Editorial Queridos leitores chegamos ao final do ano de 2020, ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. A palavra mais importante neste momento é gratidão, de modo especial neste ano tão complexo de insegurança, medo e perdas em todos os sentidos. Em nome da equipe da Folha Diocesana, que não parou, agradeço a Deus pela saúde e diversidade de dons que nos permitiu manter cada edição, sem a diversidade de carismas não existiria a beleza do resultado final elaborado por inúmeras mãos como instrumento diocesano de evangelização. Realizar o trabalho é graça divina, mas também fruto da confiança da coordenação diocesana de pastoral, sob a presi-
TRANSBORDAR A AÇÃO DE GRAÇAS dência de Dom Edmilson Amador Caetano e coordenação do Padre Marcelo Dias. A confiança se desdobrou na solicitação de artigos aos leigos e leigas, bispo, padres, seminaristas, religiosos(as) que em sua editoria deram o melhor do seu tempo, pesquisa, conhecimento, espiritualidade e testemunho de amor ao próximo, para escrever um conteúdo rico em formação e informação visando sempre alcançar cada leitor(a) diretamente no coração e na consciência. Gratidão também devemos aos agentes da pastoral da comunicação diocesana e paroquiais que conquistaram com eficiência o seu espaço e admiração dos leitores, pelo esforço em realizar a cobertura de cada mo-
Enfoque Pastoral
mento de evangelização através do registro de imagens, matérias e transmissão tecnológica, e desta forma sustentando os meios de comunicação da Diocese. Por fim, gratidão a equipe técnica de pauta e diagramação pelo zelo da arte final da escrita e uso de imagens. Termino esse último editorial do ano citando a mensagem de São Paulo aos Coríntios: Tudo isso é por causa de vós, para que a graça, tendo aumentado num maior número de pessoas, faça transbordar a ação de graças para a glória de Deus ( 2Cor 4,15 ) FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!
niciamos este último mês do ano cheios de esperança e confiança na Vinda do Senhor. Maranathá, vem Senhor Jesus! “O Advento é a esperança numa verdade que salva, uma luz mais forte que a escuridão, um caminho que transforma o coração” (Papa Francisco). Com estas belas palavras o Papa nos mostra um caminho em meio a tantas perdas e sofrimentos deste ano. Que este tempo novo, promovido pela liturgia, nos leve a uma experiên-
02
Folha Diocesana de Guarulhos
05 06 08
Diretor Geral
Cristo Jesus é a nossa esperança! 1Tm 1,1
I
03
Pe Marcos Vinícius Clementino
Pe. Marcelo Dias Soares Coord. Diocesano de Pastoral
cia forte de conversão e acolhida do Verbo encarnado de Deus, que vem para nos salvar. A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão. É tempo de esperança, que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida. “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto” (Fl 4, 4). Tivemos nesta última semana o lançamento da Novena de Natal 2020: “Um filho nos foi dado” (Is 9,5). Com grande alegria nosso Bispo Dom Edmilson envia as paróquias para realizarem os encontros com dinamismo, verdade e fé. Que os encontros deste ano ajude as pessoas as serem “alcançadas por Cristo Jesus” (Fl 3, 12).
Nesta Edição
Como nosso Bispo diz na apresentação da Novena de Natal deste ano: “em meio a este emaranhado de acontecimentos, chegamos ao tempo do advento, onde somos primeiramente chamados a reanimar a esperança escatológica da nossa fé”. Nos alegramos também, pois, neste início de mês, a Igreja ordena sacerdote o Diácono Francisco. Que a oferta de sua vida nos lembre sempre do amor de Deus, sempre fiel, e o cuidado Dele com seu povo. Coragem povo de Deus! Nos preparemos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita e se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado. Roguemos a Virgem Imaculada, padroeira de nossa Diocese, que nos ajude a acolher em nossa vida, com generosidade e alegria, a Vontade do Senhor.
09 11
Voz do Pastor Tempo do Advento
Falando da Vida Natal e Pandemia
Especial
Experiência Espiritual Missionária
Comunidades Cristãs A Esperança Messiânica
Consciência Novembro já é Negro
Aconteceu
Solenidade de Cristo Rei
Expediente Jornalista Responsável PE. MARCOS V. CLEMENTINO MTB 82732
Orientação Pastoral PE. MARCELO DIAS SOARES Editoração Eletrônica LUIZ MARCELO GONÇALVES Tiragem: ON-LINE CÚRIA DIOCESANA DE GUARULHOS Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima, Guarulhos CEP: 07122-210 | 11 2408-0403
www.diocesedeguarulhos.org.br folhadiocesana@diocesedeguarulhos.org.br
Dezembro de 2020
Voz do Pastor
+Edmilson Amador Caetano, O.Cist. Bispo Diocesano de Guarulhos
Tempo do Advento:
Somos chamados a reanimar a esperança
S
em sombras de dúvida, estamos tendo um ano difícil. A pandemia do novo coronavirus, de um modo ou de outro, tocou na vida de cada um de nós. Passamos por alguns momentos de desalento, tristeza e até mesmo depressivos. Ficamos revoltados ao vermos que no momento em que mais se precisa defender a vida, brigas mesquinhas e busca de holofotes, não permitiram que a vida ficasse em primeiro lugar. O terrível tumor da corrupção pública não esteve ausente neste tempo. Por outro lado, testemunhamos a força da solidariedade que existe dentro do coração humano. O convívio familiar mais intenso, forçosamente obrigado pelo isolamento social, fez com que as pessoas nas famílias descobrissem ainda mais suas fragilidades, mas também a importância e o dom da família. Infelizmente, ouvimos falar aqui e ali, do aumento da violência doméstica, da violência contra mulheres e crianças. Em nossas comunidades tivemos que aprender a celebrar virtualmente e depois retornar às celebrações presenciais com novos critérios. Não podendo estar juntos para celebrar, experimentamos mais fortemente o que significa a comunhão dos santos. Também fomos advertidos que, apesar de todas as proezas do mundo digital, nada substitui a celebração comunitária presencial. A alguns que se acomodaram foi necessário chamar a atenção. Vivenciamos o novo e a importância da evangelização pelos meios digitais, já bastante apregoada pela Igreja, tornou-se uma realidade mais palpável. Percebemos a invisível, mas potente ação do Espírito Santo, inspirando, agindo, despertando novos dons em nossas comunidades. O Papa Francisco nos convida a não esquecermos as lições do novo coranvírus, aquelas lições que nos fizeram acender esperança nova: “...desejo dar voz a diversos caminhos de esperança...A recente pandemia permitiu-nos recuperar e valorizar tantos companheiros e companheiras de viagem que, no medo, reagiram dando a própria vida. (...) nossas idas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns, que, sem dúvida, escre-
Dezembro de 2020
veram os acontecimentos decisivos da nossa história compartilhada: médicos, enfermeiros e enfermeiras, farmacêuticos, empregados dos supermercados, pessoal de limpeza, cuidadores, transportadores, homens e mulheres que trabalham para fornecer serviços essenciais e de segurança, voluntários, sacerdotes, religiosas... compreenderam que ninguém se salva sozinho. (Encíclica Fratelli Tutti 54) No entanto, o Santo Padre alerta que, se as lições não forem aprendidas e a esperança não for devidamente alimentada...: “Passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais em um consumismo febril e em novas formas de autoproteção egoísta. No fim, oxalá, já não existam “os outros’, mas apenas um “nós”. Oxalá não seja mais um grave episódio da história cuja lição não fomos capazes de aprender. Oxalá não nos esqueçamos dos idosos que morreram por falta de respiradores, em parre como resultado de sistemas de saúde que foram sendo desmantelados ano após ano. Oxalá não seja inútil tanto sofrimento, mas tenhamos dado um salto para uma nova forma de viver e descubramos, enfim, que precisamos e somos devedores uns dos outros, para que a humanidade renasça com todos os rostos, todas as mãos e todas as vozes, livres das fronteiras que criamos. Se não conseguimos recuperar a paixão compartilhada por uma comunidade de pertença e solidariedade, à qual saibamos destinar tempo, esforço e bens, desabará ruinosamente a ilusão global que nos engana e deixará muitos à mercê da angústia e do vazio. (...) a obsessão por um estilo de vida consumista, sobretudo quando poucos têm possibilidades de o manter, só poderá provocar violência e destruição recíproca. O princípio do “salve-se quem puder” traduzir-se-á rapi-
damente no lema “todos contra todos”, e isso será pior que a pandemia. (Fratelli Tutti 35-36) Em meio a este emaranhado de acontecimentos, chegamos ao tempo do Advento, onde somos primeiramente chamados a reanimar a esperança escatológica da nossa fé. Precisamos ter sempre mais a consciência de que o Reino de Deus já está no meio de nós, com toda a sua força, e que seus valores são verdadeiramente transformadores aqui e agora. Nós, nesta geração, somos chamados a plantar as sementes do Reino, na firme esperança que elas germinarão para a eternidade. É assim que devem ser encarados nossos projetos de evangelização, seja na vida da comunidade eclesial missionária, seja na vida da sociedade. Algumas coisas que construímos veremos passar e definhar, mas não sem termos a certeza de que elas plantaram as sementes do Reino. Outras coisas sobreviverão à nossa caminhada terrena. Em segundo lugar, neste tempo, somos chamados, com a mesma esperança escatológica de quem vive na perspectiva da segunda vinda de Cristo, atualizar em nossas vidas a potência da libertadora primeira vinda de Nosso Senhor. Unido a todos e todas, na fé e na oração, sob a intercessão da Virgem Maria (a figura mais importante do Advento), Mãe da Esperança, invoco as mais copiosas bênçãos do Senhor nosso Deus e desejo a todos um Santo Natal.
Folha Diocesana de Guarulhos
03
Direito e Família Cristã
Marcos Antônio Favaro Procurador Jurídico, pós-graduando em Teologia, mestre em Direito pela PUC-SP
Católicos, uni-vos!
Nos unirmos para o exercício de nossa missão de leigos neste mundo.
P
ara defesa da família cristã e da vida no mundo moderno é muito importante que nós, católicos, nos organizemos em associações constituídas com o objetivo de defender os nossos valores junto aos poderes constituídos e à sociedade em geral. Pertencemos à Igreja Católica Apostólica Romana, instituição fundada por Nosso Senhor Jesus, e, sem dúvida, devemos fortalecê-la com nosso testemunho de fé. Porém, quando nos unimos em torno de associações, podemos, por meio de diversas ferramentas, fortalecer em muito a defesa de valores como a família natural, o direito dos pais de educar os seus filhos com base em seus princí-
04
Folha Diocesana de Guarulhos
pios, a vida humana desde a concepção até a morte natural, entre outros. O Papa João Paulo II, em sua Encíclica Evagelium Vitae nos anima a nos unirmos para o exercício de nossa missão de leigos neste mundo, quando ensina que “servir o Evangelho da vida implica que as famílias, nomeadamente tomando parte em apropriadas associações, se empenhem por que as leis e as instituições do Estado não lesem de modo algum o direito à vida, desde a sua concepção até à morte natural, mas o defendam e promovam”. Dentre as entidades que atuam nesse campo em nossa cidade, o IDVF – Instituto de Defesa da Vida e da Família, associação sem fins lucrativos, iniciada pelo incansável Padre Berardo Graz e dirigida por leigos católicos, a qual tenho a missão de atualmente presidir, tem por objetivo justamente fortalecer a defesa da causa da família e da vida. O IDVF, nesse ano que se encerra, atuou em diversas instâncias, a exemplo do Supremo Tribunal Federal, nas ações judiciais que pretendem descriminalizar o aborto e implementar a “ideologia de gênero” nas escolas de todo o país, entre outras. Também atuou junto ao Poder Executivo, obtendo do Governo Federal, juntamente com outras associações, a revogação da Portaria que impedia que os médicos comunicassem a ocorrência
de estupro à polícia quando da realização de aborto, para apuração do crime de estupro. Agradeçamos a Deus por sua providência que nos acompanhou em todos os combates travados no campo da família e da vida neste ano de 2020, e peçamos Sua força para que, no ano que se aproxima, não desistamos de, unidos, lutar pelo bem de nossos irmãos, como nos manda o Evangelho, combatendo as forças do mal que querem, a todo custo, desconstruir os valores cristãos. A Seu tempo, o Senhor nos dará a vitória. Aproveitamos para convidá-lo a seguir o IDVF e se juntar a nós nesta causa: www.facebook.com/idvforg www.idvf.org.br
Dezembro de 2020
Vida Presbiteral
Padre Cristiano Aparecido de Sousa Representante dos Presbíteros
Vida do Sacerdote: a Belém de Deus!
A
A espiritualidade sacerdotal se manifesta pela espera.
o nos prepararmos para viver as alegrias do tempo da visita de Deus, feito homem para nossa salvação, a Igreja nos apresenta um tempo cuja preparação é carregada de uma espiritualidade sem igual. Aliás, todos os tempos litúrgicos se destacam em sua espiritualidade. Mas, não trataremos diretamente sobre a espiritualidade deste tempo; o faremos relacionando-o à espiritualidade dos sacerdotes. Uma espera constante! A espiritualidade sacerdotal se manifesta pela espera e, ao mesmo tempo, pela alegria da chegada. Imaginemos, irmãos, como a vinda cotidiana do Senhor pessoalmente na Santa Missa é precedida por uma preparação requerida pelo ofício sacerdotal. Sim, o sacerdote espera pelo Senhor em cada Eucaristia para se alegrar com Ele. E o faz preparando-se para tal encontro. Imaginemos o tempo da gestação de Maria: quanta preparação, quanto amor.
Antes mesmo, imaginemos a espera do povo de Israel: uma espera que terá fim! A vida do filho de Deus em nossa carne inaugurou um tempo novo. O Kairós de Deus agora faz todo sentido. Se Ele veio, porque ainda O esperamos? Na espiritualidade sacerdotal, anunciar a vinda gloriosa de Cristo Jesus, no fim dos tempos, é uma necessidade. Em outras palavras, o sacerdote é o homem do anúncio do já e do ainda não: o já porque em cada Eucaristia o sacerdote, em suas mãos, acolhe Jesus em seu corpo, sangue, alma e divindade. O ainda não porque esta presença sacramental pré-anuncia a gloriosa vinda no fim dos tempos. O sacerdote, portanto, conclama a Igreja a se preparar para esta vinda gloriosa: O Espírito e a esposa dizem ‘vem’ (…) Amém, vem, Senhor Jesus! (Ap 21,17). Com o tempo do Advento, aprendemos a confiar num Deus que cumpre suas promessas. O sacerdote, por sua vez, vê as pro-
Falando da Vida
messas de Deus se realizarem diante de seus olhos. O esperado das nações está ali diante dos olhos de todos. Se Deus precisou de Maria para vir à terra, hoje vem pelo ofício dos sacerdotes. Eis o mistério da fé! diz o sacerdote. Este tão grande acontecimento, o Natal de Nosso Senhor, interpela a cada um de nós e, de forma especial, aos sacerdotes, a que nos debruçamos sobre o presépio. A vida do sacerdote é a Belém de Deus. O lugar onde Deus encontra lugar. Carregada de simplicidade tal como Belém, a vida do sacerdote deve ter, por grande riqueza, Cristo Jesus.
Romildo R. Almeida Psicólogo Clínico
Natal e Pandemia
E
Vamos viver o seu verdadeiro sentido
ste Natal vai ser diferente; nada de abraços, trocas de presentes confraternizações e almoço em família. A ceia também não será a mesma e até as crianças terão que entender que as coisas mudaram e continuarão assim, até que surja uma vacina. Em meio ao discurso político que vai da negação à superdimensão, maricas ou frouxos, estamos próximos de atingir a cifra de 200 mil mortes por Covid, fora o número de infectados que já passa dos seis milhões. Até mesmo para as pessoas conscientes que estão seguindo as recomendações amparadas pela ciência, vai ser difícil. Afinal já estão confinadas em casa desde março e o estresse causado pelo isolamento vai ficando insuportável. Será que um pequeno encontro de família para celebrar a noite de Natal não serviria para reanimar as forças depois de tanto sofrimento? Será que existe
Dezembro de 2020
uma maneira de se reunir minimizando os riscos? De acordo com especialistas, não existe um protocolo 100% seguro e o correto seria continuar mantendo o distanciamento social. Todavia, um reencontro familiar numa época tão importante como o Natal, seria como o alento de uma brisa suave depois de quase um ano de sofrimento longe daqueles que tanto amamos. Sendo assim, descrevo abaixo algumas providências que podem ser úteis, com base nas orientações do Prof. Estevão Urbano diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia. 1) Quanto mais pessoas reunidas, maior é a possibilidade de contágio, portanto, divida os convidados em grupos de, no máximo, dez pessoas. 2) Prefira lugares ao ar livre, mas se não for possível, abra janelas e ligue o ventilador. 3) Preservar idosos e aqueles que são do grupo de risco. 4) Entregar presentes respeitando a distância
de 1,5m. 5) Usar máscaras e fazer a troca a cada duas horas. 6) abaixar o som para facilitar a comunicação. Nunca é demais pedir àqueles que apresentam algum sintoma de gripe, para não comparecerem. Se o Natal tem a ver com sentimentos de paz, humildade e compreensão, esse Natal vai ser a oportunidade de ouro para vivenciar o seu verdadeiro sentido. Vamos poder compartilhar o amor de maneira prática, cuidando e protegendo uns aos outros. Será um Natal mais calmo, mas nem por isso menos alegre, pois a verdadeira alegria está na simplicidade que brota no silêncio do coração.
Folha Diocesana de Guarulhos
05
Especial Experiência Espiritual Missionária - Além Fronteira
C
om muitíssimo apresso e gratidão, partilho convosco um pouco destes quatros anos de minha experiência missionária ad’ gentes, no continente africano na diocese de Pemba, extremo norte de Moçambique. Evidentemente que não dá, para se falar com profundidade tudo que vivi nesta missão, numa única matéria, porém, haverá outros momentos para serem partilhados. “ Não podemos caminhar, com fome e sem amor; dai-nos sempre deste Pão, Teu Corpo e Sangue, Senhor”. As palavras contidas no refrão deste cântico, ressoaram e ficaram em mim, desde quando pela primeira vez, eu as escutei numa Santa Missa em Moçambique. Estou mais ainda convencido que verdadeiramente só Cristo, em se fazendo Pão vivo, pois é Ele que dá vida ao Pão, é que derrama sobre os missionários a força do seu amor de modo, que nós possamos ir pelo mundo adentro guiados pela sua mão! Toda dádiva da missão é obra que proveem unicamente Dele, de tal modo, que conseguimos exercer a nossa vocação em meio “aos extremos em que vivem milhares de seres humanos, absolutamente esquecidos e isoalados do resto do mundo. Embora seja essencialmente uma necessidade básica de sobrevivência humana
06
Folha Diocesana de Guarulhos
o alimento natural, porém, não hã nenhum alimento corruptível que possa assegurar-nos a força da fé ou substituí-la, que venha ser mais potente em nós, do que a ação benevolente da misericórdia de Deus. Existe um provérbio bastante conhecido que diz: “ em terras de missão só existe três M: militares, malucos e missionários”. Eu vivi em regiões em que existia somente eu de missionário e os malucos, ou seja, muitas pessoas doentes, pois considerava-se um lugar insignificante, aos olhos de muitos. Quando eu dizia aonde eu morava muitas pessoas quase não acreditavam por ser um lugar distante da vila, no meio das aldeias, sem luz elétrica, sem civilização alguma. No princípio de minha chegada nesta ultima missão da aldeia de mazeze, diziam-me: “nós estamos aqui abandonados e esquecidos, nem mesmo as autoridades veem nos visitar ao menos uma vez ao ano; estamos muito mal, passamos todos os tipos de sofrimento, a presença de um padre missionário aqui, foi Deus que nos enviou, foi verdadeiramente uma estrela que caiu do Céu em nossa aldeia, mandada por Deus”. Aproximadamente esses quatro anos em que estive na missão fora do Pais, até o inicio de novembro deste ano em terras africanas, aprendendo a ser missionário, do jeito que Deus quer e precisa ser, compreendendo melhor a palavra de Deus dentro da realidade das pessoas e procurando fazer a sua vontade aonde a sua glória me enviou; dentro da cultura e da vida do nosso povo. A palavra Ad’ Gentes, foi pronunciada em um dos Documentos do Concílio vaticano II sobre a
missão em terras distantes; ou seja, “para as nações”! A fé anunciada e ensinada em outras nações do mondo. Fui enviado pela Diocese de Guarulhos na pessoa do meu bispo diocesano Dom Edmilson Amador Caetano, como padre Fedei- Donum, que significa: ter o dom da fé, para transmitir a outras nações do mundo. A minha experiência missionária em áfrica, posso dizer que foi um verdadeiro “ pentecostes” do Espírito Santo dentro da minha alma! Uma experiência de encontro profundo com o meu próprio ser, com uma outra cultura que tem seus próprios padrões e modos. Um encontro com uma diversidade de outras cultura em uma única diocese, pois fiz parte de um presbitério “multicultural”, missionários provenientes de muitos outros países, e cada um com suas características peculiares, porém, abertos a se submeterem as exigências e sacrifícios da vida missionária ad ‘Gentes. Uma experiência “diversificada, múltipla, fecunda”, decorrida em vários contextos. Até mesmo, porque a missão é movimento. Essa é a beleza do ser missionário; estar em movimento que faça pulsar a vida de Cristo no missionário e, através dele para alcançar aos outros. Este movimento de sair, nunca foi e nem sempre será fácil; é preciso um exercício de fé e de escuta ao Senhor, para que saibamos discernir e nos aperceber, quando Deus bate a porta do nosso coração, a nos convidar a lançar as nossas redes em águas mais profundas; isso é lançar as nossas vidas Nele, para assim deste modo, deixar Ele nos Guiar até onde Ele queira. Estarmos abertos a necessidade da Igreja na mesma diocese, onde a mesma nos solicita constantemente, por meio dos nossos superiores. Moçambique na estatística mundial, é considerado o quinto país mais pobre do mundo; e a província de Cabo Delgado, onde está a diocese de Pemba, é a região mais extrema de todo o país. Neste atual momento, vivemos a missão em meio os muitos conflitos; desde o ano de 2017 começou numa parte desta província, um grupo que se diziam chamar de insurgentes que incendiavam ca-
Dezembro de 2020
Especial sas, matavam pessoas e saqueavam o pouco que tinham. Isso foi ganhando proporção de tal modo que hoje fortemente declarado como terroristas que já mataram muitas pessoas, destruíam uma região quase toda da província e, mataram muitos soldados e até o momento, ainda está desestabilizado a segurança nacional. São terroristas islâmicos, eles matam, sequestram mulheres, matam homens que não se convertem ou não queiram se juntar a eles. Também destroem todas as estruturas do governo, não temos nenhum esclarecimento do governo, a respeito do que significa tudo isso. O silêncio por parte das autoridades para a Igreja, é uma dor imensurável. Ser Presença de Deus e da sua Igreja neste contexto avassalador, é “sobrenatural”; é neste momento mais do que nunca, que a Igreja tem a oportunidade oferecer a Ternura do evangelho; não é uma experiência fácil. Já ultrapassa mais de quinhentas mil pessoas deslocadas em toda a província. A guerra produz uma miséria que se multiplica todos os dias, uma imensurável crise humanitária! A Igreja católica tem sido a única voz que não se calou, na pessoa do seu bispo Dom Luís Fernando Lisboa, que é um bispo brasileiro, mesmo suportando momentos de extrema perseguição e outros tipos de “ameaças”, não parou de ser a voz da Igreja, que por vez, é a voz dos pobres que têm suas vozes sufocada. De igual modo, através de cada missionário. A Igreja de Pemba recebeu recentemente o “consolo” do santo Padre, o Papa Francisco, que fez uma ligação ao senhor bispo encorajando-o e dizendo, que o papa estava com o bispo, que nunca se sentisse só. Essa guerra gerou uma crise humanitária sem precedentes; milhares de milhares
Dezembro de 2020
de famílias que morreram nas matas, pessoas que perderam crianças e pais, outras que conseguiram fugir, passando noites dentro das matas sendo mordidas por cobras e todos os tipos de insetos. Um horror! No ano passado tivemos um ciclone, depois intensificou esta guerra, veio à pandemia. São muitíssimas pessoas deslocadas, doentes, com fome! Tudo isso podemos na dimensão da fé dizer: “é um êxodo quase sem fim”. Missões que foram totalmente destruídas. Em meio a tudo isso, podemos até questionar, qual é a nossa missão? A missão da Igreja é a mesma de sempre: ser como uma boa mãe que está lá na ponta, nos lugares mais recônditos onde a vida está sendo violentamente depredada. Cremos que Deus vai agir, não sabemos como e nem quando, mas, abrir-se-á o mar, para que os inocentes encontrem a terra prometida. Deus é grande! É justamente dentro destes parâmetros e de outras realidades profundas, que a Igreja pelo mundo afora, sobretudo, em Moçambique tem oferecido o abraço de Deus a tantas vítimas, seja da fome, seja das doenças que são muitas, seja na escuta que os missionários fazem, cujos os relatos de vidas destes nossos irmãos, são monstruosos do ponto de vista da dignidade humana e da reflexão da fé. A Igreja é missionária sempre, mesmo que as vezes, em posição de silêncio, pois há momentos que não se pode falar, mas, podemos estar juntos das pessoas, de modo que elas percebam que a nossa presença comprova que Deus não as abandonou. Ser missão é estar com as pessoas, nem sempre, significar fazer coisas.Exercer a nossa missão dentro de muitos conflitos só nos é possível, se estivermos realmente “mergulhados” no Mistério de Deus. Com tudo isso e com as outras realidades, que já são partes “normais” do dia a dia das nossas realidades missionárias seguindo com muita fé e confiança, “Naquele que nos fez Cristão e nos enviou em seu nome”. A Igreja é de Deus e os que estão dentro da Igreja, nós, não devemos ter medo, porque Cristo Nosso Senhor é seu dono, e Ele mesmo nos prometeu no Evangelho de São Mateus, capitulo 16,18-20 que o poder do inferno, não tem força maior do que a de Deus! Todos os dias rezo e peço a Deus, para que nos dê a fé necessária, para fazermos a von-
tade Dele e cumprir a nossa missão, como Deus assim nos permitir. Somos todos missão! Avante sempre. “ Meu Deus, como és Grande, imenso é teu amor”. Quantas vezes, que me encontrava lá dentro, somente eu de estrangeiro, e sentia dentro de mim, uma presença consoladora, a presença da Igreja que me enviou e da Igreja que me recebeu. Eu sentia Deus dentro de mim ali, aonde eu estava fazendo a sua missão, a missão de Deus. Como acima foi mencionado, não é possível detalhar os pormenores da minha missão nesta matéria, convido o estimado leitor a reler outras matérias que estão presentes na folha diocesana de outros anos, em que abordei tantos outros aspectos. De igual modo, compartilharei outros testemunhos específicos em determinados momentos. Por motivo de saúde, no dia 06 de Novembro, regressei ao Brasil me encontro em terras brasileiras por definitivo, devido a questão de saúde; no momento estou cuidando da saúde para posteriormente, saber aonde e como, vou colaborar na evangelização aqui em nossa diocese de Guarulhos. No coração do missionário está para sempre “ guardado, os nomes de cada pessoa pode o serviu e Deus o enviou”. Deus abençoe a todos e nos faça caminhar rumo a santidade de vida. Virgem Senhora de África, Rogai por nós. Em Cristo, Pe. Salvador Maria Rodrigues de Brito
Folha Diocesana de Guarulhos
07
Bíblia
Padre Antonio Carlos Frizzo Vigário da Paróquia Santa Rita de Cássia – Jardim Cumbica
A Esperança Messiânica
N
o interior das comunidades cristãs, se fez certamente sentir um momento de tristeza e desesperança, quando da morte dos primeiros apóstolos – Estevão, Tiago, Pedro, Paulo, entre outros. Com o fim da primeira geração de judeus-cristãos as comunidades entram em uma nova fase. As comunidades, chamados pelo termo grego de – eclesia - viviam como uma minoria sem qualquer influência política, e nem sequer tinham o privilégio dos judeus de isenção do culto ao imperador. No entanto, foi diante do Império que se apresentava como o criador da Paz e da Ordem que o cristianismo se insurge, assumindo a espiritualidade advinda de uma concepção apocalíptica. Tratava-se de ter ideias, propostas de como enfrentar o Império Romano. Como dar coragem aos pequenos grupos formados por escravos, operários e camponeses de que vale a pena aceitar e viver a proposta de Jesus? Quando pensamos em messianidade oportuno ler o capítulo 13 do livro do
08
Folha Diocesana de Guarulhos
Apocalipse. A narrativa faz uma dura crítica ao Império. O momento exige reflexão, discernimento e inteligência, da parte das comunidades. Os cristãos das sete igrejas eram pessoas de língua grega, alguns eram do idioma hebraico. Os monstros surgem um em seguida do outro. Os símbolos realçam o Estado que se auto diviniza; uma segunda intencionalidade refere-se àqueles que apoiam todas as lutas e meios de propagandas. • Uma besta se levanta com a finalidade de combater Deus (13,1-2), • Uma das sete cabeças. Nosso autor ou autores fazem referência a uma antiga lenda de que Nero voltaria a governar depois de morto (13,3), • A divinização do Estado, pronto para opor-se a Deus. Trata-se de um Estado compreendido como absoluto, acima do bem e do mal (13,4-6), • Diante da perseguição imposta existem alguns chamados Santos. Trata-se de um pensamento de cunho sapiencial no desejo de fortalecer a comunidade (13,9-10),
• Outra Besta. Esta besta, representante do segundo monstro, é chamado de falso profeta (13,11-15). A mensagem do livro é descrever em detalhes o poderio dos romanos e dar esperanças às pequenas igrejas espalhadas nas mais diversas regiões. Mas diante dos poderes da morte as comunidades surgem, na sociedade romana, como algo novo capaz de romper todo o sistema de opressão, violência e morte. O poder – seja de ontem, como em nossos dias – não tem autoridade de destruir os sonhos, as utopias e os valores essenciais da condição de humana. A esperança, contra toda desesperança impulsiona as ações das comunidades na história, no presente indicando que há sempre alternativa de vida frente aos projetos de morte. Afirmar Jesus como salvador é firmar que ele é o único e absoluto. E, em suas propostas, firmar nossas caminhadas nos mandamentos de amor que se expressam nas estruturas da sociedade e traz os sinais do reino. Dezembro de 2020
Consciência
E
Novembro já é Negro
m todos os cantos, pipocam manifestações discriminatórias e preconceituosas contra a cultura negra. Movimentos conservadores apostam no emburramento e no embranquecimento do povo brasileiro. Até 1888, data oficial da abolição, calcula-se que num período de 348 anos, mais de 5 milhões de negros foram caçados nas províncias portuguesas da África e transportados para Portugal e Brasil, em navios negreiros, também chamados de “tumbeiros”, por serem considerados verdadeiras tumbas humanas. Em 1810, um escravo comprado em Luanda por 70 mil réis era revendido em Minas Gerais por até 240 mil – quantia equivalente a 9 (nove) cabeças de gado. Um negócio que rendia ao Estado 80 mil libras esterlinas por ano, hoje o equivalente a 18 milhões de reais. O MST fez de setembro o mês vermelho, na luta pela reforma agrária. Novembro já é negro por lembrar fatos que marcaram a trajetória desse povo ainda à margem na sociedade brasileira. O 20 de novembro é uma data simbólica, consagrada ao Dia Nacional da Consciência Negra. Temos muito que contar e recontar. Palmares não era um, mas a soma de 12 quilombos espalhados por trilhas e matas, acena o escritor Eduardo Bueno. O conjunto de residências, iniciado em 1602, chegou a ter 6 mil casas e 20 mil habitantes. Caiu no dia 20 de novembro de 1695, após 50 anos de luta, por meio da coalizão de forças dos governos chefiadas pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. Zumbi morreria em combate, para manter-se vivo na mente do seu povo negro. Passados 325 anos, os Zumbis do Século 21 continuam sendo assassinados. E,
Dezembro de 2020
tristemente, indicadores mostram que a sanha da violência – com ataques racistas nas ruas e redes sociais – e mortes parece ainda mais aguçada. Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que a letalidade policial em São Paulo cresceu 31% no período entre janeiro e abril, mês que bateu recorde de mortes pela polícia (119, contra 78 em 2019) durante a vigência da quarentena. Em São Paulo, em abril, houve pelo menos quatro casos de tortura por parte de policiais militares contra negros. As cenas hediondas se repetem nos telejornais. Guilherme Silva Guedes, 14 anos, foi sequestrado, próximo de sua casa, em Carapicuíba, por sargento da PM e comparsa, e encontrado morto em Diadema, com dois tiros e marcas de espancamento. Em Carapicuíba, Gabriel Nunes de Sousa, 19 anos, foi estrangulado após não conseguir frear a moto e colidir com uma viatura. Caído no asfalto, Gabriel foi asfixiado pelo policial sobre seu pescoço até matá-lo. Cena muito semelhante à que revoltou o mundo com o assassinato de George Floyd. W. F. G., nome preservado para sua segurança, de 27 anos, funcionário de uma pizzaria, denuncia: “Pensei que eles iam me matar. Era muita pancada na cabeça”. Ele foi selvagemente espancado por policiais em junho, no bairro do Jaçanã, embora suplicasse: “Eu sou trabalhador. Parem, eu sou trabalhador”. Os assassinatos de negros aumentaram 11,5%, em dez anos, e de não-negros caíram 12,9% no mesmo período, de acordo com o Atlas da Violência. Em 2018, os negros representaram 75,7% das vítimas de homicídios. São números de uma estatística que deveria
indignar a todos nós, que estamos a salvo dessa crônica de mortes anunciadas. No Rio de Janeiro, policiais são acusados pela tortura e assassinato de Iago César, de 21 anos. João Vítor da Rocha, 18 anos, morreu após ser baleado na Cidade de Deus. Em São Gonçalo, João Pedro, 14 anos, foi atingido pelas costas, dentro de casa, por tiro de fuzil em operação policial. “Meu menino era o melhor filho que um pai podia ter”, chora ainda hoje o pai de João Pedro. Guilhermes, Gabriels, João Vítor, João Pedro e João Alberto – pelo Carrefour, neste 20 de novembro, apenas o caso mais recente, e com certeza não o último. São nomes que traduzem um país que foge de qualquer senso mínimo de humanidade.
O que fazer? Simplesmente, não é mais possível nos sentirmos em paz com nossa consciência de justiça apenas assinando “notas de repúdio” e “abaixo-assinados de solidariedade”. Passou a hora de exigirmos o fim de tal estado de barbárie e matança. É tempo de levarmos adiante ações práticas condizentes com nossa missão evangelizadora. Exigir dos eleitos – Câmara dos Vereadores e Prefeituras – realização de políticas públicas com ampla participação da comunidade negra. Afinal, estamos sendo alertados pelas vozes que, definhando, nos imploram: • “I can’t breathe!”. • “Parem, eu sou trabalhador!”. • “Era o melhor filho que um pai podia ter!” Comissão Justiça e Paz - CNBB Sul 1
Folha Diocesana de Guarulhos
09
Aconteceu N
Missa no Dia da Consciência Negra
o dia 20 de novembro, foi celebrado, em todo o Brasil, o Dia da Consciência Negra. Nesta data são enfatizadas as articulações e reflexões sobre direitos, igualdade de oportunidades, liberdade e reconhecimento do povo de descendência africana. Em nossa Diocese a Missa foi celebrada na Catedral Nossa Senhora dos
10
Folha Diocesana de Guarulhos
Guarulhos, com a presença do Pe. Jair, Pe. Jaime, Pe. Marcos Vinícius, Pe. Valdoci, Pe. Marcos Alves, Pe. Pedro e Pe. Toninho. A Santa Missa foi animada pela Pastoral Afro Brasileira e contou com a presença de fiéis e algumas autoridade civis. A valorização da cultura Afro-brasileira é um dos desafios da Pastoral Afro, que atua na defesa do patrimônio cultural e religioso da população negra.
Dezembro de 2020
Aconteceu C
Solenidade de Cristo Rei e Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas
om a presença do Conselho Diocesano do Laicato e de representantes das paróquias na missa ocorrida dia 22 de Novembro de 2020 às 11h na Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição presidida por Dom Edmilson Caetano Amador, bem como
Dezembro de 2020
nas paróquias e comunidades da diocese de Guarulhos, celebramos a Solenidade de Cristo Rei e Dia Nacional dos cristãos leigos e leigas. Continuemos nosso testemunho na Igreja e na sociedade, trabalhando incansavelmente pela tão sonhada Civilização do
Amor! Com Amor e coragem profética, pelo Batismo, irmanados na Justiça e na paz! Viva os cristãos leigos e leigas! Sal da terra e luz do mundo! CNLB – Laicato Diocese de Guarulhos
Folha Diocesana de Guarulhos
11
CNBB Mensagem ao Povo de Deus em tempo de pandemia Feliz aquele que suporta a provação, porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam. (Tg 1,12)
A
mado Povo de Deus, nós bispos do Brasil, reunidos num encontro virtual para refletir sobre a atual presença e missão da Igreja, queremos expressar nossa mensagem de esperança e proximidade. Neste ano irrompeu inesperadamente a pandemia da COVID19, alterando nossas rotinas, revelando outras enfermidades de nosso tempo e causando grande impacto num já fragilizado sistema de saúde, na seguridade social, nos sistemas produtivos, na educação, na vida familiar, social e religiosa em geral. O Papa Francisco alerta que “a tribulação, a incerteza, o medo e a consciência dos próprios limites, que a pandemia despertou, fazem ressoar o apelo a repensar os nossos estilos de vida, as nossas relações, a organização das nossas sociedades e, sobretudo, o sentido da nossa existência”. (Fratelli Tutti, 33) Estamos num tempo de muitos questionamentos e cabe-nos escutar o que o Espírito tem a dizer para a Igreja (Ap 2,7) nesse contexto. A provação tem favorecido importantes aprendizados e oportunidades para a vivência e o anúncio do Evangelho. Reconhecemos, com gratidão, o empenho de tantas comunidades cristãs que foram criativas para manter a ação evangelizadora, especialmente pelas mídias sociais, promovendo a transmissão de celebrações litúrgicas, catequeses e aconselhamento aos fiéis. A Igreja doméstica foi fortalecida, em sintonia com as Diretrizes
12
Folha Diocesana de Guarulhos
Gerais da Ação Evangelizadora, que promovem a comunidade cristã como Casa da Palavra, do Pão, da Caridade e da Missão. Percebe-se o protagonismo dos leigos e, especialmente, das mulheres na promoção da Igreja nas casas. Igualmente somos impelidos pelo Evangelho a perseverar na caridade. Nas paróquias, comunidades eclesiais missionárias e instituições religiosas de todo país, multiplicaram-se as redes de solidariedade em defesa da vida. Por isso, foi coloca em prática a ação solidária É Tempo de Cuidar, voltada a atender demandas de primeira necessidade das pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social no contexto da pandemia. Unidos a outras entidades da sociedade civil, estamos buscando concretizar o Pacto pela Vida e pelo Brasil, conclamando toda a sociedade para que, nesse tempo de pandemia, ninguém seja deixado para trás. Como nos tem provocado o Papa Francisco, precisamos escutar o clamor das famílias, trabalhar por uma economia “mais atenta aos princípios éticos” (Fratelli Tutti, 170), oferecer uma política melhor, sem desvios na garantia do bem comum, propor uma educação humanista e solidária, comprometidos na permanente construção da democracia. É urgente combater o racismo que se dissimula, mas não cessa de reaparecer. (Fratelli Tutti, 20) Queremos assegurar a vida desde a concepção até a morte natural, preservar o meio ambiente e trabalhar em defesa das populações vulneráveis, particularmente indígenas e quilombolas. Preocupa-nos o crescimento das várias formas de violência, entre elas, o feminicídio. “Cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade; cada morte violenta “diminui-nos” como pessoas”. (Fratelli Tutti, 227)
Como discípulos missionários, queremos crescer nesse tempo difícil, empenhados em remover as desigualdades e sanar a injustiça. A humanidade aguarda uma vacina que, distribuída com equidade, possa ajudar a garantir a vida e a saúde para todos. Pedimos que Deus acolha junto a Si os que morreram neste tempo e dê consolação e paz às famílias enlutadas. Abençoamos especialmente os incansáveis profissionais da saúde, os professores, os cuidadores e todos que atuam em serviços essenciais. Nossa prece também pelos presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas de nossas igrejas, para que se sintam encorajados. O Advento é um tempo de renovar nossa esperança. Confiantes, afirmamos que a fé em Cristo nunca se limitou a olhar só para trás nem só para o alto, mas olhou sempre também para a frente (Spe Salvi, 41). Não desanimemos, não estamos sozinhos: o Senhor está conosco! Acompanhe-nos a Santa Mãe de Deus, Senhora Aparecida, consolo dos aflitos, saúde dos enfermos e esperança nossa! Invocamos sobre todos a bênção da Santíssima Trindade, que sua misericórdia continue fortalecendo e animando o povo brasileiro. Brasília, 25 de novembro de 2020 D. Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo de Belo Horizonte, MG Presidente D. Jaime Spengler Arcebispo de Porto Alegre, RS 1º Vice-Presidente D. Mário Antônio da Silva Bispo de Roraima, RR 2º Vice-Presidente D. Joel Portella Amado Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ Secretário-Geral
Dezembro de 2020
COLETAS - ÓBULO E MISSÕES PARÓQUIAS
VALOR ORIGINAL
OBULO SÃO PEDRO
MISSÕES
N.SRA.DA CONCEIÇÃO - CATEDRAL
R$
3.484,00
R$
1.742,00
R$
1.742,00
N.SRA.DO BONSUCESSO
R$
3.532,40
R$
1.766,20
R$
1.766,20
SÃO PEDRO
R$
1.238,00
R$
619,00
R$
619,00
SÃO GERALDO
R$
1.051,50
R$
525,75
R$
525,75
S.FRANCISCO - GOPOUVA
R$
3.359,66
R$
1.679,83
R$
1.679,83
S.ANT.MARIA CLARET
R$
403,95
R$
201,98
R$
201,98
S.ANTONIO - V.AUGUSTA
R$
1.440,00
R$
720,00
R$
720,00
N.S.APARECIDA - J.V.GALVÃO
R$
526,00
R$
263,00
R$
263,00
N.S.APARECIDA - COCAIA
R$
1.836,00
R$
918,00
R$
918,00
N.S.FÁTIMA - V.FÁTIMA
R$
3.687,65
R$
1.843,83
R$
1.843,83
N.S.LOURDES - ITAPEGICA
R$
750,00
R$
375,00
R$
375,00
S.ANTONIO - PARQUE
R$
973,00
R$
486,50
R$
486,50
N.S.FÁTIMA - TRANQUILIDADE
R$
1.846,00
R$
923,00
R$
923,00
N.S.ROSÁRIO - V.ROSALIA
R$
1.860,00
R$
930,00
R$
930,00
S.JUDAS TADEU - TIBAGY
R$
5.002,80
R$
2.501,40
R$
2.501,40
S.ANTONIO - GOPOUVA
R$
4.279,00
R$
2.139,50
R$
2.139,50
SANTA MENA
R$
3.295,25
R$
1.647,63
R$
1.647,63
S.TEREZINHA - CUMBICA
R$
5.120,00
R$
2.560,00
R$
2.560,00
SÃO ROQUE - CECAP
R$
2.036,00
R$
1.018,00
R$
1.018,00
S.RITA DE CÁSSIA - PALMIRA
R$
640,00
R$
320,00
R$
320,00
SANTO ALBERTO
R$
3.295,80
R$
1.647,90
R$
1.647,90
SÃO JOSÉ - J.PAULISTA.
R$
2.275,00
R$
1.137,50
R$
1.137,50
S.ANTONIO - PIMENTAS
R$
3.777,15
R$
1.888,58
R$
1.888,58
S.CRUZ - TABOÃO
R$
2.447,35
R$
1.223,68
R$
1.223,68
S.FRANCISCO - UIRAPURU
R$
660,00
R$
330,00
R$
330,00
S.JOÃO BATISTA
R$
3.927,00
R$
1.963,50
R$
1.963,50
S.FRANCISCO ASSIS - NAÇÕES
R$
660,00
R$
330,00
R$
330,00
S.CRUZ –N.S.APARECIDA - P.DUTRA
R$
5.104,26
R$
2.552,13
R$
2.552,13
S.RITA DE CÁSSIA – J.CUMBICA
R$
1.566,00
R$
783,00
R$
783,00
S.VICENTE DE PAULO
R$
2.200,00
R$
1.100,00
R$
1.100,00
N.S.FÁTIMA – ARACILIA
R$
676,00
R$
338,00
R$
338,00
N.S.LORETO
R$
1.273,00
R$
636,50
R$
636,50
SANTA LUZIA – MIKAIL
R$
1.034,00
R$
517,00
R$
517,00
SANTA LUZIA – ALVORADA
R$
1.321,00
R$
660,50
R$
660,50
S.JUDAS – JD.ALICE
R$
2.967,82
R$
1.483,91
R$
1.483,91
SANTA ROSA DE LIMA
R$
1.228,80
R$
614,40
R$
614,40
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS-PQ.STOS.DUMONT
R$
934,18
R$
467,09
R$
467,09
SAGRADA FAMILIA -JD.PARAISO
R$
1.024,00
R$
512,00
R$
512,00
N.S.DE GUADALUPE
R$
507,50
R$
253,75
R$
253,75
N.S.APARECIDA-JD.AMERICA
R$
210,00
R$
105,00
R$
105,00
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS-JD.NORMANDIA
R$
1.158,55
R$
579,28
R$
579,28
SAGRADA FAMILIA-JD.CARMELA
R$
1.380,54
R$
690,27
R$
690,27
NOSSA SRA. APARECIDA INOCOP
R$
2.168,50
R$
1.084,25
R$
1.084,25
SÃO PAULO APÓSTOLO
R$
2.049,15
R$
1.024,58
R$
1.024,58
SANTO ANDRE
R$
798,55
R$
399,28
R$
399,28
TOTAL
R$
91.005,36
R$
45.502,68
R$
45.502,68
Dezembro de 2020
Folha Diocesana de Guarulhos
13
Programação Padres Aniversariantes - Dezembro 2020 Nascimento 07 (2019) Pe. Alan Christian P. Martins 08 (1975) Pe. Fabio Eneas de Lima 11 (1987) Pe. Fernando Gonçalves 17 (1972) Pe. César A. B. da S. Campos 21 (1976) Pe. Ednaldo Oliveira Carvalho 25 (1957) Pe. Antonio Carlos Frizzo
05 (1999) Pe. Francisco G. Veloso Junior 06 (2015) Pe. Johnny William Bernardo 06 (2015) Pe. Thiago Ramos dos Santos 08 (1985) Dom Edmilson A. Caetano 08 (2009) Pe. Cleber Leandro de Oliveira 08 (2010) Pe. Joaquim Rodrigues 12 (2015) Diác. Per. Reinaldo Bonatti 14 (2014) Pe. José Ayllson de Souza 14 (2014) Pe. Rodrigo Gomes Burim 15 (2018) Pe. Jonas Barbosa dos Santos 15 (2018) Pe. Marcos Alves da Silva 15 (2018) Pe. Tiago Ferraz Leite
Ordenação 01 (2018) Pe. Alex Aparecido de Passos 01 (2018) Pe. Fernando Gonçalves 01 (2018) Pe. Ítalo Sá de Sousa 03 (2006) Pe. Welson Oliveira Nogueira
Agenda do Bispo - Dezembro 2020 01 02 03
09h30 – Atendimento Cúria 20h30 – Anúncio do Advento Neocatecumenato – Par. São José 09h30 – Codipa e 14h30 – Atendimento Cúria 20h00 – Início Visita Pastoral Paróquia Santa Terezinha 09h30 – Colégio de Consultores 15-21h – Visita Pastoral Paróquia Santa Terezinha
04
09-21h – Visita Pastoral Paróquia Santa Terezinha
05
09-19h – Visita Pastoral Paróquia Santa Terezinha 08-13h – Visita Pastoral Paróquia Santa Terezinha
06
12
15h00 – Crisma paróquia NS de Fátima Tranquilidade
07
08
20h00 – Vigília da Imaculada Conceição Caminho Neocatecumenal – Paróquia São José
13
16h00 – Missa comunidade Santa Luzia – Paróquia São Pedro 15
14h30 – Atendimento Cúria 16
19h30 – Posse do Pe. Jonas como pároco Paróquia Santo Antonio da Vila Augusta
18
09h30 – Atendimento Cúria
19
18h00 – Pregação no Grupo de Oração “Bom Jesus” paróquia Santa Rosa de Lima 11h00 – Missa Catedral
20
19h00 – Missa paróquia Santa Mena 40 anos da criação da Paróquia
10h00 – Ordenação resbiteral do Diác. Francisco Lucas – Catedral
22
09h30 – Cúria/chancelaria e 14h30 – Atendimento Cúria
12h00 – Visita comunidade Shalom
23
14h30 – Atendimento Cúria
14h30 – Atendimento Cúria 19h30 – Missa Paróquia NS Loreto 08h30 – Missa e reunião – Presidência do Regional
14
17h00 – Crisma paróquia Santa Rosa de Lima
09h30 – Tribunal Eclesiástico – São Paulo
24
20h00 – Missa comunidade Santa Luzia – paróquia Sagrado Coração de Jesus – Normandia
Folha Diocesana de Guarulhos
09-12h – Manhã de oração do clero – Lavras 15h00 – Missa Cúria 17h00 – Missa da Vigília do Natal Paróquia NS de Fátima – Vila Fátima 20h00 – Missa da Noite do Natal - Catedral
09h30 – CDAE
11
09h30 – Economato
21
20h00 – Missa paróquia NS de Guadalupe 10
10h00 - Missa Paróquia Santa Luzia – Mikail
08h00 – Missa Catedral 09h30 – Conselho Deliberativo Cáritas
09
19h00 – Crisma Paróquia Santa Cruz e NS do Carmo 07h00 – Missa paróquia Santa Luzia – Alvorada
19h00 – Crisma paróquia São Geraldo 12h00 – Missa Catedral - Aniversário de 35 anos de Ord. Presbiteral
16h00 – Crisma Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Normandia
25 27 31
11h00 – Missa Catedral 19h00 – Missa paróquia NS de Fátima – Tranquilidade 11h00 – Missa Catedral 18h00 – Missa paróquia Sagrada Família – Paraíso 12h00 – Missa Catedral – TE DEUM
Dezembro de 2020
Vai Acontecer
Dezembro de 2020
Folha Diocesana de Guarulhos
15
PEREGRINAÇÃO DA IMAGEM DA IMACULADA CONCEIÇÃO – 2020 2021 FORANIA FÁTIMA 11 a 16 /02/2020- Paróquia Santo Antônio – Pimentas 16 a 23/02/2020 - Paróquia São Judas Tadeu – Jd Alice 23/02 a 01/03/2020 - Par. São Francisco de Assis / Nações 01 a 08/03/2020 - Paróquia Santa Rita de Cassia 08 a 15/03/2020 - Paróquia N. Sra de Fátima – Aracília
15 a 22/03/2020 - Paróquia Santa Luzia – Alvorada 06 A 20/12/2020 - Par. Sagrado Coração 20/12 A 03/01/2021 - Par. N.Sra do Loreto 03/01 A 17/012021 - Paróquia São Francisco – Uirapuru
FORANIA BONSUCESSO 17 a 24/01/2021 - Par. Sta Teresinha e N.Sra das Angustias 24 a 31/01/2021 - Paróquia Sta Cruz e N.Sra Aparecida 31 a 07/202/2021 - Paróquia N.Sra Aparecida – Inocoop 07 a 14/02/2021 - Santuário N.Sra do Bonsucesso 14 a 21/02/2021 - Paróquia Sagrada Família – Carmela
21 a 28/02/2021 - Paróquia São Vicente de Paulo 28/02 a 07/03/2021 - Par. Sto Alberto Magno e N.Sra das Graças 07 a 14/03/2021 - Paróquia Sagrado Coração de Jesus 14 a 21/03/2021 - Paróquia N.Sr de Guadalupe
FORANIA APARECIDA 28 a 11/04/2021 - Paróquia Santa Luzia – Mikail
09 a 16/05/2021 - Paróquia Sta Cruz e N.Sra do Carmo
11 a 18/04/2021 - Paróquia Sto André
16 a 23/05/2021 - Paróquia São João Batista
18 a 25/04/2021 - Paróquia Sagrada Família
23 a 30/05/2021 - Paróquia São Paulo Apóstolo
25/04 a 02/05/2021 - Par. N.Sra Aparecida – Jd Bela Vista
30/05 a 06/06/2021 - Paróquia N.Sra Aparecida – Cocaia
02 a 09/05/2021 - Paróquia São Roque
06 a 13/06/2021 - Paróquia N.Sra de Fátima – Vila Fátima
FORANIA ROSÁRIO 13 a 20/06/2021 - Paróquia Santa Rosa de Lima 20 a 27/06/2021 - Paróquia Santuário Bom Jesus 27/06 a 04/07/2021 - Paróquia São José 04 a 18/07/2021 - Área Pastoral São Paulo Apóstolo
18 a 25/07/2021 - Paróquia Santa Rita de Cassia 25/07 a 01/08/2021 - Paróquia Santa Mena 01 a 08/08/2021 - Paróquia N.Sra do Rosário
FORANIA IMACULADA 08 a 15/08/2021 - Santuário São Judas Tadeu 15 a 22/08/2021 - Paróquia São Pedro Apóstolo 22 a 29/08/2021 - Paróquia N.Sra Aparecida 29/08 a 05/09/2021 - Paróquia Santo Antônio – Parque 05 a 12/09/2021 - Paróquia Santo Antônio – Gopoúva 12 a 19/09/2021 - Paróquia São Francisco de Assis 19/09 a 03/10/2021 - Paróquia N.Sra de Fátima
16
Folha Diocesana de Guarulhos
03 a 10/10/2021 - Capelania Stella Maris 10 a 24/10/2021 - Paróquia N.Sra de Lourdes 24/10 a 07/11/2021 - Paróquia Santo Antônio – Vila Augusta 07 a 21/11/2021 - Paróquia São Geraldo 21/11 a 05/12/2021 - Paróquia Santo Antônio Maria Claret 05 ou 08/12/2021 - Catedral Imaculada Conceição
Dezembro de 2020