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Voz do Pastor

Agenda do Bispo - Agosto 2020

11h – Missa na Catedral 09-12h – Manhã de Oração do Clero – Lavras 14h – Encontro com Seminaristas – Lavras 18h – Missa igreja do Seminário São João Maria Vianney 09h30 – Colégio de Consultores 14h30 – Atendimento Cúria 07h – Missa e Encontro com os Seminaristas do Propedêutico 09h30 – Atendimento Cúria 15h – Encontro com os Seminaristas - Lavras 09h – Missa Catedral de Mogi das Cruzes – 40 anos de ordenação presbiteral de D. Pedro Luiz 17h – Missa paróquia Santa Cruz e NS Aparecida – Abertura da Semana Nacional da Família 11h – Missa na Catedral 09-12h – Reunião Presidência do Regional sul 1 CNBB – São Paulo 09-12h – Seminário para os bispos referenciais do Laicato CNBB – on-line 09-12h – Seminário para os bispos referenciais do Laicato CNBB – on-line 09-12h – Reunião da Comissão Episcopal Representativa do Regional Sul 1 – on-line 09h30 – Atendimento na Cúria Presença na Assembleia Eletiva da RCC Estado de São Paulo 11h – Missa Paróquia São Roque 19h – Missa paróquia Santo Antônio 50 anos – Parque Santo Antônio 09h30 – Conselho Deliberativo Cáritas - Cúria 09-12h – Colégio de Consultores e 14h30 – Atendimento na Cúria 09h30 – Atendimento na Cúria 09h15 – Missa comunidade Santa Rosa de Lima Paróquia São José 11h – Missa na Catedral 09-12h – Reunião dos bispos da Província 09-11h30 – Seminário Administrativo – CDP 09-11h30 – Seminário Administrativo – CDP 14h30 – Atendimento na Cúria 20h – Abertura on-line da Escola da Palavra Forania Aparecida 09h30 – Atendimento na Cúria 11h – Missa na Catedral

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Voz do Pastor

+Edmilson Amador Caetano, O.Cist.

Bispo diocesano

“Vinho novo em odres novos” Marcos 2, 21-22

Asociedade no tempo do ministério público de Jesus tinha a sua conduta e administração por partidos político-religiosos (fariseus, saduceus, zelotas etc). Fé e política não estão em contradição, absolutamente. O grande problema é instrumentalizar a fé para aquisição de poder político e não pensar no bem comum, especialmente em ações para os mais pobres. Mais problemático ainda é, diante do anúncio do Reino que Jesus faz, querer conservar o velho e não abrir-se ao novo, numa verdadeira conversão moral e pastoral. Quando Jesus foi questionado so bre a excelente prática do jejum, Jesus não a condena e nem decreta a sua abolição, mas ensina que é preciso converter-se. “Ninguém faz remendo de um pano novo em roupa velha; porque a peça nova repuxa o vestido velho e o rasgo aumenta. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; caso con trário, o vinho estourará os odres, e tanto o vinho como os odres ficam inutilizados. Mas, vinho novo em odres novos.” (Mc 2,21-22) Estamos prestes a entrar novamente num período de disputa eleitoral. Desta vez serão as eleições municipais para os cargos do executivo e legislativo. Num sério regime democrático, as disputas eleitorais são uma riqueza, pois fazem a sociedade refletir e apresentar soluções para que uma admi nistração conduza a sociedade por caminhos novos e por ações que sempre mais favoreçam a realização do bem comum.

“Vinho novo em odres novos”

Já onde não se tem a mentalidade de um sério regime democrático os argu mentos da discussão política baseiam-se unicamente em acusações, chantagens, subornos, troca de favores e promessas de “milagres”. Em virtude deste “clima”, cada vez mais vemos em nossa sociedade, e também em nossa Igreja, as pessoas realizarem a equação, política igual a sujeira e corrupção.

“Vinho novo em odres novos”

Ainda bem que dentro de nossas comunidades temos irmãos e irmãs que querem viver este período com verdadeiro espirito evangélico, participando ativamen te das discussões, analisando as propostas dos candidatos, identificando argumentos simplesmente demagógicos e não vendendo o próprio voto. Ainda bem que de dentro de nossas comunidades surgem irmãs e irmãos que inspirados pela Palavra de Deus e convoca dos pela sua missão laical, sentem o chamado e o desejo de semear o Reino de Deus no mundo político, buscando a concretização, em palavras e gestos, dos valores do mes mo Reino. Que nunca sejam discriminados – principalmente dentro das nossas comunidades – estes irmãos e irmãs que querem viver como cristãos este momento da disputa eleitoral e quiçá o mandato de um cargo eletivo. Esta é uma maneira de ser sal da terra e luz do mundo.

“Vinho novo em odres novos”

No entanto, é lamentável que alguns irmãos e irmãs de nossas comunidades, ne las se engajam e delas participam visando- -as como um trampolim para a vida pública. Estes são falsos irmãos e irmãs. O cristão na política não exerce uma profissão, mas a vivência da vocação laical. É lamentável também que alguns irmãos e irmãs de nossas comunidades se candidatem e como motivo eleitoral (para não dizer eleitoreiro) apresentam-se aos padres e ao bispo para anunciar o motivo da própria candidatura: “para ajudar e defen der a nossa Igreja”. Ora, a Igreja não precisa deste tipo de ajuda e defesa. A Igreja tem clara a sua missão no mundo e não depende de “força política” para vivê-la. Eu, pessoalmente, não sou favorável a uma “bancada católica”. Sou favorável, sim, que católicos possam dar verdadeiro testemunho evangélico dentro do mundo da política, administrando e promovendo leis que favoreçam o bem comum e a defesa da vida, principalmente para os mais pobres.

“Vinho novo em odres novos”

O meu questionamento neste tempo que antecede a propaganda eleitoral é: em que grupo você está? Você está no grupo do “ainda bem” ou no grupo “lamentável”?

BÍBLIA

Celia Soares de Sousa

Teóloga Leiga

A cruz só pode ser entendida no horizonte do amor

Vivemos em um tempo de muitas seduções. São diversos atrativos que buscam nossa atenção a todo custo, sobretudo nestes últimos meses de distanciamento social, em que as redes sociais, de certa forma fizeram companhia para boa parte da população. Apesar de “um em cada quatro brasileiros não ter acesso à Internet” atualmente. O Profeta Jeremias usou a expressão “Seduziste-me Senhor, e deixei-me seduzir, foste mais forte, tiveste mais poder” (cf. Jr 20,7). É possível compreender com essa expressão, que para o profeta, seu compromisso com o Deus da Vida, se apresentava de maneira um tanto quanto exigente. O evangelista Mateus não usa a expressão sedução. Em Mt 16,21-27 é o próprio Jesus que mostra o seu caminho para os discípulos. Jesus vai até Jerusalém, da Galileia até Jerusalém, ele vai ser a voz dos que sofrem, dos que morrem, em Jerusalém ele

vai sofrer, ser morto, mas vai vencer a morte. Vai ressuscitar no terceiro dia. A atitude de Pedro diante do anúncio do sofrimento e morte de Jesus, é a de muitos de nós, que cegos pelas seduções de bem-estar, de comodismo, de prazeres e falsas liberdades, pediu a Deus que não permitisse o sofrimento, a Jesus. Seguir Jesus não é somente para ocupar tempo, não é brincadeira. Seguir Jesus exige mudança de vida, compromisso, entrega e doação a um Projeto de Vida que ao ser assumido pela pessoa, é, ao mesmo tempo, colaboração para que o Evangelho da alegria se propague e chegue até as mudanças das estruturas de morte, para que sirvam apenas e somente a promoção da vida, especialmente das pessoas mais vulneráveis, os pobres e esquecidos da sociedade, da economia, dos hospitais, aqueles que além de não ter acesso a internet, não tem casa, não tem água, nem álcool gel para higiene contra o novo Coronavírus.

O convite de Jesus para o seguimento é o de “renunciar a si mesmo, tomar a cruz e o seguir”. O Deus de Jesus é o Deus da Aliança, do povo da Bíblia, vejamos no Livro do Êxodo, 20, 1 ss, o primeiro mandamento da Lei de Deus é “Eu sou Javé Seu Deus, não tenham outros deuses...”. E Jesus atualiza e resume os mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como as si mesmo”, em contrapartida a comportamentos tão atuais de aucentrismo, onde o que impera por vezes, é a opinião própria, o partido próprio, o candidato próprio, e assim por diante. São posturas que impedem renunciar a si mesmo! Geral uma postura de fechamento! Impossível assumir a cruz de Cristo quando se assume a autorreferencialidade. Papa Francisco conclama toda a Igreja para este tipo de problema. Nós somos e existimos para os outros, daí a necessidade de tomar a cruz. Da cruz nasce a vida, mas para isso é preciso a doação, a entrega, o comprometimento, a adesão e o rebaixamento. Atitudes ensinadas e assumidas por Jesus. Ele que renunciou a si mesmo, tomou a sua Cruz e veio para fazer a vontade do Pai do Céu, que todos tenham vida, e não a morte! Sobretudo quando a morte de muitos inocentes é provocada pela negligência do Estado e pela falta de políticas públicas. A nossa vocação como cristãos não é a de escapar da ameaça da morte, mas de dar a vida por aquele que amou e deu a sua vida por mim (cf. Gl 2,20). Essa é a vocação para todas e todos batizados. “Saiamos, saímos para oferecer a vida a todos, a vida de Jesus Cristo” (Papa Francisco ).

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