anos
de cultura Tesouros da Arquitetura Carmelo de São José
Entrevista Chef Barão
Indicados Prêmio Maestro Guerra-Peixe
[+] Vitral
polo cultural da cidade
começou
35 anos arte e entretenimento classe artística
1º Circuito Serrano Bier Gourmet
moderna construção
biblioteca
300 pessoas por dia
comemoração para O ano começou com uma grande Centro de Cultura Raul a Cultura. Dia 30 de janeiro, o s levando arte e de Leoni comemorou 35 ano olitanos e turistas. entretenimento para petrop de e maior Centro Principal polo cultural da cida é o grande espaço de Cultural do interior do Estado, o da classe artística divulgação e experimentaçã ca Central Municipal local. Ele abriga a Bibliote biblioteca do Estado, Gabriela Mistral – terceira maior mes. Para contar um com acervo de 140 mil volu VISTA PETRÓPOLIS pouco sobre esta história, a RE do Centro de Cultura, deste mês apresenta aspectos arquitetos Césare esta moderna construção dos a, com todas as Migliari e Edmundo Lustos o ousado complexo contradições que envolvem chega a 300 pessoas cultural, cujo fluxo de usuários por dia.
ão, nossa equipe Já na entrevista desta ediç Bar ão, um jov em con ver sou com o Ch ef s de idade decidiu empreendedor que aos 17 ano logo conquistou vários enveredar pela gastronomia e Curitiba, Porto Alegre, centros como Rio de Janeiro, o com seu talento de Montevidéu e até Paris. Seguind titosos pratos, ele é transformar novas ideias em ape do 1º Circuito Serrano o coordenador em Petrópolis, janeiro e vai até dia Bier Gourmet, que teve início em bém em Teresópolis e 29 de fevereiro. Realizado tam olve cerca de 70 Nova Friburgo, o evento env tes, bistrôs, bares, participantes entre, restauran pousadas e hotéis. eciais que combinam Os chefs criaram pratos esp de cerveja, tanto as com os mais diferentes tipos O objetivo do Circuito é comuns quanto as artesanais. o verão na r o Circuito em um atrativo para produção cultural transforma
investidora cultural
turistas. O evento é região serrana, atraindo mais Estado de Turismo e uma realização da Secretaria de as prefeituras e os a TurisRio, em parceria com de. Conventions Bureau de cada cida apresentamos o Em Tesouros da Arquitetura to das Carmelitas, Carmelo São José, Conven de 40 anos para ser construção que levou mais l relíquia : a única concluída e possui uma especia existente no mundo, imagem de N.Sª da Saudade por artistas franceses. esculpida e ornada em ouro a inteira de mármore Sua capela possui uma peç siderada raríssima. revestindo o interior, técnica con lga também a lista dos A REVISTA PETRÓPOLIS divu o Guerra-Peixe de indicados ao Prêmio Maestr l local em 2011 foi Cultura. A produção cultura ficou para a categoria bastante fértil e o destaque livros apreciados pela Literatura que contou com 34 sa foi a indicação da comissão julgadora. Uma surpre ecial pela sua atuação GE CELMA na Categoria Esp ian Dauelsberg será a como investidora cultural; Myr tegoria “Notório homenageada na ca e deste ano ficou por Reconhecimento”. A novidad ia Canto Coral e a conta da extinção da categor , em Música Popular e subdivisão da categoria Música não tiveram nenhuma Música Erudita. Os coros, que a concorrer nestes indicação este ano, passaram rdo com o repertório dois segmentos musicais de aco apresentado. pianista Magdalena A Bisbilhoteca traz a história da petropolitana que aos Tagliaferro, renomada pianista va Chopin e Mozart. A nove anos de idade já executa São Paulo, mantém Fundação Magda Tagliaferro, em o incentivo aos jovens viva sua memória, bem como pianistas.
especial relíquia
jovem empreendedor
is a m o it u m e ra u lt u C , a ri Histó
Chopin e Mozart artistas franceses
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Tesouros da Arquitetura
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A R E V I S TA D A C U LT U R A E D O T U R I S M O
Texto: Marilízia de Azevedo Fotos: Isabela Lisboa e Roberta L.P.Armelin
partadas do mundo para melhor se unirem a Cristo, as Irmãs Carmelitas Descalças têm sua fé abrigada num interessante mosteiro em Petrópolis, o Carmelo de São José. Seu claustro é motivo de curiosidade para muitos e sua capela guarda a única imagem de Nossa Senhora da Saudade existente no mundo. Trata-se de uma edificação especial, cujas características arquitetônicas da fachada mereceram, em 1998, o tombamento pelo INEPAC—Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural. Atualmente, com 17 Irmãs Carmelitas lideradas pela Madre Superiora Maria de Jesus, o Carmelo de São José funciona num imenso prédio, com cerca de 50 cômodos, entre dormitórios e quartos de ofício. Trata-se de uma grandiosa construção cujas obras transcorreram à custa de muito trabalho e enormes sacrifícios das primeiras madres e irmãs. O Carmelo de São José teve início na cidade de Campanha—MG, em 1911 e, dois anos depois se transferiu para Petrópolis. Aqui as irmãs instalaram-se em duas casas e, em 1920, foi adquirido o terreno na Avenida Barão do Rio Branco para a construção do mosteiro. Em 04 de agosto de 1938, as Irmãs Carmelitas se mudaram para o novo prédio, que seria concluído somente em 1961, com o fechamento do claustro. O apostolado destas irmãs é a oração e o silêncio e, para isso, a clausura é a característica principal do Carmelo. Aí se insere uma curiosidade que poucos conhecem: as portas que dão acesso à parte externa do prédio possuem fechaduras apenas pelo lado de dentro, de forma que ninguém possa entrar nas áreas reservadas para a clausura das religiosas. O público que desejar conhecer o Carmelo de São José irá ao encontro de muito mais do que um templo de fé. A capela rica em mármores possui, segundo o engenheiro Luis Antonio Alves de Souza que, recentemente orientou alguns reparos, uma peça inteira de mármore utilizada para o revestimento das paredes, coisa raríssima, além do chão que
traz, pelo menos, três tipos da pedra. Ao centro está a estátua de São José e nas laterais estão Santa Tereza de Jesus e São João da Cruz, todas importadas da França. Mas o que chama mais atenção é a imagem de Nossa Senhora da Saudade que atrai pessoas de várias partes do mundo. Esculpida em mármore de Carrara, a escultura da Rainha dos Mártires mede 1,66 metros de altura, fora a sua base; as joias que a ornamentam - sua coroa de saudades, o gládio no peito (espada cravada) e o terço pendente na mão direita, foram trabalhadas pelo joalheiro francês Armand Rivier e confeccionadas em ouro. O monumento foi inaugurado em 1929, dentro da clausura e pode ser visto através de grades. Executada em Paris pelo escultor Charles Desvergnes, “Grande Prêmio de Roma”, ela é delgada, elegante e ao mesmo tempo majestosa; sua expressão é mística e também celeste com seu leve sorriso melancólico. A bela imagem foi oferecida por uma dama que obteve graças da Santa e preferiu permanecer no anonimato. Hoje o Carmelo de São José é uma relíquia da Diocese de Petrópolis e da cidade, onde se sabe que as irmãs carmelitas gozam de plena liberdade em busca da perfeição espiritual, separadas e ao mesmo tempo unidas ao mundo inteiro. Mas os tempos mudaram um pouco, lembra a Irmã Pilar, administradora do Carmelo de São José, que para desempenhar suas funções precisa ter contato com a sociedade. Quando ela entrou para a vida religiosa, nem telefone havia. Hoje a comunicação é uma necessidade.
Serviço: Convento das Carmelitas Carmelo de São José 2242-3434 , 1164, Centro, tel: (24) Av. Barão do Rio Branco , com missas: Capela aberta ao público às 18h; de segunda a sexta-feira , às 8h. os aos sábados e doming PETRÓPOLIS - A Revista da Cultura e do Turismo l Fevereiro / 2012
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1º Festival de MPB Petrópolis No lastro do sucesso do 1º Petrópolis Jazz e Blues Festival realizado ano passado no Palácio de Cristal, a Promove Arte & Eventos realiza de 02 a 05 de fevereiro no Theatro D. Pedro, o Festival MPB Petrópolis. A ideia é proporcionar “encontros” inusitados como, por exemplo, da japonesa Mako que interpretará músicas de alguns dos melhores compositores brasileiros como Cartola, Noel Rosa, etc. O festival também conta com homenagens a grandes nomes da MPB como Dorival Caymmi e Baden Powel, com apresentações de Danilo Caymi e Marcel Powel respectivamente. Os ingressos estão à venda no teatro e no site ingressorapido.com.br, a R$ 30,00 inteira e meia R$ 15,00. O evento conta com o apoio da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis.
Biblioteca atualiza acervo com 3.500 livros novos A Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral acaba de ser beneficiada pelo Programa de Atualização e Ampliação de Acervos das bibliotecas de acesso público, através do cadastro do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Através do Cadastro Nacional de Livros de baixo custo de algumas editoras, serão disponibilizados 10.800 títulos a R$ 10,00 cada, em áreas diversas. A Biblioteca Municipal de Petrópolis poderá adquirir até 3.500 títulos, após ter vencido dois editais. No total a verba destinada para a atualização do acervo será de R$ 36 mil reais. Foto: Isabela Lisboa
Inauguração do Dom Pedro II Pousada e Hotel Foto: Isabela Lisboa
A rede hoteleira de Petrópolis conta agora com 4.354 leitos. Foi inaugurado em janeiro, o Dom Pedro II Pousada e Hotel, com 12 quartos. Seu diferencial é o café da manhã, baseado num cardápio mais natural. Suas suítes com camas king size contam também com aparelhos de TV de Led, frigobar, e uma suíte com hidromassagem. Um coquetel para gestores públicos e agentes ligados ao turismo na cidade abriu o novo hotel, que veio acrescentar para a cidade mais 26 leitos e já conta com 50% de ocupação para o carnaval. Bem localizado, o Dom Pedro II Pousada e Hotel fica na Av. D. Pedro I, 152, no Centro Histórico de Petrópolis.
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Projetos turísticos recebem verbas federais A Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis captou para 2012, um total de R$ 4 milhões e 120 mil reais junto aos Ministérios da Cultura e do Turismo. As verbas serão aplicadas em diversas melhorias distribuídas por todo o município e serão destinadas aos seguintes projetos: construção da Praça do Esporte e da Cultura, na Posse, verba de mais de R$ 2 milhões; sinalização turística, verba de R$ 300 mil; revitalização do Bosque do Imperador e dos seis Centros de Informação Turística, verba de R$ 600 mil; Centro de Convenções e Arena Multiuso em local a ser definido, verba de R$ 500 mil; Estruturação de Circuitos Turísticos Ecorrurais, verba de R$ 500 mil; Requalificação da Praça de Nogueira, verba de R$ 200 mil.
Foto: Isabela Lisboa
Foto: divulgação
Abertura da temporada hípica Está aberta a temporada hípica na Serra. O Cavaleiro Olímpico Luiz Felipe de Azevedo promoverá uma clínica durante o período de férias escolares, destinadas àqueles que pretendem se aperfeiçoar ou iniciar no esporte. Será no FAPE Multisalto entre os dias 9 e 12 de fevereiro. As vagas são limitadas e as reservas podem ser feitas através do tel: (24) 9236-5209, com Débora ou pelo e-mail deboralattouf@hotmail.com. Já o tradicional concurso do Manège Sportiello acontece no dia 24 de fevereiro, em Araras, na Estrada Bernardo Coutinho nº 8.150. Estão programadas três provas abertas.
Carnaval faz homenagem ao cartunista Lan
Foto: Isabela Lisboa
De 17 a 21 de fevereiro a Petrópolis Imperial entra no clima do samba, trazendo uma intensa programação de Carnaval nos bairros e distritos da cidade. Na passarela montada na Rua do Imperador a homenagem, este ano, será para o Cartunista Lan que, completará no dia 18 deste mês, 87 anos de idade. Residente em Pedro do Rio há 36 anos, Lan nos presenteia há mais de 50 com seus desenhos cheios de curvas e bem humorados. Com seu olhar único, eles retratam o nosso cotidiano e as paixões que fizeram este italiano brasileiríssimo nunca mais deixar o Rio de Janeiro: o futebol, o samba e as mulheres.
1º Circuito Serrano Bier Gourmet Um dos pontos altos da Serra Carioca é sua gastronomia. Desta forma, as Prefeituras de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, através de suas Secretarias e os Conventions Bureau locais, em parceria com a Secretaria de Estado de Turismo e a TurisRio desenvolveram um atrativo especial para este Verão: o 1º Circuito Serrano Bier Gourmet. Restaurantes, Pousadas, Hotéis, Bares e Bistrôs vão oferecer até o dia 29 de fevereiro, pratos especiais harmonizados com os mais variados tipos de cerveja e/ou que tenham cerveja no seu preparo. Confira os restaurantes participantes em www.circuitoserrano.blogspot.com.
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Texto: Marilízia de Azevedo l Fotos: arquivo CCRL
rincipal polo cultural da cidade e maior centro cultural do interior do estado, o Centro de Cultura Raul de Leoni tem sido o grande laboratório da classe artística petropolitana, abrigando as mais variadas manifestações produzidas na Petrópolis Imperial, além de ser o principal local de exposições de artes visuais da cidade. Inaugurado em 1977, até hoje o prédio construído em concreto aparente e vidro fumê suscita polêmica, o que, em última instância, tem tudo a ver com as artes: a discussão, o questionamento, o inusitado de sua concepção levada a cabo pelos arquitetos Césare Migliari e Edmundo Lustosa, o que trouxe ao Centro Histórico o arrebatamento da arquitetura moderna tão pouco comum a Petrópolis.
Para os atores, cantores, artistas plásticos, bailarinos, artesãos, poetas e literatos da cidade e de fora de Petrópolis, o Centro de Cultura tem sido o espaço de experimentação, de aprendizado, de mostra e comunicação com o público. É em seus palcos, salas, oficinas, galerias e espaços multiuso que artistas amadores ou profissionais desenvolvem e aperfeiçoam seus talentos.
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Atualmente, o Centro de Cultura Raul de Leoni é sede da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, abrigando também a Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral – terceira maior bliblioteca do Estado com acervo de 140 mil volumes; a Academia Brasileira de Poesia; quatro espaços de artes visuais: Galeria Aloísio Magalhães, Galeria Van Djik; Espaço Alternativo e Galeria Djanira; o Teatro Afonso Arinos; a Sala Guiomar Novaes para ensaios, oficinas e apresentações; Sala Sylvia Orthof como Atelier de Cursos; Cinema Humberto Mauro; Sala Multiuso – para cursos de dança, teatro, música, etc. e sala de internet comunitária. Ao longo das décadas que se sucederam à inauguração do prédio, o Centro de Cultura sofreu inúmeras intervenções, muitas ocupações nem sempre de cunho cultural, mas a resistência artística trouxe de volta a vocação do moderno prédio e hoje a cultura e as artes, bem como a administração da Fundação de Cultura e Turismo, são todo o seu conteúdo. O Teatro Afonso Arinos tem sido palco de exibição de importantes artistas nacionais e internacionais. Foi, durante anos, o principal espaço para exibições de música e teatro da cidade. Com 150 lugares, além de atender à demanda dos agentes locais, exibiu também os trabalhos de artistas nacionais e internacionais como Denise Stoklos, Grande Otelo, Arthur Moreira Lima, Natália Timberg, Cristina Pereira, Boca Livre, Leo Gandelman, Henriqueta Brieba, João Nogueira, Leni Andrade, Guinga e tantos outros. A Sociedade Artística Villa-Lobos—SAV, manteve lá seu piano de cauda por muitos anos, para espetáculos semanais dos mais renomados nomes da música erudita. O Cinema Humberto Mauro, com 56 lugares, prima por uma programação voltada para públicos específicos de filmes cults de produção europeia, raros acervos fora do circuito comercial, sem deixar de atender à demanda de lazer do público infantil de baixa renda.
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Vários festivais são promovidos durante o ano, muitos ligados aos grandes eventos como Bauernfest, Serra Serata e Natal de Luz, trazendo filmes com a temática cultural de cada um deles. Outro ponto alto do Centro de Cultura Raul de Leoni é a Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral – a primeira repartição a ocupar o prédio em 1977, cujo rico acervo em quantidade e qualidade de obras raras atende a um imenso número de estudantes, bem como pesquisadores e historiadores. As galerias de arte, com sua vocação diferenciada, atendem às mais diversas demandas da produção artística, desde telas, fotografias, passando pelas esculturas até instalações que, a cada ano, contam com um número cada vez maior de visitantes. “Com a recente reforma da Galeria Djanira, a partir da exposição Stefan Zweig Vive!, em 2011, o crescimento da área de artes visuais se consolidou no Centro de Cultura Raul de Leoni. Em breve teremos duas mostras em homenagem ao centenário de nascimento do dramaturgo Nelson Rodrigues:
A Vida como ela é será uma exposição a partir de instalações coletivas de artistas radicados em Petrópolis, com temáticas baseadas em peças de Nelson. E O homem proibido, mostra que vai enfocar a pessoa dele, o homem, o artista”; revela o gerente do Centro de Cultura, Marco Aurêh. Já o projeto Ciranda das Artes criado em 2006 atendeu, somente no ano passado, cerca de 700 pessoas entre alunos da rede municipal de ensino, crianças e jovens, além de idosos. Eles desfrutam de aulas de música (violão, cavaquinho e iniciação musical), dança (jazz, balé clássico, dança de salão, dança do ventre e hip hop), teatro e artes visuais (desenho, pintura, fotografia e artesanato).
UM POUCO DE HISTÓRIA Tudo começou quando a diretora da Biblioteca Municipal na época, Yedda Maria Lobo Xavier da Silva, preocupada com a precariedade da casa onde estava instalada, recorreu ao prefeito para a construção de um novo prédio. Com verbas oriundas do Ministério da Educação e Cultura, o então prefeito Paulo Rattes encomendou aos arquitetos Césare Migliari e Edmundo Lustosa o projeto que três anos depois viria a ser inaugurado. A equipe da Biblioteca transferiu-se provisoriamente para a Casa Cláudio de Souza. Funcionária mais antiga em exercício na instituição, Leonor Xavier Fernandes, vivenciou todo esse momento e conta que a casa onde funcionava a repartição estava em péssimo estado de conservação, com fiação elétrica danificada a ponto de terem que utilizar velas, além do teto rebaixado que chegou a desabar.
Projeto original - Césare Migliari e Edmundo Lustosa l Arquitetos
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Em 30 de janeiro de 1977 nascia então, não só o novo prédio da biblioteca, mas o Centro Cultural Alceu Amoroso Lima, com inúmeros espaços para outras atividades. Não estava, porém, concluído, e aí se iniciava a polêmica, com décadas de questionamento a respeito do aspecto visual moderníssimo em relação ao entorno e seu funcionamento. A partir da inauguração a biblioteca foi se adequando aos espaços e, em 1978, foi instalado também o Departamento de Cultura, dirigido por Hebe Machado Brasil. O arquiteto Césare Migliari, italiano radicado em Petrópolis há décadas, lembra que faltou a construção do teatro para três mil espectadores, que ficaria à esquerda do prédio, na parte de cima, cuja ligação com o interior seria um corredor de vidro. Segundo ele, o conceito desse tipo de arquitetura, de concreto aparente como se fosse pedra e com hera preenchendo alguns trechos, era o de integrar-se à natureza. “Sem qualquer pretensão elitista”, ele frisa. Ou seja, apenas um modelo moderno de arquitetura. Enfim, o projeto original sofreu alterações, mas o mais importante é que, hoje, o prédio vem servindo integralmente à cultura. Em 1983, foi criada a Secretaria Municipal de Cultura que passou a funcionar no Centro de Cultura e à qual a biblioteca passou a pertencer. A partir desta data atividades como cinema, teatro, dança, música, artes plásticas e populares passaram também a habitar os espaços que foram sendo readaptados. Em 1991, o nome foi mudado para Centro de Cultura Tristão de Athayde – uma vez que havia o Centro
Alceu Amoroso Lima na Mosela - para não provocar confusão com os nomes. E oito anos depois foi rebatizado com o nome atual de Centro de Cultura Raul de Leoni.
COMEMORAÇÃO Para comemorar os 35 anos do Centro de Cultura Raul de Leoni, o mês de janeiro deste ano contou com eventos que marcaram a data. Como não poderia deixar de ser, estiveram presentes as artes visuais, a música e o teatro, além do bolo de aniversário em solenidade com a presença de gestores públicos, agentes culturais e artistas. A exposição comemorativa que vai até o dia 26 de fevereiro, na Galeria Van Djik, mostra imagens desde a construção do prédio até os dias atuais, com fotos de eventos, personagens ilustres e fatos marcantes. Um bate-papo com artistas, gestores culturais, funcionários e até ex-funcionários, foi promovido como forma de relembrar fatos curiosos, histórias e momentos únicos – que contou também com a participação do arquiteto Césare Migliari, um dos autores do projeto de construção do prédio. No Teatro Afonso Arinos a Cia Teatral Pessoal Aí apresentou o espetáculo Vendedores de Ilusão abordando a crítica aos charlatões que iludem o povo com muita lábia e criatividade; a atriz Regina Guimarães apresentou o musical “Feliz Regina”, sobre a vida e obra da saudosa cantora Elis Regina; e o músico Bruno Garcia, cantor, compositor e violonista, apresentou seu show recheado dos melhores sambas de raiz.
Além de laboratório para os mais variados artistas da cidade, onde eles vêm exercendo sua liberdade de criar, de se expressar e até de protestar, o Centro de Cultura também tem sido porto seguro para muitos, garantindo ensaios e exibições. O Coral Municipal de Petrópolis é um exemplo disso. Criado em 1976, pelo maestro Ernani Aguiar, desde a inauguração do prédio realiza seus ensaios na sala de música. Durante algum tempo sob a batuta do maestro Gilberto Bittencourt, há 10 anos o grupo está sob a direção e regência do maestro Paulo Afonso Filho. Recentemente o coral foi agraciado com o Prêmio Qualidade Brasil 2011, sendo o primeiro deste segmento a receber a honraria.
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Texto: Marilízia de Azevedo Fotos: Isabela Lisboa e Divulgação
Criado em 2009 para premiar os artistas da cidade, o Prêmio GuerraPeixe de Cultura lançou os indicados de sua terceira edição. Os escolhidos entre os que se destacaram na área da Cultura em 2011 serão premiados no Theatro Dom Pedro, no dia 18 de março, dia escolhido todos os anos por ser o aniversário do patrono do prêmio, o reverenciado maestro e compositor petropolitano César GuerraPeixe.
Música Popular – Alcantilado (Som & Cristal); Bruno Garcia (Atuação 2011); Serra Velha Quarteto (Atuação 2011); Trio Dubrá (Vai). Música Erudita – Conjunto Anima e Cuore e Coro de Câmara da UCP (Temporada 2011); Marcelo Coutinho (Atuação 2011); Marco Aurélio Lisht (Atuação 2011); Quinteto de Sopros de Petrópolis (Som e Cristal). Teatro – Fred Justen (Atuação 2011); Raquel Theo (direção de arte por “Depois da Chuva”); Simone Gonçalves (Atuação 2011).
Os indicados concorrem a uma estatueta em bronze artístico criada pelo escultor Sérgio Cestari e estão divididos em 11 categorias: Categoria Especial, Notório Reconhecimento, Teatro, Literatura, Comunicação, Audiovisual, Produção Cultural, Dança, Artes Visuais, Música Popular e Música Erudita – este ano a categoria de Música foi dividida em duas e extinguiu-se o Canto Coral. Na categoria Notório Reconhecimento, o Prêmio Guerra-Peixe de Cultura considera o conjunto da obra. Este ano a estatueta será conferida a Myriam Daulsberg, pianista e professora que durante muitos anos dedicou-se a preparar grandes profissionais e a descobrir talentos. Sempre com os olhos voltados para a produção cultural de qualidade, dirige a Dell´Arte Soluções Culturais, produzindo grandes eventos no campo da arte. O prêmio foi criado em 2009 pela Prefeitura de Petrópolis por meio da Fundação de Cultura e Turismo, com o intuito de promover o reconhecimento de produtores, artistas, escritores e todos aqueles que, durante o ano, trabalharam para levar ao público o melhor da cultura da cidade.
Dança – Ballet Heloisa Schanuel (D. Quixote); Laell Rocha (Dualidade); Maicon de Souza (Atuação 2011); Studio de dança Stela de Mello (Mostra 2011). Artes Visuais – Denise Campinho (Natureza, gênero feminino); J. Júnior (Cidade em Fragmentos II); Marcelo Lago (Retrospectiva); Paulo Mendes Faria (Paroxismo da cor). Literatura – Cristiane Michelin (A ordem do caos); Francisco Luiz Noel e Patrícia Souza Lima (Uma casa muito Encantada); Joeusa de Medeiros Corrêa Fortuna Salles Santos (Laços de Família); Luiz Gonzaga de Souza Lima (A Refundação do Brasil). Comunicação – Jornal Petrópolis em Cena; Marcio Salerno (Atuação 2011); TVC 16 (Cobertura Cultural 2011); Nelson Kuster (Plataforma - Canal 10). Audiovisual – Allen Motion (Conjunto da obra 2011); Daniel Mattos (Dia de preto); Gustavo Pizzi (Riscado). Produção Cultural – Circuito Cultural SESI; Petrópolis em Cena; Petrópolis INC; Promove – Arte e Eventos. Categoria Especial – Estúdio S; GE CELMA (Investimento cultural); Museu Imperial; Petrópolis em Serenata (10 anos). Notório Reconhecimento – Myrian Daulsberg.
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Concedida a: Isabela Lisboa l Fotos: Isabela Lisboa e Bruno Wanderley
e menino pobre a Chef badalado, Alessandro Vieira, já era chamado Barão, mesmo antes de ter seu nome oficial registrado. Apaixonado pela gastronomia, botou o pé na estrada ainda adolescente em busca de seu sonho. Trabalhou em grandes hotéis e restaurantes nacionais e internacionais, passando por cidades como Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Montevidéu e Paris. Após 21 anos dedicados à profissão, já colhe os frutos de uma trajetória de dedicação e talento nato. Em 2010, com apenas cinco meses de casa aberta, seu restaurante foi selecionado como o melhor de Petrópolis, pelo Água na Boca do jornal O Globo e já possui duas estrelas no Guia de Danúzia Bárbara.
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Revista Petrópolis - Você é o verdadeiro exemplo de que, com força de vontade e dedicação é possível realizar todos nossos sonhos. Fale um pouco sobre sua trajetória e o surgimento da paixão pela gastronomia. Chef Barão - Eu sou filho de caminhoneiro e tenho o maior orgulho disso. Quando eu era criança e ia para a casa da minha vó, me despertava muito o fato dela criar tudo no próprio quintal. Tinha criação de porcos, ervas, verduras e legumes. Raramente se comprava alguma coisa. Chamava-me muito a atenção quando abatiam o porco. Os pedaços de carne eram guardados em uma lata de banha para conservá-la. E eu pensava: “Isso não estraga?” Quando tiravam aquele pedaço de pernil e colocavam na frigideira, no fogão à lenha, vinha um perfume. Acho que foi ali que começou a despertar o meu gosto por gastronomia. Assim comecei a ajudar minha mãe na cozinha e descobri o que queria fazer. Ainda não se falava sobre isso (gastronomia) aqui no Brasil e eu não tinha o apoio de ninguém. Então coloquei o pé na estrada com 17 anos, com a meta de trabalhar em grandes hotéis e aprender com os grandes chefs de cozinha. Esta seria minha faculdade.
R.P. - Hoje você ficou conhecido como o Barão que trabalha com carnes exóticas e com produtos regionais e orgânicos. Como você chegou à sua cozinha de autor? C.B. - Eu trabalhei em vários lugares, com várias técnicas e coisas diferentes de uma casa à outra para chegar ao final e unir tudo e sair o Barão, o meu trabalho. Ou seja, fazer a minha cozinha de autor. E ela surgiu de uma maneira muito interessante. Eu não podia abrir uma casa como as outras, eu tinha que ter um diferencial. Não queria abrir um restaurante para competir com outro. A ideia era estar sempre inovando, afinal o diferente, obviamente, faz sucesso. Um dia, conversando com uma critica de gastronomia, ela me disse que se comia muito bem na região serrana, mas ela sentia falta de encontrar pratos típicos de montanha. Quando ela falou isso eu tive um “clic” e comecei a fazer um estudo. Eu estava em uma montanha então, faria uma cozinha de montanha, com produtos da região. Assim eu valorizaria o meu trabalho, mas mais ainda, os produtores e todas as coisas existentes aqui. E como aqui é um lugar que tem muito turista e veranista, obviamente, eles iriam querer provar as coisas locais.
Quando retornei fui para o Sofitel trabalhar com a equipe do Roland Vilar e do Dominique Guerin. Anos depois, ainda no Sofitel, fui convidado a fazer parte da equipe do Claude Troisgros. R.P. - E como foi a experiência em trabalhar com um dos maiores Chefs do nosso país? C.B. - Aquilo foi o máximo para mim. Aquele dia eu chorei de emoção, não acreditava que ia trabalhar com ele, afinal, como todo profissional que tem seu ídolo eu tinha o Troisgros como o meu. Foi “the Best”. Ele me ensinava muito e, além de trabalhar com ele no Olympe, no Boteco 66 eu participava de quase todos os eventos e dos festivais que ele fazia. Então a gente viajava muito, pelo Brasil e exterior. A minha trajetória, do meu trabalho, foi toda essa. Tudo que eu queria com o pé no chão, fé em Deus e acreditando, acreditando mesmo, eu realizei sabe?
Porque eu não tenho nada a esconder. Deixo bem claro isso. Às vezes tem pessoas que perguntam como se faz um prato e eu não escondo nada. Quando o cliente pede, eu costumo dar quatro receitas minhas, tipo duas entradas, prato principal e uma sobremesa. Ele leva de presente isso. Eu deixo à vontade para me consultar pelo meu site, meu e-mail. O que eu aprendi eu quero passar para o próximo. Quero deixar para a próxima geração, para os admiradores e apreciadores de gastronomia. R.P. - Até o dia 29 de fevereiro acontece o 1º Circuito Serrano Bier Gourmet, evento em que você é coordenador. Qual a importância deste Festival para a região?
Meu primeiro trabalho foi em um restaurante muito badalado, com o Chef Danio Braga, onde comecei lavando pratos. Quatro meses depois eu já dominava todas as sobremesas do restaurante. Depois fui para o Enotria (no Rio de Janeiro) montar o cardápio de sobremesa dele. Dois anos depois, eu já estava dentro do Copacabana Palace. Lá, todo mês de agosto tinha um Chá do Hotel de Crillon, de Paris, que vinha com toda sua equipe de pâtisserie e executava, durante 30 dias, o Chá da Tarde. De lá fui para a França com a equipe do Crillon, onde permaneci quase um ano.
R.P. - - Enquanto muitos Chefs preferem as cozinhas tradicionais, fechadas, você preferiu montar a sua no meio de seu restaurante, toda aberta. Por quê?
C.B. - Na minha visão a ideia do Circuito Serrano Bier Gourmet é fantástica. É um meio de atrairmos turistas na baixa temporada. E a cerveja é nossa. É aqui da nossa região.
Aí foi fantástico, pois encontrei desde cultivo de cogumelos, trutários, minilegumes, minibrotos, verduras, legumes, temperos riquíssimos. Agreguei a esses produtos, carnes como faizão, javali, avestruz, jacaré. Lembrando que tudo é autorizado pelo IBAMA. Então se criou uma identidade valorizando todos os produtores da região. Para se ter ideia, quando eu estive no programa da Ana Maria Braga, eu a presenteei com uma cesta de produtos daqui. Nela continham minilegumes orgânicos. Depois disso, nunca mais consegui comprar com ele. Eu fiquei super feliz, por indicar e hoje eles venderem muito bem. R.P. - O Barão gastronomia também faz grandes eventos como casamentos. Neste caso, o menu também é baseado nas carnes exóticas? Apenas quando o cliente pede, mas para casamentos, eventos e confraternizações existe outro menu mais flexível, mais tradicional, mas muito bem elaborado, sofisticado. PETRÓPOLIS - A Revista da Cultura e do Turismo l Fevereiro / 2012
Nós temos que valorizar isso porque este evento pode se tornar uma coisa tão grandiosa, tão importante, que nós vamos ter mais à frente, em alguns anos, um evento certo, consolidado, que ficará automaticamente registrado e todos os locais ficarão lotados. Mas para isso é preciso todo um trabalho em conjunto. R.P. Como é feita a harmonização da cerveja? C.B. - A harmonização pode ser feita desde a cerveja pilsen que é a mais tradicional. Mas em um restaurante badalado, de nome, é feita com as cervejas especiais que nós temos aqui. Que são cervejas de malte claro de trigo e de pilsen e a de malte escuro, as cervejas pretas. Os restaurantes do Circuito estão com cardápios bárbaros. Vale a pena vir e provar o cardápio de cada estabelecimento porque ficou muito interessante a harmonização, como também pratos feitos com a própria cerveja. Então eu só posso dizer: Venham desfrutar dessa novidade, dessa delícia. http://www.baraogastronomia.com.br/
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Texto: Isabela Lisboa
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Fotos: arquivo biblioteca Gabriela Mistral
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