ANO XV - Nº 191 - JUlHO DE 2012
“A Palavra de Deus é Viva e Eficaz.” Hb 4,12
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Editorial
Folha Diocesana de Guarulhos | Julho de 2012
Junho - tempo de graça, salvação e provação
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mês de junho foi para nós um tempo de graça e salvação com a celebração de Corpus Christi e várias solenidades dos padroeiros de várias de nossas Paróquias; mas foi também um tempo de provação com o chamado para a casa do Pai do nosso caríssimo Bispo Emérito, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini; pelo qual bendizemos ao Senhor Ressuscitado, a quem entregamos todos os trabalhos e méritos que o saudoso bispo, viveu no meio de nós, por 20 anos a serviço desta querida Diocese. A festa do Corpo e do Sangue de Cristo nos colocou em sintonia com a Eucaristia, o coração pulsante da Igreja, que trás Deus à terra e coloca a terra inteira em contato com Deus: “há um só pão, nós, embora muitos somos um só corpo, pois todos nós participamos desse único pão” (1Cor 10,17). A festa do Sagrado Coração de Jesus, de onde saíram sangue e água (Jo 19,34), o Batismo e a Eucaristia, os sinais do amor e da misericórdia de Deus, perpetuados no meio de nós cada vez que celebramos o
Enfoque
pastoral
As quatro estações na Vida e Missão da Igreja
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om alegria estamos nos aproximando de mais uma grande formação diocesana em uma perspectiva de alcançarmos todas as Paróquias de nossa Diocese e assim atualizarmos e renovarmos nossas experiências pastorais. Vamos celebrar e estudar o Concílio Vaticano II que chega aos seus cinquentas anos. Concílio que busca a atualização e renovação da Igreja. Iniciado pelo Papa João XXIII em outubro de 1962 e concluído pelo Papa Paulo VI, no dia da Imaculada Conceição, 8 de dezembro de 1965. Temos como meta também para essa formação diocesana estudarmos as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Estudaremos o Sacrosanctum Concilium que fomenta a vida cristã entre os fieis, adaptar melhor as necessidades do nosso tempo às instituições susceptíveis de mudança, promover tudo o que pode ajudar à união de todos os crentes em Cristo e fortalecer o que pode contribuir para chamar a todos ao seio da Igreja, evidenciando a urgência – Casa de Iniciação á Vida Cristã. Avançando um pouco mais observaremos a Lumen Gentium: a luz dos povos é Cristo: por isso, este Sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente iluminar com a Sua Luz que resplandece no rosto da Igreja, todos os homens, anunciando o
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por Dom Joaquim Justino Carreria - Bispo Diocesano memorial do Senhor, em cada celebração eucarística, em cada missa. Celebramos a Jornada Mundial de Oração pela Santificação do Clero, pois Deus nos criou para sermos santos como Ele é Santo. Trabalhemos pela santificação uns dos outros, ofereçamos ao povo de Deus a possibilidade de viver a Fé, a Esperança e a Caridade. Testemunhemos uns aos outros o amor e a misericórdia de Deus, para que as pessoas vendo as nossas boas obras desejem ser cristãos, torando-se discípulos e missionários de Jesus Cristo. A nossa santificação vai acontecendo à medida que trabalhamos pela santificação de nossos irmãos, porém, só poderemos santificar os nossos irmãos se trabalharmos pela nossa própria santificação, ouvindo a Palavra de Deus e colocando-a em prática. Deus nos santifica através dos sacramentos celebrados frutuosamente. A Igreja, para exercer a sua tarefa de santificar a todos, deve estar intimamente e constantemente unida a Cristo, que nos mantém unidos ao Pai e ao Espírito
Santo e assim nos torna testemunhas felizes do Amor Trinitário. Que Maria Santíssima, a Imaculada Conceição, padroeira e rainha de nossa Diocese, interceda por nós e defenda os nossos sacerdotes a fim de que permaneçam unidos a Deus e a serviço do amor misericordioso de Deus.
A Vida floresce onde a Pastoral acontece por Padre Francisco G. Veloso Jr - Coordenador Diocesano de Pastoral Evangelho a toda criatura. E também atentaremos para a urgência e partir em missão. Dei Verbum também será referenciada. O Sagrado Concílio, ouvindo religiosamente a Palavra de Deus proclamando-a com confiança faz suas as palavras de São João “anunciamo-vos a vida eterna, que estava junto do Pai e que nos apareceu: anunciamo-vos o que vimos e ouvimos, para que também vós vivais em comunhão conosco, e a nossa comunhão seja com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo”, iluminando a urgência - Lugar da animação Bíblica. As alegrias e esperanças, as tristezas e as angustias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e esperanças, tristezas e as angustias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração, isto vamos ver na Gaudium et Spes que foca na urgência – a serviço da vida e da esperança. Que maravilha será esta semana de formação! Procure o melhor local para você participar.
Acontecerá de 24 a 27/07 Início: 19h30 Encerramento: 21h30
LOCAIS DA FORMAÇÃO NAS FORANIAS FORANIA IMACULADA LOCAL : Paróquia N.Sra. Fátima - Tranquilidade FORANIA APARECIDA LOCAIS: 1 - CDP - “Pe. Jean Roch Forgette” - Bom Clima 2 - Paróquia Santa Rita de Cássia – Jd. Palmira FORANIA FÁTIMA LOCAL: Paróquia Santa Rita de Cássia – Jd Cumbica FORANIA BONSUCESSO LOCAIS: 1 - Par.Sta Cruz e N.Sra. Aparecida – Pres. Dutra 2- Com. São Sebastião - Jd. Lenise - Par. Sto. Alberto VENHA PARTICIPAR CONOSCO, SERÁ UM GRANDE MOMENTO DE ENCONTRO E APRENDIZADO
Folha Diocesana de Guarulhos | Julho de 2012
Voz do
Pastor
Nossas paróquias sejam Discípulas Missionárias! por Dom Joaquim Justino Carreria - Bispo Diocesano
e atualizemos continuamente. È fundamental que nos organizemos e nos ajudemos mutuamente como Diocese, como Forania, como Paróquia. Na Paróquia as diversas pastorais e serviços tenham sempre como objetivo último evangelizar e servir as pessoas no espaço em que vivem ou no espaço que freqüentam.
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ueridos presbíteros e fiéis,
“Paróquia é comunidade de fiéis submetida a um pároco”. ou “Território sobre o qual se estende a jurisdição do pároco”. Evangelizar foi a primeira missão que Cristo Ressuscitado confiou aos Apóstolos e consequentemente a toda a Igreja, Povo de Deus, e que exprime a sua razão de ser. Cristo, o Bom Pastor, foi o primeiro evangelizador e o fez com as suas palavras e sua vida. A Igreja como corpo de Cristo, evangeliza através das celebrações, da catequese, do testemunho, da proximidade e auxílio aos pobres, doentes, necessitados, indefesos. A Igreja guarda a memória e os ensinamentos de Jesus, celebra a sua presença de Ressuscitado e o anuncia no mundo: aos indivíduos, à comunidade e a toda a sociedade. Nós estamos em uma grande cidade que atrai muitas pessoas e onde se estabelecem inúmeras relações humanas: intelectuais, culturais, religiosas, saúde pública, ecologia, de trabalho, de formação profissional, de comércio, de serviços diversos, de exploração de uns pelos outros, e outros. O grande desafio da evangelização é humanizar todos esses relacionamentos para que a pessoa humana seja considerada e tratada como o centro, o motivo e a finalidade de todas as atividades religiosas, sociais e políticas. Na Igreja e na cidade tudo o que seja planejado e feito, tenha sempre em vista o acolhimento e o desenvolvimento integral do ser humano que nasce, cresce e vive em uma família. Para que nossas Paróquias possam responder como Igreja Viva, a todos estes desafios nesta grande cidade de Guarulhos, à qual o Senhor nos envia e nos confia, é preciso que nos preparemos
A Paróquia nasce da necessidade pastoral e a estrutura paroquial é muito antiga, vem desde o século IV, passou por diversas transformações à mediada em que a sociedade foi-se organizando sociologicamente. No Brasil a sede da Paróquia sempre foi a cidade com a sua Matriz e as Capelas para o atendimento dos pequenos povoados e da área rural. A Paróquia é confiada a um pároco pelo bispo e o pároco tem a missão de ensinar (anúncio da Palavra de Deus, homilia, catequese...), santificar (a Eucaristia, a Penitência e os outros sacramentos, exéquias...) e governar (visita aos doentes, às famílias, socorro aos necessitados, construção e manutenção dos templos, manter em dia e conservar adequadamente os livros de registro da vida espiritual da comunidade...), com o auxílio de outros padres, diáconos e dos fiéis. O Pároco deve residir na jurisdição da paróquia onde é administrador – não é proprietário. Os bens paroquiais e as tarefas pastorais devem ser administrados pelo Conselho Administrativo Paroquial e pelo Conselho Paroquial de Pastoral, em comunhão com a Administração Diocesana. O Pároco é nomeado e empossado pelo bispo por um tempo determinado em vista da missão da Igreja de ensinar, santificar e governar o povo de Deus. O Pároco deve tornar presente a solicitude de Jesus que passou fazendo o bem a todos. É uma missão concreta, expressa no Sermão da Montanha (Cf. os capítulos Mt 5,6,7), missão tal que vai além e deve superar os gostos, disposições, devoções, costumes, crenças e projeções pessoais. Todos somos destinatários da Evangelização, como diz Santo Agostinho, somos ovelhas e somos pastores de Cristo. A verdadeira satisfação do Pároco deve ser a de fazer dos seus paroquianos verdadeiros discípulos de Cristo, pessoas livres, com relações saudáveis e cheias de esperança na vida e que a Paróquia seja capaz de funcionar com a ausência dele. Na troca de um Pároco o povo deve estar preparado para continuar a sua vida cristã e atividades pastorais junto ao pároco que for nomeado. O novo
Pároco deve continuar a missão da Igreja naquele lugar servindo a todos e sendo o construtor da unidade paroquial e regional. O Concílio Vaticano II define a Evangelização como a razão da existência da Igreja, Povo de Deus, Corpo de Cristo, Sacramento da salvação, onde Ele é a cabeça e nós os membros, onde Ele é a Pedra Angular e nós pedras vivas dessa Construção. Para que se realize essa Igreja, é preciso fazer da Paróquia uma Comunidade de Comunidades, com seus conselhos, seus catequistas, suas lideranças, sob a orientação do Pároco que é o elo de unidade entre os ministérios e a atividade missionária que todos devem cultivar e da qual todos devem participar. Entre as organizações pastorais devem aparecer com vitalidade máxima a Liturgia e a Catequese. Muitas vezes uma comunidade tem início em uma garagem, em barracões, mas na medida em que a Comunidade experimenta a ação de Deus na vida de seus membros através da catequese e da liturgia, consequentemente desabrocham muitos dons, tais como o terreno, a consciência do dízimo (fruto de maturidade de fé e compromisso pessoal com a Comunidade), a construção do templo e todos os ministérios necessários para que a comunidade seja a Igreja Viva de Jesus Cristo. O Pároco, na Paróquia rede de comunidades é que fomenta e favorece a comunhão entre todas as forças vivas da paróquia, onde deve acontecer a inter-comunhão entre elas na troca de experiências, no incentivo e ajuda mútua, quer no campo espiritual, pastoral e mesmo financeiro. Caminhemos em amor e unidade ajudados pelo estudo do Diretório dos Sacramentos em nível de clero, para que em todas as nossas Paróquias os fiéis recebam as mesmas coisas de Deus e caminhem na mesma direção de fazermos da Igreja o que Cristo definiu “vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo, vós sois o fermento na massa” (cf. Mt 5,13ss). Que as visitas pastorais sejam para todas as Paróquias e comunidades da Diocese, um tempo de graça e de despertar para a Pastoral de Conjunto e para a renovação de nossas responsabilidades pessoais, eclesiais e sociais. Com as bênçãos e a estima de + Joaquim Justino Carreira Bispo Diocesano
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Aconteceu
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Encontro Regional da Pastoral da Juventude
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nfim de volta ao lar.... Mas posso dizer que mesmo estando 4 dias fora, me senti em casa. Poucas vezes algo tão rico em historia, tradição, ação e mística pejoteira aconteceu e eeeuuuuu estava lá com meus companheiros de diocese: Sem inarista Raul (Equipe Diocesana), Patricia (Par. São Franscisco – Uirapuru), Aline (Par. Sta Luzia – Alvorada), Higor (Par. Sto. Antônio – Pimentas), Evandro (Par. São Fransciso – Nações) e os companheiros de ERPJ. E com certeza Guarulhos foi muito bem representado. Com muita alegria o 3° ERPJ (Encontro Regional da Pastoral da Juventude) aconteceu em Marília. Um evento lindo, com o tema: PJ! TESTEMUNHO E ESPERANÇA, e o lema: “DO CHÃO DA NOSSA HISTÓRIA, ALIMENTAMOS NOSSOS SONHOS E FORTALECEMOS NOSSO COMPROMISSO”. Esse encontro não foi belo apenas na aparência, e sim na sua essência, assim como é a pastoral da juventude: uma pastoral de ação! (Aqui é trabalho meu filho), e este encontro foi concluído com a Romaria à Presidente Prudente, onde diversos pejoteiros de todo o Estado de São Paulo se encon-
por Orlando Silva Santos
traram, e assim mais uma vez mostramos como a PJ tem uma organização forte e consciente... Aos representantes das dioceses e arquidioceses), a história da PJ ( 40 anos), foi contada de diversas maneiras e por pessoas que não têm apenas propriedade no assunto, mas um real envolvimento com esta pastoral de luta, mística e espiritualidade tão latina. E com este conteúdo aconteceram as missões, em diversas dioceses de Marília e região... E esta foi, uma das experiências mais embaçadas da minha vida. Fiquei em um assentamento, onde pude ver como é a realidade de pessoas que brigam por seus direitos. Elas, diferente da maioria das pessoas, travam uma luta constante contra o sistema, que tão comumente arrasa com o povo oprimindo, seja com uma movimentação coletiva quanto em uma ação nos conselhos municipais, eles conseguem mostrar que conhecem e brigam por seus direitos. Enfim conhecer outra reaildade tão diferente da que estou acostumado, me fez refletir sobre como morando em um mesmo país, podemos ter tantas realidades? Entre muitas frases que me chamaram a
atenção no ERPJ, a que mais se destacou foi: “Toda causa popular é a nossa causa.” Essa frase do Padre Edinho resumiu a ideologia da nossa pastoral que, assim como o mestre devemos defender os pequenos que são constantemente oprimidos e marginalizados. Por isso acredito que nossa PJ não é melhor nem pior, simplesmente diferente, consciente, revolucionária, latina e “embaçada pra caramba”. Axé pra todo mundo axé!
II Encontro Diocesano de Coroinhas e Acólitos por Adalberto Lima – Seminarista 1º Filosofia
a segunda edição do evento, que contou com a presença de nosso Bispo Dom Joaquim, Pe Francisco Gonçalves Jr, o assessor do SAV-PV Pe Cleber Leandro, Pe Salvador Rodrigues, Seminaristas Diocesanos, Religiosos e Religiosas, Leigos e Leigas, que trabalham pela animação e acompanhamento vocacional com nossos jovens. Durante o encontro, houve apresentação de danças com o Ministério de Dança DNA, dinâmicas e músicas, depois tivemos também a benção do Santíssimo Sacramento e na conclusão de todo
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o dia 27/05/12, as 14h00, no Santuário São Judas Tadeu - Torres Tibaggy, aconteceu o “II ENCONTRO DIOCESANO DE COROINHAS E ACÓLITOS”, promovido pelo Serviço de Animação Vocacional-Pastoral Vocacional (SAV-PV). Estiveram presentes neste evento aproximadamente 400 crianças e adolescentes de toda nossa Diocese. Com o intuito de promover o conhecimento inter-paroquial entre os coroinhas, esta foi
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este dia, foi feita a renovação de votos de serviço ao altar, aspersão sobre as vestes e por fim a Santa Missa presidida por nosso Bispo Dom Joaquim Justino Carreira. Que Deus abençoe a cada um dos presentes, e para quem não pode participar este ano, entre em contato com a equipe do SAV-PV através do e-mail vocacionalguarulhos@hotmail.com e fique por dentro dos próximos encontros.
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Aconteceu
Regional Sul 1 tem novo coordenador da Campanha da Fraternidade
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m reunião extraordinária da equipe da Campanha da Fraternidade do Regional Sul 1, realizada em 20 de junho, o padre Antonio Carlos Frizzo foi apresentado como o novo coordenador da CF. A apresentação foi feita pelo bispo responsável da CF do estado de São Paulo, dom Fernando Legal. Com a saída do padre Cícero Soares da Silva Neto, o coordenador vai dar continuidade aos trabalhos da CF no estado de São Paulo, somando esforços com o secretário executivo da CF, Antonio Evangelista. Pe. Frizzo, 55 anos é do clero da Diocese de Guarulhos. Ele trabalhou no Regional Sul 1 da CNBB, em São Paulo, durante quatro anos (1992 – 1996), onde foi secretário executivo. É professor, com doutorado em Teologia Bíblica, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Atualmente forma o corpo docente na Faculdade Dehoniana de Taubaté, SP e no Instituto de Teologia e
Filosofia Santa Teresinha (Itefist) em São José dos Campos, SP. O padre Frizzo dividirá a organização e planejamento da Campanha da Fraternidade do Regional Sul 1, com o bispo emérito de São Miguel Paulista e de referência da CF, dom Fernando Legal e com mais oito representantes das respectivas sub-regiões (Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto I e II; São Paulo I e II e Sorocaba. DESAFIOS: Dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito, preparar o encontro regional de formação da CF, em outubro próximo e tornar o tema da CF-2013 “Fraternidade e Juventude” conhecido.
A Igreja e a Rio + 20
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ntrevista do arcebispo de São Paulo, Car deal dom Odilo Pedro Scherer, concedida ao jornal O SÃO PAULO, na qual falou sobre sua missão como voz oficial da Igreja Católica na Rio+20. Qual a importância da realização de um evento das Nações Unidas sobre sustentabilidade nos dias de hoje? Dom Odilo Pedro Scherer – A realização dessa Conferência tem um significado relevante, mesmo se as decisões práticas nem sempre cheguem onde se gostaria, essa Conferência ocasiona uma grande tomada de consciência sobre como andam as coisas na relação do homem, e de sua atividade econômica, com a natureza e o futuro da vida no nosso planeta. E isso envolve a todos, desde os cidadãos até os governantes. Há nisso um efeito educativo nada desprezível. Medidas políticas e econômicas serão eficazes, só depois dessa tomada de consciência. A Igreja entende que o homem deve ser a preocupação central das questões ambientais. O senhor poderia explicar isso melhor? Dom Odilo – O homem é o agente principal e consciente, que é capaz de interferir na natureza, quer para o bem, quer para o mal. Portanto, ele precisa aprender a lidar com a natureza de maneira lúcida e eticamente responsável, tendo em vista a sustentabilidade dessa “casa comum”, que nos abriga, nutre e encanta, e tendo em vista a solidariedade humana social, bem como o cuidado de todos os outros seres, que também são parte desse ambiente da vida. A questão ambiental, no fundo, é uma questão ética e moral. Nada muda para melhor, se o homem não tomar as decisões acertadas
por CNBB Sul 1
Dom Fernando Legal, Pe. Frizzo e Toninho Evangelista
por CNBB e responsáveis. Há grupos e movimentos que aproveitam as discussões ambientais para colocar na pauta a questão do aborto, como se fosse um “direito humano”. Qual a visão da Igreja sobre isso? Dom Odilo – A visão da Igreja sobre a questão é amplamente conhecida; não se defende a vida, promovendo a morte de seres humanos inocentes e indefesos! A proposta do aborto, nessa discussão, vai na linha do egoísmo concentrador dos recursos naturais, que leva a excluir, em vez de incluir, os convivas no banquete da vida. A inserção dessa questão na pauta ambiental é contraditória, pois propõe, lamentavelmente, o contrário da “sustentabilidade” da vida... Isso não faz nenhum sentido e espero que haja bom senso, de maneira que a pressão pela aprovação do aborto não seja incluída na Declaração final. O senhor embarca hoje para o Rio de Janeiro como enviado especial do papa Bento 16. Já teria condições de dizer qual a mensagem da Santa Sé para a Rio +20? Dom Odilo – Fiquei muito honrado com a missão recebida da Santa Sé; ao mesmo tempo, entendo que é uma grande responsabilidade, pois se trata de fazer ouvir oficialmente, na Conferência, a palavra da Igreja Católica sobre as questões em pauta. O discurso está sendo preparado com muita atenção; certamente vai na linha daquilo que o Santo Padre e a Santa Sé já manifestaram em várias ocasiões sobre a temática da economia, da ecologia e das relações do homem com a natureza. Qual a avaliação do senhor diante da recusa dos países ricos em criar um fundo de 30 bilhões de dólares para o ambiente global, e da dificuldade em assumirem metas de redução na emissão de gases?
Dom Odilo – Vejo que ainda não encaram seriamente os problemas ecológicos, já evidentes, e os que estão a caminho; prefere-se salvar certa forma de economia “depredadora” dos recursos naturais, em vez de promover mudanças no estilo e na dinâmica da vida econômica, para que ela seja ecologicamente sustentável; certamente os países que mais poluem deveriam ser também os maiores contribuintes para reduzir esse dano à natureza e à vida humana. Bem se percebe que ainda precisamos dar grandes passos. Espero que isso não aconteça tarde demais. Qual a postura da Santa Sé diante das negociações? Dom Odilo – A Santa Sé acompanhou atentamente as negociações até aqui, dando sua contribuição para se chegar a acordos razoáveis. A Santa Sé tem uma autoridade moral reconhecida e não poderia se furtar a tomar parte nessas negociações. A sociedade civil organizada, inclusive organizações da Igreja, como a CNBB, a Pastoral da Juventude e várias pastorais sociais e outras organizações, participa da Cúpula dos Povos. São atividades autogestionadas que apontam saídas alternativas às apresentadas pelas delegações oficiais das nações. Como o senhor avalia essa iniciativa? Dom Odilo – É muito importante que as organizações da sociedade civil se manifestem e contribuam, à sua maneira, para buscar acordos e soluções para as questões postas pela conferência. A sociedade civil tem maior agilidade e liberdade para discutir e propor; as delegações oficiais tratam sintonizadas com os governos dos respectivos países. As duas posições acabam se complementando.
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Acontecer
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Folha Diocesana de Guarulhos | Julho de 2012
JMJ 2013 - Começou a contagem regressiva
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o dia 22 de julho faltará exatamente um ano do início da Jornada Mundial da Juventude que vai acontecer no Rio de Janeiro em julho de 2013. A preparação e a espera começaram em setembro de 2011 com a acolhida da Cruz da JMJ e o ícone de Nossa Senhora. Foi o Bote Fé e Guarulhos teve a honra de ser a segunda diocese do Brasil a acolher os símbolos da Jornada que continuam a peregrinação Brasil afora.
Como vai ser a JMJ Rio 2013?
Jovens do Brasil e do mundo inteiro estarão no Rio de Janeiro de 22 a 28 de julho para uma semana de encontros, formação, celebrações e festa. O momento alto serão os dias com o Papa a partir da quinta feira dia 25, a Via Sacra na sexta para encerrar com a Vigília no sábado a noite e a Celebração Eucarística na manhã do domingo 28 de julho.
O que é a Semana Missionária?
As Jornadas Mundiais da Juventude, conforme descritas acima, são precedidas por uma Pré-Jornada que a partir da JMJ Rio2013 será chamada de Semana Missionária e vai acontecer em todas as dioceses do Brasil de 16 a 20 de julho. Os jovens vindos do exterior, antes de ir pro Rio de Janeiro, passarão esta semana em diferentes dioceses do país. A previsão é que nesta semana cheguem mais de 300.000 jovens para conhecerem melhor o rosto e a realidade do nosso Brasil tão plural, de suas comunidades e da vida de nossa Igreja. À
Forania
por Giovanni Banchio nossa diocese de Guarulhos foi pedido de acolher 3000 jovens. Precisamos, portanto, nos preparar para honrar com fé, carinho e alegria este compromisso. A Coordenação Diocesana de Pastoral e o Setor Diocesano da Juventude já estão trabalhando para organizar a complexa estrutura desta Semana Missionária em Guarulhos.
A curto prazo
No domingo 22 de julho, em todas as celebrações será feito o anúncio da contagem regressiva faltando um ano exato para a JMJ Rio2013 e a partir desta data começa o cadastro das FAMÍLIAS HOSPEDEIRAS que querem acolher os 3000 jovens do exterior, bem como vai iniciar o cadastro dos JOVENS VOLUNTÁRIOS para ajudar na acolhida e no acompanhamento dos jovens e no apoio em todas as atividades da Semana Missionária.
Dia 29 de Julho às 18h Local: Par. Santa Cruz e Nossa Senhora do Carmo End.: Praça 8 de dezembro, s/n – Taboão Realização: Rede de apoio ao Imigrante Associação Caritativa Paroquial
Tem uma pergunta que está no ar faz tempo: o que devo fazer para ir ao Rio de Janeiro na JMJ? A resposta será dada no domingo 19 de agosto quando vai acontecer o BOTE FÉ NA VIDA junto ao VIVA A VIDA. A Pastoral Vocacional e o Setor Diocesano da Juventude estão preparando um grande evento para este dia no Tiro de Guerra das 08h30 ate as 17h00. Neste dia, além de apresentar os 5 Patronos da JMJ 2013, santos que “botaram fé na vida” e são exemplos de vocação acertada, haverá o lançamento do site diocesano da Jornada e a abertura oficial das inscrições para ir no Rio em 2013.
Aparecida
Dia 02 de agosto às 20h00 Aula inaugural com Dom Joaquim Justino Carreira. Local: Centro Diocesano de Pastoral Tema : Lectio Divina
INFORMAÇÕES: • As vagas não terão número definido por paróquia e poderão participar agentes de diversas pastorais. • Deve retirar a ficha de inscrição na secretaria de cada paróquia, que deve ser assinada inclusive pelo pároco e o prazo da devolução na secretaria paroquial até dia 27/07. • Deve escolher o local e dia que melhor favoreça a participação. • Cada participante contribuirá com uma taxa de inscrição no valor de R$ 5,00 que deve ser entregue no dia da aula inaugural no CDP. • Os padres encaminharão as fichas para a Cúria Diocesana até o dia 31/07
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aos Imigrantes de Guarulhos
Como participar
TEMA: Evangelho de São Marcos iluminado pela Dei Verbum (Concilio Vaticano II) PERÍODO DO CURSO: 02 /08 a 11/11/2012 - HORÁRIO: 20h a 21h30
1ª Missa em Acolhida
Escola da Palavra 2012 “DIFUNDA-SE A PALAVRA DE DEUS E SEJA ACOLHIDA COM HONRA ( 2 Ts 3,1 ) E CADA VEZ MAIS ENCHA OS CORAÇÕES DOS HOMENS O TESOURO DA REVELAÇÃO, CONFIADO À IGREJA.” ( Dei Verbum 26 ) CONTATO: Pe Marcos - E-mail: marvincle@ig.com.br Telefone : 2403-3125 ( Helena ou Solange ) Dia da Semana
Local do Curso
Assessores(as)
Terça-feira
Paróquia N.Sra Aparecida Cocaia
Inêz e José Luiz
Terça-feira
Paróquia N.Sra de Fátima Vila Fá- Edilson tima
Quinta-feira
Centro Social da Paróquia Sta Daniel e Neiva Cruz - Taboão
Quinta-feira
Paróquia Santa Mena Picanço
Célia
Foranias
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Forania
Paróquia Nossa Senhora do Bonsucesso
Bonsucesso
por Pe. Renato Bernardes Duarte - Reitor do Santuário de Nossa Senhora do Bonsucesso
271ª Festa em Louvor a NS do Bonsucesso A Tradição da Terra
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tradição da bênção da terra coloca-se dentro dos festejos a Nossa Senhora do Bonsucesso, “num contexto de exploração mineral, ligado à descoberta de ouro no Ribeirão Maquirobu ou Maquirivu, atual Rio Baquirivu Guaçu, feita por Geraldo Correia Sardinha em 1612. Este garimpo chamava-se Lavras do Geraldo ou La-
vras Velhas do Geraldo. A Carpição era o ato de carpir o mato em torno da capela, num sistema de mutirão, que é de origem indígena, tendo em vista a Solenidade Mariana. Aquela santa, tão poderosa e capaz de descobrir ouro, deveria ser igualmente poderosa em alcançar alguma outra graça, como a cura de doenças ou prevenção de algum mal. Ao se limpar o terreno em volta da capela, removia-se a terra, levando-a para casa, como se faz
com outros sacramentais católicos, como a água benta, o pão bento, o ramo bento. A terra, desde a mais remota antiguidade, está associada à vida, à procriação e à regeneração. Para alguns povos da América, como os incas, a terra é mãe, Pacha Mama, e a ela se faziam oferendas pedindo boa colheita. Para outros, como os astecas, a terra é ambivalente: mãe que alimenta, oferecendo-nos vegetais e caça e, ao mesmo tempo, ventre voraz que devora os humanos, que nela são enterrados (...). Mas a terra, como elemento de cura religiosa, tal como um amuleto, é inédita no Brasil e certamente em outras partes da América”. (Texto de Benedito Prezia) Em nossa Paróquia Santuário, celebra-se a Festa da Carpição toda primeira segunda feira do mês de Agosto, onde na Missa das 08h00 no final benze-se a terra no tanque em frente ao Santuário e o povo pega a terra e enrola em um lenço de pano e coloca no local onde sente alguma dor e fazem três, ou seis ou nove caminhadas por trezentos metros até a Capela São Benedito, onde deposita a terra que trouxe. Temos muitos testemunhos de curas por intercessão à Nossa Senhora do Bonsucesso através deste contato com a terra benta.
Paróquia Sagrado Coração de Jesus N
por Ada
o dia 15 encerramos os festejos de nosso padroeiro com uma missa presidida pelo Padre Jaime Gonçalves e concelebrada pelo Padre César Augusto estiveram presentes conosco as capelas que compõem a paróquia Sagrado Coração de Jesus. N. S. Fátima, N.S Esperança. Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, S. Francisco de Assis, e claro não poderia faltar os membros da Paróquia Santo Alberto Magno. A todos que nos ajudaram nesses 03 dias o nosso muito obrigado!
Irmãs Operárias celebram 25 anos no Brasil
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Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré comemorou o Jubileu de 25 anos no Brasil em missa presidida por dom Joaquim Justino Carreira, bispo de Guarulhos, em 17 de junho, na Paróquia Santo Alberto Magno. Estiveram presentes 12 padres e cerca de 800 fiéis. As religiosas das quatro comunidades da congregação no Brasil – Barueri (SP), Contagem (MG), Guarulhos (SP) e Serrinha (BA) – se reuniram para celebrar a caminhada. As irmãs Clara, Liliana e Serafina, as três primeiras que vieram ao Brasil sem sequer co-
nhecer o português na época, foram as primeiras a entrar na igreja. A missa começou com uma retrospectiva da história das irmãs que fundaram o Centro Social Santo Alberto Magno, o grupo Amigos de Nazaré, criaram novas comunidades e, principalmente, ajudaram muitos trabalhadores, jovens e famílias a conhecerem a espiritualidade da Sagrada Família de Nazaré, carisma deixado pelo fundador da congregação, Santo Arcângelo Tadini. De acordo com dom Joaquim, o carisma das irmãs de levar a evangelização ao mundo do trabalho
por Wellington Alves surge como escuta da Palavra de Deus e de colocar essa Palavra em prática. “A presença delas (irmãs operárias) foi de evangelizar e testemunhar. Aquilo que foram semeando nos corações das crianças e jovens foi acontecendo e hoje dão fruto em famílias cristãs, padres e consagrados”, diz. A madre Emma Arreghini, superiora geral da Congregação das Irmãs Operárias, agradeceu a Deus a caminhada das religiosas no Brasil, juntamente com a população. “Pedimos o dom da oração para que como irmãs continuemos honrando a missão de nosso patrono Santo Arcângelo Tadini nos deixou.
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Se os pais se amassem, o divórcio não viria Qual é a verdadeira Utopia?
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s estatísticas comprovam que o número de separações de casais está crescendo em todo país. É claro que a emenda constitucional número 66 que vigora há um ano facilitou e impulsionou a decisão daqueles que querem se separar, mas isto não explica totalmente o fenômeno. No decorrer dos anos a estrutura da família sofreu muitas alterações. Aquela família tradicional, tão bem retratada na bela canção do Pe. Zezinho, Utopia, de fato, já não existe mais. “Temos que aprender a ver o outro como objeto e objetivo do nosso amor e não como fonte responsável pelo nosso prazer.” A canção dizia: “Se os pais se amassem o divórcio não viria...”. Mas o amor, infelizmente ficou restrito e subjugado à dimensão erótica. O amor erótico não resiste às ações do tempo e se corrói tal como o metal em contato com o oxigênio. No amor erótico o objetivo não é outro senão o bem de si próprio, de forma egoísta. O outro simplesmente não existe a não ser como objeto que satisfaz os desejos, por isso é egoísta. Ora, se o outro não existe como objeto de amor e sim de desejo, logo ele é uma construção irreal ou uma fantasia e aqui chegamos onde queremos che-
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gar, ou seja: As pessoas fantasiam um relacionamento onde o outro não passa de uma fonte de prazer, de alegria e de felicidade, uma visão puramente infantil do casamento. Numa dimensão infantil e egoísta, não há lugar para as frustrações. De fato, o que se observa atualmente nas pessoas, de forma geral é uma diminuição do nível de tolerância. Já repararam como ninguém tolera mais nada? Desde a fila do Banco até a espera da luz verde do semáforo, as pessoas estão ansiosas e parecem protestar dizendo: Chega de frustração, chega de esperar, eu quero a minha parte agora! Quero ser feliz, já. Essas pessoas têm medo de não conseguirem alcançar aquela felicidade tão bem expressa nas imagens dos comerciais de TV. Na telinha as imagens são carregadas de erotismo anunciando de cerveja à carro, todas elas vendendo indiretamente a verdadeira utopia: A promessa de uma felicidade plena, fácil, descartável e sem comprometimento. Todos nós nos tornamos presas fáceis desse modelo devorador de consciências e sem pedir, ganhamos de presente as justificativas que nos fazem sair de um casamento e ir para outro, sem a menor culpa: Não estava mais feliz, ele ou ela não me completava mais, perdi o prazer, etc.
por Romildo R.Almeida - Psicólogo clínico Como escreveu o Pe.Zezinho, para se construir uma família verdadeira é preciso haver amor entre o casal e esse amor só começa a existir quando a fantasia dá lugar à realidade e nos deparamos com um outro a nossa frente. Temos que aprender a ver o outro como objeto e objetivo do nosso amor e não como fonte responsável pelo nosso prazer. Se quisermos alcançar a felicidade proposta pelo matrimônio, temos que renunciar às tentações egoístas e se lançar sem medo e sem medida no ideal que Jesus ensinou. Isto não é utopia. Isso se chama amor.
´ Biblia
Folha Diocesana de Guarulhos | Julho de 2012
Evangelho de Marcos - contexto histórico e a sua mensagem por Edílson Peixoto Rodrigues - Escola da Palavra - Forania Fátima
N
este ano a Igreja no Brasil nos convidará a estudarmos o Evangelho de Marcos no mês Bíblia e nós da Escola da Palavra queremos dar nossa contribuição para que seja um momento de aprofundamento. Quem foi Marcos? Sabemos algo sobre ele? Era também chamado João Marcos (cf. At 15,37), filho de uma certa Maria, cuja casa em Jerusalém era local de reunião da Comunidade. Marcos era primo de Barnabé (cf. Cl 4,10) e discípulo de Pedro, logo, não fazia parte do grupo dos 12, ou seja, não esteve pessoalmente com Jesus. Seu evangelho foi redigido a partir das pregações de Pedro e de outras fontes(“Palavras e gestos de Jesus”) que estavam espalhados em vários documentos, sendo reunidos e organizados num conjunto coerente – o Evangelho. Provavelmente, Marcos tenha escrito seu evangelho em Roma, onde já havia uma comunidade formada, entre os anos de 60 e 64 d.C, antes da destruição de Jerusalém pelo romanos em 70 d.C. Um evangelho é como uma pintura que alguém faz de um amigo. O Evangelho pinta ou expressa a experiência libertadora que ele teve do amigo Jesus. Mas ele pinta pensando nas comunidades e seus problemas e escreve para ajuda-las e dar-lhes uma Boa Notícia. Quando Marcos escreveu seu evangelho, já se passavam cerca de quase 40 anos da morte e res-
surreição de Jesus, e as comunidades cristãs já viviam espalhadas pelo Império Romano. Marcos quis em seu evangelho pôr em evidência os milagres de Jesus, pois quer mostrar a bondade do Senhor e sua divindade, já que dirige seu evangelho especialmente aos cristãos vindo do paganismo de origem grega e romana, diferentemente do evangelho de Mateus, dirigido aos cristãos convertidos do judaísmo.. Ele quer mostrar assim, Quem é Jesus. Aquelas comunidades viviam com medo por causa da perseguição do Império. Era uma tempestade na vida delas (4,36), muitos morriam e outros negavam a Jesus (14,71), tinham traído (14,10.45) ou fugido (14,50) e se dispersavam (14,27). Outros tinham caído do primeiro fervor (Ap 2,4). A rotina tomava conta da vida deles...Temiam a cruz e a achavam loucura (1 Cor 1,18-23). Diante disso tudo, pairava a pergunta que Marcos vai responder em seu evangelho: Quem é Jesus e como entender a sua cruz? Não bastasse o problema externo, a Comunidade vivia tensões internas, pois muitos dos apóstolos e primeiros discípulos tinham morrido e uma nova geração de líderes estava surgindo, causando tensões, ciúmes e brigas (9,34.37; 10,41). Problemas não faltavam. Como ser discípulo(a) de Jesus em meio a tanta turbulência? Marcos transforma a narração das histórias de Jesus, já conhecidas pelas comunidades, pela tradição
A experiência de fé e o caminho da celebração por Pe. Jair Costa e Equipe Diocesana de Liturgia
H
á um momento em nossa vida de cristãos em que descobrimos a fé, nos encantamos por Cristo e seu Evangelho, e iniciamos uma caminhada de compromisso com Ele numa comunidade concreta. São palavras, situações, pessoas que colaboram com isto, e este fato nos traz motivação e entusiasmo na vida. É um momento em que Cristo passa, faz sua páscoa em nossa história. Se esta experiência fundamental ficou no passado, e nos tornamos frios e acomodados, é momento de “soprar a cinza sobre as brasas” para retomarmos esta experiência de fé, que é pessoal e comunitária, é a páscoa de Cristo na nossa vida. Com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) Jesus faz esta passagem, esta páscoa: Primeiro Ele caminha com os discípulos, se interessa por seus problemas, se solidariza, participa. Os discípulos estão como cegos diante da situação que estavam vivendo, e não o reconhecem. Em seguida, Jesus se apresenta no anúncio da Palavra, explicando as Escrituras, e mostra o
sentido da sua vida e ação. Ensina que sem passar pela cruz, não existe ressurreição. Essa palavra arde no coração dos discípulos. Depois, se apresenta no momento da partilha do pão. O pão repartido relembra o dom de sua vida, toda a sua ação e seu projeto. Os olhos dos discípulos se abrem! Após a partilha Jesus desaparece da vista deles, porém permanece dentro de seus corações. Esse caminho com Jesus (experiência) os impulsiona a anunciá-lo: “Cristo verdadeiramente ressuscitou e está no nosso meio!” A Eucaristia que celebramos, principalmente a dominical, é momento de refazermos esta experiência de fé, este encontro com Cristo que nos aquece o coração e nos recoloca na missão. Para que os ritos, os textos, os cantos tenham para nós este sabor de novidade, é necessário nos colocar como aprendizes, discípulos diante da Palavra, fazendo o exercício da leitura orante na preparação da celebração, com todos os ministérios envolvidos na execução, tendo em vista a assembléia que vai participar. Trazer para a preparação o que estamos experimentando na vida e situações que
oral, num espelho, onde ela pudesse descobrir como ser discípulo de Jesus. Por isso seu evangelho dá um destaque tão grande aos discípulos, são como “xodós” de Jesus (1,16-20; 16,7-15; 3,34; 4,11; 4,34). Mas não é só isso...Marcos retrata o outro lado. De um “grupo modelo”, a coisa desanda...o comportamento muda e começam a dar sinais de não entender mais nada: Não entendem as parábolas (4,13; 7,18), não tem fé em Jesus (4,40), não entendem a multiplicação dos pães (6,52; 8,20-21), não sabem quem é Jesus apesar de conviver com ele (4,41), se assustam com a perspectiva da cruz (8,32;9,32) etc. Marcos queria dizer algo às comunidades daquela época e a nós com esta lista de defeitos? Claro que sim! Marcos queria ao informar sobre Jesus, formar Jesus na Comunidade...Queria acordar o pessoal das comunidades, como já disse, colocar um espelho na frente deles e de nós também para que se tomasse consciência de seus defeitos e se convertessem e não desanimassem diante deles e das dificuldades externas. No início do Evangelho de Marcos (1,1) se lê, “...Filho de Deus” e no fim, (15,39), de novo se lê “...Filho de Deus”. No começo e no fim está o Filho de Deus. O grande objeto de Marcos é ajudar a Comunidade de ontem e de hoje a entender melhor o sentido e o alcance de sua fé no Filho de Deus nesse longo caminho e, caminhar com ele.Caminhando na estrada de Jesus.
Liturgia nos preocupam na família, no trabalho, na comunidade, na sociedade e no mundo deixar a Palavra de Deus nos iluminar, e sermos coerentes com as luzes que a Palavra nos traz, com as atitudes que nos pede. A leitura orante, desta forma, é mais que um exercício: é um caminho para assumir a atitude de discípulo e missionário, de forma pessoal e comunitária. Porém, é preciso traduzir esta atitude nos ritos, leituras, cantos, acolhida, decoração, espaço celebrativo... O Concílio Vaticano II propôs a reforma da vida dos cristãos; não somente os ritos, mas transformar nosso testemunho na sociedade, em diálogo, serviço e anúncio. Celebrar bem, de coração e corpo inteiro, é passo necessário e urgente para todos que participam: quem preside e quem celebra: equipes de liturgia e celebração, catequistas e agentes de pastoral. Jesus se faz presente no caminho, na palavra, na partilha e na missão. Podemos fazer a diferença neste caminho, aprofundando nossa formação, unindo a experiência pessoal da fé e a celebração comunitária.
9
Agenda Julho ´ Diocesano Calendario
Agenda do Bispo
Data
Horário Organização
Atividade
07(sáb)
17:00
Pastoral Sobriedade
Reunião FOMAD
Adamastor - Centro
01
09h00
Paróquia de São Pedro.
Pastoral Familiar
Recém-casados
São João Batista
01
16h00
Crisma, Paróquia de Santo Alberto Magno. Retiro do Clero de Presidente Prudente.
08(dom)
Atividade e Local
Folha Diocesana de Guarulhos | Julho de 2012
Data
Horário
Atividade e Local
09(seg)
PJ
Romaria Estadual
Botucatu
02 a 05
13-15
ECC
XX Congresso Nacional
Pres. Prudente
06
Visita Past. Paróquia de Santa Rita, Jardim Palmira. Enc. com a Coordenação Diocesana de Catequese.
13-15
19:30
ECC 1ª Etapa
Encontro de casais
Cocaia
07
14(sáb)
14:30
COMIDI
Equipe Diocesana
CDP sala 04
07
19h00
Benção do Altar Cap. de N. S. de Fátima, Bananal.
15 (dom)
8-13
RCC
Escola Paulo Apóstolo A
Sede da Renovação
08
11h00
Missa na Catedral
16(seg)
20:00
Pastorais Sociais
Equipe de coordenação
Sede Pastoral Criança
08
16h00
30 anos da Comunidade Shalom.
17(ter)
13:00
Pastoral Criança
Coordenação Diocesana
Sede da Pastoral
10
18(qua)
14:30
PPI
Equipe Diocesana
Sede Pastoral Criança
11
Visita Past. Paróquia de N. S. do Bonsucesso. Visita Past. Paróquia de Santa Teresinha, Cumbica.
19-22
Shalom
Acampamento
Mogi das Cruzes
12
20h00
Paróquia de São José, Jardim Paulista.
20-22
COMIDI - ERIM
Encontro Regional
Araras - SP
13
20-22
COMIDI JM NÍVEL I
Encontro Estadual
Regina Protman
14
19h30
Paróquia de Santa Cruz e N. S. do Carmo, Tabuão.
Visita Past. Par. Sta Cruz e NS. Aparecida, P. Dutra
20-22
19:30
ECC 1ª Etapa
Encontro de casais
Pres. Dutra
15
11h00
Missa na Catedral
21(sáb)
15:00
Legião de Maria
Reunião Comitium
CDP sala Dom Luiz
15
15h00
Irmãs da Caridade de Otawa.
21 (sáb)
9:00
Vicentinos
Conselho central
Cumbica
17
Visita Past. Par. de São Vicente de Paulo, Soberana.
22(dom)
8-13
RCC
Escola Paulo Apóstolo B
Sede da Renovação
18
Atendimento.
22(dom)
8-17
Pastoral Sobriedade
Encontrão Diocesano
CDP sala 06
18 19
Visita Past. Par. do Sagrado Coração de Jesus, Pq. Santos Dumont
20-26
Brasília, Equipes de Nossa Senhora.
22(dom)
8:00
SAV-PV
Confraternização.
Sítio
24(ter)
8-16
Pastoral Criança
Reunião Diocesana
Sede da Pastoral
24-27
19:30
CFP
Formação Diocesana
foranias
27-29
19:30
ECC 2ª Etapa
Encontro de casais
Centro Social - Taboão
27-29
19:30
ECC 1ª Etapa
Encontro de casais
Sto Antonio - Gopoúva
27-29
19:30
ECC 1ª Etapa
Encontro de casais
Jd. Cumbica
28(sáb)
14:00
PJ
Inscrições Fest Jovem
CDP sala 05
Catequese
Diretório Nacional
Foranias
CDDV
Reunião Equipe
Catedral
Pastoral Familiar
2ª união
Sta Teresinha -Cumbica
28(sáb) 28(sáb)
15:00
29(dom)
A Cáritas Diocesana e Rede de Fundos Solidários do Sudeste convidam para:
MEGA BAZAR SOLIDÁRIO de 03 a 05 de agosto das 9h às 17 h
Local: Quadra do Sindicato dos Bancários - São Paulo Rua Tabatinguera, 192 - Centro - Praça da Sé
19h30
Pastoral Missionária.
29
09h00
Crisma, Santa Teresinha.
29
14- 17
Formação para os Vicentinos.
30
Reunião de Padres, Jundiaí.
31
Visita Past. Par. de São Judas Tadeu, Jardim Alice.
Aniversariantes O - Ordenação Dia 12 - Pe. Berardo Graz (N) N - Nascimento Dia 22 - Pe. Weber Galvani Pereira (N) Dia 26 - Pe. Joaquim Rodrigues (N) Dia 26 - Pe. Jesus Angel Bermeo Gonzales (O) Dia 31 - Pe. Dr. José Carlos Galvão Lemos (N)
EDM - Escola Diocesana de Música Informamos que as inscrições para a EDM foram prorrogadas até o dia 14 de julho Informações: Cúria Diocesana - 11 24080403 EDM: 11 4965-4460 somente de 3ª à 5ª das 18 às 22:00 e sábado das 9 as 15 h
ATENÇÃO COLABORADORES - Enviem suas matérias até o dia 15 de cada mês, contendo no máximo 30 linhas, com corpo 14. Caso venha com uma maior faremos a redução proporcional do conteúdo.
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Folha Diocesana de Guarulhos | Julho de 2012
Oração do Creio - 3ª Parte
O chamado por Seminarista José Ayllson de Sousa - 3º ano de teologia
“Jesus Cristo padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”
C
omo é necessário acreditarmos na encarnação do filho de Deus, também é necessário acreditarmos em sua paixão e morte, porque como disse são Gregório; “em nada nos seria útil o seu nascimento se não favorecesse a redenção”. A morte de Jesus Cristo é redentora porque Ele o faz por obediência ao Pai que lhe enviou (Fl 2, 8) e por amor pela humanidade. É diante de Pilatos que Jesus inicia seu caminho de amor e morte em favor da humanidade (Lc 23, 2-25). Faltou coragem para Pilatos inocentar Jesus, preferiu lavar as mãos (Mt 27, 14). Assim também nós quando não nos comprometemos com o destino de nossos irmãos, estamos agindo como Pilatos entregando-os ao seu próprio destino. Pilatos é uma realidade da história humana, uma realidade de cada um de nós quando praticamos a injustiça e também quando nos omitimos. Jesus foi crucificado por ter sido rejeitado pelas autoridades de seu tempo e entregue para ser crucificado (Mt 20, 19), por ousar inverter a
ordem predominante na sociedade da época, pois anunciava um reino voltado para os pequenos, para os pobres. Jesus Cristo antes de ser crucificado na cruz sofreu as dores e as maiores humilhações reservada para os piores malfeitores (Is 53, 3) e assim cumprir em tudo a missão confiada por Deus Pai. No credo que professamos a palavra: Morto, indica que Jesus de fato conheceu a morte, é fato real, pois somente ressuscita quem morre verdadeiramente. Deus na pessoa do filho quis morrer para demonstrar ao mundo seu amor e seu poder, poder de gerar vida diante de um sistema injusto. A palavra do credo: sepultado, quer nos dizer que Jesus depois de morto foi despregado da cruz e colocado num túmulo, ou seja, semelhante a todo ser humano quando morre. Depois de sepultado Jesus, taparam a entrada do sepulcro com uma grande pedra que Pilatos mandou selar, encarregando soldados para de guardarem o túmulo. Os judeus tomaram estas precauções para impedir que pudessem roubar o corpo de Jesus. Deus assim o permitiu para que desta
O que este pai nos ensinou por Pe. Otacilio F. Lacerda e Pe. Dr. Antonio C. Frizzo
O
episcopado não foi criado para conservar determinado conjunto de doutrinas estabelecidas, mas igualmente como uma esfera de renovação, missão e profetismo. Tudo começou após a morte de Jesus Cristo, ocorrida no ano 33 d.C., na cidade de Jerusalém. O governador Herodes Agripa (41-44 d.C.), numa demonstração de “zelo” pela Lei, procura suprimir a seita chamada cristã. Deu ordens para executar Tiago, filho de Zebedeu, em seguida, mandou prender Pedro (At 12,3). Diante da perseguição ocorreu a dispersão. Antioquia, terceira cidade mais importante no Império Romano, passa a ser sede das atividades dos apóstolos. Findada a geração apostólica, em meados do ano de 64, a região do Mediterrâneo romano se depara com inúmeras comunidades organizadas num povo de “consagrados” (cristãos) com a seguinte organização: na direção da comunidade o “epíscopo” bispo, termo grego que significa (vigilante) e seus diáconos; por outra, um corpo colegial formado por presbíteros. Inácio, bispo por mais de 30 anos em Antioquia, Síria, morto no ano 110, afirma: “Os que professam ser de cristo, que suas obras sejam manifestadas... Não se trata tanto de proclamar a fé, mas de manter-se
forma ficasse ainda mais manifesta perante toda humanidade e por toda a história a ressurreição de seu filho. Nossa salvação deriva do amor incondicional com Deus amou e ama a humanidade. Foi Ele que nos amou e enviou seu filho como vítima de expiação por nossos pecados (1Jo 4, 10).
~ Reflexao
firme até o fim”. Quando se convive com um líder por mais de 20 anos, como foi nosso caso com Dom Luiz, os diálogos, as celebrações, os momentos de estudos, os retiros, os acalorados debates, sempre sinceros e saídos, proporcionaram solidificação na amizade e a possibilidade de verificar a dedicação do bispo ao serviço pastoral. Homem de estilo simples de vida. Um padre desapegado do dinheiro. Inúmeras vezes que, falando e testemunhando com a vida, nos exortava a resplandecer a face de Jesus, sendo o amor de Jesus para o outro; coerência entre o que se diz, a fé que se professa e a vida que se vive. Ensinava-nos que é preciso mergulhar sempre no coração de Jesus para tê-lo no coração. Somos testemunhas de seu altruísmo. Em várias oportunidades, a cruz da enfermidade carregada, sem esmorecimento, lamentos, mas com muita confiança, coragem e serenidade não foi motivo para se esquivar ou cancelar celebrações e estar, com animo, junto ao povo guarulhense. Gostava de contar suas piadas e fazer brincadeiras, muitas delas repetidas. Quem não irá se lembrar das vezes que tirava um pente do bolso do paletó para “pentear”
a calvície de alguém. “Deixa-me ajeitar sua cabeleira que está atrapalhando seus olhos”, dizia sorrindo. Dom Luiz, agora na casa do Pai, interceda por nós para que sejamos sempre como barro nas mãos do oleiro, um vaso precioso de argila, com um coração plenificado com a água do Espírito Santo em incontáveis Eucaristias e continuemos transbordando sobre o rebanho carinho, alegria e amor que aprendemos de ti.
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Diocese
Informa
Folha Diocesana de Guarulhos | Julho de 2012
Testamento Espiritual de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini por dom Luiz Gonzaga Bergonzini
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, Amém.
À
s vésperas de completar 50 anos de Vida Sacerdotal - fui ordenado Presbítero aos 29/06/1959-, já com 72 anos de idade, sentindo que estou cada vez mais perto de meu encontro com o Pai, a seu chamado, quero reafirmar com todo o meu ardor, minha fé no Pai que me criou, no Filho que me salvou e no Espírito Santo que me consagrou pelo Batismo, pela Crisma e pelo Sacramento da Ordem no seu mais alto grau, o Episcopado. Reafirmo minha fé em tudo quanto Cristo Jesus nos revelou e confiou à Igreja por Ele fundada, a Igreja Católica, Apostólica Romana, verdadeira depositária da Revelação Escrita e Oral. Assim sendo, reafirmo a minha Fé não só nas Escrituras Sagradas dos dois Testamentos, como também na Tradição Católica exercida pelo Magistério da Igreja, em tudo o que ela propõe à nossa fé. Em especial quero manifestar minha devoção e obediência ao Santo Padre o Papa, Cristo visível na terra. Peço a Deus perdão de meus pecados e infidelidades. Num retrospecto de minha vida, tenho consciência de que poderia ter sido melhor, menos pecador e infelizmente não fui. Peço a Deus, que é Pai e rico em misericórdia, conceda-me o seu perdão. Peço perdão a todos que, seja por palavras, seja por atitudes, eu tenha ofendido. A todos peço perdão. Não guardo ressentimento de quem quer que seja e se alguém se julgar culpado de algo, sinta-se totalmente perdoado. Aos meus queridos padres, “fiéis colaboradores” do meu ministério, menina de meus olhos, que sempre constituíram a minha maior preocupação, peço perdão se, - no desejo de vê-los cada vez mais “padres”, mais “pastores”, mais zelosos, mais apostólicos, mais santos - tenha exagerado no meu zelo, chegando
a magoá-los com minhas palavras ou atitudes. Peço que sejam misericordiosos comigo e me perdoem. Podem crer, posso ter errado, sim, mas com uma vontade de acertar, fazer a vontade de Deus e ser fiel à minha missão. Se alguma vez dei mau exemplo, perdoem-me. Às Religiosas, esposas de Cristo, sempre solícitas pelo meu bem, que Deus as recompense por todo bem que me fizeram. Alem disso, confiou em suas preces, em sufrágio de minha alma. Aos queridos seminaristas deixo esta mensagem-testemunho: “Vale a pena ser padre”, desde que segundo o coração de Deus. Coragem, não se deixem vencer pelo cansaço e nem desanimem diante das dificuldades - o caminho de seguimento de Cristo é cheio de pedras e espinhos; Ele não prometeu facilidades a quem quisesse segui-Lo, ao contrário, sentenciou: “quem quiser me seguir, tome a sua cruz e siga-me”. Rezem, estudem, enfrentem as dificuldades. Tenham grande amor à Eucaristia que é a maior riqueza do sacerdócio e sejam devotos da Virgem Santíssima, Mãe dos sacerdotes.
Esclarecimento: Dom Luiz Gonzaga Bergonzini deixou seu Testamento Espiritual, redigido em 11 de março de 2009, por ocasião dos seus 50 anos de Sacerdócio, em envelope lacrado, para ser aberto após a sua morte. O Testamento Espiritual foi aberto, no dia 18.06.2012, em ato solene realizado por sua Exa. Revma., Dom Joaquim Justino Carreira, Bispo Diocesano de Guarulhos, na presença dos familiares de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini. Na Missa de Sétimo Dia, no mesmo dia 18.06.2012, Dom Joaquim Justino Carreira, em sua homilia, leu o Testamento Espiritual de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, tornando-o público, e determinou que fosse divulgado por todas as formas possíveis. Publicado em 21.06.2012, às 18:00h, hora da Ave Maria.
Recomendo-me à Santíssima Virgem, “ Imaculada Conceição” que me acompanhou em toda a minha formação presbiteral no Seminário menor “Maria Imaculada” de Ribeirão Preto, durante seis anos; no Seminário maior “Imaculada Conceição” do Ipiranga, nos estudos de Filosofia e Teologia. Por gratuidade de Deus, Ele me quis Bispo da Diocese de Guarulhos, dedicada à Imaculada Conceição”. Assim como ela, sempre unida a Cristo, recebeu-O morto em seus braços, que Ela me receba em seus braços quando o Pai me chamar. A todos: padres, religiosos(as), seminaristas, a todos os diocesanos e amigos, peço a caridade de suas preces em sufrágio de minha alma e peçam a Deus que seja misericordioso comigo, recebendo-me em sua glória. Guarulhos, 11 de março de 2009. + Luiz Gonzaga Bergonzini - Bispo de Guarulhos
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