Note Bem 72

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Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP

Ed. 72 - Abr/Mai/Jun - 2014

Vigilância e Oração Vigilância, segundo o dicionário é o ato ou efeito de quem está vigilante. Já vigiar, signi ca observar atentamente, espiar, espreitar, guardar, estar atento, acordado. Para nós, espíritas, todavia, a palavra tem signi cado bem mais profundo. Senão, vejamos quando Kardec, por ocasião da codi cação da doutrina, perguntou aos Instrutores espirituais se os espíritos in uem em nossos pensamentos e em nossos atos, deles obtendo a seguinte resposta: “Muito mais do que imaginais. In uem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem”. (Questão 459 de O Livro dos Espíritos). A a rmativa dos Espíritos a Allan Kardec demonstra que, na maioria das vezes, estamos todos nós encarnados, agindo sob a in uência de entidades espirituais, que se a nam com o nosso modo de pensar e de ser, e em cujas faixas vibratórias respiramos. Isso, porém, não nos deve causar admiração, pois, se analisarmos a questão sob o aspecto puramente terrestre, chegaremos à conclusão de que vivemos em sintonia com as pessoas que nos rodeiam, familiares ou não, das quais recebemos in uenciações através das ideias que exteriorizam e dos exemplos que nos são dados, e que também nós os in uenciamos com a nossa personalidade e pontos de vista. Quando acontece de não conseguirmos exercer in uência sobre alguém do nosso convívio e que desejamos aja sob o nosso prisma pessoal, via de regra, tentamos, por todos os meios, convencê-los com argumentos persuasivos de diferentes intensidades, a m de lograrmos o nosso intento. Natural, portanto, ocorra o mesmo com os habitantes do mundo espiritual, já que são eles, os seres humanos

|Foto: Divulgação

desencarnados, não tendo, pelos simples fato de ter deixado a carne, mudado a sua maneira de pensar e as características de sua personalidade. Assim, vamos encontrar, desde a atuação bené ca dos benfeitores e amigos espirituais que buscam encaminhar-nos para a conduta correta, bem como de familiares que, vencendo o túmulo, desejam prosseguir, gerindo o seu clã familial, seja com bons ou maus intentos, assim também aqueles outros a quem prejudicamos com atos de menos ou mais gravidade, nesta ou em anteriores encarnações, cobrando-nos, certos que são nossos credores, ou vítimas da nossa maldade. É o que nos diz Suely Caldas Schubert, no seu livro Obsessão e Desobsessão, cuja leitura recomendamos. Isto explica a razão de

encontramos em profusão a palavra vigilância nos escritos e obras espíritas. Quando Jesus, o Exemplo Sublime, esteve entre nós também se preocupou com o assunto, conforme registrado em Marcos, 14:38: “Vigiai e orai, para não entrardes em tentação”. Portanto, lembramos que vigiar não quer dizer apenas guardar, signi ca também precatar-se e ter cuidado. E quem diz cuidar a rma também trabalhar e defender. Orar, a seu turno, não exprime somente adorar e aquietarse, mas, acima de tudo, comungar com o Poder Divino, que é crescimento incessante para a Luz, com o Divino Amor, que é serviço infatigável no bem. Por Jaime Batista da Silva Texto publicado no informativo “A Nova Era” de Franca (SP) em jan/2014


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