Enfoque Pastoral
Editorial
A DIOCESE E SUAS FORANIAS
A Alegria de ser Igreja
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ueridos leitores, a experiência de Igreja realizada no mês de março com a ordenação episcopal de Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, que ganha destaque nesta edição de abril, foi emocionante e inesquecível. Sob o olhar da pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida, uma multidão de pessoas reunidas, como sempre no Santuário Nacional, mas de modo especial no dia dezoito de março, um grande número de fiéis da Diocese de Guarulhos, puderam testemunhar uma Igreja Missionária, em saída, alegre e desapegada conforme nos ensina o Papa Francisco. Na exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’, o papa afirma: “A evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus, Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado” (Mt 28,19-20). Nestes versículos, aparece o momento em que o Ressuscitado envia os seus a pregar o Evangelho em todos os tempos e lugares, para que a fé n’Ele se estenda a todos os cantos da terra. Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de “saída”, que Deus quer provocar nos crentes. Abraão aceitou o chamado para partir rumo a uma nova terra. Moisés ouviu o chamado de Deus: “Vai; Eu te envio”, e fez sair o povo para a terra prometida. A Jeremias disse: “Irás aonde Eu te enviar”. Naquele “ide” de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova “saída” missionária. Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos são convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do evangelho”. Dom Otacílio Ferreira de Lacerda aceitou o chamado de Deus e partiu em missão. Arcebispos, bispos, sacerdotes, religiosas, seminaristas e todo o povo de Deus renovaram seu sim de pertencer a Igreja; quando assim perceberam a alegria e emoção de Dom Otacílio ao se levantar com a mitra na cabeça, anel no dedo e cajado nas mãos saudando a comunidade e declarando: “Para mim viver é Cristo!” (Fl 1,21) e sendo aclamado como sucessor dos apóstolos. Parabéns a Igreja particular de Guarulhos pelo belo testemunho de uma Igreja Missionária. A equipe da Folha aproveita para desejar a todos, Feliz Páscoa ! FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS: Diretor Geral: Pe. Marcos V. Clementino - pascom@diocesedeguarulhos.org.br Jornalista Resp.: Pe. Marcos V. Clementino - MTB. 0082732 - SP Secretária: Caetana Cecília Filha Orientação Pastoral: Pe. Otacílio F. Lacerda Editoração Eletrônica: Luiz Marcelo Gonçalves - 11 97096-4702 Impressão: Gráfica Marmar - Fone: 11 99961-4414 Cúria Diocesana - Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima - Cep: 07122-210 Contato: 11 2408-0403 - Email: folhadiocesana@diocesedeguarulhos.org.br Tiragem: 30.000 exemplares - www.diocesedeguarulhos.org.br
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Folha Diocesana de Guarulhos | Abril de 2017
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Diocese é “uma porção do Povo de Deus confiado ao pastoreio do Bispo com a cooperação do presbitério… na qual está presente e operante a Igreja de Cristo una, santa, católica e apostólica” (Código de Direito Canônico 368), ou seja a Igreja Particular. Desta forma a Diocese de Guarulhos é uma porção concreta e territorial do Povo de Deus, pastoreada por nosso Bispo Diocesano. Diocese não é somente uma estrutura jurídico-canônica, mas em si mesma um mistério, no qual está presente e operante a Igreja Católica, em todo seu MISTÉRIO, sem no entanto estar isolada da Igreja Universal, em comunhão com o Colégio dos Bispos e de forma particular com o Santo Padre, o Papa. Mas este grande mistério está a serviço de uma Missão. A Missão é a alma da Igreja, assim sendo, existimos como Diocese de Guarulhos, para a Missão nesta Cidade de Guarulhos. Para favorecer a missão é necessário, por vezes criar estruturas pastorais, que possam tornar mais eficaz a Obra da Evangelização, nesta parte da Vinha do Senhor que estamos inseridos, a Diocese de Guarulhos. Estas estruturas pastorais que setorizam a Diocese, para melhor alcançar o todos, em geral são as paróquias, e que podem ser reunidas em um conjunto de paróquias, ou seja uma Forania.
O Direito Canônico, prevê que “para promover o cuidado pastoral mediante ação comum, diversas paróquias mais próximas podem unir-se em entidades especiais, como vicariatos forâneos” (Código de Direito Canônico 374). Os Vicariatos Forâneos ou Foranias são estruturas que reúnem paróquias próximas, para em profunda unidade com a Diocese, promover a Obra da Evangelização, sob o orientação do Bispo Diocesano, representado na Forania, por um delegado que se chama Vigário Forâneo; O Vigário Forâneo é um padre que tem a missão de promover a comunhão na vida eclesial e na ação pastoral, entre as paróquias daquela região, sempre em profunda comunhão com toda a Igreja Particular, na pessoa do bispo, bem como na comunhão com toda a Diocese. Durante muitos anos, nossa Diocese esteve organizada em três regiões pastorais (Chamadas: Região I, Região II, Região III), na penúltima Assembléia Diocesana, mudou-se a nomenclatura passando-se a seguinte definição: a Região I, tornou-se Forania Imaculada, a Região II, Forania Aparecida, a Região III, foi desmembrada em duas Foranias diferentes: Bonsucesso e Fátima. Recentemente Dom Edmilson Amador Caetano, O. Cist., percebendo a necessidade pastoral e tendo consultado o clero da Forania Aparecida, decidiu criar a Forania Nossa Senhora do Rosário, com a união das Paróquias: Santa Rosa de Lima, São José, Santa Mena, Santa Rita - Jd. Palmira e Nossa Senhora do Rosário. Portanto agora nossa Diocese possui CINCO FORANIAS. Celebremos o crescimento de nossa Igreja Diocesana, bem como das estruturas que tentam tornar mais eficaz a Evangelização, mas ao mesmo tempo o crescimento da urgência no anúncio do Evangelho, e com decisão de sermos “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Cf. Mt 5,13-14), em profunda unidade, prossigamos a missão até que “Deus seja tudo em todos” (1Cor 15,28). Padre Weber Galvani Chanceler do Bispado
Agenda do Bispo 01
A PÁSCOA centro da vida Cristã
15h30 – Palestra ECC 2ª Etapa – Forania Imaculada - NS Fátima – Tranquiidade 19h – Missa paróquia Santo Antonio – Pimentas
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11h – Missa Catedral
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09-12h – Reunião dos bispos da Província Eclesiástica – São Paulo 20h – Reunião diocesana das Pastorais sociais Centro Elizabeth Bruyére
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07h – Missa Propedêutico 14h30 – Atendimento Cúria
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05h – Missa paróquia São José 09h30 – Codipa 14h30 – Atendimento Cúria 20h – Reunião Equipe diocesana de subsídios - CDP
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09h30 – Conselho de Presbíteros 14h30 – Reunião equipe de formadores – Seminário
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05h30 – Missa paróquia Santa Rosa de Lima 15h – Reunião com seminaristas – Lavras
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19h – Via Sacra nas ruas – paróquia Santo Antonio Maria Claret
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08h – Procissão e Missa de Ramos – paróquia São José
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14h30 – Atendimento cúria
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09h30 – Manhã de oração do clero – Seminário Lavras
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09h – Missa Crismal – Catedral 19h30 – Missa da Ceia do Senhor – Paróquia Sagrada Família – Jd. Paraíso
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15h – Celebração da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo – Paróquia Sagrada Família – Jd. Paraíso
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20h – Vigília pascal – Paróquia Sagrada Família Jd. Paraíso
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11h – Missa Catedral 17h – Missa comunidade Shalom 19h – Missa paróquia NS Fátima – Tranquilidade
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20h – Missa comunidade São Judas paróquia Santa Mena (Santo Expedito)
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10h – Reunião hospital Stella Maris
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10h – Iniciação cristã de adultos paróquia São Francisco – Gopoúva 15h – Crisma paróquia Santa Cruz e NS Aparecida 19h – Crisma paróquia NS Fátima – Aracília
25 09h30 – CDAE 25/04 à 05/05 Assembleia Geral Ordinária da CNBB - Aparecida
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aminhando no Ano Litúrgico, onde nos é revelado todo o mistério de Cristo, atualizamos em nossas vidas a presença salvadora do nosso Redentor e fazemos a experiência d’Aquele que está no meio de nós. Deste modo, a liturgia não é um teatro que representa os acontecimentos salvíficos e nos faz sentir emoções do que aconteceu. A liturgia nos faz experimentar no hoje da nossa existência a força do acontecimento salvífico. Esta edição da Folha Diocesana é publicada no momento que estamos vivendo o final do tempo quaresmal e nos preparamos de modo mais imediato para celebrar aquele acontecimento salvífico que é o centro de todo Ano Litúrgico: a Páscoa. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico, o centro da nossa existência cristã. A vitória de Cristo dá sentido à nossa existência de discípulos d’Ele. Não seguimos alguém que simplesmente nos deixou belos exemplos e ensinou um amor verdadeiro. Seguimos a Deus que se fez homem e com o seu Amor nos dá a vida eterna. O seu modo de amar é garante da Sua vitória e possibilita a nossa participação nesta vitória. De que adiantaria tentarmos imitar o modo de Jesus amar, se seu amor fosse somente um exemplo? De que adiantaria termos a prática de Jesus de Nazaré, se o seu modo de viver fosse somente uma filosofia de vida? De que adiantaria a morte de Cristo, se imitando-o pudéssemos produzir a nossa salvação? Aliás, se fôssemos capazes de gerar a nossa própria salvação, não seria necessária a entrega de amor de Jesus. Chegamos à celebração pascal de 2017 com nossas lutas, expectativas, decepções. Alguns podem ter chegado desanimados, pois após ter
experimentado vitórias, novas batalhas aparecem e antigas reaparecem, dando um sentimento de impotência e desilusão diante do que se fez. Individualismo, hedonismo e relativismo que marcam nossa época podem nos fazer querer “aproveitar” o hoje sem olhar para o futuro e nem para o outro. Podem até mesmo fazer perder a esperança. Como não celebramos a Páscoa fazendo teatro de emoções, mas atualizamos a força redentora e libertadora de Deus em nossas vidas, não podemos nos deixar levar por estes “ideais” destruidores da nossa época. Aqui é preciso muita atenção às nossas liturgias que valorizam exageradamente o elemento teatral em detrimento do celebrativo. O teatro é teatro, é sempre “ de mentirinha”; o celebrativo é transmissão da graça, real e atuante. Novamente o mistério pascal nos chama a encontrar na Cruz gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo o sentido da vida. O mistério pascal nos convida a entrarmos no hoje da nossa história (esta história concreta da vida de cada um de nós) sem medo. O seguimento de Jesus é semente de vida eterna para hoje e para o amanhã. Quem é discipulo do Senhor tem hoje a vida eterna, pode amar e semear o amor, mesmo no enfrentar acontecimentos de morte. Aliás, muito importante detectarmos o que está “me matando” hoje, dentro deste contexto da celebração pascal de 2017, para que também experimentemos a cruz que em Cristo desejo adorar e a vitória que n’Ele e com Ele vou experimentar. Que a celebração da Páscoa e o tempo litúrgico que se segue nos faça celebrar a certeza da vitória no vivenciar, em todas as circunstâncias, o amor na dimensão da cruz! +Edmilson Amador Caetano, O.Cist. Bispo Diocesano de Guarulhos
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Vocação
Vida Presbiteral
Sentido para a Vida
Nossas comunidades:
Alegres sinais da Ressurreição
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omo Igreja estamos às portas de vivenciar o momento mais marcante na caminhada de nosso mestre Jesus. Somos chamados a vivenciar em nossas orações, as falas, atitudes, e a experiência da Morte e Ressurreição, que foram iniciadas na entrada de Jesus em Jerusalém montado em um burrinho. Jesus entra aclamado pelo povo, que guiados por interesses duvidosos seguido pela traição logo depois. Sua história vai de “Hosana, Hosana nas alturas!”, para “Crucifica-o, crucifica-o”. Por vontade dos homens a história terminaria na Cruz, mas a vontade de Deus se faz presente e única, de modo que Jesus Cristo passou pela morte mas ressuscitou para vida, porque Deus é vida. Temos em nossas comunidades a oportunidade de vivenciar sinais de Ressurreição, na vida, nos caminhos e nos passos de cada irmão. Através de nossas pastorais e movimentos podemos vivenciar a experiência do Cristo vivo e verdadeiro em nosso meio. No seu caminho, através dos sacramentos a pessoa tem oportunidade de vivenciar em várias fazes de sua vida a certeza da Ressurreição. Inicialmente, no Sacramento do Batismo fazemos a experiência da morte para a vida nova em Cristo. Através do Sacramento da Crisma temos a oportunidade de confirmar nosso batismo e que queremos seguir este Cristo vivo. Na Eucaristia presenciamos o ato puro e verdadeiro de entrega e de amor incondicional de Jesus pela humanidade. Através dos sacramentos temos a certeza da presença viva e verdadeira do Cristo, pois doentes são curados, casais são abençoa-
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dos diante do altar, famílias mesmo na dor da despedida, podem rezar e pedir a intercessão de Deus. Somos chamados a ir até o fim no caminho do amor vivido em nossas comunidades, um amor totalmente diferente, sem rótulos e sem bandeiras. Urge no caminhar a força de anunciar o Evangelho a todos os filhos amados de Cristo, empenhados no bom combate para trazermos as famílias novamente aos caminhos da fé, da experiência do Cristo; as crianças e jovens a conhecer a Palavra revelada na Sagrada Escritura. Seguir os passos de Cristo é segui-Lo, passo a passo, através de um amor, puro e verdadeiro, humilde e comprometido, na certeza de que Jesus nunca desviou os passos fora do projeto de anúncio do Reino. Assim, de modo especial os sacerdotes devem ajudar as comunidades a viver e celebrar o Mistério Pascal, precedido pela Celebração da Paixão e Morte de Nosso Senhor. Uma comunidade que consegue através dos seus sacerdotes fazer a experiência da Ressurreição é capaz de enfrentar juntos todos os desafios que surgirem, e deste modo, a fé não ficará restrita às celebrações e devoções pessoais. Esta transcenderá levando as pessoas interagirem e se preocuparem nas decisões do bairro, das escolas, e nas famílias para uma cidade mais justa, humana e fraterna. Todos vivenciarão o fecundo processo de Fé, numa vida marcada pela harmonia, amor, perdão, solidariedade e compromisso com a verdadeira paz. Pe. Paulo Leandro Representante dos Presbíteros
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onversando com os jovens e adolescentes de nossas comunidades, constatei uma realidade já descrita pelos grandes pensadores da pós modernidade: “ falta de sentido”. A nossa cultura globalizada derrama uma enxurrada de informações através dos meios de comunicação social e mídias sociais, entretanto não é na mesma proporção que cresce a assimilação e a reflexão. Como tudo nesta cultura é imediato e hedonista (cultura do prazer), pouco se reflete sobre a vida, valores e sobre si mesmo. Quando se pergunta para a maioria dos jovens “o que eles querem pra vida?”, a maioria não sabe responder ou nunca pensou no assunto. Muitos jovens que se aproximam da maioridade legal ou biológica estão sem sentido, perspectivas e sonhos. Por mais que existam fatores externos, como a qualidade de educação, a influência da família e da sociedade, esta busca de sentido começa dentro do ser humano, numa pergunta interior sobre a própria vida. Esta situação de “marasmo social” atinge fortemente os jovens das nossas comunidades, que não possuem entusiasmo para nada. Existem exemplos maravilhosos de jovens engajados, entretanto a maioria se esquiva e não tem interesse nenhum em se envolver em nada. A maioria para assuntos religiosos ficam dependentes da decisão dos pais e não veem importância no envolvimento com outros jovens da mesma fé, o que manifesta a presente onda de individualismo entre nós. Quando
estão juntos não se envolvem e não se abrem. Jovens assim, sem sentido na vida religiosa, utilizam as seguintes frases para responder aos convites: “não quero”, “não gosto”, “to cansado”, “não posso”, “minha mãe não deixa”. Normalmente recusam os convites da Igreja por paixão e sem “entender” de fato o sentido do chamado, da missão. Perdem assim oportunidades de conhecer melhor a Cristo e sua Igreja. Esta falta de sentido na juventude prejudica não somente a vivência religiosa, mas também a vida profissional. Muitas empresas encontram dificuldades para repor pessoal, pela falta de lideranças e pessoas de fato dispostas a trabalhar e fazer aquilo que gostam (com sentido). Como educadores da juventude, lidamos com isto a cada dia e não podemos perder a esperança. Pais, mães, professores e a Igreja possuem a missão de levar nossos filhos a pensarem mais sobre a vida, sobre si mesmo, os limites e sobre Deus. Por mais que seja difícil, é preciso lançar as sementes do Evangelho que dão sentido a terra da nossa vida. Jesus Cristo, em diversas passagens bíblicas, é aquele que recoloca no caminho e dá sentido a vida. Como dizer sim a Deus, se não encontro valor na minha própria vida e não sei o que quero pra vida? Esta e muitas questões, a Pastoral Vocacional tem como fim ajudar a juventude responder. Pe. Edson R. dos Santos Reitor do Sem. Propedêutico
Falando da Vida ABRAÇANDO A DOR
Juventude
A Páscoa nos ensina a compreender e aceitar o significado da cruz
Juventude mostra a tua cara!
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Páscoa é a festa mais importante para os cristãos porque significa libertação, a passagem da morte para a vida, das trevas do pecado para a luz. Tem íntima relação com a libertação do povo de Deus que era escravizado no Egito. Sendo assim, a Páscoa é também um importante momento, para fazer uma reflexão interior sobre o significado da dor e a importância do perdão. Jesus através da sua postura diante da cruz e da maneira como enfrentou a agonia e o martírio no calvário, nos dá um ensinamento interessante sobre como lidar com situações extremas de dor e de perda. “O sofrimento faz parte da vida e em muitos casos, é melhor aceitá-lo com resignação compreendendo o seu sentido profundo” A primeira lição que podemos tirar é que Jesus não sofreu por masoquismo, nem para obter prestígio. Ele não buscava a obtenção de ganhos secundários, mas tinha um grande ideal que era salvar a humanidade e por isso, aceitou ir até as últimas conseqüências, isto é, morrer na cruz. Também nós, na nossa história de vida, enfrentamos momentos de dor e de perda e às vezes ficamos desanimados pensando que a nossa cruz não tem o menor sentido. No mundo atual marcado pelas conquistas tecnológicas, pelos avanços da ciência especialmente na área da saúde, fica difícil entender e aceitar o sofrimento. As indústrias químico-farmacêuticas nos oferecem remédios para todos os males, desde uma simples dor de
cabeça até a mais grave depressão. Os meios de comunicação com sua publicidade e propaganda, nos empurram para uma só direção: a busca do conforto e do prazer. Diante dessa realidade, fica cada vez mais difícil compreender e aceitar o significado da palavra cruz. Imaginem como é difícil educar as crianças e ensinar sobre a vida de Jesus, marcada pelo sofrimento, nos tempos atuais. Infelizmente, nossos valores são outros. Falar sobre dor, sofrimento e perdão ficou totalmente fora de moda. Muitas vezes no meu trabalho como psicólogo, deparo-me com pessoas que, embaladas na ideologia do prazer e do conforto, não aceitam a dor e querem soluções mágicas e imediatas. A maioria delas quer eliminar, cortar, apagar tudo o que se refere ao sofrimento, especialmente do passado numa fantasia de querer viver só o que é positivo e agradável desprezando, assim os momentos tristes e penosos da vida. Infelizmente, não existe uma terapia que seja capaz disso e se existisse não seria boa. O sofrimento faz parte da vida e em muitos casos, é melhor aceitá-lo com resignação compreendendo o seu sentido profundo. A Páscoa abre em nosso coração uma janela e nos convida a olhar dentro de nós mesmos, abraçar a nossa dor e viver a liberdade transformando dores em alegria usando para isso, o remédio mais eficaz que Jesus nos deixou: o perdão. Feliz Páscoa a todos. Romildo Ribeiro de Almeida Psicólogo Clínico
igreja Católica no mundo inteiro está a pedido do Santo padre o papa Francisco se preparando para realizar em 2018 uma Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para o mês de outubro sobre o tema: Os jovens, a Fé e o discernimento Vocacional. Mediante a este apelo a igreja mergulha nas profundezas do poço do coração insaciável da juventude, que deseja tudo e todos ao mesmo tempo e na mesma hora, fazendo da sua vida uma verdadeira “bolsa de valores”, no qual a felicidade é constantemente trocada por momentos felizes. Diante dessa realidade não podemos deixar de ouvir o apelo de Cristo que cansado vem ao nosso encontro e nos diz: “Dai-me de Beber” (Jo 4, 7). Deus quer encontrar repouso nas profundezas do coração humano, pois a “sede de Deus é que nós tenhamos sede dele” (Santo Agostinho). Qual o tipo de vida que eu enquanto juventude estou disposto a dar a Deus? Diante do coração sedento de Deus uma coisa é certa, um coração hipócrita não sacia a Sede de Deus, pois a hipocrisia é o egoísmo disfarçado de amor. Deus tem sede de corações decididos, capazes de ter uma vida não fundamentada em radicalismos desordenados, que muitas vezes divorcia a Fé da vida. E sim de corações que estão dispostos de na Cruz de Cristo viver a radicalidade evangélica, o amor gratuito que ama sem medidas, capaz de rezar com a carne, permitindo que ela seja tocada pelo sofrimento do povo. Deus está sedento de jovens que tenham sede de maturidade humana e espiritual,
capaz de respeitar o diferente, libertando-nos de uma cultura Tribalista, no qual todo aquele que pensa diferente de mim é meu inimigo. Deus tem Sede de jovens que possuam dentro de si sede de um profundo discernimento, pois o discernimento nos amadurece e nos purifica do imediatismo do mundo, nos fazendo permanecer no verdadeiro amor de Deus por nós que nos sacia. A pastoral Juvenil da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) nos apresenta dois materiais elaborados pelos dois útimos papas Bento XI e Francisco que vem saciar a Sede que Deus tem de nós, em uma linguagem e uma ótica juvenil. O primeiro é o YOUCAT fundamentado no catecismo da Igreja e o Segundo é o DOCAT voltado para a Doutrina Social da Igreja. Queridos irmãos encerro com o apelo que o Santo padre o papa Francisco nos faz para colaborarmos com a realização do Sínodo, portanto cada paróquia do mundo inteiro recebeu um questionário, no qual a igreja deseja coletar as realidades presentes na nossa juventude, a fim de conhecer qual é a nossa cara. Este questionário deverá ser refletido com as expressões de juventude das paróquias juntamente com os seus respectivos párocos e enviar para o Setor Juventude da diocese até 31 de maio. Este material será compilado pela CNBB e enviado ao Vaticano até outubro deste ano. Conto com a colaboração de todos, a fim de que a nossa igreja não tenha medo de mostrar seu rosto Jovem. Pe. Fabrício Bezerra Lopes Ass. Setor Juventude Diocesano
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Aconteceu Q
ueridos irmãos e irmãs, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi com muita alegria que, entre os dias 22 e 25 de março, nós, membros do Santuário Bom Jesus da Cabeça, celebramos o nosso décimo aniversário. Durante este tríduo comemorativo, tivemos a graça de ter a nossa Igreja sagrada. Louvamos ao Senhor pela participação de todo o povo, dos nossos sacerdotes e também do nosso bíspo; Dom Edmilson Amador Caetano. Lembramos com alegria, que a nossa Igreja é a terceira mais antiga do nosso município (tendo sido construída no século XVIII). Recordamos que a nossa capelinha, é patrimônio histórico e tombado da nossa cidade. Sem esquecer que a nossa capela, é o marco zero do nosso querido bairro do cabuçu. Todos estes motivos, nos fazem rejubilar de alegria. Venha nos fazer uma visita, ficaremos muito felizes em lhe receber. O que queremos pedir ao Senhor em data tão importante? Queremos pedir-lhe a graça de formarmos uma comunidade profética e missionária. Queremos com a ajuda de Deus, sermos como pedras vivas, lapidadas nas mãos do Senhor. Queremos ser uma
Santuário Bom Jesus da Cabeça completa 10 anos de elevação
Igreja, vivificada pelo Espírito e cimentada na caridade. E gostaríamos que o poder público de nossa amada Guarulhos, possa sempre, e cada vez mais, valorizar o patrimônio histórico e religioso de nossa cidade. Louvamos ao Senhor, por todos os irmãos que colaboraram com a nossa comunidade. Que a importante é bela trajetória do nosso Santuário, seja cada vez mais, conhecida e divulgada por todos os lugares de nosso município. Com as palavras do nosso belo hino, queremos concluir esse pequeno relato da nossa fé no Bom Jesus: “Ó Bom Jesus da Cabeça, membros vossos somos nós!!! Que o vosso povo não se esqueça, dos pobres sofridos e sem voz!!!.”. Amém. Obrigado Nosso Bom Jesus!!! E que formemos uma comunidade missionaria, pobre e acolhedora. Pois assim é Jesus. Venha nos visitar. O nosso Santuário é um tesouro da Igreja de Guarulhos, é uma riqueza da cidade de Guarulhos. E é precioso aos olhos do Deus dos pobres. Amém. Fraterno abraço. E que o Senhor nos dê o bálsamo da Ternura e do Vigor. Pe. Pedro Nacélio Soares dos Santos Reitor
Visita da Imagem Peregrina na Diocese de Guarulhos
Paróquia Nossa Sra. Aparecida - Cocaia
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Paróquia Sagrado Coração de Jesus - Santos Dumont
Ordenação Episcopal
Dom Otacilio Ferreira de Lacerda
Encarte Especial A
pós ser nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte pelo Papa Francisco, Monsenhor Otacilio de Ferreira Lacerda foi ordenado bispo no dia 18 de março de 2017, durante Missa no Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP). “Para mim o viver é Cristo”, este é o lema episcopal de dom Otacílio, inspirado no Livro de Filipenses. O rito de ordenação foi celebrado pelo arcebispo dom Walmor, que se dirigindo ao Bispo Auxiliar, disse que a oportunidade de servir a Arquidiocese de Belo Horizonte é uma graça de Deus, uma escola em razão de seus muitos desafios. Dom Walmor recordou-se ainda que, no exato momento da ordenação, comunidades da Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida (Rensa), onde dom Otacilio será bispo referencial, peregrinavam ao Santuário Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais, em oração pelo ministério do Bispo Auxiliar.
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Encarte Especial
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Primeira Missa na Catedral de Guarulhos
Missa na paróquia Encarte Especial Santo Antônio - Gopoúva
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Encarte Especial A
o final da emocionante celebração de Ordenação Episcopal, Dom Otacilio agradeceu a todos com esse lindo e profundo discurso:
“Dai Graças ao Senhor”
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“Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom! ‘Eterna é a Sua misericórdia!’” (Sl 117,1)
om estas palavras do Salmista, faço um breve agradecimento…
Dou graças ao Senhor pelo Sacramento da Ordenação Episcopal hoje recebido. Dou graças ao Senhor pela minha nomeação para Bispo da Igreja, feita pelo nosso querido Papa Francisco, no dia 21 de dezembro do ano passado. Dou graças ao Senhor pelos Bispos Ordenantes, Dom Walmor Oliveira Azevedo e Dom Edmilson Amador Caetano e Dom Emílio Pignoli. O primeiro, por ser o Arcebispo que me acolherá como Bispo auxiliar em Belo Horizonte – MG; o segundo, por ser o atual Bispo da Diocese em que fui Ordenado Presbítero; e o terceiro, Dom Emílio Pignoli, Bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, quando Guarulhos pertencia a esta Diocese. Dou graças ao Senhor por todos os Bispos aqui concelebrando, ou unidos conosco em oração. Dou graças ao Senhor pelo Presbitério da Diocese de Guarulhos e da Arquidiocese de Belo Horizonte, pois é inconcebível a realização presbiteral como se fosse uma ilha no desafiador mar da história. Dou graças ao Senhor pela Arquidiocese de Aparecida, nas pessoas de Dom Raymundo Damasceno e Dom Orlando Brandes, que abriram as portas e o coração deste Santuário Nacional do Brasil, para a realização da minha Ordenação Episcopal, certos de que atenderam ao desejo e à atitude de nossa querida Mãe, que sempre abre a porta de sua casa para seus filhos e filhas. Dou graças ao Senhor pela Diocese de Ji-Paraná, onde fui acolhido por três anos pelo Bispo Dom Antonio Possamai. Foi um tempo fecundo e marcante para o meu Ministério Presbiteral. Dou graças ao Senhor pela presença dos religiosos e religiosas e seminaristas, que fizeram parte desta história, com a oração e a comunhão vivida nos diversos trabalhos pastorais.
Discurso de Agradecimento na Ordenação Episcopal Dou graças ao Senhor pela presença e participação de cristãos leigos e leigas, com os quais tivemos a graça e a coragem de lançar redes em águas mais profundas. Dou graças ao Senhor pelos amigos e amigas que Deus me concedeu ao longo destes anos, e que haverão de permanecer e somar com muitos outros que Deus, com certeza, em Sua infinita misericórdia, haverá de me conceder. Dou graças ao Senhor por todos aqueles que fizeram parte da minha história, e que estão no descanso e na luz eterna: bispos, padres e tantos irmãos e irmãs que poderiam ser lembrados. Dou graças ao Senhor por todas as Equipes, sem nenhuma omissão, por todas as pessoas que não mediram esforços para a beleza e a harmonia deste acontecimento, fazendo reluzir o esplendor da Sagrada Liturgia. Finalmente, dou graças ao Senhor pela minha família, santuário da vida e berço das vocações. Sou agradecido a Deus pelos meus pais, já na glória de Deus, por terem plantado a semente da fé no dia do meu batismo, e por terem me transmitido os mais belos e sagrados ensinamentos, que têm como fonte a Sagrada Escritura, e na sadia religiosidade, como pude testemunhar, na devoção a Nossa Senhora, e, de modo especialíssimo, Nossa Senhora da Conceição de Aparecida, desde a minha concepção e nascimento. “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom! ‘Eterna é a Sua misericórdia!’” (Sl 117,1), mais uma vez repito, pedindo perdão se me esqueci de fazer menção a alguém, e ainda que o tenha feito, jamais serão omitidos e esquecidos por Deus, mas ricamente recompensados. Peço que orem, incessantemente, para que, no exercício do Ministério, eu tenha graça, sabedoria e luz para viver o Lema Episcopal que escolhi: “Mihi vivere Christus (est)” – “Para mim o viver é Cristo” – (Fl 1,21), sendo um eterno aprendiz do “sim” que um dia Maria deu ao anjo no Anúncio da Encarnação do Verbo, que Se fez Carne e habitou entre nós.
“Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom! ‘Eterna é a Sua misericórdia!’” (Sl 117,1) Muito obrigado! E que, pela intercessão de nossa querida Mãe Aparecida, o Senhor nosso Deus cumule a todos de bênçãos e graças. + Dom Otacilio Ferrreira de Lacerda Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte
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Campanha da Fraternidade: É sempre tempo de vivenciar
stamos em abril e depois de passada a quarta feira de cinzas ainda em março na qual Papa Francisco divulgou uma carta a respeito da Campanha da Fraternidade 2017 direcionada a CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil - e a todo povo católico brasileiro que vivencia a CF durante o período quaresmal. Já nos aproximamos da Semana Santa e nos encaminhamos à profunda reflexão que fora feita durante esse “retiro” a respeito de nossas ações ou da falta delas, de mudanças que propusemos à nós mesmos ou aquilo que deixamos a desejar. De toda forma é necessário livrar-se do homem/mulher velho para torna-se novo/nova em Cristo. Novas também devem ser nossas atitudes depois desse período. A Campanha da Fraternidade também segue nesse sentido, propõe através de um tema atual e de extrema relevância que visa plantar sementes em nosso coração e espera que ele esteja aberto para cultivá-las. Nesta carta em especial que o Papa se dirige diretamente a nós ele aponta a CF 1979 que teve como tema: “Por um mundo mais humano” e como lema: ”Preserve o que é de todos” assuntos que muito se adéquam ao cenário que ainda vivenciamos hoje e que se associa a CF 2017, nesse engajamento sobre o cuidado com a casa comum.
CF 2017
Fotos do Seminário de Despoluição dos Rios Tietê e Pinheiros - 25 de março
A
equipe de fé e política do regional Sul 1 da CNBB, realizou no dia 25 de março o Seminário: a despoluição dos rios Tiête e Pinheiros e das represas Billings e Guarapiranga, no Centro Municipal de Educação Adamastor. O seminário é um gesto concreto da Campanha da Fraternidade de 2016 e 2017 promovido pela Igreja e a esco-
la de fé e política em defesa do meio ambiente. Marcaram presença aproxidamente 150 pessoas entre lideranças de comunidades, profissionais do meio ambiente e educação, secretário do meio ambiente de Guarulhos, representante do prefeito e lideranças religiosas. Padre Frizzo, um dos membros da equipe afirmou durante o seminário:“ A natureza é dom de Deus, vamos cuidá-la”.
Equipe Diocesana da CF
Comunicados da Chancelaria
Dom Edmilson Amador Caetano. O. Cist., Bispo Diocesano de Guarulhos concedeu: - Pleno Uso de Ordens na Diocese de Guarulhos ao Revmo Frei RILDO FONSECA DE LIMA, OAR; - Pleno Uso de Ordens na Diocese de Guarulhos ao Revmo Padre RAMIRES HENRIQUE DE ANDRADE, NDS; Folha Diocesana de Guarulhos | Abril de 2017
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Igreja em Missão
Dízimo
Por uma Igreja Profética
O Dízimo e a Palavra de Deus - II 9 – “Em tudo o que fiz, mostrei a vocês que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber’.” (Atos dos Apóstolos 20:35) 10 – “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês.” (Mateus 6:33) 11 – “Separem o dízimo de tudo o que a terra produzir ....” (Deuteronômio 14:22) 12 – “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” (Mateus 6:21) 13 – “Vocês não poderão comer em suas próprias cidades o dízimo do cereal, do vinho novo e do azeite, nem a primeira cria dos rebanhos, nem o que, em voto, tiverem prometido, nem as suas ofertas voluntárias ou dádivas especiais.” (Deuteronômio 12:17) 14 – “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos. E Abrão lhe deu o dízimo de tudo.” (Gênesis 14:20) 15 – “Vocês não sabem que aqueles que trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo, e que os que servem diante do altar participam do que é oferecido no altar? Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho que vivam do evangelho.” (1 Coríntios 9:13-14)
mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.” (Mateus 23:23) 17 – “Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações;” (Provérbios 3:9) 18 – “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem;” (Salmos 24:1) 19 – “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.” (Gênesis 28:20-22) 20 – “Assim que se divulgou essa ordem, os israelitas deram com generosidade o melhor do trigo, do vinho, do óleo, do mel e de tudo o que os campos produziam. Trouxeram o dízimo de tudo. Era uma grande quantidade. ” (2 Crônicas 31:5) Abra seu coração e comece a experimentar mais este canal de bênçãos que Deus nos dá. Seja fiel também no seu dízimo e tenho a certeza que Deus será fiel e lhe abençoará abundantemente.
PAZ E BEM!
16 – “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos
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Folha Diocesana de Guarulhos | Abril de 2017
Pe Elísio Melo
Q
uerido povo de Deus do Brasil, queridos irmãos da Diocese de Guarulhos, e queridos irmãos no presbitério, é imensa minha alegria poder escrever a vocês e assim, partilhar a experiência destes primeiros dias em que coloquei os pés e acima de tudo, meu coração em terras africanas! Deixei o Brasil dia 02 de Fevereiro ás 18:30 e cheguei aqui na Diocese de Pemba, no dia 03 de Fevereiro ás 15hs, onde no aeroporto local estava presente sua Excelência Reverendíssima Dom Luís Fernando Lisboa e uma equipe de religiosas missionárias a me esperar; fui acolhido com um lindo sorriso estampado no rosto de cada um e com palavras de boas vindas! Desde o primeiro momento em que cheguei, tive a graça de já poder conhecer um pouco melhor a realidade geral desta amada Diocese, que conta com a presença amorosa de muitos missionários e missionárias, inclusive do nosso querido Brasil! A Diocese é imensa geograficamente e é dividida em quatro enormes regiões pastorais, com grandes desafios e necessidades básicas. Conheci todas elas com o senhor bispo! Neste ano, a diocese celebra seus 60 anos de criação e tem como prioridade pastoral neste ano, o testemunho profético diante da realidade de morte: por uma Igreja profética. Participamos do primeiro encontro diocesano das comissões pastorais, onde Dom Luís Fernando Lisboa ressaltou que a nossa presença missionária, é para despertar mais lideranças e ministérios. Temos grandes desafios, onde podemos concretamente viver este ano da profecia. Os pobres: Acordar diante do grito deles que é o próprio Deus que nos convoca! Realidades sociais que a Igreja local está inserida e é chamada fortemente a viver sua dimensão profética: Fome, Casamentos prematuros, crianças
abandonadas, velhos abandonados, gravidezes precoce, refugiados, as minas, tráfico de albinos etc. Encontramos um povo alegre apesar de seus agudos sofrimentos; visitando algumas realidades com o senhor bispo e com a caritas Diocesana, encontramos um “outro mundo”, um “outro universo” aos meus olhos! A precariedade social; aqui não existe pobreza e sim, miséria em todos os níveis! As crianças na maioria das vezes adoecem e morrem por desnutrição; crianças que não tem nem água para beber e muito menos comida; nem em casa e muito menos nas escolas públicas. A maioria das religiosas é quem cuidam de muitas crianças por que seus pais não tem o que dar pra comer; São Verdadeiramente Mães. A maioria da população vive apenas, com uma refeição por dia, pois a realidade não os permite outras. Estamos no período que costuma ser tempo de chuva, porém, as mesmas tem sido poucas, e sem chuva não há como o povo sobrevier, pois dependem para a machamba, quer dizer, trabalhar na roça. Aqui as coisas tem outro ritmo, outro jeito de acontecer. Mas com todas as realidades possíveis, encontramos testemunhos lindos e belos de missionários e missionárias, que estando no meio do povo tem “cheiro de ovelhas”, transmitem à verdadeira “Alegria do evangelho”, porque vivem diariamente imersos na realidade do povo. São referências de esperança! São vozes proféticas, são como “estrelas” no meio da noite, que indicam o caminho! Em muitas regiões da Diocese não temos padres e nem a presença de religiosas ainda, uma vez que a maioria da população é mulçumana, por isso, muitas comunidades se reúnem para celebrar a Palavra mas não tem a presença do ministro Ordenado. Paróquias sem padres e com inúmeras comunidades e de difícil acesso. Os padres que se têm homens “admiráveis”, porque estão sobrecarregados de serviços e de muitas Comunidades longínquas. Despeço-me, desejando a todos uma santa Páscoa, e rogando ao bom Deus, pelo nosso regional de São Paulo, para que frutifique muitas vocações para vossas Dioceses e também, para serem enviadas, a esta realidade que clama nosso amor e nossa caridosa comunhão fraterna! Abraço Fraterno e conto sempre com vossas orações! Pe. Salvador Rodrigues de Brito
Liturgia Uma vida cheia de Páscoa! Uma Páscoa cheia de vida!
Bíblia A entrada messiânica de Jesus em Jerusalém: É rei pela sua cruz.
A
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cada vez que celebramos a Páscoa, somos convidados fazê-lo como um acontecimento novo, que faz a diferença para nossa vida. A graça que esta festa traz em si é a revelação que somos “filhas e filhos de Deus”. Esta é a vocação do nosso batismo: sermos Povo de Deus, Corpo de Cristo, sementes de paz, sinais do Reino. A celebração da Páscoa iniciou para nós com a Quaresma, um itinerário espiritual que fazemos para nos tornarmos mais semelhantes a Jesus. Como o pecado pessoal e social nos desviam, somos chamados a fazer de novo a subida, pela escuta da Palavra, oração e penitência; sair das mortes que nos destroem para acolher o Senhor que se revela a nós. Pelo batismo participamos da vida nova do Ressuscitado, e os passos deste itinerário nos ajudam a recosturar a “veste nova” que recebemos nas águas batismais. Quando refazemos com atenção a cada ano a viagem da Quaresma rumo à Páscoa, notamos novos detalhes. Nos sinais da liturgia e da vida o Senhor se revela a nós. Os sinais da vida encontramos na família e na sociedade, nos conflitos, encontros e desencontros. E também nas comunidades, nas via-sacras nas casas, nos encontros da Campanha da Fraternidade. Vemos a cruz de Jesus continuar em nossa história, nos doentes e desempregados que estão à nossa volta, nas lutas pela vida nos diversos biomas da natureza. “A meta e a procura, a luta dura entre o velho e o novo” acontecem dentro de nós e ao nosso redor. É nesta vida, cheia de luzes e cruzes, que o Senhor se revela, crucificado e ressuscitado, presente com sua misericórdia, nos animando e dizendo “Coragem, eu venci o mundo!”. Nos sinais da liturgia, há uma ligação sutil entre a cruz de cinzas colocada em nossas cabeças no início da Quaresma, o Círio Pascal da Vigília
Pascal, e as línguas de fogo em Pentecostes: são sinais da transformação que Deus quer fazer em nossas vidas, reacendendo em nós a chama batismal, nos trazendo o perdão e a luz, a animação e o entusiasmo da sua vida nova. Nos evangelhos dos domingos quaresmais, encontramos com a Samaritana à beira do poço, e ela nos mostrou Jesus como água da vida. Encontramos também com o cego de nascença, que nos revelou Jesus como luz da vida. E Lázaro, saindo do túmulo, nos mostrou Jesus como ressurreição e vida. Estes personagens tiveram um encontro pessoal com o Senhor, que os transformou, de elementos anônimos em membros do Povo de Deus. Como eles, somos chamados a nos transformar também, deixar que o Senhor nos molde, nos cure e nos coloque a caminho do seu Reino. A Vigília Pascal é o ponto alto desta caminhada, onde a comunidade se reúne para celebrar Cristo, o novo Moisés, que liberta o povo de todas as escravidões. Para os primeiros cristãos, a grande participação na Páscoa de Cristo acontecia no grande sábado Pascal. O desafio para nós hoje é resgatar este sentido, para que seja verdade o que cantamos: “Banhados em Cristo, somos uma nova criatura! As coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo!”. E nos cinquenta dias de páscoa, até Pentecostes, vamos levar o Espírito do Ressuscitado às periferias do mundo. Celebrando a Páscoa, deixemo-nos abençoar pelos ritos, leituras e salmos. Passando de novo nas águas batismais, mergulhemos na imensidão da misericórdia do Pai, que nos recria para um novo jeito de viver. Pelos sinais dos sacramentos, a assembleia, a Palavra, a água, o pão, o vinho, o Ressuscitado se faz presença. Deixemo-nos tocar por esta presença, para que nossa vida seja transbordante da sua Páscoa! Pe. Jair Costa Assessor diocesano de Liturgia
ntes da Páscoa, chegados ao monte das Oliveiras, próximo de Jerusalém, Jesus manda que seus discípulos lhe preparem a montaria do rei humilde e bondoso. No monte das Oliveiras Jesus faria sua oração fervorosa ao Pai na noite de sua entrega. Os discípulos são obedientes, pois a palavra de Jesus é confiável. O evangelista vê no gesto o cumprimento da profecia de Zacarias 9,9: Dizei à filha de Sião: “eis que teu rei vem a ti, humilde e montado em um jumento, em um jumentinho, filho de uma jumenta.” A ênfase sobre a simplicidade da montaria demonstra a novidade do reinado de Jesus: não será um rei guerreiro e violento, não se utilizando, pois, dos cavalos de guerra, mas usará a montaria dos pobres, um jumento, animal de carga e serviço. A filha de Sião é figura de Jerusalém, que vai rejeitar o messias. Convidada a acolher o Senhor, Jerusalém vai matá-lo. A multidão que o acolhe não mora na cidade, é composta por pessoas de fora: homens e mulheres do campo, talvez do norte do país, de onde vem Jesus. Seus ramos agitados anunciam a chegada do reino de Deus. Estendem suas vestes ao longo do caminho por onde passa Jesus, o que lembra a misericórdia do Senhor para com o cego curado por ele à beira do caminho. Pela primeira vez Jesus aceita as honras messiânicas por parte de seus discípulos, não sem antes ter anunciado sua entrega, paixão e morte na cruz. As entradas solenes dos reis nas cidades tinham como objetivo celebrar suas vitórias nas guerras e solidificar seu poder. Mas “este rei defenderá os que são pobres e os filhos dos humildes salvará” (Sl 72,4). Sua glória e seu poder se expressam na entrega da própria vida: “E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escra-
vo. Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão.” (Mt 20,27-28) O povo não compreende bem o gesto de Jesus, e o trata como um rei; por isso lhe fazem uma homenagem real, chamando-o filho de Davi, esperando que ele restaurasse o reino de Israel, como a força do Espírito de Deus. “Bendito o que vem em nome do Senhor” é uma aclamação ao vencedor tirada do Salmo 118, 25. A palavra Hosana significa salva, pedimos! Jerusalém fica agitada com a presença de Jesus. Jerusalém não reconhece o rei ungido por Deus: quem é este? – indagam-se. Como por ocasião do nascimento de Jesus, quando os magos chegaram à cidade perguntando onde estaria o rei dos judeus, a cidade toda agitou-se juntamente com Herodes. A multidão, porém, alegrou-se e respondeu: é o profeta Jesus de Nazaré, da Galiléia. A resposta está certa, pois o próprio Jesus o afirmara antes: “E não sabiam o que dizer dele. Disse-lhes, porém, Jesus: É só em sua pátria e em sua família que um profeta é menosprezado.” (Mt 13, 57) Mas Jerusalém tem fama de matar profetas: “disse Jesus: Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados!” (Mt 23,37) Jesus não é só profeta, é mais do que isto; é o filho de Deus: “Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!” (Mt 16,16). Mas as multidões não tinham condições ainda de compreendê-lo plenamente. Sua identidade seria revelada na cruz: “O centurião e seus homens que montavam guarda a Jesus, diante do estremecimento da terra e de tudo o que se passava, disseram entre si, possuídos de grande temor: Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!” (Mt 27,54). Pe. Antonio Bosco da Silva
Folha Diocesana de Guarulhos | Abril de 2017
9
Programe-se DIA
HORARIO
ORGANIZAÇÃO
ATIVIDADE
LOCAL
3
20h
Pastorais Sociais
Reunião Diocesana Centro Social Elisabeth Bruyere
4
15h e 20h
Forania Imaculada
Confissões para quaresma
Santo Antônio Gopoúva
5
9h30
CODIPA
Reunião da Coordenação
Cúria Diocesana
5
20h
Forania Imaculada
Confissões para quaresma
Capela N. Sra Sion
6
9h30
CP
Conselho de Presbíteros
Cúria Diocesana
6
19h30
CDDV
Reunião
Vigo Potens
6
15h e 20h
Forania Imaculada
Confissões para quaresma
Santuário São Judas Tadeu
7
22h - 05h
RCC
Vigilia Diocesana
Catedral N. Sra. Conceição
8
Dia todo
ECC
37ª Reunião do Re- Sorocaba gional Sul1- ECC
8
8h30 - 13h
Catequese
Esc.Catequética- Santa Cruz - Taboão Forania Aparecida
8
14h
SAV/PV
Reunião Mensal
Catedral N.Sra. Conceição
8
14h - 16h
Past. Carcerária
Reunião Mensal
Catedral
8
14h - 17h
Past. da Sobriedade
Reunião Diocesana CDP - Formação
8
15:00 17:00
- EJC - Diocesano
Reunião EJC
CDP
8
15:00 18:00
- Equipe Fé e Poli- Coordenação tica ampliada
CDP
8
8:30-12:00
Fé e Politica
Escola Diocesana
8
14:30
COMIDI e IAM
Reunião Assesso- Catedral res / IAM
9
15h - 17h
CENPLAFAM Guarulhos
13
09h
Clero
MISSA ÓLEOS
15
09h
Vicentinos
Reunião do Conselho Central
Cumbica
15
Neocatecumenato
Vigilia de Páscoa
CDP
15 a 22
PJ - Pastoral da Semana da Cida- A definir Juventude dania - Foranias
Abril 2017 23
14h30
25
SAV - PV
1º Encontro Diocesano para Cerimoniários
CDP
Pastoral Familiar
Acolhida dos Bispos do Brasil
Aeroporto de Cumbica Cúria Diocesana
25
9h30
CDAE
Assuntos Economicos
25
17h
Pastoral da Criança
Reunião do Conse- Sede da Pastoral lho Econômico
28
19h30
CEBs
Encontro - CEBs
28
20h
Forania Bonsucesso
Encontro Liturgia - Pres. Dutra com os Padres
29
07h30 -12h
ECC
Formação para Palestrantes
29
13h30 -18h
ECC
Formação Coorde- CDP nadores Circulos
29
8h30 - 13h
Catequese
Escola Catequética Santa Luzia - Forania Fátima Alvorada
29
14h - 18h
Catequese
Escola Catequética Santa Cruz - Forania Bonsu- Pres. Dutra cesso
29
14h30
Pastorais Sociais
Forum das Pasto- Centro Social rais Sociais Elisabeth Bruyere
Pastoral da Criança
Missa da Pastoral São José da Criança
30
Forania Bonsucesso
CDP
30
08h - 17h
RCC - MUR e MFP Encontro para Pro- CDP fissionais e Universitários
30
22h - 05h
RCC Ministério Jovem
Vigilia Juventude em Chamas
Catedral N. Sra. Conceição
CDP
- Reunião do Núcleo CDP - Centro Diocesano (foi notificado) SANTOS CATEDRAL
17
14h
Past. da Criança
Ass. de Ramo
N. Sra Guadalupe
18
13h30
Past. da Criança
Reunião Diocesana Sede da Pastoral
18
19h30 21h30
RCC
Encontro de Intercessores
19
09h
Pastoral da Pes- Reunião soa Idosa - PPI
22
08h30 -13h
Catequese
Escola Catequética Santa Mena - Forania Rosário
22
8h30-12h
Fé e Politica
Escola Diocesana
23
08h - 13h
RCC - Ministério Formação de Formação Módulo Básico
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Folha Diocesana de Guarulhos | Abril de 2017
Catedral N.Sra. Conceição Sede PPI
CDP CDP
MISSA DOS SANTOS ÓLEOS Dia 13 de Abril às 9h na Catedral Imaculada Conceição Centro - Guarulhos
Vai Acontecer
FESTA DE SANTO EXPEDITO TRIDUO Dia 16 - Missa da Juventude - 19h Dia 17 - Missa da Família - 20h Dia 18 - Momento Mariano – 20h MISSAS FESTIVAS Dia 19 de Abril – 8h,10h, 16h e 20h0 Na Capela Santo Expedito Rua Araçatuba, 100 – Cidade Soberana Como Chegar
De ônibus: No Terminal São João, tomar o ônibus 486 Cidade Soberana e descer na Praça Estrela. De carro: Estrada de Nazaré até a UPA SÃO JOÃO, descer a Avenida Monte Alegre até a Praça Estrela, onde haverá indicações
A comunidade se alegrará com sua presença! Folha Diocesana de Guarulhos | Abril de 2017
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CNBB
NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 287/16 “REFORMA DA PREVIDÊNCIA”
Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. É preciso conhecer a real situação da Previdência Social no Brasil. Iniciativas que visem ao conhecimento dessa realidade devem ser valorizadas e adotadas, particularmente pelo Congresso Nacional, com o total envolvimento da sociedade. O sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade…), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos“Ai dos que fazem do direito uma -sociais e solidários. Na justificativa da PEC 287/2016 não existe nenhuma referência a amargura e a justiça jogam no esses valores, reduzindo a Previdência a uma chão”(Amós 5,7) questão econômica. Buscando diminuir gastos previdenciáConselho Permanente da Conferência rios, a PEC 287/2016 “soluciona o problema”, Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido excluindo da proteção social os que têm direito em Brasília-DF, dos dias 21 a 23 de março de a benefícios. Ao propor uma idade única de 65 2017, em comunhão e solidariedade pastoral anos para homens e mulheres, do campo ou com o povo brasileiro, manifesta apreensão da cidade; ao acabar com a aposentadoria escom relação à Proposta de Emenda à Cons- pecial para trabalhadores rurais; ao comprometituição (PEC) 287/2016, de iniciativa do Poder ter a assistência aos segurados especiais (indíExecutivo, que tramita no Congresso Nacional. genas, quilombolas, pescadores…); ao reduzir O Art. 6º. da Constituição Federal de o valor da pensão para viúvas ou viúvos; ao 1988 estabeleceu que a Previdência seja um desvincular o salário mínimo como referência Direito Social dos brasileiros e brasileiras. Não para o pagamento do Benefício de Prestação é uma concessão governamental ou um privi- Continuada (BPC), a PEC 287/2016 escolhe o légio. Os Direitos Sociais no Brasil foram con- caminho da exclusão social. A opção inclusiva que preserva direitos quistados com intensa participação democrá- tica; qualquer ameaça a eles merece imediato não é considerada na PEC. Faz-se necessário auditar a dívida pública, taxar rendimentos das repúdio. Abrangendo atualmente mais de 2/3 da instituições financeiras, rever a desoneração de população economicamente ativa, diante de exportação de commodities, identificar e cobrar um aumento da sua faixa etária e da diminuição os devedores da Previdência. Essas opções do ingresso no mercado de trabalho, pode-se ajudariam a tornar realidade o Fundo de Reserdizer que o sistema da Previdência precisa ser va do Regime da Previdência Social – Emenda avaliado e, se necessário, posteriormente ade- Constitucional 20/1998, que poderia provisionar recursos exclusivos para a Previdência. quado à Seguridade Social. O debate sobre a Previdência não pode Os números do Governo Federal que apresentam um déficit previdenciário são diver- ficar restrito a uma disputa ideológico-partidária, sos dos números apresentados por outras ins- sujeito a influências de grupos dos mais divertituições, inclusive ligadas ao próprio governo. sos interesses. Quando isso acontece, quem
O
perde sempre é a verdade. O diálogo sincero e fundamentado entre governo e sociedade deve ser buscado até à exaustão. Às senhoras e aos senhores parlamentares, fazemos nossas as palavras do Papa Francisco: “A vossa difícil tarefa é contribuir a fim de que não faltem as subvenções indispensáveis para a subsistência dos trabalhadores desempregados e das suas famílias. Não falte entre as vossas prioridades uma atenção privilegiada para com o trabalho feminino, assim como a assistência à maternidade que sempre deve tutelar a vida que nasce e quem a serve quotidianamente. Tutelai as mulheres, o trabalho das mulheres! Nunca falte a garantia para a velhice, a enfermidade, os acidentes relacionados com o trabalho. Não falte o direito à aposentadoria, e sublinho: o direito — a aposentadoria é um direito! — porque disto é que se trata.”
Convocamos os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados.
Na celebração do Ano Mariano Nacional, confiamos o povo brasileiro à intercessão de Nossa Senhora Aparecida. Deus nos abençoe!
Brasília, 23 de março de 2017. Cardeal Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília Presidente da CNBB Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ Arcebispo de São Salvador da Bahia Vice-Presidente da CNBB Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM Bispo Auxiliar de Brasília Secretário-Geral da CNBB
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IMPRESSO ESPECIAL 7220993744 - DR/SPM MITRA DIOCESANA
Enviem suas matérias até o dia 15 de cada mês, contendo no máximo 30 linhas, com corpo 14. Caso venha com um número maior de linhas, faremos a redução proporcional.
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Folha Diocesana de Guarulhos | Abril de 2017
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