Revista Petrópolis

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Petrópolis Rio de Janeiro Novembro 2010 Distribuição Gratuita

Nº 21 Confira a Programação Cultural

Petrópolis Gourmet e a produção de orgânicos

Tesouros da Arquitetura: Igreja Nossa Senhora do Rosário

Entrevista

Bisbilhoteca

Pery de Canti

Acervo livros falados

[+] Joaquim Nabuco



Educação

Sistema e o Plano Nacional de Cultura

Plano Municipal de Cultura

Rui Barbosa

CULTURA: Petrópolis tem ! r a r o m e m o c e o qu o das proposições que dã arta Magna” orientadora “C da l na cio , Na ico cíf Dia do espe ido como o er a cultura por um perío reg 05 de novembro foi defin o irã e a vid em r, scimento em Salvado que a dirija. Cultura por marcar o na independente do governo uma vida ter ós ap e qu , sa rbo 1849, de Rui Ba em outubro de 2009 Petrópolis, há um ano, ira em várias frentes, Em sile bra de da cie so à a l de Cultura, dedicad a I Conferência Municipa 23, aqui em s 19 mo de liza rço rea ma de 01 veio a falecer, em mo um marco. Desde nsiderada por todos co concedidas ao mestre co am for , ião as oc Na lis. Petrópo ltura/CMC, com nselho Municipal de Cu foi velado na Co o rpo , co tão O en o. tad Es de ão honras de Chefe sem abrir mão de sua aç rado no Cemitério São maioria da sociedade e ter en e l na cio de Na a ão ec aç Bibliot to à Fund ora, tem sido ativo e jun ompanhamento ad ac aliz e nd fisc gra m co J, João Batista/R polis, e com os diversos ltura e Turismo de Petró Cu . rço ma de 04 em , elaborou as popular artísticos e culturais, tos en vim mo isa co ra. Rui até aqui, muita tema Municipal de Cultu Dos tempos do grande propostas de Plano e Sis no ral ltu cu o stã ge cultura e de mudou na concepção de Cultura (com vigência O Plano Municipal de es têm se esforçado em ad cid e os tad e es es os ad e Brasil, 98 entid ), teve a participação de 20 -20 11 20 o. çã olu ev ta na acompanhar es o à sociedade petropolita grupos e foi apresentad É ta? es é mo ral co ltu cu de política a (28/09), definida E que visão de cultura e em uma audiência públic ss o ce pro do um mo co ra Rocha, Representante o en ten de r da cu ltu histórica pelo Profº Adair e sd (de s nte sta po fre de pro uma série Rio de Janeiro. A permanente, que inclui Ministério da Cultura, no as até a s, ica ss clá s ica nuta de criação do Sistem as ex pre ss õe s art íst seguirá junto com a mi s, ica étn , s, ria tivo etá isla ro, trâmite leg de gêne mara Municipal. Após o manifestações culturais Câ a ra pa e ssa rpa ão rsal (a cultura pe lturais e a sociedade ter etc.) e um olhar transve as áreas artísticas e cu te en lm ipa ão nc siç pri , po as as as áre de ação, pro dialoga) com quase tod portantes instrumentos im is do io Me e ucação, Saúde as sociais, como Ed e apoio permanentes. a diretriz geral é , ssa mi pre sta de rtir pa 2010, Rui Ambiente. A ste 05 de novembro de gra ma s, ne pro ia, e dir s e qu õe aç O as de ins titu cio na liz ar rlamentar e jurista, , homem das letras, pa rmanentes, de sa pe rbo os Ba jet pro em s o-a lpite é que transformand ver de casa? Nosso pa de . sso rno no ve bre Go so de s, rai Estado e não conjuntu m louvor em política aria: Petrópolis, Dez co rov ap o ra pa ão tégica a inspiraç Vem desta visão estra cultural! iro, nal de Cultura. O prime Sistema e o Plano Nacio tes artilhado - entre os en como um gestor comp il ipais e a sociedade civ federal, estaduais, munic a ral. E o segundo, como de toda a política cultu

Saúde

Meio Ambiente inspiração

Dia Nacional da Cultura cultura

05 de novembro

gestor compartilhado Petrópolis

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Petrópolis tem o que comemorar!


Foto: Isabela Lisboa

A R E V I S TA D A C U LT U R A E D O T U R I S M O

PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Charles Rossi JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP) TEXTOS: Isabela Lisboa, Eliane Maciel e Letícia Affonso GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack DESIGN GRÁFICO: Beatriz Galvão e Ná Gabrich | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201 Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares Fale conosco: fctprevista@petropolis.rj.gov.br


Texto: Letícia Affonso | Fotos: Isabela Lisboa Agradecimento: Professor Jeronymo Ferreira Alves Netto – IHP

ovembro é o mês que se comemora a Semana da Consciência Negra, dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Para homenagear a data, o Tesouros da Arquitetura traz um pouco da história de um templo religioso que surgiu da fé e do suor de escravos libertos. Ajudados pelo conselheiro e abolicionista Joaquim Firmino Pereira Jorge, que doou o terreno, os ex-escravos construíram a Capela através de esmolas arrecadadas. Inaugurada em 1882, teve seu funcionamento aprovado pelas autoridades eclesiásticas e a benção das imagens da Virgem do Rosário e São Benedito – que atualmente estão guardadas, para que não haja desgaste da boa conservação das mesmas. Localizada na Praça da Inconfidência, a congregação era formada em sua maioria por descendentes de escravos. Porém, com o passar dos anos, a Capela sofreu as ações do tempo e sua estrutura tornou-se fraca. Por motivos de segurança, decidiu-se construir um novo templo, maior e mais elaborado, no mesmo local. Em 1953, Monsenhor Gentil lançou a pedra fundamental da construção dando início às obras, sem interromper as atividades religiosas que eram

realizadas diariamente no local. Para tanto, a capela original foi preservada enquanto a nova era construída ao redor desta, de modo que o público pudesse participar das missas normalmente e sem riscos. Depois de 25 anos de obras, a Igreja Nossa Senhora do Rosário finalmente comemorou o término da construção. A nova igreja ganhou um belíssimo altar esculpido em mármore e um órgão eletrônico, o primeiro desse tipo em Petrópolis. Os sinos da torre – que, no passado, pertenceram à Catedral São Pedro de Alcântara – foram transferidos para a Igreja do Rosário em 1964, quando um novo conjunto de sinos alemães foi instalado no lugar dos antigos. Segundo o historiador Jeronymo Ferreira Alves Netto, a construção era muito moderna para a época, não possuindo um estilo arquitetônico definido. No interior do prédio, a decoração é simples e elegante: a Via Crucis pintada em azulejos ilustra as paredes, que são de um tom suave de salmão. Cercada por construções dos séculos XIX e XX, a aparência original da igreja integra-se ao ambiente com perfeição, conferindo um aspecto delicado a esta parte da cidade.

Serviço: Igreja Nossa Senhora do Rosário Rua Floriano Peixoto - Praça da Inconfidência, Centro Aberta, diariamente, das 7h às 18h

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Plano Municipal de Cultura Após 46 reuniões e fóruns populares e uma grande Audiência Pública que reuniu mais de 200 pessoas, foi concluída a elaboração do Plano Municipal de Cultura. Durante os 10 dias em que ficou disponível na internet, para leitura do público, foram recebidos 25 novos projetos que passaram a integrar o Plano. A próxima fase será o envio à Câmara dos Vereadores para aprovação.

Para comemorar o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a Fundação de Cultura e Turismo programou diversas atividades do dia 15 ao dia 20, no Centro de Cultura Raul de Leoni e na Praça da Liberdade. Serão apresentações de danças folclóricas, música típica, teatro, cinema e muito mais, gratuitamente, para o público conhecer e se deliciar com a cultura das raízes africanas. Para saber datas e horários dos eventos, confira a nossa programação cultural ou acesse: www.petropolis.rj.gov.br

Língua de Trapo comemora Dia Nacional da Cultura Em comemoração ao Dia Nacional da Cultura, a Cia. Teatral Língua de Trapo apresenta no dia 5 de novembro o seu mais novo espetáculo, Tukutuka nu Brasil, às 19 horas na Praça Dom Pedro. A peça conta de forma satírica fatos dos últimos cinquenta anos de história do nosso país, que contribuíram para a enorme “mistura cultural” na qual o Brasil se transformou. Na peça, os personagens desfiam suas memórias e nelas a plateia recorda a vida do brasileiro desde a década de 60. Com direção de Iara Rocha, e Raphael Teixeira e Paulo Marcos de Carvalho no elenco.

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Ilustração: Ná Gabrich

Semana da Consciência Negra traz programação diversificada

Foto: Divulgação

Fotos: Isabela Lisboa

Fotos: Isabela Lisboa


Inauguração da UPA em Cascatinha reforça a infraestrutura Foto: Alexandre Peixoto

A segunda Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Petrópolis, inaugurada no dia 30 de setembro, representa mais um reforço na infraestrutura da cidade. Pacientes de pequenas e médias emergências poderão ser atendidos na unidade. O local conta com equipamentos de alta tecnologia e excelentes instalações, garantindo segurança e bom atendimento na hora de cuidar da saúde. A UPA de Cascatinha atenderá todo o bairro e adjacências, além de beneficiar quem estiver de passagem pela região.

Natal de Luz 2010

Foto: Ricardo Castro

Começa no dia 26 de novembro o Natal de Luz 2010, evento que promete encantar moradores e visitantes da cidade. Até 23 de dezembro, o público poderá conferir mais de 100 atrações, além de se encantar com o Centro Histórico Iluminado. Apresentações de teatro, bandas, orquestras sinfônicas, corais, cinema e muito mais, esperam por você e toda sua família. Confira a programação completa no site www.petropolis.rj.gov.br/fctp.

Petrópolis em Miniaturas

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Foto: Divulgação

Os principais monumentos históricos de Petrópolis poderão ser vistos em alguns minutos e poucos passos. A partir do dia 13 de novembro, a exposição permanente “MiniaTUR”, de Carlos Stumpf, passa a ter lugar no Palácio de Cristal. São várias maquetes que representam com detalhes alguns dos mais visitados pontos turísticos de Petrópolis. As peças confeccionadas em madeira têm, em média, 1metro de altura. Algumas reproduções são bastante realistas: a torre da Catedral possui iluminação e a fonte da Praça da Câmara Municipal, funciona como a original.

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Texto: Eliane Maciel l Fotos: Isabela Lisboa

m 2010, o Petrópolis Gourmet comemora dez anos. E quem provar qualquer prato do menu especialmente preparado para o evento, pode ter certeza: além da experiência única de sabor, estará desfrutando, pelo menos, de um ingrediente orgânico. Marca do cidadão “antenado” do séc. XXI, a opção do Petrópolis Gourmet ressalta um mercado em franca expansão no qual Petrópolis se destaca, mais uma vez, pelo pioneirismo.

Segundo o Portal do Agronegócio, a Região Serrana é responsável por 70% das verduras, frutas e legumes consumidos no estado do Rio: e Petrópolis foi a precursora na busca de alternativas alimentares mais saudáveis, associadas a um “modelo de produção limpo”. Está lá, para quem quiser conferir: a Carta de Petrópolis, de 1984, traduz o empenho de cerca de 1.800 cidadãos para colocar temas hoje obrigatórios, como o desenvolvimento sustentável e o consumo consciente, na agenda prioritária do país. Os últimos anos provaram que suas propostas iam além do combate aos agrotóxicos e aditivos químicos. As ameaças do aquecimento global, e o esgotamento dos recursos naturais, transformaram em tendência mundial os modelos de produção que privilegiam o manejo sustentável e a harmonia duradoura entre os humanos e o planeta.

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Passados mais de 25 anos da Carta de Petrópolis, dados do Ministério da Agricultura informam que o Brasil já produz uma ampla gama de produtos orgânicos (hortaliças, grãos como soja, milho e café, diversas frutas e produtos de origem animal). Porém, apenas 3% do nosso território é dedicado a este tipo de agricultura: muito pouco, se pensarmos que países como a Áustria já ocupam cerca de 20% do território com orgânicos, por conta da fatia considerável que eles representam no mercado europeu. Não é pouco: em todo o mundo, os orgânicos movimentam mais de US$ 26 bilhões anuais - e US$ 100 milhões, no Brasil. Trata-se de um filão que não para de crescer: nos EUA, a demanda por alimentos orgânicos já supera a oferta – e aqui mesmo, no Brasil, este mercado cresce nada menos que 50%, ao ano. Para ser considerado, de fato, orgânico, o produto deve obedecer rígidas normas de certificação: mas o amplo potencial deste mercado compensa o investimento. Desde os anos 1990, surgiram na cidade empreendimentos que levaram a sério esta vertente do agronegócio, para atender à demanda local e, também, ao Rio de Janeiro. A Fazenda Cafundó, por exemplo, oferece mais de 70 tipos de hortaliças – inclusive flores comestíveis, minilegumes e miniverduras – cuja riqueza seduz os olhos e o paladar. Todos os produtos são certificados pela Associação de Agricultores Biológicos do

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Estado do Rio de Janeiro (ABIO) e a Fazenda Cafundó entrega seus produtos diretamente aos restaurantes, hotéis, lojas, etc.; e, também, na casa dos consumidores (mais informações, ligue (24) 2259-2034). Já o Sítio do Moinho, em Itaipava, produz desde 1989 numa área de sete hectares regados com água pura de mananciais e de um poço artesiano. Dotado de alta tecnologia para garantir a qualidade da produção, o Sítio é, hoje, uma griffe com 70 funcionários, oferecendo 450 produtos certificados, como laticínios, carne, grãos, sucos e conservas, além das hortaliças. Interessados (inclusive, particulares) podem buscar os pontos de venda ou solicitar uma entrega em domicílio (para saber mais, consulte o site www.sitiodomoinho.com.br ou ligue para (24) 2291-9150). Os petropolitanos têm a opção de compras os produtos na lojinha do sítio, na Estrada Correa Veiga, 2401, Santa Mônica Itaipava. Lá, é possível encontrar produtos importados do México, Itália, Canadá, Turquia e Argentina, além dos pães da Molino d´Oro, a panificadora do sítio que é a primeira do país certificada, pelo Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento (IBD). Desde 2004, a Molino d´Oro utiliza ovos orgânicos, azeite extra virgem e farinha orgânica importada da Itália, para produzir ciabattas, focaccias, pães de forma e outras delícias, sem corantes, conservantes ou gordura trans. Muitas vezes, os pães são comercializados semiassados: é possível congelá-los para dar o toque final, antes de servir, no forno de casa, garantindo o aroma irresistível e a textura dourada e crocante. Alguns produtos do sítio também podem ser encontrados em alguns pontos de venda, no Centro Histórico. Na Venda do Sítio, na Rua Treze de Maio, 259 e na Mundo Verde, na Rua do Imperador, 864 encontra-se Agave (substituto do açúcar, extraído

de um cactos mexicano), grãos, massas e pães. Mas a proposta da agricultura orgânica não se restringe aos grandes produtores locais. A região do Brejal e do Jacó conta, hoje, com cerca de 40 agricultores que comercializam seus orgânicos na cidade e no Rio de Janeiro. Não por acaso, eles abastecem também os restaurantes do Vale dos Gourmets: e a qualidade de seus produtos, há anos, é também um diferencial que agrega valor à magia de nossa alta culinária. Juntamente com seus consumidores, estes chefes conscientes reforçam a cultura que privilegia a qualidade de vida e a opção pela sustentabilidade. E mantêm uma feira aos sábados, no centro da cidade, para os petropolitanos que desejam dar mais cor, sabor e saúde a sua mesa.

A Avenida Imperatriz é um dos pontos de vend a de produtos orgânicos, onde atuam dois produtore s do Jacó, sempre aos sábados, das 6h30 às 13h. As barraquinhas estão localizadas no pátio da Secretaria de Planejamento, no nº 264. O Departamento de Agricultura da Secretaria de Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Econ ômico e Agricultura (STA) pretende expandir os ponto s de venda para outros bairros da cidade. Vale lembrar que em Itaipava, o Hortomercado também oferece produtos orgânicos de qualidade, ou seja, não falta opçã o para se alimentar melhor e com mais saúde.

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esde o dia 28 de outubro, a 10ª edição do Petrópolis Gourmet vem atraindo os mais exigentes amantes da boa mesa. As maiores atrações do evento se concentram no Mercado Gourmet, espaço montado ao lado do Hortomercado em Itaipava, além, é claro, das estrelas da festa que são os restaurantes. Até o dia 27 de novembro o público poderá apreciar as deliciosas receitas preparadas pelos restaurantes e aproveitar todas as atividades oferecidas. Entre elas, está a segunda edição do Concurso Cultural Gastronômico. Realizado em parceria com o SENAC Rio, é voltado para amadores e tem o objetivo de descobrir novos talentos. O prêmio para o vencedor é uma bolsa de estudos na área de gastronomia, no Brasil ou no exterior. As Oficinas Gastronômicas exaltam, este ano, as temáticas de gastronomia e enologia orgânicas, e oficinas com chefs especialistas neste segmento, trazidos pelo SENAC Rio: Henry Schneider, Teresa Corção, Osvaldo Gorski, Ciça Roxo, Fabrice Lenud, Ana Salles e Maria Victoria. Entre os destaques estão o subchef de cozinha Marco Lima e a produtora de culinária Daniela Meira, ambos do Programa Mais Você, da TV Globo; o enólogo e consultor Rafael Puyau, da Chez Puyau; o consultor e gestor de bebidas Rui Serradas, com um workshop sobre coqueteis com frutas orgânicas e o Chef Pizzaiolo Antônio Lo Presti e Rula Simões, com culinária grega. No Mercado Gourmet funciona o Bar da Bohemia, o Café Literário promovido pela Duetto's Café e editora SENAC, com exposição e venda de livros da área de gastronomia. Lá acontecem também tardes de autógrafo. No Armazém Gourmet, estão presentes produtores do próprio

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Hortomercado e artesanato de diversas associações como Artesanato Petrópolis, Uniarte, Cidade Imperial, Vila Rica e Etc e Arte. Os expositores vão doar 1kg de alimento não perecível em troca do espaço utilizado. Os alimentos arrecadados serão entregues para instituições de caridade do município. As crianças têm seu espaço garantido no Gourmet Kids, com área de lazer e oficinas feitas especialmente para elas. Ricardo Gonzalez, da Divino Segredo (produção artesanal de pães, bolos e biscoitos), ensina a criançada a preparar apetitosos brownies, muffins, torta e mini pães, todos integrais, e biscoitos amanteigados. O Gourmet nos Restaurantes traz 28 participantes, que tiveram o desafio de elaborar um menu utilizando produtos orgânicos na confecção das receitas. São eles: Afrânio, Albergo Del Leone, Alvorada, Atelier Molinaro, Arcádia Bistrô Imperatriz, Barão Gastronomia, Bomtempo Resort, Bordeaux Ipiranga, Bordeaux Itaipava, Capitólio Sushi, Don Bistrô, Duetto´s Café, Il Perugino, Imperatriz Leopoldina (Solar do Império), LOG Restaurante, Majórica, Massas Luigi, Nikko Sushi, Oliveiras da Serra, Pousada Paraíso, Pousada Paraíso Açu, Quinta da Paz, Sal da Terra (Pousada Orquídea da Serra), Solar Fazenda do Cedro, Tai Tai, Tambo los Incas, Tankamana e Zafferano Itaipava. E pensando no tema tão atual que é o desenvolvimento sustentável, para cada prato vendido uma árvore será plantada no entorno do Monumento Natural da Pedra do Elefante. A programação completa e o cardápio dos restaurantes você confere em: www.petropolisgourmet.com.br

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Texto: Gastão Reis | Fotos: Reprodução/Arquivo Histórico Biblioteca Gabriela Mistral

xistem brasileiros que fazem bem à nossa autoestima de povo, em especial nessa Semana da Consciência Negra. Joaquim Nabuco foi um deles. Nascido em Penambuco, em 1849, desde cedo ele levou a sério a advertência de Pedro I em sua Carta aos Brasileiros, escrita no leito de morte: “A escravidão é um mal, um atentado contra os direitos e a dignidade da espécie humana, mas as suas consequências são menos danosas aos que padecem o cativeiro, do que à Nação cuja legislação admite a escravatura.” Joaquim Nabuco afirmava que a escravidão no Brasil era "a causa de todos os vícios políticos e fraquezas sociais; um obstáculo invencível ao seu progresso; a ruína das suas finanças; a esterilização do seu território; a inutilização para o trabalho de milhões de braços livres; a manutenção do povo em estado de absoluta e servil dependência para com os poucos proprietários de homens que repartem entre si o solo produtivo". Foi, talvez, o tribuno maior dentre os que combateram o instituto servil, sem tréguas - vultos como André Rebouças, Rui Barbosa, José do Patrocínio, Pedro II e Princesa Isabel. A luta destes brasileiros se consolidou nas diversas leis abolicionistas, como a proibição do tráfico, sexagenários e do ventre livre, que atuaram de forma a fazer com que apenas 5% da população de origem africana ainda fosse escrava em 1888, quando a Lei Áurea foi assinada.

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Joaquim Nabuco ao lado do Secretário de Estado Americano, Elihu Root em companhia da esposa, que está cercada de senhoras e senhoritas da sociedade carioca (Revista Ilustração Brasileira, agosto de 1949).

Joaquim Nabuco soube enxergar cem anos à frente. Defendia o Estado laico, o federalismo, o liberalismo econômico, o voto secreto e avanços no sistema parlamentarista monárquico. Afirmava que não bastava libertar os escravos: era fundamental criar oportunidades para que exercessem sua força produtiva. Na década de 1880, foi a voz abolicionista por excelência, e reconhecia que a Lei Áurea resultou de ideias associadas a ações contra a organização escravista, com auxilio importante de proprietários que libertavam seus escravos e da ação constante da Família Imperial. Sem dúvida, uma vida em tom maior.

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Entrevista

Pery de Canti I FestCine Petrópolis movimenta a cidade

Concedida a: Eliane Maciel l Fotos: Isabela Lisboa

O envolvimento de Pery de Canti com o cinema é bastante precoce: com 14 anos, ele iniciou sua carreira atrás das câmeras, levado pelo pai, o também cineasta Iberê Cavalcanti. Daí por diante, não parou mais. Montou a primeira produtora aos 18 anos, começou a dar aulas de cinema em centro culturais do Rio de Janeiro e, mais tarde, trabalhando também com marketing e consultorias na área cultural, idealizou o Festival de Cinema de Maringá, no Paraná que, em 2010, realizou sua sétima edição. Agora, ele e a esposa, Ignez Petry, através de sua empresa Perfil Consultoria Cultural, respondem pela realizarão do I Festival Nacional de Cinema de Petrópolis: o I FestCine Petrópolis, que acontece entre os dias 19 e 26 de novembro, com a parceria da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis. Nesta entrevista, Pery fala à Revista Petrópolis sobre seu longo envolvimento com a sétima arte, seu trabalho como divulgador do cinema brasileiro e sobre a decisão de fazer, de Petrópolis, a sede de um festival de cinema de expressão nacional.

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RP – Você desenvolveu, desde jovem, a carreira de técnico, no cinema. Fale um pouco sobre esta experiência. PC – Participei das equipes que produziram vários longas metragens, em várias funções: fui 2º assistente de Câmera de “Meu Boi de Prata”, de A u g u s t i n h o J r. , u m m o m e n t o importante em minha carreira, porque o diretor de fotografia deste filme era o Walter Carvalho, um dos maiores nomes da fotografia do país. Fui 1º assistente de Câmera de “Corpo a Corpo”, de Iberê Cavalcanti, diretor de produção e produtor delegado de “Terra de Deus”, também dirigido por meu pai, e montador de “Exú-Piá: coração de Macunaíma”, de Paulo Veríssimo, ganhador do Festival de Brasília, em 1986, na categoria longa 16 mm. Depois, estreei como diretor no filme “Terra Prometida”. Também trabalhei em uma série de documentários, sobre questões sociais e direitos humanos.

RP – E como começou o seu envolvimento com a organização de Festivais de Cinema? PC – Paralelamente à carreira no cinema, desenvolvi atividades na área de marketing cultural. Isto me levou, a partir de 1991, com o início da Lei Rouanet, a me tornar consultor nesta área. A empresa Perfil surgiu daí, com esta característica de realizar e executar projetos culturais, consultorias na elaboração e montagem de projetos, habilitação em leis culturais, captação de recursos e atuação no mercado de editais de cultura. Em 2001, por causa das filmagens de “Terra Prometida”, que é uma produção independente, acabei me radicando no Paraná. Assim surgiram os projetos de difusão de conteúdo na área de cinema, tais como o CINEPOP Brasil, que organizamos de 2003 a 2009, em vários estados brasileiros. E também o Festival de Cinema de Maringá, hoje consolidado e já tendo homenageado nomes como Stephan Nercessian, Ary Fontoura, Eva Wilma, Walter Carvalho, Zelito Viana, Iberê Cavalcante, Cacá Diegues, Letícia Sabatella, ítala Nandi, Júlio Bressone, Simone Spoladore e Zezé Motta, para citar alguns.

RP – Qual serão as características do FestCine Petrópolis? PC – É importante frisar que se trata de uma iniciativa voltada para a difusão de conteúdos de cinema, por isso, ela será totalmente gratuita e desenvolvida nos espaços públicos administrados pela Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, principalmente o Theatro D. Pedro. Teremos uma mostra competitiva, de 20 a 25 de novembro, na qual o público votará e decidirá os ganhadores, através de uma urna colocada ao seu dispor. A cada dia, serão apresentados

É importante frisar que se trata de uma iniciativa voltada para a difusão de conteúdos de cinema, por isso, ela será totalmente gratuita e desenvolvida nos espaços públicos administrados pela Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, principalmente o Theatro D. Pedro. dois blocos compostos, cada um, por um longa metragem e três curtas, a partir das 18h. Faremos também uma mostra infanto-juvenil, e uma mostra infantil dedicada às escolas, pela manhã e à tarde, entre os dias 22 e 26. Paralelamente, teremos três dias de oficinas com temas ligados ao cinema, no anexo do Theatro D. Pedro e palestras temáticas. No encerramento, a urna será aberta e os votos computados, de maneira que saberemos quem serão os grandes ganhadores do Festival, que receberão troféus e certificados. O troféu será uma grande surpresa, e é baseado num elemento importante

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para Petrópolis e seu design foi desenvolvido pelos artistas plásticos Carlos Emar e Julio Hiamamura.

RP- Porque a escolha de Petrópolis para desenvolver este novo Festival de Cinema? PC - A Perfil tem atuação em vários estados brasileiros, mas o Rio de Janeiro é nossa base de trabalho. Voltar a atuar aqui é uma continuidade natural desta atividade de difusão de cultura. Depois de uma pesquisa na Região Serrana, escolhemos Petrópolis porque ela possui todos os elementos necessários para uma realização deste tipo: o glamour, o apelo turístico, a qualidade de seus equipamentos culturais e, também, a sua importância dentro do cenário nacional e do contexto da cultura. A cidade é uma referência histórica importante e pode se transformar também numa referência no cinema nacional. Queremos trazer Petrópolis mais e mais para dentro deste cenário, e estimular também a produção audiovisual local. Tornar a cidade um polo de difusão de conteúdos nesta área, no estado do Rio de Janeiro e no Brasil, é começar a construir a base para algo maior, porque a cidade apresenta condições para, em alguns anos, ter um festival de cinema tão importante quanto é, hoje, o Festival de Gramado.

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Gabriela Mistral

Gabriela Mistral

Bisbilhoteca Biblioteca Gabriela Mistral - Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro

Funcionamento de segunda a sexta de 8h às 18h 30min e sábado de 8h às 12h.

Biblioteca Municipal possui rico acervo de livros falados Texto: Letícia Affonso / Fotos: Isabela Lisboa se em vez de virar as páginas, você apertar o play? Existem várias maneiras de cultivar o saudável hábito da leitura, e alguns visitantes da Biblioteca Municipal sabem muito bem disso. Pessoas que, por alguma razão, estão impossibilitadas de ler, encontram aqui uma opção diferente e agradável: os livros falados. O acervo conta atualmente com 153 títulos, disponíveis em fitas, CDs e MP3. Numa cidade onde moram cerca de 22 mil deficientes visuais, acessibilidade é a palavra chave. Através de uma matéria publicada pela Revista Petrópolis em agosto de 2009, um grupo se mobilizou para reunir algumas pessoas com restrição visual, em vários estágios. Assim começou o trabalho da APADV – Associação de Pais, Amigos e Deficientes Visuais de Petrópolis, fundada por Roberta Martins de Araújo. Preocupando-se em informar e orientar os deficientes visuais sobre seus direitos, o grupo demonstra também um grande interesse pelo desenvolvimento da cultura acessível para estas pessoas. Roberta, que é frequentadora assídua da biblioteca, fala sobre a importância do lazer na vida do deficiente visual: “A biblioteca tem um acervo muito legal e pouquíssimo utilizado. Até mesmo quem usa óculos e, às vezes, fica com a vista cansada por causa da leitura, tem no livro falado uma boa solução.”

nacionais e internacionais, como Pedro Bandeira, Ruth Rocha e J.K Rowling, da série Harry Potter. Há ainda grandes clássicos da literatura, como Romeu e Julieta, e os best-sellers, como O Código Da Vinci, de Dan Brown. A oportunidade de inserir o livro falado no cotidiano também motiva várias pessoas a conhecer o acervo. Na correria da rotina, pode se tornar difícil encontrar tempo para sentar e ler um bom livro. O livro falado oferece o benefício de uma “leitura” dinâmica, onde mesmo uma pessoa atarefada pode “ler” enquanto faz outras atividades. “Descobri, aqui na biblioteca, uma forma de liberdade. Depois que perdi a visão, foi difícil me inserir novamente na sociedade. A leitura abriu caminhos para mim e para a criação da APADV, também”; conta Roberta. Estimulando a criatividade e a imaginação, o livro falado é, acima de tudo, uma ótima ferramenta de acesso à literatura para o deficiente visual. Quem troca o folhear das páginas por fones de ouvido, mostra que vale a pena vencer as dificuldades para mergulhar no fantástico mundo da leitura.

Ouvir um livro falado, ao contrário do que muita gente pensa, não é como ouvir uma rádio novela. “O mais interessante dos livros falados aqui da biblioteca, é que a narração é feita por “ledores” que usam técnicas para falar imparcialmente. A maioria dos livros falados tem fundo musical e interpretação dos diálogos, incomodando o leitor-ouvinte.”, diz Roberta. As temáticas são para todos os gostos, mostrando que além de ser acessível, o livro falado também atende diferentes públicos. Atualmente, o acervo possui 23 títulos infanto-juvenis, de prestigiados autores

APADV Petrópolis Reuniões: Centro de Cultura Raul de Leoni – último sábado de cada mês Contato: Roberta Martins de Araújo (24) 8849-7447 E-mail: robertamartinsaraujo@gmail.com

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