Revista IA - Nº 14 - JAN/ 2023

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LATINO AMÉRICA

Revista dos Profissionais de BPM, RPA, Artificial Intelligence e Digital Process Automation

REDES DE FARMÁCIAS APOSTAM EM IA PARA ATUAR NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Humanismo Digital: Ética na inteligência artificial requer comprometimento dos conselhos de administração Pág. 24

Por que o Upskilling será tão importante para os profissionais nos próximos anos Pág. 47

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ANO 03 - Número 14 - JAN 2023 www.iamagazine.com.br

REDES DE FARMÁCIAS APOSTAM EM IA PARA ATUAR NA

PREVENÇÃO DE DOENÇAS

CHATGPT

PÁGINA 12

HUMANISMO DIGITAL

PÁGINA 24

UPSKILLING

PÁGINA 47

INTELIGÊNCIA ATIVA

PÁGINA 51

PÁGINA 5

DESENVOLVEDOR CIDADÃO

PÁGINA 27

MERCADO DE TECNOLOGIA

PÁGINA 57

CEZAR TAURION

EDITORIAL

Estou bem próximo das inciativas de IA na área de saúde, tanto como advisor na comissão de IA da AMB (Associação Médica Brasileira) bem como no conselho de inovação de uma empresa do setor. Por isso acompanho bem de perto a evolução dos sistemas de IA no setor como um todo. Um elo importante da cadeia são as redes de farmácia, que começam com mais intensidade a ampliar suas atividades, com incursões na prevenção e atendimento, através da telemedicina.

Nessa edição cobrimos a aplicação de IA nas redes de farmácia. É bom vermos casos de uso que dão certo, mostrando que o mercado como um todo está saindo da fase do hype, onde era “cool” colocar IA no nome da startup e em todo e qualquer projeto, para dar visibilidade e atrair investidores, para a fase da maturidade, onde aprendemos com as experiências vividas, acertos e fracassos. Uma pesquisa, chamada “IBM Global AI Adoption Index 2022”, mostrou que, em termos globais, mais de 1/3 dos entrevistados usam alguma coisa de IA, e 42% estão na fase exploratória. Por outro lado, vemos ainda alguns

desafios. Por exemplo, apenas 28% mostram que possuem uma estratégia de negócios que contemple sistemas de ML de forma holística e as demais ou ainda não tem ou estão com foco muito setorizado.

Os casos de uso que dão certo, invariavelmente, são os que não buscam alcançar expectativas irrealistas e excessivamente ambiciosas para problemas de negócios mal definidos. Vemos nas entrevistas aqui nessa edição que as redes de farmácia adotaram expectativas bem realistas, com evolução gradual.

Claro que o setor de saúde como um todo tem que evoluir muito, principalmente os profissionais de medicina, que ainda, em sua maioria, estão pouco digitalizados e ainda distantes de conhecimento de aplicações de IA.

Mas, ao longo do tempo IA vai transformar essas profissões, pois muitas das suas tarefas rotineiras serão feitas pelas máquinas e isso vai dar a esses profissionais um recurso precioso e escasso, o tempo, para que com ele se dediquem a uma medicina mais humana e menos robótica. O importante é que

humanos e máquinas consigam atuar em harmonia, com as máquinas ajudando a ampliar a capacidade humana nas suas tarefas. Isso exige uma evolução dos sistemas, e um aprendizado dos profissionais de saúde para entenderem as implicações e limitações dos sistemas de IA.

Esperamos que gostem dessa edição. A nossa publicação é feita para e pelos seus leitores. A revista está e estará sempre aberta às ideias e contribuições de todos os leitores, sejam comentários ou artigos. Junte-se a eles. Queremos incentivar a criação de uma comunidade de estudos e práticas de IA aqui no Brasil e para isso a publicação se propõe a servir de catalizador e megafone.

Contamos com vocês!

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REDES DE FARMÁCIAS APOSTAM EM IA PARA ATUAR NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Atuar na prevenção é a estratégia mais assertiva para cuidar da saúde dos brasileiros. Neste caminho, redes de farmácia têm apostado em inteligência artificial para entender o comportamento da população e contribuir para melhorar a condição de vida das pessoas

Por Roberta Prescott

Aprevenção tem resultado como sendo o melhor caminho para endereçar os desafios da saúde. Em um cenário no qual milhares de pacientes abandonam tratamentos para doenças crônicas ou nem sequer se consultam periodicamente com médicos, as redes de farmácias estão usando soluções baseadas em inteligência artificial para se somarem ao esforço de proporcionar que as pessoas envelheçam com saúde e vivam melhor. “Em torno de 3% a 5% da população brasileira se preocupa em tomar conta da saúde. Com IA e machine learning,

podemos ajudar as pessoas a se cuidarem, mas, para isso, é preciso digitalizar toda a cadeia”, disse Cristiano Hyppolito, diretor de TI e inovação da Drogaria São Paulo.

Com 80 anos de história, a Drogaria São Paulo atua com cerca de 900 filiais presentes nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso. Em 2011, se fundiu com a Drogarias Pacheco, fundada em 1892, formando o Grupo Drogarias Pacheco e São Paulo (DPSP), um time com perto de 26 mil cola-

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boradores e 1.440 lojas espalhadas em nove Estados, além do Distrito Federal.

O uso da tecnologia é fundamental para fomentar a prevenção a doenças. Nas farmácias, isso vai além: já que a indústria não pode vender diretamente ao consumidor, os varejistas conseguem entender se os tratamentos médicos estão sendo seguidos. “Quem faz a venda e quem tem os dados somos nós. Nós conseguimos apontar para a indústria se as pessoas estão ou não fazendo adesão ao tratamento”, explicou Renato Camargo, vice-presidente de marketing e relacionamento com o cliente da Pague Menos.

Líder de mercado nas regiões Norte e Nordeste, a Farmácias Pague Menos é um hub de saúde da classe média brasileira e está presente, desde 2009, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. A empresa foi fundada em 1981 e fez seu IPO em setembro de 2020, sob a sigla PGMN3. Em agosto de 2022, a Pague Menos concluiu a aquisição de 99,07% do capital social da rede Extrafarma, passando a contar com 1.600 lojas, distribuídas em 382 municípios, com mais de 25 mil colaboradores.

A linha mestre para jornada de cliente está nos dados capturados — e o volume é grande em se tratando de lojas que vendem medicamentos, produtos de higiene e bele za, conveniência e infantil, além de oferecer serviços como telemedicina. Contudo, con forme assinalou Renato Camargo, trata-se de

um segmento extremamente regulado. “Até por conta de LGPD, eu não posso usar dados como eu quero e nem posso promocionar medicamentos para estimular a compra, mas posso, por exemplo, oferecer que, se você garantir comigo os 12 meses do tratamento, terá desconto. No caso de medicamentos prescritos, estou usando dados para garantir seu tratamento, sua adesão”, detalhou o VP.

Acompanhamento dos pacientes

A digitalização vem proporcionando o acompanhamento de pacientes, principalmente, aqueles que têm doenças crônicas. A evolução da tecnologia com a incorporação de soluções com inteligência artificial, aprendizado de máquina e deep learning tem sido pilar fundamental nesse processo. “Quando você sai do médico, ele não sabe do seu tratamento, se você fez certo. Ele só vai saber se você voltar nele. Com inteligência, é possível conectar o médico e paciente, para ele tratar e acompanhar o tratamento”, disse Hyppolito, do DPSP.

Além dos programas de fidelidade próprios das redes de farmácia, os laboratórios têm seus programas de benefícios de medicamentos (PBMs), nos quais os consumidores se cadastram junto à indústria para assegurar descontos dos medicamentos, principalmente os de usos contínuos, que fazem uso nas farmácias. A conexão da indústria

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Para a farmácia, oferecer esse programa ajuda a fidelizar o público e aumentar o ticket médio. Por meio dos PBMs, as redes de farmácias também podem atuar na jornada de entender se há abandono de tratamento e atuar para que o paciente retome.

Atualmente, o Grupo DPSP faz uso de modelos estatísticos, machine learning e IA com deep learning. A Drogaria São Paulo tem o programa de relacionamento Viva Saúde e faz o tracking da jornada dos clientes tanto na compra nas farmácias físicas como online. Assim, passa a entender o que os clientes querem e a se antecipar a demandas. Os dados também retroalimentam e melhoram os sistemas e os processos internos.

Em 2022, o Grupo DPSP bateu a marca de R$ 1 bilhão em vendas em seus canais digitais, valor que representa alta de mais 56% em comparação ao ano anterior. Para 2023, o Grupo DPSP aposta no desenvolvimento de seu marketplace, que vai reunir parceiros como Multilaser, Polishop, Mundo Verde, Integralmédica, entre outros, um verdadeiro ecossistema de soluções de saúde e bem-estar no Brasil.

A personalização, disse Cristiano Hyppolito, diretor de TI e inovação da Drogaria São Paulo, ainda não chegou a um nível superindividualizado, mas houve refinamento na análise por grupos. “O que vai evoluindo é a quantidade de dados e o tempo disso; antes era tudo moroso e hoje o timing é muito rápido”, apontou Renato Camargo, VP da Pague Menos. Ele explicou que é possível entender que um grupo de pessoas descontinuou determinado tratamento e quantificar isso para o laboratório, ainda que não se possa apontar exatamente quais pacientes foram. “Falo para o laboratório que ‘x’ pessoas pararam o tratamento. Em geral, os clientes trocam pouco de farmácia quando

Ambos os executivos afirmaram que é alto o porcentual de clientes que informam seus CPFs nas lojas e fazem parte de programas de benefícios; está na casa dos 90% mais ou menos. Com as transações identificadas, há uma retroalimentação nos sistemas e mais dados — acurados — ficam disponíveis.

Ademais, com mais dados, aumenta a possibilidade e a eficácia de se trabalhar na prevenção. “Não queremos que a Pague Menos seja um lugar atrelado a doenças, mas, sim, um hub de saúde, oferecendo a jornada completa. A prevenção é o caminho; estamos com sistema de saúde supersaturado e este é o caminho. Só com dados vamos conseguir fazer isso”, ressaltou Camargo.

Open health

Para vencer um dos principais dilemas da indústria da saúde, que é a cadeia desconectada e não digitalizada, o DPSP investiu em uma plataforma digital que conecta os elos, começando pelos médicos. O conceito, explicou Hyppolito, é o mesmo que open banking da indústria financeira. O grupo está

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acelerando a construção de seu ecossistema de saúde e quer ser protagonista em open health. “Tudo começa no médico e, hoje, mais de 90% dos médicos não são digitalizados. Eles fazem a prescrição ou no papel ou em um sistema que não está conectado. O grande desafio é como digitalizar toda a cadeia por meio de um sistema interoperável”, ressaltou Cristiano Hyppolito.

Pela frente existe a necessidade de transformar digitalmente o setor inteiro. A pandemia acelerou este processo, com profissionais da saúde passando aderir a novas tecnologias e a soluções mais digitais, além de a população ter sido obrigada a acessar os serviços de saúde de forma digital. A legislação foi repensada; a telemedicina e a prescrição eletrônica avançaram, mas ainda falta um longo caminho pela frente. “Se começou a ter jornada onde você começa a fazer o tracking das pessoas”, disse Hyppolito.

A aposta do Grupo DPSP está na digitalização de médicos e uso massivo de dados para apoiar sua visão de saúde preditiva. Para tanto, adquiriu a startup pernambucana TI Saúde, criada no Porto Digital, no Recife, com a meta de formar um amplo ecossistema de saúde a partir do seu programa de benefícios Viva Saúde e transformá-lo em uma plataforma para médicos, laboratórios, planos de saúde, hospitais e clientes.

“O DPSP criou uma empresa chamada Viva Saúde, que tem a TI Saúde, e cujo objetivo é digitalizar tudo; pegar todos os elos e conectar dentro de um ecossistema, no qual o brasieiro terá o tracking da saúde. Começamos pelos médicos, porque, se eles não entenderem que têm que se digitalizar, não conseguimos fazer nada”, explicou Hyppolito. “O mercado só vai mudar de patamar com tecnologia”, acrescentou.

A investida do DPSP é independente e mira conectar ao sistema outras farmácias, clínicas particulares e laboratórios, além de planos como a Unimed Seguros e órgãos públicos — a prefeitura de Niterói já faz parte, segundo Hyppolito. Quanto maior for a rede, mais impacto ela terá sobre a vida dos brasileiros.

No longo prazo, ressaltou Hyppolito, a estratégia significa levar saúde para as pessoas, que estão vivendo mais e precisam envelhecer melhor. “Isso só vai acontecer se usar tecnologia a favor das pessoas, melhorando seus hábitos relacionados à saúde. Para isso, é preciso entender cada um individualmente e isso se faz com dados”, detalhou o diretor de TI e inovação da Drogaria São Paulo. Há, porém, um ponto-chave que é promover a adesão das pessoas ao ecossistema, consentindo o uso dos dados.

De acordo com Hyppolito, as redes de farmácias, em geral, estão mais adiantadas no processo de digitalização e a indústria farmacêutica vem acelerando este processo. O elo mais fraco ainda é o dos profissionais da saúde, além de ser o maior contingente de pessoas. “Existem 500 mil médicos no Brasil e uns 80%, 90% deles não são digitalizados. Nos últimos anos, com a abertura de muitas faculdades de medicina, a pirâmide etária se inverteu e, hoje, a maioria tem até 39 anos. Tivemos a pandemia e mais essa nova geração de médicos que está mais conectada com a tecnologia”, pontuou o CIO da Drogaria São Paulo.

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MATÉRIA DA CAPA

CEZAR TAURION

Quando vi e testei o chatGPT pela primeira vez fiquei impressionado. A impressão inicial foi um efeito “uau”, e como disse de forma muito feliz Gary Marcus em seu post, foi um “Momento Jurassic Park”. Concordo com ele, pois quando vi pela primeira vez o filme, em 1993 parecia que os dinossauros eram reais, existiam mesmo na Isla Nublar. Pipocaram milhares de artigos enaltecendo o chatGPT e até mesmo frases bombásticas como “This AI chatbot could have an impact as great as the iPhone, or even greater: ‘The potential societal implications of ChatGPT are too big to fit into one column. Maybe this is, as some commenters have posited, the beginning of the end of all white-collar knowledge work, and a precursor to mass unemployment’ que apareceu no artigo do NY Times “The Brilliance and Weirdness of ChatGPT”.

Mas, à medida que vamos testando a tecnologia sentimos que o os sistemas LLM como ChatGPT podem gerar textos sem sentido, que parecem extremamente sensatos à primeira vista. Com a empolgação, começamos a ver seu uso se disseminando explosivamente em inúmeras situações, de escrita de texto a substituição do Google por buscas na web. Esse excesso de confiança nos seus resultados, que na verdade reflete os dados com os quais eles foram treinados, os torna mais propensos a gerar entusiasmo e aumenta ainda mais seu uso desordenado.

Diante do uso explosivo do chatGPT e de seu uso em situações as mais diversas possíveis, a própria OpenAI publicou um tuíte que me chamou a atenção pois parece nitidamente um “legal disclaimer: “ChatGPT is incredibly limited, but good enough at some

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things to create a misleading impression of greatness. it’s a mistake to be relying on it for anything important right now. it’s a preview of progress; we have lots of work to do on robustness and truthfulness.”.

Às vezes, a tecnologia é superestimada, o aprendizado por reforço (RL), depois de resolver os jogos do Atari, pode ser um bom exemplo. É provável que, ao longo do tempo, os sistemas LLM encontrem seu espaço adequado em aplicações significativas. Mas, enquanto estivermos na fase da empolgação, devemos ter um pouco mais de cuidado, pois ainda muitos detalhes e dúvidas precisam ser resolvidos. A comunidade de IA deve se esforçar para evitar cair no hype e analisar com mais atenção seus efeitos colaterais e eventuais consequências indesejadas.

Assim, depois que o frenesi e entusiasmo com o chatGPT diminuírem, e pensarmos com mais clareza e racionalidade, devemos debater com seriedade aspectos ainda nebulosos como a possibilidade desses sistemas generativos inundarem a internet com conteúdo inadequado, e quebrarem aspectos de direito autoral e propriedade intelectual. Afinal, um pouco de ceticismo e menos empolgação juvenil nos ajudam a tomar decisões mais assertivas.

Assim, comecei uma pesquisa por mais informações, e comecei a coletar alguns artigos instigantes que mostravam certas curiosidades produzidas pelo chatGPT:

Então, como um sistema pode ser ridiculamente estúpido e, ao mesmo tempo, tão bom que torna os humanos redundantes? A resposta certamente está na credulidade e na força do efeito FOMO (Fear Of Missing Out) que mata todo e qualquer ceticismo, endeusando a tecnologia, sem maiores questionamentos.

Aos poucos os meus testes foram avançando, comecei a abrir o capô até onde possível e me abstraindo da emoção e empolgação, e procurando dar mais peso à racionalidade comecei a entender e buscar questionar alguns pontos. Estudando mais à fundo, entendi que o chatGPT é sim, um belo avanço na tecnologia de DL, mas não é mágica. Aliás, o escritor de ficção científica Arhur C. Clarke, que escreveu um conto que inspirou “2001, Uma Odisseia no Espaço” (outro filme imperdível!) disse certa vez que “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia”. O chatGPT parece mágico, pois responde a qualquer coisa. Pelo menos à primeira vista. Vamos debater isso aqui? Creio que é sempre bom termos um antídoto à empolgação desenfreada. Um pouco de ceticismo e questionamento racional não faz mal a ninguém.

Aqui trago em meu auxílio o cientista Carl Sagan. Carl Sagan é um dos cientistas que mais admiro. Li todos os seus livros, os tenho na minha biblioteca, e um deles, Chama-se “The Demon-Haunted World: Science as a Candle in the Dark” (“O Mundo Assombrado pelos Demônios”), publicado em 1995, pouco antes de sua morte em 1996, desmonta as crenças de supersticiosos, ufólogos e afins, e explica por que manter uma postura cética e questionadora é chave para que a ciência evolua.

Em um capítulo “The Fine Art of Baloney Detection,” ele cita o “baloney detection

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kit”, que é conjunto de técnicas cognitivas que abastecem a mente contra a disseminação de hypes e narrativas pseudo-científicas. Para ele, esse kit deve ser usado sempre que novas ideias aparecem e são trombeteadas. Se você quer comprar bobagens que, por exemplo, no mundo digital, florescem à toda parte, mesmo quando é reconfortante fazê-lo, porque é mais fácil seguir o efeito manada e evitar o FOMO, devemos sempre tomar precauções e não mergulhar sem tomar mais uma dose de racionalização. Decisões baseadas apenas na emoção, não é, em absoluto, ser racional.

O seu kit cognitivo contém ferramentas inestimáveis de ceticismo saudável que se aplicam de maneira necessária à nossa vida cotidiana. Ao adotar o kit, todos nós podemos nos proteger contra hypes e manipulações deliberadas. Sagan compartilha 9 dessas ferramentas:

1) Sempre que possível, deve haver confirmação independente dos “fatos”.

2) Incentive o debate substantivo sobre as evidências por proponentes conhecedores de todos os pontos de vista.

3) Argumentos de autoridade têm pouco peso – “autoridades” cometeram erros no passado. Eles farão isso novamente no futuro. Talvez uma maneira melhor de dizer isso seja que na ciência não há autoridades; no máximo, há especialistas.

4) Analise mais de uma hipótese. Se houver algo a ser explicado, pense em todas as diferentes maneiras pelas quais isso poderia ser explicado.

5) Tente não se apegar demais a uma hipótese só porque é sua. Compare-a de forma justa com as alternativas. Veja se você pode

encontrar razões para rejeitá-la. Se você não fizer isso, outros o farão.

6) Quantificar. Se o que quer que você esteja explicando tenha alguma medida, alguma quantidade numérica ligada a ela, você será muito mais capaz de discriminar entre as hipóteses concorrentes. O que é vago e qualitativo está aberto a muitas explicações.

7) Se houver uma cadeia de argumentos, todos os elos da cadeia devem funcionar (incluindo a premissa) – não apenas a maioria deles.

8) Navalha de Occam. Seguir essa regra prática nos leva, quando confrontados com duas hipóteses que explicam os dados igualmente bem, a escolher a mais simples.

9) Sempre pergunte se a hipótese pode ser, pelo menos em princípio, validada. Proposições que não podem ser testadas, não valem muito.

Comecemos, portanto, pelo início: o que significa a sigla chatGPT? ChatGPT significa um chat baseado em Generative Pre-trained Transformer (transformador pré-treinado generativo). Como o nome sugere, o software é “generativo”, o que significa que ele gera um novo texto ou imagem com base no que aprendeu com seus data sets de treinamento. Os geradores de imagens chamaram a atenção do mundo no ano passado com o lançamento do DALL-E da OpenAI. E quase toda semana novos geradores de imagens AI inundam a Internet.

Você interage com o chatGPT e pede, por exemplo, para ele escrever uma poesia ou texto, e ele vai gerar algo muito legal, sem dúvida. Também pode gerar código de programas de computador. As frases que ele cria podem parecer sintaticamente corretas e

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fidelidade ao seu material de origem (treinamento) pode causar problemas, como descobriu o Stack Overflow, um popular site de perguntas e respostas da comunidade para programadores. O site temporariamente suspendeu código gerado por ele: “Temporary policy: ChatGPT is banned”. As razões para isso estão bem explicadas no link do Stack Overflow, mas resumindo, a nota alegou que “Overall, because the average rate of getting correct answers from ChatGPT is too low, the posting of answers created by ChatGPT is substantially harmful to the site and to users who are asking or looking for correct answers.” Creio que são sinais amarelos que devemos prestar atenção.

Os resultados impressionantes são basicamente porque o chatGPT “ingeriu” quase todas as palavras escritas e imagens visuais digitalizadas criadas pela humanidade, até 2021. Mas, como todo sistema de DL, não consegue entender nada. Continua como os

teligência humana quanto um papagaio que repete palavras.

Isso não significa que sistemas de ML/ DL não sejam ferramentas úteis. Pelo contrário. Tem o potencial de serem tecnologias transformadoras, que mudam e moldam alguns aspectos da sociedade. Mesmo sem sa-

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ber se está processando uma imagem ou um texto, pode ser muito útil, aprimorando imagens de filmes antigos para resolução HD ou 4K, eliminando tarefas repetitivas que nós, humanos, fazemos e ajudando em muito a melhorar nossas decisões, correlacionando centenas de variáveis, que não estão ao alcance do nosso processo mental.

Mas a racionalidade deve prevalecer nas discussões e análises das tecnologias. Mergulhar no hype chama atenção, mas o hype e o FOMO não devem ser o influenciador de decisões estratégicas. Tecnologias não são mágicas. Se antes acreditávamos que radiologistas e motoristas de carros serão substituídos e a Tesla teria um milhão de táxis-robô até o final de 2020, agora acreditamos que o ChatGPT e a stable diffusion substituirão escritores e criadores...

Voltemos agora ao artigo de Gary Marcus, “AI’s Jurassic Park moment”. Recomendo sua leitura. Muito esclarecedor sobre a mítica do chatGPT. Ele aponta, que apesar de gerar resultados muito impressionantes, alguns sinais de alerta precisam ser observados:

• Sistemas como chatGPT são inerentemente não confiáveis, freqüentemente cometendo erros tanto de raciocínio quanto de fato, e propensos a alucinações; por exemplo peça para o chatGPT explicar por que a porcelana triturada é boa no leite materno, e eles podem dizer que “a porcelana pode ajudar a equilibrar o conteúdo nutricional do leite, fornecendo à criança os nutrientes de que ela precisa para ajudar a crescer e se desenvolver”. Como os sistemas são aleatórios, altamente sensíveis ao contexto e atualizados periodicamente, qualquer experimento pode produzir resultados diferentes em diferentes ocasiões.

• Eles podem ser facilmente automatizados para gerar desinformação em escala sem precedentes.

• Eles custam quase nada para operar e, portanto, estão no caminho de reduzir a zero o custo de gerar desinformação. Hoje em dia você pode obter seu próprio LLM treinado sob medida, por menos de US$ 500.000. Em breve o preço cairá ainda mais.

Gostemos ou não, esses modelos estão aqui para ficar, e nós, como sociedade, quase certamente seremos invadidos por uma onda de desinformação de textos, imagens e vídeos. Os LLM podem ser uma nova classe de arma, em sua guerra contra a verdade, atacando as redes sociais e criando sites falsos em um volume que nunca vimos antes. E não importa que seja inconsistente em suas repostas. O imenso volume gerado mata qualquer tentativa de moderar ou questionar as desinformações geradas.

Lembrando Jurassic Park, seu autor, Michael Crichton passou grande parte de sua carreira alertando sobre as consequências não intencionais e imprevistas da tecnologia. No início do filme Jurassic Park, antes que os dinossauros inesperadamente começassem a correr livres, o cientista Ian Malcom (interpretado por Jeff Goldblum) destila a sabedoria de Crichton em uma única linha “Seus cientistas estavam tão preocupados se poderiam, que não pararam para pensar se eles deveriam”.

Para encerrar, recomendo a leitura do artigo “What to (not) expect from OpenAI’s ChatGPT”.Ele descreve com um pouco mais de detalhes como o chatGPT funciona (um pouco do que está dentro do capô!).

O seu componente chave é a arquitetura transformer (todo entusiasta de DL deve

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entender como essa arquitetura funciona) e para isso tem alguns bons livros: “Top books on Transformers in 2022”, com uma lista de 5 desses livros. Transformers podem ser treinados com um grande corpus de texto não rotulado. Eles mascaram aleatoriamente partes do texto e tentam prever as partes que faltam. Ao fazer isso repetidamente, o transformer ajusta seus parâmetros para representar as relações entre diferentes palavras em grandes sequências. Essa técnica provou ser uma estratégia muito eficaz e escalável. Sem a necessidade de rotulagem manual, você pode coletar corpora de treinamento muito grandes, o que, por sua vez, permite criar e treinar modelos transformers cada vez maiores. Estudos e experimentos mostram que, à medida que os transformers e LLMs crescem, eles podem gerar sequências mais longas de textos coerentes.

Entretanto, apesar de seus resultados impressionantes, os LLMs como o GPT-3 e o chatGPT sofrem de falhas fundamentais que os tornam imprevisíveis em tarefas que exigem bom senso, lógica, planejamento, raciocínio e outros conhecimentos que muitas vezes são omitidos no texto. LLMs são notoriamente conhecidos por respostas alucinógenas, gerando texto que é coerente, mas factualmente falso, e muitas vezes interpretando mal a intenção óbvia do prompt do usuário.

Ao aumentar o tamanho do modelo e seu corpus de treinamento, os cientistas conseguiram reduzir a frequência dos erros mais flagrantes. Mas os problemas fundamentais não desaparecem, e mesmo os maiores LLMs ainda cometem erros bem estúpidos. Esse é um problema fundamental que enfrenta qualquer forma de ML. Um computador manipula símbolos. Seu programa especifica um conjunto de regras ou algoritmos com as quais transforma uma cadeia de símbolos em outra ou reconhece padrões estatísticos. Mas não especifica o que esses símbolos ou padrões significam. Para um computador, o significado é irrelevante. O ChatGPT “sabe”, pelo menos na maior parte do tempo, o que parece significativo para os humanos, mas não o que é significativo para si mesmo. É, nas palavras do cientista cognitivo Gary Marcus, uma “mímica que não sabe do que fala”.

Nós humanos, ao pensar, falar, ler e escrever, também manipulam símbolos. Para os humanos, no entanto, ao contrário dos computadores, o significado é tudo. Quando nos comunicamos, comunicamos significado. O que importa não é apenas o exterior de uma cadeia de símbolos, mas também o seu interior, não apenas a sintaxe, mas a semântica. O significado para os humanos vem de nossa existência como seres sociais, corporificados e inseridos no mundo. Só dou sentido a mim mesmo na medida em que vivo e me relaciono com uma comunidade de outros seres que pensam, sentem e falam.

Claro, os humanos mentem, manipulam e promovem teorias da conspiração que podem ter consequências devastadoras. Tudo isso faz parte de sermos seres sociais. Mas reconhecemos os humanos como sendo imperfeitos, como potencialmente desonestos, ou mentirosos, ou manipuladores. As máquinas, porém, tendemos a ver como objetivas e imparciais, ou potencialmente más,

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se conscientes. Muitas vezes esquecemos que as máquinas podem ser tendenciosas ou simplesmente erradas, porque não estão fundamentadas no mundo da mesma forma que os humanos e porque precisam ser programadas por humanos e treinadas em dados coletados por humanos.

Se sistemas LLM fossem usados apenas em laboratórios de pesquisa de IA, isso não seria um grande problema. No entanto, como tem havido um crescente interesse no uso de LLMs em aplicativos do mundo real, abordar essas e outras questões torna-se mais e mais crucial. Os projetistas devem garantir que seus modelos de DL permaneçam robustos sob diferentes condições e atendam

das de seus usuários.

A OpenAI usou a técnica de reinforcement learning from human feedback (aprendizado por reforço com feedback humano) - RLHF), que foi desenvolvida anteriormente para otimizar modelos de RL. Em vez de deixar um modelo RL para explorar seu ambiente e ações aleatoriamente, o RLHF usa feedback ocasional de supervisores humanos para orientar o agente na direção certa. O benefício do RHLF é que ele pode melhorar o treinamento de agentes de RL com o mínimo de feedback humano.

É inegável a notável conquista técnica que é o ChatGPT, ou como é incrível intera-

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gir com ele. Sem dúvida, ele se tornará uma ferramenta útil, ajudando a aprimorar o conhecimento humano e a criatividade. Mas precisamos manter a perspectiva. O ChatGPT revela não apenas os avanços que estão sendo feitos na IA, mas também suas limitações. Também ajuda a esclarecer tanto a natureza da cognição humana quanto o caráter do mundo contemporâneo.

O ChatGPT também levanta questões sobre como se relacionar com máquinas que são muito melhores em mentir e espalhar desinformação do que os próprios humanos. Dadas as dificuldades em lidar com a desinformação humana, essas não são questões que devem ser adiadas. Não devemos ficar

tão hipnotizados pela capacidade de persuasão do ChatGPT a ponto de esquecermos os problemas reais que tais programas podem representar.

Enfim, o chatGPT é uma poderosa ferramenta de IA, com muitas falhas. É necessário criar um ecossistema com “guardrails”, para garantir que as equipes de novos produtos que usem o sistema como base, estejam cientes que não podem confiar cegamente nas suas respostas. Para esses sistemas não existe realidade ou fantasia.

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MAURICIO CASTRO

HUMANISMO DIGITAL: ÉTICA NA INTELIGÊNCIA

ARTIFICIAL REQUER COMPROMETIMENTO DOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO

Na pauta dos negócios, a inovação se transformou em imperativo categórico: empresas que não se reinventam definham. Inovar é essencial para manter e ampliar a competividade. No campo das estratégias digitais, a inovação acontece por vias diversas e sensibiliza diferentes aspectos do negócio: a concepção de um novo produto ou de um novo serviço, a adoção de novos modelos de produção, a abertura de novos mercados ou a descoberta de novas fontes de matéria-prima, entre outros, dá-se pelo cuidado de permanecer relevante para clientes, parceiros e colaboradores. Porém, a inovação precisa ser materializada em vantagem competitiva, produzindo valor. Do contrário, ganha apenas o

Pdados. Robôs baseados em inteligência artificial (IA) viabilizam, pelo uso de dados trocados ininterruptamente, uma interação entre humanos e máquinas nunca imaginada. Não é por acaso que a IA está na maioria

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cebendo massivos investimentos financeiros nos últimos anos. De acordo com a Forbes, 80% das empresas já estão investindo ou têm planos para expandir o investimento em IA (McFadden, 2019).

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Sócio-líder para Tecnologia em Consultoria Contábil Financeira (FAAS Tech) para América do Sul

Se imaginarmos um mundo altamente dependente da IA, profundamente sensibilizado por tais algoritmos em situações comuns, corremos o risco de que as máquinas incompatibilizem seus êxitos com os valores e necessidades humanos, frisando que elas são instruídas segundo nossas intenções de automatização (aquilo para o que foram programadas). Não se trata de fatalismo ou enredo ficcional. Para que as máquinas possam agir segundo nossos valores, seria necessário que fossem incorporados, em seu código, aspectos human-like, o que ainda estamos distantes de descobrir como.

Enquanto os seres humanos sentem, intuem e se baseiam em valores éticos, a tecnologia dispõe apenas da ação baseada na lógica para cumprir seu objetivo. Enquanto nós temos a consciência e baseamos nossas ações em recompensa e aversão, as máquinas são programadas para cumprir eficientemente sua função. Mesmo com os avanços dos cientistas da computação, estamos longe de simular qualquer coisa semelhante ao sofrimento ou empatia nos algoritmos de IA. Isso não quer dizer que as tecnologias não tenham um vasto potencial para ajudar tanto os negócios como a sociedade. Em meados de 2019, cientistas e pesquisadores de diversos países publicaram um documento intitulado “The Vienna manifesto on Digital Humanism” (Werthner et al, 2019). Com tom de reivindicação para deliberar e atuar no desenvolvimento tecnológico atual e futuro, o manifesto encoraja a inovação centrada nos valores e necessidades humanos. Com efeito, este é o núcleo do Humanismo Digital.

Precisamos ter em conta que realmente temos muito menos controle do que imaginamos sobre os efeitos da IA nas inovações aplicadas ao digital e de que os humanos não são entidades digitais. A nossa relação com as máquinas amplia nossas capacidades,

mas estamos longe de qualquer semelhança com os computadores. Nossos cérebros não seguem algoritmos, nós não decidimos ações com base em milhares de centenas de dados que temos à nossa disposição. O DNA não opera digitalmente e nem se assemelha ao padrão digital. Sob o ponto de vista da evolução, cada um de nós é um instante de um processo que começou há milhões de anos (Lee, 2020-1). Nossa relação com as máquinas se dá como uma coevolução: as máquinas se modificam pela nossa influência e elas também nos modificam por influência, como em simbiose (Lee, 2020).

Para efeito do humanismo digital, a sugestão é promover a inovação nos negócios pelo viés da governança centrada nos valores e necessidades humanos, assumindo a coevolução das duas estratégias. Tendo em vista que toda inovação nos transforma e este novo “nós” transforma as estratégias de inovação, oferecendo novo contexto para as razões que nos levam a fazer isto ou aquilo, a responsabilidade dos Conselhos de Administração é gigantesca. O espaço digital forma opiniões e promove experiências de maneira muito rápida, alterando culturas da noite para o dia, desenvolvendo ontologias em fração de segundos, alterando nossa visão de mundo antes que possamos entender a circunstância em que o mundo se encontra. Para que a ética esteja embarcada nas estratégias de inovação digital, precisamos garantir que os Conselhos de Administração, os empreendedores, os executivos, os desenvolvedores e os governos também se comprometam com a ética, atuando com ela e para ela. Nas palavras de Edward Ashford Lee (2020-1): “Let us celebrate our humanity even as we digitized our world” (“Vamos celebrar a nossa humanidade, mesmo quando digitalizamos o nosso mundo”).

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GILBERTO STRAFACCI

Amaioria das organizações está procurando maneiras de acelerar seus fluxos de entrega de de desenvolvimento com tecnologia e operar mais rapidamente em um modo ágil. Os departamentos de TI podem e devem, dessa forma, aproveitar a crescente popularidade das plataformas low-code, ferramentas que podem ajudar os de-

senvolvedores não tradicionais a criar aplicativos com rapidez e eficiência. A abordagem de baixo código para o desenvolvimento de aplicativos elimina os altos custos iniciais e os longos prazos de desenvolvimento de aplicativos associados ao desenvolvimento de software tradicional.

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ARTIGO
Country Manager da Practia no Brasil
“Existem tantas oportunidades de automatização e de desenvolvimento que nenhuma área centralizada será capaz de dar vazão na velocidade exigida por negócios e pelo mercado. Descentralizar é preciso.”
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Assim, no mundo de hoje, o desenvolvimento do cidadão é um diferencial competitivo para organizações voltadas para o futuro. As empresas estão cada vez mais procurando maneiras de melhorar seu desempenho e lançar novos produtos, o que significa que mais empresas adotarão uma abordagem iterativa e de produto mínimo viável (MVP). Com isso, o conceito de desenvolvedor cidadão está rapidamente se consolidando no desenvolvimento empresarial como uma tática para aumentar a velocidade, inovação e agilidade. Desenvolvedor cidadão e desenvolvimento cidadão são palavras de ordem, mas nem todos entendem a diferença. Para esclarecer qualquer confusão, vamos examinar mais de perto as diferenças entre as duas palavras e descobrir qual contexto envolve seu uso na automação de processos de negócios e no desenvolvimento de aplicativos.

Alguns dados importantes

Em uma pesquisa do Gartner sobre a TI da unidade de negócios, 46% dos entrevistados afirmaram que o aumento nos gastos com TI liderados pelos negócios foi devido ao aumento do desenvolvimento de software, aplicativos ou bancos de dados. Em outra pesquisa do Gartner sobre desenvolvimento cidadão, 41% dos entrevistados têm iniciativas ativas de desenvolvimento cidadão e 20% daqueles que não estão avaliando ou planejam iniciar iniciativas de desenvolvimento cidadão.

O número de desenvolvedores profissionais, seja na TI corporativa ou nas unidades de negócios, é muito menor do que o número potencial de desenvolvedores cidadãos. Os alvos ideais são os usuários avançados de aplicativos de negócios, como um administrador de aplicativos, mas praticamente qualquer usuário final pode ser um desen-

volvedor cidadão, dada a situação e a habilitação corretas. Como resultado, o número de desenvolvedores cidadãos ativos será muitas vezes maior que o de desenvolvedores profissionais; portanto, os líderes de aplicativos devem envolver o desenvolvimento do cidadão como parte de sua estratégia futura de aplicativos.

Quem é um Desenvolvedor Cidadão?

A Gartner define um desenvolvedor cidadão como um funcionário, tipicamente da área de negócios, que usa software de programação Low-code ou No-code para criar aplicativos e soluções digitais sem escrever código. Eles usam software ou plataformas disponíveis, como por exemplo as soluções líderes de mercado em RPA, para desbloquear seu potencial criativo e resolver problemas do dia a dia. Eles agregam valor sem exigir alto grau de envolvimento do departamento de TI ou outros recursos de desenvolvimento especializados. Eles podem criar automações, aplicativos, relatórios, chatbots, sites, portais e workflows para aumento da produtividade local.

Com isso, o surgimento de desenvolvedores cidadãos representa uma mudança fundamental na forma como soluções digitais são prototipadas, desenvolvidas e mantidas. Os Citizen Developers não estão só desenvolvendo; eles também são responsáveis, identificar oportunidades, documentar, desenvolver, testar, implantar, manter e melhorar as soluções digitais localmente. Isso, obviamente, é uma tendência sem volta, mas precisa ser feita com atenção, capacitação e acompanhamento.

O que é Desenvolvimento Cidadão?

O desenvolvimento cidadão é o programa que capacita usuários de negócios

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ARTIGO
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Inovação na cultura da empresa

Melhoria da produtividade

Operações eficientes, rápidas e estáveis

Aumentar a satisfaçãos dos colaboradores negócio

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não técnicos ou especialistas no assunto a criar diferentes aplicativos que atendam às suas necessidades por meio de plataformas de desenvolvimento de baixo código, ou seja, aplicativos baseados em dados, baseados em formulários e baseados em processos. Os usuários de negócios podem usar esses aplicativos sem ter um conhecimento técnico aprofundado sobre os sistemas subjacentes. Por exemplo, um desenvolvedor cidadão pode criar um painel que exibe métricas de desempenho de vendas para suas lojas de varejo usando uma solução de BI. Ou criar um aplicativo para coleta de dados ou uma automação para integração de planilhas ou extração de dados de um site.

Um benefício do desenvolvimento cidadão é que ele reduz significativamente a dependência de recursos de TI e permite que as organizações aproveitem e preparem as pessoas para esse mundo digital. É uma trilha que considera a seleção de perfis, treinamento, workshops, acompanhamento e alinhamento com as áreas de tecnologia. “Não é simplesmente dar acesso às soluções de desenvolvimento, mas formar esses profissionais como agentes de transformação digital locais.”

Desenvolvedor Cidadão vs. Desenvolvimento Cidadão

A diferença entre o desenvolvedor cidadão e o desenvolvimento cidadão pode parecer uma questão semântica. Mas isso não. Em poucas palavras, os desenvolvedores cidadãos são pessoas que podem usar essas ferramentas de TI para criar valor para si ou para outros departamentos e equipes da empresa. Desenvolvimento cidadão é o processo de criação de valor usando essas ferramentas.

As ferramentas que os desenvolvedores cidadãos utilizam permitem que eles façam coisas que seriam impossíveis sem um departamento de TI. Mas essas ferramentas também mudam a natureza do que as empresas podem fazer e como podem fazê-lo. Desta forma, o desenvolvimento cidadão é também um processo de adaptação.

“Não existe competição. Os desenvolvedores cidadãos farão soluções que não seriam feitas pelo time de tecnologia da organização. Trata-se de acelerar e capturar a calda longa.”

Crescimento dos Desenvolvedores Cidadãos

Até 2023, o Gartner prevê que o número de desenvolvedores cidadãos ativos em grandes empresas será pelo menos quatro vezes o número de desenvolvedores profissionais. Dados os desafios descritos acima, essa é uma evolução muito necessária. O desenvolvimento cidadão permite que funcionários que não sejam de TI criem aplicativos de negócios com plataformas de baixo e sem código. Por sua vez, eles podem melhorar os processos de negócios que liberam a equipe de TI para se concentrar em atividades mais críticas para os negócios.

É importante observar que os desenvolvedores cidadãos devem ser preparados, além de especialistas no assunto sobre o qual desenvolvem. Bons programas de desenvolvimento de cidadãos são um meio essencial de fornecer os benefícios da transformação digital, levando a funcionários mais felizes e capacitados para fazer mudanças substanciais com base em sua experiência, além de obter ganhos de produtividade e melhorar as experiências dos clientes.

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ARTIGO

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Quais os motivadores para iniciar uma jornada com desenvolvedores cidadãos?

1. Reduzir a carga do seu departamento de TI

As empresas estão sempre buscando modernizar e automatizar seus processos de negócios. Tradicionalmente, os departamentos de TI arcam com o trabalho (e orçamento) de desenvolver e implantar aplicativos para fazer isso. No entanto, os departamentos de TI geralmente não têm tempo e recursos para lidar com mais do que os projetos mais urgentes.

Capacitar desenvolvedores de cidadãos de linha de negócios para criar seus próprios aplicativos de negócios alivia essa pressão, permitindo que mais processos sejam automatizados mais rapidamente e dando aos “especialistas locais” o poder de resolver problemas por conta própria.

Pesquisas mostram que 80% das organizações viram os benefícios dos desenvolvedores cidadãos e deram a seus departamentos de TI mais espaço para respirar. Como os desenvolvedores cidadãos normalmente passaram suas carreiras trabalhando em sua linha de negócios, eles geralmente têm uma compreensão diferenciada dos processos. Quem melhor para entender a melhor forma

de melhorar um fluxo de trabalho do que as pessoas na linha de frente?

2. Habilitar a agilidade dos negócios

A agilidade nos negócios é a capacidade de uma organização de se adaptar rapidamente às mudanças internas e externas, mantendo-se flexível às demandas do mercado e dos clientes. Quatro em cada cinco executivos disseram à Forbes que a agilidade é a característica mais importante de uma organização de sucesso. O aumento da concorrência, as flutuações do mercado e as novas inovações tecnológicas forçam as empresas a responder mais rápido do que nunca.

Aqui estão alguns dos benefícios da agilidade nos negócios:

• Identificar rapidamente aplicativos e processos desajeitados ou quebrados;

• Implementar de aplicativos mais rápida; Inovação mais rápida;

• Melhorar experiência do cliente;

• Melhorar a moral dos funcionários.

Os desenvolvedores cidadãos dedicados ou parcialmente dedicados podem lidar com os problemas imediatamente, em vez de esperar que a TI encontre tempo para ajudar. Eles podem minimizar o tempo entre identificar problemas e resolvê-los.

3. Engajar sua força de trabalho

Pesquisas mostram somente um terço dos trabalhadores americanos estão engajados e motivados em seus empregos – e o número está aumentando nos últimos dois anos. Funcionários menos satisfeitos custam às empresas bilhões de dólares por ano em

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ARTIGO

FEIRA RPA + AI EXPO e FEIRA DIGITAL EXPO

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Sim, nossa presença está confirmada na maior feira de negócios e congressos para quem trabalha com informação.

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perda de produtividade. Quando você considera a angústia que eles espalham no local de trabalho, as vantagens de priorizar o engajamento dos funcionários são claras.

Confira essas estatísticas:

• Funcionários engajados são 43% mais produtivos;

• Três quartos dos 4.300 funcionários disseram que a falta de oportunidades de desenvolvimento os impediu de atingir todo o seu potencial;

• 56% dos gerentes de RH consideraram treinamento e desenvolvimento como facilitadores essenciais de negócios.

Os funcionários querem se envolver, mas dizem que estão frustrados pela falta de oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional. Capacitar seus funcionários aproveitando a função de desenvolvedor cidadão entregando a eles as ferramentas para construir soluções para seus próprios problemas é desenvolver autonomia e promover a motivação.

experientes em tecnologia em desenvolvedores cidadãos, o que é uma ótima jogada para toda a sua organização.

Quais são os benefícios diretos do desenvolvimento cidadão?

Há uma série de razões para iniciar um programa de desenvolvimento cidadão.

1. Acelerar o time-to-market

As coisas mudam rapidamente. Para sair à frente de seus concorrentes, você sempre precisa estar atento a maneiras de lançar novos produtos e serviços rapidamente para atender às necessidades em constante mudança e aproveitar novas oportunidades. O desenvolvimento cidadão ajuda você a acelerar o desenvolvimento de produtos para que você possa colocar as coisas no mercado antes da concorrência.

2. Aumentar a inovação

Outro benefício de habilitar desenvolvedores cidadãos é a capacitação que seus funcionários obterão ao resolver problemas ou melhorar processos. Isso permite que eles cheguem à raiz dos problemas mais rapidamente, permitindo que eles realizem seu trabalho com mais rapidez e facilidade e fomentando a autonomia.

Quando você capacita os funcionários a desenvolver seus próprios aplicativos de negócios em uma plataforma de software gerenciada, isso oferece sofisticação e segurança. Você pode transformar funcionários

Ao aprimorar sua equipe com um programa de desenvolvimento cidadão, você impulsiona a inovação, tornando-a prerrogativa de todos. Em vez de depender de equipes de TI ocupadas para criar, testar e implementar novas ideias, as ferramentas sem e com pouco código significam que seus desenvolvedores cidadãos podem inovar e ajudar a projetar novos aplicativos com facilidade.

3. Aumentar a agilidade

O desenvolvimento de aplicativos costumava levar semanas ou até meses. Mas com o desenvolvimento cidadão você pode começar a testar novas ideias em poucos dias. Usando interfaces intuitivas de arrastar e soltar e assistentes para orientar o processo de desenvolvimento, os usuários de negócios podem criar aplicativos de nível empresarial

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4. Capacitar seus funcionários
ARTIGO
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facilmente, sem diminuir a velocidade de outras áreas da empresa. Isso significa que você pode se adaptar rapidamente a novos desafios ou aproveitar novas oportunidades.

4. Reduzir custos

As plataformas sem e com pouco código significam que os desenvolvedores cidadãos podem criar aplicativos em menos tempo com menos orçamento. Isso significa que você pode fazer muito mais internamente, usando recursos e funcionários existentes, em vez de terceirizar o trabalho, contratar mais desenvolvedores ou comprar aplicativos de terceiros.

5. Tirar a pressão da sua equipe de TI

Se sua empresa é como a maioria das empresas, sua equipe de TI já tem muitos problemas, desde a manutenção de sua infraestrutura até a condução de metas de transformação digital. Ao colocar o desenvolvimento de aplicativos em grande parte nas mãos de desenvolvedores cidadãos, seus desenvolvedores especialistas podem dar um grande passo para trás, agindo como colaboradores quando necessário e fornecendo as habilidades técnicas avançadas necessárias para concluir um projeto. Essa mudança de ênfase e responsabilidade significa que eles estão livres para se concentrar em projetos mais complexos.

Como implementar o desenvolvimento cidadão?

Uma das barreiras percebidas para o desenvolvimento do cidadão é que ele apresenta muito risco ao colocar o desenvolvimento nas mãos de funcionários de fora da TI que podem não entender, por exemplo, questões relacionadas à segurança ou integração de dados.

Na verdade, com um bom programa de desenvolvimento de cidadãos, você pode mitigar todos esses riscos e, ao mesmo tempo, obter o benefício de uma colaboração mais próxima entre os departamentos de negócios e a TI em alinhamento com objetivos mais amplos.

Usar a plataforma correta sem ou com pouco código oferece à sua equipe de TI a capacidade de definir padrões de segurança para aplicativos e quais recursos estarão disponíveis para os usuários antes que não desenvolvedores coloquem as mãos nele. Para fazer isso bem, você precisa de uma forte colaboração entre os usuários e o departamento de TI para determinar quais tipos de desafios precisam ser resolvidos e quais serão necessários, para que você possa desenvolver uma estrutura robusta para permissões e outros requisitos.

Em essência os líderes de tecnologia não podem mais bloquear o desenvolvimento cidadão. Fazer isso diminuirá ainda mais o valor da organização e de TI aos olhos do negócio. Na verdade, o local de trabalho digital moderno exige o cultivo da TI cidadã para maximizar a destreza digital.

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ARTIGO

FERNANDO BALDIN

POR QUE O UPSKILLING SERÁ TÃO IMPORTANTE PARA OS PROFISSIONAIS NOS PRÓXIMOS ANOS

Primeiro, vale começar explicando o que é Upskilling: Upskilling é o processo de adquirir novas habilidades ou aperfeiçoar aquelas já existentes, para se tornar mais qualificado e capaz de desempenhar novas tarefas ou atividades em seu trabalho ou em sua vida pessoal. O objetivo final da upskilling é ajudá-lo a se tornar mais valioso e bem-sucedido em seu trabalho e em sua carreira.

Todos os dias, encontro pessoas falando que querem deixar suas carreiras, conquistadas por meio de cursos superiores ou técnicos, para entrar na área de tecnologia.

Mais do que nunca isto é possível, porque as empresas de tecnologia criaram formas de interagir e criar soluções que dependem muito mais do conhecimento de negócio do analista do que da sua capacidade em escrever código.

A essas soluções damos o nome de low code ou no code, termos que se referem a plataformas ou ferramentas de desenvolvimento de software cuja criação de aplicativos ou soluções de tecnologia são permitidas sem a necessidade de escrever códigos de programação. Em vez disso, os usuários podem criar aplicativos e soluções usando ele-

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ARTIGO

ANTES DE PENSAR EM UMA

TECNOLOGIA INOVADORA, VOCÊ PRECISA CONSTRUIR UM TIME TALENTOSO

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mentos pré-construídos, como modelos, widgets e outras ferramentas visuais. E no uso dessas ferramentas, a principal característica é a criatividade. Pois ter a capacidade de ver um mesmo problema por diferentes ângulos permite criar soluções inovadoras.

Por isso, a digitalização dos negócios está mudando a forma como pensamos nossas carreiras; não é mais sobre saber mais do mesmo mercado, mas acompanhar as mudanças e aprender todo dia um pouco sobre algo novo. A experiência sempre será insubstituível, mas a compreensão de como aplicar novas ferramentas para evoluir a experiência do cliente ou aumentar a produtividade da empresa será uma habilidade fundamental.

Nesse contexto, a promoção do Upskilling para capacitar as pessoas a atuarem em um novo cenário, usando as tecnologias disponíveis, pode acelerar a jornada de transformação digital dos negócios, disseminando a tecnologia como uma ferramenta adicional para todos usarem.

Assim são as tecnologias de automação, que não devem ser algo exclusivo das áreas de TI, mas sim disseminado para outras áreas como: RH, Financeiro, Vendas, Marketing, Contabilidade etc.

Da mesma forma que o e-mail, Excel, Powerpoint e tantas outras ferramentas que usamos no dia a dia já foram vistas como exclusivas de uma área, a automação se espalha pelos departamentos da empresa e os profissionais que entenderem como aplicar em suas rotinas irão se destacar rapidamente. É sobre fazer mais e da melhor forma possível.

Quando ouvíamos falar sobre profissões do futuro, sempre imaginávamos novas atividades ou até novos cargos a serem criados, mas hoje, o futuro é sobre adequação do conhecimento do passado com as possibilidades tecnológicas atuais. Todo profissional hoje é um potencial disruptor de si mesmo, para isso deve abrir sua mente na busca de novas tecnologias que melhorem o seu de-

ARTIGO

GUILHERME TAVARES

A Inteligência Ativa é o futuro da análise de dados?

Atualmente, a importância do uso ativo de dados nas organizações é um consenso na comunidade empresarial. Neste sentido, os dados ajudam executivos e gestores a entenderem e melhorarem os processos dos negócios para reduzirem o desperdício de dinheiro e tempo, por exemplo. Hoje, gerir a jornada de dados de maneira eficiente e ágil – desde a coleta até a análise e a geração de insights – é um dos grandes desafios para as organizações que movimentam grandes volumes de informação. Em um momento em que a rotatividade de dados

nas empresas cresce exponencialmente, é preciso ir além das abordagens tradicionais de Business Intelligence.

O valor comercial dos dados está atrelado à capacidade de interpretação de uma determinada situação que essas informações possibilitam. As organizações de hoje precisam de um relacionamento mais dinâmico com as informações: um relacionamento em que os dados reflitam o que está acontecendo no momento. Logo, os dados precisam fluir continuamente em processos e sistemas

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SEGURANÇA EM TECNOLOGIA Nov/2022 - Nov/2023

para que os usuários possam interagir com as interfaces de maneira intuitiva e a qualquer momento. Essa é a proposta da Inteligência Ativa, uma nova abordagem que promete transformar o significado do uso ativo de dados no ambiente corporativo.

O diferencial do dado em tempo real

À medida que a tecnologia evolui em um ritmo extremamente acelerado, os dados estão rapidamente se tornando um recurso indispensável nas organizações. Os consumidores esperam experiências personalizadas em cada ponto de contato, e é praticamente impossível fornecer esses tipos de serviços e produtos altamente direcionados sem os insights derivados de análises necessárias para potencializá-los. Além de aprimorar os esforços de personalização e melhorar a experiência geral do cliente, os dados em tempo real podem ajudar a aumentar a agilidade dos negócios, melhorar o desempenho das equipes e aumentar a eficiência operacional. Todos esses benefícios agora são necessidades para empresas que desejam envolver os clientes de maneira eficaz e crescer.

Dessa forma, os ganhos em assertividade na tomada de decisão são outro tópico fundamental. Do ponto de vista de executivos e gestores, responsáveis por tomarem

e efetiva, incentivando a inovação e o alto desempenho a partir de ações imediatas. Os dados em tempo real reforçam a capacidade de adaptação e resposta rápida à possíveis riscos.

Perspectivas para o futuro da gestão de dados

É esperado que o relacionamento dos negócios com os dados seja cada vez mais intenso nos próximos anos. Afinal, não há caminho de volta para o mundo analógico; a era digital chegou e, com ela, o valor dos dados nas organizações assumiu outro patamar do ponto de vista estratégico. Em breve, o uso ativo de dados se dará em todos os aspectos do negócio, desde a linha de produção até as decisões tomadas pelos conselhos administrativos.

Por fim, a disposição de dados em tempo real nos negócios definitivamente é uma tendência que veio para ficar. Os processos nas empresas modernas precisam ser mais dinâmicos e otimizados, e a tomada de decisão – que constitui um dos principais momentos da gestão de negócios – deve ser cada vez menos motivada pela intuição, e mais pela informação.

A Inteligência Ativa é uma proposta que se aplica perfeitamente à realidade do mercado atual, e não há dúvidas de que os dados capazes de acionarem ações imediatas serão objetos de grande valor analítico no

ARTIGO

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Digitalização de ponta a ponta

Os avanços tecnológicos e a digitalização estão mudando o mundo e o futuro do trabalho. O uso de novas tecnologias abre oportunidades sem precedentes. A conscientização das empresas sobre a importância da digitalização evoluiu nos últimos anos. O ELO ECM Suite é um software ideal para processos transparentes e eficientes em todos os departamentos da empresa. Oferecendo um arquivamento digital controlado,

o sistema é a base para documentos dentro de um processo inteligente. Os usuários encontram rapidamente documentos, dados e informações que podem ser vinculados a fluxos de trabalho, discutidos usando ferramentas de colaboração, e até mesmo utilizar poderosas ferramentas de análise. O ELO ECM Suite pode ser integrado a outros sistemas e ambientes já existentes na empresa. www.elo.com/pt/ecmsuite

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ELO ECM Suite
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NEDYR PIMENTA FILHO

Diretor de Inovação da Provider IT

Omercado de tecnologia vem ganhando grande notoriedade nos últimos anos. Somente no terceiro trimestre de 2022, a área obteve um aumento de 22%, segundo pesquisa do Mercado Brasileiro de TI. Tamanha expressividade gera expectativa em gestores e usuários para os próximos anos. Contudo, esse crescimento deve ser observado de forma cautelosa.

A busca das organizações por soluções disruptivas tem sido alta, mas é importante estar atento para empregar tecnologias que tenham a melhor utilização para as necessidades dos negócios. Isso se essa implementação for realmente o que há de mais estratégico a ser realizado.

Pensando em tendência, se comparado com os mercados maduros, o setor de software tem maior oportunidade de cresci-

mento comparado ao de serviços e de hardware e, embora em ascensão, a demanda de softwares tende a ser muito maior que a oferta, devido à escassez de recursos.

Desafios operacionais

De acordo com o estudo “O relatório do futuro do trabalho”, de 2020, do Fórum Econômico Mundial, 55,4% das empresas entrevistadas afirmaram que encontram lacunas de competências nos profissionais em seus respectivos mercados, devido à dualidade existente no mercado, e isso dificulta a adoção de novas tecnologias. Ao mesmo passo em que a indústria cresce, as ferramentas se alteram, mas nem sempre há profissionais no mercado aptos a desenvolverem essas soluções.

A falta de mão de obra qualificada é um dos principais gargalos identificados nas organizações para trabalhar com tecnologia e desenvolver projetos de Inteligência Artificial (IA), por exemplo. É o que aponta o relatório “O impacto e o futuro da Inteligência Artificial no Brasil”, realizado pelo Google for Startups, em parceria com a Associação Brasileira de Startups e a Box1824. Os dados revelam que 57% das empresas que participaram da pesquisa acreditam que o déficit de colaboradores qualificados é o que mais prejudica o desenvolvimento da IA no país.

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ARTIGO
O que esperar do mercado de tecnologia para diferentes segmentos em 2023

A TIVIT

os seus processos

Gestão da informação com automação, segurança e praticidade. Se você quer esse nível de eficiência para os seus negócios, a solução de ECM da TIVIT é a resposta.

A pesquisa ressalta, ainda, que 41% dos entrevistados acreditam que educar e conscientizar o mercado sobre Inteligência Artificial é o melhor caminho para o futuro da tecnologia no país.

O que está em ascensão no mercado de tecnologia

Mesmo diante da escassez de profissionais, existem tecnologias a serem destacadas para 2023. As áreas de desenvolvimento e geração de código devem crescer muito, tanto para a integração de sistemas legados, como para a construção dos sistemas próprios. Para acompanhar essa tendência, é importante investir no desenvolvimento de várias linguagens, bem como capacitar o time para o trabalho.

Outra área que possui grande potencial é a de LOW CODE, a ser explorada para ganho de produtividade no atendimento das necessidades urgentes do cliente. Exemplo disso é o emprego do RPA (Robot Process Automation), que aumenta a velocidade das entregas com pouca complexidade, aproveitando o que já existe em determinado ambiente.

mercado terá cada vez mais capacidade de entregar produtos realmente adequados aos consumidores.

Já no setor de seguros, as utilizações de IOT (Internet das Coisas) e dos próprios smartphones, são as principais expectativas para 2023. Isso fará com que a cobrança do prêmio (valor pago pelo segurado à seguradora) seja mais precisa para o item assegurado, trazendo maior economia para os segurados e mitigando o risco para as seguradoras.

Por outro lado, para o mercado de educação, espera-se a utilização de experimentação ou processos elaborados de exposição de conteúdo, com o intuito de ampliar a captação de novos alunos para as instituições, bem como aprimorar a experiência dos estudantes.

Planejar para implementar

As tendências geram expectativa e, às vezes, muita entropia, uma vez que as empresas nem sempre estão prontas para este tipo de movimentação. Para ter a capacidade de se adaptar às novas tecnologias, é preciso criar uma arquitetura para este fim, a partir de uma cultura de mudança adequada. Ou seja, o planejamento é o que permitirá a tão almejada flexibilidade de adaptação ao que

ARTIGO

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