Carta Pastoral de Dom Bernardino Marchió ao Povo de Deus da Diocese de Caruaru
Diocese, comunidades em missão
‘‘Ide, sem medo, para servir’’
Diocese: Casa e escola de comunhão
Nova Evangelização
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A "inspiração" para escrever uma carta pastoral aos diocesanos e diocesanas de Caruaru não foi minha, mas a acolhi com muito entusiasmo porque é fruto da comunhão fraterna da Coordenação Diocesana de Pastoral, de onde saiu a proposta. "Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações" (At. 4, 42) E hoje, dia da renovação das promessas sacerdotais, dia da Eucaristia e dia do lava-pés, mais do que nunca somos chamados a acreditar na força do diálogo, do serviço e da comunhão fraterna. Jesus Cristo nos envia para evangelizar a Diocese de Caruaru com as suas 19 cidades. Jesus Cristo oferece a sua vida na cruz e ressuscita para que nós também possamos caminhar com Ele, sem medo, mas na alegria e na esperança. Caminhemos unidos para que a nossa Igreja seja o que o mundo espera dela: ‘‘uma casa e uma escola de comunhão’’. Desejamos dar continuidade ao caminho que a Diocese está percorrendo desde a sua criação em 1948. Os Bispos Diocesanos, guiados pelo Espírito de Deus e provocados pelas situações históricas de cada época, ofereceram diretrizes para a Diocese avançar no seguimento de Jesus. Com certeza o Concílio Vaticano II, iniciado pelo Papa João XXIII em 1962 e encerrado por Paulo VI em 1965, foi o principal evento que norteou a vida da Igreja, mas não podemos esquecer que, nestes últimos 50 anos, a economia, as ciências e as novas tecnologias provocaram mudanças radicais no mundo inteiro. Esta nova cultura que transformou a nova comunidade está repercutindo também na missão da Igreja e na vida de cada pessoa humana. O Papa João Paulo II, que no dia 27 de abril será proclamado Santo, e o Papa Bento XVI, que guiou a Igreja com a sua sabedoria e doutrina e também com seu gesto de humildade ao renunciar ao seu mandato, nos
convocaram para uma «Nova Evangelização" e nos mostraram novos caminhos para o anúncio de Evangelho. Os Bispos da América Latina, entre eles estava o então Arcebispo de Buenos Aires, Dom Jorge Mário Bergoglio, hoje Papa Francisco, nas Conclusões de Aparecida, nos convidaram a refletir: Ÿ ‘‘Vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus... deixa-se de lado a preocupação pelo bem comum para dar lugar à realização imediata dos desejos dos indivíduos..."(DAp. n.44). Ÿ "Os discípulos missionários de Cristo devem iluminar com a luz do Evangelho todos os âmbitos da vida social. A opção preferencial pelos pobres, de raiz evangélica, exige atenção pastoral voltada aos construtores da sociedade. Se muitas das estruturas injustas atuais geram pobreza, em parte é devido à falta de fidelidade a compromissos evangélicos de muitos cristãos com especiais responsabilidades políticas, econômicas e culturais". (DAp. n 501) Recolhendo aquilo que a Espírito está dizendo através do contexto eclesial e histórico que estamos vivendo, assumimos o apelo expresso em Aparecida de superar ‘‘uma pastoral de conservação’’ e partir para uma ‘‘pastoral decididamente missionária’’.
Fazendo memória...
Diocese, Tenda da Comunhão e da Nova Evangelização Este foi o tema que norteou as reflexões da XX Assembleia Diocesana de Pastoral no ano de 2011, favorecendo aos 215 participantes, um maior entendimento da ação pastoral num contexto de mudança de época. A Diocese de Caruaru em comunhão com o Planejamento Pastoral da Igreja do Brasil observou o planejamento da CNBB, a partir das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil – 2011/2015, tendo como Objetivo Geral: 02
EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja Discípula, Missionária e Profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da Evangélica Opção Preferencial pelos Pobres, para que todos tenham Vida, (Jo 10,10) rumo ao reino definitivo. Como fruto desta Assembleia e como proposta para o triênio 2012-2014, acolhemos: A) As 5 Urgências da Ação Evangelizadora: IGREJA em estado permanente de missão IGREJA casa da iniciação à vida cristã IGREJA lugar de animação bíblica da vida e da pastoral IGREJA comunidade de comunidades IGREJA a serviço da vida plena para todos
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B) As 3 dimensões da Evangelização: O anúncio da PALAVRA e a transmissão da FÉ; A celebração do mistério cristão na LITURGIA da Igreja; A vivência da CARIDADE e a opção pelos pobres.
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C) As 3 Prioridades Pastorais: Ÿ Infância e Adolescência Missionária Ÿ Evangelização da Juventude Ÿ Pastoral da Comunicação. Agora queremos fixar o olhar para o ano de 2014, ano em que realizaremos a XXI Assembleia Diocesana de Pastoral, com suas propostas e diretrizes. O Evangelho será sempre nossa fonte de inspiração: e os apelos do papa Francisco nos ajudarão a atualizar a presença da Igreja neste nosso Agreste pernambucano. 03
A preparação e a realização da Assembleia Diocesana de Pastoral devem ser o tempo favorável para toda a Diocese refletir sobre os passos a serem dados em vista de uma conversão pastoral. É esta a linha que orienta nossa pastoral, o horizonte para onde caminhamos, o desafio que nos anima, o sonho que acalentamos. Graças a Deus, não estamos partindo de zero: podemos testemunhar a generosidade e o entusiasmo de tantos agentes pastorais, sejam eles ordenados ou consagrados ou leigos, homens e mulheres. Acompanhamos a variedade de serviços realizados pelas paróquias e comunidades, pastorais e movimentos que atuam na nossa Igreja Diocesana. As Visitas Pastorais destes anos e que estaremos concluindo na Festa da Padroeira Nossa Senhora das Dores, no dia 15 de setembro, confirmam que somos uma Igreja viva e missionária. Contamos com a experiência dos nossos irmãos e irmãs mais "vividos": eles são a memória viva de tantas experiências e ainda tem muito a nos ensinar na caminhada. E estamos felizes com os nossos jovens que, com os seus sonhos e utopias, nos forçam a procurar novos caminhos. Precisamos de memória e de sonhos para continuar a nossa missão!
Rumo à XXI Assembleia Diocesana de Pastoral
‘‘Não consulte os seus medos, mas as suas esperanças e sonhos. Não pense sobre suas frustrações, mas sobre seu potencial não usado. Não se preocupe com o que você tentou e falhou, mas com aquilo que ainda é possível você fazer’’ (São João XXIII)
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Desafios Estamos enfrentando novos desafios pastorais. É a famosa mudança de época com todas as consequências sobre o nosso estilo de vida. Não podemos ignorar a influência da mídia moderna, a cultura globalizada, o relativismo, o consumismo, o imanentismo (tendência a viver sem valores espirituais) e nem podemos fechar os olhos perante a violência, a pobreza extrema que ainda mata muitas pessoas, sobretudo crianças, a corrupção, o comércio da droga e a tóxico dependência, o tráfico humano, o desemprego etc. Por isso é urgente levar a sério a conversa do Papa Francisco com os Movimentos e Associações laicais na véspera de Pentecostes de 2013: "Neste tempo de crise, não podemos preocupar-nos só com nós mesmos, fecharmo-nos na solidão, no desânimo, numa sensação de impotência face aos problemas. Não se fechem, por favor! Isto é um perigo: fecharmonos na paróquia, com os amigos, no movimento, com aqueles que pensam as mesmas coisas que eu... Sabeis o que sucede? Quando a Igreja se fecha, adoece, fica doente. Imaginai um quarto fechado durante um ano; quando lá entras, cheira a mofo e há muitas coisas que não estão bem. A uma Igreja fechada sucede o mesmo: é uma Igreja doente. A Igreja deve sair de si mesma. Para onde? Para as periferias existenciais, sejam elas quais forem..., mas sair. Jesus nos diz: ide pelo mundo inteiro! Ide! Pregai! Dai testemunho do Evangelho (Mc 16, 15). Entretanto o que acontece quando alguém sai de si mesmo? Pode suceder aquilo a que estão sujeitos quantos saem de casa e vão pela estrada: um acidente. Mas eu vos digo: prefiro mil vezes uma Igreja acidentada, caída num acidente, que uma Igreja doente por fechamento! Ide para fora, saí!" Esta Igreja em saída recebe nova luz: é o Espírito Santo que a impulsiona para buscar as pessoas afastadas e aquecer o coração de todos. E como dizia Bento XVI: ‘‘A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração’’. 05
Não existe fecundo movimento de abertura pastoral na Igreja sem passar pela renovação das comunidades. Por isso, a nossa Assembleia diocesana terá como tema central "Diocese, comunidades em missão". Este tema está em sintonia com a reflexão dos Bispos do Brasil reunidos em Assembleia aos pés da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, sobre a "Comunidade de comunidades, uma Nova Paróquia". E o lema "Ide, sem medo, para servir" quer ser uma resposta ao Papa quando, no Rio de Janeiro, convidou os jovens a se lançarem no compromisso missionário. Iluminará a nossa reflexão e orientará as nossas decisões a Exortação Apostólica "A Alegria do Evangelho" (Evangelii Gaudium - EG) do Papa Francisco. Por isso, quando a Coordenação Diocesana de Pastoral pensou em escrever esta carta, ficou decidido que faríamos um resumo do rico texto que o Papa preparou para toda a Igreja que já serve como texto-base em preparação aos trabalhos da Assembleia. São cinco capítulos que nos oferecem pistas concretas para a nossa Assembleia e para elaboração do plano pastoral dos próximos anos! O Papa Francisco começa sua Exortação lembrando a eterna verdade: "A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo a alegria renasce sem cessar" (EG, n. 1). E logo nos adverte: ‘‘O grande risco do mundo atual é a tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, não se ouve a voz de Deus, não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem’’ (EG n.2).
A Alegria do Evangelho
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CAPÍTULO I: A transformação Missionária da Igreja (nn. 19-49) Este capítulo, de acordo com o título, começa falando da importância de tomar consciência de que a Igreja é herdeira da missão de Jesus, e, portanto necessita alimentar o movimento de saída e de acolhida para com todos. Para tanto faz alusão a algumas passagens bíblicas que abordam a temática do envio missionário e sua aceitação. Francisco ressalta que a aceitação do chamado é a oportunidade de sair do comodismo e individualismo para alcançar os que estão à margem da sociedade e muitas vezes da própria Igreja. Nestes lugares devemos ser luz evangélica partilhando a alegria de ter encontrado o Senhor em sua Palavra amorosa. No entanto, é preciso deixar cair esquemas, previsões, pois o papel da Igreja é semear. O jeito que a semente vai brotar, está na esfera do mistério. Pois a alegria do Evangelho inclui a todos/as. É preciso que a missão não seja confundida com mera transferência de doutrinas, e que o anuncio se concentre na essência do Evangelho. O documento traz uma reflexão sobre a Igreja como mãe, que na perspectiva do encontro, sabe sair em direção às periferias humanas. Esta Igreja sabe oferecer atenção, carinho e até mesmo renunciar às próprias urgências, para acompanhar, como samaritana, quem caiu no caminho. E ficará de portas abertas para acolher com o mesmo carinho e atenção quem se decide a fazer o caminho de volta. O texto ressalta que essa alegria da descoberta e do encontro com o Evangelho, destina-se de maneira preferencial aos pobres, aos doentes, marginalizados e esquecidos. Devemos ter consciência de sermos sempre missionários, peregrinos, discípulos a caminho. E a Palavra, como Dom de Deus, é livre e geradora de liberdade: “a Igreja deve aceitar essa liberdade incontrolável da Palavra, que é eficaz ao seu modo, e sob formas tão variadas, que muitas vezes nos escapam superando nossas previsões e quebrando nossos esquemas” (E.G. nº 22). E ainda afirma o Papa: "neste momento não nos serve uma simples administração. Constituamo-nos em estado permanente de missão em todas as regiões da terra" (EG, nº 25) 07
O capítulo é concluído com uma chamada de atenção, que foi escutada nas primeiras partilhas e homilias do Papa Francisco, e vale a pena transcrever: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”.
CAPÍTULO II: Na crise do compromisso comunitário (nn. 50-109) O segundo capítulo lança um olhar para a realidade do mundo e da Igreja. Podemos dividi-lo em duas partes, numa primeira é analisada a sociedade aonde estamos inseridos e aonde somos desafiados a semear o Evangelho. Na segunda parte somos convidados a fazer um exame de consciência sobre as tentações que interferem na vida dos agentes de pastoral. I PARTE: Alguns aspectos de nossa realidade Francisco não tem a pretensão de fazer uma ampla análise de conjuntura, mas todos são convidados a contemplar a realidade partindo de um ponto de vista animador, pois nem tudo é negativo. Os elementos salientados são três: 1) A idolatria do dinheiro É incrível como, na nossa realidade, a questão do econômico assume o papel de prioridade, colocando em último lugar a pessoa, seus sonhos e desejos. Exemplificando, afirma o Papa: ‘‘Não é possível que a morte por congelamento de um idoso sem abrigo não seja notícia, enquanto o é a descida de dois pontos na Bolsa (de valores). Isto é exclusão!’’. O texto não cai na ingenuidade de simplesmente condenar o financeiro, porém convida a colocar um limite: ‘‘O dinheiro deve servir e não governar’’, pois numa realidade aonde o dinheiro governa, nasce a indiferença a Deus e à pessoa, origem da injustiça social. 2) Sociedade em mudança constante No desafio de levar o evangelho é necessário ter presente que ‘‘aquilo que caracteriza a sociedade é exterior, imediato, visível, rápido, superficial, provisório’’. Isso 08
traz frutos positivos, mas também o desenvolvimento de tendências individualistas, de busca do bem estar imediato, que interfere no modo de ver a sociedade e as relações humanas, sobretudo aquelas familiares. 3) Sociedade com presença do divino Abandonando a simples separação entre as coisas do mundo e aquelas da Igreja, como se existissem duas dimensões, o Papa lembra que é necessário não condenar o mundo como ameaçador e contrário à religião, mas perceber a presença de Deus neste mundo e nesta sociedade. Pois existem sinais da presença divina. Um desses exemplos é a religiosidade popular que mais do que Semente do Verbo, é uma verdadeira reserva das riquezas da fé presentes num povo. Neste contexto, a presença evangelizadora é aquela que tenta "acompanhar, cuidar e fortalecer a riqueza que já existe". E propõe como pista de ação "imaginar espaços de oração e de comunhão com características inovadoras, mais atraentes e significativas para as populações urbanas". A resistência ao acolhimento de nossa proposta de evangelização nem sempre é fruto da hostilidade em relação à fé, mas pode ser sinal de falhas cometidas pelos membros da Igreja. O Papa recorda como obstáculos à frutuosa evangelização: "a existência de estruturas com clima pouco acolhedor em algumas das nossas paróquias e comunidades, ou a atitude burocrática com que se dá resposta aos problemas (...), predomina o aspecto administrativo sobre o pastoral, bem como uma sacramentalização sem outras formas de evangelização". II PARTE: Sinais de alerta à nossa ação pastoral Vivemos num mundo aonde a sociedade idolatra o material e financeiro vivendo em constante mudança. Neste contexto somos chamados a discernir a presença de Deus e acolher os apelos resistindo às tentações. Podemos identificar ao menos quatro aspectos das tentações dos agentes de pastoral: 09
1) O individualismo: é a tendência de pensar somente em si mesmo como centro de todas as referências esquecendo o outro e a dimensão comunitária da fé. "Muitos tentam escapar dos outros fechando-se na sua privacidade confortável ou no circulo reduzido dos mais íntimos, e renunciam ao realismo da dimensão social do Evangelho". São pessoas que pensam que somente o seu movimento é o melhor, que os outros nada sabem, que tem dificuldades de trabalhar em equipe e sempre repete "se eu não fizer, ninguém faz". Somente a necessária abertura, a chamada mística da comunidade, que não cancela a legítima individualidade, pode ser o canal de cura ao individualismo pastoral. 2) O "mundanismo espiritual": Assim como na sociedade existe um materialismo exagerado também existe o mundanismo espiritual, quando ao invés de promover a glória de Deus, procura-se somente o bem estar e a glória pessoal (valorização do exibicionismo na liturgia, na doutrina, na busca de prestígio, no funcionalismo que reduz a Igreja a uma empresa). "Quem caiu neste mundanismo, olha de cima e de longe, rejeita a profecia dos irmãos, desqualifica quem questiona, faz ressaltar constantemente erros alheios e vive obcecado pela aparência". 3) A falta de unidade: Para uma Igreja que deseja ser um sinal eficaz em meio ao mundo levando a alegria do Evangelho, é necessário trabalhar em comunhão. Por isso, o texto nos alerta para a questão das disputas e competições dentro da Igreja, e o papa confessa:"me dói muito comprovar como em algumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio". E adverte: "Cuidado com a tentação da inveja! Estamos no mesmo barco e vamos para o mesmo ponto! Peçamos a graça de nos alegrarmos com os frutos alheios que são de todos". 4) Desânimo: o texto usa a expressão ‘‘preguiça paralisadora’’ para designar aquela falta de ardor no exercício pastoral. Essa não é somente fruto do excesso de atividades, mas "atividades mal vividas, sem motivações adequadas". Como consequência mais grave 10
deste desânimo é o pessimismo ou seja pessoas que só pensam no negativo e por isso vale o alerta do papa Francisco: ‘‘quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos’’. O segundo capítulo é concluído com um rápido olhar sobre alguns ministérios e funções na Igreja, procurando lembrar que a chave para entender as relações dentro da Igreja é o serviço. Deus convocou a Igreja como um Povo, com isso revelou que ninguém se salva sozinho. Deste modo, somos todos convidados pelo Senhor para fazer parte deste Povo. Ser Igreja é ser Povo de Deus. E, acima de tudo, como diz o Papa Francisco: ‘‘A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho’’ .
CAPÍTULO III: O anúncio do Evangelho (nn. 110-175) Afirma o Papa São João Paulo II: ‘‘não pode haver verdadeira evangelização sem o anúncio explícito de Jesus como Senhor’’. Os primeiros cristãos já eram conscientes de que o anúncio fundamental da fé católica, quer dizer o kerigma, é Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado-ressuscitado. (cf. 1Cor 1,23; 2,2) A evangelização é antes de tudo um dever da Igreja. Sua vocação está enraizada na Trindade, em sua iniciativa livre e gratuita. Por outra parte, a salvação que nos foi comunicada por Deus não foi conquistada por nenhuma obra humana. Bento XVI certa vez exortou: «É sempre importante saber que a primeira palavra, a iniciativa verdadeira, a atividade verdadeira vem de Deus e só inserindo-nos nesta iniciativa divina, só implorando esta iniciativa divina, nos podemos tornar também – com Ele e n'Ele – evangelizadores». Sendo assim, a Igreja foi enviada por Jesus Cristo como Sacramentum (sinal eficaz) da Salvação. Esta Salvação que Deus realiza e a Igreja anuncia é para todos. 11
A evangelização em nosso tempo deve assumir também um caráter de uma pregação informal, isto é, de pessoa a pessoa: na rua, na praça, no trabalho, num caminho, etc. Os carismas estão a serviço da comunhão evangelizadora quando se integram no seio da Igreja-Povo de Deus, sem quebrar sua harmonia. O Espírito Santo que suscita a diversidade de carismas é o mesmo que os orienta para a unidade. A Nova Evangelização tem como um dos seus principais objetivos renovar o primeiro anúncio, como conteúdo indispensável para o amadurecimento da fé das pessoas. Este primeiro anúncio é o principal da evangelização e deve transmitir a todos a seguinte verdade: ‘‘Jesus Cristo ama-te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar’’. A catequese no contexto da Nova Evangelização não pode prescindir da via da beleza. As pessoas de nosso tempo são muito sensíveis ao belo. Até mesmo na catequese não pode faltar a ênfase no belo; a arte em seus mais diversos âmbitos pode contribuir enormemente com a missão da Igreja. A escuta é outro imperativo da evangelização atual. Se a Igreja não se deixar evangelizar, não poderá ser evangelizadora em nosso tempo. A homilia O Papa dedica, em seguida, várias páginas para falar da centralidade da homilia na evangelização. Ele afirma que por meio da homilia é possível, antes de tudo, avaliar o grau de proximidade que há entre o povo e seu pastor. Os evangelhos testemunham que, para escutar Jesus, vinham pessoas de todas as partes (cf. Mc 1,45). Segundo São Paulo o Senhor quis chegar às pessoas por intermédio de nossa palavra (cf. Rm 10,14-17). É bom que se defina a distinção entre uma homilia e a catequese, por exemplo. A homilia é um diálogo de Deus com o seu povo, tendo como conteúdo central os mistérios da salvação e as exigências da Nova Aliança. A homilia não pode ser um espetáculo de divertimento, esvaziando desse modo a verdade do mistério. A palavra do pregador não pode em momento algum ocupar a centralidade do Senhor que fala, Ele sim deve brilhar. Na homilia, ainda, deve-se evitar cair num discurso moralista ou numa pregação doutrinal exageradamente demorada. O pregador tem a missão de unir a verdade com o belo e o bem, a fim de alcançar os corações. Trata-se de um diálogo amoroso entre o Senhor e seu povo. 12
Para alcançar este objetivo, o Papa nos fala da importância da preparação. ‘‘Um pregador que não se prepara não é ‘espiritual’, ao contrário, é desonesto e irresponsável quanto aos dons que recebeu’’. O amor é fundamental na preparação de uma pregação, pois sem amor a Deus e à comunidade o pregador nunca será capaz de dedicar tempo para a preparação, só um amor gratuito encontra tempo para dedicar a este ministério em favor da Igreja. No processo de elaboração de uma homilia é indispensável identificar de imediato a mensagem principal, só assim o texto terá estrutura e unidade. Todavia, para alcançar sua plena eficácia a homilia reclama o testemunho daquele que prega. Sem dúvidas as pessoas preferem escutar as testemunhas.
CAPÍTULO IV: A dimensão Social da Evangelização (nn. 176-258) Em sua exortação apostólica, o papa Francisco, nos ajuda a compreender a dimensão e os fundamentos da nossa prática evangelizadora na perspectiva social. Ele nos diz que a evangelização é uma expressão concreta que nasce do coração do Evangelho cujo alegre anúncio é o Reino. Esse anúncio traz consigo a preocupação pelas realidades concretas de homens e mulheres amados e amantes de Deus. É assim que Deus entra e se revela na história. É por causa do Reino que o evangelho é anunciado. E o que tem no coração do reino? O amor. O amor que é o agir de Deus de modo concreto e palpável. Através dos homens e mulheres, Deus age, conhece a realidade, ouve os clamores, liberta e conduz à esperança, para o seu Reino. Nessa empreitada é sempre Deus que toma a iniciativa que é trinitária: o querer do Pai gera história de libertação, de salvação; a obediência do Filho gera encarnação que assume a condição humana, que faz opção pelo doente, o excluído, o que está à margem, o sem voz e nem vez, o desfigurado e caído, numa palavra – os pobres; a presença do Espírito anima, fortalece, encoraja, dá força, ilumina e que nos capacita missionários da obra salvífica. 13
Essa fé que gera ação transformadora nos interpela e nos compromete na relação com Deus e na vivência concreta do Evangelho. No dizer do Papa, “É uma mensagem tão clara, tão direta, tão simples e eloquente que nenhuma hermenêutica eclesial tem o direito de relativizar.(...) Por que complicar o que é tão simples? Por que ofuscar o que é tão claro? Não nos preocupemos só em não cair em erros doutrinais, mas também em ser fiéis a este caminho luminoso de vida e sabedoria”. As vezes somos duros de coração e mente e esquecemos que se estamos no mundo é para sermos fermentos do Evangelho. Chegou a hora de ampliar nossos horizontes, de limpar os olhos, de sermos mais leves e misericordiosos, como o Pai. Não tenhamos medo! “Para a Igreja a opção pelos pobres é mais uma categoria teológica do que cultural, sociológica, política ou filosófica”, nos diz o Papa. Deus se manifesta a eles, por isso é preciso que “todos nós nos deixemos evangelizar por eles”. Portanto, evangelizar é podermos juntos compartilhar da alegre noticia do Reino. Por isso os pobres conhecem e tem acesso a essa notícia por experiência: é preciso entrar no mundo dos pobres, apreciar sua bondade, sua disponibilidade, sua espontaneidade, sua sinceridade, sua cultura. Quando alguém se sente amado, valorizado e acolhido, começa a partilhar a sua fragilidade e adquirir uma nova dignidade. O mundo está em crise e, quem mais sofre, são os pobres. Por isso é preciso resolver as causas estruturais que geram a pobreza. Afirma Francisco: “A necessidade de resolver as causas estruturais da pobreza não pode esperar”. É preciso discutir, dialogar, elaborar propostas viáveis que atendam principalmente as necessidades dos pobres e excluídos. Não podemos ficar às cegas reféns do poder do mercado e nem de ideologias. A alegria do Evangelho, afirma o papa Francisco, vai trazer muitos frutos: a paz é o fruto mais desejado e por ela devemos trabalhar com paciência. Os desafios sempre suscitam novas atitudes em vista da transformação pessoal e social. 14
CAPÍTULO V: Evangelizadores com Espírito (nn. 259-288) “Evangelizadores com espírito quer dizer evangelizadores que rezam e trabalham”: são aqueles que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo, que “infunde a força para anunciar a novidade do Evangelho com ousadia (parresia), em alta voz e em todo tempo e lugar, mesmo contra a corrente’’. “Às vezes perdemos o entusiasmo pela missão, porque esquecemos que o Evangelho dá respostas às necessidades mais profundas das pessoas, porque fomos criados para aquilo que o Evangelho nos propõe: a amizade com Jesus e o amor fraterno. Essa convicção só pode ser sustentada com a experiência pessoal com Jesus, constantemente renovada, com o saborear sua amizade e a sua mensagem. Não se pode perseverar numa evangelização cheia de ardor se não se está convencido, por experiência própria, que não é a mesma coisa ter conhecido Jesus ou não O conhecer, caminhar com Ele, poder escutá-Lo, descansar n'Ele, procurar construir o mundo com o seu Evangelho e não com a própria razão’’. Na nossa relação com o mundo, somos convidados a dar razão da nossa esperança, mas não como inimigos que apontam o dedo e condenam, mas com serenidade, zelo e amor. Sendo assim, pode ser missionário apenas quem se sente bem na busca do bem do próximo, quem deseja a felicidade dos outros. A falta de esperança é uma grande desculpa para muitos se fecharem no comodismo, na indiferença, no egoísmo, e essa é uma atitude autodestrutiva. É preciso lembrar que “Jesus Cristo triunfou sobre o pecado e a morte e possui todo o poder. Jesus Cristo vive verdadeiramente”. A sua ressurreição não é algo do passado; contem uma força de vida que penetrou o mundo. Podemos até desanimar e nos cansar por um momento, mas n'Ele encontramos a força de recomeçar. Isso é ter fé: “acreditar n'Ele, acreditar que nos ama verdadeiramente, que está vivo, que é capaz de intervir misteriosamente, que não nos abandona, que tira bem do 15
mal com o seu poder e a sua criatividade infinita”. Para manter vivo o ardor missionário, é necessária também uma decidida confiança no Espírito Santo, porque Ele 'vem em auxílio a nossa fraqueza'(Rm 8,26). Uma confiança que precisa ser constantemente alimentada, invocando-O, para sermos curados e libertados de tudo que nos faz esmorecer no compromisso missionário.
A vida cristã do povo de Caruaru nasceu e se fortaleceu ao redor da Virgem da Conceição, aquela que disse sim a Deus e gerou o Salvador do Mundo. Com o passar do tempo a religiosidade popular do nosso povo encontrou muitos caminhos para declarar seu amor a Maria e a todos os homens e mulheres que se destacaram por uma vida santa. Em 1948, quando o papa Pio XII criou a Diocese de Caruaru, a Mãe da Dores foi proclamada a padroeira de toda a Igreja Diocesana. Escreve papa Francisco: “Ao pé da cruz, Cristo conduz-nos a Maria porque não quer que caminhemos sem uma mãe; não é do seu agrado que falte à sua Igreja o ícone feminino. Ela é a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor. É a amiga sempre solícita para que não falte o vinho na nossa vida. É aquela que tem o coração trespassado pela espada que compreende todas as penas. Como Mãe de todos, é sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça. Ela é a missionária que se aproxima de nós, pra nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno”. Peçamos a sua intercessão para que toda a comunidade eclesial se abra ao convite para uma nova etapa da evangelização, “Ela deixou-se conduzir pelo Espírito, através de um itinerário de fé, rumo a uma destinação feita de serviço e fecundidade”. A Exortação termina com uma oração a Maria, “Mãe da Evangelização”. “Existe um estilo mariano na atividade evangelizadora da Igreja. Porque sempre que olhamos Maria voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto”. Ao redor da Mãe das Dores toda a Diocese se reunirá nos dias de sua festa, nos mês de setembro, para agradecer a sua materna proteção e renovar o propósito de sermos todos protagonistas da nova evangelização.
Mãe das Dores Estrela da nova evangelização
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Reflexão e partilha
Os textos que acabamos de ler e meditar, oferecem a toda a Diocese a oportunidade para reflexões pessoais e comunitárias. Convidamos, portanto, todos os seus organismos pastorais, paróquias, comunidades, coordenações e movimentos, a se debruçar sobre as perguntas que aqui apresentamos. 1. Pode nossa Igreja diocesana ser considerada uma Igreja Missionária, à luz das propostas de Papa Francisco em sua exortação apostólica? Por que? 2. A Exortação do papa Francisco fala de tentações dos agentes de pastoral, quais dessas estão mais presentes em nossa realidade? Como podemos evitá-las? 3. Como se avalia a transmissão da Palavra em nossas realidades paroquiais e diocesanas (homilia, catequese, celebrações, cursos, momentos de espiritualidade)? 4. O texto fala de Igreja Missionária, que "sai de si mesma" e "vai ao encontro", que propostas concretas podemos apresentar a serem discutidas para que tenhamos Ÿ A transmissão da PALAVRA eficaz e que responda os anseios do nosso tempo. Ÿ Uma vivência da LITURGIA que seja evangelizadora garantindo uma participação consciente e frutuosa. Ÿ O exercício da CARIDADE que abandone o assistencialismo e que nos torne uma "Igreja pobre e para os pobres"? 5. Olhando para as estruturas de nossas paróquias, que propostas concretas podemos apresentar para que sejam redes de comunidades?
Perspectivas As grandes orientações da Exortação Apostólica do Papa Francisco nos oferecem uma certeza: este deve ser o novo jeito da vida e da missão da nossa Diocese. Queremos caminhar com Francisco! 17
"Como gostaria de encontrar palavras para encorajar uma estação evangelizadora mais ardorosa, alegre, generosa, ousada, cheia de amor até o fim e feita de uma vida contagiante" (EG n. 261) Ÿ "A missão é uma paixão por Jesus e simultaneamente uma paixão pelo seu povo" (EG n. 268) Ÿ "Eu sou uma missão neste mundo, e para isso estou neste mundo. É preciso nos considerar como que marcados a fogo por essa missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar" (EG n. 273). Ÿ É verdade que muitas vezes parece que Deus não existe: vemos injustiças, maldades, indiferenças e crueldades que não cedem... mas o bem sempre tende a reaparecer e espalhar-se. Cada dia, no mundo, renasce a beleza, que ressuscitada transformada através dos dramas da história" (EG n. 276) Ÿ
Por isso a Coordenação Diocesana de Pastoral propõe a toda Diocese neste tempo de preparação para a Assembleia que todas as Paróquias, Comunidades, Pastorais e Movimentos reflitam sobre a Exortação de Francisco e se deixem "inspirar" por Ele e pelo Espírito Santo. Durante o tempo de Quaresma, por ocasião da Visita Pastoral da RP Centro fizemos uma experiência interessante: todos os domingos nos reunimos no Seminário para um pequeno Retiro Espiritual meditando o trecho da Exortação que fala das tentações dos Agentes Pastorais (nn. 76/101). Descobrimos a luz e a sabedoria que vão orientar os novos passos das nossas comunidades: afinal toda conversão pastoral deve começar no nosso coração! Gostaríamos, portanto, iluminar os horizontes da nossa ação evangelizadora nestes grandes apelos: 1. Não deixemos que nos roubem a alegria e a esperança Em todos estes anos da nossa história de evangelização descobrimos que a alegria e a esperança arrastam as multidões. Não podemos ser profetas 18
do pessimismo por que é Cristo na cruz que vence a morte e o pecado: e nós não temos outra esperança a não ser Jesus Cristo e o seu Evangelho. Não tenhamos medo de aparentes fracassos na nossa pastoral: o tempo é de Deus. Cabe a nós semear e confiar! 2. Não deixemos que nos roubem o entusiasmo missionário É muito fácil, numa sociedade onde o materialismo parece cancelar todos os valores espirituais e os apelos ao consumismo escravizam cada vezmais as pessoas, cair num relativismo onde não existem mais verdades seguras e entrar num individualismo perigoso. E então muitos se perguntam se ainda vale a pena ser missionários ou catequistas e se engajar no serviço aos pobres ou na animação litúrgica! Não tenhamos dúvidas: se o nosso estilo de vida cristã não se volta para a generosa disponibilidade na animação das comunidades e na escolha preferencial pelos pobres, estaremos caindo na psicologia do túmulo e seremos múmias de museu! O entusiasmo e a fecundidade missionária nos libertam do pessimismo e nos fortalecem na caminhada! 3. Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno Desde a despedida de Jesus na Última Ceia sabemos que existe um único caminho para atrair as pessoas para Cristo: "Pai, que todos sejam um para que mundo creia" (Jo. 17, ). Sabemos, mas não praticamos este amor fraterno! O Papa chama a nossa atenção sobre as guerras, as divisões, a inveja, os ciúmes, as várias formas de ódio, os desejos de impor as próprias ideias a todo o custo etc. É necessário que façamos um exame de consciência para remover com humildade todos estes obstáculos que afastam muitas pessoas da Igreja. Viver o amor fraterno não só é indispensável para o crescimento da Igreja, mas é também o fundamento da nossa realização humana e cristã. 19
Caminhar juntos
A Coordenação Diocesana, após ter analisado várias sugestões, chegou a um novo formato de Assembleia. É um novo caminho, em várias etapas, começando na festa de Pentecostes. É uma decisão significativa: a evangelização começou com a vinda do Espírito Santo. E Ele sempre conduziu a Igreja a superar crises, perseguições e tentações! Temos certeza: também hoje será o Espírito Santo a nos mostrar os caminhos da Nova Evangelização. E, para facilitar nossa preparação das Assembleias sugerimos seguir as seguintes orientações: Ÿ Ÿ
METODOLOGIA
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Ler e comentar, em pequenos grupos e nos nossos Conselhos Pastorais e Comunitários, o texto apresentado nesta Carta Pastoral. Criar nos encontros e nas celebrações das comunidades um clima de oração voltado para a Assembleia (veja a Oração da XXI Assembleia) Responder as perguntas aqui apresentadas, a partir da leitura da Exortaçao ‘‘A alegria do Evangelho’’ e da síntese apresentada nesta Carta Pastoral. Propor sugestões para aplicar na nossa realidade diocesana as provocações da Exortação do Papa Francisco. Propor sugestões para a ‘‘conversão pastoral’’ de nossas Paróquias conforme propostas do Documento da CNBB que quer fazer de cada Paróquia uma rede de comunidades com a participação de todas as Pastorais, Comunidades e Movimentos. Renovar as estruturas eclesiais e valorizar os agentes pastorais incentivando-os a assumirem responsabilidades nos diferentes organismos diocesanos e paroquiais. Escolher os representantes que participam das várias etapas da Assembleia.
‘‘Não, não pares. É graça divina começar bem. Graça maior, persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir’’. (Dom Helder Câmara)
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ASSEMBLEIA DE PENTECOSTES - 08 de junho
CRONOGRAMA DAS ASSEMBLEIAS
Conselho de Leigos, CEBs, Movimentos de Apostolado e Associações, Fundadores/Moderadores de Comunidade
ASSEMBLEIA DE VOCAÇÕES E MINISTÉRIOS - 24 de julho Seminário Nossa Senhora das Dores, Coordenações do SAV, OVS e CRB.
ASSEMBLEIA DA FAMÍLIA - 17 de agosto Coordenadores da Pastoral Familiar da Diocese e das Paróquias - Responsáveis ECC, Movimentos familiares Cursos de noivos
II RIOS DE ÁGUA VIVA - 24 de agosto Este evento reúne todas as expressões evangelizadoras da Diocese - É o encontro festivo das "Comunidades em missão»
FESTA DA PADROEIRA DA DIOCESE - 06/15 de setembro Com a Mãe de Deus, discípula missionária fiel a Jesus, a Diocese avança no entusiasmo missionário
ASSEMBLEIA DA JUVENTUDE - 13 de setembro
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Setor Juventude e Coordenadores Grupos Paroquiais Pastoral Juvenil
ASSEMBLEIA DA PALAVRA - 14 de setembro Ministros da Palavra, Catequistas, COMIDI, Infância e Adolescência Missionária, Pastoral da Comunicação, Pastoral do Dízimo, Comissão para Educação, Cultura e Ecumenismo
ASSEMBLEIA DA LITURGIA - 21 de setembro Equipes Paroquiais de Liturgia, Ministros E. da Comunhão Eucarística, Ministérios de Música, Artistas e Profissionais de Espaço Sagrado
ASSEMBLEIA DO CLERO - 23 e 24 de setembro Clero Diocesano e Religioso
ASSEMBLEIA DA CARIDADE - 28 de setembro Pastorais Sociais da Diocese e das Paróquias
ASSEMBLEIA DAS PARÓQUIAS E DAS RPs - Mês de outubro Membros dos Conselhos Paroquiais Pastorais e Econômicos
Santa Cruz do Capibaribe
Taquaritinga do Norte
Toritama
Caruaru
Riacho das Almas Bezerros
São Caitano
Cachoeirinha
Gravatá
Sairé Camocim de São Félix
Tacaimbó
Altinho
São Joaquim Barra de do Monte Guabiraba Agrestina Bonito
Ibirajuba
ASSEMBLEIA DE ENCERRAMENTO E AÇÃO DE GRAÇAS 08 de novembro Participação dos delegados das Paróquias e das coordenações Aprovação do Plano Pastoral para o triênio 2015-2017
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Chã Grande
Recomeçar sempre
E para terminar este nosso diálogo, queremos fazer um convite: vamos recomeçar! Sem termos fórmulas mágicas nem técnicas especiais, estamos prontos a avançar para águas mais profundas, com vocês que já nos acompanham no trabalho missionário e com todos aqueles que sentem o desejo de renovar esta nossa Igreja. Ÿ Recomeçar significa confiar que o Espírito Santo tem as respostas para todas as nossas interrogações... Ÿ Recomeçar significa, como Maria, repetir o nosso sim também nas horas em que tudo parece morrer... Ÿ Recomeçar significa se aproximar do irmão e da irmã que encontramos no diaa-dia convidando-os para fazer parte de nossa família eclesial. Quantas pessoas nesta Páscoa voltaram para a amizade com Deus ou se confessaram por causa do testemunho do Papa Francisco... Ÿ Recomeçar significa ter a alegria de fazer parte desta nossa Igreja que deu à humanidade milhares de santos e santas, mártires, confessores da fé e profetas...
‘‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor’’.
Hoje cabe a nós dar o testemunho da nossa fé e da esperança. Hoje somos nós os portadores da alegria, do entusiasmo missionário, do ideal do amor fraterno... Venham conosco, vamos caminhar juntos! Caruaru, 17 de abril de 2014 Quinta-Feira Santa Dom Bernardino Marchió e Coordenação Diocesana de Pastoral
(Lc 4,18-19)
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Oração da XXI Assembleia Diocesana de Pastoral Ó Trindade Santa, Pai, Filho e Espírito de amor, congregai a vossa Igreja que está em Caruaru, animando nossas lideranças, comunidades, pastorais e movimentos para a XXI Assembleia Diocesana de Pastoral. Vinde ao nosso encontro e fortalecei-nos na comunhão da vossa Igreja, guiando-nos nas reflexões e decisões pastorais para nossa querida Diocese, mãe de nossas comunidades em missão. Animados pela força missionária do Papa Francisco queremos ser enviados na Alegria do Evangelho, e assim, conduzidos por Maria, nossa Mãe das Dores, possamos caminhar na estrada de Jesus como discípulos e missionários vossos, obedecendo ao grande apelo da mudança de época: “Ide, sem medo, para servir”! Amém. 24
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