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1 Introdução

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Introdução

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A variação linguística na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) tem como peculiaridade uma via de mão dupla. De um lado, deve-se enriquecer o léxico incorporando as expressões regionais; do outro, a mídia utiliza em suas transmissões – prioritariamente – os sinais vigentes nos centros econômicos do país. Se do ponto de vista teórico encontram-se razões para recusar tal postura, na perspectiva prática, sabe-se que a unidade na diversidade assegura a compreensão por um maior número de pessoas. O ensaio que ora se lê propõe reflexões a partir de tais premissas e da observação do corpus que, por sua vez, será constituído pelo confronto dos principais dicionários de LIBRAS com os léxicos regionais difusos, assegurando uma maior diversi-

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m oa nna b rito

dade de expressões para um conteúdo similar. Importante ressaltar que a variação linguística, seja em uma língua oral ou “ouvida” no silêncio, não se dá tão somente pela distância entre os usuários. A variação pode ocorrer devido às diferenças cultural, econômica, etária e geográfica. Justifica-se a proposta a partir da necessidade de valorizar a língua utilizada pelos surdos brasileiros e a comunidade da qual fazem parte. Com vistas ao respeito ao outro e à compreensão que existem várias formas de se dizer a mesma coisa, sem que seja necessário lançar mão de sinais utilizados em centros de maior prestígio, pretende-se dar ao leitor a possibilidade de conhecer quão rica é a língua de sinais: uma voz do silêncio que reclama manter a unidade na diversidade. As discussões sobre língua e linguagem e suas variações têm sido objeto de dissidendos entre diversos estudiosos e interessados no assunto. E dentro do universo de questões suscitadas pelos estudos de língua e linguagem está a variação linguística. É muito comum encontrarmos pessoas que fazem uso de expressões diferentes das nossas. Isso nos faz refletir que variação linguística é um fato que se faz presente nas línguas vivas, inclusive, naturalmente, na nossa Língua Brasileira de Sinais. Quando um indivíduo se expressa é possível caracterizar, inclusi-

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vozes silente s

ve, a que região ele pertence, o grau de escolaridade, o nível social, etc. Ou seja, a língua e suas variações são traços que marcam o sujeito. Neste ensaio, à luz dos estudos de Karnopp, Quadros, Tarallo, Sá, Baggio, dentre outros, proponho uma reflexão sobre as diferenças entre língua e linguagem, além de abordar a variação linguística na Língua de Sinais.

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