Diocese de Caruaru
Diretório dos Sacramentos Orientações litúrgico-pastorais
ORGANIZAÇÃO DOS TEXTOS: Dom Bernardino Marchió, Comissão Diocesana de Liturgia, Coordenação Diocesana de Pastoral. REVISÃO: Equipe do Diretório CORREÇÃO ORTOGRÁFICA: Prof. Menelau Júnior DIAGRAMAÇÃO E CAPA: Jerffeson Adelino ILUSTRAÇÃO: Durante sua vida terrestre, Jesus anunciava o Reino por meio de seu ensinamento e o antecipava por seus atos. Quando chegou sua hora, viveu o único e irrepetível evento de nossa salvação: sua Paixão, Morte e Ressurreição. Celebrando o Mistério pascal de Cristo, a Igreja, por meio dos sacramentos, participa da vida divina e torna-se testemunha do Reino de Deus no mundo.
SIGLAS CIC - Catecismo da Igreja Católica CDC - Código de Direito Canônico CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil DAp - Documento de Aparecida DGAE - Diretrizes Gerais a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil EG - Evangelii Gaudium - A Alegria do Evangelho IGMR - Instrução Geral do Missal Romano PDV - Pastores Dabo Vobis RICA - Rito de Iniciação Cristã de Adultos
ÍNDICE 04 APRESENTAÇÃO PRIMEIRA PARTE
07 ORIENTAÇÕES GERAIS SEGUNDA PARTE
13 DIRETÓRIO PARA A CELEBRAÇÃO DOS SACRAMENTOS
BATISMO EUCARISTIA
14
17
CRISMA
PENITÊNCIA
UNÇÃO
23
25
27
ORDEM MATRIMÔNIO
29
31
TERCEIRA PARTE
33 SACRAMENTAIS E RELIGIOSIDADE POPULAR 34
SACRAMENTAIS
35
RELIGIOSIDADE POPULAR
39 CONCLUSÃO
36
FUNERAIS CRISTÃOS EXÉQUIAS
EXOR37 CELEBRAÇÕES ECUMÊNICAS 37 CISMO
APRESENTAÇÃO Irmãos e Irmãs da Diocese de Caruaru! A vós todos, amados de Deus e santos por vocação: graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de Nosso Senhor, Jesus Cristo! Alegre na esperança, louvo ao Senhor pela missão que Ele me confiou nesta Igreja. O Bispo tem o dever de ensinar, santificar e governar: dentro das minhas responsabilidades, devo zelar para que a Sagrada Liturgia seja celebrada para a glória de Deus e a santificação do povo, em comunhão com toda a Igreja. A Igreja Católica deu ao mundo milhões de confessores da fé, de testemunhas fiéis ao Evangelho até o martírio e de heróis da caridade: estes frutos de santidade têm a sua origem na resposta à Palavra de Deus e na graça dos Sacramentos. Os Pastores da Diocese de Caruaru sempre se dedicaram à sublime missão de distribuir aos seus fiéis a graça de Deus através do anúncio da Palavra, a celebração da Liturgia Sagrada e a vivência da caridade: toda essa ação evangelizadora ajudou o Povo de Deus a compreender melhor o significado de sua vivência na Igreja. Quero com vocês, queridos diocesanos e diocesanas, dar continuidade a essa história de fé! Por isso, é necessário fixar os grandes princípios que norteiam a nossa vida cristã e atualizar tudo aquilo que é sujeito às mudanças do tempo. A Palavra de Deus e os Sacramentos são verdades que não passam, mas é preciso transmitir essas verdades com linguagens e gestos que possam chegar ao coração e à inteligência do homem moderno que continua buscando, às vezes sem saber, o significado mais profundo da sua vida. O Papa Francisco, na Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium", nos oferece alguns elementos que nos ajudam a refletir e a atualizar a nossa prática pastoral: "A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Um dos sinais concretos desta abertura é ter, por todo o lado, igrejas com as portas abertas. Assim, se alguém quiser seguir uma moção do Espírito e se aproximar à procura de Deus, não esbarrará com a frieza de uma porta fechada. Mas há outras portas que também não se devem fechar: todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade, e sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isso vale, sobretudo, quando se trata daquele sacramento que é a porta: o Batismo. A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos. Estas
04
convicções têm também consequências pastorais, que somos chamados a considerar com prudência e audácia. Muitas vezes agimos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fatigosa" (EG, n. 47). Objetivo deste subsídio que está chegando a suas mãos é oferecer orientações simples e ao alcance de todos para celebrar solenemente e em comunhão com toda a Diocese o grande mistério do amor de Deus por toda a humanidade. Lembro que, quando se fala em Liturgia, não se deve pensar só na Santa Missa (embora seja a mais alta expressão da fé), mas em todos os sacramentos e também no louvor de Deus através da Liturgia das Horas. Os Sacramentos são sinais visíveis e eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é concedida a vida divina. O centro do tempo litúrgico é o domingo, fundamento e núcleo de todo ano litúrgico, que tem o seu ápice na Páscoa, a grande festa dos cristãos. A conversão das Paróquias passa pela vida das comunidades que celebram os Sacramentos e se deixam guiar pelo Cristo ressuscitado. Os Sacramentos da Igreja são sete: distinguem-se em sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia), sacramentos da cura (Penitência e Unção dos enfermos) e sacramentos a serviço da comunhão e da missão (Ordem e Matrimônio). Eles tocam os momentos importantes da vida cristã e todos estão ordenados à Eucaristia. As orientações que aqui se encontram não são um estudo teológico ou pastoral sobre a Liturgia da Igreja: mas devem ajudar a Diocese de Caruaru, os seus Presbíteros e o Povo de Deus a celebrar os Sacramentos de uma forma atualizada e comunitária, fiel à tradição da Igreja, a fim de contribuir com a comunhão eclesial. Todo ato litúrgico pertence à Igreja e não ao celebrante. Por isso, para uma frutuosa celebração, é preciso conhecer os documentos da Igreja que fundamentam toda ação litúrgica. A Bíblia é a primeira fonte de inspiração, e os ministros dos Sacramentos, especialmente os presbíteros, além de dar o testemunho de sua fé, devem conhecer e estudar os documentos eclesiais que iluminam a prática sacramental. Os mais importantes são: o Catecismo da Igreja Católica (CIC), o Código de Direito Canônico (CDC), as instruções presentes nos Livros Litúrgicos e especialmente o Missal Romano (IGMR), além do Guia Litúrgico-Pastoral da CNBB. Ao longo de 2014, em várias circunstâncias refletimos sobre os caminhos que podem valorizar as
05
práticas sacramentais. A melhor compreensão da Palavra de Deus, o Magistério do Papa Francisco e a renovada consciência dos católicos na participação na vida da Igreja nos ajudaram a elaborar este subsídio que, nesta XXI Assembleia Diocesana de Pastoral, colocamos à disposição dos Agentes Pastorais e das mais diferentes Comunidades. Este Diretório entra em vigor a partir da presente data, festa de Todos os Santos. Temos certeza de que estas fontes de graça continuarão sustentando homens e mulheres na sua caminhada de fé e que a liturgia será sempre celebrada para a glória de Deus e nos prepararmos para a vida eterna. Agradeço a todos os Agentes Pastorais que ajudaram, com as suas sugestões e orações, a construir este texto. E agora todos temos a responsabilidade de estudá-lo e colocá-lo em prática em todos os níveis da vida diocesana. Confiamos à Mãe das Dores esse esforço de renovar as nossas celebrações. E peço ao Espírito Santo que me fortaleça nesta missão de guiar a Igreja Diocesana: que eu possa contribuir para a comunhão na Diocese sendo para todos o que o Papa Francisco pediu aos novos Bispos: "Quero que sejais bispos encontráveis não pela quantidade de meios de comunicação de que dispondes, mas pelo espaço interior que ofereceis para acolher as pessoas e as suas necessidades concretas, dando-lhes a totalidade e a amplitude do ensinamento da Igreja, e não um catálogo de nostalgias. E o acolhimento seja dado a todos sem discriminação, oferecendo a firmeza da autoridade que faz crescer e a doçura da paternidade que gera... Nos lábios do Bispo a Igreja, o mundo tem o direito de encontrar sempre o Evangelho que liberta" (18 de setembro de 2014). Caruaru, 01 de novembro de 2014 Solenidade de Todos os Santos Dom Bernardino Marchió - Bispo Diocesano de Caruaru
06
PRIMEIRA PARTE
ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Coordenação Diocesana de Liturgia, em comunhão com outras coordenações diocesanas (sobretudo a de catequese), tem a responsabilidade de preparar encontros de formação para as pessoas engajadas nos diferentes serviços litúrgicos (Ministros da Palavra e da Comunhão Eucarística, Acólitos e Leitores, Equipes de Acolhida, Ministérios de Música etc.). São importantes subsídios litúrgicos de uso diocesano: que outros folhetos de uso nacional sejam adaptados à nossa realidade; que haja um cuidado especial na formação dos Ministros da Comunhão Eucarística e da Palavra e que os (e as) coroinhas recebem um cuidado especial: além de prestar bons serviços nas celebrações, a experiência do serviço ao altar pode despertar vocações. E que o Clero colabore com a Coordenação e renove sempre a sua formação litúrgica. 2. Coordenação paroquial de liturgia: sejam constituídas, em todas as paróquias, as equipes de liturgia com a missão de preparar as celebrações dos Sacramentos nas comunidades. Isso exige formação periódica dos seus membros para que possam ajudar o povo cristão a participar ativamente na ação litúrgica . O Povo de Deus tem o direito de ser preparado para receber os sacramentos, de modo consciente, através da catequese sobre cada um deles. Fazem parte desta equipe, além do Pároco, leigos e leigas engajados nos vários serviços litúrgicos (Ministros da Palavra e da Comunhão Eucarística, Pastoral da Acolhida, Ministérios de música, Animadores da Assembleia). 3. Catequese e Liturgia: muitos católicos aparecem na Paróquia apenas por ocasião de celebrações de sacramentos. Devem ser bem acolhidos e convidados, através de uma oportuna formação, a entender o significado do rito que se celebra. Nunca a celebração dos Sacramentos deve ser uma oportunidade para criticar, mas sempre um tempo de graça para evangelizar. Celebrações bem preparadas e vividas com fé podem atrair as pessoas que, por qualquer motivo, estavam afastadas. Evite-se, a todo custo, qualquer discriminação de pessoas seja na preparação como na celebração dos Sacramentos. 4. Igreja ministerial: sejam valorizados os serviços específicos dos ministros ordenados e dos leigos. Nem o presbítero, nem o ministro leigo podem acumular os serviços dos outros: nas celebrações litúrgicas sejam ¹cf. Instrução Geral do Missal Romano, 65-69
08
valorizados os diferentes carismas e ministérios para melhor servir à comunidade.
5. Animação das celebrações: em todas as celebrações dos Sacramentos, sobretudo da Missa, é importante que alguém oriente a comunidade. Em primeiro lugar essa é tarefa do Presidente da celebração: com o seu estilo de celebrar a liturgia, ajuda a assembleia a participar ativamente. Em algumas circunstâncias especiais, por exemplo, eventos de massa, Missas de Defuntos, Formaturas (quando há pessoas que não frequentam regularmente a Igreja) se faz necessária a presença de um animador que saiba, com breves comentários, motivar a comunidade a entender a natureza dos ritos e a beleza da celebração. 6. Ministros da Palavra: em todas as Paróquias tenhamos o cuidado de fazer da Igreja "o lugar de animação bíblica da vida e da pastoral". Para esta finalidade, sejam preparados leigos e leigas que, a partir da Bíblia, possam animar os fiéis na evangelização. Quem não conhece Jesus Cristo e a sua missão salvífica não pode receber os Sacramentos. Seja valorizado o projeto diocesano "Discípulos e servidores da Palavra de Deus na missão da Igreja" (Doc. n. 97 da CNBB) e sejam instituídos os Ministros da Palavra. E que sejam introduzidos na Leitura orante da Bíblia. 7. Homilia: o papa Francisco, na Evangelii Gaudium, nos ensina como deve ser! "Pode ser, realmente, uma experiência intensa e feliz do Espírito, um encontro consolador com a Palavra, uma fonte constante de renovação e crescimento"². Há fiéis que não aparecem mais na sua comunidade paroquial por não se sentirem motivados a viver a sua fé, seja pelo jeito de celebrar seja pelo conteúdo da homilia. Esta atitude pode ser um apelo do povo que tem sede de Deus. Na homilia, a verdade anda de mãos dadas com a beleza e o bem: seja, portanto, breve, ligada à realidade eclesial do povo, fruto de uma boa preparação e, sobretudo, fiel ao Espírito de Deus que age nos corações dos ouvintes. É louvável a iniciativa de preparar a homilia juntos com alguns paroquianos. Todos as celebrações de Sacramentos exigem uma breve homilia para acompanhar os ouvintes na compreensão dos mistérios sagrados. ²EG n. 135
09
8. Colaboração entre os ministros: é responsabilidade do Pároco administrar os sacramentos aos fiéis do seu território. Nas cidades com mais de uma paróquia ou áreas pastorais, é bom que cada ministro, além de cuidar do atendimento aos fiéis a ele confiados, esteja disponível para serviços específicos para o bem da comunidade. Evite-se, porém, de sobrecarregar outros pela falta de existência de horários de atendimento de administrar os sacramentos, sobretudo a Confissão e a Unção dos Enfermos. O Bom Pastor oferece ao seu rebanho a possibilidade de receber o conforto e o consolo dos sacramentos. 9. Silêncio: é parte integrante da celebração e não algo supérfluo. Temos de educar o nosso povo, com mais clareza e convicção, sobre o valor do silêncio, da meditação e da oração pessoal. Essa catequese tornase indispensável nas celebrações com grande participação de fiéis. 10. Espaço Litúrgico: "Há uma necessidade urgente de construir espaços que reflitam a vida que existe nas comunidades, espaços de beleza que inspirem e plasmem relações humanas de encontro das pessoas com Deus e com os irmãos. As Igrejas precisam manifestar-se com o lugares de acolhida, fraternidade, gratuidade, festa e serem sinais visíveis da presença de Deus no meio do seu povo"³. Os párocos e os seus colaboradores tenham um zelo especial pelo ambiente onde se celebram os sacramentos: Normalmente o lugar da celebração litúrgica é o templo, a Matriz ou outro lugar destinado ao culto (para construções ou reformas de Igreja é preciso consultar a Comissão Diocesana de Arte Sacra). Onde não há templo preparado para essa finalidade, pode-se usar o espaço onde acontece a vida da comunidade eclesial. Portanto, não serão permitidas celebrações em casas particulares, clubes ou fazendas apenas para atender aos interesses de uma família ou de um padre sem compromisso com a Igreja Diocesana. 11. Vestes Litúrgicas: "Na Igreja, que é corpo de Cristo, nem todos os membros desempenham a mesma função. Esta diversidade de funções na celebração da Eucaristia manifesta-se exteriormente pela diversidade de vestes sagradas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro. Importa que as próprias vestes ³Estudos da CNBB n. 106
10
sagradas contribuem também para a beleza da ação sagrada"⁴. § 1. Há vestes próprias para os presbíteros, o diáconos, os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística e os Acólitos (coroinhas). § 2. Convém que as vestes sejam belas e nobres, sem ostentar luxo e multiplicidade de ornatos. Os paramentos para os presbíteros e os diáconos, na sua sobriedade e beleza, respeitem as cores litúrgicas da tradição católica. § 3. Os Leigos e Leigas, quando proclamam a Palavra nas celebrações litúrgicas, não precisam usar veste específica.
12. Cerimoniais nas Igrejas: não se permita que as celebrações dos sacramentos (sobretudo batismo e matrimônio) se tornem um ato social perdendo o significado sagrado da liturgia e se tornem um espetáculo com excesso de ornamentação, filmagens, fotografias e desfiles. Isso só acentua as diferenças sociais e se torna uma afronta aos pobres que não podem exibir luxo e assim ficam excluídos! É tarefa do Pároco (e da Equipe de Liturgia) orientar os profissionais envolvidos nas celebrações. 13. Espórtulas e Pastoral do Dízimo: é preciso aprofundar mais a questão da colaboração dos fiéis por ocasião da celebração dos sacramentos. Não é fácil mudar uma mentalidade de séculos: sempre se ensinou aos fiéis que a Igreja se sustenta com espórtulas por ocasião dos sacramentos. A Província Eclesiástica de Olinda e Recife a cada ano atualiza as orientações sobre as taxas dos sacramentos para todas as Dioceses de Pernambuco. No entanto, a Pastoral do Dízimo nos mostra novos caminhos: a maioria das nossas paróquias já está vivenciando com ótimos frutos esta exigência bíblica. Devemos ainda aprofundar o assunto para chegar à decisão de fazer do Dízimo o único caminho para a manutenção do culto e dos Agentes Pastorais sem deixar de lado a dimensão social do Dízimo: a justiça e atenção aos pobres. ⁴IGMR n. 335
11
14. Música sacra e dança litúrgica: toda celebração comunitária deve levar as pessoas a descobrir que em Deus está toda a beleza e estética. Deve-se cuidar para que se afine o gosto pela arte sacra e pela música litúrgica. A dança litúrgica pode acompanhar alguns cantos que fazem parte da liturgia e favorece uma sadia inculturação prevista pelos documentos da Igreja. O papel dos corais e ministérios de música é ajudar o povo de Deus a celebrar ou louvores do Senhor. Nunca se pode fazer um show desvinculado da participação comunitária. Recomenda-se, onde é possível, que o coral não esteja localizado no “coro”: quando isso não acontece, torna-se obrigatória a presença de um animador à frente da Assembleia! 15. Horários: é preciso levar em conta as novas exigência do ritmo de trabalho e o novo estilo de vida das famílias. Torna-se necessário atualizar os horários das celebrações, seja das Missas como dos outros sacramentos. Não se pode permanecer no ditado: "aqui sempre foi assim". Há situações em que a tradição continua atendendo às necessidades do povo: seja conservada! Na atualização dos horários devemos nos orientar não apenas pelo exigências do sacerdote, que, por vocação, deve, em primeiro lugar, estar a serviço do povo, mas as reais necessidades das famílias e dos trabalhadores (e não apenas de algumas pessoas que querem manter privilégios!). É importante também lembrar que os horários devem ser respeitados pelos celebrantes: atrasos sistemáticos denotam falta de respeito para com os fiéis! 16. Liturgia das Horas: quando se fala em Liturgia, é importante lembrar que existe mais outra forma oficial de oração: a Igreja celebra a Liturgias das Horas, conforme antiga tradição. Assim, ela cumpre o mandato do Senhor de orar sem cessar e, ao mesmo tempo, canta os louvores a Deus Pai e interpela pela salvação do mundo. Nesta forma de oração se encontram os salmos, os cânticos, sublinhados pelas antífonas, as leituras breves da Palavra de Deus, os responsórios, os versículos. São valorizados os mais belos hinos da tradição da Igreja e ainda leituras bíblicas e patrísticas, sendo que estas são um verdadeiro tesouro da espiritualidade. Por isso a Igreja pede ao Clero que reze pelo seu Povo com a Liturgia das Horas e que sejam incentivados grupos de oração com leigos que rezam regularmente os ofícios de Laudes (manhã) e Vésperas (tarde). OBS: Conforme as necessidades, a Coordenação Diocesana de Liturgia e o Bispo poderão acrescentar novas orientações.
12
SEGUNDA PARTE
DIRETÓRIO PARA A CELEBRAÇÃO DOS SACRAMENTOS
BATISMO "Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt. 28, 19) "O Santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, e somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão" (CIC n. 1213)
17. Preparação para o Batismo: cada comunidade tem o dever de encontrar uma metodologia adequada para orientar as famílias sobre o significado deste sacramento que abre as portas para a vida cristã. É importante que este encontro de formação seja distinto da celebração. Os pais e padrinhos que pedem o sacramento devem ser acolhidos com alegria pela equipe paroquial e o Pároco deve se fazer presente nestes encontros pelo menos para conhecer as famílias. Nas comunidades rurais, onde é mais difícil reunir as famílias ou não há pessoas preparadas, a preparação pode ser organizada por catequistas e missionários da Paróquia que preparam encontros de formação adaptados à realidade. 18. Apresentação das crianças para o batismo: são os pais, junto com o padrinho e a madrinha, os primeiros responsáveis pela educação na fé. Na falta deles, a Paróquia deverá dialogar com os que exercem esta função. Situações especiais sejam tratadas, antes do dia da celebração, pelo Pároco da comunidade. 19. Batizados fora da Paróquia: quando os pais, por motivo justo, desejam batizar seus filhos fora do território da paróquia de residência, procurem a sua comunidade e expliquem os motivos para receber o consentimento do pároco de origem.
14
20. Crianças com mais de 07 anos, jovens e adultos, deverão batizados em cerimônia distinta das celebrações do Batismo de crianças, depois de uma preparação específica. Conforme a idade, os candidatos deverão frequentar o catecismo da 1ª Eucaristia, da Crisma ou do Catecumenato oferecido pela Paróquia. 21. Famílias sem prática religiosa: observem-se as seguintes orientações: § 1. Favorecer o diálogo para suscitar o interesse pelo Sacramento . § 2. Promover na Paróquia encontros festivos para estas famílias a fim de mostrar a beleza da Igreja. § 3. Fazer visitas missionárias nas famílias com crianças recém-nascidas. § 4. Não ceder aos desejos dos que pedem o batismo, quando se percebe que não há interesse em seguir a prática da Igreja Católica, mas apenas conveniência social.
22. Os(as) secretários(as) paroquiais esforcem-se em receber bem aqueles que procuram informações sobre o Batismo: é um válido momento para viver a pastoral da acolhida. É preciso orientar os pais para que tragam sempre os documentos civis para fins de registro. 23. Os Ministros Ordenados são os ministros ordinários do Batismo. Em caso de necessidades, seja feito o pedido ao Bispo para designar Ministros extraordinários, mas qualificados para o Batismo. 24. Para ser padrinho e madrinha (uma só) é necessário: § 1. § 2. § 3. § 4.
Ter completado 16 anos. Ser católico que leva uma vida de acordo com a fé e a missão que vai assumir. Ter ligação próxima com a família para poder acompanhar o afilhado. Obs.: Pai e mãe do batizando não podem ser padrinhos: a missão deles já é mais importante!
25. Situações especiais: os filhos de mães solteiras, separadas, divorciadas, recasadas e outros casos de irregularidade, recebam um acolhimento cordial na comunidade. Quando houver suficiente garantia de educação na fé, não se pode negar o Batismo. Por outro lado, não se facilite o sacramento aos filhos de casais que, embora podendo, não querem atender às exigências da Igreja. Se não há a garantia de que os
15
batizandos serão educados na fé, é melhor adiar o batismo propondo o caminho do catecumenato oferecido pela Paróquia.
26. A comunidade católica deverá oferecer os meios adequados para acompanhar a vida do batizado, a fim de que ele possa amadurecer na fé sentindo-se membro a pleno direito da sua igreja. 27. Crianças batizadas em casa ou em hospitais por motivo de emergência serão apresentadas à Paróquia para completar os ritos do Batismo e para providenciar o registro nos arquivos paroquiais 28. Iniciação cristã de adultos: seguir as orientações do RICA (Rito de Iniciação Cristã de Adultos, publicado pela CNBB). Levando em conta as novas realidades sociais, torna-se necessário instituir em todas as paróquias o Catecumenato de Adultos: esse será responsável pela Catequese com aqueles que desejam receber os sacramentos. Neste caso, de preferência, a celebração do Batismo deve acontecer na Missa da Vigília Pascal.
"Na celebração do Batismo podemos reconhecer as feições mais genuínas da Igreja, a qual como uma mãe continua a gerar novos filhos em Cristo, na fecundidade do Espírito Santo". (Papa Francisco)
16
EUCARISTIA
"Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede" (Jo. 6, 35)
"Na última ceia, na noite em que foi entregue, nosso Salvador instituiu o Sacrifício Eucarístico de seu Corpo e Sangue. Por ele, perpetua pelos séculos, até que volte, o sacrifício da cruz, confiando destarte à Igreja, sua dileta esposa, o memorial de sua morte e ressurreição: sacramento de amor, sinal de unidade, vínculo da caridade, banquete pascal em que Cristo é recebido como alimento, o espírito é cumulado de graça e nos é dado o penhor da glória futura" (CIC n. 1323)
29. A celebração da Eucaristia é "fonte e ápice" da vida cristã das Paróquias. Por isso, a Santa Missa seja sempre celebrada como o centro da vida cristã das comunidades e dos projetos pastorais. Os responsáveis pela liturgia preparem com cuidado, sobretudo nos Domingos, o rito distribuindo com antecedência os diferentes serviços litúrgicos: a Missa deve levar os fiéis a se encontrarem com Deus e com os irmãos.
30. A Celebração Eucarística é ato comunitário que supõe e alimenta a fé. Evite-se, portanto, que se torne apenas um número do programa de formaturas, comemorações cívicas, aniversários, posse de governantes... Nem se celebrem missas em festas e promoções comunitárias como simples meio para juntar o povo e assegurar renda.
31. Seja sempre valorizado o Domingo, Dia do Senhor; onde, por falta de sacerdotes não é possível celebrar a Eucaristia, incentivem-se as celebrações da Palavra, dando-lhes o destaque devido, porque são expressão do sacerdócio comum dos fiéis e ocasião de encontro da comunidade de fé.
17
32. Os Presidentes das Celebrações Eucarísticas devem zelar por alguns aspectos práticos e ajudar a Assembleia a participar de forma consciente e ativa: § 1. Comentário da Missa: não pode ser abolido, mas deve ser sóbrio com o objetivo de motivar a comunidade. § 2. Aclamação ao Evangelho: todos ficam de pé! § 3. Apresentação das Oferendas: é um momento significativo que nos convida a colocar a nossa vida a serviço. Evitem-se procissões com oferendas que não têm significado nem com a cultura local nem com o mistério celebrado. § 4. As orações eucarísticas a serem usadas são as do Missal Romano: não podem ser criadas nem é oportuno eliminar as aclamações do povo, desde que não se perca de vista a unidade da oração eucarística. § 5. O Abraço da Paz: é um gesto simbólico que lembra a comunhão que devemos ter com os irmãos. Não pode desviar a atenção da comunhão eucarística. Em algumas Missas pode ser oportuno transferir o abraço da paz em outro momento da celebração. (Veja orientação da Congregação do Culto Divino). § 6. Rito da Comunhão: devemos orientar os fiéis para um maior respeito e vivência deste momento. Quem está preparado para comungar forma as filas com todo o Povo de Deus. Recebe a Comunhão estando, de pé, em frente ao Ministro e ao voltar pode sentar ou se ajoelhar para o agradecimento. § 7. Comunhão sob as duas espécies: há casos previstos pelo Ritual e devem ser respeitados. Para essa finalidade, é preciso orientar melhor os fiéis.
33. O nosso povo pede Missas e nem sempre tem consciência do significado dela: às vezes é apenas o desejo da presença da Igreja em algumas circunstâncias importantes da vida. Os presbíteros devem avaliar os pedidos e atender conforme as possibilidades e as reais necessidades. É importante lembrar alguns princípios:
18
§ 1. Não se podem multiplicar as Missas sem necessidade. § 2. Averiguar sempre se há uma comunidade que entende o valor da Missa: caso contrário, é importante valorizar a fé do povo com orações mais simples. § 3. O Sacerdote que é convidado a celebrar fora da sua Paróquia (na nossa ou em outra Diocese) deverá sempre se comunicar com o Pároco ou Administrador!
34. Missas de cura e libertação: tem-se difundido a realização de Missas que recebem títulos como "da graça", de "cura e libertação", da "misericórdia", dos "santos anjos" etc. Sabemos que têm produzido muitos frutos espirituais. No entanto, toda celebração da Eucaristia, seja ela qual for, concede aos fiéis o aumento da graça e pela ação sacramental é instrumento de cura e libertação. Por isso, recomenda-se a discrição no uso destes termos e a constante orientação dos fiéis para não indicar a exploração do caráter milagreiro, supersticioso e extraordinário, instrumentalizando a fé das pessoas, até mesmo com interesses econômicos. A Missa é uma só e todos devem respeitar as normas litúrgicas e evitar usá-la para estrelismo e promoções pessoais.
35. As paróquias devem ter muito cuidado na escolha e formação dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística. Que sejam orientados para dar prioridade ao atendimento à comunhão dos doentes. Que sejam escolhidos entre membros da Paróquia com mais de 40 anos, tenham vida sacramental e uma longa experiência de caminhada na comunidade onde estão servindo. Antes da escolha, o Pároco consulte o Conselho Paroquial e comunique aos escolhidos que os ministérios leigos não são vitalícios, mas devem ser renovados conforme a necessidade pastoral da Paróquia. 36. Culto Eucarístico fora da Missa: a conservação da sagrada Eucaristia tem como primeira finalidade o
19
viático; como fins secundários, a comunhão fora da Missa e a adoração. Evidentemente é inteiramente justificado e insistentemente recomendado como expressão de reconhecimento pelo dom da presença real, como continuação da ação de graças iniciada na missa, como resposta de amor e testemunho de vivência cristã. Sendo assim observem-se as seguintes disposições: § 1. Lembrar que este momento não é autônomo em si mesmo, mas, como tal, depende da Missa e conduz a Ela. O culto da Eucaristia é fruto, prolongamento e preparação para a celebração. § 2. Durante a exposição, é proibida a celebração da Missa no mesmo local. § 3. O Ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento é o sacerdote ou o diácono que, no fim da adoração, antes de recolher o Santíssimo, abençoa o povo. Na ausência de ambos, os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística poderão expor e recolher o Santíssimo, sem "caminhar com o Santíssimo exposto" e dar a bênção. § 4. É proibida a exposição do Santíssimo Sacramento feita unicamente para dar a bênção. § 5. Enquanto possível, os locais de culto estejam abertos para favorecer a visita dos fiéis para oração e adoração eucarística. § 6. Para que seja conservado o Santíssimo Sacramento em capelas e centros comunitários exigem-se as seguintes condições: I. Uma comunidade suficientemente formada e um ministro responsável. II. Ambiente que ofereça dignidade e segurança. III. Parecer favorável do Bispo após ter recebido informação do Pároco. § 7. Obs.: Não é permitido conservar a Eucaristia em casas particulares, a não ser por motivos suficientemente válidos com o consentimento do Bispo.
37. A prática da Igreja em relação à Bênção do Santíssimo Sacramento no fim da Missa: ao longo dos
20
séculos, a liturgia da Igreja e a religiosidade popular abrilhantaram a celebração dos novenários e festas de padroeiros com rituais próprios, quando não era possível celebrar Missa à noite. Assim foram instituídos a recitação solene do Rosário e as bênçãos do Santíssimo. Com a atual disciplina da Igreja a maioria dos novenários são realizados com a celebração da Santa Missa: nestes casos, não é adequado unir Missa e Bênção do Santíssimo Sacramento sem um tempo de adoração entre os dois ritos que são diferentes por natureza e essência. Abençoar os fiéis com a Eucaristia nos ritos finais da Missa seria como negar que a maior bênção do Santíssimo é a própria celebração eucarística. Nas Novenas, onde não há Celebração Eucarística, nada impede que se façam celebrações da Palavra, especialmente preparadas como momentos oportunos de oração e catequese, terminando com a Bênção do Santíssimo.
38. Primeira Eucaristia § 1. A preparação para o sacramento da Eucaristia começa na família e na pré-catequese, quando as crianças são iniciadas nos primeiros mistérios da fé. § 2. A Catequese para a Primeira Eucaristia deve ser feita por catequistas devidamente preparados, durante um período mínimo de 02 anos. A criança pode ser admitida ao Sacramento quando tiver completados 09 anos. § 3. A catequese e a Primeira Eucaristia dos Colégios segue estas orientações: I. Preparação: dois anos letivos, com a catequese fora das aulas normais; II. Material didático: combinar com a equipe diocesana de catequese; III. Os professores (catequistas): participam dos encontros de formação da equipe diocesana ou da paróquia onde a escola está localizada.
39. Cuidado pastoral especial devem receber os portadores de necessidade especiais, que podem e devem
21
receber a Eucaristia, observando-se que seu estado em nada impede a sua frutuosa recepção.
40. Missas do Vaqueiro, Ação de Graças por ocasião das Eleições e Posses, Missas de aniversário de emancipações políticas, Formaturas, Missas de 15 anos e outras efemérides civis: É preciso muito discernimento para não sermos manipulados e usados para fins sociais ou políticos dos que não tem compromisso com a fé católica.
"A Eucaristia é o ápice da ação da salvação de Deus: o Senhor Jesus se fez pão partido por nós, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e seu amor, e assim renova o nosso coração, a nossa existência e a maneira como nos relacionamos com Ele e com os irmãos". (Papa Francisco)
22
CRISMA "Recebereis o poder do Espírito Santo, que virá sobre vós para serdes minhas testemunhas... até os confins da terra" (At. 1, 8) "Pelo Sacramento da Confirmação os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo, e assim mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras como por obras" (CIC n. 1285)
41. Que as paróquias e comunidades garantam uma séria preparação com duração de, no mínimo, um ano. São indispensáveis neste período paroquial de Catequese: § 1. A frequência regular e dinâmica nas catequeses oferecidas pela Coordenação; a presença nas Missas Dominicais (ou nas celebrações da Palavra) § 2. Um estágio pastoral e missionário nas diferentes ações evangelizadoras existentes na Paróquia ou na Diocese, para que os jovens conheçam a vida da sua Igreja e optem por um engajamento, sendo a Confirmação o sacramento do compromisso. § 3. A participação em eventos paroquiais e diocesanos que congregam a juventude. 42. O Sacramento da Crisma normalmente se administra dentro da Missa da comunidade. Deve ser uma celebração solene em que os próprios crismandos são protagonistas da celebração seja nas leituras como nos cantos. Evite-se chamar corais de outras comunidades e sejam valorizados os ritos previstos pelo Ritual sem acrescentar outros. Serão usados paramentos vermelhos, a não ser que a celebração aconteça nos tempos litúrgicos mais importantes do calendário. Os crismandos devem ser identificados com uma pequena ficha, que em seguida serve também para o registro nos arquivos da Paróquia ou da Diocese. 43. A idade mínima para a receber este sacramento é de 15 anos completos. É muito importante que já tenham algum engajamento missionário na Paróquia.
23
44. A Diocese e as Paróquias devem oferecer cursos de formação e material catequético para Catequistas de Crisma: é importante convidar para esta missão os jovens já confirmados! Haja em cada paróquia uma pessoa responsável pelo pós-crisma, trabalhando com o Setor Juventude e a Comissão de Vocações e Ministérios. 45. Há sempre pessoas não batizadas ou que não fizeram catequese para a Eucaristia e se apresentam nos encontros de preparação à Crisma: nestes casos necessária uma formação específica para que entendam o significado destes sacramentos, e a celebração será marcada pela Paróquia numa data anterior à Crisma. 46. A Confirmação é o sacramento destinado ao serviço missionário na comunidade: o católico que pede este sacramento, fora de sua paróquia de residência ou de vida cristã, só poderá recebê-lo com o conhecimento do seu pároco. 47. Condições para ser padrinho ou madrinha: § 1. § 2. § 3. § 4.
ter 16 anos e ter recebido o Sacramento da Crisma; dar testemunho de vida cristã e concordar com as orientações da Igreja; não ser pai, mãe, namorado(a), noivo(a), marido(esposa) do confirmado; é aconselhável que seja o padrinho ou a madrinha de batismo.
48. Os colégios que assumem a preparação e a celebração da Crisma são convidados a integrar a caminhada diocesana seguindo as suas orientações. Também será de grande colaboração para a Diocese, se os jovens dos colégios forem orientados para assumirem o engajamento nos diversos grupos de sua comunidade. " O termo “Confirmação” recorda-nos que este Sacramento leva a um crescimento da graça batismal: une-nos mais firmemente a Cristo; cumpre a nossa ligação com a Igreja; dá-nos uma especial força do Espírito Santo para difundir e defender a fé, para confessar o nome de Cristo e para não nos envergonharmos nunca da sua cruz" (Papa Francisco)
24
PENITÊNCIA "A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo. 20, 23) "Aqueles que se aproximam do Sacramento da Penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, e a qual colabora para sua conversão com caridade, exemplo e orações" (CIC n. 1422)
49. Todo presbítero deve considerar uma atribuição específica da sua missão: ser ministro da misericórdia e do perdão sacramental, além de se colocar regularmente à disposição para o aconselhamento, o diálogo e a direção espiritual dos fiéis. 50. A confissão, conhecida também como sacramento da conversão, do perdão e da reconciliação, seja incentivada e explicada nas catequeses das comunidades como um encontro amoroso com o Pai que acolhe os seus filhos. Os presbíteros dediquem um tempo razoável de sua ação pastoral para atender aos fiéis que pedem para ser perdoados e ouvidos em suas dificuldades e fraquezas. 51. "A Confissão individual e íntegra e a absolvição constituem o único modo ordinário pelo qual o fiel se reconcilia com Deus e com a Igreja"⁵. Em casos extraordinários, conforme legislação complementar da CNBB, compete ao Bispo Diocesano permitir a absolvição coletiva. Nas comunidades, evite-se a divulgação de horários de confissões comunitárias. 52. A Confissão em preparação à Primeira Eucaristia, Crisma e Matrimônio deverá ser sempre individual. ⁵Ritual da Penitência, Introdução Geral n. 31
25
53. Publiquem-se nas Igrejas horários e dias específicos em que os sacerdotes oferecem aos seus fiéis a possibilidade da confissão individual. Isso evitará concentração de fiéis nas grandes celebrações e facilitará a Pastoral da "escuta e do aconselhamento", não para substituir o sacramento, mas como espaço de acolhida aos fiéis em busca de orientação. 54. Recomenda-se que, periodicamente o Pároco possa oferecer aos seus fiéis a oportunidade de outros sacerdotes atenderem às confissões dos seus paroquianos. Onde se julgar necessário, sobretudo no período quaresmal, é comum a realização dos “mutirões de confissões” como celebrações do perdão, com preparação comunitária e absolvição. Atente-se, porém, para que estes "mutirões" não sejam espaço para a administração mecânica e apressada do sacramento por causa da grande afluência de fiéis. 55. É importante a catequese sobre o significado do perdão e da confissão na vida do cristão: por isso sejam incentivados momentos de preparação comunitária para o sacramento e sejam valorizadas as caminhadas penitenciais. 56. Cuide-se que a penitência ou satisfação a ser proposta como elemento do sacramento favoreça realmente a mudança de vida. 57. A administração do Sacramento da Penitência se dê num lugar discreto, de forma coloquial, fraterna e animadora entre o confessor e o penitente, inspirando a acolhida de Deus. Nos projetos de novos espaços litúrgicos seja previsto o lugar da Reconciliação. "Celebrar o Sacramento da Reconciliação significa ser envolvido em um abraço caloroso: é o abraço da infinita misericórdia do Pai". (Papa Francisco)
26
UNÇÃO DOS ENFERMOS “Alguém entre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo no nome do Senhor”(Tg 5, 14) "Pela sagrada Unção dos Enfermos e pela oração dos Presbíteros, a Igreja toda entrega os doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado, para que os alivie e os salve. Exorta os mesmos a que livremente se associem à paixão e morte de Cristo e contribuam para o bem do povo de Deus" (CIC n. 1499)
58. O cuidado com os doentes deve ser uma constante preocupação dos presbíteros: eles devem dedicar tempo para visitas e para administrar o sacramento da Unção dos Enfermos e levar o Santo Viático.
59. Seja esclarecido o caráter profundo da Unção dos Doentes, que não é apenas para ser administrado no fim da vida, mas por ocasião de doenças graves e idade avançada. 60. Seja estimulada a criação da Pastoral da Saúde em todas as paróquias, oferecendo a proximidade afetiva e espiritual da comunidade para com os doentes e assistência espiritual às famílias. Estes Agentes, junto com a comunidade e os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, estejam atentos às situações de dor e abandono em que vivem muitas famílias e informem os Párocos.
27
61. Além da administração do sacramento seja prestado todo cuidado e atenção aos doentes no decorrer de sua enfermidade levando em conta a situação econômico-social, o cuidado com a higiene e o acessos aos serviços de saúde. É importante estimular e organizar, em todas as Paróquias, a Pastoral da Pessoa Idosa.
62. A celebração comunitária do sacramento é um gesto de carinho para que os doentes se sintam inseridos na vida e na dinâmica litúrgica da comunidade. Devem ser incentivadas essas celebrações sobretudo durante a Semana Santa. 63. A Pastoral da Saúde deve possibilitar a evangelização do mundo hospitalar, proporcionando a presença eclesial na vida dos profissionais da saúde.
"Unção dos enfermos representa de fato toda a comunidade cristã que, como um único corpo, se reúne em torno de quem sofre e dos familiares, alimentando nesse a fé e a esperança, e apoiando-lhe com a oração e o calor fraterno’’ (Papa Francisco)
28
ORDEM "Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração" (Jer. 3, 15) "A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é portanto a sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado" (CIC n. 1536)
64. O incentivo às vocações sacerdotais e religiosas é um dever de toda a comunidade católica: as famílias como primeiro seminário, as paróquias, as CEBs, as Pastorais, os movimentos eclesiais e os educadores. Todos os sacerdotes manifestam o maior zelo apostólico no trabalho vocacional, dando o testemunho de uma vida simples, operosa, missionária e alegre.
65. Em todas as paróquias seja constituída a Equipe Vocacional Paroquial que tem como objetivo rezar pelas vocações, acolher e preparar os candidatos para participar dos Encontros Vocacionais promovidos pela Diocese. Em cada Paróquia, seja incentivada a Obra das Vocações Sacerdotais (OVS). 66. Como norma geral, não se aceitam candidatos que já passaram por outras Dioceses ou Institutos Religiosos. Em casos extraordinários, o Conselho dos Formadores e a Direção do Seminário deverão dar o parecer após ter recebido cartas de apresentação do Bispo, do Reitor ou do Superior religioso do candidato.
67. Toda a Diocese se alegra com a ordenação de novos ministros para o serviço da comunidade. É muito significativa a presença dos Presbíteros nas Ordenações. Sejam organizados, em todas as comunidades,
29
encontros de oração com tríduos e novenas vocacionais.
68. Os candidatos aos ministérios ordenados devem apresentar toda documentação necessária, solicitando à Diocese sua incardinação no Presbitério Diocesano. 69. As celebrações do Sacramento da Ordem Sagrada devem ser preparadas pela comunidade onde será realizada a cerimônia, com a assessoria da equipe diocesana de liturgia. 70. Dedique-se mais atenção para acolher os candidatos para o Diaconado Permanente. O ministério do Diácono Permanente é uma conquista do Concílio Vaticano II e necessário para dinamizar a ação evangelizadora. Torna-se urgente pensar na criação de Diaconias territoriais ou profissionais a fim de evangelizar ambientes que não estão ao alcance das Paróquias. 71. O Conselho Presbiteral, junto com a Pastoral Presbiteral, assuma o papel prioritário de cuidar da formação permanente do Clero. Esta formação deve abranger todos os aspectos: humano, espiritual, intelectual e pastoral.
"A Ordem, nos seus diferentes graus do episcopado, presbiterado e diaconado, é o Sacramento que habilita ao exercício do ministério, confiado pelo Senhor Jesus aos apóstolos, de apascentar o seu rebanho, no poder do seu Espírito e segundo o seu coração’’ (Papa Francisco)
30
MATRIMÔNIO "Deus criou o ser humano a sua imagem, à imagem de Deus os criou. Homem e mulher os criou" (Gn. 1, 27) ‘‘A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento, por Cristo Senhor’’ (CIC n. 1601)
72. O cuidado pastoral com aqueles que procuram o sacramento do Matrimônio ou já são casados faz parte do trabalho da Pastoral Familiar na evangelização das famílias. Devem ser incentivadas todas as iniciativas pastorais abrangendo o período pré-matrimonial (encontro de namorados, palestras, Semana Nacional da Família), pós-matrimonial (encontros com recém casados) e também o atendimento dos casos especiais. 73. Desde o momento em que procuram as secretarias paroquiais, os noivos devem ser orientados sobre os procedimentos necessários. A entrevista dos noivos com o pároco é obrigatória e deve ser feita no início do processo matrimonial. 74. Um momento importante desta preparação é proporcionado pelo curso de noivos. Em todas as paróquias ou num conjunto de paróquias, de acordo com as suas características e possibilidades, deve ser oferecida, de modo criativo e dinâmico, uma preparação sobre o significado do sacramento do matrimônio e os compromissos que dele resultam. No caso de pessoas que já convivem maritalmente, pode se pensar numa preparação específica, de acordo com a situação de vida. 75. Em todo procedimento, devem ser observadas as orientações canônicas, inclusive na dispensa de impedimentos e proibições; não apenas com a preocupação jurídica, mas para salvaguardar a seriedade da
31
administração válida do sacramento e para o bem dos noivos. Neste sentido evitem-se todas as simulações de casamento usando vestes litúrgicas, quando se sabe que não é sacramento a ser celebrado, mas apenas uma presença amiga.
76. A idade mínima para recepção do sacramento do Matrimônio é de 16 anos para mulheres e 18 anos para homens. Não serão concedidas licenças ou dispensas para faixas etárias inferiores. 77. O matrimônio é um ato litúrgico: deve ser celebrado nos ambientes religiosos (igrejas e capelas), não sendo permitido em hotéis, casas de recepção, clubes e fazendas. Preze-se pela simplicidade e pelo clima de oração. 78. Que a linguagem do rito seja adaptada às circunstâncias e condições dos participantes, levando a boa nova do matrimônio e da família à vida da comunidade cristã e da sociedade. 79. Especial atenção e presença da Igreja devem receber aquelas famílias que estão constituídas sem o sacramento do matrimônio. “A respeito dos cristãos que vivem nesta situação e geralmente conservam a fé e desejam educar seus filhos, os sacerdotes e toda a comunidade devem dar prova de uma solicitude atenta, a fim de não se considerarem separados da Igreja, pois, como batizados, podem e devem participar da vida da Igreja” . 80. Reafirmamos nossa comunhão com a Igreja e com o Santo Padre na busca de novos caminhos para a ação evangelizadora junto às famílias: estaremos atentos às conclusões dos Sínodos sobre as problemáticas familiares.
" O Sacramento do Matrimônio leva-nos ao cerne do desígnio de Deus, que é um plano de aliança com o seu povo, com todos nós, um desígnio de comunhão". (Papa Francisco)
⁶Catecismo da Igreja Catílica, 1651
32
TERCEIRA PARTE
SACRAMENTAIS E RELIGIOSIDADE POPULAR
81. Nesta última parte do Diretório Diocesano, vamos refletir sobre outros aspectos importantes da tradição religiosa da nossa região. A Diocese, localizada no Agreste Pernambucano, recebeu as influências das romarias para Juazeiro de Pe. Cícero ou para outros santuários da região. Aqui se realizaram as Missões de Frei Damião e as sua pregações marcaram as nossas comunidades, sobretudo as mais isoladas e pobres. A catequese, em outras épocas, não possuía meios adequados para chegar a todos, e hoje somos desafiados por outros fenômenos da modernidade: o materialismo, a difusão de novos movimentos religiosos, a influência dos meios de comunicação social. Permanece um profundo sentimento religioso, mas muitas vezes desvinculado da adesão à Igreja e as suas orientações. É importante estar atentos a estas situações e continuar com a missão de evangelizar.
SACRAMENTAIS "Chamamos de sacramentais os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar os homens para receber o fruto dos sacramentos e santificar as diversas circunstâncias da vida" (CIC n. 1677).
82. Orientações pastorais: § 1. Valorizar as bênçãos de pessoas, da mesa, de objetos de piedade e lugares onde as pessoas se reúnem para celebrar a sua fé. § 2. Aproveitar as bênçãos de locais comerciais, escolas, estabelecimentos esportivos para evangelizar as pessoas que ali se encontram. § 3. Divulgar nas comunidades os ritos da profissão religiosa e da instituição de ministérios de acólitos e de leitores. § 4. Na Diocese há muitas construções e reformas de Igrejas: é importante fazer uma catequese por ocasião de inauguração e bênção de Igrejas, como também a sagração de altares.
34
RELIGIOSIDADE POPULAR "Além da liturgia sacramental e dos sacramentais, a catequese tem de levar em conta as formas de piedade dos fiéis e da religiosidade popular. O senso religioso do povo cristão encontrou, em todas as épocas, sua expressão em formas diversas de piedade que circundam a vida sacramental da Igreja como a veneração de relíquias, visitas a santuários, peregrinações, procissões, via-sacra, danças religiosas, o rosário, as medalhas" (CIC. n. 1674)..
83. O Magistério da Igreja, desde a Evangelii Nuntiandi De Paulo VI, o Documento de Puebla (1979) e depois as Conclusões de Aparecida, sempre nos incentiva a valorizar a religiosidade popular: "A sabedoria popular católica tem uma capacidade de síntese vital; engloba o divino e o humano, Cristo e Maria, espírito e corpo, comunhão e instituição, pessoa e comunidade, fé e pátria, inteligência e afeto... Essa sabedoria é também para o povo um princípio de discernimento, um instinto evangélico pelo qual capta espontaneamente quando se serve na Igreja ao Evangelho e quando ele é esvaziado e asfixiado com outros interesses"⁷. Trata-se de uma verdadeira espiritualidade encarnada na cultura dos simples e, portanto, é "uma maneira legítima de se sentir parte da Igreja e uma forma de ser missionários"⁸.
84. E afirma Papa Francisco: "Na piedade popular, por ser fruto do Evangelho inculturado, subjaz uma força ativamente evangelizadora que não podemos subestimar: seria ignorar a obra do Espírito Santo. Ao contrário somos chamados a encorajá-la e fortalecê-la..."⁹. 85. Orientações pastorais: ⁷Puebla, n. 448 ⁸DAp. n.263 ⁹EG n. 126
35
§ 1. Valorizar novenas e procissões fazendo, delas oportunidade para catequizar o povo: e não permitir que as nossas festas religiosas sejam manipuladas pelo poder econômico e político. § 2. Promover encontros e celebrações dos romeiros, fazendo a oportuna ligação deles com a pastoral diocesana. § 3. Criar na Diocese a Pastoral dos Santuários (ou do Turismo religioso) e manter o contato com os que promovem as Romarias.
FUNERAIS CRISTÃOS - EXÉQUIAS "Os funerais cristãos não conferem ao defunto nem sacramento, nem sacramental, pois ele passou para além da economia sacramental. Mas não deixam de ser uma celebração litúrgica da Igreja’’ (CIC n. 1684)
86. Orientações pastorais § 1. No caso das Exéquias, o lugar normal para encomendação de defuntos é a própria residência ou o velório construído e equipado para essa finalidade. § 2. Nas Igrejas e Capelas, onde já existe o costume, é permitido fazer a encomendação do corpo (exéquias) em horário marcado com os responsáveis da Paróquia. § 3. É aconselhável que seja celebrada uma digna liturgia da Palavra e evitada a Missa de corpo presente, por ser um momento em que há muitas pessoas não preparados para a Celebração Eucarística. § 4. Sejam escolhidos alguns ministros (as) para estas celebrações, lembrando, porém, que a presença do sacerdote é de suma importância para as famílias enlutadas. § 5. É importante que a Comunidade se faça presente nos velórios, nos cemitérios e nas exéquias. § 6. Explique-se o significado e se incentivem as Missas de 7º e 30° dias como também as Missas de sufrágio para os defuntos. § 7. Por motivos pastorais e por razões de saúde pública, não sejam realizados velórios nas Igrejas Matrizes ou em outras Igrejas onde habitualmente há celebrações litúrgicas.
36
CELEBRAÇÕES ECUMÊNICAS "O compromisso ecumênico corresponde à oração do Senhor Jesus `que todos sejam um só. A credibilidade do anúncio cristão seria muito maior se os cristãos superassem as suas divisões... Para isso, devemos abrir o coração ao companheiro de estrada sem medo nem desconfiança, e olhar primeiramente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus" (EG n. 244)
87. Orientações pastorais § 1. Promover e participar de encontros de oração pela unidade dos cristãos. § 2. Nos casos de celebrações ecumênicas por ocasião de formaturas, é preciso que os celebrantes convidados preparem juntos a celebração. § 3. Matrimônio: não existe casamento ecumênico, só dispensa que deve ser dada pela Cúria Diocesana.
EXORCISMO "O exorcismo visa a expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica" (CIC n. 1673)
88. Orientações pastorais § 1. O exorcismo simples é sempre praticado na celebração do Batismo: são preces da Igreja para que os batizandos sejam libertados das consequências do pecado e da influência do diabo.
37
§ 2. O exorcismo solene é uma ação litúrgica que visa a expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca , isto pela autoridade que Jesus confiou à sua Igreja: este ministério é confiado pelo Bispo a um sacerdote preparado para esta função. Cabe ao sacerdote que vai exercer este ministério evitar um espetáculo, sendo proibida a divulgação através dos meios de comunicação. § 3. É importante que este Ministro possa contar com a ajuda de peritos em ciência médica e psiquiátrica para conhecer a real situação: pode-se tratar de doença psíquica, medos ou mesmo histeria. Também nestes casos não se pode negar uma presença e uma ajuda espiritual.
38
CONCLUSÃO Este Diretório é fruto de muitas consultas e sugestões apresentadas pelo Clero e pelos Conselhos Diocesanos e paroquiais. É uma atualização de diretrizes já publicadas ao longo da história da Diocese: expressa o compromisso que deve ser observado por todas as comunidades da Diocese. Os aspectos aqui não refletidos ou definidos se encontram nos documentos da Igreja. No entanto, acreditamos que, no contexto do projeto da CNBB sobre "Comunidades de Comunidades: uma nova paróquia", é importante anexar o que o Documento 100 diz a respeito de "Liturgia e espiritualidade": "Após o Concílio Vaticano II, nas celebrações litúrgicas buscou-se maior participação da assembleia. Entretanto, algumas experiências têm mostrado que, às vezes, fala-se demais e reza-se pouco. Corre-se o risco de algumas celebrações serem realizadas sem a espiritualidade devida. Tanto os ministros ordenados quanto as equipes de liturgia precisam vivenciar o que celebram. De outra forma, algumas celebrações não remetem ao mistério e reduzem a liturgia ao encontro de pessoas entre si. Comentários infindáveis, cânticos desalinhados com a Palavra, homilias longas e a ausência de momentos de silêncio são alguns dos aspectos que merecem revisão. Na celebração eucarística, a comunidade renova sua vida em Cristo. A Eucaristia é escola de vida cristã. A adoração ao Santíssimo Sacramento, prolongamento da celebração eucarística, educa a comunidade para permanecer unida em Cristo. É necessário evitar a separação entre culto e misericórdia, liturgia e ética, celebração e serviço aos irmãos. O Cristo reconhecido na Eucaristia remete ao encontro e serviço aos pobres. As comunidades eclesiais que se reúnem em torno da Palavra precisam valorizar o Domingo, o Dia do Senhor, como o dia em que a família cristã se encontra com o Cristo. O domingo, para o cristão, é o dia da alegria, do repouso e da solidariedade. A celebração eucarística ou a celebração da Palavra é o momento mais importante da semana daqueles que participam das comunidades. Milhares de comunidades não têm oportunidade de participar da Eucaristia todos os domingos. Também elas devem e podem viver o dia do Senhor com a celebração dominical da Palavra...
39
A rede de comunidades não dispensa que a Igreja Matriz ou as demais igrejas da paróquia ofereçam uma intensa vida espiritual, celebrativa e caritativa. As igrejas deveriam manter sua qualidade atrativa para fomentar a espiritualidade das pequenas comunidades sem substituir a experiência do pequeno grupo. Nas igrejas da Paróquia, celebra-se a Eucaristia, promovem-se retiros e dias de espiritualidade, vive-se o Sacramento da Reconciliação. A vida litúrgica e o cultivo da espiritualidade precisam ser pontos fortes nas igrejas da paróquia, pois são centros que fortalecem as comunidades pequenas e podem atrair aqueles que estão afastados... É importante valorizar a religiosidade popular como lugar de encontro com Cristo, pois a participação na sagrada liturgia não abarca toda experiência espiritual que se manifesta em diversas devoções e práticas religiosas. A piedade popular, porém, precisa ser impregnada pela Palavra de Deus e conduzida ao centro da vida litúrgica, isto é, à celebração do Mistério Pascal. Especialmente a devoção mariana será uma oportunidade privilegiada para acessar o caminho do seguimento de Jesus. O carinho que o povo católico dedica à Virgem Maria expressa sua confiança na intercessão da Mãe de Deus e na relação materna que se realiza entre o fiel e Nossa Senhora. Há muito a aprender na religiosidade mariana, o que supõe respeito à cultura, discernimento na busca de Deus presente na piedade popular e condução de todas as práticas religiosas ao Mistério Pascal" . Ajudem-nos os Santos e Santas de Deus, junto com a Mãe das Dores, a encontrar, na Liturgia e na vida, Aquele que, para nós que ainda peregrinamos na Terra, sempre será "o caminho, a verdade e a vida"
"A Igreja seja lugar da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada um possa sentir-se acolhido, amado, perdoado, encorajado a viver segundo a vida boa do Evangelho’’ (Papa Francisco) ¹⁰Doc. 100, n. 274/280
40