A Igreja em casas atos 1

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JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Volume 17 / Número 2 EDIÇÃO PORTUGUÊS

ATOS

A IGREJA EM CASAS

O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Bob Fitts

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1 / ATOS OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001 Você deverá dar esta informação cada vez que escrever ao World MAP, ou quando preencher seu/ Formulário do livro O Cajado do Pastor. ATOS / 1 ABRIL / MAIO JUNHO 2002de Renovação de Assinatura ou solicitação 1 / ATOS OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001


A IGREJA EM CASAS

O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Bob Fitts

Capítulo 1

A RAZÃO PARA TERMOS IGREJAS EM CASAS “Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus... saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles” (Rm 16:3-5). ‘’As igrejas da Ásia vos saúdam. No Senhor, muito vos saúdam Áqüila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles” (l Co 16:19). “Saudai os irmãos de Laodicéia, e Ninfa, e à igreja que ela hospeda em sua casa” (Cl 4:15). “Ao amado Filemom... e à igreja que está em tua casa” (Fm 1,2). Com base nos versículos acima, é óbvio que a Igreja Primitiva reuniase em casas. Essas casas não eram o que poderíamos chamar de um prédio característico e específico de uma igreja. Eram casas em que as pessoas moravam, e eram abertas como um local de reunião para a igreja. A Igreja Primitiva não tinha prédios de igreja. Os prédios não apareceram até o ano 232 d.C. O período mais explosivo do crescimento da Igreja na história, até recentemente, aconteceu durante os primeiros anos, quando não havia nenhum prédio de igreja. 2 / ATOS

Contudo, neste exato momento, na China, há um incomum mover do Espírito de Deus que é até mesmo maior que o crescimento inicial da Igreja. Isso está acontecendo sem o uso de prédios de igreja. Esse reavivamento é um movimento de igrejas em casas. A seguinte citação foi extraída do Relatório Calebe da edição de Jan/Fev de 1990 da REVISTA MINISTÉRIOS. Este relatório foi feito por Loren Cunningham, fundador e presidente da JOCUM (Jovens com Uma Missão): “De acordo com o U.S. Center For World Mission (Centro Americano Para Missões Mundiais), mais de 22.000 chineses estão vindo a Cristo a cada dia. É o equivalente a 7 dias de Pentecostes a cada 24 horas. Isso está acontecendo neste exato momento. A maior parte dessa explosão de uma nova fé está vindo das comunidades rurais da China, onde vive 80% da população chinesa. “Jonathan Chão, fundador da Chinese Church Research Center (Centro de Pesquisas da Igreja Chinesa), contou-me como o reavivamento chinês está sendo espalhado por

jovens, em sua maioria com idades de 15 a 19 anos. Os adolescentes vão aos vilarejos e compartilham o Evangelho onde ele nunca foi ouvido antes. “Quando os convertidos são organizados em pequenos grupos, os adolescentes chamam os ‘presbíteros’ ou ‘anciãos’ (crentes de 20 a 30 anos de idade) para virem e ensinarem as recémformadas igrejas em casas. Ao mesmo tempo, os adolescentes seguem adiante, para alcançarem o próximo vilarejo. “Os pastores e mestres chineses não têm barreiras financeiras para espalharem a mensagem cristã. Eles moram com os camponeses e fazendeiros em cada região nova, e não constróem edifícios. Eles têm muito pouco e precisam de muito pouco. “Através deste meio simples, as Boas-Novas estão saltando sobre os campos e montanhas da China.” O explosivo crescimento da Igreja que está acontecendo agora na China tem algo em comum com o crescimento da Igreja Primitiva do Livro de Atos. Ambos são um movimento de igrejas em casas. Este mesmo tipo de crescimento é visto em outros países ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


hoje, onde os prédios de igrejas não são permitidos. Há um princípio simples que é expresso aqui: Quanto mais obstáculos que atrapalham a implantação de novas igrejas forem removidos, tanto maior será o crescimento que veremos. Já tive experiências, tanto na implantação como no pastoreamento de igrejas em casas. Vejo algumas claras vantagens na implantação de igrejas em casas para a multiplicação de igrejas: AS IGREJAS EM CASAS SÃO FÁCEIS DE SE INICIAR Para se implantar uma igreja numa casa, você não precisa comprar propriedades, nem construir um prédio. Você não precisa de um púlpito, bancos de igreja, hinários, nem de um piano. Você pode ficar sem um batistério, uma escola dominical, e um pastor de jovens. Você não precisa pertencer a uma denominação, nem tornar-se membro. Você não precisa ter uma reunião aos domingos, ter um boletim da igreja, nem ter uma reunião no mesmo lugar todas as semanas. Você não precisa ter uma placa com o nome da sua igreja. Ela não precisa de um nome. Na verdade, você

nem mesmo precisa chamá-la de “igreja”, contanto que você saiba que ela é uma igreja. Nenhuma das situações acima são ruins ou erradas, mas também não são necessárias. O Apóstolo Paulo não usava nenhuma das coisas acima em seu ministério de implantação de igrejas. Muitas das nossas igrejas modernas deixaram a simplicidade do Novo Testamento e acrescentaram tantas coisas extras, que na verdade não são necessárias. Por essa razão, tem ficado cada vez mais difícil iniciarmos uma nova igreja. Não podemos ir a nenhum país hoje onde o Apóstolo Paulo implantou igrejas e apontarmos para um prédio e dizermos: “Aquela é a Igreja de Corinto!” ou “Olhe para aquele lindo prédio! É a Igreja dos Efésios!” ou “Eis aqui a Igreja dos Tessalonicenses!” Não há nenhum prédio assim. Pelo que saibamos, as igrejas que Paulo iniciou reuniam-se em casas. Ray Willians, um amigo íntimo, é missionário no México há 25 anos. Ele tem sido usado por Deus para iniciar dezenas de igrejas no México, das quais centenas de outras igrejas têm sido geradas. Ele me contou recentemente, que

EDIÇÃO PORTUGUÊS Volume 17 / Número 2

ATOS Índice

A IGREJA EM CASAS 1. A Razão Para Termos Igrejas em Casas .... 2 2. As Igrejas em Casas no Novo Testamento .................................................... 6 3. O que é Uma Igreja? ................................... 9 4. Implantação de Igrejas por Saturação .... 13 5. Uma Roda ou Uma Videira? ..................... 17 6. Será que os Prédios de Igrejas São Mesmo Necessários? .................................. 18 7. Um Passo à Unidade .................................. 21 8. O que Fazemos Numa Igreja em Casa? .. 24 9. Perguntas e Respostas ............................... 27 Suplemento A – Por que a JOCUM (Jovens com Uma Missão) Implanta Igrejas .............. 30 Suplemento B – Por que Implantar Novas Igrejas ............................................................... 32 Como Fazer a Sua Igreja Crescer ................. 34 O Crescimento da Igreja e as Escrituras ...... 37 Diretor Responsável ................... Ralph Mahoney Diretores ......................... Frank & Wendy Parrish Diretores Administrativos África .................................. Loreen Newington Índia .................................................... Bill Scott Internacional ................................ Gayla Dease Artes Gráficas ... Dennis McLain & Vander Santos Tradutor ....................................... Marcos Taveira Revisora ........................................... Nadya Denis Leitora de Provas ...................... Maura Ocampos Impressão Gráfica ................ Editora Betânia S/C

VISÃO E MISSÃO Como um ministério ao Corpo de Cristo, o World MAP existe para: 1. Fornecer aos líderes de igrejas nos países da Ásia, África e América Latina um treinamento prático que os torne eficazes ministros do Evangelho. 2. Compartilhar com os crentes das nações ocidentais as vitórias e as tribulações de obreiros de igrejas nacionais, a fim de que a Igreja: Ore mais fervorosamente e dê mais sacrificialmente para abençoar e desenvolver a obra dos que servem nas linhas de frente do evangelismo. ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publicada a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N. San Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA. Toda correspondência deve ser dirigida para o endereço acima ou para Caixa Postal 5053, 31611970 Venda Nova, MG, Brasil ou ainda para o email: revista.atos@uol.com.br SR. AGENTE POSTAL: Favor enviar as mudanças de endereço para “World MAP”, Caixa Postal 5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil. Todas as passagens das Escrituras serão da Bíblia Sagrada, traduzida em português por João Ferreira de Almeida – Sociedade Bíblica do Brasil – 1981, a menos que outra fonte seja indicada.

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certa vez, iniciou uma igreja num trigal. A igreja cresceu, e dela surgiu uma multidão de “igrejas-filhas e netas”, e cada uma delas com uma visão de implantação de novas igrejas. Temos a tendência de tornar nossas igrejas complexas demais. Deus está nos chamando de volta à simplicidade e naturalidade da multiplicação. AS IGREJAS EM CASAS SÃO DESCONTRAÍDAS E INFORMAIS Vários anos atrás, levei minha família a uma igreja cujo pastor era um notável mestre da Bíblia. Eu gostava muito daquela igreja e queria freqüentá-la. No entanto, todos os membros de lá vestiam-se com roupas que eram muito caras para as condições financeiras da minha família. Algumas pessoas não frequentam certas igrejas hoje porque o nível do padrão do vestuário é alto demais. Eles transformaram a igreja num evento “formal”. Muitos que não frequentam uma igreja do tipo formal, frequentam uma igreja numa casa porque ela é mais descontraída e tem um ambiente informal e familiar. Em seu livro UNDERSTANDING CHURCH GROWTH (Comprendendo o Crescimento da Igreja), o Dr. Donald McGavran cita “Oito Chaves Para o Crescimento da Igreja nas Cidades”. A primeira delas nos dá a idéia do Dr. McGavran sobre a importância da implantação e multiplicação das igrejas em casas. Ele afirma: “As oito chaves que estou para mencionar não são meras adivinhações. Elas descrevem princípios com os quais concordam homens especializados no crescimento da Igreja. “Em primeiro lugar, enfatize as igrejas em casas. Quando a igreja começa a crescer, cada congregação precisa encontrar logo um lugar para se reunir. “A congregação deveria reunir-se nos ambientes mais naturais. Deveria ser um lugar em que os não-cristãos possam vir com a maior tranqüilidade. Ela deveria estimular os próprios convertidos a darem prosseguimento aos cultos. A obtenção de um lugar de reunião não deveria colocar um peso financeiro sobre as pequenas congregações. 4 / ATOS

“A igreja em casas supre todos esses requisitos de forma ideal. Elas deveriam sempre ser consideradas, tanto para uma implantação inicial como para expansões posteriores.” AS IGREJAS EM CASAS SÃO FERRAMENTAS EVANGELÍSTICAS O Dr. Peter Wagner é considerado por muitos como a maior autoridade sobre o crescimento de igrejas hoje. Ele diz: “O melhor método debaixo do céu para a evangelização é a implantação de igrejas. Nunca houve um método melhor e nunca haverá.” IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO é o nome dado à visão

que agora está sendo adotada por líderes de missões no mundo todo. Uma igreja que se divide a fim de multiplicar-se experimenta uma adição. Uma igreja que tem o seu enfoque somente na adição tem a tendência de atolar-se e estagnar-se. O objetivo de muitos líderes de igrejas tem sido o de se tentar fazer uma só congregação muito grande, em vez de se multiplicar as congregações. Contudo, a Igreja de qualquer cidade aumenta muito mais rapidamente pela multiplicação das congregações do que pela tentativa de se edificar uma só super-congregação. A maior igreja do mundo encontra-se em Seul, Coréia, sob a liderança pastoral do Dr. Yonggi Cho, que tem aplicado o princípio de multiplicação. A sua igreja está evangelizando a Cidade de Seul de uma maneira notável, multiplicando as congregações, que são chamadas de “células”. Eles se dispuseram a dividir-se a fim de se multiplicarem, e a adição tem sido incrível. AS IGREJAS EM CASAS FACILITAM O TREINAMENTO DE PASTORES E LÍDERES Os educadores têm entendido há muito tempo que o melhor método de treinamento ainda é o método de aprendizagem, isto é, o treinamento de “um mestre a um aprendiz na prática”. É o que um ferreiro, encanador, ou advogado teria recebido há cem anos atrás. Eles aprendiam observando e pratican-

do, e, ao mesmo tempo, sendo responsáveis a um mestre na profissão. Esse era o método de Jesus. Seus discípulos aprendiam observando, ouvindo e praticando, enquanto conviviam com o Próprio Mestre dos mestres. Nas igrejas em casas os pastores podem ser treinados no sentido de fazerem de fato a obra de pastoreio. Ao mesmo tempo, eles estão sob a supervisão de um pastor sênior. Eles crescem à medida que a igreja cresce sob a liderança deles. Os pastores que têm empregos remunerados de tempo integral podem continuar, a trabalhar até que a igreja possa sustentá-los financeiramente. Alguns pastorearão mais do que uma igreja numa casa, uma vez que nem todas elas se reúnem no domingo de manhã. AS IGREJAS EM CASAS AJUDAM A ESTREITAR OS RELACIONAMENTOS Uma pequena igreja numa casa tem uma probabilidade muito maior de que as pessoas tímidas encontrem sua identidade no Corpo de Cristo. Em nossa igreja em casa geralmente almoçávamos juntos nos domingos. Todas as famílias participavam, preparando e servindo as refeições. A formação de relacionamentos ocorre muito mais facilmente neste tipo de situações “familiares”. Em seu periódico Church Growth Report (Relatório do Crescimento da Igreja), Win Arn faz a seguinte afirmação sob o título “UM PRINCÍPIO DE CRESCIMENTO COMPROVADO”: GRUPOS PEQUENOS EFICAZES:

“Em nossos estudos de igrejas crescentes, descobrimos que uma característica comum é o alto nível de ‘cola relacionamental’ entre os membros. Podemos chamar esta característica de ‘amor’, ‘amizade’, ‘solicitude’..., mas é o que genuinamente atrai e retém os membros.” AS IGREJAS EM CASAS SÃO ECONÔMICAS Uma igreja numa casa pode canalizar para o ministério quase todos os seus recursos financeiros. Já que as ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


reuniões são feitas em casas, todas as despesas com construções são evitadas. Desta forma, somente dez famílias que dizimam poderiam sustentar financeiramente um pastor em tempo integral. Já que um pastor poderia supervisionar mais do que uma igreja em casa, ele não precisa receber todo o seu sustento de uma só congregação. As reuniões podem ser feitas em outros dias ou noites, como também aos domingos. Ouvi sobre um pastor que estava fazendo regularmente 12 reuniões em casas toda as semanas. Não há nada no Novo Testamento que diga que domingo às 11 horas da manhã é a hora de a igreja se reunir. Aliás, o padrão do Livro de Atos é que eles se reuniam diariamente. O primeiro dia da semana é raramente mencionado, e nunca é enfatizado como um dia especial, separado para a adoração. Obviamente, muitas destas igrejas em casas são dirigidas por pastores em treinamento. Estas pessoas possuem empregos regulares e pastoreiam uma igreja numa casa à medida que seu tempo permitir. A honra de um salário razoável deveria ser dada aos que estão em tempo integral na obra. Contudo, até mesmo os que servem como pastor em tempo parcial deveriam receber uma honra semelhante. Eles deveriam receber algumas ofertas de amor e uma ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

remuneração proveniente dos dízimos e ofertas. Isso ressarciria seus gastos e os encorajaria na obra do ministério. Quer esteja em tempo parcial ou integral, “digno é o trabalhador do seu salário” (Lc 10:7). AS IGREJAS EM CASAS PODEM RESOLVER O PROBLEMA DO CRESCIMENTO Algumas das nossas congregações crescem tanto que precisam construir prédios maiores, alugar instalações maiores, ou fazer dois cultos. Isso é o que chamamos de um “problema agradável”. No entanto há também uma solução agradável. Comece a treinar pastores, designando-lhes uma área da cidade. Em seguida, dê-lhes algumas famílias para iniciarem uma igreja em casa nestas áreas da cidade, com o propósito de “terem um bebê”. A coisa mais vivificante que uma igreja pode fazer é ter um bebê. Tenho visto muitas e muitas igrejas morrendo por causa de um espírito possessivo na liderança. As igrejas que Deus está abençoando são as igrejas que continuamente dão tudo o que Deus lhes dá. Jesus disse: “dai, e dar-se-vos-á” (Lc 6:38). Uma igreja que dá é uma igreja que cresce. Michael Green é o diretor da Fa-

culdade de Saint John de Nottingham, Inglaterra. Em seu discurso no Congresso Internacional sobre a Evangelização Mundial em Lausanne, Suíça, em 1974, ele falou sobre os Métodos e Estratégias na Evangelização da Igreja Primitiva. Ele disse: “Na Igreja Primitiva, os prédios não eram importantes. Eles não tiveram nenhum prédio de igreja durante o período de seu maior avanço. “Hoje em dia, os prédios de igreja parecem importantíssimos a muitos cristãos. A sua manutenção consome o dinheiro e o interesse dos membros. Isso geralmente os afunda em dívidas e os isola dos que não frequentam a igreja. “Em alguns casos, até mesmo a palavra ‘igreja’ mudou o seu significado. Ela não significa mais um grupo de pessoas, como significava na época do Novo Testamento. Nos dias atuais, ‘igreja’ muitas vezes significa incorretamente um prédio.” Há muitas vantagens nas igrejas em casas. A mais importante delas é a simplicidade e facilidade de multiplicação. Os movimentos de igreja que cresceram mais rapidamente na história foram os que não tiveram enormes estruturas organizacionais. Os movimentos mais bem-sucedidos têm enfocado os aspectos essenciais sem n hesitações. ATOS / 5


A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações

Capítulo 2

AS IGREJAS EM CASAS NO NOVO TESTAMENTO Durante a vida de Jesus na terra, residências comuns e simples eram usadas para a propagação do Evangelho e para o discipulado de novos convertidos. Isso também aconteceu durante a expansão da Igreja no Livro de Atos. Os versículos abaixo mostram isto: Uma Casa Onde Jesus Foi Adorado “Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrandose, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2:11). A primeira vez em que um grupo se reuniu para adorar a Jesus e oferecer-Lhe presentes foi numa casa – a casa de Maria e José. A Casa de Pedro Foi Usada Para Uma Reunião de Curas “Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre. Mas Jesus tomoua pela mão, e a febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo. Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes” (Mt 8:14-16). Nos primeiros dias do Seu ministério, Jesus usou a casa de Pedro para fazer reuniões de pregação, cura, e libertação. 6 / ATOS

O Primeiro Culto de Ceia foi Realizado Numa Casa Na última semana do ministério de Jesus, Ele disse aos Seus discípulos: “Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos” (Mt 26:18). O nosso Senhor poderia ter escolhido celebrar a primeira Ceia com os Seus discípulos numa sinagoga, no Templo, ou em algum outro lugar de importância religiosa. Contudo, Ele escolheu celebrá-la numa casa comum e simples. Assim sendo, Ele deu a Sua aprovação à residência comum como sendo um lugar consagrado e santificado, digno dos mais solenes cultos de adoração. Jesus Pregou a Multidões Reunidas em Casas

“Vários dias mais tarde, Ele voltou a Capemaum e as notícias da Sua chegada espalharam-se rapidamente por toda a cidade. Logo, a casa em que Ele estava ficou tão lotada de visitantes que não havia espaço para nem mais uma pessoa, nem mesmo fora da porta. E Ele lhes pregou a Palavra” (Mc 2:1,2 – A Bíblia Viva). Jesus fez em casa as mesmas coisas que fazemos em nossos prédios de

igrejas hoje em dia. Ele também fez estas coisas ao ar livre e no pátio do Templo. O Pentecostes Veio a Uma Igreja em Casa “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados” (At 2:1,2). Muitos de nós nunca consideramos o número de eventos bíblicos fundamentais que aconteceram em residências particulares. LEMBRETES: • O primeiro culto de adoração aconteceu numa casa • O primeiro culto de Ceia foi numa casa • O primeiro culto de curas foi realizado numa casa • A primeira ocasião de pregação do Evangelho aos gentios aconteceu na casa de Cornélio • O derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes foi numa casa, e • As primeiras igrejas que o Apóstolo Paulo iniciou foram todas organizadas em casas. Através dos séculos nós perdemos a vida que pode ser encontrada na simplicidade. Ao contrário, temos acrescentado coisas que retardaram o proABRIL / MAIO / JUNHO 2002


gresso e a expansão da Igreja a todas as nações. Nas Ruas e nas Casas “Eles adoravam juntos, regularmente, no Templo, todos os dias, reuniam-se em pequenos grupos nas casas para a comunhão, e compartilhavam as suas refeições com grande alegria e gratidão” (At 2:46 – A Bíblia Viva). A Igreja Primitiva não somente se reunia em pequenos grupos nas casas, mas também em reuniões maiores em lugares públicos. O crescimento mais rápido da Igreja acontece quando ela não usa locais formais de reunião. Por

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toda a história, a Igreja cresceu mais rapidamente quando ela permaneceu flexível, móvel e militante. Saulo, o Perseguidor, Ataca as Igrejas em Casas Saulo começou a perseguir a Igreja. Indo de casa em casa, ele arrastava os crentes e os colocava na prisão. “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (At 8:3). Onde ia Saulo de Tarso para encontrar o “povo do caminho” a fim de arrastá-los à prisão e à morte? Ele os encontrava nas casas. Ele próprio,

mais tarde, iniciaria igrejas em casas em suas viagens missionárias. Onde Vocês se Reúnem? “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At 5:42). Os crentes não se reuniam no Templo em si, mas nos pátios, ou perto do Templo, onde as pessoas se reuniam. Eram reuniões ao ar livre. A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO de Lion afirma que os cristãos não tinham nenhum prédio especial, mas reuniam-se em casas particulares: “Rústico, o Perfeito, perguntou o

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seguinte a Justino Mártir (100-165 d.C.): ‘Onde vocês se reúnem?’ Justino disse: ‘Onde as pessoas escolhem e podem, ou você supõe que todos nós nos reunimos exatamente no mesmo lugar? Nada disto, porque o Deus dos cristãos não está confinado (restrito) a um só lugar’.” Em seu livro CELLS FOR LIFE (Células Para a Vida), Ron Trudinger diz: “Eles iniciaram a prática de se reunirem diariamente no Templo e de partirem o pão de casa em casa. Esta última frase também poderia ser traduzida por: ‘nas várias casas particulares’. “A oposição dos judeus logo impediu o uso do Templo pêlos cristãos. As sinagogas foram usadas por algum tempo, mas não demorou muito até que muitas delas fossem fechadas aos cristãos (veja Atos 19). No entanto, continuamos encontrando muitas referências em Atos e nas Epístolas de igrejas em casas.” A Igreja em Casa que Abriu o Evangelho às Nações “No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélio estava esperando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos íntimos. Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou... Pedro... entrou, encontrando muitos reunidos ali” (At 10:24-27). Esse é um bom exemplo de como iniciarmos uma igreja em casa. Alguém que esteja faminto por Deus reúne vários membros de sua família e amigos. Aí então esta pessoa pede que o homem de Deus venha e compartilhe a Palavra de Deus. Tão simples assim! A reunião na casa de Cornélio foi um irrompimento histórico. Ela convenceu os crentes judeus que as BoasNovas eram para todas as nações, e não somente para os judeus. A Casa de Lídia Foi a Primeira Igreja da Europa “Tendo-se retirado do cárcere, dirigiram-se para a casa de Lídia e, 8 / ATOS

vendo os irmãos, os confortaram. Então, partiram” (At 16:40). A Igreja de Filipos foi formada na casa de Lídia. O Livro de Atos não conta como a igreja cresceu. Muito provavelmente, quando o grupo não podia mais caber na casa de Lídia, os membros formaram uma outra igreja em casa em alguma outra parte da cidade. Desta maneira eles continuaram a dividir-se e a multiplicar-se.

A Igreja Primitiva não somente se reunia em pequenos grupos nas casas, mas também em reuniões maiores em lugares públicos. O crescimento mais rápido da Igreja acontece quando ela não usa locais formais de reunião. Por toda a história, a Igreja cresceu mais rapidamente quando ela permaneceu flexível, móvel, e militante.

A Casa Alugada de Paulo “Por dois anos, permaneceu Paulo na sua própria casa, que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo” (At 28:30,31). Estas palavras finais do Livro de Atos revelam que, em Roma, Paulo usou sua casa alugada para divulgar as Boas-Novas do amor de Deus. O movimento que cresce mais rapidamente no mundo hoje começou em casas. O movimento cristão teve o seu maior crescimento enquanto os seus membros permaneceram flexíveis e móveis. Os cristãos multiplicaram-se mais quando o seu objetivo

principal era os relacionamentos, e não os rituais. Da Sombra à Substância Todos os tipos e sombras do Antigo Testamento foram totalmente cumpridos em Cristo. Não precisamos mais do Tabernáculo, das vestes sacerdotais do Templo, da sua mobília, ou de nenhuma outra coisa semelhante. Cristo é tudo e em todos. Somos completos n’Ele. Não precisamos mais de um “Lugar Santo”, como tinham os judeus. Não precisamos de um altar de incenso, da pia, dos pães da proposição, nem do Urim ou Tumim. Não precisamos das sombras, pois temos a substância – O NOME DELE É JESUS.

Analisemos agora João 4:2023, quando a mulher de Samaria disse a Jesus: “Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crerme que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”. Jesus esclareceu que DA SUA ÉPOCA EM DIANTE Jerusalém não era um lugar mais santo que Samaria. Isso se devia ao fato de que ELE HAVIA VINDO. Em Sua vinda, Ele colocaria um fim para sempre na idéia de lugares santos. Isso porque Ele Próprio havia cumprido todos os tipos e sombras do Antigo Testamento. Louvemos ao Senhor por termos sido libertos de toda escravidão referente a um lugar onde possamos adorar a Deus. Regozijemo-nos porque fomos libertos do legalismo. Somos livres para adorá-Lo quando estiver mos a sós ou com outras pessoas. Somos livres para adorarmos a qualquer hora, dia ou noite, em qualquer lugar n que escolhermos. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações

Capítulo 3

O QUE É UMA IGREJA? Uma igreja certamente não é aquele prédio da esquina, com as lindas janelas de vitrais e o campanário em cima. A igreja talvez se reúna lá, mas este prédio não é a igreja. A palavra original no grego, ekklesia, é composta por duas palavras: ek, que significa “para fora de” e kalleo, que significa “Eu chamo”. O significado pleno e simples de “igreja”, de acordo com a palavra grega original, é “Eu chamo para fora de”. Quando Jesus disse: “Edificarei a Minha Igreja”, Ele estava dizendo: “Chamarei o Meu povo para fora do mundo. Eles se reunirão em Meu Nome e as portas do Inferno não prevalecerão contra eles.” Isso mostra que o povo de Jesus chamado para fora se agrupará como um exército. Eles tomarão o mundo para Ele. O inimigo não será capaz de parar este avanço. Este exército invencível será motivado pelo amor de Deus no coração de seus membros. Eles terão uma mensagem de amor e perdão em seus lábios. Na verdade, ekklesia tem dois significados: o de sermos chamados para fora e o de estarmos reunidos. Não podemos experimentar a Igreja até que nos reunamos. A minha esposa e eu somos UM. Somos UM até mesmo quando estivermos separados um do outro, por muitos quilômetros de distância. Porém, não experimentamos os benefícios e bênçãos da nossa união matrimonial até que nos reunamos. Semelhantemente, você e todos os outros crentes da sua cidade constituem a Igreja desta cidade. Mesmo quando vocês não estiverem reunidos, ainda assim são a Igreja. Mas vocês não ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

podem receber os benefícios e bênçãos da Igreja até que se reúnam. “Reunir-se” não significa que vocês precisam estar no mesmo lugar ao mesmo tempo. Isso provavelmente nunca acontecerá em nenhuma cidade. “Pessoas Movendo-se Juntamente” John Dawson, em seu livro TAKING OUR CITIES FOR GOD (Tomando Nossas Cidades Para Deus), diz: “Não há nenhum modelo absoluto para o que deveria ser uma igreja local. “Certa vez eu passei uma tarde com mais de cem líderes espirituais de várias denominações. Tentamos encontrar uma definição universal de uma igreja local bíblica.

“Talvez você pense que foi uma tarefa fácil. No entanto, ficamos muito frustrados. “Considere todas as circunstâncias das pessoas na terra. Aí então examine todos os vários modelos da Igreja na Bíblia. Agora você começará a entender a nossa frustração. Após muitas horas de discussão havíamos produzido muitos modelos bons. Contudo, não encontramos nenhuma definição absoluta para a Igreja, a não ser ‘pessoas movendo-se juntamente sob o senhorio de Jesus’.” Gosto da definição “pessoas movendo-se juntamente”. A maioria de nós fomos levados a crer que a igreja é um prédio – algo imóvel. Se Deus estremecesse e retirasse

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todas as coisas até que não houvesse nada, senão uma simples e básica igreja neo-testamentária, o que teríamos de sobra? Imagine que eu tirasse todas as coisas desnecessárias do que eu entendo ser uma igreja. O que permaneceria? O nosso propósito neste capítulo é respondermos essa pergunta. Em primeiro lugar examinemos a palavra “paraigreja”. O que é Uma Paraigreja? Li recentemente um livro que procurava explicar a natureza da igreja. Um subtítulo do livro era “Qual é o Relacionamento da Igreja com as Organizações Paraeclesiásticas?” O autor fez a seguinte observação: “A Bíblia é clara no sentido de que é através da Igreja que Deus realizará o Seu grande propósito. Contudo, a Igreja nem sempre tem sido o que deveria ser. Por esta razão, muitos crentes ficam desanimados com a Igreja. Eles percebem que a Igreja, da forma como é, não supre certas necessidades óbvias. “Cristãos cuidadosos e solícitos têm desejado suprir as necessidades urgentes. Por essa razão, eles têm estabelecido sociedades missionárias, orfanatos, organizações para homens de negócios cristãos, e outras instituições semelhantes. (Nota do Editor: Estas organizações são geralmente chamadas de “ministérios paraeclesiásticos”. A palavra “paraigreja” ou “paraeclesiástico” significa “fora da igreja” ou “paralelo à igreja”.) “À medida que Deus continuar a restaurar e fortalecer a Sua Igreja, a necessidade dessas organizações existirem diminuirá. As comunidades eclesiásticas estarão ministrando às necessidades das pessoas em toda parte.” É óbvio na citação acima que o escritor tinha um forte sentimento de que “paraigreja” não era realmente “igreja” absolutamente. Parece que ele acha que algo inferior à “igreja” apareceu, até que a igreja verdadeira possa ser curada ou despertada para fazer a obra que deveria estar fazendo. Este é um clássico exemplo da seguinte idéia: “Se 10 / ATOS

você não for parecido com uma igreja, então não é uma igreja.” O fato é que, quando uma organização “paraeclesiástica” é constituída de crentes nascidos de novo em Jesus e eles se reúnem para servi-Lo e adorá-Lo, ela não é uma “paraigreja” – é uma igreja! A Igreja São Pessoas A igreja não é uma organização, instituição, ou denominação. São “pessoas movendo-se juntamente sob o senhorio de Jesus”. Seria difícil encontrarmos uma verdadeira organização “paraeclesiástica”. Uma organização destas, composta por cristãos, não seria uma “paraigreja”. Seria uma IGREJA – O POVO DE DEUS CHAMADO PARA FORA! Até mesmo se alguns membros

não fossem nascidos de novo, ainda assim seria uma igreja. Qual é a igreja que não tenha algumas pessoas nãosalvas frequentando os cultos? Há alguns anos eu também tinha

uma idéia incorreta sobre as paraigrejas. Em meu ministério de ensino eu geralmente dizia: “Se a igreja estivesse fazendo o que deveria estar fazendo não precisaríamos de todas estas organizações paraeclesiásticas.” Nunca me ocorreu que as pessoas paraeclesiásticas constituíam uma igreja exatamente da mesma maneira que nós, muito embora o prédio em que se reuniam não tivesse o mesmo formato que o nosso. Eu não percebia que elas eram o povo de Deus, movendo-se juntamente sob o senhorio de Jesus. Meu filho mais velho é membro de uma organização “paraeclesiástica” há muitos anos. Seu grupo está fazendo um trabalho notável em missões e evangelização. Ele está crescendo muito rapidamente em todo o mundo. Alguns anos atrás meu filho e eu estávamos discutindo o futuro dele com essa organização específica. Compartilhei que eu tinha algumas idéias negativas sobre aquela organização, porque ela não era uma igreja, e sim uma organização “paraeclesiástica”. Aparentemente ele foi apologético

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e concordou plenamente comigo. Ele disse que o que ele e os outros estavam fazendo naquela organização estava sendo maravilhosamente abençoado por Deus. No entanto, ele achava que o ministério da organização ainda não era o que Deus realmente queria. Isso se devia ao fato de que aquele ministério não estava sendo feito através de uma igreja, mas sim de uma “paraigreja”. (Ele também estava confuso sobre “igreja” e “paraigreja”.) Um dia ou dois mais tarde eu estava dirigindo o meu carro e pensando sobre a minha conversa com o meu filho. Senti o Senhor docilmente me perguntando: “O que é que faz de uma organização uma igreja?” Enquanto eu tentava responder esta pergunta, senti que Deus estava me dando uma revelação. Eu nunca havia visto antes tão claramente como vi naquele momento. Uma organização não é uma igreja pelo fato de ter um prédio com um certo formato que as pessoas chamam de igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter sido devidamente registrada pelo governo federal como sendo uma igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter sido reconhecida por uma sede denominacional como sendo uma igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter cultos regulares aos domingos pela manhã, e por praticar o batismo e a Ceia do Senhor. Não é uma igreja pelo fato de se reunir regularmente ou num determinado local. É UMA IGREJA SIMPLESMENTE E SOMENTE PELO FATO DE SER O POVO DE DEUS CHAMADO PARA FORA, MOVENDO-SE JUNTAMENTE SOB O SENHORIO DE JESUS.

O autor do livro / WILL BUILD MY CHURCH (Edificarei a Minha Igreja), Alfred Kuen escreveu: “E fácil ficarmos atolados com assuntos e questões insignificantes. Aparentemente não há uma forma bem clara e precisa de se definir uma igreja local. “Quando, então, um corpo de crentes poderá ser chamado de Igreja? Eu pessoalmente tenho a tendência de ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

aceitar uma definição simples: um corpo de crentes pode ser chamado de igreja sempre que um grupo se reunir regularmente para uma edificação mútua. “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20). “É claro o que Tertuliano, um dos patriarcas da Igreja Primitiva, achava ser o significado das palavras de Jesus. Tertuliano disse: ‘Onde houver dois ou três crentes, até mesmo leigos, aí haverá uma igreja’.” Jim Montgomery, autor de DAWN 2000: 7 MILLION CHURCHES TO GO

(Alvorada 2000: Ainda Faltam 7 Milhões de Igrejas) também aborda a questão “O que é uma igreja?”. Ele escreve: “Estou impressionado com a maneira pela qual um grupo de cristãos enfrentou esta questão bem fundamental na China. “Esses crentes chineses comentaram: ‘Muitos cristãos mais velhos disseram que não podiam predizer a forma futura das igrejas chinesas. Eles recorreram à Bíblia para encontrarem uma resposta. Eles descobriram que o formato de igrejas em casas era uma igreja legítima. Paulo menciona uma igreja em casa em l Coríntios 16:19. “Mais tarde encontramos um livro escrito por Wang Ming-dao. Ele era talvez o crente mais respeitado na China no que se refere à igreja. Por causa da sua fé ele ficou preso por mais de 20 anos. Ele acreditava que onde houvesse cristãos havia uma igreja. “Estávamos felizes com relação a isto. O nosso grupo consistia de apenas algumas pessoas. Contudo, supúnhamos que éramos de fato uma igreja e que a nossa Cabeça era Jesus. “A afirmação de Wang Ming-dao ‘Onde há cristãos há uma igreja’ é uma definição profunda, especialmente pelo fato de ser proveniente de uma igreja que está crescendo rapidamente e que está trabalhando sob as mais difíceis circunstâncias.” Uma Congregação de Crentes é Uma Igreja Há alguns meses eu estava ensinando um pequeno grupo de crentes

na vila de La Rumurosa, no Antigo México. Eu estava explicando Mateus 18:20 – “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” Em espanhol, este versículo é o seguinte: “Donde hay dos o três congregados en Mi Nombre, alli estoy en médio de ellos.” Uma palavra saltou aos meus olhos. Eu nunca a havia notado antes. É a palavra espanhola congregados, que significa “reunidos” em português. “Reunidos” significa “congregados”. “Onde dois ou três estiverem CONGREGADOS em Meu Nome, aí estou Eu no meio deles.” Isto me fez lembrar da palavra “congregação”. Então perguntei ao grupo de crentes mexicanos: “De acordo com este versículo, quantas pessoas são necessárias para termos uma congregação?” Enquanto eu aguardava que eles respondessem, fui surpreendido com o peso da resposta que estava se formando em minha própria mente. Duas ou três pessoas é tudo o que é necessário para termos uma congregação – uma congregação de crentes com Jesus no meio é uma igreja! Isso não significa que os dois ou três sejam simplesmente quaisquer pessoas. Significa duas ou três pessoas que sejam chamadas pelo nome de Jesus, porque pertencem a Ele. Jesus no Meio “Jesus dentro do coração” é a experiência do indivíduo em seu caminhar particular com o Senhor. “Jesus no meio” tem o mesmo significado no contexto de uma comunidade de igreja. “Jesus no meio” significa Jesus andando em nosso meio, tocando-nos, falando conosco através dos dons do Espírito. É Jesus fluindo por intermédio dos membros do Seu Corpo, a Igreja. “Jesus no meio” é a experiência corporativa. “Jesus dentro do coração” é a experiência particular. Quando dois ou três crentes verdadeiros, nascidos de novo, se reúnem em Seu Nome, Jesus está NO MEIO. Jesus em nosso meio é IGREJA! ATOS / 11


Essa experiência é diferente de quando temos Jesus no coração. Não podemos experimentar Jesus em nosso meio enquanto estamos sozinhos. Somente podemos ter essa experiência quando estivermos na companhia de outros – pelo menos uma ou duas outras pessoas. Será que dois ou três juntos são uma igreja no mais pleno sentido da palavra? Sim, são uma igreja no mais pleno sentido da palavra. É a igreja básica. Podemos ter mais do que dois ou três, e, ainda assim, ser uma igreja, uma igreja no sentido mais pleno, mas ela não se torna mais igreja pelo fato de haver mais de dois ou três membros. Ela apenas se torna uma igreja maior. O Papel dos Líderes de Igrejas E os pastores, mestres, apóstolos, evangelistas, e profetas? Será que uma organização poderá ser uma igreja sem que esses ministérios estejam presentes? Sim, será uma igreja, até mesmo sem todos os ministérios citados acima. O quarto Capítulo de Efésios diz que o Senhor deu esses cinco ministérios à Igreja. Ele deu esses dons a algo que já existia. Quando Paulo saiu de Antioquia em sua Primeira Viagem Missionária, ele estabeleceu igrejas em quatro cidades. Em seu caminho de volta à Antioquia, ele ordenou presbíteros para essas igrejas. 12 / ATOS

Isso indica que o Espírito Santo, que é o Autor do Livro de Atos, sabia que elas eram igrejas ANTES que a liderança fosse designada. “E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade efeito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus. E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14:21-23). Os presbíteros foram escolhidos dentre os discípulos que constituíam as igrejas. Os discípulos eram pessoas chamadas por Deus das trevas para a luz. Esse tipo de pessoa constitui a IGREJA! Observe que o escritor de Atos usa as palavras “discípulos” e “igreja” de uma forma intercambiável. Observe também que Paulo achou seguro deixar aquelas igrejas recémformadas nas mãos do Senhor, em quem as pessoas haviam crido. Esta é uma afirmação fundamental e precisa ser compreendida mais plenamente. Nós, que estamos em posições de liderança na igreja, às vezes colocamos erroneamente uma importância demasiada sobre nós próprios. Fazemos isso quando presumimos que a igreja não pode funcionar sem a nossa total “supervisão e vigilância” com relação ao rebanho.

O bispo, presbítero, ou pastor é um supervisor e alimentador. Ele funciona como um pai ou uma enfermeira aos seus “filhos” espirituais. No entanto, é preciso que haja um limite à sua supervisão espiritual. Muitos líderes violam esse princípio frequentemente. A nossa violação principal como líderes de igreja é que tiramos quase que por completo a capacidade de ministração dos membros e entregamos esta capacidade ao “clero profissional”. O que é Então Uma Igreja? Se retirarmos tudo o que não é essencial na igreja sobrará somente o que é essencial. Teríamos então a Jesus e pelo menos duas pessoas que se reuniram em Seu Nome. Duas pessoas que nasceram de novo, reunindo-se para reconhecerem a presença de Jesus, são uma igreja em seu nível mais básico. Não importa onde e nem quando estas duas pessoas se reúnem. Quando elas se reúnem para honrarem a Jesus isto ainda é uma igreja. Isso, obviamente, não significa que esse nível essencial é onde o Senhor quer que operemos o tempo todo. Louvado seja Deus por grupos maiores. No entanto, nunca percamos de vista a igreja básica. Se o fizermos teremos a tendência de cairmos de volta em formalismos, rituais, cerimônias, ren ligiosidade, e legalismo. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações

Capítulo 4

IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO O principal defensor de implantação de igrejas do Século XX foi o falecido Dr. Donald McGavran. No DAWN REPORT (Relatório da Alvorada), Jim Montgomery conta o seguinte incidente: “Durante os últimos meses da enfermidade de Mary McGavran, a minha esposa Lyn passava frequentemente algum tempo com ela. O Donald McGavran estava presente também. Ele não fazia caso do seu próprio câncer doloroso enquanto tomava conta da sua amada Mary. “ ‘Vocês podem ter a certeza de que o Jim e eu continuaremos o nosso compromisso com relação ao crescimento das igrejas depois que você falecer’, disse Lyn ao Donald certo dia. ‘“Não o chame mais de crescimento de igreja’, foi a sua rápida resposta. ‘Chame-o de multiplicação de igrejas!’ “Duas semanas antes da sua morte ele disse: ‘A única maneira pela qual completaremos a tarefa da Grande Comissão é implantando uma igreja em todas as comunidades do mundo.’” O Movimento A. D. 2000 e Além O Movimento A.D. 2000 e Além está ganhando um impulso em todo o mundo. O seu objetivo é mobilizar o Corpo de Cristo a trabalhar diretamente no cumprimento da Grande Comissão em nossa época. É uma visão que está sendo adotada por igrejas, organizações missionárias e denominações em todo o mundo. Há mais interesse hoje em missões, ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

na evangelização do mundo, e na implantação de igrejas do que em qualquer outra época da história. O seguinte diagrama mostra o nosso progresso na conclusão da Grande Comissão: Não Crentes Para Cada Crente Ano = D.C. Proporção 100 1000 1500 1900 1950 1970 1990 2000 ?

360 220 69 27 21 11 7

para 1 para 1 para 1 para 1 para 1 para 1 para 1

O Dr. Ralph Winter é o fundador do U.S. Center For World Mission (Centro Americano Para Missões Mundiais). Com relação a este diagrama ele diz o seguinte: “Nos últimos 20 séculos, os mansos têm herdado a terra silenciosamente!” Ao estudar o diagrama acima você perceberá que há 1900 anos, havia 360 pessoas não-salvas no mundo para cada crente nascido de novo. Esta era uma proporção de 360 para 1. No ano de 1500, esta proporção já havia sido reduzida a apenas 69 para 1. No início do século passado, esta proporção já havia caído a 27 para 1. Veja agora o que está acontecen-

do. Desde 1950 somente, a proporção de não-cristãos para verdadeiros crentes foi reduzida em 67%. Ela passou de 21 para l a apenas 7 para l! Exatamente como Jesus predisse, a Sua Igreja está penetrando irresistivelmente em toda a Terra. Estamos chegando mais perto do tempo em que verdadeiramente “a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor” (Hc 2:14). Igrejas em Todos os Bairros Jesus ordenou que a Igreja fosse a todo o mundo e discipulasse todas as nações. A palavra “nação” significa grupo étnico, ou um grupo em que as pessoas compartilham da mesma cultura e língua. De acordo com líderes missionários, há aproximadamente seis mil nações ou grupos étnicos que ainda não possuem uma igreja. São necessárias mais do que algumas igrejas para se discipular uma nação. A única maneira de fazê-lo é por intermédio de implantação de muitas igrejas dentro dessa nação. Isso requer uma estratégia de IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO, que significa a implantação de

igrejas em todos os bairros com uma população de 500 a 1000 pessoas. Esta visão de IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO não é somente para nações em desenvolvimento. É para todas as nações, incluindose as da Europa, América Latina e América do Norte. ATOS / 13


A maioria dos líderes das igrejas existentes não ficam nervosos ao pensarem sobre um movimento de igrejas em casas, se esse movimento estiver localizado do outro lado do mundo. No entanto, se o movimento estiver acontecendo em suas cidades, poderá haver uma reação bem diferente. Damos brados de louvores a Deus por todos os chineses que estão sendo salvos por causa do movimento de igrejas em casas na China. Contudo, os brados param e, às vezes, tornam-se um resmungo de protesto se esse movimento chegar em nossas cidades. Porquê? Muitos temem que isso cause uma divisão dentro de suas igrejas e leve embora alguns de seus membros. Seria bom se pudéssemos ver o movimento de igrejas em casas como uma multiplicação de congregações. Aí então todas as igrejas de uma dada cidade poderiam tornar-se ativas na multiplicação de congregações, em

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vez de tentarem edificar uma só congregação gigantesca. Seríamos desafiados na área do preparo de novos líderes. Nós já deveríamos mesmo estar treinando líderes. “O campo é o mundo” (Mt 13:38). Sempre é o tempo certo para alcançarmos todos os não-salvos em todo o mundo. Ninguém deveria dizer: “Ei, não comece uma igreja aqui. Este é o MEU território!” Não há nenhuma igreja que esteja alcançando todos os nãosalvos em uma cidade, ou mesmo em alguma região ou bairro. Precisamos de toda ajuda que pudermos obter para alcançarmos os necessitados. Se um movimento de igrejas em casas acelerasse a evangelização da minha cidade, eu gostaria de iniciar tantas igrejas em casas quanto possível. Eu tomaria as providências para que elas se multiplicassem e eu tam-

bém estimularia a quaisquer outros pastores que amam a Jesus a multiplicarem as congregações na minha própria cidade ou em outra qualquer. Desenvolvam Líderes Leigos Não-Remunerados Alguns se preocupam, achando que a multiplicação de igrejas em casas produz líderes não-qualificados. Há uma preocupação de que líderes ineptos possam causar um aumento de heresias e de ignorância. Esse argumento supõe que a rápida multiplicação de congregações esvazia o nosso suprimento de líderes qualificados. Alguns acham que essa multiplicação torna necessária a colocação, como líderes nas igrejas em casas, de homens e mulheres que Deus não pode usar. Precisamos manter em mente que Jesus não foi às instituições religiosas da Sua época para escolher líde-

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res para a Sua Igreja. Ele escolheu homens que eram pescadores ignorantes e leigos simples e comuns. Em seguida Ele os capacitou com o enchimento do Espírito Santo. Deus gosta muito de usar coisas pequeninas e fracas. Considere a seguinte passagem bíblica: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (l Co 1:26-29). Têm havido muitos movimentos mundiais significativos na divulgação do Evangelho por toda a história da Igreja. Em cada um deles, homens e mulheres ordinários e comuns têm tido um papel importante. João Wesley era um homem muito instruído, com anos de aprendizado e treinamento religioso. Ele foi o líder de um dos grandes movimentos de reavivamento e implantação de igrejas da história. No entanto, Wesley não foi às escolas estabelecidas de treinamento religioso para encontrar os seus pastores e líderes. Ele disse: “Dê-me doze homens que amem a Jesus com todo o seu coração e que não temam os homens ou os demônios. Não dou a mínima importância se forem clérigos ou leigos. Com estes homens eu mudarei o mundo.” E foi exatamente isso que João Wesley fez. Pregar o Evangelho ao ar livre na época de Wesley era o cúmulo do sacrilégio. Era considerado como uma grave afronta à Igreja estabelecida. A Sagrada Palavra de Deus não podia ser proclamada fora de um prédio de igreja. Os Irmãos Wesley e George Whitefield sofreram anos de perseguições por quebrarem as antigas tradições da Igreja estabelecida. No entanto, isso não os deteve. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

Eles conheciam as Escrituras. Eles estavam convencidos de que se Jesus podia quebrar as tradições, era aceitável para eles fazerem o mesmo. Agora citaremos uma vez mais os escritos do Dr. McGavran, o “Pai” do Movimento de Crescimento de Igrejas. Em seu livro UNDERSTANDING CHURCH GROWTH (Compreendendo o Crescimento da Igreja), ele afirma: “Desenvolva líderes leigos nãoremunerados. Os leigos têm tido um papel importante nas expansões urbanas da Igreja. “Desde o início do crescimento de igrejas nas cidades da América Latina, homens comuns não-remunerados dirigiram as congregações. “Em alguns lugares, trabalhadores, mecânicos, balconistas, ou motoristas de caminhão ensinam a Bíblia, dirigem as orações, contam o que Deus tem feito por eles, ou exortam os irmãos. Nestes lugares, o cristianismo realmente parece natural a homens comuns. “Estes leigos que estão no ministério estão sujeitos aos mesmos riscos e estão limitados pelo mesmo horário de trabalho que os membros de suas congregações. Talvez eles estejam carentes na precisão dos ensinos bíblicos ou na beleza de suas orações. Contudo, eles compensam abundantemente essa falha através do contato íntimo com as pessoas comuns. “Nenhum obreiro remunerado que venha de fora pode saber tanto sobre uma região ou bairro quanto alguém que tenha dezenas de amigos íntimos e parentes ao seu redor. “É verdade que em ‘território novo’, alguém de fora deve ser a pessoa indicada para iniciar novos trabalhos. No entanto, seria melhor a pessoa entregar logo a direção das novas igrejas a homens da própria região.” Em seu livro BREAKING THE STA1NED GLASSBARRIER (Quebrando a Barreira das Janelas de Vitrais), David Womack escreveu: “Há somente uma maneira pela qual a Grande Comissão pode ser realizada, a saber, estabelecendo-se congregações que preguem o Evangelho em todas as comunidades sobre a face da terra.” Roger Greenway, um especialista na evangelização de cidades, diz em

DISCIPLING THE CITY (Discipulando

a Cidade): “A tarefa evangelística da Igreja exige que cada bairro, prédio de apartamentos, e vizinhança tenha uma igreja fiel à Palavra de Deus estabelecida.” Igrejas aos Milhões Há pouco tempo eu estava lendo o livro de Jim Montgomery intitulado DAWN 2000 (Alvorada 2000). Ele tem um subtítulo que eu quase não conseguia crer: AINDA FALTAM SETE MILHÕES DE IGREJAS. Pensei comigo mesmo: “Como alguém consegue até mesmo ousar pensar em termos de milhões de igrejas?” Eu ainda não havia lido muito até descobrir que eu também poderia crer que sete milhões de igrejas pudessem ser implantadas por todo o mundo nos próximos anos. Creio que seja provável porque estamos no limiar do mais forte movimento missionário da história do mundo. Há mais interesse agora em alcançarmos todas as línguas, tribos e nações do que jamais houve desde que Jesus subiu ao Pai. Há um grande clamor subindo em todo o mundo, a saber: VAMOS TERMINAR A TAREFA! VAMOS CUMPRIR O MANDAMENTO DE CRISTO DE PREGARMOS O EVANGELHO A TODAS AS CRIATURAS. VAMOS OBEDECER O SEU MANDAMENTO DE DISCIPULARMOS TODAS AS NAÇÕES. VAMOS TRAZER CRISTO DE VOLTA PARA REINAR EM JUSTIÇA. VAMOS VER OS REINOS DESTE MUNDO TORNANDO-SE OS REINOS DO NOSSO DEUS E DO SEU CRISTO.

Há uma grande onda que está ganhando impulso diariamente. Certamente a pedra que foi cortada sem mãos, que o profeta Daniel viu em sua visão, é Cristo. Daniel nos conta como ele viu a pedra descendo para ferir e golpear os pés da estátua que representa os poderes do mundo (Dn 2:34). Essa pedra, que é Cristo, está ficando cada vez maior e ganhando impulso. Ela já colidiu ruidosamente contra os pés do sistema deste mundo. Em breve ela crescerá e se transATOS / 15


igreja como sendo pessoas, que se reúnem em nome de Jesus. Essas pessoas estão se reunindo em casas, lojas, escritórios, fábricas, armazéns, escolas, salões fúnebres, parques, penitenciárias, prisões, hospitais, prédios abandonados, esquinas, saguões, clubes femininos, clubes de serviço, e até mesmo em prédios de igreja.

formará numa montanha que cobrirá a terra “do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9). A chave para o cumprimento da Grande Comissão é a implantação de igrejas. Há um plano que está atraindo a atenção de muitos estrategistas de missões hoje em dia. É a implantação de uma congregação de crentes em todas as comunidades com 500 a 1000 habitantes. Isto é a IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO. Teremos de jogar fora o nosso conceito de igreja com janelas de vitrais. Não podemos mais pensar em “igrejas” como sendo uma construção de tijolos. Precisamos começar a pensar em 16 / ATOS

O Sistema de Aprendizes A pergunta urgente é a seguinte: Onde vamos arrumar todos os pastores que serão necessários para dirigirem todas essas novas igrejas? Há alguns anos, na América Latina, vários missionários se reuniram para traçarem um plano para o treinamento de jovens para o ministério. A maioria das pessoas em suas regiões eram muito pobres. Portanto, era muito improvável que qualquer um daqueles homens fossem enviados a uma cidade para serem instruídos numa escola teológica. Aqueles missionários apresentaram um plano chamado de ETE – Educação Teológica por Extensão. Era um curso que os rapazes podiam fazer em casa. Foi uma idéia oportuna para o tempo em que estavam vivendo e tornou-se um programa muito bem-sucedido.

Mais tarde, um outro missionário chamado George Patterson acrescentou um outro “E” ao nome deste programa. Ele chamou o seu plano de ETEE – Educação Teológica e Evangelização por Extensão. Era um plano para os pastores treinarem rapazes para o ministério através de um sistema de aprendizes. O plano exigia que cada pastor supervisionasse o treinamento pessoal do aprendiz. Ele deveria dar ao jovem um “laboratório” para que ele aprendesse a pastorear uma igreja. O “laboratório” era uma igreja verdadeira, um pequeno grupo de pessoas que se reuniam numa casa ou em algum outro lugar. O aprendiz era enviado para pastorear esse grupo. De vez em quando o aprendiz recebia tarefas especiais do pastor patrocinador. Algumas destas tarefas eram: ler certos livros, ouvir fitas, frequentar reuniões, ou participar de seminários. Semana após semana, o aprendiz cumpria as tarefas dadas pelo seu pastor-mestre. A visão de multiplicação acontecia à medida que cada aprendiz era ensinado a patrocinar também outro homem da própria congregação. Assim sendo, a visão do movimento de implantação de igrejas estava se cumn prindo. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações

Capítulo 5

UMA RODA OU UMA VIDEIRA? Pense numa roda caída no chão, com raios saindo em todas as direções, procedentes de seu eixo no centro. Pense agora numa videira, crescendo no chão, que começa num lugar e estende os seus ramos em todas as direções. Cada um dos ramos está introduzindo raízes no solo que também crescem e transformam-se em plantas. Cada raiz está gerando uma outra planta exatamente igual à primeira. Todas essas novas plantas têm o mesmo potencial de enviarem ramos, os quais também introduzem raízes no solo. Qual das duas, a roda ou a videira, descreve melhor a estratégia de IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO? A VIDEIRA, obviamente.

Não é uma questão de qual das duas funciona. Ambas funcionam. Uma delas, no entanto, funciona melhor do que a outra. Algumas igrejas estão usando o conceito da roda e outras estão começando a ver a sabedoria do conceito da videira com relação à implantação de igrejas. A Roda O conceito da roda requer que todas as igrejas-bebês estejam intimamente ligadas e dependentes da igreja-mãe. Normalmente elas não são chamadas de igrejas. Às vezes são chamadas de “grupos familiares” ou “células”. Elas são consideradas como uma extensão da igreja-mãe. Todos os membros dos pequenos grupos reúnem-se durante a semana a fim de poderem freqüentar a igrejaABRIL / MAIO / JUNHO 2002

mãe no domingo de manhã. Todos os dízimos e ofertas são canalizados à igreja-mãe. Os líderes das células não são considerados como pastores. De vez em quando uma das igrejas-células é liberada no sentido de tornar-se uma igreja adulta e um pastor é designado. Esse, em essência, é o conceito da roda. Ele tem sido muito bem-sucedido em alguns lugares e tem produzido algumas congregações bem grandes. A Videira O conceito da videira com relação à implantação de igrejas pode ser ilustrado pela “planta-aranha”. Ela tem folhas longas, graciosas, e diversificadas, e assemelha-se a um chorão em miniatura. De suas folhas crescem longos ramos que produzem “plantas-aranhas” menores em intervalos ao longo dos ramos. A “planta-aranha” geralmente é plantada num vaso suspenso. As “plantas-aranhas” bebezinhas nunca se tornam tão grandes quanto a planta-mãe. Isso se deve ao fato de que, diferentemente da planta-mãe, que tem as suas raízes plantadas no solo, as “plantas-aranhas” bebês são deixadas pendentes no ar. Elas recebem toda a sua vida da planta-mãe. Imagine agora que você tirou essa linda planta de sua posição suspensa e a plantou no chão. Cada uma das “plantas-aranhas” bebezinhas começarão a introduzir suas raízes no chão.

Quando isso acontece, cada planta-bebê começa a crescer e a enviar novos ramos em todas as direções. Dessa forma, ela eventualmente gera um infindável número de lindas e maduras “plantas-aranhas”. Tendências A roda tem a tendência a atrair os raios para si mesma; a videira, a liberar os ramos para fora. A roda tem a tendência a ser local; a videira, a estar tanto dentro como fora de sua área local. A roda tem a tendência a adição; a videira, à multiplicação. A roda tem a tendência a edificar uma só igreja; a videira, a edificar muitas igrejas. A roda tem a tendência a restringir a visão missionária; a videira, a incentivar a visão missionária. A roda abrange a cidade; a videira, o mundo. A roda treina líderes de grupos; a videira, pastores e líderes. A roda tem a visão de células, estudos bíblicos, ou de grupos familiares; a videira tem a visão de igrejas reunindo-se em casas. Igrejas em Casas Que o Senhor da Colheita nos dê uma visão de longo alcance para a implantação de igrejas. Que essa visão permita uma liberdade total para que a vida da igreja possa expressar-se. Que não haja nenhuma restrição na expressão da vida da igreja! Esta é a n nossa oração. Amém! ATOS / 17


A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações

Capítulo 6

SERÁ QUE OS PRÉDIOS DE IGREJAS SÃO MESMOS NECESSÁRIOS? Howard Snyder escreveu um livro muito importante, intitulado THE PROBLEM WITH WINESKINS (O Problema com os Odres). Nesse livro, ele aborda detalhadamente os problemas das estruturas eclesiásticas. Ele fala sobre os propósitos de Deus para a Sua Igreja que estão sendo revelados. Ele fala da nossa incapacidade, algumas vezes, em fazermos os ajustes apropriados com relação a esses propósitos. O texto a seguir é do capítulo intitulado “Os Prédios de Igrejas São Supérfluos?” “Imagine só! Imagine que você está em qualquer cidade importante do Primeiro Século, onde o cristianismo havia penetrado. “Agora faça a pergunta: ‘Onde está a igreja?’ Você seria dirigido a um grupo de adoradores reunidos numa casa. “Não havia nenhum prédio especial e nenhuma evidência de riqueza com que pudéssemos associar a igreja. Havia somente pessoas.” Walter Oetting, em seu livro THE CHURCH IN THE CATACOMBS (A Igreja nas Catacumbas), escreveu: ‘“Os cristãos não começaram a edificar prédios de igrejas até aproximadamente o ano 200 d.C. Esse fato sugere que os prédios não são essenciais para um crescimento numérico ou profundidade espiritual. ‘“A Igreja Primitiva possuía tanto o crescimento quanto a profundidade. Até épocas recentes, o maior período de vitalidade e crescimento da Igreja ocorreu durante os dois primeiros séculos d.C. Em outras palavras, a Igre18 / ATOS

ja cresceu mais rapidamente quando ela não tinha a ajuda – ou o estorvo – dos prédios de igrejas.’” Creio que o Senhor está chamando Seu povo para arrepender-se da ênfase demasiada que se tem dado aos prédios nos últimos séculos. Ele está nos dizendo para nos livrarmos de todas as barreiras à rápida implantação de igrejas. O objetivo é que “a palavra do Senhor se propague e seja glorificada” (2 Ts 3:1). Um dos principais obstáculos, em muitos casos, é a constru-

ção ou prédio que chamamos de “igreja”. Quebrando a Barreira dos Vitrais da Igreja O Dr. Donald McGavran, em seu livro Understanding Church Growth (Compreendendo o Crescimento da Igreja), diz: “As igrejas em casas possibilitaram que a pequenina Igreja do Primeiro Século crescesse poderosamente. Com uma só cajadada, eles venceram quatro obstáculos ao crescimento, com os quais a Igreja se de-

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parou, à medida que liberava novas populações: (1) ”O custo de um prédio de igreja. Sem desembolsar absolutamente, nenhum dinheiro, as igrejas em casas forneceram tantos lugares de adoração quanto havia grupos de cristãos. Esse primeiro obstáculo comum à multiplicação de igrejas nunca apareceu.” (2) “O obstáculo da conexão judaica. As igrejas em casas tiraram a Igreja da sinagoga e a introduziu na população gentia.” (3) “O obstáculo de nos voltarmos para dentro. Cada nova igreja em casa expunha um novo grupo de amigos e parentes a um contato íntimo com cristãos ardentes.” (4)“O obstáculo de uma liderança limitada. Cada igreja em casa lançava as responsabilidades e o prestígio da liderança em homens capazes da nova congregação. Os líderes trabalhavam de acordo com os ensinamentos do Antigo Testamento, com a tradição oral da vida de Jesus, e uma ou duas das Cartas de Paulo. Com esses limites flexíveis, eles eram livres para seguirem a direção do Espírito Santo.” “Em nosso contexto moderno, esses quatro obstáculos e suas soluções ainda são importantes. Ao falarmos sobre as causas do crescimento da Igreja Primitiva, deveríamos levar em consideração o fato físico das igrejas em casas. A IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO exige um irrompi-

mento. Precisamos irromper através das “barreiras das janelas de vitrais” e entrar na comunhão simples e aberta do povo de Deus. Precisamos ver essa comunhão no maior número possível de aspectos em que o Espírito Santo nos conduzir, e não termos medo de chamar de igreja. Quer estejamos nos reunindo em nome de Jesus numa catedral ou numa cozinha, ainda assim é “igreja”. É o povo de Deus chamado para fora e reunido. Sim, usaremos prédios. No entanto, nunca permitiremos que os prédios atrapalhem a nossa mobilidade, ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

visão, ou zelo de multiplicarmos as congregações. O Fiasco de Constantino James Rutz, em seu livro THE OPEN CHURCH (A Igreja Aberta), diz: “O que realmente nos matou foram os tijolos! Na maior asneira de sua história, a Igreja começou a construir um grande número de prédios. “Ela desalojou as catacumbas (túmulos subterrâneos) e os estreitos vales florestais em que os santos se reuniam. Ela terminou para sempre com as calorosas e preciosas reuniões na sala de estar das pessoas. “Seguindo o modelo dos tribunais romanos, os novos prédios tinham capacidade para centenas de cristãos. Obviamente não podemos ter uma interação íntima e fácil com uma multidão deste tamanho. Um novo santuário, desde o primeiro domingo em que foi aberto, colocava limites na livre expressão das pessoas. O novo berço sufocou o bebê. “Imagine que você estivesse vivendo naquela época. “Talvez você se sentisse à vontade, confessando um pecado a vinte ou trinta amigos na casa de Josephus e Johanna (ou vamos chamá-los de Zé e Maria). Mas será que conseguiria fazer ISTO na frente de quinhentas pessoas desconhecidas? “Se Deus colocasse algo muito forte em seu coração nesta semana, você não hesitaria em levantar-se para passar dez ou quinze minutos compartilhando isto na sala de estar do Zé e .da Maria. Mas aqui, no novo salão, há provavelmente doze homens e mulheres, no mínimo, com uma mensagem queimando em seu coração. Você provavelmente nunca teria a chance de se expressar! “Na casa do Zé e da Maria, todos se envolveram na hora da adoração. Você pôde louvar ao Senhor de coração, vez após vez, da forma como se sentia dirigido. Foi o momento mais significativo e benéfico da sua semana. Mas e aqui no novo prédio? Você teria de esperar por sua vez que talvez nunca chegue! “Eu poderia prosseguir, mas você já faz idéia de onde quero chegar. Sem

os modernos equipamentos eletrônicos de som, as reuniões ao ar livre tornaram-se difíceis. Não difíceis DEMAIS, note bem, somente difíceis. Assim sendo, as reuniões em locais fechados assumiram a supremacia. “Tudo o que era falado ficou centralizado num púlpito. A ordem foi mantida. Parecia uma boa idéia na época. “Na casa do Zé e da Maria você era um participante. Aqui, você é um espectador – um ouvinte passivo. De alguma forma você não se sente mais importante ou necessário.” Paraíso Perdido “Quando mudamos das salas de estar para os prédios de igreja com uma equipe profissional, perdemos todo o impulso. A igreja local tornouse fraca e fria. “Os que não eram sacerdotes foram chamados de ‘leigos’, uma palavra que nem mesmo é encontrada na Bíblia – e por uma boa razão. “Como ‘leigo’ num prédio de igreja do Quarto Século, você não mais se aproximava de Deus diretamente. O sacerdote fazia isso por você. “Desta maneira, um problema arquitetônico tornou-se um problema doutrinário. Foi perdido o sacerdócio do crente. “A Bíblia foi tirada das mãos do leigo e entregue ao sacerdote. E se não lhe é permitido decidir o que ela significa, por que você deveria se incomodar em lê-la?” O Caminho da Ruína “O que de fato saiu errado? Como eu já disse, a Igreja ficou tão grande e popular que ela conseguia erigir os próprios prédios. “Infelizmente, isto resolveu um antigo ‘problema’ que deveria ter sido deixado sem solução. Sempre que uma sadia igreja em casa ficava grande demais para a sua sala de estar, ela tinha que se dividir – em duas salas de estar. Desta forma, novos líderes estavam sempre sendo empurrados para cima através da hierarquia. “Mas quando os prédios de igrejas começaram a surgir em toda parte, as congregações não tiveram mais ATOS / 19


que enfrentar esse ‘problema’. Não havia mais aquela embaraçosa agonia de se saber quem ficaria com os presbíteros favoritos e quem teria que se separar com os presbíteros menos populares. Todo mundo ficava com todo mundo. “O problema era que o compartilhamento e a intimidade ficavam complicados numa multidão de quinhentas pessoas. As grandes multidões davam muita importância aos discursos eloqüentes. Portanto, os novos convertidos gaguejantes começaram a ficar escondidos ‘em suas cascas’. “A situação em que nenhum membro conhecia os outros membros substituiu a comunhão. A comunicação durante as reuniões começou a ser dominada pêlos poucos que tinham livros e sabiam ler. No final, isso passou a significar os sacerdotes. “Os leigos (ou não-sacerdotes) eram cidadãos de um Império Romano que já estava ruindo há muito tempo. Eles foram transformados em ‘eunucos’ espirituais. Eles perderam a força que o Império necessitava tão desesperadamente naquela época. “Em 476, Roma caiu pela última vez. Aí então a Igreja abriu o caminho para a Idade Média ou ‘Eras Escuras’.” O Uso Apropriado dos Prédios Não estamos sugerindo que os prédios não têm lugar algum na expansão do Reino de Deus. O Senhor certamente nos dará sabedoria e direções 20 / ATOS

com relação a como utilizarmos os prédios de todos os tipos no cumprimento da Grande Comissão. No entanto, nunca podemos cair numa atitude doentia e não-bíblica com relação à importância de um prédio quando estivermos implantando e edificando igrejas. As igrejas podem certamente funcionar sem a ajuda de prédios especialmente construídos para essa finalidade. Isto tem sido provado na história da igreja em todas as épocas. Aliás, a história mostra que a Igreja, na verdade, cresce mais rapidamente e fica mais sadia sem prédios de igrejas do que com eles. O movimento de igrejas em casas é somente uma parte do mover de Deus de volta à simplicidade. Deus está Se movendo em muitas frentes no sentido de levar a Sua Igreja à santidade e pureza. Essa sempre foi Sua vontade e Seu plano. Não é como se Deus subitamente acordasse um dia com relação à necessidade da Igreja e iniciasse um movimento para supri-la. A questão é que finalmente há cada vez mais pessoas ouvindo o que o Senhor tem dito o tempo todo: “DEVOLVAM-ME A MINHA IGREJA!!!” Estou convencido de que a atitude da Igreja deveria ser: “Senhor, a menos que Tu nos digas especificamente para construirmos, comprarmos, ou alugarmos prédios, vamos implantar e multiplicar igrejas sem eles.” Estou aberto à idéia de prédios,

mas não estou aberto a restringirmos a implantação de igrejas à tradicional idéia de igrejas centralizadas em construções. A necessidade de uma IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO é grande demais.

Nunca cumpriremos a Grande Comissão num futuro previsível, continuando a adotar o conceito tradicional de “igreja”. Essa idéia simplesmente não permitirá um movimento em grande escala de implantação de igrejas que será necessário para discipularmos as nações. Durante séculos a Igreja, requintada e pomposamente, projetou e decorou lindos e imponentes prédios, que foram chamados de “igrejas”. Em alguns casos, os prédios chamados de “igrejas” tornaram-se, eles próprios, objetos de adoração. Enormes quantias de dinheiro dedicadas a Deus foram gastas na construção e manutenção destes prédios “sagrados”. Esta era está chegando a um fim. Há um movimento no meio do novo de Deus de volta à simplicidade. E um movimento que está se afastando do cristianismo institucionalizado, politiqueiro, e super-organizado. O Novo Testamento precisa ser o nosso guia de fé e prática em todas as coisas. Que ele seja também o nosso guia nesta questão de prédios de igrejas. Que ele guie a nossa compreensão com relação ao lugar verdadeiro dos prédios na expansão mundial da mensagem de Jesus Cristo, nosso Sen nhor. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações

Capítulo 7

UM PASSO À UNIDADE Alguém pode perguntar: “Mas todas as pequenas igrejas em casas, espalhadas em uma cidade, não causarão uma divisão e desunião no Corpo de Cristo daquela cidade? A verdade é que as igrejas pequenas não causam mais divisões do que as grandes. As igrejas muito grandes

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e as igrejas muito pequenas têm o mesmo desafio quando a questão é a unidade. Unidade Organizacional ou Unidade Espiritual No final da década de 1970 eu estava envolvido com uma nova orga-

nização cristã chamada “João Dezessete Vinte e Um”, que era um esforço no sentido de ajudar a estimular e promover a unidade dentro do Corpo de Cristo, tanto nos Estados Unidos como em outros países. Essa organização baseava-se na oração de Jesus encontrada em João 17:21: “afim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” Num período de vários anos tentamos reunir o povo de Deus em retiros, encontros, eventos, paradas, marchas, reuniões de oração, e em todas as maneiras possíveis. Acreditávamos que por intermédio da nossa “unidade” organizada o mundo veria e creria. Foi uma das tentativas mais frustrantes de que eu já havia participado. Isso não significa que esses eventos não tenham o seu lugar de importância. Certamente são importantes. No entanto, estávamos tentando organizar a unidade, e a unidade simplesmente não estava acontecendo. A unidade nunca acontecerá por meio de uma organização. Ela precisa acontecer no espírito mediante uma compreensão do que é a unidade. Certo dia comecei a questionar a nossa compreensão de João 17:21 e vi, em primeiro lugar, que não havíamos interpretado corretamente a oração de Jesus. Ele não estava orando por uma unidade organizacional nesta passagem. Ele estava orando por uma unidade espiritual. Além disso, Jesus não estava orando por uma unidade espiritual no meio dos crentes. Ele estava orando pela união do crente individual com o Pai, ATOS / 21


e não pela união dos crentes uns com os outros. Toda esta passagem da oração de Jesus aborda a união do indivíduo com o Pai e o Filho. Ela não aborda o relacionamento do crente com outros crentes. Uma interpretação errônea desta passagem causa uma grande e dolorosa frustração. Isso também faz com que percamos o verdadeiro significado daquilo pelo qual Jesus está de fato orando. João 17:21 poderia ser parafraseado da seguinte maneira: “Para que cada um deles possa ser um Contigo, Pai, exatamente como Tu és em Mim, e Eu sou em Ti, a fim de que o mundo possa crer que Tu Me enviaste.” O mundo nunca se convencerá de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus Vivo, através de uma união organizacional. Deus sempre usa homens e mulheres que têm o mesmo relacionamento de união com o Pai que Jesus tinha. O plano de Deus ainda é o mesmo – encher os homens com o Seu Espírito e demonstrar o Seu amor e poder por intermédio deles. O que Ele fez através de Jesus Ele quer fazer em todo o mundo. Ele quer habitar em nós e caminhar em nós. Ele quer fazer obras de amor e graça por meio de nós, exatamente como Ele fez através de Jesus. Este é o significado de João 17:21. Uma Cidade – Uma Igreja O único tipo de unidade que é abordado no Novo Testamento é a unidade espiritual e os seus resultados. Procuramos em vão tentando encontrar qualquer palavra na Bíblia que se refira a organizações, sociedades, missões, ou qualquer outra coisa semelhante às nossas atuais estruturas organizacionais. O que encontramos de fato no Novo Testamento é autoridade espiritual sendo enviada no ministério de apóstolos e profetas. Vemos esta autoridade sendo recebida pelas igrejas. Vemos uma igreja unida, dentro de cada cidade, mantida em união pela “unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3). O Apóstolo Paulo nunca escreveu 22 / ATOS

às “igrejas” de nenhuma cidade. Ele sempre endereçava as suas cartas à “igreja” de uma dada cidades. Havia e há somente uma igreja em cada cidade ou localidade. Ele escreve à “igreja” de Roma, Corinto, Éfeso, e assim por diante. No entanto, ele escreve às “igrejas” da Galácia, às “igrejas” da Ásia, e assim por diante. Isso se deve ao fato de que esses lugares eram províncias, e não cidades. Talvez haja dezenas, ou até mesmo centenas de “igrejas” que se reúnem em nome de Jesus numa certa cidade. No entanto, há na verdade somente uma igreja nesta localidade. Esta única igreja consiste dos muitos grupos cristãos menores desta cidade. Exatamente como todas as igrejas de todas as cidades do mundo constituem o Corpo de Cristo, assim também as igrejas (congregações) de uma localidade constituem a igreja daquela cidade. Mantenham a Unidade Em Efésios 4:3-6 lemos: “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito... um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.” Na passagem acima Paulo não disse “Estabeleçam a unidade do Espírito.” Ele disse: “preservar a unidade do Espírito.” É como se esta unidade fosse algo que já foi estabelecido. Ele fala aqui como se a unidade fosse algo que vem automaticamente como parte de todo o “pacote” cristão. Nascemos de novo e somos introduzidos na unidade porque “há somente um corpo e um Espírito... um só Senhor... um só Deus e Pai.” A nossa parte é simplesmente um reconhecimento de que já somos um. Cumprir o mandamento de mantermos a unidade do Espírito no vínculo da paz significa mantermos algo que já temos, pois não podemos manter o que ainda não temos. Esta unidade não se encontra em estruturas externas. Ela não nasce em vínculos externos, nem é mantida por vínculos externos. Ela nasce no Espírito e no coração. É uma atitude in-

terior, uma atitude para com as pessoas – o povo de Deus. Unidade com Diversidade Podemos ter todas as diversidades que quisermos em organizações, denominações, corporações, sociedades, clubes, comunidades, movimentos, cruzadas, e campanhas, e ainda assim termos a unidade no Espírito. Não somos mantidos em união por sermos membros no “papel”. Somos mantidos em união pela “unidade do Espírito no vínculo da paz” Por outro lado, podemos ter uma gigantesca organização que inclua todos os cristãos da terra e ainda assim não termos nenhuma unidade verdadeira no Espírito. Podemos ter uma unidade organizacional sem uma verdadeira unidade. O “vínculo” de Efésios 4:3-6 fala de algo que une como uma corda ou cinturão. Este vínculo é a “paz”. É chamado de “vínculo da paz”. O oposto da paz é a rivalidade ou guerra. Se você tiver uma atitude de amor e aceitação para com os seus irmãos e irmãs de outras igrejas, então você irá “preservar a unidade” com eles. Você não estará criando esta unidade; você estará mantendo-a viva em seu espírito. É aí que existe a unidade – no espírito ou no coração. A unidade é manifestada em diferentes maneiras, mas ela existe no espírito por meio do Espírito Santo. Por outro lado, se você tiver uma atitude de rivalidade, de divisão, ou separação, você não estará mantendo a unidade do Espírito através do vínculo da paz. Um Passo Intrínsico O único passo à unidade, então, encontra-se em Romanos 14:1 e 15:7: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões... Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu.” A palavra “acolher” significa dar as boas-vindas, abraçar, receber – reconhecer um parentesco. Aceitar significa confessar e declarar o fato de que somos um. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


Somos um porque, pelo novo nascimento, todos nascemos na mesma família espiritual. Somos todos irmãos e irmãs porque Jesus é o nosso Salvador, e Deus é o nosso Pai! Exatamente como Jesus nos recebeu com todas as nossas ruínas, falhas, e imaturidade, assim recebamos também uns aos outros. Dê Este Passo Agora O único passo para a unidade pode ser dado onde você estiver, neste exato momento. Você pode voltar-se ao Senhor neste momento e orar: “Pai, em nome de Jesus Cristo meu Senhor, eu realmente reconheço que sou um membro do Teu Corpo espiritual, a Igreja desta cidade e de todo o mundo. “Eu realmente aceito e recebo a todos os Teus filhos como meus irmãos ou irmãs porque Tu és o nosso Pai. Não importa onde os Teus filhos morem, não importa de qual raça se originem. Não importa quais opiniões ou práticas peculiares eles possam ter. Não importa se eles batizam por aspersão ou por imersão, ou se são Arminianistas ou Calvinistas. Não importa se vão à igreja aos sábados, domingos, às segundas, ou terças. Não importa a que denominação pertençam. “Eu agora declaro solenemente, em nome de Jesus Cristo de Nazaré, o Filho do Deus Todo-Poderoso, que eu sou um com todos os outros crentes nascidos de novo que vivem, que já viveram, ou que ainda viverão no tempo e na eternidade. Eu os aceito e os recebo. “Eu os amarei, os sustentarei, e orarei por eles. À medida que me dirigires, Senhor, trabalharei com eles. Procurarei manter esta unidade do Espírito por meio do vínculo da paz. Amém!” Você quer fazer esta oração agora? Se você puder fazer sinceramente esta oração acima, você terá dado o único passo à unidade. Unidade Doutrinária “Mas”, você poderá perguntar, “e a unidade doutrinária? Como poderemos caminhar juntos, a menos que estejamos de acordo?” ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

Em primeiro lugar, Deus não está nos dirigindo para caminharmos na mesma direção. Em segundo lugar, Efésios 4:13 nos diz que devemos manter esta unidade do Espírito, “até que todos cheguemos à unidade da fé”. Este versículo está simplesmente dizendo que podemos ter uma unidade espiritual enquanto ainda estivermos alcançando uma unidade doutrinária. Uma Verdade Central Há somente uma verdade central ao redor da qual podemos todos declarar a nossa unidade. Esta verdade não é um ensino, um conceito, um princípio, ou uma doutrina. Não é uma igreja, denominação, ou movimento. Esta Verdade, é uma Pessoa. Jesus é a Verdade. Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida “ (Jo 14:6). Quando nos voltamos a Ele, Ele nos dá vida. Nascemos de novo! Quando o carcereiro filipense perguntou a Paulo e Silas: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?”, a resposta não foi: “Creia em nossa doutrina e una-se à nossa organização.” A resposta foi: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo” (At 16:30,31). Nós cremos na Pessoa de Jesus e nascemos no Reino de Luz. Quando nos unimos a Jesus, unimo-nos uns aos outros. Somos um n’Ele. Quem tem a Jesus tem a vida. Quem não tem a Jesus não tem a vida. Somos salvos, não pelo fato de adotarmos uma posição doutrinária, mas por recebermos ao Próprio Jesus Cristo. Recebam uns aos Outros Em todas as igrejas, quer sejam igrejas em casas ou algum outro tipo de igreja, precisamos ensinar os membros a aceitarem todos os outros crentes. Somos membros do mesmo Corpo, independentemente de uma afiliação denominacional. Deus nos dirige às vezes a cooperarmos juntamente com outros em projetos para a extensão do Seu Reino. No entanto, a mais poderosa expressão de unidade não está no fato de nos unirmos para demonstrarmos uma solidariedade externa, através da promoção de projetos especiais, mas

sim, aceitando e confirmando uns aos outros nas coisas que já estiver fazendo para o Senhor. Muitos Líderes – um Só Exército Estamos todos em guerra e há muitos generais, tenentes, capitães, e soldados de infantaria. No entanto, há somente um Cabeça, o nosso Comandante-Chefe, o Próprio Jesus Cristo. Ele disse: “Edificarei a Minha Igreja”, e é isto o que Ele está fazendo (Mt 16:18). Vamos abrir espaço para que Ele o faça. Ele tem a responsabilidade sobre todas as pequenas unidades do Seu poderoso Exército. Talvez estejamos em diferentes divisões, em diferentes unidades, em diferentes frentes, mas ainda assim somos um só Exército. Somos um só povo, lutando na mesma guerra contra o Reino das Trevas. Vamos confirmar e sustentar uns aos outros em nossos vários lugares de serviço. Não vamos pensar que estamos separados pelo simples fato de não estarmos todos no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas, ao mesmo tempo, sob o mesmo portaestandarte. Muitas Tribos – Uma Só Nação Havia doze Tribos em Israel. Cada uma delas tinha o próprio território, genealogia, líderes e bandeira. No entanto, elas ainda eram um só povo – Israel. Podemos ser constituídos de centenas ou milhares de denominações, organizações, e igrejas. No entanto, somos um só povo – o povo de Deus – o Israel de Deus. Não temos de estar fisicamente juntos, fazendo as mesmas coisas, sob a mesma bandeira, a fim de sermos um. Já somos um. Portanto, vamos proclamar ousadamente a nossa unidade. Vamos nos ocupar com a nossa responsabilidade de ampliarmos o Seu Reino e, ao mesmo tempo, confirmar mos, aceitarmos, e recebermos uns aos outros. Isso é o que significa “preservar a unidade do Espírito no vínculo n da paz” ATOS / 23


A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações

Capítulo 8

O QUE FAZEMOS NUMA IGREJA EM CASA? Se você nunca esteve numa reunião de uma igreja em casa, talvez suas primeiras perguntas fossem: “Como seria uma igreja em casa? Será que haveria cânticos? Será que haveria um sermão? “Será que haveria um convite para se receber a Cristo? Haveria batismos e Santa Ceia? E a Escola Dominical? E um culto de oração no meio da semana? É significativo o fato de que nem o Apóstolo Paulo nem o Próprio Jesus nos deram instruções específicas na Palavra escrita, com relação ao que deveria ser feito exatamente quando nos congregamos como igreja. As palavras de Jesus foram muito simples em Mateus 18:20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” Ele não disse que eles teriam de estar fazendo certas coisas para que Ele pudesse estar no meio deles. Eles simplesmente precisavam estar reunidos. O Apóstolo Paulo nos deu uma pequena revelação com relação à natureza das reuniões da Igreja Primitiva em l Coríntios 14:26: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação.” As reuniões de igreja naqueles dias não enfatizavam um certo palestrante. Elas eram reuniões abertas, onde cada pessoa deveria contribuir para o be24 / ATOS

nefício de todo o corpo local. O exercício de dons espirituais era estimulado a fim de que todos fossem abençoados e edificados. Não há nenhuma instrução específica dada a nós por Jesus ou Seus apóstolos com relação ao que fazermos exatamente em nossas reuniões regulares. No entanto, podemos encontrar no Livro de Atos e nas Epístolas alguns dos elementos essenciais de uma

reunião de igreja. O que se segue são algumas das coisas importantes a observarmos ao nos reunirmos: • Louvor e adoração • Dons ministeriais proféticos • Outros dons do Espírito • Testemunhos • Ceia • Avisos • Orações de um membro pelo outro • Ensino

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O Espírito Santo o guiará com relação à ordem e quanto tempo deverá ser dado a cada segmento. As vezes, alguns desses itens não são incluídos, mas, como via de regra, seria bom incluir todos eles. Louvor e Oração Sempre é bom iniciarmos cada reunião com um tempo prolongado de ministério ao Senhor através de cânticos de louvor e adoração. Deve ser permitido um tempo para orações informais no meio da adoração. Quando o Espírito Santo começar a Se mover sobre nós enquanto estivermos adorando, é inteiramente apropriado levantarmos nossas orações ao Senhor. Às vezes isso é feito somente entre nós e Deus. Outras vezes, Ele nos dirige a orarmos em voz alta a fim de que os outros possam dizer “AMÉM” às nossas orações. Os músicos são uma bênção adicional durante o tempo de louvor. Ore para que Deus dê à sua igreja em casa uma forte e habilidosa equipe de louvor. Ainda que isso não seja absolutamente essencial, certamente será um grande impulso para o período de louvor. Muitos grupos não terão ninguém que toque um instrumento na hora do louvor. Há várias fitas de louvor poderosas que podem ser usadas como música de fundo, enquanto as pessoas estiverem cantando. Não encurte o tempo de louvor. Que todas as outras partes da reunião sejam encurtadas antes mesmo de você considerar a diminuição do tempo de louvor e adoração. As igrejas mais vitais e dinâmicas hoje são as que dão muito tempo e atenção ao louvor e à adoração. Haverá ocasiões em que o Espírito Santo o dirigirá a não fazer nada mais além de louvar ao Senhor. Esteja aberto à Sua direção. Todas as coisas fluem da fonte da oração, louvor, e adoração. Ministério de uns aos Outros Membros Agora é um tempo de se compartilhar os dons ministeriais de acordo ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

com l Coríntios 14:26: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação.” Numa reunião aberta, o líder dirige e estimula o grupo a compartilhar testemunhos, experiências, pedidos de oração, breves ensinamentos, revelações, relatórios de louvor, e assim por diante. Vigie para que algumas pessoas ousadas não dominem o tempo de compartilhamento. Estimule os quietos fazendo perguntas. Queremos compartilhar bênçãos financeiras de acordo com 2 Coríntios 9:6-8 : “E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, afim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” A segunda parte do tempo de compartilhamento são as ofertas ao Senhor. Esta é uma parte tão vital de um culto de adoração que ela merece pelo menos um pequeno ensino sobre a “graça das doações” todas as vezes em que nos reunimos. Muitos cristãos sinceros caem na escravidão da pobreza porque ainda não compreenderam o princípio espiritual da generosidade. Muitos de nós estamos aprendendo que a nossa maior arma em tempos de problemas financeiros é a nossa generosidade. Os nossos membros precisam saber disto e ser fortalecidos na graça de dar. A maioria das ofertas deveriam ser encaminhadas ao sustento de líderes espirituais que dão tempo integral ao pastoreamento, à evangelização, e à implantação de igrejas. Uma quantia generosa também deveria ser encaminhada à obra missionária em outras nações. Deus abençoa ricamente a igreja que tem uma visão para o mundo todo, e não

somente para a sua própria vizinhança. Avisos Precisamos informar aos nossos membros sobre reuniões especiais, planos para eventos evangelísticos, além de compartilharmos o que Deus está fazendo na cidade, na nação, e ao redor do mundo. Precisamos enfocar a obra do Senhor numa escala maior do que somente na nossa pequena congregação. Somos cristãos com visão mundial. Jesus disse: “Levantai os vossos olhos e vede os campos... “ (Jo 4:35.) Somos apenas uma pequena parte do quadro maior. Vamos manter nosso coração, nossos olhos e as nossas orações, no mundo, enquanto procuramos fazer a nossa parte na implantação do Reino de Deus na terra. Ceia – 1 Coríntios 11:20-34 Esse é também um tempo de ensino. Antes da participação com o pão e com o cálice, permita que alguém explique bem resumidamente algum aspecto do significado da Ceia. Em seguida, permita que os irmãos e irmãs participem do corpo e do sangue do nosso Senhor com compreensão e fé. Esse pode ser um tempo muito poderoso. É uma boa ocasião para se fazer um convite aos incrédulos presentes para receberem a Cristo como seu Senhor. Dirija-os numa oração para que O recebam antes de você servir o pão e o cálice. Muitas pessoas estão prontas para receberem a Jesus. Dê uma breve explicação do Evangelho e dirija a congregação numa oração de recebimento de Cristo. Muitos são levados a Cristo desta maneira. Os que recebem a Cristo como Salvador devem receber o batismo nas águas imediatamente. O exemplo da Igreja Primitiva no Livro de Atos era sempre o de batizar os novos convertidos no mesmo dia em que recebiam a Jesus. Ministério Estejam abertos para ministrarem uns aos outros através da imposição de mãos, da oração pêlos enfermos, ATOS / 25


do ministério profético, da oração para o recebimento do batismo no Espírito Santo, e assim por diante. Permitam que todos os dons do Espírito possam fluir livremente para a edificação de todos, de acordo com l Coríntios 14. Ensino Alguém deveria trazer um pequeno ensino da Palavra de Deus. Normalmente isto não é um “sermão” longo. Devido ao formato de igreja aberta, o Espírito Santo ensina a todos através das pessoas que participam. Através dos séculos, a duração do “sermão” ou ensino aumentou cada vez mais até quase excluir a participação do grupo. Isso deu origem a um 26 / ATOS

tipo de culto voltado a espectadores, em que uma pessoa usa os dons, enquanto que as demais observam, ouvem, e recebem. O culto deveria ser dirigido pelo pastor, mas não centralizado no pastor. Quanto mais o pastor/líder envolver os membros da igreja, tanto mais eficaz será a reunião. Isso resultará em pastores e líderes treinados e abrirá o caminho à geração de mais igrejas em casas. O que foi citado acima é um formato sugerido para uma reunião de igreja em casa. O Espírito Santo dirigirá todos os detalhes em cada reunião. Não faça dela um programa. O Espírito poderá dirigi-lo a agir diferentemente. Ele nos deu a liberdade

de enfatizarmos várias coisas em ocasiões diferentes. Os elementos importantes de qualquer igreja são o louvor, a adoração, a oração, o compartilhamento, as informações, o ensino da Palavra de Deus, o estímulo à liberação dos dons espirituais, a graça de dar, o batismo nas águas, o batismo no Espírito Santo, a Santa Ceia, a evangelização, e o ministério pessoal de um membro ao outro. Essas são algumas das coisas sobre as quais Jesus estava falando, ao dizer: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20). n ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações

Capítulo 9

PERGUNTAS E RESPOSTAS O que se segue são algumas perguntas que são frequentemente feitas com relação às igrejas em casas:

passo que uma igreja em casa e uma igreja em si mesma e funciona como uma igreja.

P. Por que igrejas em casas? R. Implantamos igrejas em casas pelas seguintes razões: 1. A nossa meta não é somente iniciarmos uma igreja. A nossa meta é iniciarmos um movimento de implantação de igrejas. Cremos que isso pode ser feito da melhor maneira, enfocando-se a forma mais simples e mais reprodutível de implantação de igrejas. A igreja em casa supre essa necessidade. 2. Cremos que o conceito de igrejas em casas é a melhor forma de treinarmos pastores e líderes. 3. A simplicidade das pequenas congregações facilita a multiplicação de congregações. 4. Deus está chamando o Seu povo a uma quebra com o tradicionalismo e o profissionalismo, e a uma volta à simplicidade. 5. Na maioria dos países hoje, essa é a única maneira de se colocar em funcionamento um movimento de implantação de igrejas. Não é possível fazermos uma IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO se estivermos pensando em termos de igreja tradicional.

P. Como podemos desenvolver um programa de igreja completo numa igreja em casa? R. Cremos que se enfocarmos as coisas mencionadas no Capítulo 8 (O QUE FAZEMOS NUMA IGREJA EM CASA?), o Senhor nos capacitará a su-

prirmos as necessidades de todos os indivíduos e famílias que frequentam as reuniões. O Espírito Santo é poderoso para nos tornar criativos em nos-

sas abordagens com relação ao suprimento destas necessidades. As igrejas em casas não serão atraentes a todos. Alguns precisam frequentar igrejas com a capacidade de apresentar programas mais diversos. Não estamos em competição com outras igrejas. Estamos trabalhando juntamente com elas para ajudarmos no cumprimento da Grande Comissão. P. E as crianças? Elas terão aulas especiais? R. Algumas igrejas em casas têm reuniões para crianças separadas dos

P. As igrejas em casas não são a mesma coisa que as células? R. Não. O conceito de células é o estilo da roda e a igreja em casa é o estilo da videira. Uma célula é considerada como que fazendo parte da evangelização de uma outra igreja, ao ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

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jovens e adultos. Algumas têm todas as idades numa só reunião conjunta. É surpreendente o quanto as criancinhas aprendem pelo simples fato de estarem com os jovens e adultos no culto regular. P. Quantas vezes por semana se reúnem as igrejas em casas? R. Uma ou duas vezes por semana é comum, mas depende dos líderes de cada igreja em casa. Não há nada na Bíblia que diga com que freqüência devemos nos reunir. P. Sempre nos reunimos na mesma casa? R. Nem sempre é sábio nos reunirmos na mesma casa pela seguinte razão: 1. Precisamos compartilhar com os outros a bênção de sermos os anfitriões de uma igreja em casa. 2. Mudando-se o local de reuniões de vez em quando podemos alcançar e evangelizar diferentes vizinhanças. 3. Somos mantidos em união pêlos vínculos dos relacionamentos, e não pelo local de reunião. Portanto, as mudanças são uma questão de segurança. 4. Evitamos o problema das reclamações dos vizinhos por fazermos cultos religiosos em suas proximidades. P. A idéia das igrejas em casas não abre a possibilidade de qualquer pessoa iniciar a própria igreja? R. O Apóstolo Paulo disse em Romanos 10:15: “Como pregarão, senão forem enviados?” Somente os que foram enviados têm autoridade espiritual para implantarem igrejas. Até mesmo Paulo não se aventurou a sair e implantar igrejas até que tivesse sido enviado pelo Espírito Santo e pela liderança de sua igreja. (Leia Atos 3:1-4.) P. Onde encontraremos pastores para dirigirem estas congregações? R. As verdadeiras qualificações para os presbíteros (pastores) encontram-se em dois lugares do Novo Testamento: Tito 1:6-9 e l Timóteo 3:1-7. Deus já supriu muitos homens e mulheres humildes, ensináveis, e consa28 / ATOS

grados bem no meio de nossas igrejas e que são capazes de liderarem igrejas em casas. Não precisamos enviálos para fora para serem treinados em escolas bíblicas ou seminários. O método do aprendiz é o melhor método debaixo do céu para o treinamento de pastores e líderes. Nunca houve um método melhor e nunca haverá. P. Como podemos esperar que uma pequena igreja em casa gere uma outra igreja em casa? R. Quando eu ainda era um adolescente o meu pastor me deu a tarefa de iniciar Aulas de Bíblia nos Lares com os idosos que não frequentavam a Escola Dominical. Não recebi nenhum ajudante ou membro com os quais eu pudesse começar essa tarefa. Recebi apenas alguns nomes e endereços de pessoas que talvez estivessem interessadas em estudos bíblicos em casa. Durante os meses que se seguiram tive a alegria de estabelecer aulas de Bíblia em muitos lares. A minha tarefa não era somente ensinar a Palavra de Deus aos idosos, mas aprender como iniciar grupos em casas. Isto é parte do treinamento de um presbítero. Ele recebe um território e a tarefa de iniciar uma nova igreja em casa. Na maioria dos casos ele recebe pelo menos um ou dois casais para ajudá-lo a iniciar. O ideal é que um dos casais seja de pastores em treinamento a fim de que, desde o início de uma nova igreja, haja uma visão de implantação de igrejas. Uma igreja em casa bem pequena pode enviar dois ou três casais todos os anos para gerarem uma nova igreja. P. Como iniciamos uma igreja em casa? R. Em Atos Capítulo 13, foi o Espírito Santo que enviou a Paulo e Barnabé para iniciarem igrejas. Mas Ele revelou aos líderes da Igreja de Antioquia que Ele os havia chamado para fazerem isso. Em Atos 15:24 algumas pessoas que “saíram” sem ser “enviadas” entraram em apuros. Presumindo-se que você tenha sido enviado por uma au-

toridade espiritual responsável, faça com que duas ou três pessoas que ainda não estejam envolvidas numa igreja concordem em reunir-se com você regularmente para adorarem a Jesus e para caminharem em Seus caminhos, e você já terá implantado uma nova igreja. Quando Paulo e suas equipes saíam, eles primeiramente proclamavam as Boas-Novas e, aí então, reuniam os discípulos. A reunião dos discípulos é “igreja”. P. Você está sugerindo que todos devem deixar a igreja tradicional e se tornar membros de uma igreja em casa? R. O nosso propósito não é demolirmos nada do que Deus esteja construindo. Temos o compromisso de abençoarmos e ajudarmos a todas as igrejas, de todas as cidades, pequenas ou grandes, denominacionais, nãodenominacionais, ou interdenominacionais. Não competimos com outras igrejas. Estamos simplesmente apresentando uma expressão válida de “igreja” que se baseia na Palavra de Deus e que tem provado ser eficiente, tanto na Igreja Primitiva, como nas igrejas atuais. Não estamos dizendo que Deus está chamando todo o Seu povo de todos os lugares a estar fazendo exatamente a mesma coisa. A Igreja de Jesus Cristo é impressionantemente flexível e versátil em suas muitas expressões, quando não é limitada por regras rígidas e inflexíveis. P. As igrejas em casas têm de pertencer a uma denominação? R. Em primeiro lugar, todas as igrejas em casas de qualquer cidade pertencem à Igreja, o Corpo de Cristo daquela cidade. Uma igreja em casa pode pertencer a uma denominação, mas suas ligações com essa denominação não devem interferir com o seu compromisso e relacionamento com o Corpo de Cristo daquela localidade. O maior desafio de qualquer igreja é a manutenção da unidade dentro do mais amplo Corpo de Cristo na ciABRIL / MAIO / JUNHO 2002


dade em que moramos e servimos. (Veja o Capítulo 7.) Há muitas outras questões que poderiam ser perguntadas sobre as igrejas em casas, mas a mais importante é: “Senhor, o que Tu queres que eu faça para ajudar no cumprimento da Grande Comissão? Será que eu deveria estar envolvido na multiplicação de igrejas em casas em meu país e em todo o mundo?” Há muitas maneiras de implantarmos novas igrejas e, desta forma, ampliarmos o Reino de Deus sobre a terra. Aceitaremos e não criticaremos as várias maneiras pelas quais o povo de Deus está tentando implantar igrejas. O meu propósito é tocar a trombeta para iniciarmos igrejas em casas. Dizemos a vocês VENHAM E AJUDEM-NOS! Estamos entusiasmados com relação à multiplicação de igrejas em todos os países e grupos étnicos a fim de “que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações” (Lc 24:47). SUMÁRIO A minha firme convicção é que já existe agora um movimento de igrejas em casas a todo vapor em todos os países da terra. Creio que esta é a única maneira pela qual veremos o cumprimento da Grande Comissão. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

Isso já está começando a acontecer. Deus está falando sobre as IGREJAS EM CASAS a pessoas de toda parte. O alicerce foi colocado nos últimos vinte e cinco anos através da aceitação mundial do movimento de células. Alguns de nós temos idade suficiente para nos lembrarmos de quando era altamente questionável o início de um grupo em casa de qualquer tipo, ou de qualquer outra coisa fora dos próprios prédios de igreja. Havia um temor muito grande de que isso afastaria as pessoas da “igreja”. Agora, esses grupos são muito desejáveis, e considerados como uma forma de crescimento da igreja. Deus está nos chamando para darmos mais um passo e reconhecermos que podemos de fato ter uma igreja, no sentido mais amplo da palavra, numa casa. Algumas das maiores congregações do mundo hoje tiveram seu início numa casa. Quando se tornaram uma igreja? Será que eram igrejas quando tinham dez membros e se reuniam numa casa? Ou será que eram igrejas somente quando tinham mil membros? Será que se tornaram igrejas quando se reuniam num prédio especialmente projetado para isso e chamado de “igreja”? A resposta é óbvia. Eram igrejas

quando começaram nas casas. Se tivessem continuado a se reunir em casas, teriam continuado a ser igrejas. Deus está sacudindo e mexendo em nossas atuais estruturas de igreja e levando-nos de volta ao básico. A maior parte do que chegamos a considerar agora como sendo essencial na verdade não é absolutamente essencial. Quando olhamos para a simplicidade da Igreja do Novo Testamento e a comparamos com a Igreja institucionalizada de nossos dias vemos pouca, ou nenhuma semelhança. A Igreja em alguns países é mais semelhante a uma corporação. Algumas denominações são enormes redes, que, em muitos casos, são governadas politicamente, em vez de serem governadas por uma autoridade espiritual ordenada por Deus. Isso tem causado um incomensurável desastre e divisões durante centenas de anos. Que Deus nos dê a revelação, a humildade, e a graça para admitirmos o quanto nos afastamos da simplicidade e da pureza da Igreja do Novo Testamento. Em seguida, vamos voltar a essa simplicidade e pureza com quen brantamento e arrependimento.

__________ Esse estudo foi reimpresso com a permissão do autor.

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SUPLEMENTO A

POR QUE A JOCUM (JOVENS COM UMA MISSÃO) IMPLANTA IGREJAS Floyd McClung A implantação de igrejas é o padrão bíblico. A implantação de igrejas era o objetivo principal da estratégia do Apóstolo Paulo para a evangelização. Em todos os lugares em que Paulo pregava o Evangelho, ele conduzia as pessoas a Cristo e as reunia em comunidades de crentes. É essencial que reconheçamos que o Novo Testamento não fala somente sobre ganharmos “ovelhas” mas também sobre transformá-las em “rebanhos”. Na Bíblia a Igreja é chamada de vários termos: o povo de Deus, uma nação santa, um sacerdócio real, um templo vivo, o templo de Deus – todos eles subentendendo uma comunidade, ou membros fazendo parte de um grupo. A implantação de igrejas é um cumprimento do desejo de Deus de nos reunir em comunidades do Reino. A Bíblia não está interessada somente em cristãos individuais, mas também em comunidades do povo de Deus. As igrejas não são associações voluntárias – somos os “chamados para fora”. A implantação de igrejas coloca um fundamento para o discipulado de nações inteiras. Deus usa a presença do Seu povo para colocar todas as esferas da sociedade sob o Seu Senhorio. As nações sem uma presença significativa 30 / ATOS

do povo de Deus não têm os recursos necessários para verem isso acontecer. É inútil pensarmos em sociedades muçulmanas, budistas e hinduístas sendo transformadas sem que o sal e a luz do povo de Deus sejam levantados primeiramente. O primeiro passo do discipulado de uma nação inteira é trabalharmos e orarmos pelo surgimento de um movimento popular nacional em direção a Cristo. A implantação de igrejas é a maneira pela qual serão alcançados cidades, nações e povos que ainda não conhecem o Evangelho. Um movimento de igrejas voltado a missões numa certa região é lançado através de igrejas individuais que estão sendo implantadas. Então elas são multiplicadas por toda a sociedade. Esse passo simples, porém crucial, é geralmente negligenciado por cristãos zelosos. A presença de igrejas que se multiplicam, e um movimento de igrejas, é a única maneira de medirmos o progresso em direção ao cumprimento da Grande Comissão. Quão perto já chegamos da implantação de uma comunidade que testemunhe sobre Cristo e que esteja ao alcance de todos os indivíduos de todos os países? Somente quando essa meta for alcançada é que poderá ser medido o objetivo final de alcançarmos todas as criaturas.

Implantamos igrejas para alcançarmos todos os níveis da sociedade. Uma igreja local ajuda a evangelizar uma grande porcentagem da sociedade porque o Evangelho é difundido especialmente através de familiares e redes de relacionamentos. Quando uma igreja é implantada, ela fornece uma estrutura para fazermos uma colheita no meio dos contatos naturais que as pessoas têm. A igreja local tem um ministério contínuo de equipar os seus membros a alcançarem as pessoas com as quais eles têm relacionamentos naturais. Estas pessoas podem ser os colegas de trabalho, os vizinhos, ou colegas de escola. Dessa maneira, uma grande parte da sociedade pode ser tocada por uma pequeníssima comunidade de pessoas. As cidades e as nações não são somente horizontais por natureza, mas são também verticais, ou seja, há várias camadas (ou classes) numa sociedade, empilhadas umas sobre as outras. Precisamos alcançar todas as camadas se quisermos discipular plenamente as nações. As igrejas são implantadas para preservar os frutos do nosso evangelismo. Há um perigo de entregarmos os nossos “filhos” espirituais a uma “adoção espiritual” antes de saírem do berço. São vidas preciosas que vêm ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


ao Senhor através do nosso evangelismo. As pessoas que levamos ao Senhor podem sentir-se rejeitadas se tentarmos colocá-las em outras igrejas, quando Deus quer que estejamos desenvolvendo estas pessoas e transformando-as em novas igrejas locais. Obviamente, é importante que continuemos trabalhando em cooperação com igrejas locais, e, quando Deus direcionar, levar os nossos convertidos para essas igrejas. No entanto, é também importante implantarmos novas igrejas. Se fizermos um evangelismo continuamente sem implantarmos igrejas, estaremos nos arriscando ao perigo de sermos infiéis para com os nossos convertidos. Precisamos estar preparados para cuidarmos de nossos discípulos. É bom aceitarmos a alegre tarefa de ajudarmos a conceber novos crentes. No entanto, não devemos evitar a tarefa, às vezes difícil, de gerarmos comunidades de crentes. Temos a contínua responsabilidade de levantarmos e conduzirmos esses novos cristãos à maturidade. A JOCUM implanta igrejas porque elas são um lugar vital de edificação para crentes multigeracionais. Quando não implantamos igrejas, deixamos de desenvolver uma forma essencial de alcançarmos todas as gerações de uma sociedade. Você gostaria de morar num bairro constituído inteiramente por jovens de 15 anos de idade? É um pouquinho limitado, não é? A sociedade, pela própria natureza, é multi-geracional. A JOCUM geralmente promove eventos evangelísticos que enfocam a juventude, ou um grupo social específico. Se os nossos eventos evangelísticos não levam à implantação de uma nova igreja local, especialmente em regiões ainda não alcançadas pelo Evangelho, podemos perder uma oportunidade de tocarmos todas as gerações da sociedade. As igrejas são implantadas num bairro, cidade ou vilarejo. Elas natuABRIL / MAIO / JUNHO 2002

ralmente têm um enfoque em todas as gerações daquela região geográfica específica. Portanto, uma igreja pode alcançar melhor todas as faixas etárias da região do que alguns tipos de esforços missionários. Implantamos novas igrejas porque isso faz com que encaremos a responsabilidade de crescermos à maturidade evangelística e missionária. Se quisermos desenvolver nossos dons missionários e evangelísticos precisamos amadurecer ao nível de implantação de igrejas. Isso não se aplica a todos os evangelistas e missionários, obviamente, porque nem todos somos chamados para implantarmos igrejas. No entanto, a implantação de igrejas dá a muitos a oportunidade de crerem que Deus levantará uma igreja onde não há nenhuma. Esse passo de obediência requer fé e coragem. Novas lições devem ser aprendidas, e novos desafios devem ser vencidos. Implantamos igrejas porque Deus quer que os missionários da JOCUM introduzam nas congregações locais os fundamentos espirituais que Ele nos deu como missão. Somos chamados para reproduzir nos outros a vida de Cristo que está em nós. Há variedades de dons no Corpo de Cristo. A JOCUM (Jovens com Uma Missão) recebeu uma unção espiritual de Deus, e devemos repassá-la às congregações que estabelecemos. Temos a responsabilidade de ensinar aos outros o que Deus nos ensinou, não somente através de ensinos e escritos, mas também levantando novas igrejas. Quando implantamos igrejas, passamos adiante o que Deus nos deu. Desta maneira acontece uma multiplicação. Fomos ensinados sobre certos aspectos dos caminhos de Deus. Queremos transmiti-los a outros. É possível vermos movimentos inteiros de igrejas edificados sobre o mesmo fundamento que nos foi ensinado. Essas igrejas podem tornar-se igrejas voltadas para missões, que também ensinem outras pessoas.

Um exemplo disso é um movimento de quase 20 igrejas iniciadas por um convertido da JOCUM num país sul-americano. Eles estão enviando agora os seus missionários através da JOCUM. Deus quer que a JOCUM seja um canal às nações para evangelistas, pastores, e missionários que implantam igrejas. Devemos ser um canal às nações. Se não tivermos nenhuma visão para a implantação de igrejas o nosso “canal” ficará obstruído. Aí então não estaremos liberando os homens e as mulheres que Deus quer enviar através de nós. Se não tivermos visão de alcançar os que ainda não foram alcançados, Deus nos deixará de lado, enviando missionários com um potencial de implantação de igrejas a outras agências missionárias. Implantamos igrejas a fim de treinarmos implantadores de igrejas. Os missionários que implantam igrejas não aprendem seu ministério na sala de aula. Os implantadores de igrejas são como médicos – eles aprendem pela experiência prática. Implantando igrejas, ganhamos a experiência necessária para nos multiplicarmos através de outros. Podemos somente dar a outros o que conhecemos por meio de uma experiência de primeira mão. Floyd McClung é Vice-Presidente Executivo da JOCUM (Jovens com Uma Missão). Como tal, ele assumiu a liderança da Conferência de Estratégia Internacional da JOCUM de Dezembro de 1988, em que sua organização definiu metas para estabelecerem movimentos de multiplicação de igrejas em 500 cidades majoritárias a nível mundial, 150 grandes grupos étnicos ainda não-alcançados, em todas as nações do mundo para o ano 2000 e além. n

__________ O artigo acima foi reimpresso do DAWN REPORT (RELATÓRIO DA ALVORADA) , Edição de 14 de abril de 1992.

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SUPLEMENTO B

POR QUE IMPLANTAR NOVAS IGREJAS C. Peter Wagner Há muitas razões para darmos à implantação de igrejas uma posição central no planejamento de estratégias para o ministério da igreja e missões:

Por outro lado, igrejas novas abrem escancaradamente as portas de desafios na liderança e no ministério, O resultado é que todo o Corpo de Cristo é beneficiado.

A implantação de igrejas é bíblica. A implantação de igrejas é o método neo-testamentário de expansão do Evangelho. Trilhe a expansão da Igreja a partir de Jerusalém, Judéia, Samaria, e até os confins da terra, e você descobrirá que os implantadores de igrejas abriram o caminho. Essa é uma atividade do Reino, grandemente apoiada por Deus, nosso Rei. Como uma comunidade do Reino, não podemos achar que estamos obedecendo a Deus se deixarmos de implantar igrejas. Para obedecermos a Deus, precisamos implantar igrejas intencionalmente e eficientemente.

A implantação de igrejas estimula as igrejas existentes. Algumas pessoas são relutantes em iniciarem novas igrejas por temerem prejudicar as igrejas já existentes na mesma cidade ou vilarejo. Elas acham que por fazerem isso poderiam criar uma competição indesejável entre os irmãos e irmãs em Cristo. Na verdade, na maioria dos casos, uma nova igreja na comunidade geralmente aumenta o interesse espiritual das pessoas. Se essa questão for abordada apropriadamente, uma nova igreja pode ser um benefício às igrejas existentes. O que abençoa o Reino de Deus como um todo também abençoa as igrejas que verdadeiramente fazem parte do Reino.

A implantação de igrejas desenvolve novas lideranças. Muitos estudos confirmam que o principal fator de crescimento e expansão da igreja local é uma boa liderança. Na igreja local nenhum indivíduo é mais importante para o crescimento que o pastor sênior. No entanto, os pastores-sêniors eficientes certificam-se de que os líderes leigos também assumam posições responsáveis no ministério da igreja. Os membros de muitas igrejas existentes têm inconscientemente a tendência de colocarem limitações em qualquer papel de liderança. Conseqüentemente, é difícil que os novos membros subam a posições de ministério. 32 / ATOS

A implantação de igrejas é eficiente. Não há uma maneira mais prática ou menos cara de se levar os incrédulos a Cristo em qualquer região do mundo do que a implantação de novas igrejas. Isso se aplica tanto a um “território novo” como também a um “território antigo”. Vamos analisar cada um deles. TERRITÓRIO NOVO Por “território novo” quero dizer duas coisas: (1) regiões do mundo que ainda não foram evangelizadas, ou (2)

grupos étnicos não-evangelizados em regiões não-evangelizadas. Ao entrarmos com o Evangelho numa nova região, ninguém discordaria que novas igrejas são necessárias. No entanto, foi apenas recentemente que grandes ministérios evangelísticos começaram a perceber como a implantação de igrejas pode ser tremendamente importante. A implantação de igrejas é importante para resultados duradouros. Há três razões que mostram a necessidade de novas igrejas como uma parte essencial do evangelismo em território novo: Em primeiro lugar, há uma razão bíblica. Na época da Igreja Primitiva, os apóstolos e evangelistas mudavam-se para as fronteiras não-evangelizadas. Lá eles implantavam novas igrejas. O Apóstolo Paulo disse: “Esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15:20). Paulo ia a novos territórios, e o que ele fazia? Ele implantava novas igrejas. Em segundo lugar, há uma razão que tem a ver com o número de habitantes da Terra, e em que eles crêem. Há três bilhões de pessoas no mundo de hoje que ainda não conhecem a Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Aproximadamente 70% destes incrédulos não têm uma igreja viva e que evangelize em sua região. Isto equivale a mais de dois bilhões de pessoas. Como elas virão a Cristo? Elas não ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


podem, até que alguém se mude para a região delas com o amor de Cristo e comece a implantar igrejas. A rapidez com que elas serão ganhas para Cristo dependerá da rapidez com que as igrejas se multiplicarem. Em terceiro lugar, há uma razão prática que mostra a necessidade de novas igrejas em “território novo”. Alguns ministérios cristãos internacionais foram estabelecidos com o único propósito da evangelização. Esses ministérios descobriram que o método evangelístico mais eficaz é a implantação de novas igrejas. Poucas organizações internacionais têm sido usadas em ministérios evangelísticos mais amplamente do que a Campus Crusade for Christ. No entanto, os planos originais dessa organização não incluíam a implantação de igrejas. Ela começou em universidades, organizando grupos que agiam como substitutos das igrejas. Contudo, mais tarde, ela desenvolveu o filme “Jesus” e iniciou um evangelismo em vilas no mundo todo, em território novo. Creio que o filme “Jesus” é a ferramenta evangelística mais poderosa atualmente em uso. Muitos são salvos quando ele é exibido. Mais tarde, o Presidente da ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

Campus Crusade, Bill Bright, começou a ter um problema. O filme “Jesus” havia sido exibido em vilarejos, e várias pessoas haviam orado para receberem a Jesus. Contudo, os crentes não estavam sendo congregados em igrejas cristãs. Portanto, a Campus Crusade começou a implantar “grupos de comunhão em casas”. Logo ficou claro que esses grupos eventualmente cresceriam e se transformariam em igrejas. Por necessidade, a implantação de igrejas tornou-se agora uma meta definida da Campus Crusade. Bill Bright formou então um programa intitulado “New Life 2000” (Nova Vida 2000). É o maior programa em larga escala que a Campus Crusade já iniciou. De acordo com esse programa, eles trabalharam com cristãos do mundo todo para alcançarem oito metas específicas até o fim do século passado. Qual foi a meta número oito? Foi: “Estabeleçam, em cooperação com as denominações existentes, mais de um milhão de novas igrejas.” Imaginem só o impacto que isso terá na evangelização do mundo! Considere a Tailândia como um exemplo. Através do filme “Jesus”, a Campus Crusade relatou que mais novas igrejas foram implantadas nes-

te país na década de 1980 do que nos prévios 150 anos de trabalho missionário. TERRITÓRIO ANTIGO “Território antigo” é onde as igrejas já existem há cem ou mil anos. A implantação de igrejas é o método evangelístico mais eficaz em “território antigo”, como também em “território novo”. A resistência mais forte à idéia de implantação de igrejas vem das pessoas que estão intimamente envolvidas com as igrejas tradicionais. Lembre-se, porém, deste simples fato: É mais fácil termos bebês do que ressuscitarmos os mortos! Nem todas as igrejas existentes estão mortas, obviamente. Nem mesmo a maioria delas estão mortas. A maioria das igrejas mortas podem, e deveriam ser reavivadas pelo poder do Espírito Santo. Ainda assim, o setor mais emocionante do hospital é o “setor da maternidade” – igrejas em “território novo” onde nascem os n novos bebês em Cristo!

__________ O artigo acima foi adaptado do livro de C. Peter Wagner, CHURCH PLANTING FOR A GREATER HARVEST (IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS PARA UMA COLHEITA MAIOR), publica-

do pela Regai Books.

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COMO FAZER A SUA IGREJA CRESCER Dr. Johan Engelbrecht Na época do Novo Testamento, os sinais do crescimento da Igreja podiam ser vistos facilmente. O Livro de Atos nos mostra as melhores formas de fazermos com que a Igreja cresça e se multiplique. Ao lermos Atos, vemos claramente como a Igreja Primitiva – o Corpo de Cristo – ficou espiritualmente madura, acrescentou mais membros, e iniciou mais igrejas (At 2:46,47; 16:15). A primeira igreja de Jerusalém começou num cenáculo. Ela tinha apenas alguns membros – os 120 discípulos (At 1:15). No Dia de Pentecostes, 3.000 pessoas foram batizadas, instruídas na Palavra, e acrescentadas à igreja (At 2:41,42). À Igreja de Jerusalém logo ficou com 5.000 membros (At 4:4). Até mesmo no meio dos gentios, multidões foram acrescentadas (At 15:14). Muitos outros tornaram-se discípulos em Jerusalém (At 6:7). Um grande número de sacerdotes tornaram-se obedientes à fé (At 6:7). Um grande reavivamento começou em Samaria (At 8:5-25). Mais e mais igrejas eram implantadas; mais e mais membros eram acrescentados a estas igrejas. Novas igrejas foram implantadas na Judéia, Galiléia e Samaria. Aliás, novas igrejas estavam sendo implantadas todos os dias (At 9:31; 16:5). Ao lermos esses “relatórios de crescimento” no Livro de Atos, não podemos deixar de nos regozijarmos. Jesus disse: “Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). As Suas Palavras foram cumpridas na Igreja do Novo Testamento. Ele também disse: 34 / ATOS

“Haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende” (Lc 15:7). Nós também sentimos essa alegria! Será que Deus Está Interessado em Números? Contudo, alguns dizem que Deus não está interessado em números. Eles tentam provar que Deus prefere perder membros do que ganhá-los. É verdade que é perigoso uma igreja crescer em números sem crescer em maturidade espiritual. Contudo, é ainda mais perigoso uma igreja dar desculpas por não crescer em números, pois, ao fazer isso, ela está sendo infiel à Grande Comissão. O Movimento de Crescimento da Igreja tem sido a ferramenta mais influente de Deus nos anos recentes. Hoje, há um grande interesse no crescimento de igrejas. No mundo todo, organizações estão estudando o crescimento de igrejas. Algumas dessas organizações promovem seminários e cursos universitários; outras publicam muitos livros. Centenas de congregações estavam em declínio. Aí então elas começaram a seguir os princípios de crescimento de igrejas. Elas descobriram que esses princípios funcionam! A estagnação espiritual transformou-se em entusiasmo espiritual. Conseqüentemente, os membros tornaram-se mais ativamente envolvidos na obra. Há muitos princípios bíblicos de crescimento de igrejas. Estudaremos alguns deles: 1. Obediência ao Espírito Santo Cristo disse a Seus discípulos: “Toda a autoridade me foi dada no

céu e na terra” (Mt 28:18); “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24:49). O evangelismo e o crescimento de igrejas são obra do Espírito Santo. O Corpo de Cristo é um organismo vivo. Portanto, a reprodução espiritual da vida do Novo Testamento pode vir somente do Espírito Santo. O Espírito Santo veio a fim de nos lembrar dos ensinamentos de Jesus. O Espírito Santo introduz os crentes no Corpo de Cristo (l Co 12:12,13). Ele traz vida e poder à igreja local. Ele dá instruções e unge o Seu povo para a obra. Sem o Espírito Santo não pode haver nenhum crescimento de igreja nem evangelismo. Com o Espírito Santo a Igreja de Jesus Cristo cresce, tanto em tamanho como na maturidade espiritual. Observe a seqüência no Livro de Atos: Em primeiro lugar, os 120 discípulos receberam a mensagem de arrependimento e perdão. Em segundo lugar, eles receberam o mandamento de compartilharem aquela mensagem com todas as nações (Mc 16:15-20; At 1:8). Em terceiro lugar, eles esperaram no Cenáculo até que recebessem os meios através dos quais poderiam cumprir aquele mandamento (Lc 24:45-49; At 1:12-14). 2. Uma Forte Liderança Bíblica Forte liderança significa não somente o pastor, mas também a liderança em geral. Ela inclui os presbíteABRIL / MAIO / JUNHO 2002


ros, diáconos, professores da Escola Dominical, comités de evangelismo, obreiros de jovens, etc. Esses líderes PRECISAM compreender que Deus os chamou para discipularem as nações – para alcançarem os que não conhecem a Cristo. Os bons líderes vêem as possibilidades e usam as oportunidades. A liderança bíblica é leal a Cristo. Os líderes também precisam ter um compromisso mútuo. A liderança é uma chave do crescimento da Igreja. Schuller diz: “Liderança significa pensar de antemão, planejar para o futuro, exaurir todas as possibilidades, prever os problemas, e conceber as soluções para eles, e, aí então, comunicar as possibilidades e idéias de solução dos problemas aos que tomam as decisões.” Uma liderança positiva não desiste ao deparar-se com obstáculos. Não! Ela irrompe através dos obstáculos em fé, a fim de ter a alegria de fazer a colheita. Para fazerem isso, os líderes precisam estar dispostos a pagarem o preço pelo crescimento. 3. O Papel das Pessoas Comuns Estudos sobre o crescimento de igrejas ao redor do mundo têm mostrado que o seguinte princípio neo-testamentário é verdadeiro: As igrejas crescem quando mobilizam os seus membros à obra de Cristo. Todos os cristãos pertencem ao povo de Deus e são chamados pelo Espírito Santo a se envolverem na obra. Quando o Dr. W. Arn estudou os novos convertidos dos Estados Unidos, ele descobriu que 70 a 80 por cento deles tornaram-se membros de igrejas porque foram convidados por parentes e amigos. O mesmo acontece no mundo todo. Se uma igreja local leva a sério o ministério e a atividades de seus membros leigos, ela é muito mais eficaz no evangelismo e no discipulado. Alguns ministros do Evangelho opõem-se a esse princípio do Novo Testamento. Talvez eles considerem suas igrejas como um centro de pregação. Eles podem se sentir tão ameaçados que são incapazes ou não deABRIL / MAIO / JUNHO 2002

sejam equipar e mobilizar as “pessoas comuns” da igreja. Conseqüentemente, a maioria das igrejas não crescem mais do que 200 membros. Na igreja menor, o pastor consegue fazer todo o trabalho. Ele consegue visitar os membros da congregação, visitar os enfermos nos hospitais, orar pêlos necessitados, pregar todos os sermões. Ele pode ser o zelador, lavar as janelas, e executar todas as outras pequenas tarefas da igreja! Pelo contrário, os pastores de igrejas crescentes têm descoberto como ajudar seus membros a descobrirem os dons espirituais. Eles permitem que os membros sejam ativos e produtivos na igreja em envolvimentos significativos. Eles treinam outros a fazerem as tarefas que agora são feitas por eles. É importante compreendermos o ensino do Apóstolo Paulo sobre o funcionamento do Corpo de Cristo, a igreja local. Tenho visto que muitas pessoas não compreendem o ministério dos membros leigos. Muitas vezes, os membros da igreja consideram-se cidadãos de segunda classe da congregação. Infelizmente, a equipagem e mobilização dos santos (Ef 4:11-16) não recebe uma alta prioridade na igreja local. 4. Evangelismo Eficaz O Movimento de Crescimento da Igreja tem desafiado as igrejas em âmbito mundial a levarem a sério a pregação do Evangelho aos perdidos e o discipulado. Se uma denominação ou igreja local não levar a sério o evangelismo, ela se estagnará e eventualmente morrerá. A Igreja pode tão facilmente isolar-se do mundo e edificar altas muralhas para proteger-se. Há um outro perigo: a fraca definição da igreja com relação ao evangelismo. O evangelismo não é simplesmente fazer com que as pessoas se decidam por Cristo; não é somente mais um bom sermão do púlpito. O propósito do evangelismo é produzir discípulos e membros responsáveis no Reino de Deus. Durante as décadas passadas, mi-

lhões de dólares foram gastos em evangelismo em larga escala. A presença de grandes multidões e o elevado número de decisões têm sido muito impressionantes. No entanto, isso tem causado um aumento muito pequeno na Igreja. Concordo com o Dr. Peter Wagner, quando ele diz: “Se acontecer um evangelismo eficaz, ele tem que começar e terminar com a igreja local.” Os métodos são importantes. Todas as igrejas locais deveriam identificar e enfocar as necessidades das pessoas que elas querem alcançar numa sociedade específica. Nenhum método funciona em toda parte, até mesmo dentro da mesma denominação. O princípio é o seguinte: Todas as igrejas locais precisam ter um programa evangelístico para encarnarem o amor de Cristo em todos os segmentos da sociedade. 5. Comunhão dos Crentes A verdadeira comunhão bíblica é um princípio de crescimento das igrejas que geralmente é negligenciado. Em muitas igrejas, não há nenhuma estrutura definida que estimule a comunhão. O cuidado de “uns para com os outros” que vemos na Igreja do Novo Testamento precisa ser desenvolvido em todas as igrejas locais. Não há nenhuma alternativa à verdadeira vida comunitária bíblica. Esse tipo de comunhão traz cura e unidade, além de proporcionar a oportunidade de servir e desenvolver ministérios. Os membros de igrejas, e os que não são membros, precisam de uma igreja que seja uma verdadeira comunidade neo-testamentária, que realmente se importe com as pessoas. Jesus disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:35). Essas palavras de Jesus precisam ser uma marca distinta da Igreja. Talvez a melhor maneira de dar aos membros de igrejas a oportunidade de crescerem na comunhão, seja através de pequenos grupos, ou grupos de solidariedade. Eles podem ser desenvolvidos para suprirem uma variedade de ATOS / 35


necessidades e para estimularem o evangelismo e o discipulado. 6. Adoração A celebração é uma chave ao crescimento (At 2:47), especialmente quando o povo de Deus se reúne e tem motivos para adorar a Deus pelas coisas que Ele fez durante a semana. Na América do Sul, o Dr. Peter Wagner identificou a adoração como um fator fundamental. Ele diz: “Uma das primeiras coisas que observamos quando entramos num culto de adoração numa Igreja Pentecostal latinoamericana é o quanto as pessoas parecem estar se divertindo... Uma vez que as pessoas se divertem indo à igreja, elas não hesitam em trazer alguns convidados com elas.” A adoração tem um papel importante na igreja crescente à medida que a ‘Comunidade do Rei’ ^adora e celebra o reinado de Cristo. À medida que mais e mais pessoas se envolvem na adoração, ela produz resultados maiores. Alguns da congregação cantam, alguns lêem as Escrituras, alguns tocam instrumentos, alguns fazem orações e trazem pedidos, alguns dão testemunhos, outros decoram a igreja com flores, regulam o som e fazem gravações. Alguns dão as boas-vindas à congregação e aos visitantes. Outros ainda oram pêlos necessitados... As igrejas crescentes geralmente proporcionam uma oportunidade para ministério durante o culto de adoração, quando a congregação espera por um tempo especial em que as necessidades são supridas. Quando as pessoas ouvem uma revigorante Palavra do Senhor e têm oportunidade de serem usadas por Deus, são estimuladas ao crescimento. 7. Recursos Liberados Dois recursos que todos os crentes têm são o dinheiro e o tempo. Esses dois recursos têm um papel importante no crescimento da igreja -se estiverem submetidos a Cristo. Os dízimos e as ofertas são essenciais para se promover a missão à qual Deus chamou a Igreja. Os membros que têm compromis36 / ATOS

so de cooperarem com missões e com as atividades das igrejas locais também experimentam bênçãos em suas vidas. As igrejas avarentas quase não crescem. No entanto, os membros de igrejas crescentes dão com alegria. Uma das características da Igreja Primitiva era o nível de compromisso dos crentes. Os apóstolos estavam dispostos a pagarem o preço por esse compromisso. Os seus escritos demonstram claramente que eles esperavam que todos os crentes pagassem o preço. Os sinais do Reino de Deus são apresentados muito claramente na Bíblia. Paulo, como um escravo de Cristo, lembra à Igreja que agora não vivemos mais para nós mesmos – mas por Aquele que morreu por nós. Cristo, em Seu ensino, lembrou os discípulos: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça...” (Mt 6:33.) Paulo lembra aos romanos: “E, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” (Rm 6:18).

Você e a sua igreja podem participar da colheita. Como é maravilhosa essa notícia! Os Evangelhos dão claras evidências de que o nosso Senhor espera um crescimento em Seu Reino: uma semente crescente que se desenvolve numa grande árvore. O Evangelho também mostra que o crescimento é prático. Ele não acontece sem um compromisso e sacrifício. O discipulado é de grande valor. O evangelismo eficaz é precioso. Somos privilegiados por fazermos parte da emocionante tarefa de discipularmos as nações! A Igreja é chamada para cumprir dois mandamentos: “amar o próximo” e “fazer discípulos”. Precisamos de uma estratégia definida e de um objetivo claro para “irmos a todo o mundo”. Deus nos chamou para sermos colaboradores. Alguns semeiam. Alguns regam as plantas. Deus dá o crescimento (l Co 3:5-7). Vamos confiar em Deus e fazer parte do maior desafio da história – vermos a Igreja n crescer!

Uma NOVA MANEIRA de ajudar outros líderes de igreja a receber ATOS! Querido Leitor da Revista ATOS, Se você conhece outros líderes de igreja que ainda não recebem a Revista ATOS, e acha que eles gostariam de recebê-la, por favor, peca-lhes que nos escrevam e nos enviem os seguintes dados: • O nome completo e endereço, em letra de forma; • A quantas pessoas ensinam ou pregam a cada semana; • Uma descrição do ministério que exercem. Querido leitor, NÃO nos envie os nomes e endereços dessas pessoa. Quem desejar ser assinante da Revista ATOS deve escrever-nos pessoalmente; isso nos ajudará a estar seguros de que só estamos enviando a Revista aos líderes de igreja que a queiram receber. Que Deus possa fortalecer e capacitar você e seus companheiros líderes de igreja para a Sua grande obra!

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O CRESCIMENTO DA IGREJA E AS ESCRITURAS Andre le Roux Neste estudo do Livro de Atos, eu gostaria de mostrar-lhe como a Igreja Primitiva cresceu tão rapidamente. A Igreja começou com 3.000 membros no Dia de Pentecostes. Stephen Neill nos diz em seu livro A HISTORY OF CHRISTIAN MISSIONS (Uma História das Missões Cristãs): “No final do Terceiro Século, não havia nenhuma região do Império Romano que não havia sido penetrada pelo Evangelho.” Examinemos agora os seguintes princípios de crescimento de igrejas do Novo Testamento que contribuíram para o milagre de se levar o Evangelho a todo o mundo conhecido em três séculos. 1. O Próprio Deus acrescenta à Igreja Há somente uma forma de crescimento de igreja que é um crescimento verdadeiro no Reino. São as pessoas sendo salvas de uma existência pecaminosa e rebelde para uma nova vida em Cristo. Nas nações ocidentais, muitas vezes entendemos erroneamente a relocação dos santos (pessoas transferindo-se de uma igreja para outra) como sendo a evangelização dos perdidos. O verdadeiro crescimento da Igreja não é a transferência de crentes de uma igreja para outra. É a conversão de almas perdidas, que são acrescentadas à Igreja. Na Igreja Primitiva, ‘’acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2:47). Lemos que “crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor” (At 5:14). ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

Esse tipo de crescimento é fiel ao ensino de Jesus: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Se os convertidos não são acrescentados ao Corpo de Cristo (a igreja local), os nossos esforços são quase em vão. Chaves Para Fazermos a Igreja Crescer: • Não podemos fazê-lo, a menos que estejamos cooperando com uma ação divina (2 Co 6:1; Ef 2:10). • Precisamos permanecer em Cristo diariamente a fim de sermos frutíferos (Jo 15:4; At 11:21). • Precisamos ter o cuidado de não usarmos métodos carnais para fazermos a igreja crescer (Jr 17:5; Jo 6:63; Rm 8:5,6; Gl 3:3). 2. A Igreja cresce quando as pessoas são confrontadas pelo Deus Vivo e se voltam a Ele em arrependimento Quando Deus irrompe e entra em nossa existência humana, as pessoas são subitamente confrontadas com o Deus Vivo, e o coração delas se abre para responderem à mensagem do Evangelho. Quando Pedro curou o mendigo aleijado, as pessoas “se encheram de admiração e assombro” (At 3:10b). Aí então, Pedro pregou, e “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra a aceitaram, subindo o número de homens a quase cinco mil” (At 4:4). Após o assustador juízo de Ananias e Safira, “sobreveio grande temor a toda a igreja... E crescia mais e mais

a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor” (At 5:11-14). Semelhantemente, o carcereiro de Filipos “trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas” e clamou: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (At 16:29,30.) É interessante notarmos o que Lucas diz sobre a maneira pela qual a Igreja Primitiva crescia: “Edificandose e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número” (At 9:31). Chaves Para Fazermos a Igreja Crescer: • As pessoas precisam ser confrontadas com o Deus Vivo em nossas igrejas e ministérios. • Precisamos ver a importância do “temor do Senhor” em nossa vida (Pv 9:10; Rm 3:18; Fp 2:12; Hb 12:28,29). 3. As Pessoas são confrontadas com o Deus Vivo através de sinais e maravilhas feitos em Seu Nome As Escrituras mostram que os sinais e maravilhas não são somente fins em si mesmos – eles são geralmente a maneira de Deus sacudir as próprias bases do modo de pensar das pessoas. Através dos apóstolos “muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo”. Isso contribuiu grandemente para o surpreendente crescimento numérico da Igreja (At 5:12-16). Quando Pedro ressuscitou a Tabita dentre os mortos, “isto se tornou conhecido por toda Jope, e muitos creram no Senhor” (At 9:42). Da mesma forma, quando Paulo cegou a Barjesus, o feiticeiro, o procônsul ATOS / 37


“vendo o que sucedera, creu, maravilhado com a doutrina do Senhor” (At 13:12). A pregação era eficaz e poderosa porque o Próprio Senhor “confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios” (At 14:3). Chaves Para Fazermos a Igreja Crescer: • Precisamos fazer sinais e maravilhas em nome de Jesus (Mc 16:20; Jo 14:12). • Jesus muitas vezes teve de repreender Seus discípulos pela sua falta de fé na área dos milagres (Mt 14:31; Mc 9:19). • Temos a Sua autoridade para fazermos sinais e maravilhas (Lc 10:19; 17-20).

4. As pessoas são confrontadas com o Deus Vivo através de pregações ungidas Em todo o Livro de Atos há exemplos de poderosos sermões ungidos pelo Espírito que comoviam profundamente os ouvintes. Lemos sobre o poderoso sermão de Pedro no Dia de Pentecostes. Neste dia, três mil almas foram salvas (At 2:40,41). Estêvão era um homem “cheio do Espírito Santo” (At 6:3). Quando alguns rabinos estudados tentaram argumentar com ele, “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava” (At 6:10). Semelhantemente, o Sinédrio “ficou maravilhado” com a coragem de Pedro e João e “reconheceram que haviam eles estado com Jesus” (At 4:13).

Você Precisa Renovar Sua Assinatura de ATOS? Veja aqui como saber disso: Verifique sua etiqueta de endereço no envelope da Revista ATOS. No topo direito da etiqueta há uma DATA (month/year) depois da palavra "EXPIR"; Se a data está a QUATRO MESES ou MENOS DE QUATRO MESES da data atual, então está na hora de renovar! Você não precisa renovar sua assinatura a cada edição da Revista ATOS; você só precisa renovar SE sua assinatura de dois anos estiver vencendo nos próximos quatro meses.

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Veja aqui como renovar sua assinatura de dois anos da Revista ATOS: Destaque o Formulário de Renovação da Revista ATOS desta revista; Siga TODAS as instruções do Formulário de Renovação; Responda a TODAS as perguntas do Formulário de Renovação – escreva claramente em letra de fôrma; e, Remeta o Formulário de Renovação, sem demora, para o escritório do World MAP mais próximo de você!

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NOTA: A Revista ATOS não é um “curso por correspondência”. Você não receberá um “certificado” ou “diploma” depois que ler a Revista ATOS. Nossa esperança e oração é que você receba algo mais valioso: Ensinamento bíblico e treinamento para o ministério prático! Isso o ajudará a tornar-se mais eficaz no ensino, no serviço e no testemunho a outros. A Revista ATOS é enviada, gratuitamente, quatro vezes ao ano, aos líderes de igreja que a solicitem na Ásia, África, e América Latina. Esses líderes receberão a Revista ATOS durante dois anos, e após esse período eles deverão renovar sua assinatura para que continuem a recebê-la por mais dois anos.

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Chaves Para Fazermos a Igreja Crescer: • As nossas pregações precisam ser ungidas pelo Espírito Santo (Lc 4:18,19; At 4:29-31). • As nossas pregações precisam levar as pessoas a serem confrontadas pelo Deus Vivo (At 4:31; 17:1634) 5. A oração era uma parte vital da Igreja Primitiva Não é possível estudarmos a vida e o crescimento da Igreja Primitiva sem vermos a forte ênfase na oração. Os apóstolos “perseveravam... nas orações” (At 2:42). Eles se consagraram à oração. (Veja Atos 6:4.) Quando o inimigo tentou assustá-los, fazendo com que Pedro e João fossem presos, eles se uniram numa oração fervorosa. Conseqüentemente, “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos... e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus” (At 4:31). Enquanto Pedro estava orando no terraço da casa de Simão curtidor, em Jopa, ele recebeu uma revelação de Deus sobre como pregar o Evangelho às nações gentias (At 10:19). Chaves Para o Crescimento da Igreja: • Todo o crescimento de igreja está incubado na oração e na comunhão com Cristo – porque Cristo é o Cabeça da Igreja e Ele inicia tudo o que acontece em Seu Corpo sobre a terra. • É através da oração e intercessão que as pessoas são libertas da escravidão do pecado e do mundo (2 Co 10:4,5; Tg 5:13-18). O crescimento da Igreja é uma prioridade no coração de Deus – especialmente hoje, quando a Igreja está crescendo como nunca antes. Somos desafiados a sermos homens e mulheres de oração. Somos desafiados a sermos homens e mulheres que possam confrontar o mundo com o Deus Vivo através de poderosas pregações confirmadas com sinais e maravilhas. Deus está edificando a Sua Igreja e as portas do inferno não prevalecen rão contra ela! (Mt 16:18.) ABRIL / MAIO / JUNHO 2002


No próximo trimestre a Revista de ATOS apresenta...

Outro Tipo de Crescimento!

S

im, o crescimento de igreja que você acabou de ler nesta edição está “perto do coração de Deus”. Mas há outra coisa que está igualmente perto do coração divino: o crescimento espiritual de cada crente individualmente. A edição de ATOS de julho de 2002 abordará os métodos que Deus usa para habilitá-lo a crescer forte em sua fé e ter vitória sobre as provações e tentações. Você será encorajado a aprender que Deus tem um propósito em toda provação... que Deus dá graça ao humilde... que, ainda que Deus precise nos castigar algumas vezes, Ele o faz por amor, para o nosso bem e para Sua glória... e que Ele está sempre presente para nos fortalecer. Esperamos que a edição de julho 2002 de ATOS o ajude a crescer forte em sua fé, e o habilite a ajudar as pessoas, às quais você ensina, a crescerem fortes em sua fé também. Prepare-se – ao ler a próxima edição e todas as edições de ATOS – para anotar qualquer idéia que você possa assimilar para um sermão ou um estudo bíblico. Lembre-se de que o Espírito Santo quer ajudá-lo e inspirar-lhe em sua habilidade para ensinar. Ao ler a Revista ATOS e estudar a Bíblia, esteja pensando numa maneira de ensinar o que está aprendendo.

Lembre-se de 2 Timóteo 2:2! ABRIL / MAIO / JUNHO 2002

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IA P CÓ EL A U V A S PONÍ ! DIS GORA A

Solicite sua cópia deste poderoso equipamento literário de World MAP! O Cajado do Pastor – conhecido por alguns como "Uma Escola Bíblica em Livro" – é uma obra de 1000 páginas projetada para treinar e equipar líderes de igreja. Contém escritos, com base bíblica, de muitos autores cheios do Espírito. Este livro foi compilado para satisfazer as necessidades especiais de líderes de igreja que trabalham na Ásia, África e América Latina. Neste livro, O Cajado do Pastor, você achará: [1] Um Manual de Treinamento Para Novos Crentes que cobre todos os assuntos que você precisa ensinar a novos convertidos. [2] Uma Concordância Tópica com milhares de referências bíblicas, que cobrem 200 principais tópicos da Bíblia. Esta seção de referência de O Cajado do Pastor o ajudará a ensinar a Bíblia a outros. [3] Um Guia Para Treinamento de Líderes, contendo o melhor material de treinamento de liderança de igreja reunido por World MAP durante os últimos trinta anos. Tudo isso e muito mais está contido em um único volume chamado O Cajado do Pastor! Para receber sua cópia deste poderoso Livro Para Treinamento de Líderes, O Cajado do Pastor, leia e preencha cuidadosamente o Formulário de Solicitação anexo a esta revista. Após responder todas as perguntas, e escrever suas respostas tão claramente quanto possível, remeta o formulário para o endereço de World MAP mais próximo de você. Você receberá sua cópia do livro O Cajado do Pastor o mais rápido possível (mas devido aos embaraços que ocorrem às vezes no correio, por favor, dê um prazo de 6 meses, pelo menos, para O Cajado do Pastor chegar até você).

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