Revista Petrópolis

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Petrópolis Rio de Janeiro Abril 2012 Distribuição Gratuita

Nº 35 Confira a Programação Cultural

Tesouros da Cidade Chocolates de Petrópolis

Montanhismo

Entrevista

Aberta a temporada

Antonio Pastori

[+] Vitral



equilibrar o corpo e a mente

saúde

bem-estar tratamentos estéticos

ss do dia a dia das Com o intuito de aliviar o stre pessoas buscam grandes cidades, centenas de corpo e a mente e, alternativas para equilibrar o particular. Rodeada encontram aqui, o seu paraíso é o cenário perfeito pela Mata Atlântica, Petrópolis da saúde e viver para quem deseja cuidar -estar. Tanto que momentos de tranquilidade e bem Imperial, o primeiro há 35 anos surgia na Cidade Spa da América Latina. s que funcionavam Muito diferentes daqueles Spa amento de obesos, como clínicas rígidas para o trat abe lec ime nto s é o obj etiv o dos atu ais est e, momentos de proporcionar ao seu hósped amentos estéticos, relaxamento, através de trat entar e exercícios aliados a reeducação alim físicos.

m em constante Os serviços oferecidos vive o, um mesmo Spa, inovação e a cada nova estaçã produtos para os pode oferecer uma centena de entos corporais de mais variados fins. São tratam s de bem-estar, prevenção e cura, terapia hos e rituais de relaxamento e beleza, ban práticas nutricionais purificação corporal e mental, meditação e yoga, e medicinais, atividades de ros mais aeróbicos, exercícios como pilates e out das, entre outros. consultas médicas especializa Spas operam no Hoje, aproximadamente mil es geração de emprego Brasil, cerca de 200 deles em resorts. Mas est undo a Associação números não param por aí: seg

fábricas

os melhores Spas da cidade

criada em 2002, o Brasileira de Clínicas e Spas, triplicou nos últimos número de seus associados do crescimento do anos, comprovando o acelera setor no país. s são responsáveis Somente em Petrópolis, os Spa para dezenas de pela geração de emprego como: esteticistas, profissionais da área da saúde educação física, massagistas, professores de as e mé dic os nut rici oni sta s, fisi ote rap eut contar camareiras, especializados. Isso sem s, ent re out ros seg ura nça s, rec epc ion ista empreendimentos profissionais que fazem estes funcionarem no seu dia a dia. ídos ao redor de Verdadeiros paraísos, constru Spas de Petrópolis uma paisagem exuberante, os ciados, sob medida oferecem tratamentos diferen para cada cliente. os tentados pelas Em uma época onde som tes de nossas deliciosas receitas de chocola em Tesouros da tradicionais fábricas (veja nos presentearmos, Cidade), nada mais justo que de relaxamento e também, com momentos isso a Revista cuidados com a saúde. Por r, os melhores Spas Petrópolis traz para você, leito e se entregar aos da cidade. Basta escolher o seu são um verdadeiro cuidados destes locais que ! sonho de consumo. Boa estada

deliciosas receitas

receitas de chocolates

rra

e S a n r ta s -e m e b e o ri íb il u q e Spas:

meditação e yoga

exercícios

relaxamento

crescimento do setor no país

banhos e rituais de purificação corporal e mental

Mata Atlântica


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A R E V I S TA D A C U LT U R A E D O T U R I S M O


O

prazer e a emoção de saborear um bom chocolate são experiências que quase ninguém abre mão. É praticamente uma unanimidade o gosto por essa iguaria, que só de se pronunciar a palavra já dá água na boca, principalmente dos chocólatras...

Neste mês de abril, em que se celebra a Semana Santa, a Páscoa é uma data carregada de simbolismos nas várias culturas. A ideia do ovo remete à renovação da vida, sendo associada ao renascimento por povos primitivos do oriente. O conceito tornou os ovos de todos os tipos uma tradição que se estende por vários países, e criou para os produtores de chocolate o nicho ideal para a fabricação de delícias que não têm fim.

Atualmente, com o crescimento da procura por chocolates da linha diet, ninguém mais fica sem opção para cometer esse “pecado” dos mais irresistíveis, o pecado da gula. Não é à toa que o chocolate faz tanto sucesso, já que, além de ser uma das maiores gostosuras para o paladar, ele alimenta o hormônio responsável pela sensação de bem-estar, através do aumento do nível de serotonina do corpo. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de ovos de chocolate, depois da Inglaterra. Em Petrópolis, duas famosas fábricas de chocolate, a Katz e a Patrone, fazem o maior sucesso, independentemente da Páscoa, já que os produtos são também presentes dos mais procurados. Um verdadeiro tesouro que encanta turistas e petropolitanos há mais de 70 anos. A Fábrica de Chocolates Patrone, que começou no Rio de Janeiro e foi transferida para a Cidade Imperial na

Serviço: Páscoa período que antecede a Katz – ponto de venda no h. nas nº 85, das 10h às 19 na Rua Barão do Amazo Tel da fábrica: 2231-7769 1321 a 1349, Patrone – Rua Cel Veiga, às 17h. 40 às 19h e 2ª f, das 8h40 de 3ª f a domingo das 8h

década de 40, continua inovando e mantendo a qualidade e a variedade que encanta os visitantes. Recentemente foi ampliada a linha de produtos diet e a grande procura é pelo ovo de chocolate 70% amargo. Pioneira na cidade na fabricação de ovos para presente, sendo possível colocar dentro deles o que o cliente desejar, desde objetos os mais personificados até bombons de inúmeros tipos. É só encomendar com alguns dias de antecedência que a surpresa será única! A tradicional fábrica conta ainda com ovos de todos os tamanhos, que vão de 20gr a 6kg. As embalagens também têm grande variedade, com imagens de pontos turísticos nas barrinhas de chocolate. A Fábrica de Chocolates Katz foi criada em Petrópolis na década de 50 e depois abriu filiais no Rio de Janeiro. A qualidade de seu produto é herança deixada pelas fundadoras, a alemã Anne Katz e a austríaca Ruth Bucki, que conseguiram desenvolver no Brasil as maravilhosas receitas tradicionais de terras europeias. Até hoje a produção se renova a cada ano. Em 2012 a novidade é o ovo de páscoa trufado de janduia – pasta de avelã com chocolate -, além dos bombons de caramelo e os de nutela. Mantendo a variedade que durante todo o ano a fábrica oferece, como as trufas de avelã, amêndoa e champagne, além de embalagens feitas com caixas revestidas de tecido, de cerâmica e outros, nesta época a fábrica aumenta em 30% o número de contratações para fazer face à demanda, segundo a gerente comercial Luciana Montesso.


Aniversário da Cidade

Fotos: Isabela Lisboa

Os 169 anos da fundação de Petrópolis foram comemorados em grande estilo no dia 16 de março. A chuva não impediu a festa das 28 mil pessoas que foram ao show do consagrado artista Seu Jorge, com entrada franca, no Parque Municipal, em Itaipava. Outro ponto alto da programação foi o desfile de bandas marciais, com a participação de 10 delas filiadas à APEBAN—Associação Petropolitana de Bandas Marciais, realizado na Av. Tiradentes, retomando assim uma tradição da década de 1970.

Prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura Foto: Isabela Lisboa

Numa noite de grande emoção marcada por homenagens, foi entregue a estatueta aos vencedores do Prêmio Guerra-Peixe de Cultura 2012, no Theatro D. Pedro. Os premiados nas 11 categorias foram: Música Popular: Serra Velha Quarteto, atuação em 2011; Música Erudita – Marco Aurélio Lischt, atuação em 2011; Teatro – Raquel Theo, direção de arte em “Depois da Chuva”; Dança – Maicon de Souza, atuação em 2011; Artes Visuais – Marcelo Lago, exposição “Retrospectiva”; Literatura – Luiz Gonzaga de Souza Lima, obra “A Refundação do Brasil”; Comunicação – TVC 16, Marcos Falconi, cobertura cultural em 2011; Audiovisual – Gustavo Pizzi, filme “Riscado”; Produção Cultural – Circuito Cultural Sesi. Na categoria Especial – Museu Imperial; Notório Reconhecimento – Myrian Daulsberg.

Petrópolis é sucesso no 7º Minastur Foto: divulgação

Petrópolis foi um dos destinos mais procurados durante o 7º Minastur, evento realizado em Belo Horizonte no mês de março, destinado ao trade turístico. Durante o evento a cidade fez uma ampla divulgação da 23ª Bauernfest, que vai acontecer de 28 de junho a 08 de julho de 2012. A gerente de Turismo da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, Marília Mills e a funcionária Lilia Flores – vestida a caráter com roupa típica alemã –, comandaram o stand de Petrópolis juntamente com Leila Francisco, do PC&VB. Além dos pontos turísticos tradicionais e das belezas naturais, foram divulgados também os polos cervejeiro e de moda da rua Teresa.


Ciranda das Artes e Som & Cristal Foi um sucesso o lançamento dos editais para os projetos Cirandas das Artes e Som & Cristal, com grande procura por parte de artistas e oficineiros. Para o Ciranda das Artes – que engloba 13 cursos de iniciação artística para crianças, jovens, adultos e terceira idade nas mais diferentes áreas, foram inscritas 64 propostas. As aulas já começaram no Centro de Cultura Raul de Leoni. Já para o Som & Cristal – projeto que levará apresentações musicais duas vezes por mês ao Palácio de Cristal, foram inscritos 48 projetos. Ambos são geridos pela Fundação de Cultura e Turismo em parceria com o Conselho Municipal de Cultura.

Foto: Alexandre Peixoto

36 anos da Casa do Colono Alemão Símbolo da colonização germânica em Petrópolis, o Museu Casa do Colono completou 36 anos no dia 16 de março, mais um motivo de comemoração no aniversário da cidade. Muito visitado por excursões de estudantes e turistas, a Casa do Colono foi tombada no ano passado pelo governo municipal, agregando ainda maior importância a este verdadeiro patrimônio cultural petropolitano. Situada no antigo Caminho Colonial, hoje Rua Cristóvão Colombo, no bairro Castelânea, o imóvel por si só já é uma atração especial, dada a sua originalidade e conservação.

Petrópolis Rural

Foto: divulgação

Considerada uma das maiores exposições rurais do Estado do RJ, o Petrópolis Rural, chega a sua quarta edição. De 11 de abril a 06 de maio o evento, que acontece no Parque de Itaipava, traz entre as novidades, a realização de diversos shows gratuitos, que prometem agitar o público. Além dos já tradicionais leilões de gado leiteiro e equinos, quem visitar o Petrópolis Rural também poderá se divertir no Parque de Diversões e conferir a exposição de animais, mini fazenda e conhecer e adquirir os produtos de nossa terra, no Galpão do Produtor e na Feira de Artesanato.

ATM 2012 – Abertura da Temporada de Montanhismo O mês de Abril marca o início da temporada anual de montanhismo (veja matéria na pág. 10). E para celebrar a data será realizado nos dias 14 e 15 de abril, de 10h às 21h no Palácio de Cristal, o ATM 2012. Realizado pelo Centro Excursionista Petropolitano (CEP), a Prefeitura de Petrópolis e a Federação de montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ), o evento oferecerá, durante todo o dia, palestras, exposições, escalada em muro, ascensão em corda, slack line, exibição de filmes, shows e muito mais. E no domingo, às 7h30 quem quiser se aventurar em uma caminhada leve até a Pedra do Cortiço basta se apresentar em frente a Igreja do bairro São Sebastião. Mais informações: juliankronenberger@yahoo.com.br Foto: Evaldo C. Macedo


Texto: Marilízia de Azevedo l Fotos: Bruno Margiotta, D Falcão MKT e divulgação

om uma expectativa de vida cada vez maior, o ser humano vive em busca de mais saúde, mais alegria e maior realização. Como nem tudo se encontra no mundo material, a busca pelos caminhos que conduzem a uma melhor qualidade de vida envolve os prazeres do corpo e os da alma, como nos legaram as culturas milenares. De acordo com a cultura grega, três itens são vitais à manutenção de uma boa saúde: banhar-se, dormir e sonhar. Assim, há milhares de anos, a água já fazia parte dos costumes de diversas civilizações na utilização de banhos para purificar e relaxar o corpo. Embora não exista uma afirmação em torno da origem do nome Spa, sabe-se que está diretamente ligada à água e seus benefícios. Há os que acreditam que a palavra Spa tem seu significado na tradução do termo latino “Solus per Aqua” – “saúde advinda da água”. No entanto, a pequena cidade chamada Spa, na Bélgica, possuía uma nascente de água quente que atraía pessoas em busca de relaxamento e reenergização, podendo ter originado o termo que hoje dá nome a esses maravilhosos oásis que oferecem verdadeiros paraísos para todos os gostos. Há mais de mil anos antes de Cristo, os gregos construíram o Oráculo de Delphi, composto por um complexo de prédios onde se cultivava o lazer, o bem-estar e a saúde por meio de instalações com espaços para banhos, reuniões e encontros educacionais. O costume deu origem às termas, que se tornaram pontos importantes da vida intelectual e social na Grécia antiga. Na civilização romana se cultivava o hábito de frequentar uma estância termal, onde havia salas ambientadas com vários tipos de temperatura, massagem, áreas de lazer, piscinas e saunas, já desenvolvendo a concepção de centros como prevenção e tratamento de doenças. Mas nem sempre foi consenso os benefícios da água nos tratamentos. Somente a partir de estudos científicos comprovando os diferentes minerais e suas potencialidades contidos na água, foram sendo vencidas as barreiras, permitindo que a água sulfúrica, a água rica em bromo e iodo, fossem reconhecidas como benéficas e aliadas nos tratamentos de saúde. Data de 737 d.C. a descoberta da primeira nascente de água quente no Japão, que tornou o costume uma tradição na cultura asiática. Logo depois, no ano de 800 d.C., os famosos banhos turcos foram criados pelo Império Otomano, fazendo com que o conceito se perpetuasse na Europa. Os ideais de saúde e cura sempre fizeram parte dos anseios da humanidade, seja na busca pelo corpo perfeito, seja na procura pelo alento para o tão corriqueiro stress nos dias de hoje. E a água permanece cada vez mais presente nas novas técnicas dentro da evolução dos Spas no mundo. Esse conceito, que vem de remotas épocas, da busca do equilíbrio entre corpo, espírito e mente, chega ao auge na era contemporânea através dos modernos Spas. Atualmente uma indústria em crescimento, este nicho é um dos pontos altos das opções que Petrópolis oferece seja em finais de semana, feriados prolongados ou nas férias. Nossa região é rica em opções que vão desde os serviços tradicionais até as novidades que, a cada momento, podem surpreender o público. Se levarmos em conta a qualidade da nossa água, é o local ideal para esse tipo de empreendimento.


Tratamentos estéticos, de saúde, relaxamento, emagrecimento, dentro dos mais diferentes estilos e objetivos, são oferecidos pelos Spas petropolitanos. Não à toa, o primeiro Spa da América Latina foi criado em Petrópolis, o Saison, que nasceu do sonho da família Archer, baseado nos moldes franceses. Há 35 anos congregando requinte e modernidade, através do cultivo da saúde preventiva, longevidade e bem-estar, mantém a tradição de aliar o cuidado com o corpo e a mente à criação de hábitos saudáveis num ambiente agradável. Localizada na antiga estação de trem de Itaipava, que confere especial charme ao lugar, além dos tratamentos estéticos oferece variadas práticas de exercícios físicos em grupo, com acompanhamento de educadores físicos e instrutores.

Com a proposta principal de oferecer a reeducação alimentar, o Spa Serra Morena também conta com terapias e tratamentos estéticos e relaxantes. Por ser de pequeno porte, seu atendimento é personalizado e oferece terapias específicas de acordo com o mês: abril–vinhoterapia; maio – flores e em junho será inaugurada a área de banhos, para terapias com cristais. Também oferece o “Day Spa”, incluindo refeições, avaliação e atividades físicas. www.spaserramorena.com.br

www.saison.com.br

Já o Suindara Oca é um centro holístico sem fins lucrativos, com a finalidade de servir, funcionando numa casa aconchegante e charmosa em meio a um jardim no Parque Maria Comprida, em Araras. Oferece recursos para ajudar as pessoas a encontrar a integração entre coração e mente. Funcionando ainda para cursos e encontros - até mesmo um casamento já foi realizado lá aproveitando o clima especial e romântico do lugar. Com a proposta de ser um verdadeiro refúgio, possui, além das terapias relaxantes, uma biblioteca com livros antigos e raros, proporcionando uma viagem no tempo aos amantes da leitura e da introspecção. www.oficinadocorpoedaalma.com.br

O Spa Posse do Corpo fica no distrito da Posse e tem seu foco principal na alimentação individualizada e 70% orgânica, com exercícios físicos, sem deixar de oferecer atividades fisioterápicas, psicólogo e até programas de desintoxicação para os que procuram deixar de fumar. Para quem só tem disponibilidade de aproveitar no fim de semana e deseja continuar em casa a alimentação mais regrada, o Spa conta com uma linha de refeições congeladas saudáveis. www.spapossedocorpo.com.br

A Pousada e Spa Orquídeas da Serra fica em Pedro do Rio e tem como diferencial a inspiração nas orquídeas, com programas terapêuticos baseados nas dimensões: biológica, psicológica e social. O objetivo é integrar atividades físicas a uma dieta individualizada para reeducação alimentar, terapias, massagens, conforto e bem-estar físico e mental, para um aprendizado do prazer de ter hábitos saudáveis no cotidiano. www.orquideadaserra.com.br

Ou seja, Petrópolis possui Spas para todos os gostos e perfis – com preços variados, pacotes e formas de pagamento também acessíveis -, onde tudo é favorável à ideia de relaxar, alimentar-se sem culpa, exercitar o corpo na medida certa e, com isso, atingir o tão desejado equilíbrio.


Texto: Isabela Lisboa l Fotos: Leonardo Silva Holderbaum e Jaci Corrêa

As águas de março fecharam o verão, mas abriram as portas para a temporada mais aguardada para quem curte se aventurar pelas montanhas. De abril até setembro, montanhistas e amantes da natureza encontram em Petrópolis o clima perfeito para caminhadas em meio a paisagens exuberantes. São 32 trilhas com os mais diferentes níveis de dificuldade em meio a Mata Atlântica. Esta variedade faz com que, mesmo não sendo um “atleta”, seja possível desfrutar das belezas naturais da serra, onde apenas o visual é de tirar o fôlego.

Mas se o tempo for curto, existem outras duas opções de travessia que levam de 4 a 8 horas e podem ser feitas em apenas um dia. As travessias Araras-Secretário e Cobiçado-Ventania são tão fantásticas quanto a primeira. Um ótimo programa para os dias ensolarados, o Morro do Alicate oferece uma caminhada semi-pesada com duração de 2 a 3 horas de subida. Esforço recompensado com um refrescante banho na Cachoeira que leva o mesmo nome. Outra opção é o Pico do Glória. Rodeado de montanhas com mais de 2.200 metros, apesar de oferecer uma caminhada difícil, a chegada é marcada por uma das mais belas vistas do lado petropolitano da Serra dos Órgãos. Já para quem prefere desfrutar da natureza, através de caminhadas mais “light” as opções são os Circuitos das Bromélias e do Véu da Noiva, localizados na parte baixa do Parque.

Agora, para aqueles que gostam mesmo de suar a camisa, sem dúvida a Travessia Petrópolis-Teresópolis é a caminhada mais conhecida e famosa do Brasil. Localizada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos - PARNASO, considerado pelo Ministério do Turismo, um dos polos de turismo de aventura do país, a travessia possui cerca de 34 km em um percurso que deve ser realizado em três dias. Dividida em três trechos, Castelo do Morro do Açu, Pedra do Sino e a chegada em Teresópolis, a vista mais bonita pode ser conferida entre o Morro do Açu e a Pedra do Sino que, com uma altitude média de 2 mil metros possibilita as mais exuberantes paisagens. Podendo avistar toda a Baía de Guanabara e o Grande Rio além dos municípios onde está localizado o PARNASO: Petrópolis, Teresópolis, Magé e Guapimirim.

Há apenas 1,1km da portaria do Bonfim, o Circuito das Bromélias é um passeio recomendado para toda a família, congregando uma série de cachoeiras e poços como o Paraíso, ideal para um mergulho. Já o Circuito do Véu da Noiva possui cerca 4,1km com duração de uma a duas horas de caminhada. A trilha bem definida dá acesso, entre outras preciosidades, a Gruta do Presidente, a Cachoeira das Andorinhas e, claro, a Cachoeira Véu da Noiva com 40 metros de queda sendo, inclusive, comum a prática de rapel no local. Fora da área do PARNASO, existem outras dezenas de trilhas, também nos mais variados níveis de dificuldade. Estão entre as mais conhecidas: Maria Comprida; Alcobaça; Castelinho; Pedra do Retiro; Seio de Vênus; Pedra do Cortiço e Pedra de Itaipava. Mas lembre-se: se você não é um montanhista experiente, contrate um condutor habilitado. Garanta sua segurança e boa caminhada!

Mais informações: Parque Nacional da Serra dos Órgãos - Sede Petrópolis Estrada do Bonfim - s/nº - Corrêas - Tel: (24) 2236-0475 - Site: www.icmbio.gov.br/parnaso CEP – Centro Excursionista Petropolitano - Site: www.cepetropolitano.org Serra Trecking - Site: www.serratrecking.com.br


Texto: Marilízia de Azevedo Fotos: Isabela Lisboa e divulgação

mbora ainda sem o título oficial de Cidade dos Corais, Petrópolis ostenta não só um grande número de coros, mas uma rica tradição neste segmento e sobretudo, um alto nível técnico que não se vê nas demais cidades brasileiras. É comum que nossos corais impressionem profissionais do mundo da música em países da Europa, ao apresentarem um repertório de excelência, com peças musicais de difícil execução. Grupos como o Coral Municipal de Petrópolis, os Canarinhos de Petrópolis, o Coral das Meninas dos Canarinhos e o Coral da UCP, são pródigos em executar em qualquer evento, comemoração ou nas missas semanais, peças que demandem um profundo conhecimento musical. Para conhecer um pouco de nossa trajetória no Segmento de Canto Coral, através dos grandes corais de renome, é possível assistir na missa dominical, às 10h, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, os Canarinhos e as Meninas dos Canarinhos revezando-se; na missa das 11h, na Catedral São Pedro de Alcântara, a cada domingo pode ser conferida a participação de corais como o da UCP, o Municipal e o Coral de Petrópolis. Nossa história trouxe com a colonização alemã a primeira instituição voltada para o canto coral no país. A Sociedade Coral Concórdia - Deutscher Sangerbund Eintracht -, foi fundada em 1863, criando o primeiro coral da cidade formado por colonos alemães. Assim nascia o lastro que até hoje permeia o trabalho aqui realizado, já que a tradição do canto coral na Alemanha é milenar, a exemplo do coro de meninos mais antigo do mundo, o Regensburger Domspatzen – Pardais da Catedral de Regensburg. O maestro Paulo Afonso Filho, regente do Coral Municipal de Petrópolis há mais de 10 anos, destaca que faz parte do ritmo de ensaios dos grandes coros da cidade, esse repertório de peças musicais mais elaboradas como “Gloria” de Vivaldi, “Missa em Dó Menor” e “Missa dos Pardais”, ambas de Mozart, bem como “Magnificat” de Monteverdi, “Paixão Segundo S. Matheus”, de J.S. Bach e a “Missa da Coroação” de Mozart, para citar alguns exemplos. Ele lembra que até

mesmo a “colocação vocal dos cantores é diferente para a execução destas obras, do que para a música popular”, além de destacar que o já falecido alemão Frei Leto Bienias – fundador do Coral dos Canarinhos – seu sucessor, Frei José Luiz Prim, e o maestro Ernani Aguiar – fundador do Coral Municipal –, foram responsáveis pela sedimentação deste trabalho na cidade. O maestro Marco Aurélio Lischt, regente do Coral dos Canarinhos de Petrópolis, também atesta que, durante o ano inteiro, os principais corais petropolitanos fazem um repertório com maior nível de exigência do que a maioria dos grupos brasileiros. Em se tratando da Semana Santa, as celebrações se iniciam no Domingo de Ramos, dia 1º de abril, e se estendem até o Domingo de Páscoa, dia 08 de abril. É possível nestas datas se emocionar com a magnífica performance de grupos corais. Os Canarinhos e as Meninas dos Canarinhos são coros também de cunho litúrgico que participam ativamente da programação da Igreja do Sagrado Coração de Jesus. A cada ano são escolhidas peças diferentes para estes ritos católicos. Este ano serão cantadas composições de Carlo Gesualdo, Heirich Schütz e Tomas Luis da Vittória, compositores menos conhecidos, porém autores de belíssimas músicas para a Liturgia.


Entrevista

Concedida a: Isabela Lisboa l Fotos: Isabela Lisboa e arquivo pessoal

ste petropolitano apaixonado por trens vem dedicando a sua vida à volta da primeira ferrovia do Brasil: a Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará. Presidente da AFPF (Associação Fluminense de Preservação Ferroviária), Antonio Pastori foi analista de projetos do BNDES. Foi lá que, em 2002, ao ingressar no departamento de Transportes e Logística, começou a analisar projetos ferroviários de carga e, mais tarde, recebeu o desafio de realizar um estudo sobre a volta dos Trens Regionais de Passageiros, aproveitando as linhas ociosas próximas às regiões com grande potencial Turístico. A partir daí não parou mais: em 2004 entrou para o Mestrado de Economia na Universidade Cândido Mendes, defendendo a reativação do Trem Rio Petrópolis, hoje, um projeto em vias de se tornar realidade.


Revista Petrópolis - O senhor é membro ativo de algumas importantes instituições que trabalham em favor do trem no Brasil sendo, inclusive, presidente de uma delas. Como surgiu essa paixão por trens? Antonio Pastori - Nasci em Petrópolis, e morava na Avenida XV (hoje Rua do Imperador) em frente à Estação de Passageiros da Leopoldina Railway (atual terminal de ônibus do centro). Adorava ver o movimento dos trens, as partidas, as chegadas e, em especial, as manobras, pois conhecia os maquinistas e eles me deixavam ir na cabine da locomotiva durante essas operações. Viajei muito de trem para o Rio e Minas (Gerais), até 1964. O fim do trem em Petrópolis foi como a perda de um ente querido. Comecei então a fazer viagens de trens pelo Brasil afora - e também no exterior. Comprei livros, conheci gente do ramo que pensava como eu, participei de seminários e estava cada vez mais convencido das vantagens desse modal.

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R.P. - Como presidente da AFPF quais são os principais objetivos a serem conquistados? A.P. - O principal objetivo é reativar a primeira ferrovia do Brasil, a Estrada de Ferro Petrópolis, mais conhecida por E. F. Mauá, que depois foi adquirida pela Grão-Pará (1883), passando depois para Leopoldina (1898) e por fim RFFSA (1957 até 1964).

R.P. - Para que o projeto ganhasse força foi criado através do COMTUR (Conselho Municipal de Turismo de Petrópolis) o GTTrem, reunindo o poder público e a sociedade civil. Fale um pouco sobre o grupo e suas ações. A.P. - O GT-Trem foi constituído em 2009, congregando 16 entidades. Entre elas não poderia deixar de mencionar o Museu Imperial, a quem cabe a Coordenação na figura da Isabela Verleun. Poderia resumir nossas ações em quatro grandes conquistas: o aumento da visibilidade do projeto, conferindo-lhe um status institucional; a aprovação pelo Governador Sergio Cabral da Lei 5791/2010 que declara a reativação do trem como de relevante interesse Econômico e Turístico para o Estado do Rio; o manifesto pela reativação do Expresso Imperial na Internet (manifestolivre.com.br) com 3 mil assinaturas. Além da assinatura do ACTAcordo de Cooperação Técnica que oficializou a entrada do Governo do Estado no Projeto (através das Secretarias de Obras e Transporte) com as Prefeituras de Petrópolis e Magé, uma vez que 4 km do trecho estão em território petropolitano, e 2 km em Magé.

R.P. - Atualmente, a maior parte dos trens em circulação no Brasil são trens de carga. Em um país cuja geografia favorece esse meio de transporte, porque não se investe em trens de passageiros a exemplo da Europa? A.P. - Essa é uma pergunta tão óbvia que deixa espantado qualquer turista estrangeiro que chega no Brasil. Muitos ao desembarcarem nos Aeroportos perguntam, onde fica o metrô? Os trens no Brasil foram, durante muito tempo, negligenciados pelo governo, passando uma imagem negativa para a população. Contudo, hoje, são o que existe de mais moderno e forma segura de viajar. Vide Europa. Penso que falta uma pressão maior da sociedade para pedir a volta dos trens.

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R.P. - O senhor, inclusive, foi o mentor do projeto de revitalização desta ferrovia. Como surgiu esta ideia ? A.P. - Na verdade, houve muitos outros antes. O mais conhecido é o da Turismóloga Alda Neves (falecida) intitulado "Venha a Petrópolis como vinha o Imperador", que consistia em fazer a travessia de barca pela Baía de Guanabara, saindo da Praça Mauá até o antigo cais em Guia de Pacobaiba, em Magé. A ideia dela era boa, mas penso que faltava incluir o trecho mais bonito, que seria a subida da serra numa cremalheira (igual a do Corcovado). O Estudo também não fornecia muitos detalhes quanto à viabilidade econômica, custos e investimentos, que por sinal são relativamente elevados no modal ferroviário. Quando eu comecei a estudar vi que sairia muito mais barato refazer o trecho da Serra de forma que se conectasse aos 49 km de trilhos que até hoje existem e vão da Raiz da Serra até o Centro do Rio, eliminando a travessia de barco. Resumindo, a grande sacada é: refazendo apenas 6 km de linha na Serra, teremos uma ferrovia de 55 km, a um custo baixíssimo e com grande potencial de demanda. Daí pra frente foi fácil provar que o projeto tem grande viabilidade técnica, econômica e financeira.

São inúmeros os benefícios de ordem ambiental, turística, comercial, econômica, histórica, etc.

R. P. - O que representará para o estado do Rio de Janeiro e, principalmente, para Petrópolis o retorno do trem na região? A.P. - São inúmeros os benefícios de ordem ambiental, turística, comercial, econômica, histórica, etc. Contudo, o trem rodando vai comprovar a tese, podemos racionalizar o deslocamento nas nossas rodovias, fazendo a viagem Rio-Petrópolis de forma rápida (1h30), segura e é ambientalmente correto, pois o trem é não poluente (funciona a energia elétrica). Há um outro benefício bastante relevante, que é dotar a cidade de uma segunda opção de mobilidade, além da BR 040.

R.P - Quais são as próximas ações para tornar o projeto uma realidade? A.P. - A assinatura do acordo vai fortalecer e m m u i t o o s t r a b a l h o s isolados de Magé e do Gt-Trem. Os estudos Técnicos, Econômicos, Ambientais e Sociais serão atualizados e ampliados, permitindo que se faça a "modelagem do negócio", ou seja, estabelecer a quem cabe os investimentos em infraestrutura (Estado e Governo Federal), como será feita a licitação do trecho, como será a passagem pela linha da SuperVia até o Centro, e muitas outras questões. Contudo, o mais importante é o cadastramento de algumas ocupações ao longo do leito, que deverão ser removidas para uma melhor movimentação do trem com segurança. Isso compete às duas Prefeituras, que deverão cadastrar os moradores, elaborar um plano habitacional para obtenção de recursos no Ministério das Cidades para as novas moradias.

R.P. - Qual é o maior sonho do senhor em relação às ferrovias nacionais? A.P. - Implantar os modernos bondes - os V L Ts , V e í c u l o s L e v e s s o b r e Trilhos -, ligando aeroportos aos centros das cidades, inclusive rodando no centro de Petrópolis; Trens ligando o País de Norte a Sul e Leste a Oeste. Mas, se a gente conseguir reativar os 6 km da nossa saudosa Grão-Pará, estarei satisfeito. Deixo para as novas gerações lutar pelo restante. Não se arrependerão, com certeza.


Texto: Marilízia de Azevedo l Fotos: Arquivo pessoal Antonio Pastori

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este mês de abril, em que se comemora dia 30, o Dia do Ferroviário, a Bisbilhoteca traz a história da ferrovia, num momento em que a cidade está em vias de restabelecer a primeira estrada de ferro do país e da América do Sul.

“O passeio ideal em qualquer época do ano; Petrópolis Cidade das Hortênsias, trens rápidos e confortáveis, Leopoldina”– assim diz o texto do cartaz, de uma época em que o transporte ferroviário estava em alta. Nos trens aqui chegavam grandes artistas nacionais e internacionais que se apresentavam no Cassino Quitandinha, e durante o trajeto se apaixonavam pelas belezas naturais da Cidade de Pedro. Até a década de 1950, o município prosperou graças ao transporte ferroviário. Já naquela época a preservação do meio ambiente vinha à tona. Os funcionários da ferrovia mantinham fiscalização permanente, conservando as áreas de domínio, evitando desmatamentos e invasões. Com a encampação da ferrovia pelo Governo Federal na década de 1960, iniciou-se a degradação do sistema. Há quase 50 anos foi desativada a Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará, que ligava Petrópolis a Magé. A história conta que tudo começou em 1852, quando o Governo Federal concedeu ao Comendador Irineu Evangelista de Souza, engenheiro e grande empreendedor da época, o privilégio para a construção da primeira estrada de ferro. O Imperador D. Pedro II concedeu-lhe então os títulos de Barão e Visconde de Mauá.

contrato com a Província do Rio de Janeiro para o prolongamento da estrada de ferro, mas não dispondo de capital suficiente acabou perdendo a concessão. Dia 18 de fevereiro de 1883 assentaram-se os últimos trilhos às 10h da noite; no dia seguinte chegava a Petrópolis o primeiro trem conduzindo o Imperador D. Pedro II e a Família Imperial. Sua majestade, que amava Petrópolis e aqui desfrutava de seus momentos mais preciosos – segundo seu próprio relato –, antes subia a serra a cavalo ou em liteira; a partir daí se deliciava com a viagem do então moderno trem. Ainda em 1883 o contrato de venda da ferrovia Barão de Mauá transferiu os direitos à Companhia Estrada de Ferro Príncipe do GrãoPará. Dois anos depois, a estrada de ferro compreendia as linhas de Mauá até a Raiz da Serra, e ligando a Vila Inhomirim, em Magé, à rua Teresa, no bairro Alto da Serra, em Petrópolis. O prolongamento da ferrovia até São José do Rio Preto (que na época era 5º Distrito de Petrópolis) foi concluído em 1886. Décadas se passaram em que os caminhos da ferrovia, repletos de exuberante beleza natural, continuaram encantando visitantes na subida para Petrópolis. Em 1950 a Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará foi encampada pelo governo federal, chamando-se Estrada de Ferro Leopoldina e, em 1957, passou a integrar a Rede Ferroviária Federal, entrando em plena decadência. Desativada em 1964, a ferrovia teve as oficinas e estações em Petrópolis, desmontadas a partir de 1965 .

Em 30 de abril de 1854 era inaugurado o trecho inicial da primeira estrada de ferro do Brasil, a Estrada de Ferro Barão de Mauá, com 14,5 km de extensão, ligando a praia da Estrela, na baía da Guanabara, ao início da serra de Petrópolis. A locomotiva nº 1 veio a ser chamada de Baroneza. A viagem inaugural correu à velocidade de 36 km/h. Em 1856 foi inaugurado o resto do trecho da linha de Fragoso até à Raiz da Serra, próximo à Fábrica de Pólvora da Estrela. Petrópolis prosperava com a chegada da ferrovia e o grande engenheiro que era o Barão de Mauá antevia o futuro da cidade, desejando assim ampliar o seu feito. Em 1872 ele assinou Cremalheira Oficina Alto da Serra Petrópolis




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