ENTREVISTA
JÚLIO C. BUSATO: “Nossa meta é
manter o trabalho brilhante da Aiba”
PAGS 8/9
Ano X Número 45 R$ 2,00
O jornal de agronegócio do bamapito
www.cerradoeditora.com
É O OCASO DA
EMBRAPA? Ao completar seus 40 anos – no mês passado - à serviço das pesquisas agropecuárias, que culminaram, principalmente, na viabilidade dos cerrados para a produção de alimentos e em altas produtividades e qualidade de produtos animais e vegetais, poupando desmatamentos, a Embrapa, embora a alta cúpula da empresa não admita, caiu em decadência, por falta de recursos, perca de seus grandes pesquisadores e da ação predadora de algumas multinacionais concorrentes da Estatal, uma delas sua aliada. Uma das evidências deste ocaso é a sua posição, hoje, no mercado nacional de sementes de soja: até 1997, a empresa detinha 70% deste mercado, enquanto a sua aliada, a Monsanto, tinha 12%. Hoje esta tem mais de 50%, enquanto que a Embrapa se contenta com 10%. Um Projeto de Lei que tramitava no Congresso Nacional, apresentado pelo PT, objetiva a abertura de seu capital para iniciativa privada. Movimentos sociais pela terra, como a Via Campesina, viram essa intenção como início de uma privatização e foram para as portas das unidades em todo o Brasil, denunciar e protestar. O Projeto foi abortado. A Embrapa volta a ser o que era? PAGS 10 À 15
CARTA DO EDITOR
Em novo veiculo, mas com o mesmo destino
“O agronegócio não é mais apenas fonte de reportagens especiais para revistas mensais, bimensais, trimestrais, etc. Ele é, hoje, tão dinâmico e factual quanto os fatos políticos, policiais e econômicos”
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epois de quase dez anos circulando no formato gráfico de revista, tendo, como toda atividade econômica, altos e baixos como consequência das adversidades do mercado – sem nunca ter deixado esta chama se apagar e mantendo sua aceitação e credibilidade nos meios agropecuários e agroempresariais dos cerrados da Bahia, Maranhão e Tocantins, com seus reflexos muito além dessas fronteiras -, estamos mudando para o formato jornal-tablóide. Digamos que estamos trocando um meio de transporte de luxo e altamente caro de se manter por outro mais econômico, porém com a mesma carga e o mesmo destino: a divulgação, promoção e integração dos setores produtivos rurais, de pesquisas e de meio ambiente nessas nossas velhas, conhecidas e queridas regiões de muito trabalho para a produção de alimentos, grãos, fibras e biomassa para o Brasil e para o mundo. Essa nossa decisão teve dois motivos: o primeiro, os altos custos para se manter uma revista nesses nossos cerrados – insumos como papel, tintas coloridas e a prestação de serviço na área de impressão gráfica, que andam emperrando revistas de pequeno e médio porte não só aqui, mas em todos os grotões brasileiros onde os investimentos em publicidade ainda são muito pequenos. Segundo: esses custos emperram a agilidade do veículo fazendo com que este não acompanhe a velocidade que o agronegócio brasileiro se impôs nos últimos anos. Ele não é mais apenas fonte de reportagens especiais para revistas mensais, bimensais, trimestrais, etc. Ele é, hoje, tão dinâmico e factual quanto os fatos políticos, policiais e econômicos.
E, em se falando da velocidade da notícia, abaixo da mídia eletrônica – rádio, TV, Web e seus diversos meios -, só o impresso. É neste que estamos indo, focados também na grande rede eletrônica com o nosso site (www.cerradoeditora.com). E o futuro para esse nosso novo meio promete muito, pois nosso produto é muito bom. Esta edição de estréia trás a nossa outra revista, Agrofamiliar, voltada para a agricultura familiar, transformada num Segundo Caderno e com a mesma proposta. Outra novidade é que a partir dos próximos meses, estaremos também com nosso foco na região sul do Maranhão, completando a nossa proposta de cobrir as regiões produtivas de cerrado, conhecida como BAMAPITO. Ambas formam um todo e é alvo das atenções e investimentos do Brasil e do mundo. E são tidas, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos como a maior mesa de produção agrícola do mundo, num futuro não muito distante. Agora vamos ao destaques desta edição: Fizemos um amplo trabalho de pesquisas e consultas sobre a atuação da Embrapa – que completou no mês passado os seus 40 anos de existência - nestes últimos anos que culminaram no seu enfraquecimento e numa proposta – abortada depois, por incrível que pareça, por causa de protestos e alertas de movimentos pela terra, como a Via Campesina -, de abertura de seu capital para a iniciativa privada e a evasão de seus maiores patrimônios: o humano e a parcela de 70% do mercado de sementes de soja no Brasil. A Embrapa vive o seu ocaso? É o questionamento da reportagem especial.
ANTÔNIO OLIVEIRA
Em outras matérias e artigo, abordamos o novo advento da agricultura nos cerrados que vem causando bilhões de reais de prejuízos: a lagarta Helicoverpa, que forçou o Ministério da Agricultura a autorizar a importação de inseticida específico para o seu combate, porém não autorizou o seu registro emergencial. Nossas duas entrevistas, uma do primeiro caderno que é dirigido ao agronegócio, e a outra no segundo, voltado para a agricultura familiar, o presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) fala de suas propostas para a plena continuidade da exemplar atuação da instituição no corporativismo dos meios produtivos da Bahia, mais especificamente do oeste baiano, sua região-sede e de atuação principal. Roberto Sahium, secretário de Agricultura de Palmas, apresenta as propostas de sua Pasta para desenvolver a agricultura e pecuária empresariais e familiares. Uma grande revolução verde está em curso, garante ele. Palmas se prepara para um grande encontro de Comissões de Sementes e Mudas das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Plantar mogno africano está se revelando num bom negócio alternativo e de médio prazo para a agricultura familiar. Isto e muito mais para vocês, leitor e parceiros, que merecem toda a nossa dedicação e fidelidade ao nosso mote: “De cerrado produtivo a gente entende. E gosta.”. Se for simplesmente leitor, faça uma assinatura deste seu veículo; se és empresário do ramo de agronegócio e correlatos, anuncie e assine. Boa leitura. (Antônio Oliveira, editor-geral)
ESTA É UMA EDIÇÃOVITRINE DO QUE SEREMOS DAQUI PARA FRENTE MELHOR AINDA. VOLTAREMOS EM EDIÇÕES QUINZENAIS A PARTIR DE 3 DE JUNHO
EXPEDIENTE EDITOR-GERAL Antônio Oliveira (RP: 474/70) Cerrado Rural Agronegócios tem foco jornalístico e circulação voltados para os cerrados da Bahia (região oeste), Maranhão (região de Balsas) e Tocantins. Nos demais estados circula por meio de assinatura e dirigida. Publicado por Cerrado Editora, Comunicação e Markentig Ltda. CNPJ: 10.683.730/0001-98
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OPINIÃO
A logística da lagarta e os atos inúteis *Eduardo Lima Ponte Esperei alguns dias para avaliar em profundidade a Instrução Normativa do MAPA que anunciou a "permissão" para que produtores possam importar diretamente o Benzoato de Emamectina, supostamente, o único princípio ativo capaz de controlar a Lagarta Helicoverpa armigera. Novamente, o Governo editou uma medida absolutamente inútil. Às vezes me pergunto se essa inutilidade continuada é proposital ou é fruto da mais pura e concentrada incompetência. Na prática, infelizmente, a situação emergencial tende a se agravar porque em termos burocráticos não houve nenhuma mudança concreta. Vejamos o que diz a Instrução Normativa: Art. 2º O interessado deverá apresentar Solicitação de Autorização de Importação ao setor competente da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento - SFA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, da Unidade da Federação, instruído com os seguintes documentos: I - termo de autorização de aplicação emitido pelo Órgão Estadual de Defesa Agropecuária conforme Anexo desta Instrução Normativa; e II - cópia do Licenciamento de Importação (LI). §1º O interessado deverá incluir em campo próprio do LI a observação de que se trata de produto para aplicação emergencial e o número do Termo de Autorização emitido pelo órgão estadual de defesa agropecuária, nos termos da Instrução Normativa nº 13, de 2013. §2º Para efeito de registro do LI, o produto deverá ser enquadrado na NCM 3808.9199. Art. 3º Para os efeitos desta Instrução Normativa não será exigido do interessado registro de produto junto ao MAPA. Na média, o produtor brasileiro, mesmo o de grande porte, não tem experiência de Importação. Na mesma condição se encontram a maior parte das Cooperativas Agrícolas. Não se trata de incompetência do setor, muito pelo contrário. Vivemos há anos submetidos a regras esdrúxulas que são típicas de países comunistas, onde o Governo nos dita tudo o que podemos ou não fazer, o que se pode ou não comprar, etc. O Brasil é um dos países mais complicados e burocráticos do
Mundo quando se trata de finalizar uma Importação, sendo uma verdadeira incógnita até para operadores experientes saber qual será o custo final de um produto importado. Aqui não estou nem falando do tempo de liberação de uma carga. Obrigatoriamente, o importador brasileiro precisa estar inscrito junto a Receita Federal para obter um registro específico chamado RADAR. As compras no exterior ficam limitadas no primeiro ano a USD 150.000,00 por semestre, independentemente do porte do solicitante. A concessão dessa autorização normalmente demora meses e implica no atendimento de uma série de requisitos que a imensa maioria dos Agricultores-Pessoa Física não têm condições de cumprir. Não vi em nenhum lugar que a Receita Federal irá abrir precedente para liberar a importação dos produtores, cooperativas e associações que não possuam o RADAR. Alguém viu isso ou tem a confirmação oficial de que não haverá a necessidade desse registro? Sem que essa questão esteja 100% esclarecida, de nada servirá a Instrução Normativa. Enquanto o MAPA dirá de um lado que "sim", do outro a Receita Federal dirá que não.
A liberação deve ser efetiva. Deve contemplar toda a logística documental e as dificuldades que são inerentes ao processo. Infelizmente, exemplos de medidas governamentais contraditórias não faltam em relação a Agricultura. Em 25 de março de 2010, o Ministério da Industria e Comércio junto com a Receita Federal anunciaram, através da Portaria 467, o "Drawback Agropecuário", cujo objetivo era a redução dos custos de produção para os Exportadores do Agronegócio a partir da isenção tributária nas importações de Fertilizantes, Defensivos Agrícolas e Medicamentos Veterinários. Entretanto, não é possível importar qualquer tipo de Defensivo Agrícola "Genérico" sem que o interessado seja o dententor ou titular do "registro" da molécula. Como o registro custa mais do que USD 300.000,00 e demora em média 7 anos para ser aprovado, para quê serviu o tal "Drawback Agropecuário"? Voltando a análise da Instrução Normativa, cabem ainda outras considerações: Art. 3º Os produtos importados serão aplicados sob controle da autoridade fitossanitária estadual e supervisão da Secretaria de De-
fesa Agropecuária, para controlar a emergência declarada. Quem assinou a liberação do Benzoato de Emamectina, ao que tudo indica, parece desconhecer que o Ministério da Agricultura está completamente sucateado em sua estrutura, que faltam técnicos e fiscais em todos os setores. O que se pode esperar então das Secretarias Estaduais de Agricultura pelo Brasil afora. Não vou nem falar das prerrogativas e interpretações, muitas vezes de caráter ideológico, que cada Fiscal poderá ter no momento de decidir sobre a sua agenda para acompanhar a aplicação do produto. Tudo se resume a Logística! Não temos logística de transporte, não temos logística de fiscalização, não temos logística documental, não temos sequer uma legislação coerente com a realidade. A Lagarta não vai esperar pela agenda dos Órgãos de Fiscalização. A Logística da Lagarta é muito mais eficiente. Na "cabeça" da Lagarta, a meta é comer e procriar. A burocracia não importa na Vida da Helicoverpa. Ressalto que não estou criticando de maneira generalizada a categoria dos Fiscais, muito pelo contrário. A maior parte dos profissionais que conheço atuam como verdadei-
ros consultores de qualidade e contribuem em vários aspectos para o sucesso da atividade agropecuária. Minha crítica vai para os pseudo-técnicos que se encontram em posições de Chefia, apenas por serem da "confiança" de Políticos de última categoria. A efetividade dessa Instrução Normativa está condicionada aos seguintes pontos: 1) Que os Agricultores, Cooperativas, Associações e Revendas de Insumos possam fazer a importação direta sem a exigência do RADAR e quando a mercadoria chegar nos Portos que seja imediatamente liberada ("canal livre"); 2) Que as Revendas de Insumos possam atuar na comercialização para os pequenos e médios produtores, garantindo através do Receituário Agronômico a rastreabilidade integral do uso do produto; Se esses aspectos não forem levados em conta, a Lagarta continuará ganhando a corrida, dizimando milhões de hectares e causando um prejuízo bilionário ao País. * É consultor da CustodoAgro Consultoria Agrícola MAIO 2013 |
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AGROTECNOLOGIA
Régua de capim A Embrapa vai apresentar aos pecuaristas, durante a Agrotins 2013, uma inovação desenvolvida por pesquisadores da empresa. Trata-se da “Régua de Manejo de Pastagem”. De acordo com o zootecnista e analista de Transferência de Tecnologia da Estatal de pesquisas agropecuárias, Pedro Henrique de Alcântara, o instrumento foi desenvolvido para medir sete espécies de capins utilizadas em pastagens, indicando para o pecuarista o momento de colocar e retirar o gado do pasto. “O manejo correto sempre foi um desafio para o pecuarista, já que varia em função da espécie de capim, da lotação e da época do ano”, informa o pesquisador.
Agrotins 2013 Data 7 a 11/5/2013. Local Centro Agrotecnológico de Palmas Endereço Rodovia TO-050, Km 23, estrada vicinal, Km 8, zona rural – Palmas (TO). Mais informações: http://agrotins.to.gov.br
Projeto Itafós Arraias será apresentando na Agrotins O município de Arraias, na região sudeste do Tocantins, foi o escolhido pela MbAC Fertilizantes, empresa canadense com escritório corporativo no Rio de Janeiro, para sediar sua fábrica de Superfosfato Simples (SSP). Quase pronto para entrar em operação, o complexo industrial será o único da região Norte do Brasil a misturar e comercializar este tipo de adubo “de alta produtividade e eficiência, indicado para adubação corretiva e de manutenção. De acordo com o presidente e COO da Empresa, Roberto Busato Belger “as obras estão em fase final para o início de nossas atividades comerciais no Município, onde se-
rão produzidas 500 mil toneladas anuais do produto”. O mercado visado são as regiões produtoras do oeste da Bahia, norte de Goiás, Pará, Piauí, Mato Grosso e Tocantins. O Executivo estará ministrando, no penúltimo dia da Agrotins 213, a palestra “Pecuária, com Tecnologia e Sustentabilidade”. Essa intervenção, explica Belger, “será mais uma grande oportunidade de apresentar a Companhia, esclarecer dúvidas e reforçar o objetivo da MbAC Fertilizantes de colaborar com a busca da autossuficiência brasileira em fertilizantes, por meio do empreendimento no Estado e outros em andamento”.
Tecnologia sucroenergética A Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética ( FENASUCRO), a se realizar em Sertãozinho (SP) entre os dias 27 e 30 de agosto, será palco do 1º Congresso de Automação e Inovação Tecnológica Sucroenergética. O Congresso, segundo os
seus organizadores, tem o propósito de divulgar o conhecimento técnico e as mais recentes tecnologias de automação aplicadas à cadeia sucroenergética. Ele será promovido pela ISA Sertãozinho ( International Society of Automation).
Tecnologia biodigestiva O 1º Seminário do Uso das Biomassas Energéticas e Biodigestores nos Sistemas Agrícolas, a ser realizado no dia 9 de maio na Agrotins 2013, terá como um de seus palestrantes o avicultor Raimundo Alves Ferreira, do município de Palmeiras do Tocantins. Ele já tem experiência com essa tecnologia. Sua propriedade foi uma das pioneiras na implantação de biodigestor, a partir de resíduos de aves no Brasil. De acordo com ele, o sistema instalado está lhe possibilitando
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uma econômica de 30% no consumo de energia elétrica na sua propriedade. O Seminário será promovido pela Diretoria de Agroenergia da Seagro – Secretária de Agricultura e Pecuária. De acordo com Reginaldo Novais, assessor executivo da Seagro, o objetivo é apresentar uma tecnologia que possibilite aos produtores rurais, em especial aos pecuaristas, produção de energia, de forma sustentável, e também reduzir a emissão dos gases de efeito estufa.
Controle de doenças pós-colheita Estratégias de controle alternativo de doenças na pós-colheita de frutas, evitando resíduos químicos, principalmente das frutas produzidas na Caatinga para têm sido estudadas pela Embrapa Semiárido (Petrolina-PE). De acordo com o pesquisador Damião Terão, existem diversas estratégias alternativas de controle de doenças pós-colheita de frutas que foram avaliadas na pesquisa. Uma delas é controle cultural. Ou seja, uma vez que grande maioria dos fitopatógenos que causam doenças na pós-colheita infectam a fruta no campo, o controle deve iniciar ainda na pré-colheita, partindo da escolha da época do plantio e, consequentemente, da época de colheita mais adequada, e de práticas culturas como a eliminação de restos de poda e de outras fontes de inoculo, bem como o uso de adubação e irrigação correta e equilibrada para a cultura.
Sobre a MBAC fertilizantes A Empresa tem como objetivo, garante ela, tornar-se uma importante produtora integrada de fertilizantes fosfatados e potássicos nos mercados brasileiros e latino-americanos. A companhia possui uma equipe experiente com sólida trajetória profissional nas áreas de operações para negócios de fertilizantes, gestão, marketing e finanças no Brasil e no exterior. Em outubro de 2008, adquiriu a Itafós Mineração Ltda., a qual consiste em uma mina de fosfato, planta e uma unidade de britagem e sua respectiva estrutura, localizadas na região central do Brasil. O portfólio de exploração inclui ainda projetos de fosfato e potássio, além da recente descoberta de óxidos de terras raras também em território brasileiro. O projeto Santana é uma jazida de fosfato de alto teor localizada muito próxima do maior mercado brasileiro para fertilizantes, o Estado de Mato Grosso, e de importante mercado de nutrição animal, o estado do Pará. A empresa continua a buscar oportunidades no Brasil e outros mercados da América Latina, onde a forte base agrícola e as oportunidades únicas podem possibilitar o crescimento no curto prazo.
Mais informações podem ser obtidas no site www.mbacfert.com e www. sedar.com. (Com assessoria de imprensa da Empresa) Para o executivo, esta será mais uma grande oportunidade de apresentar a companhia, esclarecer dúvidas e reforçar o objetivo da MbAC Fertilizantes de colaborar com a busca da autossuficiência brasileira em fertilizantes, por meio do empreendimento no Estado e outros projetos em andamento. “O Agrotins é um evento consagrado, essencial para mantermos contato com diversos públicos, pois reúne a maioria dos produtores do Tocantins, além de importantes entidades do setor”. Com o tema “Pecuária, com Tecnologia e Sustentabilidade”, a feira contará com pecuaristas e empresários. No penúltimo dia, Roberto Busato Belger ministrará a palestra “MbAC Fertilizantes no Tocantins: a primeira produção de Superfosfato Simples da região Norte” para representantes governamentais, sindicatos, empresas de meio ambiente e agricultores. O encontro será em 10 de maio, a partir das 11 horas, no Auditório Institucional do Agrotins 2013.
PLANTÃO AGROVETERINÁRIO
Helicoverpa: todo cuidado é pouco Praga já causou prejuízo de mais de R$ 2 bilhões na safra passada DIVULGAÇÃO
rios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, no âmbito do Comitê Técnico para Assessoramento de Agrotóxicos (CTA). Em março deste ano, o Mapa também autorizou o uso de dois produtos biológicos (Vírus VPN HZSNPV e Bacillus Thuringiensis) e três químicos (Clorantraniliprole, Clorfenapyr, Indoxacarbe) para o combate à praga. Ambos já têm registro no Brasil.
Da Redação
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epois que conseguiram o pleno controle de pragas como a Ferrugem Asiática, que muitos prejuízos causaram às lavouras brasileiras de soja, produtores rurais estão às voltas, agora, com uma nova praga que surgiu no final do ano passado em cinco estados (Bahia, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Paraná), principalmente na maior região produtora da Bahia, o oeste. É a lagarta Helicoverpa Armigera, que já causou prejuízos de mais de R$ 2 bilhões na safra passada. Ela é multicultura, ataca a soja, o milho e o algodão. Atualmente, as atenções dessas regiões produtoras estão voltadas para a proteção destas duas culturas, a primeira em nível de safrinha, a partir de maio, e a segunda em pleno desenvolvimento de seu ciclo. No Mato Grosso, pesquisadores da Fundação MT estão na busca de informações sobre o manejo, controle e comportamento da lagarta e dois pesquisadores da instituição foram à Austrália. Este país já teve problemas com essa praga, mas já a tem sob controle. Para isso, seus produtores obedecem à risca as medidas sanitárias de manejo, conhecidas como RMP (Resistance Management Plan), que tem como objetivo evitar que ocorra o surgimento de populações de lagartas resistentes a inseticidas e principalmente as tecnologias Bts disponíveis no mercado. De acordo com a Fundação MT, há diferenças entre a agricultura praticada naquele país e a praticada aqui no Brasil, “mas é possível aproveitar muito a experiência deles”, afirmou.
“MODUS OPERANDI”
A Helicoverpa já causou prejuízos de mais de R$ 2 bilhões Produtores rurais, principalmente os cotonicultores que estão em pleno cultivo, não devem se descuidar desse controle. A responsabilidade de cada um será o alívio e a tranqüilidade de todos no processo completo da cultura. Os órgãos de defesa sanitária, pesquisas, associações agrícolas, sindicatos e cooperativas estão se movendo. Na Embrapa, por exemplo, pesquisadores especialistas no combate a pragas, elaboraram um documento com propostas de ações emergenciais para conter o avanço da Helicoverpa. A preocupação é quanto às futuras safras e, principalmente, com o milho safrinha, que começa a ser plantado neste mês de maio.
O documento recomenda, entre outras providências, que em áreas onde a infestação da lagarta foi muito grande que haja vazio sanitário de pelo menos 60 dias. Já em locais onde a presença da praga não representou grandes danos nas lavouras de algodão, milho e soja, a indicação é pelo uso do inseticida ou de bioinceticida. Os pesquisadores recomendam ainda que em áreas que tiveram um ataque em que a perda foi quase total da lavoura, por exemplo, não se recomenda de forma alguma o plantio de milho safrinha. É preciso um vazio sanitário temporário, “ainda com percas financeiras simultâneas para garantir a sustentabilidade do sistema”, recomenda Jefferson
Costa, da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa. No oeste da Bahia, os agricultores, por meio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), estão mobilizados desde a realização de um seminário sobre a praga, realizado no início deste ano e permanecem atento à atual safra, sob controle até a conclusão desta matéria (30 de abril). Já no âmbito do Ministério da Agricultura, foi autorizada, em abril, a importação e aplicação de produtos agrotóxicos, registrados em outros países, que tenham como ingrediente ativo único a substância benzoato de emamectina. A decisão foi tomada em caráter emergencial após negociações entre os Ministé-
Para a pesquisadora da Fundação MT, Lúcia Vivan, a lagarta Helicoverpa é muito agressiva, ataca as folhas das plantas, vagens e consome os grãos, na cultura destes. No algodoeiro, ela se alimenta das folhas, flores e maçãs. Ela lembra que no oeste da Bahia, há casos em que os produtores chegaram a fazer mais de seis aplicações de inseticida. “É uma praga com alta capacidade para adquirir resistência, por isso é importante a união de todos nesse momento – governos, entidades de classe, instituições de pesquisa, produtores e empresas para a montagem de um plano de controle imediato da Helicoverpa”, aconselhou.
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BAMAPITO NEWS
Sem registro, Benzoato de Emamectina não pode ser usado DIVULGAÇÃO
Lagarta já causou prejuízo de mais de R$ 1 bilhão
Pará e todo o Nordeste livre de aftosa com vacinação O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Antônio Andrade, deve vir ao Maranhão no próximo dia 20. Na oportunidade, ele irá assinar a Portaria Ministerial de reconhecimento nacional do Estado como Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinação. Essa visita foi anunciado durante reunião do Ministro com o secretário de Agricultura , Pecuária e Abastecimento do Maranhão (Sagrima), Claudio Azevedo e demais autoridades maranhenses, ocorrida em Brasília, no dia 23 do mês passado. Além do Maranhão, a nova classificação vai valer também para os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Pará, que juntos possuem um reba-
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nho de aproximadamente 22 milhões de animais. O ministro Antônio Andrade informou que a certificação desses estados está dependendo apenas dos resultados finais da sorologia que está sendo realizada no Rio Grande do Norte para constatação da inexistência da circulação do vírus da aftosa. O Maranhão, que teve o maior número de amostras de sangue coletada entre todos os oito estados – cerca de 12.000 animais em 400 propriedades – foi o primeiro a concluir o inquérito soroepidemiológico, sem a necessidade do uso de animais sentinela. Em dezembro do ano passado o MAPA divulgou que o laboratório credenciado emitiu o resultado de que as análises das
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romotores dos ministérios públicos federal e estadual, com atuação em Barreiras, no oeste da Bahia, bateram o martelo: nenhum produtor rural vai comprar ou usar o agroquímico Benzoato de Emamectina, indicado para combater a lagarta Helicoverpa spp. A atitude frustrou os produtores rurais da região que estão com suas lavouras de algodão sendo atacada por essa praga. Mas, de qualquer forma, esses procuradores estão agindo de acordo com a determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Pressionado pelos produtores rurais de vários estados brasileiros, esta Pasta autorizou a importação do inseticida, mas não autorizou o registro emergencial do produto. É a chamada “volta dos que não foram”. No oeste da Bahia, produtores de 9 municípios estão na dependência do Benzoato de Emamectina. Este problema foi debatido no
amostras comprovaram que não havia circulação do vírus da febre aftosa no rebanho maranhense, o que é considerado a última etapa para a certificação de zona livre da doença. O secretário Cláudio Azevedo ressaltou que este é um sonho de mais de 20 anos de todos os criadores maranhenses. “Vamos aguardar a classificação nacional e a previsão é de que em meados do mês de maio de 2014 o Maranhão seja certificado internacionalmente pela Organização Internacional de Episotias”, explicou ele, acrescentando que o MAPA vai entregar o pleito em setembro deste ano para a Comissão Técnica da OIE, responsável pela avaliação que acontecerá no período de setembro a fevereiro de 2014.
dia 25 passado em reunião em Barreiras entre o secretário de Agricultura da Bahia, agrônomo Eduardo Salles, o diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Paulo Emílio Torres, o diretor de Defesa Vegetal da Agência, Armando Sá e o coordenador regional da Adab, Sanderson Barreto e os promotores estaduais e o federal. No último dia 2, nova reunião seria realizada na 4ª Região do MPF, em Brasília, para a qual foram convidados os Ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e da Agricultura, com o objetivo de encontrar solução definitiva para o problema. Durante a reunião o secretário e os diretores da Adab apresentaram o plano operacional para utilização do produto, entendendo os promotores que todos os cuidados técnicos foram observados, mas afirmaram que o registro emergencial pelo Ministério da Agricultura, é condição indispensável para utilização da Emamectina. ASSESSORIA DE IMPRENSA GOVERNO DO MA
Secretário da Agricultura do Maranhão e Ministro
ANTÔNIO OLIVEIRA/ARQUIVO CE
BAMAPITO NEWS
Seminário discute agilidade da Fiol
Edição do ano passado se destacou pelo entrelaçamento com a comunidade e com a agricultura familiar
Depois da Agrontins, a Agrobalsas M ais uma vez, Balsas, no sul do Maranhão, sediará, entre os dias 13 e17 de maio, a 11ª edição da Agrobalsas, uma das mais importantes feiras agrotecnológicas do Norte e Nordeste do Brasil. Em reunião realizada entre a diretoria da Fundação de Apoio a Pesquisa no Corretor Centro-Norte (Fapcen), organizadora e promotora do evento e Governo do Maranhão, Foi reafirmando que a Feira voltará a ser realizado anualmente, e não a cada dois anos, como estava acontecendo nas suas últimas edições. “Esse é um evento importante e o tema este ano vai focar na sustentabilidade, pesquisa e inovação. É preciso preservar nossos rios, nossas áreas de preservação ambiental e nossos ecossistemas e, principalmente, combater os desmatamentos e queimadas”, ressaltou o secretário Cláudio Azevedo, durante a reunião. Ele lembrou que a região sul do Maranhão é responsável pela maioria da soja produzida no Estado, que este ano deve ter colhido, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mais uma safra redord. “A previsão é de que o Maranhão produza 3,3 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 13% em relação à safra do ano passado”, enfatizou Cláudio Azevedo.
A grandiosidade da Agrobalsas, assegura seus organizadores, é confirmada pelos números do evento do ano passado, quando superou as edições anteriores. “R$ 156 milhões foram comercializados com a venda de máquinas agrícolas, veículos leves e pesados, implementos, insumos e prestação de serviço e mais de 25 mil pessoas participaram do evento”, informou a superintendente da Fapcen, Gisela Introvini, durante a apresentação do evento para os participantes da reunião. A programação deste ano inclui a demonstração do parque de máquinas e equipamentos agrícolas para mostra internacional, com cursos, treinamentos, visitação e participação das escolas, vitrines vivas das principais culturas e animais, teatros, show artístico e musical e a realização do Maranhão Ecoadventure, uma feira de esportes, turismo e aventura. O presidente da Fapcen, organizadora do evento, José Antônio Görgen, agradeceu a parceria da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima) e ressaltou que a Agrobalsas é, além de uma feira de agronegócio, um evento que traz uma visão de futuro. “A região produz muito, mas é preciso que sejam instaladas agroindústrias, que é outro segmento necessário para o beneficiamento da produção re-
gional”, avaliou.
Anel da Soja Após a reunião sobre a Agrobalsas, o secretário Cláudio Azevedo e o presidente da Fapcen, José Antônio Görgen estiveram no gabinete da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) em reunião com o secretário Luís Fernando Silva para falar sobre a pavimentação do Anel da Soja. “A governadora Roseana Sarney já anunciou que ainda este ano serão iniciadas as obras”, informou o secretário da Sagrima. O Anel da Soja é um projeto de pavimentação das estradas que circundam os grandes centros produtores de grãos da Região Sul do Maranhão. “Já temos toda uma estrutura de armazéns e de energia elétrica, mas estamos precisando urgente desse asfaltamento para escoar nossa produção”, ressaltou José Antônio Görgen. Cláudio Azevedo informou, ainda, que a governadora e o presidente do Senado Federal, José Sarney, solicitaram, também, o asfaltamento da BR 324, que liga os municípios de Ribeiro Gonçalves (Piauí), Balsas e Campos Lindos (TO). “O Ministério dos Transportes autorizou que o Departamento Nacional de Infra Estrutura de Transportes (Dnit) fizesse os estudos para viabilizar o asfaltamento desse trecho”, afirmou Cláudio Azevedo.
A retomada de parte das obras da construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que vai ligar o litoral baiano a Ferrovia Norte-Sul, no Tocantins, passando pela região oeste da Bahia, foi debatida em Seminário “Fiol: a Bahia quer, o Brasil precisa”, realizado, em Barreiras, oeste da Bahia, no dia 26 do mês passado. As obras foram paralisadas em virtude de problemas técnicos e ambientais. Estiveram presentes, além do governador Jaques Wagner, e do vice-governador e secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, os ministros Cesar Borges, dos Transportes, e José Leônidas de Menezes Cristino, dos Portos. Para o governador baiano, a ferrovia é de suma importância, não apenas para escoar a produção, mas para transportar insumos e fertilizantes até a região oeste. Ele destacou ainda a aceleração do desenvolvimento, impactando diretamente na economia de 140 municípios baianos. “A ferrovia dá mais competitividade a toda a área plantada exatamente porque é uma logística mais barata, menos poluente, e eu espero que até o final de
2014 estejamos entregando a obra”. Esse modal de transporte é está dentro do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC); tem 1.527 quilômetros de extensão e vai exigir recursos da ordem de R$ 7,43 bilhões até 2014. A construção está sendo retomada em diversos trechos, com novas licitações, atendimento de exigências ambientais, conclusão de projetos executivos e desapropriação de áreas. As providências se concentram no trecho de 536 quilômetros entre Ilhéus e Caetité, fundamental para o escoamento da mineração. “Existem problemas do ponto de vista ambiental e do traçado, que podem ser resolvidos com estudos adequados”, disse o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-BA), Marco Amigo. Já de acordo com o ministro César Borges, estudos técnicos já foram feitos para equacionar as pendências que atrapalham o andamento das obras. “Estamos refazendo o projeto executivo, o que permite, no cronograma atual, a entrega até o próximo ano”.
Interligação reduzirá fluxo de caminhões e custo com transporte Atualmente, o transporte da produção de soja da região de Barreiras é feito por intermédio de caminhões. Veículos pesados trafegam por rodovias como a BR- 242, que corta a cidade, trazendo diversos transtornos para a população local. “Os caminhões são muito pesados e atrapalham o trânsito, causando buracos e aumentando o risco de atropelamentos”, disse o mototaxista Manoel Barbosa. Partindo de Figueirópolis (TO), a Fiol vai ligar as cidades de Barreiras, Caetité e Ilhéus. No total, a ferrovia passa por 49 municípios baianos. Além do desenvolvimento dos dois estados, a integração com a ferrovia Norte-Sul interligará o Norte (Tocantins e Maranhão), o Centro (Goiás) e o Nordeste (Bahia),
reduzindo o fluxo de caminhões e o custo com transporte, oferecendo uma nova alternativa de logística para portos no norte do país atendidos pela Ferrovia Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás. Os produtores calculam em 30% a redução nos custos com transporte via Fiol. “Hoje, para exportar grãos fazemos mais de mil quilômetros de caminhão e isso é inaceitável”, afirmou o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Busato. A produção de grãos do Centro-Oeste, por exemplo, passará a ser escoada via Porto Sul, em Ilhéus. Hoje é preciso transportar a safra de caminhão até os portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR). (Com a Assessoria de Comunicação do Governo do Bahia) MAIO 2013 |
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ENTREVISTA
JÚLIO CÉZAR BUSATO
“É preciso manter o trabalho brilhante de meus antecessores”
Com a experiência de 25 anos na região e o equilíbrio político de quem reconhece o trabalho de seus antecessores, Júlio Cézar Busato, comanda a AIBA
E
m seus 23 anos de existência, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) teve apenas três gestores. O primeiro e um de seus principais fundadores, Humberto Santa Cruz, exerceu a presidência da instituição por nove mandatos consecutivos – cada mandato dura um biênio – e foi quem solidificou suas bases; agregou valores humanos; buscou as pesquisas tecnológicas e as parcerias importantes para a causa; uniu e profissionalizou produtores rurais e conquistou o respeito da sociedade como um todo à instituição e aos setores produtivos não só da região, mas também da Bahia e do Brasil. Depois dele vieram os sojicultores e
cotonicultores, João Carlos Jacobson Rodrigues e Walter Yukio Horita, que deram continuidade à política de fortalecimento da categoria e de inovação tecnológica para uma produção rural sustentável. Horita, assim como seu colega João Carlos, não quis se reeleger. O sucedeu o agrônomo e produtor de grãos e fibras, Julio César Busato, que está na região há mais de 25 anos. Outro pioneiro, portanto. “Temos que dar um pouco de nós por nossa classe e pela sociedade de forma geral”, ele justifica sua disposição em ter buscado esse desafio. Busato esclareceu, nesta entrevista exclusiva ao jor-
nal Cerrado Rural Agronegócios que não houve uma disputa acirrada pela Presidência da AIBA, como muitos pensam, acostumados com as disputas onde candidatos se digladiam, como na política. “Havia, nessas eleições, dois candidatos (o outro era Ademar Marçal). E no fim a eleição terminou numa grande festa democrática”, disse. Nesta entrevista, Júlio Busato, eleito no final do ano passado e empossado no início deste ano, expõe suas metas e esclarece o desligamento de muitos antigos executivos da Associação. A entrevista foi concedida na sede do Complexo Bahia Farm Show, em Luis Eduardo Magalhães. DICOM/AIBA
CR- Muitos antigos executivos da AIBA deixaram seus cargos e a instituição após a sua eleição. Por que isso ocorreu, foi uma exigência do senhor? Júlio Cézar Busato – Não. Foi por opção deles mesmos e acho essa decisão até normal, quando se troca a diretoria de uma instituição. Não houve um choque, não foi nada traumático. Foi um processo normal.
“Nós temos mais cinco milhões de hectares para serem explorados, ou com agricultura, ou com pecuária, com irrigação, ou com o que for”
CR.: O senhor diria que são cargos de confiança... Júlio Cézar Busato - Não é isso. As pessoas confundem a Associação com a coisa pública. Os executivos que deixaram a AIBA o fizeram por opção própria, talvez para buscarem outros caminhos melhores, trabalhos, alguma coisa assim. CR.: - Quais são as principais metas de sua administração para o próximo biênio? Júlio Cézar Busato - A meta principal é manter o trabalho brilhante que a AIBA fez ao longo dessas três gestões e manter uma Associação forte que tenha respaldo tanto com os governos municipais, quanto com os estadual e o federal. E isto foi uma conquista das diretorias que me antecederam. Eu agradeço muito a eles e pretendo honrar o que estou assumindo. Esta é a nossa meta principal. CR.:O senhor assume a instituição no momento em que os
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seus antecessores preparavam mais uma edição de uma das maiores feiras agrotecnológicas do Brasil, a Bahia Farm Show. Esta nova diretoria está preparada para dar continuidade a esse empreendimento de peso nacional? Júlio Cézar Busato - Positivo. A nossa feira, a cada ano, fica melhor.
As que antecederam já estavam ótimas. Agora é melhorar ainda mais. As pessoas que estão organizando a mostra agrotecnológica deste ano são praticamente as mesmas que fizeram – exceto algumas pessoas – as edições anteriores. CR.: Esses executivos que saíram e que tinham papel chave na
realização da Bahia Farm Show em nada muda a sua proposta, o desempenho e sucesso da feira? Júlio Cézar Busato - Na verdade, um só executivo, na equipe de organização da feira, saiu, mas já foi substituído. CR- Presidente, a AIBA, ao lon-
go de sua existência, tem tido um bom relacionamento, inclusive de respeito mútuo com os governos e legislativos municipais, estaduais e federais. Uma responsabilidade e tanto para o senhor, não é? Júlio Cézar Busato - Nós vamos continuar essas parcerias e manter todos os projetos que estão em andamento junto às instituições públicas e privadas. Manter um relacionamento o melhor possível por que, afinal de contas, nós precisamos é caminhar juntos com os poderes públicos, pois as necessidades são enormes. Nós vivemos numa enorme região com grandes problemas de estradas - todo tipo de problemas, na verdade. A única maneira que nós temos para resolver isso é dando as mãos para os poderes.
ANTÔNIO OLIVEIRA
“As parcerias com o Governo do Estado, serão mantidas e ampliadas” CR.: Problemas são vários, de estrutura na região. Na sua visão, quais seriam os principais problemas e como o senhor pretende contribuir para solucioná-los? Júlio Cézar Busato -Nós vamos nos unir. Eu acho que o maior problema que nós temos na região é essa logística muito ruim, armazenagem deficiente e problemas das estradas vicinais. Esse é o grande entrave que nós vamos ter no futuro. CR- Com relação ao fomento e ao financiamento ou custeio da safra, o senhor acredita que as políticas governamentais têm atendido aos anseios da classe produtora, especificamente da região? Júlio Cézar Busato -Estão excelentes. Nós estamos vivendo, hoje, no Brasil uma taxa de juros que nós nunca tivemos. Eu estive numa feira em Cascavel, no Paraná, onde a presidente Dilma estava e ela colocou bem claro que o governo baixou os juros e que a agricultura deu uma resposta positiva enorme e o governo pretende continuar mantendo essas políticas e facilitando o crédito para a agricultura continuar a ser o grande motor do país. CR.: - Presidente, o agronegócio brasileiro passa por uma situação impar em toda a sua evolução, que veio em conseqüência da quebra de safra nos Estados Unidos e, não obstante a queda do preço do algodão, o Brasil está eufórico e se transformando no maior exportador de soja do mundo. O horizonte é bom para o agronegócio brasileiro. Na sua visão, como é que o oeste baiano se coloca diante dessa nova realidade? Júlio Cézar Busato -Nós estamos numa condição privilegiada, já que a nossa tecnologia nos permite ter produtividades melhores até em níveis mundiais. Agora, por outro lado, nós temos um problema muito sério de logística e falta de portos. Convenhamos que transportar grãos em rodas de ca-
ENTREVISTA Nós podemos ter crises pelo caminho, como já tivemos e já enfrentamos, mas todas foram vencidas agricultura sustentável. Nós temos mais cinco milhões de hectares para serem explorados, ou com agricultura, ou com pecuária, com irrigação, ou com o que for. Eu não vejo como, acho impossível esse travamento. Nós podemos ter crises pelo caminho, como já tivemos e já enfrentamos, mas todas foram vencidas. Eu acho que nós só temos é que crescer e se desenvolver e gerar mais empregos e renda, gerar mais riqueza para uma região que precisa.
minhão é um negócio inaceitável. Os nossos custos de produção e escoamento estão elevados e existe uma preocupação com o futuro. Um futuro daqui há dois, cinco anos, porque grande parte desses grãos também foi desviada para a produção de energia (biodisel). Mas estão se buscando outras formas de energia. Então, num futuro, três a cinco anos, nós vamos que, obrigatoriamente, ter uma logística mais competitiva, se não nós vamos enfrentar problemas. CR-Esse futuro passaria por ferrovias? Júlio Cézar Busato - Primeiro pelos portos e depois pelas ferrovias. Mas isso os governos estão providenciando, nós estamos acompanhando, e vamos ficar atentos cobrando isso, alertando para esse problema. CR-Presidente, outro fato incontestável que nenhum jornalista, nem um político, nem um legislador, nem um executivo, têm receio em exaltar que é o desempenho da AIBA na busca por tecnologias, por pesquisas. Foi isso que fez com que a região
Nós temos hoje 2,2 milhões hec. plantados. Havia quem dissesse, há 25 anos desse um salto muito grande em produção, produtividade e qualidade. Como o senhor vê e pretende manter essas políticas de apoio às pesquisas? Júlio Cézar Busato - Na verdade, se criou uma tecnologia e eu tive a oportunidade de participar disso já que estou aqui há 25 anos, período em que houve uma troca de informação entre produtores, agrônomos, técnicos de diversos órgãos oficiais, professores, consultores que formaram essa tecnologia que está ai, hoje, e que está mostrando números excelentes. Mas estamos agora pensando em fazer mais. Estamos querendo trazer as universidades para participarem desse processo, porque elas ficaram afastadas
dele. Elas têm um potencial muito grande para gerar tecnologias e pesquisas e é isso que nós queremos aproveitar e um dos pilares que nós temos em nossa gestão vai ser justamente essa aproximação com as universidades, fomentando pesquisas e gerando tecnologia para a região. CR.:O senhor falou em universidade e eu lembrei que num dia desses, conversando com um dos diretores da Universidade Federal da Bahia, que está se estruturando no oeste da Bahia, eu o questionei sobre os cursos que devem ser implantados na região, se eles seriam adequados à vocação econômica da região, que são a agropecuária e o agronegócio. Esse diretor fez um porém: “E se um dia o agronegócio travar de vez na região? O senhor vê essa possibilidade Júlio Cézar Busato - Nós temos hoje 2,2 milhões hectares plantados. Havia quem dissesse, há 25 anos atrás, que isso aqui iria ser transformado em um grande deserto. Hoje nós temos as melhores produtividades do mundo. Então, eu acho que fazemos uma
CR- Em sua opinião, não resta dúvida de que o agronegócio é, definitivamente, o carro-chefe da economia do oeste da Bahia? Júlio Cézar Busato - Eu diria mais: é o carro-chefe da economia do Brasil. E o Brasil passou incólume por todas essas crises que aconteceram graças ao que o agronegócio tinha gerado para enfrentar a “marolinha” e de outras crises que passaram por ai. E no oeste da Bahia, principalmente, porque aqui nós temos solos planos, índices pluviométricos excelentes, tecnologia de ponta – nossa tecnologia não deixa nada a desejar para os americanos, para os europeus - e os nossos números mostram a nossa produtividade. Então, eu acho que só temos a crescer e só temos a ganhar. CR.: Como ficará a relação com os parceiros de sempre – Fundação BA, ABAPA, Fundeagro, etc? Júlio Cézar Busato - Nós estamos criando um conselho dessas associações que é para participar de uma reunião mensal entre presidentes e os vice presidentes e definir o que cada um vai fazer dentro das demandas existentes. Para que isso? Para que as associações trabalhem mais unidas e mais focadas no que elas realmente podem fazer melhor e isso vai trazer um grande ganho para toda a região, porque serão várias associações trabalhando de uma forma coordenada, no que vai ser um ganho muito grande. MAIO 2013 |
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EMBRAPA/DIVULGAÇÃO
CAPA
Sede da Embrapa Cerrado, um dos Centros de pesquisa mais importante da estatal e responsável pelas tecnologias que desenvolvem o cerrado brasileiro
É o ocaso da
Embrapa?
Empresa vem se encolhendo e corre o risco de abrir seu capital para a iniciativa privada. Mais uma a ser “engolida” pela “ganância” das multinacionais de sementes? Antônio Oliveira
P
or incrível que pareça, embora não esteja parecendo para muitos grandes veículos de imprensa de todo o Brasil e pelos senhores congressistas, foram as mulheres dos movimentos Sem Terra e Via Campesina que deram o grito de alerta para a sociedade brasileira sobre o que pode estar por trás da tentativa de abrir o capital da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), segundo Projeto de Lei do Senado nº 8 (PSL- 222/2008). Componentes de movimentos sociais ligados à luta pela Reforma Agrária e por justiça no campo, apoiadas por instituições como o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de
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Pesquisa e Desenvolvimento do Agronegócio (Sinpaf), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), entre outros, essas 500 mulheres fizeram, no início de fevereiro, ao acampar por dois ou três dias no Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (Embrapa Arroz e Feijão), em Santo Antônio de Goiás, na região metropolitana de Goiânia, o que o próprio agronegócio, o mais interessado e beneficiado pela Embrapa, não teve coragem ou a sensibilidade de fazer. Por desconhecer a “trama”, ou por comodismo. Dissemos por incrível que pareça lá em cima, porque esses movimentos sempre se colocaram de uma forma equivocada e radical em relação ao desenvolvimento de tecnologias agrí-
colas e ao agronegócio. Mas, dessa vez, eles acertaram surpreendentemente no alvo. Para embasar este texto e pôr o leitor a par do que pode estar acontecendo em surdina e, também, abrir os olhos da sociedade para essa possível trama contra uma das instituições públicas de pesquisas mais respeitada no mundo, Cerrado Rural consultou fontes, aqui reveladas ou não; pesquisou seu acervo literário de agronegócio e ciências agrárias e as centenas de informações disponibilizadas na Internet em busca de informações e opiniões sobre o assunto. Para que o leitor tenha plena consciência dos bastidores dessa trama ao longo dos últimos dois anos, repercutimos, a seguir, algumas opiniões e informações de especialistas e observadores dessa questão.
CAPA
Para começo de conversa Os anos 90 foram marcados por uma onda de fusões e aquisições envolvendo as empresas de sementes, defensivos agrícolas e a indústria farmacêutica. Mas, essa grande marola teve início no final dos anos 70; crescendo na década seguinte e se consolidando no final dos anos 90 sob a euforia causada pela “nova biotecnologia”, que deu origem aos transgênicos, atingindo também as empresas brasileiras de sementes. Foram esses novos grandes grupos multinacionais, formados a
partir da reunião de empresas com especialidades diferentes, mas com produtos que podem ser aplicados no mesmo mercado, que realizaram os maiores investimentos em pesquisas e desenvolvimentos (P&D) de transgênicos. Os dois movimentos, como se pode constatar nesse clipping de informações colhidas de fontes reais e virtuais, aconteceram por motivos diferentes. O primeiro movimento de aquisições aconteceu por três principais motivos: empre-
sas farmacêuticas procuravam diversificar seus negócios; empresas baseadas no comércio de commodities procuravam diversificar suas atividades e usavam a indústria de sementes como fonte de informações para sua atividade principal; e empresas agroquímicas viram possibilidades de crescimento com a biotecnologia. Com isso, surgiram as primeiras grandes empresas como a Ciba-Geygy, a ICI, a Cargill, a Dekalb, a Sandoz, a Rhône Poulenc e a Upjohn.
Prossigamos Para o professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, John Wilkinson, autor do livro “A Transnacionalização da Indústria de Sementes no Brasil”, empresas como a Monsanto, Dupont, ICI e CibaGeigy - essas duas incorporadas depois pela Syngenta -, foram empresas que realizaram grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento desde a década de 80. Ainda de acordo com Wilkinson, essas aquisições foram motivadas pelo promissor mercado de novas biotecnologias, com seus altos lucros, o que justifica os altos investimentos em P&D feitos por essas empresas em busca do mercado internacional de insumos agrícolas. Cada variedade de semente é desenvolvida para as condições de clima e solo locais. Não se exporta ou importa uma variedade de uma condição edafoclimática para outra e havia também a insuficiência dos sistemas de patentes no sentido de garantir os benefícios às empresas. Esses fatores fizeram com que as empresas buscassem a cooperação com produtores de sementes locais. “As inovações vegetais não podem ser transferidas de seu país de origem para o resto do mundo sem modificações e adaptações subsequentes”, aponta Wilkinson. O modo como essas empresas entraram no Brasil, revelam os observadores desse mercado, baseia-se em uma estratégia de mercado no sentido de participar dos setores da indústria de sementes com produtos de maior valor agregado. Os três principais setores dessa indústria são: o setor de híbridos (milho); o mercado de variedades (soja, ar-
O segundo movimento ocorreu a partir de 1994 e é mais radical do que o outro movimento e constrói grupos de empresas ainda maiores. É quando se consolidam os oito maiores grupos de empresas na área de sementes. Entre elas estão a Monsanto, que adquire 34 outras empresas na área de sementes; a Aventis, que adquire 18; a DowAgro Science, que adquire 13; a Syngenta, formada pela união da Novartis, que adquire 18 empresas, e da AstraZeneca, formada pela junção de
mais 13 empresas. Entre essas aquisições estão algumas brasileiras. A Monsanto, que entrou no Brasil com apetite de leão, adquiriu cinco sementeiras brasileiras – entre elas a Agroceres, até então a maior empresa de capital nacional privado no setor -, a DowAgro Science, cinco e a Aventis, quatro. Vê-se, até aqui, um esquema descomunal para o monopólio do setor de insumos agrícolas no Brasil, sem nenhuma reação do governo brasileiro.
DIVULGAÇÃO
Embrapa já teve mais de 70% do mercado nacional de soja, hoje detém apenas 10%, segundo algumas consultorias em agronegócio roz e trigo) e o mercado de hortaliças, o menor dos três. Cada vez mais essas megas empresas desenvolvem produtos de alta rotatividade para elas e limitados para os produtores. Entendam: apenas a primeira geração das sementes híbridas, no caso do milho, é adequada para o plantio. Os grãos oriundos dela perdem todas as suas características originais. Ou seja, não há como o produtor fazer sua própria reserva de sementes. A cada plantio, nova aquisição de sementes. Dos mercados de sementes, esse é o mais lucrativo e nas mãos de poucos, em sua maior parte sob o controle da Monsanto.
“As inovações vegetais não podem ser transferidas de seu país de origem para o resto do mundo sem modificações e adaptações subsequentes”, aponta Wilkinson
O interesse dessas empresas não está apenas na participação no mercado, mas também no controle do conhecimento que as empresas nacionais detinham. A Aventis, por exemplo, passou a deter o maior banco de germoplasma de milho tropical do Brasil ao adquirir as empresas de sementes Mitla, Fartura e Ribeiral e dessa forma introduziu, no Brasil, a variação transgênica de milho, Liberty Link Os planos para controle do mercado de sementes e defensivos agrícolas no Brasil não param por aqui. Essas multinacionais também procuraram se associar a institutos de pesquisas nacionais. Foi o que
fez a Monsanto com a Embrapa. Por meio desse acordo, a Embrapa desenvolveu pesquisas no intuito de criar variedades transgênicas de soja resistentes ao herbicida glifosato, um produto genérico que também é vendido pela Monsanto com o nome de Roundup. Então, o agricultor que plantar essa ou qualquer outra tecnologia desenvolvida por determinada empresa, como o Roundup Ready, terá que pagar royalties à empresa americana. Já no contrato realizado entre Monsanto e Embrapa ficou acordado que essas cultivares pertencem a Embrapa. Dados de diversas consultorias revelam que até 2006 a semente de soja ocupava 55% do mercado brasileiro de sementes. Desse percentual, a Embrapa abocanhava mais ou menos 44%; outras instituições públicas de pesquisas e vendas de sementes, 4%. As multinacionais Syngenta, 3%; a Du Pont, 4%; a Monsanto, 21%; e demais sementeiras brasileiras, 24%. Ou seja, empresas privadas nacionais e multinacionais detinham 52% do mercado, quase 10% a mais que as empresas públicas. Essa participação da Embrapa já foi maior: 70% até 1997. Já a Monsanto que até aquele ano detinha 12% do mercado, cresceu para 18% em 1999, após adquirir a brasileira FT-Pesquisas e Sementes, “mordendo”, na safra de 2007/2008, 21%. Se basearmos por um crescimento anual de 6%, ela chegou a mais de 50% na safra 2011/2012. É claro que teve uma “mãozinha” muito grande da estatal Embrapa, por meio do contrato de parceria com a brasileira, orgulho dos setores de ciências agrárias brasileiras. A Embrapa detém, hoje, de acordo com a Consultoria Céleres, 10% do mercado de sementes de soja. MAIO 2013 |
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CAPA
O compressor das multinacionais É nesse contexto que podemos ver que a luta de segmentos equilibrados dos Sem Terra, da Via Campesina, entre outros movimentos sociais pela Reforma Agrária, tinha e tem sua boa cota de razão no que diz respeito a atuação da Embrapa e a entrada discriminada das multinacionais de agroquímicos e sementes no Brasil. Há poucos anos, o trabalhador rural da Costa Rica, Wilson Campos, membro da Via Campesina, organização mundial que envolve trabalhadores rurais, alertava que a Monsanto tinha criado um telefone especial para que os trabalhadores possa denunciar plantações piratas. Segundo ele, as empresas estariam criando uma cultura de delação entre os agricultores. Esses alertas e reclamações não são só de pequenos produtores, geralmente ligados a esquerda política no Brasil. Nem o Cerrado Rural está defendendo interesses dessas facções. Nem da direita, nem dos grandes produtores; muito menos este jornal é contra a atuação de empresas estrangeiras em qualquer tipo de mercado. Mas sem esse “canibalismo” e quase oligopólio. Tenta-se, aqui, no nosso papel de formador de opinião e de defesa do agronegócio brasileiro, sem o mínimo de xenofobia, lançar luz para um problema que pode se constituir, muito breve, num grande gargalo para o agronegócio brasileiro. Mas, os grandes produtores também chegaram a protestar, antevendo uma situação de monopólio do setor de sementes e insumos. Pois bem, em 1999, tendo a frente o até então maior plantador de soja do mundo, o hoje senador Blairo Maggi, de Mato Grosso, estado que é o terceiro maior produtor desse grão no Brasil, com mais de 2.8 milhões de hectares de área plantada, sojicultores mato-grossenses promoveram um movimento de resistência à entrada no Brasil de sementes transgênicas. Eles acusaram as multinacionais como Monsanto e Novartis de quererem monopolizar o mercado. E é o que está acontecendo, porém o agronegócio como um todo se calou. O rolo compressor das multinacionais foi mais forte. Na época, a Monsanto admitiu abertamente que quer mais do mercado brasileiro. “Estamos numa democracia e o agricultor escolhe de quem vai comprar as sementes”, disse Rodrigues Lopes Almeida, então diretor de assuntos corporativos da multinacional americana. Espera-se que, se não o governo, ao menos a sociedade civil organizada, principalmente em associações de classe de pequenos e grandes produtores, reduza a força dessa pressão. O pequeno e o grande agronegócio brasileiros não podem ficar refém do poderio econômico e estratégico de quem quer que seja: grupos nacionais ou internacionais. Em nota, atendendo solicitação da nossa Redação, a Monsanto limitou-se apenas, por meio de sua assessoria, a emitir, via e-mail, a seguinte nota: “Infelizmente, não poderemos auxiliá-lo no andamento da reportagem. Esperamos ajudá-lo em futuras solicitações. Obrigado!”
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ANTÔNIO OLIVEIRA/AGROFAMILIA
Roberto Sahium mostra o lago de Palmas, um dos alvos de sua gestão para a produção de peixes
CADERNO DO PEQUENO PRODUTOR RURAL CADERNO INTEGRANTE DO JORNAL CERRADO RURAL AGRONEGÓCIOS
“CRESCENTE VERDE” Ele vem de uma experiência de longos anos na extensão rural, em projetos de irrigação e piscicultura e em três gestões da Secretaria de Agricultura do Tocantins. “Lá eu fazia uma agricultura no atacado, aqui o farei no varejo”. Experiências e convicções do agrônomo Roberto Sahium, “o homem certo, no lugar certo e na hora certa”, conforme opinam aqueles envolvidos com as agriculturas familiar e empresarial e que o conhecem muito bem. Por determinação do prefeito de
Palmas, Carlos Amastha, ele assumiu a Secretaria de Agricultura do município com a missão de transformar os setores produtivos rurais, descobrindo e fomentando vocações locais para tornar Palmas e entorno auto-sustentável na produção de hortifrutigrajeiros, grãos, peixes, leite e outros produtos. “Vamos promover um ‘Crescente Verde’ em Palmas, garante ele, numa entrevisa exclusiva para Cerrado Rural Agronegócios.
> PAGS 06/07/08 <
SILVICULTURA
Mogno africano apresenta-se como ótimo investimento na agricultura familiar > PAG 03 <
TECNOLOGIA CAIPORA > PG 9 <
Um projeto caboclo para a criação de peixes em pequenas propriedades
ACONTECE
A volta do “Quintal Verde”
CORREIO 24 HORAS.
Ruraltins “reedita” e lança programa no sudeste do Tocantins.Objetivo é implantar 500 horas em todo o Estado Da Redação
O
Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) reeditou, no mês passado, em Combinado, no sudeste do Estado. O Programa Quintal Verde que visa, nessa sua nova versão, a implantação de 500 hortas em todo o território tocantinense. Um dos objetivos dessa ação, de acordo com esse órgão de extensão rural, é “incentivar a horticultura e contribuir para uma alimentação mais saudável. A expectativa é que aproximadamente 80 mil famílias sejam beneficiadas direto ou indiretamente pelo Programa. Estimular o cultivo e o consumo de hortaliças sem agrotóxicos “é pensar na saúde em longo prazo, pois o uso desses defensivos acarretam muitas doenças, tanto para o produtor, que está em contato direto com o agroquímico, quanto para quem consome”, informa. “A procura pelas hortaliças é
grande e chego a vender R$ 250 por semana. É trabalhoso, mas é gratificante, pois além de comer bem, ganho um bom dinheiro para o sustento de minha família”, assegura o pequeno agricultor José dos Santos, que vive deste tipo de cultura. O Programa foi criado pelo Governo do Tocantins em 1990 e, segundo o Ruraltins, já beneficiou famílias entre agricultores e população socialmente carente das zonas urbana e rural; estudantes da rede pública municipal e estadual; associação de produtores rurais; quilombolas e indígenas. Os beneficiados pelo Quintal Verde recebem do Ruraltins, de forma gratuita, sementes de culturas como alface, cebolinha, couve, melão, pepino, berinjela, beterraba, cenoura, quiabo, rúcula, rabanete, melancia, salsa. O órgão informa que o produtor interessado em receber orientações sobre a implantação de hortas e ao recebimento de sementes deve procurar o seu escritório mais próximo.
Projeto visa atender a mais de 80 mil famílias em todo o Estado, garante o Ruraltins
AGROFAMÍLIA
Mais de R$ 2 milhões contra a seca
Acabar, ou ao menos reduzir, cenas e cenários como este, é objetivo do convênio entre Bahia e Governo Federal
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Um convênio da ordem de R$ 2,2 milhões foi assinado na última dezena do mês de abril entre o Governo do Estado da Bahia e a Cooperativa Central dos Assentamentos da Bahia Ltda (CCA-BA), entidade que representa os assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Bahia. O recurso será investido na execução de limpeza de aguadas nos assentamentos localizados no semiárido. Três mil famílias serão beneficiadas com esse recurso. De acordo com o Governo baiano, a democratização do acesso à água de qualidade para o consumo humano em todos
os assentamentos do MST e de outros movimentos sociais da Bahia também é outra meta do leque de suas ações sociais, voltadas ao trabalhador rural. “O Ministério da Integração Nacional e o Governo da Bahia, juntos, vão implantar sistemas de abastecimento para que os assentados tenham acesso à água”, disse o secretário da Casa Civil do Governo baiano, Rui Costa. Ainda de acordo com ele, os assentamentos terão maquinário exclusivo, outra iniciativa como parte das ações para a convivência com a seca. “O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, assumiu o compromisso
de apoiar os assentamentos com patrulhas mecanizadas”, afirmou. Ele explicou também que a decisão foi acordada naquela data, quando ele o secretário César Lisboa, de Assuntos Institucionais, estiveram no Ministério, em Brasília, e apresentaram as demandas do MST ao Ministro. César Lisboa informou que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está preparando, junto à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), um convênio para que monitores acompanhem a qualidade da assistência técnica prestada. (Com informações da Seagro-BA)
SILVICULTURA
Lucro, mesmo que tardio É uma cultura com retorno financeiro demorado, porém compensador ANTÔNIO OLIVEIRA
A
produção de madeira nativa da Amazônia, principal produtora deste produto no Brasil, deve cair 64% nos próximos 20 anos. É o que revela recente estudo realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Será um “apagão florestal”, conclui essa pesquisa. Ainda conforme os dados desse levantamento, a produção atual está em torno de 14 milhões de metros cúbicos, número que deve cair para 5 milhões até 2030. Por outro lado, ainda segundo essa pesquisa, a demanda por madeiras deverá quadruplicar, chegando a 21 milhões de metros cúbicos. Para Solano Martins Aquino, presidente do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), é preciso implantar florestas comerciais de madeiras nobres para suprir este mercado sem ter que avançar sobre as florestas nativas. Ele defende ainda que é necessário diversificar a cultura de lavouras de ciclos curtos com o cultivo de espécies de longo prazo. Ele cita como exemplo dessas, o guanandi, que produz com idade entre 18 e 20 anos, e tem alta rentabilidade. As pesquisas do Ipam apontam ainda claramente para um apagão florestal grave no país, pois ao lado da extração de madeiras nativas está a silvicultura tradicionalmente focada em culturas de rápido crescimento e baixo valor agregado, como o pinus e o eucalipto. Esses indicativos têm despertado o interesse de empreendedores das duas modalidades de produção: os produtores de mudas e os produtores rurais – empresariais e familiares. Os primeiros fornecem as mudas e toda a assistência técnica – alguns até arrendam áreas com aluguel mensal e comissão na venda da madeira em fase de colheita e comercialização. Já os produtores plantam por conta própria ou arrendam suas áreas. No Brasil, a silvicultura está se expandindo, principalmente na
Mogno africano em início de ciclo na propriedade de Divino Alves de Queiroz: rendimento futuro de R$ 45 mil por hectare de madeira serrada
cultura de árvores de ciclos curtos como o eucalipto e o pinus, esta última usada na indústria moveleira. Mas nenhuma dessas, de acordo com pesquisas, tem o rendimento e a qualidade do mogno africano, que chega a idade produtiva aos 10 anos e termina aos 15 anos e, por sua “nobreza”, usada exclusivamente para a indústria moveleira e de revestimentos. Uma das empresas brasileiras criadas para atender a essa nova demanda dos setores produtivos rurais e ao mercado consumidor correlato está sediada em Goiânia (GO) e trabalha na produção de mudas, arrendamento de terra, plantio na base da parceria, com foco nas variedades mogno africano (Khaya ivorensis, Khaya anthotheca e Khaya senegalensis), Acácia (Acácia Mangium) e Teca (Tectona grandis). A primeira variedade é a que apresenta melhor rendimento no Brasil.
“A teca demora muito, são 25 anos. Escolhi o africano por ser o mais parecido com o brasileiro e não ter uma doença que divide a tora, prejudicando a rentabilidade” O foco dessa empresa centrado no mogno se justifica por ser sua madeira, conforme um dos proprietários da empresa, engenheiro agrônomo Canrobert Tormin Borges, em entrevista ao jornal Cerrado Rural Agronegócios, de maior valor agregado. Sua empresa trabalha na produção de mudas, plantio por meio de arrendamento de áreas
e assistência técnica a silvicultores, clientes ou não. O empreendimento surgiu em 1979 como empresa de paisagismo, voltando-se para o ramo de produção de mudas de espécies madeireiras a partir de 2005. É, hoje, ainda conforme ele, a pioneira e a maior produtora de mogno africano no Brasil, atendendo a oito estados das regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste, Norte e Nordeste. São mais ou menos 4 mil hectares e mais de 200 clientes nesses estados, com áreas entre 1ha e 500ha. Há clientes que vão fazer o seu primeiro corte para comercialização daqui a 5 anos. Por trás dessa empresa, Canrobert Borges e seu sócio, o também engenheiro agrônomo João Augusto, mantém outra, uma espécie de holding que atua no ramo de reflorestamento e vendas de cotas. O empreendimento, ainda de acordo com os dois empresários, deve fazer a sua primeira colheita daqui a 9 anos.
Em seu primeiro corte (desbaste), aos dez anos, quando se colhe 50% da produção, o mogno africano rende, conforme explica Canrobert Borges, 100m3 por hectare de madeira serrada. Já no segundo e último corte, entre 15 e 17 anos, o rendimento pode chegar a 200m3 por hectare de madeira serrada (veja no gráfico 1 o retorno financeiro do mogno). O mercado alvo desse produto florestal é 100% brasileiro – e durante muitos anos -, conforme informações acima. “O Brasil importa madeira nobre”, frisa o produtor de mudas. Esse negócio é crescente e com baixos riscos e tem chamado a atenção também de grandes investidores no setor rural brasileiro, como Ricardo Tavares, conhecido no mercado do agronegócio como criador de empresas do ramo de alimentação, como a Suco Mais e o Café Três Corações, repassando-os à frente, com lucros fabulosos. Ele é um dos grandes silvicultores brasileiros com foco no mogno africano e diz que investiu nessa cultura por levar em consideração que a população mundial está crescendo, chegará a 9 bilhões em 2050, e a demanda por madeira acompanha este crescimento. Por que ele optou pelo mogno africano? Ele explica que viu plantações de teca em Mato Grosso e de mogno no Pará, chegando a conclusão que a espécie africana é que se desenvolve melhor. “A teca demora muito, são 25 anos. Escolhi o africano por ser o mais parecido com o brasileiro e não ter uma doença que divide a tora, prejudicando a rentabilidade”, explica ele a todos os que lhe questiona o por que de sua opção (veja no gráfico 2 comparativo de rendimento entre o mogno africano e outras espécies). Canrobert Borges informa que o investimento para a implantação de uma floresta de mogno africano está entre R$ 4 e R$ 5 mil reais por hectare; os custos com manejo são de mais ou menos R$ 800 por hectare entre o primeiro e terceiro ano de cultivo. “A partir daí, ele cai para uma média de R$ 300 por hectare”, diz o empresário. MAIO 2013 |
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Silvicultura
Uma sólida caderneta de poupança
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ma das modalidades de investimento na cultura do mogno africano, tanto na agricultura familiar, quanto na agricultura empresarial, é o arrendamento de áreas. Nesse, conforme Canrobert Borges, sua empresa paga a quantia de R$ 25 por hectare, fornece as mudas e insumos necessários, manejo, e dá toda a assistência técnica durante todo o ciclo da floresta, ou seja, o proprietário da terra não tem trabalho nenhum com a cultura. “Na comercialização, além do aluguel da área, o parceiro recebe 10% sob o valor da venda da produção”, garante. É um investimento seguro tanto para um quanto para outro, “não temos o trabalho de fazer o chamado ‘convencimento’ quanto a segurança e a rentabilidade desse investimento”, afirma o agrônomo João Augusto, sócio de Canrobert Borges. “Quem vem (para o negócio), já vem ciente da seriedade e da segurança do investimento”, diz ele, informando que tem parceiros até em projetos de assentamento do Incra. Que o diga o pequeno produtor rural, Divino Alves de Queiroz, dono de uma gleba de 73ha de terras na Fazenda Sozinha, no município de Bonfinópolis, região metropolitana de Goiânia. Há dois anos, ele deixou a produção de leite para investir em mogno pelo sistema de arrendamento. Arrendou 65ha de suas terras para o cultivo dessa espécie africana. Após fechar o negócio e muito entusiasmado, o produtor tratou de se aprofundar na cultura: conheceu investimentos e até o experimento com essa espécie na Embrapa Amazônia Oriental, com sede em Belém (PA). Ele se apaixonou pela cultura e abandonou a pecuária leiteira que, além de muito trabalho e problemas com funcionários no manejo de 30 vacas lactantes, só estava lhe dando prejuízos. Ele fez as contas: 65ha de mogno lhe renderá, nas suas duas colheitas, em 15 anos, aproximadamente R$ 45 mil por hectare, fora o aluguel da área. Bem mais que a renda de 180 litros de leite/dia. Os 10 primeiros hectares de mogno já estão com quase um ano e foram plantados pela empresa reflorestadora em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) a título de experiência. O objetivo é checar o comportamento dessa ma-
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ANTÔNIO OLIVEIRA/AGROFAMILIA
Divino e Geraldino, com amostra do mogno pronto para a indústria: investimento seguro para o futuro
deira sob diversos tipos de irrigação e consorciação com outras culturas. Os demais 55 hectares, até fazermos esta reportagem, estavama espera da disponibilidade de mudas. . “Eu vi sustentabilidade nesse ‘trem’, uma oportunidade de novo
rendimento, que não seja diversificação, mas um investimento de médio e longo prazo sem ter dinheiro para investir na lavoura e na terra”, justifica o pequeno produtor Geraldo Magela Ribeiro, o Geraldinho, presidente da associação rural da
região – Associação de Produtores em Agronegócio da Região de Bonfinópolis (ASPARB). Em 61ha de seus 186ha, onde pratica pecuária leiteira comercial e outras culturas de subsistência, ele cultiva, há mais de um ano, o mogno africano pelo sistema
de arrendamento à empresa de Canrobert Borges e João Augusto. Geraldinho disse não ter a tradicional preocupação com o retorno rápido do que cultiva. “Eu não tenho essa visão”, diz ele. O raciocínio e o seu interesse no mogno estão na seguinte realidade, de acordo com as explanações que fez para Cerrado Rural Agronegócios. A zona urbana de Bonfinópolis, cidade a 30 quilômetros de Goiânia, está avançando, tomando áreas rurais, inclusive se aproximando da sua propriedade; em pouco tempo, a região metropolitana da Capital não tem mais para onde se expandir em direção a Trindade e Senador Canedo (cidades vizinhas, já quase emendando com a Goiânia). É aí onde entra sua “grande cartada”: a região avançará por terras onde está localizada a sua propriedade e esta, naturalmente, será alvo do mercado imobiliário. Então, o mogno, além de lhe render mais de R$ 45 mil por hectare nas duas safras, valorizariam ainda mais a sua propriedade, levando-se em conta a perca de lucros presumíveis. Uma espécie de caderneta de poupança que ele não teria, nem com a produção leiteira, nem com o valor da terra sem a cultura do mogno. “Promessa de retorno igual a esse, não existe”, diz o pequeno produtor rural. Além do mais, ele pretende consorciar o mogno com culturas anuais a exemplo do milho.
DIVULGAÇÃO
Silvicultura
Entrada do Mogno no Brasil
O
mogno africano expandiu-se pelo Brasil a partir de cinco exemplares plantados na sede da Embrapa Amazônia Oriental que, em 1976 chamou a atenção pelo seu crescimento, altura e diâmetros atingidos. Porém, suas primeiras sementes só foram produzidas em 1989, dando início a difusão desta cultura, inicialmente no Pará, inclusive substituindo o mogno brasileiro. Calcula-se que existem hoje no Brasil cerca de 2 milhões de árvores da espécie somente na Amazônia, principalmente no Pará, onde são cultivadas em consórcio com o cacau e o cupuaçu. Do Pará o mogno se expandiu para o centro-sul do país, inclusive tomando áreas de antigos parreirais. Seu impacto no meio ambiente brasileiro é positivo, afirma o engenheiro João Augusto. Além do sequestro de carbono, diz ele, como todo reflorestamento, melhora o clima; retém água no solo e reduz a pressão à floresta nativa. “Um hectare de floresta de mogno equivale a 4 lagos de 4ha de lâmina d’ água cada”, pontua o engenheiro. A produção de mudas dessa espécie arbórea africana no Brasil é feita, geralmente, por sementes produzidas no Pará. Mas, de acordo com João Augusto e Canrobert, a multiplicação por clonagem começa a dar seus primeiros passos.
Divino Queiroz ao lado de um exemplar do mogno africano na Embrapa Amazônia Oriental
“Um hectare de floresta de mogno equivale a 4 lagos de 4ha de lâmina d’ água cada”, pontua o engenheiro. MAIO 2013 |
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ENTREVISTA
‘Cinturão verde’ não existe mais. O alvo é outro “Isso que se chama de “cinturão verde”, hoje uma faixa de terra entre a zona rural de Taquaralto e o quilômetro 13 da saída para Miracema (havia outra faixa que foi submersa, com formação do Lago do Lajeado), não existe mais, já está comprometida por chácaras residenciais e de recreio, ou até mesmo para a especulação imobiliária. Nunca vai ser um ‘cinturão verde’. Os verdadeiros chacareiros foram empurrados para os grotões do Lajeado, do São João, entre outros. São terras entre boas
e ruins e muitas delas próximas a APAs (Áreas Permanentes de Proteção Ambiental) e aos nascedouros de água. Mas são estas pessoas que vão desenvolver a agricultura em Palmas. Não é fácil por tudo isto, mas nós temos que procurar meios de transformar esses grotões em produtores de frutas, verduras e granjeiros, trabalhando, orientando aquele pessoal, transformando-os em chacareiros de verdade. O processo é demorado e estamos ciente disso. Assumimos com essa determinação”.
Abastecer o mercado local. Eis o desafio. “Sabemos que muitos supermercadistas saem de Palmas para comprar hortifrutigranjeiros em Goiânia, muitas vezes em compras casadas. Palmas ainda não atende suas demandas. Ou seja, só compram determinado produto, se levar outro junto. Como sabemos que muitas coisas que se buscam lá fora, podem ser produzidas aqui e fornecidos ao mercado regional por meio da Central de Abastecimento de Palmas (Ceasa), que deve ser a articuladora desse processo. Tocantins é grande produtor de melancia e abacaxi, abastecendo outras capitais, principalmente
Goiânia. Com produção em grande escala aqui e organizando a logística, a Ceasa poderia abastecer o mercado regional com aquelas frutas que abastecem outros mercados e com os produtos hortifrutigranjeiros produzidas em terras palmenses. Tem que ter produção abundante e contínua – querem os proprietários de supermercados. Mas aí entra o papel da Sagri e da Ceasa. A primeira promovendo meios para que a produção atenda a demanda e a segunda a organização do mercado e da logística. Nós temos muitas aptidões em termos de hortifrutigranjeiros.”
Definindo o perfil produtivo de palmas “Nós temos um clima e luminosidade favoráveis à olericultura (folhosas), mas precisamos de tecnologias parta processar esses produtos para não vende-los de forma ainda rudimentar, reduzindo ainda mais sua sobrevida. Temos também uma aptidão muito grande para a produção de tubérculos e raízes, porém não a exploramos devidamente. Veja um dos muitos exemplos: a batata-doce que se consume na microrregião de Palmas vem de fora, enquanto que
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temos condições extremamente favoráveis para a sua produção no município de Palmas. Da mesma forma ocorre com o tomate, o pimentão, a cenoura e outras raízes. Nós temos condições edafoclimáticas para produzir tudo isto aqui, principalmente em terras de altitudes elevadas, como a chapada de Buritirana. Para isso já estamos fazendo o zoneamento, projeto a que denominamos “Palmas Agrosustentável”, que vai indicar onde e o que plantar e colher. “
De cinturão verde a Crescente Verde
O desafio de transformar Palmas em centro produtor e abastecedor do mercado hortifrutigranjeiro regional ANTÔNIO OLIVEIRA
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écnico experiente na área de Agronomia, com especialização acadêmica e prática em irrigação e piscicultura, Roberto Jorge Sahium, ou simplesmente, Roberto Sahium, foi convidado pelo novo prefeito de Palmas, Carlos Amastha, para assumir a direção da Secretaria de Agricultura ... (Sagri), do município de Palmas, cargo que ele exerceu, por mais de nove anos no governo do Tocantins. Um choque - de secretário estadual para secretário municipal? Não, afirmou ele. “Lá eu fazia uma agricultura mais no atacado; aqui o farei no varejo”, disse. Na verdade, seguiu ele, em entrevista exclusiva ao Cerrado Rural Agronegócios, ele está voltando às suas origens. “Afinal, sempre fui extensionista e esta função consiste em estar ao lado do pequeno produtor rural. Aqui é que me sinto em casa”, considerou. Além da experiência de três gestões à frente da Secretaria de Agricultura do Estado do Tocantins,
“Lá eu fazia uma agricultura mais no atacado, aqui o farei no varejo” Sahium tem, também, em sua folha de serviços prestados aos estados de Goiás e Tocantins, a chefia da Divisão de Irrigação do Estado de Goiás, ainda quando o Tocantins era o território norte daquele Estado. Nessa função, durante mais de cinco anos, foi o responsável técnico e colaborador de alguns importantes projetos de irrigação em Goiás, como o Projeto Guapo, na região metropolitana de Goiânia, e Projeto Formoso, hoje no sul do Tocantins. Projetos idealizados pelo estadista Mauro Borges e desenvolvidos por governos que o sucedeu anos mais
tarde, como Irapuan Costa Junior e Ary Valadão. Ainda aquele Estado foi diretor de uma escola normal e contribuiu na formação de técnicos agrícolas e agrônomos, muitos dos quais morando hoje em Formoso do Araguaia, onde se fixarem em conseqüência da construção daquele projeto de irrigação. Foi atrás dessa experiência – necessária à inserir de vez o município de Palmas no processo produtivo familiar e empresarial -, que Amastha preferiu fazer vistas grossas às indicações políticas para buscar um técnico. “Eu cheguei aqui cheio de idéias e projetos, mas me surpreendi com a visão e a rapidez de raciocínio do Prefeito, que ao me convidar e eu aceitar, já me entregou uma lista de seus projetos bem mais amplos que as meus”. Nesta entrevista, Roberto Sahium expõe um pouco do que a atual administração municipal pretende fazer para alavancar a agricultura familiar, inclusive como “agronegócio familiar” e a agricultura empresarial.
ANTÔNIO OLIVEIRA/ARQUIVO CERRADO EDITORA
ENTREVISTA
Yes, nós podemos ter banana e outras frutas “No quesito frutas, nossa aptidão principal é a banana, seguida pelo abacaxi e o caju. Estes seriam os carros-chefes da fruticultura em Palmas. Mas isso não significa que não poderíamos produzir laranja, abacate, entre outras, que poderiam ser produzidas em terras altas
do Município, lá naqueles assentamentos, como o Entre Rios e o Veredão. Áreas para diversificar a produção, nós temos. Há a questão das frutas anuais, como o melão e a melancia, para terras baixas. Mas tudo isso passa primeiro por esse zoneamento que estamos fazendo.”
Cinturão verde, nâo, vamos fazer o ‘crescente verde’ “Se voltarmos há mais de dez mil anos na história da humanidade – nos países árabes, mais especificamente no Vale do Rio Nilo -, veremos os primeiros momentos da agricultura moderna, onde o homem saiu da condição de coletores, extrativistas para desenvolver a agricultura e domesticar os animais; desenvolver a escrita e a conversa entre seres humanos. É o chamado “Crescente Verde”, que transformou aquelas terras, outrora improdutivas, em terras produtivas, mesmo a maioria na condição de áridas e semi-áridas. “Crescente Verde” é um simbolismo de crescimento, de fixação do homem na terra. É o que podemos pensar aqui, numa espécie de uma crescente, de uma lua crescente. Não podemos mais pensar em “cinturão verde”, porque ele não existe mais e até foi seccionado pelo lago, fazendo a figura de um arco, de uma lua
“crescente verde. E a função dele, não é apenas pensar na profissão, vamos dizer, no cinturão verde”. crescente. Então a gente pode estar simbolizando essa agricultura, esse movimento como um “crescente verde. E a função dele, não é apenas pensar na profissão, vamos dizer, no cinturão verde”. É projetando-o como uma áurea que separa o setor urbano, do setor rural propriamente dito. É uma área de transição, é uma barreira, inclusive ambiental, para que não haja uma perturbação do meio urbano para o meio rural.”
O grande trunfo: a piscicultura nas águas do lago “A gente começou a conversar com o pessoal do Ministério da Agricultura e posso te adiantar que já existem alguns empresários interessados em investir na piscicultura e aqüicultura em Palmas. Já sinalizamos á eles com alguns projetos prontos, inclusive o ambiental que podemos ajudar na sua elaboração. Esse é um foco muito importante. Nós temos, só no município de Palmas, 137 Km2 de lâminas d´água bem no ‘fundo do nosso quintal’ – água de boa
qualidade. É só questão de começar e nós vamos começar logo, formando condomínios. Já temos aí uma colônia, a Colônia Z-10” cujos integrantes podem ser transformados em pescadores profissionais. Quando se cria peixes, se tem um aspecto ambiental muito grande, porque a produção de peixes em cativeiros (tanques cavados na terra ou tanques-redes) evita que se esgote o estoque natural para alimentação. Preservam-se espécies em fase de extinção.” MAIO 2013 |
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Desenvolvendo a bacia leiteira do município “Outro grande projeto que a Prefeitura de Palmas, por meio da Sagri, tem a desenvolver é o da bacia leiteira. Palmas é uma cidade com muitos jovens e muitas crianças, é uma cidade ainda em formação que precisa de muito leite, mas que ainda tem uma produção muito pequena – média de 5 mil litros -, quando o consumo em Palmas é de mais de 105 mil litros. Então, é um foco para onde estaremos voltados, também. Não visando a grande propriedade, mas a pequena, com no máximo 5 hectares – e aqui eu quero falar agricultura familiar empresarial -, para que a gente possa desenvolver pastos irrigados, no período da seca, usando capins de altíssima qualidade. Não é possível você fazer leite usando pastos com quicuia ou brachiária, que são ótimos capins, mas não para a produção de leite. A gente, quer, então, produzir um
capim com mais proteína. E hoje ai nós temos no mercado um capim excelente, que se chama gigles, que tem 26% de proteínas. Tem outro, antecessor dele, que é o difton 85, que também é altíssimo, em torno de 15/17% de proteínas. Temos, também, a própria grama africada que deu a origem a tudo isso ai. São capins de ótima qualidade e que deve ser usado para a produção de leite. Mas não se imagine produzindo leite em áreas grandes e rebanhos grandes. Mas adequado é viável é em terra e rebanho pequenos, onde se tem o cuidado e boas práticas, com tecnologia para que possamos desenvolver alguns projetos dentro do município. Nós já temos a Ascabras (Associação dos Criadores de Cabras de Palmas). E, também, vamos desenvolver projetos nessa área, melhorando a nutrição desses animais e consequentemente aumento da produção de leite.”
Embrapas podem ser uma grande parceira “Foi uma grande conquista a gente trazer para Palmas, não só uma unidade da Embrapa, mas duas – a Embrapa Aqüicultura e Pesca e a Embrapa Sistemas Agrícolas. Esta está se instalando no platô da Serra (planície de Burtirana), vai desenvolver agricultura de grãos, principalmente; aquela a pesca e a aqüicultura. Uma terá papel fundamental na produção de matérias-primas para ração para peixes, caprinos, avícolas, suínos, etc e a outra no desenvolvimento da demanda por esses produtos. Não podemos esquecer, também, como parceiros dos projetos da Sagri, a UnitinsAgro, que tem uma importância fundamental nesse processo e que já tem muitas pesquisas desenvolvidas para a agricultura familiar; a Universidade Católica do Tocantins, com seus dois cursos na área de ciências agrárias (Zootecnia e Agronomia) – aqueles meninos têm muito o que acrescentar aos processos produtivos em Palmas;
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a Ulbra, já tradicional em algumas pesquisas e a Universidade Federal do Tocantins.Estas, também, com pesquisas e projetos interessantes para o Município, como é o caso do uso da batata-doce para a produção de álcool – projeto que não tem a intenção em competir com a cana-de-açúcar, pois esta é insubstituível. Mas as batata-doce é uma grande oportunidade para o pequeno produtor, que poderia produzi-la, inclusive o seu álcool, em grande escala, num consórcio, associação ou cooperativa, aproveitando o sub-produto, que é excelente, para a ração animal. E ainda acrescento aqui outro foco. Eu tenho lutado muito para colocar a mandioca em seu devido lugar, como um produto de respeito. Vale lembrar que a o amido do arroz é muito parecido com o amido de mandioca e a produção dessa é bem mais ecologicamente correta, mas que está, ao menos em nosso Município, relegado à segunda categoria.”
ANTÔNIO OLIVEIRA/ARQUIVO CERRADO EDITORA
ENTREVISTA
Incentivar a capriovinocultura também está nas metas da Segri de Palmas
DIVULGAÇÃO
AQUICULTURA
Com o Projeto, o produtor pode ter um alimento muito nutritivo, ultrapassando em 400% o consumo per capita nacional
ANTÔNIO OLIVEIRA
O
potencial do Tocantins para a produção de pescado é um dos maiores do Brasil, perde apenas para os estados do Pará e Paraná. A soma de rios piscosos, como o Tocantins, o Araguaia, o Santa Tereza, o Javáes, entre outros, com as imensas lâminas d’água formadas pelos lagos das usinas hidroelétricas do Lajeado, na microrregião de Palmas; do Estreito, no norte e de Peixe-Angical, no sul do Estado, vislumbra bons horizontes do Tocantins nos mercados nacional e internacional de pescado. Há, ainda, a modalidade de aquicultura em tanques cavados – lagos -, para a cria e engorda de pescado de várias espécies amazônicas. Foi com o foco neste potencial que os governos estadual e federal formaram uma parceria para incentivar a indústria pesqueira e aquícula no Estado, com ênfase para a criação em tanques-redes nos lagos das usinas. Os meios de exploração desse filão sócio-econômico não param por ai. Durante a Agrotins 2013, a Secretaria de Agricultura de Palmas estará apresentando o Projeto Gamboa, desenvolvido pelo titular da Pasta, agrônomo Roberto Sahium, após anos de pesquisas. “Trata-se de um Projeto que tem como carro-chefe a produção de pescado por meio de uma estrutura que usa tecnologias
Aquicultura
cabocla
Sahium desenvolve projeto para criação de peixes em pequenas propriedades. O Gamboa será mostrado na Agrotins 2013 contemporâneas e a ‘caipora’. Por que tecnologia ‘caipora’? Porque fomos buscar no sertanejo, no produtor rural, as experiências que ele acumula de longas datas na sua lida com o campo”, explica Sahium. O Projeto consiste na cria e engorda de peixes já pescados em bolsas feitas à base de PVC galvanizado. “ S ã o os bags-fisher, uma estrutura que custa pouco e que pode ser fabricado aqui mesmo em Palmas – ou em outro município
do Estado, o projeto vai ser exposto para o público geral e nós vamos implantá-lo
na Capital do Tocantins -, agregando empregos e rendas em torno da cadeia produtiva da piscicultura e aquicultura”, enfatiza. É uma modalidade de criação de peixe que, ainda de acordo com o Secretário, não requer grandes investimentos como em abertura de tanques ou na aquisição de tanques-redes e seu manejo n’água e, sendo assim, está voltado para o micro produtor rural. Para uma produção de 1,5 toneladas de peixe por ano – que é o Modelo 1 do Projeto -, o investimento é de R$ 2
mil, sem computar a mão-de-obra. “É um projeto barato e que se paga logo, ao mesmo tempo em que exerce uma função social muito grande, verticalizando a cadeia e disponibilizando alimentos de primeiríssima qualidade, como proteínas e sais minerais para pessoas de diferentes faixas etárias e condições de saúde, principalmente para o produtor e sua família”, informa. Exemplificando a viabilidade do Gamboa, Roberto Sahium calcula que, “levando-se em conta uma família com dez pessoas, em torno do Modelo 1 do Projeto, ela consumiria 200 quilos de peixe, ou seja, mais que 400% a mais do consumo per capita no Brasil e teria um excedente de 1.300 quilos para a comercialização. O Projeto do secretário Roberto Sahium ainda tem a vantagem de aproveitar a água usada no manejo dos peixes para outras culturas. “É uma água fertilizada que pode ser utilizada na produção orgânica de verduras, frutas tropicais e até - por que não? -, na adubação de pastos para o Projeto Balde Cheio (bacia leiteira para o pequeno produtor, da Embrapa). “É um projeto que eu venho desenvolvendo há muitos anos, mas que só agora, na condição de secretário de Agricultura de Palmas, e estou tendo a oportunidade de apresentá-lo para o mercado durante a Agrotins 2013. Isto será feito não apenas para os produtores de Palmas, mas de todo o Tocantins e do Brasil, que visitarem aquela feira”, arrematou o secretário-inventor. MAIO 2013 |
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FAÇA VOCÊ MESMO
Compota de frutas, um bom negócio Agregue valor a sua propriedade fabricando compota Da Redação
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ara que a pequena propriedade rural produtiva obtenha mais lucros é necessário que se promovam ações de agregação de valores ao que ela produz ou por meio do que há em excesso no mercado. Um desses complementos de
renda pode ser a da fabricação artesanal ou industrializadas de compotas para atender demandas nas entressafras. E uma dessas muitas opções são compotas de frutas. Aqui, inicialmente, sugerimos o abacaxi, produzido em escala comercial, por agricultores familiares e empresariais, em algumas regiões dos cerrados do Norte e Nordeste do Brasil, e cujo refugo – o que sobra da seleção
que vai para os mercados mais exigentes – tem preço bem acessível e é abundante. Que tal conservar essa deliciosa fruta para vender e/ou consumir na entressafra? Nossa fonte de orientação é uma das cartilhas da “Coleção Senar” (49), editada e publicada pelo Comitê Eleitoral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) DIVULGAÇÃO
Comecemos explicando que compotas são conservas de frutas, com ou sem caroço; inteiras ou em pedaços, cozidas em calda ou xarope e acondicionadas em vidros. São conhecidas também por frutas ao xarope, quando o processo é desenvolvido com o branqueamento e adição da calda na fruta crua. Antes de começar essa pequena agroindustrialização é necessário ter um local adequado, ou seja, bem arejado, dispor de luz natural e artificial, com teto e piso revestidos com materiais laváveis, telas nas janelas e nas portas, e com água de boa qualidade. Importante e necessário também que tenha instalações suficientes para a adequada recepção, seleção e preparo da matéria-prima e fabricação da compota, bem como instalações sanitárias e vestiário. Não se esqueça de fazer um pedilúvio na entrada. Não se preocupe com os custos, se o produto for bom, há mercado e o retorno é garantido. Mas antes de iniciar todo este processo busque orientação na secretaria de Agricultura e no órgão de vigilância sanitária de seu município. Depois de tudo isto pronto, siga as seguintes etapas:
HIGIENIZAÇÃO
Tenha a disposição, nessa mini agroindústria, vassoura, bacia, água, sabão ou detergente biodegradável, rodo, esponja e produto sanitizante. Comece a higienização obrigatoriamente pelo fogão e mesas. Depois lave e enxágüe as paredes – revestidas de azulejos ou cerâmicas -, bancadas e piso utilizando água e sabão. O processo de sanitização pode ser feito com produto a base de cloro ou iodo, seguindo as orientações do fabricante desses produtos. Feito a mistura de um desses
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Pode se encontrar frutas de ótima qualidade entre aquelas que foram refugadas e que dão ótimas compotas
produtos com água, comece a sanitização pelas paredes, depois bancadas e piso. Encha o pedilúvio e coloque nele a solução sanitizante. Na fábrica você deve ter panelas, facas inoxidáveis, escumadeiras, conchas, colheres, balança, escorredores, jarras graduadas, pinças, espátulas, panos limpos, seringa,vidros (que podem ser usados), tampas (necessariamente novas), colheres de madeiras e bacia – de plástico, inoxidável ou esmaltada. Antes do processo de fabricação das compotas, lave todos esses utensílios com água e sabão, colocando-os, depois, para escorrer. Não se esqueça que o manipulador e demais pessoas envolvidas no processo devem estar em boas condições de saúde, usar unhas limpas e sem esmaltes; não usar pulseiras, colares e relógio; usar jalecos ou aventais, proteção para os cabelos e botas de borracha; luvas e máscara.
SELEÇÃO DAS FRUTAS
Selecione a matéria-prima. Se optar por adquirir as frutas descartadas, os chamados refugos, prefira as melhores. Refugo não significa que a fruta não pode ser aproveitada na sua totalidade. Elas apenas, geralmente, foram descartadas por não atender aos critérios de tamanho, peso, beleza. Mas sua polpa pode ser de boa qualidade. Saiba escolher, tendo em mente que o intervalo ideal entre a colheita e a fabricação de compota deve ser de 12 horas, quando a fruta for armazenada em ambiente natural. Para cada lote a ser industrializado, escolha frutas de tamanho e cor semelhantes, isto vai dar uniformidade ao seu produto de forma padrão ou por cada lote.
PRÉ-FABRICAÇÃO
Comece pela pré-lavagem, que deve ser feita em água corrente. Depois retire a coroa das frutas, levando-as a seguir para o interior
Ambiente e manejo devem ter rigoroso processo de higienização
da agroindústria onde devem ser lavadas novamente em água corrente, antes de subemergí-las, durante cinco minutos, em solução sanitizante na quantidade necessária a cobrir as frutas, de acordo com tabela. Após esse processo, volte a lavar as frutas em água corrente. Agora conheça os tipos de caldas com as quais você pode trabalhar. Calda, como bem lembra os editores da nossa fonte, é “uma mistura de água e açúcar em concentração variável de acordo com a fruta a ser utilizada”.
Há dois tipos de caldas: a fina, que consiste na utilização de duas medidas de água para uma medida de açúcar ( por exemplo: 2 litros de água, 1 quilo de açúcar), e calda média, que é a utilização de uma medida e meia de água para uma medida de açúcar ( 1,5 litro de água e 1 quilo de açúcar). Descasque as frutas, eliminando delas os olhos – aqueles pontinhos escuros. Corte-as em fatias redondas de um 1 cm de espessura. Se preferir, com um objeto cortante redondo, na espessura certa, remova o “miolo” das fatias. Coloque essas em escorredor, enxague-as em água fria – se o abacaxi estiver verde, faça isto com água quente. Coloque para escorrer novamente. Próximos passos: passe álcool nas bancadas (ou mesa). Enquanto a calda é preparada – recomendável assim - faça o tratamento térmico dos vidros e tampas. Isto é feito por meio da fervura dos vidros e tampas em uma panela em cujo interior deve ser inserido um pano ou uma grade para que os vidros não se quebrem. Lave e enxágüe antes os vidros e as tampas antes de colocá-los na água a ser fervida com eles. Essa fervura deve ser por vinte minutos. Proceda assim com todos os utensílios. Na próxima edição, vamos entrar nos processos de fabricação e envasamento do produto. Aguarde.
SAIBA MAIS Preparo da solução sanitizante (hipoclorito) (Para cada dez litros de água) Concentração Frutas maduras Frutas intermediárias Frutas verdes
3% 2,0 ml 2,5 ml 3,0 ml
10% 0,6 ml 0,8 ml 1,0 ml
12% 0,5 ml 0,6 ml 0,8 ml
ALMANAQUE
Pra rir e fazer amor Você sabia que andar ou pedalar por pelo menos cinco minutos melhora o humor e a alta estima? É o que mostra a revisão de dez estudos sobre esse assunto. Ou-
LENDAS BRASILEIRAS
tra pesquisa recente indica que andar 30 minutos por dia reduz o risco de dificuldades masculinas na cama. Tu estás fazendo o que ai, parado?
SIMPATIA
Para acabar com qualquer vício Pegue um coco verde e faça um furo nele sem deixar cair a água. Num pedaço de papel branco cortado em forma de cruz, escreva o nome da pessoa viciada. Coloque esse papel dentro do coco e tampe o furo com vela quente. Enterre
esse coco embaixo de um coqueiro e diga: “Ofereço estas orações para o Anjo da Guarda de (dizer o nome da pessoa) para que ajude a deixar o vício (dizer o víci). Rezar três Pai-Nossos e três Ave-Marias. (Do site www.oguru.com.br)
RECEITA NATURAL
Receita para pés ressecados
Você vai precisar de 2 colheres de sopa de azeite extra virgem; 2 colheres de sopa de mel; 4 colheres de sopa de açúcar 1 pedaço grande de plástico filme. Como usar: Primeiramente, você deve fazer uma esfoliação. Misture o açúcar e o mel até formar uma pasta grossa. Aplique o esfoliante nos pés, fazen-
do massagens circulares. Esfregue
levemente com a ponta dos dedos e deixe agir por cerca de 10 minutos. Depois enxágue com água fria. Em seguida, aplique o azeite de oliva na pele. Cubra os pés com um pedaço de plástico filme. Deixe descansar por pelo menos meia hora. Depois tome banho e lave a região normalmente. Repita o tratamento toda semana e em pouco tempo você perceberá que a pele está mais macia e suave. (do site: www.natural.enternauta.com.br )
A Mulher da Meia Noite
RELIGIÃO
*Clínica da alma Médico: Jesus Cristo Graduação: Filho de Deus Médico auxiliar: Espírito Santo Sua experiência: Infalível Sua residência-consultório: Em todas as partes Sua especialidade: O poder Seu favor: Graça Seu livro de receitas: A Bíblia Doenças que cura: Todas Preço do tratamento: A Fé
Sua garantia: Absoluta Sala de cirurgia: O Altar Sua dieta: Oração e jejum Seus exercícios: Boas obras e frutos Horário de consultas: 24 horas por dia “Deus é que me cinge de força e aplaina o meu coração. Crê e torna possível o impossível” * A pedido
A Mulher da Meia Noite, também Dama de Vermelho ou Dama de Branco, é um mito universal, ocorrendo nas Américas em toda a Europa. É uma aparição, na forma de uma bela mulher, normalmente vestida de vermelho, mas pode também ser de branco. Alguns dizem que é uma alma penada que não sabe que já morreu; outros afirmam que é o fantasma de uma jovem assassinada que desde então vaga sem rumo. Na verdade ela não aparece à meia-noite, e sim, desaparece nessa hora. Muito bela, parece uma jovem normal. Gosta de se aproximar de homens solitários nas mesas de bares noturnos. Senta com eles e logo os convida para que a leve para casa. Encantado com tamanha beleza, todos topam
na hora. Entretidos, logo chegam ao destino. Parando ao lado de um muro alto ela, então, diz ao acompanhante: “É aqui que eu moro...” É nesse momento que a pessoa se cá conta que está ao lado de um cemitério e, antes que diga alguma coisa, ela já desapareceu. Nessa hora, o sino da igreja anuncia que e meia noite. Outras vezes, ela surge nas estradas desertas, pedindo carona. Então pede ao motorista que a acompanhe até sua casa. E, mais uma vez, a pessoa só percebe que está diante do cemitério, quando ela, com sua voz suave e encantadora, diz: “É aqui que eu moro, não quer entrar comigo? Gelado, da cabeça aos pés, a única coisa que a pessoa vê é que ela acabou de sumir diante dos seus olhos, à meia-noite em ponto.
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Amar Sofrer Sonhar Respeitar Não encontrando na livraria de sua cidade, faça o seu pedido via sites www.cerradoeditora.com ou www.antonio-oliveira.com ou ainda passe-nos um e-mail com seu pedido para contato@cerradoeditora.com.br
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CAPA
“Competitividade exige eficiência da Embrapa” DIVULGAÇÃO
Milho híbrido: não como o produtor rural fazer reserva de sementes para a próxima safra
Talvez as razões para a abertura do capital da Embrapa estejam na visão dos sementeiros brasileiros, representados por sua associação de classe. Eles não são contra. Em entrevista ao Cerrado Rural, o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Narciso Barison Neto, diz vê com bons olhos a abertura do capital social da Embrapa. Para ele, a iniciativa é muito positiva para as crescentes necessidades de investimento em pesquisa que se fazem necessárias para se manter o Brasil competitivo. Afinal de contas, diz ele, “a primeira vocação do nosso país é a agricultura. Ainda de acordo com ele, manter o foco da Embrapa somente em uma agenda social é um risco, “pois a tendência é diminuir as suas atividades, tendo em vista que os recursos para custeio e investimento seriam provenientes do Estado. Ou seja, são poucos e nem sempre chegam a tempo e a hora”. Sobre o papel da Embrapa junto aos setores produtivos rurais e às instituições privadas de pesquisas, como as fundações estaduais, Barison Neto diz acreditar que, apesar das limitações da estatal, ela tem feito o possível para atender as demandas na agricultura. Porém, diz, a crescente competitividade do setor, no Brasil e no mundo, exige mais eficiência e foco por parte da Embrapa. “Temos novos desafios e a Embrapa tem sido solicitada cada vez mais. Pela sua importância estratégica, achamos que ela ainda pode desempenhar um papel estratégico para o desenvolvimento do setor de sementes, por exemplo, que é o nosso caso”, frisa o sementeiro. À exemplo das fundações privadas de pesquisas nos estados, Barison Neto também se queixa do modelo de parcerias que há entre a Embrapa e essas instituições. Conforme ele, esse modelo, que já dura dez anos, necessita de uma atualização urgente, “e isso não está ocorrendo”. Ele lembra que o cenário do setor de sementes no Brasil está mudando muito rapidamente, em razão da chegada de novas tecnologias, novas empresas de sementes, o que torna a competição mais acirrada. “O agricultor está mais exigente, com razão, pois necessita competir com agricultores de outros países, que dispõem de tecnologias de última geração”. Dessa forma, continua o presidente da Abrasem, a Embrapa tem um papel muito importante
Sem recursos para pesquisas empresa vai perdendo terreno para as gigantes multinacionais nesse cenário, que é ser uma opção ao produtor de sementes brasileiro às grandes empresas transnacionais, que têm um grande poder de investimentos e, por consequência, de geração de novas tecnologias. “Necessitamos trabalhar juntos, Embrapa e setor privado, focados e buscando, sempre, mais eficiência. Mas este tem que ser o interesse de ambas as partes. O setor de sementes, por meio da Abrasem e suas associadas, tem esse interesse”, pontua. Embrapa e as multinacionais de pesquisas e sementes. Uma tem conseguido acompanhar a evolução das outras? Barison Neto diz acreditar que a estatal tem as suas dificuldades, principalmente por ser uma empresa pública. Entretanto, diz ele, tem um patrimônio enorme, que é o seu quadro técnico. “Acreditamos que revendo seu modelo de parcerias, poderia a voltar a ser uma importante alternativa para os produtores de sementes brasileiros”, aponta. Algumas variedades de soja criadas pela Embrapa já estão ultrapassadas pelas variedades desenvolvidas pelas pesquisas privadas. Inclusive, há uma contradição nisso: soja ciclo longo x safrinha. Essa questão é vista pelo presidente da Abrasem sob o seguinte prisma: conforme ele, o que acontece é que as empresas privadas trabalham com mais foco em resultados de curto prazo, têm mais agilidade para estar próximo do agricultor, para identificar suas necessidades atuais. “O mercado busca soluções rápidas
e a Embrapa tem uma visão mais estratégica e de longo prazo. Ou seja, enquanto o mercado busca sementes que atendam as necessidades por resultados imediatos, as de ciclo precoce, por exemplo, a Embrapa vinha trabalhando com sementes de ciclo mais longo, com uma visão mais estratégica de produção”, explica. Concluindo, sobre a proposta de abertura do capital da Embrapa para a iniciativa privada, o líder dos sementeiros brasileiros diz acreditar que pode ser uma opção interessante para que a Embrapa tenha recursos para ser mais ágil, eficiente e, em consequência, voltar a ser competitiva. Ele diz ainda não ter como dizer qual seria o modelo ideal de uma nova Embrapa. “Poderia ser simples transformação em uma empresa de economia mista. Temos exemplos de sucesso e eficiência, como Banco do Brasil, Petrobrás, etc; ou se buscar criar uma subsidiária com essas características. Mas o fato é que o país necessita de uma Embrapa com atuação destacada, ocupando um espaço significativo no nosso mercado, pois isso é estratégico para um país cuja vocação primeira é agrícola, como o nosso”, finaliza o presidente da Abrasem, Barison Neto. A Fundação Bahia, com sede e origem no oeste desse Estado, também foi uma parceira da Embrapa e, embora, tenha rompido a parceria que existiu entre as duas entidades, seu atual presidente, Clovis Ceolin, preferiu emitir a seguinte nota para Cerrado Rural Agronegócios, quase
no mesmo raciocínio amenizador da Abrasem. Eis a nota: “O Presidente da Fundação Bahia, o Sr. Clóvis Ceolin diz que a Embrapa tem executado grande número de projetos de pesquisa agropecuária, de onde resultaram novas tecnologias, objetivando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de diversas culturas no país. A Fundação Bahia aposta em parcerias a exemplo da Embrapa para melhoria da produtividade e da qualidade nas lavouras do Cerrado baiano e isso tem se consolidado a cada dia. Houve um significativo aumento na eficiência, e graças também a essa parceria é que os programas de melhoramento genético foram ampliados, dinamizados e refinados, permitindo a recomendação mais segura de um maior número e de melhores cultivares a cada ano. Com isso, estamos apresentando mais três novas cultivares de soja da parceria Fundação Bahia e Embrapa que são: BRS 8480; BRS 8381 e BRS 9080 RR e três que foram plantados por nossos sementeiros e que já estão no mercado e são altamente produtivas - BRS 313 [TIETA]; BRS 314 [GABRIELA] e BRS 315 RR [LÍVIA]. Esse trabalho em conjunto entre as instituições de pesquisa e desenvolvimento é fundamental para garantir o acesso do produtor às novas tecnologias. Ter a Embrapa como parceira da Fundação Bahia é somar forças e contribuir para o desenvolvimento do nosso país e do mundo” MAIO 2013 |
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ENTREVISTA DIVULGAÇÃO/EMBRAPA
“Nosso leque é amplo”
Presidente da Estatal, Maurício Antônio Lopes, nega decadência da empresa e diz que abertura de capital é assunto que ficou no passado, arquivado pelo Senado
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Maurício Antônio Lopes: “Assertiva totalmente infundada”
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ssim como ex-presidente da Estatal, Pedro Arraes, se manifestou, em resposta à nossa reportagem, por ocasião do alerta do movimento campesino, o atual presidente, Maurício Antônio Lopes, nega que a Embrapa esteja em processo de decadência, reafirma as parcerias e lembra que o Projeto de Lei que visava a
abertura do capital da Empresa foi arquivado pelo Senado. “Ele está sendo substituído por um Projeto de Lei que cria uma subsidiária da Empresa para dar mais agilidade às questões de inovação”. Maurício Antônio Lopes respondeu aos questionamentos de Cerrado Rural Agronegócios, por meio e-mail.
CRA - A parceira entre Embrapa e Monsanto tem sido muito questionada pelo setor rural brasileiro. Como a nçamento da Aliança Para Inovação Agropecuária. Trata-se de uma iniciativa da Empresa e do Consepa (Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária), que visa revitalizar o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária. A aliança reunirá 18 instituições estaduais e contará com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA e do Ministério da Ciência e da Tecnologia – MCTI. A Aliança é uma
nova plataforma de pesquisa com estratégias compartilhadas, que vai possibilitar a constituição de novos portfólios e arranjos de PD&I, além de permitir à Embrapa e às Organizações Estaduais de Pesquisa (OEPAs), a utilização compartilhada de infraestrutura, laboratórios multiusuários e campos experimentais avançados. CRA - Produtores reclamam também que a Embrapa incentiva muito a cultura de safrinhas (sobretudo de milho). Porém, isso só é possível com o cultivo de soja de período curto, desenvolvida pelas grandes multinacionais e que custa muito caro, o que seria uma “jogada” da Embrapa para beneficiar essas grandes empresas. O que senhor tem a dizer disto? Maurício Antônio Lopes -
ANTÔNIO OLIVEIRA/ARQUIVO CE
ENTREVISTA
Projetos como a Integração Lavoura-Pecuária, resultado de intensas pesquisas, revolucionaram a agropecuária brasileira Essa assertiva é totalmente infundada. Uma prova disso é que o programa de melhoramento de soja da Embrapa optou por selecionar materiais de ciclo médio e longo, em função da maior estabilidade e produtividade. Mais recentemente, com a ampliação dos sistemas de milho as safrinha, a Empresa realinhou seu programa de melhoramento, justamente para oferecer outras opções aos produtores, e recentemente lançou cultivares de ciclo curto, que viabilizaram seu uso na safrihna. O papel da Embrapa sempre foi prover conhecimento e soluções tecnológicas para a composição dos sistemas produtivos e continuará desenvolvendo diferentes cultivares, que atendam a real demanda dos produtores. CRA - Ao longo dos 20 anos, grandes empresas multinacionais têm adquirido pequenas, médias e grandes empresas de pesquisas e sementeiras, até culminar na parceria da Embrapa com a Monsanto, de certa forma, além de enfraquecer a livre concorrência,
reduziu o mercado sementeiro da Embrapa. O que tem a dizer? Maurício Antônio Lopes - A crescente participação dessas empresas no mercado de sementes não é um fenômeno exclusivamente brasileiro. Ele ocorreu em todos os países onde a agricultura atingiu um elevado nível de competitividade. Trata-se de uma nova realidade com a qual a Embrapa e outras empresas devem trabalhar. A parceria com as multinacionais representa uma das frentes de atuação da Embrapa. Nós continuamos trabalhando para garantir uma participação estratégica nos mercados de sementes de commodities, que não será o mesmo do passado, pois a realidade é diferente. A Embrapa continua atuando fortemente em parceria com empresas nacionais, que são importantíssimas para levar as inovações aos produtores e também continuamos com vigorosos programas em outras áreas, onde a pesquisa pública ainda tem um papel fundamental. CRA - Um Projeto de Lei, o PLS 222/2008, visa a abertura de capi-
tal da Embrapa. Há quem veja nisto o início da privatização da empresa federal de pesquisas agropecuárias. O ex-presidente Pedro Arraes negou que o governo federal e a própria Embrapa tenha interesse nisso. Contudo, quem apresentou e quem relatou o projeto são ligados ao PT e, mais precisamente, ao então presidente Lula, período no qual o projeto foi apresentado. Qual a sua opinião sobre essas possibilidades (abertura de capital e privatização)? Maurício Antônio Lopes - Esse projeto, a suposta abertura de capital e a privatização da Embrapa são questões sepultadas. O Senado abandonou o PLS 222/2008 e está trabalhando com um substitutivo que cria uma subsidiária da Empresa para dar mais agilidade às questões de inovação. Trata-se de uma medida importante para fazer com que os resultados da pesquisa se transformem mais rapidamente em produtos para a sociedade e beneficiem inclusive as pequenas e médias empresas nacionais.
A realidade seria outra? Mas a realidade mostra outra coisa: levada pelos preconceitos e medo de ferir a esquerda, principalmente no momento em que ela está no poder, a Embrapa não avançou com as novas tendências tecnológicas mundiais, como o advento dos transgênicos, o que abriu espaço para as mega multinacionais, a exemplo da Syngenta, Monsato e Bayer CropScience. De 2005 para cá, CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia) liberou 32 variedades de transgê-
nicos. Apenas duas cultivares são da Embrapa. Não só isso, enquanto as gigantes do setor de sementes investem algo em torno de R$ 2 bilhões por ano para pesquisa, a Embrapa conta apenas com R$ 200 milhões. Qualquer iniciativa que venha a salvar a Embrapa do ostracismo em que está caindo – orçamento maior, privatização ou simplesmente abertura de seu capital -, o agronegócio e a sociedade científica brasileiras vão ficar devendo isso aos movimentos sociais ligados a terra. MAIO 2013 |
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POLÍTICA
Pasta certa com Titular errado MÁRCIO VIEIRA/ATN
Tocantins cria Secretaria para regularizar asituação de 2 milhões de terras. Titular da Pasta é um ruralista, o que não agradou movimentos sociais Da Redação
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egularizar dois milhões de hectares de terras em todo o Estado. Com este objetivo, o Governo do Tocantins criou, no dia 22 de abril, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Regularização Fundiária, substituindo o antigo Instituto de de Terras do Tocantins (Itertins). Quem recebeu esta missão, foi o deputado federal Irajá Abreu, filho da senadora e presidente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), Kátia Abreu. “O deputado já vai começar muito bem a administração com uma forte articulação com o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário). Será uma gestão importante para combater a desigualdade de distribuição de terras no campo, incentivar a produção de alimentos e gerar rendas”, disse o governador Siqueira Campos, ao dar posse ao seu novo auxiliar no primeiro escalão. A nova Secretaria deve estar focada nas questões fundiárias e trabalhar para o desenvolvimento agrário do Estado. Irajá Abreu, que se elegeu deputado federal pelo PSD, assegura que a meta da Pasta será a regularização de propriedades rurais, tarefa que ele pretende fazer em parceria com o MDA. “A presença do Ministro aqui é algo muito significativo, pois representa o apoio do Governo Federal para o cumprimento de nossas metas, que são muitas. É um grande desafio que temos pela frente, teremos muitos trabalhos”, discursou o Secretário. Por sua vez, o ministro Pepe
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Irajá Abreu é empossado pelo govenador Siqueira Campos, sob a observação de sua mãe, o ministro Pepe Vargas e demais autoridades Vargas garantiu que o MDA estará “de braços abertos para fazer parcerias que o Estado necessita, pois a missão dos dois órgãos é o de fomentar as políticas para a agricultura familiar”, destacou. Na oportunidade, o Ministro fez a entrega de 34 máquinas motoniveladoras e retroescavadeiras a municípios tocantinenses com menos de 50 mil habitantes. A senadora Kátia Abreu, uma das lideranças nacionais que estiveram presentes à solenidade de posse de Irajá Abreu, disse entender que a nova Pasta vai atender
“O deputado já vai começar muito bem a administração com uma forte articulação com o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário)."
aos anseios dos produtores rurais tocantinenses. De acordo com ela, “ a finalidade para a qual a pasta foi criada é fundamental para proteger as pequenas, médias e grandes propriedades. Além disso tem a meta de incentivar a agricultura familiar levando tecnologia e a inovação para o campo” TRANSFERÊNCIA DE RESPONSABILIDADE Outra missão a ser assumida pela nova Secretaria, conforme Irajá Abreu, é firmar um termo de cooperação técnica com o MDA,
passando para o Estado a competência de operar o programa de regularização das terras da União, atualmente sob a responsabilidade do Incra. No Tocantins, são cerca de 3 milhões de terras em condições irregulares. Há previsão, também, da adesão ao Programa Papel Passado, do Ministério das Cidades, com vistas ao apoio a projetos de regularização fundiária sustentável de assentamentos informais em áreas urbanas. Para a primeira etapa deste Programa no Tocantins, segundo informações do Secretário, já foi assinado um convênio de R$ 7 milhões com o MDA. “E vamos articular para assinar outro convênio no valor de R$ 10 milhões para a segunda etapa da regularização”, arrematou. RESISTÊNCIA A nomeação de Irajá Abreu à uma Pasta criada para cuidar das questões agrárias não teve a aprovação dos movimentos sociais ligados a questão agrária. Pastoral da Terra e MST repudiaram veementemente essa decisão de Siqueira Campos. Para os representantes do MST no Tocantins, “a Secretaria não veio para atender a demanda de um nenhum movimento social, mas foi criada apenas para beneficiar os ruralistas e viabilizar aberturas de créditos para os grandes produtores. EXTINTO O órgão extinto, para dar lugar a nova Secretaria, tinha uma estrutura pesada e era sempre acusada de irregularidades, inclusive de cobrar altas propinas para resolver demandas agrárias. (Com informações da ATN).
SEMENTES E MUDAS
Palmas será sede de Encontro A
Comissão de organização do Encontro das Comissões de Sementes e Mudas das Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, que será realizado na Capital deste Estado, entre os dias 11 e 14 de junho, deu início, no dia 22 deste mês, às discussões preliminares do que será este evento. A Comissão é presidida pelo presidente da Comissão de Sementes e Mudas do Tocantins (CSM-TO), Marcino Pereira Lima, e tem como membros Ana Luíza, representando o Instituto de Extensão Rural do Tocantins (Ruraltins); Paula Lobo, do SEBRAE-TO; José Dourado – secretário Executivo da Comissão -, da Superintendência do Ministério da Agricultura no Tocantins; Marcelo Cunha, da Embrapa Pesca e Aqüicultura, a mais nova unidade da estatal brasileira de pesquisa, com sede em Palmas, e Ingergleice Machado, representante da Agência de Defesa Sanitária do Tocantins (Adapec). O evento será lançado, oficialmente, com a presença do superintende do MAPA no Tocantins, Jalbas Manduca, pela Secretaria de Agricultura do Tocantins (Seagro), Superintendência Federal do Ministério da Agricultura no Tocantins (SFA) e CMS no dia 10 de maio, as 10 horas, durante a Agrotins 2013. Conforme o presidente da CSM, Marcino Pereira Lima, o Encontro tem como objetivo impulsionar a boa qualidade e padrão das sementes e mudas da agricultura tocantinense. “A intenção do evento é mostrar os conhecimentos e as tecnologias aplicadas na produção de sementes e mudas que são utilizadas nas culturas do setor produtivo. A semente de qualidade de hoje é o alimento saudável de amanha”, disse. O Encontro está sendo organizado e será realizado pela CSM-TO e a Superintendência Federal do Ministério da Agricultura (SFA) no Tocantins, em parceria com esses órgãos e mais a Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Tocantins; Ministério da Agricultura, por meio de sua Superintendência no Tocantins; secretarias de Agricultura de Palmas (Sagri) e do Estado do Tocantins (Seagro); Associação dos Engenheiros
MÁRCIO DI PIETRO/SECOM-TO
Tocantins tem um dos maiores e melhores campos de produção de sementes no Brasil: o Projeto de Irrigação Rio Formoso Agrônomos do Tocantins; IBAMA; Naturatins; CNA; Faeto; Faet; UFT; Católica do Tocantins; OCB-TO; Unitins; Associação dos Produtores de Sementes de Arroz de Lagoa da Confusão (TO) e FUNAI. O Encontro estará focado nas seguintes questões: a atual situação do setor no Brasil; a revitalização do Sistema Nacional de Sementes e Mudas; a disponibilização de recursos técnicos e científicos ao setor de sementes e mudas dessas três regiões brasileiras; busca de novas tecnologias resistentes às adversidades climáticas, cada vez mais críticas.
A programação está sendo cuidadosamente elaborada, visando a atender os anseios dos setores de produção de sementes e mudas nessas regiões brasileiras e demais parceiros. SOBRE A CSM A Comissão de Sementes e Mudas do Tocantins é uma entidade ligada ao MAPA – Ministério da Agricultura, da Pecuária e Abastecimento e a Adapec – Agência de Defesa Agropecuária. Tem o papel de assessorar na qualidade das sementes e mudas produzidas e cultivadas no Estado.
Ficha técnica MAIS INFORMAÇÕES PODEM SER OBTIDAS POR MEIOS DOS TELEFONES Presidente da CSM – Marcino Pereira (063 - 8416-1005) Secretário executivo – José Dourado Júnior (063 - 3219-4370) OU PELOS SEGUINTES ENDEREÇOS ELETRÔNICOS Josedourado.to@agricultura.gov.br pereiralima.to@hotmail.com pereiralima.to@gmail.com
A assessoria de imprensa e comercialização de stands no local do Encontro estão a cargo da Cerrado Editora, Comunicação e Marketing. FONES: (63) 3224-3298 | 9188-0311 | 8425-2082 | 9975-5167 ENDEREÇO ELETRÔNICO: contato@cerradoeditora.com.br
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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Município é alvo de grandes investimentos Ferrovia Norte-Sul: “Boom” econômico leva Porto Nacional a articular a criação da Zona Especial de Negócios ANTÔNIO OLIVEIRA
Da Redação
A
unidade da BR Distribuidora, no Plataforma Multimodal da Ferrovia Norte-Sul, em Luzimanges, distrito de Porto Nacional, maior obra do gênero no País de uma subsidiária da Petrobrás, entra em funcionamento em agosto com capacidade para 34 milhões de litros de combustíveis, dando vida àquele pátio ferroviário, empreendimento em fase de conclusão, mas que mesmo sem operação, já responde ideologicamente por parte do surto empresarial que surpreende a cidade centenária, e faz a administração municipal portense vislumbrar o 1º lugar em industrialização no âmbito do Estado, bem como ocupar o posto de 3º município em importância estadual, emparelhando com Gurupi, atrás apenas de Araguaína e da Capital, Palmas. Assim, para não ser surpreendido pelo turbilhão de demandas que toma corpo, uma equipe avançada da Prefeitura de Porto Nacional, tendo o prefeito Otoniel Andrade à frente, viajou à cidade carioca de Rio das Ostras para conhecer o funcionamento da Zona Especial de Negócios daquele município, e se convenceu que é possível, em pouco tempo, implantar a ZEN na região da plataforma. Mesmo porquê, explica a assessoria do Prefeito, “assim, conforme o modelo estudado, organiza-se a implantação do parque industrial sem agressão ao meio ambiente, enquanto permite-se abrigar nas proximidades, com absoluta qualidade de vida, os bairros de moradia que estão surgindo”. Aliás, é na região de Luzimangues que 34 mil lotes foram comercializados nos últimos anos, com o fito de servir de válvula de escape da população de Palmas, submetida a pressão inflacionária habitacional típica de capital em ascensão.
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Pátio Multimodal da Ferrovia Norte-Sul em Porto Nacional é alvo de investimentos pesados, como a central de distribuição da Petrobrás Por um lado, de acordo com a assessoria de comunicação da Prefeito de Porto, “é desta forma que a administração do município demonstra que não está subestimando o momento econômico que surge com vantagem para Porto Nacional no embalo das atividades do mega projeto da Petrobrás, na área de Luzimangues, uma vez que foi planejado para alimentar integralmente os postos de combustíveis implantados num raio de 500 km da base - fazendo circular diariamente centenas de caminhões contendo o produto, que antes tinham que buscar o combustível a 800 e 600 km de distância em Anapólis-GO, ou Açailândia-MA – sem contar que junto com BR Distribuidora uma dezena de projetos empresariais tomam tento na região, dando vida definitiva ao pátio de transbordo principal da Ferrovia Norte Sul, no Tocantins. Depois da subsidiária da Petrobrás, será a vez de entrar em operação a unidade distribuidora da Total Distribuidora de Combustíveis, e
“Até comentei com o prefeito Otoniel, que se continuasse desta forma, vamos é ter que contratar funcionários tradutores bilingues para auxiliar o gabinete, particularmente na recepção” nesta fila operacional surgem ainda as plataformas congêneres da Raiz (francesa) e da Cosan (ex-Esso). Tais empresas de distribuição ainda vão colher os benefícios dos asfaltos novos que acabaram de ser colocados pelo poder público na faixa rodoviária de 60 km no sentido norte
até Barrolândia (rumo ao norte do Tocantins, Pará e Maranhão), bem como até então, no sentido geográfico contrário, terá chegado ao final as obras de asfaltamento dos 70 km de outra rodovia em solo portuense – completando linha paralela à margem esquerda do Rio Tocantins até o pé oeste da ponte de Porto, dali abrindo caminho com folga na redução de distância para o sul do Estado, ficando fora do trânsito relativo a capital tocantinense. Ainda de acordo com a Assessoria de Comunicação de Porto Nacional, “apesar de importante, entretanto, nem de longe a idéia de atender as urgências logísticas da plataforma multimodal ocupa sozinha a mente dos administradores do município de Porto Nacional.” A Assessoria explica ainda que no início do mês de abril, o secretário municipal da Indústria e Comércio, Luzo Albateno, em entrevista, confidenciava: “Até comentei com o prefeito Otoniel, que se continu-
asse desta forma, vamos é ter que contratar funcionários tradutores bilingues para auxiliar o gabinete, particularmente na recepção” É que, conforme a administração daquele município, “agora não recebemos mais apenas os empresários goianos, paulistas, ou nordestinos que antes nos procuravam quase que exclusivamente. Agora, além deles, estamos recebendo é principalmente os europeus, espanhóis, italianos, ingleses, interessados em implantar negócios no âmbito do nosso município. Alguns chegam com os projetos prontos, faltando apenas o desembaraço normal que uma empresa demanda.” Aliás, segue, a própria ferrovia, em fase final de construção no trecho até Anápolis remete, frequentemente, até Porto Nacional, os seus parceiros empresariais, alguns, inclusive, também de outras nações: “Hoje, (quarta, 3/04) recebi empresários espanhóis da empresa AZVI, tendo a frente o diretor Andrea Tremar. A empresa veio se apresentar pois está trabalhando na região, dado que ganharam licitação recente para finalizar o trecho ferroviário até Anapolis, Goiás, e está montando seus canteiros de obras. O prefeito aproveitou para pedir agilidade, pois para nós quanto mais rápido terminarem o último trecho melhor ainda.” Na terça-feira, (02/04), com ou sem funcionário bilingue coletava-se do gabinete do Prefeito sons seguros da língua italiana. Eram entusiasmados empresários italianos apresentando, via profusão de imagens gráficas mega projeto empresarial para a área do lago. Porém, cautelosos com a concorrência, pediram sigilo, e a prefeitura, como sempre faz, acata o pedido, aliás, um pequeno detalhe na opinião do secretário, interessado em abrir frente de empregos imediato que beneficie a mão de obra urbana da sua cidade centenária.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Economia diversificada De qualquer forma, não é apenas de novos empresários que constituem a economia de Porto Nacional, com rebanho bovino de destaque se aproximando das 200 mil cabeças, e com fantástica safr a de grãos (soja e milho), que dobrou nos últimos anos, e que em 2012/13, contabilizou 30 por cento a mais da sua área plantada. No caso da pecuária, e também em função dos rebanhos dos municípios vizinhos, busca-se a industrialização da carne, havendo interesse na região por parte da mega empresa Friboi. Enfim, a idéia é abrir espaço para a industrialização incentivando os mecanismos de agregação de valor aos produtos. Eis que como carro chefe deste ideário de proposta surge a empresa Granol,
que no início da semana, aparecia nos noticiários oficiais buscando e obtendo o apoio do governo do Estado, para que o Banco da Amazônia apressasse os procedimentos do financiamento de R$ 250 milhões, recurso capaz de promover a construção da base industrial moageira de soja no distrito industrial de Porto Nacional, 10 km da cidade. “O município já cedeu a área aproximadamente 60 mil metros quadrados para que implantem a unidade moageira. Sei que estão com bastante dinamismo. Semana passada recebi a equipe de engenharia industrial deles, com três engenheiros preparando o local para a parte da esmagadora. Estão viabilizando a construção também
na parte documental. Ora, imagine a quantidade de empregos que vai surgir deste empreendimento?.” Completou o secretário Luso, afirmando, contudo, que há muito interesse também nos pequenos e médios empreendimentos, pois são capazes de oferecerem ocupação imediata para mão-de-obra. É o caso, por exemplo, da Biodiesel, que retomou seu funcionamento, está dando certeiros 40 empregos, mas seu sistema de logística ocupa inúmeras pessoas, desde caminhoneiros, até os vendedores de alimentação.” Porém, informa, o potencial do município, querendo ou não, remete aos grandes negócios, como exemplifica ao falar da própria Granol. Luzo interpreta que o que está
pesando positivamente para o “boom” econômico do município está ligado diretamente a posição estratégia geográfica de Porto, seja a proximidade com Palmas, o maior centro consumidor do Estado, seja a relação direta com o escoamento que permite a BR 153 (Belém-Brasília). “ Porto Nacional transformou-se em ponto logístico para aqueles produtores que se preparam para exportar produtos, via ferrovia, em direção ao exterior, via Porto de Itaqui, no Maranhão, aliás, unidade portuária que possui o segundo maior calado do Mundo, perdendo apenas para o Porto de Rotherdâ, na Holanda. Ou seja, a Ferrovia Norte Sul com o pátio de Porto Nacional criou perspectivas favoráveis no mundo empresarial, até interna-
cional, como relatávamos, que tem visão de logística, e que necessita de localidade centralizada.” Logo, o secretário enumera que Porto Nacional exibe vantagens: “Imaginem, não é só rodovia e ferrovia, exibimos bem outros todos os meios de transportes, como é o caso do aeroviário, temos no município um aeroporto completo e bem equipado, e ainda em vias de ser ampliado, sem falar que o Aeroporto de Palmas situa-se em nossa divisa. E no modal hidroviário, vamos ser logo beneficiados pelo projeto da hidrovia, uma vez que somos abençoados com muito mais de 100 km de Rio Tocantins, e com a maior parte do espelho de água do Lago de Lajeado está dentro dos nossos limites municipais.”
A posição estratégica, então, está sendo reforçada por outros cenários da economia nacional, como explica o secretário Luso: “Veja, então, além da produção de grãos em rápida ascensão, mais a produção em vias de maturação através da entrada dos grandes projetos industriais o município colhe frutos da convergência em direção da Porto Nacional, da produção ampla dos estados produtores, situados numa faixa de 400 km daqui. É o caso da região de Luis Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, escoando produção pelas nossas vias, e com tendência a processar soja por aqui – com a implantação logo da moageira da Granol. Daí, a certeza para Luso: “Porto nacional, de município agrícola vai se tornar maior município industrial do estado. Além da logística, possuímos recursos naturais em abundância, nossas terras são planas e boas. Estamos reforçando nossa política municipal agora aberta para desenvolvimento, traduzindo, criamos força e vontade política de trabalhar a situação que se apresenta. Ele analisa o papel econômico, por exemplo, da atuação em alguns meses da BR Distribuidora. “Ora, avalie que hoje os centros de abastecimento de combustível estão concentrados em Anápolis, Goiás, e Açailândia, no Maranhão. Então, esta logística é feita de modo
JOELDINO GOMES
Localização estratégica privilegiada
O prefeito do Município, Otoniel Andrade, recebe empresários italianos em seu gabinete rodoviário, exclusivamente, agora, com a finalização da Ferrovia vai ser abastecido de ferroviário. Ou seja,
o varejista vai pegar o caminhão e se dirigir a plataforma ferroviária daqui, para buscar o combustíveis,
portanto, não precisará viajar 600 a 750 km que ida e volta, representaria 1.200/1500 quilômetros. Então,
vai diminuir a questão do custo do combustíveis, reduzindo o tempo, desgaste do veículos etc Explica que com a Zona Especial de Negócios terá instrumento para viabilizar e organizar todo o desenvolvimento industrial dentro do município, ou seja, “fazer com que a parte de industrialização não venha desordenada, criando áreas específica, seja de âmbito administrativo, seja a infraestrutura de esgoto, asfalto, energia, restaurante, parte de tratamento o de resíduo sólido, e todo o parque industrial, e além disso parte de energia, capaz atender altas demandas dentro da zona industrial. Alias, a ZEN permite a convergência em termos de sistemática de gestão de planejamento industrial, para que não se instale uma determinada indústria, empresa poluidora dentro de uma área industrial. “Adianto que existe toda sistemática legal de processo para meio ambiente, tratamento de resíduos. Outro dado interessante é o que prevê a existência de escola para preparar mão de obra, porque vamos implantar percentual necessário de mão-de-obra do nosso próprio município, ou seja, então, queremos incentivar nossos trabalhadores a serem inseridos no processo de industrialização,” informa. (*Com informações da Assessoria de Imprensa de Porto Nacional/ Márcio Raposo) MAIO 2013 |
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AGROVITRINE
C
Vai começar a maior feira agrotecnológica do Norte
omeça, neste 7 de maio, a 13ª edição da maior feira agrotecnológica da região Norte do Brasil, Agrotins (Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins). O tema deste ano é correlato a segunda vocação rural do Estado: “Pecuária com Tecnologia e Sustentabilidade”. A mostra, desde sua segunda edição, é realizada no Complexo Agrotins, zona rural da Capital do Tocantins. Organizadores esperam a visita de 75 mil pessoas, mais de 3 mil a mais em relação a Feira do ano passado; 450 expositores, ultrapassando os 432 de outrora e um faturamento nessa mesma proporção de crescimento, R$ 350 milhões. Sobre o tema deste ano, o secretário de Agricultura do Estado, Jaime Café, argumenta que, a pecuária teve um papel fundamental para o desenvolvimento do agronegócio do Tocantins, possibilitando visibilidade nacional ao Estado, uma vez que o rebanho tocantinense – superior a oito milhões de cabeças – está entre os dez maiores do Brasil. “No ano passado, a Agrotins já
foi um sucesso, mas este ano temos o desafio de fazer um evento ainda melhor”, afirmou Jaime Café. Segundo ele, a área da Feira, que foi ampliada em 12 mil m2 este ano, atende a uma demanda dos expositores e do crescimento do evento. A área de expositores da Agrotins será de 612 mil m2. A Agrotins é promovida pelo Governo do Estado, por meio da Seagro e suas instituições vinculadas (Ruraltins, Adapec e Itertins), em parceria com instituições públicas, iniciativa privada e entidades de classe ligadas ao setor agropecuário. Comenda do Agronegócio – Por ocasião da realização da Agrotins 2013, seis pessoas ou entidades serão homenageadas com a “Comenda do Mérito Agropecuária”, uma iniciativa da Assembléia Legislativa do Tocantins e que deverá ser entregue por representantes dos Três Poderes do Estado. A honraria é um reconhecimento público àqueles que, por meio de suas ações, pesquisas ou trabalhos tenham contribuído, de forma relevante, para o fomento do agronegócio do Estado. (Com informações da ATN)
SEAGRO-TO
Vista área do complexo Agrotins: tudo pronto para o grande show agrotecnológico
SEAGRO-TO
Potencial de Lagoa da Confusão para arroz atrai investimento
Empresários mostram projeto ao secretário Jaime Café (de camisa azul)
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A Companhia de Distribuição Araguaia (CDA), vai construir em Lagoa da Confusão, região de várzeas e maior produtora de Arroz no Estado, uma indústria de beneficiamento, secagem e armazenagem de arroz. O Projeto foi apresentado ao Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Agricultura (Seagro). A companhia informou que se sentiu atraída pela região devido aos investimentos que o Governo do Estado realiza através do Prodoeste (Programa de Desenvolvimento da Região Sudoeste) e que deve incrementar a produção local com a expectativa de produzir 648 mil toneladas de grãos, por meio do sistema de irrigação e subirrigação. A CDA, que é a segunda maior empresa do segmento no país, já possui duas indústrias no Tocantins, sendo uma em Paraíso e outra em
Gurupi. A proposta dos executivos é investir R$ 30 milhões no novo empreendimento, gerando mais de mil empregos diretos e outros três mil indiretos, além do incentivo para aumento da produção local de arroz. Conforme o diretor da CDA, José Nivaldo de Oliveira, a unidade será a maior das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. “Nós sabemos muito bem onde estamos, onde queremos chegar e como chegar. Para crescermos precisamos dessa unidade. Já temos um planejamento do que fazer com este produto. Agora com a parceria do Governo do Estado poderemos colocar o Tocantins no mercado de arroz”, ressaltou. Segundo o projeto de construção, a capacidade de armazenagem e secagem da nova indústria será de cem mil toneladas. A CDA é responsável pela distribuição do
arroz e feijão das marcas Tio Jorge, Gol, dentre outras. “Hoje o arroz do Tocantins compete em qualidade com qualquer outro do país, não deixando nada a desejar”, declarou José Nivaldo. Os empresários discutiram ainda com os secretários formas de incentivos fiscais para a indústria. “É desejo nosso e também do governador Siqueira Campos que novas empresas se instalem no Tocantins, que gerem renda e emprego aos nossos trabalhadores, e contribuam para o desenvolvimento local”, destacou Café. O Tocantins produz cerca de 407 mil toneladas de arroz ao ano, sendo os municípios de Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia os maiores produtores, responsáveis por 70% dessa produção. (Assessoria Seagro-TO)
RECREIO
AGROHUMOR O fazendeiro estava pagando trezentos reais pra quem conseguisse pegar a onça que tava comendo os bezerros da fazenda. Apresentou-se um compadre pobre e foi se oferecendo pro serviço. Magrinho, sandália japonesa, chapéu de palha, lá foi ele fazenda a dentro. Certa hora deu de cara com a pintada. Danou-se a correr, e a onça atrás. O fazendeirão tava sentado na varanda quando o compadre pobre chegou correndo e perseguido pelo felino. Por sorte, na hora que a onça deu o bote, ele tropeçou numa pedra e caiu. A onça voou por cima e caiu no terreiro, bem em frente a porta do fazendeiro. Ai o caçador de onça gritou: - Segura essa ai, compadre, que eu vou buscar outra!
RECEITA DO CERRADO
CAUSO
A chegada do trem no campo No final dos anos 40, início de 50, empenhava o Exército brasileiro, com seu trabalho ferroviário, em completar a ligação de Porto Alegre a São Paulo. E os trilhos iam cortando os Campos de Cima da Serra na região de Vacaria em direção à Lages. E lá passavam pelos campos de grandes fazendeiros. Pela fazenda da Jaguatirica, de propriedade dum tal de Herculano, que morava em Porto Alegre, determinou a construção de alambrados no decorrer da cerca, para proteger o gado, antes que cegasse o tal de trem. Vindo de Porto Alegre, inspecionou o serviço e viu que não ia dar tempo: antes de terminar a cerca seria inaugurada a linha do trem! Então ele resolveu contratar diversos posteiros, para que, sabendo quais os rumos, os dias e horários em que trem deveria passar, cuidassem de afastar o gado de perto dos trilhos. Assim que, entre os posteiros, arranchou-se um tal de Chico
Rosquinhas de jatobá
Manco, tido como vadio e muito conservador. E, já na primeira viagem, deu-se a tragédia! Veio o trem e atropelou mais de uma dezena de cabeças de gado. Sabedor da má notícia, o Dr. Herculado foi aos fundos da fazenda tirar satisfações do Chico Manco: - Mas como foi isso, Chico?
- Olha, Dr... tivemo sorte! - Como tivemos sorte?! Vem o trem e, na primeira viagem, lá se vão quinze cabeças de gado?! - Tivemo sorte, dotô Herculano, pois o bicho resolveu cruzá de cumprido! Pois se ele vem de atravessado não sobrava nem um prá lhe contá a história. (Bernardete Angela Manosso)
INGREDIENTES
MODO DE FAZER
2 copos de 200ml de farinha de trigo 2 copos de 200ml de farinha de jatobá 1 copo (200ml) de açúcar 4 ovos 10 colheres de sopa de coco ralado 1 colher de sopa de fermento em pó Adicionar leite até o ponto de enrolar
Misturar todos os ingredientes e amassar. Formar tiras e cortá-la no tamanho desejado. Levar as rosquinhas ao forno, até dourarem. Quando as rosquinhas estiverem assadas, passar calda de açúcar e depois polvilhá-las uma a ma, com coco ralado. (Do site da Superintendência de Água e Esgoto de Ituiutaba (MG) http:// www.saeituiutaba.com.br )
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ENTRETENIMENTO PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
© Revistas COQUETEL 2012
Cargo de Michel Temer no Governo Dilma Significado da palavra inglesa “cash”
A construção mais elevada do aeroporto Relativos à remuneração do trabalhador
14-(?), banda da MPB que gravou “Planeta Sonho” e “Todo Azul do Mar”
Qualidade do empreendedor 1.000, em romanos Ausentar-se Erro linguístico recorrente Protagonista de “Matrix” Chá, em inglês
Filho de japoneses nascido no Brasil Emprego informal Saúda com a mão
“O Que É Que a Baiana (?)”, música
Litro (símbolo)
(?)-verde, soldado de elite dos EUA Escola formadora de comerciários
(?) Hot Chili Peppers, banda de rock Instituto Militar de Engenharia (sigla) O (?) da questão: o ponto essencial
Qualquer infecção causada por fungos Realizada novamente (a tarefa)
Imobilizado Árduo; laborioso
Nêutron (símbolo) Anno Domini (abrev.)
I
X
O
Monte (?), ponto culminante da Turquia
Robinson (?), náufrago da Literatura
Avalanche Fruto da parreira Garantia contratual
F
Travor do caju Arte, em inglês
Fase de controle dos esfíncteres (Psic.) Roubar; surrupiar
Órgão que não autorizou os ataques à Líbia em 2011 Acessório
(?) Pitanguy, cirurgião plástico
Sigla do estado de capital Porto Velho
Propenso a desejar mal a outrem
3/art — neo — red — tea. 6/crusoé — micose. 12/dinheiro vivo.
BANCO
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Solução A B N A M I I O S NI O B I S C S O S E F E I T N F A D A C I C L F UR U I S D I CI O E VO L E
T S M O A I R L R A T E R E D I M E A C I X O S N AR T T A R R O N A L N T E
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V D I V I C N E H T E A M I C R E O N U V A I A V A O N A M A L
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Para uma atividade tão fundamental à segurança alimentar, toda a nossa dedicação por meio de um espaço próprio
ROFAMILIA ANTÔNIO OLIVEIRA/AG
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Roberto Sahium mostra o lago de Palmas, um dos alvos de sua gestão para a produção de peixes
PRODUTOR RURAL CADERNO DO PEQUENO AGRONEGÓCIOS DO JORNAL CERRADO RURAL CADERNO INTEGRANTE
“CRESCENTE VERDE”
assuPalmas, Carlos Amastha, ele Ele vem de uma experiência de lon- miu a Secretaria de Agricultura do projetransgos anos na extensão rural, em município com a missão de três em e tura piscicul e o vos rurais, tos de irrigaçã ura do formar os setores produti vocações gestões da Secretaria de Agricult u- descobrindo e fomentando Tocantins. “Lá eu fazia uma agricult . locais para tornar Palmas e entorvarejo” ra no atacado, aqui o farei no na produção de el stentáv auto-su no Experiências e convicções do agrôno- hortifrutigrajeiros, grãos, peixes, leite certo, mo Roberto Sahium, “o homem e outros produtos. nte no lugar certo e na hora certa”, confor“Vamos promover um ‘Cresce com as numa me opinam aqueles envolvidos Verde’ em Palmas, garante ele, e arial empres e familiar agriculturas a exclusiva para Cerrado Ruentrevis bem. que o conhecem muito de ral Agronegócios. Por determinação do prefeito
> PAGS 06/07/08 <
SILVICULTURA
como ótimo Mogno africano apresenta-se familiar investimento na agricultura > PAG 03 <
PG 9 < TECNOLOGIA CAIPORA >
a criação Um projeto caboclo parapropriedades as uen peq em de peixes
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CRÔNICA & CAUSOS
Cada um oferece o que tem
E SIMONNY SANTOS É jornalista e pós-graduada em Mídias Digitais
u não tenho a vasta experiência de vida de um sênior, mas também não sou inocente como uma criança. Acho que os 22 anos de vida me conferem um pouco dos dois. Apesar de não ser o que costumamos chamar de meia idade, ainda assim atrevo-me a dizer que a gente deseja ao próximo aquilo que existe dentro de nós, o que faz parte do nosso ser. Seria um grande paradoxo desejar o mal, se em mim floresce o bem. É como querer justificar a busca pela paz por meio da guerra. Não faz sentido! Isso não quer dizer que gritar para o mundo ouvir, querer xingar e arrancar os cabelos farão de mim uma louca desvairada ou selvagem e ignorante. Mas, uma condição enquanto ser humano em determinadas situações. Falo em relação às pessoas que desejam o mal às outras, quando vêem um sorriso que esbanja felicidade. Conheço gente que já desejou que eu morresse em um acidente só por me ver de carro. Acredito que dentro dela havia somente os restos mortais de uma vida sem sonhos, planos e felicidade. Daí, já não era mais possível ver ninguém feliz. Não sei em que momento da vida dela, a infelicidade passou a reinar, se já nasceu assim ou se isso a acometeu depois de uma série de fatores. O problema é que ela só tem a oferecer. Dela passei a ter somente pena. Pessoas sem expectativas de vida, sem sonhos, não vivem, apenas vegetam enquanto não chega o dia que enfim descansará para sempre. Me desculpem os profissionais da mente humana por dar opinião
sem embasamento técnico, apenas de vida. É que às vezes as pessoas se acomodam nos problemas e começam a se fazer de vítimas diante das atrocidades e começam a justificar tudo por meio das lágrimas e nada fazem para mudar a realidade. A cada dia o sol nasce; as águas dos rios correm para o mar; pessoas novas surgem. É hora de enxergar novas possibilidades! Mas, cada coisa depende da maneira como as olhamos. Posso ver uma roupa velha e querer chorar por não ter o que usar, mas seria mais interessante olhá-la e ver as inúmeras possibilidades de produção. Se dentro de você há tristeza, consequentemente, tudo ao seu redor terá
um teor de tristeza e é isso que você terá a oferecer ao mundo: um olhar sem brilho. Porém, é muito melhor oferecer um sorriso daqueles mais gostosos e cheios de vida, daqueles que iluminam um mundo inteiro. Talvez, a pessoa ao seu lado só precise disso. Assim como generosidade gera generosidade, um sorriso gera felicidade, amizade e uma paz interior. É fato que há dias que não se tem vontade de sorrir. Há dias que a vontade é de pular na chuva, de gritar de felicidade. Existem momentos que a solidão bate, a saudade aperta. Mas, nunca deixe de viver, não deixe que a amargura tome conta de você – dessa forma as pessoas per-
derão a graça e os momentos deixarão de ser importantes. Ofereça ao mundo o melhor que tem dentro do seu coração. Não deixe que os problemas se sobressaiam e a sua vida seja regada de mazelas. Seja feliz sempre!! E se para ser feliz for necessário ser idiota, seja! Mas não deixem que lhe tirem a vontade de viver. Não deseje o mal às pessoas. Não deseje o mal a você. E não se esqueça de que a gente oferece aquilo que a gente possui, o que é inerente a nossa personalidade. Caso você esteja oferecendo algo que não tem, estará sendo leviano e um dia o mundo virá contra você. É a lei da ação e reação.
PARA USO DOS CORREIOS # Mudou-se # Desconhecido # Recusado # Endereço insuficiente # Não existe o número indicado
303 Norte, alameda 24, lote 13, casa 1 CEP: 77.001-282 – Palmas/TO 24
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# Falecido # Ausente # Não procurado # Informação escrita pelo porteiro o síndico
REITENGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM__/___/___ EM__/___/___ RESPONSÁVEL_________________
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