Note Bem 76

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Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP

Ed. 76 - Abr/Mai/Jun - 2015

A corrupção nossa de cada dia Atire a primeira pedra quem nunca comprou um DVD pirata, quem nunca pediu um atestado médico para faltar à escola, quem nunca pediu para “livrar” o lho de servir ao exército, quem nunca pagou uma consulta ou tratamento sem nota para car mais barato, quem nunca fez uma venda de imóvel por um valor menor para reduzir o imposto, quem nunca transgrediu uma lei de trânsito, quem nunca dirigiu depois de “apenas” uma cervejinha... Faltaria espaço para descrever comportamentos rotineiros tidos como inocentes, justi cados pelo “todo mundo faz”, “é só um pouquinho”, “no meu caso é diferente”, “é só essa vez”, e por aí vai. O nome disso é corrupção. Não foram os políticos que inauguraram a corrupção. Ela é uma companheira da índole do ser humano desde que ele se entende por integrante de uma sociedade, por mais rudimentar que fosse, mas movido por impulsos ligados à satisfação de desejos e interesses. No princípio, usava-se a força, uma forma corrupta de se obter algo em detrimento de outrem, prevalecendo, a grosso modo, a lei do mais forte. Com a evolução das relações sociais e a regulação da convivência por meio de normas gerais, o uso da força foi perdendo espaço, mas a necessidade de obter vantagens indevidas permaneceu. Mudou-se o instrumento. Nasceu a corrupção, como a entendemos hoje. A política, não há dúvida, é o campo onde ela aparece em sua forma mais audaciosa, pois por de nição, ela é a força de toda a sociedade, de modo que um simples desvio em sua natureza produz

resultados extremamente danosos. Também a política não pode ser resumida aos políticos, ou seja: por mais que reclamemos de uma parcela deles, entra eleição, sai eleição, lá estão os mesmos novamente, nos braços do povo. Às vezes, literalmente.

BAS

TA!

Quem deseja uma sociedade melhor, mais justa, onde a honestidade seja a regra, deve estar preparado, acima de tudo, para fazer a sua parte. Não pode passar pela cabeça de uma pessoa honesta que ela esteja fazendo papel de boba, que não sobreviverá no mundo corrupto, onde a “lei de Gerson” vigora com toda força. A honestidade é um valor pessoal. Não é um troféu para ser exibido, nem uma

postura condicionada ao comportamento alheio. Se eu preciso que os outros sejam honestos primeiro, ca difícil vislumbrar uma chance de progresso. Criamos uma sociedade gananciosa, competitiva e, não raras vezes, predadora. Formamos os lhos ensinando que “o mundo é dos espertos”. Agora é hora de ensinar-lhes que o conceito de esperto mudou: esperto é quem respeita as leis, a natureza, o seu semelhante e, em suma, a sua própria consciência. Os séculos de agressões físicas e morais a que nos impusemos trouxeram uma sociedade desequilibrada, onde valores são sinônimos de fraqueza, e só os fortes sobrevivem. Nunca fomos tão fortes materialmente falando e, ao mesmo tempo, nunca estivemos tão subjugados por múltiplas fraquezas, sejam a violência urbana, a desigualdade social, o desequilíbrio ambiental e, de forma ainda mais dolorosa, o desequilíbrio emocional, que ainda neste século vai envolver boa parte da população nas suas múltiplas manifestações - pânico, depressão, bipolaridade etc. Corrupção emocional. Olha ela aí de novo! Corrupção é, por de nição, um desvio de nalidade. Não é algo para se procurar nos outros. É algo para se corrigir intimamente, buscando a harmonia física e mental, postura imprescindível para uma vida de sucesso. Taí outra palavra corrompida: Todos temos direito ao sucesso! De nir seu verdadeiro signi cado pode ser a chave da felicidade. Por: Edson Sardano - 2º Secretário da Instituição Amélia Rodrigues


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