PRÓLOGO
A
ssassinato era uma opção boa demais para ele. A morte era o fim, até mesmo uma libertação. Ele iria para o inferno, disso ela não tinha dúvidas, e lá sofreria um tormento eterno. Desejava isso para ele... um dia. Por enquanto, porém, queria vê-lo sofrer de um modo que ela pudesse apreciar. Mentiroso, traidor, filho da mãe! Ela queria vê-lo lamentar, implorar, se humilhar e se arrastar pelo chão como o rato de esgoto que era. Queria vê-lo sangrar pelas orelhas, guinchar como uma mulher assustada. Queria dar um nó no seu pinto adúltero enquanto ele gritava pedindo a misericórdia que ela jamais concederia. Queria socar impiedosamente o seu rosto lindo de mentiroso sem-vergonha, até transformá-lo num purê vermelho, uma massa disforme de sangue e ossos, cheia de pústulas. Só então o canalha capado e sem rosto reconhecível poderia morrer. E seria uma morte lenta, sofrida e agonizante. Ninguém, ninguém colocava chifres em Reva Ewing.
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