Petrópolis Rio de Janeiro Julho 2012 Distribuição Gratuita
Nº 38 Confira a Programação Cultural
Tesouros da Cidade
Entrevista
Bisbilhoteca
Padre Francisco Montemezzo
Van Dijk
[+] Vitral
Turismo em alta estação mais agitada O inverno chegou e com ele a o que pod e ser da Pet róp olis Imp eria l. Fat de junho com a 23ª comprovado desde o dia 28 os hotéis e pousadas edição da Bauernfest. Com Alemão abriu a alta lotados, a Festa do Colono temporada em grande estilo. Inverno da Dell'Arte e Já os tradicionais Festivais de de julho, trazem para o do SESC que iniciam no dia 06 artes eruditas e público o melhor das etáculos de música, contemporâneas, através de esp preços acessíveis ou teatro e dança. E o melhor: com gratuitos. comprovar a vocação A alta temporada chega para período (junho e julho) turística da cidade. Durante o cidade cerca de R$ 95 o turismo deve movimentar na gar a uma média de milhões, além de podermos che a 85% (em 2011 os ocupação hoteleira superior 77,56% em junho e números registrados foram de 71,80% em julho). smo, o Ministério do Para aquecer ainda mais o turi ur (Secretaria de SeT a Turismo em parceria com o a campanha junh em Estado de Turismo) iniciou ções turísticas atra as publicitária Rio 40°, divulgando o. urg Frib a de Petrópolis, Teresópolis e Nov da serra fluminense O objetivo é fortalecer a imagem e. Os anúncios serão como destino turístico atraent TV aberta e a cabo, veiculados até 7 de julho na ano, rádios, jornais e cinema, internet, mobiliário urb uturada nos seguintes revistas. A campanha está estr smo, serra, aventura, segmentos de turismo: ecoturi de negócios. gastronomia, cultura e eventos
um dos grandes polos Considerada pelo MTur como o, Petrópolis se tornou de atratividade de fluxo turístic utores do Turismo no em 2008 um dos 65 Destinos Ind de Janeiro. Rio do Brasil e um dos 5 no estado dação Getúlio Vargas, Avaliada anualmente pela Fun ndo a cada ano no a Cidade Imperial vem cresce ismo Nacional. No Tur Índice de Competitividade do ões como, por ens total, são analisadas 13 dim s turísticos, nto me exemplo, serviços e equipa urais, entre cult e tais infraestrutura, aspectos ambien outros. Geral da Anseditur – Divulgado na III Assembleia rios e Dirigentes de Associação Nacional de Secretá s Indutores, realizada Turismo das Capitais e Destino do Iguaçu, PR, o de 13 a 15 de junho em Foz 2011 comprovam que resultado das avaliações de casa e vem, ano a ano, Petrópolis tem feito o dever de s. conquistando índices mais alto 56,7 pontos (de uma Em 2008, Petrópolis registrava ão de 2011 recebeu a escala de 0 a 100). Já na avaliaç e, acima do índice pontuação 63,4 ficando, inclusiv geral Brasil que é de 57,5. ões comprova que O resultado destas avaliaç ndo cada vez mais na Petrópolis está se desenvolve E segue perseguindo, sua maior vocação: o Turismo. programas turísticos através do planejamento e dos crescimento contínuo, colocados em prática, um chegando cada vez reforçando sua atratividade e cia. elên mais perto de um nível de exc
A R E V I S TA D A C U LT U R A E D O T U R I S M O
Texto: Nathália Pandeló Fotos: Isabela Lisboa
a teologia à sexualidade, passando pela sociologia, a antropologia e por uma vasta gama de temas relacionados às Ciências Humanas. Esse é o acervo da Biblioteca Frei Constantino Koser, no Instituto Teológico Franciscano, que reúne mais de 120 mil volumes em cinco pavimentos, equivalentes a uma área de 2.271 m². O acervo começou a se formar em 1896, quando o Instituto Teológico Franciscano estabeleceu-se na cidade. Hoje democraticamente aberta ao público em geral, a coleção já foi exclusiva da sala de convivência dos frades professores e, no início da década de 1940, os alunos também passaram a ter acesso aos livros. Nos anos 60, o acervo chegou a ser abrigado em um armazém da Editora Vozes, devido à carência de espaço. Em 1992, o Instituto adquiriu o terreno de 30 mil m² onde funcionava o Colégio São Vicente. De 1996 a 2001, o local passou por reformas para receber, em princípio, cursos noturnos e, posteriormente, a Faculdade de Teologia. No início de 2002, a biblioteca foi transferida para o prédio atual, e o frei Constantino foi escolhido como seu patrono pois, além de ser ex-ministro geral da instituição, ele foi o responsável pela introdução de sua organização alfanumérica. Mas não é apenas o acervo especializado que faz desta, uma das mais importantes bibliotecas da cidade. O espaço moderno e desenvolvido para abrigar livros raros e antigos é uma de suas principais características. O projeto foi idealizado pelo Frei James Ferreira Gomes e executado pelo arquiteto César Lemos levando
em consideração a entrada de luz, calor e umidade no ambiente, fatores decisivos para a conservação das obras, muitas delas centenárias. O acervo catalogado inclui, além dos livros, revistas e periódicos, que correspondem a vários volumes de mais de mil títulos. Eles vêm de várias fontes: desde a transferência de exemplares de um seminário no sul da França, a aquisições, doações e permutas. Embora a maioria das obras esteja na Língua Portuguesa, é possível encontrar exemplares em alemão, francês, espanhol, inglês, italiano, grego e hebraico, entre outros idiomas. Apesar de ser primordialmente voltada para a teologia, a biblioteca vai além. “Em termos gerais, a finalidade é de se pensar a fé, abordando temas como moral, direito eclesiástico, liturgia e franciscanismo. Mas, disponibilizamos também material relacionado às ciências humanas. São livros sobre psicologia, didática, arte e ecologia, entre outros”, explica o frei Elói Piva, responsável pela biblioteca. Cerca de 60% desse montante já está informatizado, um processo contínuo que começou nos anos 90 e é realizado por profissionais da área. A coleção teológica é referência na América Latina e, para os 60 alunos de Teologia do instituto, fonte contínua de pesquisas que complementam o conteúdo transmitido em sala de aula. E nunca é demais divulgar a existência de mais este espaço privilegiado, dedicado ao conhecimento, numa cidade tão rica em bibliotecas quanto a nossa. Afinal, como bem diz o Frei Elói: “Uma biblioteca não é para ser trancafiada. Ela deve ser acessível e divulgar o conhecimento”.
Serviço:
o Koser Biblioteca Fr. Constantin anciscano (ITF) - Instituto Teológico Fr 0 – Centro Rua Coronel Veiga, nº 55 17h30. a sexta-feira, de 7h30 às Funcionamento: segunda Site: www.itf.org.br PETRÓPOLIS - A Revista da Cultura e do Turismo l Julho / 2012
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Bauernfest 2012
Foto: Isabela Lisboa
Até o dia 08 de julho a Bauernfest – A Festa do Colono Alemão agita a Cidade Imperial com apresentações de danças folclóricas, bandas típicas, corais, orquestras sinfônicas, exposições e muito mais. Tudo, claro, com o melhor da cozinha germânica que combinam, à perfeição, com o melhor chopp. Entre as grandes novidades deste ano está a visitação à Cervejaria Bohemia, a volta dos tradicionais Bailão e Concurso de Chopp em metro para o Palácio de Cristal, além da nova decoração que está encantando turistas e petropolitanos. Fique por dentro de tudo o que acontece na Bauernfest 2012, na Fan Page do evento www.facebook.com/Bauernfest2012
Foto: divulgação
Homenagem a Nelson Rodrigues A Fundação de Cultura e Turismo, através do Centro de Cultura Raul de Leoni, homenageia o maior dramaturgo brasileiro pelo centenário de seu nascimento. Nelson Rodrigues será tema de duas mostras e um coletivo de artes visuais. A Mostra Centenário Nelson Rodrigues acontece de 03 a 31 de julho com exposições, bate-papos e exibições da série A vida como ela é... (veja programação completa no encarte +Petrópolis). Entre os destaques da mostra está a exposição coletiva que reúne trabalhos inéditos de artistas plásticos brasileiros, a maioria residente em Petrópolis. Cada um deles apresenta uma obra que foi livremente inspirada numa peça teatral entre as 17 que foram escritas pelo autor de A vida como ela é. As linguagens expostas mostram instalações, fotografias, telas e desenhos.
Caminhada Feminina pela Estrada Real Petrópolis será ponto de parada da 13ª Caminhada Feminina pela Estrada Real. Realizada de 01 a 08 de julho, cerca de 40 mulheres percorrerão trechos de relevância histórica e beleza cênica entre os municípios de Matias Barbosa/MG e Petrópolis/RJ, passando por outros destinos do Caminho Novo como Três Rios, Paraíba do Sul e Teresópolis. Em Petrópolis, o grupo será recepcionado pela municipalidade, no dia 07 de julho no Palácio de Cristal, durante a Bauernfest. Após a solenidade a Associação das Caminhantes da Estrada Real (ACER) também efetuará o plantio de árvores através do projeto “Árvore da vida”. Iniciado em 2011, tem como meta o plantio de um milhão de árvores e objetiva, além de uma ação sistemática de reflorestamento, impulsionar a conscientização ecológica ao longo da Estrada Real.
Fotos: divulgação
“A Encantada” comemora 139 anos de Santos Dumont
Foto: arquivo/divulgação
“A Encantada”, Museu Casa de Santos Dumont, estará de portas abertas ao público, com gratuidade para os visitantes no dia 20 de julho. A data marca os 139 anos de nascimento do Pai da Aviação e no dia 23 de julho os 80 anos de sua morte. É uma excelente oportunidade para visitantes e moradores locais conhecerem as múltiplas facetas de Alberto Santos Dumont, inclusive através do Centro Cultural 14 Bis. O novo Centro Cultural anexo à casa, traz exposições, maquetes táteis, áudio guide, além da exibição de um filme sobre o Pai da Aviação.
Foto: Isabela Lisboa
Encontro Nacional e Latino-americano de Organistas e Organeiros
Biblioteca faz Oficinas para Alunos da UCP A Fundação de Cultura e Turismo, através da Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral, acaba de fazer uma parceria com a AMA Centro Histórico e a UCP, para a realização de uma oficina de treinamento dos alunos do Curso de História, sobre as técnicas de arquivamento. O objetivo é que esses alunos possam, por iniciativa da AMA Centro Histórico, recuperar os arquivos do Trono de Fátima, a fim de que eles possam ser abertos à população.
Novas obras em Braille Acabam de chegar à Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral, mais duas obras em Braille (método de leitura para deficientes visuais), provenientes da Fundação Dorina Nowil, de São Paulo: Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas e Crespúsculo, de Stephanie Mayer. A Biblioteca recebe, mensalmente, da Fundação Dorina Nowil, obras em Braille e mantém, com permanente atualização, uma gama de suportes voltados para os cidadãos com deficiência auditiva e visual. São livros editados em Braille, livros digitais em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais), CDS, DVDs, CD-Roms e livros falados (com narração especial).
Foto: Isabela Lisboa
De 25 a 28 de julho, Petrópolis será palco de um dos mais importantes eventos da música erudita instrumental do país: o XXI Encontro Nacional de Organistas, voltado, sobretudo, para reflexões, debates e proposições de políticas públicas de valorização e difusão do órgão de tubos. A cada dois anos o Encontro Nacional é associado ao Encontro Latino-Americano, sempre procurando estabelecer diálogos institucionais no sentido de garantir a preservação dos instrumentos históricos, a aquisição de novas tecnologias e formação de novos instrumentistas. Confira a programação completa em www.organistas-brasil.org.
Texto: Carolina Tollstadius l Fotos: divulgação
Cultura e gastronomia para despertar emoções: a programação dos festivais que serão realizados nos próximos dias em Petrópolis promete deixar suas noites de inverno bem quentinhas! Que tal ir a um Show do Alceu Valença e seguir a noite com um fondue de chocolate?! Ou assistir o concerto a “Luz de Velas” no Museu Imperial? Vinho e novidades da música nas escadarias do Theatro D. Pedro? Com tudo isso, nada de se esconder debaixo das cobertas! Capriche no figurino, monte seu roteiro e voilá! Aproveite para curtir a estação mais cobiçada do ano na Petrópolis Imperial. Noites animadas e diversão em família são os ingredientes para a 11ª edição do Festival de Inverno do SESC.
Stagium, no dia 14, com um retrato da cidade de São Paulo em sua variação cultural.
O evento presta homenagem a centenários de artistas consagrados, como Luiz Gonzaga, Adoniram Barbosa e o escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues.
Uma das novidades deste ano será a programação 'Tamanho Família', que ocorre aos domingos, gratuitamente, com atrações para os pequenos – e para os grandes. As apresentações, que ocorrem em sua maioria no SESC Quitandinha, podem ser gratuitas ou variar entre R$ 4 e R$ 16.
Este ano a agenda do Festival SESC Rio de Inverno traz atrações que vão do clássico ao atual. Como tema principal, a edição retrata um centenário de história da cultura brasileira, com homenagem a grandes nomes que marcaram - e marcam - gerações. Para ilustrar a linha do tempo, que começa em 1912 até chegar ao ano atual, foram fixadas no calendário homenagens aos centenários de artistas consagrados como Luiz Gonzaga, Herivelto Martins, Adoniram Barbosa e o escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues. Desta forma, a festividade abre espaço para nomes consolidados e novos talentos. “Hoje vemos um mundo cujas fronteiras culturais estão em estado permanente de redefinição. Artistas de diversas regiões do país, incluindo os artistas da própria região serrana, participarão do festival que contempla todas as linguagens artísticas”, explica a gerente de cultura, Tatyana Paiva. O evento inicia-se no dia 6 de julho e vai até o dia 29 do mesmo mês. A abertura será embalada por um super show do pernambucano Alceu Valença, que comemora os 40 anos de carreira, com destaque para canções como 'Morena Tropicana'; 'Belle Du Jour' e 'Táxi Lunar', além de prestar homenagem ao mestre Luiz Gonzaga em sucessos como 'Asa Branca' e 'Assum Preto'. No embalo da musicalidade, a Banda de Pífanos de Caruaru, com Castanha e Caju, apresenta um café concerto de sonoridade única, como símbolo da preservação da cultura nordestina. Já a homenagem ao centenário de Herivelto Martins será comandada pelo Grupo Casuarina, com participação do cantor Moyses Marques, um dos grandes representantes da nova geração do samba brasileiro, e da cantora instrumentista e compositora, Nilze Carvalho. A apresentação acontece no dia 28/07. No teatro, Nelson Rodrigues revive em peças como 'O Casamento', uma remontagem (com elenco original) da produção histórica do grupo F. Privilegiados, no dia 20, e 'Toda Nudez Será Castigada', com o grupo Armazém, no dia 25. O centenário de nascimento do escritor Jorge Amado, um dos maiores expoentes da literatura brasileira, será celebrado durante um encontro literário, no dia 13. Já a expressividade do poeta paulista Adoniram Barbosa fica representada pela dança, em um espetáculo do Ballet
O novo clássico: Festival Internacional de Inverno da Dell'Arte inova com mix que vai do tradicional ao contemporâneo. O evento atrai turistas de dentro e fora do país e conta com uma programação diversificada como a apresentação do sambista Jorge Aragão; novidades do mundo da música nas escadarias do Theatro D. Pedro e Abertura de Gala com organista alemão. Os dias e noites em Petrópolis ganham mais brilho com o Festival de Inverno da Dell'Arte. O evento, que repercute pelo Brasil e América do Sul, está em sua 12ª edição e atrai um grande número de turistas. Durante os dez dias de realização, serão feitas apresentações de artistas brasileiros e estrangeiros com atuação em estilos musicais diversificados como o clássico; barroco; ópera; jazz e MPB. Destaque também para peças de teatro, espetáculos de ballet, sessões de cinema e programação infantil. O evento ocorre em pontos diversificados da Cidade Imperial, entre os dias 6 e 15 de julho. O primeiro dia do evento conta com a presença do organista alemão Christian Shimitt, músico oficial da capela de Freiburg, na Alemanha, e que, acompanhado pelo Coral dos Canarinhos de Petrópolis, será o responsável pela Abertura de Gala do Festival, na Catedral São Pedro de Alcântara. Mais tarde – para agradar a todos os estilos - o sambista Jorge Aragão traz sucessos como 'Coisa de Pele' e 'Conselho', durante a noite de festa no Clube Petropolitano. O evento segue com destaques como a apresentação do sexteto argentino Escalandrum, no dia 13. O grupo é liderado pelo baterista Daniel Piazolla, neto de Astor Piazzolla e que presta nos palcos uma homenagem ao avô. Já a ópera Così Fan Tutte, de Wolfgang Amadeus Mozart, traz a participação de doze solistas, coro e orquestra sinfônica. No Palácio de Cristal, o Cristal Jazz tem a presença marcada da cantora
carioca Taryn, em um tributo às Divas do Jazz, com o show 'Negro Blue', no dia 11. Para os amantes do clássico, os concertos 'Ao Meio-Dia' e a 'Luz-deVelas', realizados na Sala da Batalha no Museu Imperial, integram a programação – vide encarte + Petrópolis. E para quem quiser conhecer novos sons e estilos, a dica é ir até o Theatro D. Pedro e assistir as apresentações... do lado de fora! Os shows serão realizados nas escadarias da entrada. No dia 7, quem inaugura os degraus é o grupo JPG, liderado pelo vocalista e guitarrista João Ramalho, filho de dois grandes nomes da música brasileira: Zé Ramalho e Amelinha. No dia 8, o quinteto carioca Nova Lapa Jazz pretende 'democratizar' o jazz na rua. Já no dia 13, a Orquestra Voadora vai combinar ritmos com sambas e marchinhas.
Algumas apresentações possuem entrada franca, mediante a doação de um quilo de alimento não perecível. Os ingressos pagos variam entre R$ 20 e R$ 60, inteiras e R$ 10 e R$ 30, meias entradas. Os bilhetes podem ser adquiridos nos locais dos eventos.
Huuumm! III Festival de Fondues, Racletes e Cremes incrementa a gastronomia petropolitana. A cidade Imperial, considerada como 5° Pólo Gastronômico do país, inova em cardápio quentinho para este inverno Já dá para ver a fumacinha saindo do prato! Para completar a programação deste inverno, o III Festival de Fondues, Racletes e Cremes, uma iniciativa do Petrópolis Convetion & Visitors Bureau, garante opções para todos os gostos (e bolsos!) em 18 restaurantes espalhados pelo Centro Histórico, Itaipava e arredores. O evento começou no dia 15 de junho e vai até 15 de agosto.
Os realizadores prometem: cada um dos pratos pode ser considerado uma experiência única para o paladar. Sugestões? Que tal saborear um fondue de salsichas cozidas no chopp, acompanhadas por queijo cheddar derretido? Ou um creme de batata Baroa? E depois fondue de chocolate branco com Cassis. As opções variam entre R$ 15,00 e R$ 200,00 e ficam disponíveis nos estabelecimentos durante todo o festival. Não é por menos que Petrópolis e distritos receberam o título de 'um dos melhores conjuntos da gastronomia nacional', segundo o Guia Quatro Rodas. Confira os restaurantes que fazem parte do Festival no nosso encarte ou no site www.pcvb.com.br.
Texto: Bruno Rodrigues l Foto: Daniel Carvalho
m geral, elas são associadas aos dias quentes de verão. Afinal, o Brasil é um país tropical e as grandes cervejarias industriais investem pesado nas propagandas onde o cenário é a praia, o sol, o calor – e a bebida é sempre servida “estupidamente gelada”. Mas a cerveja também combina com os dias frios. Isso porque há características em alguns tipos desta bebida que a tornam muito apropriada para apreciação nesta época do ano. As recomendadas para o período são cervejas com índice alcoólico maior, encorpadas e com longa persistência aromática, já que o álcool ajuda na sensação de aquecimento do corpo. A bebida deve ser servida entre 4 e 8°C , de acordo com cada variedade, porém, normalmente, na estação mais fria do ano, elas são mais robustas e com menor carbonatação. Bons exemplos são a Bock, a Stout e a Weizenbock. “Há cervejas que possuem características peculiares e podem ser harmonizadas com diferentes tipos de comidas, de preferência as de sabor mais acentuado que são apreciadas em dias frios", indica o mestre cervejeiro da Bohemia, Carlos Welsch, o Carlão, que há 38 anos trabalha no ramo. Outro ponto importante é que a cerveja não leva álcool. “Ele é produzido pelas leveduras, que convertem os açúcares fermentáveis em álcool e gás carbônico, ou seja, quanto maior o teor alcoólico desejado, maior é a quantidade de açúcares, portanto de matéria prima para criação da cerveja”; explicou Carlão. Quando se trata de locais para degustar uma dessas delícias, as opções são muitas. Bares e restaurantes no Centro Histórico e nos distritos têm excelentes cartas de cervejas. Os destaques são o Vagão Beer & Food, no Shopping Estação Itaipava; o Gehren, na Rua Montecaseros; a Bordeaux, no Centro e em Itaipava e o Boteco Bohemia, também no Centro. Mas seja no frio ou no calor, o ideal é beber com responsabilidade. Degustar de forma moderada e respeitando o limite pessoal faz com que a experiência cervejeira seja ainda mais saborosa.
Petrópolis é uma cidade essencialmente cervejeira. Sua história está diretamente ligada à colonização germânica, que ajudou a perpetuar, na cultura da cidade, esta tradição, que agora volta com força total às suas origens. Seja em escala industrial, como nas fábricas dos grupos Ambev e Petrópolis ou na fabricação artesanal da cerveja, a bebida é apreciada de várias formas, tendo consolidado, inclusive, a ACervA Petrópolis – Associação dos Cervejeiros Artesanais de Petrópolis. Com seus 22 membros, a ACervA se reúne, em média, duas vezes por semana para discutir novidades e experimentar novos sabores da bebida. As características são peculiares, já que cerveja artesanal é tratada de maneira especial, com a produção restrita e o resultado final mais interessante e diversificado. Segundo Eduardo Sixel, um dos sócio-fundadores da ACervA, o diferencial da cerveja artesanal é que ela leva 100% de malte em sua composição, ao contrário das industriais, que levam milho ou arroz para baratear a produção. Outro ponto que torna a degustação da cerveja artesanal ainda mais especial é que, para experimentar a bebida, é necessário que se conheça um dos associados e ser convidado para o encontro. Ou seja: trata-se de um sabor característico, para iniciados – o que torna a degustação ainda mais requintada e exclusiva.
Texto: Bruno Rodrigues Fotos: Arquivo Pessoal
Concedida a: Nathália Pandeló l Fotos: Isabela Lisboa
uando chegou a Petrópolis, em 1975, o padre Francisco Montemezzo tinha o desafio de estar à frente da Paróquia São José do Itamarati - àquela época sem fluência na Língua Portuguesa e recém chegado do Equador - onde trabalhou como missionário. Natural do norte da Itália, na zona rural próxima a Pádua, o padre permaneceu no Itamarati até ser convidado por Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, então bispo diocesano, a assumir a Igreja Matriz Santo Antônio, no Alto da Serra, onde atua há 28 anos. É lá que comemora, no dia 08 de julho, seu jubileu sacerdotal, marcando 50 anos de vida dedicada à fé. Essa trajetória, no entanto, começou bem antes de sua ordenação, em 1962: aos sete anos fez a primeira comunhão, foi coroinha na Igreja e aos 12 ingressou no Seminário Diocesano de Pádua. Hoje, às vésperas de completar 75 anos de vida, o padre Francisco relembra alguns dos principais momentos dessa história.
Revista Petrópolis - O senhor foi ordenado ainda na Itália. Como veio trabalhar no Brasil? Padre Francisco Montemezzo – Morava no norte, perto de Veneza, a 20 quilômetros de Pádua, cidade de Santo Antônio. Sou de uma família de quatro filhos e desde pequeno queria ser padre. Me formei com 25 anos, e ainda nos tempos do seminário tive desejo de ser missionário, ir para onde houvesse mais necessidade de padres. O bispo me permitiu e eu fui para o Equador, onde trabalhei por 11 anos com os índios, falando o idioma dos Incas, na região oriental. R.P. – Deve ter sido um grande desafio para um padre recém ordenado. Como foi essa experiência? Pe.F.M. - Foram anos muito felizes da minha vida. Não tinha televisão, comodidade, mas era uma vida livre, no meio da mata. Ajudei a construir diversas escolas de madeira e sapê, e me bastava que oferecessem um pedaço de terra perto de um rio para poder tomar banho, pois lá não havia luz elétrica. Foi uma experiência muito bonita. Trabalhava como voluntário, já que eles precisavam de padres e haviam procurado na Itália as dioceses que pudessem cedê-los. R.P. – Após realizar esse trabalho, como se deu sua vinda para o Brasil? Pe.F.M. - Fui para casa me reabastecer um pouco, porque já tinha 12 anos de sacerdócio – um na Itália e 11 no Equador. Meu compromisso inicial era de cinco anos na América Latina. Mas em Petrópolis havia padres de um convênio da diocese de Pádua com a diocese daqui, pois o bispo Dom Manoel e o bispo que me ordenou se conheceram na Universidade de Roma. Havia um padre no Itamarati que estava voltando para a Itália, pois não estava bem de saúde, e o bispo disse: “Preciso de você no Brasil”. Eu fiquei muito surpreso, até espantado, porque não sabia uma palavra de Português e teria de começar tudo novamente. E o bispo disse: “Vá pra casa e descanse”. Depois de um mês, me encontrou e falou: “Resolveu?”. Eu disse: “Não resolvi nada, não”. Ele falou: “Bom, se você não resolveu, eu já resolvi. Você vai para o Brasil”. R.P. – Essa nova experiência deve ter sido bastante diferente da anterior. Como o senhor se adaptou? Pe.F.M. - Cheguei aqui em 23 de abril de 1975, e depois de três dias era vigário do Itamarati. Durante as férias, aproveitei para aprender o Português. Sempre tive facilidade para aprender línguas. Cheguei aqui falando um pouco de Portunhol, e uma semana depois, já na quarta-feira seguinte, peguei a paróquia de Cascatinha também. Fiquei no Itamarati nove anos. Em pouco tempo, todos me conheciam. Não era só o
padre que celebrava missas e batizados, era visto como uma pessoa amiga. Sempre dizia no Itamarati, “me sentirei feliz quando vocês na minha casa se sentirem como se estivessem na sua casa”. Ou seja, queria criar esse laço, não apenas espiritual, mas até afetivo, humano. Pra mim, ser padre é isso, pois padre é pai. Essa é a minha paternidade humana, digamos assim, com o povo. R.P. – Encontrou alguma dificuldade no início de seu sacerdócio aqui? Pe.F.M. - Dom Manoel, quando colocou a primeira pedra da Igreja de São Francisco, estava lotado de gente, falou: “Pois é, pessoal, vamos construir uma capelinha e depois reunimos o povo”. Mas a comunidade já estava formada. Quando foi reunir todo mundo, tinha tanta gente que participava que a igreja foi construída em 11 meses e meio. A da Floresta, que são dois andares, foi construída em 10 meses e meio.
R.P. – Além das missas e dos trabalhos sociais, quais são as outras atividades rotineiras da paróquia? Pe.F.M. - Temos grande movimento de famílias, toda segunda-feira. Realizamos dois encontros de casais anuais, enquanto em algumas paróquias eles estão deixando de existir. Já começamos também a ter outro encontro este ano, das famílias e os casais que não são casados na Igreja foram junto, e tivemos a participação de 300 pessoas. R.P. - Atualmente, qual a abrangência da igreja na comunidade do Alto da Serra? Pe.F.M. - A Paróquia vai das duas pontes até Lagoinha, Rua Teresa até quase Meio da Serra. Temos em média 1.500 pessoas todos os domingos. Estou muito contente com isso. Na minha vida de padre, de trabalho apostólico, me sinto feliz. Quanto mais gente, mais ânimo tenho. Fico mais à vontade se tiver mil pessoas na frente que se tiver 10. Não sei por que, me dá uma energia diferente.
E a paróquia do Itamarati era nova, tinha sido separada da Catedral e de Cascatinha. Então começamos a formar uma comunidade. Havia dificuldades muito sérias naquela época, e o bispo me chamou porque já me conhecia. R.P. - Uma das características dessa proximidade com a comunidade é o trabalho social que o senhor realiza. Como ele é feito? Pe.F.M. - Levamos solidariedade para os pobres. Fazemos a campanha do cobertor e distribuo pelo menos mil cobertores nessa época do ano. Mais da metade, eu mesmo levo, conheço toda a paróquia e sei onde moram os que mais precisam. Desde que cheguei aqui, há 37 anos, faço um almoço na semana de Natal e recebemos até 400 crianças. E eu não gasto quase nada. A paróquia já sabe da campanha e contribui com cobertores e alimentos. Distribuímos uma espécie de cesta básica para os mais necessitados. Se uma pessoa morresse de fome, seria o maior pecado. É um trabalho social e, ao mesmo tempo, religioso.
R.P. - O senhor participou ativamente da construção de algumas Igrejas, como as Capelas São Francisco de Assis, na Estrada da Saudade, e São José da Horta, na Lopes Trovão. Como foi esse processo? Pe.F.M. - Eu fico olhando as obras, e acho que as melhores construções são a comunidade, as pessoas que participam. O que é mais bonito pra mim e o que me interessa, sobretudo, é conviver com o povo. Por isso atendo 20 pessoas diariamente, e tem de tudo: quem quer batizar, casar, quem tem o filho nas drogas, a mulher que brigou com o marido. Aqui, pra mim, é como um porto de mar. Chega navio de alto luxo, navio mercante, barco de pescador e pedaço de tábua daquilo que sobrou (risos). E eu dou graças a Deus que as pessoas procuram, porque sentem confiança no padre. Isso me realiza, porque é o contato com a vida das pessoas. R.P. – Dos mandamentos da Bíblia, qual o senhor mais preza e passa em seus ensinamentos? Pe. F. M. – Sem dúvida, é o amor a Deus e ao próximo, pois Deus é amor.
Texto: Donato de Almeida l Foto: Arquivo Histórico Biblioteca Gabriela Mistral
onsiderado um dos principais nomes da pintura nacional e internacional do século XX, o artista e cidadão petropolitano, Wim Leendert Van Dijk estaria completando 97 anos de idade em 2012. Nascido em 1º de junho de 1915, em Rotterdam, na Holanda, “o extraordinário” – como era intitulado por muitos – encontrou no Brasil, mais precisamente na Região Serrana do Rio de Janeiro, em Petrópolis, o local perfeito para morar e instalar seu atelier, tendo em vista que a cidade apresentava características semelhantes às da Europa e uma fonte rica de inspiração. Somente após a segunda Guerra Mundial – quando foi comandante do 18º grupo de Resistência na Holanda - Van Dijk chegou ao Brasil, em 1947, como primeiro Adido Cultural, por ordem da Rainha Guilhermina, trazendo na bagagem diversas telas produzidas em sua cidade natal para a famosa exposição “A Holanda canta o Brasil”, que aconteceu no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Nos dias atuais, seus trabalhos podem ser encontrados apenas em museus, galerias ou coleções particulares. Em Petrópolis, o artista fixou sua residência no bairro Mosela, casou-se com a brasileira Magaly e formou uma família com os filhos: Guilherme José, Sybrandt e Ana Maria Sá. Louis (filho do primeiro casamento) morava em Santa Rita do Passa Quatro – MG. Além de manter suas atividades artísticas, o holandês também foi fundador e diretor de várias instituições de caráter cultural, filantrópico ou beneficente na cidade. Em dezembro de 1971, ingressou na Academia Petropolitana de Letras, ocupando a cadeira nº 15, anteriormente de Aloysio Silva. Van Dijk, além de nascer já com um pincel e lápis de cor nas mãos,
teve uma bela trajetória acadêmica estudando na Faculdade de Belas Artes e Teologia de Rotterdam ganhando, posteriormente, o “Prix de Rome”, que lhe possibilitou estudar em Paris, Florença e Milão. Seus trabalhos podem ser encontrados nas mais importantes capitais da arte contemporânea, como Itália, Suécia, Londres e Nova Iorque. Na Finlândia, o artista deixou na Catedral de S. Hendrik, em Helsinki, uma grande composição representando “O Triunfo de Cristo no Norte”. Já em Paris, seus quadros figuram na galeria Royale e no Salon des Independants. Diversos museus e coleções pelo mundo possuem seus quadros, que em grande parte estão ligados à religião. Isso porque Van Dijk tinha a palavra de Deus como inspiração, e sempre carregava a fé cristã em suas peças. Ao longo de sua carreira, o artista conquistou diversos prêmios, como a medalha de ouro da cidade de Milão em 1938, sendo o prêmio máximo da Academia Brasileira de Belas Artes; e a medalha de ouro Vitor Meirelles, que lhe foi conferida por unanimidade por uma composição Pescadores da Bahia. Em 1987 recebeu a medalha Koeler, a mais alta honraria concedida pelo município de Petrópolis. Para homenagear ainda mais o artista holandês, em 1987 foi lançado o livro “Van Dijk e Magaly”, de autoria do jornalista João Teixeira Netto, e em 1991, o escritor e amigo José Maria Carneiro lançou uma obra mostrando os trabalhos do pintor que retrataram paisagens do Brasil, em especial Petrópolis. O Centro de Cultura Raul de Leoni também presta seu tributo, dando o nome do artista a uma de suas salas de exposição. Ao falecer, em 27 de novembro de 1990, com 75 anos de idade, devido a complicações cardiovasculares, Van Dijk deixou sua marca na cultura brasileira, que a cada dia produz um novo talento, seja em maior ou menor escala. O trabalho desenvolvido e enraizado por Wim L. Van Dijk durante 43 anos, na Cidade Imperial, gerou seguidores preparados e qualificados para continuar sua obra e seu estilo de encarar a vida.
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PETRÓPOLIS - A Revista da Cultura e do Turismo l Julho / 2012