próximo de Deus que podia afirmar – sem medo algum, com plena consciência e certeza – que se encontrava “perante a Sua face”. Algo completamente impensado para os israelitas, que sabiam que ninguém sobreviveria a um encontro “face a face” com Deus, tamanha Sua santidade. Jonathan Edwards, o mais destacado teólogo do século XVIII, acreditava que um cristão deveria ser alguém que não ultrapassasse os dois extremos: poder espiritual e capacidade de raciocinar. Assim, chegou a afirmar: “É preciso ter homens com luz na mente e fogo no coração”. O profeta Elias foi um homem assim, estava conectado com Deus e, ao mesmo tempo, sabia que o povo israelita estava marcado por uma profunda crise moral, social e espiritual, notadamente pela corrupção, assassinatos, idolatria, fome e miséria. Esse é o desafio para nós hoje. Precisamos viver também 12
dessa forma: procurando intimidade com Deus para viver na dimensão do Seu poder – perante a Sua face – e sendo capazes de ponderar os acontecimentos que estão ao nosso redor, para sabermos o que Deus pretende de nós, como Ele deseja nos usar nesse contexto.
ORAÇÃO DE FÉ, DE MILAGRES Este era outro dos atributos do profeta. Em 1 Reis 17.19-22 está registrada a enfermidade do filho da viúva de Sarepta, que acabou morrendo. Diante desse fato, o profeta, cheio de fé poderosa, orou e deitou-se sobre o menino três vezes. Numa das maiores demonstrações de poder de Deus, aquela criança voltou a viver. As orações do profeta eram acompanhadas de demonstrações do poder de Deus, de milagres. E nossas orações não só podem (Jo. 14.12), como devem fazer o mesmo. É claro que não há capacidade em nós. Também não havia em Elias. O diferencial estava no fato de que seu relacionamento com Deus era tão profundo que sua fé era inabalável, poderosa. Quando nós conhecemos quem Deus é, conseguimos crer que tudo o que Ele fala é uma verdade para ser vivida e praticada.
Não podemos aceitar o pecado na nossa vida. Da mesma forma, não confrontar um irmão em pecado é falta de caráter.
VIDA PAUTADA PELA VERDADE A vida do profeta levou a viúva a testemunhar: “Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (1 Rs. 17.24). O que não for falado na verdade produz morte. Nós não fomos chamados para levar isso, mas para levar vida. Nossa vida deve ser pautada pela verdade da Palavra de Deus, como a de Elias foi. Como homens e mulheres de Deus, precisamos procurar ser aprovados nestes atributos. Não podemos viver a vida cristã de qualquer jeito. Há um louvor que diz “há muito mais que isto”, precisamos saber que, de fato, há e temos que buscar isso numa experiência com o Espírito Santo. Nossa vida atingirá realmente outro patamar, aquele que abre as portas da plenitude de Deus.
CONFRONTO DO PECADO Coube ao profeta Elias a missão de enaltecer a verdadeira adoração ao único Deus, Criador do Universo, bem como a de protagonizar os fatos mais impactantes na história dos profetas de Israel, ao denunciar os desmandos do governo dos seus dias e ao desafiar os falsos profetas que assolaram o antigo Israel (1Rs. 18.18-20).
VALMIR VENTURA Valmir Ventura é pastor da Comunidade da Graça Zona Norte. É casado com a pastora Nádia, com quem tem uma filha.
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DISCIPULADO
FORMANDO DISCÍPULOS NO DIA A DIA ENTENDER O PROPÓSITO É A CHAVE DO SUCESSO
Como igreja, somos movidos por uma visão, uma missão e pelos nossos valores. Mas, quais são os nossos propósitos? O que dá sentido ao nosso trabalho? Entender o propósito é a chave do sucesso. A Comunidade da Graça deseja ser uma igreja-família, onde as pessoas têm relacionamentos de aliança e fidelidade, se preocupam umas com as outras, onde os mais maduros cuidam e ensinam os mais jovens. Uma igreja que vive o amor de Cristo, um lugar onde as pessoas se amam da forma que Jesus ordenou. E que alcança o próximo, fazendo dele um discípulo (aprendiz) de Jesus Cristo, semelhante ao Rei em Seu caráter. Nossa missão é “ir e pregar o Evangelho”, o que significa que a igreja (nós) não deve ficar passiva, esperando, mas deve tomar a iniciativa. Pregar significa dizer abertamente, expor os princípios e a experiência de praticá-los. Fazer discípulos envolve relacionamentos – primeiramente com Deus, e depois com o próximo. As pessoas ensinam e aprendem umas com as outras, através da prática. Não bastam as pregações, é preciso que alguém esteja ao lado de outro para ensinar. Por isso, a Comunidade da Graça valoriza muito os relacionamentos e, especificamente, o trabalho desenvolvido nos GCEM’s. Precisamos compreender que a igreja não é um edifício, um templo, uma construção ou um local para reuniões. Também não é uma instituição ou organização religiosa. A igreja é o corpo de Cristo, do qual Ele próprio é o cabeça (Ef. 1.20-23). Nós somos a igreja. Logo, a missão da igreja é nossa missão, e precisamos entendê-la. Porque apenas quando conseguirmos entender isso, teremos clareza e paixão para cumprir a Grande Comissão (Mt. 28.19-20) de uma forma leve, agradável, sem peso e eficaz. Agora, a pergunta que não quer calar: Como formar discípulos? Como discipular? Qual é a função do discipulado? Qual é sua aplicação prática? Essas questões precisam de um entendimento claro, lúcido e consciente. O discipulado é uma caminhada longa onde há encontros um a um – homem com homem e mulher com mulher –, num lo14
Antes de discipular alguém, primeiro eu preciso ser um discípulo cal apropriado, com privacidade, que gera segurança e confiança para que, na conversa franca e direta, os corações possam se abrir e se sentir à vontade para compartilhar questões da vida. A função dessa nobre tarefa é a de transferir a vida de Cristo, a de promover a confissão de pecados para cura e proteção (Tg. 5.16). Mas há um aspecto muito importante a ser destacado: antes de discipular alguém, primeiro eu preciso ser um discípulo. Uma vez que somos discipulados, entendemos que não podemos viver mais sem isso. A vida cristã não tem sentido sem confissão
de pecados, sem perdão e cura, sem consolo, edificação, encorajamento e confronto. E o Trilho de Treinamento ajuda muito nesse processo. Ele é um dos maiores e melhores presentes que ganhamos nos últimos anos. Mas não é só o trilho. Como afirmei, formar discípulos é fruto de uma caminhada longa. Nessa caminhada há conversas intencionais onde a confiança é construída através do relacionamento, da transparência. É a mesma coisa que Jesus fez com os Seus discípulos, andou com eles, comeu com eles, compartilhou todos os detalhes da Sua vida íntima. É o que Paulo destaca em Romanos 15.2: “Cada um de nós deve agradar o próximo, visando o que é bom para o aperfeiçoamento dele”. Ou seja, precisamos nos preocupar com o bem-estar alheio, sempre perguntando: “Como posso ajudar?”. Sem essa construção, não haverá espaço para o discipulado, mas apenas para as regras de uma religião. É simples, mas é trabalhoso. Exige renúncia. Exige entendimento do propósito da missão. Exige disciplina. Exige dedicação. Exige desejo de fazer a vontade do pai, de ter uma vida santa e justa, livre
do pecado. Exige compaixão para com as ovelhas que estão como sem pastor. Exige disposição e disponibilidade. Mas a recompensa de ver Cristo formado numa pessoa é muito maior do que qualquer exigência. Como o pastor Carlos Alberto costuma afirmar: “ovelha gera ovelha e amamenta ovelha”. O nosso Pai quer usar sua vida para trazer maturidade e saúde espiritual ao rebanho, quer usar você para edificar a Sua igreja. Que maravilhoso e grande propósito, e que privilégio temos de estar envolvidos nesse plano e de contarmos com ferramentas que nos ajudam a atingir esse objetivo comum de fazer discípulos de Jesus. Se é para ter uma certeza no coração além de o quanto Deus nos ama, saiba que Ele vai nos dar multidões, vamos multiplicar muitas igrejas, vamos gerar muitos discípulos, porque entendemos qual é a chave, e tem muito mais do Pai para nós!
DOUGLAS TENÓRIO Douglas Tenório é pastor da Comunidade da Graça em Bonsucesso. É casado com a Débora, com quem tem dois filhos.
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CAPA
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A IMPORTÂNCIA DAS APTIDÕES E DOS DONS NA VIDA CRISTÃ PAULO ALEXANDRE SARTORI
odo cristão, em algum momento da vida, já deve ter se perguntado: “Deus tem um propósito para minha vida? Ele tem um plano específico para eu realizar? Qual a vontade de Deus para mim? Qual é o meu chamado?”. Afinal, é a Bíblia mesmo que nos alerta: “Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.” Efésios 5.17 (NVI) Talvez, ainda agora estejamos nos indagando sobre isso. Ou, quem sabe, ainda não temos a convicção que gostaríamos de ter. Nesse caso, podemos nos sentir inseguros, indecisos ou desorientados quanto ao nosso futuro como cristãos. Quero convidar você a seguir comigo nesse texto, a fim de verificarmos juntos alguns princípios bíblicos e refletirmos sobre nosso propósito de vida, e nossa vocação e chamado como filhos de Deus nesta terra.
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O propósito de Deus, revelado nas Escrituras Sagradas, é que sejamos “conformes à imagem de seu Filho” (Rm. 8.29), em outras palavras, que sejamos como Cristo nessa terra. Além disso, a Bíblia também afirma que fomos criados para o louvor da glória de Deus (Ef. 1.11). Sabemos que o pecado atrapalhou isso logo após a criação do homem, mas Cristo veio justamente resgatar o propósito original de Deus e dar condições para que isso fosse restaurado na vida dos que creem. Assim, o objetivo principal da nossa existência é continuamente render glórias e louvor a Deus, vivendo sempre para adorá-lo (Sl. 29.2). Até aqui estamos indo bem. Creio que todos concordamos com essa definição do nosso propósito de vida como cristãos. Porém, se pararmos nessa parte, podemos desenvolver um comportamento passivo, ou infrutífero, ou até mesmo egoísta em relação às demais pessoas ao nosso redor. “Uma vez salvo, quero viver somente para adorar a Deus”. Sem percebermos, essa ideia pode se alojar em nossa mente e nos tornar inativos. Muitos monges, nos primeiros séculos da história da igreja, fizeram essa opção e se isolaram da humanidade e seus problemas. A Reforma Protestante no século XVI recolocou o cristão no centro da sociedade a fim de ter ações práticas e transformadoras, conforme a vontade divina. Lutero, em seu livro “Comércio e Usura” (1524), procurou desfazer a ideia do trabalho como algo degradante e dar a ele uma dimensão espiritual e digna. Nosso trabalho, como vocação, tem a missão de prover os recursos para nossa família, servir ao próximo e abençoar a terra. Fomos alcançados pela graça de Deus a fim de sermos recriados em Jesus e ganharmos uma nova identidade. Mas também fomos salvos para as boas obras (Ef. 2.10). O ‘ser’ vem antes do ‘fazer’. Mas o ‘fazer’ precisa seguir o ‘ser’ (Tg. 2.17). Nesse ponto podemos voltar à questão: “Mas o que eu devo fazer? Como descobrir o meu chamado e vocação?”. Vamos então falar um pouco sobre isso.
O ‘ser’ vem antes do ‘fazer’. Mas o ‘fazer’ precisa seguir o ‘ser’ 18
Antes de tudo é preciso dizer que essas duas expressões: vocação e chamado, por vezes, se misturam. A palavra ‘vocação’ se origina do verbo latino ‘vocare’ e significa ‘chamar ou chamamento’. Assim, o significado delas é tão próximo que em alguns momentos elas se interseccionam. Podemos ver isso no versículo abaixo: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.” Efésios 4.1 (RA) Porém, para esse nosso estudo, vamos separar um pouco as duas palavras para facilitar nosso entendimento e aplicação. Vamos considerar o termo ‘vocação’ como o nosso chamado natural; e o termo ‘chamado’ como a nossa vocação espiritual. Confundi mais agora? Vou tentar explicar melhor.
VOCAÇÃO Nossa vocação tem a ver com aquilo que nós somos, nossos gostos, inclinações, talentos e habilidades inatas. Trata daquilo que naturalmente amamos fazer, fazemos bem e ainda traz realização e prazer. É o que nossa vontade e competência nos leva a praticar. É uma capacidade específica que nos inspira. Normalmente é a nossa vocação que vai nos levar a fazer uma escolha acadêmica e profissional. Além disso, podemos ter vários outros tipos de vocação, como por exemplo uma vocação para a área esportiva, ação social, artes em geral, comunicação interpessoal etc., que não tenham necessariamente relação com uma carreira profissional. Para ajudar as pessoas a identificar melhor suas vocações naturais é que foram criados os chamados teste vocacionais, aplicados por profissionais ou instituições a partir do perfil psicológico e personalidade de cada pessoa.
CHAMADO Nosso chamado, agora do ponto de vista espiritual, tem a ver com aquilo que Deus nos convida a realizar em benefício da igreja e das pessoas que Ele deseja alcançar. Fala do modo, lugar e tempo em que nós fazemos o que temos de fazer. Obedecemos à voz e à vontade de Deus para nós. Um chamado leva em conta os dons e talentos espirituais dados por Deus. E aqui, isso tanto pode coincidir com nossa vocação natural como pode nos levar a uma nova
prática que nunca imaginamos para nós. Se em nossa vocação natural somos inspirados pelas nossas características pessoais pré-existentes, em nosso chamado somos comissionados do alto, pelo Espírito Santo, e capacitados por Ele para essa obra. Esse chamado tem duas dimensões, a primeira é a mesma para todos, e a outra é específica para cada um. Vejamos isso melhor:
CHAMADO COMISSIONAL (DE DEUS PARA TODO O SEU POVO) É o mesmo para todos os cristãos, em todas as épocas e em todos os lugares. Perceba que esse chamado não é apenas para pastores ou líderes em tempo integral. Mas é para todos quantos são feitos filhos de Deus. “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.” Mateus 28.19-20
CHAMADO MINISTERIAL (DE DEUS PARA UMA PESSOA ESPECÍFICA) É único e individualizado para cada cristão, num tempo e lugar determinados, baseado no seu dom. E ninguém receberá todos os dons, mas também ninguém ficará sem pelo menos um dom. E esse dom aponta para seu chamado ministerial. 19
Nosso chamado deve ser vivenciado em todo o tempo e todo lugar, amando e servindo todas as pessoas à nossa volta, para a glória de Deus Pai “Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas” 1 Pedro 4.10 Agora que ficou um pouco mais clara a diferença de vocação e chamado, vamos ver alguns passos práticos que podemos dar a fim de identificar nosso chamado pessoal. Comece se informando a respeito dos dons que a Bíblia lista em várias passagens, como Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.8-10, 28; Efésios 4.11 e 1 Pedro 4.9-11. O objetivo aqui é saber para poder identificar. Depois, como diz C. Peter Wagner em seu livro “Descubra seus dons espirituais”, uma boa dica é envolver-se com todas as áreas de serviço na igreja que você puder. Isso o ajudará a enxergar possíveis dons que você tem e os que definitivamente você não tem. Em seguida, avalie sua atuação e os resultados (os frutos). Examine-se e desenvolva uma autocrítica saudável. Converse com seus líderes e mentores. Peça que eles o ajudem nessa tarefa de aferir seu chamado ministerial. Por fim, e não menos importante, ore sobre isso. Permita que o Espírito Santo sonde seu coração e suas motivações; e se disponha a obedecê-lo, seja qual for a orientação e o chamado que Ele conferir a você. A última pergunta que vamos considerar nesse texto é “onde devo exercer meu chamado espiritual?”. Seria apenas no contexto da igreja local, suas reuniões públicas e encontros ministeriais? Definitivamente não. Nosso chamado deve ser vivenciado em todo o tempo e todo lugar, seja em casa, no trabalho, na sociedade ou na igreja; amando e servindo todas as pessoas à nossa volta, para a glória de Deus Pai. “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” Mateus 5.16 20
DONS À SERVIÇO DA COMUNIDADE NOSSA HISTÓRIA É ESCRITA POR DEUS PARA SERVIR ÀS PESSOAS
A igreja é uma comunidade de serviço. O povo que foi curado pela graça de Deus, agora, também pela graça, busca servir e cuidar uns dos outros. Nesse compromisso com o serviço nem todos fazem a mesma coisa. Cada um serve de acordo com o dom que recebeu (Ef. 4.7-8). Está claro que é o Espírito Santo que revela quem somos em Cristo Jesus e nos mostra, capacita e ensina a executar os planos de Deus. Ele já tem reservadas para cada um de nós obras que nos levarão a fazer a diferença no mundo (1Co. 12.7). Assim, a máxima contribuição que Deus planejou para nós está sintonizada com as paixões que Ele mesmo deu a cada um. Por isso, identificar o que move – ou incendeia – nosso coração é essencial para poder liberar o grande potencial que existe dentro de nós. E esse potencial é para servir ao próximo. Os dons espirituais são dádivas de Deus à igreja para a realização do ministério e a edificação dos cristãos. Não são talentos naturais, mas capacitações sobrenaturais. Não são alcançados por mérito, mas distribuídos pela graça. O Espírito dá a cada um conforme Sua vontade. O chamado de Deus para nossas vidas, jamais será uma missão individual, dependendo apenas de um único dom (1Co. 12.27). Afinal, estamos ligados uns aos outros como membros do Corpo de Cristo (Rm. 12.4-5). Entretanto, identificar nosso dom, abre o caminho para cumprirmos o chamado de Deus (2Pe. 1.5-11) e nos faz compreender melhor a importância de pessoas que atuam em diferentes dons (1Co. 12.21-26). A igreja de Deus não é uma feira de vaidades, mas é uma plataforma de serviço. Nenhum membro do corpo de Cristo ficou sem dons e nenhum recebeu todos os dons. Assim, cientes de que dependemos uns dos outros, podemos suprir as necessidades dos membros do corpo. Quando investimos nossa vida, recursos e dons para socorrer os aflitos, fortalecer os fracos, instruir os neófitos, ajudar os necessitados e encorajar os santos, o nome de Deus é exaltado, o mundo é impactado e a igreja é edificada. Assim, descobrir e realizar o propósito no Reino significa descobrir como Deus quer que ministremos – sirvamos –
uns aos outros. Contudo, compreender sem experimentar é como ver os presentes embaixo da árvore de Natal sem abri-los. Descobrir seus dons ajudará você a ver que é uma obra-prima criada por Deus e que, por isso, pode viver de maneira significativa servindo outras pessoas. Existem duas maneiras de descobrir seus dons: (1) examinar quais dons você acha que tem e, então, (2) servir em várias áreas com o objetivo de ver quais lhe trazem maior realização e os melhores resultados para Deus. Enquanto não estiver efetivamente envolvido em servir, não descobrirá sua aptidão. De acordo com a Palavra, podemos identificar os seguintes dons: •
ADMINISTRAÇÃO
•
HOSPITALIDADE
•
MISSÃO
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INTERPRETAÇÃO
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CONHECIMENTO
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LIDERANÇA
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CONTRIBUIÇÃO
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LÍNGUAS
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CURA
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MILAGRES
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DISCERNIMENTO
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MISERICÓRDIA
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ENCORAJAMENTO
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PASTOREIO
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ENSINO
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PROFECIA
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EVANGELIZAÇÃO
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SABEDORIA
•
FÉ
•
SOCORRO
Maturidade Cristã, material do Trilho de Treinamento da Comunidade da Graça, oferece ferramentas para poder conhecer mais sobre este assunto. Procure saber mais a respeito de seus dons, envolva-se em diversas áreas para exercê-los, observe como você se sente ao colocá-los em prática, avalie os resultados e observe os testemunhos. Mas, acima de todas as coisas, procure ter um relacionamento sério com o Espírito Santo. É Ele quem dá os dons, é Ele quem, sensível às necessidades do corpo, procura usar os que estão disponíveis para servir para atender a cada um. Precisamos, incessantemente, procurar pelo Espírito Santo. Só assim, como Paulo escreve em Efésios, equipados com os dons que Ele nos dá, contribuiremos para a “unidade do Espírito pelo vínculo da paz”, edificaremos o “Corpo de Cristo” ajudando as pessoas a crescer e atingir “a medida da plenitude de Cristo”, fazendo aumentar o número de cristãos maduros que já não são “jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina”, aprendendo a dar e receber “a verdade em amor” e valorizando outros irmãos à medida que o trabalho conjunto torna o corpo “ajustado e unido”. Nossa história é escrita por Deus para servir às pessoas. 21
FATO
#REVISTACOMUNA100
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DAS PALAVRAS, A PALAVRA alavras. Nós pensamos palavras, ouvimos palavras, proferimos palavras, cantamos palavras, escrevemos palavras e lemos palavras – a todo instante. Todos os dias. O que as palavras têm a ver com o cristianismo? Quase tudo. A cada momento da história da redenção “Deus está presente e não está em silêncio” (Francis Schaeffer). As palavras de Deus decididamente criam, confrontam, convencem, corrigem e consolam. Por meio de Suas palavras, Ele tanto interpreta quanto instrui.” Justin Taylor As palavras têm poder. A Bíblia nos revela isso de diversas maneiras, inclusive dizendo que “a língua tem poder sobre a vida e a morte” (Pv. 18.21). Tudo foi criado através de palavras, a história da nossa redenção aconteceu através do Verbo que se fez carne e viveu entre nós (Jo. 1.14). Jesus viveu por meio da Palavra de Deus, guardou a Palavra de Deus e proclamou a Palavra de Deus. O Pai deu a Jesus as Suas palavras, Jesus as deu a Seus seguidores e Seus seguidores as receberam. Assim como nós as recebemos hoje. A Revista Comuna chega à sua 100ª edição comemorando uma história de palavras que expressam e espalham a Palavra. Palavras que falam sobre a vida, a salvação, o amor de Deus, a família, o chamado, a santidade a comunhão. Nascida no coração do pastor Carlos Alberto como um boletim semanal, passou para a publicação “O Discípulo”, depois “Ágape”, e, enfim, se tornou a “Revista da Comunidade” ou, como é chamada hoje, “Revista Comuna”. Tudo isso sempre com o mesmo propósito, sempre carregando a mesma mensagem, o chamado de Cristo para sermos e fazermos discípulos. Sempre levando a Palavra de Deus em palavras de encorajamento, exortação e amor. “A Revista Comuna nos ajuda a preservar os valores da Comunidade da Graça, a manter viva a nossa visão e a desenvolver ainda mais cada um dos nossos membros como discípulos de Jesus. Nos ajuda a levar a Palavra de Deus a cada vez mais pessoas”, explica o pastor Carlos Alberto.
A Revista Comuna nos ajuda a preservar os valores da Comunidade da Graça, a manter viva a nossa visão e a desenvolver cada um dos nossos membros como discípulos de Jesus Além disso, a revista tem servido como um forte instrumento de evangelização, levando a mensagem de salvação a lugares onde nunca imaginaríamos chegar, como centros de detenção, abrigos de moradores de rua e a Casa Abrigo, da Fundação Comunidade da Graça – onde mulheres que sofreram violência doméstica são acolhidas. Muitos têm conhecido mais sobre a nossa inclusão na morte e ressurreição de Cristo e sido levados ao arrependimento por conta das mensagens publicadas. Ao longo dessas 100 edições, muitas pessoas trabalharam para que o Evangelho pudesse ser traduzido de forma prática e simples para milhares de pessoas. Fica o nosso profundo agradecimento aos pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra, Carlos Bezerra Jr., Wagner Fernandes e Paulo Alexandre Sartori. A Miguel Antunes (in memoriam), Diego Boaventura, André Rinaldi, Fabiana Lima e Cauê Guimarães. E a tantos outros que direta ou indiretamente contribuíram para esta revista. Nosso sincero agradecimento a cada pastor, fotógrafo, colunista, designer que tem feito dela uma realidade. Nosso agradecimento também a você, leitor, que tem buscado conhecer mais da Palavra de Deus e de como viver uma vida que honra e glorifica o nosso Senhor. Que venham muito mais edições cheias de tantas palavras e pessoas. Mas, principalmente, que venham muitas edições cheias da Palavra daquele que nos amou primeiro e que deseja ser conhecido por nós, nosso Senhor Jesus Cristo. 23
RECOMENDO
LIVRO
Homens aconselhando homens DR. JOHN D. STREET | NUTRA PUBLICAÇÕES
Mulheres aconselhando mulheres ELYSE FITZPATRICK | NUTRA PUBLICAÇÕES
Desde o ano de 2008, a editora Nutra Publicações fornece literatura focada na suficiência das Escrituras para o aconselhamento bíblico. A abordagem prática dos materiais faz com que as verdades apresentadas sejam tanto intelectualmente assimiladas como possíveis de serem aplicadas às diversas situações da vida. É com esse pensamento que o Dr. John D. Street escreveu “Homens aconselhando homens”, uma abordagem bíblica das principais questões que os homens enfrentam; e a pastora Elyse Fitzpatrick apresenta “Mulheres aconselhando mulheres”, que oferece respostas para os problemas da vida com base no Evangelho. Ambos os livros possuem abordagens específicas para tratar assuntos que, tanto homens quanto mulheres, enfrentam diariamente e que envolvem hábitos, emoções e dificuldades que anseiam vencer. A literatura do Aconselhamento Bíblico é um material precioso para que pastores, líderes e professores possam atingir os problemas reais daqueles que carecem de encorajamento, exortação, conforto e confrontação. Por isso, estes dois livros são os protagonistas do Recomendo deste mês.
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LIVRO
História do Cristianismo BRUCE L. SHELLEY | THOMAS NELSON
De maneira clara e organizada, o Dr. Bruce Shelley apresenta neste grande clássico a trajetória da igreja cristã para os leitores de hoje, usando como pano de fundo a vida de personagens importantes – suas motivações, as questões com as quais tiveram de lidar, as decisões que tomaram. O resultado é um livro que se lê como uma história quase tão dramática e emocionante como um romance. No entanto, não há ficção aqui, mas um trabalho minuciosamente pesquisado, cuidadosamente elaborado e com precisão histórica.
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MÚSICA
MÚSICA
Legado 40 anos Ato 1: Igreja no lar (ao vivo)
God of the impossible
ADHEMAR DE CAMPOS
LINCOLN BREWSTER – INTEGRITY MUSICS
A história do pastor Adhemar de Campos se mistura com a história da própria música cristã, sendo precursor no Brasil. É cantor, músico, escritor, versionista e compositor de mais de 600 canções desde a década de 70. Entre elas, “Homem de Guerra”, “Tributo a Iehoah”, “O Leão da tribo de Judá”, “Grande é o Senhor” e “Nosso General”. São mais de 25 CDs gravados ao longo da carreira. O projeto “Legado 40 anos” é pautado na sua extensa e reconhecida trajetória.
Lincoln Brewster já contribuiu bastante para o mundo da música cristã, mas seu último lançamento, “God of the impossible” – “Deus do impossível”, na tradução do inglês –, mostra que o pastor sênior da Igreja Bayside, de Sacramento, EUA, está tão inspirado como sempre. “No one like our God” já está ressoando em diversas igrejas. Reforçadas pelos grandes solos de guitarra de Brewster, cada música deste trabalho lembra o ouvinte da provisão de Deus diante da dúvida e das crises da nossa fé.
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AMOR QUE TRANSFORMA
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em mim de um jeito ruim. Quando eu chegava, elas falavam: ‘Lá vai o especial’”, relembra com tristeza.
or que o mundo me olha assim?” Era isso que André costumava se perguntar. Ele sabia que era um pouco diferente, mas, para ele, isso não parecia um problema. André nasceu prematuro por conta de uma queda sofrida por sua mãe durante a gravidez. Na hora do parto, ficou sem oxigênio e acabou nascendo com paralisia cerebral. “Os médicos tiveram que me tirar às pressas. Eles diziam aos meus pais que eu não faria parte deste mundo, que eu não seria uma pessoa normal”, conta. Quando completou um ano, veio a primeira crise convulsiva. Junto dela, mais notícias ruins: para os médicos, aquela criança seria tetraplégica. Os pais de André respondiam àquilo tudo com muita oração: “meus pais têm muita fé”. Resolveram compartilhar as suas necessidades com a célula, que começou a orar em conjunto. E foi em uma dessas reuniões que os milagres começaram a acontecer. Ao ver um cachorrinho, o menino se levantou e deu seus primeiros passos, querendo alcançá-lo. Daí para a frente, vieram as primeiras palavras, os primeiros aprendizados, a escrita, a leitura. “A fé é uma marca muito forte para mim. Eu fui crescendo e me desenvolvendo, e continuava a crer que Deus poderia fazer um milagre em minha vida”. Muito esforçado, conseguiu o primeiro emprego em uma lanchonete. Aos poucos, começou a se destacar pelo bom trabalho e a ganhar novas posições. “Por causa disso, as pessoas começaram a prestar mais atenção
Louvo a Deus pelo que Ele tem feito na minha vida, porque eu sei que eu tenho mudado
André se perguntava por que o consideravam tão diferente e ficava chateado consigo mesmo, se sentia desanimado e extremamente inseguro. Muitas vezes, acabava acreditando no que diziam sobre ele. Sua mãe continuava crendo, dizia que Deus tinha algo melhor para ele, que logo ia chegar. E o melhor chegou. Conversando com sua psicóloga, a pastora Marta, da Comunidade da Graça Sede, ele teve contato com a Fundação Comunidade da Graça, onde conseguiu um novo trabalho, no começo de 2015. Lá, tudo era diferente. Ele tinha responsabilidades novas e muitos amigos. “Me lembro de quando tive que fazer a minha primeira transferência bancária. Minhas mãos até tremiam, eu nunca tinha feito aquilo”, conta. Junto das novas funções, veio a surpresa de um bom salário. “Quando eu vi meu primeiro holerite, até chorei, fiquei emocionado. Naquele dia, fui com a minha mãe em uma loja e disse para ela escolher o melhor sofá que tivesse ali, dei de presente para os meus pais”. Depois de três anos, André continua na FCG, aprendendo cada vez mais. Lá, ele diz se sentir respeitado por quem é, e isso muda tudo. Até novos sonhos surgiram, ele quer aprender a dirigir, assim como seu pai, e sabe que, se consegue cumprir todas as suas funções, é capaz de aprender. “Desde que eu cheguei na Fundação, começou uma nova história na minha vida. É aqui que eu tenho os meus amigos, é aqui que gosto de comemorar o meu aniversário, é aqui onde eu quero estar. Louvo a Deus pelo que Ele tem feito na minha vida, porque eu sei que eu tenho mudado. Quero seguir o que o pastor Carlos Alberto nos ensina, de que devemos amar uns aos outros, porque o amor é de Deus e todo aquele que ama é nascido de Deus (1Jo.4.7).”
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@FCGBR /FUNDACAOFCG 27
REFLEXÃO
Por que Amamos Medir? ós, seres humanos limitados, somos amantes da medição; numeramos e contamos, quantificamos e traçamos. Se você olhasse para a sua despensa, cada embalagem mostraria o peso de seu conteúdo. Seu medidor de combustível lhe diz quão cheio está o tanque do seu carro. Seu relógio lhe diz quanto tempo você tem até o jantar. Seu orçamento lhe indica quanto pode gastar. Sua conta na rede social mede o seu círculo de amizades. Nós estamos alegremente cercados, de todos os lados, por sistemas de medição. Pensamos que aquilo que conseguimos medir podemos, até certo ponto, controlar. Um dos meus filmes favoritos é “Momentos Decisivos” (1986). Ele conta a história de um time de basquete da pequena cidade de Hickory, no estado norte-americano de Indiana, que alcança sucesso sob a liderança de seu treinador, Norman Dale. O final da história não é difícil de prever. Tendo chegado às finais estaduais, o time dá a primeira olhada no lugar onde a partida final será disputada: um ginásio enorme, facilmente dez vezes maior que os ginásios das escolas de ensino médio onde tinha jogado ao longo da competição. Quando os olhos dos jogadores crescem ao ver a cena, Dale pega uma fita métrica. Ele pede aos garotos que meçam e lhe informem a distância do fundo da quadra até a linha de lance livre e do chão para a cesta. Com um pequeno sorriso, o treinador comenta: “São exatamente as mesmas medidas do nosso ginásio lá em Hickory”. A cena é genial porque ilustra uma verdade universal: ser capaz de medir é algo encorajador. Isso nos dá um certo conforto e senso de controle. Quando conhecemos alguém, analisamos seus pontos fortes e suas fraquezas. Nós “medimos” o seu caráter e as suas habilidades. Nós tentamos quantificar seus atributos, a fim de julgarmos quão dignos eles são de nossa confiança e para mantermos as nossas expectativas num nível realista. Nós também medimos a nós 28
mesmos e aos outros para fins de comparação. Perguntas como: “Eu sou inteligente?” ou “eu sou rico?” ou “eu sou honesto?” são respondidas com: “Em relação a quem?”.
O DEUS SEM MEDIDAS O Deus da Bíblia é infinito. Não podemos medi-lo, não importa o quanto tentemos. Nós não podemos confiná-lo a limites físicos ou mentais. Nós não podemos controlá-lo nem nunca chegaremos à Sua altura. O amigo de Jó, Zofar, expressa nosso dilema: “Você consegue perscrutar os mistérios de Deus? Pode sondar os limites do Todo-poderoso? São mais altos que os céus! O que você poderá fazer? São mais profundos que as profundezas! O que você poderá saber? Seu comprimento é maior que a terra e a sua largura é maior que o mar” (Jó 11.7-9). Davi louvou a infinitude da grandeza de Deus (Sl. 145.3). Salomão, da mesma forma, reconheceu que Deus não tem limites (1Rs. 8.27). Aquele que é imensurável é também a medida de todas as coisas: “Quem mediu as águas na concha da mão, ou com o palmo definiu os limites dos céus? Quem jamais calculou o peso da terra, ou pesou os montes na balança e as colinas nos seus pratos? Quem definiu limites para o Espírito do Senhor, ou o instruiu como seu conselheiro?” (Is. 40.12-13). Em resumo, quem mediu tudo? Deus. Quem mediu Deus? Ninguém. O Deus imensurável se preocupa com as medidas de arcas e tabernáculos, templos e cidades. O Deus sem limites limita os oceanos. Ele cataloga fios de cabelo. Ele enumera as estrelas e os grãos de areia. Nosso Deus sem limites mede os nossos dias em palmos, amorosamente e com propósito. E tudo o que Ele mede é perfeito em medida. Tudo o que Ele limita está perfeitamente limitado. Contudo, Ele mesmo é infinitamente sem limites, sem medidas, sem restrições.
Nós estamos alegremente cercados por sistemas de medição. Pensamos que aquilo que conseguimos medir podemos, até certo ponto, controlar Somos limitados. Nossas limitações foram planejadas. Gastarmos o restante de nossas vidas negando ou aceitando essa verdade faz toda a diferença na forma como amamos a Deus e os outros. Temos que aprender a medir como Deus mede e a contar como Deus conta. Aprendendo a adorar a Deus em Sua grandeza sem medidas, aprendemos a tomar medida de nós mesmos, de nossos pecados, de nossas circunstâncias e do próximo. *Trecho do livro “Incomparável”, lançado no Brasil pela Editora Fiel.
JEN WILKIN Jen Wilkin é conferencista, autora de vários livros e professora de estudos bíblicos. Ela vive em Dallas, no Texas (EUA), com seu marido, Jeff Wilkin, e seus quatro filhos. 29
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