Revista AECIC - Ed. 05

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Informações inspiradoras

www.aecic.org.br | Edição 05 - Ano 02 | Novembro 2013 | Bimestral

Infraestrutura e logística no Paraná

06

negócios

12

Barreiras que dificultam a competitividade das empresas

Transparência como diferencial competitivo

SENAI

Instituto de Inovação no Paraná

28

Investir é preciso.

Entrevista com Gleisi Hoffmann

44

1


ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DA CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA

PRESIDENTE CELSO LUIZ GUSSO Campodoro Participações e Empreendimentos Ltda

Gestão 2011-2013 Rua Manoel Valdomiro Macedo, 2445 Cidade Industrial Curitiba (PR) 81170-150 Tel | Fax: (41) 3347-1011

VICE-PRESIDENTE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS NELSON ROBERTO HUBNER Hubner Indústria Mecânica Ltda

www.aecic.org.br aecic@aecic.org.br

VICE-PRESIDENTE PATRIMÔNIO CARLOS ANTONIO GUSSO Risotolandia Ind. e Com. De Alimentos Ltda

Edição 05 – Ano 02 Novembro 2013

Editor Executivo Moacir Moura

VICE-PRESIDENTE ADMINISTRATIVO MARINO GAROFANI Brafer Construções Metálicas S.A

Jornalista Responsável Mariane Antunes DRT 4872/PR VICE-PRESIDENTE FINANCEIRO MARCELLO LUPÁRIA Maclínea S/A Máquinas e Engenharia

Criação, Direção de Arte e Diagramação D+C Design e Comunicação

Impressão Editora Gráfica Expoente 2

VICE-PRESIDENTE JURÍDICO JOÃO CASILLO Casillo Advogados


EXPEDIENTE DIRETORES ADJUNTOS: DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL MARTINHO FAUST

Stockholm Adm. e Participação Ltda RECURSOS HUMANOS JOSÉ ANTÔNIO FARES SESI Paraná EXECUTIVO CARLOS VIVALDI RODRIGUES

CONSELHEIROS:

ALAIDES FRANCISCO DE OLIVEIRA Itaeté Construtora De Obras Ltda BALDOINO SENS Siemens Enterprise Communications CARLOS MORASSUTTI Volvo do Brasil Veículos Ltda DUILO DAMASO Robert Bosch Ltda

João Barreto Lopes SENAI – PR José Ribamar Brasil dos Reis CIEE - Centro Integração Empresa-Escola do PR Luiz Ben-Hur Loures Transtupi - Transp. Coletivo Ltda Luiz Olívio Bortolli Denso do Brasil Ltda

Franscesco Pallaro CNH Latin America Ltda

Osmar Antonio Migdaleski Cassol Pré Fabricados Ltda

Jackson Lenzi Pires Plásticos do Paraná Ltda

Wanclei Benedito Said Condor Super Center Ltda

Editorial

Portos

Competitividade

Artigo | Eloi Zanetti

04 31 Artigo | Darci Piana

ÍNDICE

06 32 AECIC em Ação 12 35

Pesquisas & Informações

18 38 Perfil Regional | Giben

Comportamento

20 40

Perfil Regional | Paraná Banco

Liderança e Gestão

22 42

Infraestrutura | Metrô de Curitiba

Inovação

28 44

Entrevista | Gleisi Hoffmann 3


Celso Luiz Gusso Presidente da AECIC

Instituições Interdependência entre grupos sociais e interação positiva com o governo

Esta é uma questão antiga. Aristóteles, na antiga

individualmente, precisamos nos associar a grupos

Grécia, já dizia que o homem é um ser eminentemente

semelhantes que buscam os mesmos objetivos, como

político e social. Mesmo com suas prerrogativas de

preconizou o criador da produção em linha, Henry Ford:

cidadão em pleno Século XXI, isoladamente não reúne as condições necessárias para pleitear alguma coisa em seu favor, nem influenciar autoridades ou gestores públicos em qualquer nível. Para persuadir políticos e

Unir-se é o começo, manter a união é progredir, trabalhar em conjunto é a vitória de todos.

governantes ou defender grandes causas em benefício da comunidade onde vive, gerar riquezas e colaborar

Unidos poderemos desenvolver a capacidade

com o desenvolvimento local, o homem precisa se

de dialogar, ouvir e conviver com ideias diferentes.

organizar e formar grupos com interesses comuns.

Entender que muitas vezes as pessoas não fazem as

Vivemos em um mundo que exige competências

coisas porque não querem fazer, mas porque não

múltiplas, dentro e fora dos portões das fábricas. Não

entendem a verdadeira importância de determinada

basta mais saber operar um negócio, como comprar,

causa. Em termos empresariais, ninguém será culpado

vender, controlar, produzir e gerar resultados. As coisas

por trabalhar desta ou daquela forma, mas por certo

estão cada vez mais complexas em todos os sentidos.

será culpado por andar sozinho, sem participar de uma

Até para fazermos o óbvio precisamos romper barreiras,

entidade associativa para trocar informações, exercitar

quebrar paradigmas e dialogar em diversos níveis.

a arte do convívio entre pares e concorrentes, a fim de

Somos, efetivamente, um ser político e socialmente

conectar-se com um mundo globalizado e competitivo.

comprometidos. Não há mais como sobreviver

Um mundo essencialmente político.

4


EDITORIAL

Associar-se. Participar ativamente de uma

Outro exemplo é o nosso G7 que tem agido com

entidade empresarial. Estas são algumas das regras

grande eficiência em prol do crescimento do Paraná,

para a sobrevivência local. As relações com o governo

dialogando com os governos para inspirar ações,

federal exigem recursos de outras dimensões, por

agilizar a liberação de investimentos, enfatizar a

serem de ordem política institucional. Por serem

necessidade de grandes obras estruturais e defender

mais abrangentes quanto aos atores

os interesses da sociedade. Formado pela Federação do Comércio, Federação

envolvidos e importantes no que se

da Agricultura, Federação das

referem às causas defendidas, o

Empresas

jogo político ganha aspectos

de

Transportes

Cargas,

Associação

sociais de grande relevância.

de

Grau de associativismo.

Comercial

Associação empresarial, local

Federação das Associações

e nacional. Sindicato da sua

Comerciais e Empresarias,

categoria patronal, através

Federação das Indústrias e

do qual pode participar

Federação das Cooperativas

da Federação relativa à

do Estado do Paraná, o G7 é

do

Paraná,

um grupo dinâmico, inovador

sua atividade. Esta, por sua

e combativo.

vez, integra a Confederação

Órgão de apoio. Por maior

Nacional e assim por diante. Como

visão estratégica, capacidade de gestão

vivemos a era da abertura de fronteiras e da construção de pontes de relacionamento, surgem

e boa vontade que tenha um governo, na linha de tempo

formas completares de representação, como a formação

de um mandato não consegue atender com a celeridade

de Grupos de entidades Intersetoriais, de países ou de

necessária todas as demandas da população. Daí a

grandes causas.

importância de ouvir Grupos da sociedade organizada

Dentre os bons exemplos, lembramos o Fórum Econômico Mundial e a própria ONU que é uma entidade

para interpretar as reivindicações, priorizar e agilizar investimentos.

supra nacional. Grupo de países por grau de magnitude

Uma parte desta edição da AECIC NEGÓCIOS é

no cenário mundial, como G7, G20, e outros. Instituições

inspirada nas ações do G7. Outra é uma homenagem

dentro de entidades maiores se associando, ganhando

ao crescimento das empresas da Cidade Industrial de

maior representatividade para defender causas de vital

Curitiba e um brinde aos nossos leitores com conceitos

importância para o desenvolvimento do nosso estado.

e informações inovadores. Muito obrigado. 5


PORTOS

Infraestrutura e

logística Investimentos previstos para o Porto de Paranaguá serão de R$ 2,6 bilhões

Aconteceu em Curitiba, no dia 27 de setembro,

de R$ 2,6 bilhões no porto. O montante é relativo a 10

uma reunião na sede da Federação das Indústrias do

novos terminais que serão licitados. Menescal explicou,

Paraná (Fiep) em Curitiba, pela Secretaria de Portos

no entanto, que o projeto está sendo submetido

(SEP), para a apresentação dos arrendamentos

à consulta pública e ainda não é a versão final.

que serão realizados no Porto de Paranaguá. Os

“Estamos aqui trazendo uma proposta do que fizemos,

empreendimentos integram o segundo lote de licitações

baseados na demanda da Appa e no Projeto Nacional

que serão realizadas pelo Governo Federal, seguindo

de Logística Portuária. Isso aqui é uma consulta e

as diretrizes do novo marco regulatório.

queremos ouvir a comunidade, receber contribuições

O Secretario de Planejamento e Desenvolvimento

para eventuais mudanças neste plano”, disse aos cerca

Portuário da SEP, Rogério Menescal, apresentou o

de 200 empresários e representantes da comunidade

plano do Governo Federal que totaliza investimentos

portuária, agrícola e industrial que acompanharam o evento. Na proposta do Governo Federal, 17 áreas no Porto de Paranaguá serão transformadas em dez novos terminais a serem licitados nas áreas de grãos, fertilizantes, granéis líquidos, celulose, carga geral e veículos. Paranaguá ganhará seis novos berços. O objetivo do investimento, da maneira como foi anunciado pelo Governo Federal, é aumentar o número de berços; agregar áreas; melhorar acessos rodo-ferroaquaviários e, consequentemente, melhorar a eficiência da operação, além de aumentar a movimentação em

Luiz Henrique Dividino, superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina 6

89% ou 36 milhões de toneladas, chegando a 76,4


milhões de toneladas anuais.

pode ser prejudicado”, disse Campagnolo.

O superintendente dos portos de Paranaguá

O prefeito de Paranaguá, Edison Kersten, que

e Antonina, Luiz Henrique Dividino, ressaltou a

acompanhou a apresentação do lote que contempla

importância da discussão pública que seguirá ao

Paranaguá, disse que agora é o momento de toda

anúncio. “Cabe a nós darmos nossa contribuição ao

a comunidade local se organizar para discutir as

processo. O Paraná é um estado maduro para tratar

propostas. “São decisões assim que irão mudar o rumo

desde tema. Fomos o primeiro a apresentar o plano

da nossa sociedade e particularmente o nosso papel é

de arrendamentos, temos plenas condições de buscar

permitir essa expansão do Porto, dar condições para

aperfeiçoar o que foi apresentado. Nosso trabalho

que novas empresas se instalem e tragam benefícios

agora será convencer os técnicos que elaboraram esta

para a cidade de Paranaguá”, disse. O prefeito lembrou

proposta sobre a importância do Paraná no contexto

ainda da necessidade de inclusão, nos projetos

portuário nacional”, disse Dividino.

federais, a questão do acesso ao porto. “Com o

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, disse

crescimento do Porto vai haver também o crescimento

que o projeto do Governo Federal não atende todas as

de todo o fluxo rodoviário, toda a malha viária nossa

demandas do Paraná e que as audiências públicas serão

vai ser novamente comprometida. Então esse é o

muito proveitosas. “Se o Brasil quiser se posicionar

nosso papel, de cobrarmos por parte das autoridades

como uma grande potência mundial ele tem que ter uma

federais um comprometimento no sentido de poder dar

porta de entrada e de saída nos moldes do que acontece

a estrutura de circular todo esse fluxo de caminhões

nos outros países. O Porto de Paranaguá, que é o 2º do

que consequentemente vai aumentar. Atualmente já

País, tem que ter um tratamento diferenciado porque

temos uma situação caótica e problemas muito sérios

você conquistar posição no mercado é muito difícil; e

virão se não nos atentarmos a isso”, completou.

o agronegócio, a indústria e os serviços conquistaram fatias importantes no mercado internacional e não

Apoio político

podemos prejudicar todo esse trabalho porque, caso

Este ano, o Porto de Paranaguá já recebeu 13

contrário, todo o setor produtivo do Paraná e do Brasil

navios com cargas de projetos. Ao todo, o porto já 7


PORTOS

Confira as 14 sugestões:

Granéis Líquidos Inclusão de uma nova área, vizinha ao Terminal Público de Álcool. O espaço é ocupado ilegalmente por 200 famílias que estão sendo transferidas para outra região de Paranagua. • Construção de um píer em L arcada metade por um novo arrendatário e outra metade por concessionários existentes. A proposta da União prevê que um só arrendatário faça a obra, o que pode ser muito dispendioso. • Análise da conexão com o álcoolduto antes do arrendamento do Terminal Público de Álcool. •

deputado

Alex Canziani

recebeu cerca de mil volumes vindos de países como Turquia, China, Tailândia, Coréia do Sul e Espanha. O Porto recebe, com frequência, peças de grande porte porque conta com pátios abertos para armazenar as peças até liberação pela Receita Federal. Além disso, a estrutura do cais tem capacidade para suportar o peso das cargas, o que possibilita a realização de operações desta natureza. Em reunião da bancada paranaense no Congresso Nacional no último dia 22 de setembro, em Brasília, o deputado federal Eduardo Sciarra, líder do

Soja e açúcar a granel de um píer em formato de F, que permitirá a atracação de quatro navios simultaneamente. A obra não está na proposta federal. • Arrendamento de duas áreas de armazéns atuais separadamente. A proposta do governo federal tinha unificado esses espaços. • Definição de área na extremidade do cais Oeste para ser usada como corredor de passagem. • Inclusão de mais uma área para arrendamento. • Produtos florestais e açúcar ensacado • Ajuste técnico na previsão de armazenagem do arrendamento. • Construção

PSD na Câmara, defendeu a necessidade de uma parceria

cujos investimentos se diferenciam dos propostos pelo

entre a União e o governo do estado nos processos de

governo federal. “Depois de tanto tempo sofrendo com

licitação dos arrendamentos previstos para o Porto de

a paralisação dos investimentos no Porto de Paranaguá,

Paranaguá – cujos editais estão em fase de discussão

não podemos perder a oportunidade de acertarmos o

pública. A proposta apresentada pelo governo federal,

passo”, avalia.

com base nas diretrizes do novo marco regulatório

Sciarra afirmou que compreende a posição

aprovado neste ano, tem recebido forte resistência do

do governo federal de centralizar os processos de

governo estadual e de empresários do setor portuário

licitação, uma vez que é um setor estratégico para

paranaense. “Trata-se de um dos maiores portos do

comércio internacional brasileiro. Ele, porém, acredita

Brasil. Dentro da sua estrutura operacional, há uma

que, em função de suas características estruturais e

equipe que já vem estudando essas questões há bastante

administrativas, o próprio Porto de Paranaguá poderia

tempo e que pode, perfeitamente, dar uma contribuição

gerir esse processo licitatório. “Devido à flexibilidade

importante se tiver a delegação do governo federal para

da legislação, existe a possibilidade da delegação da

que o próprio Porto faça as licitações e concessões”,

tarefa aos portos que tenham condições de exercitá-la”,

afirma Sciarra. Para ele, é preciso buscar uma solução

explica. “Se viabilizarmos essa delegação, poderemos

que contemple os estudos já realizados pelo Paraná,

antecipar em até um ano essas obras, que são

8


Fertilizantes Inclusão de mais um berço, além dos dois previstos na proposta do governo federal. • Manutenção da operação do Terminal Público de Fertilizantes até que o novo terminal arrendado fique pronto. •

Contêineres fazer o arrendamento na área proposta pelo governo federal, mas sim em uma área a Oeste (EmbocuíEmboguaçu) e outra no porto de Pontal do Paraná.

• Não

Soja, farelo de soja e milho (Corredor de Exportação) • Construção de dois novos armazéns em áreas não utilizadas. • Dividir a construção de dois berços de um novo píer em T entre os novos arrendatários e os concessionários já operantes no porto. Pelo governo federal, os dois novos arrendatários fariam, cada um, dois berços. Eles utilizariam um e doariam o outro para uso público. • Buscar solução para uma cooperativa que opera com uma fábrica em anexo ao armazém e pode perder essa facilidade se a área for dividida para um novo arrendamento.

presidente da Fiep,

Edson Campagnolo

Paranaguá: a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, recebeu o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino, e representantes do Fórum Permanente de Desenvolvimento e do governo estadual para ouvir as sugestões referentes à maneira como devem ser aplicados os recursos anunciados no fim de setembro pelo governo federal. A comitiva elencou 14 ajustes (ver box) ao plano de arrendamentos, que foram entregues à Casa Civil, Secretaria Especial de Portos (SEP) e Agência

fundamentais não apenas para o Paraná, mas para todo

Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), dentro

país”.

do processo de consulta pública sobre a concessão de Já o deputado Alex Canziani afirma que, das

áreas portuárias da União à iniciativa privada.

emendas parlamentares propostas pela bancada paranaense, a destinada ao Porto de Paranaguá é a maior de todas, com R$ 30 milhões. “O transporte marítimo é estratégico e o porto precisa se estruturar cada vez mais. Anos atrás recebeu recursos federais e depois perdeu. Isso não pode acontecer. O mundo hoje exige celeridade. Das 20 emendas de bancadas que o Paraná tem, a maior é para o porto e vamos brigar para colocar os projetos em prática”, disse.

O debate continua No dia 10 de outubro, em Brasília, foi realizada uma importante reunião para o futuro do Porto de

deputado

Eduardo Sciarra 9


PORTOS

Principais projetos da Appa 2011/2014 Reestruturação do Corredor de exportação Construção de um sistema de píers para a atracação de quatro navios – maiores dos que os que atualmente embarcam no Porto – formando um “T” perpendicular ao atual cais. Com isso, o corredor de exportação passará a ter uma capacidade de embarque de 16 mil toneladas/hora e o Porto ganhará três berços para a movimentação de outras cargas, já que os seis shiploaders existentes serão removidos. Corredor de exportação de granéis sólidos oeste Na parte oeste do cais comercial será construído mais um sistema de piers para granéis, sendo este em forma de “F” perpendicular ao atual cais, com capacidade para atracação de quatro navios. Ampliação do cais de inflamáveis com dois berços O cais de inflamáveis também será ampliado com um píer de 300 metros de comprimento que abrigará dois berços de atracação e será ligado ao atual cais por uma ponte de acesso de 250 metros. Novo berço e pátio para terminal de contêineres O projeto de expansão também contempla a construção de um berço complementar – na parte leste do cais – para a movimentação de contêineres. Esta complementação será de 120 metros e contará com uma retroárea de 60 mil metros quadrados. Novo berço para PCC e navios de passageiros com terminal A face leste do cais do Porto de Paranaguá ganhará mais um berço – após o novo berço para navios de contêineres. Serão construídos 300 metros de cais para atracação compartilhada de navios de veículos e passageiros. Fora isso, a obra contempla uma retroárea de 30 mil metros quadrados para a construção de um receptivo para turistas. Revitalização dos acessos ao Porto de Paranaguá Implantação de duas vias marginais à BR 277, com o objetivo de organizar o fluxo de tráfego portuário e urbano. Derrocagens submarinas Derrocagens submarinas para a retirada de formações rochosas localizadas na transição do canal de acesso e a bacia de evolução do Porto de Paranaguá. Esta formação limita a profundidade do canal em aproximadamente 12 metros. Com a derrocagem, será possível ampliar a profundidade para 16 metros naquele trecho. Substituição dos Armazéns Horizontais do Corredor de Exportação Substituição de quatro armazéns de carga geral que existem hoje no cais do Porto de Paranaguá e juntos somam capacidade estática de 54 mil toneladas. A obra de modernização preve a construção na mesma área, de dois armazéns graneleiros com capacidade estática de 195 mil toneladas e rendimento operacional de duas mil toneladas por hora. Ampliação do Pátio de Triagem Ampliação de aproximadamente 250 mil m² do atual Pátio de Triagem, de forma a abrigar mais mil caminhões. 10


11


COMPETITIVIDADE

Barreiras que dificultam

a competitividade das

empresas Economia, falta de infraestrutura e planejamento são alguns dos desafios a serem superados

Os problemas de infraestrutura brasileiros são

Em 20 anos de obras da ferrovia, haviam sido

conhecidos. Envolvem desde a falta de planejamento de

construídos 200 quilômetros de trilhos. Com o PAC,

obras à necessidade de investimentos em transporte,

em cinco anos foram mais 2 mil quilômetros. “Fizemos

como ferrovias. De acordo com Bernardo Figueiredo,

uma depuração dos projetos a serem executados.

presidente da Empresa de Planejamento e Logística

Ao todo, temos cerca de 250 bilhões de reais para

(EPL), o Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC)

investir. Precisamos preparar como esse valor será

melhorou o conceito de pensar o futuro e destravou

gasto e também saber como usaremos os próximos

obras tão antigas quanto a Ferrovia Norte-Sul, iniciada

250 bilhões.”

em 1986.

Para crescer em níveis constantes, é preciso investir em infraestrutura. E o momento atual da economia brasileira não poderia ser mais simbólico: os aeroportos estão sobrecarregados, algumas cargas demoram semanas para entrar e sair dos portos e o transporte rodoviário é ineficiente. “Para o investidor isso significa um risco de demanda pequeno. Existe uma demanda grande e reprimida. Há espaço para financiamento de longo prazo”, afirmou Murilo Portugal, presidente da Febraban. O sócio-diretor da Tendências e ex-Ministro da

Bernardo Figueiredo, Empresa de Planejamento e Logística (EPL) presidente da

12

Fazenda Maílson da Nóbrega avalia que a decorrente valorização cambial agrava a perda de competitividade


da indústria, mas não é a causa principal dessa perda.

nacional. “O Brasil tem um câmbio flutuante que

“Outros fatores relevantes são o péssimo sistema

funciona, mas isso não quer dizer que o governo não

tributário, a deteriorada infraestrutura, o aumento

possa intervir”, afirmou Fernando Pimentel, ministro

dos custos trabalhistas da mão de obra e sua baixa

do Desenvolvimento. “Uma câmbio flutuante pode ter

qualificação, e os juros altos. Tudo isso neutraliza ou reduz os ganhos de competitividade derivados de avanços tecnológicos e de gestão nas empresas”. Para ele, seria necessário, assim, adotar medidas para aumentar a produtividade da economia, particularmente na indústria. “A lista de reformas com tal objetivo é conhecida. O desequilíbrio provocado pelo êxito do agronegócio e da mineração seria revertido por ganhos de competitividade dos outros segmentos”.

Exportações Ainda

em

meio

às

incertezas

da

crise

econômica mundial, o real valorizado e os problemas de infraestrutura são as maiores barreiras para a competitividade produtiva do Brasil no mercado internacional.

O

câmbio

é

um

dos

principais

responsáveis pela queda nas exportações nos últimos meses e pelos problemas de investimento na indústria

Murilo Portugal, presidente da Febraban.

13


COMPETITIVIDADE

a ajuda de uma boia, pois nos países desenvolvidos, como os EUA, eles têm usado bigornas para afundar o valor de suas moedas.”

Desindustrialização e reindustrialização Para discutir o tema, a Fiesp realizou, em sua sede, na Avenida Paulista, no dia 26 de agosto, o seminário

Segundo o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos

“Reindustrialização do Brasil”. Na abertura do evento, o

Bresser-Pereira, esse quadro fragiliza ainda mais a

presidente da entidade, Paulo Skaf, destacou que debater

indústria nacional por provocar uma inundação de

a desindustrialização é falar de “leite derramado”.

produtos importados no mercado interno do País. Uma

“Precisamos realmente é discutir a reindustrialização

saída, argumenta, seria aumentar a produtividade de

do País”. “Estamos unidos nessa grande missão que é a

setores com baixo valor agregado e manter o câmbio

recuperação da indústria do Brasil”, afirmou. “A indústria

entre 2,80 e 2,90 reais por dólar, mesmo que isso

de transformação é de suma importância para qualquer

implique em alta da inflação. “Vamos ter que desistir

País”. O setor desenvolveu um estudo e aponta alguns

por algum tempo da meta da inflação. E os salários

caminhos. Veja:

também vão cair um pouco, mas depois crescerão muito mais e teríamos uma retomada da industrialização.”

- Para 2029, o Decomtec estima uma perda total de participação de 30,5% a partir deste ano, podendo

O governo, no entanto, não está disposto a

chegar a 9,3% do PIB se um plano de reindustrialização

permitir uma redução do custo de produção por meio

não for proposto e colocado em prática. “Para tornar

da perda de poder de compra dos trabalhadores. Tenta,

a economia brasileira desenvolvida em 15 ou 20 anos,

então, reduzir os custos da produção com a exoneração

precisamos reverter o atual cenário, reindustrializar o

da folha de pagamento, cortes no valor da conta de

Brasil e elevar sua taxa de investimento”, considera o

energia elétrica e descontos no IPI.

departamento em nota.

ex-ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser-Pereira

14

ex-ministro da Fazenda

Maílson da Nóbrega

,


- Para reindustrializar o Brasil e retomar a trajetória

renda per capita, enquanto a indústria foi responsável

de expansão do País, o Decomtec sugere dobrar a renda

por mais de 29% do PIB. Já o Japão dobrou a renda em 13

per capita (principal indicador de desenvolvimento de

anos e a fatia da indústria no PIB do país chegou a 27%.

um país) dos atuais US$ 10 mil para US$ 20 mil pelos

- O Brasil, por sua vez, levou 39 anos para duplicar

próximos 20 anos, com um crescimento de PIB de 4,01%

sua renda per capita de US$5 mil para US$10 mil.

ao ano e aumento médio de 3,52% da renda per capita. - Outra opção é alcançar essa meta em 15 anos,

Infraestrutura e a tripla oportunidade

com alta do PIB a 5,29% ao ano. Se isso acontecer,

A qualidade e disponibilidade de infraestrutura

conforme o estudo, o País alcançará “nível de entrada

exercem um efeito positivo sobre a atratividade,

para ser desenvolvido”.

competitividade e crescimento econômico. De modo

- O Decomtec selecionou 25 países responsáveis

geral, o déficit de investimentos nessa área é um

por 80% do PIB mundial em 2012 para comparar seu

problema global. A combinação de crescimento

grau de industrialização e renda per capta com os níveis

econômico e populacional, investimentos insuficientes

brasileiros. Dos 25, apenas nove foram capazes de

e manutenção inadequada de instalações levou a

dobrar a renda per capita de US$ 10 mil para US$ 20 mil

um desequilíbrio entre oferta e demanda de ativos

e todos tinham em comum uma participação industrial

de infraestrutura, que não se limita aos países

do PIB acima de 20%.

emergentes. Em economias desenvolvidas, que contam

- Segundo o departamento, os Estados Unidos

com infraestrutura bem construída, há a necessidade

dobraram sua renda per capita em 25 anos com uma

de adequação de estruturas físicas que parecem

participação industrial de mais de 27% do PIB norte-

funcionais, mas que estão técnica e economicamente

americano. A Alemanha demorou 20 anos para dobrar a

ultrapassadas. Estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em seu estudo Infrastructure 2030, indicam a necessidade de investimentos de US$ 60 trilhões até 2030 para adequação da infraestrutura global - anualmente, algo em torno de 3,25% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. São investimentos para expansão da infraestrutura econômica (como transportes e geração de energia) e para o provimento de infraestrutura social (construção de prédios públicos, unidades educacionais, de saúde e presídios).

Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento

O Brasil passou nas duas últimas décadas por um processo de expansão da atividade econômica 15


COMPETITIVIDADE

e do consumo das famílias acompanhado por

infraestrutura de suporte a atividades tradicionalmente

transformações econômicas e sociais, que resultaram

providas pelo poder público (infraestrutura social)

em impactos expressivos sobre a demanda por

tem também mobilizado governos, com algumas

infraestrutura. O aumento da oferta de crédito, com

experiências em curso.

a explosão das vendas de veículos, a redistribuição

Sob a ótica do setor privado, a maior parte

de renda com entrada no mercado de uma nova

dos segmentos de infraestrutura representa uma

classe média, a interiorização do desenvolvimento

alternativa de investimentos de longo prazo, em um

e a expansão da atividade agropecuária e extrativa

contexto de declínio estrutural das taxas de retorno.

mineral para atender a crescente demanda asiática por

A literatura especializada e a prática de investimentos

commodities são alguns exemplos.

apontam que inversões em infraestrutura, quando

Nesse contexto, os esforços públicos e privados

bem estruturadas, são capazes de aumentar o retorno

visando a ampliação da oferta de transportes, energia,

esperado do portfólio de investidores, preservando

saneamento e serviços públicos não acompanhou o

uma relação equilibrada de risco e retorno. É uma

ritmo de expansão da economia e a mudança nos padrões

classe de ativos adequada a diferentes perfis de

de consumo da população. O País defronta-se com

investidores ao longo de suas várias fases, incluindo-

gargalos generalizados em sua malha de infraestrutura.

se operadores estratégicos (construtoras e operadores

São estrangulamentos bem documentados em estudos

globais), fundos de pensão, seguradoras ou até mesmo

setoriais e governamentais que resultam em perda de

as famílias - via indústria de fundos e/ou aquisição de

produtividade para a economia.

participações por “family offices”.

É presente em todo o mundo a percepção

Para assegurar a eficiência e rentabilidade

do papel crescente do setor privado na expansão

dos investimentos, e mesmo a escolha da alocação

desses serviços. No Brasil, as diferentes esferas de

de recursos entre as diversas oportunidades, são

governo têm despertado para a necessidade - e para a

indispensáveis análises fundamentadas ao longo

oportunidade - de retomarem processos de concessão

das fases de um processo de concessão, incluindo-

em setores mais tradicionais. A construção e gestão da

se a etapa de execução - investimentos e operação.

16


A adequada estruturação e avaliação de projetos

infraestrutura, é também um aspecto indispensável

de infraestrutura é um imperativo que não se limita

para a construção de planos de negócio com eficiência

aos entes públicos. Esses estudos, amplos para a

econômica, assim como para a identificação e mitigação

identificação de oportunidades e potencialidades,

de riscos futuros.

porém bastante focados quando direcionados para

A definição dos mecanismos mais apropriados

a análise de um investimento específico, incluem

para o financiamento dos investimentos ao longo das

avaliação do potencial de crescimento do País, com o

diferentes fases da concessão envolve o conhecimento

desenvolvimento de cenários possíveis, prováveis e até

dos riscos associados a cada um dos estágios (etapa

mesmo de baixa probabilidade, visando a definição da

pré-operacional, fase inicial e maturidade), que atraem

evolução dos indicadores operacionais e financeiros

diferentes perfis de investidores.

da concessão, sustentação do plano de negócios e identificação de riscos.

As

possibilidades

de

investimentos

em

infraestrutura são amplas, com uma agenda ambiciosa e

A maioria dos investimentos exige conhecimento

complexa para os próximos anos. Trata-se de uma tripla

potencialidades

regional,

oportunidade, capaz de gerar crescimento econômico,

com identificação dos impactos dos padrões de

aumento do bem-estar social e retorno financeiro de

desenvolvimento locais e crescimento da renda sobre

longo prazo, com maior desenvolvimento do mercado

a movimentação de cargas e pessoas. Quais regiões

de capitais. Porém, o planejamento e a execução das

já atendidas ou que poderão ser atendidas crescerão

estratégias, com análise minuciosa dos fatores de riscos

mais? Quais são as necessidades de integração entre

e retorno, serão determinantes para o sucesso dos

os diversos modais para viabilizar os investimentos?

projetos e para assegurar o retorno dos investimentos

Qual o perfil desse crescimento que será mais favorável

para o setor privado e para a sociedade.

das

de

crescimento

à movimentação de cargas ou de pessoas? São perguntas que precisam ser feitas a cada investimento. A análise criteriosa dos mecanismos regulatórios,

Frederico Estrella é economista e diretor de investimentos e negócios da Tendências Consultoria Integrada.

que diferem necessariamente entre os segmentos de 17


ARTIGO Eloi Zanetti –

especialista em marketing e

comunicação corporativa, escritor, palestrante

eloi@eloizanetti.com.br

pergunta certa

Muitas vezes perseguimos objetivos errados porque desde o início não soubemos questionar de forma correta o real motivo daquilo que pretendemos. Ao chegar aonde desejávamos, sentimos a decepção de perceber que não era nada daquilo que queríamos. Partir de pressupostos falsos é o pior caminho para tentar resolver problemas. Vamos a um exemplo. Alguém diz: - Preciso ganhar mais dinheiro. - Por que você quer ganhar mais dinheiro? - Para fazer projetos interessantes. - Então, não é ganhar dinheiro que você quer, é fazer projetos interessantes? - Isso mesmo. - E por que você quer fazer projetos interessantes? - Para ajudar pessoas. - Então não é ganhar dinheiro, nem fazer projetos interessantes, o que você quer é ajudar pessoas? - É isso mesmo... E assim por diante... A técnica é ir fazendo perguntas em cima de perguntas até chegar ao cerne da questão. Como nossa tendência é ir direto para a primeira, aquela que parece ajudar com mais facilidade os caminhos da solução, só perceberemos o erro lá na frente e aí é tarde. Perdemos tempo, dinheiro e energia, e ficamos chateados com os resultados finais. Erro de predição é quando conseguimos o que queremos, mas com decepção ao atingir o objetivo. Quando partimos de uma indagação errada, sem questioná-la, perdemos a chance de corrigi-la logo no início, por isso a necessidade de continuar perguntando sempre. Ir testando uma a uma até deixar limpo o conceito que se procura. Ninguém é obrigado a elaborar a questão certa logo no início do processo; serão necessárias várias perguntas até chegarmos ao âmago do assunto. Neste ponto marqueteiros e cientistas fazem trabalhos muito parecidos - fazer marketing é estar no ramo das perguntas e não no das respostas. Ao nos confrontarmos com um desejo ou desafio a 18

Faça a

ser solucionado e ficarmos apenas na primeira proposta, entramos com facilidade nos caminhos do autoengano. Um erro vai alimentar o outro até o desagradável desfecho final. René Descartes ensinava que ao confrontarmos um desafio deveríamos questionar: “Isto é realmente um problema? Se for, vamos analisá-lo a fundo e dividi-lo em diferentes pequenos problemas.” Einstein completou: “Se me dessem o desafio de salvar o planeta em uma hora, eu gastaria 59 minutos definindo o problema real pelas perguntas certas, e um minuto solucionando-o.” É melhor gastar mais tempo nos questionamentos do que nas respostas. E, atenção, para resolver problemas complexos só com a lógica não dá - o mundo dos humanos não é tão racional quanto parece, ele é desordenado, incompleto e ambíguo. A lógica tradicional nos ensina a lidar com “sins” e “nãos”, ao passo que problemas fundamentais, normalmente, estão ligados aos caminhos da emoção e do sentimento, e as palavras deste universo são “talvez” e “pode ser”. Daí a necessidade de aliar sentimentos profundos com clareza de raciocínio para elaborarmos as questões certas. Ouvir a voz interior é o melhor remédio - não nos damos conta de que sabemos muito mais coisas do que conseguimos explicar. Cálculos e raciocínios exatos podem nos ajudar a elaborar as perguntas e buscar soluções, não por causa das suas lógicas, mas porque nos ajudam a transferir decisões e anseios inconscientes para o nível da consciência. O indivíduo criativo é curioso e perguntador e não tem medo de se expor com perguntas idiotas e impertinentes. Ele sabe que no excesso de questionamentos é que aparecerão aqueles que abrem os caminhos das soluções. Mas, atenção, determinadas perguntas são tão poderosas que podem criar constrangimentos, pois induzem a um pensar mais profundo sobre o assunto e nem sempre as pessoas querem saber de “verdades.” Nessas ocasiões é preciso habilidade de estadista para elaborar sofisticadas argumentações de modo que o outro não se sinta ofendido com o questionamento feito. Nem todo mundo entende o velho bordão humorístico “perguntar não ofende”.


19


COMPORTAMENTO

A luta pela

TRansparência Já são dois marcos legais, mas na prática, longe do que determina a lei

Um dos princípios fundamentais da Administração

na sociedade brasileira, se deu, principalmente após o

Pública é a transparência, ou seja, a prestação integral

surgimento da Lei Complementar 131 e da Lei de Acesso

de contas do que é realizado pelos governos Federal,

à Informação 12.527, mas precisa ser ampliada”, avalia.

Estadual e Municipal, e que a informação esteja ao alcance de todos. Além de pressuposto, está na lei. Mas na prática, não funciona bem assim. A Lei Complementar 131/2009 obrigou a publicação em tempo real na internet das informações orçamentárias das administrações públicas. E o decreto 7.185/2010, responsável por regulamentar a lei, definiu

Para ele, as leis se complementam, e são marcos

tempo real como “em até 24 horas”. Dessa forma,

legais importantes para a sociedade brasileira. “Mais

para cumprirem a legislação, os portais precisam

de 90 países já possuem esse tipo de lei, o Brasil

atualizar suas informações diariamente. A lei previa

chegou tarde, mas antes tarde do que nunca”, enfatiza.

uma implantação gradativa da prestação de contas na

Mas, apesar de termos uma legislação moderna sobre

internet, mas o prazo final encerrou em maio de 2013,

o tema, a realidade ainda está muito distante das

e não foi cumprido por muitos municípios brasileiros.

necessidades do cidadão. Castello Branco destacou a

De acordo com Gil Castello Branco, secretário-

ausência, na internet, das contas públicas de mais de

geral da ONG Contas Abertas — entidade que

cinco mil municípios brasileiros. E alerta que não basta

acompanha a execução orçamentária e financeira

transparência, é preciso a participação da sociedade

dos poderes públicos — a transparência no Brasil

nas decisões públicas. Para ele, a situação no Brasil

está evoluindo nos últimos tempos, com auxílio da

ainda é preocupante pois “a lei não foi regulamentada

tecnologia e da internet, e também, pelo aumento da

nem mesmo pelo Supremo Tribunal Federal, o mais

demanda pela sociedade. “O avanço da transparência

grave no meu entender”.

20


Índice de transparência A ONG é responsável pela realização do Índice

sofreram alguma redução de nota. Em média, os avanços foram maiores do que as quedas.

de Transparência que avalia o conteúdo, a frequência de atualização e a facilidade de uso dos portais de

Melhores e Piores de 2012

transparência orçamentária de todas as 27 unidades

Estado mais rico e populoso do País, São Paulo

da Federação. O Índice de Transparência utiliza como

ficou na primeira colocação do Índice de Transparência

base a Lei Complementar 131 (LC 131), e é um meio

2012 – assim como havia ocorrido na edição de 2010, e

de informar ao cidadão o nível de transparência das

a última posição pertence ao Mato Grosso do Sul, que

contas públicas, com objetivo de criar uma competição

obteve 2,98 pontos. O estado registrou queda de 1,46

saudável entre os gestores públicos em prol da

ponto, a mais significativa entre todos os avaliados, e

transparência e do controle social.

substituiu o Piauí como último colocado no ranking.

Na primeira edição, em 2010, 13 estados ficaram

O aumento da transparência ativa na maioria

com notas inferiores a cinco. Porém, em 2012, apenas

dos 26 estados e no Distrito Federal, principal fato

oito portais de transparência estaduais “não passaram

registrado pelo Índice de Transparência 2012, foi

de ano”: Acre, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,

resultado de melhorias em várias áreas e funções-

Pará, Piauí, Roraima e Sergipe.

chave dos portais estaduais de controle.

Dos 27 avaliados, 18 portais aumentaram suas

Uma das principais diferenças observadas entre

notas entre 2010 e 2012. Por outro lado, apenas nove

o desempenho dos estados em 2010 e nesta edição diz respeito à divulgação dos salários dos servidores públicos. O Índice de Transparência verificou que 14 dos portais – mais da metade – já divulgam nominalmente a remuneração do funcionalismo. Avanço significativo foi registrado também na apresentação de ferramentas que dinamizam a consulta aos dados dos portais e permitem ao usuário realizar pesquisas mais complexas.

Saiba mais O Contas Abertas é uma entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos, que reúne pessoas físicas e jurídicas, lideranças sociais, empresários, estudantes, jornalistas, bem como quaisquer interessados em conhecer e contribuir para o aprimoramento do Gil Castello Branco http://indicedetransparencia.com/

dispêndio público, notadamente quanto à qualidade, à prioridade e à legalidade. 21


LIDERANÇA E GESTÃO

Caça talentos Além das competências profissionais, os valores humanos são diferenciais avaliados pelas empresas na hora de contratar um novo funcionário

Bernt Entschev, presidente da De Bernt Entschev Human Capital

Para as empresas, sejam de pequeno, médio ou grande porte, selecionar profissionais, em todas as áreas, é um grande desafio. Os setores de Recursos Humanos exercitam, diariamente, essa busca, para encontrar os colaboradores mais capacitados e com o perfil desejado pela empresa. E essas características vão além da experiência profissional e conhecimentos técnicos. Valores humanos também estão sendo levados em conta. Em contrapartida, as companhias estão apostando alto quando o assunto é manter um bom funcionário na empresa. Além das politicas tradicionais do RH, como carteira assinada, vale transporte e plano de saúde, estão sendo incluídos planos de carreira, cursos de aperfeiçoamento profissional, educação continuada e até mesmo, em caso de multinacionais, cursos fora do País. De acordo com Bernt Entschev, presidente da De Bernt Entschev Human Capital, uma empresa, ao realizar suas atividades, conta com suporte financeiro, pessoal e intelectual. O terceiro ponto pode ser adequado às necessidades, quando a empresa reconhece a importância de investir no seu capital intelectual, ou seja, no conhecimento e capacidade técnica de seus funcionários. Isso significa investir em bolsas de estudos e cursos de aperfeiçoamento que

22


ampliem o conhecimento daqueles profissionais que já

passo. Além de tudo, observe e conheça a sua equipe.

fazem parte do organograma da empresa. “Essa é uma

Identifique nela os maiores talentos e dê atenção a eles.

excelente forma de reter talentos, ainda mais hoje num

Escute suas novas ideias e, se decidir não implementá-

momento em que o mercado de trabalho passa por uma

las, explique detalhadamente o porquê. Somente o fato

escassez tão grande de mão de obra qualificada”.

de dar importância ao que eles têm a dizer fará com

Hoje em dia, “quem contrata sabe que encontrar

que eles se motivem para ter novas ideias e encontrar

os melhores profissionais no mercado já não é uma

novas soluções para o seu trabalho. Outra regra básica

tarefa tão fácil assim. Ainda mais se essa busca for

é: valorize quem merece ser valorizado”.

extremamente específica. Logo, encontrar o profissional adequado para uma posição e em seguida perdê-lo para uma empresa que ofertava condições melhores de trabalho, é algo impensável hoje em dia”, avalia.

Entre as melhores para trabalhar Um exemplo de sucesso no Brasil está na Volvo. Multinacional, líder de mercado, está entre as cinco

A remuneração não é o único atrativo profissional.

melhores empresas para trabalhar nos últimos anos.

Como estratégia, é preciso elaborar um plano e retenção

Carlos Ogliari, diretor de RH e Assuntos Corporativos

para os funcionários, contendo muito mais do que um

da Volvo no Brasil, explica que a empresa é referência

salário como chamariz principal. Bernt Entschev mostra

em praticas de gestão, qualidade e segurança, e

cinco caminhos: “Primeiramente, promova desafios.

possui a marca admirada em todo o País, despertando

Afinal, em alguns casos, o profissional encontra

o interesse nas pessoas em trabalhar na empresa.

dificuldade em encontrar um projeto que acenda a

“Acredito que o que atrai as pessoas a quererem

sua paixão - talentos não gostam de realizar trabalhos pequenos e pouco relevantes. Em segundo, é importante realizar avaliações anuais de desempenho. Os melhores profissionais querem melhorar, então querem saber como está o seu desempenho. Os talentos planejamse em longo prazo e, portanto, querem saber até onde podem chegar e quais pontos precisam melhorar para alcançar o que desejam. Em terceiro, talentos gostam de ser cercados por outros talentos. Por isso, promover uma cultura de desenvolvimento de potenciais é um grande

Carlos Ogliari, diretor de RH e Assuntos Corporativos da Volvo no Brasil 23


LIDERANÇA E GESTÃO

trabalhar na Volvo é a capacidade da pessoa enxergar na empresa a possibilidade de realizar seus sonhos pessoais”.

Veja mais informações na entrevista completa O que deve ser levado em conta na hora de contratar um novo funcionário para a empresa?

A Volvo recebe todos os anos uma quantidade muito grande de currículos, mesmo sem noticiar suas vagas de emprego. Segundo Ogliari, são mais de 300 mil candidatos por ano. A empresa possui 4.300 postos de trabalho efetivo, e a rotatividade de funcionários está muito abaixo da média de mercado. Entre as políticas realizadas pelo setor de RH e Assuntos Corporativos da Volvo, além do conhecimento técnico exigido para cada função, os valores humanos fazem a diferença. A empresa oferece as condições necessárias para a realização do trabalho e valoriza com os profissionais com atitude e com valores humanos. A Volvo se preocupa com o bem-estar da família de cada colaaborador e proporciona atividades sociais e culturais, com foco na qualidade de vida do trabalhador. “Habilidades e competências podem ser adquiridas, mas valores a gente traz do berço”, conclui.

Capital humano Para a presidente da ABRH-PR, Daviane Chemin, os valores como ética, respeito, comprometimento são ingredientes fundamentais para gerar confiança no ambiente de uma corporação, e se traduzem em diferencial competitivo tanto para o funcionário, quando para empresa que adota esta postura organizacional. Empresas e profissionais confiáveis e éticos perenizam suas relações, seus resultados e suas realizações. 24

Daviane Chemin - Deve-se levar em consideração a capacidade que o profissional possui para entregar resultados sustentáveis para a organização. Nesta perspectiva, o futuro funcionário deverá reunir características que vão para além de aquisição de conhecimentos nas atividades e negócios que irá conduzir. São as suas competências e seus valores que farão toda diferença no dia a dia de uma companhia. Aqui não estamos falando apenas do resultado em si, mas da maneira pela qual o profissional faz suas entregas, conduz sua preparação e dos caminhos que escolhe para entrar em campo, jogar o jogo e fazer o gol. Fundamental, portanto, é identificar - e isto é possível com um processo consistente de seleção - com que habilidades, atitudes e valores o profissional dará a sua contribuição aos negócios. De nada adianta um colaborador ter conhecimento técnico e larga experiência em uma determinada área, se ele gera conflitos o tempo todo, não trabalha em time ou não age de maneira ética. Atitudes como estas, interferem significativamente no clima organizacional das empresas e impactam diretamente no sucesso dos negócios. Para a empresa, além de experiência, quais os fatores são relevantes na hora de escolher um novo funcionário?

Daviane Chemin - Hoje se fala muito que as pessoas procuram por organizações que tenham propósitos convergentes aos seus valores, onde tenham a oportunidade de realizar um trabalho com significado para elas. E isto vale para as diversas gerações que convivem dentro das empresas. Portanto, num processo de seleção é preciso deixar claro aos candidatos a ocupar uma posição, a missão da empresa, a natureza de seus negócios, a dinâmica de trabalho, os valores organizacionais e perceber o quanto estes componentes são convergentes a dinâmica do profissional. É preciso perceber se há “encantamento “entre profissional e empresa


e vice-versa. Assim é possível criar um elo entre ambos que ultrapassa o contrato de trabalho formal, para estabelecer compromissos comuns. Também, cientes de que as organizações de hoje precisam se reinventar a todo momento, criando novas soluções para o mercado, convivendo com mudanças de cenários, é imperativo identificar o quão aberto para aprender o novo e responder ao novo este futuro profissional está. Estamos falando de uma capacidade importantíssima nos dias de hoje, a ser exercitada em todos os níveis de uma organização. Aprender a aprender, e entregar resultados em novas realidades e contextos. Na atualidade, chamamos esta competencia de plasticidade, um componente chave que demonstra inteligência emocional de um indivíduo que não se prende ao passado, mas está aberto a construir novos caminhos e a dar as novas respostas que os negocios exigem. Quais as políticas adotadas para chamar a atenção de novos candidatos para trabalhar na empresa?

Daviane Chemin - Empresas que demonstram que o futuro profissional estará num ambiente estimulante, respeitoso, onde será valorizado pelos seus resultados, com oportunidades de aprendizagem e crescimento são as mais atrativas. Políticas que fortalecem este clima organizacional precisam sair do papel e do discurso, e, ao serem implementadas devem se fazer conhecidas pelo mercado. As organizações devem sim fazer propaganda daquilo que fazem, e de como tratam as pessoas. Mas nada substitui o marketing feito pelo próprio colaborador satisfeito e orgulhoso de sua organização. Então é preciso fazer valer políticas e programas de gestão de clima, educação corporativa, crescimento e sucessão, reconhecimento e meritocracia, entre outras. As organizações coerentes com o discurso que harmoniza resultados com desenvolvimento humano, tem se destacado por suas conquistas além de serem as mais atrativas para se trabalhar.

O que as empresas precisam fazer para manter os funcionários satisfeitos?

Daviane Chemin - Tem um aspecto que ainda não foi tocado aqui. Falo do senso de pertença que a empresa precisa gerar dentro do seu ambiente. E isto é possível em organizações de qualquer porte ou segmento. As pessoas precisam se sentir parte, sócias dos êxitos e das dificuldades do lugar onde trabalham. Precisam perceber que seu trabalho e o seu talento faz diferença nos negócios, nos avanços. Mas para que este sentido de apropriação, pertencimento e compromisso aconteça, as empresas e seus RH’s precisam ir além de políticas de gestão de pessoas comuns entre as empresas. O diferencial estará em tornar conhecido por todos as estratégias e seus negócios, suas metas e os grandes desafios. Assim cada colaborador saberá onde dará a sua contribuição. Neste desafio de sair da estratégia para a ação engajada, o papel do líder é fundamental. Ele é a cola entre a estratégia, o negócio e a constribuição do colaborador e vice-versa. Isto tem um impacto imenso no clima organizacional, e traduz-se no diferencial em empresas onde os pacotes de benefícios e remuneração são cada vez mais parecidos.

Daviane Chemin, presidente da ABRH-PR 25


26


27


INOVAÇÃO

Senai inaugura

Instituto de Inovação no Paraná

Primeiro Instituto de Inovação do País já está em funcionamento, com foco em Eletroquímica

Instituto Senai de Inovação (ISI), em Curitiba 28


O Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) inaugurou no dia 17 de setembro, em Curitiba, o

dispostos a dar mais esta contribuição para a inovação em todo o Brasil”, disse.

primeiro Instituto Senai de Inovação (ISI) do País. A área de atuação deste Instituto será a Eletroquímica e o objetivo é

Atuação e investimento

possibilitar a pesquisa aplicada em diferentes segmentos

Nessa unidade, em Curitiba, o investimento total

da indústria. Com equipamentos exclusivos no Brasil, o

até o fim de 2014 será de R$ 50 milhões em duas fases.

instituto vai oferecer soluções inéditas, ou que até então

A primeira consiste em um laboratório menor, de 300 m2, que passa a operar imediatamente com foco na

eram importadas pelas empresas, quando necessárias. O centro, localizado na sede da Federação das

engenharia de superfícies, fotônica e microeletrônica.

Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), é o primeiro de 25 institutos de inovação e 63 centros de tecnologia

A etapa seguinte deve ser concluída somente no fim de 2014, quando um novo centro de 10 mil m2 ficará pronto.

integrantes do Programa de Apoio à Competitividade na

Neste espaço, funcionarão laboratórios, incubadoras

Indústria, que terá o investimento de R$ 1,9 bilhão até o

tecnológicas e aceleradoras de novos empreendimentos.

final de 2015, sendo que R$ 1,5 bilhão são recursos do

De acordo com o diretor do Senai no Paraná, Marco

BNDES, para construir institutos setoriais de pesquisa.

Secco, a ideia é desenvolver pesquisas das indústrias

Os ISIs estão sendo estruturados a partir de parcerias

locais nos laboratórios do instituto, que conta com

estratégicas com o Massachusetts Institute Technology

equipamentos únicos ou com configurações exclusivas

(MIT) e Instituto Fraunhofer, da Alemanha.

no Brasil. “A maior parte das indústrias são pequenas

Cada um dos 25 institutos é voltado para uma

ou médias empresas, sem condições de adquirir

finalidade. No Paraná, a escolha foi pelas pesquisas em

equipamentos como estes. Aqui, eles poderão realizar

eletroquímica, em função da concentração de indústrias

experimentos e testar novas fórmulas industriais”,.

automotivas, metalmecânicas e petroquímicas do

Segundo Secco, foi firmado um pacto pelo

estado. No entanto, os laboratórios daqui devem

desenvolvimento da indústria e qualidade de vida do

centralizar as pesquisas do ramo das empresas dos

trabalhador. “O instituto isoladamente não vai conseguir

demais estados do País.

suprir a necessidade, o importante é que essa rede se

Durante o evento, o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, destacou a importância da

fortaleça e ser o primeiro nome nessa rede, acho que é, naturalmente, gratificante”.

inauguração para o desenvolvimento da produtividade da indústria. “Este é um dia muito importante para o setor produtivo nacional e eu tenho certeza de que estamos trabalhando por uma Curitiba, um Paraná e um Brasil melhores. Aproveito para deixar aqui nossa proposta ao Senai Nacional, de termos o 26º ISI no Paraná, no setor de energia, em parceria com a Itaipu e a Copel. Estamos

Diretor do Senai no Paraná, Marco Secco 29


INOVAÇÃO

Inovação Estado

Área de atuação

Amazonas Pará Ceará Rio Grande do Norte Pernambuco

Microeletrônica Tecnologias Minerais Tecnologias Construtivas Energias Renováveis Engenharia de Software Conformação e Soldagem; Automação da Produção Sistemas Virtuais de produção; Química Aplicada Engenharias de Cerâmicas; Biotecnologia; Tecnologia de Micromanufatura; Defesa Logística Biomassa Eletroquímica Tecnologia Laser; Sistemas Embarcados; Mecânica de Precisão Soluções Integradas em MetalMecânica; Engenharia de Polímeros

Bahia Rio de Janeiro

São Paulo Brasília Mato Grosso do Sul Paraná

Como vai funcionar

Santa Catarina

Número de centros 1 1 1 1 1 2 2

4 1 1 1 3

Linhas de atuação - Uma das Rio Grande do Sul 2 linhas de atuação será na análise de líquidos, por sensores eletroquímicos. Fonte: Sebrae A partir da sua estrutura, o instituto vai oferecer uma análise rápida sobre a qualidade da água ou do leite, por exemplo. Com o instrumento, a população e as indústrias produtoras passam a ter à disposição uma ferramenta no controle de qualidade dos produtos. Patologias - A partir da inauguração, o ISI – PR também começará a desenvolver pesquisas e tecnologias que auxiliarão nos diagnósticos de patologias – de origem animal ou humana – por meio de sensores eletroquímicos. Tintas - Outra importante contribuição do Instituto Senai de Inovação no Paraná, em parceria com institutos de inovação do Senai de Minas Gerais e de São Paulo, será o trabalho de desenvolvimento de tintas contendo nanocápsulas, que poderão permitir a regeneração pós riscos ou pequenos danos. Serão tintas “inteligentes”, “autocicatrizantes”. Esta linha de pesquisa deverá ser um diferencial para o segmento de veículos automotores, de cosméticos e de móveis, por exemplo. Materiais nanestruturados - Outro equipamento inédito na pesquisa aplicada à indústria é o Spark Plasma Sintering (SPS), que permitirá produzir novos materiais nanoestruturados, unindo metal à cerâmica. 30


ARTIGO

Darci Piana – Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR

PIB de 2014

ficará em torno de 2,5% Não é novidade que o País precisa de reformulações

ainda mais. E a situação na zona do Euro não permite grandes

urgentes nas esferas política, fiscal, tributária, previdenciária

esperanças de reversão a médio prazo. São fatores que

e trabalhista. Também não é de hoje que empresários

esvaziam nossos índices e fazem os gráficos perderem altura.

e sociedade clamam pela redução do Custo Brasil,

Há, no entanto, algumas boas notícias. Há de se

antigo empecilho que limita a economia brasileira, sua

destacar, por exemplo, que o mercado de trabalho está

competitividade e produtividade.

próximo ao seu nível pleno de ocupação e o bom desempenho

De toda maneira, o desempenho previsto da economia

do agronegócio está sendo fundamental para o aquecimento

brasileira para o próximo ano se anuncia positivo, embora em

do comércio em cidades interioranas, inclusive pelo seu papel

escala menor do que a maioria dos países emergentes.

de incentivador do transporte de cargas.

Há razões para isso. O novo aumento da taxa de juros,

E o elevado volume de reservas cambiais, acima de U$

voltando ao patamar dos 9,5%, mostra que a preocupação

350 bilhões, permitiu ao Banco Central praticar sucessivas

em desacelerar a inflação continuará em pauta. Desta forma,

injeções de divisas no mercado para conter a valorização do

aperta-se mais o torniquete do crédito, diminuindo ainda

dólar no último trimestre.

mais a capacidade de endividamento e de compra das classes em ascensão.

Não apenas a classe empresarial pede mudanças. Prova disso são as manifestações das ruas, que se replicam

Outro indicador que revela a necessidade de

aqui e ali, exigindo transformações econômicas, sociais e

mudanças na economia brasileira é o Índice de Confiança dos

políticas. A sociedade brasileira em geral – e particularmente

Consumidores, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas. Há

a classe empresarial – pede prioridades e aguarda por

meses a satisfação dos consumidores com a economia está

respostas e providências urgentes e adequadas do setor

em declínio e abaixo da média histórica.

público.

Se não bastassem as limitações internas, as

Há muito a ser feito, mesmo porque teremos eleições

circunstâncias econômicas no exterior escurecem o nosso

em 2014, para o governo federal e os executivos estaduais,

cenário. As empresas norte-americanas não se mostram

além da renovação do parlamento. Se nada for feito, corre-se

dispostas a novos investimentos na linha de baixo do

o sério risco da população voltar às manifestações com toda

Equador. A desaceleração da economia chinesa nos impacta

a indignação da qual ela já mostrou ser capaz. 31


AECIC EM AÇÃO

Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba e Marino Garofani, presidente da Brafer, Personalidade AECIC 2013

Personalidade AECIC 2013 Desde 1978 a AECIC homenageia um representante do empresariado paranaense, em reconhecimento às pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do estado e do País

Na edição deste ano, o escolhido foi o presidente

“Boa tarde a todos,

da Brafer, Marino Garofani, que no dia 29 de julho

Inicialmente saúdo as autoridades presentes e

recebeu o título de Personalidade AECIC 2013. O evento

os demais componentes da mesa, o nosso governador

foi bastante prestigiado, com a presença de autoridades,

Beto Richa, cuja presença prestigia o nosso evento, o

do governador Beto Richa, prefeito Gustavo Fruet,

nosso prefeito Gustavo Fruet, o deputado Alex Canziani,

deputados e empresários.

sempre presente no apoio à nossa entidade, etc. etc.,

O homenageado, Marino Garofani, é fundador e presidente da BRAFER. Confira parte do discurso realizado após a premiação: 32

caros amigos presentes, senhoras, senhores: Estou muito orgulhoso por ter sido escolhido para receber esta homenagem e o Título de Personalidade


AECIC 2013 e expresso os meus sinceros agradecimentos aos meus companheiros de associação, ao conselho diretor e à diretoria da entidade, por terem escolhido o meu nome, entre tantas outras pessoas que se destacaram na sua atividade e que com certeza também fariam jus ao título. Passo a fazer parte da seleta galeria de personalidades agraciadas com o título de Personalidade AECIC, todas pessoas de grande prestígio na comunidade empresarial e no mundo político. Sempre participei ativamente de Sindicatos e Associações, por entender que as funções do empresário não se limitam a administrar o seu próprio negócio, mas se estendem por todos os segmentos da sociedade e sempre acreditei na atividade associativa empresarial como forma de contribuir com o progresso da comunidade. Exerci por dois mandatos a Presidência da AECIAR numa época em que as indústrias instaladas no município ainda se ressentiam da precariedade da rede telefônica, rede elétrica e do sistema viário e o apoio da Associação era fundamental no relacionamento com o poder público. Participei ativamente em diversas gestões na própria AECIC. Como presidente da entidade atuei junto à Prefeitura de Curitiba e ao Governo do Estado para conseguir melhorias na sinalização da Cidade Industrial, melhorias no sistema viário, ciclovias, calçadas, na iluminação pública, contribuindo com a segurança dos trabalhadores e habitantes da região. (...) Fundei a Brafer em 1976. Começamos com pouco, algumas máquinas num galpão alugado e desde então trilhamos um longo caminho de trabalho e progresso que levou a nossa empresa a uma posição de destaque no País dentro do seu setor. A Brafer cresceu rapidamente. A cada ano a produção dobrava ou triplicava. Em 1980 33


AECIC EM AÇÃO

mudamos para a fábrica própria em Araucária, onde estamos até hoje.

informações do projeto diretamente para as máquinas. A Brafer continua a sua trajetória de crescimento.

Crescemos ao longo dos anos e, ampliamos

Temos outra fábrica no Rio de Janeiro e estamos

continuamente as nossas instalações, compramos

investindo em novas fábricas em Minas Gerais e São

novos equipamentos sempre reinvestindo os resultados.

Paulo. Temos obras no país inteiro e em países da

Crescemos junto com o Brasil, motivados pela

América do Sul.

expansão constante do nosso mercado, e investimos

(...)

constantemente em novas tecnologias e equipamentos.

De minha parte posso afirmar que continuarei

A Brafer foi a primeira empresa do ramo no

acreditando no progresso do Brasil, pois tenho certeza

Brasil a utilizar o desenho por computador. Lembro

que amanhã será melhor que hoje e depois de amanhã

que assim que surgiu o software Autocad, contratamos

melhor que amanhã.

um especialista para ministrar cursos aos nossos

Só depende de nós.

desenhistas. A primeira estrutura metálica inteiramente

Finalizando, mais uma vez agradeço aos

desenhada no computador foi um edifício metálico no

companheiros da AECIC por terem me concedido o Título

Cefet, hoje Utfpr.

de Personalidade AECIC 2013 e quero dizer também que

Lá se vão uns vinte anos. Hoje tudo mudou. O

se cheguei até aqui não foi mérito só meu.

que era sonho virou realidade. Aposentamos lápis,

Sempre tive a ajuda e o apoio da minha esposa

caneta, prancheta, desenho manual. Tudo é online e

Suzy, do meu sócio Luiz Carlos e com eles divido a honra

os softwares integrados mandam os arquivos com as

deste prêmio.”

Solenidade de entrega do prêmio Personalidade AECIC 2013

34


PESQUISAS & INFORMAÇÕES Data Popular

Você já teve problemas com

alguma empresa? Pesquisa do Instituto Data Popular revelou que clientes perdem 19 minutos em atendimento e são transferidos três vezes em uma ligação Uma recente pesquisa divulgada pelo Instituto

das empresas para reclamar, mas nem por isso eles

Data Popular revelou que mais de 94 milhões de

ficam quietos. Acabam se queixando em casa, no

consumidores brasileiros já tiveram problemas com

trabalho ou depois do expediente, para os amigos. E

alguma empresa, e que, na tentativa de solucionar o

a tendência é que esse tipo de propaganda negativa

problema em questão, a dificuldade de atendimento é

ganhe mais espaço na internet. 29% dos entrevistados

ainda mais grave.

já usam a rede para reclamar. Entre os jovens, a internet

Segundo a pesquisa, cada cliente leva em média 19 minutos para resolver o problema, e passam

é o meio preferido. A

pesquisa

também

mostrou

que

pelo menos, por três atendentes para quem tem que

recompensas para as empresas que têm um bom

repetir toda a história. E tem mais, 89% das pessoas

serviço de atendimento ao consumidor. Três em cada

que procuraram o Procon afirmaram que foram mal

quatro pessoas que foram bem atendidas passaram a

atendidas pelas empresas.

recomendar a empresa.

A pesquisa feita em cem cidades brasileiras traduziu a insatisfação com a qualidade dos serviços de atendimento ao consumidor. Esses índices contrariam a Lei do SAC, aprovada em 2008, que limita a espera na linha há apenas um minuto e só permite a transferência da chamada para no máximo dois atendentes. Nos casos de reclamação ou cancelamento do serviço, o pedido tem que ser resolvido na hora, sem a transferência da ligação. O estudo também descobriu que a maioria dos consumidores não procura os serviços de atendimento 35


PESQUISAS & INFORMAÇÕES Pesquisa Consumo Ibope

Consumo no Brasil

deve crescer 10% em 2013, diz Ibope Gastos com automóvel devem somar R$ 278 bi, a maior parcela, com 18%. Alimentação no domicílio vem em 2º lugar, com R$ 250 bi ou 16% do total O consumo no Brasil deve crescer 10% em 2013

16% do total estimado para o País. Nesse caso, a classe

na comparação com 2012, atingindo R$ 1,55 trilhão,

C representa 48,3%, seguida da B, com 31,6% e a D/E,

aponta estimativa do Ibope Inteligência, divulgada no

com 13,9%. A classe A tem 6,3%. Quando considerada

dia 4 de setembro. O valor equivale a 34% do Produto

também a alimentação fora do domicílio, somente com

Interno Bruto (PIB) do País, de acordo com estimativas

refeições, o brasileiro irá gastar R$ 378 bilhões, aponta

do Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de

o estudo.

mercado do Ibope. A maior parte da renda das famílias brasileiras deverá ser direcionada para gastos com automóvel

Em terceiro lugar estão as despesas com vestuário, que representam R$ 128 bilhões ou 8% de todo o potencial de consumo projetado para este ano.

particular (incluindo aquisição de veículos, manutenção,

Com material de construção, deverão ser

taxas, seguro e combustível) e deverão somar R$ 278

desembolsados pelos brasileiros R$ 119 bilhões ou 8%

bilhões neste ano, o que representa 18% da demanda

do total do consumo estimado para o País.

total de consumo disponível no país. A classe B é a principal consumidora desses produtos, diz a pesquisa, responsável por pouco mais da metade de toda a demanda: R$ 143 bilhões. As classes C e A tem 24% e 22%, respectivamente. As classes D e E ainda têm uma participação pequena no consumo desses produtos e juntas representam apenas 3% do total.

Alimentação O segundo grupo de produtos com maior participação é alimentação no domicílio. Serão gastos com esses produtos R$ 250 bilhões, o que equivale a 36


Brasileiros devem

gastar mais de R$ 47 bi com eletrodomésticos em 2013

Segundo o Ibope, Classe C será responsável por quase metade deste valor Os brasileiros devem gastar R$ 47,7 bilhões com

com R$ 312,67 por habitante.

eletrodomésticos em 2013 – e quase metade deste

Na análise de consumo de região por classe

valor virá do consumo da classe C, segundo estimativa

social, o destaque fica para a classe C do Sudeste, com

do Ibope Inteligência, divulgada no início de setembro.

R$ 9,9 bilhões, seguida pela classe B da mesma região,

A pesquisa indica que, cada brasileiro deve gastar,

com R$ 9,7 bilhões, e pela classe C do Nordeste, com R$

em média, R$ 290,66 com eletrodomésticos. O valor é

4,16 bilhões. O menor consumo estimado é na classe A

superior ao gasto em 2012, quando a média nacional foi

da região Norte, de R$ 202,8 milhões.

de R$ 261,84 e o montante total de R$ 42,7 bilhões. De acordo com o estudo, a classe C será a maior

Telefonia móvel

consumidora, com gastos estimados em R$ 20,8

A pesquisa do Ibope também estima que o

bilhões, o que representa 44% do consumo do País.

potencial de consumo de telefonia móvel no Brasil é de

A classe B aparece na sequência, com potencial de

R$ 36 bilhões em 2013. A classe B deve ser responsável

consumo estimado em R$ 17,4 bilhões, o equivalente a

por 44% desses gastos (R$ 15,9 bilhões), seguida da

36% do total. Os gastos com eletrodomésticos incluem

classe C, com 37% (R$ 13,3 bilhões).

linha branca e eletroportáteis.

O Sudeste também é a região que mais vai consumir esses produtos: 51% do total do País. Todavia,

Regiões Por região, o Sudeste representa metade dos gastos com esses produtos, num total de R$ 23,8

o Centro-Oeste, apesar de representar apenas 9% dos gastos do Brasil, tem o maior consumo por habitante: R$ 253,56 contra R$ 242,68 do Sudeste.

bilhões. O Nordeste tem o segundo maior potencial de

O Ibope explica que o potencial de consumo

consumo, estimado em R$ 8,9 bilhões, seguido da região

de telefonia móvel refere-se apenas ao consumo

Sul, com R$ 7,7 bilhões. Entretanto, quando analisado

domiciliar, ou seja, às compras de pessoa física junto

o consumo por habitante, a região Sul lidera com um

a varejistas do ramo e inclui a aquisição de aparelhos

gasto per capita estimado em R$ 328,42. Na sequência,

celular, acessórios, cartão de telefone celular e conta de

aparece o Sudeste, com R$ 314,37, e o Centro-Oeste,

telefone celular pós-pago. 37


PERFIL REGIONAL

Inovação e reconhecimento A Giben do Brasil está em Curitiba há 40 anos, acompanhando as mudanças do mercado com soluções inovadoras A Giben do Brasil, fabricante italiana de máquinas

indispensável para a garantia em todos os processos de

automáticas para a indústria moveleira, desde que

qualidade e segurança”, afirma o gerente da Giben no

chegou ao País, há 40 anos, acompanha as mudanças do

Brasil, Valentin Verzenhassi.

mercado e busca apresentar soluções inovadoras para o

O início de tudo

setor.

A história da Giben tem um início singelo. Na Com a crescente globalização, a Giben, em 1998,

cidade de Bologna - norte da Itália, destruída pela 2ª

voltou o seu foco de fabricação para as seccionadoras

guerra mundial, um homem com espírito otimista e

com uma ou mais linhas de corte, além de oferecer

empreendedor, foi capaz de transformar a destruição

serviços de engineering e centros especiais de

em algo útil para a reconstrução do seu país. Um velho

seccionamento. E, buscando atender as necessidades

tanque de guerra semidestruído e abandonado no fundo

dos clientes brasileiros, firmou um acordo técnico-

de seu quintal serviu-lhe de matéria-prima para a 1ª

comercial com players mundiais, passando a oferecer

seccionadora Giben.

além das seccionadoras, coladeira de bordos, furadeiras CNC e centros de usinagens. A empresa foca hoje na diversificação de linhas e

O Sr. Gino Benuzzi deu vida a uma ideia revolucionária. Desde a sua fundação, em 1947, a Giben não parou de

evoluir tecnologicamente. Hoje está

vem ampliando a gama de produtos. Além disso, adota

presente em todo o mundo através de suas filiais nos

sistemas cada vez mais modernos em seus equipamentos,

Estados Unidos, Austrália, Canadá e Espanha, sendo uma

no intuito de buscar produtividade e segurança. A grande

empresa de vanguarda e pioneira em novas tecnologias.

novidade da empresa no último ano é a seccionadora

No Brasil instalou-se em 08 de junho de 1.973,

Prisma 6000 EcoTech, que apresenta maior produtividade

primeiramente no município de Guarulhos(SP), e

com um sistema baseado nas tecnologias dos motores

posteriormente, em 1976, transferiu-se para a Cidade

lineares e Kers, que ocasiona economia de energia de até

Industrial de Curitiba (PR), em uma área total de 50.000 m2 e 8.000 m2 de área construída.

20%, comprovados por testes teóricos e práticos pela Universidade de Milão. A empresa possui em sua sede, em Curitiba (PR), o Giben Lab, um espaço para apresentação das máquinas aos clientes e prospects, que fica permanentemente disponível para visitação e testes de funcionamento. “Oferecemos atendimento personalizado, com foco no cliente. A empresa possui a certificação NR12, 38


EM DESTAQUE

Para festejar Condor reúne dois mil fornecedores para comemorar 39 anos de história Para comemorar 39 anos de história, o Condor

pois o Condor é uma das únicas redes supermercadistas

Super Center – rede de supermercados paranaense –

do Paraná que não foi vendida e continua gerando

reuniu no dia 1 de novembro, no restaurante Madalosso,

empregos e renda para o estado”, diz o deputado.

em Curitiba, dois mil fornecedores de diversos segmentos da indústria. A festa teve como objetivo comemorar a forte parceria com seus fornecedores, que vem obtendo ótimos resultados e proporcionando o crescimento de todos.

O Vereador Tito Zeglin também entregou o voto de louvor pelos 39 anos da rede. “O Condor é uma marca nossa e o Zonta é uma pessoa que ajuda o povo e faz história na cidade”. Já o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, ressaltou

O evento contou com várias surpresas, entre elas a

que é um orgulho poder contar com o Condor em Curitiba

promoção do gerente comercial, João Luiz de Lima Silva,

e disse que é fundamental valorizar a história desta

que foi convidado pelo presidente do Condor, Pedro

empresa que é referência no Paraná e no Brasil.

Joanir Zonta, para ocupar o cargo de diretor comercial.

Zonta destacou que para completar 39 anos de

Outra surpresa foi realizada pelo Deputado

história em um ritmo acelerado como vem acontecendo

Estadual Ney Leprevost, que entregou para o presidente,

nos últimos anos é preciso muita determinação e trabalho.

diretores, gerentes de operações e gerentes de loja

“Estamos em uma fase de crescimento sustentável,

do Condor um certificado de Menção Honrosa, da

trabalhamos para fidelizar os nossos clientes e a

Assembleia Legislativa do Paraná, em reconhecimento

parceria que temos com nossos fornecedores é de suma

às ações realizadas em prol da sociedade. “Zonta é um

importância para atingirmos as nossas metas”, afirma.

homem que investe no estado e merece nossa admiração,

Fonte: WBC COMUNICAÇÃO 39


PERFIL REGIONAL

Empresas aumentam procura por crédito no início do

segundo semestre Segundo a Serasa Experian, a busca por crédito das empresas instaladas em território nacional avançou 2,3% em julho, na comparação com o mesmo mês no ano passado. A alta na demanda de crédito empresarial, segundo

suporte financeiro para aquelas empresas que querem

dados da Serasa Experian, foi puxada por empresas de

crescer e têm vontade de investir. Queremos que o

grande porte e pelo setor industrial. Entre julho e junho,

empresário aumente os números de sua empresa”.

houve alta de 9,7%, mas o aumento do crédito nas

Ainda de acordo com o diretor, a demanda por

grandes empresas foi o maior destaque do levantamento

crédito é também consequência da capacidade evolutiva

da Serasa, com variação de 17,4% na comparação anual.

do negócio. “Conseguir crédito depende também dos

Para o diretor do Paraná Banco Empresas, André

números da empresa, de seus índices financeiros e

Malucelli, a procura por crédito, entre outros fatores

econômicos, marketshare, capacidade de se renovar

econômicos e financeiros do empresário, reflete a

junto ao mercado. Resta a nós, instituições regionais,

necessidade das empresas de grande, médio ou

contribuir para este crescimento justamente por

pequeno porte adquirirem recursos para alavancar

estarmos presentes no dia a dia da economia do Estado.

o desenvolvimento neste segundo semestre do ano.

Convivemos com a situação econômica atual, assim, por

Para ele, mesmo em uma época de índices econômicos

conhecermos e comprovarmos a força do empresariado

negativos, organizações que atuam nos mais diferentes

local, isso facilita muito para ambas as partes”.

perfis de negócio podem crescer em período de crise. “No caso do Paraná Banco Empresas, este sinal de recuperação e intensificação da busca por créditos atinge as empresas que faturam acima de R$ 30 milhões. Esta busca, até pelo feedback que temos com os empresários de Curitiba e de todo o Paraná, nos tem feito entender que fazer negócios com instituições financeiras do próprio estado traz inúmeras vantagens, não só pelo conhecimento que se tem da região, mas pela expertise econômica que estas instituições têm do Estado. Seja no curto, médio ou longo prazo, nosso objetivo é dar o 40

André Malucelli, diretor do Paraná Banco Empresas


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INFRAESTRUTURA

Presidenta Dilma anuncia

investimentos no PR Metrô e projetos de mobilidade urbana serão os principais investimentos

Durante visita ao Paraná, no dia 29 de outubro, a

O prefeito Gustavo Fruet lembrou que a

presidenta Dilma Roussef anunciou novos investimentos

implantação do metrô em Curitiba é discutida desde 1969,

no estado. A maior parte dos recursos será aplicada na

quando a equipe do então prefeito Omar Sabbag realizou

implantação da primeira fase do metrô curitibano, que

o primeiro estudo sobre o modal. “Foram décadas de

terá 17,6 quilômetros, entre a Cidade Industrial e o Cabral

sonho e planos frustrados, que agora temos a alegria

(o projeto prevê mais 4,4 quilômetros até o terminal de

de encerrar com a concretização desse projeto, numa

Santa Cândida, numa segunda fase).

parceria com o governo federal e o estadual”, disse.

O governo federal investirá R$ 1,8 bilhão na

Ele lembrou que a revisão do projeto do metrô

primeira fase do projeto. A Prefeitura entrará com R$ 700

foi uma das primeiras medidas da sua gestão. A equipe

milhões e o Estado com mais R$ 700 milhões – valores a

encarregada do trabalho encontrou várias inconsistências

serem financiados pela União, provavelmente via BNDES.

no projeto anterior e terminou por recomendar a abertura

A iniciativa privada deverá aportar R$ 1,365 bilhão.

de um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI)

A meta da Prefeitura é lançar os editais – tanto

para selecionar propostas de aprimoramento do projeto.

do metrô quanto das outras obras – até o início do

Vencedora do PMI, a Triunfo Participações propôs uma

ano que vem.

série de adequações, entre as quais a extensão da

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primeira fase (prevista anteriormente para terminar na

medida em que as pessoas poderão se deslocar com

Rua das Flores) até o terminal do Cabral.

mais rapidez, chegando em menos tempo ao trabalho

Além dos recursos para o metrô, a Presidente

ou à escola e tendo mais tempo para o lazer e outras

da República anunciou a liberação de R$ 408 milhões

atividades”, disse o secretário municipal de Planejamento

para três outros projetos propostos pela Prefeitura para

e Gestão, Fábio Scatolin.

sistemas de média capacidade, visando colocar Curitiba

O presidente do Instituto de Pesquisa e

em um novo patamar na área da mobilidade: a conclusão

Planejamento Urbano (Ippuc), Sérgio Pires, disse que

da Linha Verde, transformando o antigo trecho urbano

os investimentos anunciados nesta terça-feira apontam

da BR-116 em uma via de integração metropolitana; a

para uma nova Curitiba, multimodal e mais humanizada.

revitalização da Linha Inter 2, que tem uma das maiores

“O metrô e os demais projetos integram um projeto

demandas do sistema de transporte coletivo da cidade; e

maior, que pretende a humanização da cidade, a partir

o aumento da capacidade e da velocidade dos chamados

da integração dos diversos modais de transporte, do

BRTs (corredores exclusivos de transporte).

aprimoramento do sistema público e do investimento em

A expectativa da Prefeitura é complementar esse investimento com recursos próprios, elevando o total para algo em torno de R$ 640 milhões.

mobilidade não motorizada, privilegiando o ciclista e o pedestre”, afirma. Fonte: Prefeitura Municipal de Curitiba

Os investimentos ampliarão em 85% a rede de canaletas e faixas exclusivas para ônibus em Curitiba, que atualmente é de 80 quilômetros. Com a execução dos três projetos, serão mais 68 quilômetros de canaletas (30 quilômetros na Linha Verde e 38 na rota do Inter 2), além da readequação de 28 quilômetros (projeto BRT). “Teremos um conjunto de obras de infraestrutura que vai aumentar a produtividade social da cidade, na 43


ENTREVISTA

Investir é preciso

A ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann falou com exclusividade para a revista da AECIC sobre o seu trabalho e os investimentos que serão realizados no Paraná nos próximos anos. Como está o trabalho em Brasília?

Gleisi Hoffmann - Estamos executando os compromissos do governo da presidenta Dilma com o Brasil e com o Paraná. Queremos um País e um estado cada vez mais competitivos e fortes. Ampliamos os investimentos públicos através do PAC e, agora, chamamos a iniciativa privada, as empresas, para parcerias na construção de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. O Paraná está presente em todos estes investimentos e em muitos outros. Como exemplos, cito o Minha Casa Minha Vida e a expansão do ensino público federal aqui no Paraná, com novas Universidades Federais e o Instituto Federal. O Paraná não precisa de muito mais?

Gleisi Hoffmann - Sem dúvida. O Paraná tem vocação

Gleisi Hoffmann, ministra chefe da Casa Civil 44

para ser grande e próspero, como o Brasil. Hoje, os investimentos do governo federal no estado são expressivos. A verdade é que as principais e grandes obras que estão acontecendo aqui são ações do governo federal. E não estou dizendo isso por razões políticas e sim porque é a verdade. Sobre a necessidade de mais investimentos no estado estou de acordo. O Brasil experimentou, na ultima década, crescimento econômico e distribuição de renda, o que exige mais investimentos. Por isso lançamos o programa de concessões e estamos ampliando investimentos públicos. O Paraná e o Brasil precisam de muito mais, e é para isso que estamos trabalhando.


O Paraná pode contar com o governo federal?

Aeroportos e ferrovias?

Gleisi Hoffmann - Com certeza. Já está contando. O Gleisi Hoffmann - Aeroportos: Aceleramos as obras de Programa Minha Casa, Minha Vida é exemplo de como o governo federal tem se comprometido com o Paraná. Já são 184.027 unidades contratadas no estado. Temos 549 obras de saneamento espalhadas em todas as regiões do estado. Cito ainda a distribuição de equipamentos como motoniveladoras, retroescavadeiras e caminhões a todos os municípios com menos de 50 mil habitantes, além dos grandes investimentos federais, como o que acabamos de anunciar em nossa capital, R$ 5,3 bilhões para construir o metrô e outros três grandes projetos de mobilidade urbana: finalização do BRT Linha Verde; novo Anel do Inter II e ampliação dos corredores de ônibus já existentes já mencionados anteriormente.

ampliação e reforma do terminal de passageiros, da pista, do terminal de cargas, do pátio de manobras e do estacionamento do Afonso Pena. Aceleramos também, as obras no aeroporto de Foz do Iguaçu, por isso devemos finalizar nas próximas semanas. Lançamos o plano de aeroportos regionais e nele, investiremos em 15 aeroportos no Paraná, com finalidade de estimular e fortalecer a viação regional, cerca de R$ 320 milhões de reais. Ferrovias: estamos finalizando o estudo, no Programa de Infraestrutura e Logística, a concessão do trecho Maracaju/ Paranaguá e devemos licitar em 2014. Além deste trecho devemos estudar a ligação com o Paraguai e a Valec estuda trecho da norte sul.

E quais obras de infraestrutura estão previstas no Paraná até 2014?

Qual será o total dos investimentos em infraestrutura?

Gleisi Hoffmann - Começando pelas rodovias: além da obra no trecho entre Campo Mourão e Palmital, na BR 158, no valor de R$ 411 milhões, o governo federal fará a duplicação entre Cascavel/Marmelândia e Toledo/Marechal Candido Rondon, na BR 163. Na BR 487 – conhecida como Boiadeira, será implantado dois trechos, e colocamos no orçamento de 2014, a implantação do trecho entre Alto do Amparo/Imbituva na BR 153. Além disso, temos de citar R$ 1,075 bilhão para a 2ª etapa do CREMA, responsável pela manutenção e conservação dos 1.355 km de rodovias federais no Paraná.

Gleisi Hoffmann - O PAC investirá, aqui para o Paraná, um total de R$ 28,83 bilhões no período 2011/2014 e mais R$ 7,42 bilhões após esse período. Além do PAC, temos investimentos do Programa de Infraestrutura e Logística (PIL), no setor ferroviário e portuário. É até difícil quantificar tudo, uma vez que as inclusões de obras vão acontecendo com ampliação da demanda, mas o que posso dizer é que são vultosos. Essas obras irão influenciar no desenvolvimento

A senhora falou rodovias, os outros modais como portos, como estão?

do Estado?

Gleisi Hoffmann - Irão influenciar de forma muito Gleisi Hoffmann - Sobre Portos: Apresentamos no dia 27 de setembro a consulta pública para os estudos de viabilidade econômica para o arrendamento do Porto de Paranaguá o que vai garantir investimentos públicos e privados ao Paraná a partir de 2014. Estamos determinadas em melhorar o sistema portuário brasileiro, tornando-o mais eficiente e competitivo. Além de mudanças legais, estamos garantindo mais de R$ 1 bilhão de investimentos do governo federal, em dragagem e acessos ao porto público. Com isso, vamos dar condições para empresários, brasileiros e estrangeiros, trazer investimentos no porto e consequentemente no nosso litoral.

positiva. Além da geração de empregos e de aumento da arrecadação do ICMS e ISS, os investimentos nos modais de transporte, por exemplo, permitirão o escoamento, a um custo mais baixo, da produção agrícola, que é um diferencial competitivo para o nosso estado. A agricultura é fundamental para a economia dos paranaenses e dos brasileiros. Investir em infraestrutura é prioridade para o governo federal?

Gleisi Hoffmann - Sim, mas não deixamos de dar 45


ENTREVISTA

Audiência Publica na Comissão de Serviços de Infraestrutura no Senado Federal

prioridade às políticas sociais e de inclusão. Todos ganham quando o governo federal melhora a qualidade de vida do povo, com ações de planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana e logística. Pode citar exemplos?

Gleisi Hoffmann - Ao mesmo tempo em que o governo federal investe na infraestrutura, implantamos novas Universidades Federais (Foz do Iguaçu, Realeza, Laranjeiras do Sul), e o Instituto Federal, com 19 campi no estado e mais oito cidades com unidades de expansão. Além disso, temos o Brasil sem Miséria, os planos Safras do Agronegócio e da Agricultura Familiar, a construção de creches, unidades de saúde, Upas e hospitais, como o de Toledo e Cornélio Procópio. Além de trazer médicos através do Programa Mais Médicos. Agora vamos implantar mais de 500 vagas para cursos de medicina para formar médicos paranaenses. Como será resolvido impasse criado para a ampliação e modernização do Porto de Paranaguá, para melhor atender às necessidades dos usuários?

Gleisi Hoffmann - O que queremos é que a produção do Paraná não fique limitada pelo gargalo logístico de Paranaguá. 46

Este é um compromisso do governo da presidenta Dilma Rousseff e também um compromisso meu. Sou senadora e paranaense, defendo o meu Estado. O povo do Paraná pode confiar que vamos caminhar na direção de melhorar nosso sistema portuário por meio do diálogo e da interação com os usuários do porto, com quem opera no porto, enfim, com todas as partes interessadas. Apresentamos uma proposta inicial, mas estamos recebendo sugestões de melhorias e de adequação. Vamos fazer todas aquelas que tecnicamente se comprovarem eficientes. O Programa de Aceleração do Crescimento está atingindo seus objetivos no Paraná? E no País?

Gleisi Hoffmann - Sem dúvida. O último balanço do programa, divulgado pelo Ministério do Planejamento mostra que foram concluídas ações no valor de R$ 488,1 bilhões, o que corresponde a 69% das ações previstas para serem concluídas até 2014. No que se refere à execução equivalente ao seu tempo de implantação, o desempenho também é animador, atingindo 67%, ou seja, o tempo estimado para a finalização da segunda fase. A execução global do PAC 2, até 31 de agosto de 2013, atingiu R$ 665 bilhões em investimentos em infraestrutura logística, social e urbana, o que representa 67,2% do previsto para 2014.


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