OLERICULTURA Mercado crescente
Ano: I Número 1 R$ 9,50
APICULTURA Um negócio muito bom Com mercado cada vez mais crescente, a apicultura é hoje uma das principais fontes de renda da agricultura familiar no Tocantins. há famílias com ganho de até R$ 3 mil por mês. O custo de implantação e manejo é baixo
entrevista: Olímpio Mascarenhas
Uma revolução no cerrado
brasileiro ANTÔNIO OLIVEIRA
ESPECIAL
Ferrovias, hidrovias, rodovias e aeroportos de cargas vão transformar os cerrados das regiões Centro, Norte e Nordeste do Brasil na principal mola propulsora da logística brasileira. Mais do que isto, vai incrementar a produção agropecuária e a agroindústria. Só de plantas de etanol, estão previstos mais de 40 ao longo da Norte-Sul. É o novo Brasil que surge onde antes era “o nada” e hoje caminha para ser um dos celeiros da humanidade. Fizemos um completo Raio X desta nova realidade e o publicaremos, em caderno especial, na nossa próxima edição.
Um das centenas de projetos de irrigação no oeste da Bahia para a produção de café, frutas, grãos e sementes
Que deixem o desenvolvimento fluir Regiões têm tudo para transformar o Brasil numa super potência
Antônio Oliveira
A
crescente demanda mundial por alimentos, fibras e bioenergia fez dos Cerrados da Bahia (oeste do Estado), Maranhão, Piauí (região sul destes estados) e Tocantins – o que nós aqui de Cerrado Rural chamamos de BAMAPITO e não só MAPITO, como denominam muitos no Brasil, esquecendo-se que o oeste da Bahia está, também, inserido neste contexto -, nas últimas duas décadas, alvos de grandes investimentos nacionais e internacionais para a produção agropecuária e agroindustrial. São, aproximadamente, 20 milhões de hectares formados por terras planas, o que facilita a mecanização, e condições edafoclimáticas que propiciam a introdução e cultivo de diferentes culturas agrícolas e pecuárias. Não só grandes grupos nacionais estão presentes nestas regiões, principalmente nos Cerrados da Bahia, mas também produtores e agroempresas internacionais. Entre estas, destacam-se empresas com faturamento anual entre R$ 100 milhões e R$ 300 milhões, como
SLC Agrícola, Multigrain, Bunge, Cargil, Amaggi, Louis Dreyfus e ADM, que estão presentes em quase todo o BAMAPITO. E novos grupos, de todas as partes do mundo, estão chegando, como é caso do Pallas International, que pretende adquirir entre 200 mil e 250 mil hectares de terras no oeste da Bahia. Este grupo, formado por investidores chineses, quer plantar grãos para exportação e, ainda, produzir bioenergia. O potencial destas quatro regiões é tão grande que chegou a surpreender os Estados Unidos. Preocupados com a concorrência com o Brasil na produção de grãos, o Departamento de Agricultura daquele país, fez, há anos, uma pesquisa sobre a capacidade produtora rural das terras brasileiras e chegou à conclusão que o BAMAPITO se constituirá na maior região contínua de produção de alimentos, fibras e biomassa no mundo. Uma verdade que se tornou bem visível nos últimos anos. Só para se ter uma idéia, somente no oeste da Bahia, o PIB gerado pelo agronegócio é de mais ou menos R$ 3 bilhões e a produtividade e qualidade de produtos como soja e algodão nesta
região são as mais altas de todo o Brasil. Juntas e com desenvolvimento livre dos obstáculos da logística, essas regiões podem transformar o Brasil num grande celeiro e numa superpotência econômica mundial. Entretanto, as quatro regiões são carentes de infraestrutura, como logística. Contudo, mesmo que, a toque de caixa, iniciativa privada e os governos federal e daqueles estados estão desenvolvendo projetos que vão melhorar as condições de produção e escoamento, integrando essas regiões, por sistemas multimodais, aos principais centros consumidores nacionais e internacionais. Os mais beneficiados por esses projetos são o Tocantins e o oeste da Bahia, principalmente com a construção das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste. A primeira vai ligar os portos do Litoral Norte às regiões Sul e Sudeste do Brasil, cortando todo o Tocantins, de norte a sul e, a segunda, ligando o Litoral baiano à Ferrovia Norte-Sul, no sul do Tocantins. Acentuando seu compromisso e afinidade com este contexto, Cerrado Rural fez um Raio X deste panorama. Veja nas páginas seguintes. ABRIL 2011 |
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A REVISTA DO CERRADO BRASILEIRO A REVISTA DO CERRADO BRASILEIRO
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carta do editor
sumário CAPA APICULTURA Produtores familiares faturam até R$ 3 mil na apicultura
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OLERICULTURA Olericultura de chão e por hidroponia tem mercado garantido
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SANIDADE Inspeção unificada facilita comercialização de produtos 5 SUSTENTABILIDADE Resíduos tóxicos da mandioca viram adubo e defensivos
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SEÇÕES Entrevista Aconteceu Faça você mesmo Curiosidades
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O Editor-geral: Antônio Oliveira RP: 474/70
E-mail: revista. agrofamiliar@hotmail.com
Diretor comercial: Quintino Castro
Em breve retomaremos nossa estrutura com novas sedes em Goiânia (GO), com nosso foco voltado para Goiás; e Palmas (TO), voltado para Tocantins, oeste da Bahia e sul do Maranhão.
PROJETO GRÁFICO Dóda Design dodadiagramador.com.br Agrofamiliar tem foco jornalístico e circulação voltados para os cerrados da Bahia (região oeste), Maranhão (região de Balsas), estados de Goiás e Tocantins. Nós demais estados circulam por meio de assinaturas e dirigida. Publicada por Cerrado Editora Comunicação e Marketing Ltda. OBSERVAÇÃO RELEVANTE: Cerrado Editora está em processo de reestruturação e está instalada provisoriamente à Avenida Armando de Godoy, quadra 25, nº 9 – Setor Negrão de Lima – Goiânia-GO Cep.: 74.650-010
Telefones: (063) 9223-4637 (Comercial) (063) 8103-7961 (Jornalismo Tocantins) (062) 8137-2538 (Jornalismo Goiás) (062) 9341-4137 (Administração)
Bons vizinhos
do, delimitado, porém lá, amigos e amigas, Mas, como lutamos acessível, receptivo pequenos produtocontra várias mutuamente, bons res rurais! É com imenso adversidades vizinhos. É um tipo prazer que voltamos estruturais, humanas de publicação rara no com esta segunda ediBrasil, mas funcional ção de Agrofamiliar, um e de mercado e que reduz muito os projeto concebido para publicitário, resolvemos custos, sem perder ser uma revista indepenunir o útil ao agradável público e objetivos. dente e voltada ao uniNesta edição, verso daqueles que são como na anterior e responsáveis pela maior nas futuras, assuntos parte do que o povo brasileiro come no café da manhã, no almoço, de grande interesse do pequeno produtor, como o crescimento da olericultura no jantar e em outras refeições intermediária. Na primeira edição, a título de em Tocantins; o projeto de unificação experiência, a encartamos numa edição do serviço de inspeção sanitária; o merde Cerrado Rural Agronegócio, com cado cada vez melhor para a apicultura; vistas separá-las tão logo fosse possío uso de resíduos tóxicos da mandioca vel. Mas, como lutamos contra várias na adubação de culturas,etc. Na entrevista da edição, o entrevistaadversidades estruturais, humanas e de do é o presidente do Instituto de Desenmercado publicitário, resolvemos unir o volvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), útil ao agradável: agricultura familiar e Olímpio Mascarenhas. Ele fala não só de empresarial sempre foram dois ramos de suas metas, não só para o desenvolvifundamental importância nos setores de mento da agropecuária familiar, mas para produção de proteínas vegetais, animais, o bem-estar, o desenvolvimento social grãos, fibras e biomassa, e cada vez estão daqueles que fazem este segmento. se dando as mãos, certos que os dois É isto ai. Leia, faças suas consideratêm objetivos comuns: como produzir, ções e nos ajude a fazer cada vez melhor. vender, lucrar, alimentar animais e seres Sugira, critique. humanos; gerar empregos e rendas. Desta forma, optamos por fazer uma 2 em 1, (Antônio Oliveira Editor-geral) com cada qual tendo seu espaço definiOUTUBRO/NOVEMBRO 2011 |
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Olericultura
Na terra ou na água, tudo fresquinho e saudável Divulgação
Mercado de hortaliças cresce 20% ao ano no Tocantins, movimentando R$ 42 mi/ano ano. Tendência é crescer ainda mais Da Redação
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ada vez mais, produtores familiares das principais cidades do Tocantins, como Palmas, Araguaína, Gurupi, Paraíso e Porto Nacional, investem na olericultura (cultivo de hortaliças). Simplesmente, eles acompanham o rápido crescimento desses produtos no mercado dessas cidades. De acordo com o diretor de Desenvolvimento Rural do Ruraltins (Instituto de Extensão Rural do Tocantins), Valdivino Fraga, esse segmento tem registrado um crescimento considerável, tornando o Estado auto-suficiente na produção de hortaliças folhosas. Ainda de acordo com ele, em 2008, a área plantada no Estado era de 185 hectares (ha), no ano seguinte subiu para 385ha e, em 2010, chegou a 397ha, média de 20% de crescimento anual. Maioria dessas hortaliças é comercializada diretamente com supermercados e em feiras livres. Genivaldo de Sousa Santos é um desses pequenos produtores dedicados a olericultura. Em uma área de meio hectare (o equivalente a 5 mil m²), no entorno de Palmas, capital do Tocantins, ele cultiva alface, cebolinha, rúcula, couve e coentro. Levantamento feito pelo Ruraltins aponta que tudo o que ele produz tem as feiras livres e supermercados da Capital como destino. “Estou no ramo há quatro anos, daqui retiro o sustento da minha família e gero mais dois empregos diretos e obtendo uma renda mensal de 7 salários mínimos”, disse ele ao órgão que lhe dá assistência técnica. Assim como Genilvado, mais 970 olericultores estão produzindo nos chamados cinturões verdes das principais cidades do Tocantins, movimentando recursos da ordem de R$ 42 milhões todos os anos, gerando 2 mil postos de trabalho direto e cinco mil indiretos.
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A hidroponia é uma fonte de renda com futuro promissor na agricultura familiar
TECNOLOGIA
O cultivo de hortaliças no Tocantins é feito não só pelo método tradicional – na terra. Mas também pela tecnologia da hidroponia – plantio na água, tendo tubos de PVC como base. É o caso do olericultor Rogério Cortazio, de Palmas. Há seis anos ele deixou o Rio de Janeiro para investir na capital palmense e sua opção foi pela olericultura, por meio da hidroponia, implantada graças aos recursos conseguidos junto ao Pronaf, conseguido por meio da assessoria do Ruraltins. A princípio, investiu em três estufas. Hoje são 22 produzindo mais ou menos mil pés de hortaliças entre cheiro verde, alface e agrião por dia. Sua produção, de acordo com ele, abastece três grandes supermer-
cados e feirantes de Palmas, bem como alguns supermercados de Paraíso, a 65 quilômetros da Capital. “Hoje, o volume de negócios é de R$ 35 mil por mês”, afirmou. Com um mercado em franca expansão, o Ruraltins, conforme explica sua diretoria, se coloca cada vez mais a disposição desses pequenos produtores por meio do Programa Quintal Verde, que atende hoje mais de 70 mil pessoas que cultivam horas escolares, caseiras, comunitárias e comerciais. “Nossa meta agora é incentivar o plantio orgânico, procurando melhorar a qualidade de vida dos agricultores e consumidores, um público cada vez mais exigente”, disse um dos engenheiros agrônomos do Ruraltins, Emanoel Soares Santana.
Inspeção
Circulação desburocratizada Governo Federal quer facilitar comercialização de produtos de origem animal da agricultura familiar entre estados e municípios. Medida é esperada há muito tempo Da Redação
presidente Dilma Rousseff quer pressa na efetivação do Sistema Único de Atenção à Sanidade Animal (Suasa), como forma de se acabar com a burocracia que impede a comercialização de produtos de origem animal da agricultura familiar entre municípios e estados. De acordo com ela, há dificuldade no diálogo entre essas unidades da Federação para que o agricultor de uma região possa vender seu produto para outra localidade. “Há muita burocracia na fiscalização”, disse. “Isso acontece por causa da preocupação com a segurança e a qualidade de alimentos como presunto, queijo, mel, leite e geléias”, afirmou ainda. Para a presidenta, isto acontece porque a fiscalização é feita separadamente pelos estados, municípios e também pelo governo federal. Ainda de acordo com Dilma Rousseff, o Suasa ainda não está funcionando bem, porque falta criar as normas que sejam comuns e respeitadas por todos estes governos. “Nós demos um prazo para que um grupo de trabalho elabore essas normas. Quando elas forem aprovadas, o Suasa passa a valer”, frisou. Decreto ( 5.741) instituindo o sistema, chamado “SUS da agropecuária”, foi assinado por ela no dia 30 de março e transfere, do Ministério da Agricultura para instâncias inferiores (estaduais, municipais ou regionais), a execução de atividades de sanidade agropecuária. A adesão ao programa, que é voluntária, ainda é pequena, segundo o MAPA. De acordo com o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira, “uma das vantagens do Sistema é que o próprio município ou um consórcio de municípios pode solicitar a equivalência”. Além disso, ele continua, após obter reconhecimento numa categoria – carne bovina, por exemplo – fica mais fácil estender o selo para outros produtos . ADESÃO Há dois tipos de adesão ao SUASA: ind ividual, no qual cada município solicita sua adesão e a coletiva. Por meio deste, de acordo com o MAPA, é que a estrutura de serviço
Divulgação
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Com o suasa, a inspeção de produtos de origem animal será unificada
(equipe técnica de inspeção, veículo, computador, telefone e sala de trabalho) pode ser a mesma para todos os municípios que fazem parte do consórcio e os custos podem ser divididos entre eles. Os municípios que optarem pelo consórcio devem primeiro criar o seu Serviço de Inspeção, individualmente, por meio de lei municipal e de regulamento, para depois estruturar e executar o serviço em conjunto.
Serviço Para mais informações, os interessados devem buscar a secretaria ou qualquer outro departamento de agricultura de sua cidade ou acessar o site www.mda.gov.br/portal/saf/ programas/suasa/23119. Há dois links onde se pode acessar o documentador sobre o Sistema e a cartilha explicativa do programa.
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entrevista Olímpio Mascarenhas
“Sem bem-estar social, não há desenvolvimento econômico” D
inamizar um órgão criado para levar os conhecimentos técnicos ao pequeno produtor, mas que, segundo ele, encontra-se emperrado, como também promover o bem-estar social, são compromissos que o novo presidente do Ruraltins (extensão rural do Tocantins), Olímpio Mascarenhas dos Reis assumiu ancorado na sua experiência de produtor rural e administrador de empresa com habilitação rural. “Primeiramente, nós temos que ter alta-estima. A promoção social é de fundamental importância. Todos nós temos que estar bem emocionalmente, socialmente, enquadrados neste processo para que nós possamos pensar grande e podermos realizar grandes sonhos”, disse ele, em entrevista a Agrofamiliar, numa demonstração que seu foco está baseado na aliança entre desenvolvimento rural com a promoção social do homem do campo.
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Cerrado Rural – Quando assumiu esta autarquia, qual foi o panorama que o senhor teve da agricultura familiar no Tocantins e da situação deste órgão no atendimento a este setor? Olímpio Mascarenhas - A agricultura familiar tem um grande potencial para a geração de renda, abastecimento do mercado e para que as pessoas possam ter produtos de melhor qualidade. Ela é de fundamental importância e, para isto, depende das políticas públicas para que nós possamos desenvolver uma assistência melhor ao segmento. Em relação à condição do órgão, nós o pegamos de certa forma desestruturado, com uma frota deficitária e a existente sucateada. O atendimento feito, nos últimos anos, foi de forma ineficiente. E nós precisamos reestruturar o órgão para que ele possa realmente prestar um serviço de excelência à altura do que os agricultores familiares precisam para que possam estar mais bem preparados para girar riquezas, produção para atender ao mercado em
“Precisamos reestruturar o órgão para que ele possa prestar um serviço de excelência no campo”
quantidade e com qualidade. Isto é de fundamental importância, além das questões de promoção social que é, também, função do Ruraltins. CR – Presidente gostaria que o senhor narrasse como é que está, atualmente, a situação do pequeno produtor rural do Tocantins. Ele está se enquadrando no novo conceito de agricultura familiar, ou seja, que ela também é agronegócio? Isto sempre foi preconceito. Quando se falava em agronegócio na agricultura familiar, seria o mesmo que comprar uma briga. Porém, felizmente, no Brasil, agricultura familiar e empresarial está se unindo. Como é que o senhor sente este comportamento no Tocantins? Olímpio Mascarenhas - O agronegócio não mede tamanho. Ele é do pequeno, é do mini e é do grande. E cada um tem sua função, tendo espaço para todos. Dentro da agricultura empresarial, que é a grande agricultura, responsável pela balança comercial, temos a geração de produtos para exportação. E, enquanto esta agricultura gera para exportação, para o aumento de divisas na balança comercial brasileira, a agricultura familiar se responsabiliza por 80% do abastecimento do mercado interno. Então, é de fundamental importância esta conscientização do produtor, de ele estar ciente de que é um produtor, que faz o agronegócio. E nós temos que conscientizá-lo mais de que ele é um empreendedor. O empresário não é só aquele que tem uma loja urbana, não. O pequeno produtor é um empresário lá no meio rural e na sua atividade e às vezes ele tem um patrimônio bem maior que muitos empresários do mercado urbano. Então, esta conscientização é
de fundamental importância para que ele se sinta empreendedor, porque empresário é aquele que empreende e na sua atividade, lá na zona rural, ele é um empreendedor. Nós podemos considerar que, em determinadas atividades rurais, pequenas áreas geram grandes riquezas, ao contrário de grandes áreas que, às vezes, são improdutivas. Por exemplo: conheço um pequeno produtor que tem onze hectares e nestes produz o equivalente a 1.5 mil bois/ano. Então, o mais importante não é o tamanho da propriedade, mas sim o tamanho do empreendimento. CR – Qual a posição que a agricultura familiar ocupa hoje na segurança alimentar do tocantinense? Olímpio Mascarenhas – Hoje, 70% da produção alimentar no Estado são gerados pela agricultura familiar, que abastece o mercado interno. E digo mais: a agricultura familiar é responsável pela segurança alimentar, tanto é que, dentro desta atividade, temos os programas que são o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), o conhecido “Compra Direta”, no qual o produtor pode produzir e comercializar até R$ 4 mil reais/ano com os governos (municípios e estados). Além disto, nós temos o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos da Merenda Escolar que determina que 30% das compras da merenda escolar terão que vir da agricultura familiar. Então, isto é uma oportunidade que o agricultor familiar tem. Além disto, nós temos o mercado convencional que ele tem que abastecer. CR – O senhor assumiu a direção do Ruraltins com a experiência de ser pós-graduado na área de administração rural. Qual a proposta que o senhor tem para melhorar, incluir melhor o agricultor rural nos mercados tocantinense e nacional? Olímpio Mascarenhas - Primeiramente, nós temos que ter alta-estima e bem estar social, a promoção social é de fundamental importância. Todos nós temos que estar bem emocionalmente, socialmente, enquadrado neste processo para que nós possamos pensar grande e podermos realizar grandes sonhos. Então, esta é
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Ruraltins/Divulgação
a questão da promoção social. Nós precisamos interagir, porque fazemos parte do universo, não somos indivíduos que agimos isoladamente. Estamos dentro do contexto. Então, dentro deste universo, todos nós somos iguais, cada um tem as suas atribuições, e o pequeno produtor tem que estar consciente disto. E a nossa proposta de governo, do governador Siqueira Campos, o de garantir a segurança alimentar das pessoas, a geração de renda, a melhoria da qualidade de vida, a redução da pobreza. Então, como fazermos isto? Somente através de espírito para isto e termos condições para que possamos desenvolver melhor, estarmos bem para desenvolver nossas atividades. A família como um todo, deve estar bem. Isto passa pela promoção social. CR – O que o senhor destacaria como principais propostas na sua gestão, na área da extensão rural e da promoção social? Olímpio Mascarenhas - A assistência técnica de qualidade. Precisamos capacitar mais os nossos técnicos; ampliar o nosso contingente de técnicos, porque hoje nós temos um corpo técnico ainda pequeno para atender a demanda que é grande no estado do Tocantins justamente por causa de sua própria vocação que é a agropecuária. E neste processo nós temos que ter técnicos suficiente e capacitados para desenvolvermos essas tarefas. Dentro da parte social, nós temos a transversalidade da integração, da diversificação da parte produtiva, que vão desde o artesanato a parte cultural e a parte produtiva em si. Enfim, propomos a diversificação das alternativas do meio, para que as pessoas se sintam realmente como peças importantes neste processo da construção social dos indivíduos, quer seja do campo ou da cidade. CR – Presidente, o Tocantins tem quatro, cinco projetos de irrigação, onde a agricultura familiar é priorizada. Entretanto, em governos passados, o Ruraltins esteve fora deste contexto por equívoco administrativo. E, agora, como o órgão vai agir, na extensão rural, junto a esses projetos de irrigação? Olímpio Mascarenhas -Dentro da competência do Ruraltins, ele está sendo estruturado para atender, como frisei anteriormente, com técnicos especializados, capacitados nas mais diversas áreas, que passam, como já falei, desde a promoção social, da parte ambiental, na parte operacional dos projetos, da execução dos projetos. E, também, para atender os projetos de irrigação, os projetos de piscicultura, apicultura, agricultura, olericultura, etc. Então, são os mais diversos projetos, linhas de segmentos que nós temos que ter, numa ação muito forte, uma ação de governo, para que realmente o Ruraltins possa se desenvolver, a contento, atendendo as necessidades dos produtores, nos mais diversos segmentos.
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O produtor rural e sua família têm que estar bem para produzir. Este também é um compromisso do ruraltins, a extensão social”
CR – Veja bem: para ter acesso a financiamentos do governo federal, no caso do Pronaf, por exemplo, o produtor rural deve ter um projeto. E o pequeno produtor nem sempre tem dinheiro para bancar um projetista. Qual seria o papel do Ruraltins neste problema? Olímpio Mascarenhas - Exatamente. O produtor deverá procurar a unidade do Ruraltins mais próxima, se orientar junto aos nossos técnicos para que eles possam fazer o diagnóstico e elaborar um projeto, discutindo desde a viabilidade, porque os nossos técnicos alem de elaborar um projeto, ele será o responsável pela condução, pelo acompanhamento do projeto. Então, isto é muito importante. O produtor que tem essa necessidade deve buscar o Ruraltins para que ele possa discutir com os nossos técnicos as sua propostas, as suas idéias e saber se realmente o seu projeto é viável para que ele possa ser elaborado, para que ele possa ser aplicado e assim fazer alguma inserção social no individuo, através desses mecanismos de geração de empregos e renda. CR – Outro obstáculo da agricultura familiar é a questão da inspeção. Tem inspeção estadual e tem inspeção federal. É preciso unificação e o governo federal tem, em desenvolvimento, um programa para isto (o Suasa – Sistema Unificado de Atenção a Unidade Agropecuária), para que o produtor rural de um estado tenha acesso à venda em outro. Como é que o senhor vê este projeto e qual seria a participação do Ruraltins? Olimpio Mascarenhas - É preciso uma política pública específica para a agricultura familiar. E nós já estamos em discussão com
a Secretaria de Agricultura, com a Adapec (órgão de defesa sanitária do Estado), com Vigilância Sanitária, elaborando uma proposta que possa ser germinada lá ma base, em cada município do Estado, até chegar em nível de Estado, com uma política definida específica para a agricultura familiar. Porque o tratamento dado a uma grande indústria frigorífica é diferente do que deve ser dado a uma pequena atividade lá da agricultura familiar. Então, a legislação, hoje, trata todos nivelados num mesmo patamar. Por isso que deve haver um diferencial para que esses produtores, essa agroindústria possa desenvolver e prosperar junto ao mercado, através das comunidades envolvidas. CR – Por falar em agroindústria, presidente, em várias regiões onde se produzem frutas, a exemplo da região de Miracema/ Miranorte, às vezes se perde muitas frutas, por falta de uma agroindústria na região. Como o senhor pretende resolver este problema, ou seja, agroindustrializar o excedente que é vendido na forma in natura? Olímpio Mascarenhas - Isto é uma questão de políticas públicas que passa desde a SIC (Secretaria de Indústria e Comércio), pela própria Seagro (Secretaria de Agricultura), por nós, que estamos envolvidos num processo, fazemos parte dessa cadeia, apesar de que a nossa atribuição maior é a extensão rural, que é aquela educação da parte produtiva, da parte sócio-cultural, sócio-econômica, da extensão em rural em si. Mas isto daí é um projeto que nós temos que trabalhar assim de forma afinada com os demais órgãos envolvidos no processo. Não é uma política exclusiva do Ruraltins.
Aconteceu
Estagiários a serviço do pequeno produtor Divulgação
Convênio vai permitir que pequenos produtores de soja para o biodiesel tenham assistência técnica no controle de pragas
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Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Goiás (Fetaeg), Embrapa, o Centro de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf) e o Instituto Federal Goiano (IFG), tornaram-se parceiros num projeto que visa possibilitar maior aplicação das tecnologias do Manejo Integrado de Pragas (MIP) na Agricultura Familiar. Por meio deste convênio, os estudantes do IFG dos Campi de Ceres e Morrinhos poderão participar do programa de estágio em comunidades rurais que têm como base de sua produção a agricultura familiar. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o objetivo deste programa é o de viabilizar maneiras para que o conhecimento em MIP não se restrinja ao âmbito acadêmico, mas seja expandido para as áreas onde há o cultivo de soja com vistas à produção de biodiesel. Para o secretário de Política Agrícola da Fetaeg, Antônio Borges Moreira, a correta aplicação das técnicas de MIP possibilita a diminuição do custo para os agricultores de soja. “Por meio das técnicas de Manejo
Controle de pragas em soja de lavoura familiar, será feito por estagiários
Integrado de Pragas, há uma diminuição de aplicação de agrotóxicos nas lavouras, gerando uma consequente diminuição dos custos de produção”, diz. Ele acrescenta que “isso proporciona nas comunidades rurais um impacto ambiental, social e econômico positivos.” A responsabilidade pela capacitação técnica das instituições de ensino, dos sindicatos e das cooperativas agrícolas estão a cargo da Embrapa. Já para a Fetaeg coube a função de articular junto aos sindicatos de trabalhadores na agricultura a viabilização do projeto. Ainda de acordo com Antônio Borges Moreira, o programa visa ainda fortalecer em Goi-
ás o Programa Nacional para a Produção e uso do Biodiesel. “Melhorias no MIP na produção de soja vão permitir maior lucratividade ao agricultor. Esse é um dos principais objetivos da parceria”, pontua. Além dos estagiários, os Campi envolvidos vão disponibilizar Unidades Técnico-demonstrativas (UTDs) dentro das faculdades do IFG e em propriedades rurais. Cabe à Cecaf articular o trabalho junto às cooperativas. A Delegacia Federal do MDA em Goiás e a coordenação do Projeto Pólos de Biobiesel deste Ministério também participam deste projeto. (Com assessorias de imprensa da Fetaeg e MDA)
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Sustentabilidade
Manipueira é ótimo fertilizante Prejudicial ao meio ambiente, a manipueira, líquido resultado da prensa da mandioca pode gerar produtividade de até 80% em relação aos adubos químicos Antônio Oliveira*
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agroindústria, sobretudo na pequena produção, por falta de recursos para reciclar resíduos, é uma das maiores fontes de poluição do meio-ambiente. Na agricultura familiar, que tem a cultura da mandioca e seu processamento para o fabrico de farinha ou fécula, o problema chama-se manipueira, ou tucupi, como é chamado no Pará, um dos maiores produtores desta raiz. É o líquido que resulta da prensa da mandioca e contem ácido cianídrico, na proporção de 250mg/kg. Despejado no meio ambiente, principalmente em mananciais, e com vazão para o lençol freático, os estragos são grandes. Mas há como fazer deste “limão uma limonada”. Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Amazônia Oriental, de Belém (PA), revelam que a manipueira pode se constituir num excelente adubo orgânico, inclusive foliar, para adubar a própria mandioca, proporcionando uma produtividade entre 60% e 80% superior a adubação química disponibilizada no mercado de insumos agrícolas. Devidamente processada, a manipueira apresenta altos percentuais de uréia, superfosfato triplo, cloreto de potássio, carbonato de cálcio e sulfato de magnésio, que podem ser aplicado não só na adubação da mandioca, como de qualquer outra cultura. Não processada, o resíduo é potente pesticida e excelente base para a fabricação de vinagre e sabão. Como adubo, a Embrapa Amazônia Oriental ensina que a manipueira deve passar por um tratamento prévio, por meio da fermentação antes de sua adição ao solo para reduzir
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Produtividade da mandioca é de até 80% com a fertilização por meio da manipueira
sua carga orgânica, evitando que a fermentação ocorra na rizosfera, “o que pode ocasionar a morte das plantas”, dizem os pesquisadores Sônia Maria Botelho, Marli Costa Poltronieri. Ainda conforme eles, isto só é possível após 10 a 15 dias de fermentação anaeróbica, que reduz drasticamente a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), estabilizando-a em 50% de seu valor inicial. O líquido deve ser
processado em recipientes abertos – caixas d´água de fibra de vidro, tambores de plástico, ou tanques de concreto, por exemplo, com agitação diária ou a cada dois dias (fermentação mista), para permitir a liberação de gazes, especialmente do ácido cianídrico e a diminuição da carga orgânica. Sem estes procedimentos, nem tente usar a manipueira como adubo.
Como usar em três necessidades Já para a aplicação deste adubo orgânico, a orientação é do Sebrae. FERTILIZAÇÃO DE SOLO, o produto dever ser usado na proporção de 1 por 1, ou seja, um litro de manipueira para um litro de água. Aplicar a diluição na quantidade de 2 a 4 litros por metro de sulco de cultivo,
deixando o solo descansar por oito a mais dias após a aplicação. Para a semeadura deve-se revolver bem o solo. FERTILIZAÇÃO FOLIAR , recomenda-se o uso na diluição de 1 litro de manipueira, para 6 ou mais litros de água. Pulverizar as folhas das culturas com o líquido diluído.
Composição da manipueira Uréia (45 % N) 10.719 4.226 7.761 Superfosfato triplo (45 % P2 O5) 4.860 3.676 2.395 Cloreto de potássio
(60 % K2O) 8.733 4.761 8.564
Carbonato de cálcio (50 % CaO) 761 634 606 Sulfato de magnésio
(16 % MgO) 8.832 5.564 5.930
Serviço Fazer uma aplicação por semana – mínimo de seis semanas e máximo de dez semanas. PESTICIDA, Enquanto pesticida, a manipueira deve ser aproveitada nas primeiras 24 horas após a sua produção. De acordo com o Sebrae, ela pode ser usada pura ou diluída.
Informações mais detalhada o leitor pode acessar os seguintes sites: http://www.slideshare.net/verzinho/cartilha-manipueira-3975761 http://www.cpatu.embrapa.br/servicos/consultorias/uso-da-manipueira-como-adubo-organico-para-o-cultivo-da-mandioc * Com informações da Embrapa Oriental e Sebrae.
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Cerrado Rural/Arquivo
Faça você mesmo
Criação de frango caipira melhorado Rústico, porém produtivo, esta raça é uma excelente alternativa econômica para a agricultura familiar
Da Redação
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esultado de mais de vinte anos de melhoramento genético, o frango caipira melhorado é uma boa alternativa entre o frango de granja e o caipira comum, o chamado pé-duro. Se o de granja tem como vantagem atingir em pouco tempo – entre 30 e 45 dias – peso ideal para abate, tem como desvantagem ter carne de sabor e consistência bem inferiores ao caipira ou pé-duro; é mais vulnerável a doenças e maior custo de produção. Já o caipira ou pé-duro, até antes do desenvolvimento do frango caipira melhorado, tinha muita procura, devido ao seu sabor e carne consistente, porém, tempo para abate bem mais longo – entre 4 e 5 meses-, pouca oferta. Era disputado, principalmente em feiras-livres e a um preço pouco acessível. Entre um e outro está o frango caipira melhorado, desenvolvido pelo professor Christian Grandsire, a partir de cruzamentos de diversas raças, entre as quais o índio, raças européias e, principalmente, o caipira comum, o pé-duro. Entre o rústico e o precoce, está pronto para
ser abatido aos cinco meses. Não tem o mesmo sabor proporcionado pelas aves que lhe deram origem, porém é bem mais produtivo e menos suscetíveis a doenças, o que garante a grande oferta e preços mais acessíveis para o consumidor. Outra vantagem é que pode ser criado entre a ração balanceada e no pasto, deixando-o mais livre de farmo-químicos. De acordo com a empresa Pravel, especializada em avicultura e idealizadora do caipira melhorado, a diferenciação deste pode ser avaliada por sua fertilidade: a produção de ovos é maior e a proporção ao choco é menor; produz mais tempo, portanto é mais prolífero e o resultado econômico é melhor. Com maturidade sexual próxima dos 5 meses – idade do abate -, o caipira melhorado apresenta menor consumo total de ração no período e, com isso, a conversão alimentar melhora. Essa conversão é a relação do consumo total de ração e o peso vivo do animal. O caipira melhorado converte em média 3,4kg de alimento em 1kg de peso vivo. Em síntese, há muita procura pelo frango caipira. Invista, mas com planejamento, e te- nha bons retornos.
Serviço Idade de abate:
5
meses Alta persistência de postura:
220
ovos por ano Baixa propensão ao choco Alta fertilidade
As instalações para a criação do frango caipira melhorado devem ser simples e funcionais, praticamente no mesmo padrão das usadas para a criação do pé-duro, usando recursos naturais disponíveis nas propriedades rurais, tais como madeiras redondas, estacas, palhas de palmeiras, etc. De acordo com a Embrapa Sistema de Produção, o principal objetivo desse tipo de instalação é oferecer ambiente higiênico e protegido que não permita a entrada de predadores e que ajude a amenizar os impactos de variações extremas de temperatura e umidade, além de assegurar o acesso das aves ao alimento e a água. Esse galinheiro deve ter área útil de pelo menos 32,0 m2, com divisões internas destinadas a cada fase de criação: reprodução (postura e incubação), cria, recria e terminação. Deve ter boa ventilação, luminosidade, dreno, facilidade de acesso e disponibilidade de água. O piso deve ser revestido com uma cama-
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Embrapa
Rusticidade nas instalações
As instalações podem ser rústicas, aproveitando materiais da propriedade
da de palha com espessura entre 5 e 6 cm de espessura distribuída de forma homogênea. Esta forragem pode ser de maravalha ou serragem, palha, sabugo de milho triturado o casca de arroz. Essa cama deve ser removida periodicamente, bem como a desinfecção do aviário com cal virgem. Demais instruções
para a construção completa dessas instalações, o leitor vai obter no site da Embrapa: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/AgriculturaFamiliar/RegiaoMeioNorteBrasil/GalinhaCaipira/instalacao.htm Já para iniciar uma produção, consulte uma unidade de extensão rural mais próxima de você.
curiosidade
O beijo Pouco se sabe sobre a origem do beijo. Estudiosos informam que quatro textos em Sânscrito Védico, escritos na índia por volta de 1.500 a.C., já descreviam pessoas beijando. Mas para esses historiadores, isto não significa que ninguém tenha se beijado antes, nem que os indianos tenham sido os primeiros a se beijar. O poema épico indiano “Mahabharata” descreve o beijo nos lábios como um sinal de afeto e foi transmitido oralmente por milhares de anos antes de ser escrito e padronizado, em torno de 350 d.C. O texto religioso indiano “Vatsyayana Kanmasutram”, ou o “Kama Sutra”, também descreve uma variedade de beijos. Ele foi escrito no século VI d.C. Os antropólogos que acreditam que o beijo é um comportamento aprendido afirmam que os gregos souberam sobre ele quando Alexandre, o Grande, invadiu a Índia em 326 a.C. Não há muitos registros sobre os beijos no mundo ocidental até a época do Império Romano. Os romanos costumavam usar o beijo para cumprimentar amigos e familiares. Os romanos também iniciaram várias tradições relacionadas ao beijo que perduram até
Simpatia Para ter sorte no amor
hoje. Na Roma antiga, os casais ficavam noivos beijando-se apaixonadamente na frente de um grupo de pessoas. Essa é, provavelmente, uma das razões pelas quais os casais modernos se beijam ao final de cerimônias de casamento. Entre os diversos tipos de beijo estão os de língua – o chamado “beijo francês” -, trocado por casais que se amam (hoje, tornou-se vulgar: se beija até sem o mínimo de afinidade ou por prazer momentâneo, e até desconhecidos na prática do “ficar”). O beijo na boca é um gesto atemporal de paixão e romance. Há várias formas e até manuais de como se beijar à francesa. Mas o melhor beijo é aquela que vem acompanhado da paixão, do amor e do desejo aliado a estes sentimentos.
Lendas e folclore brasileiros Negro d´água Uma lenda típica entre ribeirinhos, principalmente da região Centro-Oeste do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já o ter visto. De acordo com a lenda do Negro D´Àgua, ele costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio. Não se há evidências de como surgiu esta Lenda. O que se sabe é que o Negro D´Água só
habita os rios e raramente sai dele e sua função seria amedrontar as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes, dando sustos em pessoas a barco, etc. Suas características são muito peculiares. Ele seria a fusão de home negro alto e forte com um anfíbio. Apresenta nadadeiras como de um anfíbio e corpo coberto de escamas mistas com pelo.
A Cura pelas plantas Poejo contra diabetes Tomar diariamente 1 chávena de infusão de poejo é um ótimo remédio natural para ajudar a controlar a diabetes. Coloque 20g de folhas de poejo numa chávena e cubra com água fervente. Tape e deixe esfriar por 15 minutos. A seguir, coe e beba. O chá pode ser bebida a qualquer hora do dia, mas deve ser tomado preferencialmente após ser feito, para evitar que o poejo perca suas propriedades medicinais.
A diabetes é uma doença que se for devidamente controlada não apresenta grandes riscos para o indivíduo.
Você vai precisar de um pedaço de papel virgem branco. No papel, escreva esta simpatia quatro vezes e distribua para as suas amigas. Quando terminar de entregar os papéis, escreva na sola do pé esquerdo o nome do alvo da simpatia. Pise com força no chão com esse pé, dizendo três vezes: "Debaixo do meu pé eu te prendo (nome da pessoa), eu te amarro (nome da pessoa), eu te mantenho (nome da pessoa), pelo poder das 13 Almas Benditas". Você não deve contar para ninguém o sonho que tiver nesta noite.
Negrinho do Pastoreio O Negrinho do Pastoreio é uma lenda do folclore brasileiro surgida no Rio Grande do Sul. De origem africana, esta lenda surgiu no século XIX, período em que ainda havia escravidão no Brasil. Ela retrata muito bem a violência e injustiça impostas aos escravos. De acordo com a lenda, havia um menino negro escravo, de quatorze anos, que possuía a tarefa de cuidar do pasto e dos cavalos de um rico fazendeiro. Porém, num determinado dia, o menino voltou do trabalho e foi acusado pelo patrão de ter perdido um dos cavalos. O fazendeiro mandou açoitar o menino, que teve que voltar ao pasto para recuperar o cavalo. Após horas procurando, não conseguiu encontrar o tal animal. Ao retornar á fazenda foi novamente castigado pelo fazendeiro. Desta vez, o patrão, para aumentar o castigo, colocou o menino pelado dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o patrão foi ver a situação do menino escravo e ficou surpreso. O garoto estava livre, sem nenhum ferimento e montado no cavalo baio que havia sumido. Conta a lenda que foi um milagre que salvou o menino, que foi transformado num anjo. O Negrinho do Pastoreio é considerado, por aqueles que acreditam na lenda, como o protetor das pessoas que perdem algo. De acordo com a crença, ao perder alguma coisa, basta pedir para o menino do pastoreio que ele ajuda a encontrar. Em retribuição, a pessoa deve acender uma vela ao menino ou comprar uma planta ou flor. OUTUBRO/NOVEMBRO 2011 |
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Apicultura
Doce alternativa de renda Da Redação
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apicultura é a mais nova alternativa de fonte de renda para os produtores familiares do Assentamento Entre Rios, no município de Palmas. A cultura já é explorada comercialmente por 28 das 105 famílias do Projeto (PA) e, de acordo com informações do Ruraltins (Instituto de Extensão Rural do Tocantins), a produção do ano passado foi de oito toneladas do produto. A perspectiva é que neste ano este número suba para 12 toneladas a serem vendidas ao preço de R$ 18,00, dois reais mais que o preço cobrado por litro na safra passada. Até o mês passado maior parte da produção do PA Entre Rios, extraída de 500 colméias, era
vendida para a Prefeitura de Palmas, que a fornece para a merenda escolar da rede municipal de educação. Sob o rótulo “Mel Entre Rios”, e sob a gerência comercial e de distribuição a cargo da Cooperativa dos Apicultores de Palmas, o mel produzido neste Assentamento, terá seu mercado ampliado na capital tocantinense a partir deste mês de novembro, quando da inauguração do entreposto de mel de Palmas e da obtenção do selo de Inspeção Federal. Com esses procedimentos, toda a produção do PA Entre Rios e de outros produtores será beneficiada e processada no entreposto e distribuídos no comércio local. Os apicultores do Entre Rios são responsáveis por 50% do mel produzido no município de Palmas. divulgação
Agricultores de PA faturam até R$ 3 mil reais por mês explorando a apicultura. Atividade busca agora reconhecimento federal e tem mercado garantido
Apicultura rende até r$ 3 mil por mês para pequeno produtor no pa entre rios, em palmas
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Com vistas a agregar mais valores à produção, os apicultores do PA Entre Rios estão investindo em outros produtos derivados da apicultura. Isto ainda em caráter experimental. São xampu, condicionar, sabão, sabonete líquido, creme hidratante e protetor labial. Este experimento está sendo possível depois que a mulheres do PA passaram por um curso de capacitação promovido pela Secretaria do Trabalho e Ação Social do governo do Tocantins. Maior produtor de mel do Entre Rios, Antônio José tem 110 caixas para a criação de abelhas tradicionais. No primeiro semestre deste ano, segundo ele informou para o Ruraltins, processou uma tonelada do produto, a mesma quantidade que planeja colher neste segundo semestre. Sua produção é vendida tanto para a Prefeitura de Palmas, quanto para outros tipos de consumidores por meio da Cooperativa, ao preço de médio de R$ 20. Foram processados também em sua produção cerca de 300 quilos de cera, comercializadas ao preço de R$ 40 o quilo. Sua renda mensal média com essa atividade é, ainda conforme ele, de R$ 3 mil. “A apicultura é a principal fonte de renda da minha família. Os lucros nós já investimos na ampliação do apiário e na aquisição de bens como eletrodomésticos, móveis e motocicleta, além de outros equipamentos para a propriedade”, diz o apicultor. Ele informa ainda que a maior dificuldade que o setor em Palmas enfrenta atualmente é a falta do registro sanitário para a comercialização da produção no mercado, “problema que deve ser resolvido com o início das atividades do entreposto de mel de Palmas”, espera.
divulgação
DIVERSIFICAÇÃO
Como fator agregador de valores, apicultores estão experimentando o fabrico de produtos de beleza
Serviço O investimento num pequeno sistema de produção de mel exige recursos mínimos de R$ 2 mil e pouca mão de obra do produtor. De acordo com Antônio José, este montante é usado na aquisição de dez caixas para colméias, um fumegador, macacão, dez quilos de cera e outros equipamentos de processamento. Este investimento volta já na primeira safra – ciclo de um ano -, que rende entre 200 e 300 quilos de mel. “A atividade não exige investimento alto e o dia a dia é simples. A maior vantagem é o retorno certo e seguro”, ele garante. Mais informação sobre a atividade o interessado deve buscar o órgão de extensão mais próximo. Outra dica é consultar a Embrapa Meio-Norte, por meio do site: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/instalacao.htm Neste link há um material completo sobre implantação, tipos de apiário, técnicas de cultura, sanidade, etc.
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