Note Bem 90 - Coragem de não desanimar nunca

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Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP - Ed. 90 - Out/Nov/Dez - 2018

|Foto: Pixabay Filhas e lhos queridos Cristo retorna ao seio dos nossos corações e canta a melodia inefável da Boa Nova.

pode penetrar nos anais do porvir e postergar para amanhã o que não é lícito viver hoje. Tende tento e não retrocedais.

Não recalcitreis!

O avanço é inevitável.

Deixai-vos abrasar pelas labaredas do amor, a m de construirdes no mundo o reino dos céus que todos buscamos.

A correnteza da vida empurra-nos a todos pelos caminhos da renovação espiritual.

Sim, conhecemos as vossas dores; ouvimos o vosso pranto e muitas vezes acercamo-nos de vós para diminuirmos as vossas angústias.

Amai!

Não penseis, nas horas difíceis da aparente solidão, que estais ao abandono. Quando não lograis aquilo que desejais é porque o Senhor da Vida, todo amor,

Que vos ameis uns aos outros. E todos os dias repetia a mesma frase, até quando, alguém, irritando-se, indagou: – Não disse outra coisa mais importante? – e João, sorrindo, concluiu: – Se nos amarmos, temos todas as coisas. Amai e inscrevei nas páginas da vossa história individual, que sois lhos do amor e que estais na Terra para edi cardes o reino dos céus.

Conta-se, que João Evangelista, na Ilha de Patmos, em pleno exílio, idoso, era carregado para falar aos discípulos que lhe perguntavam: – O que foi mais importante que o Mestre amoroso recomendou?

Que o amor incomparável de Jesus tome conta das nossas almas e possam-nos fazer plenamente éis.

João respondia com a voz trêmula: –

Bezerra de Menezes

Muita paz, meus lhos e lhas, são os votos do servidor humílimo e paternal de sempre.

Página psicofônica através de Divaldo Franco, ao término da conferência de encerramento na Instituição Amélia Rodrigues, dia 30/09/18, em Santo André (SP)


Editorial

Natal da transição Nós espíritas entendemos claramente que o mundo em que estamos está passando por um processo de mudanças, mais conhecido como Transição Planetária. Temos como base a Lei da Evolução e não nos passa pela cabeça que porventura as coisas estariam desandando, fora de controle ou coisa parecida. É fato que não vivemos algo próximo ao paraíso, mas ca a pergunta: por que acreditamos que merecemos essa Shangrilá aqui na terra? O que plantamos até agora para esperar colher apenas bênçãos e louros? A hipocrisia, somada à falta de senso crítico nos faz crer que somos vítimas de uma sociedade desequilibrada de difícil convivência e, não raras vezes, nos agramos lançando ataques pouco cristãos contra as criaturas que julgamos inferiores, aqueles que nos impedem de desfrutar a paz que cremos merecer, como se fossemos apenas vítimas do desatino alheio, num mundo sem controle Será que Deus não vê as injustiças que vimos sofrendo? Ou será que Deus está

vendo e, justamente por estar de olhos bem abertos, não nos deixa permanecer impunes diante das nossas faltas? De Nostradamus para cá muito se falou sobre esse período. Até o dia exato já foi anunciado várias vezes, numa exatidão tão absurda quanto a crença em mudanças do dia para a noite. A natureza não dá saltos e todas mudanças requerem amadurecimento, esforço e muito estímulo, que, não raras vezes, surge na forma de incômodo, pois como diz a sabedoria popular, os incomodados é que se movimentam. Ninguém evolui parado.

Não dá para saber se esse será o Natal da transição planetária. O que dá para garantir é que, se quisermos, podemos começar a mudança a partir de nós mesmos, de dentro para fora, pois, quando ela vier de fora para dentro, já nos encontrará preparados.

O natal é uma excelente oportunidade de re exão e mudanças. É a renovação moral inspirada pela gura do Cristo, a estrela guia da humanidade, cujo aniversário é fonte de esperança e certeza de que todos caminhamos para um futuro melhor, mas o próprio Mestre nos mostrou com seu exemplo que as mudanças começam pelo nosso aprimoramento concretizado especialmente na relação de caridade que desenvolvemos com o próximo.

Aí sim poderemos dizer que estaremos em transição. A transição que nos tornará melhores e, em consequência, sintonizados com a inexorável marcha do progresso, em andamento constante, sob a proteção do Cristo, o aniversariante. Feliz Natal!

Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes

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Disciplina é dever A disciplina (em todos os sentidos: dieta, caminhadas, responsabilidades, compromissos, vigilância sobre o próprio comportamento etc.), normalmente é encarada como algo difícil e desagradável. A nal, é difícil resistir a um sorvete ou a uma torta, à tentação de permanecer mais na cama, a faltar num compromisso numa noite de chuva e mesmo atender à necessidade dos cuidados com a saúde. Isso sem falar nos que não resistem às oportunidades da desonestidade, da esperteza que prejudica outras pessoas, ao “jeitinho” brasileiro, aos deslizes morais de toda espécie. Resistir, todavia, é grande virtude. Não é fácil disciplinar-se. A primeira providência é não mentirmos para nós mesmos. De que adianta dizer que esse ou aquele compromisso é bom, agradável, quando não sentimos prazer. Então, o oposto é dizer a verdade: não é bom, mas é necessário. Ou, em outras palavras: preciso fazer isso. Preciso estudar, preciso caminhar, preciso resistir, preciso disciplinar-me, mesmo adiando o prazer. Sim, porque segurar-se em várias questões provoca adiamento do prazer que buscamos. Adiar o prazer momentâneo, ao invés de trazer sofrimento, o potencializa. O prazer momentâneo da indisciplina alimentar criará problemas para a saúde. Adiar esse prazer signi ca mais qualidade de vida, mais saúde. Da mesma forma um estudante que adia o prazer de passear, namorar etc. potencializa o prazer futuro de se ver aprovado no vestibular. O prazer efêmero da aventura sexual muitas vezes trará muitas “dores

|Foto: Pixabay de cabeça” no futuro.

Ensinamento esquecido,

Por isso, pensando na disciplina que precisamos aplicar a nós mesmos, busco a inspiração do poeta Cornélio Pires no poema “Assuntos de disciplina”, que transcrevemos parcialmente:

Mais à frente custa caro.

“Tema difícil — meu caro —

Tem sempre muito a perder.

Pois disciplina é dever,

Lembre, nos quadros da Terra

Mas isso, enquanto entre os homens,

Que recordamos a dois:

Não é fácil de saber.

Onde surge a indisciplina,

Se vivermos descuidados,

Tribulação vem depois…

Deixando as horas em vão,

Discipline, caro amigo,

Surgem testes retardados

Seu tempo, corpo e função…

E lutas de revisão.

Quanto mais ordem na vida,

A prova que se recusa

Mais vida de elevação”.

É caminho a desamparo,

Todo aquele que se esquece Do que lhe cabe fazer, Descamba no prejuízo,

Autor: Orson Peter Carrara

Rádio BOA NOVA 1.450 AM Toda 5ª Feira a partir das 15h Apresentação: Miguel Sardano e Vergilio Cordioli Filho

Ouça também pela internet: www.radioboanova.com.br Note Bem|03


Divaldo realiza 32° Encontro Fraternal na Creche Amélia Rodrigues

Por Djair Ribeiro

O Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes de Santo André (SP) realizou, no dia 30 de setembro, o 32º Encontro Fraternal com Divaldo Franco, evento esse que se realiza anualmente desde 1986. O encontro foi realizado na Instituição Amélia Rodrigues, para um público de três mil pessoas, que acorreu ao local para ouvir Divaldo Franco. Divaldo abriu o Seminário utilizando-se do mito grego de Tirésias ao qual Carl Gustav Jung utilizou para dar nome a um dos muitos arquétipos do psiquismo humano. Divaldo narrou, de forma sucinta, que de acordo com o mito Tirésias fora convocado para arbitrar um impasse entre o casal real – Zeus e Hera – que governava o Olimpo. Tirésias, ao concordar com a posição de Zeus, foi castigado por Hera que o condenou à cegueira permanente. Zeus, condoído da situação, concedeu ao sábio Tirésias a capacidade da visão interior e a de profetizar, pois cego para as coisas externas, ele se concentrou mais em seus valores internos desenvolvendo o sexto sentido (profetizar). A partir dessa narrativa, Divaldo construiu a base psicológica para o desenvolvimento do tema, a rmando que na proposta da Psicologia Analítica de Jung constata-se a presença do arquétipo Tirésias indicando que na Sociedade e em cada um de nós perdeu-se a visão interior da vida e, então passamos – cegos aos reais valores da vida – a ver somente as aparências, deixando-nos fascinar pelo brilho das paixões, pelas ilusões e fantasias todas efêmeras. Essas escolhas geram a ições sem

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tamanho que a Sociedade moderna defronta. Tais a ições advêm da adoção de objetivos imediatistas em prejuízo das aspirações mais sublimes para a existência. Ao reforçar a necessidade de elegermos um objetivo existencial, Divaldo citou o pensamento do psicólogo existencialista norte-americano Rollo May (1909 –1994), que fala de alguns parâmetros de felicidade apregoados pela sociedade. Individualismo: doutrina moral e social cujo conceito é o de valorizar a autonomia individual na busca da liberdade e satisfação das inclinações naturais e que se traduz na liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade ou às pessoas. O Individualismo, associado aos seus comparsas: o egoísmo, a indiferença, a ausência dos sentimentos nobres da amizade e do amor, produz como uma das consequências o medo de amar, uma vez que AMAR signi ca “aprisionar-se” con itando com o conceito individualista de liberdade, mas que na realidade não passa de libertinagem. Sexualismo: comportamento ligado à sociedade mercantilista e consumista, em que o ato sexual é ao mesmo tempo priorizado e banalizado, o que desvirtua sua razão natural. Observa-se um barateamento da compostura e uma inversão de valores transformando a criatura humana em uma máquina sexual malversando a utilização das energias genésicas no desvario e na perda do sentido psicológico da vida, culminado na ausência do amor. Consumismo: compulsão e modo de vida que leva o indivíduo a consumir de

forma ilimitada bens, mercadorias e/ou serviços, em geral supér uos, em razão do seu signi cado simbólico (prazer, sucesso, felicidade). Em nenhuma outra época da sociedade humana houve tanto bem-estar proporcionado pelo avanço da tecnologia e da pujança econômica. Porém, todos esses fatores não são su cientes para modi car o quadro observado nos comportamentos da criatura. Vivendo em uma sociedade individualista, consumista e sexista a criatura passa a não encontrar outro motivo ou signi cado existencial a não ser o fruir incessante, até a exaustão. Há, ainda, o sofrimento pelo luto ou perda, o qual, contudo, não ca restrito à morte, mas também se manifesta na perda do trabalho pro ssional ou da promoção, na perda de algum afeto que acarreta a solidão e até mesmo na perda de um objeto de valor sentimental ou monetário. É natural que qualquer tipo de perda produza a ição e perturbação, permanecendo o indivíduo nessa situação por algum tempo, que não deve ultrapassar a oito semanas, con gurando-se um saudável comportamento emocional. Ao optar pelas conquistas imediatas e super ciais, o ser humano, psiquicamente falando, de nha passando a não enxergar os reais propósitos existenciais diante das vicissitudes impostas pela vida. O resultado é a onda de suicídios que assola a Humanidade.


|Fotos: Joana Ramos No ano de 2016 em todo o mundo cerca de 1.000.000 de pessoas morreram pelo suicídio, resultando em uma média de 1 suicídio a cada 45 segundos. A cada 16 segundos uma tentativa de autocídio ocorre, em algum lugar do planeta. Ilustrando essa consideração, Divaldo citou o exemplo de vida de Viktor E. Frankl, fundador da Logoterapia e da análise existencial, focada na procura do sentido da vida e nas atitudes a serem assumidas perante as situações de sofrimento. Viktor E. Frankl é psiquiatra austríaco, autor dos livros “Em Busca de Sentido” e “Um Sentido para a Vida”, sobrevivente dos campos de extermínios nazistas, oportunidade em que adotou o rme propósito – transformado em objetivo existencial – de sobreviver para poder denunciar ao mundo as atrocidades sofridas durante aquele período. Sintetizando sua forma de encarar a vida o célebre psiquiatra a rma: “Se percebemos que a vida realmente tem um sentido, percebemos também que somos úteis uns aos outros. Ser um ser humano é trabalhar por algo além de si mesmo. A vida para ser digna tem que ter um objetivo; quem tem um porquê enfrenta qualquer coisa”. Ao preparar as mentes e os corações para a conclusão que ocorreria na segunda parte do Seminário, Divaldo encerrou a primeira parte nos conduzindo pela trilha da superação ao vazio exis-

tencial propondo o amor como antídoto. O amor é, no arcabouço psicológico emocional da criatura humana, uma emoção recente e por essa razão estamos mais habituados às emoções anteriores tais quais: o medo e a ira, e que nos acompanham de longa data. O amor nos inspira a buscar um sentido profundo e transcendental para a nossa existência que nos leva ao discernimento e à capacidade de distinguir o bem do mal. **** Dando prosseguimento ao Seminário, Divaldo deu início à segunda parte buscando fornecer mais subsídios para o enfrentamento do Vazio Existencial. O foco de que a vida resume-se a conquistas imediatistas gera a perda do sentido existencial com a consequência funesta da Depressão que gera o vazio existencial, levando a criatura que experimenta tal constrição a desejar a libertação da terrível Angústia. Incapaz de compreender esse desejo de “libertação” acaba fugindo pelo mecanismo do suicídio. O resultado dessa infeliz escolha vem se re etindo nas estatísticas da OMS que prognostica para o ano de 2025 que as mortes provocadas pelos suicídios situar-se-ão no primeiro lugar entre as mortes não naturais, ultrapassando as mortes decorrentes de acidentes de viação (carros, trem, ônibus, avião, bar-

co, moto etc.) e também aquelas produzidas pela violência das guerras, terrorismo, assassinatos. O mecanismo é insidioso e gradativo: A tristeza somatiza-se em Angústia. A angústia leva à Perda do Sentido existencial, que por sua vez gera a Perda de Afetividade que vai levar à Depressão. Na raiz psicológica do transtorno depressivo, encontra-se a insatisfação do ser em relação a si mesmo e que não foi solucionada, produzindo con itos resultantes dos desejos não realizados que se convertem em melancolia que se expressa em desinteresse pela vida. A Depressão gera o Vazio Existencial que leva, por nal, ao desejo de morrer. Não se trata de desejarmos a morte. Na realidade aspiramos à “libertação” da terrível Angústia e do Nada Interior. Não são apenas a tristeza e a dor as fomentadoras da Depressão. A ingratidão também é proporcionadora de experimentar-se a depressão. O amor é força poderosa que transforma tudo e a todos que se deixam ser por ele tocado, reiterou Divaldo. Nem mes-

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mo a ingratidão tem capacidade de diminuir-lhe o poder. Para emoldurar o conceito moral, Divaldo compartilhou conosco a comovedora narrativa de Francisca, humilde moradora dos Alagados na cidade de Salvador, BA e frequentadora da Mansão do Caminho. Certa ocasião, Divaldo fora chamado com urgência para atender Francisca Teodósia que estava à beira da desencarnação. Lá chegando sentou-se ao lado de Francisca que reunindo suas últimas forças contou-lhe detalhes de sua vida pessoal. Narrou que era mãe solteira, pois que fora abandonada pelo venal companheiro ao tomar conhecimento da gravidez e expulsa do lar pelos pais. Essas injunções não tiveram o poder de diminuir o seu amor pelo lho, e para assisti-lo extenuava-se no trabalho de lavadeira e de vendedora de acarajé, o que lhe permitiu custear todos os estudos e necessidades do lho que graças a toda a dedicação materna logrou ser aprovado no vestibular da Faculdade de Medicina, exigindo de Francisca a ampliação de seus esforços. Sua dedicação era tanta que logrou obter, junto a um médico e habitual freguês de seu acarajé, emprego para seu lho sem identi car, contudo, que era sua mãe. Chegara, nalmente, a data de formatura e Francisca preparara-se com esmero para aquela ocasião a qual tanto lutara e se sacri cara. Sentia que atingira o objetivo maior de sua vida. Antecipava no coração a alegria que proporcionaria ao lho ao lhe dar, na cerimônia de colação de grau, o anel de formatura. Horas antes de seguir para o local da cerimônia, seu lho a procurou no barraco pedindo-lhe que não comparecesse ao evento. Aproveitaria a ocasião para marcar o casamento com a noiva, lha única do diretor e proprietário da Clínica onde ele trabalhava que desconhecia a existência de Francisca, informação propositalmente omitida pelo lho à futura esposa. Teodósia dissimulou o impacto emocional da ingratidão do lho e, entregando-

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lhe o estojo luxuoso com o anel de formatura, beijou-lhe a face se despedindo. Francisca Teodósia, respirando com extrema di culdade pela iminência da desencarnação, reuniu suas derradeiras forças e segurando as mãos de Divaldo fez-lhe o derradeiro pedido. Caso o lho viesse a procurá-lo, Divaldo deveria dizer-lhe que ela não tinha pelo lho nenhuma mágoa ou ressentimento pelo simples fato de amá-lo incondicionalmente. Feito o pedido, desencarnou. Semanas mais tarde, como previra Francisca, o lho, ao averiguar informações sobre a mãe, foi aconselhado a buscar Divaldo Franco que tinha acompanhado as derradeiras palavras da mãe. *** Fazemos uma observação. A narrativa de Francisca, a vendedora de acarajés, e da ingratidão do lho está contida em uma palestra de Divaldo Franco intitulada “A Poderosa Energia do Amor” da Editora LEAL. *** Com o coração em frangalhos, destroçado pela culpa gerada pela vergonha que sentira da mãe, devido à ingratidão com a qual pagara todos os sacrifícios e cuidados daquele anjo generoso que o acolhera no ventre, o famoso médico recebeu de Divaldo a notícia que veio lhe arrefecer a angústia: A mãezinha não lhe guardava mágoa e naquele momento, nimbada de mirí ca luz, apresentava-se à visão psíquica de Divaldo acariciando o seu menino a quem amava tanto. Aninhar nos braços e no coração, amparando-o a cada passo para que ele se tornasse um ser humano mais completo e menos presunçoso representou para Teodósia o sentido existencial da vida daquele anjo de generosidade. Em pranto copioso e sentido de catarse, o lho de Teodósia perguntou a Divaldo se haveria uma maneira de se reabilitar por toda a ingratidão. Divaldo, constatando o real desejo de transformação, consolou-o com incentivos de que ele se deixara envolver pelas ilusões e fantasias das conquistas efê-

meras e vazias. Deveria o médico buscar novo sentido para a vida e que elegesse um objetivo existencial profundo e libertador. O sofrido médico pediu uma oportunidade para assistir aos irmãos desvalidos da região dos Alagados e trabalhar como médico voluntário. Tornou-se, a rmou Divaldo, concluindo a narrativa de Francisca Teodósia, a vendedora de acarajés que a todos emocionou, modelo de dedicação e amor ao próximo atendendo a pobreza e os desvalidos do bairro onde a mãezinha vivera. Junto com a esposa fundou uma Casa Assistencial para cuidar de doentes tuberculosos e “invisíveis” para a Sociedade individualista, consumista e sexista, mais preocupada com as quiméricas ilusões e fantasias. A psicosfera ambiente estava dominada de sentimentos superiores que a todos envolviam. Divaldo chamou-nos atenção para o amor incomensurável de Jesus pela humanidade que lhe pagou com a ingratidão – pela adulteração e distorção de Seus ensinamentos – o sublime sacrifício de nos trazer o caminho para a verdadeira felicidade. Em que pese nossa renitente ingratidão, Jesus nos ama incondicionalmente. E para encerrar esse módulo Divaldo lembrou-nos das palavras de Joanna de Ângelis que lhe recomendou: “Por aqui passou um anjo e que deixou setas luminosas apontando o porto de segurança. Seja, pois, a nossa caminhada assinalada pelas pegadas de claridade na Terra, a m de que, aquele que venha após os nossos passos, encontre as setas apontando o caminho. Jesus não nos prometeu os júbilos vazios dos tóxicos da ilusão. Não nos brindou com promessas vãs, que nos destacassem no cenário transitório da Terra. Antes, asseverou que verteríamos o pranto que precede à plenitude, e teríamos a tristeza e a solidão que antecedem à glória solar”. A gravação deste encontro pode ser conferida na íntegra em youtube.com com o título: Divaldo Pereira Franco Creche Amelia Rodrigues 2018


Ficou a Saudade

Richard Simonetti No dia 03 de outubro, desencarnou o escritor espírita Richard Simonetti. Nascido no dia 10 de outubro de 1935, em Bauru (SP), foi funcionário do Banco do Brasil de 1956 a 1986, quando se aposentou. Passou, então, a se dedicar inteiramente às atividades espíritas, particularmente no Centro Espírita Amor e Caridade, ao qual esteve ligado desde a infância. Expositor espírita, percorreu todos os Estados brasileiros, em centenas de cidades, e também outros países, como Estados Unidos, França, Suíça, Itália e Portugal. Articulou, em 1973, o movimento inicial de instalação dos Clubes do Livro Espírita, que prestam relevantes serviços de divulgação em centenas de cidades. De 1964 a 1994, participou da União das Sociedades Espíritas de Bauru, em seus Departamentos de Doutrina e de Divul-

gação. Foi responsável pela instalação do Clube do Livro Espírita de Bauru e pela manutenção da Livraria Espírita. Sustentou expressivo movimento de venda de livros que proporcionou recursos para a construção da sede da USE (União das Sociedades Espíritas). Empenhou-se em passar sua experiência a outras cidades, ao demonstrar como se pode dinamizar a divulgação espírita a partir dessas iniciativas e, ao mesmo tempo, arrecadar recursos para outros serviços. Colaborou assiduamente em jornais e revistas espíritas. Escreveu regularmente para periódicos espíritas de projeção nacional – Reformador, Revista Internacional de Espiritismo, Folha Espírita. Membro da Academia Bauruense de Letras. É autor de quarenta e oito obras publicadas, dentre as quais: “Conheça o Espiritismo”, “Para Viver uma Grande Mensagem”, “A Bênção da Gratidão” e “A Voz do

|Fotos: Divulgação Monte”, editados pela Federação Espírita Brasileira, com uma tiragem de aproximadamente dois milhões e duzentos mil exemplares. Fonte: Federação Espírita Brasileira

Zíbia Gasparetto Aos 92 anos, Zíbia Gasparetto desencarnou em São Paulo, no dia 10 de outubro, vitimada pelo câncer. Nascida em 1926, em Campinas (SP), mas residente em São Paulo, assinou como médium 58 obras, entre romances, crônicas e pensamentos. Seu primeiro livro, o romance “O amor venceu” (1958), tornou-se um grande fenômeno de vendas, com mais de meio milhão de cópias vendidas. Até a década de 1990, 27 livros foram ditados para a médium pelo espírito Lúcios, que acompanhava a sua tarefa

de divulgação do espiritismo através da literatura. No período seguinte, Zíbia anunciou que redimensionaria seu trabalho para além das fronteiras espíritas, abrangendo também o espiritualismo. Por mais desa os que a médium possa ter passado, envolvendo as críticas que recebera por suas escolhas no campo da sua mediunidade, uma coisa é certa: Zíbia Gasparetto foi quem popularizou o romance espírita e ajudou a difundir a cultura espírita por meio de seus livros. Fonte: Correio Fraterno – Nov/Dez 18

Nazareno Tourinho Escritor espírita e Dramaturgo, Nazareno Tourinho nasceu em Belém, no Pará, e desencarnou no dia 18 de outubro, aos 83 anos. Conhecido no meio espírita por sua vasta cultura e também pela maneira contundente de defender seus pontos de vista, Nazareno era conhecido no campo da dramaturgia. Autor de inúmeras peças teatrais premiadas, dentre elas, pelo menos duas foram levadas ao público por nomes conhecidos das artes cênicas: o diretor

Cláudio Correia e Castro, com a peça “Nó de quatro pernas”, e Wolf Maia, com 'Fogo Cruel em Lua de Mel”. Autor de mais de 20 obras espíritas, gostava de defender as suas ideias com ardor. Membro da Academia Paraense de Letras desde 1969, Nazareno era presença marcante nos Congressos Brasileiros de Jornalistas e Escritores Espíritas. Fonte: Correio Fraterno – Nov/Dez 18

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Lucy Dias Campos descreve nesta obra os anseios da alma que ela relata ao observar, na longevidade, o longo caminho já percorrido, no qual todos nós estamos destinados, ao buscarmos a redenção espiritual. Essa busca de crescimento espiritual é uma sequência natural para todos seres humanos, inseridos na Lei do Progresso. A autora relata acontecimentos em que conseguiu, alargando os horizontes através de vivências, meditações e autoconhecimento, olhar as coisas e as pessoas sob a ótica do amor, percebendo o interior de cada uma delas, numa visão que ultrapassa os limites materiais... Por meio de narrativas, de forma simples e objetiva, Lucy Dias Ramos procura demonstrar que esse olhar peculiar a todos, pelo desenvolvimento de nossas potencialidades, como espíritos imortais, requer perseverança e fé, um exercício que aguça a sensibilidade e educa os sentimentos. Requer, também, a ruptura com muitos preconceitos, dulci cando a sensibilidade para atingir os objetivos superiores da vida em harmonia com as leis morais. Descobriremos no âmago de nosso ser talentos, habilidades e forças que possuímos e estavam adormecidos na inércia ou sombreados pela falta de coragem... Quando alteramos nosso pensamento e adotamos uma visão otimista em torno da vida e dos objetivos superiores, nossa consciência se expande, nossa mente transcende os limites comuns e passamos a perceber e a sentir além do horizonte limitado no qual nos aprisionamos... Com este novo livro a autora pretende contribuir, de alguma forma, para o despertar de sua consciência e ampliar seus horizontes visando à felicidade plena e real.

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