Folha Diocesana - 185

Page 1

ANO XIV - Nº 185 - DEZEMBRO DE 2011 E JANEIRO DE 2012

“A Palavra de Deus é Viva e Eficaz.” Hb 4,12

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA


2 editorial

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

PT e Dilma são o pai e a mãe das mentiras e da corrupção

N

o dia 22 de outubro de 2010, escrevemos que “O PT é o Partido da Mentira e da Morte” . Escrevemos isso porque o PT mentiu no TSE para obter a apreensão dos documentos, apelidados pejorativamente de “panfletos”, que são legítimos, legais e verdadeiros, e porque o PT defende o assassinato de crianças inocentes, no útero de suas mães, através da a liberação do aborto. Como fizemos em 2006 e 2008, antes das eleições presidenciais de 2010, escrevemos um documento denominado “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, publicado em 01.07.2010, para orientar o voto dos fiéis de Guarulhos contra os candidatos contrários aos princípios cristãos, entre eles a candidata à presidência Dilma Rousseff, favorável à liberação do aborto. Posteriormente, a seção regional de São Paulo da CNBB, denominada CNBB-Regional Sul-1, que representa e compreende as 41 Dioceses do estado de São Paulo, produziu o documento denominado “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”, assinado por três Bispos, no qual orientou o voto contra os candidatos partidários da liberação do aborto. A CNBB-Regional Sul-1 liberou a impressão do documento para todas as Dioceses, pastorais e organizações que defendem os princípios cristãos, para que o distribuíssem a quem quisessem. A então candidata Dilma Rousseff e seu grupo político pediram, ao Tribunal Superior Eleitoral, a apreensão dos documentos – “panfletos” impressos, que ainda estavam na gráfica, sob duas alegações mentirosas: que o documento era falso e que havia crime contra o PT e contra a candidata Dilma, porque o documento dizia que o PT sempre defendeu a

liberação do aborto. A propagação contínua da mentira pelo PT e seus aliados nas eleições de 2010 - os partidos comunistas seguem a máxima do líder propagandista de Hitler, Joseph Goebbels, segundo a qual “uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”, foi tão forte que até utilizou o Bispo de Jales, Dom Demétrio Valentini, para conceder entrevista a jornal de Guarulhos e dizer que nós tínhamos cometido “crime eleitoral”. Provamos, no TSE, que o documento assinado pelos três Bispos é verdadeiro e provamos que o PT e a candidata Dilma defendem, sim, a liberação do aborto. E o Ministério Público Federal garantiu que não praticamos crime eleitoral e pediu a devolução do material para a Diocese de Guarulhos. O TSE mandou a Polícia Federal devolver o material apreendido. A documentação está todinha em nosso blog, www.domluizbergonzini.com. br. A Igreja Católica tem o direito legítimo de defender o Evangelho e seus princípios, em qualquer época. Naquele momento e de repente, a então candidata Dilma Rousseff, para enganar os católicos e cristãos, se declarou “devota” de Nossa Senhora Aparecida e até foi ao Santuário da Padroeira do Brasil. Se católica ou cristã fosse, ela deveria ter promovido uma missa antes de sua posse como presidente. Quem é católico, não precisa se envergonhar de sê-lo. Se devota de Nossa Senhora Aparecida fosse, teria, como todos os devotos têm, uma imagem da Mãe de Jesus Cristo em seu gabinete de trabalho. Em vez disso, no seu primeiro dia de trabalho, ela mandou retirar Jesus Cristo Crucificado e a Bíblia do seu gabinete. Aguardamos, ansiosamente, que ela comparecesse em Aparecida, no dia 12 de outubro de 2011, para demonstrar sua devoção a Nossa Senhora Aparecida e mostrar para todos os brasileiros e para o mundo que ela não havia enganado os cristãos brasileiros para obter votos em 2010. E que, pelo menos, confessasse e comungasse. Porém, nada disso aconteceu. O povo brasileiro está enredado por mentiras. Já vimos acima o caso da apreensão ilegal dos documentos da Igreja, nas eleições de 2010. No caso das mortes maternas dizem, mentirosa e preconceituosamente, que as mulheres morrem por serem negras ou pobres; na verdade elas morrem pela precariedade do SUS e do sistema de saúde

que lhes é oferecido (Brasil recebe condenação inédita da ONU por morte materna). A mentira gera ou tenta esconder a corrupção e interesses escusos. Lula apresentou Dilma como “gerentona” do governo, que sabia de tudo e conhecia todos os ministros. Nunca antes na história deste país houve tantos ministros, nomeados pelo presidente da república, afastados por denúncias de corrupção (AQUI). O povo brasileiro está tentando lutar contra as mentiras e a corrupção. Os brasileiros somente conseguirão combatê-las se começarem, como digo sempre, a “dar nomes aos bois”, ou dar os nomes dos pais e da mães das mentiras e da corrupção. Lembram-se como antigamente davam nomes aos bois ? Era assim: Fora Ditadura, Fora Collor, Fora FHC, e tantos outros “foras”. Agora, os brasileiros precisam fazer o mesmo. No caso do governo federal, os nomes do pai e da mãe das mentiras e da corrupção, ou maracutaias, como diziam antigamente, ou malfeitos, como dizem agora, são o PT e Dilma. No caso dos governos estaduais, os nomes são os dos governadores. E no caso dos governos municipais, os nomes são os dos prefeitos. As pessoas estão com medo de dar os nomes dos responsáveis. Não tenham medo de dizer: Fora PT, Fora Dilma, Fora (Fulano de Tal), seja governador, prefeito, deputado, vereador, enfim, fora todos os que consomem até 69 bilhões de reais em atos de corrupção, sugados dos impostos pagos com muito sacrifício pelos brasileiros. Fora os que querem afastar o povo dos princípios morais cristãos e mantê-lo sem educação, sem segurança e, principalmente, sem atendimento de saúde suficiente para garantir uma vida digna para cada brasileiro – a vida é uma dádiva divina-, desde o momento da fecundação até a morte natural na velhice. “NÃO LEVANTARÁS FALSO TESTEMUNHO CONTRA TEU PRÓXIMO”.(Ex 20,16) é o mandamento. Levantar falso testemunho é mentir, como mentiram na época das eleições e continuam mentindo. Chega de mentiras! Chega de corrupção! Não tenham medo! Vamos, juntos, restaurar os princípios morais cristãos e Mudar o Brasil. + Dom Luiz Gonzaga Bergonzini Administrador Pontifício da Diocese de Guarulhos

“... é necessário que Ele cresça.” Jo 3,30


Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

Obrigado Senhor!

E

stamos finalizando mais um ano, por absoluta gratuidade de Deus, nosso Pai. Assim é uma oportunidade de, reconhecidos, agradecermos a Deus essa dádiva gratuita de sua bondade. Particularmente, fazendo uma retrospectiva de minha gestão nesses quase vinte anos de governo de nossa Diocese, tenho muito que agradecer: a colaboração de meus Irmãos Presbíteros que muito me ajudaram na gestão dessa querida Diocese; aos religiosos(as);a colaboração das pastorais e do povo em geral, sempre atento e dócil as minhas recomendações; aos meus diocesanos em geral sempre carinhosos com minha pessoa. Especialmente, quero agradecer a Deus a enfermidade que me levou ao leito durante 19 dias no mês de agosto. Agradecer a Deus não a doença, mas a oportunidade que Ele me concedeu de, desligado de minhas obrigações nesses dias, ter me concedido a graça de uma retrospectiva de minha vida. Foi uma oportunidade de rever tudo que Deus

3 voz do pastor

me concedeu a partir de meu batismo: os pais cristãos que preparou para mim; os sacramentos que recebi na mesma paróquia onde nasci, do batismo ao sacerdócio e episcopado. Foi nesse tempo que passei a dar maior valor à oração e à bondade de Deus que permite tenhamos provações e dificuldades, não para nós castigar (Deus é bom) e sim para nos proporcionar a alegria de termos superado essas dificuldades. Até nisso, Deus manifesta seu amor por nós e sua confiança em nossa generosidade. Deus seja louvado. Finalmente, quero agradecer, de coração, a escolha de meu sucessor no governo de nossa diocese, ao mesmo tempo que solicito aos irmãos no sacerdócio, aos religiosos(as)e aos leigos de toda Diocese de Guarulhos que recebam de coração e braços abertos meu sucessor Dom Joaquim Justino Carrera, escolhido e nomeado pelo nosso Papa Bento XVI para pastorear essa grei que é a Diocese de Guarulhos. Agradeço ainda todas as graças que me

concedeu e que, pela minha limitação humana, sequer as percebi. Por tudo isso: MUITO OBRIGADO, SENHOR!

+ Dom Luiz Gonzaga Bergonzini Administrador Pontifício da Diocese de Guarulhos

enfoque pastoral

A grandeza da missão cumprida - Somos gratos

Carinho de pai zeloso pelos sacerdotes

A

Igreja de Guarulhos vive um tempo singular. Um tempo onde podemos observar atenta e vivamente a caminhada de vinte anos de uma igreja que fora guiada por um grande pastor, apaixonado pela Igreja e na grande devoção à Virgem Maria e obediente ao projeto de Jesus Cristo como

verdadeiro Apóstolo. Chegou firme e silencioso na certeza de servir a Deus no serviço aos irmãos numa caminhada que, pouco a pouco, se intensifica, aproximando-se do povo e dos seus sacerdotes. Rumo ao novo milênio fomos todos levados em uma busca de uma Guarulhos que desejamos e amamos. E assim fomos convocados como Igreja de Particular de Guarulhos a avançarmos para águas mais profundas e assim aconteceu, mergulhamos no mar da evangelização, rumando nossas comunidades a uma abertura missionária. Descobrirmos nossa missão – permanecermos na cidade, colaborando concretamente para que todos façam uma experiência com Cristo para que em Cristo todos tenham mais vida. Como a ponta da flecha, o leme do barco levou-nos a compreender que as comunidades devem ser o centro de irradiação missionária, em uma prática de formação permanente. Saindo da teoria para a prática, isto é, comunidades em estado permanente de missão, evangelizando e amando sem distinção, sem preconceitos.

“...homem de oração e testemunho.”

Vocacionado de Jesus e Maria, zeloso com as vocações religiosas e sacerdotais. Homem de oração e testemunho. Fidelidade ministerial. Grande investidor, o humano em primeiro lugar. Contemplando sua prática de vida, coloquemo-nos aos pés da Cruz de Jesus, invocando o sangue de Cristo sobre nós, em forma de bênçãos para nossa purificação e de nossa Igreja de Guarulhos. Que o precioso Sangue de Jesus se derrame sobre nossa cidade. Sobre aquelas comunidades que crescem como futuras potências, que trilhem os caminhos do progresso passo a passo evangelizando com respeito e dignidade a pessoa humana. Que possamos continuar esta missão com o povo de Deus, levando-os à conversão pelo extraordinário poder do amor e do sofrimento de Jesus! OBRIGADO DOM LUIZ Padre Francisco G. Veloso Jr Coordenador Diocesano de Pastoral


4

a infância

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

São João da Boa Vista

C

idade localizada a 223 km de S. Paulo, conhecida como cidade dos crepúsculos maravilhosos, é a terra natal de D. Luiz Gonzaga Bergonzini, aí nascido em 20 de maio de 1936, terceiro de quatro filhos. O nome da cidade deriva-se do fato seguinte: os primeiros habitantes chegaram em vésperas de São João e resolveram dar o nome do santo festejado, ao pouso onde se estalaram. Quanto ao resto do nome (da Boa Vista), explica-se pelas paisagens encantadoras que se descortinam das serras e da maravilhosa mutação de cores que essas serras apresentam aos que a admiram da cidade. O amor de D. Luiz por sua cidade natal explica-se porque passou aí a maior parte de sua vida, inclusive todo o ministério sacerdotal, até ser ordenado bispo. Seus pais, Luiz Bergonzini, sapateiro, e Aristea Bruscato Bergonzini, dona-de-casa, também eles sãojoanenses, souberam dar ao pequeno Luiz e às suas irmãs uma sólida formação humana e cristã, na simplicidade e no trabalho intenso. A família residiu numa casa alugada, até 1940, quando o pai construiu uma casa maior (porém ainda pequena, recorda D. Luiz), localizada a um quarteirão da Igreja Matriz; casa que lhe serviria de O Pai abrigo até 1965, já sacerdote. Luiz Bergonzini Quem esteve na celebração do batismo do pequeno Luiz, aos 02 de agosto de 1936, na Igreja Matriz de S. João Batista, talvez não imaginasse que aquele garoto seria o futuro P. Luizinho, o qual haveria de exercer naquela mesma Igreja o seu ministério sacerdotal por mais de três décadas. Quem sabe se no coração de sua mãe já não estava sendo alimentada a vocação do filho... A primeira comunhão foi por ele recebida devotamente aos 22 de outubro de 1944. Desde então, jamais deixou

de receber a Cristo na Eucaristia, sem falhar um dia, até hoje, como ele próprio prazerosamente testemunha. A mãe levantava-se cedo e levava as crianças para receberem a santa comunhão às 06 da manhã, sempre na Igreja Matriz; depois, sim, iam para a escola, no caso o Grupo Escolar da cidade. Já recebera na mesma Igreja o Sacramento da Confirmação, pelas mãos de D. Manoel S. Delboux, aos 07 de setembro de 1940. Menino tímido, jogava bola sozinho, pois não tinha irmãos. Timidez que desaparece no convívio mais íntimo com a família. Eram tempos sem TV (ainda não existia), sem rádio, sem telefone, sem chuveiro; banho frio o ano inteiro. Cozinhar? Só em fogão de lenha. D. Luiz se lembra nitidamente do primeiro fogareiro (elétrico) ganho pela mãe: era de uma só boca, posto em destaque na sala, para fazer chá e café... um luxo! O menino gostava mesmo era de batatas fritas...E a vida seguia sem complicações nem grandes novidades, temperada pelas festas religiosas, especialmente a de S. João Batista, Dom Luiz e sua com novena, folguedos mãe Aristeia em Milão e quermesse.

“... é necessário que Ele cresça.” Jo 3,30


Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

5

o chamado

“Você quer ser padre?” O

chamado vocacional fez-se ouvir no coração do pequeno Luiz por volta dos 10 anos de idade, quando, durante os festejos de um jubileu de ouro de ordenação sacerdotal, o Reitor do Seminário da Diocese de Ribeirão Preto, à qual pertencia a cidade naquele tempo, aproximou-se e perguntou: Você não quer ser padre? O menino respondeu decididamente que sim. O Reitor deixou então a lista do enxoval com o vigário local, que chamou o pai para conversar. Grande expectativa no coração do garoto que, ao ouvir os passos do pai retornando da casa do vigário, foi correndo esconder-se no quarto. A ansiedade só passaria no dia seguinte, quando o pai permitiu sua entrada no Seminário.

Visitas aos familiares, somente durante as férias, que ocorriam em junho, dezembro e janeiro. Durante as férias, o jovenzinho seminarista Luiz Gonzaga cumpria expediente na paróquia de S. João da Boa Vista, próxima à casa de seus pais e por eles freqüentada. Neste tempo de férias do seminário, o jovem Luiz exercia um trabalho semelhante ao dos secretários paróquias de hoje, o que lhe serviu de preparação para seu futuro ministério sacerdotal. D. Luiz guarda boas lembranças dos tempos de sua infância e adolescência, decorridas praticamente no Seminário, preparando-se para viver o ideal que lhe abrasava o coração.

SEMINÁRIO MAIOR Os anos de estudo do Seminário Maior, que compreendia os cursos de Filosofia e Teologia, transcorreram no Seminário Central Imaculada Conceição, Ipiranga, São Paulo, onde hoje funciona a Faculdade Pontifícia Nossa Senhora da Assunção. Eram centenas de seminaristas, vindos de várias dioceses, levando vida em comum, de estudo e oração, marcada por uma disciplina que os prepararia para o futuro ministério sacerdotal. A maioria dos professores eram sacerdotes e residiam também no Seminário. As disciplinas eram lecionadas em latim; as provas e os exames orais também eram respondidos em latim. Muitas horas eram consumidas no árduo estudo.

Seminário Menor Maria Imaculada de Ribeirão Preto

Somente os alunos da teologia é que podiam sair um pouco no final de semana para algumas horas de atividade de apostolado nas paróquias. Marcando as etapas da formação sacerdotal, havia as chamadas Ordens Menores, hoje equivalentes, de certo modo, aos ministérios de leitor e acólito. Essas ordens eram conferidas aos candidatos ao sacerdócio, preparando-os gradativamente para sua missão. Eram elas: ostiariato, leitorado, exorcismo e acolitado.

SEMINÁRIO MENOR Assim, aos 10 anos e meio de idade, o menino Luiz Gonzaga é encaminhado para o Seminário Menor Maria Imaculada de Ribeirão Preto, e inicia a sua caminhada rumo ao sacerdócio. Quantos sonhos, quantas perspectivas se abrindo. Quanto caminho a percorrer! O ritmo do Seminário era marcado por uma disciplina, que incluía um horário comunitário iniciado às 5h30, hora do despertar. Logo em seguida, a oração, a meditação e a santa missa. Tudo em latim! No começo, a compreensão era difícil, mas à medida do progresso nos estudos e com as diversas aulas do idioma latino, ficava mais fácil tomar parte nas liturgias.

Faculdade Pontifícia Nossa Senhora da Assunção

“... zeloso pelas vocações ; religiosas e sacerdotais.”


6

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

seminarista

“O Senhor te revista do novo homem” RITUAL DE TONSURA

P

recedendo as Ordens Menores, ocorria a tonsura, que consistia no corte cerimonial dos cabelos. A primeira tonsura era uma cerimônia, realizada durante a santa missa, mediante a qual aquele que era chamado ao sacerdócio consagrava-se a Deus de um modo especial e se tornava apto para receber as sagradas ordens. Consistia essencialmente na renúncia às vaidades do mundo, pelo rito simbólico do corte dos cabelos. Pela recepção da tonsura, o seminarista deixava de ser leigo e passava a pertencer ao Clero, tornando-se clérigo, com todos os seus direitos e deveres. Clérigo significa herança, porque aquele que recebia a tonsura clerical era chamado ao serviço da Santa Igreja, tendo a Deus por sua única herança, como diz o salmo cantado na ocasião: Dominus pars et hereditatis meae (O Senhor é a porção da minha herança – Sl 15,5). Os cabelos do tonsurado eram cortados em forma de cruz, enquanto o bispo dizia:

“O Senhor é a parte que me cabe em herança e em sorte. Sois vós, Senhor, que me restituireis a mim a minha herança”. Concluindo-se a cerimônia, o clérigo era revestido da sobrepeliz, uma veste litúrgica branca a ser usada sobre a batina durante os ofícios divinos. O Bispo, entregando a veste, dizia: “O Senhor te revista do novo homem que segundo Deus foi criado na justiça e na santidade da verdade”. Depois, o tonsurado ouvia do Bispo algumas exortações para caminhar na virtude, a que respondia “libenter” (com muito gosto), devendo rezar sete salmos penitenciais e algumas orações próprias.

gelho e, ainda, as leituras da Liturgia das Horas. Ademais, era-lhe conferida a missão especial,dentro do povo de Deus, de instruir na fé crianças e adultos, para receberem dignamente os sacramentos. Em 1958, D. Luiz tornava-se exorcista e acólito. Ao Exorcista (o que expulsa espíritos maus) competia auxiliar o sacerdote na função de expulsar os demônios, por meio de orações instituídas pela Igreja. O exorcista também preparava as diferentes coisas necessárias para a bênção. Ao Acólito (do grego antigo acólitós = aquele que segue) cabia auxiliar o diácono e ministrar ao sacerdote nas ações litúrgicas, sobretudo na celebração da missa. Também era sua função cuidar do altar.

O SUBDIACONATO Em 07 de dezembro de 1958, o seminarista Luiz Gonzaga Bergonzini, terminando o terceiro ano de teologia, recebia a ordem do Subdiaconato, o que ocorreu na Igreja N. S. Fátima, do Sumaré, SP. Por ocasião do subdiaconato, o candidato ao sacerdócio assumia o dever de rezar pela Igreja através da oração do Breviário e emitia o voto de celibato, renunciando ao matrimônio por amor ao Reino de Deus. Oficialmente, eram funções do subdiácono: - Servir o diácono na Missa;

O seminarista Luiz Gonzaga Bergonzini recebeu a tonsura aos 12 de fevereiro de 1956, no início do primeiro ano de teologia, conforme o costume.

- Preparar o pão e o vinho e os vasos sagrados para o Santo Sacrifício;

AS ORDENS MENORES

- Apresentar o cálice e a patena no ofertório;

Conforme a disciplina da época, o jovem seminarista Luiz Gonzaga Bergonzini recebeu as Ordens Menores ao longo do segundo e do terceiro ano de teologia, após o grande retiro anual e as devidas avaliações, sempre na Igreja N.S. da Assunção, Capela do Seminário Central do Ipiranga, SP. Assim, no início do segundo ano de teologia, ou seja, em 1957, tornou-se Ostiário e Leitor.

- Pingar água no vinho para a Eucaristia; - Cantar solenemente a Epístola (“Primeira Leitura”);

Ao Ostiário (do latim Ostiarius: porteiro) competia tomar conta das chaves e da porta dos templos. Também era incumbido de, em alguns lugares, tocar os sinos e cuidar do templo.

- Segurar o livro para que o diácono pudesse cantar o Evangelho;

Ao Leitor (Do latim Lector: aquele que lê) cabia fazer a leitura da Palavra de Deus, na assembléia litúrgica. E assim, tanto na missa, como nos outros atos sagrados, era o responsável por proferir as leituras da Sagrada Escritura, exceto o Evan-

- Lavar os Santos Linhos, levar a cruz nas procissões.

“... é necessário que Ele cresça.” Jo 3,30

Igreja Nossa Sennhora de Fátima - Sumaré - SP


Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

C

7

as ordens

Ordenação Diaconal

om o coração exultante, o jovem subdiácono Luiz Gonzaga seria em breve ordenado diácono, o que ocorreu durante solene celebração na Igreja Nossa Senhora da Assunção, Capela do Seminário Central do Ipiranga. D. Luiz lembra-se, com alegria, de poder, desde então, distribuir a Sagrada Comunhão, sendo sua mãe e irmã as primeiras pessoas a receber de suas mãos o Pão da Vida, pois, mesmo tendo tomado parte na ordenação diaconal, ambas aguardaram o fim da missa para receber diretamente das mãos do novo diácono a Santa Comunhão. D. Luiz guarda na memória a singela alegria do novo diácono em poder realizar gesto tão simples e ao mesmo tempo tão significativo. Naquele tempo, não havia ministros extraordinários da distribuição da comunhão, podendo apenas o sacerdote distribuí-la durante a missa. Os diáconos podiam ministrar a santa comunhão somente fora da missa. A entrega desta ordem fazia-se, como hoje, pela imposição solene das mãos do bispo e por uma invocação sobre os ordenados, segundo as institui-

ções dos Apóstolos, de acordo com o preceito divino. As atribuições diaconais daquele tempo não diferem muito das atuais: ao diácono competia apresentar ao sacerdote a patena com a hóstia, deitar o vinho no cálice, sustentar o cibório na distribuição da Eucaristia , batizar, proclamar o evangelho, fazer a pregação ao povo, dirigir à assembléia dos fiéis certas monições, realizar os ritos exequiais e administrar os sacramentais (bênçãos), conforme a necessidade. Sabemos que o Diácono São Estevão pregava, e que o Diácono Filipe batizava. O diácono São Lourenço administrava os bens eclesiásticos, especialmente para ajudar os pobres. Esses traços da tradição quanto ao diaconato permanecem vivos até hoje. É verdade que, mesmo após a ordenação, o diácono Luiz Gonzaga ainda deveria continuar os estudos eclesiásticos por mais algum tempo, também após a sua ordenação sacerdotal, que teria lugar em junho daquele mesmo ano, ou seja, em 1959.

“Tu és sacerdote para sempre.” S

ão João da Boa Vista, SP, 29 de junho de 1959, Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo: a partir da casa da Família Bergonzini, forma-se uma procissão com as associações religiosas (Apostolado da Oração, Congregação Mariana, Filhas de Maria entre outras), e muitíssimos Durante a cerimônia de ordenação sacerdotal fiéis. Tinham ido “escoltar” o jovem Diácono Luiz Gonzaga Bergonzini, ilustre filho da cidade, que rumava de sua casa paterna para a Igreja Paroquial de S. João Batista, padroeiro da cidade, onde seria ordenado sacerdote. Como também relata o historiador João Baptista Scannapieco, presidente do Arquivo Municipal Público e Histórico “Matildes Rezende Lopes Salomão” – Membro da Comissão que prepara o jubileu da Diocese de São João da Boa Vista:

a grande festa! Monsenhor Antonio David, como sempre, preparou e comandou o grande acontecimento!” “O jovem Luiz, de 23 anos, se preparava para sua ordenação à porta da residência do casal Luiz Bergonzini e Aristea Bruscato, para levar o futuro sacerdote até à Igreja Matriz. Bandeiras e estandartes marcavam a presença das irmandades religiosas, com fitas e trajes de gala. Não faltou a Cruzada Eucarística da qual Padre Luizinho saiu para cursar o seminário. Banda de música e fogos, patrocinados pelas autoridades locais e por amigos, fechavam o cortejo”. Scannapieco, João Baptista

“Na manhã fria, típica de nossa cidade, o sol anunciava o dia 29 de junho de 1959. Era uma segunda feira, porém, festiva, os sinos da Igreja Matriz de São João da Boa Vista, hoje Igreja Catedral, iniciaram a alvorada, convidando os sinos das outras igrejas e capelas da cidade a se unirem ao badalar festivo, para acordar o povo sanjoanense para

“... defensor da vida, paciente, corajoso e atencioso.”


8

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

as ordens

A

Imposição das mãos de Dom Luis do Amaral Mousinho

mesma Igreja em que renascera pelas sagradas águas batismais, aos 02 de agosto de 1936; recebera o Sacramento da Confirmação, em 07 de setembro de 1940; onde, pela primeira vez fizera a Santa Confissão, em 21 de outubro de 1944, para, no dia seguinte, com o coração puro e a alma iluminada, receber a Santa Eucaristia pela primeira vez. Datas tão significativas que foram cuidadosamente anotadas nos registros pessoais e em sua memória. Quantas orações e santos desejos o haviam acompanhado durante aqueles doze anos de Seminário! Quantos desafios enfrentados e vencidos! Quantos sacrifícios assumidos! O menino simples, que tão cedo ingressara no Seminário, após longo período de intensa pre-

paração humana, espiritual e intelectual, agora entrava na Igreja para dali sair sacerdote do Senhor. Não pensava talvez que naquela mesma Igreja haveria de exercer por mais de três décadas o ministério sacerdotal, até ser nomeado Bispo de Guarulhos, em 1991. De fato, através do ministério sacerdotal, é o próprio Cristo que está presente em sua Igreja, como Cabeça do seu corpo, Pastor do seu rebanho, Sumo-Sacerdote do sacrifício redentor, mestre da verdade. É o que a Igreja exprime quando diz que o padre, em virtude do sacramento da Ordem, age in persona Christi Capitis – na pessoa de Cristo Cabeça. Cristo é a fonte de todo o sacerdócio: pois o sacerdócio da antiga lei era figura d’Ele, ao passo que o sacerdote da nova lei age na pessoa d’Ele.

A Nomeação como Bispo Diocesano

Ao ser nomeado bispo, D. Luiz reflete sobre seu chamado vocacional e o início de seu ministério:

“Sentindo grande entusiasmo pelo sacerdócio, ainda criança, entrei para o Seminário onde pouco a pouco o germe da vocação foi desenvolvendo, chegando à maturidade e à minha consagração total a Deus, por Cristo, na Igreja, para a Salvação dos Homens”. + Dom Luiz Gonzaga Bergonzini Bispo de Guarulhos

Primeira foto como Bispo Diocesano

Carta do Papa pelos 50 anos de ordenação sacerdotal Ao Venerável Irmão LUIZ GONZAGA BERGONZINI Bispo de Guarulhos

A

ti, Venerável Irmão, que na próxima solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, celebrarás o jubileu de ouro do Sacerdócio, enviamos de coração esta carta para comunicar-te os sentimentos de alegria do nosso ânimo e ao mesmo tempo para significar aquela fraternal comunhão que nos une no Episcopado. Por ter também conhecido a tua pronta dedicação no exercício do ministério, queremos nesta ocasião nos congratular contigo pelos muitos trabalhos feitos e lembrar os momentos mais importantes do teu apostolado. Jovem, sentindo-te chamado ao serviço de Deus, depois de haver completado os cursos dos estudos no Seminário do Ipiranga na Arquidiocese de São Paulo no Brasil, conseguiste a licença em Filosofia e Teologia Dogmática. Aceitaste o sacerdócio e pela Diocese de S. João da Boa Vista no Brasil; com consciência e zelo exercitaste alguns ministérios. Foste então, entre outras coisas, coadjutor paroquial, cura da Igreja Catedral, chanceler da Cúria, Moderador do movimento “Cursilhos de Cristandade”, professor e vice- Reitor da Faculdade Pública de Ciências Econômicas da mesma cidade episcopal, coordenador de pastoral e Vigário Geral. No ano de 1991, nosso predecessor João Paulo II, de feliz memória, te nomeou Bispo da Diocese de Guarulhos, porque eras

dotado das necessárias capacidades e experiente em assuntos eclesiais. No pastoreio da Diocese de Guarulhos tu fizestes com que os fiéis que te foram confiados fossem solícitos na caridade, alegres na esperança, alicerçados em uma firme fé, e também assíduos às mesas do pão eucarístico e da divina palavra. E entre outras coisas temos conhecido a diligente dedicação com a qual realizaste idôneas estruturas eclesiais e a tua fidelidade e obediência à Sé Apostólica. Por tudo isso, reconhecemos teus méritos com um justo elogio. Portanto celebrando uma assim fausta memória do teu sacerdócio, ó Venerável Irmão, alegra-te em Deus, que te cumulou de tantos dons, e solta com gratidão este cântico de louvor “Bendize ao Senhor, ó minha alma...Vou cantar para o Senhor enquanto eu viver, louvarei o meu Deus, enquanto existir.” (Sl 104, 1.33). Saibas, portanto que nós, sucessor do bem-aventurado Pedro e Vigário de Cristo, estaremos presente contigo naquele dia de festa com o nosso espírito e sobretudo com as nossas preces, com as quais pedimos ao Bom Pastor, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, para ti, ó benemérito Prelado, sobretudo os dons celestes e muitos anos plenos de alegria, consolação e paz. Tendo comunicado de bom grado estas coisas, a ti, Venerável Irmão, e por meio de ti à caríssima comunidade eclesial de Guarulhos, concedo de coração a Bênção Apostólica. Do Palácio do Vaticano, 27 de maio de 2009, quinto do nosso Pontificado.

“... é necessário que Ele cresça.” Jo 3,30

Benedictus PP. XVI


Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

9

pastoral

Brasão de Armas de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini

O

Escudo de S. Excia., na sua forma heráldica, lembra o escudo de Dom TomásVaquero, Bispo Emérito de São João da Boa Vista, que durante 28 anos foi o seu bispo. O fundo azul é símbolo de Maria que sempre esteve presente na vida do novo bispo: Lembra os seus seminários: “Maria Imaculada” de Ribeirão Preto (seminário menor) e “Imaculada Conceição do Ipiranga” (seminário maior). Orago da Diocese onde inicia o seu ministério episcopal (Imaculada Conceição).Sob proteção de Maria Imaculada Conceição coloca o novo bispo o seu ministério episcopal. O Cordeiro, retirado do escudo de sua terra natal, São João da Boa Vista, simboliza o local onde nasceu e passou toda sua vida de cidadão, cristão e sacerdote. O livro aberto (Bíblia), Cesto de Pães e Báculo, sim-

E

Trechos de sua primeira carta apostólica

m sua primeira carta pastoral, D. Luiz assim se expressava: “Temos consciência que a tarefa é árdua, espinhosa, difícil. Temos consciência de que somos limitados e fracos, mas anima-nos o saber que a tarefa não é nossa, mas também e principalmente d´Ele. O grande Apóstolo das Gentes, São Paulo, tinha consciência disso, quando afirmava, confiança na graça de Deus “Tudo posso naquele que me

bolizam as missões essenciais do Bispo: ensinar,santificar, governar. O livro significa o Cristo palavra que deve ser anunciado a todos sem distinção; O cesto de Pães lembra o Cristo Vida que é comunicado aos homens, de modo especial pelos sacramentos, tendo como ápice a Eucarístia; O Báculo significa o Cristo Pastor que orienta, protege e dirige as ovelhas, usando do cajado para protegê-las. O lema “Oportet Illum Crescere” (“… é necessário que Ele cresça…”) (Jo. 3,30) define, usando palavras de São João Batista, a entrega total de sua vida à missão evangelizadora de fazer o Cristo conhecido, amado e servido, como fez oBatista, até mesmo com o sacrifício da própria vida, se preciso for (“…e que eu diminua”), procurando sempre promover o Cristo e nunca a si mesmo.

dá forças” (Flp. 4,13). O próprio Cristo nos alerta para essas dificuldades quando diz aos Apóstolos “No mundo tereis aflições…” mas acrescentava:”…tende confiança, Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Se estivermos realmente preocupados em “estar” com Ele, em “conviver” com o Cristo, em fazer a “sua” vontade, em “viver a sua vida”, Ele estará conosco, viverá em nós e então, participaremos também da “sua vitória”. Seria desastroso

“Não temais, pequeno rebanho”

se, em nossa atividade pastoral procurássemos a “nossa” glória, a “nossa promoção” a “nossa vitória”. Se dispensarmos o Cristo e sua graça, confiando unicamente em nossas forças, recursos e capacidades pessoais, ficaremos sozinhos e a derrota será total: pois além de não vencermos, estaríamos impedindo a Cristo de lutar ao nosso lado e vencer juntamente conosco.(BERGONZINI, Luiz Gonzaga, 2009).”

(Lucas 12, 32)

Trechos de sua carta enviada à todos os diocesanos pela repercursão de sua luta em defesa da vida. Queridos Diocesanos,

“Sei que muitos de vós estais sofrendo diante das notícias que circulam nos meios de comunicação envolvendo o nome do Bispo de Guarulhos e da nossa Diocese. Com o coração de Pastor dessa porção do Povo de Deus, tomei a decisão de escrever-vos e partilhar a verdade daquilo que realmente aconteceu e está acontecendo, a fim de sanar as inúmeras dúvidas para que a paz e a serenidadese restabeleçam em vossos corações.” “Não tenho dúvida de que a polêmica sobre a legalização do aborto foi um dos elementos que fez com que as eleições para o cargo de Presidente da República tenha do para o segundo turno. O povo brasileiro quis refletir melhor sobre o que realmente pensam os candidatos sobre o princípio bíblico “ Não Matarás” (Êxodo 23,7); o povo começou a discutir o assunto. A falácia de que o “aborto é caso de saúde pública” perdeu a eficácia; a afirmação de que o aborto é uma agressão ao corpo da mulher foi desmascarada, e a sua real definição se impôs: aborto é antes de tudo assassinato de indefeso.” “Agradeço aos milhões de cristãos e cidadãos anônimos que unem-se ao meu clamor pela vida dos pequeninos indefesos. Agradeço de todo coração às vozes solidárias e compreendo aqueles irmãos que não puderam permanecer comigo aos pés da cruz.” 22 de outubro de 2010

Revista Época

11 de dezembro de 2010

“... jamais reclamou ou se lamentou de sua dor, de sua enfermidade.”


10

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

em defesa da vida

Dom Luiz é eleito 1 entre os 100 líderes mais influentes do país Ao condenar os candidatos a favor do aborto, o bispo de Guarulhos causou polêmica na campanha presidencial. DOM LUIZ é o símbolo do sacerdote: apaixonado pelo Evangelho e por Jesus Cristo. Para ele e para a Igreja Católica, a vida deve ser preservada desde a fecundação até a morte natural. As duas manifestações do papa, sobre as eleições e as responsabilidades dos bispos, provaram que Dom Luiz está em sintonia com o Vaticano. Ele defendeu no TSE o documento “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, elaborado

pela CNBB-Regional Sul-1. O parecer do Ministério Público Federal confirmou que os temas de interesse de entidades ou grupos sociais devem ser discutidos nas eleições. Segundo especialistas, esses fatos colocaram em debate a “agenda de valores” e levaram a eleição ao segundo turno. A FGV constatou que a credibilidade da Igreja Católica subiu 20 pontos e passou de 34% para 54%, em segundo lugar, atrás apenas do Exército. Revista Época - Dezembro de 2010

Dom Luiz recebe prêmio internacional por sua luta em defesa da vida A associação Human Life International, entrega a Sua Excelência Dom Luiz Gonzaga Bergonzini o Prêmio Von Galen, em reconhecimento pelo heroico cumprimento de sua missão episcopal. O Prêmio Von Galen foi instituído pela Human Life International para lembrar o bem-aventurado Cardeal Cle-

mens August von Galen. Ele foi o heroico bispo de Munster na Alemanha, que sob a perseguição do Nazismo, denunciou as injustiças gritantes do regime - injustiças muito semelhantes àquelas hoje cometidas por governos na maioria dos países ocidentais. fonte: www.humanlife.org

Revista Veja entrevista Dom Luiz Bergonzini Este bispo da Igreja Católica mantém uma página na Internet em que trava o bom combate. Suas mensagens estão afinadas com a Igreja a que ele serve e com a orientação do papa Bento 16. Ser católico é uma opção, não uma imposição. E Dom Luiz defende abertamente os princípios de sua Igreja. Progressista é defender a vida. Reacionário é defender a morte, em especial de quem não tem mesmo a chance

de tentar escapar. Nada pode ser mais asqueroso do que esses heróis e essas heroínas que travam uma árdua batalha contra os… fetos humanos. Quem anda em companhia dessa gente ou lhe dá o braço será sempre cúmplice de seu crime moral, ainda que a prática deixasse de ser um crime do ponto de vista legal. Por Reinaldo Azevedo

Repercussão na Mídia

Frases e trechos de Dom Luiz em resposta a jornalistas:

Igreja dá salto no ranking da confiança

Trecho da Carta resposta à jornalista ELIANE BRUM da revista época

Instituição passou de 7º para 2º lugar, diz levantamento da FGV; para pesquisadora, polêmica do aborto na campanha eleitoral impulsionou índice.

“O amor não significa falta de punição. Dar amor aos filhos significa, também, corrigi-los. O pecador tem a penitência. O criminoso precisa cumprir a pena do crime que cometeu” Dom . “No amor que defendo, a pessoa está disposta a dar a própria vida pela pessoa amada, como fez Jesus Cristo e pregou aos seus seguidores, entre os quais me coloco”. Carta resposta ao jornalista Marcos Rolim e Zero Hora (Porto Alegre) “A imprensa poderia esclarecer que até 30% de todas as gravidezes não chegam ao final, a criança não nasce viva, mesmo com todos os exames e atendimentos do pré-natal, por causas naturais. São abortos espontâneos, que abortistas transformam em números de abortos clandestinos. Em 2009, as curetagens do SUS somaram 183.000, decorrentes de abortos espontâneos”.

Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo - 17 de novembro de 2010 | 20h34 SÃO PAULO - A confiança da população nas instituições sofreu mudança importante no último trimestre. É o que revela pesquisa do Índice de Confiança na Justiça (ICJ Brasil), produzido pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (Direito GV). Enquanto o Judiciário ficou em situação desconfortável, empatada com a polícia e à frente apenas do Congresso e dos partidos políticos, a Igreja saltou do 7.º lugar para a segunda posição. Para Luciana Gross Cunha, professora da Direito GV e coordenadora do ICJ Brasil, a controvérsia sobre o aborto travada entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais pesou decisivamente para o aumento do índice de confiança na Igreja.

“... é necessário que Ele cresça.” Jo 3,30


11

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012 Agenda de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini Dezembro 2011

Data Dia 17 Dia 18 Dia 19 Dia 21 Dia 22 Dia 23 Dia 24 Dia 25 Dia 28

Hor. 19:30 19:30 19:30 19:30 09:00 20:00 19:30 20:00 10:00 19:00 19:30

Atividade e Local Crismas Par. Santa Rosa – Recreio São Jorge Visita Past. Cap. N. Sra. Medianeira – Taboão Visita Past. Cap. Sto. Expedito – Taboão Visita Past. Cap. N. Sra. de Guadalupe – Taboão Manhã de Oração do Clero – Lavras Visita Past. Par. Sto. Alberto – Cap. N. Sra. Aparecida Visita Past. Par. São Francisco de Assis – Gopoúva Missa Catedral Visita Past.. Par. Sto. Antônio do Parque Visita Past.. (Encerramento) Pres. Dutra visita Past. Cap. Sagrada Família – Taboão

Agenda de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini Janeiro 2012

Data Dia 01 Dia 03 Dia 04 Dia 07 Dia 08

Dia 09 Dia 10 Dia 11 Dia 12 Dia 13 Dia 14 Dia 15

Dia 17 Dia 18 Dia 19 Dia 20 Dia 21 Dia 22 Dia 25 Dia 26 Dia 29

Hor. 19:00 20:00 20:00 19:30 08:00 10:30 18:00 19:30 19:00 19:00 19:00 19:30 19:30 09:00 11:00 18:00 20:00 08:00 19:00 19:00 19:30 08:00 19:30 07:00 15:00 20:00 20:00 18:00

Atividade e Local Catedral Visita Past. Par. S.C Jesus Cap. São Francisco Idem Cap. Santa Paulina Visita. Past. Par. São João Batista – Cap. São Camilo Visita Past. Par. Sta. Mena Cap. N. Sra. Aparecida Visita Past. Par. Sto. Antônio Gopoúva Visita Past. Par. São João Batista – Cap. São Paulo Aposto Visita Past. Par. Sta. Rita – Jd. Palmira visita Past. Par. São João Batista – Cap. São Mateus Visita Past. Sto. Antônio Gopoúva – Cap. São Judas Tadeu Visita. Past. Par. São João Batista – Cap. Sta. Cecília Visita Past. Cap. Sta. Inês – Taboão Idem Cap. N. Sra. Aparecida – Taboão Idem Cap. Sta. Maria - Taboão Missa Catedral Visita Past. Par. São João Batista Cap. N. Sra. das Graças Visita Past. Par. S.C de Jesus Cap. N. Sra. de Fátima Visita. Past. Par. São João Batista – Cap. São Francisco Visita Past. Par. Sta. Mena Cap. N. Sra. de Fátima Vista Past. Par. Sta. Mena Vista Past. Par. Sto. Antônio Gopoúva – Cap. N. S. Sion Visita Past. Par. São João Batista – Cap. São João Batista Par. Sta. Mena Cap. São Judas Visita Past. Par. São João Batista (Encerramento) POSSE DE DOM JOAQUIM JUSTINO CARRERA Visita Past.Par. S. C. de Jesus Cap. N. Sra. Esperança Visita Past. Par S. C. de Jesus - Encerramento Encerramento Visita Past. Par. Sta. Cruz - Taboão

Calendário Diocesano de Pastoral - Janeiro 2012 Data 07(sáb) 07(sáb) 08(dom) 08-15 14(sáb) 15(dom) 17(ter) 18(quar) 21(sáb) 21 (sáb) 21 (sáb) 22(dom) 26-29 27-29 27(sex) 28(sáb) 28 (sáb) 29(dom)

Hor. 17:00 17:00 09:00 15:00 15:00 13:00 14:30 15:00 8-16 09:00 15:00

13:00 15:00 08:00 15:00

Organização Past. Sobriedade PJ – forania Fátima PJ PJ Past. Educação Pastoral Criança Pastoral Criança PPI Legião de Maria COMIDI Vicentinos Shalom PJ Pastoral Criança CDDV Vicentinos Legião de Maria

Atividade Reunião do FOMAD Planejamento Coordenação Diocesana Ampliada Nacional Eleição colegiada Missa – 2 anos Dra. Zilda Coordenação Diocesana Equipe Diocesana Reunião Comitium Retiro Diocesano Conselho central Posse Dom Joaquim Acampamento jovem CDL Diocesano Coordenação Diocesana Reunião Equipe Congresso Cons.Central Formação - Praesidia

Local Adamastor - Centro Sta Luzia - Alvorada CDP – sala 05 Maringá - PR Catedral Catedral Sede da Pastoral Sede Past. Criança CDP – sala Dom Luiz Santuário Bom Jesus Cumbica Thomeozão Mogi das Cruzes São José Sede da Pastoral Catedral Cumbica CDP – sala Dom Luiz

Aniversariantes Dezembro 2011

Janeiro 2012

Dia 03 - Pe. José Alexandre dos Santos (O) Dia 03 - Pe. Welson Oliveira Nogueira (O) Dia 05 - Pe. Francisco G. Veloso Jr. (O) Dia 08 - Pe. Joaquim Rodrigues (O) Dia 08 - Pe. Cleber Leandro de Oliveira (O) Dia 21 - Pe. Ednaldo Oliveira Carvalho (N) Dia 25 - Pe. Dr. Antonio Carlos Frizzo (N)

Dia 01 - Pe. Eduardo Wieczorek (N) Dia 09 - Pe. Savério Lipori (N) Dia 16 - Pe. Antonio Testa (O) Dia 17 - Pe. Antonio Bosco da Silva (N) Dia 18 - Pe. Paulo Leandro da Silva (N) Dia 21 - Pe. Giovanni Banchio (N) Legenda: O - Ordenação | N - Nascimento

A Dom Luiz queremos dizer: “Se nossas palavras ainda portarem algum quê de pobreza, continue fazendo da Palavra de Deus sua mais bela e preciosa riqueza; Se nossas palavras não forem pão que sacia e alegra o coração, continue se alimentando de Cristo, o mais belo e precioso Pão que, como Sacerdote, partiu, comungou e distribuiu com amor e dedicação ao longo destes anos. “Amparado, amado, acompanhado pelo Imaculado Coração de Maria, Padroeira de nossa Diocese, graças e bênçãos jamais faltarão, porque abundantemente serão derramadas”. Pe. Otacilio F. de Lacerda

“... sempre amparado por sua devoção à Imaculada Conceição.”


12 devoção

H

Folha Diocesana de Guarulhos | Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012

Imaculada Conceição de Maria

á poucos dias celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição, Padroeira de nossa Diocese. E, é sempre muito enriquecedor debruçar sobre o que a Igreja nos diz sobre esta mulher tão singular na História da Salvação; mulher tão cheia de graça e pureza. Em o8 de Dezembro de 1854 o Papa Pio IX definiu solenemente o Dogma da Imaculada Conceição em sua Bula “Ineffabilis Deus”. Uma verdade crida e proclamada desde então por toda a Igreja. Maria na Liturgia oriental é chamada de Intemerata, ou seja, pura, íntegra; toda bela e formosa, lírio da inocência, mais pura que os anjos e mais esplendorosa que o sol! No Prefácio da Missa da Imaculada Conceição rezamos assim: “… Puríssima deveria ser na verdade aquela da qual nos nasceria o Salvador, Cordeiro sem mancha, que tira os nossos pecados. Escolhida entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de Vosso povo…”. Deus quis que Seu Filho tivesse uma mãe especial, puríssima e plenamente agraciada, cheia do Espírito Santo. Uma mãe inteiramente para Deus, traduzindo sua vida em fidelidade, amor, confiança, disponibilidade e serviço. Quis preparar para Seu Filho uma morada pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo pecado, em previsão dos méritos dEle. Assim, Deus escolheu e predestinou Maria, a Mãe Imaculada, sem pecado, preservada de toda mancha, para viver total fidelidade a Ele e nos conceder a graça da acolhida do Salvador, sob a sombra do Espírito. Como a “Nova Eva” nos ensina a romper toda autossuficiência simbolizada pela serpente desde a origem do mundo na criação: “Do antigo adversário nos veio a desgraça, mas do seio virginal da Filha de Sião germinou Aquele

que nos alimenta com o Pão do Céu e garante para todo o gênero humano a salvação e a paz. Em Maria, é nos dada de novo a graça que por Eva tínhamos perdido. Em Maria, mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida…” (cf. Prefácio II Advento – Maria, a nova Eva). Quão belas são também as palavras de Santo Anselmo, (Bispo séc. XII): “Ó mulher cheia e mais cheia de graça, o transbordamento de tua plenitude faz renascer toda criatura!... Ele que pode fazer tudo do nada, não quis refazer sem Maria o que fora profanado. Por conseguinte, Deus é o Pai das coisas criadas, e Maria é a mãe das coisas recriadas. Deus é o Pai da criação universal e Maria a mãe da redenção universal. Pois, Deus gerou Aquele por quem tudo foi feito, e Maria deu à luz Aquele por quem tudo foi salvo. Deus gerou Aquele sem o qual nada absolutamente existe, e Maria deu à luz Aquele sem o qual nada é absolutamente bom. Verdadeiramente o Senhor é contigo…” (cf. Lit. Horas Vol. I - p. 1043). Com a Festa da Imaculada Conceição ao mesmo tempo celebramos a Festa da Santidade; vivida por Maria plenamente e querida por Deus para todos nós. Para tanto ela sempre nos aponta o seu Filho como Aquele que deve ser ouvido. Se fizermos tudo o que Ele nos disser, não há dúvida que já estaremos no caminho da santidade e da santificação do mundo e, consequentemente, a caminho da glória dos céus, onde ela já está junto de seu Filho, pois por sua Assunção tornou-se Mãe e Rainha do Céu. Pe. Otacilio F. Lacerda CODIPA

nomeação de Dom Joaquim

O

papa Bento 16 nomeou, nesta quarta-feira (23), dom Joaquim Justino Carreira bispo diocesano de Guarulhos, na Grande São Paulo, transferindo-o da Arquidiocese de São Paulo, onde exercia a função de vigário episcopal para a Região Santana. Dom Joaquim sucede a dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que teve sua renúncia aceita pelo papa, por ter alcançado o limite de idade canônica (75 anos). A posse de dom Joaquim como terceiro bispo diocesano de Guarulhos ocorrerá no dia 22 de janeiro de 2012 às 15:00h no Ginásio Poliesportivo Paschoal Thomeu, 0 Thomeuzão, que está localizado à Rua João Antônio Bernardes, s/n, Bom Clima, Guarulhos.

IMPRESSO ESPECIAL

7220993744 - DR/SPM MITRA DIOCESANA Responsáveis: Pe. Francisco G. Veloso Jr. - coordenacao@diocesedeguarulhos.org.br Jornalista Resp.: D. Luiz Gonzaga - MTB. 123 - domluiz@diocesedeguarulhos.org.br Secretária: Caetana Cecília Filha | Revisão: Pe. Antônio Zafani Editoração Eletrônica: Luiz Marcelo Gonçalves - webmaster@diocesedeguarulhos.org.br Impressão: NEO GRAF - Indústria Gráfica e Editora Ltda - Fone: 11 3333-2474 Cúria Diocesana - Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima - Cep: 07122-210 Contato: 11 2408-0403 - Email: folhadiocesana@diocesedeguarulhos.org.br Tiragem: 28.000 exemplares - www.diocesedeguarulhos.org.br

CORREIOS


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.