Guilherme M. C. Airam Darrieux
Desafios contempor창neos
Sumário CAPÍTULO 4 - Os desafios da política do país enfrentados na profissão................................05 Introdução.....................................................................................................................05 4.1 A política brasileira e o poder no ambiente de trabalho.................................................05 4.1.1 A importância de saber e falar de política no ambiente de trabalho.......................07 4.1.2 Contexto histórico da política e das relações de trabalho......................................08 4.1.3 Questões políticas e relações de poder nas organizações e no mercado profissional... 10 4.2 Como o profissional deve lidar com a política em seu dia a dia na empresa.................... 12 4.2.1 As principais facetas da política no ambiente de trabalho....................................... 14 Síntese...........................................................................................................................18 Referências Bibliográficas.................................................................................................19
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Capítulo 4
Os desafios da política do país enfrentados na profissão Introdução Antes de começar este capítulo, vamos refletir sobre quais fatores compõem um país. São inúmeros, não é mesmo? Entre eles, podemos pontuar a economia, a política, a cultura, a cidadania, etc. Enfim, todos os fatores são de extrema importância para que a nossa sociedade possa existir. No entanto, eles precisam aprender a se relacionar, a fim de proporcionar um melhor habitat para todos nós. Por exemplo, o fator empresarial tem correlação com a economia, já que ajuda na geração de empregos, na transformação da matéria-prima em produtos, na movimentação monetária, entre outros. Além de se relacionarem, os fatores impactam mudanças expressivas um nos outros. É o caso da política. Para entender melhor essa questão, vamos voltar no tempo. Do século XX para cá, houve muitas mudanças políticas em nosso país, inclusive nas políticas sociais, certo? Isso fez a sociedade se adequar às novas leis, trazendo outra forma de atuação, principalmente no mercado de trabalho, na economia e na cidadania. Um exemplo disso é o direito adquirido na Constituição Federal de 1988 de que todo cidadão é agente ativo, participando do processo político do país e da escolha de seus representantes. E essa escolha é de extrema importância, já que ela influenciará toda a sociedade. Afinal, os eleitos discutirão e aprovarão as regras que devem ser seguidas por todos, sejam estes indivíduos ou organizações. Por isso, é necessário refletir e discutir sobre a política brasileira atual e como ela pode influenciar o profissional contemporâneo, inclusive, levando em conta os desafios que os profissionais enfrentam por conta das mudanças políticas em nosso país. Preparado para começar? Então vamos em frente!
4.1 A política brasileira e o poder no ambiente de trabalho Cada vez mais na sociedade contemporânea, as pessoas percebem a importância da política em suas vidas e se engajam para participar dela. Até porque a política é vista como um caminho, ou seja, uma forma de mudança, possibilitando, assim, uma diminuição nas desigualdades sociais e econômicas enfrentadas pela globalização. Mas como a política pode influenciar o nosso dia a dia no ambiente de trabalho? Antes de aprofundarmos essa questão, vamos primeiramente entender o que é política e diferenciá-la do conceito de poder.
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De acordo com o Dicionário Moderno de Língua Portuguesa Michaelis, política significa a arte ou a ciência de governar. A palavra política vem do grego antigo e se refere a tudo que está relacionado a polis, que quer dizer cidade/estado. Esse termo pode tratar tanto de questões relativas ao Estado como da sociedade, da comunidade e da vida dos indivíduos. O famoso e importante filósofo grego Aristóteles dizia que a política é uma ciência e que seu objetivo é proporcionar a felicidade humana. Inclusive, em sua visão, a política divide-se em ética e na política em si. Em relação à ética, o objetivo é alcançar a felicidade individual do homem na pólis; enquanto que, na política em si, o principal objetivo é se preocupar em garantir a felicidade coletiva. Resumindo, a política é tudo aquilo que está relacionado às ações que visam ao bem-estar individual e coletivo. Agora, o conceito de poder, também de acordo com o Dicionário Moderno de Língua Portuguesa Michaelis, é definido como ter autoridade, domínio ou influência sobre algo ou alguém. No aspecto político, o poder é algo imposto, que não aceita desacato ou desobediência. Por isso, ele está ligado às relações sociais e à política. Afinal, o Estado se expressa perante a sociedade, muitas vezes, por meio do poder. Margaret Thatcher, política britânica e primeira-ministra do Reino Unido entre 1979e 1990, já costumava dizer que “o poder é como ser uma dama […] Se você tem que dizer às pessoas que você é, você não é”.
Figura 1 – Margaret Thatcher, conhecida na política mundial como “a dama de ferro”. Fonte: Shutterstock, 2015.
Em resumo, o poder é algo deliberativo, ou seja, é um mandar e um agir. Podemos pegar o exemplo de um juiz: ele tem o poder de decidir e julgar sobre uma determinada situação e ação, se alguém é inocente ou culpado, etc. Já no caso da política, em que se pode exercer o poder público e governar, podemos pensar em nossos políticos, como prefeitos, governadores, deputados e presidentes. Eles têm o poder político apenas, de governar cidades, estados e nações, decidindo sobre os assuntos voltados à política pública em geral. É importante não confundir poder com autoridade, já que são conceitos bastante distintos. A autoridade é um indicativo de ordem que é aceita, como, por exemplo, a autoridade da polícia.
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NÃO DEIXE DE VER... Para entender melhor como é a estrutura do poder e da política de nosso país, assista ao vídeo intitulado A estrutura política do Brasil, de Fernanda Fortes, no endereço: <https://www.youtube.com/watch?v=FIm4cb8R9TQ>. Por meio de animações, a autora explica de forma simples e direta os conceitos de poder e política, inclusive como eles estão estruturados em nosso país. No ambiente de trabalho, tanto a política quanto o poder têm características bem distintas. A política, por exemplo, pode ser abordada em duas vertentes:
• a política brasileira: aquela que afeta as relações de trabalho; • a política empresarial: aquela que influencia as ações organizacionais. Nesses dois tipos de política, podemos perceber algumas relações de poder. Por exemplo, o Estado restringindo as formas de contratação trabalhista, bem como a empresa controlando a produtividade de seus funcionários. Nos próximos tópicos, entenda um pouco mais sobre as questões políticas e de poder envolvidas no mercado de trabalho.
4.1.1 A importância de saber e falar de política no ambiente de trabalho Assim como futebol e religião, o termo política por si só já é controverso. Ao ouvir ou falar essa palavra, vem imediatamente à nossa cabeça a imagem de nossos políticos, não é mesmo? E nas rodas de amigos, quando o assunto gira em torno disso, pode até mesmo haver brigas e desentendimentos. Só que a política faz parte de nossas vidas e é quase impossível não falar dela ou discuti-la, em especial nos períodos de eleição. Porém, devemos ter o cuidado de não tomar partido e acabar gerando desconfortos ou calorosas discussões, que podem deixar um clima ruim no local de trabalho. Sabemos que o tema nos ronda e, às vezes, acabamos falando sobre a política de nosso país. Afinal, essa discussão pode até ser saudável, desde que tenhamos o cuidado de não impor aquilo que pensamos e em que acreditamos, além de ter respeito pela opinião de nossos colegas e líderes. Para tanto, o primeiro passo é tentar evitar certa euforia quando o assunto for citado. No entanto, outra forma de também ter a imagem arranhada diante de colegas e chefia é de não saber ou falar nada sobre política. Há profissionais que, por não gostarem de política ou não se identificarem com ela, acabam evitando saber mais sobre o assunto. Essa atitude os faz serem considerados até mesmo um pouco alienados perante os demais. Por isso, todo o cuidado é pouco quando, em uma conversa informal, o tema surgir no ambiente de trabalho. Como o mundo está cada vez mais globalizado, a informação está ao nosso alcance e deve ser usada ao nosso favor. Assim, o profissional contemporâneo deve estar atualizado sobre os temas do cotidiano, principalmente aqueles que o cercam, pois isso influenciará diretamente na sua vida particular e profissional.
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Figura 2 – A política e o poder. Fonte: Shutterstock, 2015.
4.1.2 Contexto histórico da política e das relações de trabalho Hoje em dia, existem políticas públicas voltadas para emprego, trabalho e renda no Brasil. Vale ressaltar que a legislação trabalhista possui alguns marcos históricos importantes. Veja, no quadro a seguir, as principais mudanças envolvendo política e as relações de trabalho no último século.
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1930 a 1970
1970 a 1990
A partir da década de 1990
Criação do Sistema Nacional de Emprego em 1976.
Criação de programas de assistência social, já que o crescente desemprego, a atividade informal e a necessidade de se garantir condições dignas para a sobrevivência passaram a ser uma realidade no país.
Consolidação das Leis Trabalhistas em 1943.
Em 1986, foi criado o seguro-desemprego.
Atualmente, temos Bolsa Família, Merenda Escolar e Erradicação do Trabalho Infantil, entre outros. Há, inclusive, programas de qualificação profissional, como o Plano Brasil Sem Miséria, gerando emprego e renda às populações humildes. Essa foi uma forma encontrada pelo governo de poder atacar a atual situação de crise econômica do nosso país, além da pouca oferta de empregos formais x a demanda necessária. Esses programas foram criados visando a atingir a população carente, já que a sociedade contemporânea exige que os trabalhadores possuam novas competências e muitas dessas necessidades estão além das competências ocupacionais.
Criação do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço em 1966.
Na década de 1990, a criação do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, fundo ligado ao MTE,em que são custeados programas como o seguro-desemprego e abono salarial. A fonte de recursos principal do FAT é vinda das contribuições do PIS – Programa de Integração Social e o Pasep– Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Com a criação do FAT, o sistema público de emprego pode ter uma autonomia financeira, já que ele é basicamente composto pelas políticas de transferência de rendas temporárias, como o próprio abono salarial e o seguro-desemprego, além da prestação de serviços como a intermediação da mão de obra e da qualificação profissional e também da concessão do crédito produtivo.
IMPORTANTE: Esta foi a forma que a política governamental encontrou para atender a uma demanda da qualificação que ajudeesses trabalhadores na inclusão no mercado de trabalho formal.
Criação do Ministério do Trabalho (MTE) em 1930.
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Atualmente, apolítica de emprego, trabalho e renda vem mostrando um avanço das políticas públicas voltadas ao mercado, embora de forma limitada e restrita. Afinal, os resultados da efetiva contratação e inserção de profissionais no mercado formal ainda não são muito expressivos frente à grande demanda necessária.
NÃO DEIXE DE LER... Como vimos aqui, o Governo Federal possui políticas públicas voltadas a emprego, trabalho e renda no Brasil. Essas políticas apresentam programas de formação profissional de jovens e adultos, inclusive incentivos ao empreendedorismo em nosso país. O site do Governo Federal tem uma página exclusiva a essas práticas, em que explica cada uma delas. Para saber mais como funcionam os programas, acesse o site<http:// www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2014/05/politicas-publicas-asseguram-mais-trabalho-e-renda-aos-brasileiros>.
4.1.3 Questões políticas e relações de poder nas organizações e no mercado profissional A política também exerce um papel atuante no que diz respeito às organizações sindicais, que representam os profissionais de sua categoria dentro das empresas. Inclusive, existe atualmente o Direito Coletivo do Trabalho, que é uma ramificação do Direito do Trabalho, para tratar das diretrizes dos sindicatos, dos conflitos e das soluções coletivas de trabalho e, dessa forma, de representação, além da garantia da “dignidade da pessoa humana”, um dos fundamentos norteadores da Carta Magna.
NÓS QUEREMOS SABER! Você sabe o que é Carta Magna? Nada mais é do que a nossa Constituição Federal. A primeira Constituição do Brasil foi proclamada em 1824, e a que temos em vigor hoje em dia é datada de 1988. É nela que encontramos as principais regras que regem nosso país. Por isso, chamamos a Constituição Federal de Carta Magna (expressão em latim para “carta grande”). Porém, ela também é conhecida como Carta Mãe, Lei Suprema ou Lei das Leis. Afinal, ela aborda os três poderes, os fundamentos, os direitos individuais e coletivos, os direitos sociais, as normas de nacionalidade e elegibilidade, a organização da administração direta e indireta, além de impor limites e deveres. Ou seja, nenhuma outra lei pode ir contra algum artigo da Constituição Federal.
Falando em Carta Magna, vamos resgatar um ponto importante para a relação de trabalho instituída na Constituição Federal de 1988. Foi a partir dela que a importância e o conceito de cidadania foram reforçados em nosso país, garantindo sua livre expressão e a liberdade sindical. Essa liberdade sindical é o princípio básico da organização sindical atual, que tem como pilares a democracia e as relações coletivas. Atualmente, a organização sindical tem suas relações baseadas no diálogo e na negociação, alcançando, assim, a garantia dos direitos dos trabalhadores e a justiça social. No entanto, precisamos deixar claro que a liberdade sindical não pode obrigar ninguém a se associar a um determinado sindicato, mesmo sendo o de sua categoria, para favorecer seu crescimento e aumento do número de filiados. Até porque o principal objetivo do sindicato é defender e repre10 Laureate- International Universities
sentar os trabalhadores dentro das empresas, verificando e orientando acerca das convenções e acordos coletivos. Isto é, há uma relação mútua de poder entre sindicato e os trabalhadores representados por ele. Como já vimos, poder é quando algo ou alguém pode exercer autoridade e influência sobre os demais. Assim, podemos entender que, quando nós usamos o poder, estamos, na verdade, utilizando-o na busca de conseguir alguma coisa. O poder não é algo errado ou ruim, muito pelo contrário. Quando bem aplicado, ele pode ajudar e muito, especialmente nas relações de trabalho. Os principais tipos de poder que encontramos nas organizações hoje são:
• poder que se tem por estar em uma determinada posição em uma empresa, para punir outros (poder coercitivo);
• poder de influenciar a opinião de outras pessoas dentro da empresa (poder de conexão); • poder que vem da experiência da pessoa e, com isso, ela é muito valorizada na organização (poder de expertise);
• poder de ter acesso a informações confidenciais e valiosas (poder de informação); • poder relacionado ao título e ao cargo que a pessoa tem na empresa, assim como de suas responsabilidades no dia a dia de trabalho (poder legítimo ou posicional);
• poder de grande empatia, que a torna respeitada e querida nas organizações (poder de referência);
• poder ligado à capacidade de as pessoas oferecerem recompensas na organização, que podem vir como benefícios diversos, inclusive de salários (poder de recompensa).
Figura 3 – O poder e o profissional. Fonte: Shutterstock, 2015.
Podemos ver aqui que o poder está relacionado a muitas coisas e atitudes. Por isso, devemos sempre lembrar que o maior erro ao utilizar o poder no ambiente profissional é tentar usá-lo quando não o temos e/ou de forma equivocada para alcançar um determinado objetivo ou resultado.
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4.2 Como o profissional deve lidar com a política em seu dia a dia na empresa Sabemos que a política nos cerca em todos os lugares e a todo o momento. E no ambiente profissional isso não poderia ser diferente. É natural nos dedicarmos ao nosso trabalho e nem sempre sermos notados ou termos o reconhecimento que esperamos. Mas, nessa hora, a política pode nos ajudar. Você deve estar se perguntando: como? Entenda a seguir. A política da empresa engloba a forma de relacionamento entre os profissionais, além de incentivar comportamentos, habilidades e atitudes como negociação, administração do tempo e administração de conflitos, por exemplo. Ou seja, a organização tem uma grande expectativa no profissional quando o contrata, esperando que este realize as funções para o qual foi escolhido, mas que vá além da capacidade e do conhecimento técnico exigido. Ela espera que o profissional possa ser inovador, apresentando novas ideias e estratégias para o bom andamento do seu trabalho no dia a dia, com o fim de alcançar mais rápido os objetivos da empresa. Para isso, espera-se que o colaborador saiba identificar as oportunidades e que possa correr atrás delas.
CASO Isabel é atualmente a supervisora de call center de uma grande empresa de alimentos. Ela é muito eficiente em suas atividades, inclusive é reconhecida pela chefia e pela equipe como uma boa empregada e líder. Possui ótimo relacionamento interpessoal, além de tentar ao máximo correr atrás das oportunidades proporcionadas pela empresa. Isabel entrou na empresa há 3 anos como atendente de call center e, ao final de seu primeiro ano, já foi promovida para supervisora. Ela veio de uma família humilde e, apesar de esforçada, não havia conseguido cursar o ensino superior. No seu primeiro ano de empresa, houve uma parceria da organização com uma importante instituição de ensino superior, proporcionando aos empregados que tivessem interesse a possibilidade de cursar o 3º grau na modalidade EAD com um grande desconto. Isabel não pensou duas vezes e viu nessa parceria a oportunidade para se desenvolver e poder cursar o tão sonhado ensino superior. Ela fez o vestibular, passou e está finalizando ocurso de Tecnólogo em Recursos Humanos, já que adora trabalhar com pessoas e visa a crescer na área e na empresa. Ela só conseguiu a promoção para supervisora devido ao seu excelente desempenho e pelo fato de estar cursando o ensino superior. A empresa possui muitos supervisores e um deles é Alexandre. Ele tem graduação em Administração de Empresas e ainda MBA em Gestão Empresarial. Possui um excelente conhecimento técnico, porém seu relacionamento com os colegas, líderes e subordinados não é dos melhores. Ele é conhecido pela rigidez e frieza, sendo considerado também rude por todos. Gosta de a todo o momento mostrar certa superioridade em relação aos seus colegas, já que ele, entre todos, é o único que possui um título de MBA. Há pouco tempo, a empresa disponibilizou uma série de treinamentos a todos os supervisores, tratando os temas do dia a dia e algumas oportunidades de desenvolvimento e melhoria. Enquanto todos os outros supervisores adoram a ideia de cursos e cumpriram a agenda participando ativamente, Alexandre compareceu apenas ao primeiro dia e depois não foi mais. Ele entendeu que já sabia de tudo que estava sendo dito ali e que nada poderia acrescentar ao que já conhecia e na sua forma de trabalho. Como a empresa está crescendo muito, foi necessária a ampliação de seu call center, sendo necessária a criação de mais uma vaga de coordenação. A diretoria da empresa decidiu que daria a oportunidade a algum supervisor já existente, por conhecer bem o negócio, podendo agregar mais rapidamente à necessidade da companhia. O gerente do setor ficou responsável por essa 12 Laureate- International Universities
decisão, com o apoio do RH. Só que o gerente e o próprio RH estavam divididos entre quem deveria assumir o cargo, e a dúvida estava exatamente entre Isabel e Alexandre. As dúvidas eram: Isabel – Sabia muito do seu trabalho e da empresa, era muito bem vista por sua liderança, além de valorizada e elogiada pelos colegas e subordinados. A questão da dúvida era o fato de que ainda estava concluindo o ensino superior. Embora tenha agarrado a oportunidade de estudar e se formar, ainda estava um pouco “imatura” para exercer a função. Alexandre – Possui um excelente currículo, tendo se formado cedo e feito uma especialização(MBA) em uma renomada instituição de ensino. Tinha o embasamento teórico e também conhecia a profissão e quais eram os objetivos da empresa. O que pesava contra era a questão do relacionamento. Não era bem visto nesse quesito por seus líderes, pares e subordinados, e a preocupação é que, com mais poder, isso poderia se agravar. O gerente pensou muito sobre o assunto e se consultou algumas vezes com o RH, até que tomou uma decisão. Quem você acha que foi escolhido pelo gerente? Acertou quem apostou na Isabel!Isabel foi escolhida porque, além de ter o conhecimento da função, era esforçada e tinha um excelente relacionamento, algo que era imprescindível na atuação como coordenador. Foi aberta uma exceção na empresa pelo fato de ainda não ser formada. Mas como ela estava concluindo ocurso, foi possível à empresa adequar-se a isso. Inclusive, seu gerente se comprometera a acompanhar seu trabalho (coaching), orientando-a para que ela pudesse perder a “imaturidade” e, assim, desenvolver-se profissionalmente na empresa e na carreira.
Figura 4 – A relação da política empresarial com os colaboradores das empresas. Fonte: Shutterstock, 2015.
O que podemos concluir do caso exposto com relação à política que ocorre nas empresas? É que a política empresarial contempla o bom relacionamento no trabalho, respeito aos colegas, subordinados e líderes, para saber agarrar as oportunidades que a empresa disponibiliza. Assim, a política organizacional pode arruinar ou, até mesmo, alavancar o profissional. Para ascender profissionalmente, ser político é um “mal necessário”, mas sem ser encarado como algo negativo. Afinal, essa política deve ser feita com ética, seriedade e trabalho árduo.
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VOCÊ O CONHECE? Quem nunca, ao menos uma vez na vida, viu o programa O aprendiz e ficou esperando a famosa frase “você está demitido” ser proferida? Pois é, o criador do programa e da frase célebre é o famoso Donald Trump. Você também já deve ter escutado falar dele. Trump é conhecido no mercado mundial como um implacável e excelente empresário, dono de várias empresas e empreendimentos, além de ser um membro ativo na política norte-americana. O seu programa mostra um pouco como negociar, lidar com conflitos, aproveitar as oportunidades, além de promover que tudo seja feito com muita ética. Não deixe de procurar na internet e assista a pelo menos um episódio para entender como é o contexto empresarial atual, o que as empresas esperam de seus empregados e, ainda, como o profissional pode (e deve) se diferenciar dos demais.
Figura 5 – Donald Trump. Fonte: Shutterstock, 2015.
4.2.1 As principais facetas da política no ambiente de trabalho Que as empresas possuem suas políticas não é novidade para ninguém. Até porque elas precisam de regras e normas para se estabelecerem e fazerem seus empregados seguirem, em prol dos objetivos e resultados da organização. Em outras palavras, essa política organizacional é a segurança de que todas as orientações serão seguidas, podendo contar com o comprometimento dos colaboradores para segui-la. Por isso, não deixa de ser uma esfera de poder: quem não seguir o que foi estabelecido pela empresa poderá sofrer algumas punições. Entre elas, advertência e demissão. As empresas hoje em dia precisam enfrentam mercados globalizados, exigentes e competitivos, com cada vez mais demandas pelo menor tempo possível. Dessa maneira, acabam exigindo cada vez mais das pessoas que compõem seu quadro de funcionários.
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A política organizacional é um dos aspectos mais considerados nas empresas, já que a partir dela se definem quais ações deverão ser tomadas para que haja o alcance dos objetivos estabelecidos, determinando, assim, o diferencial competitivo dela no mercado de trabalho. É também na política da organização que há a busca pela excelência, com o objetivo de atender o cliente da melhor forma possível e ainda valorizar o capital humano que está inserido nela, já que este deve sempre ser seu maior patrimônio. De acordo Giuzi (1987), as políticas organizacionais são as guias que orientam a ação administrativa para atingir as metas e os objetivos estabelecidos para a organização.
NÃO DEIXE DE VER... Agora que aprendemos um pouco mais sobre política organizacional, não deixe de assistir ao vídeo disponível no YouTube da Fundação Dom Cabral intitulado Política Empresarial das Organizações, que traz a professora de comportamento organizacional Sônia Diegues discorrendo sobre o tema de forma simples e direta. Para assistir, acesse:<https://www.youtube.com/watch?v=twyuGastULs>.
Figura 6 – Os profissionais atuais e as políticas empresariais. Fonte: Shutterstock, 2015.
Na busca por querer ser bem visto pela organização, devemos ter cuidado apenas para não perder o equilíbrio e exagerar nos comportamentos e atitudes. Afinal, nós passamos a maior parte de nossas horas diárias na empresa, mais que em nossas próprias casas, não é mesmo? E é exatamente por esse motivo que devemos nos comportar de maneira mais zelosa. Até porque é um local público, onde devemos conviver da melhor forma possível e em harmonia com os colegas e líderes. Comportamentos genéricos esperados das empresas para seus funcionários, como poder de negociação, inovação, trabalho em equipe, entre outros, já sabemos que são unânimes nas organizações. Porém, é importante que o colaborador conheça a fundo a política da empresa, 15
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sua missão, sua visão e seus valores para que possa ver exatamente qual o perfil do profissional esperado, a fim de se adequar às necessidades da organização e ao comportamento esperado por ela. No entanto, há algumas regras, atitudes e comportamentos que os profissionais devem sempre seguir, independentemente da política organizacional. Vamos ver quais são?
• Evite bajulação– Devemos sempre fazer um bom trabalho, mas é preciso evitar ao máximo
tentar agradar muito a pessoa que está acima de você na hierarquia. Atitudes como esta não geram confiança, porque colocam em xeque o que está atrás disso, ou seja, qual é o real interesse em jogo.
• Ter
cuidado nos comportamentos e temperamentos–Ser impaciente, grosso, reservado demais não é bom no ambiente empresarial. Mesmo que tenhamos problemas pessoais (e todos nós temos), devemos deixá-los do lado de fora da empresa. Por isso, ser cordial, tratar bem as pessoas – independentemente de seus cargos e atuações na empresa – sempre gera uma boa visão do profissional. Assim, você será visto como um profissional agregador e que valoriza o trabalho em grupo, algo hoje muito procurado e incentivado nas empresas.
• Aceite e respeite a hierarquia – Nas organizações, sempre há a escala do subordinado
x colega x líder. O profissional deve estar atento a manter um bom relacionamento interpessoal com todos à sua volta, seja seu subordinado, seu par ou seu chefe. Repita aquilo que seus chefes lhe pedirem e disserem, afinal, ele está nessa caminhada e possui esse cargo porque tem competências e conhecimentos ou experiências necessárias para liderar. Mas se você for chefe, também deve valorizar e aceitar a opinião de seus subordinados e colegas.
Figura 7 – As atitudes dos profissionais que são valorizadas pela organização. Fonte: Shutterstock, 2015.
Existem também comportamentos e atitudes que devem ser banidos definitivamente do profissional. Vamos ver alguns deles.
• Fazer promessas e não conseguir cumprir – Por exemplo, prometer que vai entregar um
material e não cumprir o prazo passa uma péssima impressão. Sempre negocie quando perceber que não conseguirá cumprir com o que prometeu.
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• Cometer erros de escrita – Sempre revise seus textos e e-mails antes de enviar. É muito
desagradável receber algo com a gramática errada. E o pior, por falta de atenção. Seja cuidadoso e focado.
• Pedir
favores e não retribuí-los – É natural que tenhamos que pedir ajuda de vez em quando a colegas e líderes. Isso é natural em qualquer relacionamento, mas não se esqueça de também se colocar disponível para ajudar os demais colegas, afinal, todos visam ao mesmo objetivo.
• Demorar a responder e-mails ou não retornar ligações – Você pode estar atarefado e com
muitas entregas a realizar, mas e-mails e telefonemas fazem parte da rotina de trabalho da empresa e devem receber toda a atenção, além de que ali podem constar requisições importantes para a realização do trabalho solicitado pela empresa.
• Não ter humildade e não agradecer – Como em qualquer relação, precisamos do outro para nos ajudar e apoiar. Por isso, a humildade é uma competência muito valorizada nas organizações. Assumir um erro ou admitir que não sabe ou não compreendeu algo é muito melhor do que omitir a informação. Outro ponto importante é o de sempre agradecer às pessoas que o ajudam. Então, nunca deixe de agradecer aos colegas que o ajudaram em alguma tarefa ou orientação.
Alguns profissionais, às vezes, precisam de um auxílio para seguir esses passos e se tornarem pessoas e profissionais melhores. Para isso, existem cursos e profissionais de coaching, para os indivíduos poderem aprender como devem agir no dia a dia, e ainda quais são as atitudes positivas e negativas que influenciam nas relações de trabalho. Essas estratégias trazem benefícios e podem ser um caminho de sucesso para a trajetória profissional e, até mesmo, pessoal, já que conhecimento e desenvolvimento influenciam todos os aspectos de nossas vidas, não é mesmo?
NÓS QUEREMOS SABER! Coaching, você sabe o que ele quer dizer? É uma palavra em inglês que significa “ser um mentor”. Ou seja, um instrutor, que acompanha, orienta e forma profissionais para evoluir na carreira. Hoje em dia, há coaching também voltado à vida pessoal, esportiva, entre outros.
Figura 8 – O coaching como aliado no desenvolvimento profissional. Fonte: Shutterstock, 2015.
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Síntese Síntese
Neste capítulo, entendemos:
• sobre a política brasileira e sua influência nas organizações; • como a política e o poder fazem parte do ambiente de trabalho; • sobre
a política organizacional e a importância do profissional contemporâneo em entender e se adequar a ela;
• o
que se é esperado do profissional atual e o que deve ser abolido para evolução da carreira;
• as estratégias que podem apoiá-lo a alcançar o desenvolvime
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Referências Bibliográficas
ANDRADE, E. G.L. Princípios de Direito do Trabalho: fundamentos teórico-filosóficos. São Paulo: LTr, 2008. BASTOS, A.V.B. Comprometimento no trabalho: a estrutura dos vínculos do trabalhador com a organização, a carreira e o sindicato. Tese de Doutorado. Brasília: UNB, 1994. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Política de emprego e renda: ações do Governo. Brasília:MTE,1997. ______. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O Estado de uma nação: mercado de trabalho, emprego e informalidade. Rio de Janeiro: IPEA: 2000. GIUZI, L.D. A relação entre as políticas organizacionais e o processo de desenvolvimento de executivos. Dissertação de Mestrado apresentada no Departamento de Administração da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, 1987. HIRATA, H. Da polarização das qualificações ao modelo da competência. In: FERRETTI, C. et al.(Org.).Novas tecnologias, trabalho e tecnologias: um debate multidisciplinar. Petrópolis: Vozes, 1994. POLÍTICA. In: DICIONÁRIO de Português Online Michaelis. Disponível em: <http://michaelis.uol. com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=pol%EDtica>. Acesso em: 2015. SOUSA, S.M. P. S.; PEREIRA, M. E.Apropriação da noção de competência nas políticas de educação profissional desenvolvidas no Brasil a partir dos anos 1990. In: SILVA e SILVA, M. O.; YAZBEC, M. C. (Org.). Políticas públicas de trabalho e renda no Brasil contemporâneo. São Paulo: Cortez Editora, 2006. UMEDA, G. M.; TRINDADE, C. C. Possíveis definições para as políticas empresariais: um estudo bibliográfico.VII Seminários em Administração – FEA/USP, São Paulo, ago. 2014.Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/Pnee/ PNEE14_-_Poss%EDveis_defini%E7%F5es_pol%EDticas_empres.PDF>. Acesso em: 23 jun.2015.
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