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Produção: Comunidade da Graça Sede Pastor Presidente: Carlos Alberto de Quadros Bezerra Pastor Responsável: Wagner Fernandes Jornalista Responsável: Fabiana Lima - MTB 58739 Coordenação e Revisão: Paulo Alexandre Sartori Redação: Elisabete Mazi Projeto Gráfico e Diagramação: Salsa Comunicação www.salsacomunicacao.com.br Contato Publicitário: Gabriela R. Bedore
COMUNA E VOCÊ No mês de aniversário da Comunidade da Graça em Sorocaba, a revista Comuna n° 42 traz nossa história e, na capa, já inspira alegria, por comemorarmos uma data importante na vida do nosso pastor Carlos Alberto Bezerra – os seus 70 anos. Já curtimos a versão digital e logo, logo teremos a versão impressa nas mãos para usar como instrumento de divulgação e expansão desta grande alegria. Deus seja louvado.
Olá! Gostou dos temas e assuntos da revista? Deseja fazer algum comentário? Tem sugestões? Escreva para nós. Queremos saber sua opinião! revista@comuna.com.br
Tiragem: 15.000 exemplares
Os anúncios contidos nessa edição são de única e exclusiva responsabilidade dos anunciantes, não tendo a Igreja Comunidade da Graça nenhuma responsabilidade sobre o conteúdo e veracidade dos mesmos. Interessados em anúnciar na próxima edição: midia@comuna.com.br 11 3588 0575
Argemiro Rodrigues de Sousa Comunidade da Graça em Sorocaba/SP
EDITORIAL Um bom começo! É assim que podemos definir a história do nascimento da igreja. O livro de Atos dos Apóstolos descortina diante de nós a beleza, o poder e a simplicidade do estilo de vida dos primeiros cristãos.
Carlos Alberto de Quadros Bezerra Fundador e Presidente da Comunidade da Graça
Mesmo sob as ameaças do império romano e de religiosos ortodoxos, fator que contribuiu no desenvolvimento daquela primeira comunidade, eles seguiram em frente sob a regência do Espírito Santo. Engana-se quem imagina complexidade ou processos engenhosos no começo da igreja. Eles tinham uma única meta: perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações – Atos 2:42.
Comunidade da Graça Sede Rua Eponina, 390 - V. Carrão - (11) 2090-1800 Para saber o endereço de outras igrejas acesse: www.comuna.com.br/endereco-das-igrejas
Não seria um bom começo para todos nós? Wagner Fernandes
24 CAPA: OS 4 PILARES DA IGREJA EM CÉLULAS 12 ELES ANDARAM COM JESUS: WILLIAM TYNDALE
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14 EDUCAÇÃO: O MEDO NA ESCOLA 16 FAMÍLIA: NA IGREJA, NÃO!
VISÃO: NOVA VISÃO
18 SONHOSPOSSÍVEIS: AH NÃO... DE NOVO, NÃO!
08 MULHERES: NÃO É HORA DE FALAR
32 LOUVOR & ADORAÇÃO MÚSICA INSPIRADORA 34 COMUNIDADE: COMUNIDADE DA GRAÇA EM SÃO MATEUS/SP
10 PONTO DE VISTA: 5 ERROS DOS PAIS QUE PODEM AFASTAR OS FILHOS DA IGREJA
37 SAÚDE: COM SAÚDE NÃO SE BRINCA 38 IGREJA-FAMÍLIA: DECEPCIONADOS 40 TEXTO E CONTEXTO: APROVADOS NAS PROVAÇÕES
20 CÉLULA: DICAS PARA UM GRUPO DE DISCIPULADO
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NOVA VISÃO CARLOS ALBERTO BEZERRA, PR.
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Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo. Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará.” Habacuque 2:2-3
A igreja de Jesus na terra precisa de uma visão que a direcione no cumprimento de sua missão. Para cumprir a Grande Comissão deixada por seu Mestre (Mateus 28.19 e Marcos 16.15), a igreja necessita de uma visão muito clara e definida daquilo que Ele espera que ela seja. Salomão, o sábio autor do livro de Provérbios, já nos havia alertado que:
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“Não havendo sábia direção, cai o povo...” (Provérbios 11.14). Desse modo, a visão é necessária para que o povo de Deus possa caminhar com segurança e prosperidade, segundo o propósito daquele que o comissionou. A visão deve nascer no coração do líder. Uma igreja que caminha sem direção é porque seu líder não tem visão. John C. Maxwell escreve que “a visão é tudo para um líder, a visão lidera o líder, ela desenha o alvo, acende e alimenta a chama interior e impele o líder para frente, ela também acende aqueles que seguem o líder”.
UM MINISTÉRIO SEM VISÃO É COMO: •
Um cenário de teatro – uma simples fachada.
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Uma lanterna sem pilhas numa noite escura – disponível, mas ineficaz.
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Um casamento sem noiva – falta o elemento essencial.
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Um carro sem combustível numa noite chuvosa – inútil para transporte.
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Uma sinfonia sem partitura – uma porção de talentos, mas sem direção.
CAUSAS DA PERDA DA VISÃO DE DEUS 1. Não ouvir o Espírito de Deus falando agora “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto.” Hebreus 3.7-8 − Samuel ouviu: “Então, veio o Senhor, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel! Este respondeu: Fala, porque o teu servo ouve.” 1 Samuel 3.10 − Moisés ouviu: “Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui!” Êxodo 3.4
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− Paulo ouviu: “Mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.” Atos 9.6
chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado.” Hebreus 3.12-13
2. Não manter um coração terno e responsivo
Os incrédulos acabam morrendo no deserto.
“Então, eu disse: semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós.” Oséias 10.12
O QUE DEVEMOS PEDIR
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“Visão é uma nítida imagem mental de um futuro desejável.” George Barna “A visão é iniciada por Deus, desejada por seu povo e transmitida pelo Espírito Santo.” George Barna A visão envolve mudanças. Ela capacita você a melhorar uma situação. O cristão de visão é aquele que avalia o passado, vive o presente, mas pensa no futuro. Esse futuro, se for do agrado de Deus, será significativamente diferente da realidade que você experimenta agora.
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Uma porção dobrada do Espírito Santo, como Eliseu pediu (2 Reis 2.9). Só não recebemos se a motivação for errada (Tiago 4.3).
Não podemos manter coisas pequenas no coração. Elas tiram a nossa sensibilidade. Precisamos “arar” o campo do nosso coração.
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“Almas do meu povo”, como Ester pediu (Ester 7.1; 9.12-14). Ela pediu pela própria vida e pela vida do seu povo.
“Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido.” Salmo 34.18
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Minha cidade para reconstruí-la, como Neemias pediu (Neemias 2.1-4). Ele tinha uma visão para sua cidade.
Deus nunca reveste seus servos de confiança para fracassarem, mas também não remove todos os obstáculos e dificuldades de nossos caminhos (Josué 1.8-9). Ele é fiel àqueles que se mostram diligentes na conclusão das boas obras que Ele designou.
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Um coração compreensivo (que tenha ouvidos, no original), como Salomão pediu (1 Reis 3:5-9). Um coração sábio para discernir claramente a vontade de Deus na condução do Seu povo. Essa é a chave para uma verdadeira liderança.
O cristão de visão é aquele que avalia o passado, vive o presente, mas pensa no futuro.
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” Salmo 51.17 “Eles, porém, não quiseram atender e, rebeldes, me deram as costas e ensurdeceram os ouvidos, para que não ouvissem. Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos precederam; daí veio a grande ira do Senhor dos Exércitos.” Zacarias 7.11-12
REFLEXÕES SOBRE VISÃO “Se sua visão é para um ano, plante trigo. Se sua visão é para uma década, plante árvores. Se sua visão é para toda vida, plante pessoas.” Provérbio chinês
3. Deixar de crer naquilo que Deus prometeu – incredulidade
“Algumas coisas precisam ser acreditadas para serem vistas.” Ralph Hodgson
“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se
“Senhor, concede que eu possa sempre desejar mais do que posso realizar.” Michelangelo “Nada digno de ser feito é completado em nossa existência.” Reinhold Niebuhr
Carlos Alberto de Quadros Bezerra é fundador e presidente da Comunidade da Graça. É membro da Academia Paulista Evangélica de Letras e preletor internacional. Casado com a pra. Suely Bezerra.
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NÃO É HORA DE FALAR SUELY BEZERRA, PRA. “Com a sabedoria edifica-se a casa, e com a inteligência ela se firma.” Provérbios 24.3
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Para lidar com tudo isso, precisamos contar com a sabedoria divina, a fim de edificarmos bem a nossa família. E, muitas vezes, para agir com sabedoria temos que nos calar. A melhor coisa que podemos fazer em algumas situações é permanecer em silêncio.
Nossa caminhada e afazeres diários envolvem coisas simples e práticas, e outras complexas e trabalhosas. Por vezes, nos deparamos com lutas, dificuldades, conflitos, decepções etc.
Por exemplo, numa família em que o esposo ainda não é convertido, podem acontecer discussões por causa da maneira diferente de ver as coisas, de estabelecer prioridades ou de tomar decisões. A esposa pode ficar tentada a convencer seu marido a respeito do seu ponto de vista fazendo longos discursos. Isso pode aumentar
eus conferiu a todas nós, mulheres, beleza, encanto e graça, mas também nos deu uma atribuição muito grande, que é a de edificar a nossa casa. E essa tarefa não é nada fácil. Ao mesmo tempo em que podemos construir nosso lar com sabedoria e inteligência, podemos destruí-lo com nossas próprias mãos e insensatez (Provérbios 14.1).
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a tensão e a discórdia dentro de casa e prejudicar profundamente o relacionamento conjugal e o bem estar de toda a família. Há momentos em que as nossas atitudes de amor abnegado e serviço diário devem falar mais alto do que as nossas palavras. Como bem nos ensina o autor do livro de Eclesiastes, há “tempo de estar calado e tempo de falar” (Eclesiastes 3.7). E precisamos ser sábias e criteriosas para discernir quando é hora de uma coisa e quando é hora de outra. Veja o que o texto de 1 Pedro 3.1 e 2 diz:
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“Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.” As palavras são ferramentas poderosas, mas há momentos em que elas podem levar os não cristãos à indiferença, irritação e cansaço. Todavia, existe um caminho alternativo às palavras: nossas ações. Mas que tipo de ações devemos ter? •
Cultivar e apresentar-se com uma vida santa, prudente e sábia.
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Vestir-se bem, mas de modo discreto e com bom senso (1 Timóteo 2.9).
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Quando tiver que falar, fazer isso mansamente e comunicar-se com tato e jeito, exercendo o fruto do Espírito Santo (Gálatas 5.22-23).
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Desenvolver em si mesma o caráter de Cristo, a despeito da situação que se está vivendo.
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Agradar o marido, concentrando-se em suas preferências – a comida favorita, o lazer predileto etc.
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Ser a melhor amiga e confidente do seu esposo.
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Encorajá-lo sempre e confiar em suas decisões, demonstrando uma obediência inteligente e humilde.
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Manter sempre a casa em ordem, as coisas organizadas, não dando motivo para críticas.
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Cuidar bem dos filhos e administrar sabiamente os recursos financeiros do lar.
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Ficar distante de fofocas e intrigas com vizinhos e parentes.
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Ore continuamente pelo seu marido no secreto do teu quarto, permaneça incansável na intercessão, e espere pela resposta certa de Deus (Mateus 6.6).
Seu marido vai experimentar a nova vida em Cristo não pelo que você falar, mas ao mostrar que Ele, o Senhor, é real e vive em você. Suas boas atitudes irão oferecer, de maneira adequada, a oportunidade dele experimentar o amor de Cristo de um modo que transcende as palavras em atos de justiça e bondade. Demonstre através de sua vida que você é melhor esposa agora do que antes de conhecer a Jesus. Saiba que sua atitude em perdoar, ceder, aceitá-lo como é, compreender, vai demonstrar sua real conversão. Assim, ele ficará curioso em conhecer esse Jesus que você serve, e desejará trilhar junto com você esse caminho de paz, amor e salvação.
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homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5.13-16 Amiga, minha oração é para que o Senhor Jesus lhe dê sabedoria, capacitação e a fortaleça nas horas difíceis. Não desista, nem desanime. Cresça na graça e no conhecimento de Jesus. E tenha fé que a vitória virá. Quem garante é o nosso Deus. “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.” Atos 16.31
A esposa pode ficar tentada a convencer seu marido a respeito do seu ponto de vista fazendo longos discursos. Isso pode aumentar a tensão e a discórdia dentro de casa
Lembre-se das palavras de Jesus no Sermão do Monte: “Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para mais nada presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos
Suely Bezerra, é líder Nacional do Ministério Mulheres Intercessoras. É casada com o Pr. Carlos Alberto Bezerra e autora de vários livros relacionados com a oração e a prática devocional
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5 ERROS DOS PAIS QUE PODEM AFASTAR OS FILHOS DA IGREJA CARLOS BEZERRA JR. “Ensina a criança no caminho que deve andar e mesmo com o passar dos anos não se desviará dele.” Provérbios 22.6
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xiste uma dúvida que paira sobre todo pai e mãe que se preocupam com a vida espiritual de seus filhos: será que eles serão cristãos quando adultos? Muitos saem à procura do conjunto de regrinhas, da palestra, do vídeo ou das leis irrefutáveis que farão com que seus filhos, inevitavelmente, sirvam a Deus. Porém, em geral, as razões que farão com que essas crianças um dia rejeitem ou aceitem a fé de seus pais, têm
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menos a ver com regras, acúmulos de conhecimento ou educação religiosa. De fato, elas têm mais a ver com o modo com que os pais vivem e expressam sua fé do que com o tanto de versículos bíblicos que decoraram ou com a quantidade de cultos e seminários de família que frequentaram – não que isso tudo não tenha valor. Pelo contrário, são coisas importantíssimas. Porém, a verdade é que não há receitas prontas para “garantir” que nossos filhos sejam cristãos quando crescerem. E, por tudo isso, gostaria
de apontar alguns erros comuns que podem fazer com que seus filhos rejeitem sua fé.
1. USAR A DEUS PARA CONTROLAR OS FILHOS ATRAVÉS DA CULPA OU DA VERGONHA. É quando os pais usam famosas frases, como: “Jesus está vendo, hein”, ou “Deus tá de olho em você!”... Frases comuns, usadas por pais sinceros, para reforçar as opiniões deles nos conflitos com os filhos. No entanto, esse tipo de coisa pode fazer com que, no futuro,
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essas crianças tenham uma imagem de um Deus que seria um tipo de “fiscal”, sempre na espreita, vigiando. Ou pior, um Deus que está sempre contra elas. É muito melhor deixar claro à criança a razão de fé pela qual os pais agem assim. Assim, seria melhor algo como “Deus deu você pra mim, e eu estou fazendo o melhor pra cuidar bem do presente que Ele me deu, cuidando bem de você e ensinando você da melhor forma possível”. Nunca caia na tentação de usar o famigerado “Deus falou pra você me obedecer – e, se não fizer isso, estará desobedecendo a Deus”.
2. EXPRESSAR A VIDA CRISTÃ DE UM JEITO POUCO ATRAENTE. Se o modo de os pais expressarem sua fé for cheio de culpa, de obrigações, de proibições etc., os filhos entenderão a vida cristã como um fardo. Enquanto que, se os pais forem cheios de amor e de alegria nas suas expressões de fé – seja na vida pessoal ou na comunidade – os filhos também assimilarão essa fé como algo atraente e encantador. Mais importante do que o que falam ou pregam sobre a fé é a forma com que os pais a vivem. Por mais conhecimento bíblico que a gente tenha, nada conquista mais o coração de nossos filhos que uma espiritualidade alegre, tolerante e generosa.
3. IMPEDIR OU DESESTIMULAR QUESTIONAMENTOS SOBRE A FÉ CRISTÃ. Cada nova geração vai desafiando seus pais a encontrar novas respostas sobre a fé e o cristianismo. E é impossível a nós, como pais, ter todas as respostas. É natural que nossos filhos nos façam perguntas sobre aquilo que ensinamos a eles. Diante de um questionamento, não haja como dono da razão. A melhor forma de reagirmos nesse caso parece ser partilhando das mesmas
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questões. Fazer as perguntas junto com nossos filhos nos aproxima deles. Pais que reagem reprimindo ou dando respostas simplistas aos filhos, correm o risco de frustrá-los. Ninguém precisa de todas as respostas. Nesse caso, uma boa forma de reagir é dizer “Filho, eu também não sei. Mas vamos descobrir juntos”. Além do respeito que ganharemos, eles vão se lembrar para sempre dessas “viagens” sobre o desconhecido. É uma oportunidade maravilhosa de crescimento espiritual para os pais, que podem ter novas experiências ao ver a fé pelos olhos de seus filhos adolescentes e jovens.
4. DAR A IMPRESSÃO DE QUE TÊM MEDO DO MUNDO – EM VEZ DE CAPACITAR OS FILHOS A VIVER NELE. Os cristãos se veem como gente “separada do mundo”. Porém, temos um compromisso com o lugar em que vivemos. Em melhorá-lo e em cooperar para que a vontade do Pai seja feita não só nos céus, mas também nesta terra. Quando nos afastamos de tudo, não estimulamos nossos filhos a mudar e transformar o mundo. É disso que falo quando me refiro a esse sentimento de “medo” do mundo. Ao falar o tempo todo que o mundo é mau e perigoso, os pais vão pintando um quadro de futuro horrível para essa garotada que um dia vai buscar um lugar nesse mundo. Se os pais têm medo do mundo, transmitirão isso aos filhos, que podem começar, inclusive, a buscar crenças alternativas para ver o mundo de outra forma. É importante lembrar que Cristo não nos deu espírito de medo do mundo, mas de compaixão por ele.
5. NÃO MOSTRAR AOS FILHOS O QUANTO PODEM SER ÚTEIS À COMUNIDADE CRISTÃ. Pais envolvidos e ativos na comunidade terão filhos que buscam formas
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de participar da comunidade. Os pais e as igrejas têm a responsabilidade de ajudar as crianças a descobrirem seus dons, talentos e inspirá-las, fazendo com que se sintam importantes e acolhidas nessa comunidade. Certamente haverá problemas futuros se os filhos acharem que o cristianismo é apenas repetir o que outros fazem. É preciso expressar que o cristianismo é algo em que todos nós trabalhamos juntos para construir uma comunidade, onde cada um tem um papel e a liberdade de expressar seus dons e talentos – para que, como corpo, possamos expressar o Reino de Deus através da comunidade. Se isso inspirara você, você irá inspirar os seus filhos. A melhor maneira de você avaliar se seus filhos estão crescendo em Cristo, é conferir o seu crescimento em Cristo dia a dia. Quando seus filhos olham para você, veem o futuro deles. Lembre-se, ensinamos o que sabemos, mas reproduzimos em nossos filhos o que somos. Quer saber que tipo de cristão o seu filho será no futuro? Dê uma olhada no espelho!
Carlos Bezerra Jr. é pastor, médico e deputado estadual. É casado com Patrícia Bezerra. E é pai das adolescentes Giovanna e Giulianna. Partilha com elas da mesma fé. Ensina os passos do caminho. Mas, quase sempre, acaba descobrindo que não sabia tanto assim...
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WILLIAM TYNDALE PAULO ALEXANDRE SARTORI O pai da Bíblia inglesa
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illiam Tyndale nasceu aproximadamente em 1494, na Inglaterra. Há pouca informação sobre sua infância e família, mas sabemos que ele pôde fazer seu mestrado na Universidade de Oxford, e lá também começou a estudar teologia, grego e hebraico. Mais tarde, transferiu-se para Cambridge onde provavelmente tomou conhecimento das ideias luteranas. Em 1521, Tyndale foi ordenado ao sacerdócio católico, mas ficou alarmado com a ignorância da maioria do clero. Estudando intensamente o Novo Testamento, ele concordava cada vez mais com as verdades da Reforma Protestante. Então, ao completar 30 anos, Tyndale devotou sua vida à tarefa de traduzir a Bíblia das línguas originais para o inglês. O desejo de ver a Bíblia poder ser lida por todas as pessoas na Inglaterra é ilustrado na declaração que Tyndale fez a um religioso que afirmava ser apenas o clero qualificado a ler e interpretar corretamente as Escrituras: “Se Deus me conceder vida, não levará muitos anos e farei com que um rapaz que conduza um arado saiba mais das Escrituras do que vós”. Tyndale partiu para Londres para trabalhar em sua tradução, porém a igreja inglesa se opunha completamente a colocar a Bíblia nas mãos do povo e proibiu sua tradução. Então, em 1524, Tyndale deixou seu país sem o consentimento do rei e foi para a Alemanha, onde, com a ajuda de Lutero e de outros colaboradores, continuou sua grande obra. Em 1526, o Novo Testamento em inglês estava pronto para impressão (a tradução para o alemão feita por Lutero havia sido publicada em 1522). Quinze mil exemplares, em seis edições, foram contrabandeados para a Inglaterra, entre os anos de 1526 e 1530. As autoridades da igreja fizeram o que podiam para confiscar esses exemplares e queimá-los, mas não conseguiram conter o fluxo dessas Bíblias. Não podendo mais retornar para a Inglaterra, porque sua vida estava em perigo desde que a tradução fora proibida, Tyndale mudou-se para a Bélgica em 1534 a fim de completar a tradução do Antigo Testamento. Mas, pouco depois, em maio de
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“A verdadeira autoridade para a fé cristã dever ser encontrada na Escritura” William Tyndale
1535, traído por um colega inglês, ele foi detido e condenado à morte. Em 6 de outubro de 1536, Tyndale foi queimado na fogueira. A tradução do Antigo Testamento que Tyndale havia iniciado foi completada por um dos seus colaboradores. Em 1539, o rei da Inglaterra autorizou essa versão e mandou colocar exemplares dela nas igrejas para que todos pudessem ler. Assim, embora Tyndale não tenha vivido para ver o resultado daquilo que empreendeu, sua causa triunfou, bem como sua tradução.
Leia “Completando as Aflições de Cristo” de John Piper, da Shedd Publicações Paulo Alexandre Sartori é membro na Comunidade da Graça Sede, arquiteto, atua no Ministério com Jovens local, e é responsável pela revisão e elaboração de textos para livros, apostilas e boletins.
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O MEDO NA ESCOLA ALESSANDRA BEZERRA CALDAS, PRA.
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tualmente, as pessoas vivem com muito medo. Medo de assaltos, sequestros, acidentes, crises nas diversas áreas da vida (emocional, física, familiar, financeira etc.). Medo do passado, do presente e principalmente do futuro. Enfim, dias em que tudo nos provoca medo. Encontramos muitas definições nos dicionários que indicam que o medo é uma forma de perturbação diante de uma exposição a algum tipo de perigo; perigo este que pode ser real ou não. O medo provoca um alerta diante de algo que pode ser uma ameaça. A sensação de medo libera hormônios que causam imediatamente a aceleração dos batimentos cardíacos. Tratamos o medo quando este se torna uma fobia e, neste caso, o tratamen-
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to mais conhecido em psicoterapia é a dessensibilização sistemática, que é quando aproximamos gradativamente o indivíduo com o seu objeto do medo. No contexto da escola, conseguimos distinguir bem esses sintomas, pois ficam visíveis em cada faixa etária. É claro que todo o medo tem uma causa e é esta que a escola (quando este medo está relacionado a ela) precisa investigar. Com a experiência adquirida ao longo dos anos, percebemos que cada criança tem seus medos e reage diferentemente a cada um deles. Na fase da Educação Infantil, percebemos que o medo se manifesta com tudo o que é novo: todos os estímulos, as pessoas (professora e amigos), as instalações e até mesmo a nova rotina, seja de um aluno novo (que nunca frequentou a escola) ou de um aluno indo
para uma turma nova. Nosso procedimento é fazer uma adaptação adequada, para que o aluno se sinta seguro. Lembramos que insegurança gera medo, sendo assim, no Colégio da Comunidade, nós sempre pedimos aos pais que fiquem no colégio durante o período de adaptação. Os pais são sempre canais de segurança e apoio aos filhos. Os pais ficam em uma sala separada (caso a criança estiver chorando, os pais permanecem na sala de aula até que o choro passe) enquanto a professora e demais funcionários promovem atividades de conhecimento, interação e adaptação adequadas à idade daquela criança. Caso o aluno chore ou chame pelos pais, a escola imediatamente os localiza e pede para que fiquem com o aluno. Para vencer qualquer atitude de insegurança e medo na escola, é necessário que os pais: •
Falem a verdade ao filho;
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Tenham paciência;
•
Não reforcem o medo com atitudes mentirosas;
•
Sempre apoiem seu filho, estando ao lado dele;
•
Tenham atitudes de carinho e muito afeto.
Nas outras fases, como no Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio (1ª, 2ª e 3ª séries), estes medos também aparecem e o que vemos é que, na grande maioria dos casos, a causa é familiar. Algumas razões mais comuns para o aparecimento do medo na vida dos filhos são: separação dos pais (ansiedade pela separação, por ficar longe do pai ou da mãe); conflitos familiares; crises financeiras na família; falta de apoio dos pais nas atividades dos filhos; baixo rendimento escolar; problemas de relacionamento com os colegas etc. Essas situações se expressam através de: • Medo; • Choro intenso; • Falta de interesse pelos estudos; • Dores abdominais (com vômitos e diarreias); • Indisciplina; • Não querem ir mais para a escola. Em outras edições, temos demonstrado sempre o papel dos pais como fundamental, o que não é diferente também nas manifestações de medo dos nossos filhos. Nosso papel é mais que essencial nesta situação; ele é curador, restaurador e libertador. Precisamos estar atentos a quaisquer sintomas que fujam da normalidade, pois nossos filhos sinalizam em todo
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tempo como eles estão. Eles observam todo o ambiente dentro de casa, todas as situações e reagem de diferentes maneiras, e uma delas é o medo. Nas mudanças de fases como sair da Educação Infantil e ingressar no Fundamental I, do Fundamental I para o Fundamental II, e depois a mudança mais radical que é o Ensino Médio, percebemos uma maior ansiedade por parte dos pais que, por sua vez, transmitem aos filhos maior insegurança, gerando assim um grande “medo do novo”. Com base em tudo isso que vimos, seguem algumas atitudes que os pais podem ter para ajudar seus filhos a vencerem estes medos: 1 Comunicar-se de forma clara com a escola, expondo com verdade a dificuldade que seu filho está apresentando e pedindo uma atenção especial ao caso. 2 Demonstrarem verdadeiramente que apoiam seus filhos, respeitando o momento que estão vivendo e transmitindo muito carinho e segurança.
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7 Serem sempre firmes na hora dos filhos irem para a escola, estando com eles e mostrando que tudo irá passar. 8 Declarar a Palavra de Deus com seu filho, antes de ir para a escola.
“Ensinem estas leis aos seus filhos. Conversem sobre elas sempre - em casa, na rua, na estrada, à hora de dormir e de manhã, ao despertar.” Deuteronômio 11.19 9 Orar pela mente de seu filho, durante o sono, antes de sair de casa, antes de estudar, antes de fazer uma prova. Orem e ensinem o valor da oração. 10 Acreditar que toda vitória virá do nosso Deus.
Portanto, pais, permaneçam firmes, pois lutas e dificuldades por vezes atingem nossa casa, mas em todas elas somos mais que vencedores. A Bíblia declara em 1 João 4.18 que “no amor não há medo, antes o perfeito amor lança fora todo medo”. Esta é nossa confiança!
3 Falar sempre a verdade em todo tempo. Se disserem que ficarão com eles na escola, fiquem. Se disserem que os ajudarão, façam. Sempre sendo coerente no discurso e na atitude. 4 Verificar qual o motivo de seu filho estar enfrentando esta situação (medo). Saber se é um problema físico ou emocional. 5 Caso identifique uma dificuldade emocional, procurem orientação de um profissional (psicólogo) que os ajudará com sabedoria a enfrentar e ultrapassar esta dificuldade. 6 Os pais nunca devem culpar-se um ao outro na frente da criança.
Alessandra Bezerra Caldas é pastora, pedagoga, casada com o Dr. Anderson Caldas e mãe de quatro filhos. Já atua na área educacional há 20 anos e fez parte da implantação do Colégio da Comunidade, onde hoje é diretora.
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NA IGREJA, NÃO! MARTA CRISTINA LEITE FERREIRA
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uitos jovens cristãos, cujos pais não compartilham a mesma fé, enfrentam muita dificuldade em casa. É fato que há um choque cultural dentro das famílias, quando o filho tem uma experiência com Deus e começa a apresentar mudanças comportamentais que os pais não compreendem. Esse é o ponto central do conflito: a mudança de comportamento. Por vezes, muitos recém-convertidos se tornam radicais e até intransigentes, pois acreditam que agora tem de participar de todas as reuniões da igreja e se isolam da família. Os pais, então, têm a sensação de estar perdendo o filho. É necessário equilibrar o processo de mudança, pois essa intensidade assusta os pais que, no início, podem não assimilar bem o que está acontecendo. Mas, frequentemente, quando os pais percebem que seus filhos mudaram para melhor,
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eles ficam impressionados e já se tornam simpatizantes do Evangelho. Diante disso, é necessário que os líderes evangélicos trabalhem especificamente com esses jovens e adolescentes, com o objetivo de ganhar o coração dos pais através dos filhos. É o momento, sobretudo, de fortalecer a relação familiar e buscar minimizar conflitos. Assim, é importantíssimo que esses jovens compreendam algumas verdades eternas:
1. OS PAIS NÃO SÃO PERFEITOS Ninguém é perfeito! E os pais também entram nessa categoria: eles se enganam, erram e falham como todo mundo. Uns são rígidos demais, outros são ausentes, autoritários, displicentes, injustos ou compreensivos. Entretanto, as fraquezas dos pais não justificam a desobediência dos filhos. Todo filho tem o dever de obedecer, respeitar e honrar seus pais. “Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. ‘Honra teu pai e tua mãe’ – este é o primeiro mandamento com promessa – para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra.” Efésios 6.1-3
O ideal é que os pais sejam o instrumento de Deus para desenvolver qualidades espirituais nos filhos. Mas, quando esses pais não permitem que os filhos participem das reuniões da igreja, ou até mesmo que se batizem, é preciso lembrar que o coração dos pais, assim como o do rei, “está nas mãos do Senhor” (Provérbios 21.1). E, nesse caso, obedecer-lhes é um exercício de fé.
2. O PRINCÍPIO DA HONRA Por que devemos honrar os pais? Para vivermos bem e não sermos sobrecarregados ou escravizados pela amargura. “Você fará isso?”, Deus te pergunta. “Vai honrar o pai e a mãe que lhe dei? Se Me obedecer, vou abençoar e prolongar a sua vida. E como o amo, quero também adverti-lo: se violar este mandamento, isto afetará toda a estrutura da sua vida.” A razão mais importante para obedecer aos pais, é porque Deus mandou. E Ele diz que nossa obediência resultará em vida longa. Essa promessa não é repetida em nenhum outro mandamento, portanto, seria sábio de nossa parte atentar para ela! Nossos pais têm autoridade sobre nossa vida e devemos respeitar isso. Jesus afirmou:
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“Se me amais guardareis os meus mandamentos... Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e no seu amor permaneço.” João 14.15 e 15.10
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Os filhos precisam ser sensíveis e se esforçar para entender o que se passa com os pais.
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Sempre que necessário, peça perdão.
Aprender a tratar os pais com respeito e honra remove muita pressão de um dos relacionamentos mais importantes e determinantes da nossa história. Se nos relacionarmos de forma positiva com nossos pais, provavelmente nos relacionaremos com todas as demais pessoas de nossa vida com amor, respeito e gratidão. Quando o estresse desaparece, a expectativa de vida aumenta.
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Coopere com eles. Ajude-os.
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Expresse seu amor por eles através de palavras e ações práticas.
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Demonstre gratidão por tudo o que eles fazem.
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Comunique suas opiniões sem gritos, arrogância ou exageros. Isso demonstra respeito.
Você pode estar lendo isso e pensando: ‘Mas você não conhece meus pais, eles não são o tipo de pessoas que merecem ser honrados. Certamente não quero honrá-los e não pretendo fazer isso. Se você soubesse o que passei na minha vida, as minhas cicatrizes, nunca iria esperar que eu praticasse esse mandamento’.
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Se eles não são convertidos, faça de sua vida o seu melhor testemunho. Ore e deixe que Deus, através do Espírito Santo, transforme o coração deles.
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O amor, disse alguém, é melhor soletrado como T-E-M-P-O. Você demonstra que ama alguém quando passa tempo com ele.
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Respeitar, amar e honrar os pais é uma grande preparação para a vida. Fugir, evitá-los, ignorá-los ou desrespeitá-los pode até parecer mais fácil, mas não é o plano de Deus.
Porém, Deus não listou qualquer exceção, isenção ou consideração especial. Esse mandamento se aplica a todos nós, a despeito do que houve no passado. Deus vê a mágoa e o sofrimento que muitos filhos suportam. Ele leva isso a sério, pois sabe como uma pessoa é afetada quando negligenciada em casa. Todavia, mesmo compreendendo essas coisas mais intensamente do que você e eu, Sua Palavra continua ensinando: “Honra a teu pai e a tua mãe... para que te vá bem”. Sempre que alguém enfrentar problemas de relacionamento com seus pais, deve refletir: Tenho feito algo que possa ter ofendido meus pais? Estou permitindo que Deus aprimore minha vida através deles? Algumas práticas podem ajudar:
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Quando comecei a frequentar a igreja, meus pais até aceitaram bem. O problema começou quando eu disse que iria me batizar. Depois que participei do Encontro Vida Vitoriosa, minha mãe me disse coisas horríveis, que preferia me ver morta ao invés de batizada e não autorizava isso de jeito nenhum, pois eu ficaria louca e daria todo meu dinheiro à igreja. Já aconteceram muitas discussões por causa de acampamentos e encontros e cheguei a ir para a Célula depois de ter apanhado. Para minha mãe, eu não preciso de nada disso. Atualmente, vou aos cultos de domingo pouquíssimas vezes, pois isso sempre gera brigas. Eu tento conciliar meu tempo entre minha casa, família, minha vida e também a igreja. Mas, ainda assim, ela diz que só penso na igreja. Procuro não discutir com ela, mas orar, obedecer e mostrar minha fé com atitudes. Minha Célula e amigos me apoiam e me encorajam a continuar. Aliás, eu nem sei onde estaria se não fossem eles. Eu tento apenas ouvir minha mãe e fazer com que ela perceba que eu mudei e o que Cristo fez na minha vida. Dessa forma, permaneço em oração e sigo aguardando, crendo que eu e minha casa serviremos ao Senhor. Depoimento de uma jovem da Comunidade da Graça
Viva com eles até o momento adequado, para que Deus possa prepará-lo para sua futura felicidade conjugal.
Haverá momentos em que você poderá se sentir injustiçado e reprimido. Não se apavore. Entregue a Deus essas situações. Faça sua parte: obedeça aos seus pais, procure ver o ponto de vista deles e seja um pacificador em seu lar. Deixe o resto com o Pai Celestial, pois Ele nunca falha!
Marta Cristina Ferreira é psicóloga, casada com o pr. José Tadeu, é mãe de dois filhos e atua no Ministério com Casais na igreja Sede.
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AH NÃO... DE NOVO, NÃO! PATRÍCIA BEZERRA Relacionamento implica em reconhecer nossas falhas. As que dizem respeito apenas a nós e aquelas que afetam ou ferem outras pessoas. Implica em perdoar quantas vezes for necessário. 18 | comuna | setembro 2013
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uem nunca disse, ou ouviu alguém dizer, que perdoaria daquela vez, mas, no entanto, seria a última. Até mesmo da nossa boca, de nós cristãos, já saiu muita bobagem como essa, bem diferente do que ouvimos do nosso mestre Jesus que nos orientou – num dia – a perdoarmos setenta vezes sete. Exagero dEle? Sei que você pode estar pensando que perdoar não é fácil, e de fato não é, sobretudo quando observamos a situação do ponto de vista do ofendido, daquele que ‘teoricamente’ tem razão. De quem foi a vítima naquela situação. Mas uma das premissas para se perdoar quem quer que seja, é saber que já se foi muito perdoado e, se você foi muito perdoado pelo mesmo Pai que
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ou quem quer que seja que tenha nos provocado uma dor, seja intencionalmente ou não. Outro fato que também devemos admitir, é que todos somos vítimas por uma mão e ofensores por outra. Concordo com você que existem pessoas que foram vítimas apenas uma vez e, mesmo assim, passam a vida inteira se dedicando a ofender as pessoas, é verdade! Essas pessoas são perversas e se enquadram em outro tipo de artigo. Porém, mesmo que você tenha ofendido poucas vezes, você ofendeu. E, não se iluda com essa conversa de “eu não tive a intenção”. Temos que assumir nossas maldades, sim. Muitas vezes, quando ficamos enfurecidos, dizemos coisas terríveis que não teríamos coragem de dizer em condições normais;
Todos nós temos a capacidade de frustrar, desiludir, ofender, assim como temos a capacidade de surpreender, amar, de ser solidário. perdoou o seu ofensor, é porque vocês dois estão em igualdade de condições. “Ah, mas eu não cometi a mesma falha que ele...” – diria você. Não importa. Não cometeu essa, mas está cometendo a da arrogância, por se julgar superior ao seu irmão (vale uma lida na parábola do credor incompassivo, lá em Mateus 18.23-35). Todos nós somos pecadores e carecemos da graça de Deus (Romanos 3.23). Todos nós temos a capacidade de frustrar, desiludir, ofender, assim como temos a capacidade de surpreender, amar, de ser solidário. O que não podemos é negar que esse potencial existe e nos julgarmos melhor do que nosso irmão ou irmã, ou pai ou mãe,
nossa ‘autocensura’, que toma conta do que é permitido ou sensato dizer, baixa, e nossos sentimentos afloram e revelam o que pensamos e sentimos. Mas o problema não está naquilo que sentimos, está no porquê de, por vezes, não conseguirmos revelar de outra maneira que não seja numa explosão de emoções. Por que não conseguimos compartilhar aquilo que nos incomoda ou que nos parece fora de ordem em nossas relações de amizade, familiares, institucionais? A Escritura nos diz que onde está o Espírito Santo de Deus, aí há liberdade (2 Coríntios 3.17). O que desejo, para mim e para você, é que sejamos livres em
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nossas relações. Honestos e humildes para errar e também para pedir perdão. E generosos o suficiente para perdoar de novo, de novo, de novo, de novo...
Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas. Mateus 18:33-35
Patrícia Bezerra, é psicóloga e vereadora de São Paulo. É a única nova mulher eleita na Câmara Municipal em 2012. É casada com Carlos Bezerra Jr. e mãe da Giovanna e da Giulianna. Já foi muito perdoada. Tem aprendido a perdoar mais a cada dia.
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DICAS PARA UM GRUPO DE DISCIPULADO LUIS CLAUDIO BOTELHO, PR.
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ietrich Bonhoeffer disse certa vez que “Cristianismo sem discipulado é cristianismo sem Cristo”. O discipulado é muito importante, pois ajuda a formar as pessoas segundo o caráter de Cristo. O Grupo de Discipulado, ou GD, é a Célula de líderes. Ele deve ser um lugar onde as pessoas tenham prazer em ir; onde o discipulador possa, na prática, amar e servir aos liderados. Os discípulos, por sua vez, recebem este amor e passam adiante, nos demais níveis. Muitas vezes um GD acaba se tornando um GT – Grupo de Trabalho. Quando isto acontece, os discípulos se veem mais como empregados do que realmente como discípulos. É claro que existem coisas administrativas a
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serem tratadas, mas este não é o foco principal do GD. Para um GD ser prazeroso, sadio e frutífero, discipulador e discipulados precisam gerar dentro do grupo um ambiente de amor e serviço. Para que isso aconteça, aqui vão algumas dicas: As pessoas devem ser estimuladas a estarem umas com as outras, ao invés de evitarem umas às outras. Para isso acontecer, devem se reunir periodicamente. GDs que acontecem em períodos muito extensos acabam se tornando GTs (Grupos de Trabalho).
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O líder deve ser alguém totalmente interessado pela vida de seus discípulos. Um líder que não ama seus discípulos, não é um líder – é um chefe de departamento. O líder deve se envolver na vida de seus discípulos.
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O líder deve se preparar para o GD. A ideia de que, “na hora, o Senhor me revelará” não funciona. O discípulo sabe quando seu líder não se preparou. E, quando isto acontece, o discípulo fica com a sensação (e se isto acontece frequentemente, com a certeza) de que tanto o GD quanto sua vida (e a vida dos demais do grupo) não tem valor.
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O líder jamais deve emitir suas opiniões pessoais, e sim usar a Bíblia para ajudar o grupo. Frases como “Eu acho que”, “Em minha opinião” devem ser abolidas e substituídas por “Segundo a Palavra”, “A Bíblia diz”. Chavões e ditados populares não transformam vidas; somente a Palavra de Deus causa este efeito. Quando o líder usa a Palavra, seus discípulos veem o modelo e fazem da mesma forma.
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As pessoas têm de ir ao GD para serem fortalecidas e edificadas, e devem sair do GD com a convicção de que isso realmente aconteceu. Se isto acontecer, as pessoas não verão a hora do próximo encontro do GD.
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Os discípulos devem encontrar no GD um lugar onde possam abrir seu coração – sem medo. Para isso, tanto o líder quanto os liderados devem estar de coração aberto. Se o líder não é uma pessoa acessível, mas que sempre se mostra como alguém “infalível”, as pessoas terão medo de abrir seus corações e perderão a oportunidade de serem curadas dentro do grupo.
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A verdade deve sempre ser dita em amor, e não de uma forma condescendente ou condenável. As pessoas devem colocar suas opiniões de forma clara e honesta, sem ofender ou magoar os outros. Algumas pessoas, quando não têm a sua opinião aceita, acabam por atacar e ridicularizar a demais opiniões do grupo.
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Deve existir uma atmosfera de liberdade, onde as opiniões possam ser compartilhadas sem a percepção de que a pessoa que está em desacordo é, de alguma forma, desleal. Se isto acontece, o grupo se torna fechado, condescendente, as pessoas não crescem, não se sentem à vontade, e se tornam desestimuladas a prosseguir no GD.
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As divergências podem existir sem o medo de que os relacionamentos sejam destruídos. A pior coisa em um grupo é quando as pessoas não se posicionam. Isso pode gerar algo terrível, o chamado “Não falei que ia dar errado?”. Se não houver liberdade, então o GD terá problemas!
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Todas as opiniões devem ser valorizadas e levadas em consideração. Um líder falha quando acha que todos estão contra aquilo que “ele entende como sendo o certo”. O líder tem de estar aberto para críticas e elogios. Um líder que menospreza as críticas perde a oportunidade de crescer, e se torna um tirano, afastando as pessoas dentro do grupo.
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As pessoas devem se sentir à vontade para pedir ajuda no GD, ao invés de simular uma situação em que está tudo bem. E tanto o discipulador quanto o grupo devem ser receptivos e amorosos. O GD é o ambiente onde as pessoas podem se abrir, se expressar, chorar, rir.
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As pessoas não devem ser questionadas como se estivessem sendo testadas ou provadas. Isso torna o ambiente pesado, e forma pessoas inseguras. Quando as pessoas se sentem pressionadas, elas tendem a dar respostas prontas e nunca expõem suas opiniões.
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O GD deve trabalhar a “tensão” de forma honesta e sincera, ao invés de dizer que não há nada de errado. Quando isso não acontece, as pessoas acabam colocando para fora do grupo aqueles com os quais discordam. Onde há pessoas, existe tensão. A questão é saber lidar com estes momentos. Os membros do GD devem agir como agentes pacificadores, e não como fomentadores de contenda. O líder deve ser sábio para discernir a situação, não ouvindo somente uma das partes, mas a todos, e então deve orar e pedir direção a Deus para saber como conduzir a situação.
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O amor deve ser a base do GD. As pessoas precisam se sentir amadas. Da mesma forma, os líderes precisam se sentir amados e valorizados. Esta é a chave para que o amor seja visto e reconhecido pelas pessoas as quais eles lideram.
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“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13.35).
Tanto o discipulador quanto os discípulos devem atacar os problemas, e não uns aos outros. Os problemas devem ser sanados. As pessoas, amadas e servidas. Um grupo onde as pessoas atacam umas às outras, não é mais um grupo.
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Os discípulos devem ser estimulados a abraçar responsabilidades, ao invés de culpar os outros. A pior coisa que pode acontecer para um líder é quando ele não assume a responsabilidade pelo que faz, tentando convencer as pessoas com desculpas (muitas vezes usando até textos bíblicos para validar suas decisões). As pessoas devem assumir suas responsabilidades e mostrar que, mesmo que estejam erradas, agem corretamente.
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Luis Claudio Botelho é pastor de Jovens na Comunidade da Graça de São Bernardo do Campo. É casado com Adriana e pai de 2 filhos
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Seria absurdo imaginar a doutrina dos apóstolos ser diferente da palavra. Deus jamais faria isso. O que mais se percebe em Atos, e não daria para reunir aqui todos os versículos, é uma ênfase na propagação da palavra; que nada mais é do que a Palavra de Deus, ou seja, dos ensinamentos bíblicos, da doutrina dos apóstolos. Confira abaixo:
A DOUTRINA DOS APÓSTOLOS a 1ª base da igreja em células Carlos Alberto Bezerra, pr.
“E
steja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2.36 a 38 Tanto quanto o livro de Gênesis é fundamental para a nossa compreensão do princípio de todas as coisas e do projeto original e eterno de Deus, o de Atos dos Apóstolos, quinto livro do Novo Testamento, tem grau de importância equivalente. Nele, estão registrados não só os aspectos históricos do princípio da igreja, que são fascinantes, mas também as bases, os pilares, os valores e o dogma (ponto fundamental e indiscutível de uma crença) dos primeiros cristãos. Não é de se estranhar que depois de todos os profetas do Velho Testamento, de João Batista, considerado por Jesus como o maior profeta nascido de mulher (Lucas 7.28), do próprio Jesus – o Verbo (a Palavra) que se fez carne (João 1.14), e do derramamento do Espírito Santo, nascesse uma comunidade fortemente estruturada na Palavra de Deus – na Bíblia, que nada mais era do que a doutrina dos apóstolos, como bem registrou o autor Lucas, em Atos 2.42: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”.
“Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.” Atos 2.41 “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o número de homens a quase cinco mil.” Atos 4.4 “Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra.” Atos 4.29 “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.” Atos 4.31 “Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas... e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” Atos 6.2 e 4 “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.” Atos 6.7 “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra.” Atos 8.4 “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos.” Atos 10.36 “Entretanto, a palavra do Senhor crescia e se multiplicava.” Atos 12.24 “No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.” Atos 13.44 Cristo e a palavra se confundem. Nem poderia ser diferente. Ambos representam a mesma voz de Deus para os homens. Cristo, como a Palavra encarnada; a palavra, como o ensinamento bíblico, pregada pelos apóstolos, pelos judeus convertidos, por Paulo – o apóstolo – e seus colabores, mais os novos convertidos não judeus (gentios). Por
isso aquela primeira comunidade era tão cristocêntrica; ou seja, centrada em Cristo. Na primeira pregação da era cristã, Pedro, o apóstolo, cheio do Espírito Santo, ganhou quase três mil pessoas para o reino de Deus (Atos 2.41) com seu sermão. Perplexos com o plano maravilhoso de Deus para a salvação da humanidade, os ouvintes perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos o que deveriam fazer. E a doutrina cristocêntrica apontava para fundamentos como o arrependimento, o batismo nas águas em nome de Jesus Cristo, a remissão de pecados pela fé na obra perfeita de Cristo na cruz, e o recebimento do Espírito Santo como selo e como poder necessário para uma vida cristã normal e vitoriosa, conforme texto de abertura deste artigo. Se no Velho Testamento a palavra era prerrogativa dos profetas, no Novo Testamento cada discípulo de Cristo é um profeta; um conhecedor e transmissor da palavra, da doutrina Observe isso no ensinamento de Jesus: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8.31 e 32 O apóstolo Paulo confirmou aos irmãos de Éfeso: “Vocês são como um edifício e estão construídos sobre o alicerce que os apóstolos e os profetas colocaram. E a pedra fundamental desse edifício é o próprio Cristo Jesus. Ele mantém o edifício todo bem firme e faz com que cresça como um templo dedicado ao Senhor. Assim vocês também, unidos com Cristo, estão sendo construídos, junto com os outros, para se tornarem uma casa onde Deus vive por meio do seu Espírito.” Efésios 2.20 a 22 Que maravilha seria se as igrejas de hoje estivessem fundamentadas na palavra. Não me refiro ao legalismo da lei ou à observância fria da lei, mas à lei perfeita do amor, que leva cada discípulo de Cristo a viver do mesmo jeito que seu Mestre.
No Novo Testamento cada discípulo de Cristo é um profeta; um conhecedor e transmissor da palavra, da doutrina
A COMUNHÃO O segundo pilar de uma igreja em células é a Comunhão. Wagner Fernandes, pr.
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palavra comunhão significa ação ou efeito de comungar; ato de realizar ou desenvolver alguma coisa em conjunto; harmonia no modo de sentir, pensar, agir; identificação: comunhão de pensamentos; em que há união ou ligação; compartilhamento. Não é de se estranhar que os primeiros cristãos tivessem na comunhão uma das bases de vida. A perda da comunhão com Deus foi o primeiro desastre decorrente do pecado de Adão e Eva no Éden. “Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.” Gênesis 3.8-10 A obra redentora de Cristo na cruz teve por finalidade, entre tantas, o extermínio da natureza egoísta do homem. Na morte juntamente com Cristo, nossa natureza carnal e individualista foi crucificada. Na ressurreição com Cristo, ganhamos a mesma natureza do nosso irmão mais velho, Jesus, para vivermos em novidade de vida; ou seja, em comunhão com os outros. “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente,
o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos.” Romanos 6.4-6 Não existe nenhuma possibilidade de alguém viver em comunhão sem experimentar o novo nascimento. Jesus disse em João 3.6 que “o que é nascido da carne é carne”; portanto, não tem interesse algum na comunhão. No mesmo verso Jesus sentenciou: “o que é nascido do Espírito é espírito”; ou seja, aquele que recebeu a vida de Cristo, tem sua comunhão restaurada com Deus e com o próximo. O apóstolo João traduziu, no Novo Testamento, a perfeita dinâmica do reino de Deus. Ele convidou os cristãos do mundo todo para a vida em comunhão. Ouvi de um amigo, certa vez, que Deus nos chama para uma dança de roda. O Pai, o Filho e o Espírito Santo nos chamam para a mesma “dança” que havia no início com o primeiro casal, na dispensação da inocência, quando ainda não havia pecado no mundo (dispensação significa um período de tempo que Deus prova o homem). O quadro da dança de roda é muito oportuno, faz todo sentido e tem o respaldo bíblico de João. Veja como a Bíblia fala por si só: “O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa. Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” 1 João 1.3-7 Na oração por todos os seus seguidores, Jesus reforçou o conceito da roda da comunhão. Em João 17.20 a 23, Ele disse: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim”. O apóstolo Paulo também bradou a favor da comunhão como estilo de vida cristã normal. Em 2 Coríntios 5.14 e 15 ele disse:
“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. Seria redundante, mas é óbvio que quem vive em comunhão com Deus, vive também em comunhão com os homens criados à imagem e semelhança de Deus. E temos muito que aprender com a primeira igreja. Atos 2.44 a 47 afirma: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. O termo comunhão designa um grupo que vive a vida comum do temor a Deus e à Sua Palavra, com reflexo externo e direto na vida das pessoas, e em benefício delas. O termo comunhão sugere a palavra comunidade, que sob o aspecto sociológico significa um conjunto de pessoas que se organizam sob o mesmo conjunto de normas, geralmente vivem no mesmo local, sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e histórico. Que o Senhor nos ajude e nos dê revelação da extensão e profundidade da comunhão. A igreja de Atos começou bem. A continuidade depende de cada um de nós.
Seria redundante, mas é óbvio que quem vive em comunhão com Deus, vive também em comunhão com os homens criados à imagem e semelhança de Deus.
somos lembrados que Jesus Cristo é Deus, que se fez homem para a salvação de todo aquele que crê; que Ele é o Salvador do mundo, e nosso Salvador pessoal; e que nós somos os pecadores que precisamos dessa salvação.
O PARTIR DO PÃO
Paulo Alexandre Sartori
“E
, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim.” Lucas 22.19
Essas palavras de Jesus foram ditas aos discípulos em sua última refeição antes de Sua morte na cruz (Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25 e Lucas 22.1923). E é isso que os cristãos de todo o mundo e de todas as épocas têm feito desde então, celebrando o Partir do Pão conforme instruções do apóstolo Paulo (1 Coríntios 11.23-26). Uma enciclopédia bíblica diz que: “A Ceia do Senhor era o ponto central na vida e culto da Igreja primitiva”. O pão era um artigo muito importante no Oriente antigo. Quando Jesus institui o pão e o vinho como os elementos da Ceia, ele sabia exatamente o quê estava fazendo. Para os judeus, isso fazia parte de um ritual de aliança. Por isso, a Ceia é um momento de comunhão da Igreja com seu Senhor, para fortalecimento espiritual de cada membro do corpo de Cristo.
EM MEMÓRIA DE CRISTO
Continuamos a participar da Ceia em memória de Cristo. Isso implica mais do que trazer à lembrança o ato e a pessoa de Jesus; implica também reafirmamos nossa identidade como cristãos: “Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1.27). A ceia nos faz lembrar que Cristo não é um grande exemplo a ser imitado, o sábio mestre com quem devemos aprender coisas boas, ou o maior homem, líder, psicólogo, filósofo ou médico que já existiu. Mais do que isso,
O pastor e professor Eugene Peterson diz em seu livro A Maldição do Cristo Genérico que, sem a ceia do Senhor, “é extremamente fácil desviarmos para uma espiritualidade dominada por ideias sobre Jesus, em vez de receber vida de Jesus”. Ao participarmos do partir do pão, declaramos nossa inclusão na morte e ressurreição de Cristo – nosso velho homem foi crucificado com Ele a fim de participarmos de Sua vida ao tomarmos parte em Sua ressurreição (Romanos 6.6-8). A ceia nos faz lembrar que somos pecadores que foram perdoados, condenados à morte que foram redimidos, perdidos que foram resgatados, separados de Deus que foram reconciliados. O partir do pão indica o compromisso que cada discípulo de Cristo tem com a continuidade do ministério do Mestre em favor dos homens.
EXAMINANDO O CORAÇÃO Por isso, não podemos participar da Ceia de qualquer jeito. Precisamos fazer isso com entendimento e temor. A Bíblia nos orienta antes a examinarmos o coração. E é nesse exame que reconhecemos o valor de Cristo e Sua obra, bem como, avaliamos nossa vida, confessando nossos pecados e tomando decisões de mudanças. Assim ficamos prontos para participar. “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.” 1 Coríntios 11.28-29 Isso tudo faz da Ceia do Senhor um momento único e especial na vida de todo cristão. Com certeza, a maior e mais importante celebração do cristianismo, como enfatiza Dietrich Bonhoeffer em seu livro Vida em Comunhão:
“A comunhão da ceia do Senhor é o preenchimento superlativo da comunhão cristã. (...) Aqui a comunidade alcançou o seu objetivo. Aqui a alegria em Cristo e em sua comunidade é completa”.
AS ORAÇÕES
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Em Atos 2.42, está registrado, como resultado do derramar do Espírito Santo no dia de Pentecostes, que a igreja reunida nas casas perseverava também nas orações. O fruto imediato aparece em Atos 2.47, quando a Palavra de Deus declara que “diariamente o Senhor acrescentava à igreja aqueles que se haviam de salvar” e, como consequência disto, em pouco tempo o número dos que creram já chegava a cinco mil homens (Atos 4.4).
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Em Atos 3.1, encontramos Pedro e João indo ao templo para a oração da hora nona (15 horas), quando então o Senhor usou-os para curar o paralítico na porta chamada Formosa, o que proporcionou a oportunidade de Pedro novamente pregar o evangelho para uma multidão, e muitos ali se converteram.
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Em Atos 4.24, depois das ameaças feitas aos apóstolos pelo sumo sacerdote e muitos outros líderes, eles oraram com muita ousadia (4.24-30), e o resultado foi instantâneo, pois houve uma manifestação tão poderosa do Espírito Santo que aquele lugar tremeu, eles ficaram cheios de poder e, sem nenhum temor, continuaram anunciando a Palavra de Deus (Atos 4.31).
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Em Atos 6.4, o grupo dos apóstolos, depois de delegar a homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a administração dos alimentos para as viúvas, tomou a decisão fundamental de continuar perseverando na oração e no ministério da Palavra. Os benefícios disto aparecem imediatamente, pois está registrado que o número de discípulos se multiplicava muito (Atos 6.7).
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Em Atos 12.5, quando Pedro foi preso e sentenciado à morte por Herodes, as Escrituras nos declaram que a igreja orava continuamente por ele a Deus. O resultado nos impressiona ainda mais, pois houve uma intervenção divina que, maravilhosamente, de maneira pronta e imediata, libertou totalmente a Pedro das correntes, dos guardas, da prisão e de Herodes.
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Em Atos 13.2, vemos a Célula principal da igreja de Antioquia, composta por profetas e doutores, reunida em oração e jejum. A resposta é imediata e afetou profundamente a história do cristianismo, pois o Espírito Santo se manifestou e ordenou o envio de Saulo, acompanhando a Barnabé, para a obra missionária. Este projeto divino acabaria gerando o apóstolo Paulo, que se tornou uma personagem fundamental no desenvolvimento da Teologia Cristã e na expansão do evangelho por todo o mundo.
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Em Atos 16.25, vemos novamente o poder que aqueles irmãos desfrutavam na oração, quando Paulo e
Carlos Alberto Antunes, pr.
“T
odos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.” Atos 1.14
Um dos pilares da igreja em Células são as orações. O livro dos Atos dos Apóstolos demonstra isso com muita clareza. O Novo Testamento menciona que as reuniões da igreja aconteciam predominantemente nas casas e, excepcionalmente, em outros lugares públicos, como no pátio externo do templo em Jerusalém. Naturalmente organizados em Células, as orações feitas pelos cristãos tinham uma importância fundamental para a dinâmica e o crescimento extraordinário da igreja primitiva. Assim, quando analisamos os eventos das Células narrados no livro de Atos, ficamos muito impressionados com o poder que eles desfrutavam nas orações, pois acabamos descobrindo que as respostas divinas se manifestavam imediatamente, demonstrando a efetividade absoluta dos ensinamentos de Jesus sobre o poder da oração dos pequenos grupos: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por eu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” Mateus 18.18-20 Assim, podemos verificar o poder da oração nas Células pela rapidez das respostas do Senhor nos seguintes eventos narrados em Atos. 30 | comuna | setembro 2013
Silas estavam presos em Filipos, pois em resposta à suas orações, na mesma hora o Senhor manifestou novamente o seu poder, enviando um grande terremoto que abriu todas as celas e soltou todos os presos, criando mais uma oportunidade para eles evangelizarem o carcereiro, que se converteu com toda a sua casa (Atos 16.31-33). Evidentemente, o poder nas orações que a igreja em Células desfrutava em Jerusalém, estava diretamente ligado, como causa e efeito, à vida de santidade, de temor a Deus e à sua Palavra, e de uma perfeita unidade na comunhão do corpo, da fé e do Espírito (Atos 4.32). Isso só é possível ser alcançado nos pequenos grupos que vivem a realidade dos mandamentos recíprocos.
turando um dos principais pilares da igreja em Células. Isso possibilitará que a nossa visão, de sermos uma igreja família, vivendo o amor de Cristo, alcançando o próximo e formando discípulos, se torne plena realidade para a glória de Deus!
Quando analisamos os eventos das Células narrados no livro de Atos, ficamos muito impressionados com o poder que eles desfrutavam nas orações
Dessa forma, vemos a relação absoluta entre as orações e tudo o que diz respeito à vida de uma Célula: crescimento (Atos 4.47), multiplicação dos discípulos (Atos 6.7), líderes livres de laços do diabo (Atos 12.5), curas, milagres e maravilhas (Atos 3.1 e 16.26-31), e também novos projetos de implantação de Células em outras cidades (Atos 13.2). Cremos que tudo isso é mais do que suficiente para nos convencer da importância fundamental das orações, para que nossas Células se tornem cheias da vida de Deus, expressando de maneira clara a presença, o poder e o propósito de Jesus Cristo de manifestar a Sua salvação através dos pequenos grupos reunidos em Seu nome. Também, na atualidade, temos muitos outros exemplos da conexão total entre as orações e o mover de Deus nas igrejas em Células. O exemplo mais clássico é a igreja em Células liderada pelo Pr. Paul (David) Yonggi Cho, em Seul, na Coréia do Sul, que acabou adquirindo uma montanha, onde construiu nichos para os irmãos buscarem a Deus. Como resultado disso, esta igreja já chegou a 800 mil membros (fonte: Wikipédia), e sustenta 500 missionários. Também, já são muito conhecidos os resultados das pesquisas que o Pr. Joel Comiskey realizou em muitas igrejas em Células de várias partes do mundo, cuja conclusão principal foi a de que os líderes que mais oram, são aqueles que têm maior sucesso na multiplicação de discípulos e de Células. Portanto, cremos que todos nós, envolvidos na visão celular da igreja Comunidade da Graça, ou da igreja em geral, pastores, supervisores, líderes, auxiliares e membros dos grupos, precisamos nos arrepender e nos converter com completa determinação à revelação tão clara deste princípio divino, dos efeitos tremendos das orações na vida de nossas Células. Assim fazendo, estaremos estrusetembro 2013 | comuna | 31
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MÚSICA INSPIRADORA
“Do Senhor me vem a inspiração. É louvor do alto do coração” Adhemar de Campos
ADHEMAR DE CAMPOS, PR.
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o longo da sua história, a igreja evangélica brasileira tem sido influenciada por duas linhas quanto à liturgia de culto: a tradicional e a pentecostal. Mesmo considerando a existência de outras, nossa forma de cultuar a Deus em nossas reuniões é o reflexo ou variação dessas duas tendências. Diante disso, é interessante pensarmos em como adequar nossa herança à realidade atual. Em nosso meio cristão, existem aqueles que vieram de uma experiência, digamos, tradicional. Eles conheceram e vivenciaram ao longo dos anos uma liturgia mais rígida, pré-elaborada, em que o culto possuía um roteiro previamente orientado em vários detalhes, de modo que se podia prever o que aconteceria a cada momento ou ato na reunião. Por outro lado, há os que vieram do movimento pentecostal, li-
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nha que conferia uma linguagem mais popular, algo mais “solto” com cânticos ritmados e marcados por palmas e expressões corporais. Não podemos negar o valor dessas raízes em nossa herança cristã, pois certamente elas tiveram grande importância em um determinado período da nossa história. Creio, porém, que Deus tem sempre coisas novas. Ele é criativo e poderoso para agir de modo maravi¬lhoso e surpreendente. Seus feitos se reno¬vam a cada manhã. Veja o que as Escrituras dizem sobre isso: “E se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador.” Colossenses 3.10 Esse texto conscientiza-nos que o novo homem vive em uma dinâmica
de renovação constante em sua caminhada de fé. Significa que ele sempre estará reformulando seus conceitos, ideias, princípios e comportamentos através da Palavra de Deus, pela intermediação do Espírito Santo, prosseguindo rumo a um conheci¬mento mais profundo e pleno da verdade. O novo homem está habituado ao novo de Deus, ou seja, à revelação de Deus por meio da Palavra. Nela encontramos ensinos preciosos que nos mostram a maneira de Deus pensar a respeito de tudo, inclusive do culto. A visão de Deus se projeta no culto a partir do templo, tendo na música um meio de comunicação e expressão de louvor. “Escreverei para vós um cântico para que me seja como testemu-
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nho...” Deuteronômio 31.19 (versão de Portugal) e “Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto.” Salmo 100.2 A ideia de templo foi desenvolvida com base na comunhão e no relacionamento desde Gênesis 1, passando pelos altares erigidos por Abraão, o tabernáculo, o templo em Jerusalém, até chegar à Igreja constituída de “pedras vivas que formam uma casa espiritual e um sacerdócio santo.” 1 Pedro 2.5 Essa sempre foi a ideia e o projeto de Deus desde o princípio. É nesse contexto que a música se encaixa e passa a ser relevante. É nesse cenário que ela se torna inspiradora porque cumpre um propósito divino. Não é por menos que ela estava presente no ato da criação: “Quando eu lançava os fundamentos da terra... quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam.” Jó 38.6-7, está presente na natureza através do canto dos pássaros “Junto delas (as fontes de água) as aves do céu terão a sua habitação, cantando entre os ramos.” Salmo 104.12, e também no homem “E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus...” Salmo 40.3 A música está em toda a Bíblia, culminando com o livro do Apocalipse. “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.” Apocalipse 5.9 A música inspiradora brota de corações regenerados, outrora ímpios, mas que agora foram feitos filhos capaci-
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tados a adorarem ao Pai em espírito e em verdade (Joao 4.23).
É quando a congregação se reúne para celebrar:
Não existe música inspiradora sem corações inspirados, que se quebrantam na presença de Deus diariamente.
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A ressurreição de Jesus
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A nova vida em Cristo
“Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” Salmo 51.17 e “Encha-se a minha boca do teu louvor e da tua glória todo o dia.” Salmo 71.8
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A comunhão do corpo de Cristo
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As bênçãos espirituais de Efésios 1.3
Não existe mágica nem fórmulas milagrosas que possam gerar um ambiente inspirador em nossos cultos. O único meio para isso acontecer é através do modelo mostrado pelos textos acima e vários outros da Bíblia. Não precisamos ficar presos a essa ou aquela tradição. Precisamos sim ser pessoas renovadas pelo Espírito Santo e pela Palavra diariamente, lembrando que somos templo do Espírito e, nessa condição, o culto acontece o tempo todo. “Louvarei ao SENHOR em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca.” Salmo 34:1-2
Deus nos criou para o louvor da Sua glória, para lhe darmos louvor. É um projeto divino, eterno, no qual fomos incluídos por Sua graça. Viver a vida nova que temos em Cristo é viver inspirado todos os dias, a despeito das lutas. Façamos do nosso viver diário a música mais inspirada e dedicada ao Pai. Ele é digno de todo o louvor e adoração!
A visão de Deus se projeta no culto a partir do templo, tendo na música um meio de comunicação e expressão de louvor.
O foco desse texto é o culto individual, ou seja, a comunhão pessoal com Deus. O salmo 149 aponta para o culto congregacional. “Louvai ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos.” Salmo 149.1 A soma dos cultos individuais diários resulta no culto congregacional. É nesse ajuntamento que acontece a celebração.
Adhemar de Campos é músico, compositor e pastor na Igreja Comunidade da Graça – SEDE. É casado com Aurora, e tem três filhos.
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COMUNIDADE DA GRAÇA EM SÃO MATEUS/SP
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Em 21 de maio de 1994, o pastor Carlos Alberto desafiou os pastores Noé e Suely Antunes a começarem oficialmente a Comunidade da Graça no bairro de São Mateus, na zona Leste de São Paulo. Um grupo que se reunia ali, em formato de Célula, cresceu, passando a ocupar o primeiro salão alugado para as reuniões.
Em abril de 2004 o casal Davis e Sandra Mosço foi desafiado a auxiliar os pastores Ludovico e Solange Motta, que então cuidavam do rebanho em São Mateus. Naquela ocasião, o Davis havia retornado de um desafio missionário na CG Atibaia, onde conheceu sua esposa Sandra. Eles vieram para São Paulo, começaram a participar de uma Célula, depois foram anfitriões e líderes, e já estavam atuando como supervisores quando foram enviados para a CG São Mateus. Um ano depois, no dia 15 de maio de 2005, assumiram oficialmente o cuidado pastoral dessa Comunidade. Foi um grande desafio, pois eles estavam casados há apenas 3 anos, ainda se adaptando à chegada do primeiro filho, Davi, e à gravidez do segundo, Artur. O Davis havia iniciado o curso no Seminário Teológico Batista Nacional e tinha planos de crescimento para sua empresa. A Sandra, ainda assustada com a mudança radical que o casamento e a maternidade trouxeram para a sua vida, agora tinha também o desafio de assumir o pastoreio da igreja ao lado de seu esposo. Conciliar tudo isso não foi fácil. No início, eles se focaram em desenvolver relacionamentos por meio de visitas constantes em todos os lares. Isto trouxe uma aproximação muito grande entre o casal e os membros da igreja, que na época tinha cerca de 120 pessoas. Aos poucos, foram alinhando a forma de trabalho com a visão e o trilho de treinamento. As reuniões de oração e planejamento começaram a ser feitas durante as madrugadas, visto que era o único horário que os líderes principais tinham disponível. A igreja se uniu em oração, e os frutos começaram a surgir. As Células foram se fortalecendo, crescendo e multiplicando-se, pois todos começaram a se dedicar intensamente aos desafios de crescimento, incluindo visitas, discipulado um a um, treinamento e formação de novos líderes. Sendo sempre encorajados pelos pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra, e discipulados semanalmente pelos supervisores Valmir e Na-
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Culto de celebração na Comunidade da Graça em São Mateus/SP
dia, eles deram continuidade ao trabalho, com a consciência de que Deus os chamou para conquistar São Mateus e os bairros vizinhos. Todos os desafios, eventos e projetos realizados na Comunidade, visam alcançar as pessoas que ainda não tiveram um encontro real com Cristo. Esse é nosso alvo principal, pois Deus tem interesse em salvar famílias. E nós somos os instrumentos que Deus vai usar. Para isso, temos nos focado no contínuo treinamento dos líderes atuais e na formação de novos líderes através do CTL (Centro de Treinamento em Liderança), estimulando todos a estudarem os materiais que compõem o Trilho de Treinamento de nossa Comunidade. Como somos uma igreja em Células, onde cada membro é um ministro, desafiamos todos a se envolverem no discipulado um a um, que tem gerado muitos frutos na vida das pessoas envolvidas. A maioria destes encontros acontece no prédio da Comunidade, aproveitando a estrutura de salas e estacionamento. A pastora Sandra tem desenvolvido um trabalho lindo com as mulheres de nossa Comunidade: o Projeto Saúde Total reúne cerca de 700 mulhe-
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aconteceu
Pr. Davis Mosço e sua esposa Sandra. Eles têm 2 filhos - Davi de 10 e Artur de 7 anos
Comunidade da Graça em Santo André
Comunidade da Graça em José Bonifácio
res que buscam, através da poderosa Palavra de Deus, a cura total para o espírito, a alma e o corpo. Visando fortalecer o trabalho, desenvolvemos uma escala entre as supervisões de Células. Desta forma, não atuamos mais por
ministérios, mas as Células suprem todas as necessidades da vida da igreja local, que envolvem o diaconato, as crianças, o louvor e a cantina. Tudo parte das Células. Com isto, todos os membros se sentem úteis e todos podem atuar como ministros, servindo no corpo de Cristo. Isto tem cooperado no treinamento de todos para a implantação de novas Comunidades. Um dos frutos deste tipo de trabalho é que, de apenas 6 professores no antigo Ministério Infantil, hoje temos cerca de 80 professores enviados pelas Células. Uma estratégia de crescimento que temos usado é o Impacto Vida Vitoriosa, onde as Células têm o alvo de levar pessoas não convertidas para passar o dia em uma chácara ouvindo sobre libertação do pecado, a obra da cruz, arrependimento e novo nascimento. Encerramos o dia com uma grande festa na Comunidade, onde os amigos e familiares são convidados para recepcionar todos os que estão chegando desse evento. Desta forma temos evangelizado toda a família dos participantes. Algo que mantemos desde o início são os encontros de oração
que chamamos de Reunião dos Sedentos por Deus, todos os sábados e domingos. Hoje, na CG São Mateus, entre adultos e crianças, temos cerca de 1.200 membros, sendo que a maioria está envolvida com as Células. Em agosto de 2011 inauguramos nossa primeira congregação no bairro de José Bonifácio com o casal Clayton e Rita. O que começou com uma Célula de 20 pessoas, após 2 anos, já possui mais de 200 membros. GLÓRIA A DEUS! Em dezembro de 2012 inauguramos a nossa segunda congregação no município de Santo André com o casal Jocimar e Marisa. Começamos com 4 Células e cerca de 40 pessoas e, após 1 ano, já contamos com mais de 130 membros. GLÓRIA A DEUS! Temos o projeto de inaugurar nossa terceira congregação em novembro deste ano, que será a CG Jardim Iguatemi, que também começará com 4 Células e cerca de 40 pessoas, e cremos que se multiplicará em centenas de milhares! Ainda estamos muito distantes daquilo que os nossos pastores Davis e
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Sandra têm sonhado, mas a nossa maior alegria é que “apesar de nós” e de todas as nossas limitações, a graça e a misericórdia do Senhor tem estado sobre nós e estamos sonhando que em breve seremos 3.000 e depois 10.000 até ultrapassarmos o numero de 30.000 salvos, que é o nosso alvo.
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Temos trabalhado para manter a paixão, a persistência e a alegria no coração de cada um dos membros de nossa Comunidade, pois cremos que são ingredientes fundamentais na vida da igreja. Como diria o nosso pastor Carlos Alberto: “Vamos em frente, pessoal!”.
Pr. Clayton e Rita
Equipe de Liderança da Comunidade da Graça em São Mateus/SP
TESTEMUNHO Meu nome é Elba dos Santos, tenho 56 anos e sou casada com o Paulo Carlos dos Santos. Temos 6 filhos e 14 netos. Dois anos atrás eu estava vivendo um momento de muitas dificuldades, pressões e tristeza. Eu nunca sabia como meu esposo iria chegar em casa, se sóbrio ou totalmente alcoolizado, brigando com os vizinhos, batendo nas portas e gritando. Isso fazia da minha vida um verdadeiro inferno. Também via meus filhos sofrendo e perdidos. Um dia, meu cunhado Francisco e minha irmã Enaura, que eram supervisores de Células na Comunidade da Graça em São Mateus, me fizeram o desafio de recebê-los em minha casa para o “Projeto Casas de Paz”. Foram oito semanas que mudaram a minha vida, pois conheci a Jesus. Em seguida, eles me convidaram a participar do Impacto Vida Vitoriosa. Lá, Deus arrancou tudo o que era velho e colocou algo novo em mim. Passei a frequentar uma Célula e aprendi que deveria levar este mesmo milagre para toda a minha família. Depois de apenas alguns meses, para minha alegria, três filhas e minha neta Fernanda se batizaram. Continuei orando pela conversão do meu esposo, mesmo que isso parecesse algo impossível de acontecer. Meu cunhado o convi36 | comuna | setembro 2013
Pr. Jocimar e Marisa dava para participar do Impacto, e ele dizia que nunca iria nesse “negócio de crente”. Mas ele percebia que a cada dia nossa família melhorava e que as coisas estavam se transformando dentro de casa. Havia paz, mesmo diante de todos os problemas que ainda tínhamos. Depois de vários convites, ele acabou participando de um culto. Nesse dia, o pastor Davis deu um abraço forte nele e isto tocou muito meu esposo. Ele disse que ali era um lugar diferente e que ele gostaria de voltar outras vezes.
Hoje ele frequenta comigo uma Célula e estamos empolgados, pois fazemos parte do grupo que irá trabalhar na implantação da nova Comunidade da Graça no Jardim Iguatemi. Meu esposo fazia um tratamento psiquiátrico a cada três meses. Ele tomava medicamentos que, devido à bebida, acabavam prejudicando sua recuperação. Até nisso Deus fez algo maravilhoso, pois ele agora é alguém calmo, manso e não precisa mais do tratamento e nem dos remédios. Ganhei um novo marido, GLÓRIA A DEUS!
Diante disso, meu cunhado convidou-o novamente para ir ao Impacto Vida Vitoriosa e, para minha surpresa, ele aceitou e foi. Fiquei orando, mesmo sem esperar muito para não ficar frustrada. Mas, ao final, vi que meu esposo estava na fila dos que iriam se batizar. Embora feliz, tinha dúvidas se realmente ele conseguiria mudar de vida, pois já eram muitos anos de escravidão à bebida. No dia seguinte, sem falar nada para mim, ele pegou uma sacola, juntou todas as bebidas e disse: Se isto não é bom para mim, não será para mais ninguém. E jogou tudo fora. Depois daquele dia ele nunca mais foi o mesmo, nunca mais bebeu e nem gritou mais. Foi um MILAGRE tal, que até meus vizinhos não conseguiam acreditar.
O que dizer diante de tudo isso? Obrigada JESUS! Continuo orando, pois quero a salvação do restante da minha família e sei que verei este milagre em breve. Amo a Jesus, pois Ele me salvou e quer me usar para alcançar outras pessoas mais.
Elba dos Santos
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COM SAÚDE NÃO SE BRINCA MARIA CIDÁLIA APONCHIK, MÉDICA
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uando o assunto é saúde, pensamos logo em ter um bom plano de assistência médica, que nos ofereça a segurança de um atendimento digno em qualquer necessidade. Porém, o assunto saúde é muito vasto e, em grande parte dele, somente o indivíduo pode atuar tanto na prevenção como na detecção precoce de uma doença. É preciso querer ter saúde. Ela é um dos bens mais preciosos que podemos ter, e devemos cuidar dela de maneira especial. Para tanto, não devemos cometer excessos, quer sejam no trabalho, na prática de esportes, ou muito menos nas emoções. “Não se deve viver no limite como se tivesse nas mãos uma granada com o pino puxado.” Será que é preciso dispor de muitos recursos financeiros para se ter uma saúde de qualidade? Isso ajuda, é verdade. Mas, com algumas medidas práticas que estão ao alcance de todos, você pode cuidar muito bem da sua saúde.
Para começo de conversa, é importantíssimo ter hábitos alimentares saudáveis, com o consumo de pouco sal e açúcar refinados. Lembrar-se de mastigar muito bem os alimentos, pois a digestão começa pela boca. E muitas gastrites crônicas aparecem por negligenciarmos esse fato. Lembrar-se de tomar bastante água e evitar, ao máximo, alimentos industrializados e os famosos lanches tipo ‘fast food’.
Evitar a automedicação, não aceitar prescrição de pessoas leigas e tampouco tratar-se com o doutor ‘Google’. Por exemplo, depressão e anemia têm os mesmos sintomas. Imagine as consequências ruins de um diagnóstico equivocado. Além disso, é preciso conhecer o próprio corpo, pois ninguém melhor do que a própria pessoa para reconhecer alguns sintomas ou sinais de alarme na sua saúde. Com alguns cuidados simples, porém importantes, como esses descritos acima, você aproveita melhor a vida hoje e se prepara melhor para uma velhice saudável, ativa e proveitosa.
Lembrar-se das doenças hereditárias e familiares que sempre devem dirigir a prevenção para casos específicos como hipertensão, diabetes e alguns tipos de tumores. Exames médicos periódicos ajudam a monitorar a sua saúde e afastam o risco de complicações. Faz muito bem caminhar, exercitar-se saudavelmente. Mas também descansar e procurar ter um bom sono reparador.
Maria Cidália Aponchik é médica, casada com o pastor Arnaldo Aponchick, atua na Comunidade da Graça na Zona Norte e é mãe de 2 filhas
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DECEPCIONADOS
COMO NÃO VIVER DECEPCIONADO COM A IGREJA E OS IRMÃOS CEZAR ROSANELI, PR.
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igreja é um local de relacionamentos e, portanto, de diferentes opiniões e pontos de vista. Por causa da ênfase nos relacionamentos, surgem muitas expectativas. E expectativa envolve motivação, paixão e desafios. O ajuste das diferenças mais expectativas erradas, eventualmente, acabam em insatisfação, murmuração e decepção. A história de Jesus e do jovem rico retrata a frustração do rapaz, devido a uma expectativa prévia do seu coração, contrariada por Jesus: “Certo homem importante lhe perguntou: ‘Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?’ ‘Por que você me chama bom?’, respondeu Jesus.’Não há ninguém que seja bom, a não ser somente Deus. Você conhece os mandamentos: Não adulterarás,
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não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe’. ‘A tudo isso tenho obedecido desde a adolescência’, disse ele. Ao ouvir isso, disse-lhe Jesus: ‘Falta-lhe ainda uma coisa. Venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois venha e siga-me’. Ouvindo isso, ele ficou triste, porque era muito rico.” Lucas 18.18-23
namos. Há três razões que certamente nos levarão a ficar decepcionados com a igreja:
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COLOCAR MUITA EXPECTATIVA NAS PESSOAS, E POUCA NO SENHOR
O jovem esperava de Jesus uma resposta que exaltaria e confirmaria a sua boa conduta e suas obras. Mas Jesus o surpreendeu pedindo que ele renunciasse ao que construíra durante toda sua vida. Nesse momento, descobriu-se a verdadeira intenção do jovem rico, que ficou decepcionado.
Enquanto esperamos mais das pessoas do que de Deus, sempre corremos o risco de grandes decepções. Jesus não escolheu homens que nunca o desapontariam para serem seus discípulos. Ele escolheu quem se importavam com pessoas. Esse foi o convite de Jesus: “venham e vos farei pescadores de homens” (Mateus 4.19). O chamado nunca foi para uma vida cheia de bênçãos, mas sim para se doar por pessoas que iriam decepcioná-los a qualquer momento. As bênçãos são um mero complemento.
Isso mostra que podemos nos decepcionar mais facilmente do que imagi-
Através dessa passagem, Jesus nos ajuda a perceber que segui-lo, em primeiro
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lugar, é olhar para o próximo, e nunca para nós mesmos. Mas quando encaramos a igreja com uma mente consumista, um lugar aonde vamos para receber, então a decepção é algo certo – é apenas uma questão de tempo e oportunidade. Uma vida voltada para o próximo, sempre oferece mais possibilidades de decepção. O paradoxo é que ao obedecer ao mandamento de Jesus, de amar ao próximo como a nós mesmos, isto acaba produzindo em nós o antídoto contra a própria decepção. É que agora esperamos tudo de Jesus, e muito pouco das pessoas. Estamos fazendo a vontade do Senhor, e Ele mesmo suprirá todas as nossas necessidades. Quando os nossos olhos estão focados em Jesus, as coisas deste mundo, e nossas expectativas, se tornam menos importantes e começamos a viver uma vida com propósito que traz realização. E o Senhor nunca nos desaponta.
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COLOCAR NOSSAS NECESSIDADES EM PRIMEIRO LUGAR
Por vezes, necessitamos de cuidados e restauração, e não é errado esperar ter estas expectativas supridas. Mas quando isso se torna o centro da nossa vida cristã, instala-se a insatisfação contínua, e a decepção surge mesmo nas pequenas coisas. Isto acaba afetando a área mais sensível: os relacionamentos. Ninguém deixa a igreja como instituição, com seu modelo, ministérios e doutrina. As pessoas deixam as outras pessoas da igreja, deixam seus líderes. Quando o único foco que espero da igreja é o que vão fazer por mim, a decepção é inevitável. Já ouvi muitos dizerem “Aqui não é uma igreja família? Então...”, e aí as pessoas se frustram e reclamam que não foram atendidas em suas egoístas necessidades. E igre-
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igreja família
ja família não tem relação com a nossa família, mas com o corpo de Cristo – a família de Deus, onde cada um de nós tem suas responsabilidades e deveres. As pessoas que focam em seus problemas, nunca estão satisfeitas, não importa o quanto sejam ajudadas. Elas geralmente vão de Célula em Célula, de igreja em igreja. Contam suas histórias, recebem ajuda, mas não se dispõem a servir e ajudar a outros que têm necessidades. Os eternos necessitados são os eternos decepcionados. Assim que tiver sua necessidade suprida, supra a de outra pessoa. Assim as bênçãos de Deus se multiplicarão sobre sua vida.
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ALEGRIA BASEADA NAS CIRCUNSTÂNCIAS E NÃO NO ESPÍRITO SANTO
A decepção está diretamente conectada à falta de alegria. Uma das diversões do inimigo é tentar tornar nossa vida cristã um amontoado de rotinas legalistas, permeada de culpas e condenação: “Você não merece, não é bom o bastante, você não serve para isso”. Nossa mente se fixa no que não sabemos, não temos e não conseguimos. Na tentativa de realizar algo para Deus, colocamos nossa alegria em atividades e projetos, e não no relacionamento com o Senhor através do Espírito Santo. Por isso, os cristãos focam mais em atividades e ministérios (coisas que aparecem) do que em discipulado. Ao fazer isso, entramos na correria do dia a dia, ficamos tensos e nervosos. E como os resultados não saem como gostaríamos, vamos desanimando e, por fim, nos decepcionamos com as pessoas que achamos que deveriam nos ajudar e “não fazem nada”.
A ALEGRIA DO SENHOR, ANTÍDOTO CONTRA A DECEPÇÃO Davi clama ao Senhor dizendo:
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“Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.” Salmo 51.12 A obediência e a alegria estão totalmente conectadas. Elas são uma combinação incrível para não vivermos desapontados com a igreja e com as pessoas. Pois quando sabemos a vontade de Deus para nós, e a obedecemos, o resultado sempre será uma vida mais alegre e leve. Seu jugo é suave, seu fardo é leve. Tem muita coisa que fazemos que Deus não pediu, e o que Ele realmente deseja deixamos para depois, porque estamos muito ocupados. Quando nossa intimidade com Deus está em ordem, paramos de focalizar em nós mesmos, nos outros e nas circunstâncias. Ficamos maravilhados com o que Ele fez, tem feito e vai fazer, primeiro em nós, e depois através de nós em favor de outros. A alegria do Senhor é a nossa força (Neemias 8.10). Confiar sempre no Senhor, e ousar viver em obediência à sua vontade, nos livra de ficarmos decepcionados. “Os que olham para ele estão radiantes de alegria; seus rostos jamais mostrarão decepção.” Salmo 34.5 (NVI)
Cézar Rosaneli é pastor da Comunidade da Graça em Atibaia/SP, é engenheiro pós-graduado em Liderança Organizacional e casado com a pra. Marisa Rosaneli.
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APROVADOS NAS PROVAÇÕES CARLOS ALBERTO ANTUNES, PR. “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse.” 1 Pedro 4.12-13
A
Palavra de Deus nos revela que a nossa caminhada cristã neste mundo pode ser vista como um tempo muito especial, onde Deus nos coloca em provações para testar a nossa fé.
O Senhor, pela sua graça, nos concede grandes e preciosas bênçãos que nos fazem novas criaturas, herdeiros de Deus, templos do Espírito Santo e nos coloca assentados nos lugares celestiais. A cada dia, Ele vai cumprindo Suas promessas benditas para todas as áreas de nossa vida e também nos livra de todo o poder das trevas: do pecado, de Satanás e de
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suas hostes malignas, da carne, do mundo, da morte e do inferno. Mas, em vista de tantos benefícios, Ele também nos submete a determinadas provas, ao longo de nossas vidas, para testar a nossa fidelidade e o nosso compromisso irrestrito com o Seu projeto, com a Sua vontade e com a Sua Palavra. Ele faz tudo isto para que o testemunho da nossa fidelidade, em meio às provações, seja manifestado ao mundo, aos anjos e aos espíritos malignos, trazendo muita alegria, satisfação ao coração do Senhor e glórias ao Seu santo nome.
“Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te fazer bem.” Deuteronômio 8.16 “Estes, pois, ficaram, para por eles provar a Israel, para saber se dariam ouvido aos mandamentos do SENHOR, que ele tinha ordenado a seus pais, pelo ministério de Moisés.” Juízes 3.4 É por isso que, em meio a tantas bênçãos, também experimentamos períodos de muitas aflições em nossa vida,
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além de tentações, lutas e tribulações na saúde, na família, no ministério, na vida financeira ou na vida emocional, quando somos provados e temos que fazer opções cruciais de como administrar estas situações. Nesses momentos, o inimigo sempre nos oferece determinados caminhos que, aparentemente, podem nos trazer alívio, vitórias, prazer e alegrias, mas que nos levam a transgredir princípios da Palavra de Deus.
Portanto, quando passarmos por momentos de provações, temos que nos lembrar de que todos estamos sendo testados e que, sendo aprovados, desfrutaremos de uma vida gloriosa, com o corpo glorificado, em novos céus e nova terra, na Jerusalém Celestial, onde não haverá dores, enfermidades, violência, crimes ou guerras. Estaremos para sempre com o Senhor e com todos os santos, desfrutando eternamente da plenitude de amor, paz, alegria e comunhão!
Evidentemente, em meio a todas essas provações, o Senhor estará conosco, nos dando todas as condições para suportarmos o sofrimento e permanecermos fiéis, alcançando a vitória.
Se isso acontecer, precisamos nos arrepender imediatamente, confessar nossa transgressão e abandoná-la para não sermos reprovados pelo Senhor que, mais adiante, nos colocará em uma nova provação, para que agora permaneçamos inteiramente fiéis a Ele. Foi isso o que Jesus fez com Pedro quando O negou três vezes numa situação de extrema provação. Arrependido, ele foi restaurado pelo Senhor para, depois, até o fim da sua existência, manifestar fidelidade em muitas provações até chegar ao martírio.
“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Romanos 8.18
Vamos então, firmados na fidelidade do Senhor e de Suas promessas, encarar nossas provações de outra perspectiva: estamos sendo e seremos testados até o final de nossa existência. Mas Jesus sempre estará conosco, como fez com aqueles quatro jovens na fornalha da Babilônia. No final, Ele nos dará a coroa da vida. Dessa forma, portanto, permaneçamos fiéis até o fim, porque a nossa confiança receberá um grande e avultado galardão (Hebreus 10.35), sendo aprovados na provação.
Temos muitos personagens nas Escrituras que não foram aprovados nas provações: começando por Adão, Acã, Sansão, Saul e toda a nação de Israel. No Novo Testamento, Ananias e Safira, Demas e tantos outros. “Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim.” Oséias 6.7 Por outro lado, temos outros personagens que venceram as provações sem comprometer sua fé, consciência e fidelidade ao Senhor. Eles se tornaram referências maravilhosas para nós: Abraão, Jó, José, Moisés, Josué, Calebe, Daniel, os profetas, os apóstolos e, acima de tudo e de todos, o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus.
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente.” 2 Coríntios 4.17 Outro fator muito importante que a Palavra de Deus nos revela, é que o Senhor também usa estas provações, como fez com Jó, para desenvolver em nós ainda mais as qualidades do caráter de Cristo, a fim de nos aperfeiçoar e para que sejamos completos e íntegros: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.” Tiago 1.2-4 Sendo assim, precisamos ter atitudes corretas em meio às provações: paciência (Romanos 12.12), oração (Tiago 5.13), louvor, confissão da Palavra (Romanos 5.20) e compartilhar estas pressões com nossos líderes e membros da Célula (Romanos 12.13a).
“E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus o chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará confirmará, fortificará e fortalecerá.” 1 Pedro 5.10
“Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.” Tiago 1.12 “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo.” 1 Pedro 1.7 Carlos Alberto Antunes é pastor na Comunidade da Graça Sede, Diretor do Centro de Treinamento em Liderança, É casado com a pastora Vanda, e é pai de 5 filhos.
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O DIA DOS PAIS NA CG SEDE A igreja fez uma justa homenagem a todos os pais no domingo, dia 11 de agosto. Além da oração e do tema específico para os pais, ministrado pelo pastor Carlos Alberto, todos eles receberam um marcador de Bíblia intitulado Dez Pactos com Deus e a Sociedade, com princípios para serem homens honrados na família, na igreja, no trabalho e no convívio com o próximo.
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ENCONTRO DE LÍDERES DE CÉLULAS O dia 10 de agosto, sábado, foi palco de um cenário especial. Todos os líderes da Comunidade da Graça estiveram com os pastores Carlos Alberto e Suely para um dia descontraído de comunhão e proximidade no clube SINPROVESP, em Atibaia/SP. Havia uma alegria e uma disposição renovada no coração de todos para a missão de pastorear bem as pessoas nas Células.
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CAFÉ DA MANHÃ COM PASTORES DE SÃO PAULO O pastor Carlos Alberto reuniu no dia 23 de agosto, na igreja Sede, as principais lideranças da igreja em São Paulo. Ele nos lembrou dos desafios que a Comunidade da Graça tem pela frente. Tratou de temas fundamentais como O Caminho da Deslealdade, Sete Princípios sobre Lealdade e Maneiras de tornar-se um Bom Assistente. Fora o ambiente fraterno e de alegria entre os irmãos. A pedido do pastor Carlos Alberto, o pastor Cézar Rosaneli apresentou a nova estruturação da Comunidade da Graça, com a criação de uma Diretoria Executiva que atuará sob a liderança do pastor presidente em três áreas: Visão, Ministério e Operacional da Associação Comunidade da Graça. O pastor Carlos Bezerra Jr., deputado estadual em São Paulo, e sua esposa Patrícia Bezerra, vereadora de nossa cidade também participaram do encontro com líderes.
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