ISSN: 2317-1960
Ano 1, nÂş 1 Jan / Fev 2013 ntu.org.br
Brasil vai inaugurar 250 km de BRT em 2014 Sete capitais se preparam para operar os novos sistemas. Mais mil quilĂ´metros devem ser implantados atĂŠ 2016
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A verdade inconveniente sobre os aumentos das tarifas do transporte coletivo urbano
Eduardo Paes, prefeito reeleito do Rio de Janeiro, concede entrevista exclusiva
Empresas de transporte podem aderir ao seguro para motoristas a baixo custo
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É assim que a sua empresa enxerga quem utiliza os cartões de benefícios tarifários? Então chegou a hora de usar o Sigom Vision.
A utilização indevida dos benefícios tarifários ocorre em aproximadamente 25% das transações pagas por meio de cartões de gratuidade. Para acabar com esse problema, operadores de transporte da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro já trabalham com o Sigom Vision. E você, o que está esperando para aumentar o seu faturamento utilizando tecnologia de ponta? SIGOM VISION. O reconhecimento facial confiável que faltava para a sua empresa.
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Revista NTU Urbano
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55 31 3516 5200 Revista NTU Urbano
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Editorial
Novinha em folha
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m 1992, a NTU lançou a primeira edição do informativo NTU Urbano. Ao longo desses anos, o periódico levou aos leitores as principais informações acerca do setor de transportes urbanos. Foram 180 edições. Cerca de três mil notícias. Mais de um milhão de impressões. Quando o primeiro número foi lançado, os leitores eram apenas os empresários e gestores das empresas de transporte público urbano. A lista não passava de 500 destinatários. Aos poucos, o informativo foi ganhando popularidade e conquistando novos públicos. Hoje, mais de 10 mil pessoas recebem a publicação e cerca de 1.800 a acessam digitalmente no site da associação. E com o tempo, ele foi adequando o seu formato e conteúdo aos anseios e expectativas dos seus leitores. De preto e branco a colorido, de tabloide a compacto, de setorial a nacional. Após 20 anos, é chegado o momento de o periódico se ajustar ao formato de revista para proporcionar ao seu público um acesso mais completo às ações e informações que cercam transporte público urbano brasileiro. A publicação passará a ter periodicidade bimestral e vai trazer maior diversidade de assuntos. A revista
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Revista NTU Urbano
pretende expandir as boas práticas do setor, disseminar conhecimento, incentivar a troca de experiências e discutir as novas tendências e soluções para o transporte público. Nesta primeira edição, a Revista NTU Urbano apresenta um panorama dos principais temas em debate atualmente. A matéria de capa discorre sobre os sistemas BRT previstos para serem inaugurados até a Copa do mundo. A expectativa do setor é que esses projetos se tornem o início de uma nova era na mobilidade urbana brasileira. Também poderão ser conferidas matérias sobre as boas práticas adotadas por empresas de transporte público, a opinião de colunistas que vão colaborar em cada edição, uma entrevista com prefeito do Rio de Janeiro sobre o sucesso do BRT já em operação e alguns fatos em destaque no transporte público do Brasil e do mundo. Acreditamos estar diante de um instrumento que, além de contribuir para o desenvolvimento de uma mobilidade urbana de maior qualidade e eficiência, vai estimular um debate necessário e urgente sobre as ações a serem adotadas para melhorar a qualidade de vida de todos os brasileiros. Boa leitura!
S U M Á R IO
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E x p e d i e n te
Opinião da NTU
Otávio Vieira Da Cunha Filho
Otávio Vieira da Cunha Filho
ENTREVISTA
Presidente
Eduardo Paes, prefeito reeleito do Rio de Janeiro, fala sobre o BRT carioca, suas vantagens, resultados e perspectivas.
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Diretoria Executiva
A verdade inconveniente sobre os aumentos das tarifas do transporte coletivo urbano
Marcos Bicalho dos Santos Diretor Administrativo e Institucional
BOAS PRÁTICAS 12 Saúde e bem-estar para trabalhadores do transporte público 14 Transporte coletivo investe em sustentabilidade
André Dantas Diretor Técnico
NTU EM AÇÃO Empresas podem aderir ao seguro para motoristas a baixo custo
CAPA Brasil vai inaugurar mais de 250 quilômetros de BRT em 2014
SAUS Q. 1, Bloco J, Ed. CNT 9º andar, Ala A Brasília - DF CEP 70.070-944
26 28 30 32 33 34 35 36 37 38
Tel.: +55 61 2103-9293
MOBILIDADE SUSTENTÁVEL Integração entre bicicleta e transporte público já se torna realidade no país
SEGURANÇA VIÁRIA
E-mail: ntu@ntu.org.br Site: www.ntu.org.br Editora responsável
Alerta nos corredores de BRT do Rio de Janeiro
Bárbara Renault (DF 7048 JP)
ACONTECE NAS EMPRESAS
Editora assistente
Aliança Transportes coleciona prêmios por valorização do trabalhador
PARADA OBRIGATÓRIA
Colaboradora
Fique por dentro das novidades do setor de transporte urbano
DIÁLOGO TÉCNICO
Hellen Tôrres (DF 9553 JP)
Por André Dantas
A efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana
PELO MUNDO
Maria Carolina Lopes Diagramação Duo Design Impressão
Conheça as novidades e soluções de mobilidade adotadas mundo afora
EMBARQUE NESSA IDEIA
Gráfica Executiva
Por Luis Antonio Lindau
Um futuro promissor para o transporte urbano
ARTIGO
Por Eudo Laranjeiras Costa
Sem mobilização não há mobilidade
PONTO DE ÔNIBUS
Esta revista está disponível no site www.ntu.org.br
Por Adamo Bazani
Jovens americanos adotam o transporte público como estilo de vida
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#NTURECOMENDA Dicas de livros, sites, aplicativos e vídeos sobre transporte
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Opinião da NTU
Autor: Otávio Vieira da Cunha Filho (*)
A verdade inconveniente sobre os aumentos das tarifas do transporte coletivo urbano
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s aumentos das tarifas do transporte coletivo urbano são simplesmente o resultado do ciclo vicioso que ocorre porque o transporte público torna-se cada vez menos competitivo em relação ao transporte privado e atrai cada vez menos passageiros pagantes, que dividem custos crescentes. Ciclo este perpetuado e negligenciado ao longo dos últimos anos. Essa é uma verdade que poucos entendem e/ou querem entender, principalmente, porque ela é ao mesmo tempo complexa e desafiadora. A complexidade decorre das relações de interdependência entre os custos dos insumos, número de passageiros pagantes, processo de desenvolvimento urbano e a atratividade do modo de transporte privado. Por outro lado, o caráter desafiador refere-se à dificuldade de implantar uma política pública de longo prazo para o transporte coletivo urbano. Obviamente, essa situação gera um reflexo direto sobre os valores das tarifas, pois os operadores do transporte coletivo urbano têm que alcançar o equilíbrio econômico-financeiro para manter os serviços ofertados à população. Em termos práticos, existem diversos indicadores que demonstram a existência, perpetuação e negligência em relação a esse ciclo vicioso. Segundo levantamento da NTU, realizado em 2012, nos últimos 17 anos
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a tarifa média nacional ponderada aumentou 36%. Diversos fatores contribuíram para esse aumento, entre eles, a redução de mais de 25% da quantidade de passageiros transportados; o nível de gratuidades, que alcançou média nacional de 25% dos passageiros; e, a incidência de carga tributária de 22% do valor da tarifa. Paradoxalmente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revela que os subsídios diretos ao transporte individual são 11 vezes maiores do que aqueles concedidos ao transporte público urbano.
São Paulo e do Rio de Janeiro que os aumentos das tarifas não fossem realizados, pois contribuiriam significativamente para o impacto inflacionário indesejado.
Infelizmente, essa verdade inconveniente e os fatos que demonstram o ciclo vicioso são colocados em segundo plano no debate com a sociedade. Frequentemente, o foco é o índice de reajuste da tarifa, que é sempre questionado e considerado injusto, pois contribui para o aumento dos custos de deslocamentos das famílias brasileiras. Conforme foi amplamente noticiado pela imprensa, a Presidenta Dilma Rousseff solicitou aos prefeitos de
niente sobre os aumentos das tarifas dos ônibus precisa ser enfrentada sem hipocrisia. Enquanto não estivermos dispostos a criar um ciclo virtuoso para o transporte coletivo urbano, estaremos tropeçando nos aumentos da tarifa e em reclamações de todas as partes. A criação de um ciclo virtuoso depende diretamente da priorização do transporte público associada a políticas de redução de impostos e tributos incidentes sobre a tarifa.
Assim como Al Gore, que apontou para a necessidade de encarar as evidências do aquecimento global e as consequências potencialmente devastadoras, a verdade inconve-
* Otávio Cunha é presidente executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU)
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e n tre v i sta
Fotos: João Paulo Engelbrecht e Divulgação Prefeitura do Rio de Janeiro
“Um sonho de décadas” Nesta entrevista exclusiva ao NTU Urbano, o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, explica os motivos para a escolha do BRT e suas vantagens, resultados e perspectivas.
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uando assumiu a prefeitura do Rio de Janeiro em seu primeiro mandato, em 2009, um dos primeiros atos de Eduardo Paes à frente da cidade foi começar a desenhar um plano para im-
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plantação do bilhete único para os transportes. Era apenas o primeiro p a s s o p a ra u m a g ra n d e c a m i nhada, que já enxergava o Rio de Janeiro como uma das principais cidades participantes dos grandes eventos nacionais.
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Além de receber alguns jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, o Rio de Janeiro também será sede dos Jogos Olímpicos de 2016, receberá a Jornada Mundial da Juventude (este ano), foi sede dos Jogos Mundiais Militares (2011) e também da Conferência Rio + 20 (2012). O desafio era, e continua sendo, bem claro: oferecer transporte de qualidade tanto para a população da cidade como também para grupos de estrangeiros, que estão acostumados a uma mobilidade urbana eficiente e com capilaridade.
NTU URBANO – Por que o BRT foi escolhido como aposta para melhorar a mobilidade urbana no Rio de Janeiro? EDUARDO PAES - A escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 surgiu como uma janela de oportunidades para realizar projetos que nunca saíram do papel e que são fundamentais para melhorar a mobilidade urbana da cidade. Ao mesmo tempo, há a questão do prazo. Estamos aproveitando os Jogos Olímpicos para fazer o que a cidade precisa dentro do cronograma estabelecido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). As obras do BRT são muito mais rápidas do que as do metrô, por exemplo, e o custo é bem menor. Até 2016, o Rio contará com quatro corredores exclusivos para ônibus articulados, que vão integrar toda a cidade: Transoeste (que já está em funcionamento desde julho de 2012), Transcarioca, Transolímpica e Transbrasil.
“As obras do BRT são muito mais rápidas do que as do metrô, por exemplo, e o custo é bem menor. Até 2016, o Rio contará com quatro corredores exclusivos para ônibus articulados, que vão integrar toda a cidade..”
A aposta no BRT (trânsito rápido de ônibus, na sigla em inglês) já se mostrou acertada: com a inauguração do Transoeste e a implantação dos corredores exclusivos em diversas partes da cidade, o índice de aprovação da população em relação a estas medidas alcançou 90%. Ao final de sua gestão, a cidade terá mais de 150km de BRT e corredores exclusivos, que serão responsáveis pela integração total dos transportes na cidade, “um sonho de décadas”, na opinião do prefeito.
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NTU URBANO – Quais as principais vantagens da adoção do BRT pelo Rio de Janeiro? PAES - Além da questão do custo e do curto prazo das obras, o BRT produz um efeito altamente positivo para a cidade: regiões por onde passam os corredores expressos se transformam em novos polos de desenvolvimento residencial e econômico. A implantação dos BRT, que têm capacidade média para 140 passageiros por viagem, permite também a retirada gradual dos ônibus comuns das ruas. Com a redução da frota, os engarrafamentos serão menores e a mobilidade da população maior. NTU URBANO – Que tipo de resultados já foram obtidos a partir da implantação do BRT Transoeste? PAES - A Transoeste liga os bairros de Campo Grande e Santa Cruz à Barra da Tijuca, num total de 56km, em que os passageiros costumavam sofrer em longos congestionamentos. Com a implantação do BRT, que atualmente transporta 78 mil pessoas por dia, houve uma redução de 50% no tempo do trajeto. Uma pesquisa apontou um índice de 90% de satisfação dos usuários. Outro aspecto importante é o ambiental. Hoje, há menos veículos circulando na região porque as pessoas preferem usar o BRT, que ainda emite menos gases poluentes por ser movido a biodiesel. NTU URBANO – Já existe interação entre o BRT e outros modais de transporte urbano? PAES - A Transoeste está integrada ao sistema de trens em Santa Cruz, recebe os passageiros dos ônibus das li-
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nhas alimentadoras dos diversos bairros da Zona Oeste, e estará conectada com a Transolímpica e a Transcarioca e com a Linha 4 do metrô. NTU URBANO – O Rio atualmente tem um complexo sistema de transporte público, contando com barcas, ônibus, BRT, metrô, bonde, entre outros. Qual a importância do BRT dentro desse sistema e como se dá a interação entre os diversos modais? PAES - O sistema de BRT será responsável pela integração total dos transportes na cidade, um sonho de décadas. A Transolímpica, por exemplo, terá conexões com as demais linhas de BRT e com os trens, em Deodoro. A Transcarioca também estará interligada aos outros BRTs, a estações de trem e de metrô e ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. E a Transbrasil estará conectada à rede
ferroviária, a estações da Transolímpica e da Transcarioca, à Via Dutra e ao Aeroporto Santos Dumont. O Rio de Janeiro finalmente estará integrado através de um sistema de transportes de qualidade e barato, através do Bilhete Único Carioca. NTU URBANO – As demais obras de BRT no RJ estão dentro do cronograma? PAES - Todas as obras estão dentro do cronograma. NTU URBANO – Qual a previsão de operação desses novos sistemas BRT? PAES - Antes da Copa do Mundo, já teremos mais uma nova via para ônibus expressos de alta capacidade (BRT) em operação: a Transcarioca. Ela vai ligar a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, que passará a ter uma opção de transporte rápido, em calha segregada, para seus passageiros. A conclusão da obra está prevista para o fim deste
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ano, início de 2014. A via terá 39km e atenderá 400 mil pessoas por dia. A Transolímpica, com 23km, ligará o Recreio dos Bandeirantes a Deodoro, vai transportar 100 mil passageiros por dia e ficará pronta no fim de 2015. Já a Transbrasil, que seguirá por 32km da Avenida Brasil entre Deodoro e o Centro, estará concluída no início de 2016 e terá capacidade para 900 mil usuários por dia. NTU URBANO – Qual a expectativa em relação ao sistema de transportes da cidade após a conclusão de todas as linhas? PAES - Hoje, apenas 18% da população do Rio tem acesso ao transporte de massa. Em 2016, quando os quatro corredores BRT já estiverem inaugurados, esse número chegará a 63%. Vamos mudar a mobilidade de cariocas e visitantes pela cidade e melhorar as condições de quem usa o transporte público no Rio. O nosso objetivo é fazer, além de Jogos Olímpicos excelentes, uma profunda transformação no Rio.
“Hoje, apenas 18% da população do Rio tem acesso ao transporte de massa. Em 2016, quando os quatro corredores BRT já estiverem inaugurados, esse número chegará a 63%.”
Raio-X dos sistemas BRT do Rio de Janeiro
Transoeste
Transcarioca
Transolímpica
Transbrasil
inaugurado em julho de 2012
estimada para o fim de 2013
estimada para o fim de 2015
ainda não iniciada
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Saúde e bem-estar para trabalhadores do transporte público Práticas de ergonomia, sala de fisioterapia e cadeiras adaptadas são algumas das soluções encontradas pelas empresas para melhorar a vida dos funcionários
O Fotos Arquivo/Viação Nossa Senhora de Lourdes
mundo corporativo já se deu conta da importância da saúde e do bem-estar dos trabalhadores, principalmente, para o sucesso dos negócios. Com as empresas de transporte coletivo urbano, a realidade não é diferente. Atualmente, a busca por soluções que garantam um ambiente de trabalho saudável pode ser encontrada de Norte a Sul do país. A ideia é cada vez mais reduzir acidentes, problemas de saúde e doenças profissionais desencadeados pelo trabalho que possam ocorrer pela atividade cotidiana constante e repetida, além de evitar as faltas no trabalho por motivo de doença, que comprometem a saúde do trabalhador e da própria empresa. Para a fisioterapeuta do trabalho e ergonomista certificada pela Associação Brasileira de Ergonomia Lucy Mara Baú, é comum a queixa de motoristas e cobradores de ônibus de desconfortos por ficarem sentados por várias horas na mesma posição e nem sempre na postura adequada.
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Segundo a especialista, existem soluções que podem ser adotadas para a melhoria da saúde e bem-estar dos funcionários da empresa. “No caso deles, é preciso orientar para o uso correto do encosto da cadeira”, explica Lucy.
fita adesiva colorida) e crioterapia. “Contamos com quatro profissionais de saúde (uma fisioterapeuta, dois médicos do trabalho e uma técnica de enfermagem). O centro funciona duas vezes por semana das 9h às 17h e atende cerca de 200 pacientes por mês”, relata Adriane.
SAIBA MAIS Além dos trabalhos específicos com os funcionários, como exercícios de distensionamento, micropausa, postura compensativa e de aquecimento antes do início da jornada de trabalho, a fisioterapeuta revela que a principal mudança tem que ser nos hábitos dos próprios empregados. “Precisamos estimular esses profissionais a mudarem certos hábitos que eles têm fora do ambiente de trabalho”.
Cinesioterapia Conjunto de atividades físicas com finalidade terapêutica. Crioterapia Processo terapêutico baseado em aplicações de gelo, neve carbônica e outros meios de frio intenso.
CADEIRA SPAGHETTI
CENTRO DE FISIOTERAPIA A solução encontrada pela Viação Nossa Senhora de Lourdes, do Rio de Janeiro (RJ), foi a implementação de um Centro de Fisioterapia no pátio da instituição. Segundo a empresa, desde 2005, quando foi inaugurado o centro, houve uma grande redução dos problemas laborais como dores na coluna, no joelho e nas articulações, principalmente de motoristas e cobradores. “Percebemos isso pela redução do número de colaboradores afastados e com dispensas por motivo de saúde”, diz a fisioterapeuta de empresa, Adriane Lopes. Hoje, o Centro de Fisioterapia dispõe de uma sala com aparelhos indicados como: infravermelho, ultrassom e ondas curtas. Além de realizar tratamentos de cinesioterapia (feito com thera-band, semelhante a uma
A Pedrosa Transportes, que atua no estado de Pernambuco, tinha um problema com o revestimento sintético das cadeiras dos ônibus. O material impedia a troca de calor com o meio ambiente e prejudicava os motoristas e cobradores. O calor da região e o desconforto sentido pelos colaboradores foram alguns dos motivos que levaram à substituição dos assentos convencionais por outros com fibras de nylon, mais conhecidas como cadeiras Spaghetti. A mudança, ocorrida em 2008, eliminou as queixas e foi muito bem re-
cebida por motoristas e cobradores. “Além de ser confortável e ergonômica, ela permite aeração, evitando o calor excessivo do nosso clima quente do nordeste”, avalia o diretor executivo da Pedrosa Transportes, Antero Frederico Mota Parahyba. A empresa, que possui frota de 128 veículos, 270 motoristas e 270 cobradores, ficou em primeiro lugar na região metropolitana do Recife na última Pesquisa de Satisfação feita pelo Instituto Harrop, e está entre as 15 melhores empresas para se trabalhar em Pernambuco, segundo o Instituto Great Place to Work.
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Transporte coletivo investe em sustentabilidade EMPRESAS DE ÔNIBUS IMPLEMENTAM PROJETOS SUSTENTÁVEIS com retorno garantido em curto prazo
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prática de atividades e ações sustentáveis dentro de empresas de vários segmentos tem sido importante para suprir as necessidades atuais da sociedade sem comprometer o futuro das próximas gerações. É esse o pensamento que orienta as empresas de transporte coletivo urbano na busca de soluções inovadoras para garantir uma melhor qualidade de vida para todos. Exemplo disso foi o trabalho realizado pela Transportadora Itamaracá, de Recife (PE), que criou o Projeto Ecodiesel, em 2008. Desde o lançamento até 2012, a empresa conseguiu um aumento do rendimento do óleo diesel da frota em 5,7%, passando de 2,63 para 2,78 quilômetros por litro. “Além da melhora na qualidade
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dos nossos serviços, o projeto registrou em 2012 uma economia de mais de 550 mil litros de combustível, o equivalente a cerca de R$ 1 milhão. Isso representa menor consumo de recursos naturais, menor poluição ao meio ambiente e aumento na vida útil de componentes dos veículos”, detalha Felipe Arruda, do Núcleo de Excelência Operacional da Transportadora Itamaracá. O Ecodiesel foi apontado pelo órgão certificador Bureau Veritas Certifica-
tion como um diferencial da empresa, logo que a Itamaracá Transportes conquistou a ISO 14001 - Meio Ambiente, em fevereiro de 2010. Já a empresa capixaba Granvitur Fretamento e Turismo, preocupada com os resíduos e o lixo gerados pela manutenção da frota, criou um programa de educação ambiental para conscientização dos colaboradores da empresa quanto à conservação do meio ambiente, tendo como princípio a segregação dos
Projeto Ecodiesel: Transportadora Itamaracá obteve em 4 anos um aumento de 5,7% do rendimento do óleo diesel da frota, passando de 2,63 para 2,78 quilômetros por litro. Uma economia de mais de 550 mil litros de combustível, o equivalente a cerca de R$ 1 milhão.
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resíduos na sua origem, sua correta destinação e o consumo consciente. O Projeto Coletiva – fusão dos nomes “Coleta” e “Seletiva” – já conseguiu resultados tangíveis em curto prazo, principalmente, de otimização do processo. A estratégia inicial foi privilegiar a durabilidade e a vida útil estendida na aquisição de peças, produtos e componentes, inclusive pelo fato de que alguns destes produtos são contaminantes e requerem cuidados especiais em seu manuseio, segregação e descarte. Nos outros setores, foram identificados resíduos com alto potencial de reciclagem, como papel, plástico, papelão, etc, gerando uma estratégia específica de atuação com foco em reciclagem. A partir de novembro de 2009, a empresa passou a gerar uma receita mensal de R$920,00 e deixou de enviar 22 toneladas/ano de lixo aos aterros. Além dos números expressivos, a Granvitur também celebra o valor intangível alcançado pelas boas práticas de conservação do meio ambiente a partir da reciclagem desses materiais (que outrora eram considerados lixo), da contribuição para o aumento da vida útil dos aterros, e da educação e conscientização dos colaboradores para que sejam multiplicadores também em seus lares.
DESPOLUIR Em 2007, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest/Senat lançaram o Despoluir, programa voluntário para promover o engajamento de transportadores de passageiros e de cargas, caminhoneiros autônomos, taxistas e a sociedade em ações de conservação do meio ambiente. Segundo a CNT, em dezembro de 2012 o índice de aprovação dos veículos do setor foi de 90,85%. A entidade acompanha mensalmente os níveis de emissão de poluentes das empresas por meio do programa Despoluir, desde a sua criação.
Atualmente participam do programa cerca de 800 empresas de transporte coletivo urbano, além da parceria de 11 Federações de Transporte de Passageiros.
A CNT destaca que tem observado uma melhora significativa, o que demonstra a importância do programa e a preocupação das empresas em manter seus
veículos sempre em bom estado de conservação. Desde 2007 a Confederação aferiu mais de 87 mil veículos. Para a CNT, as metas do Despoluir para os próximos anos são de implementar novos projetos, ampliar os trabalhos já realizados e aumentar as atividades de educação ambiental oferecidas aos trabalhadores do setor. De acordo com a CNT, além da busca pela redução das emissões durante o transporte, é importante que as empresas implantem atividades de gestão ambiental, como reuso de água, melhor gestão dos insumos e resíduos, etc. A instituição ressalta que as ações do Despoluir ajudam as empresas a obterem seus certificados ambientais, como o ISO 14.000, melhorando a imagem das companhias perante a sociedade. Além dos benefícios diretos para o meio ambiente e à qualidade de vida da população, as ações de conscientização dos agentes envolvidos têm como consequência a redução de custos, o aumento da eficiência operacional das empresas e a melhoria do relacionamento com órgãos fiscalizadores.
Fotos Lilian Miranda
“É uma vitória abraçar um projeto de caráter socioambiental que trouxe como resultado a redução do impacto ambiental e conseguir obter não só os resultados que a equipe esperava, como também ser reconhecido”, celebra a colaboradora da Granvitur Bianca Maestri. Trabalho de aferição veicular em ônibus
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Empresas podem aderir ao seguro para motoristas a baixo custo Legislação tornou obrigatório o seguro, que prevê apólice de dez vezes o piso salarial da categoria. Seguradora oferece três categorias de planos.
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onhecida pela polêmica em torno da jornada de trabalho dos motoristas, a lei 12.619 de 2012, que regulamentou a profissão, tornou obrigatório o seguro destinado à cobertura de riscos pessoais inerentes à atividade para o condutor, seja ele autônomo ou celetista. De acordo com a nova legislação, o benefício deve cobrir os riscos pessoais inerentes à atividade. O valor mínimo da apólice deve ser de dez vezes o piso salarial da categoria ou o montante superior fixado em acordo coletivo de trabalho.
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Para auxiliar as empresas a cumprirem a lei, a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a Associação Nacional dos Transportes Urbanos
A ideia de criar uma modalidade de seguro específica para os empresários do setor surgiu da necessidade de encontrar um sistema mais barato e eficiente, capaz de abranger um grande número de profissionais.
(NTU), a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) e a Associação Nacional do Transporte de Cargas e
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Logística (NTC) estabeleceram um convênio junto à Nobre Seguradora. Para contratar o serviço, basta que, além de credenciada à CNT, a empresa tenha motoristas em seu quadro. Profissionais autônomos também podem aderir a essa apólice. O presidente da NTU, Otávio Cunha, explica que a ideia de criar uma modalidade de seguro específica para as empresas do setor surgiu da necessidade de encontrar um sistema mais barato e eficiente capaz de abranger um grande número de profissionais. “Buscamos uma seguradora que considerasse a massa de beneficiários para ter um preço mais barato e acessível”, resume. Segundo ele, a operacionalização do sistema é muito simples. E, como várias empresas já trabalham com seguros de alguma forma, o interessado no serviço poderá comparar com as demais seguradoras as vantagens do contrato com a Nobre Seguradora. “Via de regra, as empresas já têm seguro de alguma forma, seja o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) ou tantos outros tipos. Portanto, no momento da renovação, as empresas poderão consultar o seu corretor de confiança para comparar as propostas”, salienta o presidente da NTU.
Cunha acredita ser difícil superar essa apólice “por força da massa de segurados que a Nobre vai ter”. “É uma questão comercial de quem pode fazer o melhor preço”, explica. O formato dessa apólice permite que qualquer corretor entre em contato com a seguradora e faça uma negociação. A proposta já está disponível no site da Nobre Seguradora (www. seguromotorista.com.br), onde é possível simular o cálculo do custo médio por trabalhador em três planos, conforme o quadro abaixo. O diretor comercial da Nobre Seguradora, José de Sousa Barbosa, esclarece que o valor é indexado ao salário base da categoria, que varia entre R$ 900 e R$ 2 mil. Ele destaca que a Nobre é especializada no segmento de transporte e que há incentivos para ampliar o tipo de cobertura. “Na contratação do seguro de vida e acidentes pessoais, os custos estão com significativa redução”, ressalta.
“É uma segurança a mais para o profissional e também para a empresa. É um mecanismo de valorização da vida. Em Fortaleza, os profissionais não vão perceber esse avanço, mas a partir do momento em que o governo torna essa medida obrigatória, ela ganha uma escala em que se consegue espaço para o setor negociar”, afirma.
Fique de olho A lei 12.619 de 2012, responsável por regulamentar a profissão de motoris-
Algumas empresas já negociaram o dispositivo em convenções coletivas e contam até com o benefício mais amplo, que inclui aposentadoria por invalidez. O empresário Dimas Humberto, da Auto Viação São José, conta que no Ceará o seguro já faz parte da rotina dos motoristas e dos empregadores.
tas determina que todos os trabalhadores neste setor tenham um seguro destinado à cobertura de riscos pessoais inerentes à atividade. Confira as especificidades desse benefício: • É de responsabilidade do empregador; • Obrigatório para todos
Comparativo de planos Coberturas Morte acidental
Plano I
Plano II
os profissionais; Plano III
• O valor mínimo da apólice é de dez vezes o piso salarial da categoria.
Invalidez permanente por acidente Morte natural ou acidental Assistência funeral Verba rescisória Fonte: Nobre Seguradora
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Brasil vai inaugurar mais de 250 quilômetros de BRT em 2014 Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre pretendem iniciar novas operações em sistemas BRT nos próximos meses. Até 2016, mais mil quilômetros devem ser implantados
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o projeto abstrato às pistas concretas. Após quatro anos do lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento “PAC Copa do Mundo”, é assim que, em breve, sete cidades brasileiras, que irão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014, poderão resumir os longos meses de investimentos na moderna, eficiente e sustentável mobilidade urbana tão sonhada pelos brasileiros. Desde 2009, o Governo Federal já disponibilizou R$ 51 bilhões para a infraestrutura do transporte público e da mobilidade urbana de forma geral. Os recursos foram disponibilizados por meio dos PACs Copa do Mundo, Mobilidade Grandes Cidades e Mobilidade Médias Cidades. Hoje, parte dessa verba está sendo utilizada na implantação de corredores exclusivos de ônibus e sistemas rápidos de ônibus, os conhecidos BRT (Bus Rapid Transit). Até 2014, a previsão é de inaugurar cerca de 250 quilômetros de novas linhas de BRT nas cidades de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curiti-
ba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). Até 2016, 25 cidades brasileiras estarão com o foco na implantação desses sistemas que prometem revolucionar a mobilidade urbana nessas cidades e inspirar outras cidades a investirem nessa solução. No total, serão 113 projetos, sendo 53 de BRT com 697 km de extensão e 60 de corredores exclusivos, que somarão 575 km. Juntos, esses projetos totalizam 1.272 km de vias para os ônibus circularem livres e com eficiência. Serão nove mil veículos BRT, operando em 442 estações e 60 terminais. Tudo isso em benefício de mais de 57 milhões de brasileiros.
Até 2016 serão inaugurados 1.272 quilômetros de corredores exclusivos para ônibus. Serão nove mil novos ônibus em operação, 442 estações e 60 terminais. Tudo isso beneficiará o transporte de mais de 57 milhões de brasileiros.
Brasília Mesmo não estando no cronograma das obras de mobilidade urbana para a Copa de 2014, a capital federal tem previsão de finalizar as obras do Expresso DF, sistema que ligará as regiões administrativas de Santa Maria, Gama, Park Way ao Plano Piloto - centro de Brasília- até dezembro de 2013. Com 43 km de
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extensão, o sistema terá capacidade diária de transportar cerca de 200 mil passageiros. Ao todo, serão 15 estações com embarque em nível e 15 passarelas para a segurança de travessia dos pedestres. Quando em operação, o BRT do Distrito Federal prevê uma redução no tempo de viagem de 90 para 40 minutos. O monitoramento da frota, feito pelo Centro de Controle Operacional (CCO), ajudará no controle do tempo do percurso e também em casos de emergências. O novo sistema terá ramais no Gama (8,7km de extensão) e em Santa Maria (5,3km). O trecho se tornará único a partir de um ponto de encontro na BR-040, a 27,8km de dois pontos de desembarque no Plano Piloto (terminal Asa Sul e rodoviária do Plano Piloto). Belo Horizonte Outros projetos que estão em dia e devem ser inaugurados no primeiro semestre de 2014 são os de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A cidade toca quatro obras de BRT previstas na matriz de responsabilidades para a Copa do Mundo. As quatro obras são: corredor Antônio Carlos/Pedro I, corredor Carlos Luz/Pedro II, corredor Área Central
e corredor Cristiano Machado. Serão 41,6 quilômetros com mais de 60 estações e cerca de 420 ônibus. A demanda diária estimada é de 750 mil passageiros em todos os corredores. O caso de Belo Horizonte é tão positivo que foi usado recentemente como exemplo pelo juiz federal Marllon Sousa em uma decisão contra as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá (MT), que visava a construção e implantação do modal. Na decisão, o magistrado destacou que, se Belo Horizonte, que tem 2,4 milhões de habitantes, adotou o BRT, não há justificativa para Cuiabá escolher o VLT, que é um modelo mais oneroso para o poder público. Segundo o diretor-presidente da BHTrans, Ramon Victor César, em cada corredor o sistema contará com linhas expressas e paradoras. Haverá ainda linhas interligando os corredores de BRT com os demais da cidade. “O BRT será expandido progressivamente para outros corredores que justifique a implantação de média/ alta capacidade, conforme previsto no Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte. Estamos concluindo o projeto na avenida Pedro II e o próximo a ser desenvolvido será o da avenida Amazonas. O plano prevê que toda a rede seja implantada até 2020”, afirma César.
Curitiba Cidade pioneira na concepção dos sistemas BRT, Curitiba, vai expandir a Linha Verde, o BRT brasileiro mais conhecido do mundo. O corredor, que hoje possui 22 km em sua extensão, já está em fase de construção de mais 3 km. O projeto também contempla o fechamento lateral das estações tubos com vidros de película interna, capaz de reduzir a incidência de luz solar e aumentar o conforto térmico. As estações possuem sistemas de captação de águas de chuva, que serão utilizadas para a limpeza das instalações. Com recursos do PAC da Copa e contrapartidas, a extensão da Linha Verde Sul tem custo estimado de R$ 15,5 milhões e previsão de ser entregue à população até maio de 2014, conforme ofício entregue em dezembro de 2012 pela prefeitura da capital paranaense ao Ministério das Cidades. Por falta de repasse de recursos, as obras haviam sido paradas, mas foram retomadas em janeiro de 2013. Atualmente, Curitiba opera com uma rede de transporte totalmente integrada formando um sistema completo de BRT com 81 km de extensão de corredores e ainda com a previsão de inauguração – em maio de 2014 – do Corredor Aeroporto Rodoviária (15 km) e a reforma do Corredor Avenida Cândido de Abreu (1,1 km).
Capital mineira vai inaugurar mais de 40 km
Fortaleza
de corredores exclusivos para ônibus
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A prefeitura de Fortaleza, no Ceará, criou recentemente uma secretaria especial para a Copa do Mundo. A cidade deve receber dois jogos da seleção brasileira no Mundial. O
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órgão vai acompanhar as obras e tentar resolver os problemas de logística que envolvem a criação dos corredores exclusivos para a implantação dos sistemas BRT. Em um mês, a secretaria iniciou o acompanhamento semanal dos órgãos, instituições e empresas envolvidas. “Entre eles, estão o deslocamento de linhas telefônicas, postes de iluminação pública e gás que não estavam previstos nem no projeto inicial nem no orçamento”, explica o secretário recém-nomeado Domingos Neto. As obras agora se concentrarão nas etapas de alargamento, terraplanagem, pavimentação, urbanização, paisagismo e sinalização de vias. Na capital cearense, são quatro projetos de BRT nas avenidas Dedé Brasil, Paulino Rocha, Alberto Craveiro e Raul Barbosa, que totalizam 20 quilômetros de extensão. Serão 52 novas estações com demanda diária estimada em 245 mil pessoas no total. Nos horários de pico, cada corredor atenderá a uma demanda concentrada que varia de 6 a 11 mil pessoas. Segundo Domingos Neto, o projeto foi pensado não só para atender a rede hoteleira e turística, mas para facilitar o deslocamento em toda a cidade, deixando um legado para as próximas gerações. “As vias que dão acesso à região onde se localiza o setor hoteleiro, o aeroporto e o estádio Castelão estão nesse fluxo. Também estão regiões muito afetadas por congestionamentos. Tratam-se de vias que ligam os locais de maior fluxo, onde as pessoas trabalham, aos bairros dormitórios. O legado fica para a cidade, sem dúvida”, explica.
Recife deve inaugurar o BRT Norte/Sul para beneficiar 180 mil pessoas
Recife Os projetos dos três sistemas BRT previstos para a cidade de Recife fazem parte das obras de infraestrutura de mobilidade urbana destinadas à Copa do Mundo de 2014. Juntos, somam cerca de 50 quilômetros de vias exclusivas para ônibus. Ao longo de todo o sistema, serão implantadas ciclovias com o objetivo de estimular a integração com o transporte público. Os corredores previstos para serem entregues até o Mundial são o Norte/Sul, o Leste/ Oeste e o Corredor Ramal da Copa. O corredor Norte/Sul conta com dois trechos, sendo o primeiro já em obra com 33,2 km (de Igarassu até o Centro da Cidade), previsto para setembro de 2013, e com investimento de R$ 151 milhões. Esse trecho terá 33 estações e vai beneficiar cerca de 180 mil passageiros por dia quando estiver concluído. O segundo trecho, do Tacaruna até o Terminal de Joana Bezerra, cerca de 4,8 km de extensão, terá sua obra iniciada ainda neste trimestre e contará com 9 estações de embarque e desembarque. O investimento para esse trecho é de R$ 110 milhões. A obra será entregue em dezembro de 2014. O corredor Leste/Oeste, previsto para fevereiro de 2014 terá 12,3 km de extensão e um investimento de R$ 145 milhões, beneficiando a re-
gião metropolitana de Recife, por meio da interligação da Avenida Caxangá à Cidade da Copa. Isso será feito por meio da UR-7, em São Lourenço da Mata, onde o BRT atenderá o terminal e a estação de metrô a serem inaugurados. Outro corredor que ficará pronto até 2014 será o Ramal da Copa. Com investimento de R$ 131 milhões, o Ramal tem 6,3 km de extensão e também vai operar com o sistema BRT ou o Transporte Rápido por Ônibus (TRO), como é chamado em Recife. Sua principal função é levar à população usuária de ônibus até a Arena da Copa. Sua primeira fase (ramal interno) será entregue em abril de 2013. Em junho, para a Copa das Confederações, outro trecho estará concluído e em dezembro deste ano, todo o Ramal será entregue. Serão beneficiados 20 mil passageiros/dia. Rio de Janeiro Outra cidade que está com os projetos adiantados visando melhorias de mobilidade tanto para os eventos esportivos quando para a população é o Rio de Janeiro. Em 2012, foi inaugurado o BRT Transoeste com 31 estações. O corredor tem 56 km de extensão total e liga a Barra da Tijuca à Santa Cruz e Campo Grande com capacidade para transportar 220 mil passageiros por dia.
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plantado. Juntos, esses corredores farão parte de um sistema tronco-alimentador formando uma rede estrutural destinada a racionalizar e integrar o sistema de transporte público coletivo da cidade. BRT Transcarioca terá uma ponte exclusiva para os ônibus.
A previsão é que até agosto deste ano o corredor esteja funcionando completamente com as 53 estações previstas. Até agora, o projeto já atingiu o objetivo de reduzir pela metade o tempo de viagem do carioca nessa região. Além do Transoeste, o Transcarioca também está previsto para ser concluído em 2013. A linha terá 41 km de extensão, 46 estações e capacidade máxima para transportar 400 mil pessoas por dia. O BRT Transcarioca vai ligar o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim até a Barra da Tijuca, passando pela Penha e a Ilha do Governador. Nesse trecho, está sendo construída a Ponte Estaiada da Ilha do Governador, que será usada exclusivamente pelos ônibus. Serão 400 metros de ponte construídos ao lado do atual acesso sobre a Baía de Guanabara. A expectativa é de grande redução no tempo de viagem. De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, o trajeto entre a Ilha do Governador e Santa Cruz, que é de até três horas em horário de pico, poderá ser feito em 50 minutos com os novos corredores. O diretor de Comunicação e Marketing da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Esta-
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do do Rio de Janeiro (Fetranspor), Paulo Fraga, lembra que essa rapidez do deslocamento é o que faz do BRT um exemplo mundial para solução em transporte. “Na verdade, o BRT é uma tendência mundial. Hoje, se você for parar para analisar, os grandes projetos de mobilidade urbana no mundo estão focados no BRT. E, se você for comparar, o custo para implantação da malha ferroviária e metroviária é muito alto. Por isso, o BRT é tão viável”, justifica. Porto Alegre Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é mais uma cidade que está melhorando sua mobilidade urbana por meio do BRT. A capital já possui três corredores - Protásio Alves, Bento Gonçalves e João Pessoa -, que serão modernizados e um novo corredor, o Padre Cacique, será im-
A cidade reinaugura até agosto deste ano os corredores adaptados para BRT João Pessoa, Protásio Alves e Bento Gonçalves. O projeto com os três corredores prevê 17,2 quilômetros somando custos no valor de 199,5 milhões com desapropriações. Na Avenida Bento Gonçalves a adequação será entre os terminais Azenha e o Terminal Antônio de Carvalho, numa extensão aproximada de 6,5 km, e com previsão de 12 estações de embarque e desembarque. O corredor da Avenida Protásio Alves está localizado entre a Rua Sarmento Leite e a Rua Saturnino de Brito numa extensão de aproximadamente 7,5 km, com previsão de 14 estações de embarque e desembarque. Já o corredor da Avenida João Pessoa terá a adequação no trecho compreendido entre a Avenida Azenha e Avenida Salgado Filho com extensão aproximada de 3,2 km, com previsão de 8 estações e 1 estação de integração multimodal.
Porto Alegre está modernizando os corredores exclusivos para inaugurar BRT neste ano
C a pa De olho nas obras A NTU lançou em 2012 o projeto BRT Brasil no intuito de acompanhar a implantação desses projetos no Brasil. O monitoramento é realizado por uma rede técnica, composta por profissionais das empresas de transportes associadas e dos órgãos públicos envolvidos nas implantações do BRT. Essa rede alimenta o banco de dados da NTU, que pode ser consultada em www.brtbrasil.org.br. O presidente da NTU, Otávio Cunha, lembra que em todo o Brasil serão 1.272 quilômetros de corredores. Isso representa investimentos privados em veículos e sistemas inteligentes com monitoramento da
operação em tempo real, por GPS, e gerenciamento por meio do Centro de Controle Operacional (CCO). “Estamos falando em R$ 8 bilhões de investimentos privados, 521 estações e 60 terminais”, ressalta. Cunha destaca que a priorização do transporte público coletivo em detrimento do individual é a solução para melhorar a mobilidade nas cidades. Ele lembra que é possível, num sistema BRT, com ônibus articulados e biarticulados, atingir demandas de 40 a 45 mil passageiros por hora e por sentido. “Poucos metrôs no mundo operam com essa capacidade. Você consegue melhorar muito a qualidade do transporte
e as viagens vão ser muito mais rápidas”, aponta. A qualidade, eficiência e segurança, aliados à maior velocidade comercial, vai estimular o usuário do transporte público individual motorizado a migrar para esse sistema. A expectativa é que haja uma transferência em torno de 20% para o transporte coletivo. “O BRT é uma invenção brasileira que ganhou o mundo, presente em mais de 145 cidades. O maior conforto e a rapidez proporcionados pelo BRT certamente convencerão o usuário do automóvel a usar o transporte público como uma boa opção de deslocamento”, opina.
Projetos de BRT previstos para conclusão até 2014 Ganhos de mobilidade Os projetos de mobilidade contribuirão para a melhoria dos principais indicadores de qualidade do transporte público. Entre eles: • Aumento de 2% ao ano dos passageiros transportados; • Transferência superior a 20% das viagens do transporte individual para o coletivo; • Redução de 40% no tempo de viagem; • Aumento de 78% na velocidade média nos corredores; • Aumento significativo de confiabilidade dos serviços. Fonte: ITDP, 2008; FTA, 2006;
Cidade
Corredor
Belo Horizonte
Corredor Antônio Carlos/Pedro I
Demanda diária de passageiros*
Km 16
350 mil
Belo Horizonte
Corredor Pedro II/ Carlos Luz
12
Não informado
Belo Horizonte
Corredor Área Central
7,6
135 mil
Belo Horizonte
Corredor Cristiano Machado
6
250 mil
Brasília
Expresso DF
43
220 mil
Curitiba
Expansão Linha Verde
3
22 mil
Curitiba
Corredor Aeroporto Rodoviária
15
Não informado
Curitiba
Corredor Avenida Cândido de Abreu
1,1
Não informado
Fortaleza
Avenida Dedé Brasil
7
49 mil
Fortaleza
Av. Alberto Craveiro
2,5
49 mil
Fortaleza
Av. Paulino Rocha
3,5
59,3 mil
Fortaleza
Raul Barbosa
7
88,5 mil
Recife
Corredor Norte Sul
38
180 mil
Recife
Corredor Leste Oeste
12,3
126 mil
Recife
Ramal da Copa
6,3
20 mil
Rio de Janeiro
Transcarioca
41
400 mil
Porto Alegre
Corredor João Pessoa
3,2
55,5 mil
Porto Alegre
Corredor Bento Gonçalves
6,5
Não informado
Porto Alegre
Corredor Protásio Alves
7,5
Não informado
253
2 milhões
Total Fonte: NTU / Portal da Transparência do Governo Federal / Consórcio BRT-Sul *Estimativa.
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M o b i l i d a d e suste n táv e l
Integração entre bicicleta e transporte público já se torna realidade no país Modelos do Rio de Janeiro e Sorocaba são exemplos para o país. A Lei da Mobilidade Urbana tem como diretriz a integração dos meios não motorizados ao transporte público coletivo.
O Rio de Janeiro é um bom exemplo a ser citado. De acordo com a organização não governamental Transporte Alternativo, que monitora o sistema na cidade, 600 mil pessoas usam a bicicleta na região metropolitana. A cidade possui 270 quilômetros de ciclovia - a maior malha do país - e mantém o projeto Bike Rio, que aluga bicicletas para a população. O principal atrativo do projeto é o preço. Um passe no valor de R$ 10 dá direito ao uso das bicicletas por um mês. São 60 estações e 600 bicicletas em diversos pontos da cidade.
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A integração entre ônibus e bicicleta vai ao encontro dos preceitos de mobilidade sustentável e principalmente em atendimentos as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Com um projeto mais ousado, a cidade de Sorocaba (SP) lançou em 2012 o IntegraBike. Trata-se de um empréstimo de bikes para os cidadãos usarem somente na cidade. São 152 bicicletas distribuídas em 15 estações. O projeto possui mais de cinco mil usuários cadastrados. A média é três viagens por dia para cada bicicleta. Um dos requisitos para usufruir d veículo é possuir um dos cartões do serviço de transporte coletivo. Isso garante que o cidadão use a bicicleta integrada ao transporte público. Esses projetos têm inspirado diversas cidades a implantar essa solução de mobilidade. Em funcionamento há dois meses, o Projeto Bike Santos, no litoral de São Paulo, já possui aproximadamente 19.500 usuários cadas-
trados e quase 42 mil viagens nesse período. O mesmo sucesso já pode ser confirmado em outras cidades do estado de São Paulo, como Campinas e São Caetano do Sul, além de Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
Foto Divulgação
A
preocupação com a saúde e a busca de novos meios de deslocamento tem feito mais pessoas usarem a bicicleta como uma alternativa ao automóvel. A exemplo de cidades como Barcelona, na Espanha, e Paris, na França, que incentivam o uso da bicicleta, algumas cidades brasileiras já possuem projetos que disponibilizam bikes para a população. O objetivo é que os cidadãos usem o modal como uma forma de integração com o transporte público coletivo.
Projeto IntegraBike, de Sorocaba (SP), é exemplo de integração das bicicletas com o transporte público
M o b i l i d a d e suste n táv e l
Ao contrário do paraciclo, que tem na maioria das cidades, o bicicletário é uma sala segura, onde você tem estrutura para deixá-las ali”, explica.
Integração
O plano do Governo do Distrito Federal é construir 600 quilômetros de ciclovias integradas ao transporte público até 2014.
Conheça alguns apps que podem ajudar na mobilidade urbana sustentável BikeRio, BikeSampa e BikePoa O usuário paga uma adesão de R$ 10, acessa os mapas das estações, compra passes de aluguel de bicicleta e destrava a bike para o uso. Viagens de até meia hora são gratuitas, após esse prazo são cobrados R$ 5 a cada 30 minutos.
Strava e Map My Run É possível transformar a bicicleta em um GPS. O percurso é transformado em um gráfico de
Foto Arquivo pessoal
A mobilidade sustentável tem despertado o interesse de pessoas que usam a bicicleta em outros locais do país, mas gostariam de ver uma integração mais efetiva entre a bicicleta e o ônibus. O diretor de Transportes da empresa de Trânsito e Transportes de Sorocaba (Urbes), Celso Bersi, ressalta que, na cidade, a integração entre ônibus e bicicleta vai ao encontro dos preceitos de mobilidade sustentável e principalmente em atendimentos as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. “O serviço contratado garante a locação de bicicletas reservas e a execução de manutenções preventivas e corretivas, além da disponibilidade de software específico do programa”, conclui.
TECNOLOGIA
desempenho. Assim, além de fugir do trânsito, é possível acompanhar os benefícios para a saúde.
Waze O usuário tanto de transporte público como bicicleta pode descobrir os pontos de congestionamento da cidade e fugir dos acidentes.
O radialista Daniel Abreu Aragão, que começou a usar a bicicleta como meio de transporte há pouco tempo em Brasília, espera que a cidade implante projetos e campanhas que integrem mais de um modal. “O ideal é a gente poder chegar até o terminal, pegar um ônibus até a próxima cidade e alugar uma bicicleta. Brasília é uma cidade plana. Isso favorece muito o uso da bicicleta, mas é preciso estrutura para que a gente consiga integrar os meios de transporte”, sugere. Daniel abandonou o carro e passou a usar o transporte coletivo em conjunto com a bicicleta. “São 20 km entre o trabalho e a minha casa. Um trajeto que hoje faço em 45 minutos, antes eu levava até uma hora em horários de pico”, explica. Ele sugere que as cidades invistam em projetos como do Rio de Janeiro e Sorocoba. “O investimento em bicicletários também é uma excelente alternativa.
Assim, dá para optar pela melhor linha de ônibus e trecho para utilizar a bike.
Ride off carbono O app mostra quanto de CO2 o usuário emite rodando de carro e o quanto pode reduzir andanDaniel pedala 40km para ir e voltar
do de ônibus ou bicicleta. Basta abrir o aplicati-
do trabalho em Brasília
vo quando estiver na rua para realizar o cálculo.
Ecocâmara A Câmara dos Deputados, em Brasília, implantou o Programa de Mobilidade Sustentável, em que oferece uma infraestrutura interna que permita que seus funcionários utilizem algum meio de transporte sustentável, proporcionando melhores condições e mais conforto àqueles que optarem por uma forma alternativa de mobilidade. A Casa dispõe de 40 armários individualizados em vestiários para os funcionários que utilizam a bicicleta ou outro meio não motorizado como meio de transporte para chegar ao trabalho.
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S e g ur a n ç a v i ár i a
Alerta nos corredores de BRT do Rio de Janeiro Autoridades da cidade estudam medidas para reduzir acidentes junto ao ônibus rápido Transoeste. Campanhas educativas são a principal aposta.
D
esde que começou a operar, em julho de 2012, o BRT Transoeste, do Rio de Janeiro, obteve um marco importante: 90% de aprovação da população. Mas junto à comemoração, veio também a preocupação com o alto número de acidentes, atropelamentos, mortos e feridos nas vias do ônibus rápido carioca e adjacências. A maior parte dos incidentes registrados, no entanto, é decorrente da falta de costume e conhecimento sobre a operação dos corredores de ônibus rápidos e ainda do descumprimento de normas de trânsito por motoristas (que fazem retornos em locais inadequados, muitas vezes invadindo o corredor exclusivo do Transoeste) e pedestres (que atravessam os corredores fora das faixas e longe dos semáforos). A região já era notória pelos registros de acidentes a atropelamentos antes do BRT e apesar de campanhas educativas prévias à sua implantação, os acidentes não foram evitados.
EDUCAÇÃO Preocupadas com o risco à população, as autoridades cariocas estão se movendo para evitar os acidentes e, principalmente, educar motoristas
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e pedestres para um bom convívio com os ônibus rápidos do BRT. A Secretaria Municipal de Transportes, por meio da CET-Rio, vem promovendo várias ações para evitar os acidentes ao longo do corredor e entorno do BRT Transoeste: panfletagens educativas; implantação de placas para pedestres e ciclistas não utilizarem o corredor expresso; visitas a 26 escolas da rede municipal situadas no entorno do corredor expresso (de Alvorada até Santa Cruz), com palestras e colocação de cartazes. Em outubro de 2012, foram iniciadas visitas a outras escolas em ouros trechos do BRT. Além disso, a campanha foi intensificada com cartazes externos nos ônibus (Busdoor). “Este ano a Prefeitura do Rio dará início a um novo projeto de educação no trânsito. Os trabalhos já estão sendo desenvolvidos e esperamos obter o mesmo sucesso conquistado pela cidade de Bogotá (Colômbia), que conseguiu reduzir irregularidades no trânsito com apoio de mímicos, sensibilizando pedestres e motoristas”, afirma o secretário de Transportes, Carlos Roberto Osório. A aposta na educação é reforçada pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
S e g ur a n ç a v i ár i a
Medidas punitivas são as menos eficazes. Por isso, é necessário trabalhar a educação e a cultura das pessoas, apostando em panfletagens educativas; implantação de placas para pedestres e ciclistas não utilizarem o corredor expresso; visitas a escolas da região e nas proximidades das estações; divulgação com apoio da imprensa e campanhas de alto impacto com imagens dos acidentes.
CONSELHOS OUTRAS MEDIDAS DE SEGURANÇA adotadas Segundo Alexandre Castro, gerentegeral do BRT Transoeste, medidas punitivas têm pouca eficácia. “É necessário trabalhar a educação e a cultura das pessoas, por isso apostamos em campanhas educativas em escolas da região e nas proximidades das estações, divulgação com apoio da imprensa, entre outros”, avalia Castro. O fato de o BRT englobar 53% do total dos investimentos e financiamentos federais de mobilidade urbana para a Copa do Mundo 2014 faz que a experiência do Rio de Janeiro seja uma vitrine para os demais estados. O gerente-geral do BRT alerta para alguns detalhes importantes. “É preferível, sempre que possível, que os corredores expressos utilizem interseções em desnível, em vez de cruzamentos com semáforo, já que a maioria dos acidentes ocorre quando motoristas de automóveis avançam o sinal ou fazem conversões proibidas. Passarelas e passagens subterrâneas para pedestres também são importantes, além de gradeamento, nas proximidades das estações para desmotivar travessias em pontos de riscos. Um planejamento paisagístico também pode ser utilizado com este fim, com a vantagem de harmonizar o corredor ao entorno”, detalha Castro.
• Visitas aos centros comerciais da área, com informações e a distribuição de cartazes alertando para o perigo da travessia fora da faixa. • Panfletagem para pedestres nas faixas. • Confecção, pelo Centro de Educação para o Trânsito da CET-Rio, de cartilhas com dicas de segurança para pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas. • Produção de spots sobre a travessia segura de pedestres para veiculação em rádios comunitárias de Santa Cruz. • Criação de um modelo de placa que indica a proibição de pedestres e ciclistas na faixa exclusiva do BRT (cerca de 100 unidades já foram implantadas). • Implantação de novas travessias com semáforos para aumentar a segurança dos pedestres que desejam cruzar a Av. das Américas. • Instalação de cercas-vivas com vegetação ao longo dos canteiros centrais nos pontos críticos para conter a travessia irregular de pedestres. • Remanejamento de pontos de ônibus para locais próximos às travessias sinalizadas.
PACTO PELA VIDA Em novembro de 2012, a NTU aderiu à campanha “Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida”, do Ministério das Cidades, com o objetivo de conscientizar os motoristas de ônibus sobre os perigos do trânsito e melhorar a imagem e segurança do serviço de transporte coletivo brasileiro. Nos ônibus urbanos, a NTU promoverá a divulgação da campanha em busdoor e cartazes internos nos veículos.
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Foto Arquivo/Aliança
A c o n te c e n a s em p res a s
Aliança Transportes coleciona prêmios por valorização do trabalhador Com projetos de saúde, segurança do trabalho e educação, a empresa de transporte é considerada uma das melhores empresas para trabalhar no Ceará
V
alorizar o trabalhador é uma forma de levar excelência à prestação do serviço de transporte. Por acreditar nisso, a Aliança Transportes, empresa de Fortaleza (CE), acumula prêmios e certificados na área. Em 2012, foram três reconhecimentos importantes. O grande destaque foi a premiação “Melhores Empresas para Trabalhar”, promovido pela consultoria Great Place to Work (GPTW) em 49 países e com apoio do jornal O Povo, em que apenas 40 empresas do estado foram selecionadas.
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Nesse ano, a empresa também foi agraciada com os prêmios “Empresa 100%”, entregue a empresas que não tiveram nenhuma multa aplicada pelos órgãos fiscalizadores e cujas frotas foram aprovadas pelo Despoluir, e “Melhoria da Qualidade do AR”, o qual foi conquistado pela segunda
vez consecutiva. Ambas as premiações são concedidos pela Federação das Empresas de Transportes do Ceará, Piauí e Maranhão (Cepimar). O sócio-diretor da Aliança, Gustavo Andrade Pessoa, ensina que o caminho para o sucesso vai além de
“O caminho para o sucesso vai além de manter os salários em dia e um bom programa de carreira. Tudo começa no planejamento anual da empresa”. Gustavo Andrade, sócio-diretor da Aliança.
A c o n te c e n a s em p res a s
manter os salários em dia e um bom programa de carreira. O profissional explica que tudo começa no planejamento anual da empresa. Nessa etapa, os gestores reúnem tudo que foi colhido durante o ano para um realinhamento de prioridades. “Diariamente, a postura de todos os gestores é a de colocar-se a disposição para a escuta de insatisfações ou de sugestões para a melhoria dos nossos processos”. Essa avaliação também inclui alterações nas rotinas de Recursos Humanos, o que é sentido diretamente pelos funcionários da empresa. O motorista Cláudio Roberto Lino Carneiro conta que o principal diferencial é a desburocratização. “A diferença na Aliança é que o nosso acesso ao gerente é totalmente aberto. Eles não colocam burocracia. Isso facilita muito”, afirma. Além de ouvir as insatisfações dos funcionários por meio dos gestores, a empresa oferece benefícios que garantem a valorização profissional. Entre eles, estão: plano de saúde, odontológico, seguro de vida, cartão de crédito, tíquete alimentação, cesta básica e convênios com bancos para financiamento de empréstimos.
Saúde e bem-estar Por meio do programa “Pra ser + Presente”, a empresa realiza projetos com foco social e na saúde dos funcionários. O “Pra ser + Presente/ Atestados”, por exemplo, verifica as condições de moradia, alimentação e saúde do colaborador afastado e oferece a ajuda necessária, que pode incluir remédios, orientação, marcação de consulta e carro para translado. Já no “Pra ser + Presente/ Nascimen-
tos”, a empresa celebra o nascimento dos filhos de funcionários. Pensando na saúde daqueles que trabalham diretamente com o transporte, a empresa firmou uma parceria com o curso de fisioterapia da faculdade Christus, que realiza estudos sobre doenças profissionais. Educação Além de ouvir as críticas e criar rotinas para dirimir eventuais insatisfações dos funcionários, a empresa atua para incentivar o crescimento profissional. A Aliança subsidia no mínimo 50% dos investimentos feitos em educação profissional, graduação tradicional e tecnológica, além de 100% da educação formal.
Aliança investe em educação formal e profissional dos seus colaboradores.
PRÊMIOS E CERTIFICADOS • Melhores empresas para trabalhar – 2012 • Empresa 100% - 2012
A empresa também criou a Escola de Formação de Motoristas, que é um centro formador dos profissionais. A aliança também mantém um acervo de mais de 500 livros na sala de leitura “Nirley Parra Pessoa”. A sala é um espaço reservado para a pesquisa, o estudo e os momentos de folga de todos os colaboradores. A biblioteca conta também com clássicos da literatura nacional e estrangeira, livros técnicos, poesias e literatura de cordel. “O espaço reflete a importância que os gestores da Aliança dão à cultura, pois acreditam que o conhecimento tem o poder de transformar vidas”, conclui Gustavo Pessoa.
• Prêmio Cearense de Melhoria da Qualidade do Ar – 2011/2012 • Prêmio Cearense de Melhoria da Qualidade do Ar – 2010/2011 • Prêmio Cearense de Melhoria da Qualidade do Ar – 2009/2010
PROGRAMAS DE SUCESSO Pra ser + Presente/ Atestados Apoio ao colaborador afastado com remédios, orientação, marcação de consulta e translado Pra ser + Presente/ Nascimentos Celebração do nascimento
Cláudio Carneiro conta que a união de todas as atividades traz bem estar e mais motivação. “Eu participo das atividades de esporte, lazer, saúde. Todos esses eventos que a empresa faz eu participo. Sempre me consulto com fisioterapeuta, participo de palestra. Isso faz diferença”, conta.
dos filhos de funcionários Escola de Formação de Motoristas Centro formador dos profissionais Sala de Leitura Acervo de mais de 500 livros em um espaço reservado para pesquisa e estudo
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Pa r a d a Obr i g at ó r i a
AUMENTO DO ÓLEO DIESEL
MAIS PRIORIDADE AO TRANSPORTE COLETIVO
O aumento do óleo diesel anunciado pelo governo federal em janeiro de 2013 reafirma que é urgente à adoção de um regime especial de preços para esse combustível consumido pelo setor. Em 2012, o governo federal promoveu dois aumentos no preço deste insumo, que, ao longo da última década, saltou de 10% para 20% na composição dos custos do transporte urbano. Essas ações vão contra a própria lei da Mobilidade Urbana (n° 12.587/2012), aprovada para priorizar o transporte público urbano e melhorar a mobilidade e a qualidade de vida das pessoas. O alto custo do óleo diesel dificulta o desenvolvimento setorial e retarda ainda mais o processo de excelência no serviço.
Uma pesquisa encomendada ao Ibope pela “Rede Nossa São Paulo” revela que os paulistanos não estão muito contentes com a falta de “cuidados” ao transporte público e trânsito da cidade. Os dados mostram que os usuários estão insatisfeitos com a falta de priorização ao transporte coletivo, tendo uma variação negativa de 4% em 2012 em comparação a 2011. A falta de soluções para diminuição do trânsito na cidade também ficou com nota mais baixa, e esse fator explica a mesma insatisfação em relação ao tempo de espera dos ônibus, que teve queda de 5% em 2012 em relação ao ano anterior. A pesquisa foi divulgada no dia 16 de janeiro de 2013 e ouviu 1.512 pessoas. As notas variaram de 0 a 10.
CAPACITAÇÃO PARA CONDUZIR ÔNIBUS Para evitar os desgastes excessivos dos veículos e de peças automotivas dos ônibus causados por condutores que não estejam bem treinados para a função, a Unitrans (Transnacional e Reunidas Transportes) está promovendo de janeiro a abril de 2013, em João Pessoa, um treinamento para que 400 motoristas recebam orientações sobre como amenizar os impactos e aproveitar melhor as novas tecnologias dos veículos modernos. O curso está sendo ministrado na sede da Unitrans nos turnos da manhã e da tarde. A primeira turma foi formada por 188 motoristas.
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Revista NTU Urbano
Transporte / trânsito (mobilidade) Satisfação média com a área 2009: 4,0 | 2010: 4,2 |
2011: 4,3 | 2012: 4,0
Tempo de espera nos pontos de ônibus
4,0 4,3 4,6 4,1
Soluções para diminuir o trânsito da cidade
4,2 4,4 4,4 4,0
Prioridade ao transporte coletivo no sistema viário
4,2 4,4 4,4 3,9
Tempo de deslocamento na cidade
3,8 4,0 4,4 3,8
Fonte: Ibope
MOBILIDADE NA COPA DO MUNDO Manaus e Curitiba estão revendo os seus planos de mobilidade urbana previstos para a Copa do Mundo de 2014. Isso porque os projetos não ficarão prontos a tempo e novas soluções de curto prazo e boa qualidade deverão ser implantadas. Na capital amazona, a proposta é investir mais no transporte público por ônibus. As obras do monotrilho e do BRT continuam a ser executadas pelo governo estadual e devem receber verba do PAC Mobilidade Urbana, que não tem exigência de conclusão até julho de 2014. Já Curitiba criou uma comissão para reavaliar os prazos e projetos em execução, entre eles dois corredores expressos, a Linha Verde Sul e a implantação do Sistema Integrado de Mobilidade.
D i á lo g o T é c n i c o
André Dantas, PhD, diretor técnico da NTU
A efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana
E
stamos nos primeiros passos em direção à efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Essa caminhada foi iniciada há muitos anos e alcançou um marco histórico com a sanção presidencial da Lei nº 12.587, em janeiro de 2012. Naquele momento, o foco de todos os setores envolvidos na discussão e elaboração da lei voltou-se para o desafio de converter o documento legal em realidade. Esse processo é notadamente complexo e trabalhoso porque compreende uma profunda reestruturação das relações entre os atores envolvidos e a adoção gradual e sistêmica de conceitos, diretrizes e instrumentos de planejamento e gestão de sistemas de transporte urbano. Desde a sanção, a sociedade civil organizada e uma série de indivíduos atuam de forma diversificada para propagar os 28 artigos da lei. Além das entrevistas, artigos e reportagens nos meios de comunicação, destacam-se os Seminários Regionais organizados pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), que reuniram a comunidade e técnicos em Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), São Luís (MA) e Goiânia (GO). Esforços também foram realizados para preparar publicações, tais como o Comunicado Técnico nº 128 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a
cartilha explicativa da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), e o caderno técnico de Boas Práticas da NTU. Houve também a produção de uma obra intitulada “Comentários à Lei de Mobilidade Urbana – Lei nº 12.587/12 – Essencialidade, sustentabilidade, princípios e condicionantes do direito à mobilidade”, de autoria do advogado Geraldo Spagno. Essas iniciativas resultam em um conjunto de conhecimento compartilhado e discutido, que pode ter papel fundamental na sensibilização dos técnicos, grupos sociais e políticos quanto à importância e urgência no cumprimento da lei. Os próximos dois anos serão direcionados para a concepção, discussão e implantação dos Planos de Mobilidade Urbana. Trata-se de um documento de caráter estratégico, que deve ser formulado pelos municípios com população superior a 20 mil habitantes. Diferentemente dos planos diretores outrora concebidos, que focavam nas propostas de intervenções na infraestrutura e nos serviços de transporte público coletivo, o Plano de Mobilidade deve contemplar a gestão do deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano, considerando principalmente os aspectos institucionais, de financiamento e os conflitos sociais relativos à ocupação dos espaços públicos.
Já existe um exemplo de Plano de Mobilidade que busca atender os requerimentos da Lei nº 12.587. Tratase do PlanMob-BH, que foi publicado pela Prefeitura de Belo Horizonte em outubro de 2012. Na verdade, o PlanMob-BH já vinha sendo trabalhado nos últimos anos e representa o conjunto de ações de planejamento realizadas pelo órgão gestor local (BHTRANS). Essa é uma característica importante, pois indica que o plano de mobilidade não é o resultado de uma iniciativa isolada. No contexto nacional, pode-se afirmar que a combinação harmônica de esforços, de recursos e de instituições será crítica para garantir que os Planos de Mobilidade Urbana se transformem na concretização da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Contando com o apoio da União, espera-se que os demais entes federativos e a sociedade civil possam superar quaisquer diferenças e divergências para que ações coordenadas sejam efetivadas. Em função da urgência e importância da mobilidade urbana, o ideal seria que todos os envolvidos trabalhassem juntos em grupos executivos, que poderiam viabilizar os diversos requisitos legais de acordo com o contexto local e/ou metropolitano. Dessa forma, a situação exige que comecemos a trabalhar sem hesitações quaisquer.
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Pe lo mu n d o
CHINA
ESTÔNIA
Transporte público contra a poluição
100% grátis
Os níveis críticos de poluição do ar em Pequim soaram o alarme de prioridade ao transporte coletivo. Em janeiro deste ano, o governo chinês solicitou aos cidadãos que os automóveis particulares ficassem em casa e o transporte público fosse priorizado. Foram instalados postos de transporte a cada 500 metros. Além disso, determinou-se que a percentagem do transporte público deveria representar pelo menos 60% do deslocamento dos cidadãos. Desde 1º de janeiro de 2013, a capital da Estônia, Tallinn, oferece 100% de gratuidade no transporte público. Com a medida, cerca de 420 mil moradores terão direito ao benefício. A iniciativa foi adotada sob o argumento de que as receitas obtidas com as tarifas pagavam apenas um terço do custo total do transporte, sendo o restante subsidiado pelo Estado. Além de serem insuficientes, as tarifas também deO governo chinês isentará impostos para compra dos veículos para
sencorajavam usuários.
transporte público até o ano 2015 e vai providenciar um desconto no preço da eletricidade para as empresas que fazem a operação
Então, o governo local resolveu subsidiar inte-
do transporte sobre trilho.
gralmente o custo do sistema de transportes públicos. Com tarifa zero, mais pessoas co-
As medidas foram tomadas após a capital chinesa chegar a 993 mi-
meçaram a andar de ônibus, o que melhorou o
crogramas de material particulado de 2,5 micras (MP2,5) por metro
trânsito. Tallin possui hoje 63 linhas de ônibus,
cúbico, muito acima dos níveis de 25 microgramas por metro cúbico
nove de trólebus e quatro de VLT (Veículos
que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável.
Leves sobre Trilhos).
MÉXICO Prêmio de sustentabilidade O Metrobús, sistema BRT da Cidade do Mé-
O prêmio é concedido anualmente na reu-
uma rede de ciclovias) se candidataram à
xico, e outros projetos na área de mobilidade
nião do Transportation Research Board
premiação. Além delas, concorreram Lviv
urbana sustentável levaram a capital mexicana
(TRB), um dos encontros mais prestigiados
(Ucrânia), Bremen(Alemanha), Cidade da
a conquistar o prêmio “Sustainable Transport
dos transportes e mobilidade no mundo. As
Guatemala (Guatemala), Dubai (Emirados
Award”, no dia 15 de janeiro, em Washington,
cidades brasileiras do Rio de Janeiro (com
Árabes), Carolina do Sul (Estados Unidos) e
nos Estados Unidos.
o BRT Transoeste) e Belo Horizonte (com
Rosário (Argentina).
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E M B A R Q U E N E S S A ID E IA
Luis Antonio Lindau, PhD, presidente da EMBARQ Brasil
Um futuro promissor para o transporte urbano
O
futuro do setor de transportes começou a ser reescrito em 2012. O documento O futuro que 1 queremos , consolidado ao fim da Rio + 20, inclui expressamente a importância de investimentos em transportes direcionados ao desenvolvimento sustentável para que as nações possam atingir os objetivos estabelecidos durante a conferência. É um grande avanço, pois há 10 anos, na última conferência de desenvolvimento global, em Johanesburgo, o transporte ficou fora da agenda e dos Objetivos de desenvolvimento do milênio2. Tão importante quanto ter o transporte na agenda global é ver o comprometimento assumido em conjunto pelos bancos multilaterais de desenvolvimento, também na Rio +20. Ao destinarem 175 bilhões de dólares para projetos de transporte sustentável, ao longo dos próximos 10 anos, sinalizam o caminho para os grandes bancos nacionais de desenvolvimento. Estima-se o investimento global atual em infraestrutura de transportes como sendo da ordem de um trilhão de dólares. A maior parte desse investimento é destinada para aumentar a oferta de espaço viário aos automóveis. A decisão dos bancos multilaterais retira o foco do automóvel e o dirige às pessoas. A população mundial deve ultrapassar 9 bilhões de pessoas em 2050,
75% habitando zonas urbanas. A tendência é de que o número de veículos cresça vertiginosamente, saltando dos atuais um bilhão para três bilhões, uma escala de frota incompatível com um planeta já sofre as consequências da falta de sustentabilidade. Em suma, não podemos continuar reféns do automóvel ao decidir investimentos que promovam o seu próprio crescimento e, assim, comprometam o futuro das nossas cidades. Precisamos ser mais inteligentes na destinação dos recursos. A mudança de paradigma passa por entender que os investimentos devem estar voltados para o crescimento econômico ambientalmente sustentável das cidades. Assim fez o Banco de Desenvolvimento Asiático com a Iniciativa Transporte Sustentável3, um programa de assistência técnica e crédito para projetos de transporte na Ásia e no Pacífico. Uma cidade desenvolvida não é aquela onde os pobres andam de carro, mas sim aquela onde até os mais ricos andam de transporte coletivo. O investimento no transporte sustentável deve estar direcionado para aumentar a segurança viária e reduzir as emissões dos gases de efeito estufa.
Investimentos no transporte sustentável não irão apenas melhorar a forma como as pessoas se movem pelas cidades, mas também oferecer boas condições de acesso e mobilidade a todos os extratos da população. Como diz Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, uma cidade desenvolvida não é aquela onde os pobres andam de carro, mas sim aquela onde até os mais ricos andam de transporte coletivo. Além disso, o investimento no transporte sustentável deve estar direcionado para aumentar a segurança viária e reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. Vale lembrar que o setor de transporte responde por aproximadamente um quarto das emissões energéticas globais de CO2 equivalente. Existe um bom caminho ainda a ser trilhado para que o espaço urbano seja construído para as pessoas e não para os carros, como discutido no último Transforming Transportation4. O próximo passo é desenvolver mecanismos eficientes e contar com um monitoramento independente para medir o impacto dos investimentos em transporte sustentável. NOTAS 1 http://www.uncsd2012.org/content/documents/727The%20Future%20We%20 Want%2019%20June%201230pm.pdf 2 http://www.objetivosdomilenio.org.br/ 3 http://www.adb.org/publications/sustainable-transport-initiative-overview 4 http://www.transformingtransportation.org/
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A RT IGO
Autor: Eudo Laranjeiras Costa (*)
Sem mobilização não há mobilidade O volume crescente de veículos em circulação, num espaço cada vez mais limitado, vem provocando congestionamentos intermináveis e inevitáveis, situação que se agrava em função de um traço de nossa cultura: privilegiamos o transporte individual em detrimento do coletivo e, com essa inversão de
inevitáveis, situação que se agrava em função de um traço de nossa cultura: privilegiamos o transporte individual em detrimento do coletivo e, com essa inversão de valores, sofremos todos, cidades e cidadãos.
valores, sofremos todos, cidades e cidadãos.
E
spera-se para os próximos meses um quadro de dificuldades, no mínimo, preocupante no horizonte dos municípios brasileiros. Dentre algumas delas, podemos citar: queda de receitas, redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios, comprometimento do caixa com dívidas herdadas de exercícios anteriores, novas obrigações legais, o novo salário mínimo e os pisos salariais de várias categorias profissionais que entram em vigor. As perspectivas de novas receitas ou de qualquer incremento no caixa dos municípios brasileiros não são muito animadoras, consideradas a prorrogação da redução do IPI dos automóveis e dos eletrodomésticos e a redução das tarifas de energia elétrica, ambas concedidas pelo Governo Federal e cujo impacto nos repasses às Prefeituras é imediato. Logo, o que vem por aí são dias de poucos recursos financeiros e demandas crescentes e complexas. Diante desse cenário, há um segmento que precisa de atenção igualmente especial à dedicada a setores como saúde, educação ou
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pagamento de pessoal por parte dos prefeitos: a mobilidade urbana, um dos poucos serviços de competência exclusiva dos municípios que acabou se tornando um problema de proporções gigantescas por falta de prioridade política. Em contraponto a outros serviços essenciais que demandam altos investimentos e, muitas vezes, não obtém o mesmo reconhecimento por parte da opinião pública, o que se aplica em mobilidade urbana impacta positivamente na vida das cidades e na imagem do gestor municipal. É por meio da mobilidade urbana que o poder público assegura ao cidadão o direito constitucional de ir e vir. A realidade das cidades brasileiras, entretanto, demonstra que temos andado na contramão desse objetivo. O volume crescente de veículos em circulação, num espaço cada vez mais limitado, vem provocando congestionamentos intermináveis e
Com a falta de novas vias para escoar o tráfego de carros e de obras que favoreçam a livre circulação do transporte coletivo, principalmente dos ônibus, penaliza-se o trabalhador e a população mais carente, que depende desse meio para se deslocar e deteriora-se, ainda mais, a qualidade de vida nas cidades. O transporte, o trânsito e todas as questões relacionadas à mobilidade urbana são urgentes e precisam ser tratadas de forma imediata, responsável e equilibrada, sob o ponto de vista técnico, sem paixões políticas ou arroubos ideológicos, obedecendo a uma nova lógica contrária a que se pratica atualmente. Esse é um movimento que precisa da participação de todos. Gestores públicos, empresários, trabalhadores, sindicatos, entidades de classes, movimentos sociais, políticos e cidadãos precisam estar juntos nessa luta para fazer da Lei da Mobilidade Urbana (Nº 12.587/2012) uma realidade. Melhor para as cidades e para todos quem nelas vivem.
* Eudo Laranjeiras Costa é empresário e presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor).
P o n t o d e ô n i bus
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN especializado em transportes e blogueiro
Jovens americanos adotam o transporte público como estilo de vida
O
s jovens hoje protestam em diversas cidades brasileiras contra o valor das tarifas de ônibus. E não há de se tirar a razão da juventude, pois, para o bolso do trabalhador, as passagens são caras mesmo. Mas não adianta reivindicar por tarifas menores se não houver também uma reivindicação por prioridade ao transporte público. É isso o que deixará mais baixos os custos do sistema e, por consequência, o valor das passagens mais próximo da realidade do trabalhador. Uma pesquisa da Universidade em Michigan, nos Estados Unidos, revela que, devido aos investimentos em transportes, os jovens norte-americanos têm se interessado menos por carros, em comparação a décadas passadas. Mas, no país norte-americano, há uma rede de metrô e de corredores de ônibus que satisfaz as necessidades de deslocamentos. Considerada a terra do culto ao automóvel, os Estados Unidos têm se conscientizado que o transporte individual torna as cidades impraticáveis e impedem o direito básico do ir e vir das pessoas com liberdade, devido aos congestionamentos e ao mau uso do espaço urbano. E essa consciência tem sido despertada nas novas gerações. De acordo com o levantamento da Universidade de Michigan, menos jovens estão dispostos a comprar carros. Além da recessão econômica dos últimos quatro anos, maior consciência ambiental e a praticidade estão entre os motivos. A população, em especial a mais jovem, entende que é mais rápido, prático e barato se deslocar de transporte público. Dados do instituto de pesquisas norte-americano CNW mostram que hoje o público de 21 a 34 anos que possui carro responde por 27% do mercado de automóveis. Em
Pesquisa nos EUA revela que jovens estão usando menos carros. No Brasil, a tendência seria a mesma se o transporte coletivo recebesse prioridade nos investimentos públicos.
1985, essa fatia era de 38%. Ainda de acordo com a Universidade de Michigan, em 1983, apenas 8% dos jovens entre 21 e 34 anos não tinham carta de habilitação. Em 2008, esse número saltou para 18%. Obviamente que, além da crise econômica, o aumento da população não deve ser descartado. Mas chama a atenção que o perfil de deslocamento tem mudado, mesmo entre jovens que possuem veículos próprios: 24% se deslocam de bicicleta e mais de 50% dos que têm carros optam pelo transporte coletivo no dia a dia. Numa época em que, com razão, a juventude brasileira tem se queixado das altas tarifas dos transportes públicos, é importante destacar que, quando o setor recebe prioridade, ele não oferece apenas serviços melhores, mas mais baratos também, mesmo que após um certo prazo de sua implantação. Ônibus que trafegam mais rapidamente em espaços exclusivos gastam menos combustível, peças, pneus. Além disso, um único veículo faz mais viagens. Ou seja, o custo final diminuiu. Basta depois o poder público fiscalizar e conceder os aumentos de acordo com a variação justa dos custos. Ninguém precisa abolir o carro de suas vidas, mas o transporte público nas cidades é uma questão de inteligência. Ocupar menos espaços com carros para sobrar mais espaços para pessoas.
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# n ture c o me n d a
Apps
Livros
Sites
Moovit (iOS, Android, gratuito)
“Mobilidade Histórias em movimento”
Mobilize Brasil www.mobilizebrasil.org.br
O aplicativo funciona como uma comunidade e
O livro, lançado em 2012 para comemorar
Com conteúdo exclusivo sobre mobilidade
ajuda a traçar a melhor rota entre os diferentes
os 30 anos da MobiBrasil (antiga Rodoviária
urbana, o portal tem o objetivo de estimular
tipos de transporte públicos (ônibus, trem, me-
Metropolitana - RME), relata os momentos
o debate público sobre Mobilidade Urbana
trô) de acordo com relatos, em tempo real, de
marcantes da história da empresa que co-
Sustentável e disseminar uma cultura cidadã,
outros usuários. No Brasil, está disponível nas
meçou em 1982, quando foram iniciadas as
participativa, em benefício da qualidade de
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
operações de transporte coletivo da RME,
vida nas cidades. Além de notícias factuais
nos municípios de São Lourenço da Mata,
e amplas reportagens sobre o tema, o am-
Camaragibe e Recife e hoje opera nas cidades
biente virtual também traz um catálogo de
do Recife, São Paulo, Diadema e Sorocaba.
estudos, publicações e estatísticas sobre o
A obra foi publicada pela Editora Olhares e
setor. O portal é uma iniciativa da Associação
conta com um material fotográfico detalhado
Abaporu, uma entidade que atua nas áreas de
de André Nazareth sobre o dia a dia da mobili-
educação, cultura e cidadania.
dade urbana feita por ônibus.
“Marcopolo, sua viagem começa aqui” Ônibus Curitiba (iOS, gratuito)
A história de como a empresa do sul do Brasil se tornou uma das maiores fabricantes de ônibus do mundo foi escrita pelo presidente da Marco-
Com o app, o usuário consulta os horário de
polo, Paulo Bellini. Com mais de 300 páginas, o
ônibus de Curitiba e região metropolitana
livro reúne entrevistas e histórias contadas por
sem a necessidade de conexão com internet. É
mais de 90 participantes, mostra a trajetória
possível visualizar linhas, pontos e horários de
da empresa e busca disseminar a cultura Mar-
ônibus na cidade. Basta sincronizar/atualizar a
copolo em todos os países e fábricas ao redor
base dele antes de sair de casa ou do trabalho.
do mundo. O livro foi lançado em dezembro de
Lançado em 2011, o site apresenta notícias de
Todas as informações presentes no App são
2012 pelas editoras Elsevier e Campus.
transporte sustentável, pesquisa e soluções
retiradas do site oficial da URBS.
The City Fix Brasil www.thecityfixbrasil.com
de “melhores práticas” de cidades do mundo todo. A proposta é conectar uma rede global de escritores e especialistas em transporte, incluindo engenheiros, empreendedores, planejadores urbanos e pesquisadores, que exploram ambiental e socialmente diferentes formas de tornar as cidades lugares melhores para se viver. O site é produzido pela Embarq Brasil, uma ONG internacional que auxilia governos e empresas no desenvolvimento e implantação de soluções sustentáveis para a mobilidade urbana.
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AGENDE-SE
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU)e a Marcelo Fontana Promoções e Eventos realizam em parceria o Seminário Nacional NTU e a Feira Transpúblico.
& Mobilidade Sustentável para um Brasil Competitivo 3, 4 e 5 de Julho
Transamérica Expo Center - São Paulo - Brasil
BU S
BUS
Mais informações sobre os estandes: (11) 5096-8104 Realização
Organização
Apoio Institucional
Apoio Editorial
BRT
BRT
BRs
BRs
As áreas de estandes estão abertas para reserva e comercialização. Escolha já o local de exposição de seus produtos e serviços e garanta seu lugar na Transpúblico 2013.