Revista Comuna 51

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Produção: Associação Comunidade da Graça Pastor Presidente: Carlos Alberto de Quadros Bezerra Pastor Responsável: Wagner Fernandes Jornalista Responsável: César Stagno - MTB 58740 Coordenação: Paulo Alexandre Sartori Revisão: Milena Rosaneli Projeto Gráfico e Diagramação: Salsa Comunicação www.salsacomunicacao.com.br Tiragem: 15.000 exemplares

Os anúncios contidos nessa edição são de única e exclusiva responsabilidade dos anunciantes, não tendo a Igreja Comunidade da Graça nenhuma responsabilidade sobre o conteúdo e veracidade dos mesmos. Contato Publicitário: Gabriela R. Bedore Interessados em anúnciar na próxima edição: midia@comuna.com.br 11 3588 0575

Olá!

A Comunidade da Graça começa no mês de maio com o projeto “Confissão Vitoriosa da Palavra”. Serão 10 semanas onde serão ministrados temas fundamentais que fazem parte da base da nossa fé, como: nossa inclusão na morte e na ressurreição de Cristo, a graça de Deus que nos transformou em seus filhos, e o caminho de uma vida de abundância, de confiança, de fé. Em sintonia com este projeto, a Revista Comuna do mês de maio destaca a necessidade que toda pessoa tem de conhecer e viver a vida plena na Palavra de Deus. Como explica o nosso amado Pastor, Carlos Alberto Bezerra: “a Palavra de Deus é uma arma poderosa. Todo discípulo de Jesus deve usá-la com confiança. Um coração cheio da Palavra faz com que a boca a proclame, trazendo à existência tudo aquilo que ainda não existe”. Junte-se a nós neste grande desafio! Vamos juntos aprender mais da Palavra de Deus e a confessá-la. Temos certeza de que grandes frutos serão colhidos. Deus abençoe você! Boa leitura, Wagner Fernandes

Sede Rua Eponina, 390 - V. Carrão (11) 2090-1800

Comuna e vc! Gostou dos temas e assuntos da revista? Deseja fazer algum comentário? Tem sugestões? Escreva para nós. Queremos saber sua opinião! revista@comuna.com.br

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06 - Visão Uma família com muitos filhos parecidos com Jesus 08 - Mulheres O passado não determina seu futuro 10 - Ponto de Vista Minha fé vale mais que qualquer posição política 14 - Eles Andaram com Jesus Albert Schweitzer 16 - Educação A importância da educação infantil 18 - Família Separados por Deus 20 - Sonhos Possíveis Um por todos e todos por um 22 - Especial Seja intencional ao compartilhar o evangelho

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24 - Capa 32 - Nova Geração Uma geração que faz a diferença 34 - Comunidade Comunidade da Graça em Curitiba/PR 37 - Fundação CG A importância do estímulo nos primeiros anos de vida 38 - Texto e Contexto O envolvimento do cristão na cultura 40 - Igreja Família Um dia na penitenciária 42 - Aconteceu

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VISÃO

Carlos Alberto Bezerra, pr.

UMA FAMÍLIA, COM MUITOS FILHOS

SEMELHANTES A JESUS! “... pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.” Colossenses 1.16

alvarás, licenças e do compromisso de seguir à risca as exigências. Os fundamentos, a base e os alicerces são absolutamente imprescindíveis. Quanto mais elevado o edifício, mais profundo é o alicerce para servir de sustentação.

Para a realização de qualquer edificação, antes de mais nada, necessitamos de um planejamento com um projeto que inclua os cálculos estruturais, financeiros, de pessoal especificado, um bom arquiteto e tudo mais. Devemos saber o que queremos, como faremos e para qual objetivo.

Para construir uma família, devemos considerar o seu projeto e as respectivas normas a serem obedecidas. Precisamos, mais do que nunca, conhecer o propósito divino para o casamento. Gênesis é o livro dos modelos e, se quisermos saber como deve ser agora, precisamos voltar ao princípio, como foi idealizado segundo o modelo original de Deus.

É necessário confeccionar uma planta estrutural completa, com detalhes a serem obedecidos. Necessitamos dos

Primeiro Propósito O Primeiro Propósito é visto no verso 26: “Façamos o homem à nossa imagem”. A primeira prioridade de Deus para o casamento é refletir a sua imagem. Isso significa mostrar Seu caráter e o amor perfeito diante da toda a criação de Deus. O matrimônio foi a primeira escolha de Deus para a humanidade, Seu veículo preferido para mostrar Seu caráter na Terra. O matrimônio representa o parentesco de Cristo em relação à Igreja (Efésios 5.22-32).

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Gênesis 1.26-28 nos mostra o projeto criacional de Deus: “Então disse

Marido e mulher mostram ao mundo que duas pessoas podem amar-se e viver juntas apesar de suas imperfeições, fraquezas e diferenças de personalidade, com o amor de Deus uma para com a outra, comprometidos em refletir a imagem de Deus.

Segundo Propósito O Segundo Propósito para um casal é reproduzir herdeiros tementes (Malaquias 2.15). No verso 28, Ele ordenou ao homem que reproduzisse a imagem de Deus através dos filhos.

Deus... frutificai... multiplicai... enchei a terra... e governai-a.” O Dr. Howard Hendricks, professor de educação cristã no Dallas Theological Seminary, mostra que essa passagem revela três propósitos para o casamento: PRIMEIRO, para refletir a imagem de Deus; SEGUNDO, para reproduzir descendentes piedosos; TERCEIRO, para dominarem e governarem juntos.

O propósito é levá-los a tornarem-se como Cristo, e não somente para desfrutar deles (Romanos 8.29). Podemos ter filhos, a quem Deus quer adotar como Seus filhos. Estamos colaborando com Deus no seu eterno projeto, que é o de ter “uma grande família, com muitos filhos parecidos com Jesus”. Os pais devem assumir a responsabilidade de ensinar a seus filhos sobre Jesus, e levá-los a experimentar, em sua experiência pessoal, a obra regeneradora do Calvário, tornando-se


Foi no Calvário que essa inadequação foi resolvida na morte de Cristo, pois “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados... a fim de que... vivêssemos para a justiça...” (1 Pedro 2.24). Fomos atraídos a Cristo na Sua morte, para que o velho homem deixasse de existir, com seus feitos, escravidão e fracassos (João 12.32). Também fomos unidos a Cristo na Sua ressurreição para ressurgirmos em novidade de vida (Romanos 6.5), cheios do Espírito Santo que nos foi dado.

As condições para cumprir o Propósito Eterno Ser uma nova criatura (João 3.3). Ninguém consegue cumprir o “propósito eterno de Deus” com apenas boas intenções, boas idéias, bons planos, boa religião etc. Para cumprir Seu projeto é necessário readquirir a imagem perdida por ocasião do pecado (Gênesis 3).

Novas Criaturas (João 3.3-7). Somente assim verão reproduzida uma descendência piedosa para Deus.

Terceiro Propósito E o Terceiro Propósito diz respeito ao governo do homem sobre a obra da criação: “Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra.” Gênesis 1.28. Governar é exercer autoridade, e esta só é possível para casais que vivem debaixo do governo de Cris-

A perda da imagem de Deus e da natureza divina pelo homem incapacitou-o a viver dentro dos padrões e da vontade de Deus, tornando-o escravo do pecado e de suas ambições pessoais (Efésios 2.1-3). A promessa de Deus é de dar-lhe um “novo coração”, arrancando o de pedra e substituindo por um de carne, capacitando-o a cumprir seus mandamentos (Ezequiel 36.26-27).

to. Quando entramos no Reino de Deus, a autoridade sobre nós é Cristo, a quem obedecemos e por meio de quem exercemos autoridade espiritual (Romanos 5.17). Deus é, portanto, o Criador do matrimônio e da família, instituindo-os com um propósito determinado segundo a Sua soberana vontade (Efésios 1.1; Salmo 68.5-6). Tudo o que fizermos será para ver cumprido entre os homens o Seu eterno projeto (Efésios 1.4-5; Romanos 8.29).

Agora, milagre dos milagres: somos uma nova criatura (2 Coríntios 5.17), “criados em Cristo Jesus para as boas obras”, pelo poder regenerador de Sua Palavra, que nos transformou em Filhos de Deus, semelhantes ao nosso irmão mais velho, o primogênito JESUS. Aleluia!!! (Efésios 2.10; 1 Pedro 1.23; 2 Pedro 1.4). Na regeneração, Deus nos restaura ao estado original da criação, quando criou o homem e o colocou no Éden para cumprir com o Seu “Eterno Propósito”. Todo o que é nascido de Deus está capacitado, portanto, a cooperar com Deus, o Pai, na Sua mais importante missão entre os homens: “Ter uma família, com muitos filhos semelhantes a Jesus.” Assim como Ele é, nós somos também (1 João 4.17b).

Carlos Alberto de Quadros Bezerra é fundador e presidente da Comunidade da Graça. É membro da Academia Paulista Evangélica de Letras e preletor internacional. Casado com a pra. Suely Bezerra.

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MULHERES

Suely Bezerra, pra.

O PASSADO NÃO DETERMINA

SEU FUTURO Um dos fatores mais importantes na formação da nossa autoimagem é o que chamamos de mundo exterior. O mundo exterior compreende a família onde nascemos e o meio onde nos desenvolvemos. Em nossa relação familiar, a maioria de nós sofreu sérios conflitos com a questão da aceitação. Poucos foram aqueles que receberam de seus pais sinceras expressões como: “Amo você, apesar de tudo. Não importa o que faça, diga, nem sua aparência, você será sempre amado e aceito”. Essas expressões são essenciais para nos transmitirem segurança. E quando esse nosso mundo exterior foi hostil e produziu em nós um sentimento de rejeição? Será que esses fatores são determinantes na vida de uma pessoa? A Bíblia, no livro de Juízes, capítulos 11 e 12, nos relata a história de um homem chamado Jefté, cujo mundo exterior não era nada promissor. O texto começa assim: “Era então Jefté, o gileadita, valente e valoroso, porém...” (Juízes 11.1).

Porém, o contexto familiar de Jefté era o seguinte:

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Possuía um pai infiel e uma mãe prostituta: Gileade era filho de Maquir e neto de Manassés, e nasceu de uma aventura amorosa de seu pai com uma prostituta (Juízes 11.1).

Foi criado num lar sob completa rejeição e foi expulso pelos irmãos: Além disso, perdeu totalmente sua herança familiar (Juízes 11.2).

Tornou-se fugitivo de sua própria família: Não foi socorrido nem acolhido por seu pai nesse episódio (Juízes 11.3).

Em busca de aceitação e identidade, Jefté deparou-se com um grupo de pessoas que o aceitou e com o qual passou a se relacionar, sentindo-se importante e, quem sabe, até mesmo amado. Porém, como acontece na maioria dos casos de pessoas rejeitadas, o grupo que o aceitou e acolheu era um grupo de homens levianos. “... e habitou na terra de Tobe: e homens levianos se ajuntaram com Jefté, e saíam com ele.” (Juízes 11.3b). A rejeição não ocorre apenas na infância, mas em todas as fases da vida de uma pessoa: seja enquanto marido, esposa, filho, empregado, patrão, líder ou liderado. Isso pode acontecer em qualquer tipo de relacionamento. Se olhássemos o contexto de vida de muitos de nós, apenas pelo ângulo familiar e humano (sem falar da


natureza perversa e corrompida do homem), acharíamos toda a justificativa em ser quem somos. Por trás de toda miséria humana há um forte contexto familiar de rejeição e outros conflitos, que, levados ao extremo, acabam estimulando o uso de drogas, a prática da prostituição, o alcoolismo, as crises de depressão, a criminalidade e etc. É imprescindível analisarmos este assunto sob o conceito bíblico a respeito da natureza humana. A Bíblia diz que o coração do homem é corrupto e incorrigível, ou seja, somente um transplante espiritual de coração pode livrá-lo de ser um monstro (Ezequiel 36.26). Mas não podemos negar que o fator familiar contribui muito para nossa formação.

Todavia, o passado de Jefté não determinou o seu futuro! Ele foi procurado pelo seu povo num momento em que Israel passava por uma grande crise e lhe propuseram que fosse o cabeça (capitão) de seu exército, para que pudessem vencer os inimigos Amonitas, pois era um homem valente e valoroso (Juízes 11.1). Neste momento, Jefté ainda demonstrou estar amargurado com os seus familiares, pois dizia: “Porventura não me aborrecestes a mim e não me repelistes da casa de meu pai? Por que pois agora vieste a mim quando estais em aperto?” (Juízes 11.7). Porém, a despeito disso, ele recebeu o desafio e não titubeou diante da oportunidade de demonstrar o seu valor. Na nossa existência também ocorrem situações idênticas. Para todos nós, Deus providencia pessoas que nos mostram caminhos e opor-

tunidades mais excelentes. Hoje isto está acontecendo com você.

gas já passaram; eis que se fizeram novas.” 2 Coríntios 5.17

“Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté; e atravessou ele por Gileade e Manassés, porque passou até Mizpá de Gileade, e de Mizpá de Gileade passou até aos filhos de Amom. (...) Assim passou Jefté aos filhos de Amom, a combater contra eles, e o Senhor os deu na sua mão. E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim; assim foram subjugados os filhos de Amom diante dos filhos de Israel.” Juízes 11.29, 32-33

Deus não faz acepção de pessoas. Mudou o curso da vida de Jefté e pode mudar a nossa. Curou Jefté de seus temores, traumas e fez dele um valente e valoroso. Ele pode fazer isso comigo e com você. Se Deus fez dele um vencedor que a história registrou, pode fazer conosco também e nos usar para ajudar a mudar a história da vida de muitos através do nosso testemunho.

Apesar do seu contexto familiar, o destino de Jefté foi o seguinte: •

Tornou-se o nono juiz (uma espécie de governante) dos israelitas;

Derrotou completamente os amonitas (Juízes 11.33);

Julgou a Israel durante 6 anos (Juízes 12.7);

Tornou-se um dos grandes exemplos de fé, inscritos na galeria dos heróis de Hebreus 11, ao lado de homens como: Gideão, Sansão, Davi, Samuel e outros.

Apesar da dura realidade da vida de quase a maioria das pessoas, podemos afirmar que o passado é conhecido e imutável, mas o futuro, apesar de desconhecido, pode ser mudado. Cristo faz nova todas as coisas. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas anti-

“Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo.” Isaías 43.18-19

Deus não faz acepção de pessoas. Ele pode mudar radicalmente nossas vidas e nos usar para ajudar a mudar a história de muitos outros através do nosso testemunho.

Suely Bezerra, é líder Nacional do Ministério Mulheres Intercessoras. É casada com o Pr. Carlos Alberto Bezerra e autora de vários livros relacionados com a oração e a prática devocional

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ELES ANDARAM COM JESUS

Paulo Alexandre Sartori

ALBERT SCHWEITZER Um exemplo de renúncia pessoal e amor pela humanidade Descendente de uma linhagem de importantes políticos, Albert Schweitzer nasceu no dia 14 de janeiro de 1875 na Alsácia, então parte da Alemanha e atualmente uma região francesa. Filho mais velho de um pastor luterano, ele formou-se em teologia e filosofia na Universidade de Estrasburgo onde, em 1901, tornou-se professor. Também era excelente músico. Aos trinta anos, Albert já havia conquistado uma notável posição na vida: trabalhava numa das melhores instituições de ensino da Europa, tinha uma grande reputação como músico e prestígio como pregador em sua igreja. Mas um novo desafio nasceu em seu coração. Ele começou a sentir compaixão pelos africanos carentes de cuidados e assistência médica. Em 1905 ele decidiu tonar-se um médico missionário e, seis anos mais tarde, então casado com a enfermeira Hélène Bresslau, partiu para Lambaréné, no Gabão, uma colônia francesa na África Equatorial, onde uma missão necessitava de médicos. Lá, com a ajuda dos nativos, Albert construiu um consultório hospitalar, o qual equipou e manteve com recursos próprios, mais tarde suplementados por doações de indivíduos e fundações de muitos países. Albert atendia seus pacientes enfrentando obstáculos como o clima hostil, a falta de higiene, o idioma que não entendia, a carência de remédios e o instrumental insuficiente. Ele tratava de mais de 40 doentes por dia e, paralelamente ao serviço médico, ensinava o Evangelho com uma linguagem apropriada, dando exemplos tirados da natureza sobre a necessidade de agirem em benefício do próximo. Por serem alemães, durante a Primeira Guerra Mundial o casal Schweitzer foi preso como estrangeiro inimigo e levado para um campo de concentração na França. Nesse período, Albert aproveitou para escrever sobre a “reverência por todas as coisas vivas”, um conceito necessário para a sobrevivência da civilização.

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“Só são verdadeiramente felizes aqueles que procuram ser úteis aos outros.” Albert Schweitzer Em 1924, ele retornou à África para reconstruir e ampliar seu hospital, além de retomar seus trabalhos de evangelização. Com o auxílio de uma equipe de profissionais, Albert pode dedicar algumas horas de seu dia a escrever livros, cuja renda contribuía para manter os pavilhões hospitalares. Tudo isso o tornou muito conhecido em vários países. Em 1952, pelo seu trabalho no Gabão, recebeu o Prêmio Nobel da Paz e discursou sobre “O problema da paz no mundo de hoje. Albert Schweitzer faleceu em 4 de setembro de 1965, no Gabão.

Para saber mais! Leia o livro “Entre a água e a selva”, de Albert Schweitzer, editora Unesp.

Paulo Alexandre Sartori é membro na Comunidade da Graça Sede, arquiteto, atua no Ministério com Jovens local, e é responsável pela revisão e elaboração de textos para livros, apostilas e boletins.


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EDUCAÇÃO

Alessandra Bezerra Caldas, pra.

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL Vivemos em uma época onde é necessário estar no mercado de trabalho. Hoje, o número de mulheres nesse mercado cresce consideravelmente. Isso porque, ao longo dos anos, houve uma grande queda nas condições socioeconômicas das famílias, impossibilitando que apenas o homem estivesse no trabalho, e reforçando a participação da mulher como coparticipante da renda familiar. Podemos perceber então que, entre os anos 1960 e 1990, o número de mulheres ocupando vagas profissionais triplicou de 18 para 57 milhões. Com esta realidade diante de nós, o que fazer com os filhos desta geração que não têm os pais “dentro de casa”?

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Existem famílias que contam com a ajuda de parentes próximos para cuidar dos filhos, enquanto os pais saem para trabalhar. Algumas optam por contratar uma babá. Outras, apenas escolhem uma “escola menor”, perto do trabalho ou de casa, para poderem ficar atentos aos filhos pequenos. Com base nessa realidade, surge a primeira escola na vida da criança. Com ela, surgem os novos desafios, novas descobertas, novos fatos, convívio com os outros, novas regras e limites agora impostos com maior veemência. Enfim, surge uma nova fase na vida desta família: nasce a escola de Educação Infantil. A escolha desta nova escola é uma decisão exclusiva dos pais, de acordo com

seus valores, princípios e expectativas. Nessa fase (crianças de 0 a 5 anos), os pais precisam observar se há segurança nas instalações (prédio adaptado de acordo com as normas exigidas), na equipe que cuidará do seu filho (se é formada e treinada adequadamente), na limpeza e em aspectos gerais, observando também se o ambiente é claro, arejado, amplo e se os equipamentos usados proporcionarão uma interação entre o lúdico e o pedagógico. Nessa faixa etária, precisamos valorizar o “brincar”, considerando que através desse processo é que acontecerá a aprendizagem. A Educação Infantil se resume em estar com os outros. Aprender a ser e a conviver. É a fase do como: como faço,


como pego no lápis, como escovo os dentes e lavo minhas mãos, como brinco, como me relaciono, ou seja, como sou e como devo ser. Nessa etapa, também trabalhamos para a formação da identidade da criança. É claro que tudo isso se dá através do “brincar”. Segundo o Dr. Brian Sutton Smith, autoridade em desenvolvimento infantil do Departamento de Educação da Universidade da Pensilvânia (EUA), os brinquedos são tão importantes no brincar quanto os livros no estudar, pois dão oportunidade à criança de dominar e, em seguida, controlar alguns aspectos de seu meio ambiente, e mesmo criar outros mundos imaginários. É através dos brinquedos que a criança vivenciará situações e experiências inovadoras. Ela se familiarizará com as tecnologias futuras, aprenderá também a compartilhar seus brinquedos com os outros, onde talvez alguns problemas surgirão e então aprenderão a resolvê-los, sabendo que essa experiência lhes servirá para o resto de suas vidas.

Nesse período, a criança é guiada por diferentes estágios de aprendizagem. Ela desenvolve aptidão para lidar com o brinquedo, para mais tarde aplicar nele sua imaginação. Essas etapas são imitativas e depois construtivas. “Não ter frequentado a Educação Infantil é característica da maioria dos alunos do Ensino Fundamental, que têm rendimentos muito críticos no aprendizado, o que aponta a Educação Infantil como fator determinante para o sucesso escolar nos anos posteriores.” Informativo MEC – (Ministério da Educação e Cultura), outubro de 2004. Portanto, a Educação Infantil é a base de toda a formação da criança. E por isso, ela é uma das prioridades do Colégio da Comunidade, que neste ano inaugurou uma unidade específica para essa fase. Nosso papel é sermos canal de crescimento físico, intelectual, emocional, agregando os princípios bíblicos ao conteúdo pedagógico. O desafio é grande, mas muito prazeroso.

A escola de Educação Infantil não existe para substituir uma babá ou para apenas tomar conta da criança enquanto os pais trabalham. A escola de Educação Infantil vai muito além disso...

Alessandra Bezerra Caldas é pastora, pedagoga, casada com o Dr. Anderson Caldas e mãe de quatro filhos. Já atua na área educacional há 20 anos e fez parte da implantação do Colégio da Comunidade, onde hoje é diretora.

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FAMÍLIA

José Tadeu Ferreira, pr.

SEPARADOS PARA DEUS “Guardai, pois, todos os meus estatutos, e todos os meus juízos, e cumpri-os, para que não vos vomite a terra, para a qual eu vos levo para habitar nela. E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles. E a vós vos tenho dito: Em herança possuireis a sua terra, e eu a darei a vós, para a possuirdes, terra que mana leite e mel. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos separei dos povos. Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e as vossas almas não fareis abomináveis por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra; as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas. E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus.” Levítico 20. 22-26

Deus sempre teve um carinho e amor especial para com o povo notadamente escolhido por Ele. Apesar das inúmeras demonstrações de incredulidade do povo de Israel, Deus sabia que o pecado dominava a vida deles, por mais que se

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esforçassem, não conseguiam obedecê-lo. Ainda não tinham coração para isso. No texto mencionado acima, Deus orienta o povo sobre o que precisariam fazer e como deveriam se comportar,

para que dessa forma eles fossem abençoados. O verso 26, especificamente, faz uma declaração maravilhosa: “Sejam santos para mim porque eu o Senhor, Sou santo, Eu separei vocês dos outros povos para serem meus”.


O povo daquela época tinha dificuldade para captar essa mensagem e nós, ainda hoje, temos dificuldades de entender o significado dessa santidade e este é um dos grandes obstáculos ao processo de santificação. Aliás, pior do que não entender o que é santificação é entender de maneira errada. Ser santo não significa ter cara de bonzinho, jeito de bonzinho ou cara de peixe morto. Ser santo não é juntar as mãos e parecer uma estátua no altar, isso não tem nada a ver com santidade. Ser santo é estar separado daquilo que não agrada a Deus e viver para Ele. Na prática é viver de uma maneira tal que tudo que fazemos expresse o caráter do próprio Deus. Nosso estilo de vida santa vai dizer que pertencemos a Deus e Ele é o nosso Senhor. Ser santo é permitir que Deus me purifique do pecado, é permitir a atuação do Seu poder na minha vida de modo que Ele me de a vitória sobre a carne, sobre o mundo e sobre satanás. Viver em santidade significa que o pecado não poderá nos arrastar para longe de Deus. Ser santo significa que pela fé recebemos um novo coração, encontramos a salvação em Cristo, somos salvos. Mas ser santo requer também esforço e dedicação de nossa parte, o autor do livro de Hebreus 12. 14 nos ensina: “Esforcem-se para serem santos, pois sem santidade ninguém verá o Senhor.” Por isso que a santidade é considerada um processo, pois é algo que acontece a cada dia e todo dia na minha vida a partir do novo nascimento, eu faço a minha parte e o Espirito Santo de Deus faz a Dele. Mas, fique tranquilo. Não é somente o seu esforço humano que o fará ser mais santo, pois se contar somente

com isso, você não chegará a lugar nenhum. O próprio Deus te ajudará, pois Ele deseja que você seja santo como Ele é Santo. Homens e mulheres santos formam famílias santas e precisamos, a cada dia, crer que nossa casa, TODA a nossa casa foi separada para Deus. ”E a minha família foi a escolhida! Sim, Deus fez um trato comigo; o Seu acordo é eterno, final e selado. Ele cuidará constantemente da minha segurança e do meu sucesso.” 2 Samuel 23.5 (Bíblia Viva) Se nossa casa foi escolhida e separada por Deus, não podemos permitir que nossa família se adapte aos padrões desse mundo, como o apóstolo Paulo nos orientou em Romanos 12. 1 e 2: “Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Vivemos dias muito maus e, como diz a Bíblia, o amor de muitas parece estar esfriando. As notícias são alarmantes e mostram um grau de perversidade crescente, até mesmo nos relacionamentos mais íntimos e afetivos: pais matando filhos e filhos matando pais! Que loucura! Parece não haver mais esperança... A tendência natural do ser humano e se acostumar e, aos poucos, amoldar-se aos padrões da sociedade em que vive, não levando em conta a vontade de Deus. Para muitos “a boa, perfeita e agradável vontade de Deus” já deixou de ter importância.

Mas chegará o dia em que estaremos diante do trono de Deus, e ali naquele momento cada um de nós será julgado segundo os critérios de Deus. Neste momento não haverá possibilidade de justificar aquilo que permitimos que o mundo e o inimigo incutissem em nossa mente.

Pense muito bem... O que você responderia, se nesse momento, Deus lhe perguntasse: - Você é santo como Eu sou Santo? Pense muito bem... O que você responderia, se nesse momento, Deus lhe perguntasse: - Você é santo como Eu sou Santo? Os dias parecem estar realmente chegando ao fim, mas ainda dá tempo de corrigirmos o rumo de nossa vida, ainda dá tempo de revermos os nossos padrões e junto com nossa família, lutarmos para que todos sejam santos, como Ele é Santo. Se quisermos ver a Deus teremos que ser santos, pois sem santidade ficaremos separados de Deus por toda eternidade. Misericórdia!

Tadeu Ferreira, é pastor na Comunidade da Graça Sede e atua no Ministério com Casais. É casado com a Marta e pai de dois fihos.

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ESPECIAL

Adam Ramsey

SEJA INTENCIONAL AO COMPARTILHAR O EVANGELHO Fazer discípulos é mais difícil do que você imaginou, porém mais simples do que você já sonhou. Para aqueles que estão envolvidos no ministério com jovens e adolescentes, guiar jovens não é realmente complicado – é custoso. Você não precisa de um doutorado em teologia, mas você precisa morrer para você mesmo. O que torna realmente objetivo e bem-sucedido o evangelismo com jovens e adolescentes? Conheço uma história que pode ser para nós um exemplo. Melissa é uma líder de uma célula de jovens garotas que estão no ensino médio. Toda semana ela abre a sua Bíblia com essas garotas, ouve os seus problemas e dúvidas, e aponta todas elas para Jesus. Ela também abre a sua própria vida de uma forma que vai além do tempo específico da célula, ela cria um relacionamento que vai além dessa reunião/evento.

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E quando ela está viajando com sua família por algumas semanas, duas de suas amigas se posicionam e seguem os mesmos passos que aprenderam com ela, e sempre guiam e compartilham sobre Jesus. Melissa é somente um dos vários exemplos que existem entre os nossos líderes de jovens. Pela graça de Deus ela está fazendo discípulos que fazem discípulos, através do compartilhar do evangelho, do compartilhar da vida e da capacitação para eles serem como Jesus foi. Paulo nos revela algumas práticas poderosas no discipulado que ele utilizou na igreja de Tessalônica. Sua caneta escrevia com ideias e sinceridade: “Sentindo, assim, tanta afeição por vocês, decidimos dar-lhes não somente o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida, por-

que vocês se tornaram muito amados por nós.” 1 Tessalonicenses 2:8 Paulo lembra aos tessalônicos que o maior e mais importante presente que ele tem para oferecer é o Evangelho: a mensagem sobre o trabalho consumado de Cristo na cruz pelos pecadores. Uma pessoa que trabalha com jovens deve ter o Evangelho decorado como as músicas da Hillsong que atingem essa galera. Nossa tendência como líderes é dar apenas bons conselhos. Mas o evangelho não é um conselho para que nós consigamos uma boa nova estratégia, é na verdade uma notícia para ser recebida, lembrada e repetida. O temor ao pecado, a obediência capacitadora e a obra de Jesus na cruz devem estar em todas as nossas conversas, sendo o centro do nosso aconselhamento, combustível para o nos-


so trabalho e o padrão que define os nossos relacionamentos. Paulo diz que compartilhar essas boas novas é o poder de Deus para a salvação daquele que crer (Romanos 1:16). O Evangelho é o que o Espírito Santo usa para fazer com que corações mortos no pecado e destruídos pelo juízo auto-condenatório venham a viver novamente. A experiência humana é marcada por uma tendência ao esquecimento. Essa é uma verdade grande na vida dos jovens. Parece que a única coisa no universo que pode bloquear a velocidade da luz é a nossa habilidade de esquecer a graça de Deus em momentos de tensão ou provação. Não é uma surpresa quando Jesus se refere a nós como ovelhas, conhecidas pela sua estúpida iniciativa e tendência a vaguear. É por isso que Paulo é tão fervoroso de lembrar a igreja primitiva sobre o evangelho, várias e várias vezes (1

Coríntios 15:1-2). Isso nos lembra de manter os nossos olhos fixos em Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12:2). Por isso lembro da frase famosa de Samuel Johnson que diz: “Pessoas precisam ser lembradas cada vez mais da necessidade delas de aprender”. E essa é uma ótima notícia para cada pessoa que trabalha com essa nova geração. Você não precisa ser extrovertido, eloquente ou capaz de usar um jeans skinny. Você não precisa conduzir ninguém emocionalmente e nem fingir para que eles tenham um falso arrependimento. O Evangelho é libertador tanto para você como para seus liderados, porque o poder da salvação não se encontra no mensageiro ou no método, mas se encontra na própria mensagem.

lho, e mostra a eles como cada parte de sua vida está conectada ao evangelho.

Mas o evangelho não é um conselho para que nós consigamos uma boa nova estratégia, é na verdade uma notícia para ser recebida, lembrada e repetida.

Adam Ramsey, é líder de Jovens da MarsHill Church Seattle, EUA

Uma pessoa que lida com jovens conhece o Evangelho, ensina o Evange-

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CAPA

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A Palavra de Deus nos revela que Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo para salvar e dar vida abundante para todos os homens (João 10.10). Uma vida livre de todo o mal causado pelo pecado do homem e pelas obras do diabo. A Bíblia nos revela que Jesus Cristo é a Palavra (Verbo) de Deus em pessoa (João 1.1 e 14). Ele se fez homem para nos salvar com o seu sacrifício na Cruz. Jesus Cristo foi colocado por Deus Pai como representante máximo da humanidade e como o seu único Senhor e Salvador. Com Sua morte, Jesus conquistou a vitória por nós, para nos dar uma vida nova neste mundo, e uma vida perfeita e sem fim na nova terra que Ele vai manifestar. A Palavra de Deus (Jesus) é o maior poder que existe no universo. Foi ela que criou e que sustenta todas as coi-

sas (Hebreus 1.1-3). É ela que nos revela todas as riquezas que a graça de Jesus conquistou para nós. Podemos tomar posse de todas essas vitórias, apenas crendo na Palavra de Deus em nosso coração e a confessando com a nossa boca (Romanos 10.9-10). Quando fazemos esta confissão vitoriosa da Palavra, liberamos Seu grande poder que transforma todas as coisas, e que aplica em nossas vidas a vitória de Cristo em nosso favor. Em Romanos 10.9-10, o apóstolo Paulo escreve: “Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação”. Cremos com o coração, declaramos com a boca e, quando isto acontece, você reafirma sua identidade.

É o que Jesus fez com o diabo, quando este o tentou lá no deserto. Ao tentar levá-lo a rejeitar sua própria identidade, Jesus disse: “Está escrito, nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que saia da boca de Deus”; “Está escrito, não tentarás ao Senhor teu Deus, só a Ele servirás, só a Ele honrarás”. Com esta experiência, o Mestre ensinou cada um de nós a confessar quem somos e o que cremos.

O que acontece hoje O nosso cotidiano nos impõe uma sociedade altamente consumista. O apelo forte nos meios de comunicação, nas ruas e entre os amigos, parece “direcionado” para que tenhamos o melhor carro, as melhores roupas, etc. O apelo cruel acaba por provocar, muitas vezes, frustração e insatisfação que podem evoluir para doenças como a depressão.

Consumismo, vida virtual e fragilidade nas relações sociais e familiares são marcas da contemporaneidade e potencializam a sensação de vazio existencial. As marcas que este estilo de vida imposto está deixando na sociedade podem ser facilmente percebidas ao perguntar à alguém: “o que você quer?”. A resposta mais comum hoje faz referência ao “TER”, isso mostra que as pessoas têm sua identidade atrelada ao que efetivamente tem ou ao que podem ou desejam ter. Assim, a sociedade em que vivemos tem passado a definir as pessoas pelo que possuem. Cardona Pescador, psiquiatra espanhol e membro da Real Academia de Medicina de Valencia/Espanha, revelou em uma entrevista recente que: “A maior parte dos pacientes padecem de depressões geradas pelo abatimento, pela perda de um bem, pela ameaça de um mal ou pela inca26


pacidade de assumir a realidade que nos envolve, produzidas por um ambiente social deteriorado e desumanizado. Chegam esgotados por causa das exigências do trabalho e da falta de descanso, ou por causa da crise de sentido da família.” O filósofo e teólogo dinamarquês Soren Kierkegaard, dizia que a porta da felicidade se abre para fora, e quem quiser abrí-la para dentro acaba por fechá-la hermeticamente. Este é um sintoma típico dos nossos dias: o egocentrismo. Atualmente, promovem-se (com a ajuda dos meios de comunicação) o egoísmo, a autossatisfação e a liberação dos instintos. A Bíblia nos diz para sermos cheios de alegria e louvor (Filipenses 4:4; Romanos 15:11). Deus deseja que todos nós vivamos vidas alegres. Isso não é fácil para alguém que sofre de uma depressão causada por alguma situação, mas pode ser remediado através dos dons de Deus de oração, estudo e aplicação da Bíblia, comunhão com os irmãos e, principalmente, a confissão da Palavra. Ao invés de ficarmos confessando somente coisas negativas (problemas, tristezas, fracassos, decepções, etc.), vamos praticar a confissão vitoriosa da Palavra. Ela nunca volta vazia e entra no mais profundo das pessoas e das coisas (Isaias 55.11 e Hebreus 4.12). Esse exercício fará maravilhas em nossa vida, trazendo para o nosso dia a dia todas as bênçãos que Jesus alcançou para nós. A confissão da Palavra não deve ser feita da boca para fora, como se fosse uma fórmula mágica para a felicidade. Deve ser feita de todo o coração por aqueles que querem experimentar a vida nova que Cristo veio nos trazer (Romanos 8:30). Esta confissão deve ser praticada até que nossa experiência nessa nova vida seja completa.

A depressão - e outros problemas da sociedade contemporânea - será resolvida na medida em que o sofredor tire o foco de si próprio e o coloque em Cristo e nos outros.

Mas o que envolve a confissão? A confissão da Palavra não envolve a repetição de um versículo como uma receita mágica. A confissão é uma manifestação de fé. Qual é o Espírito da Fé? Crer e falar. A Fé exige isso! Nós devemos crer e falar. Por isso Paulo disse: “Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei.” - 2 Co. 4.13. A fé é comumente retratada em nossa cultura como um salto às cegas no escuro — crendo sem qualquer razão. Tal visão da fé, contudo, é completamente divergente do que a Bíblia ensina. Fé, de acordo com a Bíblia, não é irracional ou “boba”. Não é um comprometimento cego ou um sentimento arbitrário de proximidade com Deus. Essas coisas não são fé, do mesmo modo que não é fé um homem escolher, de olhos vendados, uma pessoa em meio a uma multidão, e pedir a ela que lhe faça uma cirurgia cardíaca. Isso não é fé de maneira alguma, é tolice, pura e simples. O que é, então, fé? Temos que falar de três palavras latinas: notitia, ou “conhecimento”; assensus, ou “assentimento”; e fiducia, ou “confiança”.

Então, é preciso crer de forma certa, é preciso crer naquilo que a Bíblia diz, para que, ao crer, tenhamos respostas.

Notitia É o primeiro elemento da fé salvífica. Aponta para o fato de que a fé genuína deve crer em alguma coisa. Em outras palavras, ela deve ter conteúdo intelectual. Ela não pode ser vazia ou cega, mas deve ser baseada no conhecimento de certas verdades fundamentais. Como está registrado em Romanos 10.9 e João 20.31, fé significa crer nestas proposições: “que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos” e “que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus”.

Assensus O segundo elemento da fé salvífica é assensus. Isso se refere à convicção intelectual de que o conhecimento que alguém possui é factualmente verdadeiro e pessoalmente benéfico. Não é suficiente simplesmente conhecer certas coisas. Devemos também crer que tais coisas são verdadeiras e atendem às nossas necessidades. Nós vemos esse elemento de fé retratado em passagens bíblicas como João 5.46-47; 8.3138, 45-46; 10.37-38; 14.11.

Fiducia O terceiro elemento da fé salvífica é fiducia, ou confiança. É de longe o mais importante dos três elementos que mencionamos. Sem esse elemento, a fé é meramente um empreendimento intelectual — muito parecida com a “fé” dos demônios que sabem a verdade sobre Jesus, mas se recusam a confiar nele porque odeiam o que eles sabem ser verdadeiro (Tg 2.19; Mt 8.29). Esse elemento consiste em uma confiança pessoal em Cristo como Ele é oferecido no evangelho, e uma completa confiança nEle para a salvação.

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Então, é preciso crer de forma certa, é preciso crer naquilo que a Bíblia diz, para que, ao crer, tenhamos respostas. Muitos cristãos manifestam sérias dificuldades na hora de colocar em prática sua fé. Especificamente, parece que não conseguem crer em Jesus Cristo, não creem no Autor e Consumador da Fé. As dificuldades

- seja esta uma doença, uma ameaça - parecem de um tamanho maior que Jesus e seu sacrifício. Não parecem possuir atitudes de Fé. Não confessam a Palavra. Diariamente, a palavra precisa ser confessada. Não só da boca para fora, mas com atitudes de fé manifestas. É necessário confessar que...

...SIM: Somos mais que vencedores;

Fomos curados;

Fomos redimidos;

Somos filhos e co-herdeiros com Cristo!

Não há maldição sobre nós;

Confessar isso é produto daquilo que cremos e daquilo que confirma nossa identidade. E é nessa hora que Deus honra a Palavra e nós manifestamos atitudes de Fé. Além de qualquer dificuldade, a confissão da Palavra é o que alimenta nossa esperança, o que mantém a chama acesa! Tudo o que Deus espera, para que aconteça um milagre em nossa vida, é a nossa confissão em concordância com a Bíblia Sagrada. Há muito tempo que Deus espera um povo que possa abalar as nações com a Fé.

Atitudes práticas

Você não precisa viver preso ao pecado. Você é livre! Quando Cristo morreu, eu morri. Estou crucificado com Cristo. A Palavra de Deus diz que fomos incluídos na morte de Cristo. No novo nascimento, nós morremos para o pecado e ressuscitamos em Cristo para uma vida nova, a vida no Reino da Luz. O sacrifício de Cristo nos libertou da escravidão do pecado.

Paulo, o Apóstolo da Graça, explicou isso. Ele diz em Romanos 10:8-10 “Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.” A boca confessa o que o coração crê. Isso é extraordinário! 28

“Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado.” Romanos 6:6-7

Não somos mais escravos do pecado, mas ainda não somos perfeitos. O Espírito Santo nos guia por uma vida de santidade, na medida em que temos comunhão com Ele.


Você não precisa viver preso a um problema de saúde. Você foi curado! Pelas Suas feridas fomos curados. A Palavra de Deus declara que quando Cristo foi crucificado, Ele levou nossas dores e enfermidades.

“Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por Ele atingido e afligido. Mas Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele, e pelas Suas feridas fomos curados.” Isaías 53:4-5

Mesmo que os sintomas da doença permaneçam, devemos continuar confessando a Palavra de Deus e não abandonar o tratamento médico. Acima de tudo, temos que ter total certeza de que, na volta de Jesus, ganharemos um corpo perfeitamente saudável, imortal e glorificado. E poderemos desfrutar fisicamente também da vida eterna.

Com Sua morte, Jesus conquistou a vitória por nós, para nos dar uma vida nova neste mundo, e uma vida perfeita e sem fim na nova terra que Ele vai manifestar.

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A Palavra de Deus é o maior poder que existe no universo. Foi ela que criou e que sustenta todas as coisas. É ela que nos revela todas as riquezas que a graça de Jesus conquistou para nós.

Você não precisa ficar preso da ansiedade. Deus está no controle de todas as coisas! “Não andeis ansiosos por coisa alguma.” (Fl. 4.6). A ansiedade é falta de confiança em Deus. Assim, quando permitimos que a ansiedade domine nosso coração, estamos, na verdade, acreditando que Deus não se importa conosco e não irá cuidar de nós. A ansiedade também significa recusar a providência de Deus em nossas vidas. A providência divina pode ser definida simplesmente como Deus orquestrando todas as circunstâncias e eventos do universo para sua glória e para o benefício de seu povo.

“Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas? Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos? E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso.— E por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como cres30

cem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje dá flor e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena! Portanto, não fiquem preocupados, perguntando: “Onde é que vamos arranjar comida?” ou “Onde é que vamos arranjar bebida?” ou “Onde é que vamos arranjar roupas?” Pois os pagãos é que estão sempre procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas. Mt. 6.25-33).

Mesmo que os sintomas da doença permaneçam, devemos continuar confessando a Palavra de Deus e não abandonar o tratamento médico. Acima de tudo, temos que ter total certeza de que, na volta de Jesus, ganharemos um corpo perfeitamente saudável, imortal e glorificado. E poderemos desfrutar fisicamente também da vida eterna.


Você não precisa ficar preso ao passado. Deus te fez uma nova criatura em Cristo! O que define você é quem você é EM Cristo Como já explicamos anteriormente, o problema da nossa sociedade é que a identidade está determinada pelo que temos, e não pelo que somos. No livro “Quem você pensa que é?”, o pastor americano Mark Driscoll define: “O problema fundamental deste mundo é que não entendemos quem realmente somos –filhos de Deus criados à imagem dEle. Em vez disso, procuramos nos definir por inúmeras outras coisas que não Jesus. Somente quando conhecemos nossa falsa identidade à parte de Cristo e a compararmos com a nossa verdadeira identidade nEle, é que conseguimos lidar de forma apropriada com os problemas da vida e assim superá-los”. A Palavra de Deus declara que por causa da ressurreição de Jesus o Pai nos deu um novo coração e um novo espírito.

“Deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.” Efésios 2:5-6 “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” 2 Coríntios 5:17

Então, tenha certeza de que: Você não é o que lhe fizeram, mas sim o que Jesus lhe fez. Você não é o que você faz, mas sim o que Jesus já fez. O que você faz não determina quem você é: quem você é em Cristo determina o que você faz.

A confissão vitoriosa da Palavra libera o poder de Deus. O grande poder que transforma todas as coisas e que aplica em nossas vidas a vitória de Cristo em nosso favor.

Não Perca Durante 10 semanas, a Comunidade da Graça fará um estudo sobre a “Confissão Vitoriosa da Palavra”, tratando assuntos que fazem parte da base da nossa fé, como por exemplo: nossa inclusão na morte e na ressurreição de Cristo, a Graça de Deus que nos transformou em filhos, e que trata da nossa identidade e de uma vida de abundâncias, de vitórias, de confiança e de fé. O objetivo deste trabalho é levar as pessoas a confessarem a Palavra de Deus. Porque o que produz vida, confiança e fé, como vimos, é o conhecimento da Palavra e a sua respectiva confissão. Junte-se a nós neste projeto e vamos juntos a viver uma vida plena na dependência do Pai.

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NOVA GERAÇÃO

Ronaldo Bezerra, pr.

UMA GERAÇÃO QUE FAZ A DIFERENÇA “Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.” – Mateus 5:13-16. Na história do Brasil sempre existiram jovens que desejaram mudar o mundo através de várias manifestações. Em uma data marcada pela história como o ano de 1968, dito por muitos como uma época de impacto em todo o mundo, levantou-se aqui no Brasil uma voz na sociedade contra a ditadura militar. Rapazes e moças pelas ruas dispostos a lutar em busca da liberdade de expressão. Muitos jovens morreram, muitos foram presos e proibidos de entrar em faculdades. Nos anos 80 houve a explosão do rock onde alguns pensadores, como Renato Russo e Cazuza, influenciaram em sua época. Nesse período eles traziam em suas letras, uma atitude rebelde, palavras de revolta e contestação por um país melhor, falavam de assuntos relacionados a questões sociais do país e de suas experiências. Mas o que essa juventude tinha na cabeça para realizar essas coisas? Eles almejavam a transformação, ou seja, tinham algo pelo que lutar. Nos dias atuais, somos a primeira geração global que tem experimentado e sonhado com um ‘mundo sem fronteiras’, onde tudo é encontrado em apenas um click no mouse. Somos bombardeados 24 horas no dia por informações vindas de todos os lados. Mas a pergunta a ser feita é: Onde está a juventude cristã? Por que nós jovens cristãos não estamos transformando a sociedade? Se a escuridão e a decomposição existem, a falha é nossa, e temos que assumir essa culpa. Ser um jovem cristão não é fácil. Tudo é lançado pronto: a comida, o estilo de roupa, o corte de cabelo, os adereços das mulheres etc. Infelizmente a juventude prioriza o recurso do “não-esforço”. Para que pensar se existe alguém que pode fazer isso? Para que mudar a realidade?

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Nós, jovens cristãos, temos o hábito de lamentar e criticar a deterioração dos padrões do mundo com um ar hipócrita. Criticamos a sua violência, desonestidade, imoralidade, desrespeito para com a vida humana e sua ganância materialista. “O mundo está se afundando cada vez mais”, dizemos. Mas de quem é a culpa? Quem é responsável por isso?


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“Vocês são o sal da terra”... “Vocês são a luz do mundo”.

O mundo é evidentemente um lugar escuro, com pequena ou nenhuma luz de si próprio, sendo necessário luz externa para iluminá-lo. O mundo também manifesta grande tendência a se deteriorar cada vez mais. Ele é insípido e a ideia de que possa se tornar saboroso para Deus é quase impossível. Só alguém de fora pode salgá-lo. A igreja, por outro lado, aparece no mundo com um duplo papel: como sal para interromper – ou pelo menos para dificultar – o processo de decadência social, e como luz para dispersar a escuridão. Quando nós olhamos para as duas metáforas mais de perto, vemos que elas são deliberadamente expressas a fim de serem paralelas uma a outra. Em ambos os casos Jesus primeiro faz uma afirmação: “Vós sois o sal da terra”, “Vós sois a luz do mundo”. Então ele acrescenta: o sal deve reter sua salinidade, a luz deve ter permissão para brilhar. O sal para nada serve se perder sua salinidade e a luz para nada serve se for escondida. A tarefa de nós jovens cristãos neste mundo é fazê-lo aceitável para o Senhor. Com atitudes santas e amorosas podemos transformar o ambiente em que vivemos, fazendo com que as trevas desapareçam e a luz da presença de Cristo ocupe o seu lugar. A deterioração causada pela mentira, pelo ódio, pela prostituição, pela avareza, pelo egoísmo e por tantas outras atitudes que entristecem o coração de Deus, precisam ser refreadas pela presença do sal em nós que, pela presença do Espírito em nossas vidas, transforma a escuridão em grande claridade.

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“Para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês”

Jesus exorta os discípulos da seguinte maneira: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, PARA QUE que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. Gosto muito da expressão “para que”, porque entendo que a Palavra de Deus sempre tem um propósito, uma finalidade, uma motivação, e isso fica claro quando Deus diz: “faça isso ou faça aquilo PARA QUE...”.

Analisemos as nossas ações realizadas: •

PARA QUE o mundo conheça a Palavra de Deus;

PARA QUE as pessoas recebam o Senhor Jesus em seus corações, tornando-se, a partir daí, filhas de Deus e família de Deus.

A proposta de Jesus para os seus discípulos é que eles façam a diferença em sua geração, mas na compreensão de que toda glória pertence ao Senhor. A humanidade só aceitará ao Senhor Jesus se nós, com um testemunho de vida, formos o exemplo vivo do que pregamos. Santo Agostinho ao comentar este versículo afirma que devemos fazer tudo para a glória de Deus, dizendo: “O motivo de agradar aos homens seja para que eles glorifiquem a Deus”. Mahatma Gandhi disse certa vez: “Aceito o Cristo que vocês pregam, mas não aceito o cristianismo que vocês vivem”. Isso é muito grave e deve nos preocupar. Que testemunho temos dado? Não podemos nos esquecer que a vida cristã deve ser vista, Jesus quer que as pessoas vejam as nossas obras (testemunho, vida com Deus, serviço ao próximo etc.). Quando as pessoas olham para nossas vidas e percebem que somos diferentes, que somos sal da terra e luz do mundo, através disso, elas podem glorificar a Deus e se converterem a Cristo. Termino citando as palavras de John Stott: “Esta, então é a grande vantagem da vida honesta e semelhante a Cristo, e também da contracultura cristã. Produz bênçãos para nós mesmos, salvação para os outros e, finalmente, glória para Deus”. Você deseja transformar o mundo em que você vive? A minha oração é que essa luz brilhe diante da humanidade PARA QUE, vendo ela as nossas boas obras, glorifique ao nosso Pai que está nos céus. Ronaldo Bezerra é pastor, músico, cantor, compositor e líder nacional do Ministério de Música da Comunidade da Graça. É casado com Simone Bezerra e tem dois filhos, o Ronaldinho e a Sophia.

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COMUNIDADE

Redação

COMUNIDADE DA GRAÇA EM

CURITIBA / PR Curitiba, conhecida como a cidade ecológica do Brasil, é a cidade mais populosa da região sul, com aproximadamente 2 milhões de pessoas. A cidade natal do Pr. Carlos Alberto de Quadros Bezerra, presidente da Comunidade da Graça, é também conhecida como cidade modelo e capital das araucárias, foi escolhida como uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014, além de hospedar a seleção da Espanha, atual campeã mundial.

Culto de celebração

Com muitos imigrantes europeus, principalmente alemães, ucranianos, poloneses e italianos, Curitiba apresenta uma grande diversidade cultural. A cidade tornou-se internacionalmente conhecida por suas inovações urbanísticas e cuidado com o meio ambiente. Tem o menor índice de analfabetismo e a melhor qualidade na educação básica entre as capitais brasileiras.

Fachada da Comunidade da Graça em Curitiba/PR

CG CURITIBA

O MOMENTO DA CG CURITIBA

Depois de um período de implantação com pequenos grupos, a Comunidade da Graça em Curitiba foi inaugurada oficialmente em 06 de Julho de 2004.

No ano de 2013, a CG Curitiba passou por um intenso processo de fortalecimento da Visão, treinamento de líderes e grande ênfase nas células e sua estruturação.

O Pastor Celso Miziara e sua esposa, a Pastora Selma, cuidam do rebanho desde novembro de 2012, juntamente com seus três filhos -Rafael, Rodrigo e Adriana-. Uma marca evidente de um ministério desenvolvido em família. Ao mesmo tempo, os pastores desenvolvem um trabalho missionário na Albânia, país que até a década de 90, apresentou um regime comunista extremamente radical e impositivamente ateísta.

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Outro aspecto marcante no mesmo ano, e que se tornou constante, foi o “almoço na igreja”, que acontece ao menos um domingo por mês, após o Culto de Celebração. E que foi implantado com o objetivo de desenvolver os relacionamentos entre os membros. Isto tem sido um diferencial, que

coopera muito com a visão de família que vive em comunhão. Ainda em 2013 foi realizada uma grande reforma no prédio, com ampliação, modernização, troca de estrutura e telhado, novo sistema acústico e visual do salão principal, além da construção de novos banheiros e área administrativa. Os ministérios também passaram, em 2013, por consideráveis reformulações visando apoiar a estrutura das células. Assim, atra-


vés dos Ministérios com casais, com homens, com mulheres, MAG (Jovens) e com crianças, procura-se cooperar com a edificação das famílias. Desde o início de 2013, foi instituída a quarta-feira como o Dia da Família. Trata-se de um dia sem atividades na igreja, estimulando a cada lar para separar um tempo especial em família. O Pr. Celso conta: “Em tempos tão di-

fíceis, onde a “unidade familiar” tem sido tão atacada, a igreja precisa ter não somente o papel de ensinar valores cristãos, mas estimular o convívio e fortalecimento dos relacionamentos familiares. Por isto criamos a ‘Quarta-feira da Família”. Desde março de este ano, e após algumas conversas com representantes da Prefeitura de Curitiba, o Ministé-

rio de Ação Social criou o “Dia de Ação Social”. Um sábado por mês, membros da CG Curitiba prestam serviços à população através de trabalhos voluntários e gratuitos, com palestras e orientações nas áreas de saúde, juridica, psicológica e familiar. Esse ministério sonha ser, em médio prazo, um “braço” da Fundação Comunidade da Graça na região sul do Brasil

CG CURITIBA Atualmente, a estrutura celular está dividida em cinco áreas, estrategicamente distribuídas, conforme o Planejamento Geral da CG Curitiba. Cinco casais -Pr. Olavo e Pra. Maria Vargas, Pr. Odair e Pra. Marivanda Sylvestre, Jair e Vivian Santos, José Paulo e Patrícia Morone, Nei e Cris Rangelcuidam cada um de uma área, sendo todos estes acompanhados e discipulados pelos pastores titulares. Desde o início de abril deste ano, todas as células estão envolvidas no projeto “Encontros de Paz” e os resultados já estão sendo observados.

Pastores Ceslo e Celma Miziara e seus filhos Rafael, Adriana e Rodrigo.

OS PLANOS... A CG Curitiba está envolvida em grandes desafios para os próximos anos. “Conhecendo a relevância da Comunidade da Graça no cenário da igreja brasileira, e a importância de Curitiba e a região sul do país, logo identificamos a necessidade de implantar na cidade um trabalho ainda mais expressivo e consistente. Mas tudo isto deve ser semeado com prudência, diligência, acompanhamento da supervisão regional e, acima de tudo, oração, pois é Deus que dá o crescimento”, comenta o Pr. Celso. “Precisamos estabelecer alvos, logicamente sensatos, alinhados com a Visão que Deus deu para a Comunidade da Graça, cientes que Ele mesmo, com seu poder e soberania, poderá nos redirecionar como Lhe aprouver”, destacou o Pastor.

GD Pastoral

Equipe de liderança

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TESTEMUNHO Desde a minha infância, vi minha mãe assumir o papel de pai na minha casa, pois tinha que trabalhar e ainda estudar à noite para poder sustentar a casa. Cresci vendo meu pai bater na minha mãe. Nunca tive a presença do meu pai em casa, e quando tinha 14 anos recebi a notícia que meu pai tinha falecido. Nesse momento conheci a maconha. Não sei se a ausência dele me fez usar, mas usei dos meus 14 até 17 anos. Foi quando fui aprovado no vestibular. Na faculdade veio a cocaína, que usei por pouco tempo. Aos meus 18 anos, conheci a mulher mais incrível do mundo, que hoje é minha esposa. Namoramos 9 meses e recebemos a notícia de que ela estava grávida do nosso primeiro filho, que hoje tem 14 anos. Fomos morar juntos e ficamos aproximadamente meio ano, mas ainda sem a presença de Deus em nossas vidas. Infelizmente, eu não respeitava minha família. Naquele momento, parecia que o mundo tinha algo de melhor para me oferecer. Foi quando nos separamos e aí sim me entreguei para as drogas. Ainda assim, Deus me dava chances para renovar minha vida.

juntos e eu não vivendo da maneira que vivia antes, nós não tínhamos sabedoria para manter nossa casa. No final do mês sempre faltava dinheiro para pagarmos nossas despesas, mas Deus com toda a Sua sabedoria colocou um grande homem em nosso caminho: o Paulo. Foi através dele que começamos a participar da célula, e, logo depois, da Comunidade da Graça, e foi na célula que em, poucos meses, decidimos dar o passo mais importante das nossas vidas: entregar nossas vidas a Deus. Nós nos batizamos em junho de 2013 e desde então o que temos recebido do Senhor são só bênçãos. Sua presença é constante no nosso dia a dia, ele edificou nosso lar, nosso matrimônio, e fez com que nós nascêssemos de novo. Ele escreveu uma nova história para nós. Graças a Deus hoje sou um novo homem, sou exemplo para meu filho e agora tenho um enorme prazer em dizer que Deus está nos dando mais um presente: outro filho que nascerá em maio de 2014. Diante de tudo isso, Deus vem me ensinando a ser uma pessoa melhor e trabalhando em mim para que eu possa ser um instrumento da sua obra e levar a Sua Palavra para àqueles que ainda não conhecem.

No ano de 2004 nos casamos, mesmo assim parecia que o mundo tinha mais para mim do que minha família. Nessa época, eu ficava quase uma semana fora de casa usando drogas. Quero esquecer aquele tempo, pois minha família sofreu muito, mas graças a Deus ele ainda tinha um propósito para mim. Lembro que minha esposa orava muito para que eu mudasse e, através das suas orações, os meus olhos começaram a abrir. No ano de 2006 fui com a minha esposa em uma igreja evangélica. A partir daí, nossa vida começou a mudar, mas mesmo assim tive várias recaídas. Mas foi em abril de 2008 que Deus me mostrou a verdadeira razão de viver. Desde então nunca mais usei drogas, comecei a respeitar minha esposa, minha mãe, meu filho e meu trabalho. Compramos nossa casa e Deus começou Sua obra na minha família. Porém, nossas vidas eram vazias do Espírito Santo. Passamos 5 anos por um período muito difícil, mesmo estando

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Anderson e sua esposa


FUNDAÇÃO COMUNIDADE DA GRAÇA

A IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA Ao nascer, o bebê utiliza o instinto para adaptar-se ao ambiente repleto de novidades que está conhecendo. Nessa fase, qualquer atitude torna-se um estímulo para a criança. Ações como cantar, brincar, abraçar e confortar, são fundamentais para proporcionar seu desenvolvimento e facilitar sua socialização. Em outras palavras, todo tipo de influência recebida nos primeiros anos de vida serão a base para o presente e o futuro da criança. Os educadores dos Centros de Educação Infantil (CEI’s), administrados pela Fundação Comunidade da Graça, compreendem a importância desses estímulos e desenvolvem uma linha pedagógica baseada, sobretudo, na estimulação, inclusão e educação infantis. “Quando o assunto é criança, consideramos que nossos pilares são fundamentais para o desenvolvimento infantil. Não basta somente cuidar do físico e do emocional. Precisamos conhecer as necessidades intelectuais e cognitivas que cada um possui. Nesse processo, é essencial que toda criança sinta-se incluída em todas as áreas”, explica Hyrian Rinaldi, coordenadora pedagógica do CEI Espaço da Comunidade V. Na rotina da creche, as potencialidades das crianças são reforçadas o tempo todo: nas refeições, elas são orientadas sobre como se alimentar sozinhas, desenvolvendo sua autonomia; na hora da higiene pessoal, são ensinadas sobre a importância do cuidado com o corpo; no trato com as pessoas, aprendem suas responsabilidades e o respeito pelo próximo. Seja com atividades lúdicas com jogos, rodas de música, brincadeiras coletivas ou com uma estrutura física planejada, nas CEI’s, tudo é pensado de forma a incentivar o desenvolvimento das habilidades das crianças. O objetivo da creche é possibilitar que os alunos alcancem suas próprias conquistas e que os educadores do CEI sejam vistos como facilitadores desse processo. “É fundamental que a criança desenvolva sua identidade durante os primeiros anos de vida. Nós,

educadores, nos encontramos no papel de mediadores, pois trabalhamos potencialidades físicas, intelectuais e afetivas das crianças. É prazeroso demais constatarmos os avanços de nossos pequenos, seja com os primeiros passos ou com a resolução dos primeiros conflitos. Na verdade, amamos o que fazemos, e fazemos porque amamos”, finaliza Hyrian.

Depoimento “Meu filho Arthur começou a frequentar a creche logo na inauguração, em 2012. Notei que, desde então, o Arthur se desenvolveu muito. Começou se alimentar sozinho e não quis mais a mamadeira, porque na creche ele já usa copos e canecas. No mesmo ano, ele também disse que não queria mais a chupeta, pois já “era um mocinho”. Pouco tempo depois, deixou as fraldas. Foi notório seu amadurecimento e autonomia. Hoje ele gosta de escolher sua própria roupa, e se veste sozinho. Na creche, ele foi estimulado a descobrir seus gostos, cuidar de seus pertences e ter autonomia. Algo interessante foi o fato dele pedir para orarmos antes das refeições, um hábito que ele desenvolveu na CEI. Meu filho mais novo o Lucas, foi matriculado na creche esse ano. Ele ainda é um bebê, mas já percebo que sua interação e socialização com outras crianças melhoraram bastante. Ele é uma criança tímida, mas que tem melhorado bastante por causa das atividades coletivas”.

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TEXTO E CONTEXTO

Carlos Alberto Antunes, pr.

O ENVOLVIMENTO DO CRISTÃO NA CULTURA Entre muitos pensamentos cristãos, há um consenso que quando Deus, na criação do ser humano, nos deu o mandamento para crescer e multiplicar, isto não visava apenas a proliferação da nossa espécie, mas, também, uma ordem cultural ou como é chamada um mandato cultural, para desenvolvermos todas as coisas que o Senhor havia criado, para sua glória e benefício do homem. A Palavra de Deus nos mostra que Deus não criou apenas a natureza e o homem, mas que também criou o casamento, a família, a agricultura, o comércio, as artes, a música, as leis para um Estado justo, a política, os relacionamentos sociais e muitas outras coisas. O Senhor criou cada uma destas coisas com uma estrutura própria (leis que as regulamentam), possuindo um potencial muito grande para ser desenvolvido pelo homem, dentro de uma direção apropriada para atingir os fins pré-determinados: a glória de Deus e o benefício do homem. Para tudo isto, o ser humano foi criado com a capacidade inata para amar a Deus e confiar na Sua Palavra, extraindo daí a base correta para desenvolver o mandato cultural proveniente do projeto divino original (Gênesis 1: 26-28). Mas, por causa do pecado o seu coração, passa amar a si mesmo acima de tudo (idolatria pessoal), tornando-se

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incrédulo com relação a Palavra de Deus, direcionando sua capacidade de crer para as coisas criadas (desde astros e animais, até a ciência, a razão, o dinheiro, o hedonismo, etc.) que se tornam seus ídolos (Romanos 1: 18-25). A partir das escolhas desses ídolos, que lhe parecem ser os meios mais adequados para atingir os alvos do seu amor a si mesmo, é que serão desenvolvidos as suas crenças, compromissos, motivações, valores, certezas e ideias, que serão os fundamentos (pressupostos) da sua visão do mundo, que acaba sendo compartilhada socialmente. Em nosso caso a cosmovisão da sociedade brasileira experimentou uma situação muito especial, nós “pulamos” a fase moderna e já vivemos a pós-moderna. Isto aconteceu porque não houve uma interação sociocultural mais intensa com a cosmovisão moderna europeia, e assim a base da nossa visão de mundo peculiar foi resultante da interação dos pressupostos psíquico-sociais das cosmovisões europeias medievais, africanas e indígenas, tendo na cosmovisão do dominador português o seu elemento aglutinador. No Brasil os maiores ídolos da cosmovisão moderna europeia, como o racionalismo, a secularização e os ideais de progresso e de liberdade, jamais foram alvos da idolatria pessoal da massa brasileira e, consequentemente, nunca chegaram a instância social brasileira.

Algumas características da cosmovisão brasileira, devido a todo esse processo histórico, são as seguintes: valorização da mera aparência, uma ética de aparências ou conveniências, uma dicotomia entre espiritualidade e conduta moral, apreço pela miscibilidade, inclinação e banalização do sensualismo; daí, prevalecer no conjunto das nações a ideia de que o Brasil não é um país sério, mas um país que privilegia o sensorial (futebol, samba e as mulatas) ao invés de abraçar a razão, a liberdade, o progresso, prosperidade econômica e etc. A visão cristã do mundo, por outro lado, é constituída passando por algumas etapas bem delineadas: ela se inicia com a regeneração do coração humano, que gera crenças, valores e certezas biblicamente correspondentes, sendo expressos na forma de um compromisso de vida e na proclamação do evangelho com base nos temas centrais das Escrituras: Criação, Queda e Redenção. Essa cosmovisão cristã deverá levar cada cristão, no desempenho do


seu mandato cultural, procurar agir intencionalmente no sentido de “redimir” todas as manifestações culturais relacionadas com a glória dos atributos de Deus (ciências, artes, política, economia, filosofia, teologia e etc.), e que foram distorcidas pelo ser humano que se afastou do seu Criador, dando uma direção completamente distorcida para as coisas que Ele criou. Por causa do pecado, o potencial cultural da criação de Deus, com suas estruturas próprias na forma de leis que ordenam a realidade, tende a ser explorado e desenvolvido com uma direção dada pelo homem que contraria as condições dos fins estabelecidos por Deus, gerando uma cultura pecaminosa e distorcida. Cabe, então, a nós cristãos a missão de promover o redirecionamento da cultura numa direção redentiva que a restaure aos seus propósitos originais, anulando o máximo possível os efeitos do pecado. Para isto, os cristãos precisam estar presentes em todas as

áreas da cultura de nossa sociedade, rompendo o paradigma arcaico de que o lugar e a missão dele é somente dentro da igreja. Para exemplificar isto, vejamos o que o homem fez com o casamento: Deus criou o casamento com uma estrutura e direção apropriadas, envolvendo apenas duas pessoas de sexo oposto (um homem para uma mulher, e vice-versa) que deveria durar até a morte, visando gerar uma descendência santa, mas o homem distorceu tudo isso, dando lugar ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, (que estabelece um relacionamento sexual degenerado e sem possibilidade de procriação), ao divórcio e à infidelidade conjugal, que acabam destruindo a família nuclear e, assim, trazendo prejuízos incomensuráveis para a sociedade. Porém, para os cristãos interferirem de maneira bem sucedida nas manifestações culturais pecaminosas da nossa sociedade, para harmonizá-las com o Projeto Eterno de Deus, certos princí-

pios básicos precisam estar presentes: primeiramente é necessário que haja um coração regenerado, dominado pela Palavra, com uma mente disciplinada a pensar de maneira bíblica. Em segundo lugar é necessário um conhecimento teórico adequado que nos permita identificar com clareza os conceitos distorcidos dos sistema de pensamento deste mundo, para combatê-los com sabedoria e amor. E, por fim, é necessário que seja desenvolvida uma autorreflexão radical para que possamos conhecer os pressupostos e motivos que fundamentam nossa própria maneira de pensar e agir, através da obediência integral à Palavra de Deus e o cultivo habitual da oração. Assim, sabendo com clareza quem o homem verdadeiramente é, poderemos, com muita graça e unção, confrontar as manifestações distorcidas da nossa cultura em todas as suas áreas, visando, acima de tudo, levar o homem, criado a imagem e semelhança de Deus, de volta ao seu Criador por meio de Jesus Cristo. “As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. Destruirmos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo o pensamento, para torna-lo obediente a Cristo.” - II Coríntios 10: 4 e 5.

Carlos Alberto Antunes é pastor na Comunidade da Graça Sede, Diretor do Centro de Treinamento em Liderança, É casado com a pastora Vanda, e é pai de 5 filhos.

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IGREJA FAMÍLIA

David Brandoles

A IGREJA PODE SER SOLUÇÃO PARA A SOCIEDADE Você se lembra da matéria sobre a Fundação Casa que foi publicada na edição de fevereiro da Revista Comuna? Pois é, o projeto continua e tem gerado frutos. Nosso mais recente jovem inserido na sociedade e que tem sido cuidado, chama-se Danilo Damião. Com 18 anos recém completados, buscava uma oportunidade para mudar de vida há algum tempo. Quando o conheci em outubro de 2013 na Unidade da Zona Norte, onde permaneceu por quase 13 meses, Danilo me pediu ajuda para conseguir um emprego para que o juiz liberasse sua soltura. Para nós cristãos, ver uma pessoa pedindo ajuda para mudar de vida é sempre uma alegria, pois sabemos o que Deus pode fazer. E quer fazer! No mesmo dia, já comecei a pensar em alguns contatos que poderiam auxiliar neste processo com alguma vaga disponível ou recomendação de outras empresas. Os Prs. Carlos Alberto Bezerra, Presidente e Fundador da Comunidade da Graça, e Antonio Luiz Brandoles, Diretor Administrativo na CG Sede, prontamente lembraram de que lá necessitavam de um auxiliar de manutenção e que possivelmente, este jovem pudesse se encaixar em tal oportunidade. Ambos foram categóricos com relação ao auxílio, ensino e pastoreio que este rapaz poderia receber. “Se a igreja não for a primeira a abrir as portas e acolher as pessoas que desejam mudar, então quem o fará?” disseram ambos. O primeiro procedimento foi enviar uma solicitação de entrevista ao juiz, que o fez no início de dezembro de 2013. Em março de 2014, o Danilo iniciou o trabalho junto a Comunidade da Graça Sede. Está indo para seu terceiro mês e tem se saído muito bem. Cercado de pessoas que o ajudam não só no trabalho, mas também na vida espiritual, o jovem tem se desenvolvido de forma surpreendente. Tem tido contato com a Palavra de Deus e frequentado os cultos com seu irmão mais velho.

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Conteúdo extra Quer ler a matéria da edição de Fevereiro. Use o leitor de QR Code do seu smartphone e acesse a edição digital da Revista Comuna.


Danilo possui uma filha de 1 ano e meio e sempre diz que quer deixar um legado de mudança e agir correto para ela. Aos domingos pela manhã, ele trabalha em sua banca de vegetais em uma feira livre na zona leste de São Paulo, já que seu turno na Comunidade da Graça Sede é de segunda a sábado. Outro jovem que tem sido acompanhado é o F., 16 anos, que perdeu os dentes da frente em uma briga. Já está na Fundação Casa da Zona Norte há 7 meses. Além da semente da Palavra, que temos feito quinzenalmente nesta unidade, conseguimos o implante dentário do jovem através de nossa Fundação Comunidade da Graça. O jovem F. mostrou-se impactado com a forma respeitosa e acolhedora com que foi tratado em nossa Fundação ao fazer a análise e procedimento. Ao todo foram 4 visitas para o tratamento. Esta é a igreja que eu acredito e aprendo através da vida de Jesus Cristo! A igreja que acolhe, ama, respeita, ajuda, e, principalmente, é voltada para fora. A igreja deve se parecer com um lindo jardim. Sim, um jardim florido, perfumado, atraente e sem portas ou barreiras que impeçam a entrada de pessoas. Mas que as motivem a entrar, permanecerem e que se sintam bem vindas. A igreja deve ser o “hospital de almas” que vemos em Marcos 2:17.

“E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.” Todos nós podemos fazer algo e deixar a zona de conforto. Cristo não nos chamou para apenas intercedermos. Ele nos chamou também para irmos e pregarmos o evangelho a toda a criatura, conforme Marcos 16:15. O Mestre sempre andava rodeado de pessoas que careciam ouvir palavras de conforto, ensinamento e amor. Condenação sempre é a primeira coisa que vem através dos guias cegos, fariseus, sepulcros caiados... Qual é nossa identidade? Que tipo de igreja queremos ser? Nesta unidade da Zona Norte, dos 56 internos, 27 são de famílias Cristãs, onde 3 são filhos de pastores.

David Brandoles é casado com Marcela e é pai da Manuela de 3 anos. Formado em Marketing e Pós-Graduado em Administração, lidera o Ministério com adolescentes na Comunidade da Graça Sede desde 2006.

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ACONTECEU

VISITA ESPECIAL O pastor e deputado estadual, Carlos Bezerra Jr. Ministrou, no dia 6 de Abril, na Comunidade da Graça Sede. A jornada foi muito especial porque contou também com a visita do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado Samuel Moreira, quem teve palavras muito carinhosas para os presentes e para toda a família da Comunidade da Graça.

PÁSCOA NA COMUNA As celebrações da Páscoa marcaram o mês de Abril. Na Comunidade da Graça Sede, os adolescentes foram os encarregados de ministrar o louvor nos cultos (manhã e noite), em que foi celebrada a ressurreição de Cristo.

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Pelo terceiro ano consecutivo, a CG Itaquera realizou a cantata de Páscoa. Mais de 120 jovens e adolescentes do teatro e coral do MAG Itaquera estiveram envolvidos nos três dias da apresentação (sexta-feira, sábado e domingo). Foram ao todo 1.000 pessoas que passaram pela CG para assistir o evento, que teve como tema: “A Cruz do Rei”.

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ACONTECEU

ACAMPAMENTOS DE PÁSCOA

Do dia 17 ao dia 21 de abril, mais de 250 jovens e adolescentes das CG’s de Vila Mariana, Zona Norte, Atibaia e Sorocaba, estiveram reunidos no Hotel Campestre Atibaia participando do acampamento de Páscoa que teve como tema: “Tudo é sobre Jesus”.

Na mesma data, a CG Guarulhos organizou um acampamento de jovens no Vale da Fonte, em Paraibuna/SP. Mais de 350 pessoas participaram do evento. Além do pastor Diniz e seu filho Fernando, líder nacional de jovens, os pastores Valter, da CG Suzano, Flavio, da CG São João, e Renato, da CG Taubaté, ministraram sobre a perseverança, força, convicção e esperança de um cristão.

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