Revista Comuna 44

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Produção: Comunidade da Graça Sede Pastor Presidente: Carlos Alberto de Quadros Bezerra Pastor Responsável: Wagner Fernandes Jornalista Responsável: Fabiana Lima - MTB 58739 Coordenação e Revisão: Paulo Alexandre Sartori Redação: Elisabete Mazi Projeto Gráfico e Diagramação: Salsa Comunicação www.salsacomunicacao.com.br Contato Publicitário: Gabriela R. Bedore

COMUNA E VOCÊ Como é bom aprender com o pastor Adhemar de Campos, um homem admirável, que recebe de Deus inspiração e nos leva a expressar com canções o nosso amor a Deus. “A soma dos cultos individuais diários resulta no culto congregacional” (da matéria ‘Música Inspiradora’ na revista COMUNA no. 43). Simples assim, louvor contínuo! Parabéns a todos da equipe pela revista e pelos artigos de primeira. Deus os abençoe sempre.

Tiragem: 15.000 exemplares

Olá!

Ana Lucia Fernandes Comunidade da Graça da Lapa/SP

Os anúncios contidos nessa edição são de única e exclusiva responsabilidade dos anunciantes, não tendo a Igreja Comunidade da Graça nenhuma responsabilidade sobre o conteúdo e veracidade dos mesmos. Interessados em anúnciar na próxima edição: midia@comuna.com.br 11 3588 0575

Gostou dos temas e assuntos da revista? Deseja fazer algum comentário? Tem sugestões? Escreva para nós. Queremos saber sua opinião! revista@comuna.com.br

EDITORIAL Um dos maiores desafios da igreja está relacionado à evangelização. Evangelizar é pregar o evangelho; e evangelho, é a doutrina de Cristo. Os métodos, evidentemente, variam de cultura e de padrão de igreja. Mas é impressionante como o modelo de evangelização de Jesus continua vívido. Aliás, dizem que o que é bom, resiste ao tempo. E resistiu! O modelo do Mestre não envolvia folheto ou outra engenharia de recursos.

Carlos Alberto de Quadros Bezerra Fundador e Presidente da Comunidade da Graça

Bastava entrar na casa da pessoa, olhar nos olhos e levar as boas notícias da parte de Deus. Era necessário estabelecer um contato de amor. O evangelho de Lucas, capítulo 10, dos versos 1 a 24, dá a dimensão da evangelização. A Comunidade da Graça vem definindo uma estratégia chamada Encontros de Paz.

Comunidade da Graça Sede Rua Eponina, 390 - V. Carrão - (11) 2090-1800 Para saber o endereço de outras igrejas acesse: www.comuna.com.br/endereco-das-igrejas

Ela nada mais é do que a reprodução do velho modelo, que continua novinho em folha. Wagner Fernandes


24 CAPA: POSSO ENTRAR? 12 ELES ANDARAM COM JESUS: JESSIE PENN-LEWIS

06 VISÃO: O PASTOR E O NAZIREU

14 EDUCAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA VIDA DA CRIANÇA 16 FAMÍLIA: O SEGREDO DO CASAMENTO

08 MULHERES: MENTOREAMENTO

18 SONHOSPOSSÍVEIS: NOSSA HISTÓRIA ESCRITA A QUATRO MÃOS 22 LOUVOR & ADORAÇÃO ADORAÇÃO É RELACIONAMENTO 32 COMUNIDADE: COMUNIDADE DA GRAÇA EM ROLÂNDIA/PR

10 PONTO DE VISTA: CARLOS BEZERRA JR. DISCURSA NA ONU E CITA VERSÍCULO

20 CÉLULAS: OS CUIDADOS NA HORA DA MULTIPLICAÇÃO DA CÉLULA

36 SAÚDE: POR QUE ANDAIS ANSIOSOS? 38 IGREJA-FAMÍLIA: O GRANDE AMOR DE DEUS 40 TEXTO E CONTEXTO: LUTANDO PELA NOSSA FAMÍLIA 42 ACONTECEU


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O PASTOR E O NAZIREU CARLOS ALBERTO BEZERRA, PR.

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odos os discípulos de Jesus, convocados por Deus de todos os lugares da terra, têm uma grande obra a realizar: promover o crescimento da Igreja de Cristo em sua geração. Essa é a visão da igreja em Células. Esses pequenos grupos existem para alcançar as pessoas, vê-las transformadas em discípulos de Jesus e, então, serem desafiadas a alcançar outros. Mas qual a maneira certa de se fazer isso? Será que existem técnicas e estratégias específicas que devem ser aplicadas para se obter sucesso nesse ministério? Qual o melhor modelo ou passos a seguir? A Bíblia é sempre a resposta para essas perguntas.

O NAZIREADO No Antigo Testamento, o texto bíblico de Números 6.1-21, fala a respeito

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da lei ou voto do nazireado. Entre o povo judeu, fosse homem ou mulher, o Nazireu era um leigo que se obrigava voluntariamente a servir a Deus por voto de separação e consagração, abstendo-se de determinadas práticas. O Nazireu era alguém especial. Ele fazia coisas que normalmente os outros não faziam por causa da sua escolha ou da sua dedicação. No Novo Testamento, Paulo fala sobre como o cristão deve apresentar-se a Deus: não em conformidade a esse mundo, mas em constante renovação e transformação pela operação da Palavra nele. É um ensino dirigido a todos, mas principalmente aos obreiros do Senhor. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que

é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12.1-2 E, escrevendo a Timóteo, o apóstolo diz que aquele que a si mesmo se purificar, separando-se de toda contaminação que há nesse mundo, torna-se um vaso de honra para uso especial do Senhor, preparado para o Seu ministério nessa geração. O cristão, embora viva nesse mundo, não faz parte dele, não segue o estilo de vida egoísta e individualista dessa sociedade, não sucumbe às ambições mesquinhas dos homens sem Deus e não se amolda aos seus padrões de comportamento. “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu


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possuidor, estando preparado para toda boa obra.” 2 Timóteo 2.20-21 Como todas as pessoas, o cristão também trabalha, estuda, se locomove, compra, vende, faz negócios, convive e interage com outras pessoas, etc. Mas faz tudo isso a partir de outra ética – a ética do reino de Deus. E a vida de Cristo que agora há nele – no cristão – é essa vida que ele vai expressar em seus relacionamentos, servindo e amando as pessoas como Cristo o fez. Como cristãos, fomos todos chamados para sermos nazireus de Deus.

INSTRUÇÕES PARA O NAZIREU Números 6 Voluntariedade (v.2) O obreiro do Senhor separa-se voluntariamente para o desempenho do ministério. Ele cultiva uma vida devocional de santidade mais do que todos. Não para se exibir, mas para servir melhor e cumprir o projeto de Deus. Ele não é um eremita, mas está em contato com a sociedade humana para sentir suas dores, lutas e necessidades. “Estão no mundo, mas não são do mundo”.

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Tempo específico (v.5) O Nazireu pode consagrar-se ao Senhor por um tempo determinado ou pela vida toda como: Samuel. Por voto da mãe. Ele foi fiel até o fim. (1 Samuel 1.9-11). Sansão. Por vontade de Deus. Ele foi infiel. (Juízes 13.5-7; 16.17). João Batista. Desde o nascimento. (Lucas 1.15-80). Paulo. Parece que Paulo junto com quatro homens em Jerusalém fizeram votos de Nazireu. (Atos 18.18 e 21.23-26).

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Epafrodito. Consagrado a Deus, pronto para dar sua própria vida, voluntário. (Filipenses 2.29-30).

Cerimônia no fim da carreira A declaração de Jesus no final do seu ministério foi:

Cristo. Foi o verdadeiro exemplo e maior modelo de Nazireu.

“Está consumado” (João 19.30). E o apóstolo Paulo disse: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4.7).

O que não devia fazer (vs.3-4) Os atletas submetem-se a uma rígida disciplina (1 Coríntios 9.25). São diferentes das pessoas comuns, assim como os obreiros de Deus. Ao israelita era lícito beber vinho e outras coisas, porém ao Nazireu não era permitido. Assim, o obreiro do Senhor se separa de tudo aquilo que possa comprometer ou atrapalhar o seu serviço e sua comunhão com Deus.

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Não cortava o cabelo (v.5) Para o povo judeu, era desonroso usar cabelo comprido (1 Coríntios 11.14). Mas para o Nazireu, era o que o Senhor queria que ele fizesse. E se, por fazer a vontade de Deus, um obreiro for injuriado, insultado ou ofendido, ele deve se considerar um bem aventurado (1 Pedro 4.14).

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Não tocava em um cadáver (v.6) O que para o mundo é normal, para o Nazireu é anormal. O judeu comum podia tocar em um cadáver; o Nazireu não. Da mesma forma, o obreiro do Senhor não deve envolver-se com as obras mortas e os mortos desse mundo sem Deus (2 Coríntios 6.14-17 e Efésios 2:1-3).

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Como ser restaurado (vs.9-12) Se um Nazireu se contaminasse, ele teria que cumprir alguns rituais para se purificar. Se um obreiro do Senhor errar, ele deve lembrar-se de onde caiu (Apocalipse 2.5), confessar seu pecado (1 João 1.9) e restaurar sua vida com Deus. Ele é fiel para nos perdoar.

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QUALIFICAÇÕES DO NAZIREU HOJE É santuário de Deus (1 Coríntios 3.16-17). Seu corpo é para o Senhor (1 Coríntios 6.13 e 20). Cultiva uma vida de disciplina para ser qualificado (1 Coríntios 9.27). Não se coloca em jugo desigual com os ímpios (2 Coríntios 6.14). Cristo vive nele (Gálatas 2.20). É padrão para os fiéis na palavra, no trato, no amor, na fé e na pureza (1 Timóteo 4.12). Procura se apresentar aprovado a Deus (2 Timóteo 2.15). Segue a justiça, a fé, o amor e a paz (2 Timóteo 2.22).

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Carlos Alberto de Quadros Bezerra é fundador e presidente da Comunidade da Graça. É membro da Academia Paulista Evangélica de Letras e preletor internacional. Casado com a pra. Suely Bezerra.

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MENTOREAMENTO

Mentorear envolve companheirismo, correção, confiança e amizade.

SUELY BEZERRA, PRA.

“E

ste é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé.” 1 Timóteo 1.18-19 “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.” 2 Timóteo 2.2

ta, anima, inspira, aconselha, ensina e partilha experiências e recursos com outra pessoa. É um trabalho informal que envolve companheirismo, correção, confiança e amizade. Mentorear é ajudar o crescimento espiritual e pessoal de quem estamos mentoreando. É um relacionamento de curto e longo prazo, no qual a mentora motiva alguém a alcançar seu potencial dado por Deus. A mentora conhece as necessidades da mentoreada e usa seus recursos para ajudá-la com paciência, respeito, verdadeiro interesse e consideração pelo seu bem estar.

DEFINIÇÃO

JESUS FOI O MAIOR EXEMPLO E MODELO DE MENTOREAMENTO

Ser mentora é uma experiência relacional onde uma pessoa guia, capaci-

Ele escolheu 12 pessoas simples e, por 3 anos, ensinou-lhes tudo o que

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foi possível. Jesus transformou a vida desses discípulos e suscitou neles o desejo de transmitir a mesma experiência de salvação a outras pessoas. Jesus foi modelo pela forma como viveu (Mt 8.20), como se portou quando confrontado pelos líderes religiosos (Mc 7.1-23) e como demonstrou compaixão pelos pobres e doentes (Mc 1.41; Lc 7.13). Jesus foi modelo pelo ensino. Os discípulos aprenderam juntamente com a multidão (Mt 5 a 7). O Mestre dava instruções claras, detalhadas e específicas (Mt 10 a 11.1). Jesus foi modelo pelo envolvimento. Ele operou milagres por intermédio de seus discípulos (Mt 14.13-21). Ele os instruiu, capacitou e os enviou para


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colocarem em prática o que aprenderam e receberam (Mc 6.7-11). Jesus foi modelo pela avaliação. Quando os discípulos acertavam, Ele se alegrava com eles (Lc 10.1-24). Quando os discípulos cometiam erros, admoestava-os (Mt 17.14-21). Quando entendiam mal os alvos, corrigia-os (Mt 19.13-15).

PAULO COMO MENTOR DE TIMÓTEO Paulo mentoreou muitas pessoas. Mas foi com Timóteo que esse trabalho destacou-se. Cada palavra, frase e conceito de Paulo a Timóteo eram típicos de um mentor. Isso aparece claramente em suas cartas ao jovem discípulo. Assim, em um bom mentoreamento deve haver: Relacionamento paternal: Várias vezes Paulo trata Timóteo como filho (1Tm 1.2 e 18; 2Tm 1.2 e 2.1). Hoje em dia precisamos muito de pais espirituais. A desestruturação familiar e seu desajuste aparecem na vida espiritual das pessoas. Muitas precisam de pais. Amor: Paulo se referia a Timóteo como “meu amado filho” (2Tm 1.2). Deus Pai falou a Jesus após seu batismo: “Este é meu Filho Amado em quem me agrado.” (Mt 3.17). Isso foi fundamental para a vida e a identidade de Jesus. Como é bom estarmos convictos de que o nosso Pai nos ama e nos aceita, assim como o nosso mentor. Intercessão: A ligação profunda entre Paulo e Timóteo transparecia no relacionamento de Paulo com Deus: “... sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia.” (2Tm 1.3). Que privilégio contar com um mentor intercessor. Intimidade: Timóteo tinha liberdade de chorar com Paulo e não se envergo-

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nhava disso. “Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria.” (2Tm 1.4). Mas Timóteo também viu Paulo chorando várias vezes (At 20.19). O verdadeiro mentor não só deixa seu coração transparecer a ponto das lágrimas fazerem parte de sua vida e ministério, como também encoraja seus seguidores a fazer o mesmo. Saudade e alegria: Paulo tinha seu lado afetivo e sabia expressá-lo (2Tm 1.4). Ele desenvolveu amizade com seu mentoreado. Alegrava-se com ele e buscava oportunidades de compartilhamento. “Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas (...) me abandonou...” (2Tm 4.9). Afirmação do que é bom: Paulo citava qualidades de Timóteo nas boas experiências que compartilharam (2Tm 1.5) e comunicava um profundo sentimento de aceitação. Exortação: Paulo não só reafirmava seu amor, aceitação e alegria, mas o desafiava para o crescimento (2Tm 1.6). “Não te faças negligente para com o dom que há em ti...” (1Tm 4.14). O poder e a graça de Deus fluíam de Paulo para Timóteo. Discernimento das necessidades do mentoreado: Paulo sabia que Timóteo sofria dificuldades por causa da timidez e do medo (2Tm 1.7), por isso, ministrava-lhe diretamente a respeito, com palavras que o encorajavam. Por sua vez, Timóteo seguia Paulo de perto até em seus sofrimentos. Paulo mostrava a ele os desafios e dificuldades da vida cristã (2Tm 1.8). Exemplo: Paulo ensinou Timóteo a viver não como um ser perfeito (2Tm 1.13 e 3.10-11), mas como alguém que

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permanecesse em crescimento, rumo à perfeição (Fp 3.11-14). Compartilhamento das dificuldades: O mentor não pode ter máscaras que levem o mentoreado a crer que tudo está sempre bem (2Tm 1.15), mas deve compartilhar suas dores, solidão e decepções (2Tm 4.9-16).

CONCLUSÃO Notamos que Paulo tinha um estilo de ensino não no padrão professor e aluno, mas como um pai para com seu filho espiritual. A relação mentor/ mentoreado é precisa e não pode ser tratada de modo superficial. É um relacionamento parecido com o de Jesus em relação aos seus discípulos: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes Amim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” João 15.15-16

Suely Bezerra, é líder Nacional do Ministério Mulheres Intercessoras. É casada com o Pr. Carlos Alberto Bezerra e autora de vários livros relacionados com a oração e a prática devocional

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Carlos Bezerra Jr. em discurso na ONU. Sua lei é exemplo para o mundo

CARLOS BEZERRA JR. DISCURSA NA ONU E CITA VERSÍCULO SOBRE JUSTIÇA No principal evento sobre Direitos Humanos do mundo, deputado lidera ação contra escravidão e chama a atenção das principais autoridades internacionais

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ela primeira vez na História, um deputado evangélico brasileiro foi convidado ao principal encontro sobre Direitos Humanos do mundo. A ONU, Organização das Nações Unidas, apontou lei de Carlos Bezerra Jr., de combate ao trabalho escravo, como modelo internacional e pediu sua participação como preletor no evento em que são apresentadas as mais importantes ações mundiais nessa área.

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A reunião do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos acontece em Genebra, na Suíça. Nela, uma relatora designada pelas Nações Unidas para identificar os maiores avanços e desafios no tema, aponta novas soluções para enfrentar diversas formas de violação. A mais recente edição do fórum aconteceu no último dia 13/9. E, quando os olhos do mundo se voltaram para a mesa de debates, viram um parlamentar evangélico que

não falou apenas da recente contribuição paulista contra a escravidão contemporânea, mas quebrou o rígido protocolo da ONU e reafirmou sua fé, ressaltando princípios bíblicos. “Meu desejo é que a lei que criei em São Paulo possa oferecer ao meu país uma importante contribuição na busca pela paz, pela igualdade, e pela dignidade e pela misericórdia, garantindo que a ganância pelo lucro nunca terá


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mais valor que a vida humana. Nosso real desafio é fazer todos os esforços para pôr o indefeso no topo da agenda e dar voz aos que não a tem até que a justiça possa fluir como um rio”, discursou, fazendo referência ao texto bíblico de Amós 5:24: “Corra a justiça como um rio, a retidão como um ribeiro perene”. A lei criada pelo deputado e também pastor da Comunidade da Graça está sendo apontada como a mais rígida punição ao crime de trabalho escravo desde a Lei Áurea. Agora, condenações que levavam até vinte anos podem ser resolvidas em apenas dois. Na prática, a nova legislação fecha a empresa pega com trabalho escravo em qualquer parte de sua cadeia produtiva ao cassar seu registro no ICMS. E impede os sócios autuados de entrar com nova inscrição por uma década. “O crime de trabalho escravo é, sobretudo, uma afronta ao nosso Criador. Acredito que a boa nova trazida pelo Evangelho de Cristo liberta da opressão espiritual. Mas estou certo de que também livra da opressão de ‘correntes’ sociais como essas que têm sido imposta a milhares de homens e

Em seu pronunciamento na ONU, Bezerra Jr. reafirmou princípios bíblicos. “É minha fé que me motiva a fazer o que faço. Lutar contra a escravidão é defender um valor cristão”

mulheres. Como discípulo de Jesus, fui chamado para sinalizar o Reino não só com o que falo, mas também com aquilo que faço. Sem obras, a fé é morta”, ressaltou o parlamentar. Carlos Bezerra Jr. já era o único deputado evangélico a ser apontado como o melhor político paulistano por ONG independente de fiscalização da função pública, o Movimento Voto Consciente. Agora, afirma receber o reconhecimento internacional como um novo aumento de sua responsabilidade. “Fui apenas um porta-voz desses que têm dobrado os joelhos e clama-

Com Patrícia Bezerra, que participou de encontros sobre combate à exploração sexual de crianças

do a Deus pelos que sofrem. Sei que esse avanço importante foi resultado de muito trabalho, mas, fundamentalmente, foi fruto da boa mão de Deus. Desde que ingressei na vida pública, tenho contado com a intercessão de muitos irmãos e irmãs queridos. Gente séria, que espera ser representada politicamente com boas obras”, destacou.

LEI RESGATA VALOR CRISTÃO HISTÓRICO Ao longo da história, vários cristãos já se envolveram no combate ao trabalho escravo. Foi um parlamentar cristão que teve atuação decisiva para acabar com a escravidão na Inglaterra do século XVIII: William Wilberforce. Junto com ele, John Wesley, uma das principais referências da Igreja de hoje, também militou pela abolição naquele país. Vale também destacar a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, com Martin Luther King, e a batalha contra o Apartheid na África do Sul, com Nelson Mandela e Desmond Tutu.

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JESSIE PENN-LEWIS PAULO ALEXANDRE SARTORI Uma heroína da fé a serviço de Cristo

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essie Penn-Lewis nasceu em 1861, no País de Gales, filha de um pastor da Igreja Metodista Calvinista. Com uma saúde frágil, ela cresceu lendo as histórias bíblicas. Casou-se aos 19 anos com um funcionário público britânico, mas não teve filhos. Contraiu tuberculose e chegou a ser desenganada pelos médicos, mas Deus tinha outros planos para ela. Mesmo nascida em um lar cristão, Jessie só foi ter uma experiência real de conversão aos 21 anos de idade, ao ouvir uma pregação sobre a vitória do cristão por meio da cruz de Cristo. Um arrependimento, sincero e profundo, transformou aquela jovem que, durante a primeira década de sua conversão, buscou intensamente conhecer o Senhor e a Sua Palavra. A vida dela se transformou num maravilhoso testemunho de vitória e resoluta obediência, em um tempo onde as mulheres encontravam muitas dificuldades para exercer seu ministério. Assim, Jessie Penn-Lewis tornou-se uma pregadora do evangelho e escritora de muitos livros cujo tema principal era a “cruz como identificação do crente com Cristo no poder de Sua morte e a glória de Sua ressurreição”. Suas mensagens levavam os cristãos a refletirem sua condição espiritual, fazendo-os identificar-se com a obra de Cristo na cruz, através da qual todo crente é regenerado para uma vida santa e de boas obras. Em 1895, foi convidada para ministrar em uma reunião da Missão para o Interior da China, fundada por Hudson Taylor. Dado o impacto de sua mensagem, decidiram imprimi-la num livro com o título O Caminho para a Vida em Deus. Posteriormente, foi levada a pregar em diversos países tais como Suécia, Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Rússia, Canadá, Coréia, China e Índia, mesmo tendo graves períodos de enfermidade. Testemunha do avivamento Galês de 1904, Jessie escreveu o livro Guerra contra os Santos, uma importante obra que se tornou um clássico sobre batalha espiritual, onde ela revelou as artimanhas do diabo para derrotar os cristãos, e a vitória possível através da cruz e de uma vida de santidade. Em 1909, fundou uma revista chamada O Vencedor.

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“No calvário, Jesus fez mais pelo mundo do que quando curou os doentes e expulsou os demônios da Galileia.” Jessie Penn-Lewis Seu ministério foi extraordinário, sempre destacando a importância da cruz de Cristo na vida e na experiência do cristão. Poucas mulheres, nos tempos modernos, deixaram marcas tão profundas em sua geração e influenciaram tantos homens. Enfraquecida pelas constantes doenças, Jessie Penn-Lewis faleceu na Inglaterra, em 1927.

Leia “A Cruz, o Caminho Para o Reino” de Jessie Penn-Lewis, da Editora dos Clássicos Paulo Alexandre Sartori é membro na Comunidade da Graça Sede, arquiteto, atua no Ministério com Jovens local, e é responsável pela revisão e elaboração de textos para livros, apostilas e boletins.


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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA VIDA DA CRIANÇA ALESSANDRA BEZERRA CALDAS, PRA.

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s novas tecnologias do mundo moderno afastam a criança e o jovem dos livros, fazendo com que, cada vez mais, seu vocabulário fique empobrecido. A leitura é algo importantíssimo para a aprendizagem de todos, pois é através dela que enriquecemos nossa linguagem, adquirimos conhecimento, dinamizamos o raciocínio e a interpretação. A leitura nada mais é que um bom hábito. Quanto mais lemos, mais fixamos os conhecimentos adquiridos. Este hábito precisa ser estimulado ainda na infância. Através da leitura, abrimos portas para um mundo cheio de descobertas, fantasias, realidades, enfim, de grandes conhecimentos. Nossas crianças hoje serão os adultos de amanhã, e se não as ensinarmos ainda pequenas, não conseguiremos

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formar indivíduos plenos, trazendo assim, prejuízos para sua vida adulta.

fase na interpretação das frases e não apenas dos desenhos.

Esse estímulo deve ser feito com o bebê ainda na barriga, pois eles sentem e escutam a voz da mãe, enquanto ela lê em voz alta. Logo depois do nascimento, os pais devem continuar exercitando a leitura de acordo com a realidade e faixa etária de seu filho. É importante permitir que a criança manipule os livros, que podem ser de plástico, borracha ou com jogos, sempre associando a leitura com momentos de prazer. Essa é a fase de conhecimento e manuseio.

Fazendo assim, na fase de alfabetização, a criança estará muito estimulada e curiosa para realizar leituras, sejam elas indicadas pela escola ou por uma busca espontânea.

Os livros para crianças com até 5 anos devem ter poucos textos e mais gravuras, deixando que a imaginação do pequeno leitor flua com liberdade. Já os livros com mais textos e poucas gravuras são para crianças acima de 5 anos, que proporcionarão maior ên-

A leitura traz bons resultados na vida das crianças, pois desenvolve o senso crítico, a criatividade, a linguagem, o vocabulário e a escrita. Estudos comprovam que a criança que foi estimulada à leitura desde bebê, tem melhor desempenho em seus estudos, no trabalho e na vida.

É claro que não poderia deixar de ressaltar, como faço em todos os artigos, que os pais são os maiores exemplos para os filhos. Crianças que veem pais lendo com prazer, são crianças mais interessadas pela leitura que as outras.


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SEGUNDO O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) A LEITURA:. • • • • • • • •

Desenvolve o repertório; Desperta o senso crítico; Amplia o conhecimento geral; Aumenta o vocabulário; Estimula a criatividade; Emociona e causa impacto; Muda a vida; Facilita a escrita.

É muito importante que os pais estejam atentos ao tipo de literatura em cada faixa etária. Os pais devem sempre escolher livros com temas atraentes e linguagem adequada para cada idade. Obras que proponham algum tipo de reflexão e sejam bem escritas. 1. Livros para crianças: sempre uma leitura adequada, com histórias, com narrativas simples, com textos reflexivos para que a criança possa extrair algo de valor para sua vida. 2. Livros para adolescentes: podemos usar uma pluralidade de gêneros literários, livros para divertir, imaginar, investigar, de conhecimentos gerais, livros que apresentam valores e princípios e que estejam de acordo com a realidade deles. Lembrando que os pais têm a função de intermediar o contato dos filhos com outras experiências literárias. Evitem sempre livros que não acrescentarão nada para o futuro deles. Entendemos que, através da leitura, o ser humano consegue se transportar para o desconhecido, explorá-lo, decifrar os sentimentos e emoções que o cercam e acrescentar vida ao sabor da existência. Pode então, vivenciar experiências que propiciem e solidifiquem os conhecimentos significativos de seu processo de aprendizagem. A criança

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deve perceber que a leitura é o instrumento chave para alcançar as competências necessárias para uma vida de qualidade, produtiva e com realização.

OBJETIVOS QUE PODEM SER TRABALHADOS ATRAVÉS DA LEITURA. •

Desenvolver o hábito e o prazer pela leitura.

Refletir sobre os valores que nos rodeiam, de acordo com as expectativas e experiências observadas no livro (diferença social, amizade, preconceito, discriminação etc.).

Analisar e rever comportamentos, valores e paradigmas.

Interpretar diferentes textos relacionando-os a situações do nosso dia a dia.

Perceber os contrastes sociais existentes e refletir sobre a realidade social brasileira.

Adquirir uma postura crítica a respeito da desigualdade social no nosso país.

Perceber a importância da educação escolar para alcançarmos uma sociedade mais justa e igualitária, garantindo um futuro melhor para todos.

Compreender que as pessoas não são determinadas pela sua condição social, nem pela cor de sua pele ou sua religião, mas sim por seu caráter, honestidade e comprometimento com a igualdade.

Conhecer ritmos e compositores que fazem parte da nossa cultura musical.

Desenvolver as habilidades musicais dos alunos.

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Nós, do Colégio da Comunidade, valorizamos a leitura e entendemos que ela é a base do nosso trabalho. Quanto mais o aluno for estimulado a ler, maiores e melhores serão seus resultados. Associado ao nosso programa, desenvolvemos, desde o Maternal II até o Ensino Médio, Projetos Bimestrais de Leitura, que levam os alunos não só a interpretar, mas também a relacionar a leitura com sua própria vida, extrair lições práticas, valores, princípios e desenvolver a análise crítica. É importante lembrar que, na Bíblia, há lindas histórias esperando para serem lidas. E, através delas, encontramos muitas respostas para uma vida plena com Deus e com as pessoas. Por isso, pais, a recomendação de Deus é: “E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” Deuteronômio 6:7 É nosso papel incutir as verdades de Deus na vida de nossos filhos através da leitura. Assim, eles nunca mais se esquecerão delas.

Alessandra Bezerra Caldas é pastora, pedagoga, casada com o Dr. Anderson Caldas e mãe de quatro filhos. Já atua na área educacional há 20 anos e fez parte da implantação do Colégio da Comunidade, onde hoje é diretora.

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O SEGREDO DO CASAMENTO TADEU FERREIRA, PR. “Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher, e os dois serão uma só carne. Esse mistério é grande...” Efésios 5.31-32

Q

uando lemos esse texto de Paulo aos cristãos de Éfeso, e comparamos com grande parte dos casamentos na atualidade, sem dúvida nenhuma, temos que concordar com ele. Por vezes, parece difícil compreender o sentido do casamento. Nunca se viu um tempo em que os casais estejam enfrentando tantas dificuldades como hoje; e isso, infelizmente, também tem acontecido com os cristãos. É bem verdade que o fato de sermos cristãos não nos isenta da possibilidade de passarmos por problemas

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no casamento. Mas, para entendermos melhor isso, algumas perguntas precisam ser feitas: Onde começam essas dificuldades? Por que parece que os problemas são intransponíveis? Como mudar essa realidade? A resposta está na sequência do próprio texto de Efésios, onde Paulo acrescenta: “mas eu me refiro a Cristo e à Igreja”, indicando o modelo para o casamento, assim como havia dito anteriormente no versículo 25: “Maridos, cada um de vós ame a sua mulher, assim como Cristo

amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”. O mistério não é o casamento em si, mas o fato de que os maridos devem fazer pelas esposas o mesmo que Jesus fez para nos unir a Ele e formar a Sua Igreja.

E O QUE FOI QUE ELE FEZ? Jesus se entregou por nós. Jesus, o Filho de Deus, embora em relação de igualdade com o Pai, abriu mão de Sua glória e assumiu nossa natureza humana. Ele foi além, e morreu voluntaria-


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mente na cruz, a fim de pagar a pena por nossos pecados, removendo nossa culpa e condenação para que pudéssemos ser unidos a Ele (Romanos 6.5), e nos tornar participantes de Sua natureza (2 Pedro 1.4). Ele abriu mão da condição de Senhor e Deus, e se tornou servo. Humilhou-se e morreu com o propósito de nos resgatar e nos socorrer em nossas necessidades (Romanos 15.1-3). O serviço sacrificial de Jesus nos uniu a Ele, e Ele a nós, de forma profunda. Paulo diz que essa é a chave não apenas para entender, mas também para vivenciar o casamento. Devemos entender que, quando Deus criou o primeiro matrimônio, já estava pensando em Cristo e na Igreja. Esse é um dos grandes propósitos de Deus retratar, através do casamento, a relação entre Cristo e seu povo redimido para sempre!

O QUE PRECISAMOS FAZER PARA O NOSSO CASAMENTO DAR CERTO? Precisamos conhecer o segredo – O EVANGELHO – e como ele confere PODER e é MODELO para o nosso casamento. A experiência do casamento nos revelará a beleza e os aspectos mais profundos do evangelho. Em contrapartida, a melhor compreensão do evangelho nos ajudará a experimentar uma união cada vez mais profunda com o nosso cônjuge ao longo dos anos. Por meio do casamento “o mistério do evangelho é revelado”. O casamento é um instrumento importante para que o nosso coração seja restaurado de dentro para fora, e para que a nossa vida seja inteiramente reconstruída, a começar do alicerce.

NA PRÁTICA COMO ISSO FUNCIONA? Partindo do princípio que cremos verdadeiramente na correlação que há

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entre marido e mulher, e Cristo e sua Igreja, apenas uma vida de serviço e doação mútua – visando amar, proteger, agradar e suprir as carências do seu cônjuge – vai tornar o casamento uma relação agradável e eterna. Em sua descrição clássica do amor, o apóstolo Paulo diz: “O amor é paciente; o amor é benigno. Não é invejoso; não se vangloria, não se orgulha, não se porta com indecência, não busca seus próprios interesses, não guarda ressentimentos do mal.” 1 Coríntios 13.4-5 Em várias ocasiões, Paulo mostra que amar é exatamente o oposto de buscar os próprios interesses. Quem ama, não busca o próprio bem-estar, mas procura a satisfação do outro. Ao inverter as qualidades do amor que Paulo relaciona, podemos notar de modo bem claro, o egocentrismo na vida de uma pessoa: impaciência, irritabilidade, falta de graça e bondade no falar, pensamentos invejosos a respeito da situação de outros e apego às ofensas e mágoas do passado. Quando nascemos de novo, recebemos a capacidade através do Espírito Santo para nos tornar humildes e experimentar uma plenitude interior que nos deixa livres para sermos generosos com o outro, mesmo quando não obtemos a satisfação que desejamos no relacionamento. Sem a ajuda do Espírito Santo, sem que o ‘tanque’ de nossa alma seja constantemente reabastecido com a glória e o amor de Deus, é praticamente impossível sujeitar-nos aos interesses do outro dessa forma, mesmo que por pouco tempo, sem se ressentir. É impossível fazer progresso na luta contra o egocentrismo e nos mover em direção a

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uma atitude de serviço sem algum tipo de ajuda sobrenatural. “Pois quem quiser preservar sua vida, irá perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa, este a preservará.” Mateus 16.25 Em outras palavras, Jesus afirma: “se você buscar a sua felicidade mais do que busca a mim, não terá nem uma coisa nem outra; se você procurar me servir mais do que busca a felicidade, obterá as duas coisas”. Converse com seu cônjuge, e avaliem juntos, os aspectos que podem melhorar na prática do serviço mútuo, começando pelas coisas mais simples como: ouvir com atenção, respeitar as diferenças de opinião, ajudar nas tarefas diárias, ser paciente, colocar as necessidades do outro em primeiro lugar, ser carinhoso, ser amigo, dar tempo de qualidade, entre outras coisas que você sabe que agrada o seu cônjuge. “Porque também Cristo não agradou a si mesmo.” Romanos 15.3 Nunca podemos, nenhum dia sequer, deixar essas práticas no nosso casamento. É isso que vai tornar o nosso relacionamento mais forte, agradável e duradouro. Quando as tempestades vierem – e elas com certeza virão – vão passar sem causar estragos.

Tadeu Ferreira, é pastor na Comunidade da Graça Sede e atua no Ministério com Casais. É casado com a Marta e pai de dois fihos.

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NOSSA HISTÓRIA ESCRITA A QUATRO MÃOS PATRÍCIA BEZERRA

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á exatos 22 anos algo muito especial aconteceu em minha vida. Algo que se cumpriria somente este ano. Sabe, eu passava por tempos difíceis quando entrei em um ônibus para ir para Maringá (PR) rever meus pais, em 1993. Ainda era jovem, solteira, namorava o Carlos Bezerra Jr. e cursava psicologia. Não era fácil namorar o filho do pastor da igreja. Há muita responsabilidade nisso. Muitas situações que se complicavam ainda mais por ser uma jovem que estava a mais de 680 km de distância de sua família. Resumindo bem, minha vida estava passando por mais reuniões do que muitas empresas multinacionais!

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Enfim, cheguei num ponto em minha vida que, num momento dessa viagem, tive de pedir “água”. Durante o percurso, orei em secreto no meu coração para que Deus falasse comigo em uma reunião que eu costumava frequentar quando ainda morava em Maringá. Era um grupo interdenominacional que se encontrava semanalmente para buscar algo além do que os cultos dominicais ofereciam, buscava adoração e relacionamento profundo com Deus - era uma reunião muito especial. Lembro-me dos detalhes como se fosse hoje. Cheguei a Maringá numa terça-feira e as reuniões do grupo aconteciam às quartas a noite. No dia da reunião, no final da tarde, entrei

no meu quarto, me ajoelhei e clamei a Deus em espírito: “Pai, não me deixe sem uma resposta! Vou à reunião logo mais e te peço que fale comigo de forma clara. Eu te peço mais, Pai: que você fale comigo em profecia, para que eu não tenha nenhuma dúvida de que é a tua vontade que eu permaneça onde estou”. Terminada a oração, me levantei, lavei meu rosto e fui para reunião com minha mãe. A reunião ocorreu e depois todos foram para os lugares de escolha para orar. Ajoelhei-me e comecei a clamar e orar em línguas. Nesse momento, o Espírito falou ao meu coração: “Filha, a Jane (uma pessoa do grupo que me conhecia desde pequena) virá orar por você e dela virá a minha palavra para


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você neste dia”. Dito isso, a Jane já estava vindo à minha direção e eu desabei num choro profundo de gratidão e alívio, mesmo não sabendo o que me seria dito. Quando ela ajoelhou, colocou a mão sobre minha cabeça, e trouxe a direção de Deus como eu havia pedido, de forma profética! Ali foram confirmadas palavras trazidas ao meu espírito durante madrugadas de oração e acrescentadas inúmeras outras de fortalecimento em relação ao que eu ainda enfrentaria. Deus me dizia através daquela mulher - que me conhecia desde o nascimento, mas que nem sonhava com o que eu estava vivendo – que eu não compreendia o que estava acontecendo, mas que Ele estava forjando o meu caráter para o que Ele faria através de mim. Dizia para que eu tão somente confiasse no Senhor e que era Ele que estava me colocando ao lado do Carlos Bezerra Jr. Eu tinha certeza de que, se era Deus que tinha nos unido, com certeza, Ele teria uma importante missão para nós. E eu estava certa! Ao término da reunião, compartilhei o que Deus havia trazido em resposta a mim. Depois que acabei de falar, um pastor muito sério, muito querido por nós, chamado Joel, me disse: “Patrícia, enquanto você falava, eu tive uma visão. Via você e o Carlos já casados, na ala internacional de um aeroporto embarcando. Vocês estavam viajando por causa da profissão de vocês, que abriria muitas portas para vocês servirem a Deus”. Nunca fui muito de acreditar em profecia, mas por tudo que tinha ocorrido naquela noite, soube que Deus tinha falado ao meu coração, e guardei aquela palavra, porque se fosse de Deus, se cumpriria. E assim como

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Abraão, que aguardou 25 anos até que a promessa se cumprisse, nós aguardamos 22 anos. E a visão e a profecia se cumpriram. No início deste ano, o Carlos e eu fomos surpreendidos por um convite especial: participar de um café com ninguém menos que o ilustríssimo presidente dos Estados Unidos: Sr. Barack Obama. Nos sentimos lisonjeados com o convite, e fomos para Washington (EUA). Chegando ao local do evento, tomamos nossos assentos e a presença do presidente e da primeira dama foram anunciadas. Naquele exato momento o Espírito falou ao meu coração: “este é o início do cumprimento da visão do meu servo”. Imediatamente fui levada àquela sala onde aconteceu aquela reunião quando a visão me havia sido revelada, cutuquei o Carlos e disse: “Amor...” E ele respondeu: “Já sei! A visão do pastor Joel. Lembrei a mesma coisa.” Meus olhos se encheram de lágrimas e eu pude ver o cumprimento daquela profecia na nossa vida e então compreender o que ela significava. E isso foi só o início. Mês passado, fomos à ONU, em Genebra, na Suíça. O Carlos representou o Brasil na principal Comissão de Direitos Humanos do Mundo. Ele foi discursar sobre a lei que criou, de combate ao trabalho escravo. A medida foi reconhecida como maior avanço mundial no tema pela ONU. E eu me reuni com a principal responsável por assuntos relativos à Exploração Sexual Infantil e Tráfico de Pessoas do Mundo, Bernadette Arditi, para desenvolver novos trabalhos de meu mandato na Câmara Municipal. Sabe o porquê dessa história toda? Porque assim como o tema desta edição, Deus nos preparou para uma

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missão de dois. Fomos em dois para Washington. Fomos em dois para a ONU, assim como os discípulos faziam. E nosso trabalho, nossos mandatos municipal e estadual procuram servir ao nosso próximo. Servimos a Deus servindo nosso próximo. E assim prosseguimos... Como está lá em Eclesiastes: “É melhor serem dois do que um”.

Nosso trabalho, nossos mandatos municipal e estadual procuram servir ao nosso próximo. Servimos a Deus servindo nosso próximo. E assim prosseguimos...

Patrícia Bezerra, é psicóloga e vereadora. Única nova mulher eleita para Câmara Municipal de São Paulo na atual legislatura. Casada com Carlos Bezerra Jr. e mãe da Giovanna e da Giulianna. Feliz por ver se cumprirem as palavras que Deus lhe deu - mais ainda por poder viver tudo isso a dois.

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OS CUIDADOS NA HORA DA MULTIPLICAÇÃO DA CÉLULA RICARDO REGGIANI, PR.

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multiplicação é um milagre. Um líder de Célula não pode esquecer essa verdade. Ela vai muito além de boas estratégias e técnicas, pois é algo sobrenatural, resultado da manifestação do poder de Deus no meio do grupo! Sempre que penso sobre esse assunto, lembro-me da multiplicação dos pães e peixes, operada por Jesus na Galileia (Marcos 6.30-44). Dentre tantas coisas importantes que podemos destacar naquela situação, quero ressaltar o fato de que a multiplicação aconteceu motivada por amor e compaixão.

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“E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles…” Marcos 6.34 Foi por amor e compaixão que Jesus não permitiu que os discípulos dispensassem aquelas pessoas, sem antes alimentá-las, pois já era tarde e o lugar era deserto. A multiplicação ocorreu em um ambiente de amor, cuidado, zelo e interesse genuíno pelo próximo. A Célula que vive e prioriza estes valores, experimentará do mesmo milagre. Outra coisa importante, e que precede a multiplicação da Célula, é a renúncia. Je-

sus renunciou seu plano de descanso para aquele fim de tarde (v.31). Os discípulos renunciaram o plano de dispensar a multidão, para que eles comprassem para si o que comer (v.36). E alguém teve que renunciar a própria comida: cinco pães e dois peixes (v.38). Somente depois disso é que o milagre pôde ser feito. O líder que deseja promover uma multiplicação saudável na sua Célula precisa aprender a renunciar a si mesmo, seu tempo, seus recursos e interesses pessoais. “Se o grão de trigo cair na terra e não morrer, fica ele só, mas se mor-


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que todas as pessoas estejam familiarizadas com a ideia.

rer (renunciar a si mesmo) dará muito fruto.” João 12.24

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uma ótima causa: o avanço do Reino de Deus.

É a lei da semeadura. Quem quer colher pessoas como fruto, deve semear a própria vida!

Faça uma festa celebrando a multiplicação, e mostrando que o crescimento é propósito de Deus.

Quando tomamos esses cuidados, o resultado será maravilhoso e o grupo crescerá de maneira saudável e se multiplicará deforma consistente e alegre. Nesse momento, é fundamental trabalharmos para que o nosso fruto permaneça e avance. Além destes critérios, existem outros que precisamos ter no momento da multiplicação das Células. Confira abaixo:

Na festa, facilite para que os membros do novo grupo orem por aquele que está sendo levantado como líder, e firmem ali uma aliança de cumprirem o propósito de Deus juntos, que é o de gerar mais discípulos.

Considere a localização geográfica para as novas Células; é mais fácil para os membros participar da Célula mais próxima da sua casa, ou cujo acesso seja favorável.

Lembrando que todo esse processo deve ser conduzido com flexibilidade. Os princípios de Deus é que são imutáveis e inflexíveis. Portanto, é de total importância que o líder trate tudo que envolve a multiplicação da Célula com o seu supervisor. A partir daí, vamos provar o milagre e a bênção da multiplicação!

O QUE É BOM FAZER NA MULTIPLICAÇÃO DA CÉLULA: •

Participe seu supervisor de todo o plano de multiplicação e de cada passo que será dado; isso evitará grandes erros. Trabalhe para que os 2 grupos resultantes da multiplicação tenham novos convertidos; eles trazem vida à Célula e têm maior facilidade para trazer outros não cristãos ao encontro.

Dê preferência para que a nova Célula aconteça na casa do novo líder.

Analise se o futuro líder exerce boa influência sobre o seu futuro grupo.

Treine o futuro líder na condução dos encontros: eu faço, ele vê; eu faço, ele me ajuda; ele faz, eu ajudo; ele faz sozinho, eu supervisiono.

Fale sobre a multiplicação alguns meses antes dela acontecer, para

Dentro do possível, respeite os vínculos de discipulado e amizade.

O QUE DEVEMOS EVITAR NA MULTIPLICAÇÃO DA CÉLULA: •

Evite uma diferença de idade muito grande entre os membros.

Evite que o líder tenha pessoas da própria família na Célula; normalmente, o tratamento e o desenvolvimento dessas pessoas ficam comprometidos.

Evite grupos homogêneos (exemplo: só homens, só mulheres etc.).

Evite que aqueles que não têm um relacionamento saudável fiquem juntos.

Evite o típico “chorôrô” nessas horas; ajude as pessoas a perceberem que elas vão continuar se vendo e se encontrando, e que estarão em lugares diferentes por

Evite que a nova Célula inicie sem ter pessoas “fortes”, maduras, ao lado do líder.

O líder que deseja promover uma multiplicação saudável na sua Célula precisa aprender a renunciar a si mesmo, seu tempo, seus recursos e interesses pessoais.

Ricardo Reggiani é pastor de jovens na Comunidade da Graça em Ermelino Matarazzo, é casado com a Vanessa e pai de duas filhas

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ADORAÇÃO É RELACIONAMENTO RACHEL NOVAES “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.” João 4.23

O

texto acima é, sem dúvida, um dos mais específicos ensinamentos de Jesus acerca da adoração. “Em espírito e em verdade” são dois aspectos imprescindíveis para a adoração que Deus espera receber. Mas quero destacar a figura usada por Jesus para ensinar-nos a respeito deste tema; Ele se refere a Deus como “Pai”. Diz que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai, e que o Pai procura estes adoradores. A adoração não é o ato de um súdito que se prostra diante do seu rei; é mais rico que isso. Também não é a atitude de um escravo que, submisso,

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recebe ordens de seu senhor; vai além disso. A adoração é o relacionamento amoroso de um filho, ou filha, com o seu Pai. A partir deste cenário, estabelecido por Jesus, podemos crer que a adoração é fruto de intimidade, liberdade, confiança e transparência; características de um relacionamento entre pai e filho. Dentre as figuras que temos de Deus, a que mais acalenta o nosso coração é a de um Pai amoroso.

“Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um dos seus discípulos lhe disse: Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou aos discípulos dele. Ele lhes disse: Quando vocês orarem, digam: ‘Pai! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano. Perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todos os que nos devem. E não nos deixes cair em tentação’.” Lucas 11.1-4

Deus é chamado de Pai no Novo Testamento pelo menos 360 vezes. É a figura divina mais mencionada.

Aqui Jesus dá a seus discípulos o belo modelo de oração que conhecemos como “Pai Nosso”. Esta foi a


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primeira lição de Jesus sobre a comunhão pessoal com Deus, que, aliás, é a essência da adoração. É importante observar que esse ensinamento inicial de Jesus focalizou o relacionamento do adorador, para com Aquele a quem ele adora. O texto diz: “Quando vocês orarem, digam: Pai!”. Paralelamente a essa revelação feita por Jesus, de que Deus é Pai, encontramos sua afirmação de que temos que nos tornar como crianças para entrar no reino de Deus. “Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: Quem é o maior no Reino dos céus? Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.” Mateus 18.1-3 Para que exista um pai, necessariamente, deve haver um filho; e um filho é a evidência óbvia de que existe um pai. Mas, além de identificar Deus como “Pai” diversas vezes, o Novo Testamento ainda se refere a nós como filhos e filhas de Deus e família de Deus. Deus Pai tem filhos terrenos, e o relacionamento entre esse Pai e seus filhos é semelhante ao que há entre um pai terreno e seus filhos, com uma importante diferença: nosso Pai celestial nunca falha. Aqueles que não tiveram bons pais naturais têm certa dificuldade de apreciar essa imagem paterna de Deus. Porém, podem olhar para o Pai celeste e ver como o pai terreno deveria ser. Perdi meu pai muito cedo; tinha apenas um ano e oito meses. Não tenho lembrança alguma dele. Mas, desde criança, direcionada por minha mãe, passei a ver Deus como meu Pai. E é isso que Ele é para mim!

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Em geral, um filho existe em decorrência de um relacionamento entre um homem e sua esposa. O pai não escolhe o filho, mas este é parte dele. Assim também, nós não somos mero resultado de uma decisão tomada por Deus; somos frutos de seu amor. Existimos por causa de um ato de amor dele, e não por algo que nós próprios pudéssemos ter feito. João nos lembra: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” 1 João 4.10 A adoração é nossa resposta à oferta de amor que tem início no coração do Pai. O amor com que correspondemos ao amor de Deus, é adoração.

É A CARA DO PAI! Parte da semelhança que há entre uma criança e seu pai é genética; ela a recebeu ao ser formada. Mas grande parte dela é assimilada pela convivência com o pai. Ela o observa e o imita. Vejo minha filha Beatriz, que é a cara do pai, agindo exatamente como eu em diversas situações, e o pequeno Samuel, meu filho mais novo, imita-nos o tempo todo. Os filhos de Deus também precisam estar em companhia de seu Pai para conhecer sua maneira de ser, entender suas instruções e saber quais são os seus desejos. A criação dos filhos resulta de um constante relacionamento entre filho e pai, vinte e quatro horas por dia. Assim também, a adoração não pode limitar-se a um breve momento de culto aos domingos. Tem que ser uma experiência contínua, que permita ao filho de Deus ter contato com a vida do Pai diariamente. Deus não é aquele pai divorciado que só tem direito de ver os filhos nos fi-

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nais de semana. Não! Deus é um pai excelente, que se dispõe a atender-nos em todas as horas do dia e da noite, 365 dias por ano. Nós, os seus filhos, podemos desfrutar da Sua presença e da Sua companhia a todo instante. E esse desfrutar da Sua presença, chama-se adoração. Quanto mais tempo passarmos em companhia do Pai celeste, mais refletiremos sua imagem e semelhança. Queremos ser semelhantes a Jesus? Isso depende muito mais de nós do que de Deus. Quanto mais desfrutarmos da presença do Pai de Jesus, mais semelhantes a Jesus seremos. O âmago da adoração é o relacionamento de um filho com seu Pai amoroso. Com isso, a adoração é possível em qualquer lugar e em qualquer momento. Não precisamos de artifícios para conversar com o nosso Pai. Vivendo em Sua presença todas as horas do dia, sempre que tivermos consciência dessa presença, devemos agir como uma criança que ama o pai: conversar com ele, abraçá-lo, fazer uma porção de coisas para Ele ou então simplesmente dirigir-lhe um olhar cheio de amor e satisfação. Nada vale mais do que isso! Que o Pai te abençoe!

Rachel Novaes é cantora, compositora e membro da Comunidade da Graça em Ubatuba/SP. É casada com Marcelo Novaes, e tem dois filhos.

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O homem é um ser gregário por excelência. Porém a violência, o individualismo, a competição, e tantos outros fatores, têm isolado as pessoas umas das outras. Mais do que nunca, o ser humano está carente de relacionamentos significativos.

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É nesse contexto que o modelo de evangelização de Cristo se faz atual.

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O REMÉDIO CERTO PARA CORAÇÕES AFLITOS MARTA CRISTINA LEITE FERREIRA

“Por isso eu estou dando a vocês um novo mandamento – amem-se tanto uns aos outros quanto Eu amo a vocês. Esse profundo amor que vocês tiverem provará ao mundo que vocês são meus discípulos.” João 13.34-35 (Bíblia Viva) A cada dia o mundo parece tornar-se mais sombrio e ameaçador. As notícias que ouvimos diariamente falam de desesperança, do vazio de sonhos, da desvalorização da vida e da brutal competição, tão presentes em nossa sociedade moderna, e que tem levado milhões de pessoas a viverem em condições desumanas. A dor constante, a angústia presente, a depressão, a ausência de sentido, hoje mais do que em outro tempo, passaram a fazer parte da própria composição psicológica e da textura da sociedade moderna. Este cenário de dor e desesperança que vemos, tem gerado pressões psicológicas absurdamente insuportáveis, produzindo uma geração de pessoas adoecidas, solitárias, vazias, imaturas emocionalmente, indiferentes e desnorteadas. Os transtornos de ansiedade em crianças e jovens, são comuns e constituem o maior grupo de problemas de saúde mental, causando um efeito significativo na trajetória de desenvolvimento e interferindo na aprendizagem. Muitos desses transtornos são persistentes e, se não forem tratados, aumentam a probabilidade de problemas na idade adulta.

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Como se sabe, o indivíduo se define e se torna humano na relação com outras pessoas. Dessa interação, muitas vezes, nascem angústias e alegrias, multiplicam-se inseguranças e avançam fantasias, diminuem espontaneidades e míngua a sinceridade. As tentativas de sentir-se aceito, e quem sabe, até amado, mobiliza-nos. Mesmo que para isso precisemos correr atrás de tantas coisas desnecessárias a fim de estarmos no mesmo nível dos demais. Estamos todos obcecados pelo conceito de melhor, o bom já não é suficiente. Para completar a loucura, vivemos em uma sociedade de consumo que constantemente fabrica necessidades, coisas que temos de “ter” para poder “ser”, ou pelo menos “parecer” incluídos. Acabamos todos trabalhando demais, comprando demais, estressados demais e nos relacionando de menos com nossos semelhantes. Damos tudo o que nossos filhos desejam e sonham; menos a nós mesmos. Por isso, continuamos todos insatisfeitos. “Porque vocês vivem gastando seu dinheiro, se esforçando à toa para comprar coisas que não matam a fome? Ouçam o que Eu digo, e vocês poderão comer comidas de-

liciosas para alimentar as suas almas” Isaias 55.2 (Bíblia Viva) Mas não vamos somente nos concentrar nas coisas mais difíceis, tristes ou terríveis. Vamos olhar além das dificuldades e enxergar o milagre que Deus pode operar em nós e através da nova vida que Ele nos deu. Deus concedeu a nós, seus filhos, a capacidade de agir como instrumentos dele na cura das almas. Essa capacidade precisa ser liberada na vida da comunidade. Pois agora há algo maravilhoso em nosso interior e em nosso coração regenerado, que violência nenhuma, rejeição nenhuma, fracasso nenhum é capaz de destruir. Essa é a tônica da Nova Aliança. A proposta é a cura emocional através da ação do Espírito Santo que é liberada na vida em comunidade. Ele é capaz de nos dar os recursos que, postos em ação, poderão curar corações partidos de modo miraculoso, superar os danos causados por um passado de violência, incentivar os deprimidos a avançar corajosamente, estimular solitários a encontrar amigos, revitalizar crianças e adolescentes abatidos e infundir esperança na vida de inúmeras


pessoas que se sentem rejeitadas, sós e inúteis. Esse é o principal objetivo da comunidade, do Corpo de Cristo – a Igreja, mais do que qualquer outra coisa, ajudar as pessoas, das mais diferentes realidades, a relacionarem-se de maneira saudável. “Assim pertencemos uns aos outros e cada um precisa de todos os demais.” Romanos 12.5 Larry Crabb, em seu excelente livro Conexão, afirma com propriedade: A maior necessidade moderna é o desenvolvimento de comunidades – comunidades verdadeiras onde o coração de Deus é a meta, onde o humilde e o sábio aprendam a conduzir aqueles que se acham atrás dele no caminho, onde os crentes dão-se os braços uns aos outros para avançar juntos. Como cristãos, temos um modelo. Vamos segui-lo? Ninguém foi tão interativo como Jesus! Ele tinha alguns amigos “mais chegados que um irmão”, mas também milhares de seguidores, uma multidão que, na medida do possível, tratava de maneira íntima e pessoal. Ele se sensibilizava com a dor, tocava e curava as pessoas, chorava com elas e por elas, pegava as criançinhas no colo a fim de abençoá-las, frequentava a casa e as festas das pessoas mais improváveis da época. Enfim, não tinha medo de se relacionar com as pessoas reais e seus problemas reais. “Cristo, tornou-se humano, e morou aqui na terra entre nós, e era cheio de perdão amoroso e da verdade. E alguns de nós vimos a glória dele – a glória do Filho único do Pai celeste.” João 1.14 (Bíblia Viva) Foi nessa interação contínua com os da Sua espécie, que Jesus demonstrou a maneira correta de viver no Reino de Deus. Ele veio nos ensinar a viver.

Não tenha dúvidas: Jesus foi um revolucionário! Ele não derrubou o governo político que estava no poder, mas virou o mundo espiritual de cabeça para baixo. Questionou os valores da sua época. Revolucionou a maneira como seus discípulos deveriam encarar os relacionamentos. Ele nos orientou: “amem-se uns aos outros como eu amei vocês”. O amor às pessoas depende de escolhas. Quando somos tentados a competir com elas, para mostrar que somos superiores, a nos comparar ou a nos envolver em fofocas e disputas invejosas, precisamos parar e pensar a respeito da maneira como Jesus amava, e então escolher seguir nessa direção. Não há remédio melhor para isso do que uma comunidade receptiva e ativa na sociedade, isto é, a Igreja de Cristo, engajada na missão que Ele nos deu, envolvida na comunidade e recebendo as pessoas de braços abertos. Ali sim, as pessoas encontrarão unidade de propósito, aceitação por serem elas mesmas, enfim, uma identidade genuína. A redescoberta da paixão de ser um agente transformador no mundo irá acordar os amortecidos e humanizar – à maneira de Cristo – as nossas relações.

DEUS CONCEDEU A NÓS, SEUS FILHOS, A CAPACIDADE DE AGIR COMO INSTRUMENTOS DELE NA CURA DAS ALMAS. ESSA CAPACIDADE PRECISA SER LIBERADA NA VIDA DA COMUNIDADE. outubro 2013 | comuna | 27


UM MODELO PARA HOJE PAULO ALEXANDRE SARTORI

É amplamente conhecido, divulgado e ensinado, que Jesus deixou aos seus discípulos – de todos os lugares e todas as épocas – a missão da evangelização. Ide por todo o mundo... Pregai o evangelho... Fazei discípulos... (Mateus 28.19, Marcos 16.15).

Também é indiscutível que isso foi dito como um mandamento, e espera-se que a igreja de Cristo na terra esteja sempre envolvida no cumprimento dessa missão. Essa é a vocação de todo cristão: uma vez alcançados pela graça regeneradora e salvadora de Deus, recebemos o ministério da reconciliação entre o homem e o seu Criador (2 Coríntios 5.18). Mas como fazer isso? Qual o melhor método para a evangelização? Diante de tantos modelos, como escolher um? Antes de qualquer coisa, é preciso voltar os nossos olhos para Jesus e verificarmos a maneira como Ele mesmo cumpriu essa tarefa em seu ministério.

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ZAQUEU O evangelista Lucas nos dá a primeira pista sobre como Jesus exercia sua missão. No capítulo 19 do seu livro, lemos a respeito de um publicano chamado Zaqueu. Os publicanos eram cobradores de impostos, instituídos por Roma em suas províncias, a fim de garantir o recolhimento dos tributos junto à população e remetê-los ao controle do império. Os judeus viam essas pessoas como traidoras do seu próprio povo, além do que, era prática corrente entre eles, cobrarem valores além do estabelecido. Isso os enriquecia ao mesmo tempo em que atraia

o ódio dos seus compatriotas. Por isso, os publicanos eram desprezados. Um deles, chamado Zaqueu, ouvindo falar de Jesus, quis vê-lo. Como era de baixa estatura, subiu em uma árvore no caminho onde o Mestre passaria. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa” (Lucas 19.5). Muitos estudiosos afirmam que essa declaração de Jesus foi o ponto alto para a conversão de Zaqueu, que deve ter pensado: “Como esse Jesus diz que


vai à minha casa? Ninguém entra lá há tanto tempo... tenho muitos bens, mas perdi todos os meus relacionamentos... e agora, esse homem que ouço dizer ser o Messias, vai estar comigo em minha casa?”.

A primeira reação da samaritana foi visualizar apenas a dimensão física de tal milagre. Ela queria a água do poço a fim de não mais voltar àquele lugar. Jesus disse que é não era sobre isso que Ele estava falando.

A Bíblia não relata o tema da conversa de Jesus com Zaqueu. Mas uma coisa é certa: dita, quando o Mestre deixou a casa, Zaqueu já não era mais o mesmo homem. Ele havia sido transformado em outra pessoa, a ponto de se comprometer a restituir tudo o que havia roubado. A atitude de Jesus, de entrar na casa, ultrapassar a barreira do preconceito, e tratá-lo com amor e consideração, abriu as portas do coração de Zaqueu para receber a mensagem do evangelho.

Com muito tato, e de forma respeitosa, Jesus perguntou sobre a vida pessoal dela. Então ela relatou a sua condição, seu motivo de vergonha. Mas a atitude de Jesus fez com que ela reconhecesse que Ele era um profeta. Ela pensava que aquele Mestre queria confrontá-la com a religião dos judeus. Mas Jesus explicou a ela que a adoração que Deus recebe, é aquela feita em sinceridade e do profundo do coração.

A SAMARITANA O discípulo João, por sua vez, nos conta outro episódio sobre Jesus. No capítulo 4 do seu evangelho, tomamos conhecimento de uma mulher samaritana. Os samaritanos eram descendentes de antigos judeus que se miscigenaram com povos estrangeiros. Por isso, os judeus não se relacionavam com eles e os consideravam inferiores. Imagine uma mulher dessa etnia, vivendo em uma sociedade machista, e que já havia tido alguns maridos. Pense no grau de desprezo que ela experimentava! Quando aquela mulher foi ao poço de sua cidade, encontrou ali um homem, um judeu, sentado. Era Jesus. Ele pediu um copo de água. Isso deixou a mulher espantada. Jesus então lhe falou que possuía um tipo de água que saciava a sede do ser humano e concedia a vida eterna a quem dela bebesse.

Esse encontro foi tão decisivo para a vida daquela samaritana, a ponto dela sair para anunciar a Cristo aos seus concidadãos. E o texto diz que, por causa do seu testemunho, muitos creram em Jesus. O espaço aqui é pequeno para citarmos outros encontros de Jesus e também os exemplos dos apóstolos como: Filipe e o eunuco (Atos 8.26-40); Pedro e Cornélio (Atos 10); Paulo e o carcereiro (Atos 16.19-34) e muito mais.

A MISSÃO DOS SETENTA Voltando a Lucas, agora no capítulo 10, vemos Jesus enviando setenta dos Seus discípulos, de dois em dois, pelas cidades para onde Ele iria depois. A instrução era entrar em cada casa onde fossem recebidos, ministrando paz sobre aquele lar, curando os enfermos e anunciando a chegada do reino de Deus. No mesmo capítulo, lemos sobre a grande alegria que esses

discípulos experimentaram com os bons resultados da missão. A missão dada aos setenta é a nossa missão. Esse modelo vale para os dias de hoje. Por que os cristãos do século XXI, da mesma forma, não levam as boas novas de salvação para todas as pessoas ao seu redor? No texto citado acima, Jesus diz que os discípulos deveriam ir, sem levar bolsa, alforje ou sandálias. Lembrando do encontro de Jesus com Zaqueu e a samaritana, devemos entrar em contato com as pessoas ao nosso redor, os desvalidos, os desprezados, os que caíram pelo caminho, os que passam necessidades, os angustiados e entristecidos, sem carregarmos preconceitos, intolerância, juízos pré-estabelecidos, arrogância ou sentimento de superioridade. Ao contrário disso, devemos ir às pessoas levando interesse genuíno pela condição delas, até porque, já estivemos na mesma ou pior condição. Precisamos ter os ouvidos abertos para escutar, o coração e os braços para acolher com afeto, as mãos estendidas para servir em amor, e uma disposição dedicada para compartilhar as verdades das Escrituras. No meio dessa sociedade egoísta, competitiva e individualista, onde é cada um por si e ninguém se importa com o próximo, se praticarmos esse modelo de Jesus, certamente as portas das casas, e o coração das pessoas, se abrirão para nós e para o evangelho. E ali haverá perdão, restauração, libertação, alegria e poderosa salvação.

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POSSO ENTRAR? WAGNER FERNANDES, PR.

A Comunidade da Graça utiliza a expressão Encontros de Paz há muitos anos. Foi o primeiro nome que surgiu no coração do pastor Carlos Alberto Bezerra, quando da organização dos trabalhos de evangelismo em São Paulo. Os encontros aconteciam em pontos estratégicos e centrais da cidade – em teatros e grandes salas de conferências, abertas ao público em geral. Hoje, passado algum tempo, os Encontros de Paz estão de volta, num novo formato, mas com o mesmo foco na missão de irmos até as pessoas. Levar o evangelho (as boas novas; a doutrina de Cristo) para um não cristão é um ato de amor e obediência ao chamado de Jesus. Cristãos no mundo todo devem repetir essa mesma prática presente na vida de Jesus – o maior de todos os evangelistas. Os Agentes de Paz são as pessoas que vão levando a divina semente (1 Pedro 1.23; a Palavra de Deus – a Bíblia) nos lares, escolas, escritórios etc., e retornam trazendo nos braços os feixes de uma grande colheita (Salmo 126). Os Encontros de Paz têm em vista a mobilização do maior de número possível de discípulos de Jesus, na direção dos não alcançados. A meta é cooperar para que cada um atenda a grande comissão de Jesus:

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“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado...” Mateus 28.19-20. O método de evangelização ensinado por Jesus em Lucas 10.1-24 (a missão dos setenta) constitui uma base de pensamento e ação estratégica que não se pode desprezar. Fica difícil explicar, e só pode se tratar de um ato soberano e divino, mas o método utilizado lá atrás por Jesus, ainda vale para os nossos dias. Na era da globalização, da informação e tecnologia avançada, um fenômeno social vai se desenhando paralelamente; um quadro cinzento e triste. Pois mesmo envolto por tantos serviços, acessos e facilidades, o ser humano está cada vez mais só e isolado nessa selva de máquinas. Há um clamor, um grito sufocado na alma das pessoas, por relacionamentos significativos. Diversos Agentes de Paz, que já estiveram nas casas – numa conexão direta com as pessoas, no ‘teti a teti’, no conforto da sala, entrando em contato com o lado real do ser humano – contam, maravilhados, os efeitos extraordinários que este tipo de evangelização produz. Nem precisaria, mas vale a pena reforçar, que a melhor maneira

de se conhecer alguém é indo até a sua casa. Quando entramos na casa de uma pessoa, conseguimos fazer uma leitura mais próxima de quem ela realmente é, do que gosta, se tem animais domésticos, do “clima” dentro de casa etc. Elementos que jamais teríamos, se não fosse a visita. Quando entramos na casa de alguém, como o próprio Jesus recomendou àqueles setenta discípulos, abre-se uma imensa possibilidade de um relacionamento mais seguro e consistente. Não existe ambiente melhor para o evangelismo do que uma casa. Jesus ía até a casa das pessoas. Ele se aproximava delas intencionalmente e conquistava o direito de falar-lhes das grandezas de Deus. Jesus teve um profundo respeito pelas pessoas e uma disposição incomparável. Essa foi Sua instrução para os doze apóstolos (Mateus 10.5-15). E hoje, Ele espera que seus discípulos (aqueles que seguem, aprendem e ensinam) andem pelo mesmo caminho.

OS ENCONTROS DE PAZ O que são os Encontros de Paz? Eles representam uma estratégia da igreja para que seus membros se organizem melhor na direção dos não cristãos, com uma única finalidade: propiciar-lhes um encontro com Deus. Considerando que gran-


de parte das pessoas resiste à ideia de ir a uma igreja, então, nada melhor do que os cristãos, conscientes de suas responsabilidades e oportunidades, inverterem o processo, indo até eles. Como nascem os Encontros de Paz? O Agente de Paz (a pessoa que compartilha as lições com o não cristão) e seu auxiliar, seguindo o modelo de Jesus, de dois em dois, dão início ao projeto com oração e contatando a pessoa de interesse, fazendo algumas perguntas simples como: “Você gostaria que eu fosse orar na sua casa, uma vez na semana, por sete semanas?”; ou “Você crê que Deus pode fazer um milagre na sua casa através dos Encontros de Paz?”. O interessante é que poucas pessoas oferecem resistência a um convite dessa natureza. Por cultura, o brasileiro é aberto para a oração e visita no lar. Daí os resultados tão maravilhosos deste projeto espiritual de evangelismo. Onde acontecem os Encontros de Paz? Fundamentado no modelo de evangelização de Jesus, o melhor lugar são as casas, o ambiente familiar. Mas dada a informalidade e simplicidade do projeto, eles também podem acontecer nos escritórios, escolas, lojas, parque etc. Onde tiver gente! Quando acontecem os Encontros de Paz? Num dia qualquer, uma vez por semana. No dia que for melhor tanto

para o Agente de Paz, quanto para a pessoa (ou pessoas) que receberão as ministrações. Qual o tempo necessário para os Encontros de Paz? O encontro semanal é de pouca duração. Isso é muito bom, considerando os aspectos do corre-corre da cidade. O Agente de Paz não precisará mais do que quarenta minutos para a realização do encontro. Quais os propósitos dos Encontros de Paz? São muitos, mas, resumidamente, nos concentramos em cinco: 1º Cumprir a missão de evangelizar nos lares; 2º Darmos frutos que permaneçam (João 15.8); 3º Aumentar a experiência e a paixão de cada discípulo de Cristo no evangelismo; 4º Treinar os membros da igreja na abordagem direta do não cristão; 5º Continuar o processo multiplicador através das Células. O conteúdo dos Encontros de Paz é bem simples. São ministrações baseadas, evidentemente, na Bíblia, levando em consideração O Projeto Eterno de Deus, O pecado e suas consequências, O amor de Deus por nós, O fim da nossa vida de desobediência, Nossa nova vida em Cristo, O arrependimento e o novo nascimento e O Projeto Eterno de Deus restaurado. Os membros da igreja, que estão praticando o desafio dos Encontros de Paz,

estão surpresos pelos bons resultados. O que nos faz lembrar a mesma alegria dos discípulos de Jesus ao voltarem da missão, e da visão que o Mestre ampliou no coração deles (Lucas 10.17-21). Precisamos sair da nossa zona de conforto e ir até as pessoas com uma proposta simples: “POSSO ENTRAR?”

LEVAR O EVANGELHO (AS BOAS NOVAS; A DOUTRINA DE CRISTO) PARA UM NÃO CRISTÃO É UM ATO DE AMOR E OBEDIÊNCIA AO CHAMADO DE JESUS. CRISTÃOS NO MUNDO TODO DEVEM REPETIR ESSA MESMA PRÁTICA PRESENTE NA VIDA DE JESUS – O MAIOR DE TODOS OS EVANGELISTAS. outubro 2013 | comuna | 31


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COMUNIDADE DA GRAÇA EM ROLÂNDIA/PR

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olândia é uma cidade do norte do Paraná, colonizada por alemães. Tem 80 anos e 57 mil habitantes e seu nome é uma homenagem a Roland – um lendário guerreiro medieval, considerado um símbolo de liberdade e justiça. Foi aqui que, em 1988, os pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra, com o seu espírito empreendedor e missionário, deixaram a cidade de São Paulo e vieram com sua família para começar uma nova Comunidade da Graça. Alguns anos antes, eles haviam inaugurado a Comunidade em Londrina. O pastor Flávio e sua esposa Lorena foram convidados por sua sogra, Lourdes, para assistirem a um culto. Eles se apaixonaram pela pregação e pelo pregador – o pastor Carlos Alberto. Em pouco tempo, o trabalho tornou-se muito próspero em Londrina. Várias pessoas das cidades vizinhas iam até lá para participar dos cultos, inclusive algumas famílias de Rolândia. Nesta ocasião, os pastores Noé e Suely Antunes expandiram a obra para a cidade de Rolândia, onde o Flávio e a Lorena puderam pisar no chão da casinha de madeira onde a igreja começou. Em Rolândia, o pastor Carlos Alberto construiu fortes amizades e, junto com os pastores Noé e Ludovico, laçaram a pedra fundamental de um prédio que abrigaria muitas famílias no decorrer dos anos.

Fachada da Comunidade da Graça em Rolândia/PR

O Encontro Vida Vitoriosa é realizado com todos os que ingressam no ministério. GDs e reuniões de liderança são realizadas constantemente, com o intuito de capacitar as Células que vão se espalhando pela cidade. Gente preciosa tem dirigido as Células. Os supervisores são verdadeiros pastores. Sem estas pessoas, os pastores locais não fariam nada. A Comunidade já tem Células de crianças, adolescentes, jovens, mulheres e famílias.

Em janeiro de 2001 houve, surgiu o desafio, na Supervisão Sul, de se orar pela vinda de um novo casal de pastores para Rolândia. O Flávio e a Lorena se prontificaram a orar por isso e mal sabiam que, em poucas semanas, seriam enviados de Londrina para Rolândia, com suas filhas Flávia, Fernanda e Gabriela, saindo da infância para a adolescência.

Os pastores Israel e Débora auxiliam no trabalho com jovens, supervisionando as Células, e fazendo um trabalho evangelístico na cidade próxima de Cambé. Arapongas e outras cidades também têm sido atendidas.

A família chegou a Rolândia no mês de fevereiro, em um acampamento de carnaval. E no dia 04 de março de 2001, assumiram a igreja, apresentados pelo supervisor e pastor Renato Fogaça.

O Adenilson, líder do ministério da música, e sua esposa Rosilene, ao longo do tempo, têm contribuído muito para o desenvolvimento da Comunidade da Graça.

A primeira preocupação deles foi criar um plano para fortalecer as reuniões de oração e vigílias. Depois, sanaram as dificuldades que precisavam ser superadas, reestruturaram o prédio para receber mais vidas e começaram a edificar a liderança. Instituíram o Centro de Treinamento em Liderança, onde muitas turmas já se formaram no Trilho de Treinamento. Isso acontece há 12 anos, todo domingo pela manhã e segunda feira à noite.

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As Células alcançaram muitos bairros carentes, onde a ação social da igreja tem sido diligente em atender muitas vidas, suprindo necessidades básicas com alimentos, roupas, calçados e remédios. Há alguns anos, alugamos um terreno de quase 1.000 m2, encostado ao prédio da igreja, onde


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Pr. Flávio, Pra. Lorena e as filhas Flávia, Fernanda e Gabriela

funciona um estacionamento e um local de culto para adolescentes, com uma equipe liderada pelo casal Beto e Fernanda. Esses cultos acontecem duas vezes na semana.

Vidas têm sido transformadas, e famílias têm experimentado as bênçãos e a prosperidade que veem do nosso Pai Celestial.

As mulheres fazem um trabalho maravilhoso na intercessão e no evangelismo, promovendo chás, café colonial, almoços, jantares, feiras do pão e de artesanato, com as quais temos equipado o prédio. O Projeto Neemias, cuidado pela Mara, tem gerado recursos para as reformas.

Também organizamos encontros e cafés com homens. Os queridos Cidão e Antonia mantêm os cursos para noivos, ensinando e ajudando a tantos casais. As irmãs Rosilene, Meire e Rosangela, há tantos anos, junto com as demais professoras, realizam um trabalho maravilhoso no ministério infantil, e se orgulham de ver quantas crianças já são homens feitos. Muitos acampamentos, para diversos grupos de interesse, têm sido realizados e geram frutos que enchem o nosso coração de alegria. Os pastores Flávio e Lorena também contam que o evangelismo foi algo que Deus fez acontecer naturalmente desde que chegaram à cidade. Todo dia dos pais, das mães, das crianças e dia internacional da mulher, as inúmeras escolas da cidade, e outros estabelecimentos, os chamam para ministrarem uma palavra aos presentes. As festas das Células, sempre vibrantes e lindas, são realizadas todos os anos, com a participação dos supervisores Renato e Cristiane Fogaça, além de gente tão preciosa que vem de São Paulo.

Liderança da Comunidade da Graça em Rolândia/PR

Graças a Deus, a igreja tem crescido e se multiplicado. Hoje são mais de 700 membros. Este ano, comemoramos o jubileu de prata. Vidas têm sido trans-

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formadas, e famílias têm experimentado as bênçãos e a prosperidade que veem do nosso Pai Celestial. Temos o sonho de adquirir o terreno ao lado da igreja para ampliarmos o prédio e termos uma escola. Sonhamos com igrejas implantadas em Cambé e Arapongas, e com um grande avivamento, onde possamos experimentar o melhor do Espírito Santo e ganharmos estas cidades para Cristo.

Pr. Flávio, Pra. Lorena, Pr. Israel e Débora

Culto de Celebração na Comunidade da Graça em Rolândia/PR

Agradecemos ao Leo, irmão precioso, que além de secretário, tem ajudado muito em diversos ministérios. Aos irmãos que, com o seu trabalho voluntário, ajudam na ampliação do prédio. Aos casais que trabalham na cozinha, sempre extremamente prontos para todos os eventos. Ao supervisor e pastor Renato Fogaça, homem incansável, e à sua família, sempre tão dispostos a colaborar. E principalmente aos pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra, cuja vida e ministério são o nosso maior exemplo para prosseguir em frente.

TESTEMUNHO Sou Alberto Ferreira da Rocha, conhecido como Beto, casado há 17 anos com a Fernanda, com quem tive 3 filhos maravilhosos: Axel, Pablo e Kelvyn. Com 14 anos de idade, comecei a beber e consumir drogas com ‘amigos’, o que me levou a ter uma vida totalmente sem limites. Casei muito cedo, com 18 anos, e nessa época eu pensava ser normal usar drogas, pois sempre achei que poderia controlar a situação. Mas o corpo sempre pedia mais. Não tinha ânimo para trabalhar, e isso me levou a buscar dinheiro de forma fácil e ilegal. Aparentemente, tínhamos tudo o que queríamos, mas nunca alcançávamos a verdadeira felicidade; e isso era só o início da minha decadência. Passei 34 | comuna | outubro 2013

a traficar, pois, como a Bíblia diz, um abismo chama outro abismo (Salmo 42.7). Meu casamento foi destruído e ficamos separados por 3 meses. Tudo isso me levou a um maior envolvimento com as drogas e com o crime. Fiquei irreconhecível. Mas um dia, meu amigo e padrinho de casamento, Atenorio Amaral, que pagou o preço de oração por mim, me convidou para ir à igreja e disse que minha vida iria mudar. Em fevereiro de 2001, decidi ir e, de imediato, Deus restaurou minha família e fomos juntos para a Comunidade da Graça de Rolândia. Conheci a Jesus, fui batizado e fiz uma aliança com Deus de nunca mais me envolver com drogas e

coisas que desagradassem a Ele. Deus me pedia para começar tudo de novo. Entrei nessa de cabeça, e perdi tudo que possuía: casa, carro, moto e até móveis, e fomos morar numa casinha de madeira torta e com brechas. Este foi o período mais difícil da minha vida. Eu me afastei de todas as influências ruins e passei por muito sofrimento por causa da abstinência. Muitas vezes, chorava prostrado no chão, mas isso era o início da minha libertação. Não pude me internar em clínicas de recuperação porque tinha uma família para sustentar. Mas Deus não me abandonou e sempre que eu clamava, dizendo que não suportava mais, Ele vinha com refrigério, alívio e amor.


Os irmãos da igreja nos levavam alimentos e em tudo fomos supridos. Nossa fé foi fortalecida dia após dia. Consegui um trabalho honesto e o Senhor foi multiplicando o que tínhamos. Ele me mostrou que eu não precisava de nada além da Sua presença e que, na mão do justo, Ele faz um real transformar-se em mil; e mil reais, sem Ele, acabam em nada. Tudo o que o diabo dá, ele tira, mas o que Deus nos dá, permanece para sempre. “Pois aquilo que as pessoas acham que valem muito, não tem valor nenhum para Deus” (Lucas 16.15b). O Senhor estava me limpando das coisas do mundo e renovando tudo em mim. Estou livre das drogas há 12 anos e Deus restaurou todas as áreas da minha vida. Sou proprietário de uma microempresa, onde damos oportunidades para pessoas com a mesma dificuldade que eu tive, e que querem

mudar, trabalhar e ter uma vida com Deus. No local, atualmente, funcionam 3 Células em dias alternados. Aprendi que quando cuidamos das coisas de Deus, Ele cuida das nossas. Minha vida financeira melhorou muito além do que pedi. Em 2006, já como cooperadores na Comunidade da Graça, fomos convidados para o diaconato. Dois anos mais tarde, nossos pastores Flávio e Lorena nos desafiaram a iniciar o Ministério de Adolescentes, uma bênção para nós e para esses jovens. Também somos supervisores de Células. Meu maior prazer é trabalhar e dedicar minha vida na obra do Senhor. Agradeço a Deus, aos amigos e pastores que me apoiaram e se dedicaram em me ajudar, para que eu pudesse experimentar o melhor da vida em Jesus. São pessoas que me inspiram e que admiro muito porque não desistiram

de mim. Obrigado a todos da Comunidade da Graça em Rolândia.

Alberto Ferreira da Rocha e Família

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POR QUE ANDAIS ANSIOSOS? JORGE LUIZ MANTOAN, MÉDICO

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nsiedade é o prato diário no meu consultório (e confesso que no meu dia a dia também). Para entender melhor isso, precisamos distinguir o que é sentimento, o que é doença e o que é fator desencadeante.

O SENTIMENTO ANSIEDADE A ansiedade é uma característica biológica do ser humano, que antecede um perigo real ou imaginário e é marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como coração acelerado, sensação de fôlego curto, transpiração

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fria e pegajosa, sensação de que algo muito ruim vai acontecer ou, até mesmo, de morte eminente. Pode acontecer em crianças, geralmente inseguras, e ser mal interpretado pelos pais como um traço de personalidade ou maturidade precoce. São descritas como alguém que não precisa de cobrança paterna para estudar, cuidadoso ao extremo com o material escolar, que chora quando forma orelha na folha ou a caneta borra, temendo o que a professora vai pensar. Tem medo de chegar atrasado e, ape-

sar de ter estudado exaustivamente, na véspera da prova, acha que não sabe nada e vai ser reprovado. Geralmente, são os primeiros da classe. Transpiram nas mãos e choram com facilidade. As vivências interpessoais e problemas como cobrança exagerada por parte de pais, professores e líderes, são causas na primeira infância que desencadeiam um processo de ansiedade que acompanhará a pessoa por toda a vida. Quando jovens, sofrem na época do vestibular e do namoro, porque que-


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rem ter controle sobre o futuro e, obviamente, não conseguem. Quando adultos, adquirem um perfil de conduta que os levará a se cercar de cuidados para não fracassar, com excessiva quantidade de horas de trabalho e muita autocobrança – todos o elogiam, mas ele acha que podia ser melhor. Pessoas inquietas, agitadas, impacientes e roedoras de unhas.

A DOENÇA TRANSTORNO DE ANSIEDADE Já vimos que a ansiedade é uma reação normal, bio-adaptativa frente a uma ameaça ou um predador, por exemplo. A ansiedade se torna doentia quando o corpo responde excessivamente e de forma desproporcional a um estímulo. Ou pior, quando começa a acontecer mesmo na ausência de motivos, se manifestando com os sintomas já descritos, mas, de forma mais intensa e acompanhado de náuseas, vômitos e diarreias. Resumindo: todos têm momentos de ansiedade, mas nem todos têm “transtorno de ansiedade”; assim como todos têm momentos de tristeza, mas não de depressão; ou ainda: têm manias, mas não TOC.

JESUS ESTAVA PREOCUPADO COM A CAUSA: “POR QUE ANDAIS ANSIOSOS?” Em rápidas pinceladas é isso! Mas a questão não é o “isso” e sim o “por quê?”. Em outras palavras: “O que te deixa ansioso?”. Jesus ensinou: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que

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o alimento, e o corpo mais do que as vestes?” Mateus 6.25

manter um alto “padrão” de vida? Qual é nossa real motivação?

– Como não andarei ansioso, pergunta você, se a ansiedade é uma reação biológica do ser humano e eu sou humano?

Será que nossa ansiedade é doença ou erro de conduta?

Tudo bem! Frente à possibilidade de assalto, ficamos ansiosos, mas, este é um caso extremo e concreto. No texto acima, de Mateus, no sermão do monte, Jesus diz que as nossas preocupações não devem ultrapassar as reais necessidades da vida como alimentação e vestuário. Naquela época, não precisaríamos de muito mais que isso. Alguns afortunados tinham mais joias, terras ou cavalos. Mas a maioria das pessoas não tinha isso tudo. Hoje, viver, tornou-se complexo. A tecnologia aumentou o conforto, mas transformou a vida em algo muito oneroso. As pessoas trabalham muito para manter dois ou mais celulares, vários carros por família, uma TV por cômodo, muitas calças, camisas e sapatos diferentes, sinal de TV a cabo, Wi-Fi e várias prestações de serviços. O preço de todo este conforto é dinheiro e ansiedade. O homem está sofrendo de ansiedade por tentar manter em voo este “BOING”. Por outro lado, parece que ouço Jesus perguntando, de forma contextualizada: “Você, realmente, tem necessidade de tudo isso?”. Será que não estamos cercados de uma multidão de predadores que nós mesmos criamos? Carnês, promissórias, faturas e seguros para garantir o que pensamos ser a nossa segurança – o nosso patrimônio. Será que não estamos ansiosos ao extremo, com medo de não conseguir

Tendo o diagnóstico, escolha o tratamento! Deus o abençoe!

No sermão do monte, Jesus diz que as nossas preocupações não devem ultrapassar as reais necessidades da vida como alimentação e vestuário.

Jorge Luiz Mantoan é pastor na Comunidade da Graça em São Bernardo do Campo e médico ginecologista. Casado com a Pra. Edna e pai de 3 filhos.

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O GRANDE AMOR DE DEUS MATHEUS DE OLIVEIRA GODOY “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele.” 1 João 4.7-9

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morte de Jesus na cruz é a maior prova do amor de Deus por nós. É através desse amor, derramado em nossos corações, que ganhamos a capacidade de cumprir os Seus mandamentos.

Porém, durante a nossa caminhada com Cristo, algumas situações surgem para nos provar. É nesse momento que, se não tomarmos muito cuidado, o nosso amor por Deus começa a se esfriar. E isso pode nos levar a desistir da fé. É importante lembrar que Jesus não muda. Ele não deixa de nos amar nem nos abandona. Somos nós que, mediante escolhas e atitudes erradas, nos afastamos de Sua presença lentamente - e sem perceber.

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COMO SABER SE O NOSSO AMOR POR JESUS ESTÁ SE ESFRIANDO? “Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio.” Apocalipse 2.4-5 Listei oito características de uma pessoa cujo amor por Jesus está se esfriando. Se você se identificar com uma delas ou mais, fique atento. Fique MUITO atento!

1 – NÃO SENTE MAIS TEMOR EM PECAR Tudo começa com coisas pequenas: uma mentirinha aqui, um olhar ali. Já

ouviu a história do “pecadinho de estimação”? Aquele que você não larga de jeito nenhum, pelo contrário, o trata e o alimenta diariamente como se fosse o seu cãozinho. “Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer.” Salmo 32.3

2 – SERVE A DEUS SÓ EXTERIORMENTE Perto dos irmãos, ou dentro da igreja, a pessoa age de uma forma. Em casa, trabalho, faculdade ou com os amigos, se transforma em outra pessoa. Possui a Palavra de Deus nos lábios, mas o mundo no coração. Exteriormente, até tenta ser obediente, mas, por dentro,


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pensando que pode enganar a Deus, continua longe de Sua presença. “Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade.” Mateus 23.28

3 – NÃO SENTE NADA EM SE AUSENTAR DOS CULTOS Já ouviu aquela frase: “Quem muito se ausenta, uma hora deixa de fazer falta”? Talvez ela até se aplique aos relacionamentos humanos, mas no relacionamento com Deus, você NUNCA será descartável. Deus te quer SEMPRE! Faltar aos cultos é uma maneira de não receber o que Deus reservou para o seu coração. “Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar; prefiro ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios.” Salmo 84.10

4 – VOLTA PARA JUNTO DE ANTIGOS COMPANHEIROS Sempre fui instruído com o seguinte ditado: “Diga-me com quem andas, que direi quem tu és”. Isso é uma grande verdade! Somos influenciados por aqueles com quem convivemos mais de perto. Se ando com pessoas sem os princípios e valores do Reino de Deus, dificilmente os manterei na minha vida. “Não se deixem enganar: As más companhias corrompem os bons costumes.” 1 Coríntios 15.33

5 – NÃO ORA EM CASA E DESCUIDA DA LEITURA BÍBLICA DIÁRIA O homem foi criado para se relacionar com Deus, falar com Ele e ouvir o que

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Ele tem a dizer. A vida devocional é esse canal. Sem ela, não há relacionamento com o Criador. “Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos.” Efésios 6.18

6 - NÃO SE ESFORÇA PARA LEVAR OUTROS A CRISTO A vida com Cristo é muito boa, não é mesmo? Pense que existem muitas pessoas que amamos e que ainda não experimentaram nem um pouco dessa vida. Eles precisam de Deus tanto quanto você e eu. A paixão de Deus são pessoas. Nós somos o canal para a satisfação dessa paixão. “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Mateus 16.26

7 – NÃO SE COMPROMETE COM A OBRA DE CRISTO, ATRAVÉS DOS DÍZIMOS E DAS OFERTAS Os dízimos geram a proteção dos bens que Deus colocou em nossas mãos, e as ofertas geram a multiplicação dos recursos e meios que nos trazem a provisão diária. Algumas pessoas consideram-se generosas, mas não possuem espontaneidade e liberalidade para contribuir na casa de Deus e ajudar ao próximo.

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lhendo seguir o caminho largo, viver uma vida desregrada, “curtir” a juventude e os seus prazeres, saciar a sua carne e matar a fome dos seus desejos. A Bíblia diz que tudo nos é lícito, mas também nos orienta que nem tudo nessa terra é próprio dos filhos de Deus. Quem ama a Deus, não ama o mundo. “Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites.” Lucas 12.47 Precisamos nos examinar com urgência e seriedade. Temos que parar, ver se existe alguma área de acomodação e esfriamento na nossa vida, notar onde caímos, nos arrepender, e voltar a praticar as primeiras obras, servindo ao Senhor com fidelidade. E, para saber como é o verdadeiro amor, que não se esfria, aí vai uma lista: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 1 Coríntios 13.4-7 Que o amor de Deus tome todo o nosso ser!

“Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza.” Provérbios 11.24

8 – REJEITA AO SENHOR Acredito que esse seja o último estágio de alguém que abandonou seu amor por Deus, e já está totalmente frio. Muitos rejeitam a Deus, esco-

Matheus de Oliveira Godoy, é membro da Comunidade da Graça em Bragança Paulista/SP e estudante de jornalismo

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LUTANDO PELA NOSSA FAMÍLIA CARLOS ALBERTO ANTUNES, PR.

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stamos assistindo, estarrecidos, este ataque descomunal e satânico que tem se levantado contra as famílias. Evidentemente, nos lares que não conhecem ao Senhor o estrago é incomparavelmente maior, pois eles não têm as armas da luz para resistir aos ataques das trevas. Por isso, temos visto tantos casos escabrosos: filhos assassinando os pais, pais matando a família, avós estuprando os netos, e muitos outros casos horríveis, além do índice cada vez maior de divórcios e de violência contra as mulheres. Por isso, desde a criação do homem, o Senhor deu ao primeiro casal a responsabilidade de proteger o lar (Gênesis 2.15), considerando que já havia um inimigo querendo destruí-lo. Sabemos que Adão e Eva falharam e trouxeram maldição sobre sua própria casa e para todas as demais famílias. Eles experimentaram a desgraça

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de ter um homicida dentro da própria casa, quando Caim matou Abel, cometendo o primeiro fratricídio da história da humanidade. Desde então, Satanás tem procurado destruir a família, pois Deus a instituiu para estabelecer o Seu Reino aqui na terra, de acordo com o Seu Projeto Eterno exposto em Gênesis 1.26-28. Mas, ultimamente, este ataque aos lares tem crescido de maneira assustadora. Isso precisa provocar uma reação muito enérgica dos filhos de Deus, gerando, da nossa parte, um contra-ataque extremamente firme e agressivo contra os dominadores deste mundo tenebroso (Efésios 6.12). Esta foi a orientação que o Senhor registrou na sua Palavra, dando-nos mandamentos bem claros para lutar pelas nossas famílias, especialmente em tempos de crises mais agudas, que colocam em risco a estabilidade dela:

“... Não os temais, lembrai-vos do grande e terrível Senhor e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas.” Neemias 4.14 Temos vários exemplos na Bíblia de pais, mães e filhos que lutaram, buscaram ao Senhor e libertaram seus familiares da força do mal e da morte: •

Abraão, pelo seu sobrinho Ló (Gênesis 14.12-16);

Raabe, por sua casa (Josué 2.8-14);

Davi e seus soldados, por suas famílias (1 Samuel 30.1-19); A sunamita, pelo seu filho (2 Reis 4.20-37);

• •

A mulher siro-fenícia, por sua filha (Marcos 7.24-30);

Jairo, por sua filha (Lucas 8.49-56);


células •

louvor & adorção

capa

comunidade

O pai do menino com um espírito mudo, por seu filho (Lucas 9.17-29).

Para isto, primeiramente, temos que nos arrepender, pedir perdão a Deus e mudar todas as atitudes negativas que temos tido em relação à nossa família, que podem estar gerando ou agravando a crise que estamos vivendo: nosso egoísmo, indiferença, negligência, orgulho, falta de perdão ou de atenção, nossa desobediência à Palavra de Deus, falta de oração, falta de compromisso com os dízimos e ofertas etc. (Provérbios 11.29, 15.27, 17.13 e 1 Timóteo 5.8). Depois, precisamos nos levantar e assumir uma posição definida e corajosa a favor de nossas famílias e contra os poderes do mal, usando principalmente as mais poderosas armas que o Senhor nos deu: a Palavra, a oração e o jejum, com suas várias aplicações. A Palavra precisa ser semeada no coração dos nossos entes queridos, especialmente dos nossos filhos (Deuteronômio 6.47), e também profetizada sobre a nossa casa, declarando a salvação e a vitória do Senhor sobre todo o nosso lar e cada membro em particular. A oração, preferencialmente, deverá seguir um plano diário, de acordo com o desafio que nascer em nosso coração pelo Espírito Santo: de madrugada (Lamentações 2.19), três vezes ao dia (Salmo 55.17), com jejum (Marcos 9.29) etc. Devemos nos lembrar de que situações críticas exigem respostas contundentes. Assim, a maneira de manejar estas armas espirituais fica a critério da resposta que você entende que deve dar para a gravidade da situação. Todo o sacrifício gerado pelo amor à nossa família, nunca será suficientemente desmedido para preservá-la. Mas, seja através da profecia, da oração, do jejum, do louvor ou de outras armas,

saúde

igreja família

a nossa luta contra as trevas deve ser baseada, essencialmente, nas promessas de Deus para a nossa família, pois elas são inúmeras, riquíssimas e expressam claramente a vontade de Deus de abençoar poderosamente a nossa casa. Por isso, não podemos abrir mão das promessas de: •

Salvação (Atos 16.31);

Vida saudável e equilibrada (Salmo 128);

Prosperidade (Salmo 112.1-3 e Provérbios 15.6);

Alegria (Salmo 118.15);

Proteção (Salmo 91.10 e Provérbios 24.15);

Paz (Isaías 32.18);

Desenvolvimento (Provérbios 14.11);

Libertação de maldições (Provérbios 3.33 e Malaquias 4.6)!

Especialmente em relação aos filhos e jovens, que têm sido atacados cruelmente por pedófilos, drogas, pornografia, prostituição, violência e morte prematura, o Senhor tem promessas maravilhosas que precisamos profetizar sobre os nossos filhos. Portanto, conheça, tome posse, busque e confesse estas promessas, pois, através delas, o Senhor nos assegura que os nossos filhos voltarão para casa (Jeremias 31.16-17) e serão: •

Livres do mal (Isaías 49.25);

Cheios do Espírito Santo (Isaías 44.3 e Atos 2.38-39);

Discípulos cheios de paz (Isaías 54.13);

texto e contexto

aconteceu

Profetas do Senhor (Isaías 59.21; Joel 2.28 e Atos 21.8-9);

E, descendência bendita (Isaías 61.9)!

Além disto, através da evangelização individual, em nossas Células e nos cultos, vamos também lutar pela salvação de outras famílias que, por não conhecer o Evangelho, estão completamente desguarnecidas diante dos ataques de Satanás. Pois a vontade de Deus é que, através de nós, a semente de Abraão, todas as famílias da terra sejam abençoadas (Gênesis 12.3). Assumindo essas atitudes, e contando com a fidelidade e graça do Senhor, veremos a nossa família e a do nosso próximo, salvas e vitoriosas. E, na volta do Senhor, não precisaremos chorar vendo nenhum deles lançados na condenação eterna, mas desfrutaremos, todos juntos, das gloriosas bem aventuranças da eternidade com o Senhor nosso Deus e seu Filho Jesus Cristo. “Então, na juventude, os nossos filhos serão como plantas viçosas, e as nossas filhas, como colunas esculpidas para ornar um palácio.” Salmo 144.12

Carlos Alberto Antunes é pastor na Comunidade da Graça Sede, Diretor do Centro de Treinamento em Liderança, É casado com a pastora Vanda, e é pai de 5 filhos.

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CONFERÊNCIA DE MULHERES INTERCESSORAS

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o dia 14 de setembro celebramos 16 anos do Ministério Mulheres Intercessoras, fundado pela Pra. Suely Bezerra. O evento reuniu quase 7 mil mulheres com o objetivo de clamar pela nação.

Os desafios da Palavra ficaram por conta da Missionária Edméia Williams e da Pra. Micheline Farias, de Nova Iorque. O tempo de louvor e adoração com Rachel Novaes marcou este dia, que também contou com o coral formado por mulheres de diversas Comunidades da Graça no Brasil. A Pra. Alessandra Bezerra Caldas foi a mestre de cerimônia do encontro. A Pra. Suely Bezerra recebeu, da vereadora Patrícia Bezerra e do deputado Carlos Bezerra Jr., uma menção honrosa determinando que, a partir do próximo ano, a conferência “Mulheres Intercessoras” fará parte do Calendário Oficial de eventos da cidade de São Paulo! As jovens intercessoras do Projeto 20-30 foram ungidas e consagradas pela Pra. Suely, tendo a Priscila Guimarães como sua representante. A próxima edição da revista COMUNA será dedicada às Mulheres Intercessoras.

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aconteceu

ANIVERSÁRIOS E ENCONTRO REGIONAL SUL

Aproveitando para celebrar os aniversários de 30 anos da Comunidade da Graça de Londrina, e de 25 anos da Comunidade de Rolândia, o pastor Carlos Alberto, acompanhado da pastora Suely Bezerra, e dos Supervisores Carlos Antunes e Renato Fogaça, realizou mais um Encontro Regional na região Sul do país. As festividades tiveram a participação representativa dos prefeitos de ambas as cidades, além de autoridades do legislativo paranaense. Nossos pastores voltaram felizes e gratos a Deus pelo importante trabalho dos queridos Renato e Cristiane em Londrina, e do Flávio e Lorena em Rolândia.

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aconteceu

ENCONTRO DE FILHOS DE PASTORES O Vale da Graça recebeu, nos dias 21 e 22 de setembro, os filhos dos pastores de diversas partes do Brasil. Este tipo de encontro nasceu no coração do pastor Carlos Alberto, e vem sendo mais uma ação estratégica da visão da igreja. É óbvio que não consideramos os filhos de pastores melhores do que ninguém. Mas também não há como negar o nível de exposição e pressão que sofrem por conta do ministério dos pais. Igrejas responsáveis, como a Comunidade da Graça, precisam ter uma proposta de cuidado desse grupo. Grandes ministérios no Brasil já querem copiar

BATISMO NAS ÁGUAS 44 | comuna | outubro 2013

o modelo que o pastor Carlos Alberto vem implantando. Todos os participantes tiveram um tempo valiosíssimo de contato e ensino com os pastores Carlos Alberto e Suely Bezerra. O pastor Wagner Fernandes, representando o pastor Carlos Alberto, atuou como facilitador do encontro. Fernando Diniz, David Brandoles e outros líderes deram uma importante contribuição para que o encontro fosse bênção. O fórum foi fundamental para que todos eles pudessem expressar desafios e sonhos. Ano que vem tem mais e será MELHOR.

No dia 31 de agosto, a Comunidade da Graça celebrou o batismo de 230 novos convertidos. Esse foi o resultado do trabalho de evangelização das Células e, principalmente, do projeto Encontros de Paz. Foi uma noite marcante na vida da igreja e dos amigos e

familiares de cada batizando. Além deles, outras 73 pessoas foram recebidas na família de Deus, vindas por transferência de outras igrejas. É a Comunidade da Graça cumprindo sua visão de alcançar o próximo e vê-lo transformado em um discípulo de Jesus.


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