Note Bem 74

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Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP

Ed. 74 - Out/Nov/Dez - 2014

Ano Novo é também oportunidade de aprender, trabalhar e servir. O tempo como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para necessária ascensão. Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para a execução de velhas promessas que ainda não tiveste a coragem de cumprir. Se tens inimigos faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação. Se foste ofendido, perdoa, a m de que o amor te clareie a estrada para frente. Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir. Se a tristeza te requisita esquece-a e procura a alegria serena da consciência tranquila no dever bem cumprido.

Ano Novo! Novo Dia! Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora. Recorda que há mais ignorância que maldade em torno de teu destino. Não maldigas nem condenes. Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão. Não te desanimes nem te desconsoles. Cultiva o bom ânimo com os que te visitam dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: - Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração. Pelo Espírito Emmanuel XAVIER, Francisco Cândido. Vida e Caminho. Espíritos Diversos. GEEM.


Editorial

Messe de Amor – 50 anos Em 24 de fevereiro de 1965, recebi das mãos de Divaldo, em Santo André, um exemplar, com dedicatória, do livro Messe de Amor, de Joanna de Ângelis. A nosso convite, o jovem orador baiano veio participar da III Concentração de Mocidades Espíritas do Centro-Sul do Estado de São Paulo, no período de Carnaval. Naquela época, Divaldo ainda trabalhava no antigo IPASE (Instituto de Pensões e Assistência aos Servidores do Estado) e viajava para fazer palestras nos ns de semana, férias e, quando tirava licença-prêmio viajava ao exterior. Aquela primeira edição simples, pela Editora Sabedoria, do Rio do Janeiro, fundada e dirigida pelo saudoso Carlos Torres Pastorinho, inaugurava uma verdadeira semeadura de luz liderada por Joanna de Ângelis. Segundo nos disse Divaldo, não fazia ideia do futuro reservado a ele na psicogra a. Quando hoje volta no tempo, pelas telas da imaginação, tudo parece um sonho bendito. Mal sabia ele que a MESSE DE AMOR, ou seja, a colheita, a ceifa continuaria sua abençoada tarefa de suprir os corações do pão espiritual. A Messe continua, porque a semeadura não para na boca desse iluminado

Re exão Fatores de Perturbação (...) A grande noite que constringe é, também, o início da alvorada que surge. Neste homem atribulado dos nossos dias, a Divindade deposita a con ança em favor de uma renovação para um mundo melhor e uma sociedade mais feliz. Buscar os valores que lhe dormem soterrados no íntimo é a razão de sua existência corporal, no momento. Encontrar-se com a vida, enfrentá-la e triunfar, eis o seu fanal.

Semeador de Estrelas, que seguindo as Pegadas do Nazareno, fez-se o Peregrino do Senhor, nesses dias Gloriosos. A página Jesus Comigo tem sido leitura de re exão no “Evangelho no Lar” de muitas famílias, pois fala do poder da oração sincera no recesso do lar, irradiando as bênçãos na circunvizinhança. Cabe aqui, também, por dever de justiça e gratidão, um pensamento de louvor a Carlos Pastorinho, que anteviu em Divaldo o tarefeiro de Jesus, compromissado com a grande missão de levar o Evangelho do Mestre aos quatro cantos da Terra. Pastorinho não hesitou em abrir as portas da Editora que dirigia para que viesse a lume nosso querido MESSE DE AMOR, que completou meio século de existência em fevereiro de 2014. Parabéns a Divaldo, glória a Deus, por nos permitir que um Anjo chamado Joanna de Ângelis se desprendesse abnegadamente das Alturas de Luz para clarear nossa pobre estrada de caminhoneiros necessitados.

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Presidente: Miguel Sardano 1º Vice-Presidente: Terezinha Sardano 2º Vice-Presidente: Baldir Padilha Rua Bela Vista, 125 – Jd Bela Vista Santo André – SP - CEP: 09041-360 Tel: (11) 4994.9664 www.cebezerra.org.br Revisão: Miguel Sardano e Rosemarie Giudilli Jornalista Voluntária: Suzete Botasso Projeto Gráfico e Diagramação: Marco Beller – (11) 4438.8834 Impressão: Lis Gráfica e Editora - Tel.: (11) 3382.0777 Tiragem: 5.000 Copyright Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo deste informativo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da entidade.

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Curso das Obras “Joanna de Ângelis”

Segundas Quartas Sábados Domingos

1º domingo do mês – das 8h30 às 11h30 Uma vez ao mês (Inst. Amélia Rodrigues)

15h (Centro) 20h (Centro) 16h30 (Inst. Amélia Rodrigues) 10h (Centro)

Atendimento Fraterno Quintas

20h (Centro)

Evangelização Infantojuvenil (de 02 a 12 anos) Pré-Mocidade (de 13 a 15 anos) Mocidade (acima dos 15 anos) das 16h30 às 18h (Inst. Amélia Rodrigues)

Evangelho no Lar A equipe auxiliará na implantação do Evangelho em sua casa. Agendar dia e horário (Centro)

Plantão de Passes De Terça a Sexta (Centro) das 14h30 às 16h30

Cursos de Espiritismo Cursos Manoel Philomeno de Miranda Sábados 15h (Inst. Amélia Rodrigues) André Luis Segundas 20h (Centro)

Joanna de Ângelis /Divaldo P. Franco, livro O Homem Integral - 1ª ed. comemorativa dos 25 anos da Série Psicológica, pp. 13/14- editora - LEAL

Publicação Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes (Santo André)

Obras Básicas: Livro dos Espíritos Terças 20h (Centro) Obras Espíritas: Autores diversos Terças

20h (Centro)

Veri car na livraria horários disponíveis para iniciantes (Centro e Inst. Amélia Rodrigues)

Livraria Centro: Seg. a Sex.: das 13h às 16h30 das 19h30 às 21h30 Domingo: das 9h às 11h30 Inst. Amélia Rodrigues Seg. a Sex.: das 8h às 17h30 Sábados: das 14h30 às 18h


Inimigos Ocultos Mencionamos, com muita frequência, que os inimigos exteriores são os piores expoentes de perturbação que operam em nosso prejuízo. Urge, porém, olhar para dentro de nós, de modo a descobrir que os adversários mais difíceis são aqueles de que não nos podemos afastar facilmente, por se nos alojarem no cerne da própria alma. Dentre eles, os mais implacáveis são: ® O egoísmo, que nos tolhe a visão es-

piritual, impedindo vejamos as necessidades daqueles que mais amamos; ® O orgulho, que não nos permite aco-

lher a luz do entendimento, arrojando-nos a permanente desequilíbrio. ® A vaidade, que nos sugere a superes-

timação do próprio valor, induzindonos a desprezar o merecimento dos outros. ® O desânimo, que nos impele aos

precipícios da inércia. ® A intemperança mental, que nos situa

na indisciplina. ® O medo de sofrer, que nos subtrai as

melhores oportunidades de progresso, e tantos outros agentes nocivos que se nos instalam no Espírito, corroendo-nos a energias e depredando-nos a estabilidade mental. Para a transformação dos adversários exteriores contamos, geralmente, com o amparo de amigos que nos ajudam a revisar relações, colaborando conosco na constituição de novos caminhos; entretanto, para extirpar os que moram em nós, vale tão somente o auxílio de DEUS, com o laborioso esforço de nós mesmos.

Reportando-nos aos inimigos externos, advertiu-nos JESUS que é preciso perdoar as ofensas setenta vezes sete vezes, e decerto que para nos descartarmos dos inimigos internos – todos eles nascidos na trevas da ignorância – prometeu-nos o Senhor: “conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres”, o que equivale dizer que só estaremos a salvo de nossas calamidades interiores através de árduo trabalho na o cina da educação. EMMANUEL Trechos de "Inimigos Ocultos" do livro Alma e Coação psicogra a Chico Xavier.

Inspirados por Espíritos Paulinos, o autor narra a saga deAbiel, que foi abandonado pela esposa e pela filha e perdeu-se pelos descaminhos da vida, até que, 15 anos mais tarde, andarilho e desiludido, ouviu falar de Jesus e de Paulo de Tarso. Ao ouvir o Apóstolo dos Gentios, foi surpreendido com a revelação e o convite: “Sê bem-vindo, irmão Abiel. Já te esperava para te integrares à Caravana da Boa Nova que despontará na Terra.” Participou dos primeiros passos da segunda viagem de Paulo, até Trôade, onde permaneceu, na condição de trabalhador do Núcleo fundado pelo Cireneu e se transformou no enigmático “Curador de Trôade”. Paulo prosseguiu, intimorato, visitando os Núcleos por ele fundados na primeira viagem, enfrentando os mais ínvios caminhos e os mais cruéis inimigos, com determinação e fé inabalável em Yahweh e Yeshua (Deus e Jesus). Anos mais tarde, já no fim da vida,Abiel reencontrou a esposa e a filha e se reconciliou com elas. Narrado em linguagem carregada de beleza e emoção, o romance traz, em seu bojo, farto e belíssimo material doutrinário, que se traduz nas pregações de Paulo; nas preces feitas por ele e por outros personagens que povoam a obra do início ao fim, bem como na presença de Amigos Espirituais, tais como Estêvão, Abigail e Acádio, que constantemente interagem com os trabalhadores encarnados, ofertando-lhes apoio e orientação.

Editora: EBM Televendas (11) 3186-9766

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Alimentar a Alma Por Richard Simonetti Por várias vezes, Chico declinou convite para uma pescaria. Como houvesse insistência de amigos, acabou por aceitar, a m de não sustentar uma recusa que poderia magoá-los. Em bela manhã, reuniu-se o grupo à beira de um barranco no rio. Horas depois, o pessoal havia pescado boa quantidade de peixes. Quanto ao médium, nem um mísero lambari! Os peixes passavam junto ao seu anzol sem nenhum interesse, e logo eram sgados pelos demais pescadores. Estranho! Seria um fenômeno mediúnico? Instado a responder sobre o assunto, Chico explicou: – É que não coloquei a isca. – Ora essa, por quê?

nos alimentamos de minérios. Somos todos heterótrofos. Fique tranquilo. É uma palavra grande, não um palavrão. Heterótrofos são os seres que não conseguem acumular energia diretamente, via luz solar, como os autótrofos (outra palavrona), os seres do reino vegetal. Heterótrofos, estamos integrados na famosa cadeia alimentar, em que seres vivos alimentam-se de outros tantos. Os Espíritos superiores vivem em planos mais altos do In nito, onde não existem os hábitos alimentares que fazem a matança na Terra. Quando aportam em nosso planeta para gloriosas missões, repugna-lhes a ideia de que devem se alimentar matando seus irmãos inferiores.

– Não queria incomodar os peixes… A atitude de Chico é típica dos Espíritos evoluídos que vêm à Terra para grandiosas missões em favor da Humanidade. Eles cultivam o que Albert Schweitzer chamava de Reverência pela Vida. O notável médico alemão, uma das guras humanas mais ilustres do século passado, era incapaz de matar uma mosca. Dirá o prezado leitor que, levada às últimas consequências, esse princípio seria o m da vida animal na Terra, já que, vertebrados e invertebrados, não

Daí essa reverência pela vida, exercitada por guras inesquecíveis como Chico Xavier e Albert Schweitzer. Mas, a nal, perguntará você, do que se nutrem os Espíritos que vivem em planos mais altos do In nito? Creio que a resposta está com Jesus (João, 4:3234): Meu alimento é fazer a vontade de meu Pai que está nos Céus! A vontade de Deus é que nos amemos uns aos outros, conforme ensinava o Mestre, o que signi ca que o Amor é o alimento das almas.

E, quanto mais se aproxima o Espírito da perfeição, superando os liames da matéria, maior a sua capacidade de amar, nutrindo-se de amor, em planos onde inexistem as necessidades biológicas, em corpos de densa matéria. Considerando que somos Espíritos encarnados, obviamente necessitamos de dois tipos de alimento: Para o corpo, exercitando a heterotro a; para a alma, exercitando o amor. Quanto a este último, há um detalhe marcante. Para alimentar a alma não vale o amor que recebemos. Este apenas alimenta o ego. Só vale o amor que damos, exercitando o empenho de fazer ao próximo o bem que gostaríamos nos fosse feito, como ensinava Jesus. Assim como é preciso alimentar o corpo, diariamente, é fundamental atender a alma. Pessoas que não o fazem, são subnutridas espiritualmente, habilitando-se a tristezas e angústias, em crônica infelicidade, à anemia da alma. Por falar nisso, leitor amigo, você já alimentou sua alma hoje?

Livro: Rindo e Re etindo com Chico Xavier – Editora CEAC

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Em torno da Mediunidade Ser médium não é simplesmente fazerse veículo de fenômenos que transcendem a alheia compreensão. Acima de tudo, é indispensável entendamos na faculdade mediúnica a possibilidade de servir, compreendendo-se que semelhante faculdade é característica de todas as criaturas. Acontece, porém, que o homem espera habitualmente pelas entidades protetoras em horas de prova e sofrimento, para arremessar-se ao estudo e ao trabalho quase sempre com extremas di culdades de aproveitamento das lições que o visitam, quando o nosso dever mais simples é o de seguir, em paz, ao encontro da Espiritualidade Superior, movimentando a nossa própria iniciativa, no terreno rme do bem. A própria natureza é pródiga de ensinamentos nesse particular. A terra é médium da or que se materializa, tanto quanto a or é medianeira do perfume que embalsama a atmosfera. O Sol é o médium da luz que sustenta o homem, tanto quanto o homem é o instrumento do progresso planetário. Todos os aprendizes da fé podem converter-se em médiuns da caridade através da qual opera o Espírito de

Jesus, de mil modos diferentes, em cada setor de nossa marcha evolutiva. Ampara aos teus semelhantes e encontrarás a melhor fórmula para o seguro desenvolvimento psíquico. Na plantação da simpatia, por intermédio de uma simples palavra, estabelecemos, em torno de nós, renovadora corrente de auxílio.

sem educar e sem edi car, permanecem a consciência e o coração devotados ao Supremo Bem, através dos quais o Senhor se manifesta, estendendo para nós todos a bênção da vida melhor. Autor: Emmanuel Psicogra a de Chico Xavier

Não aguardes o toque de inteligências estranhas à tua, para que te transformes no canal da alegria e da fraternidade, a benefício dos outros e de ti mesmo. Podes traduzir a mensagem do Senhor, onde quer que te encontres, aprendendo, amando, construindo e servindo sempre, porque acima dos médiuns dessa ou daquela entidade espiritual, desse ou daquele fenômeno que muitas vezes espantam ou comovem,

Roteiro de Palestras e Seminários Espíritas de Divaldo Franco em 2015 DATA

HORÁRIO

LOCAL

CONTATO

16 e 17 Fevereiro (Segunda e Terça)

Ver Site

Congresso Centro de Convenções - Goiânia - GO

FEEGO - (62) 3281-0200 www.congressoespiritago.org.br

17 Fevereiro (Terça-Feira)

20h

Palestra - Stillus Hall - Anápolis – GO

Sebastião (62) 3314-1665

18 Fevereiro Quarta-Feira)

20h

Palestra Centro de Convenções Di Roma - Caldas Novas – GO

Nazaré (64) 9216-0275

19 Fevereiro (Quinta-Feira)

20h

Teatro Municipal - Itumbiara – GO

Zilmar (64) 3431-3719 / 3431-2093 / 9966-9652

20 Fevereiro (Sexta-Feira)

20h

Centro de Convenções - Uberlândia – MG

Creusa (34) 3219-4113

21 Fevereiro (Sábado)

20h

Centro Cult. Cenecista Joubert de Carvalho Uberaba – MG

(34) 3315-6118 / 9972-3612 / 3312-8327

22 Fevereiro (Domingo)

20h

Franca – SP - C.E.A.C. PESTALOZZI

Fernando (16) 99221-7527

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O médium voador Ele desa ou as leis da Física

“A mediunidade, que se apresenta no palco da vida com muitos nomes e facetas, faz parte da História da Humanidade”.(Miguel de Jesus Sardano) No ano de 1833, na cidade de Currie, situada cerca de 10 quilômetros a sudeste de Edimburgo, na Escócia, um bebê de seis meses estava no berço e, de repente, começou a chorar. Quando esse fato ocorre com outras crianças pequenas a mãe, ou a avó, ou uma babá corre imediatamente para embalá-lo. Contudo, com esse bebê escocês era diferente. Quando ele chorava, o berço... balançava... sozinho! E, muitas vezes, mudava de lugar... sozinho! Em seus primeiros anos ele era tão débil que mal podia se sustentar; sentado sobre um tapete, os brinquedos que não podia alcançar deslocavam-se por si mesmos e vinham pôr-se ao alcance de suas mãos. Aos três anos teve suas primeiras visões espirituais, não lhes conservando, porém, a lembrança. Tinha nove anos quando sua família xou-se nos Estados Unidos; ali, os mesmos fenômenos continuaram com intensidade crescente, à medida que avançava em idade, embora sua reputação como médium não se tenha estabelecido senão em 1850, época em que as manifestações espíritas começaram a popularizar-se naquele país. Em 1854 foi para a Itália por motivos de saúde; surpreendeu Florença e Roma com verdadeiros prodígios. Convertido à fé católica nesta última cidade, viu-se obrigado a romper relações com o mundo dos Espíritos. Com efeito, durante um ano, seu poder oculto pareceu havê-lo abandonado; mas, como esse poder estava acima de sua vontade, ndo esse tempo, conforme lhe anunciara o Espírito de sua mãe, as manifestações reapareceram com nova energia. Sua missão estava traçada; deveria distinguir-se entre aqueles que a Providência escolheu para revelar-nos, por meio de sinais patentes, o poder que domina todas as grandezas humanas.

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Todos esses comentários são feitos por Allan Kardec na Revista Espírita de 1858, em torno daquele que cou conhecido como Rei dos Médiuns: DANIEL DUNGLAS HOME, nascido na Escócia em 15 (segundo Allan Kardec) ou 20 (segundo outros biógrafos) de março de 1833 e desencarnado em 21 de junho de 1886. D.D. HOME, como é conhecido e citado, foi um dos precursores do Espiritismo. Soube disso quando, em 1986, li um texto do escritor Herminio Miranda, desencarnado em 2013, no livro de sua autoria Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos. O título do texto é: Um Precursor Esquecido. A partir daí, passei a me interessar pela vida desse médium, colecionando textos e anotações. Em 2007 resolvi dar início à montagem de uma Coletânea, publicada, em 2013, pela EBM Editora, com o título Daniel Dunglas Home – O Médium Voador, da qual extraímos as informações e comentários contidos neste 1 artigo. Dentre os episódios que envolveram as irmãs Kate Fox, de 11 anos e Margareth Fox, de 14 anos, um deles é notável, tendo como protagonista um governador americano, Tellmadge, quando indagou aos Espíritos a razão daqueles ruídos e ao que eles vinham. E obteve 2 como resposta, por meio dos raps : “Nosso desejo é que a humanidade viva em harmonia e que os céticos se 3 convençam da imortalidade da alma”. Essa a missão primordial dos médiuns: a demonstração da imortalidade da alma. O nosso biografado D.D. Home tinha consciência dessa missão. No livro de sua autoria, Incidents In My Life, ele declara: “Fui mandado em missão, e essa missão é demonstrar a imortalidade. Nunca recebi dinheiro por isso e jamais o receberei”.

Daniel Dunglas Home obteve especial atenção de Allan Kardec, Codi cador do Espiritismo, durante os anos de 1858 a 1869, através de artigos e citações na Revista Espírita, por ele publicada a partir de 01 de janeiro de 1858. Também em O Livro dos Médiuns (1861) e em A Gênese (1868) vamos encontrar referências de Allan Kardec ao médium D.D.Home. A versatilidade notável da mediunidade de D.D.Home, através da vidência, da levitação, da psicocinesia, da voz direta, da premonição dentre outras faculdades colocava o médium sempre em evidência, sendo procurado por todos para realizar as famosas sessões das quais participou, o que o colocava, igualmente, sob a alça de mira dos admiradores mas também dos críticos e dos céticos. “Importantíssima foi a missão desse médium junto à comunidade europeia, levando a todos a prova irrefutável de que não há morte, apenas transferência 4 de plano”. “Deus me encarregou de desempenhar uma missão junto dos crentes a quem ele favorece com o mediumato” (grifamos) Assim dec l a r a o Espírito Joana


D'Arc no capítulo XXXI – Dissertações Espíritas, item XII de O Livro dos Médiuns, tendo sido essa denominação incluída por Allan Kardec no Vocabulário Espírita constante do capítulo XXXII desse livro e de nida como “Missão providencial dos mé5 diuns”.

Podemos, sem embargo, caracterizar o médium Daniel Dunglas Home nessa condição de portador da mediunidade missionária, “cuja tarefa era convencer àqueles que sentiam di culdades de aceitação pelas letras ou palavras, mas que se deixavam tocar pelo que viam. Mesmo tentando liberar-se dessa missão, o que fez quando esteve em Roma, aceitando, nessa ocasião a fé católica e sentindo-se, por força dessa decisão, na obrigação de romper relações com o mundo espiritual, sua capacidade de produzir os fenômenos jamais o 6 abandonou”. Durante a sua existência Home foi pesquisado pelo sábio inglês, prêmio Nobel de Química em 1907, Sir William Crookes (1832-1919). Após os fenômenos ocorridos com as irmãs Fox, a partir de 1848, vários médiuns começaram a

demonstrar variados fenômenos como materializações, levitação e outros, quando, então, o famoso sábio, descobridor, em 1861, do elemento químico tálio, resolveu investigar o espiritualismo. Inicialmente cético passou a convencer-se da autenticidade dos fenômenos quando realizou experiências com o médium Daniel Dunglas Home. Interessante é que a expectativa da comunidade cientí ca da época era que Crookes rejeitasse a realidade dos fenômenos e seu depoimento concordante abalou seus pares. Os fenômenos observados pelo professor William Crookes foram por este relatados no livro de sua autoria Researches into the Phenomena of Spiritualism, que foi vertido para o português com o título Fatos Espíritas Observados por William Crookes e Outros Sábios, durante os anos de 1870 a 1873, e que foi traduzido por Oscar D'Argonnel e editado pela Federação Espírita Brasileira/FEB. Este livro de Crookes reúne as publicações feitas pelo pesquisador no Quartely Journal of Science, em 1874, que era um jornal trimestral de ciência. Daniel Dunglas Home publicou, em 1877, a sua obra Lights and Shadows of Spiritualism (Luzes e Sombras do Espiritualismo), onde detalhou truques empregados por falsos médiuns. Em 1863 publicou também o primeiro volume do opúsculo Incidents in My Life (Acontecimentos na Minha Vida), tendo o segundo volume sido lançado em 1872. Consoante os comentários de Sir Arthur Conan Doyle, em sua obra História do 7 Espiritismo, Home encontrou-se, em 1867, com um dos seus amigos mais próximos, o jovem Lord Adare (Windham Thomas Wyndham-Quin, mais tarde o Quarto Conde de Dunraven and Mount). Adare cou fascinado por Home e começou a documentar as sessões que eles zeram. Uma das levitações mais

famosas de Home ocorreu em uma dessas sessões no ano seguinte. Diante de três testemunhas (Adare, o Capitão Wynne, e James Ludovic Lindsay (Lord Lindsay), Home teria levitado para fora de uma janela de um quarto em um terceiro andar e entrado de volta pela janela do quarto ao lado. Conan Doyle refere-se a outros cinquenta exemplos de levitação realizados por Home, e que haviam chegado ao conhecimento do professor William Crookes, presencia8 dos por várias testemunhas. As sessões realizadas por Lord Adare com D.D. Home estão comentadas no seu relatório Experiences In Spiritualism with D.D.Home (Experiências em Espiri9 tualismo com D.D.Home). Sintetizamos o valor do médium Daniel Dunglas Home no pensamento do Sr. Webster, de Florença, Itália, que viu muito de sua atuação, citado por Sir Arthur Conan Doyle em sua obra História do Espiritismo: Ele é o mais maravilhoso missionário dos tempos modernos e da maior de todas as causas, e o bem que ele tem feito não pode ser avaliado. Quando Mr. Home passa, derrama em seu redor a maior de todas as bênçãos – a certeza da vida futura. Hermínio Miranda faz elucidativos comentários acerca dos depoimentos feitos por D.D.Home contra Allan Kardec, em sua obra Lights and Shadows of Spiritualism (Luzes e Sombras do Espiritualismo), publicada em 1877, e sobre a posição contrária à reencarnação por parte do médium escocês, mas enfatiza que: Sua di culdade esteve em conciliar os fenômenos que produziu com um corpo doutrinário coerente, racional e amplo como a Codi cação de Allan Kardec. Todo o seu trabalho – e foi extremamente valioso – concentrou-se em comprovar a sobrevivência do Espírito (...).

Por Adilton Pugliese

1 PUGLIESE, Adilton [Organizador]. Daniel Dunglas Home – O Médium Voador. 1ª ed. 2013, EBM Editora. - 2 RAPS [do inglês]: golpe, batida, pancada, variável em intensidade 3 e produzido por Espíritos. Dicionário Espiritismo, Metapsíquica, Parapsicologia. João Teixeira de Paula, 3ª ed. Ed. Bels, 1976, p.232. - IMBASSAHY, Carlos, A Missão de Allan 4 5 Kardec. 1ª ed. Federação Espírita do Paraná, 1957, p.30. - PINHEIRO, Luiz Gonzaga. Mediunidade – Homens e fatos que Fizeram História.1.ed.EME,p.105 e 107. - KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 69.ed.FEB, p.462 e 487. - 6 PINHEIRO, Luiz Gonzaga. Opus cit. p.106. - 7 DOYLE, Arthur Conan. História do Espiritismo, Editora Pensamento, 1978, 8 9 p.176. - IDEM, Ibidem, p.177. - Vide www.wikipedia.org/danieldunclashome

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O AMIGO JESUS

ANDAI ENQUANTO TENDES LUZ

AS CHANCES QUE A VIDA DÁ

José Carlos de Lucca Gênero: Espiritismo

Carlos A. Baccelle - Espírito: Irmão José Gênero: Dissertações

Elisa Masselli

Alírio de Cerqueira Filho

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O LADO OCULTO DA TRANSIÇÃO PLANETÁRIA

A LUZ QUE VEM DO CORAÇÃO

MEU PEQUENO EVANVELHO

O PODER DA ESCOLHA

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Mauricio de Souza, Luis Hu Rivas e Ala Mitchell Gênero: Intantil

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Gênero: Romance

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A 5ª TERRA

O SEMEADOR DE ESTRELAS

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Divaldo Franco - Espírito: Amélia Rodrigues Gênero: Espiritismo

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Editora: LEEPP

Editora: LEAL

Editora: ESPIRITIZAR

Editora: LEAL

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