Ainda Chegaremos Lá - Fundarpe 35 anos

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Governador de Pernambuco Eduardo Campos Vice-governador de Pernambuco João Lyra Neto Secretário Estadual de Educação Danilo Cabral Secretário Especial de Cultura Ariano Suassuna Presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE Luciana Azevedo Diretora de Preservação Cultural Célia Campos Diretora de Projetos Especiais Rosa Santana Diretora de Gestão do Funcultura Teca Carlos Diretor de Difusão Cultural Adelmo Aragão Diretor de Gestão Alexandre Diniz Diretor de Políticas Culturais Carlos Carvalho Assessor de Comunicação Rodrigo Coutinho



© José Luiz Mota Menezes, 2008 © desta edição: Fundarpe, 2008 Coordenação Editorial, Pesquisa e Texto José Luiz Mota Menezes Pesquisa Iconográfica no arquivo da Fundarpe Izabel Cristina Paashaus Sandra Bastos Revisão Histórica Fernando de B. Borba Revisão (Exceto p. 195–230) Norma Baracho Projeto Gráfico e capa Gisela Abad Assistente Alyne Miranda Tratamento de Imagem Robson Lemos Fotografias acervo da Fundarpe Narcise Szymanowski atuais Eudes Santana Vinhetas, reprodução de parte de plantas arquitetônicas do arquivo da Fundarpe Pré-impressão, impressão e acabamento Gráfica e Editora MXM

M543a Menezes, José Luis Mota, 1936 Ainda chegaremos lá: história da FUNDARPE/ José Luis Mota Menezes; apresentação de Luciana Azevedo. – Recife FUNDARPE, 2008. 240 p. : 1. FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE PERNAMBUCO - HISTÓRIA. 2. FUNDAÇÃO DO PATRIMÔNIO HIS- TÓRICO E ARTÍSTICO DE PERNAMBUCO - COMEMORAÇÕES. 3. PATRIMÔNIO CULTURAL - PERNAMBUCO. I. Azevedo, Luciana, - II. Título CDU 061.27 FUNDARPE

CDD 068.81



SUMÁRIO

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A História como Presente | Luciana Azevedo

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Plano de Gestão Pernambuco Nação Cultural

Ainda Chegaremos Lá

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O Manifesto

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Introdução

O Primeiro Decênio • O Gênesis • 1973-1983

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A Fundarpe e o Brasil dos anos 70 do século XX

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O desenvolvimento econômico e o crescimento urbano no Brasil

na década de 70 do século XX

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A instalação do Programa Integrado de Reconstrução das Cidades

Históricas do Nordeste

34

A Fundarpe no seu Primeiro Decênio • 1973-1983

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Os Estatutos, mais do que um simples documento

40

Os quatro primeiros Projetos de Intervenção

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A restauração da Sé de Olinda • 1974

48

A Intervenção na Igreja de Nossa Senhora da Graça em Olinda •

1974

57

A intervenção no antigo Palácio dos Bispos • 1974

60

Cadeia Pública Casa da Cultura • 1974

63

Outras intervenções em bens materiais

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A Fundarpe e a arqueologia

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Outras atividades da Fundação estadual

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A Fundarpe e a proteção dos bens culturais

95

Uma questão financeira

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Notas do “Primeiro Decênio”

O Segundo Decênio • E se Fez Luz nas Trevas • 1983-1993

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Um novo Governo e novas metas • 1983-1986

110

A Fundarpe e os livros

115

A continuidade das intervenções nos bens materiais imóveis

130

O retorno de uma forma de Governo • 1987-1990

137

Notas do “Segundo Decênio”


Mais Quinze Anos de Vida • 1993-2008

142

A década de 1990 e o Brasil cultural

145

O panorama mundial da cultura e o Brasil

152

Um Governo entre duas décadas • 1991-1995

160

Outra vez Arraes • 1995-1999

164

Governo Jarbas Vasconcelos • 1999-2007

179

Ainda chegaremos lá

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Notas de “Mais Quinze Anos de Vida”

Caderno de Documentos • 1973-2007

185

Bens Tombados

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Bens Tombados Provisoriamente

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Governadores

189

Presidentes, Vice-Presidentes e Secretários

190

Informações sobre as Intervenções Restauradoras Realizadas em

Monumentos e Obras de Arte

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A Lei do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC)

193

Centros Culturais

194

Projetos Aprovados e Realizados

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Exames Técnico-Históricos, Pareceres Conclusivos em Processos

de Tombamentos, Projetos e Levantamentos Arquitetônicos

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Estudos, Projetos e Levantamentos Arquitetônicos

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Coordenadoria Jurídica

214

Pesquisas Históricas e Arqueológicas

215

Alguns Eventos Realizados

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Livros Editados

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Relação dos Funcionários da Fundarpe

230

Evolução do Quadro de Funcionários

231

Memória das Obras da Sé de Olinda

237

Patrimônios Vivos de Pernambuco

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Documentação Técnica

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Referências


Luciana Azevedo Presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco

A HISTÓRIA COMO PRESENTE

O

relato da trajetória Fundarpe e o Manifesto, que afirma a sua missão neste novo ciclo em desenho no Estado, complementam-se na melhor forma de homenagear o órgão responsável pela valorização cultural dos que fazem e vivem Pernambuco, esta imensa Nação Cultural, e avivam o sentimento de que ainda chegaremos lá. O que nos entusiasma neste relato histórico, construído pelo Mestre José Luiz Mota Menezes, é o enfoque nos ambientes sóciopolíticos e nas missões assumidas pela Instituição a serviço de diferentes modelos de sociedade, as quais o poder político de cada tempo buscou consolidar. Quem foi desta geração de funcionários, militantes da política pública, se vê carregando cada pedra dos diferentes marcos históricos, resignificando em cada contexto a sua própria história e sua função social. Passamos por épocas de controle das manifestações culturais de um Pernambuco libertário na sua produção de ideais democráticos, certamente grande ameaça à segurança nacional. Épocas de preservar patrimônios, edificados símbolos de um poder carregado de exclusão, secularizados em suas casas-grandes e senzalas, açucarados para poucos. De se resgatar a liberdade de criação, de empoderar a maioria da população do Sertão ao Cais, de governos liderados por um mito chamado Arraes. Épocas ditas modernas, pobres de causas coletivas, globalizadas na pasteurização de valores comunicados em escala, na banalização de identidades, na potencialização de individualidades, transformando sujeitos criativos em telespectadores passivos. Épocas de se fragmentar ações, de se mercantilizar canções, de se negar raízes regionais, de se valorizar moedas, de matar vidas, de ressaltar poderes perversos, épocas, épocas, épocas... Sempre em cada tempo político presente, a indomável força cultural de um Pernambuco altivo, crítico, criativo, forte, destemido, líder vivo de causas libertárias, de ideais humanitários, democráticos, revolucionários, travestidos a cada dia em formas, sons, palavras, imagens, cores, artes, atitudes...


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Um Pernambuco imortal a cada espaço presente, referência autoral permanente no mosaico cultural do cenário nacional. É este Pernambuco que hoje ressurge ainda mais inquieto para desconstruir valores materialistas, relações bélicas, poderes destrutivos, sociedades fúteis regidas por riquezas acumuladas, desigualdades fundadas sobre sonhos desfeitos. É a Nação Pernambuco que nos convoca a cravar mudanças neste presente ciclo político liderado pelo Governador Eduardo Campos. Novo ciclo que talha um novo manifesto cultural, como batizado pelo Mestre José Luiz, na construção de um outro modelo de desenvolvimento, inclusivo e verdadeiramente democrático, sempre ecoado por idealistas à frente de seu tempo, guiado pela esperança e desafiado pelo enfrentamento dos contrastes sociais em busca de uma sociedade mais justa, igualitária e verdadeiramente democrática. Nesse modelo, a cultura impõe-se como política pública estratégica a formular mudanças, com suas leis a garantir intervenções estruturadoras na consolidação de planos de ação nas dimensões simbólicas, cidadã e econômica, em todas as linguagens e formas de expressões, estéticas ou étnicas, preservando e impulsionando novos cenários. Assume-se então, a cultura como instrumento de luta, estandarte de sonhos, direito e expressão da maioria, de regiões, indivíduos, guetos, legiões, cultura em tempos de afirmação de valores pernambucanos elevando consciências energizadas pelo sol ardente, instigante e desafiante, aboiando a maior riqueza de uma nação: a produção simbólica de seu povo, transbordante de diversidade, do Cais ao Sertão.


O manifesto à nação

Plano de Gestão Pernambuco Nação Cultural

É Pernambuco. É Nação. É Pernambuco Nação Cultural. O Manifesto Cultural de Pernambuco convoca a cultura como estandarte de sonhos, instrumento de luta política pública, direito de todos. Cultura como consolidação de um novo modelo de desenvolvimento, com foco na inclusão social, na identidade e diversidade cultural. Cultura fincada na potencialização dos processos democráticos, nas conexões dos povos das 12 regiões e do Arquipélago de Fernando de Noronha, convocação para alicerçar um novo Pernambuco Nação, focado nas culturas da maioria, do Cais ao Sertão. Reforçando o papel estratégico da cultura nos processos de redução das desigualdades e da violência urbana, o Governador Eduardo Campos defende que nesse novo ciclo político que Pernambuco vivencia, não basta crescer! “O nosso trabalho é transformar o crescimento econômico num ciclo de desenvolvimento sustentável que contribua de forma efetiva para a diminuição das desigualdades sociais do nosso Estado; essa tem sido a nossa missão desde o primeiro dia em que assumimos o Governo e mostraremos o que o povo pernambucano é capaz de fazer, quando toma a decisão de mudar as coisas.” É a capacidade de criar condições de uma vida melhor para todos.

A primeira meta estratégica da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) é consolidar uma política pública de cultura, democrática, estruturadora, inclusiva, que atinja as 12 regiões do Estado, potencializando as identidades e as diversidades culturais em todas as estéticas e dimensões. O Governo estadual entende o papel estratégico da cultura na consolidação dos valores da sociedade e assume que o poder público não produz cultura. Ele preserva, difunde, faz fruir, fomenta a produção simbólica e cidadã, conecta e promove a formação e a qualificação dos atores sociais e culturais, impulsionando seus potenciais. A ação conjunta entre a Fundarpe e a sociedade materializou-se no modelo de gestão que articulou e estruturou fóruns por linguagem cultural e por regiões, comissões, e elaborou de forma partilhada os planos de ação, investindo no fortalecimento e protagonismo do tecido social, e a apropriação da política pública de cultura como pilar vital ao seu reconhecimento e continuidade. O plano de ação denominado Pernambuco Nação Cultural, fruto das propostas da 1ª Conferência Estadual de Cultura do plano de campanha do Governador Eduardo Campos e


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do Plano Nacional de Cultura, atua segundo 4 eixos:

O eixo 1 é a constituinte cultural! As leis, os planos por linguagem, região, linhas de ação e seus instrumentos financeiros (Funcultura / Fundo de Preservação), os canais de participação da sociedade instituídos formalmente como canais de planejamento e monitoramento da política pública de cultura, e seu plano diretor estratégico para um período de 12 anos.

O eixo 2 é a rede territorial de equipamentos culturais, lugar de encontros, fonte de informações, troca de saberes, de formação técnica, de difusão das riquezas culturais de Pernambuco, de celebrações culturais de fomento às matrizes de identidades culturais regionais, segmentos étnicos de impulsionamento de novas cenas, de conexão das expressões e linguagens culturais, de capacitação e qualificação, dos grandes debates em torno dos valores sociais e culturais, com estudos tecnológicos, central de planejamento do modelo de cogestão, palcos experimentais e espaço de memória regional e de conexão da diversidade do povo pernambucano. Esses grupos receberam apoio financeiro pela dimensão simbólica

e cidadã que representam, fomento técnico, equipamentos de multimídia e difusão, atuação de forma sistêmica em rede de conexão entre si, com a política pública de cultura e com as escolas públicas estaduais através de aulas-espetáculo voltadas para a formação cidadã, difundindo, debatendo valores sociais, expressões artísticas, história de povos, seus modos de vida, igualdade de gênero e raça, identidades regionais, desigualdades e violência no contexto cultural.

O eixo 3 é a ação do Governo, diante do desenvolvimento sociocultural. Cultura como impulsionamento do protagonismo e poder criativo dos indivíduos e sujeitos coletivos, traduzida em expressões artísticas e produção imaterial de modelos e valores sociais. A formação do tecido social como demandante da produção cultural, o estímulo à formação de novas platéias, a formação cidadã continuada nas escolas, a formação em políticas públicas de cultura, em gestão, em tecnologia da comunicação e em economia da cultura. A formação técnica em diferentes linguagens culturais e na sua cadeia produtiva. O eixo 3 se materializa através de linhas de ação e tecnologia.


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O fomento à produção cultural impulsionando novos valores de identidades sociais, através de projetos desenvolvidos por artistas, indivíduos, entidades... • O Funcultura: o maior da história; • O 1º Edital de Cinema de Pernambuco; • O fomento continuado a Pontos de Cultura, grupos de produção cultural enraizados nas comunidades há mais de 2 anos, e a difusão de nossos ícones e ativos históricos culturais. A preservação de nossos valores culturais – através do registro e salvaguarda de patrimônios imateriais simbólicos, o tombamento de edificações históricas representativas de modelos sociais, a educação em torno da consciência patrimonial de investimento na produção simbólica das comunidades, na consciência cidadã, no compromisso com preservação, no impulsionamento criativo de indivíduos e sujeitos coletivos. As estações culturais, os pontos de cultura e as células nas escolas que são estimuladas a uma permanente conexão. A fruição cultural em escala. Pernambuco é uma imensa nação cultural, um dos principais estados de efervescência de diversidade cultural, território de infinita produção imaterial, em todas as linguagens, estéticas e

dimensões.

No eixo 4, a comunicação, as conexões e a difusão cultural. A comunicação cultural em todos os meios, dimensões e tecnologias é estratégica na construção dos modelos de sociedade, vital à fruição de nossas identidades, valores, conexão de territórios, etnias, diversidade cultural, afirmações de povos e na produção de alternativas de desenvolvimento sustentável. A Fundarpe vem investindo para que cada vez mais Pernambuco conheça Pernambuco, conheça as diferentes expressões culturais de um Estado que brota dos mangues, das caatingas, e de paraísos ecológico-marinhos, que ecoa dos altos coqueiros e se enraíza em sertanejos espinhos. Terra dos movimentos sociais, das lutas libertárias, de um povo guerreiro com seus estandartes de sonhos na busca incansável da sociedade de todos, da sociedade ideal. Terra resignificada pelas raízes, utopias e riquezas das nossas fortes e plurais matrizes culturais herdadas dos povos indígenas, europeus e africanos, recriada e sintetizada em pernambucanos. Pernambucanos cravados no universo do baião, no fervor do frevo e passos de seus bonecos gigantes, no colorido e crenças do maracatu, caboclinhos, do cavalo-marinho e da feira de Caruaru.


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O investimento na difusão cultural dá-se tanto pelo viés institucional, como pela produção independente, como em programas com conteúdos culturais veiculados nas redes de televisão, rádios, sites (Agora Curta, Stereo Clip, Fórro e Ai, Plano Aberto, Sopa Diário, etc.). A conexão cultural é dinamizada na circulação de projetos do Funcultura nas 12 Regiões de Desenvolvimento do Estado, RDs. Na integração da rede de pontos de cultura, nas embaixadas culturais, nos estados, países e nas celebrações de todos os territórios e entes culturais. É canalizada no 1º portal colaborativo do poder público onde indivíduos, artistas, grupos e entidades do tecido social, cultural, acadêmico e setor produtivo se conectam, por meio de um instrumento da política pública: o Portal Pernambuco Nação Cultural. Para manter viva essa identidade, para garantir o acesso e a escala da produção de todas as regiões, o governo Eduardo Campos criou o Calendário Pernambuco Nação Cultural. Do Cais ao sertão, o ano inteiro, um mês em cada região, Pernambuco é uma permanente celebração: No mês de janeiro celebramos a Zona da Mata e sua cultura popular; Em fevereiro um mar de carnaval;

Março é a vez de comemorar a capital Recife irmanada com Olinda; Em abril a religiosidade da paixão toma conta das expressões culturais nas 12 RDs; Em maio vamos para Salgueiro no alto Sertão, terra do vaqueiro; Junho em Pernambuco é um só arraial, no fórro, no xote, no xaxado e no baião, tendo Caruaru como a capital do São João; Julho e agosto: efervescência cultural máxima, todas as regiões e produções se unem, transportando e transbordando cultura, alegria, para os pólos de Garanhuns, Taquaritinga, Triunfo, Pesqueira, Gravatá e Serrita, com o Festival de Inverno de Garanhuns, a Festa das Dálias, a Festa do Estudante, a Festa Renascença, a Festa das Estações e a Missa do Vaqueiro, destacando-se como o maior festival da diversidade cultural da América Latina; Em Setembro passamos no Sertão de Itaparica; Outubro é a voz da terra das águas do São Francisco; Novembro na Mata Sul terra do ciclo do açúcar e suas tradições; Em dezembro o ciclo natalino expresso nos seus reisados, pastoris e celebrações religiosas em cada canto e recanto da nação.


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Pernambuco: território criativo da diversidade de produção cultural e grande destino de conexão desse potencial! Destino que acende esperança e que sugere mudanças, oriundas de um Estado guerreiro, político, libertário ante o mosaico de um país continental. Essa é nossa causa comum, causa esta que se impõe ao nosso tempo, que transcende governos, nomes, datas e gerações e que convoca essa imensa Nação Cultural a protagonizar a construção de um tecido social qualificado para garantir direitos, com participação ativa nas transformações diante das desigualdades, na desconstrução das causas da violência urbana enraizadas no contexto de valores culturais e na trajetória de consolidação da verdadeira democracia, tanto contada como ecoada e que urge ser materializada. Faça parte desta Nação!



História da Fundarpe Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco

AINDA CHEGAREMOS LÁ

O MANIFESTO

Um folheto de responsabilidade da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco circulou no início do governo de Eduardo Henrique Accioly Campos. Ele trazia por título MISSÃO DA Fundarpe, e informava ao público que a instituição assumia o compromisso de formular e implementar a política cultural do Estado; promover ações articuladas e integradas entre o Estado e as esferas do governo, conselhos, fóruns, organismos nacionais e internacionais; orientar e apoiar o desenvolvimento das diversas linguagens e manifestações culturais; preservar, pesquisar, conservar e fiscalizar as intervenções nos ativos culturais, incluindo o patrimônio artístico e cultural, bem como os equipamentos pertencentes ao Estado; dinamizar e apoiar o desenvolvimento cultural, por meio de ações regionalizadas, articuladas e integradas com os demais órgãos e esferas de poder; supervisionar e fiscalizar a restauração de ativos culturais; e desenvolver programas permanentes de formação voltada para a cultura. Na realidade o folheto contém, em sua essência, um Manifesto Cultural. Utilizando terminologia moderna, a nova direção da Fundarpe no texto de abertura exprimia o desejo de um universalismo das ações e a sua extensão para um espaço bem mais

amplo no território do Estado de Pernambuco. Trata-se de um projeto de gestão cultural e devidamente abrangente, sem destaques para qualquer parte desse território onde se darão as ações. Ver a política cultural do Estado como um todo amplia diretrizes anteriores visíveis em duas gestões do governador Miguel Arraes.1 Não que outros governos tenham se afastado do universo do território de Pernambuco, mas tal diretriz não se colocou ao nível indistinto da comunidade cultural. Cultura sem uma política cultural não parece existir em termos de governo. Por outro lado, busca-se filosoficamente integrar os diversos segmentos representativos da cultura estadual e sem tal forma de gestão é difícil atingir aquela universalidade desejada. O fato de se utilizar a palavra linguagem torna a cultura capaz de ser vista sem distinção de espécie alguma e de uma maneira mais próxima à identificação das manifestações culturais as mais variadas. Sem descurar do papel de um Estado onde se incentiva, mas se controla e fiscaliza. Preservar, conservar, pesquisar, no entanto, sob a ótica de uma fiscalização permanente. Regionalizar, no sentido de partir para ações em todo o território e nele fazer valer a vontade e a participação da comunidade usando os instrumentos da educação patrimonial. Entendendo de maneira correta o sentido de


um patrimônio formado com bens culturais construídos não somente pelo poder constituído, mas pela comunidade como um todo, sem o divisório dominador e dominado. O Manifesto que para se materializar conduziu a Fundarpe à constituição efetiva de Diretorias e Gerências: Diretoria de Políticas e Linguagens Culturais; Diretoria de desenvolvimento e regionalização da cultura; Diretoria de difusão cultural; Diretoria de Preservação Cultural, Diretoria de projetos especiais, Diretoria de gestão do Funcultura, Diretoria de gestão e Diretoria de planejamento e monitoramento. A tais diretorias se somam as Gerências do Museu do Estado; do Museu de Arte Contemporânea; do Museu da Imagem e do Som; Casa da Cultura de Pernambuco; Museu do Barro de Caruaru; Museu de Arte Sacra; Museu Regional de Olinda; Torre Malakoff e Espaço Pasárgada. Cada uma das diretorias apresenta no folheto suas ações particulares integradas às determinadas em filosofia no Manifesto. Toda gestão cultural e política tem suas diretrizes e estas estão bem claras no Manifesto, restando-me uma frase que foi empregada certa vez por um vitorioso cineasta na perspectiva de finalizar a contento seu filme, o que o fez: Ainda chegaremos lá.

A Fundarpe completa neste ano de 2008 trinta e cinco anos de atividades. Nada melhor no momento do que gravar suas ações em letra e em papel, a melhor moldura para sua vida vitoriosa. José Luiz M. Menezes

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Maior

participação

da

comunidade e outras ações descritas no Relatório da Fundarpe da primeira gestão de Arraes, 1987-1990.


INTRODUÇÃO

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Ao ser instado a redigir a História da Fundação do Pesquisei, estudei, meditei, e comparei impressos e Patrimônio Histórico e Artísmanuscritos, tradições orais e papéis do Estado. Esforcei-me para tirar a limpo a verdade, separando-a do que pudesse tico de Pernambuco, Fundarpe, obscurecê-la. Com o andar dos tempos e o encontro de em seus 35 anos de existência, novos subsídios, haverá decerto o que modificar e depurar as palavras do historiador J. M. ainda nesta história. Na atualidade, porém, e auxiliando-me Pereira da Silva passeavam sobre com as luzes que pude colher, julgo que a devo publicar 1 a minha vontade de escrever a como a senti, compreendi e imaginei. (Pereira da Silva J. M. História da fundação do império brasileiro, 1864.) respeito de tão importante data comemorativa, mas também me conduziam a uma preocupação das maiores: a construção da História que, seja ela qual for, assim acredito, deve reservar alguma distância dos feitos ou memórias para que aquela verdade citada não se deixe contaminar pelo momento vivido pelo historiador e suas relações pessoais. Uma coisa é narrar, outra é fazer história de um tempo muito próximo. O ter vivido os primeiros anos de vida da Fundarpe facilitaria a memória dos feitos, além daquela colhida em outras informações, ajudando a escrever sobre esse tempo da Instituição. No entanto, à proporção que me aproximo de sua vida mais recente e perto dos 35 anos, preocupa-me a construção de sua história. Será que não é cedo para uma avaliação crítica, um dos propósitos que sempre persigo? Assim pensando, sobre os últimos 15 anos da Fundação irei apenas relatar o acontecido, sem comentários, deixando-os ao leitor. Quanto aos dois decênios anteriores, gradualmente, procurarei contextualizar as ações com aquelas da política de cultura do governo federal e verificar o quanto cada uma delas se espelhou para as políticas locais. Não existe qualquer propósito de crítica direcionada, e sim uma visão que deixe bem clara a História da Fundação e seus contextos político, social e cultural. Alguns comentários meus – ou omissões – podem deixar margem a sentimentos de desagrado, mas essa não é minha intenção, nem da gestão atual da Fundarpe. 1 Citado por GOMES, Laurentino, 1808. São Paulo: Editora Planeta, 2007. p. 22.


O texto se encontra dividido aproximadamente por decênios e leva em conta a sucessão governamental que, no caso de Pernambuco, tem se alternado politicamente. Gostaria de citar todos aqueles que colaboraram e ainda estão na Fundarpe ajudando a construir sua história, mas são muitas as pessoas e variados os feitos. Seria enfadonha tal forma de redação e se aproximaria de um Relatório, que no caso presente é bem um perigoso limiar em termos da forma de contar o desenrolar das ações da Instituição. O título do livro conduz a história da Instituição a um caminho em direção à construção da cultura e não tem um final determinado. Agradeço finalmente aos que colaboraram com o fornecimento de informações para a redação do presente texto. A alguns, particularmente, já o fiz, e para evitar maiores erros, dirijo a todos meu agradecimento.


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O PRIMEIRO DECÊNIO O GÊNESIS 1973-1983


O PRIMEIRO DECÊNIO O GÊNESIS 1973-1983 21


O PRIMEIRO DECÊNIO O GÊNESIS 1973-1983

A FUNDARPE E O BRASIL DOS ANOS 70 DO SÉCULO XX

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Em reunião realizada no Palácio dos Despachos, no dia 25 de julho de 1973, se constituiu e empossou o Conselho Diretor da Fundarpe, em conformidade com os critérios de representação estabelecidos nos Estatutos, cujo texto fora na véspera re-ratificado. Por aclamação dos seus pares, foram eleitos presidente, o representante do governo, Dr. Júlio Vicente Alves de Araújo, e vice-presidente, o representante do Bandepe, Dr. Sólon Soares da Silva Filho. Era governador do Estado naquele ano o Dr. Eraldo Gueiros Leite (1971-1975)2 e secretário de Educação o Coronel Costa Cavalcanti. A Secretaria Executiva da Fundação criada passou a ser dirigida pelo professor Marcelo Carvalho dos Santos. As informações acima constituem dados importantes sobre uma Fundação instituída em 1973, que neste 2008 está completando trinta e cinco anos de existência. Informações seguras, mas incompletas quanto às razões do ter existido e, mais que tudo, sobre o realizado pela Fundarpe em tanto tempo de vida. A Instituição foi criada em pleno período de governo federal inteiramente sob domínio militar e no qual predominava um forte controle em todas as manifestações culturais. Qual a finalidade de sua criação? A Fundação espelhava uma vontade de toda a gente à luz da proteção e preservação dos bens culturais de Pernambuco? A década de 70 do século XX, período no qual a Fundarpe surgiu no cenário do Estado de Pernambuco, não pode ser corretamente narrada sem que me refira aos efeitos no universo cultural brasileiro do Ato Institucional nº 5, editado em 1968. Antes daquele ano existia uma relativa hegemonia cultural de esquerda no país. Assim é que acontece em 1969 a fundação, no

No dia 17 de julho de 1973, com a presença do Diretor Presidente do Banco de Desenvolvimento de Pernambuco – Bandepe, foi instituída a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – Fundarpe, mediante escritura pública lavrada no Cartório do 4º Ofício do Recife, às folhas 60 a 65 do Livro 468. Os Estatutos constantes no memorável documento haviam sido aprovados no dia 13 do referido mês pelo Curador de Fundações. Procedida a devida publicação no Diário Oficial do Estado de Pernambuco, de 19 de julho de 1973, já no dia 20, adquiriu a Fundarpe a sua personalidade jurídica, em virtude do registro sob número de ordem 2.108, às folhas 30 v a 32 v do Livro “A”, no Cartório de Títulos e Documentos do 2º Ofício do Recife.1

Páginas anteriores Alto da Sé Olinda Fotos Eudes Santana


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Rio de Janeiro, do semanário O Pasquim, onde atuaram Jaguar, Ziraldo, Millôr Fernandes, Paulo Francis, Henfil e tantos outros cartunistas e escritores. Na música estavam consagrados Chico Buarque de Holanda, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Baden Powell, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethania, Roberto Carlos, Beth Carvalho, Elis Regina, Milton Nascimento e muitos mais. Em 1972, surgiram no cenário musical os nomes de João Bosco, Aldir Blanc, Fagner e Belchior.3 O difícil era conviver com a censura oficial. Como desdobramento daquele Ato Institucional, no ano de 1970 foi editado o Decreto-Lei nº 1.077 onde se estabeleceu a censura prévia a livros, jornais, peças teatrais etc. Naquela década e depois dela artistas e intelectuais deixaram o país fugindo de uma ditadura cada vez mais violenta e repressiva. Durante a ditadura militar a censura não se definia tanto pelo veto a qualquer produto cultural, mas como uma repressão seletiva que impossibilitava a manifestação de determinado pensamento ou obras artísticas; se por um lado nesse período foi quando mais se produziu bens culturais no país, por outro lado, ele foi caracterizado por uma repressão ideológica e política intensa.4 A cultura, uma vez produtora de idéias que podiam favorecer o regime, era vista pelo Estado como uma questão de segurança nacional e foi usada, principalmente a partir do final da década de 1960, com a finalidade melhorar a imagem interna e externa do governo. Ao analisar tal fase da cultura brasileira Marco Antônio Guerra assim se expressou: O Estado sabe que não basta um revólver – como queria Goebbels5 – para controlar o mundo da cultura. São necessários planos que combatam os planos dos inimigos. Nesse sentido, foi definida uma política cultural de financiamento às obras divulgadoras do caráter nacional. A aliança Estado-empresário da cultura tem um sentido bastante preciso: capitalizar o mercado cultural e anular possíveis reações críticas à ditadura implantada. O grau de liberdade para a criação é inversamente proporcional aos investimentos do Estado na cultura.6 Tal forma de ação do Estado não foi tão diferente de uma anterior: quando instalado o Estado Novo, em 1937. Por conta


O PRIMEIRO DECÊNIO O GÊNESIS 1973-1983

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Hospital Ulysses Pernambucano Tamarineira, Recife Foto Eudes Santana

dessa necessidade de apoio da cultura à luz de um maior controle sobre produtores e usuários, além da proteção por conta da venda e repasse de bens culturais nas cidades antigas, foi organizado e criado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Repartição que deu certo graças à atuação do seu diretor-geral, o mineiro, advogado, Rodrigo Mello Franco de Andrade e de outros abnegados auxiliares nos Estados. No entanto, a intenção inicial se fundamentava em discutíveis princípios nacionalistas. As idéias de Mário de Andrade, atreladas à busca das origens da cultura brasileira presentes na Revolução de 30, foram, se bem que distorcidas em suas essências, os esteios das ações que então espelhavam aquelas


Hospital Ulysses Pernambucano Busto do médico Ulysses Pernambucano Recife Foto Eudes Santana

produzidas também em Portugal, vinculadas a iniciativas do governo português tendo à frente o primeiroministro Antônio de Oliveira Salazar.7 O governo militar instalado em 1964 no Brasil buscou, naquelas idéias nacionalistas de forte compreensão popular e nativista, suportes para se contrapor inteligentemente às idéias combativas daquela hegemonia das esquerdas. A visibilidade esperada para os monumentos do passado atuava em paralelo com aquela desejada e expressa nas fotografias do chefe de governo, Getúlio Vargas. Era esta A Obra Getuliana de interesse do ministro Gustavo Capanema, idealizador dessa imagem. O Estado Forte era identificado com Getúlio e suas realizações foram devidamente divulgadas por excelentes fotógrafos, alguns que também trabalharam com o SPHAN, qual Marcel Gautherot.8 Como resultado de iniciativas coordenadas segundo um plano maior, foram criados o Conselho Federal de Cultura, em 1966, órgão máximo da ideologia dominante9; o Conselho Nacional de Turismo; a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e o Instituto Nacional de Cinema (INC). Na oportunidade, definiu-se uma política nacional de turismo. Em 1967, criouse o Sistema Nacional de Turismo ocorrendo no mesmo ano o Encontro

Nacional de Turismo. Nos Estados atuavam os Conselhos Estaduais de Cultura, que se reuniram em 1968. No ano seguinte, 1969, assumiu o Ministério da Cultura o militar Jarbas Passarinho, homem culto, e ações integradas à luz de tais diretrizes nacionalistas impulsionaram a cultura construída segundo configurações determinadas. Uma das primeiras ações se concretizou com a criação da Empresa Brasileira de Filmes

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(Embrafilme). O então SPHAN (Serviço) foi transformado em Instituto – o IPHAN.10 O ano de 1972 começou com a reforma administrativa do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Diante de tal mudança foi organizado e constituído o Departamento de Assuntos Culturais (DAC). Turismo, o direcionamento do que se devia ver; o informar por meio de meios modernos e eficientes e acima de tudo de massa. O que se tornou um problema foram os bons produtores culturais, atrelados que eram em sua maioria àquela hegemonia das esquerdas. Então, por tal situação singular se instalou como disse a censura prévia. Por outro lado, a televisão atingia a massa e a criação dos tipos que espelhavam os problemas e soluções nacionais e resolviam seus conflitos em uma tela de televisão, foi o grande veio para a consolidação de um pragmatismo que se opunha ao modelo das novelas qual Saramandaia ou outra qualquer que questionava a sociedade com seus vícios e virtudes.11 Era importante fornecer fórmulas e não preocupar a gente com busca de forma. O caminho estava aberto, as emissoras o seguiram na procura de audiência e o governo atingia o objetivo desejado em um regime forte. Que tudo mais vá para o inferno é o contraponto para o engajamento político da jovem guarda.12 Do outro lado, o Tropicalismo existia em paralelo e ao preocupar o poder teve seus componentes expatriados. Turismo e cultura deveriam, na linha de ação do Ministério da Cultura, se integrar na busca de uma possível sustentabilidade dos bens culturais do passado colonial, verdadeiros representantes de uma história brasileira, espelho do que acontecia desde alguns anos na Europa. Mas tal bem cultural não deveria depender exclusivamente do Estado quanto à sua proteção e sobrevivência. Haveria que estimular sua valorização e mais ainda utilização com retorno econômico e político para o Estado e assim, segundo tal filosofia, para a comunidade ordeira. Tutor e protetor do bem cultural, o Estado deveria restaurá-lo transformando-o em forte testemunho da criação devida ao poder de uma Nação Forte. Uma Nação que


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vivia um momento de crescimento e euforia. Era a década do Milagre Brasileiro. Do Brasil, Ame-o ou Deixe-o. Nesse momento da história do país um ministro/secretário, o economista João Paulo dos Reis Veloso, de uma visão notável no campo da cultura e excelente no da economia, criou o Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas do Nordeste. Um Nordeste que representava na história nacional o que de mais antigo se coadunava com tal poder: a aristocracia do açúcar e seus bens materiais, inclusive aqueles que expressavam a devoção e diziam do poder da Igreja. Eram tais bens frutos da economia do açúcar, da economia pastoril, entre outras, onde um legado notável se encontrava de certa forma abandonado e dependendo do paternalismo do Estado, diante da falta de meios para garantir a permanência desses bens por parte da Cúria Diocesana. Cúria, aliás, detentora da propriedade dos bens, mas sem o apoio de seus fiéis, alheios ao que seria a sobrevivência econômica do poder religioso, isto desde algum tempo. Por outro lado, também os antigos engenhos estavam sucumbindo em face do desinteresse das usinas em manter os belos e velhos escuriais. O ministro, piauiense, conhecia de perto tal dificuldade. Nada mais natural que direcionar os meios disponíveis na Secretaria de Planejamento para a restauração dos bens culturais, levando à comunidade uma prova da vontade política do governo de proteger a acreditada identidade nacional e desse modo a coadunar com a doutrina presente em um Estado Forte. Além do mais, a utilização dos bens restaurados atrairia o turista e produziria um possível retorno do capital aplicado para os demais bens ainda não beneficiados.13 Para atingir tais metas o governo federal tinha que se estruturar essencialmente nos Estados. Aquele Programa dependia para seu êxito de uma ação rápida e diferente de tudo quanto se tinha realizado por meio da instituição oficial, o IPHAN, onde a contínua falta de recursos e de pessoal era patente, apesar da competência de poucos funcionários exemplares, visivelmente mal pagos.14 O Programa exigia projetos completos e execuções em tempo muito curto, visando resultados satisfatórios para


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o governo e importantes para a filosofia defendida. Ao IPHAN caberia o repasse dos recursos após a aprovação dos referidos projetos, isso junto com a Secretaria de Planejamento da Presidência da República (Seplan), além da fiscalização das ações executivas, desde as licitações das obras. Havia de se criar entidades estaduais para agilizar os projetos e as execuções. O Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas do Nordeste, segundo um dos argumentos para sua criação, chegava num momento preocupante com relação às cidades antigas dessa região. O crescimento econômico poderia destruir com a força dos meios disponibilizados aos investidores as características urbanas das antigas cidades, seguramente a atração maior e mais importante para um Sistema Nacional de Turismo. O Milagre Econômico era um dado positivo para o governo e a destruição dos bens o seu lado negativo. Sobre tal crescimento, valem algumas informações – antes, no entanto, é necessário lembrar que no Recife tinha sido iniciada a destruição do Bairro de São José pelo prefeito Augusto Lucena. Tudo para a abertura de uma imensa avenida, crucificando o velho bairro, obra monumental e inútil, uma avenida do nada para coisa nenhuma, onde mais de trezentos imóveis dos mais antigos da cidade foram demolidos. Era o Estado, no nível municipal, destruindo bens culturais de um antigo bairro que descendia, em suas linhas gerais, do período holandês do Recife.15 A obra foi concluída na segunda gestão do prefeito e nessa fase demolida a Igreja de Bom Jesus dos Martírios, de uma Irmandade dos Pardos, datada do final do século XVIII. Quem sabe estaria ali um desprezo pela interface negra da formação da cultura brasileira? Demolição para a qual foram utilizados tratores sem o menor cuidado com o acervo do bem cultural, que, sendo bem tombado pelo IPHAN, foi retirado do Livro de Tombo, a pedido do poder constituído, ao Conselho Federal de Cultura. A torre da igreja foi amarrada com cabo de aço e derrubada sob as vistas do governo municipal.


O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E O CRESCIMENTO URBANO NO BRASIL NA DÉCADA DE 70 DO SÉCULO XX

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Na década de 70 do século XX o crescimento populacional foi muito grande. Não me cabe de momento discorrer sobre as razões de tal situação, e sim sobre seus resultados. A população ao crescer por conta talvez, entre outras causas, da criação de empregos nas capitais, exigia moradias e o governo não podia atender a essa e a outras necessidades básicas da gente menos favorecida. No interesse de resolver a questão da moradia, foi criado em 1964 o Banco Nacional de Habitação (BNH). O BNH não operava diretamente com o público. Realizava sua função através de operações de crédito ao gerir o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por intermédio de bancos privados e/ou públicos e de agentes promotores, como as companhias habitacionais e as de água e esgoto. O BNH se constituiu na principal instituição federal de desenvolvimento urbano nessa fase da história brasileira, como gestor daquele Fundo e na formulação e implementação do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e do Sistema Financeiro do Saneamento (SFS). O BNH não era uma iniciativa pioneira. Desde o governo do general Eurico Gaspar Dutra que se tentava solucionar a crise habitacional. Foi criada nesse governo a Fundação da Casa Popular.16 Novamente em 1953, com Jânio Quadros, se voltou ao problema. No governo desse presidente o populismo vigente materializou o Instituto Brasileiro da Habitação.17 A política habitacional voltaria a ser contemplada em um Plano Trienal elaborado pelo então ministro do Planejamento Celso Furtado para o governo João Goulart. Em 1963, Jango propôs ao Congresso uma reforma urbana, primeiro passo para a formulação de um programa de crédito voltado à população de baixa renda. O movimento militar de 1964 abortou qualquer chance de mudanças nessa área. As preocupações ideológicas manifestadas nos períodos Dutra e Jânio ressurgiram com maior intensidade no regime militar.18 Entre uma e outra filosofia, um fim comum. O BNH foi extinto por decreto presidencial em 1986. No entanto as cidades beneficiadas pelo Programa cresceram muito e a iniciativa, ao impulsionar a construção de edifícios


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que exigiam um terreno de dimensões compatíveis com os investimentos, motivou a destruição de imóveis históricos e artisticamente importantes no Recife e noutras partes onde o BNH atuou. Aquele receio do governo militar quanto ao desaparecimento dos exemplares que construiriam a história urbana era absolutamente procedente. Por outro lado, a quem o BNH beneficiou verdadeiramente foi à classe média. Não somente o demolir a edificação de interesse artístico-histórico era um prejuízo, mas também o criar ao redor do bem volumes incompatíveis com sua fruição estética. Um bom exemplo pode ser o que ocorreu no redor do antigo Sítio da Cruz, situado junto ao Parque Amorim: vários edifícios foram construídos ao redor da casa e do seu sítio. Para garantir tal ação foi necessário desfazer o processo de tombamento o que se fez a pedido do então governador de Pernambuco. Outro banco teve papel importante e propiciou o referido Milagre Econômico: o Banco Nacional de Desenvolvimento Social. O governo utilizou tal órgão financeiro para estimular os empresários destinando recursos para que iniciassem ou expandissem seus negócios. Com vinte anos de experiência na análise de viabilidade de projetos e no gerenciamento de créditos, o BNDES continuava a ser peça indispensável no esquema estatal de indução ao desenvolvimento. À frente da ação estava Marcos Pereira Vianna, que presidiu o Banco por dez anos, de 1969 a 1979. O I Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), sob a responsabilidade do secretário de Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, estabeleceu as diretrizes para o período 1972-74. Na oportunidade se previu um crescimento do PIB em torno de 8% a 9% ao ano, uma inflação anual abaixo dos 20% e um aumento das reservas cambiais em pelo menos US$ 100 milhões. O papel exercido por Reis Velloso era relevante e era ele o mesmo ator que iniciaria no campo cultural a materialização daquele movimento que resultou na criação do Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas do Nordeste. O governo militar era autor de um planejamento econômico e cultural na mesma escala de um


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combate, com estratégias suficientemente claras e inteligentes segundo as finalidades desejadas pelo regime. Também o setor automobilístico era uma das principais atividades produtivas no Brasil. A siderurgia respondeu à altura. Em 1973, criou-se a Siderbrás. Na associação turismo, economia e cultura se pode assistir a um dos momentos singulares do período militar. A criação daquele Programa cultural seria o principal resultado dessa união, que deu frutos nos Estados do Nordeste. Malgrado a filosofia que lastreava a iniciativa, a bem da verdade a restauração dos monumentos e o reconhecimento da existência deles pelo governo de maneira privilegiada, deu margem à formação de profissionais, como se poderá ver depois, indispensáveis para intervenções nos bens culturais materiais e no ampliar as restaurações dos bens móveis. O fato de as escolhas recaírem em alguns bens significativos para o regime autoritário não desfaz o benefício disso resultante e que formaria uma filosofia de respeito e reconhecimento de que produção cultural é indispensável em qualquer regime. A melhor resposta do Milagre Econômico no âmbito da cultura para o Nordeste foi se criar naquele ano de 1973 a Fundarpe em Pernambuco e instituições similares nos demais Estados da região. Isso porque os Estados assumiram, mesmo depois de praticamente extinto o Programa, o papel de defensores de seus patrimônios sem o paternalismo do governo federal. Custou caro tal Milagre, mas um fruto tem seu valor.


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A INSTALAÇÃO DO PROGRAMA INTEGRADO DE RECONSTRUÇÃO DAS CIDADES HISTÓRICAS DO NORDESTE

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Criado o Programa, sua instalação se deu no Recife, em Pernambuco. Antes os Estados participantes procuraram, para demonstrar interesse, reunir propostas de intervenções em bens materiais importantes em cada um deles. O Governo do Estado de Pernambuco, anfitrião do Programa, não poderia deixar de indicar propostas.19 Em um tempo pouco anterior ao ano de 1973, a Secretaria de Indústria e Comércio, cujo titular era o arquiteto Paulo Gustavo Cunha, estava estudando meios para restaurar um imóvel em Olinda, antiga residência dos bispos, para abrigar a Coleção de Abelardo Rodrigues.20 O secretário, para tal finalidade e no sentido de elaborar um documento justificativo da ação, convidou para auxiliá-lo o professor Marcelo Carvalho dos Santos. Na oportunidade este por sua vez entrou em entendimento com o arquiteto José Luiz Mota Menezes, antigo colaborador do SPHAN. Quando ocorreu a perspectiva de instalação do Programa recém-criado, as propostas apresentadas refletiram tal colaboração. O arquiteto Menezes, ao realizar uma dissertação de concurso para assistente da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco, estudou uma possível restauração de natureza conjetural da antiga Sé de Olinda, edificação quinhentista que sofrera duas intervenções desastrosas no

século XX.21 Por outro lado, o mesmo arquiteto tinha realizado uma pesquisa de grande porte no antigo Colégio dos Jesuítas, também em Olinda, abrangendo a igreja do Colégio. Diante do conhecimento dos estudos feitos, nada mais natural do que apresentar os monumentos envolvidos como propostas para as futuras intervenções restauradoras a serem realizadas em Pernambuco por meio desse novo Programa. Como disse, antes da criação do Programa estava se estudando a viabilidade de instalar um Museu de Arte Sacra em Olinda, no Palácio que fora dos bispos, no Alto da Sé, para abrigar a Coleção Abelardo Rodrigues. Assim se deveria indicar mais esta edificação na qualidade de proposta de Pernambuco. Por fim, diante da quase destruição da antiga cadeia pública do Recife, edificação do século XIX, então cogitada para demolição pela Secretaria de Justiça, o monumento surgiu como mais uma intervenção a ser apresentada na reunião referida. Assim, o arquiteto Niepce Araújo reuniu as plantas da velha cadeia, guardadas no Departamento de Obras Públicas, Serviços e Fiscalização (DOPSF), e adaptou-as a um projeto de intervenção, da maneira como pôde àquela altura, e com a pressa exigida para o velho edifício prisional. Estava assim o Estado de Pernambuco com uma proposta de quatro intervenções restauradoras,


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que veio a ser apresentada de maneira, pode-se dizer, notável. De acordo com as normas do Programa instalado, as propostas de Pernambuco, em princípio aprovadas, deveriam ser submetidas ao IPHAN. A instalação da sede administrativa do Programa no Recife conduziu para sua direção o Dr. Vicente Costa e Silva. Na qualidade de analista começou a trabalhar na Seplan – Programa Integrado de Restauração de Cidades Históricas do Nordeste, o arquiteto Hélvio Polito Lopes. Para a elaboração dos projetos executivos, em sua versão a ser aprovada pelo IPHAN, foram convidados numa licitação, e escolhidos, os arquitetos Fernando de Barros Borba e José Luiz Mota Menezes, conhecedores dos monumentos e da mecânica de elaboração dos projetos para a Seplan. Os trabalhos foram desenvolvidos e encaminhados ao IPHAN e à Secretaria de Planejamento.22 Com relação à Casa de Detenção, a escolha do imóvel para uma futura Casa da Cultura condicionou a reestruturação do projeto do arquiteto Niepce Araújo. Tal modificação conduziu simplesmente o partido da intervenção ao projeto inicial, como se verá, realizado em meados do século XIX pelo engenheiro José Mamede Alves Ferreira. Uma vez

participando da organização desses projetos iniciais, os referidos arquitetos começaram também a colaborar na instalação organizacional da Fundarpe e em suas finalidades culturais. A nova Instituição se estruturou na figura jurídica de uma Fundação criada pelo Banco do Estado de Pernambuco. Tal forma era a mais vantajosa para o Programa diante do interesse de se desejar um funcionamento com maior flexibilidade do que aquele em que as ações fossem de responsabilidade de um órgão oficial, sujeito às normas burocráticas naturais de uma repartição pública. Por outro lado, uma fundação poderia legalmente receber doações. Os Estatutos daquela Fundação davam a ela foros de uma Secretaria de Cultura e com maior versatilidade. Era a independência da Cultura em sentido bem definido diante das ações voltadas à educação e que exigiam muita atenção do Estado de Pernambuco.


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A FUNDARPE NO SEU PRIMEIRO DECÊNIO 1973-1983

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Criada a Fundarpe em 1973, ela começou a materializar várias ações, não somente aquelas voltadas à elaboração dos projetos arquitetônicos, mas acima de tudo as relacionadas com o trazer para as propostas de intervenções em edificações de propriedade da Cúria o apoio e aprovação relacionados com as intervenções propostas. Papel fundamental então exerceu o arcebispo auxiliar Dom José Lamartine Soares nessa etapa da instalação e funcionamento da Fundação. O bom relacionamento do secretário executivo da Fundarpe, professor Marcelo Carvalho dos Santos com a Cúria foi peça importante na boa solução para o processo. Por outro lado, a participação do arquiteto Menezes, antigo colaborador do IPHAN, em muito ajudou na boa elaboração dos projetos, então um trabalho em comum com os técnicos dessa instituição fiscalizadora e que analisou, aprovando, os referidos projetos na forma que direi adiante. Todos eram na oportunidade executores de um programa de ações restauradoras de muito interesse e responsabilidade em face das edificações envolvidas. O que movia o IPHAN e a Fundarpe era o bem comum destituído de posições pessoais ou da má política de interesses, presente em indivíduos desejosos de promoção ou ascensão política.

Nesse estágio inicial da Fundação o número de funcionários era bem pequeno. Um secretário executivo, o professor Marcelo Santos; uma secretária, senhora Maria Auricéia de Vasconcelos Fraga; um contador, Josias Moraes, além do auxiliar Gilvannewton de Oliveira Lima. Mais adiante, os dois referidos arquitetos passaram a ser integrantes de fato do grupo diretor da Fundação. O arquiteto Menezes era o secretário adjunto técnico e Borba o adjunto administrativo. Logo uma arquiteta foi convidada a participar da equipe, iniciando sua colaboração com a Fundação: Neide Fernandes de Souza, responsável daí em diante pela área de paisagismo no agenciamento dos projetos, como exemplo o realizado para a Casa da Cultura.23 De 1973 até o ano de 1978 o número de funcionários cresceu pouco, diante do volume das obras realizadas. Em 1974, existiam três pessoas, no ano seguinte se chegou a 16 e em 1978 totalizava 71. As quatro grandes obras acima citadas foram praticamente concluídas nesse ano. No ano de 1983 existiam 140 funcionários na Instituição. A exigência de novos projetos e o diaa-dia desejado para o setor responsável pela ação levou à contratação de estagiários do curso de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que terminaram permanecendo na Fundarpe na função de arquitetos.


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Foram eles Jorge Eduardo Lucena Tinoco e Glauciano Marcos de Lima e Silva, além de Fernando José Guerra de Souza. Este último não permaneceu na Fundação, seguindo para a Fundação de Desenvolvimento Municipal do Interior de Pernambuco (FIAM).24 Ao final do governo do Dr. José Francisco de Moura Cavalcanti (1975-1979), quando era presidente do Conselho Deliberativo o Dr. José Jorge de Vasconcelos Lima, teve lugar uma das modificações dos Estatutos da Fundarpe, a de 1978. Na oportunidade foram extintos os cargos de secretário adjunto para assuntos administrativos e secretário adjunto para assuntos técnicos. No mesmo nível dos cargos anteriores foram criados os de diretor administrativo e diretor técnico respectivamente. Acima de tais cargos estava o de diretor executivo, que passou a ser exercido pelo Dr. Ruben Gondim Lóssio, contratado pela Secretaria de Educação. O Dr. Lóssio acumulou também o cargo de diretor administrativo, enquanto o de diretor técnico passou a ser exercido pelo antigo secretário executivo, o professor Marcelo Santos. Por certo tempo e em transição ficaram assim os cargos maiores. Em 1979, diante de uma nova configuração administrativa, o cargo de presidente passou a ser exercido pelo Dr. Rubens Lóssio. Na organização da Fundação de 1979, a Diretoria do Patrimônio Histórico tinha funções próximas daquela da Secretaria Adjunta Técnica, e passou a ser exercida pelo arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello. A Diretoria de Assuntos Culturais, uma novidade, foi então entregue ao escritor Alberto Tavares da Cunha Melo. O que se poderia chamar o tempo mais “antigo” da Fundarpe terminava naquele ano de 1979. Nova gente e outra diretriz passaram a determinar as linhas gerais das ações da Fundação. Em 1981, a Presidência da Instituição chegou às mãos do antes citado arqueólogo, logo substituído, no mesmo ano, pelo Dr. Gilberto

Governador José de Moura Cavalcanti Inauguração da Casa da Cultura Recife Foto Arquivo da Fundarpe


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Professor Marcelo Carvalho dos Santos, Ministro João Paulo dos Reis Velloso e o Governador Dr. José de Moura Cavalcanti Inauguração da Casa da Cultura Recife Foto Arquivo da Fundarpe

Marques Paulo. Em 1983, a Presidência passou ao Dr. Roberto José Marques Pereira. Uma das características dos cargos técnicos da Fundarpe era de que seu exercício sempre coube, no seu primeiro decênio, aos técnicos. Do arquiteto Menezes (1973-1978) passou a direção dos projetos e das ações técnicas, por um tempo muito curto, para o professor Marcelo Santos (1978-1979) e em seguida o cargo foi exercido sucessivamente por Ulysses Pernambucano de Mello (1979-1981), arqueólogo; Jorge Eduardo Lucena Tinoco (1981-1983), arquiteto e Juarez Gambetá Tavares Barreto Filho (1982), engenheiro. Tal forma de escolha e sucessão garantiu uma linha de conduta que não se afastaria de forma radical daquela indicada nos primeiros anos da Fundação.


OS ESTATUTOS, MAIS DO QUE UM SIMPLES DOCUMENTO

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Quando da elaboração dos Estatutos da Fundação, criada por exigência daquele Programa do governo federal, a finalidade maior espelhava não somente o interesse imediato, ou seja, ser a instituição executora dos projetos apresentados e aprovados ao Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas, mas essencialmente incentivar as demais produções culturais. Assim, a finalidade central dos Estatutos era esse incentivo à cultura e à preservação dos monumentos históricos e artísticos de Pernambuco. Não teria fins lucrativos, sendo a organização mais flexível para captar recursos e realizar outras ações em termos de gestão cultural. A Fundarpe era pessoa jurídica de direito privado. Sendo Olinda o alvo maior das ações, havia nos Estatutos um objetivo claro: o de implantar o Centro Histórico de Olinda. Uma cidade que se desejava fosse destaque por sua antiguidade no cenário nacional e depois mundial. Aquela finalidade prevista nos Estatutos espelhava em Pernambuco um legado cultural que sempre destacou o Estado no âmbito nacional. Pernambuco fora pioneiro na indicação de Lei federal de proteção do patrimônio artístico e histórico.25 Em Pernambuco, um movimento regionalista se afirmou nas ações de um grupo de intelectuais, à frente o sociólogo Gilberto Freyre. Por outro lado, não somente nesse aspecto se tinha a diferença, mas nas ações que o 1º Distrito do IPHAN já realizava na região Nordeste com exemplos notáveis de defesa do Patrimônio por meio daquela gente dedicada da repartição federal. No campo artístico, não se pode desconhecer a ação pioneira da família Rego Monteiro, que na década de 1930 havia trazido obras de arte de Paris para expor no Recife. O Recife era o lugar de Cícero Dias e de tantos outros artistas de talento. Na Escola de Belas Artes, um celeiro de nomes importantes da cultura nacional, participava desde 1956 de um curso de Artes Cênicas (Formação do ator) o notável teatrólogo e romancista Hermilo Borba Filho e também o escritor Ariano Suassuna. O Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP) era o “Horto dos Oliveiras”, como o chamava carinhosamente e quem sabe com certa malícia a gente da terra, por conta dos que o impulsionavam – principalmente Waldemar


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e Alfredo de Oliveira. Este último com seu Teatro de Arena de Pernambuco mantinha vívido o fazer teatro em Pernambuco. Importante foi o retorno do Teatro Popular do Nordeste (TPN), onde Hermilo e sua gente comandavam os espetáculos. Nas Artes Plásticas Gilvan Samico, Francisco Brennand, Abelardo da Hora e muitos outros conduziram a cena artística. Na literatura nomes se destacavam desde os que lidavam no dia-a-dia dos Jornais ou outros que além de jornalistas eram poetas, qual Mauro Mota. Um contexto dos mais notáveis e que deu à Fundação o apoio decisivo para os êxitos alcançados. Muitos desses artistas e intelectuais estavam sempre ligados no “pólo cultural da Rua da União”, sede do 1º Distrito do IPHAN, dirigido pelo engenheiro Ayrton de Almeida Carvalho. A Instituição federal era um ponto de convergência natural e de maior grandeza no Recife. A Fundarpe durante pouco tempo teve sua independência relativa do governo. Logo em 1975 o Estado de Pernambuco a vinculou pela Lei nº 6.873/75 à Secretaria de Educação e Cultura e depois à de Turismo, Cultura e Esportes, em 1979. Tal vínculo amarrou rédeas à Instituição caracterizando-a como de administração indireta. Daí então teria que se sujeitar à organização do Estado, nem sempre de fácil funcionamento. Era o controle do governo estadual, fiel àquele Estado Forte federal. A criação da Fundação não a dotou de recursos no Orçamento estadual, uma vez que era deste inicialmente independente. Quando a transformou em administração indireta, o governo não lhe propiciou orçamento vinculado ao do governo, gerando com tal situação muitas dificuldades naquele presente e no futuro. Além do mais, a finalidade da Fundarpe poderia criar também um conflito com sua vinculação em 1979 a uma Secretaria de Estado que cuidava de cultura. Eram instituições que tratavam de um mesmo objetivo fim. Dizer que a Fundação era o braço cultural da Secretaria era uma figura de retórica, uma vez que seu diretor executivo ao ficar atrelado às decisões do secretário de governo não tinha autonomia alguma. A estrutura da Fundarpe nos seus inícios era bem simples. Em 1975, a modificação dos Estatutos e essencialmente do


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Regimento criou dois departamentos, sete divisões, duas secções e ainda o Centro Histórico de Olinda com duas divisões e a Casa da Cultura com mais duas. Em 1977, nova mudança criou seis coordenadorias, quatro divisões e ainda duas administrações, a da Casa da Cultura e a do Museu de Arte Sacra. Os procedimentos administrativamente podiam ser corretos, mas implicavam em aumento de despesas e ainda na singular situação de se ter chefes sem pessoal subalterno algum. Tais “caixinhas” de organograma administrativo geravam empregos e assim despesas talvez precipitadas em um momento em que determinadas fontes de recursos federais começavam a secar. No ano de 1979, ocorreram mais mudanças e outras despesas em uma Fundação sem destaque orçamentário praticamente nenhum e com tantos funcionários. O crescendo de pessoal se pode verificar ao se comparar o número de funcionários de 1975 com o de 1979: de 26 para 92. De 1979 a 1983 tal número passou para 140. Pode-se argumentar que ocorreu aumento dos serviços, mas esses deveriam ser pagos, proporcionalmente, pelas receitas e tal situação não existia realmente. A Casa da Cultura sempre foi deficitária desde os seus primeiros dias. A Fundarpe chegou a 1983, final do seu primeiro decênio, com dificuldades financeiras fortes. Voltarei ao assunto adiante. O mais interessante com relação aos Estatutos redigidos, a Lei maior da Instituição, é que eles foram marcos determinantes na organização daquele presente com projeção muito boa para a futura política cultural pernambucana.


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OS QUATRO PRIMEIROS PROJETOS DE INTERVENÇÃO

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O Estado de Pernambuco apresentou, sendo aprovados, como disse, quatro propostas de intervenções em monumentos de interesse para o início das ações do Programa: as restaurações da Sé de Olinda; do Palácio dos Bispos, no interesse de instalar um Museu de Arte Sacra; da Igreja de Nossa Senhora da Graça, todos em Olinda, e da Casa de Detenção do Recife, que seria uma Casa da Cultura. Somente a Sé de Olinda possuía um estudo realizado em termos acadêmicos, mas teria de ser reformulado. O escritório contratado passou então a realizar tais projetos de intervenção. Diante do interesse de não somente dizer sobre a história da Fundação, e sim direcionar as informações sobre a forma como determinadas ações foram materializadas, tornando-as exemplos necessários à formação dos gestores e agentes culturais, passo a descrever a maneira como ocorreram as diversas intervenções restauradoras, projetadas e executadas. Não havia no país qualquer exemplo de intervenções restauradoras em bens imóveis do porte das propostas pelos Estados do Nordeste, isto é, com a completeza desejada para cada um dos monumentos contemplados. Por outro lado, as informações históricas eram poucas para a compreensão das várias

modificações anteriores realizadas nos edifícios. Duas das edificações de Olinda eram conhecidamente do século XVI, e o Palácio dos Bispos seria do século XVII. No Recife, a antiga Cadeia, do século XIX, a ser destinada a Casa da Cultura, tinha história bem conhecida e ainda se possuía em arquivo da Diretoria das Obras Públicas, Fiscalização e Serviços (DOPFS), parte do projeto da penitenciária, devido ao engenheiro José Mamede Alves Ferreira.26 Assim considerando, era necessário realizar propostas de intervenções bem mais próximas dos resultados obtidos em outros monumentos antes restaurados pelo IPHAN, sob o aspecto da aplicação, em intervenções, das teorias da restauração executadas pelo órgão federal. As diversas obras do IPHAN no Estado de Pernambuco moldariam os projetos de intervenção da Fundarpe. Naturalmente, seria mais do que isso a se exigir do escritório contratado, uma vez que se sabia não existirem projetos gráficos completos, realizados pela repartição federal, e sim de intervenções isoladas e nem sempre com a unidade exigida pelo Programa. As primeiras ações do escritório contratado objetivaram reunir todos os conhecimentos sobre as edificações-alvo dos projetos. Depois, seria feito um minucioso exame dessas edificações, objetivando


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um diagnóstico inicial sobre as intervenções ocorridas antes, o que foi facilitado pelo fato de ser o arquiteto Menezes conhecedor da história da Arquitetura de Pernambuco e ainda ter estagiado na Direção dos Monumentos, em Portugal. Além do mais, por dez anos foi colaborador do mesmo IPHAN. Tais condições foram importantes quando se buscou orientar os resultados propostos. Uma das dificuldades resolvidas dizia respeito à forma de apresentar a proposta de intervenção. Nos casos citados, os primeiros, os arquitetos responsáveis efetuaram um levantamento arquitetônico do existente, indicaram os danos e a seguir fizeram anexar um Relatório gráfico e literal do encontrado. Um outro jogo de desenhos informava sobre as intervenções e as justificava em texto à maneira de um memorial. A proposta compreendia também informações gráficas sobre o estado da edificação, obtidas com inúmeras fotografias. De uma proposta para outra havia diferenças decorrentes do partido arquitetônico da intervenção, que ora se baseava em um teórico, outras vezes em outro ou tinha de adotar princípios específicos segundo a natureza da proposta. Adiante voltarei ao assunto.27 Quando da execução, as propostas tiveram de ser adaptadas, para um melhor entendimento da

evolução construtiva das edificações. O papel exercido pela arqueologia foi importante no sentido de esclarecer dúvidas que não seriam resolvidas a contento senão com os resultados das pesquisas especializadas. Em todo momento a parceria nas decisões passou a ser a razão maior dos acertos e também dos possíveis erros, segundo algumas avaliações posteriores. No entanto, tudo quanto foi materializado nas intervenções teve embasamento em teorias da restauração aceitas naquela oportunidade em que a solução foi apresentada e escolhida. Para tanto, o ‘aprovo’ final do IPHAN e a opinião do grupo gestor das obras em níveis estadual e federal foram decisivos. Note-se que para complementar os projetos de restauração, e para que fossem aprovados e liberados os recursos financeiros, a Seplan-PE exigia um dossiê com orçamentos e análise das condições socioeconômicas do entorno, passando esse trabalho a ser realizado pelo assessor técnico Fernando Borba. As quatro obras citadas, assim como as que seriam realizadas depois, como se verá, propiciaram, diante das discussões na Fundarpe, a formação de uma verdadeira escola prática e teórica sobre a restauração de monumentos.


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A RESTAURAÇÃO DA SÉ DE OLINDA · 1974

A Sé de Olinda em sua feição neogótica Foto Arquivo da Fundarpe

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A pia de água-benta do interior da Igreja da Sé Olinda Foto Eudes Santana

A Sé de Olinda tem sua história contada por vários autores. A construção foi iniciada na segunda metade do século XVI e por ocasião da invasão dos holandeses em Pernambuco, no ano de 1630, estava praticamente concluída.28 Ao longo de mais de três séculos a igreja foi sendo enriquecida com obras de talha, azulejarias e pinturas. Apesar do tempo da construção e das diversas intervenções resultantes das obras citadas, manteve-se uma unidade de leitura do conjunto construído, onde certa identidade unia os gostos desses anos decorridos. Dominava a Igreja Catedral o alto de um morro onde se engastava, e sua dimensão guardava boa relação com o entorno. No princípio do século XX uma intervenção destruiu toda essa unidade e a transformou em uma igreja de feitio eclético e de teor voltado ao goticismo, defendido por quem acreditava ser essa forma artística a mais indicada para as igrejas em toda parte do mundo. A Sé teve destruído o coroamento da única sineira completa existente; fezse outra, e nas duas se assentaram esguias flechas, de gosto medieval, executadas em ferro e provavelmente encomendadas na França. Não se completou a intervenção que era de responsabilidade do desenhista Rodolfo Lima.29 Passado algum tempo, oxidaram-se tais elementos de ferro e tudo começou a ruir sobre a rua.


A Sé de Olinda em obras de restauração Foto Eudes Santana

Então, antes do Congresso Eucarístico Nacional, de 1939, o arcebispo Dom Miguel de Lima Valverde mandou executar um projeto de intervenção, realizado por um profissional desconhecido e inspirado em Igreja da República Tcheca. Toda a estrutura de ferro passou a ser desmontada, sendo executada essa nova intervenção em concreto armado e estuques. Decorridos cerca de trinta e três anos o estado da Sé era lamentável.

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Altar do Santíssimo Sacramento na Igreja da Sé Foto Eudes Santana


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A Sé de Olinda com as obras de restauração no final Foto Arquivo da Funarpe


Interior restaurado da Sé de Olinda Foto Eudes Santana

Abandonada, teve o restante dos seus bens, aqueles não destruídos nas intervenções anteriores, transferidos para o Convento dos Franciscanos de Igarassu quando da instalação de uma pinacoteca de responsabilidade do IPHAN.30 Da vetusta Sé, em texto de um escritor coetâneo, nada quase se via de interesse. No ano de 1966, o padre Marcelo Carvalheira, residindo junto à igreja, começou a retirar, uma vez que ninguém impedia tal ação diante do que era o edifício, o revestimento de escaiola das oito colunas de sustentação das arcadas da nave central. Para surpresa dele, todas eram em pedra calcária. Não somente colunas, mas arcadas e outros elementos estruturais permaneciam sob os rebocos das duas intervenções citadas. Na oportunidade o reverendo solicitou ao arquiteto José Luiz Menezes que examinasse a velha igreja e este não somente o fez, como passou a estudar como teria sido a edificação antes daquelas intervenções infelizes. Disso resultou uma dissertação de Concurso para Assistente da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco, que o arquiteto defendeu em 1962.31 Em 1973, quando se cogitou em apresentar propostas para o Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas do Nordeste, o projeto realizado pelo arquiteto era conhecido

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Capela-mor da Sé de Olinda Cúpula hemisférica Foto Eudes Santana

em face de sua defesa perante banca na mesma Universidade. Esta foi em princípio a idéia de uma possível restauração de um edifício de tanta importância, a mola mestra para sua escolha. O projeto de restauração a ser proposto ao Programa de Cidades Históricas deveria ser estudado a partir do elaborado pelo arquiteto. Quando o escritório de arquitetura foi contratado e nele um dos sócios era autor da dissertação, a questão passou a ser discutida sob outro prisma. Na altura da pré-apresentação do projeto de intervenção decidiu-se aproveitar os desenhos do arquiteto e deixar a decisão do partido a se adotar para quando se retirassem todos os rebocos e se pudessem analisar as duas intervenções, bem como avaliar o quanto tais intervenções prejudicaram o edifício. O que se tinha inicialmente, portanto, seria um projeto-diretriz a se confirmar ou não quando das obras. Tal feito naturalmente poderia trazer inconvenientes para o processo licitatório e no futuro poderia gerar aditivos ao orçamento inicial das obras. No entanto, não se podia fugir de tal alternativa, e assim foi realizado. Iniciadas as obras, a igreja apresentava sinais de ter sido bem menos agredida do que se supunha. Perfis de arcadas, capitéis, molduras e outros detalhes se encontravam embutidos nas paredes e o piso antigo


Interior da SĂŠ de Olinda (totalmente restaurado) Foto Eudes Santana

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A INTERVENÇÃO NA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA EM OLINDA · 1974

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Sino antigo fora de uso Foto Eudes Santana

da igreja estava abaixo do nível então existente. Além do mais, as pesquisas nas paredes permitiram uma melhor análise das intervenções, não somente as duas referidas, mas outras anteriores. Em reuniões periódicas dos técnicos da Fundarpe, do IPHAN e da Seplan as decisões eram tomadas segundo os elementos construtivos encontrados. Valeu o levantamento das características de cinqüenta igrejas semelhantes existentes em Portugal e o relacionamento delas com a Sé de Olinda. Os que conheceram a Sé e viram o resultado, não acompanhando as obras, passaram a dizer que a edificação tornara-se uma invenção da Fundarpe e do IPHAN. Nada mais injusto. Na escolha do partido de intervenção, predominou aquele modelo de restauração em que se recompunham os elementos a partir dos achados, tudo conforme as decisões do grupo gestor da execução das obras – o arquiteto que havia realizado a primeira proposta era parte integrante apenas como vogal. A execução da intervenção era responsabilidade de um colegiado a quem se podem atribuir erros ou acertos. De toda a obra se conservou a documentação devida.32 A experiência vivida nessa restauração foi de grande valia para a formação dos arquitetos que trabalhavam na Fundarpe e dos estagiários de arquitetura.33

A Companhia de Jesus com dois de seus padres chegou a Olinda no ano de 1551. Os religiosos eram Manuel da Nóbrega e Antônio Pires e, logo ao chegar, receberam em doação de Duarte Coelho uma ermida por ele construída, que tinha por orago Nossa Senhora da Graça, devoção agostiniana. Não demoraram os padres na Capitania e somente em 1565 aqui aportaram outros da mesma ordem para tomar posse da edificação. Logo começaram a erigir uma igreja nova, provavelmente demolindo a antiga construção. Em 1576, tiveram início obras maiores, a do Colégio inclusive. No ano de 1597, a igreja estava quase pronta, com feição que a aproximava da igreja da Companhia em Lisboa (Igreja de São Roque). Três retábulos de pedra calcária e quatro imagens foram confeccionados entre 1585 e 1630. Neste último ano, como se sabe, ocorreu a invasão holandesa. A igreja e o colégio foram ocupados pelos adventícios, que destruíram o retábulo-mor, decepando aquelas imagens. A igreja e o colégio foram então incendiados. O conjunto sem o telhado pode ser visto em desenho, gravura e pinturas de Frans Post, artista da comitiva do governador João Maurício de Nassau (16371644). As pinturas indicam elementos arquitetônicos não mais existentes na igreja em sua feição que chegou ao


Seminário Arquidiocesano de Olinda antes da restauração (antigo Colégio dos Jesuítas) Foto Arquivo da Fundarpe

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Retábulo de cantaria – calcária – da Igreja de Nossa Senhora da Graça do antigo Colégio dos Jesuítas de Olinda (Seminário Arquidiocesano) Foto Eudes Santana

século XX. Por outro lado, uma gravura intitulada Marim d’Olinda revela uma igreja tendo na sua fachada principal uma abertura sobre uma única porta.34 Também a edificação não apresentava tal disposição na centúria passada: três janelas estavam dispostas na altura do coro. No interior da igreja um forro de estuque tem sua data de execução avaliada como dos anos finais do século XIX, e janelas altas nas paredes laterais iluminavam a nave única – uma fisionomia que em nada confere com as imagens referidas e conhecidas da igreja. O Colégio que se pode ver representado naquela pintura parece ser o mesmo em suas dimensões com o que se vê atualmente, exceto quanto à portaria bem diferente. Sobre tal conjunto jesuíta, transformado em Seminário arquidiocesano em 1800, pelo padre Azeredo Coutinho, se tem muita informação. O padre Serafim Leite em sua obra monumental sobre a História dos Jesuítas no Brasil informou acerca da construção e indicou o provável autor do seu primeiro risco: o irmão carpinteiro e arquiteto Francisco Dias. Diante disso e dos estudos iniciados em 1967 pelo arquiteto José Luiz Mota Menezes e coerente com sua enorme importância, enquanto único Colégio do século XVI relativamente intacto no Brasil, foi a proposta de intervenção apresentada à Seplan e aprovada a execução da obra de intervenção.


Imagem do século XVI de Nossa Senhora da Graça Igreja do Colégio dos Jesuítas de Olinda Interior da Igreja de Nossa Senhora da Graça de Olinda Fotos Eudes Santana

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Carranca de um retábulo de pedra calcária da Igreja de Nossa Senhora da Graça Colégio dos Jesuítas de Olinda Foto Eudes Santana

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Considerando a mesma situação vivida na efetivação da proposta da Sé, um projeto diretriz foi realizado, este com mais elementos conhecidos que o anterior, sendo iniciadas as obras. Na oportunidade, seguindo o mesmo caminho das obras do IPHAN, removeram-se os rebocos do interior e do exterior da igreja. A primeira surpresa resultou da descoberta de três confessionários ocultos no corpo das paredes laterais. Teria havido um quarto, porém em seu lugar existia uma capela aberta posteriormente. Tal novidade aproximava mais o plano da igreja daquele indicado para o Colégio do Rio de Janeiro e guardado na Biblioteca de Paris, França. Além dos confessionários, também foram localizadas as enormes seteiras, as duas vistas na pintura citada de Post. Estas, de pedras calcárias, tinham excelentes desenhos. A porta lateral entaipada era pertencente a etapas de obras posteriores a 1654, quando se reconstruiu o conjunto parcialmente destruído no incêndio de Olinda de 1631. Ao se remover o retábulo de madeira do século XIX, localizou-se parte do anterior, construído em pedra, no século XVI. Posteriormente vão se descobrir em um carneiro abandonado os restos das colunas desse altar, com três das quatro imagens mutiladas. Na remoção do telhado, restos da estrutura de madeira do antigo foram descobertos, sendo estes no modelo

em tesouritas, comum nos séculos XVI e seguinte. A maior descoberta se deu por acaso. Ao se remover o piso de uma capela do falso transepto uma pedra tumular ocultava uma cripta abaixo do nível do piso com um sepultamento ainda no local. O achado motivou o início de uma extensa pesquisa arqueológica no corpo da nave realizada pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, tendo à frente o arqueólogo Marcos de Albuquerque. Cerca de 180 sepultamentos foram identificados, de diferentes tipos de inumação. Por outro lado, a remoção cuidadosa do piso deixou à luz os avanços sucessivos da teia de comunhão realizados segundo as diferentes formas de ocupação da nave. Na oportunidade dois púlpitos antigos vieram à luz. Na fachada principal, quando daquela remoção dos rebocos, um grande óculo, praticamente igual ao da Sé, foi encontrado sob o reboco por se achar entaipado. Também a sineira vista em pinturas de F. Post foi identificada. O projeto de intervenção aprovado foi revisto devidamente segundo os elementos arquitetônicos encontrados. Na Igreja de Nossa Senhora da Graça a intervenção se fez seguindo o procedimento usual do IPHAN e todos os elementos desejados para a tomada das decisões estavam presentes e documentados devidamente. A teoria


Antigo claustro das aulas do ColĂŠgio dos JesuĂ­tas de Olinda Foto Eudes Santana

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Pátio dos padres do antigo Colégio dos Jesuítas de Olinda


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da restauração que fundamentou a intervenção tinha por lastro as diretrizes do italiano Camilo Boito, com os ajustes indicados pelo caso em tela. As anastiloses das peças ornamentais das capelas e confessionários foram feitas com calcário de cor diferente do existente. Na Sé de Olinda, o reparo dos perfis das cantarias se fez com estuque diante da quantidade de restaurações. Nesta igreja todos os perfis estavam definidos na espessura dos rebocos, uma vez que o escultor sempre deixava parte da moldura no interior das massas dos revestimentos das paredes. A intervenção restauradora da Igreja de Nossa Senhora da Graça foi exemplar. Não somente pelo acerto, mas porque ela permitiu que em reuniões internas na Fundarpe, com a participação de arquitetos, estagiários e outros, se travassem proveitosos debates sobre o que se fazia nas intervenções de Olinda e do Recife. Maneira de proceder que se estribava naquela forma de trabalhar dos antigos empreendimentos construtivos da Europa. Seguindo o modelo instalado pela conjugação Seplan/IPHAN/Fundarpe, as decisões eram de um grupo gestor e seguiam as teorias vigentes na Instituição federal, adaptadas de princípios europeus. A frase clássica “cada caso é um caso”, tinha para as obras o tom de verdade.35

Ao lado, Igreja de Nossa Senhora da Graça e bloco das aulas do antigo Colégio dos Jesuítas de Olinda Foto Eudes Santana


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Palácio dos Bispos de Olinda (antes da restauração) Foto Arquivo da Fundarpe

No século XVI, era no alto da Matriz do Salvador onde se podia identificar o início da ocupação territorial urbana da sede da vila Duartina. Nesse morro mais alto do que os outros do lugar, edificaram-se a torre de residência do donatário, a ferraria, o açougue e logo a Casa da Câmara. O casario mais antigo formava uma longa e curva rua desde a Matriz até o Hospital e Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia. Outra rua, mais antiga, passava por detrás da Casa da Câmara e era conhecida sob o nome de Rua do Vale das Fontes (ou Val-deFontes, no falar lusitano). A Casa da Câmara pode ser vista em sua imagem mais antiga na estampa holandesa antes citada, titulada Marim d’Olinda. Era um edifício com dois pavimentos e janelas no pavimento superior da fachada principal. A Casa da Câmara foi na segunda metade do século XVII cedida para residência do primeiro Bispo de Olinda. Posteriormente, a ela se anexaram duas outras construções, uma casa senhorial com duas torres e uma térrea. Tal forma de anexação se pode ver em um projeto para tal fim realizado e que se encontra no Arquivo Nacional no Rio de Janeiro. O assim concebido com tal ampliação no Palácio dos Bispos, em certo tempo foi modificado e se incluiu uma varanda naquele andar superior entre as duas torres. O interior seguiu, na materialização do citado projeto, as diretrizes de uma residência nobre onde no 1º pavimento estava o lugar da vida social, então atrelada à de um bispo. No rés-do-chão outros serviços de apoio da casa se alojavam em ambientes diversos. Quando se cogitou instalar no imóvel a Coleção Abelardo Rodrigues, ainda os cômodos da residência episcopal estavam íntegros. Depois, uma infeliz reforma removeu os ambientes decorados com forros pintados e o espaço destes se tornou


A INTERVENÇÃO NO ANTIGO PALÁCIO DOS BISPOS · 1974

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parte de um enorme salão. Os dois torreões estavam já demolidos, na altura do projeto de intervenção apresentado à Seplan, deles restando um desenho do pintor Manoel Bandeira, elaborado a partir de uma fotografia. Outras intervenções existiam no imóvel e foram devidamente anotadas e fotografadas. O projeto da intervenção, fruto posterior de uma pesquisa arqueológica nas paredes sem rebocos e nos pisos do térreo, indicaram a remoção da varanda, remontagem nos lugares antigos dos dois painéis de azulejos e ainda a releitura dos espaços da casa de dois torreões. Considerando que a visão inferior dos telhados seria oculta por forros de madeira, optou-se por não utilizar madeiramentos de apoio, e sim executar uma laje de concreto armado para suporte direto das telhas. Tal iniciativa era amparada pela Carta de Veneza. De mesma maneira se procedeu na Sé, onde uma laje de mesma tecnologia suporta as telhas e materializa as abóbadas das capelas intercomunicantes reconstruídas à luz dos vestígios encontrados.36 No projeto do Palácio, as varandas de ferro do século XIX eram mantidas, mas em sua execução foram substituídas por varandas de madeira semelhantes às dos muxarabiês da Sé. Tal mudança não se apoiava em nenhuma documentação anterior, contrariando-se assim a proposta do arquiteto. A restauração do Palácio infelizmente não possibilitou o abrigo natural desejado para a Coleção Abelardo Rodrigues: o Governo do Estado não adquiriu a coleção a tempo, e sim o da Bahia, instalando-a no Solar Ferrão, em Salvador.37

Palácio dos Bispos de Olinda depois da restauração Foto Eudes Santana


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CADEIA PÚBLICA CASA DA CULTURA · 1974

Vista aérea da Casa da Cultura no Recife Foto Arquivo da Fundarpe

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Página anterior, Casa da Cultura, antiga Cadeia do Recife, restaurada Foto Arquivo da Fundarpe

No início da segunda metade do século XIX teve início no Recife, com base em um projeto das Obras Públicas assinado pelo engenheiro José Mamede Alves Ferreira, a construção da Cadeia Nova. Era um plano grandioso e moderno para a época, segundo o modelo Panótico, adotado em penitenciárias da Europa e dos Estados Unidos da América do Norte, e baseado em razões de segurança. Na década de 60 do século XIX, o então secretário de Justiça do Estado de Pernambuco iniciou a demolição da Cadeia, chegando a derrubar seus muros externos. Em razão das várias reações contrárias, a obra demolitória parou. Quando da instalação do Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas do Nordeste, incluiu-se uma proposta de intervenção na qual a Cadeia Velha passaria a ser uma Casa da Cultura, à maneira de uma existente em Fortaleza, no Estado

do Ceará. A proposta foi aprovada, como intenção, com apenas a inclusão de uma série de plantas existentes nas Obras Públicas, sem nenhuma indicação de uso, à luz de um possível retorno econômico. Era o projeto talvez o único do Estado de Pernambuco que possibilitaria sua auto-sustentação econômica, de acordo, aliás, com as idéias do Programa da Seplan. Uma vez aprovada, a proposta de intervenção teve de ser reformulada quanto ao uso e em face da melhor forma de releitura do projeto conhecido do engenheiro Mamede Ferreira. Para tal fim, o escritório contratado, por meio do arquiteto Borba, fez as adaptações necessárias. O partido adotado resultou simplesmente na retirada, em uma das alas (chamadas então Raios), de um acréscimo onde se instalara a enfermaria para os presos; no refazer da antiga cúpula de planta trapezoidal;


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Casa da Cultura (restaurada) Fotos Eudes Santana


na instalação de elevadores em três das celas; na fundição dos suportes de ferro e sua colocação nas varandas de acesso às celas de duas das alas e na execução de escadotes nos peitoris internos das janelas dos Raios, a fim de possibilitar aos visitantes o acesso direto aos Raios. As estruturas de madeira das cobertas foram substituídas por outras de concreto armado e de mesmo sistema construtivo as lajes dos pavimentos. Todos os gradis e esquadrias foram restaurados.38 O partido adotado na intervenção não seguiu qualquer teoria européia uma vez que somente se retiraram da construção acréscimos que claramente eram bem posteriores ao todo do projeto inicial conhecido.

Janelas gradeadas da Casa da Cultura Foto Eudes Santana


OUTRAS INTERVENÇÕES EM BENS MATERIAIS

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A Fundarpe, além das intervenções relatadas que foram as primeiras aprovadas pelo Programa da Seplan, realizou outras mais e tudo dentro da fase de maior ação de tal iniciativa do governo federal. Ainda estavam em execução as três obras citadas quando a Fundação, no seu primeiro decênio, deu início às seguintes intervenções restauradoras: Conjunto Arquitetônico de Nossa Senhora do Ó, em Paulista (1976-1977); Conjunto Arquitetônico da Praça Marechal Deodoro, em Igarassu (1976-1978); Refrigeração artificial do Teatro de Santa Isabel, no Recife (1977-1978); Casa do Barão Rodrigues Mendes, no Recife (19771979); Casa n º 150, na Rua Benfica, no Recife (1977-1979); Casa nº 157, na Rua Benfica, no Recife (19771979); Forte das Cinco Pontas, no Recife (1977-1978); Casas números 670, 680, 690 e 700, situadas na Avenida Sigismundo Gonçalves, em Olinda (1978-1979); Casa 160, na Rua de São Bento, Olinda (1979-1982); Conjunto das Igrejas de Santo Antônio e de Nossa Senhora do Rosário, em Tracunhaém (1979-1981); Mercado da Ribeira, em Olinda (1979-1981); Praça dos Santos Cosme e Damião, em Igarassu (1979); Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em Goiana (1979); Igreja de S. Amaro das Salinas, no Recife (1980-1982); Igreja Matriz de Santo Antão, em Vitória de Santo Antão

(1982-1983); Casa nº 123 da Rua 13 de Maio, em Olinda (1982-1983) e o antigo prédio da Recife Drainage, no Recife (1982-1984). As obras relacionadas expressam bem o nível de atividade da Instituição no seu primeiro decênio de vida. Foram obras na sua maioria iniciadas na década de 1970, quando ainda havia um bom suporte do Programa da Seplan. Também se deve tal intensidade de obras ao ambiente de euforia e interesse vivido pelos profissionais que constituíam a Secretaria Adjunta Técnica (conforme o Regimento de 1975, transformada depois em uma Diretoria Técnica no ano de 1978 e, de certo modo, esvaziada na organização administrativa do ano seguinte). O Regimento desse ano deu ênfase à Unidade de Apoio com três divisões e vários setores que dividiram e racionaram os trabalhos, mas destruíram a unidade, desmontando o entusiasmo do grupo pela ação cultural da Fundação – em grande parte pelo retorno do arquiteto Menezes à sua Repartição de origem, solicitado que fora pela mesma. Em 18 de setembro de 1979, foi sancionada a Lei Estadual nº 7.970, que instituiu o Tombamento de Bens pelo Estado de Pernambuco. Na Fundarpe, o assessor técnico Fernando Borba elaborou o texto do Decreto de regulamentação, que foi sancionado


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Ao lado, Igreja de Nossa Senhora do Ó (restaurada) Pau Amarelo, Paulista Foto Arquivo da Fundarpe

Igreja de Nossa Senhora do Ó (restaurada) Pau Amarelo, Paulista Foto Eudes Santana

em 11 de janeiro do ano seguinte, sob nº 6.239. Estava assim criada a base jurídica para a nova e abrangente ação de preservação de bens culturais. A partir de 1978, toda a atividade de intervenção em bens vinculados ao Patrimônio Histórico foi reunida em uma Diretoria, a do Patrimônio Histórico, que tratava com a Diretoria de Assuntos Culturais da finalidade estatutária da Fundação. Tudo ficou dependente de uma burocracia demasiadamente grande para uma Instituição que por natureza devia funcionar de maneira bem mais simples. Existia uma excelente organização no papel, porém dependente de uma estrutura basicamente fiel à governamental, em princípio nada fácil de funcionar bem. Entretanto, observadas as ações da Fundação, a realização de intervenções em bens materiais cumpria a finalidade primeira da entidade cultural. Com certo dinamismo decorrente também daquele entusiasmo, a execução de projetos e a materialização de obras davam à Diretoria Técnica um meio maior de formação de profissionais numa área onde nada de tal porte se tinha realizado até então. Tal perfil levou a própria Seplan, diante da carência de gente especializada, a prestar um enorme benefício às instituições envolvidas quando elaborou e pôs em prática cursos de preparação de mão-de-obra de segundo e terceiro graus envolvendo mestres-de-obras, engenheiros e arquitetos da região Nordeste.39 Ainda nos dias presentes, existem inúmeros profissionais, não somente os que continuaram a prestar serviço na Fundarpe, mas outros do mercado de trabalho, que se beneficiaram daquela formação adicional. As obras citadas foram desenvolvidas em imóveis escolhidos segundo as circunstâncias daquele momento e o interesse que eles tinham para a comunidade. Assim é que as obras realizadas na Praia de Nossa Senhora do Ó, em Paulista, em

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Igreja de Nossa Senhora do Ó (restaurada) Pau Amarelo, Paulista Foto Eudes Santana


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um conjunto constituído por uma igreja e seu antigo casario à volta, deram início a uma ação na comunidade reabilitando a função religiosa da localidade então em declínio absoluto, apesar da ocupação recente do lugar com novos habitantes interessados no uso daquela praia. Era a inclusão das ações em forma mais coerente com a função reabilitadora da “restauração” indicada no nome do Programa federal. Um processo de gentrificação se instalou no lugar e os antigos usos foram substituídos por outros mais de acordo com a comunidade ao redor, constituída de veranistas e moradores permanentes. Estes em menor número, não eram mais os pescadores de anos bem anteriores. Havia ainda uma colônia de pesca, mas sem importância capaz de determinar um uso para o local a eles destinado. A intervenção na Praça Marechal Deodoro, em Igarassu, foi decorrente de uma exigência do IPHAN.40 Quando se instalou a Agência do Bandepe nessa cidade o entorno estava de certa maneira degradado. A revitalização – expressão em uso largo na época – do casario foi uma experiência muito boa para a Fundarpe. O projeto de intervenção resultou de uma parceria da gente residente no local com a área de Serviço Social da Fundação em várias reuniões, fotos e outras informações foram muito úteis aos

Igreja de Nossa Senhora do Ó (restaurada) Pau Amarelo, Paulista Foto Eudes Santana


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Academia Pernambucana de Letras Recife Foto Arquivo da Fundarpe


Academia Pernambucana de Letras Recife Foto Eudes Santana

arquitetos.41 Outra maneira de interagir com a comunidade e deixar que a intervenção não seja uma ação vinculada a uma forma elitizada de ver a gente que era alvo do beneficio. Forma diferente daquela conhecida como gentrificação. Com relação à Casa do Barão Rodrigues Mendes, doada à Academia Pernambucana de Letras, o interesse foi outro. Na verdade a Academia estava sediada em um dos belos sobrados urbanos da antiga Passagem da Madalena, no Recife. Era importante valorizar tal forma de uso de um imóvel

de grande valor histórico-artístico. Além do mais, tal sede fora doada pelo próprio governo em um tempo anterior e ela passou a abrigar uma academia que reunia o que de mais distinto e seleto existia em termos de intelectuais no Estado de Pernambuco. A obra tinha uma destinação de grande interesse político e social. A restauração da casa principal foi materializada pela ação dos acadêmicos.42 A iniciada em 1977 pela Fundarpe compreendia uma intervenção nas antigas dependências para uso como auditório e um novo prédio para a Biblioteca. A função

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Ao lado, Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco Rua Benfica 157, Recife Foto Eudes Santana

Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco Rua Benfica 157, Recife Escultura em mármore Foto Eudes Santana

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social dos dois imóveis estava garantida pelas ações já consagradas da Academia no meio da comunidade em geral. O projeto dessas unidades se deveu ao arquiteto Jorge Lucena Tinoco, do corpo técnico daquela Fundação. As casas da Rua Benfica de números 150 e 157 tinham uma relação direta com a Fundação. A primeira foi a Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a segunda a Escola de Música da mesma Instituição. Ambas foram restauradas e adaptadas, em tempos diferentes, para abrigar a sede da própria Fundarpe e depois da Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, enquanto na casa número 157 continuou funcionando o Departamento de Extensão Cultural da UFPE. A intervenção na casa 157 não somente restaurou a edificação, mas acrescentou uma edificação nova, que abrigou a direção da Fundarpe e ateliês na área do terreno do mesmo imóvel, estendendo-se até agosto de 1975 – quando uma violenta enchente inviabilizou qualquer possibilidade de ocupação. O projeto dessa intervenção foi da arquiteta Neide Fernandes de Souza. Quanto ao Forte das Cinco Pontas, construção de uso militar que se integrava inicialmente ao sistema defensivo da Cidade Maurícia no período de ocupação do Recife


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Conjunto de Chalés da Avenida Sigismundo Gonçalves, Olinda Foto Arquivo da Fundarpe

pelos holandeses, sendo reconstruída no mesmo lugar em 1677, a intervenção da Fundarpe estava relacionada com o uso da fortificação pela própria Seplan. Quando os militares deixaram de utilizá-la, a Seplan a absorveu e nela se instalou, até que deixa o lugar e ele é adaptado para ser o Museu da Cidade do Recife. A elaboração desse projeto de intervenção resultou de uma das mais bem realizadas pesquisas arqueológicas, tendo sido até publicada posteriormente. O projeto respeitou todas as informações da arqueologia, dando continuidade assim a uma forma de agir da maior importância em uma intervenção do gênero, ou seja, antecipar ao projeto de intervenção uma larga pesquisa na edificação-alvo e desse modo deixar claro que as obras de adaptação para um novo uso sejam uma natural decorrência dos resultados e da importância do bem envolvido.43 Da


Conjunto de Chalés da Avenida Sigismundo Gonçalves, Olinda Fotos Arquivo da Fundarpe

mesma maneira agiu a Fundarpe com relação aos imóveis da Rua Sigismundo Gonçalves em Olinda, onde se abrigou o Fórum dessa cidade. Quanto à Casa 160, na Rua de São Bento, em Olinda, o interesse foi da Prefeitura. No imóvel se instalou em 1982 o Centro de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda (CPSHO). Era um imóvel de linhas bem simples, mas integrado ao casario de uma das melhores ruas de Olinda. Serviria de

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Igreja de Santo Antônio em Tracunhaém Foto Arquivo da Fundarpe

exemplo para outras intervenções nesse lugar. Uma outra ação em Olinda se deu no Mercado da Ribeira. Construção do século XVIII, ela foi beneficiada com um excelente projeto, nela se instalou um centro cultural de artesanato que sobrevive até hoje e está integrado a uma ação maior do município na área de turismo. Em Igarassu e em Tracunhaém as ações envolveram interesses comunitários. Tratava-se de

intervenções em igrejas e praças de intensa vida social voltada ao turismo. A Cidade de Igarassu recua sua existência ao primeiro século da civilização lusitana nos trópicos. A Praça dos Santos Médicos Cosme e Damião é um local “quente”, na concepção do historiador Le Goff, da velha e Real Vila de Igarassu, onde a sociedade sempre se reunia, até mesmo para as louvações aos referidos santos. Vista em várias pinturas de


Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Tracunhaém Foto Arquivo da Fundarpe

Frans Post do século XVII, ela é a melhor moldura da Igreja daqueles Santos Médicos. Quanto a Tracunhaém, o conjunto-alvo do projeto então executado pertence à comunidade de artesãos do barro, sendo uma das maiores atrações do local. As igrejas envolvidas são de grande interesse para a compreensão da vida social religiosa ainda existente no lugar. A restauração dessas igrejas foi exemplar e o Relatório, então elaborado ao final

das obras, um modelo a ser seguido para arquitetos e outros relacionados com tais intervenções. O arquiteto envolvido no projeto foi Jorge Eduardo Lucena Tinoco. Ele redigiu na época esse excelente Relatório de Obras antes citado. Os demais projetos e execuções do decênio se integravam nas ações decorrentes da necessidade de um natural processo de apoio à cultura que era a diretriz maior da Instituição. Uma

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Ao lado, Igreja de Santo Antônio em Tracunhaém Foto Eudes Santana

Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Tracunhaém Fotos Eudes Santana

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Casa do ex-Governador Dr. José Rufino Foto Arquivo da Fundarpe

vez constatada a necessidade da obra, a Diretoria de Patrimônio Histórico realizava a pesquisa arquitetônica e às vezes arqueológica, e se efetivavam o projeto e a execução. Uma normativa que seria seguida pela Instituição, na altura em que se esvaía o Programa federal e rareavam suas verbas maiores para o Estado de Pernambuco. Uma das características desse momento histórico da Fundarpe, como disse, era a boa convivência entre seus

componentes, essencialmente na área técnica. Os projetos eram discutidos em grupo e até o fotógrafo44 teve que ser iniciado para poder cumprir as exigências de uma documentação relacionada a obras de restauração e não simplesmente ser fotógrafo de uma edificação.


A FUNDARPE E A ARQUEOLOGIA

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Quando da intervenção restauradora realizada na Igreja de Nossa Senhora da Graça, do extinto Colégio dos Jesuítas de Olinda, uma extensa pesquisa arqueológica revelou elementos da arquitetura e sepultamentos que foram fundamentais para o bom resultado da proposta apresentada ao Programa Seplan/IPHAN/Fundarpe. Acreditase, por conta da inexistência de informação em contrário, que tal uso da Arqueologia tenha sido o primeiro no Brasil. Antes dessa pesquisa os arqueólogos se voltavam para a busca de vestígios da presença humana em um tempo pré-histórico ou de data anterior ao achado do Brasil. A presença indígena após esse ano interessou a alguns pesquisadores, mas somente com vistas aos momentos históricos das etnias indígenas. O arqueólogo Marcos Albuquerque e sua equipe iniciariam assim um novo espaço para as pesquisas e com ele seguiram outros profissionais da arquitetura no interesse de instrumentar intervenções as mais variadas. Não foi tarefa fácil e nos encontros da Sociedade de Arqueologia Brasileira até a reserva de espaço para comunicações do tipo acima não encontrava a simpatia da maioria dos participantes. Gradualmente a arqueologia dita histórica, para diferenciar das pesquisas pré-históricas, foi ocupando seu lugar no Brasil. O campo mais importante de tal tipo de pesquisa foi a restauração de edifícios

antigos. No entanto, pouco a pouco as pesquisas passaram a se relacionar com o estudo da apropriação dos espaços urbano e rural. A presença de um arqueólogo no corpo funcional da Fundarpe foi de grande interesse para as pesquisas realizadas nos dez primeiros anos da Instituição.45 Ao indicar um modo de iniciar um projeto de intervenção restauradora ou de conservação, a Fundarpe reformulou a maneira de proceder junto dos que projetavam tais obras em bens materiais de “pedra e cal”. Assim acreditando, a Instituição realizou pesquisas tanto em edificações quanto em áreas urbanas e rurais com a finalidade não somente de indicar caminhos para as diversas intervenções, como ainda compreender a história dos lugares. Assim foi com relação ao Convento do Sagrado Coração de Jesus e à Casa de Câmara e Cadeia da Cidade de Igarassu. Em Olinda, uma pesquisa ocorreu na Igreja de São Sebastião e em lugar onde se acreditava estarem os restos da Torre de moradia de Duarte Coelho. A pesquisa arqueológica subaquática teve seus resultados quanto aos restos do Galeão São Paulo, 1652, e em grande extensão sobre a paisagem do Cabo de Santo Agostinho antes da instalação do Porto de Suape, editados em 1981. Em Vila Velha, na Ilha de Itamaracá, uma prospecção em arqueologia urbana revelou a antiga igreja matriz, como se verá adiante, e


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Ao lado, ex-Colégio dos Jesuítas de Olinda Seminário Arquidiocesano de Pernambuco Foto Eudes Santana

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outros elementos urbanos importantes. Uma pesquisa de grande vulto e fundamental para a História Militar foi realizada no Forte Frederico Henrique, o das Cinco Pontas, construído no tempo da ocupação holandesa do Recife e reconstruído depois de 1680. Os resultados de tais pesquisas revelaram o Forte em terra e outros elementos arquitetônicos essenciais, tudo à disposição do público em um livro elaborado pelo arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello. A intervenção restauradora naquele Forte, com a finalidade de nele instalar o Museu da Cidade do Recife, foi de grande interesse para a Arqueologia e para a História, como se disse. A fortificação é uma obra militar do século XVII e destinada à defesa do Recife de ataques vindos de direções diferentes: do mar, leiase a Barreta; da banda Sul da Cidade Maurícia, o lugar do Rio dos Afogados; do dito Continente pela Boa Vista, e de dentro da própria cidade construída no tempo do governador João Maurício de Nassau (1637-1644). Em um primeiro momento, a fortificação era executada em terra apiloada, um modo de construção bem afim com a taipa de pilão, e revestida com faxinas; por ter ficado bastante destruída em face dos ataques, desde 1645 até 1654, dos insurretos luso-brasileiros, fora reconstruída em pedra e cal, seguindo também uma maneira militar de edificar da segunda metade do século XVII. Forma de construir condenada por alguns engenheiros militares, entre eles o notável engenheiro Luís Serrão Pimentel, em seu Método lusitano de desenhar as praças regulares e irregulares. As pesquisas realizadas permitiram a identificação dos antigos baluartes de taipa e de outros elementos arquitetônicos fundamentais para a intervenção proposta e interpretar a edificação dentro dos conceitos militares vigentes à época. Depois dessas pesquisas arqueológicas os órgãos oficiais responsáveis pela análise e aprovação de propostas de intervenção passaram a exigir a participação dessa ciência em tempo anterior ao das propostas de restauração. Assim a Fundarpe com as pesquisas históricas e arqueológicas de seu corpo técnico, ao que tudo indica, em muito contribuíram para o avanço da ciência no Brasil.


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OUTRAS ATIVIDADES DA FUNDAÇÃO ESTADUAL

Ao lado, Imagens barrocas da exposição permanente do Museu de Arte Sacra de Pernambuco, Olinda Foto Eudes Santana

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Os Estatutos, como se verificou, indicavam nas finalidades de criação da Fundarpe ações de preservação dos monumentos históricos, leiamse proteção e restauração de bens materiais, e incentivo à cultura pernambucana. Dentro de tal ótica, a Fundação de maneira gradual e intensa se voltou para tais iniciativas sempre que pôde assim agir. Perseguindo essa diretriz, os eventos se materializavam conforme informo a seguir.

Fotos acima, Capa do catálogo da exposição inaugural do Museu de Arte Sacra de Pernambuco Olinda Interior do Museu de Arte Sacra de Pernambuco Olinda Foto Arquivo da Fundarpe

Nos dois primeiros anos da Fundarpe pouco se realizou em termos de eventos culturais. A primeira atividade cultural voltada ao público se deu em 1973, com a apresentação do Conjunto Vocal Guararapes Chorus sob a regência do padre Jaime Diniz. No ano seguinte se organizou um audiovisual sobre Olinda titulado Olinda Praeservanda. Esta mídia foi feita diante da necessidade de informar sobre o estudo de ampliação para o

Complexo de Salgadinho do perímetro de tombamento da Cidade. Uma ampliação necessária e decorrente de um Relatório do especialista da Unesco Michel Parent com respeito à proteção paisagística e visual de Olinda. A Fundarpe, com a participação da arquiteta Neide Fernandes de Souza, contratada para tal fim na qualidade de consultora do plano de extensão delineado pelo arquiteto Menezes, apresentou a proposta de ampliação ao Conselho Estadual de Cultura e o fez com uso de tal audiovisual. A proposta foi depois aprovada pelo Conselho do IPHAN. Em 1975, com a Casa da Cultura ainda em obras, foi instalado o II Salão de Arte Global de Pernambuco. Um acontecimento de grande relevância já citado foi o I Curso de Mestres-de-Obras em Conservação e Restauração de Monumentos ocorrido entre julho e agosto de 1975. Uma experiência baseada na maneira de ensinar das Escolas de Artes e Ofícios e voltada a suprir a carência de profissionais de interesse das obras de tal gênero então multiplicadas no Nordeste. Patrocinado pela Seplan/ IPHAN e executado pela Fundarpe, o curso teve êxito surpreendente. Para o curso, organizou-se uma série de aulas impressas para os alunos, um manual de execução à maneira daqueles editados na primeira metade do século XX em Portugal. Também se realizaram,


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85 Página anterior, Imagens de Cristo crucificado da exposição permanente do Museu de Arte Sacra de Pernambuco Olinda Foto Eudes Santana Ao lado, Imagem da Virgem com o Menino Foto Eudes Santana Abaixo, Descimento da Cruz, da exposição permanente do Museu de Arte Sacra de Pernambuco Olinda Foto Eudes Santana


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Imagem beneditina da exposição permanente do Museu de Arte Sacra de Pernambuco Olinda Foto Eudes Santana

como informei, cursos para a formação de especialidade em restauração arquitetônica para arquitetos e engenheiros.46 De 1976 em diante e nos anos seguintes, ocorreram as inaugurações das obras vinculadas ao Programa da Seplan. Esses acontecimentos estavam sempre vinculados a eventos, quais exposições e outros relacionados com a natureza das edificações beneficiadas. Dentre os eventos – sem que se pretenda desmerecer outros – podem-se destacar: a Exposição Pintura religiosa hispano-americana, no Museu de Arte Sacra do Palácio dos Bispos de Olinda (1977) e, no mesmo local, no ano seguinte, titulada Cristos. Tal Museu teve intensa atividade desde aquele ano até o final do decênio. Em 1982 se realizou um Inventário do Artesanato Pernambucano com a finalidade de se editar um livro. No decênio, as atividades culturais estiveram na mesma relação daquele esforço voltado para a restauração dos bens materiais. Foram inúmeras as ações e elas na sua maioria se davam nos bens restaurados pela Instituição. É interessante assinalar o grande número de projetos elaborados pela Instituição, sendo que uma boa parte não saiu do papel, por várias razões, o que não desmerece o entusiasmo da gente do corpo técnico.

A sacralização de um bem cultural/patrimonial é materializada quando, após sua escolha por um determinado grupo dito


A FUNDARPE E A PROTEÇÃO DOS BENS CULTURAIS

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representativo de uma cultura, é inscrito em um Livro de Tombo próprio. A noção de patrimônio assenta-se numa versão de História que se pretende consensual pela sua capacidade de se reportar aos fatos que realmente aconteceram, transformando-os em marcos que se impõem ao presente. Estes marcos, pinçados no tempo e no espaço, instauram uma temporalidade que organiza a história tal como contada. O acervo patrimonial selecionado materializaria um ponto de vista social particular sobre determinado fato ou tema, recuperando velhos avatares perdidos na tradição. Assim, objetos revestidos de novas significações parecem ganhar vida, personificando relações humanas.48 Diante de tais idéias, um bem cultural considerado patrimonial deveria ter uma relação direta com a história dos indivíduos que o elegeram como tal, sendo representativo de sua cultura; seu valor e significado estariam, assim, vinculados a um sistema social.49 Sacralizados pelo ritual do tombamento, certa casa, uma árvore ou um conjunto de documentos tombados expressam muito mais que sua materialidade: deve ser de pedra e cal, plantada por alguém, escrito num determinado momento, uma mensagem importante... Transformam-se em patrimônio por acoplarem valores que transcendem

Como as Ciências Sociais têm demonstrado, o espaço e o tempo não são categorias vazias de conteúdo e nem suportes neutros de fenômenos culturais, mas se constroem historicamente e em relações sociais definidas. Sendo assim, as sociedades criam simultaneamente seu espaço e seu tempo, e as ações e objetos humanos só são compreensíveis neste espaço. A evocação do passado faz parte da construção do patrimônio, que assume tal característica por ocupar esse espaço-tempo. Desta perspectiva, a noção de tempo, base e medida para a definição de patrimônio, não é, necessariamente, a de tempo cronológico. Constitui-se, isto sim, como um tempo tridimensional, em que o passado, o presente e o significado futuro do bem patrimonial não podem ser separados, a ponto de a secção comprometer a própria existência do bem. Essa tridimensionalidade espaço-temporal confere novo estatuto ao bem patrimonial, distinguindo-o de outros bens que não foram sacralizados.47 sua materialidade e se sustentam em referencialidades histórico-culturais, se não vivenciadas, pelo menos sentidas. O bem patrimonial recriado faz com que os fatos a ele remetidos pareçam concordar com a história, tal como no presente é veiculada ou inventada.50 A escolha do bem cultural que se deseja sacralizar está assim intimamente ligada à história do grupo que o vai selecionar e também àquele tempo e espaço vinculados ao valor e significado para ele. Nessa forma de ver poderá ocorrer uma escolha que venha a refletir uma dimensão maior e geral de uma sociedade ou aquela particular de uma parte dela. Em Estados que se unissem numa federação, haveria uma escolha de


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maior representatividade para tal ou qual nação e aquela que estaria interligada as suas partes. No início do processo de tombamento, isso acontecendo em todo o mundo, a tônica dominante foi o geral e não o particular. Com tal maneira de ver o bem cultural, a relação geral atingida parece conter falha, uma vez que a sacralização foi decorrente de uma visão centralizadora e nem sempre fiel aos interesses regionais. Um Estado Forte inventa sua história, seus valores e significados. Os bens culturais escolhidos dentro de tais parâmetros e assim tombados refletem um momento da história da gente que então era o poder. Por longo tempo assim se fez e somente em poucos desses momentos ocorreu maior identidade com toda a gente que compõe a nação, isto é, ocorreu a unanimidade. A escolha de alguns ou de muitos somente tem de diferença o tipo de espelho adotado. Um bem tombado e restaurado tem sua fruição pela comunidade quase que de forma similar à sua escolha. Só lentamente a maior parte dessa comunidade vai aceitando a escolha, que não sendo dela, é para ela estranha. O diferente, o pouco habitual não é fácil de ser assimilado. Vejo, e depois, à custa de ver, queira ou não termino aceitando. No Brasil, a escolha dos bens culturais dignos de se incluir em uma lista, por longo tempo refletiu a maneira de ver a História da Nação pelos que a interpretaram. Ao se constituir o ritual do tombamento, o reflexo dessa História se fez presente na seleção por intermédio de um grupo de intelectuais engajados na ação e conhecedores dos bens de interesse geral da Nação.51 A criação do IPHAN se deu no Estado Novo, em 1937, e a maneira de ver a nação da Obra Getuliana em muito influenciou a escolha dos bens patrimoniais daquela Instituição nesse período da História do Brasil. O IPHAN exerce a proteção dos bens culturais do Brasil por meio de uma seleção e em seguida os inscreve em Livro próprio atendendo a uma forma jurídica muito antiga, tudo conforme o Decreto-Lei nº 25, de 1937. Os livros tratam do Tombo ou relação dos bens que passam a ser tutelados pelo Estado e assim protegidos pelo poder instituído. O que era ato federal começou


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a ser também instituído em vários Estados da federação.52 A instituição do Tombamento estadual, como citado anteriormente, ocorreu nos anos de 1979/1980, com a modernização imposta pela experiência vivida em Pernambuco.53 Na altura, os bens federais tombados, isto é, inscritos no Livro de Tombo competente, seriam automaticamente inscritos nos livros criados pelo governo estadual. Entre os anos de 1973 e 2007 foram tombadas 53 edificações em Pernambuco, e no ano de 1982 estavam em andamento os tombamentos de 19 bens culturais.54 A proteção dos bens culturais também atendeu, além dos imóveis onde se realizaram intervenções, os que podiam sofrer qualquer ação que prejudicasse suas características. Desde 1980 a escolha do bem cultural recaiu também no âmbito dos bens naturais e paisagísticos, além dos conjuntos urbanos. Assim é que em 1980 foi iniciado o tombamento do conjunto urbano do centro antigo da cidade de Tracunhaém. No ano seguinte se deu

Pesqueira Foto Eudes Santana


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Ao lado, Imagem da Virgem Foto Eudes Santana

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Sangramento de açude no Vale do Catimbau, Buíque Foto Eudes Santana

início ao processo de tombamento da área mais antiga da Ilha de Itamaracá, a chamada Vila Velha de Nossa Senhora da Conceição. Em 1982, chegou a vez da paisagem monumental do Cabo de Santo Agostinho, na cidade de mesmo nome. Em 1983 se iniciou o processo de tombamento de duas áreas urbanas antigas: de Brejo da Madre de Deus e da Vila Real de Cimbres. Um dos processos mais interessantes foi o de tombamento do Arquivo da Antiga Casa de Detenção. Esse arquivo era constituído por livros de entrada de presos e outros relacionados com o sistema prisional. Uma análise dos bens tombados nos 35 anos da Fundação demonstra essa evolução do bem material de pedra e cal para os outros citados. Por outro lado, os primeiros tombamentos privilegiaram monumentos da Zona da Mata, da aristocracia do açúcar, diante da ausência de uma história dos bens culturais do Agreste e do Sertão. Os ambientais e paisagísticos somente timidamente aparecem na lista do Estado de Pernambuco. Considerando o espaço de tempo que vem de 1979 até 2007, procurarei demonstrar como se comportou o perfil dessa atividade na Fundarpe. Foram inscritos 53 bens culturais nos livros competentes. Desses 53, a própria Fundação solicitou 22, ou seja, 41%; o restante das solicitações foi


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Prefeitura de Pesqueira Fotos Eudes Santana


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Cadeia PĂşblica de Pesqueira Foto Eudes Santana


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Terreiro Obá-Ogunté Recife Foto Arquivo da Fundarpe

assim distribuído: cinco couberam aos outros órgãos do Estado; três a prefeituras e o restante a particulares. O maior número de pedidos de tombamento se deu no governo do Dr. Roberto Magalhães, (24), seguido pelo governo do Dr. Marco Maciel (18). Quanto ao tipo de solicitação, predominou a proteção para bens imóveis. De 1994 até 2007, somente foi inscrito um bem cultural relacionado com o culto africano, o Terreiro ObáOgunté, ou Terreiro de Pai Adão, a pedido do antropólogo Raul Lody e na gestão de Leda Alves.55


UMA QUESTÃO FINANCEIRA

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Em texto escrito aos dez anos da Fundação, o Dr. Rubens Lóssio assim se expressa sobre os recursos financeiros da Fundação: Um dos sérios problemas das instituições sem fins lucrativos são os recursos financeiros, seja em sua etapa de captação, seja em seu processo de aplicação. Naturalmente tanto menores as disponibilidades, quanto maiores as dificuldades. No caso de uma fundação de direito privado, a flexibilidade operacional assim como deve agilizar o desempenho funcional, assim também pode precipitar o desequilíbrio financeiro. Por outro lado, o controle pela administração governamental, enquanto tem de racionalizar a programação financeira, tende a agravar a burocracia administrativa. A Fundação viveu desde os seus primeiros anos grandes dificuldades financeiras. A princípio, dependeu dos recursos do governo federal atrelados ao Programa Integrado de Restauração das Cidades Históricas do Nordeste56, que representavam 80% e deveriam ser aplicados em obras. Não havia recursos destinados ao pessoal e este era pago com o emprego de vários procedimentos administrativos que, apesar de legais, não eram devidamente integrados a uma receita orçamentária própria. Quando se esvaíram os recursos de tal Programa, deveriam entrar no jogo financeiro aqueles obtidos com o retorno previsto como sustentabilidade dos projetos que assim asseguravam.57 Nesse quadro, os poucos retornos realizados eram inferiores aos gastos, e assim a Fundação, ao se tornar administração indireta, passou a ter o gasto com pessoal coberto pelo governo. Não aconteceu como deveria – e daí o quadro nada otimista da administração da Fundação. No texto citado acima o redator, com conhecimento da causa, ainda expressa a sua opinião quanto a tal situação da Fundação: Estas e outras causas conduziram a Fundarpe a uma situação de semi-hibernação de sua programação finalística, não obstante uma série de intermitentes medidas de contenção impostas pela carência conjuntural de recursos ou assumida estratégia de uma administração gerenciada.58 Na verdade o problema vivido pela Instituição derivava diretamente da perda gradual


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Ponte de Itaíba, Paudalho Foto Arquivo da Fundarpe

dos recursos federais e da ausência de um comprometimento na escala inversa do Estado de Pernambuco. As obras de restauração daí em diante vão deixando a cena, cedendo lugar para o crescimento de ações da Diretoria de Assuntos Culturais. Esperava-se que a via da Cultura consagrando eventos e outras atividades poderia ser uma maneira de sobreviver da Instituição. Era tal mudança um redirecionamento das ações a que

pode ter sido forçada a Fundação diante de suas perspectivas financeiras. Por outro lado, era a atuação cultural a segunda em importância prevista naqueles Estatutos iniciais. No início das atividades da Fundarpe pesou a atividade de restauração dos bens imóveis. A partir dessa nova visão das ações vai se consolidar a questão cultural. Os centros culturais implantados poderiam, se bem administrados, permitir o retorno


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financeiro previsto em suas propostas de intervenção. A expectativa é de que, gradativamente, a administração estadual responda de maneira adequada às necessidades da Fundarpe e, progressivamente, lhe propicie os meios indicados à perseguição dos seus objetivos institucionais, que se fundem e confundem com os compromissos e aspirações governamentais, na área da cultura.59 Era uma esperança!

Ponte de Itaíba, Paudalho Foto Arquivo da Fundarpe


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NOTAS DO PRIMEIRO DECÊNIO

98 1  LÓSSIO, Rubens Gondim. Fundarpe: subsídios para a memória de um decênio. Recife: Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, 1987. p. 39. 2  “Eraldo Gueiros Leite nasceu em Canhotinho, Pernambuco, em 18 de janeiro de 1912 e faleceu no Recife, em 5 de março de 1983. Foi magistrado e político brasileiro. Filho do fazendeiro José Ferreira Leite e de Amélia Gueiros Leite, fez o curso primário na sua cidade natal e o secundário no Ginásio Pernambucano. Em 1935, formou-se em Direito, tornando-se, em seguida, consultor jurídico do Executor do Estado de Sítio em Pernambuco, o general Aurélio de Souza Ferreira. Dedicou-se à advocacia e ao exercício do cargo na Procuradoria da Justiça Militar. Foi advogado da Pernambuco Tramway, empresa canadense prestadora de serviços de luz e força no Recife, palco de inúmeras greves operárias. Foi integrante do Superior Tribunal Militar, após concurso no governo do general Dutra em 1957. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, em setembro de 1964, para assumir a Procuradoria-Geral da Justiça Militar, durante o governo do marechal Castelo Branco. Em março de 1969, foi empossado como ministro do Supremo Tribunal Militar, no governo do general Costa e Silva. Através de eleições indiretas, tomou posse em março de 1971 como governador de Pernambuco.” Disponível em: <http://pt.wikipedia. org/wiki/Eraldo_Gueiros_Leite>. 3  Popularizava-se também o teatro que se dizia alternativo, com um novo estilo: a criação coletiva. Nessa linha, dois espetáculos encantaram os jovens no início da década: Hair e Hoje é dia de rock. De outro lado, os produtos da cultura de massas chegavam para ficar. O grande exemplo eram as telenovelas. Abandonando os dramalhões e enfocando o cotidiano com uma linguagem mais despretensiosa, elas arregimentavam milhões de fãs. A TV Globo, que se tornou líder nacional de audiência, passou a apresentar quatro novelas por dia, esmerando-se no visual e na técnica. Ficaram para a memória coletiva nacional, produções como Irmãos Coragem, Selva de Pedra, Gabriela, Cravo e Canela e O bem-amado (a primeira novela em cores). A transmissão para todo o território só era possível porque se podia contar com uma nova e moderna rede de telecomunicações, utilizando satélites internacionais e torres de retransmissão instaladas pela Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel). Portanto, a televisão contribuía mais que qualquer outro instrumento para a desejada integração nacional. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/ conhecimento/livro50anos/Livro_Anos_70.pdf>. 4  ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 89. 5  Goebbels, militar nazista e um dos filósofos e criadores da propaganda do regime de Hitler.

6  GUERRA, Marco Antônio. Carlos Queiroz Telles: história da dramaturgia em cena (década de 70). São Paulo: Annablume, 2004. p. 65. 7  “Nas revistas e nos jornais e nas emissoras radiofônicas e nos teatros e nos cinemas, o lápis azul e a tesoura da Censura prévia cortam os textos e as imagens fora de prumo, há regras a cumprir, safanão a tempo. Nas livrarias, a polícia apreende os livros subversivos, há regras a cumprir, safanão a tempo. Se abandonados à liberdade, os homens logo se convertem em libertinos. Reforço a proibição das greves e em 1933 funda a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE). Agentes italianos e depois uns alemães, com as suas técnicas, virão ajudarnos a torná-la mais eficaz. Rapidamente a PVDE estende uma rede de informadores de norte a sul da Nação, nas cidades, nas vilas e até em aldeias. É fácil, muita gente ambiciona ganhar mais uns tostões”. SILVA, Fernando Correia da. “Antônio de Oliveira Salazar: político e estadista: 1889-1970”. Disponível em: <http://www.vidaslusofonas.pt/ salazar.htm>. 8  Para a Obra Getuliana, estudada por Beatriz Jaguaribe, colaboraram estrangeiros como os alemães Erich Hess, Paul Stille e Erwin von Dessuer, além dos franceses Jean Mazon e Marcel Gautherot. JAGUARIBE, Beatriz. O choque do real: estética, mídia e cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. p. 60. 9  “Em 1975 foi elaborado o primeiro Plano Nacional de Cultura, formulado por um grupo de técnicos e submetido à homologação do Conselho Federal de Cultura, nele [...] a cultura se liga à identidade nacional e à preservação dos valores. As raízes culturais são vistas como questão de ‘Segurança Nacional’ no sentido que essa controvertida expressão significa ‘preservação da nacionalidade (BOTELHO, 2001, p. 68), o plano foi criado num momento em que o processo econômico levava à grande concentração da população em centros urbanos, reivindicando a criação de um espaço cultural onde os bens simbólicos seriam consumidos por um público cada vez maior (ORTIZ, 1985, p. 83). Nesse contexto se deu a consolidação de conglomerados como a TV Globo e a Editora Abril, aconteceu o boom da literatura com o advento de best-sellers, crescimento da indústria do disco, do movimento editorial e da área cinematográfica. Assim, no sentido de buscar apoio de diversos setores da opinião pública, o governo investiu no discurso nacionalista ao mesmo tempo em que abria o campo cultural às empresas privadas e ao capital estrangeiro. ‘O Estado investe, sobretudo na esfera do teatro (Serviço Nacional de Teatro), do cinema (Embrafilme), do livro didático (Instituto Nacional do Livro), das artes e do folclore (Funarte)’ (ORTIZ, 1985, p. 88) e deixa às empresas privadas a administração dos meios de


99 comunicação.” UCHÔA, Sara. Políticas Culturais na Bahia (1964-1987). Disponível em: <http://www.cult.ufba.br/arquivos/ politicas_culturais_1964_1987_.pdf>. 10  Em 1970 e no seguinte foram redigidos, após reunião dos governadores do Nordeste em Brasília e Salvador Compromissos que exigiam um planejamento das ações culturais para a região. A resposta do Governo Federal veio com a criação do Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas do Nordeste. 11  Como fonte principal da construção da comunidade imaginada, a Rede Globo de televisão, como já foi tantas vezes narrado, conheceu uma expansão extraordinária durante a década de 1970 do regime militar. Fincando antenas em todo o território nacional, colocando a telinha nos recantos mais míseros do Brasil, a Rede Globo, por meio de sua programação, foi a grande articuladora da invenção do cotidiano nacional midiático. Brilhando na superfície da telinha, as narrativas da realidade cristalizaram-se nos lugares comuns do Jornal Nacional, enquanto as ficções da telenovela alimentavam o imaginário cotidiano como uma Scherazade eletrônica de infindáveis noites. JAGUARIBE, 2007, op. cit., p. 111. 12  Este o receio, quando se cria uma Televisão Estatal: o da manipulação da informação em proveito do poder e se conduzir a opinião pública na direção de aprovar atos do governo, mesmos os que vão de encontro à comunidade. 13  Associes à des édifices commemoratifs à la gloire d’une Nation, ces mots iront jusqu’a prende une connotation idéologique qui traduit bien la complexité de la définition de ce recouvre, signifie et véhicule lê mot “patrimoine” Tsiomis. Citado por KERSTEN, Márcia Scholz de Andrade. Os rituais do tombamento e a escrita da história. Curitiba: Editora UFPR, 2000. p. 32. 14  O 1º Distrito do SPHAN, transformado em 1972 em Instituto, sediado no Recife, teve a sua frente por longos anos o engenheiro Ayrton de Almeida Carvalho. Com um pequeno número de funcionários e recursos quase nenhum realizou um trabalho dos mais notáveis porquanto formador de uma mentalidade, ampliada a cada ano pela sua ação na Universidade Federal de Pernambuco, onde era professor. 15  O Bairro de São José, atingido pela demolição desnecessária, era no período holandês a Cidade Maurícia. Suas ruas, quadras e parcelamento urbano mantiveram-se depois de 1654. O crime urbano foi a pior das intervenções realizadas no Recife e a abertura da avenida propiciou a decadência imediata do restante do lugar. 16  A primeira experiência de política nacional de habitação foi feita pelo governo Dutra (19461951) com a Fundação da Casa Popular. Havia

uma preocupação dos conservadores com a forte influência do Partido Comunista nos grandes centros urbanos, após a derrocada do Estado Novo. Eles acreditavam que o proletário com casa própria tenderia a se comportar como um burguês, favorecendo certa estabilidade social. 17  Em 1953 houve uma tentativa de transformar a Fundação em banco hipotecário, tornando a política habitacional auto-sustentável. Mas a proposta só foi adiante no período Jânio Quadros, quando as bandeiras das reformas sociais empolgavam setores cada vez mais amplos das camadas populares. Ficava patente a mesma visão ideológica de cooptação herdada do governo Dutra. “O status de proprietário dá ao trabalhador um senso elevado de responsabilidade”, rezava o documento que propunha a criação do Instituto Brasileiro de Habitação (IBH). “De revoltado contra a ordem social, o beneficiário passará a ser um sustentáculo dela, um homem que acredita na ascensão social.” Disponível em: <http://www.sinpro-rs.org.br/extra/ jul97/movim1.htm>. 18  O então ministro do Planejamento do general Castelo Branco, economista Roberto Campos, sustentava que “o proprietário da casa própria pensa duas vezes antes de se meter em arruaças ou depredar propriedades alheias e tornar-se um aliado da desordem.” O Banco Nacional da Habitação (BNH) foi criado cinco meses após o golpe de 64, como órgão central de um sistema de financiamento que incluía o setor de saneamento. Junto com o BNH, foi criada a correção monetária para as prestações, com o objetivo de manter o sistema auto-sustentável. O MOVIMENTO. “BNH: trajetória de cooptação”. Disponível em: <http://www.sinpro-rs.org.br/extra/ jul97/movim1.htm>. 19  “Criado o Programa de Reconstrução de Cidades Históricas do Nordeste, o secretário de Planejamento destinou ao IPHAN parte dos recursos do Fundo de Desenvolvimento de Projetos Integrados. A fim de credenciar-se para a captação, a fundo perdido, de 80% dos recursos de cada projeto de preservação, deveria o Estado, primeiramente, criar uma entidade executiva e, posteriormente, promulgar legislação complementar sobre o tombamento.” In LÓSSIO, Rubens. Fundarpe: subsídios para a memória de um decênio. Recife, 1987. p. 34. Foi esse o passo inicial para a criação da Fundarpe. 20  Abelardo Rodrigues era possuidor de uma das mais belas coleções de arte sacra da região. O destino da coleção era cogitado pelos intelectuais do Recife. Infelizmente, com sua morte e o desinteresse do Governo de Pernambuco, o acervo foi adquirido pelo Governo da Bahia, leiase Antônio Carlos Magalhães, e constitui hoje o Museu do Solar Ferrão, em Salvador.


O PRIMEIRO DECÊNIO O GÊNESIS 1973-1983

100 21  A Sé de Olinda, remodelada no ano de 1911 e também em 1936, estava irreconhecível e, assim, não foi relacionada entre os monumentos a ser tombados em Pernambuco quando da criação do SPHAN em 1937. “Melhor seria colocar uma placa, a demolindo, e dizer aqui existiu a Sé de Olinda” disse um intelectual de Pernambuco a respeito da velha igreja. 22  Os referidos arquitetos mantinham um escritório de projetos. Durante um período curto da vida da Fundação, cerca de um ano, foi o escritório que elaborou os projetos para aquela aprovação. Depois o arquiteto Fernando de Barros Borba foi contratado e o outro cedido pela Escola Técnica Federal de Pernambuco, onde era professor. Os dois, junto com o professor Marcelo Santos, elaboraram toda a estrutura da fundação criada pelo Bandepe, tendo naturalmente pronta assessoria jurídica para tal fim. 23 De 1973 até 1975 a organização interna da Fundarpe era a seguinte: o conselho diretor / secretário executivo / secretários adjuntos / pessoal de apoio (funcionário administrativo e mensageiro) / escritório de arquitetura contratado (assistência técnico-administrativa – coordenação e assessoramento de projetos, análise e orientação para projetos e fiscalização das obras executadas etc.). Em 1975, ocorreu uma reformulação administrativa; uma outra em 1977 e finalmente a de 1978, também reformulada no ano seguinte. Sobre essas se informará no devido tempo. 24  Os funcionários admitidos segundo o período de tempo de 1973 a 1983 estão relacionados em lista anexa. Também iniciaram suas atividades na Fundarpe Marta d’Emery Alves (1976), Dalva Regina Vila Nova Teixeira (1977) e Carlos Alberto Meira C. da Cunha (1977), na área de arquitetura. Maria das Graças A. Melo ingressaria em 1982. 25  Em 1923, Luiz Cedro Carneiro Leão apresentou na Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, o primeiro projeto de defesa dos monumentos históricos e artísticos do País. 26  O projeto e todas as intervenções que a edificação sofreu estavam documentados em plantas e informações as mais variadas. 27  As Teorias da Restauração de Viollet Le Duc, Camilo Boito, Ruskin e outros eram de conhecimento do IPHAN e dos arquitetos envolvidos nas propostas de intervenção. Nada foi indicado como partido arquitetônico sem o conhecimento e a aplicação dessas teorias. Na verdade, os projetos foram realizados segundo princípios em voga nas circunstâncias de suas materializações e aceitos pela entidade federal. 28  Por meio da Gravura Marim d’Olinda se pode verificar que as capelas laterais não estavam concluídas ainda, e sim seus arcos de entrada demarcados nas paredes. A construção das capelas

seria assim de depois de 1654. 29  Do projeto de modernização da igreja restou uma prancha da fachada principal onde se podem avaliar as intervenções. O interior deveria ser transformado em três naves góticas, com suas abóbadas de arestas, o que não se concretizou. As capelas intercomunicantes foram demolidas e construídas outras. O pórtico da contrafacção principal não foi desmontado, mas removido e partes de suas colunas, os capitéis, abandonadas no jardim lateral depois de 1936. Também a imagem do Salvador desse pórtico, de pedra, ficou por algum tempo na igreja até que desapareceu. Os painéis de azulejos da nave foram retirados e dois painéis adquiridos por um colecionador do Rio de Janeiro. 30 São os painéis pintados da Sala do Cabido e os que decoravam os centros dos retábulos da igreja. 31  A Dissertação tinha por título Sé de Olinda. Tempos depois da aprovação foi publicada pela Fundarpe, em 1985. 32  Infelizmente as etapas da intervenção e as diretrizes adotadas para a obra final nunca foram editadas, deixando margem a críticas de especialistas que não viram nem conheceram e dizem o que desejam acerca do que não sabem. Anexa a transcrição de trecho do Diário inédito das obras da Sé. 33  A intervenção teve início no ano de 1973 e foi concluída em 1980. 34  A gravura pertence ao livro de J. de Laet sobre a História das Índias Ocidentais, publicado na Holanda. 35  A intervenção teve início no ano de 1973 e foi concluída no de 1977. 36  Tais abóbadas deixaram seus desenhos nos rebocos laterais da parede externa da igreja. 37  A intervenção teve início no ano de 1973 e foi concluída em 1977. 38  Iniciada em 1974, a intervenção foi concluída no ano de 1976. 39  Dois cursos especializados em restauração para arquitetos foram realizados. Um primeiro se deu em Salvador na Bahia e o segundo no Recife. O do Recife teve como organizador o arquiteto, prematuramente falecido, Armando de Holanda Cavalcanti e ocorreu na Faculdade de Arquitetura da UFPE. 40  A exigência foi do arquiteto Geraldo Gomes da Silva e coerente com a filosofia da importância dos entornos dos monumentos. 41  Na altura, 1976, foi contratada, inicialmente como prestadora de serviços, a arquiteta Rosa Bonfim, que depois passou a pertencer ao grupo de funcionários da Fundação. Também na mesma data, a Assistente Social Melônia Costa Carvalho passou a integrar os quadros da Fundação, exercendo tal atividade comunitária. 42  Quando recebeu, ao fim do seu mandato, o casarão doado pelo governo, o então presidente Dr.


101 Luiz Delgado procurou o IPHAN, e o Instituto lhe prometeu ajuda na execução de sua restauração. Sucedendo ao Dr. Luiz Delgado, o novo presidente da Academia Pernambucana de Letras (APL), Dr. Marcos Vinicius Vilaça, foi o mentor de toda a ação restauradora do imóvel, tendo o apoio do IPHAN, cujo chefe do 1º Distrito era o professor Ayrton de Almeida Carvalho, e contando com a colaboração de seus auxiliares, os arquitetos Menezes e Borba, além do mestre-de-obras José Ferrão Castelo Branco. Em um peditório geral, o jovem presidente obteve ajuda financeira para restaurar a casa do Barão. 43  O projeto de restauração do imóvel foi da arquiteta Marta d’Emery e as pesquisas arqueológicas, do arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello. 44  Um dos fotógrafos foi Narcisse Szymanovsky, que posteriormente foi para uma Fundação de Minas Gerais. 45  O arqueólogo em questão era Ulysses Pernambucano de Mello que chegou a assumir importantes cargos na Fundação. Ainda permanece na Instituição atuando na mesma área e na de tombamento. 46  Um curso se deu em Salvador, Bahia, e o outro no Recife. 47  KERSTEN, 2000, op. cit., p. 27-28. 48  Ibid., p.28. 49  Chartres é feita de pedra e vidro, mas não é apenas pedra e vidro, é uma catedral, e não somente uma catedral, mas uma catedral particular, construída num tempo particular por certos membros de uma sociedade particular. Para compreender o que isso significa, para perceber o que isso é exatamente, você precisa conhecer mais do que as propriedades genéticas da pedra e do vidro e bem mais do que é comum a todas as catedrais. Você precisa compreender também – e, em minha opinião, da forma mais crítica – os conceitos específicos das relações entre Deus, o homem e a arquitetura, uma vez que foram eles que governaram a sua criação. Não é diferente com os homens, eles também, até o último deles, são artefatos culturais. GEERTZ, citado por KERSTEN, 2000, op. cit., p. 29. 50  KERSTEN, op. cit., p. 30. 51  No Brasil, a historiografia teve início no século XIX, marcada por uma forte apologia do poder. Durante o período colonial, não foi além de uma série de relatos e crônicas de viajantes, dirigidos a poucos poderosos senhores da Colônia, valorizando fatos e ações individuais heróicos. Em todo o século, a história produzida ainda estava vinculada a governos ou institutos históricos, tal como a construiu Francisco Adolfo Varnhagen. O estilo impresso por Varnhagen se repetiu em quase todas as análises historiográficas posteriores: a decantada superioridade da raça branca, a inferioridade de índios, negros e a defesa da elite aristocrática.

KERSTEN, op. cit., p. 30. 52  A ausência de bens culturais considerados significativos regionalmente condicionou a seleção em escala estadual e municipal. 53  Em 1979, a Fundarpe passou a integrar o Sistema Estadual de Tombamento, junto com o Conselho Estadual de Cultura e a Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, cabendo à Fundarpe a gestão técnica do Tombamento, a fiscalização e a aplicação de sanções, nos Termos da Lei, aos desrespeitos praticados contra os bens tombados. 54  A relação completa e outras informações podem ser obtidas em LÓSSIO, 1987, op. cit. Anexa a relação dos bens tombados até 2007 em Pernambuco. 55  Segundo a publicação de BORBA, Fernando de Barros. Pernambuco, patrimônio cultural de todos. Recife: Fundarpe, 1998, e informação da própria Fundarpe. 56  No governo Gêiser, sendo ministro Delfim Neto, praticamente foi retirando da pauta do ministério o Programa Integrado das Cidades Históricas do Nordeste. Primeiro ele foi estendido às cidades do Sul e depois perdeu o interesse por não mais atender, enquanto filosofia, ao que tudo indica, aos novos rumos do governo militar. 57  “Quanto aos recursos próprios, a Fundação obteve uma renda sempre crescente, porém inexpressiva. Basicamente, a fonte de recursos próprios se resumia no pagamento de arrendamento ou aluguel de restaurantes típicos e de lojas de artesanato e similares. Os restaurantes funcionaram de 1977 a 1981, no Museu de Arte Sacra, e de 1977 a 1981, na Casa da Cultura. Nesta, cerca de 90 celas – incluindo algumas cujas rendas revertem para a Cruzada de Ação Social – têm sido objeto de locação, explorando a comercialização de produtos artesanais ou representativos da Cultura popular da região [...]. Outros pequenos rendimentos incrementaram a captação de recursos, mas a Fundarpe jamais conseguiu ser atendida no pleito de apropriar-se de até 5% dos custos de cada projeto de restauração, como forma de gratificação pela administração das rendas”. LÓSSIO, 1987, op. cit., p. 66-67. 58  LÓSSIO, 1987, op. cit., p. 70. 59  Ibid.


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UM NOVO GOVERNO E NOVAS METAS · 1983-1986

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Página anterior, Corredor Cultural da Rua da Aurora Recife Foto Eudes Santana

Em 1983, assumiu o Governo de Pernambuco, sucedendo ao Dr. Marco Maciel, o professor Roberto Magalhães Melo.1 Na organização do governo, a Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes coube ao Dr. Francisco Austerliano Bandeira de Mello, que ocupou também, como de praxe, a Presidência do Conselho Deliberativo da Fundarpe. A Diretoria Executiva da Fundarpe coube ao professor Roberto Marques Pereira, filho do notável jornalista e escritor Nilo Pereira.2 A Diretoria do Patrimônio da Fundarpe foi exercida pelo engenheiro Juarez Gambetá Tavares Barreto Filho e depois pelo Dr. Roberto Jorge Dantas da Fonte. Para a Diretoria de Assuntos Culturais foi convidado o jornalista Dr. Leonardo Antônio Dantas Silva. A Fundarpe, ao estar atrelada ao governo estadual3, espelhou a filosofia política presente naquela que sustentava as posições decisórias do Estado brasileiro. Assim a história da Instituição em cada tempo revela a postura do governo em relação à cultura. A década de 80 foi marcada pelo retorno gradual à democracia. A abertura política se concretizava, os brasileiros voltavam a escolher seus dirigentes, os políticos cassados regressavam ao país e à vida pública. Uma reforma partidária criou novas siglas, que expressavam o novo desenho das forças sociais.4 Tal processo começara pouco antes com a vitória do MDB nas eleições em 1978. Foi nesse momento histórico que o general João Baptista Figueiredo pronunciou a célebre frase, “Lugar de brasileiro é no Brasil”, enchendo de esperança os muitos exilados e suas famílias e amigos que aqui haviam ficado. Realmente, foi decretada a Lei da Anistia, concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais brasileiros banidos da vida pública e condenados por crimes políticos. No entanto, os militares de linha dura continuaram com a repressão clandestina.5 Recuando mais no tempo, verifica-se que o processo de redemocratização se iniciou em 1974 quando assumiu a presidência o general Ernesto Geisel, que começa um lento processo de transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do Milagre Econômico e com a insatisfação popular


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em altas taxas.6 A crise do petróleo e a recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos internacionais diminuem. Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura.7 A oposição política começa a ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para o Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganha a prefeitura da maioria das grandes cidades.8 Em 1978, o mesmo presidente acabou com o AI-5, restaurando o habeas-corpus e assim abrindo caminho para a volta da democracia no Brasil.9 Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresentou vários problemas. A inflação estava alta e a recessão também. Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participaram do movimento das Diretas Já. No dia 15 de janeiro de 1985, em resposta à imposição dos governantes e atendendo à vontade popular, um Colégio Eleitoral escolheu Presidente da República, em voto aberto, o deputado Tancredo Neves, lançado pela oposição ao regime e que concorria com Paulo Maluf. Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova Constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.10 Nessa década na cultura, houve a consagração dos diretores teatrais. Ao lado de figuras já famosas que se renovam como Antunes Filho (Macunaíma, ainda no final da década anterior, e Paraíso Zona Norte e O eterno retorno, da obra de Nelson Rodrigues), surgiram nomes novos de grande força, revolucionando a cena. Dentre11 eles, o mais polêmico foi Gerald Thomas. Electra concreta (1987) e Metamorfose (1988) desorientaram as platéias e agitaram a crítica. Num estilo bastante diferente, mas não menos pessoal ou inventivo Cacá Rosset se destacou em 1985 com um enorme sucesso: Ubu, pholias physicas, pataphysicas e musicais, de Alfred Jarry. O mesmo diretor seguiu depois com releituras vibrantes de autores


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Ao lado e abaixo Torre de atracação do Zeppelin Recife Foto Arquivo da Fundarpe

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consagrados, como Molière e Shakespeare. No cinema, Fernanda Torres se consagrou em Cannes, recebendo o prêmio de melhor atriz de 1986 pelo filme Eu sei que vou te amar de Arnaldo Jabor. No esporte, outro vencedor seria o judoca Aurélio Miguel, medalha de ouro nas Olimpíadas de Seul (1988).12 Em Pernambuco, o movimento cultural dos anos 80 ainda estava enraizado nas duas décadas anteriores. Como se verificou, a abertura política caminhava muito devagar. A situação econômica do país foi se agravando. Na área cultural a esperança de um pouco mais de liberdade permitiu o surgimento de manifestações culturais que conseguiram enganar a censura, na maioria dos lugares exercida por gente pouco culta. Como a censura cassava de fato o direito de expressão dos que ansiavam por se comunicar – não somente políticos, como pintores, poetas, escritores, músicos, artistas em geral – a solução foi driblar os censores com métodos singulares, como folhetos que corriam de mão em mão e eram pregados nas paredes e nos postes. Uma invenção das mais curiosas foi a Poesia Marginal, que circulava clandestina em alguns lugares da cidade do Recife.13 Na área teatral, no ano de 1975 o Teatro Popular do Nordeste encerrou suas atividades e um ano depois morreu Hermilo Borba Filho. Por outro lado, surgiram novos nomes e grupos teatrais. No Recife, o encenador Carlos Bartolomeu, com a montagem da peça A mais forte, de August Strindberg, deu várias referências ao grupo que se identificava com os códigos daquela encenação. A rápida solução encontrada pelo diretor, o atraía. Com um mínimo de elementos, encontravam-se as soluções rapidamente. No entanto, nem sempre era fácil atrair uma platéia significativa – com a encenação de O arquiteto e o imperador da Assíria, de Arrabal, também levada pelo diretor Carlos Bartolomeu, viu Moisés Neto quão difícil era agradar o público notívago. Na década de 1970, o grupo Vivencial Diversões, sob a orientação do diretor Guilherme Coelho, realizou espetáculos em um quase barracão perto do Complexo de Salgadinho no Recife. Um teatro marginal onde se realizavam espetáculos fora da linha oficial aceita pelos demais grupos.


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Em tal contexto, a Fundarpe, em 1983, continuou de maneira mais intensa uma ação cultural que se tornava necessária para a materialização dos centros culturais criados no Museu de Arte Sacra de Olinda e na Casa da Cultura. Desde sua inauguração em 1978 o Museu de Olinda realizava eventos de excelente presença no cenário cultural da cidade, conforme disse anteriormente. Na Casa da Cultura, inaugurada em 1976, o III Salão de Arte Global esteve à mostra entre 19 e 27 de novembro desse ano. Vários supervisores passaram por tal centro cultural: João Batista de Queiroz (1976-1977); Pedro José de V. Filho (1977-1978); Raúl Córdula Filho (1977-1978); Cláudio de Barros Correia Braga (1978-1979); Antônio Enéas B. Alvarez (19791981); Orley Carneiro de Mesquita (1981-1983) e Pedro Martins Silva (1983). Com a nomeação do jornalista Leonardo Dantas Silva, em 1983, como diretor de Assuntos Culturais, algumas mudanças surgiram, como a instalação na Casa da Cultura do gabinete do diretor e outras unidades a ele ligadas, como o Centro de Documentação. Em termos de ações no campo da cultura, foi iniciado no ano de 1983 o Inventário do Patrimônio Cultural da Região do São Francisco, no Estado, com incentivos da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Respaldada por sua equipe de profissionais habilitados para a restauração de bens materiais imóveis, a Fundarpe também assumiu a administração direta das obras de manutenção e restauração afetas à sua programação. Na esfera das atividades de incentivo cultural, a Instituição investiu em programas na área de teatro, música, folclore e artes plásticas, tendo realizado o cadastramento dos modos de arte e dos artistas de Pernambuco. Em decorrência desses e de outros trabalhos, a Fundarpe pôde reunir em seu Centro de Documentação um acervo importante de documentos, projetos e iconografia dos bens culturais do Estado.14

Casa do ex-Governador Dr. José Rufino Cabo de Santo Agostinho Foto Arquivo da Fundarpe


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A FUNDARPE E OS LIVROS

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No Relatório da Gestão de 19831987, somente a Casa da Cultura realizou 842 eventos culturais. Grande ênfase pode se dar ao Programa da Casa do Guia Mirim de Olinda. Um projeto merece menção especial: a Homenagem à Cultura Viva, em que nomes como Gilberto Freyre, Manuel Correia de Andrade, entre outros, foram agraciados. O Museu de Arte Sacra organizou inúmeras exposições no período.

A Fundarpe não tinha ainda desenvolvido seu programa editorial, tão importante para a divulgação de suas atividades, grandemente necessário para a difusão da cultura e do conhecimento histórico, e capaz de cumprir sua diretriz voltada a um maior envolvimento com a comunidade. O jornalista que assumiu a Diretoria de Assuntos Culturais tinha uma longa experiência em editoração de livros e contava com a colaboração efetiva do historiador José Antônio Gonsalves de Mello para a indicação das melhores obras a editar ou reeditar. Uma das mais reclamadas e que atingia preços exorbitantes no mercado de livros usados era a do historiador Francisco Augusto Pereira da Costa, sob o título Anais pernambucanos. A publicação, em dez volumes, era onerosa, porém a Fundarpe enfrentou a tarefa. O resultado foi uma edição de boa feitura e que atingiu em cheio as necessidades dos estudantes e pesquisadores. O jornalista ainda editou muitos outros livros pela Fundarpe, que resolveu abrir uma livraria na Casa da Cultura para a venda de suas edições.15 A ponte com a comunidade estava instalada de forma eficiente. Antes de 1983 a Fundarpe editou os seguintes livros: Antologia em verso e prosa, de Mauro Mota; Um livro aceso e nove canções sombrias, de Joaquim Cardozo; e General Abreu e Lima – 4 Ensaios. Todos em 1982.


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Leonardo Dantas Silva idealizou e editou uma enorme quantidade de títulos, nas duas fases da sua Série Pernambucana, que criou enquanto diretor de Assuntos Culturais da Fundarpe. Na primeira fase, entre outras obras, reeditou Pernambuco e seu desenvolvimento histórico, de Manoel de Oliveira Lima, um clássico somente conhecido em sua edição alemã de F. A. Brockaus, de Leipzig; A edição magnífica, em fac-símile, de Nova Lusitânia: história da Guerra Brasílica, de Francisco de Brito Freyre, obra que à época de sua primeira edição rivalizava com a do holandês G. Barléus sobre o governo de João Maurício de Nassau; A notável arte de solfejar, do músico Luís Álvares Pinto, com excelente estudo introdutório

do padre Jaime Diniz; Arruar, um dos mais interessantes e saborosos livros sobre o Recife, do escritor Mário Sette, reedição muito necessária; Viagem ao nordeste do Brasil, de Henry Koster, um dos mais notáveis livros descritivos e críticos do Brasil dos anos iniciais do século XIX; Diário de um soldado e Olinda conquistada, dois clássicos da ocupação holandesa do Nordeste; O Brasil que Nassau conheceu, uma reedição excelente das estampas desse livro de Barléus, no qual a reprodução em buril chega a ser melhor que o original. Na segunda fase, foram reeditados Anais pernambucanos, O valeroso lucideno e Triunfo da liberdade, do padre Manuel Calado do Salvador, obra valiosa sobre o período nassoviano. A reedição fac-similar do

Livros editados pela Fundarpe Foto Eudes Santana


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Livros editados pela Fundarpe Foto Eudes Santana

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periódico O monitor das famílias, com reproduções magníficas das litografias de A. Besson; entre as edições primeiras, contamse A Igreja e o Estado no Brasil, estudo extraordinário de Frans Leonardo Schalkwijk; Capiba: o livro das ocorrências, do próprio compositor. Esta foi, sem desmerecer outras, a maior ação editorial da Fundarpe. Com a edição de tantos valiosos livros, escolhidos conscienciosamente, o leitor, o estudioso, o pesquisador pernambucano, enfim, passou a contar com um acervo do maior interesse, não somente para Pernambuco como para o Brasil. Nenhuma Instituição tinha até então realizado tal programa editorial. Era a consagração de um plano editorial raro, considerando as disponibilidades do Estado em termos de recursos para tais fins culturais. A boa relação da Diretoria de Assuntos Culturais com os governantes, leia-se o secretário de Turismo, Cultura e Esportes, Francisco Austerliano Bandeira de Mello, o diretor presidente da Fundarpe professor Roberto José Marques Pereira e necessariamente o governador Gustavo Krause Gonçalves Sobrinho, além naturalmente da competência do próprio titular da Diretoria, propiciaram tais resultados. Ressaltese, portanto, que entre 1983 e 1987 muito realizou a Fundarpe nesse campo da cultura. De muito interesse nessas edições era o prefácio. Dantas escolhia prefaciadores identificados com os assuntos das edições e ele mesmo redigiu inúmeros prefácios. Um dos mais notáveis colaboradores nesse tipo de ação foi o historiador José Antônio Gonsalves de Mello. Possuidor de uma notável biblioteca, hoje integrada ao Instituto Ricardo Brennand, ele não somente ajudava na escolha do livro a ser reeditado como fazia prefácios que em alguns casos complementavam a informação do autor, incluindo-a no século atual e comentando a sua importância. No final, acredito que Gonsalves de Mello estava na verdade indicando caminhos para que os pesquisadores escrevessem sobre a História de Pernambuco, tarefa ainda não realizada de todo. A Coleção Pernambucana conduziu os destinos da Diretoria, mas não foi somente o realizado por ela no quadriênio 1983-1987.


A CONTINUIDADE DAS INTERVENÇÕES NOS BENS MATERIAIS IMÓVEIS

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Ao todo foram editados 79 títulos, praticamente uma mídia por mês. Tratava-se de uma atividade que dava à Fundação as condições de cumprir naquele período de governo seu objetivo determinado nos Estatutos, de divulgar a cultura pernambucana. Diante da dificuldade cada vez maior de investir em intervenções restauradoras de bens materiais imóveis, o fato de seguir o caminho da edição de livros conferiu à Instituição o mesmo título que então se dava ao IPHAN, por suas notáveis publicações, a revista, inclusive, na qual a nata da intelectualidade brasileira colaborara, e continuava a publicar artigos, pesquisas e outros trabalhos vinculados à História e à Arte.

Ao terminar a Fundarpe o seu primeiro decênio de vida, algumas obras de intervenção restauradora estavam já iniciadas, outras tinham seus projetos concluídos e ainda dependiam do início das execuções. Algumas dessas obras se materializaram, e boa parte ficou no papel. Entre as edificações beneficiadas com projetos de intervenções restauradoras realizados pela Fundarpe está a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Olinda. A igreja teve sua fundação nos últimos anos de século XVI e dessa época restava uma pequena parte de um revestimento azulejar de origem portuguesa. Tal decoração se encontrava na parte superior de um forro de madeira do século XIX, que a encobria. Na proposta de intervenção se refizeram o forro antigo e três panos de perfil trapezoidal, deixando-se à mostra tais vestígios mais antigos. A igreja tem na sua fachada principal uma portada esculpida em calcário com a data de 1644 na verga sobre as duas colunas, que formam um modelo decorativo à tabernáculo. A data leva a execução da portada ao período de domínio holandês de Pernambuco, quando Olinda já havia sido incendiada. Como o incêndio da edificação se deu no ano de 1631, a data nos informa que as obras da igreja tiveram prosseguimento em pleno domínio da Vila pelos calvinistas. A intervenção restaurou os retábulos e devolveu ao arco triunfal


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Fotos desta e da página ao lado, extinto Convento Carmelita de Nazaré do Cabo de Santo Agostinho Fotos Eudes Santana

uma sanefa que tinha sido retirada em tempo desconhecido. Não ocorreram intervenções maiores, uma vez que a igreja tinha unidade quanto ao que chegou até o século XX. Outra edificação em Olinda teve sua intervenção restauradora realizada a partir de um projeto elaborado pela Fundarpe e execução financiada pela Prefeitura de Olinda e Seplan, leiase Programa Integrado de Restauração das Cidades Históricas do Nordeste – antigo Palácio dos Governadores da Capitania. A intervenção projetada identificou os dois prédios que hoje formam o edifício sede da Prefeitura de Olinda, isto é, o mais antigo, o Palácio, construído em tempo histórico quando foi governador André Vidal de Negreiros, e a casa que a este Palácio passou a ser anexada para compor uma construção do século XIX, hoje abrigando a administração da Cidade. Não ocorreu à autora do projeto, ao escolher o partido arquitetônico da intervenção, tentar separar os dois prédios envolvidos. A solução arquitetônica demarcou as duas fases construtivas, mas as deixou como hoje funcionam. A manutenção da fisionomia externa e interna se fundamentou nas teorias e diretrizes determinadas pelo citado italiano Camilo Boito, com as modificações necessárias para o caso dessa edificação.


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Acima e ao lado, Igreja do extinto Convento Carmelita de Nazaré do Cabo de Santo Agostinho Retábulo de cantaria Foto Eudes Santana

Ao lado Sacristia do extinto Convento Carmelita de Nazaré do Cabo de Santo Agostinho Lavabo de cantaria Foto Eudes Santana


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Ruínas da Casa dita do Faroleiro no Cabo de Santo Agostinho Fotos Eudes Santana


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Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem do Pasmado Foto Arquivo da Fundarpe


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Um grande projeto realizado destinou-se à revalorização do Cabo de Santo Agostinho e seus diversos edifícios, além da preservação da magnífica paisagem, naturalmente bastante prejudicada em sua magnitude pela inclusão do Porto de Suape. O projeto se fundamentou na pesquisa realizada por um grupo de estudiosos tendo à frente o arquiteto Hélvio Polito Lopes, e para a consecução da proposta foram da maior importância as pesquisas arqueológicas realizadas pelo arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello e sua equipe. O Relatório apresentado nas duas etapas antecessoras da proposta são peças valiosas para o conhecimento da história desse porto do século XVI. O projeto não se efetivou até os dias presentes, mas foi de grande interesse no que se refere à inclusão do elemento paisagem monumental como bem natural brasileiro. Uma obra de pouco vulto, mas de valor extraordinário ao se relacionar com a história de um lugar, foi a restauração da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem do Pasmado (1985-1986). O lugar do Pasmado era conhecido desde o século XVIII pela fabricação de facas e outras armas brancas. No assentamento urbano, situado ao redor dessa igreja, oficinas fabricavam peças de uso doméstico relacionadas com o trabalho em metal. Eram casinhas que formavam uma pequena povoação de muita unidade quanto à paisagem urbana. Em determinado momento do século XX todo o casario foi destruído depois da remoção da população residente, ficando a igrejinha abandonada à própria sorte, o que acarretou sua ruína. Está situada à margem de uma estrada que segue de Igarassu para Goiana e daí para João Pessoa, e diante do valor da edificação a Fundarpe a integrou em seu plano de obras. A restauração foi efetivada sem maiores intervenções e a igreja ressurgiu de seu abandono. Lamentavelmente nada se fez para dotar a edificação de uma vizinhança que a pudesse sustentar, em termos de função religiosa, com gente moradora no local. Em certa época ocorreu o interesse do município de Igarassu em construir uma vila ao redor da igreja, com casas destinadas a uma população carente. No entanto nada se efetivou.


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Dois projetos realizados pela Fundarpe se destinavam ao agenciamento de lugares dos mais antigos de Olinda: o Alto da Sé e a Praça da Abolição. O primeiro é bem aquele local, sem a velha Torre de residência do donatário Duarte Coelho, uma vez que esta foi posta abaixo na segunda década do século XX,16 e o segundo espaço urbano se relacionava com o antigo Rossio da Vila, situado diante do que hoje resta do Convento de Santo Antônio do Carmo. O agenciamento projetado se realizou parcialmente. Antes, a Fundarpe, durante a gestão do prefeito Aredo Sodré, realizou uma proposta de intervenção paisagística de grande porte, que envolvia a retirada dos mocambos da Rua Bertioga de Cima e criava um segundo belvedere abaixo do nível do atual, destacando na ocasião o lugar da Torre.17 As lojas ficavam sob o belvedere superior. A Prefeitura chegou a elaborar um projeto de lei para ser apresentado à Câmara, mas nada se fez. Quanto ao Carmo, algumas obras foram feitas no local, sem a desejada continuidade, e o projeto que atualmente se encontra em execução nada tem a ver com aquele elaborado na segunda década de vida da Fundação. Um dos projetos realizados pela Fundarpe se refere ao Convento de Santo Antônio de Igarassu para adaptá-lo a um Museu Iconográfico. O projeto final executado pela arquiteta Maria das Graças Melo considerou a interação da pesquisa arqueológica e da histórica realizada sob orientação do arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello. O Convento é dos mais bem delineados da região, pertencendo ao modelo consagrado da Escola Franciscana do Nordeste. A obra de restauração durou bastante, atravessou gestões da Fundação e ainda não se encontrava totalmente concluída no final da segunda década de vida da Fundarpe. Por sua importância e diante de mais uma participação da Arqueologia em decisões de intervenção em edificações antigas, vale a pena saber alguma coisa mais sobre a efetivação do projeto referido. Em setembro de 1985, a Fundarpe, com empréstimo do Banco Mundial, deu início a uma mais profunda intervenção naquele monumento. Para isso, realizou um projeto integral


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envolvendo todo o edifício e com um programa de uso muito compatível com o caráter da edificação. Realizado pelo corpo técnico, o projeto contemplou a restauração dos telhados, das esquadrias, dos soalhos de madeira, dos pisos do térreo em tijoleiras, das campas da nave da igreja, dos retábulos, enfim, de tudo quanto necessitasse o imóvel. Sendo obras que não alteravam a leitura nem removiam partes da edificação, não houve necessidade de maiores discussões sobre este ou aquele partido a ser adotado para as intervenções. Muito se discutiu, depois, com os resultados obtidos durante a realização dos trabalhos, cuja fiscalização ficou a cargo do SPHAN/Pró Memória, como citei, a nova denominação e razão do órgão federal. Pode-se destacar, entre as obras realizadas, a recuperação da sacristia, onde se pode ressaltar o reassentamento dos azulejos, com sua rearrumação nos devidos lugares. Foi um trabalho notável, porquanto se voltou a assentar os revestimentos azulejares da mesma maneira como se fazia naqueles anos, em meados do século XVIII: então, levava-se em conta a ordem existente, escrita em anotações feitas na face contrária de cada peça, considerando-se as coordenadas cartesianas.18 Um resultado, nos trabalhos da restauração, no entanto, merece destaque especial: o da pesquisa arqueológica. Iniciadas as obras de restauração – dos edifícios e das obras de arte do seu interior – começaram a surgir sinais reveladores de uma série de modificações introduzidas na estrutura do conjunto arquitetônico, ao longo da sua existência. Diante da quantidade e da complexidade dessas alterações, julgou-se oportuno empenhar os esforços de profissionais de História e Arqueologia para fornecer subsídios ao Projeto de restauro e, ao mesmo tempo, reunir e interpretar os dados que fossem sendo descobertos, visando à elaboração, no futuro, da História do Convento e Igreja da Santo Antônio.19 Dessa forma o arqueólogo Ulisses Pernambucano de Mello, neto, iniciou seu texto sobre o trabalho que realizou no convento, em termos de arqueologia, resultando em inúmeros e importantes esclarecimentos para o referido monumento, com repercussões no restante das casas franciscanas do Nordeste. O


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arqueólogo começou seus trabalhos com a remoção de longos trechos de reboco que cobriam as faces, internas e externas, das alvenarias, tanto da igreja quanto do convento. Processo aliás já posto em prática, várias vezes, pelo SPHAN/Pró-Memória, embora no caso de Igarassu, com o cuidado exigido pelos métodos e técnicas da Arqueologia. Aproveito suas próprias palavras para descrever os trabalhos realizados: Retirado este obstáculo que se interpunha ao exame visual direto da estrutura e da massa das paredes, vieram à luz outras alterações e mudanças pelas quais passaram os edifícios. Diante dos bons resultados obtidos com o emprego desse método de investigação, que utilizo com sucesso há mais de quinze anos, pareceu interessante divulgar alguns deles. O primeiro, e mais importante, está relacionado com o Convento e permitiu apreender grosso modo a transformação inicial de alvenaria de pedra, com argamassa de barro, até a levantada de pedra e cal a partir do final do século XVII. Verificou-se que o Convento, ao tempo de Frans Post, tinha a forma quadrada, cujo lado apresentava comprimento igual a extensão da nave e capela-mor. Para chegar a esta conclusão, vali-me de evidências arqueológicas das quais enumero apenas três, por as haver considerado mais relevantes: 1ª) Os cunhais em pedra calcária, que vêm a

ser os arremates dos ângulos salientes que delimitavam a igreja e o Convento pela parte externa; 2ª) o antigo beiral de tríplice telha, localizado em quase toda a extensão do convento, do lado voltado para o nascente encimando uma; 3ª) seqüência de janelas (desentaipadas pela pesquisa) cujos vãos forneceram elementos indicadores das áreas internas e externas do Convento. Estou seguro que as vastas obras empreendidas, após a ocupação holandesa, até 1749 foram realizadas com o reaproveitamento do núcleo original do Convento, sendo a nova edificação erguida por fora e em derredor do velho edifício, o qual só deve ter sido desativado quando o novo convento, mais amplo, apresentou condições de habitabilidade, isto por volta de 1690. É importante verificarse que os documentos históricos que examinei não fazem nenhuma referência aos prováveis transtornos que as obras poderiam ter provocado na vida da clausura. Em resumo: concluída a construção do Convento em derredor do antigo estabelecimento este foi derrubado. ‘Abria-se desta forma, espaço adequado para o nascimento do claustro, tal como chegou aos nossos dias’.20 O arqueólogo continua em seu informe a tecer considerações sobre as demais casas dos franciscanos e sobre esse processo de ampliação, dos mais interessantes, que no Convento


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imitava aquela maneira de construir popular, onde a ampliação de um mocambo, por exemplo, era feita mediante a construção de partes novas, que o envolviam; quando estas eram concluídas, o mocambo original era demolido. É interessante assinalar a prática uma vez que quem assumiu a ampliação do convento foi um mestre pedreiro, necessariamente habituado a assim proceder em suas obras menores. Com os trabalhos da Arqueologia todas aquelas dúvidas que porventura existiam na história do convento, assim nos parece, foram dirimidas. É importante informar que os resultados

a que se chegou talvez não fossem possíveis se não se tivessem adotados métodos e técnicas da Arqueologia, associados ao conhecimento da história do edifício. Em obras anteriores, de responsabilidade do SPHAN/Pró-Memória, também se obtinham resultados a partir dos muros postos a nu, mas então nem sempre se registrava o método nem o resultado, o que impossibilitou estudos posteriores. A Arqueologia não apenas pôde direcionar a restauração, mas acima de tudo veio a melhor fundamentála, permitindo até decisões quanto ao partido a ser adotado no que se

Igreja de Santo Amaro das Salinas Recife Foto Arquivo da Fundarpe


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Casa da Rua da União, 263 Espaço Pasárgada Busto de Manuel Bandeira Recife Fotos Eudes Santana


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refere aos vestígios encontrados da antiga edificação. Da restauração dos retábulos, participou anos depois a Fundação Ricardo do Espírito Santos, de Lisboa, Portugal. Outro projeto de intervenção, o da Igreja Matriz de Vila Velha, em Itamaracá, resultou de uma bemsucedida pesquisa arqueológica que determinou até mesmo o tipo de Teoria da Restauração a ser adotada como fundamento da intervenção. O projeto materializado pela Fundarpe naquele monumento tem grande interesse no que se refere ao procedimento a ser adotado em outras intervenções do gênero. O resultado permite ao visitante uma visão da história da igreja construída no século XVII, à qual se acrescentou uma grande nave.21 Além da restauração da Igreja de Santo Amaro das Salinas, no Recife, a Fundação projetou e ainda cuidou da execução da intervenção restauradora na Casa de Oliveira Lima da mesma cidade, adaptando-a para sede do Conselho Estadual de Cultura. Destaca-se também, entre as obras de intervenção realizadas, com base no projeto da equipe de arquitetos da Fundação, a do Museu Arqueológico de Catimbau, em Pernambuco.22 Uma interessante intervenção, diante da importância do edifício, foi a da Casa do Avô do poeta Manuel Bandeira, onde ele passou

significativos momentos de sua vida. Situada na Rua da União 263, a casa veio a ser inscrita em Livro de Tombo mediante proposta de tombamento elaborada e apresentada à Presidência pelo arquiteto Fernando de Barros Borba – um dos autores do projeto de restauração, junto com a arquiteta Dalva Regina Ferreira. Uma vez restaurada, a edificação veio a acolher o Espaço Pasárgada, denominação tomada a um conhecido poema de Bandeira. Declarado monumento pelo Estado de Pernambuco, o edifício recuperado homenageia o extraordinário poeta que nunca esqueceu sua terra natal.23


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O RETORNO DE UMA FORMA DE GOVERNO 1987-1990

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No ano de 1987, assumiu o Governo de Pernambuco o Dr. Miguel Arraes de Alencar.24 Ex-governador deposto em 1964, ele retornou à direção dos destinos do Estado com expressivo resultado nas urnas. Logo o slogan relacionado à cultura fica bem claro quanto às diretrizes a serem seguidas: Gestão Cultural pelas mãos do povo. Dr. Miguel Arraes governou de 1987 a 1989, quando, desencompatibilizando-se, passou o governo ao vice-governador Dr. Carlos Wilson (1889-1990). Em 1987, assumiu a Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes o escritor Maximiano Campos, sendo seu adjunto Bruno Ribeiro de Paiva. A Presidência da Fundação, por um período relativamente curto, enquanto era secretário Maximiano Campos, esteve com o poeta Jaci Bezerra. Diante do afastamento, a pedido, do escritor Campos, assumiu o órgão governamental seu adjunto e este convidou para a Presidência da Fundarpe – uma vez que Jaci Bezerra não quis continuar – o Livreiro Tarcísio Pereira. O tempo de permanência de Tarcísio foi de menos de um ano, sucedendo-lhe a atriz Leda Alves. Durante o governo Carlos Wilson25, a Secretaria de Educação, Cultura e Esportes ficou sob a responsabilidade do jornalista Fernando Antônio Gonçalves. No governo Arraes uma Reforma Administrativa26 extinguiu a Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes e criou com novas diretrizes a Secretaria de Educação, Cultura e Esportes. A novidade ocorreu com a separação da área de Turismo, no contexto existente antes da reforma. À Fundarpe, que passou a ser o órgão executor da Política Cultural do Estado – retornando à filosofia presente na sua criação em 1973 – se integraram o Museu do Estado de Pernambuco, o Museu de Arte Contemporânea e o Arquivo Público, instituições antes vinculadas à Secretaria de Turismo. Também à Fundação se incorporou a Biblioteca Pública Estadual. A estrutura da Fundarpe diante daquela Reforma se tornou bem mais ampla, pois em seu organograma se incluíram o Conselho Editorial, a Coordenadoria dos Museus, a Diretoria do Sistema de Bibliotecas e Documentação e o Núcleo de Programação Visual, planejados no início do governo. A mudança se tornou maior


Eventos promovidos pela Fundarpe Desafio Nordestino de Cantadores Foto Arquivo Fundarpe

por conta da Resolução CSPP nº 01 publicada no Diário Oficial no dia 22 de fevereiro de 1991 do Conselho Superior de Política de Pessoal que autorizou a implantação do Regime Jurídico Único no âmbito das Autarquias e Fundações. Depois de mais de dez anos a Fundação tinha seu quadro de funcionários incluído permanentemente nos do Estado de Pernambuco, uma conquista muito importante. Como disse, a gestão da Fundarpe no governo Arraes teve como um dos presidentes o renomado livreiro Tarcísio Pereira, da Livro 7.27 Era a maior livraria de Pernambuco (ao que se dizia, também do Brasil) e lugar de reunião da gente culta, de poetas, de escritores e da estudantada. Aos sábados o ambiente

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Antigo e extinto Cinema Glória Praça D. Vital, Recife Foto Arquivo da Fundarpe

era festivo, quando um botijão de bate-bate de maracujá – a tradicional e popularíssima bebida pernambucana – era posto numa mesa central para consumo grátis, reunindo a multidão de aficionados. Um banco interno e outros postos na calçada da Rua Sete de Setembro atraíam freqüentadores, que ali sentavam para ler ou papear – sendo prática normal na casa ler e depois devolver às prateleiras, se não se interessavam ou não podiam comprar. Pelo Carnaval, era dali que saíam os blocos mais espirituosos e os de maior conteúdo político-contestador. Nenhuma falência de livraria, no Recife, foi mais profundamente lamentada que a da Livro 7, sobretudo porque até hoje parecem inexplicáveis as suas causas. Aquele slogan Gestão cultural pelas mãos do povo, era um reflexo do antigo Movimento de Cultura Popular tão importante no governo Arraes de antes de 1964. Essa diretriz traçada dizia bem da preocupação do governo e da Fundação em apoiar, democraticamente, as atividades de indivíduos ou grupos atuantes na área cultural do Estado. Era uma das ações aquela destinada a manter vivos os valores mais característicos da nossa identidade, da identidade cultural de Pernambuco e por extensão da identidade brasileira.28 Como disse, no período do governo Arraes, a atriz Leda Alves foi presidente da Fundarpe. Nela, a presença permanente do pensamento de Hermilo Borba, com sua visão cultural artística do Nordeste, ajudou a revisitar a cultura identificadora dessa região, ora bem representada pelos folguedos populares e, no teatro, do próprio Hermilo e de Ariano Suassuna. Ações são realizadas no campo da intervenção dos bens imóveis e livros passam a ser editados com vistas à valorização da cultura brasileira daquele Nordeste, uma das expressões mais antigas do Brasil. A escolha de escritores jovens e desconhecidos com merecida competência identifica tal período editorial, que se assemelha àquele da fase


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Leonardo Dantas, porém então com ênfase na cultura literária e artística. Com a criação de um Conselho Editorial, consolidado por meio da Resolução CD-001/87, de 23 de setembro de 1987, do Conselho Deliberativo e, paralelamente, o lançamento do Concurso Literário Governo do Estado de Pernambuco, aberto para escritores pernambucanos, de maneira geral, foram editados muitos títulos do gênero.29 Entre as ações realizadas na gestão Miguel Arraes/Carlos Wilson/Fundarpe pelo Conselho Editorial, criado pela Resolução CD-001/87, aponto o Concurso Literário Governo do Estado de Pernambuco, aberto para escritores pernambucanos; os projetos: Escolas Profissionais de Pernambuco; Cadastro Cultural de Pernambuco; Trem da Cultura; Memória Cultural de Pernambuco; Congresso de Cantadores do Recife30; Salão de Arte Contemporânea e Oficinas de Desenho e Pintura. Entre os programas citados, um se destacou pela relação forte com o Nordeste: o de Cantadores do Recife, que retornava a uma ação de Rogaciano Leite do ano de 1948. O folguedo popular, integrado à filosofia da Fundação em relação à cultura, reviveu um dos momentos extraordinários com o Maracatu de Baque-Solto. Na área teatral, um Programa que tratava da Circulação e Popularização do Teatro, estava bem afim com o Teatro Popular do Nordeste. Para a materialização de tais programas culturais, a Fundação contou com a participação efetiva das entidades representativas dos mais diversos segmentos culturais. Artistas populares foram na gestão Leda Alves valorizados ao se tornarem ídolos conhecidos do grande público. No campo editorial, a Fundarpe publicou 75 títulos, conforme disse, continuando uma ação do governo anterior, no entanto mais voltada para a literatura, a política e a arte.31 Outra ação cultural se voltou para o sempre esquecido interior do Estado: o Programa de Interiorização de Bibliotecas, destinado à formação de núcleos comunitários de leitura nos Centros Sociais Urbanos.

Antigo e extinto Cinema Glória Praça D. Vital, Recife Foto Eudes Santana


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Corredor Cultural da Rua da Aurora Recife Foto Eudes Santana

O Arquivo Público Estadual, paralelamente às suas atividades rotineiras, ampliou o seu espaço para a realização de vários eventos ligados à comunidade cultural e artística do Estado. Uma comemoração se tornou bem marcante ao reconhecer a importância da cultura imaterial, a do 1º Centenário do Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas. O interessante da comemoração é que ela se realizou por iniciativa de um Arquivo Público, sempre voltado a ações bem diferentes da que se efetivou. No âmbito do nomeado Patrimônio Histórico no citado Relatório de Gestão da Fundarpe, revitalizou-se – palavra bem em moda no período – o Horto Zoobotânico de Dois


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Irmãos, usando-se recursos do Banco Mundial e da Fidem. Na restauração de bens imóveis tombados se destaca a restauração do Convento de Santo Antônio de Igarassu, projeto elaborado na gestão anterior do qual se falou no devido lugar. Um dos excelentes projetos de visualização iniciados pela gestão Arraes se prendem à Reabilitação da Antiga Rua da Aurora, rua que, na história urbana do Recife, reunia em belas casas as classes rica e média moradoras na Boa Vista, desde o século XIX até os primeiros anos do seguinte – uma delas foi dada de presente por admiradores ao governador Conde da Boa Vista, no final de seu governo, e onde passou a residir. Com as mudanças de uso do solo, tais moradores foram deixando as casas e elas foram se arruinando. A Fundarpe, à maneira do Corredor Cultural do Rio de Janeiro, projetou recriar aquela imagem da cidade ora perdida. Para tal fim, iniciou por comprar, por desapropriação, os imóveis números 457, 463 e 469. Para tais imóveis, realizou projetos de restauração e em dois deles programou instalar a nova sede da Instituição.32 Outro projeto de interesse se referia à recuperação da Maternidade do Derby, de uma feição eclética de real valor artístico. Outra ação que se pode realçar nesta História foi a restauração da Casa do Mestre Vitalino, artesão caruaruense de grande valor nacional. Era ainda a valorização da cultura popular a nota máxima da música do governo. Vários projetos da área do Patrimônio Histórico foram realizados e não executados por razões as mais diversas. Entre esses projetos um nos chama a atenção: o do Terreiro ObaOgunté, no Recife. Era um destaque no Patrimônio Cultural, de um lugar de culto africano no Recife, cujas origens vêm do fundador o Pai Adão – apelido de Felipe Sabino da Costa. Um elemento valioso existente no Terreiro é o fabuloso pé de Iroco (gameleira), com suas dimensões majestosas. Ao concluir o seu Relatório de Gestão, Leda ressaltou que apesar das dificuldades financeiras, um problema sempre forte nas áreas culturais, a Fundarpe cumpriu seus objetivos. As ações desenvolvidas pela Instituição captaram-na para o desempenho das suas funções inclusive quando procurou criar mecanismos necessários para o exercício de suas atividades. E considerando


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as suas ações culturais, ao fazer a opção pelos projetos e programas de caráter permanente, criou paralelamente os meios através dos quais pôde avaliar, também permanentemente, suas ações. Partindo daí, abriu o espaço necessário para aplicar racionalmente recursos notoriamente escassos.33 Durante a presidência de Leda Alves, formou-se um grupo de trabalho para agilizar a reestruturação funcional, tão esperada pelos servidores. Sob a direção do assessor técnico Fernando Borba, foi elaborada a revisão de cargos e salários, redigido um projeto de decreto estadual – que, aceito pela Administração, veio a ser baixado pelo então governador Carlos Wilson – e finalmente aplicadas as novas tabelas salariais ao funcionalismo. Esse fato trouxe bastante ânimo ao corpo funcional e contribuiu para a reorganização administrativa da Fundarpe. Do governo Miguel Arraes/Carlos Wilson o Estado de Pernambuco passou a ser dirigido pelo advogado Joaquim Francisco, vencedor na eleição seguinte, numa reviravolta bem comum em Pernambuco.


NOTAS DO SEGUNDO DECÊNIO

137 1  Roberto Magalhães Melo é graduado em Direito pela então Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutor em Direito Privado, pela Faculdade de Direito do Recife, da Universidade Federal de Pernambuco (1965-1966). Professor de Direito Comercial na Faculdade de Direito do Recife (1963-1991). Secretário de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco (1967-1971). Vice-governador do Estado de Pernambuco (19791982). Governador do Estado de Pernambuco (1983-1986). Deputado federal por Pernambuco (Legislatura 1991-1995) e (Legislatura 1995-1999), renunciou em 1997 para assumir a Prefeitura da Cidade do Recife. Prefeito da Cidade do Recife (1997-2000). Deputado federal por Pernambuco (Legislatura 2003-2007). Roberto Magalhães é casado com Jane Coelho Magalhães Melo, que tem formação jurídica e é pós-graduada em Administração e Ciência Política. O casal possui quatro filhos: Roberto Filho, Rogéria, Carlos André e Renata. 2  A vice-presidência do Conselho Diretor foi exercida entre 1975 e 1981 pelo arquiteto Zildo Sena Caldas, representante da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1981, tal cargo passou a ser do arcebispo auxiliar Dom José Lamartine Soares. 3  Nesta década, o Governo de Pernambuco assumiu de maneira efetiva as atividades da Fundarpe. Na altura ocorreu um crescimento das disponibilidades financeiras destinadas às atividades culturais em valores superiores aos destinados aos trabalhos pertinentes ao Patrimônio Histórico construído. 4  Disponível em: <http://www1.folha.uol.com. br/folha/80anos/renovacao_cultural.shtml>. 5  “Cartas-bomba foram colocadas em órgãos da Imprensa e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). No dia 30 de abril de 1981, uma bomba explode durante um show no centro de convenções do Riocentro. O atentado fora provavelmente promovido por militares de linha dura, embora até hoje nada tenha sido provado”. Disponível em: <http://www.historiadobrasil.net/ ditadura>. 6  As quatro intervenções em bens materiais imóveis que marcaram o início da atividade da Fundarpe começaram e praticamente se concluíram no governo do general Geisel. 7  Embora responsável pelo processo de abertura, que se pretendia ser lenta, segura e gradual, Geisel apertou ainda mais os freios, usou ao extremo os recursos do AI-5 e se tornou o mais autoritário de todos os governos militares. “Abertura a conta-gotas. Governo de Ernesto Geisel”. Disponível em: <http:// www.pitoresco.com/historia/republ407.htm>. 8  Disponível em: <http://www.historiadobrasil. net/ditadura>.

9   Somente extinto no apagar da luzes de seu governo, no dia 1 de janeiro de 1979. 10  Disponível em: <http://www.historiadobrasil. net/ditadura/>. 11  Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/ conhecimento/livro50anos/Livro_Anos_80.pdf>. 12  Ibid. 13  Um tipo de literatura quase artesanal, em que os poetas e escritores em geral, mimeografavam seus produtos e se reuniam para vendê-los, eles próprios, em bares, paradas de ônibus, teatros, cinemas, boates etc. (Mimeógrafo era uma máquina em moda na época, hoje quase sem uso. O texto era datilografado em um papel especial – chamado estêncil e duplicado a álcool ou a óleo. Era a copiadora daqueles tempos – uma coisa bem jurássica). Aqui no Recife, diversos locais foram pontos e/ou sede desses produtores culturais. Tais como: Cervejaria 7 (Rua Sete de Setembro. No local funcionava um complexo de Cervejaria, Discoteca, Livraria e Teatro. Ali se reuniam muitas pessoas dos meios culturais da cidade. Artistas plásticos, atores, diretores teatrais, bailarinos e notívagos em geral. Uma verdadeira vitrine, onde diversos produtos estavam expostos – sendo a cultura o prato principal. Aqui um registro do saudoso diretor teatral Marcos Siqueira (responsável pelo teatro desse complexo), Bar Savoy (Av. Guararapes), A Nova Portuguesa (Rua Siqueira Campos), Bar Mustang (Av. Conde da Boa Vista), Gambrinus (Av. Marquês de Olinda) e outros. ARAÚJO, Albemar. “Moisés Neto, o produtor cultural”. Disponível em: <http://www.moisesneto.com.br/ albemararaujo.html>. 14  Tal atividade teve início em anos anteriores com a ação do teatrólogo Milton Bacarelli. Em 1980, o processo se organizou da maneira como previam os Estatutos. Era a Chefia do Centro de Documentação exercida, de 1980 a 1981, pela historiadora Virgínia Pernambucano de Mello. Depois passou para o fotógrafo Daniel Lins Menucci (1981-1982) e finalmente, em 1983, para a bibliotecária Izabel Cristina Estevão de Azevedo. 15  As edições mais importantes foram as seguintes: Coleção Pernambucana, 1ª Fase –Vocabulário Pernambucano, de F. A. Pereira da Costa; Memória histórica e biográfica do clero pernambucano, de padre Lino do Monte Carmelo; Dicionário topográfico, estatístico e histórico da província de Pernambuco, de Manoel da Costa Honorato; Os tempos de Lima Cavalcanti, de Costa Porto; Ensaios pernambucanos, de vários autores; Diálogos com Agamenon Magalhães, do padre Romeu Peréa; Annais da medicina pernambucana (1842-1844); Estudos pernambucanos, de Alfredo de Carvalho; Os tempos de Duarte Coelho, de Costa Porto; Tempo dos flamengos, de José Antônio Gonsalves de Mello; Notas dominicais, de L. F.


O SEGUNDO DECÊNIO E SE FEZ LUZ NAS TREVAS 1983-1993

138 Tollenare; Subsídios para a história da educação em Pernambuco, de Ruy Bello; Tempos de Gervásio Pires, de Costa Porto. Ainda quando da 1ª Fase outros títulos foram editados – Folclore, de Vários autores; Verdevida (O tempo simultâneo), de Maria do Carmo Barreto Campello de Melo; Fascínio do candomblé, de José Amaro Santos da Silva; Pequeno calendário histórico-cultural de Pernambuco, de Leonardo Dantas Silva; Ritmos e danças – Frevo, de Leonardo Dantas Silva; Monumentos do Recife, de Rubem Franca; Mouros e judeus na tradição popular do Brasil, de Luís da Câmara Cascudo; História do futebol em Pernambuco, de Givanildo Alves; Cancioneiro pernambucano, de Leonardo Dantas Silva e O imperador itinerante, de Fernando Gouveia. Na 2ª Fase foram os seguintes os títulos: História da guerra de Pernambuco, de Diogo Lopes Santiago; Raras e preciosas vistas e panoramas do Recife – 1755-1855, de Gilberto Ferrez; Primeira visitação do Santo Ofício a Pernambuco – Confissões e Denunciações (1593-1595); Memórias de um senhor de engenho, de Júlio Bello; Os Azevedos do Poço, de Mario Sette; Apartamento de cobertura, de Hílton Sette; O seminário de Olinda e seu fundador Azeredo Coutinho, de monsenhor Severino Nogueira; Fontes para a história de Pernambuco, de Fernanda Ivo Neves; Sé de Olinda, de José Luiz Mota Menezes; Anais pernambucanos – índice geral e onomástico, de Geny da Costa e Silva; Os tempos da República Velha, de Costa Porto; Hermilo Borba Filho: por um teatro do povo e da terra, de Luiz Maurício de Britto Carvalheira; Calamidades de Pernambuco, de Manuel dos Santos; Memórias (Estas minhas reminiscências) de Oliveira Lima; Frases e Palavras, de Alfredo de Carvalho; Guerreiros do sol, de Frederico Pernambucano de Mello, e Luiz Gonzaga: o sanfoneiro do riacho da Brígida, de Sinval Sá. 16  A Torre do Donatário estava incorporada ao Sobrado Velho de Olinda, como era conhecido, localizado quase diante da Igreja da Sé. Com as obras do Belvedere tudo foi demolido e sequer se percebeu na altura tal condição de interesse da casa destruída. Sua localização é simples e ainda se podiam ver em 1961 os restos dos seus alicerces no quintal de um bar chamado Cantinho da Sé. Uma revista da segunda década do século XX reproduziu foto do sobrado que aproveitou as paredes da velha torre. 17  A torre de Duarte Coelho, um donjon, foi localizada de maneira talvez enganada depois do cruzeiro da Sé. No entanto, um mapa trazido pelo historiador José Higino Duarte Pereira a localiza conforme a nota acima. O mapa se encontra no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. 18  A primeira experiência de remoção, nesses termos, se deu em Olinda na sacristia do Convento

dos Franciscanos. Era orientador do projeto o engenheiro Raimundo Oliva, dos quadros do IPHAN. 19  MELLO, neto, Ulysses Pernambucano de. Arquitetura franciscana: tempo e forma, in Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, volume LVIII, Recife, 1993. p. 329 e seguintes. 20  MELLO, 1993, op. cit., p. 330 e seguintes. 21  O projeto de restauração da igreja e o acompanhamento das obras se devem ao arquiteto Carlos Alberto Carneiro da Cunha, do quadro da Instituição. A prospecção arqueológica se deve ao arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello. 22  Uma relação dos projetos se encontra no livro de LÓSSIO, 1987, op. cit., p. 134-135. 23  No projeto de intervenção restauradora atuaram como desenhistas a estagiária Mônica d’Emery Alves Reyes, depois comunicadora visual contratada pela Fundação, e Ubiratan Ângelo. O projeto literal de organização do Espaço Pasárgada se deve ao poeta Audálio Alves, ao arquiteto Fernando Borba e ao advogado Fernando Araújo. O resultado da restauração deu origem a um folder editado pela Fundarpe com programação gráfica de Luís Arraes. As fotografias do folheto foram dos fotógrafos da Fundação Francisco de Assis Lima e Elpídio Suassuna. As obras de restauração do Espaço estiveram sob a direção do engenheiro Flávio Morais Rodrigues, também especialista em cinema. O estudo orçamentário foi realizado pelo engenheiro Tarcísio Paiva Ferreira. 24  Miguel Arraes de Alencar (Araripe, 15 de dezembro de 1916 – Recife, 13 de agosto de 2005). Advogado, economista e político brasileiro. Popularmente conhecido, e assim chamado pelo povo, como Pai Arraia, o Dr. Arraes foi personalidade de destaque no cenário nacional, membro e importante líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nasceu no interior do Ceará, primogênito e único filho homem de Maria Benigna Arraes de Alencar e José Almino de Alencar e Silva, pequenos agricultores do sertão nordestino. Foi prefeito do Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do Estado de Pernambuco. Miguel Arraes morreu a 13 de agosto de 2005, às 11h40min, no Hospital Esperança, Recife, onde estava internado desde 17 de junho, por conta de uma infecção pulmonar. Segundo boletim médico, a causa da morte foi “choque séptico causado por uma infecção respiratória agravada pela insuficiência renal que ele vinha apresentando”. O atual governador do Estado, Eduardo Campos, é neto de Miguel Arraes. 25  Carlos Wilson Campos nasceu no Recife, em março de 1950. Iniciou sua vida pública em 1972 como oficial de gabinete do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na gestão


139 do então presidente José Francisco de Moura Cavalcanti. Em 1974, elegeu-se deputado federal, sendo reeleito em 1978 pela Arena e em 1982, pelo PMDB. Em 1986, foi eleito vice-governador na chapa de Miguel Arraes. Carlos Wilson assumiu o Governo do Estado em abril de 1990, ficando no cargo durante 11 meses. Em 1992, assumiu a Secretária Nacional de Irrigação, a convite do então presidente Itamar Franco. Em 1994, elegeu-se senador por Pernambuco. Em 2003, foi convidado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para assumir o comando da Infraero. Atualmente exerce o mandato de deputado federal, eleito pelo PT, em 2006, com 141,2 mil votos. 26  Lei n º 10.429 de 10 de maio de 1990. 27  Sobre a Livro 7, do livreiro Tarcísio Pereira, uma referência no Recife, desaparecida há certo tempo, valem a pena as palavras de Samarone Lima na Coluna Cotidiano do Jornal do Commercio de 6 de janeiro de 2008: “Sim, amigos, a lendária Livro 7, do Tarcisio Pereira, fez parte da vida de muita gente, especialmente da minha. Aliás, fez parte da história do Recife. Foi lá que encontrei abrigo nas noites mais tristes, naquele período liseira total de Casa do Estudante, entre 1987 e 1992, meu primeiro ciclo de ‘estudante-que-depende-dorestaurante-universitário-da-Federal’. Quantas horas eu não passei na Livro 7, entre aquelas prateleiras rústicas?! Lembro daqueles vendedores com cara de que moravam na UR-7, Ibura, Cohab 7, menos cabeça feita que os da Cultura, mas capazes de comentar sobre o resultado do Santa Cruz na rodada anterior e falar do resultado do jogo do bicho da noite. Sim, gente que bebe cerveja em copo americano, e pede um ‘ele/ela’ na saída do trabalho para desafogar o cansaço. E as fotos emolduradas nas paredes? Hermilo, Ariano, Osman Lins. Eu, que tinha chegado de Fortaleza com uma bagagem cultural meia-boca, comecei a encontrar essas criaturas e descobri que meu coração ficaria por aqui mesmo. Para completar, eu tinha um jornaleco na Casa do Estudante, o ‘Correio Cultural’, e Tarcisio apoiou diversas vezes, dando uma grana fundamental para o projeto não morrer.” 28  FUNDARPE. 1987-1991. Gestão cultural pelas mãos do povo. Recife: Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Educação, Cultura e Esportes/Fundarpe, 1991. p. 7-8. 29  29 de poesia, 4 de crônicas, 13 ensaios, 8 romances, 3 de teatro, 2 de literatura infantil, 4 de memórias, 1 de cordel, 8 de contos, 2 de pesquisas e 1 de antologia, totalizando 75 edições, apoiadas pela Companhia Editora de Pernambuco. FUNDARPE. 1987-1991, 1991, op. cit., p. 11. 30  O Congresso se reuniu quatro vezes, uma no Teatro de Santa Isabel e as três outras no Centro de Convenções.

31  O centro da temática sendo aquele Concurso Literário e a necessidade de apresentar à comunidade novos autores levou a tal escolha. FUNDARPE. 1987-1991, 1991, op. cit., p. 11. 32  Os projetos foram de responsabilidade dos arquitetos Paula Peixoto e Gustavo Bandeira. 33  FUNDARPE. 1987-1991, 1991, op. cit., p. 21.


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A DÉCADA DE 1990 E O BRASIL CULTURAL

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Página anterior, Detalhe de friso de azulejo português do século XIX Foto Eudes Santana

Um dos mais tristes episódios dos inícios da década de 1990 foi materializado no confisco da poupança de toda a gente, efetivado pelo presidente eleito Fernando Collor de Mello. Com tal medida a simpatia que levou muitos brasileiros a elegêlo se transformou gradualmente em antipatia e no desenrolar do processo que terminou com o seu impeachment. No governo que sucedeu a esse presidente, o de Itamar Franco, o país experimentou estabilidade econômica e crescimento com a criação do Plano Real em 1994, que igualava a paridade da moeda brasileira ao dólar. Bafejado pela simpatia decorrente da criação do Real, o ministro da Fazenda à época, Fernando Henrique Cardoso, veio a se eleger presidente da República por duas vezes seguidas naquela década. O Real só começaria sua desvalorização no final dos anos noventa. Essa década trouxe o desenvolvimento tecnólogico mais rápido da história, tornando populares e aperfeiçoando tecnologias inventadas no decênio anterior. Na eletrônica o computador individual começou a tornar a informação acessível a toda a gente de melhores condições econômicas. O desenvolvimento de procesadores e plataformas, qual a Windows, tornou o uso do computador mais fácil e independente de uma tecnologia de uso complicado, qual aquela sob plataforma DOS. A Internet

revolucionou o sistema de informação e a dimensão de tais mudanças vai se sentir fortemente até o final da década de 1990, estendendo-se daí para frente com maior velocidade. A popularização da plataforma Windows foi aperfeiçoada com o uso do Windows 95. O desenvolvimento de software de programas os mais diversos propiciou ao computador individual uma força tão grande quanto aquela a que se assistiu com a invenção da imprensa no século XVI. Para o Brasil, inúmeros softwares foram produzidos em português, o que verdadeiramente facilitou seu uso por um contigente maior da população. A comunicação, aquela parte forte do governo dos militares, veio a tomar grande impulso no Brasil com a introdução e o barateamento gradual do telefone móvel, o celular. Singular foi, no final da década, a expectativa quanto ao chamado bug do milênio – quando o mundo inteiro esperava acontecer uma confusão total das informações, acarretada pelo desencontro das datas, nas máquinas, a partir de 2000, o que felizmente não ocorreu. Na gravação de músicas, surgiu o sistema CD, aposentando o velho vinil e permitindo melhor resultado e durabildade. Depois, para a gravação não somente do som como também da imagem, apareceu a grande invenção do DVD. Este último processo foi uma decorrência da melhoria da qualidade


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dos sistemas de gravação nos então excelentes laboratórios. Gradualmente a civilização do livro vai deixando lugar para a da imagem, quando esta, com texto falado, deixou ao criador da cena aquilo que seria do receptor ao ler um livro. Imaginar e recriar desde a leitura de um texto tornou o processo de entendimento mais fácil, mas a ausência de criatividade do leitor foi pouco a pouco deixando a cena. No campo do desenvolvimento científico, a década assiste a importantes avanços, como a exploração, pelos físicos, do tempo e do espaço com a teoria das cordas; detecção de planetas extra-solares; clonagem da ovelha Dolly; começo do Projeto Genoma Humano; descoberta do DNA, permitindo o máximo de segurança na identificação de pessoas, o que tem sido indispensável em casos de investigação criminal; o telescópio espacial Hubble, lançado em 1990, revolucionou a astronomia; a mortalidade causada pela AIDS diminuiu com a descoberta e o uso de inibidores de protease; a nave Pathfinder da NASA aterrissou em Marte e deixou no planeta o veículo Sojourner, que analisou a geologia e a astronomia marciana; o Cometa HaleBopp passou pelo Sol depois de 4,2 mil anos; o processo de reciclagem de biodegradáveis se torna mais difundido; alimentos genéticamente modificados

são desenvolvidos comercialmente; na astrofísica, a descoberta de mistérios como matéria escura, energia escura e anãs marrons; a confirmação da existência de buracos negros no Universo; a sonda Galileu conseguiu orbitar Júpiter, nos confins do Sistema Solar, estudando o imenso planeta e suas luas... O panorama das guerras e da política projetou a década como das piores até então com a invasão americana do Iraque; a “união” das potências: Estados Unidos e Rússia; a importante União Européia se consolidou e a Irlanda elegeu presidentes mulheres. Outros fatos tornaram a década um exemplo de desrespeito aos Estados constituídos e à liberdade de cada cidadão em seu território, tudo em prol de uma defesa da paz, quando o interesse maior das nações centrava-se mesmo na busca do petróleo e na imposição de ideologias de interesse das potências maiores. No campo da economia mundial, com reflexos no Brasil, podem-se anotar: o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) que leva à criação da Organização Mundial de Comércio; o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), destinado a eliminar barreiras comerciais entre EUA, México e Canadá, assinado por Bill Clinton; a ratificação do Mercosul, unindo Brasil, Argentina, Paraguai


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e Uruguai; o boom das bolsas que leva ao “dot.com.boom” (explosão.com), acarretando muitos financiamentos em Internet; e, finalmente, as crises financeiras que atingem a Ásia em 1997 e 1998 após grandes desenvolvimentos econômicos. No que se refere à natureza, os impactos criados pelo homem com relação ao meio ambiente se tornam mais graves, passando a ser mais considerados na década. No Brasil, a questão da Amazônia vai se tornando evidente e preocupante diante do desmatamento e em face das insuficientes ações estatais para conter o risco vital que isso pode causar. A questão indígena é destaque e pouco se fez para solucionar tal problema em uma escala aceitável. Grandes atentados e crimes se materializaram no período, qual o praticado por dois estudantes americanos em Colombine, matando 12 colegas, como mostrado no expressivo documentário de George Moore, sem dúvida um alerta lançado ao mundo em favor do desarmamento. Muitos atribuem a escalada da violência ao grande interesse do cinema e da televisão americanos em valorizar a luta armada. Seja como for, o que se vê abundantemente são desenhos animados e jogos eletrônicos, americanos ou japoneses, exibindo personagens fortemente armados que matam como por esporte, tornando-se heróis nos quadrinhos, na telinha da TV e na tela grande dos cinemas. A produção de filmes nos Estados Unidos é vinculada à montagem de um gande cenário para a materialização do soldado universal e forte.1


O PANORAMA MUNDIAL DA CULTURA E O BRASIL

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O Brasil na década de 1990 acompanhou, graças à Internet, à televisão e ao cinema as manifestações culturais que ocorreram em todo o mundo.2 Por outro lado, artistas brasileiros se afirmaram na Europa, Estados Unidos e América Latina. O comércio de importação de discos, CDs, DVDs e outras mídias levou o Brasil a ser o grande espaço para o espetáculo, e a comunicação se fez de forma larga em todo o país, beneficiada pelo incremento das redes de televisão, quer as das emissoras ou as transmitidas por cabos ou satélites.3 No período, a cultura brasileira tornou-se mais valorizada com a ressureição do cinema, registrando-se um incremento na produção do filme brasileiro e a boa acolhida de músicos brasileiros no exterior. O esporte também passou por bons momentos, com 18 medalhas olímpicas e títulos mundiais em futebol e basquete. No âmbito mundial, a cultura jovem foi caracterizada por ambientalismo, antiglobalização capitalista, empreededorismo e vulgaridade artística. A moda se tornou individualista e ousada, com as mais notáveis espécies de maiôs, vestidos, bolsas, sapatos, e também na moda corpórea, como os cortes revolucionários de cabelo, as tatuagens e os piercings. Jovens se interessaram por atividades ligadas à natureza, como escalada,caiaque, trilhas, bungee jump.4 O rock nacional revelou vários nomes: dos mineiros Jota Quest e pto Fu, ao mangue beat, passando pelos Raimundos e Mamonas Assassinas. No heavy metal, destaque para os paulistas doAngra. No hard rock nacional, destacaram-se Dr. Sin e Golpe de Estado. No entanto, gêneros brasileiros como o pagode, o axé e o sertanejo ultrapassaram o rock em vendagem no Brasil. Na década de 1990, surge com muita força, talvez por influência de grupos marginalizados americanos, o funk e com ele as tribos urbanas. Estas se posicionavam contrárias ao governo estabelecido e ao pragmatismo social legado pelo movimento militar de 64. Eram contra, mas também se situavam do outro lado dos caras pintadas que segundo declararam retiraram Collor para eleger Maluf. Às tribos se interligam as bandas em grande número e tais galeras globalizaram a cultura com adaptações de músicas estrangeiras e novas criações. É o momento forte do afoxé e outros ritmos baianos.


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Estação Ferroviária de Petrolina Foto Eudes Santana

Todos esses avanços transmitidos pelos meios de comunicação eram recebidos com naturalidade. A juventude e a gente adulta participavam, democraticamente, em função das condições econômicas dos acontecimentos e, em maior escala, naturalmente por aqueles que posuíam computadores de pequeno porte. A importância da História tem seu crescimento à luz da informação que veiculava a natureza da Memória

Nacional como fator necessário à nação brasileira. Timidamente, revistas dedicadas à História mundial incorporaram temas nacionais na sua programação.5 Tudo isso repercutiu de maneira positiva nessa década, nas ações da Fundação pernambucana. O nível de exigência e a condição decorrente do reconhecimento de que cidadania é uma força passaram a ser parte das preocupações de quem lida com os bens culturais; assim, o


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número de reportagens e denúncias, sendo maior, obrigou, por sua vez, o governo a adotar ações efetivas. Tudo isso deixou a Fundação de certo modo numa encruzilhada, de onde não seria possível sair sem uma medida imediata, ou se deixaria tudo atrelado a um novo rumo, para ser meta futura do governo. Um acontecimento que despertou grande interesse no Brasil foi a presença de Chico Sience e seu mangue beat. Falecido em um desastre de automóvel em 1996, sua obra musical estabeleceu uma forte relação entre os ritmos mais novos, vindos do exterior, e aqueles nativos e presentes em Pernambuco. Na esfera de sua atuação, despertou o Brasil para uma releitura moderna de sons bem típicos do Nordeste, por ele recriados magistralmente. Sua atuação teve enorme importância ao revelar novas leituras para o que acontecia tradicionalmente na região onde viveu. Cantor, compositor. Francisco de Assis França foi criado no bairro de Rio Doce, em Olinda. Naquela época, o garoto Chico ganhava uns trocados durante o dia fazendo biscates na vizinhança, para garantir a entrada nos bailes funk dos finais de semana. Seus ídolos eram James Brown, Sugar Hill Gang, Kurtis Blown, Grand Master Flash e outros grandes nomes da Black Music. No início da década de 1980, participou de grupos de dança e hip-

hop antes de ingressar nas bandas Orla Orbe e Loustal, influenciadas por ritmos e estilos norte-americanos como o soul, o funk e o rap. Por volta de 1991, passou a conviver com o bloco afro Lamento Negro, de Olinda. Com isso, cria uma fusão entre a música pop americana e os ritmos pernambucanos, em especial o maracatu. Impressionado com a energia do grupo, Chico Science resolveu experimentar a potencialidade dos percussionistas, mixando os ritmos regionais com sua bagagem de black music. Para incrementar a nova fórmula, ele convocou dois companheiros do Loustal: o guitarrista Lúcio e o baixista Alexandre. Estava formado o Nação Zumbi, do qual se tornou o principal expoente. O grupo fez apresentações diversas no Recife e em Olinda, disseminando o gênero que ficou conhecido como mangue beat. Em 1993, já conhecidos no Nordeste, os amigos fazem shows em São Paulo e em Belo Horizonte, despertando a curiosidade do público e da mídia. Com a gravação dos dois discos de que Chico efetivamente participou, a popularidade do conjunto aumentou, levando-os a excursões internacionais. Morreu precocemente em um acidente de automóvel.6 Na década de 1990, diante da consolidação maior da liberdade de expressão cultural no Brasil, retomaram-se nos Estados da União


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Prefeitura de Gravatá Foto Eudes Santana

as atividades culturais. No sul do país, foram rodados filmes de produtores, alguns deles com patrocínio das Leis de Incentivo à Cultura e com mecenas esclarecidos, e até com empresas internacionais. Com isso, assistiuse aos surgimentos de produções cinematográficas que marcaram época quais Carlota Joaquina, O quatrilho, O que é isso, companheiro e Central do Brasil, este útimo filme candidato ao Oscar americano. Desde a temática histórica, um tanto caricaturada do filme sobre a rainha Carlota, até os de natureza política, críticos em relação à ditadura militar, ou abordando costumes locais, como o que tratou da gente do Rio Grande do Sul. No texto sobre o Incentivo à Cultura, José Álvaro Moisés chega a afirmar que o cinema brasileiro poderá reconquistar, a curto prazo, o lugar de destaque que havia alcançado no panorama cultural no início dos anos 60, com Terra em Transe e outros filmes. É um sinal de que a indústria cinematográfica tem futuro no país.7 O mesmo autor ainda nos informa que também na área do patrimônio artístico e cultural as iniciativas são tantas e tão diferentes, tomadas em distintas esferas de responsabilidade pública, que estão a demonstrar que em sociedades como a brasileira, quando se logra alcançar um estágio razoável de controle da inflação e de estabilidade econômica, a energia social antes empregada pela comunidade na luta pela sobrevivência pode ser canalizada também para a preservação das identidades culturais.8 De Pernambuco partiu a nova maneira de entender cultura e aculturação na medida em que se procuraram caminhos diferentes e compatíveis com a gente que ouvia e recebia novos ritmos e outras manifestações culturais vindas da aldeia global. Na esfera nacional, como disse, a retomada cultural no Brasil pôde ser percebida na música, na literatura e, mais


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importante ainda, em um extraordinário fenômeno de mídia, que reflete o interesse dos brasileiros pela produção cultural do país. Certamente, a revalorização das atividades dos museus e das artes plásticas – com exposições de pintura e escultura de artistas como Rodin, Miró, Monet e Maillol, sem esquecer a própria Bienal de Artes de São Paulo – foram reflexos desse interesse, ao mesmo tempo em que o criavam. Desde 1994, tais eventos atraíram a atenção de mais de 2 milhões de pessoas, deixando para trás a percepção tradicional que creditava o interesse pela linguagem plástica apenas a parcelas eruditas do público. Na realidade, essas mostras de extraordinária beleza e valor transformaram-se em manifestações culturais de massa, particularmente do público mais jovem, mostrando que o espaço está aberto para novas iniciativas semelhantes.9 Um aspecto importante a se assinalar e relacionado com a cultura é a do financiamento da produção pelas empresas. Estado e empresas em pareceria passaram a incentivar a construção dessa cultura. Com efeito, a partir de importantes reformas introduzidas em 1995 e 1996 na legislação de incentivo fiscal à cultura, e só a nível federal, onde o incentivo ocorre a partir de deduções no Imposto de Renda dos patrocinadores privados, o Governo atraiu investimentos que ultrapassaram os 180 milhões de reais nos dois primeiros anos de governo. O Governo Federal reconhecia que também lhe caberia papel fundamental no financiamento a fundo perdido da cultura, particularmente no que diz respeito às atividades que, pela sua natureza, não chegam ou não têm atrativo no mercado. Por essa razão, pela primeira vez em muitas décadas, aumentouse em mais de 100% o orçamento do Ministério da Cultura de um ano para o outro, fazendo-o passar de R$ 104 milhões, em 1995, para R$ 212 milhões, em 1996. Além disso, através de suplementações orçamentárias e de um acordo inédito com o BID, ao final de quatro anos, em 1998, o Governo Federal aplicou quase 300 milhões de dólares no restauro de sítios históricos e na recuperação de áreas urbanas, em vários estados do País, onde há forte interação entre a cultura e partes do tecido urbano deteriorado ou em deterioração. Ainda,


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Igreja Matriz de Cabrob贸 Foto Arquivo da Fundarpe


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através de investimentos diretos, o Ministério da Cultura tem apoiado a recuperação de arquivos públicos, fomentado produções na área das artes cênicas, estimulado a renovação e a consolidação de orquestras sinfônicas e apoiado as reformas de museus, teatros e espaços culturais de diferentes naturezas. São todos os sinais de que o Estado e a sociedade percebem, cada vez mais, a importância da cultura para a qualidade de vida das pessoas.10 Em Pernambuco passou a ser incentivada a produção cultural por meio de uma Lei própria e que teve na Fundação seu órgão executor. A lei estadual incentivou a criação da municipal. Depois de aprovado o regulamento da nova legislação, vários foram os empreendimentos financiados pela Lei de Incentivo, passo enorme para a cultura pernambucana.


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UM GOVERNO ENTRE DUAS DÉCADAS · 1991-1995

Ao lado, Cine Teatro de Triunfo Foto Eudes Santana

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Em 1991, sucedendo a Carlos Wilson, o advogado Joaquim Francisco11 assumiu o Governo do Estado de Pernambuco. Pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, na oportunidade, passou a responder o professor Roberto José Marques Pereira que exercera antes o cargo de diretor presidente da Fundarpe na gestão do governador Roberto Magalhães. Para a Presidência da Fundação, o governo convidou Rubem de Souza Valença Filho. A Diretoria Administrativa e Financeira ficou com a senhora Áurea Maria da Cruz Igrejas Lopes. A Diretoria de Patrimônio passou a ser de responsabilidade do arquiteto Roberto Salomão do Amaral e Melo. A Diretoria de Assuntos Culturais, com o advogado Tarciano Domingues da Silva.12 Em Relatório correspondente aos anos de 1991 a 1993, Rubem Valença Filho me informa que: Nos últimos três anos, o Governo do Estado e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) promoveram ações em que todos os segmentos culturais foram beneficiados. A cultura foi vista nas suas mais variadas formas e expressões. Até aí, muito bem. O que causa espécie se resume na frase seguinte, quando ele diz que o maniqueísmo na relação Governo/agentes culturais foi deixado de lado. Em seu lugar, surgiu uma ação com o objetivo de

garantir o desenvolvimento dos mais variados projetos, sem qualquer tipo de preconceito ou privilégio. A crítica às atividades da gestão anterior da Fundação parece ter sido apresentada com bastante ênfase. Na verdade o que mudou foi o cenário político do Estado e as palavras do presidente da Fundarpe revelavam ainda presente um momento bem de oposição ao governo anterior. Em 1993, a Fundação completou 20 anos de atividades. Toda caminhada começa com um passo. Utilizando este provérbio chinês, Rubem Valença iniciou uma Proposta de Plano de Ação para a Fundarpe em agosto daquele ano de 1991. O lugar onde a proposta foi debatida: a Casa do Barão Rodrigues Mendes, sede da Academia Pernambucana de Letras. O Seminário se intitulava Diagnóstico e Planejamento da Fundarpe. Tal prática na ocasião era uma praxe. Também a Universidade Federal de Pernambuco realizava tal ação. Reunir e debater futuras atividades da Instituição com servidores era uma postura singular e que os entusiasmava. Tanto que na edição do Relatório do Seminário assim ficou dito: A fase inicial do Seminário mexeu muito com a emoção dos 33 participantes. Foi o momento de se fazer o diagnóstico interno, analisando-se os pontos fortes e fracos da Instituição. Tudo se vinculava ao slogan do governador:



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Cine Teatro de Triunfo Foto Eudes Santana

Cresce Pernambuco. Segundo aquela publicação, a Avaliação do Seminário pelos participantes foi positiva. Concordou-se que as dificuldades enfrentadas deveram-se, em grande parte, à falta de prática das instituições públicas de promoverem o planejamento participativo. Ficou a certeza de que o grande desafio, a partir de agora, de todos os que fazem a Fundarpe, é de pôr em prática o Plano de Ação 91. A quantidade dos projetos apresentados e defendidos pelos diretores e representantes das unidades da Fundação foi considerada surpreendente. O Documento referido relacionava os Objetivos e Metas para o ano de 1991.13 A administração Rubem Valença em um primeiro momento e com a participação do escultor Abelardo da Hora restaurou vários monumentos espalhados nas praças do Recife. Foi uma tarefa de grande interesse,

considerando que boa parte das obras estava danificada quer pelo tempo ou por vândalos. Ao prosseguir com a restauração do Convento de Santo Antônio de Igarassu, foi reinstalada a antiga Pinacoteca que o IPHAN havia organizado em um grande salão do cenóbio. Tal Pinacoteca é formada por quadros da Igreja da Sé de Olinda, a maioria das peças, e de outras casas religiosas. Na oportunidade, restauraram-se os quadros com datas de execução entre os séculos XVII e seguinte. Com relação à restauração de edificações do Estado de Pernambuco, ressalto a do Teatro Guarani, em Triunfo, 1ª fase. Trata-se de edificação inscrita no Livro de Tombo Estadual, datada do início do século XX e considerada de interesse para a cidade. A Fundarpe lentamente procurava interiorizar as suas ações em lugares do Estado onde nem sequer a história das construções era conhecida. Pernambuco por boa parte do tempo somente se interessou em termos de patrimônio cultural com a área litorânea e em poucos casos com a do Agreste. O Sertão ainda era um grande desconhecido e nele ainda são ausentes intervenções restauradoras em bens imóveis. A penetração para o interior do território pernambucano se deu com maior ênfase depois da virada do século XVII para o seguinte.


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Essa região distante do litoral foi mais depressa ocupada pela gente vinda da Bahia, diante da dificuldade de se transpor a Serra da Borborema. Assim, o desenvolvimento de povoações, vilas e cidades em Pernambuco é bem do século XIX e, dentro desse parâmetro, as edificações mais importantes de cada localidade foram edificadas no gosto eclético. Contam-se poucas construções de época anterior. O Ecletismo era um estilo considerado de pequeno interesse até bem pouco tempo e assim praticamente nada foi valorizado também pelo governo federal no Agreste e no Sertão. A Fundação, seguindo as linhas básicas teóricas do IPHAN, também demorou a pôr os olhos nessas regiões. Uma intervenção em prédio desse gosto eclético se realizou com o apoio da Fundarpe em ação da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Tratou-se da restauração do Chalé do Açude da Prata, pertencente à empresa. Um belo exemplar neogótico dominava na segunda metade do século XIX a margem de um açude da antiga Companhia do Beberibe. Construído para uso dos engenheiros ingleses, ele terminou por ser o lugar de vários usos da empresa de águas. Na gestão de Luciano Barreto e de outros presidentes da Compesa, foi ele restaurado integralmente com projeto da Fundação, organizado na gestão de Rubem

Valença. Prosseguindo o Programa da gestão anterior do “corredor cultural” da Rua da Aurora, inauguraram-se os prédios de número 379 e 387. Os de números 463 e 469 estavam em 1993 quase concluídos. Com relação à política de tombamento, o governo Joaquim Francisco continuou a selecionar bens culturais significativos para Pernambuco e inscrevê-los em um Livro de Tombo. O Festival de Inverno de Garanhuns teve prosseguimento como um programa permanente do governo. Iniciativa que continuava uma anterior e que, nessa gestão, ganhou dimensão acima das expectativas iniciais. Em 1993, chegou-se a reunir em Garanhuns mais de 500 mil pessoas. Com relação à Cultura Popular, foi realizado mais um Congresso de Cantadores. A Fundarpe em 1993 informou em um Relatório ter produzido cinco discos onde se gravaram músicas de frevos de Pernambuco. Um dos artesãos mais conhecidos além das fronteiras do Estado de Pernambuco é o Mestre Vitalino. Em gestões anteriores, a Fundarpe o homenageou com a criação de um Museu em uma das celas da Casa da Cultura com exposição de algumas de suas peças. No governo Joaquim Francisco, a Fundação e a Prefeitura de



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Caruaru, em trabalho conjunto, instalaram o Museu de Vitalino, no Alto do Moura, local daquela cidade onde nasceu e viveu o ceramista. Restaurou-se a antiga casa do mestre e nela se criou o Museu da Cerâmica e do Barro, que passou a abrigar a Coleção Abelardo Rodrigues de peças de barro e outros objetos artesanais. O forno do mestre ceramista foi refeito. A restauração de uma casa de taipa, com sua estrutura peculiar, foi uma experiência nova para Pernambuco. Na área do cinema, a Fundação, na gestão Rubem Valença, instalou em uma casa restaurada da Rua da Aurora o acervo do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE), então guardado em cela da Casa da Cultura. Tais acervos, dos melhores do país, contêm os primeiros filmes realizados no Estado, além de uma enorme quantidade de fotografias e partituras musicais. O seu diretor na ocasião era o crítico de cinema Celso Marconi. Por intermédio do MISPE, a Fundação apoiou a realização de dois filmes em Pernambuco. No Espaço Pasárgada, foi instalado o Conselho Editorial da Fundarpe. Este, até 1993, editou 13 mídias impressas. Entre as obras publicadas, destacam-se: A hecatombe de Garanhuns, do historiador Mário Márcio de Almeida Santos; Abreu e Lima, o general de Bolívar, de Vamireh Chacon; e Tidos e havidos com Opormo de Castro, do escritor Carlos Marcílio.14 Um dos maiores feitos da gestão da Fundarpe em 1993 se pode atribuir ao ato do governador sancionando a Lei Estadual de Incentivo à Cultura, aprovada pelo Legislativo Estadual. Na altura de tal acontecimento, o Estado de Pernambuco foi pioneiro em legislação desse gênero.

Ao lado, Festejo popular no pátio da Casa da Cultura Recife Foto Arquivo Fundarpe)


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OUTRA VEZ ARRAES · 1995-1999

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Em 1990, Miguel Arraes filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Foi eleito mais uma vez governador em 1994, aos 78 anos, sendo um dos principais opositores ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso – postura que politicamente lhe custou caro. Seu último governo foi marcado por uma grave crise financeira do Estado e pela greve das Polícias Civil e Militar.15 Além disso, foi vítima de uma campanha

Página anterior, Festival de Cantadores no Teatro de Santa Isabel no Recife Foto Arquivo da Fundarpe

difamatória nunca vista no Estado, criada pela oposição que, desde a década de 1960, tentava aniquilar-lhe a força política. Perdeu a reeleição em 1998 para seu ex-aliado e ex-prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos, que obteve mais de 64% dos votos válidos.16 Miguel Arraes de Alencar, assumindo o governo em 1995, criou a Secretaria de Cultura e convidou para sua direção o teatrólogo e escritor Ariano Suassuna. Este, por sua vez, entregou os destinos da Fundarpe ao escritor Raimundo Carrero. Com tal mudança, as ações culturais ganharam linha própria independente daquelas destinadas a Educação e Esportes. Uma situação se configurou de imediato possível de gerar conflitos: a Fundarpe em filosofia foi criada para ser, em termos executivos, uma secretaria de Cultura e na altura da decisão governamental passava a ser mais uma vez um corpo estranho na estrutura do Estado. A harmonia das ações seria um desafio a ser enfrentado pelo escritor Suassuna. Criando ações diferenciadas, os conflitos foram sendo dirimidos. Ariano Dantas Villar Suassuna17, que completou 80 anos em 2007 em plena atividade, com sua maneira bem peculiar de conceber cultura e relacionar-se com a comunidade, valorizou todas as manifestações culturais oriundas do povo. Por filosofia não se preocupou em matizá-las com estilizações típicas de uma tradicional forma de mostrar tais eventos da cultura. Criando espaços onde a criatividade da gente pudesse se desenvolver, ele mesmo nesses lugares apresentava sua visão própria de cultura. Com grande facilidade, que lhe vinha do dia-a-dia com a cena teatral, empolgava toda a gente e fazia crescer a auto-estima dos excluídos da cultura oficial. Na sua gestão valorizou a literatura


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ao entregar a direção da Fundação ao excelente escritor Raimundo Carrero. Raimundo Carrero, no último ano de governo Arraes (1998), foi ocupar o lugar de secretário adjunto de Cultura, sendo substituído na direção da Fundarpe pelo jornalista Jair Justino Pereira. O secretário adjunto de Ariano Suassuna era na ocasião Carlos Da Fonte, que então assumiu a Companhia Editora de Pernambuco (CEPE). O diretor de Patrimônio Histórico na gestão de Raimundo Carrero foi inicialmente o arquiteto Fernando de Barros Borba, sucedido em 1997 pelo engenheiro Fernando Roberto de Albuquerque como diretor executivo de Patrimônio Histórico e o engenheiro Marcos Coelho Loreto como diretor adjunto. Pela Gerência do Departamento de Tombamento, a partir de 1996, respondeu o arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello Neto. Em 1998, quando já aposentado no cargo de assessor técnico da Fundarpe por tempo de serviço, Fernando Borba foi convidado pelo então diretor, engenheiro Fernando Roberto de Albuquerque, para organizar uma publicação sobre a atividade de Tombamento de Bens Culturais exercida pela Fundação. O livro, que veio a ser editado pela CEPE, intitulado Pernambuco – patrimônio cultural de todos, contém as fichas completas, com descrições, dos 51 tombamentos em nível estadual concluídos até então, e dos 13 processos em andamento, com respectivas fotos; a relação dos 81 tombamentos federais de bens pernambucanos; as legislações federal e estadual de Tombamento, com textos elucidativos sobre sua aplicação e os elementos técnicos e jurídicos de cada processo. O livro finaliza com um artigo intitulado “Um jovem francês em Pernambuco” sobre a presença no Estado do engenheiro francês Louis Léger Vauthier, no século XIX, com trechos do Diário íntimo e de suas famosas Cartas a Daly, e comentários pertinentes. Ao assumir a Presidência da Fundação, o jornalista Jair Pereira usou um slogan afirmando que sua gestão representaria 100 dias que iriam abalar Pernambuco. De fato, o jornalista conseguiu 12 milhões de reais, uma verba muito grande para a Instituição.


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GOVERNO JARBAS VASCONCELOS 1999-2007

Ao lado e nas duas páginas seguintes, Forte de Tamandaré Tamandaré Fotos Eudes Santana

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Páginas anteriores, Monumento da Pedra Foto Arquivo da Fundarpe

Disse ele a uma jornalista do Jornal do Commercio nos 25 anos da Instituição que tal afirmativa era apenas uma expressão numérica, algo como 100 ações ou 100 eventos, e que o verbo abalar tinha peso simbólico, ele queria dizer que daria à população acesso a bons espetáculos no período. Com esse presidente, a Fundarpe realizou o II Festival de Cinema do Recife, em março de 1998; o Festival de Inverno de Garanhuns, com público recorde de 40 mil pessoas; criou três pólos carnavalescos, Piedade, Olinda e Torre; a Festa da Lavadeira; o Encontro dos Maracatus de Baque Solto; apoiou a viagem de Antônio Madureira e Alceu Valença ao Festival de Montreux, na França; mandou para a Copa do Mundo o Boi da Macuca; incentivou o São João de Caruaru e outros eventos. Na área do Patrimônio Histórico, sobre o qual Jair disse ser um trabalho de formiguinhas, pouco divulgado pela mídia, informou ter recuperado o Museu do Estado e a Torre de Malakoff. Finalizou essa entrevista declarando ser nossa idéia alargar o máximo nossa abrangência. O Estado tem uma produção cultural riquíssima e não faria sentido privilegiar esse ou aquele segmento, lembrando que liberou verbas para produções na área de fotografia, música, folclórica, artes plásticas e cinema. Ainda acrescentou quatro princípios básicos

que ele iria considerar no resto de sua gestão: a valorização artística local; o fortalecimento do intercâmbio cultural; a consolidação das manifestações folclóricas e a recuperação do patrimônio histórico.18

O ex-prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos,19 eleito governador, no apagar das luzes do século XX assumiu o Governo do Estado de Pernambuco. Na Fundarpe, novos Estatutos foram aprovados que refletiam sua também outra estrutura administrativa. A mudança maior se pode verificar na posição ocupada pela Diretoria do Patrimônio Histórico que teve mais autonomia, adquirindo foros de unidade executiva. Para a Presidência da Fundação, foi convidado o Dr. Bruno Lisboa,que permaneceu no cargo durante oito anos. A Secretaria de Educação e Cultura passou a ser de responsabilidade, desde fevereiro de 2003, último ano do 1º mandato de Jarbas Vasconcelos, do professor, ex-reitor, Mozart Neves Ramos. No segundo período de governo Jarbas (2004-2006), ele continuou na Secretaria e o arquiteto Paulo Souto Maior assumiu a Diretoria responsável pelos projetos de intervenção e outras obras executivas da Fundação. A proximidade do período de governo do Dr. Jarbas Vasconcelos


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com o momento da elaboração desta História dos 35 anos da Fundarpe leva-me a adotar um procedimento ético, motivo pelo qual não desejo fazer comentários maiores sobre os feitos, por conta de poder assim cometer injustiças. Relatarei o acontecido, limitando-me às indicações que contextualizem devidamente os feitos com a política cultural do governo federal. O governo Jarbas continuou o Programa de Incentivos à Cultura, baseado na renúncia fiscal, para atender principalmente à produção cultural de iniciativa privada, não governamental. Acentua-se a preocupação na política cultural, nacional e estadual, de definição das diversas áreas de atuação da Cultura. O Fundo de Cultura de Pernambuco funciona da seguinte maneira: a captação de recursos é feita pela Secretaria da Fazenda do Estado, que promove encontros e articulações com os empresários para que os recursos sejam repassados diretamente para o produtor cultural assim que o projeto for aprovado por um Conselho constituído por cinco representantes do governo, cinco instituições e cinco representantes de entidades culturais.20 No ano de 2003, foram aprovados 55 projetos totalizando R$ 3,25 milhões. O Programa continuou em 2004. Era o financiamento da Cultura com vestes novas, diferentes daquelas de gestão anterior. Em página de informação na internet, onde prestava contas à comunidade, o governo informou sobre várias ações em diversos programas culturais realizadas entre 1999 e 2003. Com relação ao Apoio à Atual Cena Cultural de Pernambuco, as ações executadas (1999-2002) foram as seguintes: divulgação da Produção Musical do Estado no programa Sintonize Pernambuco, levado ao ar por meio da Rádio Universitária FM das 21 às 24 horas em 5 dias da semana, com notícias, entrevistas e muita música da nova e diversificada cena musical do Estado; realização de festivais de música, destacando os valores culturais emergentes, com especial realce para vários eventos.21


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Na mesma página e com relação à área do Núcleo de Cinema e Vídeo no período referido anteriormente, continuou o governo a conceder os prêmios Ary Severo e Firmo Neto no valor de R$ 160 mil para roteiros de curta-metragem. Uma parceria se efetivou com a Prefeitura do Recife e foram premiados os melhores vídeos. O Circuito Pernambucano de Artes Cênicas possibilitou vários eventos: 162 cursos e oficinas com 12 espetáculos de teatro e dança em 18 municípios de 9 RDs, envolvendo 32 professores, 4 mil alunos e um público total de 10 mil pessoas, de 06/08 a 02/12. Em 2002, foram implantados 45 cursos e oficinas com 6 espetáculos de teatro e dança em 5 municípios (Floresta, Tuparetama, Serra Talhada, Pesqueira e Escada), envolvendo 45 professores, 750 alunos e um público total de 2 mil pessoas, nos meses de maio e junho; 45º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco – que se estendeu entre os dias 12/12/2002 e 16/02/2003, com 28 Expositores convidados e 19 Grupos de Arte. Festival de Cantadores, 8 eventos em diferentes municípios, com um público médio de mil pessoas. Em 2002, o Festival abrangeu os municípios de Araripina, Afogados da Ingazeira, Salgueiro, Bom Conselho, Santa Cruz do Capibaribe, Timbaúba, Limoeiro e Recife, com um público médio de 4 mil pessoas.

No Espaço Cultural Malakoff, antiga porta monumental do extinto Arsenal de Marinha, restaurado para as novas finalidades, várias foram as exposições e outros eventos realizados.22 No ano 2000, foi criado o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial por meio do Decreto n° 3.551 de 4 de agosto de 2000, repercutindo no tombamento estadual. As inscrições dos bens são nomeadas em quatro títulos: dos saberes – conhecimentos e modo de fazer das comunidades; das celebrações – rituais e festas das práticas da vida social; das formas de expressão – manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; dos lugares – espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas. Dois anos depois foi instituído o Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco (RPVPE), criado pela Lei n° 12.196 de 2 de maio de 2002, que incide sobre uma pessoa ou grupo de pessoas vivas que detenham conhecimentos ou técnicas para a produção ou preservação de manifestações representativas da cultura. Em 2003, a Fundarpe mais uma vez reformulou sua estrutura organizacional, voltando a se vincular à Secretaria de Educação e Cultura, com a extinção da Secretaria de Cultura. Foram definidas: a Diretoria de Preservação Cultural (tratando dos assuntos relacionados a bens móveis,


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Matriz de Nossa Senhora da Vitória Vitória de Santo Antão Foto Eudes Santana

imóveis e imateriais de valor histórico, artístico, arquitetônico, bibliográfico, documental, iconográfico, etnológico e paisagístico); a Diretoria de Difusão Cultural (tratando da gestão dos espaços culturais do Estado); a Diretoria de Projetos Especiais (tratando da gestão dos projetos estruturadores); a Diretoria de Gestão do Funcultura (tratando da gestão dos recursos do Programa); a Diretoria de Políticas Culturais (definindo planos e projetos para cada área cultural). O ano de 2005, em pleno 2º mandato do governador Jarbas Vasconcelos, foi marcado pelas articulações para implantação do Sistema Nacional de Cultura (SNC). Sistema definido para as três esferas de governo, federal, estadual e municipal; com participação da população em Conselhos de Políticas Culturais; com fundos de cultura e com orçamento participativo. Estes investimentos federais sinalizam uma política cultural para o país sugerindo a convivência entre as diversas áreas culturais e o fortalecimento de cada área específica. O SNC proposto estimulava a criação de secretarias específicas da cultura e/ou fundações com orçamentos próprios; fomento às produções e expressões artísticas e culturais em todas as etapas e nas diversas modalidades; fomento à implantação e/ou ao fortalecimento dos órgãos estaduais e municipais de preservação. O momento exigiu todo esforço no sentido de que as entidades culturais se reestruturassem para cumprir as responsabilidades, pelo menos as vinculadas por lei, que lhes eram atinentes. Sobre tal questão, o ministro da Cultura Gilberto Gil, em março de 2005, assim declarou: O Estado tem um papel vital no fortalecimento da economia da cultura, seja no levantamento do potencial, seja no planejamento das ações, na articulação dos agentes econômicos e criativos, na mobilização da energia social disponível, no fomento direto, na regulação das relações entre agentes econômicos, na mediação dos interesses dos agentes econômicos e dos interesses da sociedade, assim como na fiscalização das atividades. É um papel múltiplo, que exige vontade política, qualificação institucional e recursos. Não se trata de reabilitar o Estado produtor de cultura, ou o Estado dirigista.


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Ao contrário. Parte-se do princípio de que o Estado pode e deve estimular um ambiente favorável ao desenvolvimento de empresas e criadores, para que o mercado possa ampliar-se e realizar seu potencial, não apenas de auto-sustentabilidade, mas de ganhos sociais (emprego, renda, inclusão ao consumo de bens culturais). O Ministério da Cultura tem insistido na abordagem das conexões entre cultura e desenvolvimento e na necessidade de ampliar seu papel, somando às políticas tipicamente compensatórias aquelas capazes de diagnosticar e estimular o mercado, ou seja, as empresas e os empreendedores brasileiros que atuam no setor cultural. Trata-se de uma abordagem mais abrangente e integrada.23

Matriz de Nossa Senhora da Vitória Vitória de Santo Antão Foto Eudes Santana


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No mês de dezembro daquele ano, ocorreu a 1ª Conferência Nacional de Cultura à qual Pernambuco aderiu integralmente. Em informação prestada à comunidade, assim se expressou o Ministério da Cultura: Pela primeira vez na história do Brasil, a Sociedade Civil e o Estado se uniram nos Municípios, Estados e em Brasília para traçar, conjuntamente, propostas de políticas públicas de cultura para o País. A 1ª Conferência Nacional de Cultura (1ª CNC), realizada de setembro a dezembro de 2005, reuniu nas conferências municipais, estaduais e na Plenária Nacional de Brasília, cerca de 60 mil pessoas das diversas áreas culturais de todas as regiões brasileiras. [...] As diretrizes e propostas da Conferência serão subsídio importante para a formulação do Plano Nacional de Cultura, a ser encaminhado pelo Poder Executivo para o Congresso Nacional.24 No âmbito da Cultura, a sua feição popular recebeu nos anos de 2005 e 2006 um tratamento especial do governo federal. Como era de se esperar, tal atenção especial repercutiu sensivelmente nas esferas dos Estados e, naturalmente, em Pernambuco. Esse interesse ficou claro quando da realização, em fevereiro de 2005, do 1º Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares. No ano seguinte, aconteceu o 1º Encontro Sul-Americano de Culturas Populares e o II Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares. Em Pernambuco, o Espaço Cultural Bandepe promoveu uma exposição de Arte Popular, onde o destaque foi a Coleção Jarbas Vasconcelos, então governador do Estado. Outra questão relevante na esfera federal e de grande importância para os Estados da União foi a da Diversidade das Expressões Culturais brasileiras. O Espaço Cultural Bandepe, leia-se hoje Banco Real, editou um excelente livro sobre o Palácio do Campo das Princesas, de autorias de José Luiz Menezes e Reinaldo Carneiro Leão. Nos dois períodos de governo de Jarbas Vasconcelos assistiuse ao que se pode chamar a Odisséia “Tacaruna”, que teve início e não findou ainda. Na verdade, a velha fábrica surgiu no cenário estadual quando do governo de Arraes. Então nada se


Escola Rural Alberto Torres Projeto do arquiteto LuĂ­s Nunes Recife

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Abaixo e nas páginas anteriores, Escola Rural Alberto Torres Projeto do arquiteto Luís Nunes Recife Foto Eudes Santana

pôde fazer quanto à sua revitalização. No governo Jarbas, um edital instituiu o Concurso Público de Proposta Arquitetônica voltada à instalação de um Espaço Cultural. O concurso foi realizado pela Fundarpe, tendo sido posteriormente contestado na Justiça, quando veio a ser anulado pelo Estado. Foram iniciadas na ocasião, com fundamento em proposta elaborada por um grupo de trabalho da Fundação, as obras de restauração do imóvel para adaptá-lo ao Centro Cultural com novo programa. O processo judicial prossegue, mas as obras realizadas na coberta e em outros lugares da fábrica garantiram meios de nela se realizar exposições e outros acontecimentos culturais, mesmo sem a completude desejada, que materializaram o empreendimento.25 Várias exposições e outros eventos se realizaram no período de governo ora relatado. Não vou descrever todos,

mas alguns significativos em que a Fundarpe teve papel decisivo. No Museu de Arte Sacra ocorreram sete exposições e um curso de capacitação para jovens em preservação do patrimônio. De maneira idêntica ocorreu no Museu da Imagem e do Som, no qual se destacou o Projeto MISPE/Escola com a participação de 6.962 espectadores em 1999; 3.049 em 2000; 969 em 2001 e 417 no ano de 2002. Organizou-se e foi publicado um levantamento cultural do Estado e ainda um Inventário de bens culturais da Cidade de Triunfo, este na gestão do arquiteto Paulo de Souto Maior. Vários projetos de intervenção restauradora se realizaram no período. Alguns não foram infelizmente executados, qual o do Engenho Monjope, edificação que recua a sua fundação à presença dos Jesuítas em Pernambuco; e o Forte de Tamandaré, sendo essa fortificação uma excelente e relativamente bem conservada obra militar.26 No âmbito da Preservação do Acervo Documental do Estado, ações aconteceram de grande interesse cultural. Uma delas se destaca: a que forneceu cópias do acervo documental do período da Colônia, e assim referente à Capitania de Pernambuco, do Museu Ultramarino de Lisboa para o Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE) e


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a UFPE, mediante a digitalização dos originais, alimentação do Banco de Dados e publicação dos catálogos. A coleta em Portugal se concluiu e foram publicados os catálogos em 2007.

Pavilhão de Verificação de Óbitos Atual sede do Instituto de Arquitetos do Brasil Projeto do arquiteto Luís Nunes Recife Foto José Luiz M. Menezes


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Detalhe de friso de azulejo português do século XIX Foto Eudes Santana


AINDA CHEGAREMOS LÁ

Considerando a trajetória da Fundarpe, posso ver o quanto ela mudou em trinta e cinco anos de existência. De princípio era motivada pelo Programa Integrado de Reconstrução das Cidades Históricas do Nordeste e praticamente atuou com mais intensidade nas intervenções restauradoras de edifícios de pedra e cal. Depois, no interesse de cumprir os objetivos de uma praticamente Secretaria de Cultura, iniciou ações nos demais aspectos culturais, assumindo com a Diretoria de Assuntos Culturais outros procedimentos mais amplos. O patrimônio material e imaterial despertou os interesses da Fundação e todas as suas metas se direcionaram para a produção de uma rica e variada série de ações culturais. O acervo das realizações é enorme e a Instituição, assim me parece, tem cumprido seu papel com engenho e arte. O caminho foi longo e difícil, mas, como disse no início – Ainda chegaremos lá.


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NOTAS PARA “MAIS QUINZE ANOS DE VIDA”

180 1 Todas essas informações puderam ser por mim obtidas na rede internacional de comunicações, Internet, o que me livrou de uma trabalhosa e enorme pesquisa. No entanto, devo alertar que o processo da escolha implica em conhecimento do que deve servir com caráter científico ao que se redige. 2 Entre outros acontecimentos mundiais, destacaríamos: com a ajuda da nova emissora de televisão MTV, o rock voltou às paradas com o estilo grunge, popularizado em grupos como Nirvana e outros grupos de Seatle como "Pearl Jam", Álice in Chains, Soundgarden e Stone Temple Pilots. O pop teen começado no fim dos anos 20 retorna com força com Spice Girls, que foi um dos maiores fenômenos da música da época, junto com Backstreet Boys. O punk rock volta com o pop punk de Green Day. O rap entra para a cultura popular, começando com MC Hammer, Public Enemy e Vanilla Ice e terminando com o hip-hop de Puff Daddy, Dr. Dre e Eminem. No Brasil, o ritmo se popularizou com Gabriel, O Pensador e Planet Hemp. Emerge para o grande público a house music, nascida em Nova York com o DJ Frankie Knuckles. Misturando a batida da era Disco com o house nasce a dance music que estoura nos rádios do mundo com hits de C&C Music Factory, Snap e Black Box. Emprestando a voz para praticamente todas as bandas de sucesso do dance dos anos 1990, Marta Wash consolida o estilo de vocal que vai guiar os novos estilos de música na próxima década, como Club House e Tribal House. Grandes festivais como Lollapalooza e o Rock in Rio II. A música volta a ter conteúdo político, com o Tibetan Freedom Concert, que apoiava o Movimento Internacional de Libertação do Tibete, começa em 1996, atraindo 120.000 (pessoas) por ano. Também surgem grupos politizados como o Rage Against the Machine. A cultura rave populariza trance, techno e música eletrônica (e a droga ecstasy). Cria-se nos EUA o selo Parental Advisory para letras censuradas como obscenas. Disponível em: <http:// pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1990>. 3 A televisão em pleno desenvolvimento passou a ser, mais e mais, um equipamento eletrônico indispensável para toda a gente. Ela e os programas em rede nacional ajudaram a tornar os problemas culturais brasileiros uma discussão de todos. A Rede Globo abraçou a ação de proteção e preservação dos bens culturais com artistas de seus quadros levantando o problema da Memória Nacional. Temas do cotidiano de toda a gente passaram a ser veiculados nas novelas. Um dos avanços de interesse para a juventude brasileira foi a decorrente dos jogos eletrônicos, então levados pelos computadores para todas as casas e pelas lojas especializadas, as lan-houses.

4 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ D%C3%A9cada_de_1990>. 5 Editoras como a Duetto possuíam em 2007 mais de cinco periódicos sobre História, outro de Filosofia, e várias outras áreas do conhecimento. 6 GUIA DE PERNAMBUCO. “Chico Science (1966-1997)”. Disponível em: <http://www.guiapernambuco. com.br/persona/chicoscience.shtml>, 2002. 7 MOISÉS, José Álvaro. “O incentivo a cultura”. Disponível em: <http://www. amigosdolivro.com.br/materias.php?cd_ secao=484&codant=&inicio=44>. 8 Ibid. 9 MOISÉS, José Álvaro, op. cit. 10 Trata-se da questão do financiamento da cultura. Desde meados de 1995, o Governo Federal vinha implementando na área cultural uma vigorosa política de parceria entre o Estado brasileiro, os produtores culturais e a iniciativa privada. Tal política se apóia na legislação de incentivo fiscal às atividades artísticas e culturais e permite, no caso do cinema, que os investidores privados deduzam 100% do que aplicam e, no caso das outras áreas culturais, entre 66% e 76%, dependendo da natureza das empresas, podendo-se chegar aos mesmo 100% para o caso das artes cênicas, música erudita e instrumental, livros de arte, acervos de museus, itinerância de exposições de artes plásticas e acervos de bibliotecas públicas. É uma política fiscal generosa e adequada pois, em função do conhecido déficit fiscal do Estado brasileiro e das enormes carências de recursos para áreas prioritárias, as empresas privadas são convidadas a se associar ao Governo Federal e aos produtores culturais para garantirem o desenvolvimento da cultura. Ver MOISÉS, op. cit. 11 Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti nasceu no Recife, no dia 14 de abril de 1948. Advogado formado pela Faculdade de Direito do Recife, seu primeiro contato com a política veio quando seu pai, José Francisco de Moura Cavalcanti, assumiu o Governo de Pernambuco, em 1975, na condição de presidente da Assembléia Legislativa do Estado. Em 1967, ainda adolescente, Joaquim Francisco assumiu seu primeiro cargo dentro do governo, Oficial de Gabinete do então governador Nilo Coelho. Daí para frente, Joaquim Francisco passou por vários cargos públicos, entre eles o de assistente da Presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). De 1970 a 1974, foi secretário do Trabalho e Ação Social, no governo Moura Cavalcanti. Antes de chegar ao Governo de Pernambuco, em 1991, Joaquim Francisco foi prefeito do Recife por duas vezes. Na primeira foi nomeado e exerceu o cargo de 1983 a 1985. Já sua segunda passagem pela prefeitura da capital pernambucana foi através de eleições


181 diretas no ano de 1988, quando exerceu o cargo até o ano de 1990. Joaquim Francisco foi ainda ministro do Interior por três meses, no Governo Sarney e consultor técnico do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID). Em 2093, assumiu mandato como deputado federal. 12 O Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco passou a ser dirigido pela artista, pintora, Margarida (Margot) Queiroz Monteiro; a diretora do Museu do Estado foi a também artista Tereza Barros Costa Rego; o Museu da Imagem e do Som foi entregue ao crítico de cinema Celso Marconi de Medeiros Lins; o Museu do Barro, em Caruaru, ao arquiteto Glauciano Marcos de Lima e Silva; o Museu Regional de Olinda passou a ser dirigido pela senhora Maria Auxiliadora da Cunha; o Museu de Arte Sacra ficou com o senhor Juvino Teixeira de Carvalho Filho; a direção da Casa da Cultura foi entregue à senhora Lucilânia Barbosa Leite e o espaço Pasárgada, à senhora Ana Luíza Freitas. 12 FUNDARPE. Plano de Ação Fundarpe: conclusões do seminário, diagnóstico e planejamento. Recife: Governo do Estado, 1993. 13 Os demais títulos são: Fernando de Noronha; Praia do Flamengo, de Clemente Rosas; Danças populares como espetáculo público no Recife de 1970, de Maria Goretti Rocha de Oliveira; Os instantâneos, de Leonardo Cavalcanti; Um furacão varre a esperança: o caso D. Helder, de Abelardo Baltar e Glauce Rocha; Dicionário biobibliográfico de poetas pernambucanos, de Lamartine Morais; Espaço terrestre, de Gilvan Lemos; e Igreja de São Pedro dos Clérigos, de padre Antônio Barbosa. Também dois cordéis foram editados: Hermilo Borba Filho, de Homero Rego Barros e Geração de poetas repentistas que divulgaram a cultura nordestina, de Ismael Gusmão. 14 Durante o governo Arraes, ainda havia uma política econômica nacional recessiva, que então se refletiu na Fundarpe naquilo que dependia de convênios e parcerias com o Governo Federal. Naquele ano, também se pode verificar que durante algum tempo não ocorreu renovação de quadros de profissionais e mais ainda de investimentos na Instituição. 15 MIGUEL Arraes. Disponível em: <http:// pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Arraes>. 16 Ariano nasceu na então Cidade da Paraíba (Parahyba em ortografia arcaica), que hoje é a cidade de João Pessoa, num dia de Corpus Christi, 16 de junho de 1927, o que acabou por ocasionar a parada de uma procissão que ocorrera no dia de seu nascimento na frente do palácio do Governo do Estado. Ariano viveu sua infância no Sítio Acauan, no sertão do Estado da Paraíba. Aos três anos de idade (1930), Ariano passou por um dos momentos mais complicados de sua vida

com o assassinato de seu pai, no Rio de Janeiro, por motivos políticos, durante a Revolução de 1930, o que obrigou sua mãe, Cássia Vilar Suassuna, a levar toda a família a morar na cidade de Taperoá, no Cariri paraibano. Na Faculdade de Direito do Recife, conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de sol. Em 1948, sua peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena; o aclamado Auto da Compadecida, de 1955; O santo e a porca - O casamento suspeitoso, de 1957; A pena e a lei, de 1959; A farsa da boa preguiça, de 1960, e A caseira e a Catarina, de 1961. Em 1956, afasta-se da advocacia e se torna professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco, onde se aposentaria em 1994. Em 1976, defende sua tese de livre-docência, intitulada "A onça castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a cultura brasileira". Ariano foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões. ARIANO Suassuna. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/ wiki/Ariano_Suassuna#Biografia>. 17 Entrevista ao Jornal do Commercio no dia 28 de agosto do ano de 1998. 18 Jarbas de Andrade Vasconcelos (Vicência, 23 de agosto de 1942), advogado e político brasileiro, com atuação em Pernambuco, sendo eleito para uma vaga no Senado Federal em 2006. Antes exercera dois mandatos como prefeito do Recife e dois na condição de governador do Estado. A geração política brasileira forjada no antigo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), no combate à ditadura militar, se firmou como uma força de oposição. Nesse contexto, foi eleito deputado estadual por Pernambuco em 1970 e deputado federal em duas oportunidades, 1974 e 1982. Eram tempos extremos, nos quais apoiar o governo era comungar com a perseguição política, com a censura à Imprensa, com casuísmos de toda ordem. 19 Com o Programa de Incentivo à Cultura, o Governo do Estado tem como objetivos promover a produção, a divulgação e o consumo da cultura pernambucana, preservando a tradição, resguardando a identidade cultural, estimulando a diversidade na criação, incentivando e apoiando amplamente as manifestações culturais ligadas às áreas da literatura, música, dança, artes cênicas e


MAIS QUINZE ANOS DE VIDA 1993-2008

182 visuais, além de preservar e restaurar o patrimônio e sítios históricos de Pernambuco. Disponível em: <www.fundarpe.pe.gov.br>. 20 Acorda Povo – 14 eventos em 7 municípios da RMR (nove oficinas e um show por evento) de 05/05 a 15/12, com um público médio de 1,5 mil participantes. Em 2002, foram realizados 6 eventos em 6 municípios da RMR (nove oficinas e um show por evento), entre os meses de março a agosto, com um público médio de 1,5 mil participantes. Espaço Cultural Malakoff – 7 shows para mais de 7 mil pessoas; XI Festival de Inverno de Garanhuns, o maior evento do gênero no Nordeste. 21 Sete mostras (artes plásticas: 3; fotografia: 2; quadrinhos: 2): 15 mil visitantes; 7 shows e 5 oficinas de arte para mais de 7 mil pessoas. Em 2002: 7 exposições; 1 show com aproximadamente mil espectadores; 1 vesperal; 1 apresentação teatral; IV Festival Internacional de Humor e Quadrinhos. 22 GIL, Gilberto. Políticas Públicas de Cultura: Palestra no Instituto Rio Branco/Brasília, 11 de março de 2005. Disponível em: <http:// www.cultura.gov.br/noticias/discursos/index. php?p=8998&more=1&c=1&pb=1>. 23 MINISTÉRIO DA CULTURA. (Brasil). Conferência Nacional de Cultura. Relatório Final da 1ª CNC. Disponível em: <http://www.cultura. gov.br/cnc/>. 24 O grupo de trabalho criado pela Fundarpe era formado pelos profissionais arquitetos Paula Peixoto, Gustavo Bandeira e Romero Pereira, além de outros auxiliares. O Centro Cultural Tacaruna está instalado na antiga Fábrica Tacaruna, adquirida pelo Estado de Pernambuco. Ocorreu um Concurso Público promovido pelo governo e orientado por um escritório técnico. Em 30/04/2002, foi divulgado o resultado do Processo Licitatório nº 002/2002, que decidiu sobre o Projeto de Reforma do Centro Cultural Tacaruna. O Concurso foi anulado pelo Estado. 25 Segundo informações, o projeto de intervenção de Monjope foi realizado pelo escritório técnico do arquiteto Carlos Pontual e o de Tamandaré pelo arquiteto da Fundação, Carlos Alberto Meira Carneiro da Cunha com mais duas arquitetas. Os demais projetos foram: em Floresta - Prédio da Força Pública; em Vicência - Engenho Poço Comprido; em Araçoiaba - Levantamento e início da restauração da igreja matriz; em Nazaré da Mata - Capela de São Francisco Xavier do Engenho Bonito.


183

CADERNO DE DOCUMENTOS



Bens Tombados

Bem Tombado

Solicitado por

Deferido em

Solicitado em

Governo

185


Bens Tombados

CADERNOS

Continuação

186

Bem Tombado

Total de 53 bens tombados, sendo: 18 no governo Marco Maciel; 24 no governo Roberto Magalhães Mello; 4 no governo Miguel Arraes de Alencar; e 7 no governo Joaquim Francisco.

Solicitado por

Deferido em

Solicitado em

Governo


Bens Tombados Provisoriamente

Bem tombado provisoriamente

Ano do parecer no CEC

Ano da solicitação

Governo

187


CADERNOS

Governadores

188

PerĂ­odo

Governador


Presidentes, Vice-Presidentes e Secretários

Nomes

Função

189


CADERNOS

Informações sobre as Intervenções Restauradoras Realizadas em Monumentos e Obras de Arte

190

Ano Bem cultural restaurado início

Responsável (is)

Ano fim

Quando não se assinala “autor”, o trabalho deve ter sido realizado em equipe.


A Lei do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC)

191 O Governador Joaquim Francisco, no dia 20 de dezembro de 1993, sancionou a Lei n º 11.005 criando o Sistema de Incentivo à Cultura (SIC). O Sistema, de certo modo espelhando Lei Federal de mesmo gênero, compreendia os seguintes mecanismos: Fundo de Incentivo à Cultura e Mecenato de Incentivo à Cultura. Em 1995, outra Lei, então de n º 11.236, de 14 de julho, alterou aquela criada no governo do referido governador. Em 1998, a Lei n º 11523, de 7 de janeiro, é editada com nova alteração. O artista Jobson Figueiredo ao informar, em entrevista ao periódico Oxente, no dia 16 de maio de 2006, ter sido um dos criadores da Lei, comenta sobre as suas sucessivas alterações em vários governos. “Nós começamos a luta no final do governo de Arraes, quando foi feita a promulgação da constituição do Estado. No governo seguinte, que foi de Joaquim Francisco, surgiu efetivamente a Lei de Cultura. No governo seguinte, de Arraes, brigou-se muito para melhorar a condição da Lei de Cultura, e depois entrou o governo de Jarbas”. Sobre a Lei sob o governo Jarbas Vasconcelos, a própria FUNDARPE esclarece em sua página na Internet: “O Sistema de Incentivo à Cultura/Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura foi instituído pela Lei Estadual nº 12.310/2002, e alteração, do Governador Jarbas Guimarães, que consolidou e alterou o Sistema de Incentivo à Cultura, cuja finalidade tem sido apoiar o desenvolvimento, incentivar e estimular a Cultura Pernambucana, através do financiamento de projetos culturais. Antes existiu tal forma de incentivo que a referida Lei alterou e consolidou.” A Lei nº 12.310/2002 sofreu modificações e correções por meio de outros instrumentos legais como segue: O Decreto Lei n º 27.101, de 9 de setembro de 2004, modificou o Decreto nº 25.343, de 31 de março de 2003, alterado pelo Decreto nº 26.321, de 21 de janeiro de 2004, que regulamenta dispositivos da Lei nº 12.310, de 19 de dezembro de 2002, alterada pela Lei nº 12.629, de 12 de julho de 2004, que dispõe sobre o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura do Sistema de Incentivo à Cultura-Funcultura/SIC. Na mesma página e a respeito do Exercício de 2004, a FUNDARPE apresentou mais informações: “O Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – FUNCULTURA é vinculado à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE, através de sua Diretoria de Gestão do FUNCULTURA. Funciona na Rua da


CADERNOS

A Lei do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC)

192 Aurora nº. 463, 1º andar, Boa Vista, nesta cidade”. “Está inscrito no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ sob o nº 05.673.054/0001-31, código e descrição da atividade econômica principal 75.12-4-00 – regulação das atividades sociais e culturais e no SIAFEM como unidade gestora 500301, Gestão 20003. O Decreto 25.585, de 26 de junho de 2003, adequou sua vinculação à Secretaria de Educação e Cultura, passando a figurar no SIAFEM como UG 440401, Gestão 14004. Movimenta a conta corrente BANDEPE “C” nº 0025066.5, da Agência 1001”. “O Secretário de Educação e Cultura resolveu através da Portaria SEDUC nº 2.541, de 28.04.2003, publicada no DOE de 30.04.2003, delegar competências à FUNDARPE, por meio da Diretoria de Gestão do FUNCULTURA, instituída pelo art. 2º, alínea V, inciso “d” e art. 6º, inciso V, do Anexo I do Decreto nº 25.315, de 19 de março de 2003, para praticar atos de gestão financeira e patrimonial próprios de ordenador de despesas previsto no Código de Administração Financeira do Estado; praticar atos necessários à administração e Gestão do FUNCULTURA; e exercer a função de Secretaria Executiva do FUNCULTURA; e da Portaria SEDUC n.º 3.086, de 03.06.2003 (DOE 04.06.2003) que o FUNCULTURA será administrado pelo Presidente da FUNDARPE, Bruno de Moraes Lisboa, nomeado através do Ato n.º 1.241, de 21.03.2003 (DOE 22.03.2003), tendo como seu preposto o Diretor de Gestão do FUNCULTURA daquela Fundação, Jaime Pires Galvão Filho, nomeado através do Ato n.º 1.244, de 21.03.2003 (DOE 22.03.2003)”. “A partir da publicação no DOE em 13 de julho de 2004 da Lei nº 12.629, de 12 de julho de 2004, regulamentada pelo Decreto n.º 27.101, de 09.09.2004, publicado em 10.09.2004, o FUNCULTURA passou a ser gerido pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE, como UG 500101, Gestão 2001”. Muitos foram os beneficiados pelo incentivo governamental. Para 2008, o governo destinou mais de onze milhões de reais.


Centros Culturais

Local

193


CADERNOS

PROJETOS APROVADOS E REALIZADOS

194 EXERCÍCIO 1996 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 0030/97 Ciclo ”História de amor em 16 Quadros por segundo” Cinema, Vídeo, Fotografia 0032/97 Estelas em Bronze Artes Gráficas e Artes Plásticas 0033/97 Cantigas ao Pequeno Príncipe Áreas Integradas 0034/97 Nossa Música Música 0035/97 Fôrma, Forma e Força de um Povo Artes Gráficas e Plásticas 0036/97 Isto é Pernambuco Música 0037/97 Cia. Pernambucana de Bonecos Artes Cênicas 0038/97 Livro Pernambucano Áreas Integradas 0039/97 Maracatu Rural Áreas Integradas 0041/97 Projeto Suzuki Música 0044/97 Festival de Música Alô Pernambuco Música 0045/97 Cultural Escola de Fotografia Áreas Integradas 0047/97 II Batizado e Graduação Áreas Integradas 0048/97 Resgate da Cultura Indígena Pesquisa Cultural 0049/97 Bandeira do Meu Carnaval Artesanato e Folclore 0050/97 O Melhor do Forró de José da Silva do Recife Música 0051/97 Origens e Influência do Coco de Roda na Cultura Áreas Integradas 0052/97 Sentimentos Literatura 0053/97 Os Nordestinos Literatura 0054/97 Espaço Cultural - FADURPE Áreas Integradas 0055/97 Disco Cascabulho Música 0056/97 Carnavial Patrimônio Artístico 0057/97 As Cores do Recife Antigo Cinema, Vídeo, Fotografia EXERCÍCIO 1997 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 0001/96 Música para Todos Música 0002/96 Pró-Criança Áreas Integrada 0004/96 Espelho Mascarado Literatura 0005/96 Adequação Artes Cênicas 0006/96 Educação pelo Teatro Artes Cênicas 0010/96 Temperança Música 0012/96 Parque (Espetáculo de Dança) Artes Cênicas 0014/96 Recife de Dentro pra Fora Fotografia, Cinema e Vídeo 0016/96 O Automóvel Artes Gráficas e Artes Plásticas 0017/96 “Ar, Árvore” Artes Gráficas e Artes Plásticas 0018/96 Musicamar Música 0022/96 Artiviva-Teatro na Comunidade e Comunidade no Teatro Artes Cênicas 0024/96 Um Passeio pela Terra do Carnaval Literatura 0025/96 Despertar Artes Gráficas e Artes Plásticas 0026/96 Reviver o Mamulengo Artes Cênicas 0027/96 Balé Jangurussu Dança 0028/96 Central do Brasil Fotografia, Cinema e Vídeo EXERCÍCIO 1998 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 0058/98 Slapzum-A Força da Amizade Artes Cênicas 0059/98 Arteviva na Comunidade Áreas Integradas 0060/98 Palmas para Quem te Quero Áreas Integradas 0061/98 Anedotas de um Camões Brasileiro Fotografia, Cinema e Vídeo 0062/98 Templo de Jerusalém - Nova Jerusalém /PE Artes Cênicas 0064/98 Baião - 50 anos de Ritmo, Poesia e Emoção Música 0065/98 Velhos e Novos Música 0066/98 Obras e Mares Trechos e Ares Literatura 0067/98 Projeto Xote Baião Música 0068/98 Concertos na Catedral Música

0070/98 Cercados - Espetáculo de Dança Artes Cênicas 0071/98 O Canto do Acauã Fotografia, Cinema e Vídeo 0072/98 Flicts-Temporada Recife Artes Cênicas 0073/98 II Festival de Cinema Nacional Fotografia, Cinema e Vídeo 0074/98 I Mostra de Cinema Itinerante de Pernambuco Fotografia, Cinema e Vídeo 0075/98 Biblioteca Comunitária do Recife Literatura 0076/98 Disco do Grupo Tubarões do Porto Música 0077/98 Luzes da Cultura Pernambucana Áreas Integradas 0078/98 Thais Literatura 0079/98 Memorial Negro da Raça Brasil Artes Cênicas 0080/98 Festival Abril Pro Rock Música 0081/98 Centro de Documentação: Oganização do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos Textuais Pesquisa Cultural 0082/98 Cultura Pernambucana Áreas Integradas 0083/98 Comunidade Viva Áreas Integradas 0084/98 Centro Comunitário de Arte Artes Gráficas e Artes Plásticas 0085/98 Festival de Música Alô PE 98 Música 0086/98 Apagaram o Candeeiro Acenderam a Luz Música 0088/98 Dançando na Praça Artes Cênicas 0089/98 O Sorriso do Circo Artes Cênicas 0090/98 Centro de Documentação: Informatização do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos Textuais Pesquisa Cultural 0091/98 Centro de Documentação: Informatização do Arquivo Gilberto Freyre de Documentos Textuais Pesquisa Cultural 0092/98 CD Alô Pernambuco Música 0093/98 VIII Festival de Inverno de Garanhuns Áreas Integradas 0094/98 Maracatu Homens do Sol Artes Gráficas e Artes Plásticas 0095/98 Projeto Pernambuco Áreas Integradas 0096/98 I Festival de Cultura de Igarassu 0097/98 Estações da Via Sacra Artes Gráficas e Artes Plásticas 0098/98 Arlindo dos Oito Baixos Música 0099/98 Raminho da Zabumba Música 0100/98 Camarão e os 50 anos do Baião Música 0101/98 Dance Baião Música 0102/98 Maestro Duda e os 50 Anos de Baião Música 0103/98 Jovens Autores Pernambucanos Literatura 0104/98 CD Nós Música 0105/98 Poeta Manaro-Poemas Judaicos Literatura 0106/98 I Salão de Desenhos de Timbaúba Artes Gráficas e Plásticas 0107/98 Festival Agosto pra Tudo Áreas Integradas 0108/98 Tributo à Lua Artes Cênicas 0109/98 Raízes Populares Áreas Integradas 0110/98 Concertos Espetáculos 98 Música 0111/98 I Curso de Inverno de Música de Câmara Música 0112/98 Marina Domingos da Silva Música 0113/98 ETV Brasil Fotografia, Cinema e Vídeo 0114/98 6ª Corrida da Fantasia Artes Cênicas 0115/98 Jovens e Jóias Artes Gráficas e Artes Plásticas 0116/98 Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu “Um Canto de Resistência” Música 0177/98 Isto é Pernambuco II Áreas Integradas 0178/98 ÁguaFest’98 Música 0179/98 II Batizado e Graduação Artes Cênicas 0180/98 Moleque da Rua Música 0181/98 Dumaresq de Gravura Artes Gráficas, Artes Plásticas 0182/98 Amigos em Sol Maior Música 0183/98 Pastoril Poético Música 0184/98 Maracatu Rural Artesanato e Folclore 0185/98 I Festival Int. de Música de Câmara de Pernambuco Música 0186/98 Para um Amor no Recife Artes Cênicas 0187/98 Vaquejada de Surubim Música


195 0188/98 Pernambuco Convida Vozes do Mundo Música 0189/98 Concerto de Música Medieval e Renascentista Música 0190/98 Muito Latino Música 0191/98 Raízes Culturais Pesquisa Cultural 0192/98 Som da Selva Áreas Integradas 0193/98 Dominguetes - A Sopa na Selva Áreas Integradas 0194/98 Livre Encanto Música 0195/98 Projeto Sertão Áreas Integradas 0196/98 Canto porque Preciso da Sociedade de Canto Dionísio Música 0197/98 Pernambuco Imortal Música 0198/98 Arte até Você - Com a Casa nas Costas Literatura 0199/98 Arte até Você - I Prêmio Pintor Eliezer Xavier Artes Gráficas e Artes Plásticas 0200/98 Arte até Você - Paisagens Pernambucanas Artes Gráficas e Artes Plásticas 0201/98 Guia das Artes Plásticas Artes Gráficas e Artes Plásticas 0202/98 Olinda é a Sé Patrimônio Histórico 0203/98 Sobrado Espaço Cultural Artes Gráficas e Artes Plásticas 0204/98 CD do Cantor Edy Silva Música 0206/98 Som da Terra Música 0207/98 Abelardo e Heloísa Artes Cênicas 0208/98 Forromares Música 0209/98 Ilumiara Viva Áreas Integradas 0210/98 Museu Cícero Dias Patrimônio Histórico 0211/98 4º Encontro de Cantadores do Nordeste Música 0212/98 Música para Todos Música 0213/98 Confecção e Manuseio de Instrumentos de Percussão Música 0214/98 Projeto Recriança Artes Cênicas 0215/98 Projeto Cultura na Comunidade Áreas Integradas 0216/98 Dança de Salão - CD VI Música 0217/98 A Dança do Brasil do Descobrimento ao Ano 2000 Artes Cênicas 0218/98 ACMLSL Áreas Integradas 0219/98 Teatro na Comunidade Artes Cênicas 0220/98 A Ilha do Tesouro Artes Cênicas 0221/98 Coração Pernambucano Música 0222/98 Nádia Maia in Música Música 0223/98 A Estrela Dalva Música 0224/98 CD Paulo Spinelly–vol. 1 Música 0225/98 Luar do Sertão Música 0226/98 1ª Mostra de Artes Visuais do Metrô Artes Plásticas 0227/98 Paranambuco Música 0228/98 Tapacurá Fotografia, Cinema e Vídeo 0229/98 O Começo e as Rosas Fotografia, Cinema e Vídeo 0230/98 Teatro Didático na Empresa Artes Cênicas 0231/98 Cultura nas Escolas Pesquisa Cultural 0232/98 Imaginário e Cibercultura Pesquisa Cultural 0233/98 Varandão do Pajeú Música 0234/98 DELIMA - Obras Recentes Artes Gráficas e Artes Plásticas 0235/98 Integrarte - A Integração através da Arte Artes Cênicas 0237/98 Coisas de Pernambuco Música 0238/98 Mascate de Arte Artes Gráficas e Artes Plásticas 0240/98 Restauração do Prédio do IAB Patrimônio Histórico 0241/98 Olinda - Frevo e Forró Música 0242/98 Dom Quixote Artes Cênicas 0243/98 Cem Anos de Zé do Carmo Música 0244/98 Resgate do Brum Colonial Áreas Integradas 0245/98 Oficina de Arte Áreas Integradas 0246/98 Romantismo Nordestino Música 0247/98 Simião Martiniano - O Camelô do Cinema Fotografia, Cinema e Vídeo 0248/98 Jovens Titiriteiros Áreas Integradas

0249/98 Anjos Pornassônicos Música 0250/98 Ser Feliz Áreas Integradas 0251/98 Nossa Vida Artes Cênicas 0252/98 Unidos em Sociedade Música 0253/98 Music Recital Áreas Integradas 0254/98 Acervo Pernambucano Literatura 0255/98 Projeto Cultural Serra do Catolé Áreas Integradas 0256/98 Gravação do 2º CD Baião de 3 Música 0257/98 Luciano Padilha 25 anos de Careira Música 0258/98 Muitos Brasis Música 0259/98 Recife Antigo Artes Cênicas 0260/98 Cenários Áreas Integradas 0261/98 Frevo Guarany Áreas Integradas 0262/98 Escurinho no Recife Música 0263/98 O Recife no Tempo da Emparedada Áreas Integradas 0264/98 Encontro de Ritmos Penambucanos Música 0265/98 Fusão dos Ritmos da Cultura Pernambucana Música 0266/98 Revista Tatoo Style Artes Gráficas e Artes Plásticas 0267/98 Droner Santos do Brega ao Popular Música 0268/98 Iniciativas Populares de Design Improvisado Áreas Integradas 0269/98 Flor da Praia Música 0270/98 Ladislau Braga é o Canto Popular Música 0271/98 Quarteto Romançal no Reino da Ave dos Três Punhais Música 0272/98 Festa da Lavadeira Artesanato e Folclore 0273/98 Simplesmente Pop CD Música 0274/98 Eh Luanda! Maracatus de Capiba Música 0275/98 Vitrais - Filme de Curta Metragem Fotografia, Cinema e Vídeo 0276/98 Criação do Espaço Cultural Gajop Áreas Integradas 0277/98 5º Encontro de Cultura Afro no Pina Música 0278/98 Palco da Cultura Pernambucana Música 0279/98 Antenas Áreas Integradas 0280/98 Pernambuco no Circuito de Festivais Europeus Música 0281/98 Seresteiro de Olinda Música 0282/98 Reveillon Porto de Galinhas Música 0283/98 Reveillon em Gaibu Música 0284/98 Bal Masque - 99 Áreas Integradas 0285/98 Festival de Verão de Tamandaré Música 0286/98 Rota do Forró Música 0287/98 Caravana Cultural Pernambucana Áreas Integradas 0288/98 Troça Bicho do Pé Áreas Integradas 0289/98 Nascer Cultural Áreas Integradas 0290/98 Carnaval Popular do Litoral Norte Música 0293/98 Projeto Estrada Artes Cênicas 0294/98 Tertúlia Cultural Música 0295/98 Viver o Natal Áreas Integradas 0296/98 Inhame Jam CD Música 0297/98 Núcleo Cultural da Imbiribeira Artesanato e Folclore 0298/98 Roberto da Silva - 25 anos de Arte Artes Gráficas e Plásticas 0299/98 Elite na Mira Música 0300/98 O Boi Voador Fotografia, Cinema e Vídeo 0301/98 Lançamento do CD Marina Domingos Música 0302/98 Resgatando a História Artes Gráficas e Artes Plásticas 0303/98 Asas do Amor Literatura 0304/98 Ciranda de Ritmos Música 0305/98 Amarelo Manga - Filme Longa-Metragem Fotografia, Cinema e Vídeo 0306/98 Palhaço: Uma História para Três Atores e uma Atriz Artes Cênicas 0307/98 Canto Pernambucano Música 0308/98 Pisa na Fulô - CD Música 0309/98 Show de Lançamento do CD Pisa na Fulô Música 0310/98 Visão Crítica do Cinema Brasileiro Áreas Integradas


PROJETOS APROVADOS E REALIZADOS CADERNOS

Continuação

196 0311/98 Idéias Gerais Áreas Integradas 0312/98 Arteviva na Comunidade Áreas Integradas 0313/98 Rodeadouro - Pedra do Movimento Fotografia, Cinema e Vídeo 0314/98 Gravação CD Jorge Rodrigues Música 0315/98 A Estepe, o Cerrado e o Sertão: famosa peleja de Mestre Antero, Mateus e Bastião, etc. Artes Cênicas 0316/98 Reserva Técnica do Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres Patrimônio Artístico 0317/98 Cruzeiro do Frei Damião Artes Gráficas e Artes Plásticas 0318/98 Monumento ao Novo Milênio Artes Gráficas e Artes Plásticas 0319/98 Jesuíno - CD Janejas Áreas Integradas 0320/98 CD Ricardo Carioca - Uma Voz, Um Violão Música 0321/98 Federação Carnavalesca de Pernambuco Áreas Integradas 0322/98 Carnaval Itinerante Música 0323/98 Na Pisada do Forró Música 0324/98 Mostra da Cultura Pernambucana Áreas Integradas 0325/98 O Pedido Fotografia, Cinema e Vídeo 0326/98 Pernambuco em Cena Música 0327/98 Pernambuco de Todos os Cantos Música 0328/98 Projeto Piloto de Roteiros Televisivos Fotografia, Cinema e Vídeo 0329/98 Pernambuco Música 0330/98 Fuli/Feyá Áreas Integradas 0331/98 Dança Popular e Teatro na Comunidade Escadense Áreas Integradas 0332/98 Dança Popular - Criatividade na Escola Artes Cênicas 0333/98 II Corso das Máscaras Áreas Integradas 0334/98 Museu de Petrolândia Áreas Integradas 0335/98 Implantação de um Núcleo de Cultura na Cidade de Tacaratu Áreas Integradas 0336/98 A Segunda Face de Iwa Áreas Integradas 0337/98 TV Cidanania Fotografia, Cinema e Vídeo 0338/98 1º Festival Nordestino de Emboladores Música 0339/98 Assim era a Atlântica Artes Cênicas 0340/98 1º Top Verão de Jaboatão Áreas Integradas 0341/98 Resgate da Cultura Afro-brasileira Áreas Integradas 0342/98 Aspecto da Cultura Pernambucana Pesquisa Cultural 0343/98 Museu da Cidade do Brejo da Madre de Deus Áreas Integradas 0344/98 Recrivídeo Fotografia, Cinema e Vídeo 0345/98 A Dança da Capoeira Pernambucana Pesquisa Cultural 0346/98 Nossa Terra, Nossas Danças Áreas Integradas 0347/98 Concertos na Catedral Música 0348/98 Mangue e Tal Fotografia, Cinema e Vídeo 0349/98 Pisa na Folia Música 0350/98 Inventário e Restauração do Acervo da ACP Patrimônio Histórico 0351/98 Restauração da Igreja de Nossa Sra. do Livramento Patrimônio Histórico 0352/98 Samba no Tom Música 0353/98 Chegue pro Chamego Música 0354/98 Incentivo e Formação de Cultura Popular para Mulheres Áreas Integradas 0355/98 Sanfona, Frevo e Forró Música 0356/98 Feliz Cidade Música 0357/98 Canteiros da Cultura Áreas Integradas 0358/98 III Festival de Cinema Nacional do Recife Fotografia, Cinema e Vídeo 0359/98 I Feira de Produtos e Serviços Audiovisuais do Norte – NE Áreas Integradas 0360/98 Pernambuco em concerto Áreas Integradas

0361/98 Carnavalor Música 0362/98 Sol e Cultura Música 0363/98 Cenas de Cinema Áreas Integradas 0364/98 Recifrevando Áreas Integradas 0365/98 Recife de Ontem e de Hoje Áreas Integradas 0366/98 Vitalino 90 Anos Áreas Integradas 0367/98 Falando de Frevo Áreas Integradas 0368/98 Paixão de Cristo Artes Cênicas 0369/98 Pinturas Religiosas do Séc. XVI a XIX e Pinturas Brasileira Áreas Integradas 0370/98 Capacitação Cultural Áreas Integradas 0371/98 Pinturas Pernambucanas Artes Gráficas e Artes Plásticas 0372/98 Flores e Frutas Pernambucanas Artes Gráficas e Plásticas 0373/98 Resgatando e Interiorizando o Maracatu de Baque Virado Áreas Integradas 0374/98 Pernambuco na História Pesquisa Cultural 0375/98 Seis e Meia (1) Áreas Integradas 0376/98 Seis e Meia (2) Áreas Integradas 0377/98 Cordel Música 0378/98 Mostra da Cultura Pernambucana Pesquisa Cultural 0379/98 Aliança Cultural Áreas Integradas EXERCÍCIO 1999 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 0380/99 Projeto Qdartetóide Música 0381/99 Terra Da Luz Fotografia, Cinema e Vídeo 0382/99 Pintando Floresta Patrimônio Histórico 0383/99 Vacilou, Casou, Dançou Áreas Integradas 0384/99 Alheio Áreas Integradas 0385/99 Sétima Edição - Festival Abril Pro Rock Música 0386/99 Auto da Compadecida Artes Cênicas 0387/99 Paixão de Cristo do Recife Artes Cênicas 0388/99 O Andarilho Fotografia, Cinema e Vídeo 0389/98 Intinerância da Expos. O Brasil de Portinari Artes Plásticas 0390/99 Cd de Músicas Bras. Interpretadas por Toinho Música 0391/99 Paixão de Cristo 1999 Artes Cênicas 0392/99 Cd Taunás “Outros Sertões” Música 0393/99 Poço-Conto d’Amizade Fotografia, Cinema e Vídeo 0394/99 Paixão de Cristo do Recife Artes Cênicas 0395/99 Cantorias Nordestinas Música 0396/99 Série Compos. Pernambucanos - Zé Dantas, O Doutor do Baião Música 0397/99 Os Judeus em PE (Duas Faces da Mesma Moeda) Áreas Integradas 0398/99 Vamos Comer Pernambuco Fotografia, Cinema e Vídeo 0399/99 Auto-Retrato Artistas Plást. Fotografia, Cinema e Vídeo 0400/99 Cd Alexs Música 0401/99 Retrato Falado Fotografia, Cinema e Vídeo 0402/99 I Mostra de Cinema Intinerante nos Bairros Fotografia, Cinema e Vídeo 0403/99 Câmara Intern. de Cinema, Televisão Fotografia, Cinema e Vídeo 0405/99 5º Encontro de Cantadores do NE Artesanato e Folclore 0406/99 Revolução na América do Sul - Temporada Popular Artes Cênicas 0407/99 Levant.do Patrimônio Cult. de S. Lourenço da Mata Áreas Integradas 0408/99 Viva a Cultura Música 0409/99 Revista Bem Cultural Áreas Integradas 0410/99 Revista Cultural Áreas Integradas 0411/99 Texas hotel Fotografia, Cinema e Vídeo 0412/99 Cd Mais Além Giselle Tigre Música


197 0413/99 Contracanto de Janice Japiassu Música 0414/99 Juventude Legal Áreas Integradas 0415/99 Festival de Mandinga Artes Cênicas 0416/99 Dança Teatral, Criatividade com Pessoas Especiais Artes Cênicas 0417/99 Em Cena Ballét Clássico Artes Cênicas 0418/99 Coração Tribal Música 0421/99 O Auto do Estudante que Vendeu sua Alma ao Diabo Artes Cênicas 0422/99 Ballet Bolshoi no Recife II Artes Cênicas 0423/99 Ballet Bolshoi no Recife Artes Cênicas 0424/99 Baque Artes Cênicas 0425/99 4 na Oficina Artes Plásticas e Artes Gráficas 0426/99 O Mistério, o Vulto, a Máscara Áreas Integradas 0427/99 Pernambucanto Música 0428/99 As Minhas Melhores Canções Música 0429/99 Nóis Sofre mas Nóis Goza Fotografia, Cinema e Vídeo 0430/99 O Teatro e a Música de Valdemar De Oliveira Fotografia, Cinema e Vídeo 0431/99 Nadja Maria Cd Música 0432/99 I Festival de Música com Mostra de Artes Áreas Integradas 0434/99 Cd na Rua Música 0435/99 Festival e Exposição Internacional de Folclore e Artesanato Folclore e Artesanato 0436/99 I Feira de Arte e Cultura de Casa Amarela Áreas Integradas 0437/99 Bloco Aurora de Amor Música 0438/99 No Passo do Frevo Música 0439/99 Alquimia Música 0440/99 Gravação Cd Pernamanguebuco Música 0441/99 Festival Dançando na Praça do Arraia Artes Cênicas 0442/99 “O Rei do Baião”- Um Documentário Multimídia sobre a Vida e a Obra de Luiz Gonzaga Áreas Integradas 0443/99 Crianças Especiais Fotografia, Cinema e Vídeo 0444/99 Os Teleguiados - Exposição de Flávio Emanuel Artes Plásticas e Artes Gráficas 0445/99 Temporal - PE Artes Plásticas e Artes Gráficas 0446/99 I Festival Internac. de Humor de Quadrinhos de Pernambuco Artes Gráficas d Artes Plásticas 0447/99 Revivendo o Mamulento II Artes Cênicas 0448/99 Cd Digital Groove Música 0452/99 Pernambuco Fun Áreas Integradas 0453/99 A Formiga Cindy e a Cigarra Artes Cênicas 0455/99 Luiz Gonzaga, a Luz dos Sertões Fotografia, Cinema e Vídeo 0456/99 Capoeira e Passo Áreas Integradas 0457/99 “Canhoto da Paraíba” em Violão e Cioloncelo Música 0458/99 Expos. do Atista Plástico Márcio Almeida e Edição do Catálogo Artes Gráficas e Artes Plásticas 0459/99 Livro “João Suassuna de Melo Sobrinho - Um Educador Exemplar Literatura 0460/99 Livro “Os Dois Mundos de Madalena” Literatura 0461/99 Suburbio Soul ou o Rap do Pequeno Principe Contra as Almas Sebosas Fotografia, Cinema E Vídeo 0462/99 Brasil - 500 Anos Música 0463/99 No Baque do Frevo Música 0465/99 Centro Comunitário de Arte Áreas Integradas 0467/99 Forró para Todos Música 0468/99 Forró de Pé de Serra Talhada Música 0470/99 Arraial pra Todo Mundo Artesanato e Folclore 0473/99 Vida Cabocla Música 0474/99 Guia do Folclore Artes Gráficas e Artes Plásticas 0475/99 Batalha dos Guararapes Artes Cênicas 0476/99 A Ponte - Revista Cultural de PE Artes Gráficas e Plásticas

0477/99 Dançando na Arco Artes Cênicas 0479/99 Socializar para um Mundo Melhor Áreas Integradas 0481/99 Baião de Vira Mundo Música 0482/99 São João de Caruaru - 1999 Áreas Integradas 0483/99 São João de Caruaru - 1999 Áreas Integradas 0485/99 I Festival de Dança Escolar do Recife Artes Cênicas 0486/99 A Floresta Encantada Artes Cênicas 0487/99 Projeto Suzuki Música 0488/99 É Frevo Meu Bem Fotografia, Cinema e Vídeo 0489/99 Eduardo Veloso Música 0490/99 O Samba de Inaldo Vilarin Música 0491/99 Projeto Sorte Fotografia, Cinema e Vídeo 0492/99 “Mirueira: A Cidade do Medo” Fotografia, Cinema e Vídeo 0493/99 “Sibélius” Fotografia, Cinema e Vídeo 0494/99 Orange de Itamaracá Fotografia, Cinema e Vídeo 0495/99 Livro do Artista Plástico Artes Gráficas e Artes Plásticas 0496/99 A Canção Ensina Áreas Integradas 0497/99 Os Caminhos de Seu Domingos Áreas Integradas 0498/99 As Pontes do Recife Literatura 0499/99 Faces do Brasil - “O Universo dos 50 Anos da Fundação Joaquim Nabuco Áreas Integradas 0500/99 Publicação - Livros de Poesias Literatura 0501/99 Tempo de Nabuco Patrimônio Histórico 0502/99 Musica e Vida para Você Música 0503/99 São João de Petrolina-1999 I Áreas Integradas 0504/99 São João de Petrolina -1999 II Áreas Integradas 0505/99 Tttres Artes Cênicas 0507/99 Festival Flôr de Cheiro Artes Cênicas 0509/99 Cultura Musical Música 0510/99 Missa do Vaqueiro/99 Música 0511/99 Gravação de Cd “Tacabixiga” Música 0512/99 Primeiro Cd de Mônica Feijó Música 0513/99 Primeiro Cd da Banda Spider Música 0514/99 Festival Intenacional de Teatro de Bonecos Artes Cênicas 0515/99 Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres Áreas Integradas 0516/99 Fachadas do Polo Bom Jesus Patrimônio Histórico 0517/99 Ponte Mauricio de Nassau Patrimônio Histórico 0518/99 Cinema do Apolo Áreas Integradas 0519/99 Monumentos Iluminados Patrimônio Histórico 0520/99 Ponte Buarque de Macedo Patrimônio Histórico 0521/99 V Fenateca - Festival Nacional de Teatro do Cabo de Santo Agostinho - PE Artes Cênicas 0522/99 I Festival Nordestino de Poesia Popular Artesanato e Folclore 0523/99 Primeiro Circuito Metropolitano de Violas e Repentes Artesanato e Folclore 0524/99 Refazendo os Caminhos de Duarte Coelho Patrimônio Histórico 0525/99 Ciranda Frenética Música 0526/99 Axioma Música 0528/99 Segundo Zildjian Day - Pernambuco Música 0530/99 Rafael Rocha - Cd In Música 0532/99 Estação Olho d’água de Música Pop Música 0533/99 Livro: “Murilo La Greca - Vida e Obra” Patrimônio Artístico 0534/99 Filme “Igarassu” Cinema 0535/99 Pankararu: Danças e Músicas Áreas Integradas 0536/99 Manguenius-Revista Virtual de Música Pernambucana Música 0538/99 Antenas 2 Áreas Integradas 0539/99 Pernambuco em Avignon Áreas Integradas 0540/99 Auto das Portas do Céu Artes Cênicas 0541/99 Viva Pernambuco Áreas Integradas 0544/99 Oficinas Literarias em Pernambuco Literatura 0546/99 Tributo à Lua – Lua,Luz,Luís Áreas Integradas


PROJETOS APROVADOS E REALIZADOS CADERNOS

Continuação

198 0548/99 Loucas de Pedra Lilás Artes Cênicas 0549/99 Até que nem tão Esotérico Fotografia, Cinema e Vídeo 0550/99 Corrida da Galinha Música 0551/99 Chanteclair Fotografia, Cinema e Vídeo 0553/99 Histórias Submersas no Mar de Pernambuco Áreas Integradas 0555/99 Netinho Voz e Violão Música 0556/99 Soul do Mangue Música 0557/99 Chega de Cangaço Fotogafia, Cinema e Vídeo 0558/99 IV Festival Nacional de Dança do Recife Ates Cênicas 0559/99 Histórias Cantadas Áreas Integradas 0560/99 Educação Artística como ExpreSsão Cultural Música 0561/99 Ensaio Armorial Contemporâneo Música 0562/99 Pe no Rock Música 0563/99 Arte Contemporânea: Exposição de José Patrício Artes Gráficas e Artes Plásticas 0564/99 Terra @dorada Artes Cênicas 0565/99 Oratorium Artes Cênicas 0567/99 Noronha em Grandes Formatos Artes Gráficas e Plásticas 0568/99 Raul Seixas há 10 Mil Anos à Frente Música 0569/99 Festival de Inverno de Garanhuns Música 0570/99 Cultura Pop - Mostras e Oficinas Áreas Integradas 0571/99 Parque Cultural Euclides Dourado Áreas Integradas 0572/99 Folia Pernambucana no Agreste Meridional Áreas Integradas 0573/99 Capoeirando Artes Cênicas 0574/99 O Cabo em T-Max Fotografia, Cinema e Vídeo 0575/99 Festival de Música Pernambucana Música 0576/99 Fernando de Noronha 2.000 Áreas Integradas 0578/99 Musicart S Áreas Integradas 0579/99 Manifestação Música 0580/99 Faço Arte com Quem Sabe Áreas Integradas 0581/99 Arquitetura Contemporanea de Pernambuco (1970-1999) Áreas Integradas 0583/99 Ópera do Descobrimento Artes Cênicas 0585/99 Alex Corezzi e Carlos Cárdenas Música 0587/99 Gravaçao do Cd de Fernanda Costa Música 0588/99 Show Musical “Talento 500” Música 0589/99 Diário de um Louco Artes Cênicas 0592/99 Música Erudita Cristã; Cantatas Contemporâneas Música 0594/99 Cd Sak Têlhassato Música 0596/99 Arte Ativa 99 I Áreas Integradas 0599/99 Resgate da Documentação do Arquivo Histórico Ultramarino- Capitania de Pernambuco Patrimonio Histórico 0601/99 Traços e Quadrinhos Artes Gráficas e Artes Plásticas 0602/99 Produção e Ediçào do Livro Comida & Tradição – Receitas de Família Áreas Integradas 0603/99 Janeiro de Grandes Espetáculos Artes Cênicas 0604/99 As Profecias Artes Cênicas 0605/99 Noronha em Grandes Formatos - Catalogação Artes Gráficas e Artes Plásticas 0606/99 A Corte Vai Passar – Um Olhar sobre o Carnaval Fotografia, Cinema e Vídeo 0608/99 Solarium Artes Cênicas 0611/99 Alma em Água Música 0613/99 Festival Skate Rock Música 0614/99 É Tempo de Cantar Música 0615/99 Profissão: Antônio Maria Fotografia, Cinema e Vídeo 0616/99 Nova Corte do Maracambuco Artes Cênicas 0617/99 Cenário – Informativo sobre a Cultura e o Marketing Cultural em Pernambuco Áreas Integradas 0618/99 O Vídeo Árido – Um Panorama da Nova Produção de Vídeos Pernambucano Fotografia, Cinema e Vídeo

0619/99 Artes e Artistas Plásticos em Pernambuco no Século XX Áreas Integradas 0620/99 Gambiarra – Sistema Móvel de Sensações Rústicas Artes Gráficas e Artes Plásticas 0621/99 A Lírica da Chama Fotografia, Cinema e Vídeo 0624/99 Menestréis de Pernambuco Música 0625/99 Querido Mundo Artes Cênicas 0627/99 Pernambucando Áreas Integradas 0628/99 Arte para Viver Áreas Integradas 0629/99 Domingueiras da Moeda – O Canto da Sereia Música 0630/99 XIV Festa do Abacaxi Música 0631/99 Reginal do Mendonça- 19 Anos de Forró Música 0632/99 Custodiando Valores Música 0633/99 II Feira Internacional do Livro de Pernambuco Literatura 0634/99 A Morte de Ivan Ilitch Artes Cênicas 0635/99 Quatro Tendências Contemporâneas Artes Gráficas e Artes Plásticas 0636/99 Arte Solidária Artes Gráficas e Artes Plásticas 0637/99 Ciclo do Recife - Uma História do Cinema Mudo Áreas Integradas 0639/99 Patrimônio Histórico e Desenvolvimento Patrimônio Histórico 0641/99 Seminários Temáticos do Festival de Cinema do Recife Fotografia, Cinema e Vídeo 0642/99 Jairo Lima e a Cultura Pernambucana Música 0643/99 Fe-ira Artes Gráficas e Artes Plásticas 0645/99 Identificar-te Áreas Integradas 0648/99 Gravação do Cd ”Deus o Pai” Música 0649/99 Abolição pelos 500 Anos do Brasil Música 0650/99 Não te Conheço de algum Lugar Artes Gráficas e Plásticas 0651/99 Olinda, Carnaval de Rua (Um Filme para Ser Ouvido) Fotografia, Cinema e Vídeo 0652/99 Cultura para o Povo Artes Cênicas 0654/99 James Joyce: Um Porto Transcriativo Áreas Integradas 0655/99 Iª Vinhuva Fest (1ª Festa do Vinho e da Uva) Áreas Integradas 0656/99 Infantil Música 0657/99 Pé na Estrada Música 0660/99 Descoberta de Cabral Artes Cênicas 0661/99 3ª Expoleite – Feira de Leite e Derivados Áreas Integradas 0663/99 Coco que Roda Fotografia, Cinema e Vídeo 0664/99 Maria Moura Fotografia, Cinema e Vídeo 0665/99 Maria Moura Fotografia, Cinema E Vídeo 0670/99 Temporada Cultural Áreas Integradas 0671/99 Terças no Apolo Áreas Integradas 0672/99 Aquarelas – A Cor do Nordeste Artes Gráficas e Plásticas 0673/99 A Ti Senhor Música 0674/99 Projeto Lambe-Lambe, um Livro de Fotografias do Carnaval de Pernambuco Áreas Integradas 0676/99 Vivenciando nosso Folclore Áreas Integradas 0678/99 Projeto Estrada Áreas Integradas 0681/99 Artes Plásticas nas Escolas Artes Gráficas e Artes Plásticas 0682/99 Para Todos os Gostos Música 0683/99 O Recife que Aprendi a Amar Depois Fotografia, Cinema e Vídeo 0685/99 Raça Brasileira Artes Gráficas e Artes Plásticas 0687/99 Se Liga! Artes Cênicas 0689/99 Multivisão Literatura 0690/99 Pernambuco Feminino Áreas Integradas 0691/99 Boi de Piranha Música 0692/99 Boneco na Praça Artes Cênicas 0693/99 André Ricardo - 20 Anos de MPB Música 0694/99 Olhar Brasileiro Música


199 0695/99 Anísio Rosh Música 0696/99 Oficina de Papel Reciclado com Aplicação em Teatro de Bonecos Áreas Integradas 0699/99 Silvério Pessoa Canta Jacinto Silva Música 0700/99 Vicente Cem Anos Pintor Poeta Tipógrafo Artes Gráficas e Artes Plásticas 0701/99 Advinha Quem É ? Música 0705/99 Concertos na Bom Jesus Áreas Integradas 0706/99 30º Congresso Mundial do Cioff Áreas Integradas 0707/99 Teatro para Todos Artes Cênicas 0708/99 Dançando na Rua Áreas Integradas 0711/99 Brasil – Portugal 500 Anos Fotografia, Cinema e Vídeo 0712/99 Arrasta Som Música 0714/99 José Claudio, Cerâmica, Pintura e Serigrafia - A Luz e a Cor do Nodeste Artes Gráficas e Artes Plásticas 0715/99 Cd da Banda Querozene Música 0716/99 Expo2000 - Maracatu Estrela Brilhante Música 0719/99 Educar com Arte Artes Cênicas 0720/99 III Festcoco Música 0721/99 Criações do Mangue Beat Pesquisa Cultural 0722/99 Centro Cultural Cais do Porto Áreas Integradas 0723/99 Meu Litoral - Volume I Música 0724/99 Forromoura 99 Ano II Áreas Integradas 0726/99 Cd na Boca do Povo Música 0728/99 Cultura e Esculhambação - Uma Geral na Galera Pesquisa Cultural 0729/99 Concertos na Catedral Música 0730/99 Projeto Pernambucano nos 500 Anos | A Saga de Duarte Coelho em Terras Pernambucanas. Literatura 0731/99 Cabo Brasil 500 Anos – Rumo ao Novo Milênio Áreas Integradas 0732/99 O Caminho do Amor Literatura 0733/99 O Universo Imaginário de Francisco Brennand Fotografia, Cinema e Vídeo 0734/99 VI Semanarte Áreas Integradas 0735/99 Morros e Mangues ÁreaS Integradas 0736/99 Recife Madeira de Lei Música 0738/99 A Cultura no Cotidiano Áreas Integradas 0746/99 Exposição de Pintura : Recife seus Principais Pontos Históricos Artes Gráficas E Artes Plásticas 0747/99 Cd Cristina Amaral Música 0748/99 Valéria Pimentel - Tempo Um Música 0749/99 Luz, Câmera, Diversão Cinema 0751/99 Cultura Panorâmica no Pátio S. Pedro Patrimônio Histórico 0752/99 Cultura Popular nos Bairros Música 0753/99 Cultura Popular, “Acredite Vamos Resistir”, No Carnaval dos 500 Anos Áreas Integradas 0754/99 “Centro de Arte e Cultura Ana das Carrancas” – Museu, Oficina e Lojinha. Áreas Integradas 0755/99 Morte e Vida Severina Artes Cênicas 0756/99 Cinderela a História que sua Mãe não Contou Artes Cênicas 0757/99 Música na Lata Música 0758/99 Dez Anos de Alegria Áreas Integradas 0759/99 Radiografia da Dança Popular na Rmr Artes Cênicas 0760/99 Filme Rosa do Sertão Fotografia, Cinema e Vídeo 0762/99 Espetáculo Inês! Artes Cênicas 0763/99 Contrabanda Cd 2 Música 0764/99 Restauração e Edição de Partituras de Músicas Penambucanas Música 0768/99 22º Baile dos Artistas do Recife Artesanato e Folclore 0769/99 Oficinas Permanentes Artes Cênicas

0771/99 Oficinas de Pintura Sacra Barroca Artesanato e Folclore 0772/99 Forró sem Fronteiras Música 0773/99 A Máquina Artes Cênicas 0774/99 Chanuka - Festival das Luzes Áreas Integradas 0777/99 Porto Seguro Música 0778/99 Uma Canção para Othello Artes Cênicas 0779/99 Cultura como Atividade Econômica e o Público Cultural Pesquisa Cultural 0780/99 Di França Esculturas e Painéis Cerâmicos Artes Plásticas 0781/99 Saulo Coimbra – Sertão e Mar Música 0782/99 Indus Culinária Indiana no Brasil Literatura 0784/99 Portal do Porto Patrimônio Artístico 0786/99 Sons do Planeta Música 0788/99 Cactos e Corais Literatura 0789/99 Cd Versão Brasileira – Vol. III Música 0791/99 Expressividade Popular Musical Música 0792/99 Apresentações Populares na Festa de São Sebastião no Ano 2000 Música Artes Cênicas 0793/99 Urubu – Intervenção Artesucata Artes Plásticas 0796/99 Festival do Forró Música 0797/99 Projeto Dança Amorfa Artes Cênicas 0798/99 Canteiros da Cultura 2000 Fotografia, Artes Gráficas e Plásticas, Patimônio Histórico e Artístico 0799/99 O Amante Música 0800/99 Troféu da Boa Hora Música Artes Graficas e Plásticas 0801/99 Expo 2000 – Orquestra Tropicália Música 0802/99 Documentário em Vídeo Propaganda do Povo Fotografia, Cinema e Vídeo 0803/99 XVII Semana Estudantil de Artes de Sertânia Música 0804/99 Como se Livrar da Coisa ou o Mito do Mangue Artes Cênicas 0805/99 Livro “Diário de um Adolescente” Literatura 0806/99 Gravação do Cd – Tradição Nordestina Música 0807/99 A Música Armorial: do Experimental à Fase Arraial Música 0808/99 Anjos da Paz – Terceiro Milênio Artes Cênicas 0810/99 A Seca e o Nordeste Áreas Integradas 0811/99 Pernambuco For All Música 0812/99 Educando para Vida Artes Cênicas 0813/99 V Batizado e Graduação Artes Cênicas 0815/99 1º Encontro Anos Dourados da Mata Note-Camutanga - PE Música 0816/99 Confecção e Manuseio de Instrumentos de Percussão Áreas Integradas 0817/99 Cd - Daqui por Diante ... Áreas Integradas 0820/99 Reveillon 2.000 Culturas Múltiplas no Novo Milênio Áreas Integradas 0821/99 Sociedade Coral São Pedro Mártir de Olinda Áreas Integradas 0824/99 Maria Fumaça Música 0825/99 Nos Trilhos do Tempo Áreas Integradas 0826/99 Só Risos Artes Cênicas 0827/99 Todos Verão Teatro em 2000 Artes Cênicas 0829/99 Inhame Jaqm-Cd Música 0830/99 Mestres Mamulengueiros no Tiridá Áreas Integradas 0831/99 Asas da América 20 Anos Música 0832/99 É Tempo de Viver Música 0833/99 Baião: 50 Anos de Poesia Música e Pesquisa Cultural 0834/99 Baião de Canto a Canto Música e Pesquisa Cultural 0835/99 Pindorama - Uma História do Brasil Artes Cênicas 0836/99 Guia “Zen” Cultural Pesquisa Cultural 0837/99 Descoberta Música 0838/99 Slapzum a Força da Amizade Artes Cênicas 0839/99 Batalha dos Guararapes Artes Cênicas


PROJETOS APROVADOS E REALIZADOS CADERNOS

Continuação

200 0840/99 Livro Pernambuco Fotografia e Artes Gráficas 0842/99 São Francisco – um Rio Cheio de Histórias Áreas Integradas 0843/99 São Francisco – um Rio Cheio de Histórias Áreas Integradas 0845/99 São Francisco – um Rio Cheio de Histórias Áreas Integradas 0846/99 Luiz Gonzaga, Pernambuco e Canção Primeiro - Soongbook Música e Literatura 0847/99 Manguebeat, Revolução e Resistência Música, Fotografia, Cinema e Vídeo 0848/99 Vôquinho Artes Gráficas 0850/99 Rota do Forró -1º Etapa - Recife, Vitória, Pombos, Gravatá, Bezerros e Caruaru. Segunda Edição Música / Artesanato e Folclore 0855/99 Revista de Quadrinhos Artes Gráficas 0856/99 Criança na Música Música 0858/99 Pé Dentro, Pé Fora Áreas Integradas 0861/99 Circulação do Balé B.A.Q.U.E. Artes Cênicas 0863/99 Chá em Casa dos Prosórov Ates Cênicas 0864/99 Moleque da Rua Música 0865/99 Exposição Comemorativa 30 Anos Galeria Officina Artes Plásticas 0866/99 Gilvan Chaves: Encantos do Nordeste Pesquisa Cultural e Patrimônio Artistico 0867/99 ProJeto Itinerante de Cultura Música e Artes Cênicas 0869/99 Pintando e Vida Artes Plásticas 0870/99 Poemas Ilustrados Literatura e Artes Gráficas 0871/99 Recife Iconográfico,História e Cultura Áreas Integradas 0872/99 Aldeia do Frevo Música 0873/99 Pernambuco Falando para o Mundo Áreas Integradas 0874/99 Debaixo do Sol Música EXERCÍCIO 2000 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 0875/00 Campanha Cultural de Prevenção à Aids Áreas Integradas 0876/00 Assim É Pernambuco Artes Cênicas, Artesanato e Folclore 0879/00 Espetáculos Musicais Música 0881/00 III Festival Int. de Música de Câmara de PE Música 0882/00 Pernambuco Mostra Arte no CAC Artes Plásticas e Patrimônio Artístico 0883/00 Gonzagão para Todos Música 0884/00 São João do Bairro do Ipsep Artes Cênicas 0885/00 Pernambuco Imortal Áreas Integradas 0886/00 II Congresso Brasileiro de Escritores em PE Áreas Integradas 0887/00 Vôo da Cultura Brasil-Portugal Áreas Integradas 0888/00 Projeto Via Arte Ates Cênicas 0889/00 Mostra de Filme do Fest. de Cinema do Recife Cinema 0890/00 Paixão de Cristo de Ponte dos Carvalhos Artes Cênicas 0891/00 Oficina de Papel Patrimônio Histórico 0893/00 A Mensagem Fotografia, Cinema e Vídeo 0896/00 Simplesmente Weudes Música 0897/00 Maracatú Artes Plásticas e Patrimônio Artístico 0898/00 Dança Artes Plásticas e Patrimônio Artístico 0899/00 Olinda - Uma Orla de Arte Bumba-Meu-Boi Artes Plásticas e Patrimônio Artístico 0900/00 Caboclo Guardião de Olinda Artes Plásticas e Patrimônio Artístico 0901/00 Passista no Passo do Bêbo Artes Plást. e Patrimônio Artístico 0902/00 IV Carnamar Música e Artes Cênicas 0904/00 Acorda Povo - Etapa 2 Música e Artes Cênicas 0905/00 Teatro do Parque Patrimônio Artístico 0906/00 Projeto 6 e 1/2 Música 0907/00 Paixão de Cristo do Ipsep Artes Cênicas

0908/00 O Diocesano de Garanhuns e Monsenhor Aldemar Pesquisa Cultural 0909/00 Teatro na Comunidade Artes Cênicas 0911/00 Cidadania e Dança Popular Nordestina Artes Cênicas 0912/00 De Volta às Raízes Música 0914/00 Cd do Bloco Carnavalesco Zona no Reino Música 0915/00 Pata Aqui, Pata Acolá Artes Cênicas 0916/00 Gilberto Freyre: O Redescobridor do Brasil Fotografia, Cinema e Vídeo 0918/00 Teatro Castelo Rá-Tim-Bum Ates Cênicas 0919/00 Oitava Edição do Abril Pro Rock Artístico Música 0920/20 Oitava Edição do Abril Pro Rock Estrutura Música 0922/00 São João do Bairro de Afogados Artes Cênicas 0923/00 Encontro de Gigantes Vídeo 0927/00 Rec Beat 2000 Música e Pesquisa Cultural 0928/00 A Máquina / Cd Música 0929/00 Aspectos Naturais e Culturais de PE FotografIa 0930/00 Expressão de uma Realidade Fotografia e Artes Gráficas 0931/00 O Encontro de Antônio Cobra Choca com o Sertanejo Valente Artes Cênicas 0932/00 Nações Indígenas/Nação Brasil 500 Anos Pesquisa Cultural 0933/00 Magia de Amor Música 0934/00 Pequeno Dicionário de Pernambuco. Pesquisa Cultural 0935/00 Por um Brasil Melhor Áreas Integradas 0937/00 Cartilha Educativa: Capiba Literatura 0942/00 Gilberto Freyre, Contos do Recife Velho Vídeo 0943/00 O Lado Escuro do Paraíso Música 0944/00 Festa da Estação Áreas Integradas 0945/00 Roteiro Cultural da Semana Santa em Pernambuco Áreas Integradas 0946/00 A Festa das Flores Áreas Integradas 0947/00 Icógnum Artes Cênicas 0950/00 Oficinas de Audiovisuais do Festival de Cinema do Recife Cinema e Vídeo 0951/00 Xv Festa do Abacaxi Música 0953/00 Sexta do Frevo Artes Cênicas 0954/00 A Visita Cinema e Vídeo 0955/00 Tv Cidadania Vídeo 0956/00 Flor da Terra Rumo à França Áreas Integradas 0957/00 Ondas do Tempo – Uma Viagem pelo Litoral Pernambucano Fotografia 0958/00 Alugam-se Asas para o Carnaval Música 0959/00 Projeto Duna de Música Instrumental Música 0960/00 S@udades.com Cinema 0961/00 Feira de Livros Artes Cênicas 0962/00 Vozes em Coro Música 0963/00 Dança e Arte Artes Cênicas 0964/00 A Bicleta do Condenado Artes Cênicas 0965/00 Interiorização da Música Música 0966/00 Oficinas do Interior Artes Cênicas 0968/00 Paixão de Cristo de Nova Jerusalém - PE Artes Cênicas 0969/00 Carcará 2000 Música 0970/00 Irah Caldeira- Mistura Brasil Cd Música 0971/00 Os Três Coroados Artes Cênicas 0973/00 Assim Nasceu a Pátria Artes Cênicas 0974/00 Projeto Estrada Artes Cênicas 0976/00 V Festival de Dança do Recife Artes Cênicas 0977/00 Vivendo a Cultura Artes Cênicas 0978/00 Cd-Sabiá Música 0980/00 I Campeonato Nacional de Dança de Salão Artes Cênicas 0981/00 Circuito Metropolitano de Música Música


201 0982/00 Abril 2000 500 Anos Depois: A Retomada Pesquisa Cultural 0983/00 Festa da Lavadeira Folclore 0985/00 O Drama das Camélias Artes Cênicas 0986/00 Abelardo e Heloísa Artes Cênicas 0987/00 Liane Monte-Símbolos e Flutuações Artes Plásticas 0988/00 Bandeira de São João Artes Cênicas 0989/00 Festival Dançando na Praça do Arraiá Artes Cênicas 0992/00 Projeto Observatório Cultural Malakoff Equipamentos e Suporte para Atividades Culturais Áreas Integradas 0996/00 II Concurso Int. de Humor e Quadrinhos de PE Artes Gráficas e Artes Plásticas 0994/00 II Festival Int. de Humor e Quadrinhos de PE Artes Gráficas e Artes Plásticas 0995/00 Projeto Observatório Cultural Malakoff Áreas Integradas 0996/00 Recife Festival of Pop Música 0997/00 Festival Forropira -São João da Comunidade de Sucupira, Bairro de Cavaleiro Artes Cênicas 0998/00 Pernambuco é Forró - Concertos Amigos do Forró Música 1004/00 Festival Universitário da Canção Pernambucana Música 1005/00 Marilyn, Marilyn Artes Cênicas 1006/00 Nordestinar Áreas Integradas 1007/00 Arte Na Feira - 1ª Etapa Áreas Integradas 1008/00 Arte Na Feira - 2ª Etapa Áreas Integradas 1009/00 Tareco e Mariola Artesanato e Folclore 1010/00 Marcos Lopes 40 Anos de Artes Áreas Integradas 1011/00 VIII Cavalgada à Pedra do Reino Áreas Integradas 1013/00 Poemas em Livro Virtual Literatura 1014/00 Ur 5 na Roça - São João 2000 Artes Cênicas 1016/00 Grupo Experimental de Dança Artes Cênicas 1018/00 Encontro de Cantadores de Viola no Agreste Pernambucano Santa Maria do Canbucá-PE Música 1019/00 Projeto Musical Luz Divina Música 1020/00 Viva A Vida! Aquarela S de Guita Charifker Áreas Integradas 1022/00 Café Literário de Pernambuco Literastura 1024/00 Música Música 1026/00 Delima 2000 Artes Plásticas 1027/00 Maria Salete Maciel - Natureza Pictória Artes Plásticas 1028/00 Pernambuco Tocando a Vida Áreas Integradas 1029/00 Arraial de Vitalino São João de Caruaru Áreas Integradas 1030/00 São João de Caruaru 2000 Áreas Integradas 1031/00 Cd do Cantor Denny Michel Música 1032/00 Lisbela e o Prisioneiro Artes Cênicas 1033/00 Catálogo da Exposição Individual de Manoel Veiga Artes Plásticas 1035/00 Mãe Natureza Música 1037/00 Annibal Portella, Rumo ao Evoé-Preservação da Cultura Musical e Poética Pernambucana Áreas Integradas 1038/00 Missa do Vaqueiro 2000 Música 1042/00 1º Festival Nacional de Cultura Popular Brasileira Áreas Integradas 1043/00 “Cravo de Ouro” Música 1044/00 “Cantando na Rua” Música 1046/00 “Grandes Nomes do NE - Pernambuco nos Tempos dos Cangaceiros - Um Bravo Militar” Literatura 1049/00 “Vera para os Amigos” Música 1051/00 “Nossos Passos” Música 1056/00 “Flor da Lira nas Ruas” Música 1068/00 “Cultura no Parque” Áreas Integradas 1069/00 “Oficinas Culturais” Áreas Integradas 1070/00 “Garanhuns Instrumental - em Clima de Música” Música 1071/00 “Jardim Cultural - Artístico” Música

1073/00 “Descentralizando as Artes Cênicas” Artes Cênicas 1074/00 “Projeto Quartetóide Ano 2000” Música EXERCÍCIO 2001 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 005/01 Projeto PLATEIA de Formação de Público para Teatro Artes Cênicas 009/01 Carcará XXI Música 016/01 Paixão de Cristo de Nova Jerusalém 2001 - Mídia Artes Cênicas 026/01 Festividades Juninas no Agreste Música 042/01 Século XXI Vídeo 049/01 Curta Digit@l Cinema 055/01 15ª Festa da Lavadeira Folclore 057/01 Tejucupapo Cinema 080/01 De Boca em Boca Artes Cênicas 087/01 Deslocado Artes Cênicas 091/01 Pernambuco Imortal Música 099/01 Forró Nosso Música 102/01 Cultura de Canto a Canto Patrimônio Artístico 105/01 Assembléia de de Deus / A Feia de Caruaru Artes Cênicas 111/01 Jardim Cultural Artístico II Música 115/01 CD do Maracatu Estrela Brilhante Música 134/01 Edilza (Gravação de CD) Música 139/01 Raízes do Fole Vídeo 146/01 Autoretrato - Artístas Plásticos Vídeo 151/01 Programa Amparo60 de Exposições Artes Cênicas 157/01 CD Acqualuz - Nenéu Liberalquino Trio Música 158/01 Pindorama - A Outra História do Brasil Artes Plásticas e Gráficas 174/01 Visão Futurística do Passado - 30 Anos de Quinteto Violado Música 179/01 Gravação e Lançamento do Primeiro Disco de Armando Lôbo & Santa Boêmia Música 183/01 Auto das Portas do Céu - Uma Viagem pela Cultura do Nordeste Artes Cênicas 184/01 A Paisagem Adaptativa e a Pintura Atual Artes Plásticas 192/01 Visões Contemporâneas do Recife Artes Cênicas 217/01 Aprígio e Frederico “Percurso Tátil (1978/2000)” Literatura 226/01 CD Kelly Benevides Música 235/01 A Música das Igrejas Música 262/01 Espaçarte Cultura Popular 279/01 Uma Fogueira para São José Artes Cênicas 287/01 Rebolado - CD 1 Música 288/01 Casa Grande e Senzala em Quadrinhos Literatura 289/01 CD do Bloco Carnavalesco Siri na Lata Música e Cinema 290/01 CD - Música Erudita Pernambucana Música 298/01 Cabo de Santo Agostinho - 502 Anos - Ruínas e Monumento Catálogo Artes Gráficas 303/01 Som no PE do Cipa Música 311/01 Flor da Lira Música 313/01 Pernambuco Preservado Literatura 315/01 Cidade Mangue Música 317/01 Hinos do Brasil, República, Pernambuco e Recife Música 319/01 CD Benedito Alírio & Amigos Música 333/01 O Arquiteto e O Imperador da Assíria Artes Cênicas 336/01 O Dueto Artes Cênicas 337/01 Em Cena Ballet Clássico Artes Cênicas 344/01 Platéia do Futuro Artes Cênicas 350/01 Versão: “Ao Vivo” Artes Cênicas 361/01 III Feira Internacional do Livro de PE Literatura


PROJETOS APROVADOS E REALIZADOS CADERNOS

Continuação

202 364/01 Gravação do CD - Clara Palavra Música 369/01 Faço Arte com Quem Sabe Artes Plásticas 386/01 Mestres Vídeo 387/01 Mosteiros dos Sons Vídeo 409/01 Livro: As Filosofias de Um Guarda Noturno Literatura 412/01 Oficina Itinerante Cultura Popular 414/01 Mostra Personalidades Pernambucanas Artes Plásticas 418/01 Projeto CD Bola Gato Música 419/01 CD Pra Se Viver um Amor Maior Música 420/01 Der Holzschneider J. Borges Aus Pernambuco - Mostra Pernambucana em Zurique Artes Plásticas, Literatura e Cult. Popular 424/01 Recife, Rock Brasil Música 436/01 Todos os Tempos... De Reynaldo Fonseca Artes Plásticas 449/01 Artesanato Itinerante Cultura Popular 451/01 Pernambuco Musical Música 452/01 II Festival Nacional de Repentistas Cultura Popular 453/01 Viva São João Cinema 467/01 Mix 2001 Música 468/01 Sempre Te Amei - Caru Forró Música 500/01 Primeiro CD de Renata Rosa Música 512/01 No Jogo da Dança Cultura Popular EXERCÍCIO 2002 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 007/02 Maracatu Nação Porto Fino Música 013/02 16ª Festa da Lavadeira Cultura Popular 015/02 Flêetwtxia Música 018/02 Oficina de Máscaras de Bezerros Artes Plásticas 025/02 Micróbio do Frevo Música 026/02 Que Choro é Esse Música 031/02 Serra Negra Festival - Portal de Música, Poesia e Natureza Música 034/02 Projeto de Formação de Público para o Teatro - Platéia II Artes Cênicas 040/02 Museu Arqueológico Pai Chico Patrimônio Histórico 043/02 CD Antologia 70 Música 044/02 Cordel do Fogo Encantado - 2º CD Música 048/02 Cd Maracatu Pra Ela Música 057/02 Saci-Pererê Literatura 062/02 Gravação do CD Instrumental - “Rio Capibaribe”- Cordas Percussivas Música 067/02 É mais fácil um boi voar” Cinema / Vídeo 069/02 O Piano de Marcelo Azevedo Música 073/02 Companhia Taquari de Danças Populares Artes Cênicas 081/02 A Colheita Música 086/02 Batalha dos Guararapes Artes Cênicas 089/02 DOC. 21 Cinema / Vídeo 090/02 III Festival Nacional de Repentistas Cultura Popular 092/02 Pernambuco Multimídia Literatura 093/02 Paixão de Cristo de Nova Jerusalém 2002 - Mídia Artes Cênicas 095/02 V Festival Internacional de Música de Câmara de Pernambuco Música 108/02 O Cinema, A Aspirina e Os Urubus Cinema 112/02 Caleidoscópio Cultural de Pernambuco Diversas 116/02 De Friburgo ao Campo das Princesas Artes Plásticas 117/02 Volta ao Mundo - Show de Teclados Música 118/02 Fuloresta do Samba Música 127/02 Jardim Cultural Música 131/02 Teatro Armazém - Uma Vitrine Teatral Artes Cênicas

136/02 Vídeo- Aula Frevo I Cinema e Vídeo 138/02 Rimas Gramaticais - Gramática da Língua Portuguesa em Poesia Literatura 140/02 Nossos Passos - Pela Qualidade de Vida Música 141/02 Exposição e Lançamento do Livro - Viva a Vida! Guita Charifker - Aquarelas, Desenhos, Pinturas no Rio de Janeiro e São Paulo Artes Plásticas 144/02 Azulão - Um Pássaro de Caruaru Cinema e Vídeo 145/02 CD - A Cabra Alada Música 147/02 Tapacurá 2 Cinema 155/02 XIV FETEAG - Festival de Teatro Estudantil do Agreste e I FESTEPE - Festival de Teatro do Estudante de Pernambuco Artes Cênicas 158/02 A Caricatura em Pernambuco: 1900-2000 Diversas 162/02 Maria e Duran Música 165/02 Vem Dudu Música 172/02 Deus Danado Artes Cênicas 175/02 Aria - Artes Plásticas Artes Plásticas 177/02 Programa Amparo 60 de Exposições - Ano II Artes Plásticas 178/02 N.A.V.E. - Criação do Núcleo de Artes Visuais e Experimentos Artes Plásticas 195/02 Fôrma, Formas e Força de um Povo Artes Plásticas 199/02 Projeto Mandiga Música EXERCÍCIO 2003 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 001/03 Orquestra popular do Recife música 002/03 Music from Pernambuco música 010/03 Iv bienal internacional do livro de Pernambuco literatura 012/03 Instrumental em concerto música 014/03 Nação canta Pernambuco música 019/03 Entre paredes cinema 020/03 Antologia da imprensa carnavalesca pernambucana (1825-1925) pesquisa cultural 026/03 Exposições ária 2003/2004 artes plásticas 029/03 Alma pernambucana música 031/03 Flávia Barros, Ana Regina e Tânia Trindade pesquisa cultural 036/03 Cd Josildo Sá música 037/03 VI Festival Internacional de Música de Câmara de Pernambuco música 038/03 Anais Pernambucanos edição eletrônica literatura 039/03 VI encontro de sanfoneiro do Recife música 042/03 Cd Choro Suave música 044/03 Mais sérios do que você imagina música 046/03 Retirantes música 048/03 Orquestra de frevo do Recife com maestro Spok Passo de Anjo música 049/03 Canta Coração música 052/03 Cd de Junior Barreto música 056/03 Mostra do imaginário cultura popular 057/03 Serra Negra Festival música 058/03 É mais fácil um boi voar - pós-produção e finalização cinema 061/03 XV Feteag festival de teatro estudantil do agreste e II festepe festival teatro do estudante de Pernambuco artes cênicas 066/03 Livro: D. Pedro - Imperador do Brasil e Rei de Portugal literatura 069/03 Play artes cênicas 080/03 Arido Movie cinema 082/03 A Casa de Gilberto Freyre restauração patrimônio 085/03 Porcos Corpos cinema 086/03 A Figueira do Inferno - registro etnobotânico sobre utilização


203 de daturas e brugmânsias no nordeste brasileiro cinema 089/03 Festival Viva Cultura no Ibura música 098/03 A menina Íris literatura 100/03 Cd “Segura o Cordão” (tiné) música 102/03 Iconografia e Sonoridade da cultura popular literatura 104/03 Zabumba Moderna pesquisa cultural 108/03 Grupo experimental 10 anos artes cênicas 109/03 Teatro Armazém -Viver teatro artes cênicas 111/03 Acervo - Recordança pesquisa cultural 112/03 Frevo, Ciranda e Maracatu música 113/03 Módulo fomento do “Festival Mundial de Circo do Brasil - Conexão Nordeste” artes cênicas 118/03 “A História da Eternidade” cinema 121/03 Olinda - das colinas à planície. Literatura 124/03 Faço arte no museu artes plásticas 125/03 Parto música 126/03 Festival do Teatro Brasileiro - cena pernambucana artes cênicas 128/03 Brennand desenhos artes plásticas 129/03 Viva os brincantes cultura popular 134/03 Monummenta hyginia literatura 138/03 Nassau morou ali literatura 139/03 Doc.21-2003 Cinema 148/03 Música tradicional brasileira pesquisa cultural 152/03 Oficina de reciclados e máscaras de bezerros cultura popular 155/03 Isabel cinema 159/03 Batalha dos guararapes - assim nasceu a pátria artes cênicas 160/03 Coco que roda cultura popular EXERCÍCIO 2004 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 007/04 Paixão de Cristo do Recife Artes Cênicas 010/04 Instrumental em Concerto Música 014/04 Bacamarte, Pólvora e Povo Pesquisa Cultural 023/04 Restauração do Edificio da ACP-Assoc Comerc de PE. Patrim Artit, hist,arquit arqueol.paleont 025/04 CD Maracatu Estrelha Brilhante de Igarassu Música 027/04 12ª Edição do Festival Abril Pro Rock Música 032/04 Livro: Fernandes Vieira e a Restauração Pernambucana Literatura e PesquIsa Cultural 035/04 XVI Feteag Festival do Teatro Estudantil do Agreste e III Festepe Festival do Estudante de Pernambuco Artes Cênicas 036/04 Romeu e Julieta Artes Cênicas 038/04 Arte na Ilha - Programação e Oficinas Culturais Cultura Popular, Artes Cênicas 039/04 Cantata Baile do Menino Deus Música 040/04 Labirindo Artes Cênicas 048/04 doc.21 - O Chôro Cinema (Audiovisual), música, pesquisa 058/04 VII Festival Internacional de Música de Câmara de Pernambuco Música 060/04 Coletânea Teatral Música 063/04 CD DJ Dolores: Aparelhagem Música 067/04 Festa da Lavadeira - 2004 - Vídeo Cultura Popular 069/04 O Cinema, a Aspirina e os Urubus Fotografia Cinema e Vídeo 070/04 Festa da Lavadeira - 2004 - Grupos Culturais Cultura Popular 073/04 Cine PE Itinerante 2004 - Formação de Platéia Fotografia, Cinema e Vídeo 074/04 Paixão de Cinema Fotografia Cinema e Vídeo 075/04 Cine PE Mostra Infantil de Cinema 2004 - Formação de Platéia Fotografia Cinema e Vídeo 077/04 Cine PE Oficinas de Cinema 2004 - Formação de Técnicos Fotografia Cinema e Vídeo

082/04 VI Encontro Pernambucano de Coco Música e Cultura Popular 083/04 Maracatu Leão Coroado - 140 anos Música 103/04 Mauro Mota - Obra Poética Literatura 113/04 Pernambuco Design 2004 Artes Gráficas 114/04 A Presença da Etnia Negra em Pernambuco - Força de Trabalho, Contribuição Cultural, Condição Social Fotografia Cinema e Vídeo 118/04 Samba no Canavial Artes Cênicas, Cultura Popular e Música 125/04 Restauração da platéia do Teatro Valdemar de Oliveira Patrimônio 126/04 O Corpo na Arquitetura Artes Cênicas 134/04 O Mundo é uma Cabeça Fotografia Cinema e Vídeo 138/04 Projeto Seis e Meia Música 141/04 Mercado de São José Fotografia Cinema e Vídeo 145/04 Deserto Feliz - 1ª Fase - Preparação de Filmagem Fotografia Cinema e Vídeo 148/04 2º Festival de Teatro de Rua de Recife Artes Cênicas e Cultura Popular 153/04 Seu Juca: O letrista pernambucano Fotografia Cinema e Vídeo 154/04 Paixão de Cristo de Nova Jerusalém 2004 Artes Cênicas 164/04 Exposição Repetir, Repetir, Repetir no MAC - Niterói Artes Plásticas 167/04 Faço Arte no Museu - Fase III Artes Plásticas 169/04 Memórias da Cena Pernambucana Literatura e Artes Cênicas e Artes Plásticas 171/04 Mapa do Ácaro Pesquisa Cultural/ Artes Plásticas 172/04 A Arte de J. Borges - Do Cordel à Xilogravura Artes Plásticas/ Artes Gráficas 174/04 Coco que Roda - Finalização Fotografia Cinema e Vídeo / Cultura Popular 179/04 Benvindo Dias Fotografia Cinema e Vídeo 180/04 O Homem da Mata Fotografia Cinema e Vídeo 182/04 Siba e a Fuloresta Turnê Internacional Música 184/04 Song Book dos Maracatus de Pernambuco Música/Cultura Popular 186/04 Êxito D´Rua Cinema 195/04 Sopa Diária Música 196/04 Quem Tem, Tem Medo Artes Cênicas 206/04 José Cláudio - Vida e Obra Artes Plásticas 208/04 O Som da Luz do Trovão Cinema 209/04 Árido Movie Cinema 211/04 HQCD: E o Som Virou Quadrinhos Artes Plásticas 212/04 Vinil Verde Cinema 243/04 Festival Viva Cultura no Ibura Música 244/04 Arte do Improviso Vídeo 247/04 7° Encontro de Sanfoneiros do Recife Música 248/04 Cantadores da Nação de “Seu” Luiz Música 249/04 “Curta em Curso” - Oficina de Realização Cinematográfica Prática 16mm Cinema 250/04 Três Contos de Réis - Curta Metragem Curta Metragem 251/04 Paixão de Cinema Vídeo 255/04 Recife, Porto Musical Música 256/04 Caravana Siba e a Fuloresta Música 259/04 Coco do Amaro Branco Música 261/04 Samba-do-Matuto Vídeo 262/04 Samba do Mar Quebrado Música 265/04 A Farra dos Bonecos Teatro 275/04 A Fábrica - de Música Música 279/04 Luz do Litoral 02 (Pesquisa e Publicação) Pesquisa - Trab. Científico e técnico e Ed., Repr. e Divulgação 284/04 Turnê de Caetana Teatro


PROJETOS APROVADOS E REALIZADOS CADERNOS

Continuação

204 285/04 Projeto Arca - Tacaratu/PE Cultura Popular - Eventos Multiculturais 289/04 CD 30 Anos do Som da Terra Música 290/04 O Quebra Nozes Dança 294/04 Revista Domínio Público - Quadrinhos Artes Gráficas 296/04 CEDOHC - Centro de Documentação Hélder Câmara Patrimônio - Restauração, Concervação e Acondicionamento 300/04 A Casa de Gilberto Freyre II - Restauração Restauração de Patrimônio Cultural Tombado 301/04 6º Festival Pinzón - Música Música, Evento Multicultural 302/04 Danças Populares de Carnaval por Abelardo da Hora Artes Plásticas, Exposição e Registro 303/04 Ensaio com Abelardo da Hora Comemorativo aos 80 anos do Artista Artes Plásticas e Exposição e Registro 305/04 Véio Cinema 307/04 Projeto Os Frevos de Duda - CD Gravação de CD 308/04 Pífe Vídeo 309/04 6º Festival Pinzón - Encontro da Cultura Pernambucana Eventos Multiculturais 313/04 11º Janeiro de Grandes Espetáculos Artes Cênicas 314/04 Projeto Maracabarro Cult.Popular - Eventos Multiculturais 319/04 Fuloresta do Samba Curta Metragem 321/04 Módulo Fomento do “Festival de Circo do Brasil - Conexão Nordeste” Circo 327/04 Catálogo Luciano Pinheiro - Figuração do Invisível Artes Pláticas 328/04 Evoluções! 30 Anos do Bloco da Saudade Pesq.Cult.-Trabalho Científico e técnico 330/04 As Yalorixás do Recife - Livro Pesquisa Cultural 334/04 O Rochedo e a Estrela Cinema, Vídeo, Fotografia 338/04 Reação em Cadeia Artes Plásticas, Exposição e Registro 346/04 No Traçado do Guerreiro Gravação de CD 347/04 Até o Sol Raiá Cinema 353/04 “A civilização do couro” Registro e Exposição Fotográfica Exposição Fotográfica 358/04 Retratos - A Poesia Feminina Contemporânea em Pernambuco Literatura 360/04 Rebanho Cultural Cultura Popular - Capacitação 362/04 Batalhas dos Guararapes - Projeto Complementar Teatro ao Ar Livre 366/04 Projeto Seis e Meia II Música 368/04 Schenberguianas Cinema 374/04 Coleção Maracatus e Maracatuzeiros Pesq. Cult.-Publicação 375/04 Digitalização do Diário de Pernambuco - 1993 a 1995 Patrimônio Histórico 379/04 A História Sob a Ótica da Imprensa Pernambucana 1825 a 1845 Vídeo - Documentação 380/04 Visões Contemporâneas do Recife - ano II Dança 383/04 “Festival Olho D’Agua” de Cultura e Música Regional Música Eventos Multiculticultural 388/04 A Vida é Curta Cinema (Curta - Produção) 391/04 Arte com História Artes Cênicas) 394/04 CD - Receita de Choro Gravação de CD 396/04 Entre Paredes Cinema 398/04 Um Morto que Viveu Art. Cênicas - Eventos Multiculturais 399004 CD “O Impregnado Hélio Mattos” Música 402/04 Maracatu Rural - Azougue Fotografia - Exposição 409/04 Um Inimigo do Povo Teatro 416/04 Rua do Lixo, 24 - Le Grand Cirque de La Vie Teatro

EXERCÍCIO 2005 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 007/05 Os Chorões Audiovisual, música, pesquisa 012/05 8º Encontro de Sanfoneiros do Recife Música, cultura popular, folclore e artesanato 018/05 Sertão Alumiado pelo Fogo do Cordel Encantado Obra literária, pesquisa música, cultura popular 021/05 DJ Dolores: Aparelhagem - Turnê Ano Brasil na França Música 030/05 XVII FETEAG - Festival de Teatro Estudantil do Agreste, IV FESTEPE - Festival de Teatro do Estudante de Pernambuco Artes cênicas 034/05 VIII Festival Internacional de Música de Câmara de Pernambuco Música 036/05 Interiorização da Música Música 038/05 Samba do Mar Quebrado - Show de Lançamento Música 041/05 2º Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco Artes cênicas 043/05 Ano do Brasil na França - Carreau Du Temple Artes Integradas 044/05 Cila do Coco e seus Pupilos Música 052/05 Ciranda de Lia Música, patrimônio 053/05 Recicla Pernambuco Oficina / Cultura Popular 055/05 O Instituto Cinema e artes plásticas 057/05 Rádio de Pilha Música 063/05 7 º Encontro Pernambucano de Coco Cultura popular 067/05 CD Sítio do Pai Adão Música 072/05 Instrumental em Concerto Música 073/05 Sete de Setembro no Hotel de Ville Música 079/05 Carmen Artes cênicas 086/05 V Bienal Internacional do Livro de Pernambuco Literatura, inclusive obras de referência e cordel 087/05 Bresil Bresis / Artes Plásticas - Música Artes Integradas 093/05 Digitalização e Informatização do Acervo da TV VIVA Patrimônio Artístico 095/05 Eletrodoméstica Cinema, vídeo, fotografia, discografia e congêneres 101/05 Reestruturação do Maracatu Elefante Patrimônio 103/05 Seminário de Crítica Teatral - Pensamento e Cena Artes Cênicas 109/05 Lançamento do Livro “Batuque Book - Maracatu” Cultura popular 112/05 Compassos 15 anos - Debates e Oficinas Formação e Capacitação 116/05 CD João do Pífe e Banda Dois Irmãos Música 121/05 Projeto Maracabarro II Cultura popular, folclore, artesanato e congêneres 124/05 Passos Perdidos - História Desenhada Pesquisa Cultural 127/05 Sotaque - Pernambuco / França Cultura popular 131/05 Devotos - 18 anos - Show Música 140/05 Corbiniano Lins, Um Olhar Sobre a sua Arte Artes Plásticas, artes gráficas e congêneres 143/05 Tacaratu - Festa Cultural 2006 Cultura popular 146/05 Opereta de Cordel Artes cênicas 155/05 Batalha dos Guararapes - Assim Nasceu a Pátria Artes cênicas 159/05 1º Festival Zé Dantas Vale do Pajeú Música 174/05 Serra Negra Eco-Festival Artes Integradas 180/05 12º Janeiro de Grandes Espetáculos Artes cênicas 181/05 Ponto de Cultura Estrela de Ouro Artes Integradas 183/05 PE na França - Cantadores na Terra dos Trovadores Artes Integra._Música, vídeo e cultura popular 187/05 “Curta Cena” II Mostra Teatral de Cenas Curtas de Pernambuco Artes cênicas


205 191/05 Seu Luiz Paixão e a Arte da Rabeca Música 192/05 Exposição Coletiva Arte de Pernambuco no Centro Cultural Borges, Buenos Aires - Argentina Artes Plásticas, artes gráficas e congêneres 193/05 Alessandra Leão - Brinquedo de Tambor Música 194/05 Benvindo Dias - Edição e Finalização Cinema, vídeo, fotografia, discografia e congêneres 208/05 Vozes do Recife - Itinerância Artes cênicas 210/05 Memórias da Cena Pernambucana - 2 Literatura 223/05 ReciclARTE Formação e Capacitação 224/05 Projeto Técnico do Museu Histórico do Brejo da Madre de Deus Patrimônio histórico, artístico, arquitet., arqueológ.e paleontológico 236/05 Nordeste - A Dança do Brasil Artes cênicas 237/05 Mostra Internacional de Música em Olinda - Mimo. Música 242/05 Cambinda Brasileira Pesquisa Cultural 245/05 Faço Arte no museu - Implantação do núcleo de Capacitação no Museu de Artes Moderna Aluísio Magalhães Formaçã e Capacitação 249/05 Ano do Brasil na França - Livro Sobre a Obra do Artista Marcelo Silveira Artes plásticas, artes gráficas e congêneres 259/05 A Vida Diva - Montagem Teatral Artes cênicas 269/05 Poesia em Som Literatura 270/05 Baixio das Bestas Cinema, vídeo, fotografia, discografia e congêneres 282/05 Imaginário Pernambucano Pesquisa Cultural 290/05 Deserto Feliz - 2ª Fase - Pré-produção Cinema 303/05 Sopa Diário Artes Integradas 304/05 Restauração e Conservação da Igreja de São João dos Militares de Olinda para Implantação de uma Escola de Excelência em Lígua Inglesa e Informática Patrimônio histórico, artístico, arquitet., arqueológ.e paleontológico 309/05 Istmo Recife - Olinda: História, Identidade e Memória Pesquisa Cultural 313/05 Fernado e Isaura Artes cênicas 316/05 3ª Mostra Brasileira de Dança - 2005 Artes cênicas 321/05 O Pequenino Grão de Areia Artes cênicas 323/05 1º Circuito Pernambucano do Choro Música 334/05 Reisado Imperial Música EXERCÍCIO 2006 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 001/06 Canoeiros e Curandeiros (livro) Pesquisa Cultural 002/06 Aix-En-Provence/Pernambuco Artes Plásticas/ Gráficas 003/06 Baião: Do Reino do Novo Exu às Veredas do Resto do Mundo e Adjacências Música 004/06 9º Encontro de Sanfoneiros de Recife Música 005/06 Cegonha Boa de Bico Artes Cênicas 011/06 Mestre Quando Canta, Discípulo Tem Que Respeitar Música 015/06 Vulcão Adormecido: Produção de Um Curta Documentário Cinema, Vídeo, Fotografia 028/06 8º Encontro Pernambucano de Coco Cultura Popular 037/06 Samba de São João (Pernambucanos no Disco) Música 040/06 CD - Noise Viola Música 048/06 Máscaras de Bezerros Artes Plásticas/ Gráficas 050/06 O Quebra Nozes No Reino do Meio Dia Artes Cênicas 052/06 Antologia do Pastoril Profano Música 053/06 Cantata Baile do Menino Deus - 2006 Música 054/06 “Curta Cena 2006” - 3ª Mostra Teatral de Cenas Curtas de Pernambuco Artes Cênicas 058/06 Festival Viva Cultura no Ibura Música 060/06 3º Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco Artes Cênicas

064/06 Memórias da Cena Pernambucana - 03 Pesquisa Cultural 065/06 CD Terezinha do Acordeon Música 068/06 Curta em Curso - Oficina Cinematográfica Formação e Capacitação 071/06 Canavial - Festival de Cultura da Zona da Mata Cultura Popular 072/06 O Verbo Sedutor: Improviso Poético em Pernambuco Formação e Capacitação 074/06 Aperfeiçoamento Profissional - Valéria Vicente Formação e Capacitação 078/06 Poemas Esparadrápicos - manutenção Artes Cênicas 081/06 Olaria Ocre Artes Plásticas/ Gráficas 098/06 Obituário Arquitetônico: Pernambuco Moderno Artes Plásticas/ Gráficas 107/06 Projeto Maracabarro III Cultura Popular 108/06 Conceição dos Coqueiros Artes Cênicas 112/06 Ciranda das Artes Artes Integradas 122/06 2022 - Pesquisa para Desenvolvimento de Roteiro para Longa Metragem Cinema, Vídeo, Fotografia 124/06 Muro das Lamentações - Finalização Cinema, Vídeo, Fotografia 127/06 Dramalhaço Artes Cênicas 136/06 KFZ-1348 Cinema, Vídeo, Fotografia 137/06 IV Encontro de Violões & Badolins Música 138/06 Mostra de Cultura Popular Cultura Popular 140/06 Os Gigantes de Olinda / A Cultura Pernambucana em 3 dimensões Literatura 163/06 13º Janeiro de Grandes Espetáculos Artes Cênicas 177/06 4ª Mostra Brasileira de Dança Artes Cênicas 187/06 Hotel do Coração Partido Cinema, Vídeo, Fotografia 188/06 Preto no Branco Artes Cênicas 189/06 CD - Roque Netto Música 206/06 O Amor do Galo da Madrugada pela Galinha D´Água Artes Cênicas 210/06 RecorDança On Line Artes Cênicas 216/06 Breves Histórias de Pedro Papa-Caça Literatura 221/06 João Cabral de Melo Neto - O Pernambucano memória documental Pesquisa Cultural 226/06 Olhares - O Conto Feminino Contemporâneo em Pernambuco Literatura 231/06 Maracatu Rural na França Música 233/06 DVD - Cavalo Marinho Estrela de Ouro Cinema, Vídeo, Fotografia 235/06 Programa de Exposições Amparo 60 - 2006 Artes Plásticas/ Gráficas 240/06 II Festival Zé Dantas Vale do Pajeú Música 244/06 Divulgação das Técnicas Construtivas Tradicionais LusoBrasileiras Patrimônio 247/06 Calunga Artes Cênicas 253/06 Expedição Capibaribe - Núcleo das Manifestações Culturais (Pesquisa e Publicação) Pesquisa Cultural 254/06 Gestão e Produção Cultural - Curso Formação e Capacitação 258/06 Sopa Diário Artes Integradas 263/06 Armazém de Criação Formação e Capacitação 272/06 II Seminário de Crítica Teatral - O Pensamento e a Encenação Artes Cênicas 274/06 Eisenstein - Finalização do curta-metragem Cinema, Vídeo, Fotografia 276/06 Parã-Nambuco: Ocupação Espacial e Trabalho Indígena Capitania de Pernambuco Séculos XVI e XVII Pesquisa Cultural 281/06 ReciclARTE II Formação e Capacitação 285/06 Pernambucanidade Música


PROJETOS APROVADOS E REALIZADOS CADERNOS

Continuação

206 295/06 A Casa de Gilberto Freyre II Restauração Patrimônio 296/06 Grupo Orange - Raízes Brasileiras Música 297/06 Catálogo - Mostra do Imaginário Artes Plásticas/ Gráficas 301/06 O Que Vive Incomoda de Vida Artes Cênicas 302/06 Café Colombo - Seu Programa de Livros e Idéias Artes Integradas 303/06 Ópera Artes Cênicas 320/06 Escola de Leitores: Arte de PE Literatura 335/06 Arte Buíque Artes Integradas 338/06 Ogbeni Oniyè, o guardador de história (teatro) Artes Cênicas 340/06 Faço Arte no Museu - Programa de Oficinas Lúdicas nos Espaços Culturais Pernambucanos Formação e Capacitação 343/06 Batuque Book - Caboclinho Pesquisa Cultural 345/06 Imagens Comerciais de Pernambuco - O acervo de matrizes litográficas do Laboratório Oficina Guaianases de Gravura Pesquisa Cultural 347/06 DVD Maracatus de Pernambuco Música 368/06 Amigos de Risco Cinema, Vídeo, Fotografia 372/06 Programação Pedagógica da III Mostra Pernambucana de Teatro de Bonecos Formação e Capacitação EXERCÍCIO 2007 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 004/07 Oficinas Coco de Pontezinha Formação e Capacitação 005/07 CD Célia Coquista - “Nasci Com Dois Dentes” Música 010/07 No Ar Coquetel Molotov Música 011/07 10º Encontro de Sanfoneiros do Recife Música 012/07 Cantigas de Roda e do Sertão - Ser Tão Infantil Música 018/07 VI Bienal internacional do Livro de Pernambuco Literatura 021/07 Deus Danado Artes Cênicas 033/07 Pifeiros do Pajeú Música 034/07 III Festival Zé Dantas Vale do Pajeú Música 036/07 Digitalização e Informatização do Acervo da TV VIVA Patrimônio 037/07 Pernamcubanos Cinema, Vídeo, Fotografia 039/07 CD “Zé Povinho” Música 043/07 Três Contos de Réis - Finalização Cinema, Vídeo, Fotografia 059/07 III Seminário Internacional de Crítica Teatral - O Encontro das Américas Artes Cênicas 060/07 Vô Doidim e os Velhos Batutas - Temporada Artes Cênicas 068/07 Álbum Coleção de Museus Artes Plásticas / Artes Gráficas 069/07 O Palácio dos Urubus Artes Cênicas 071/07 19º FETEAG - Festival de Teatro Estudantil do Agreste e 6º FESTEPE - Festival de Teatro do Estudante de Pernambuco Artes Cênicas 074/07 CD “Meus 15 Anos...” Música 075/07 Romançal Paranambuco Literatura 083/07 Postais do Recife Cinema, Vídeo, Fotografia 087/07 Movimento em Cena Formação e Capacitação 088/07 Mostra de Cultura Popular Cultura Popular 089/07 Amor e Felicidade no Casamento: revista em fascículos Artes Plásticas / Artes Gráficas 090/07 O Fogo da Vida Artes Integradas 107/07 CD Mazurca de Agrestina Música 108/07 Heróis da Restauração Pernambucana em Quadrinhos Literatura 117/07 Eu Tiro o Couro do Dançador Música 126/07 Zé & João - Dois Mestres nas Tradições Populares de Mamulengos e Pífanos Artes Integradas 130/07 “Tànkále” - Formação para o Auto-Registro Audiovisual Quilombola Formação e Capacitação 132/07 Introdução à Hitória do Cinema Documentário

Formação e Capacitação 135/07 Crítico Cinema, Vídeo, Fotografia 136/07 Crachá Artes Plásticas / Artes Gráficas 139/07 Turnê Samba de Latada Música 142/07 Biografia “Mestre João Silva - Pra Não Morrer de Tristeza - O Maior Parceiro de Luiz Gonzaga” Música 146/07 Filmogaria - Camilo Cavalcante Cinema, Vídeo, Fotografia 147/07 Versatile Artes Cênicas 150/07 ETA CARINAE - Solicitação de apoio para primeira turnee internacional e prolongamento nacional Música 151/07 A quase tragédia de Mané ou o bode que Ia dando bode Cinema, Vídeo, Fotografia 155/07 João Silva - Roteiro de Documentário Cinema, Vídeo, Fotografia 158/07 A Descoberta do Mundo - Documentário sobre a vida e obra de Clarice Lispector Cinema, Vídeo, Fotografia 161/07 DES-ENCAMINHADO Artes Cênicas 167/07 Gravação de CD Cinval Cadena - “PIGDIGIGALÊRÉPÓ - Miscigenação” Música 168/07 Zdenek Hampl - dança e pensamento Artes Cênicas 169/07 A Rosa do Maracatu Cultura Popular 175/07 Espetáculo de dança “NEGRO DE ESTIMAÇÃO” Artes Cênicas 176/07 A Geração 65 Pernambucana Cinema, Vídeo, Fotografia 182/07 Comedoria Popular: Feiras e Mercados Artes Plásticas / Artes Gráficas 183/07 CD Karolinas com K Música 184/07 Preservação do Acervo de Pesquisa sobre a Nação Maracatu Estrela Brilhante do Recife - Celebrando a memória oral e os ritos da cultura afro-brasileira Pesquisa Cultural 185/07 Processo Construtivo Artes Plásticas / Artes Gráficas 188/07 História de um Valente - Produção Cinema, Vídeo, Fotografia 195/07 Recife, 20.11.06 Cinema, Vídeo, Fotografia 197/07 II Circuito Pernambucano do Choro Música 199/07 Som do Barro Formação e Capacitação 203/07 Sestas Teatrais Artes Cênicas 204/07 Armazém de Criação Formação e Capacitação 209/07 DVD Solano Trindade- 100 Anos Cinema, Vídeo, Fotografia 214/07 Programa de Exposição Amparo 60 - 2007 Artes Plásticas / Artes Gráficas 223/07 José Claudio - Exposição Retrospectiva Artes Plásticas / Artes Gráficas 224/07 Projeto Arte Fazendo Parte - Ponto de Cultura do Movimento Pró- Criança Formação e Capacitação 225/07 FLUXUS - Acervo Paulo Bruscky Artes Plásticas / Artes Gráficas 227/07 Macunaíma Colorau- Diário de uma Viagem Caleidoscópia Artes Integradas 229/07 “Dois Pontos: uma vitrine para a arte contemporânea de Pernambuco” - calendário de exposições virtuais na seção “Catálogo” do Portal Dois Pontos Artes Plásticas / Artes Gráficas 234/07 Turnê Maracatudo 2007 Música 237/07 Batuques e Maracatus Cultura Popular 239/07 Jairo Arcoverde- 45 anos de pintura Artes Plásticas / Artes Gráficas 247/07 Projeto Técnico da Casa de Câmara e Cadeia - Brejo da Madre de Deus - PE Patrimônio 250/07 Pesquisa Cultura - A Identidade do Brasil em Manuel Bandeira Pesquisa Cultural 253/07 Coreológicas Recife Artes Cênicas 255/07 Ópera o Elixir do Amor Artes Cênicas 257/07 Balé Popular do Recife - 30 anos- a escrita de uma dança


207 Pesquisa Cultural 262/07 CD Comemorativo: “Dona Selma - Bodas de Ouro Com o Coco” Música 269/07 CD Jurema Música 270/07 Vida Teatro (livro) Pesquisa Cultural 275/07 Arte Buíque (2ª edição) Artes Integradas 276/07 Trilogia da Zona da Mata Pesquisa Cultural 278/07 Usina Cultura Estrela de Ouro Artes Integradas 281/07 II Canavial - Festival de Cultura da Zona da Mata Artes Integradas 285/07 Aula-espetáculo: 100 anos de FREVO / BRAILLE Literatura 292/07 II Ciranda das Artes Artes Integradas 294/07 Pífano na Mata Música 296/07 LÍTERES - Inclusão de Jovens escritores Formação e Capacitação 302/07 Avoar Artes Cênicas 304/07 I Encontro Percussivo - REC/PE Música 313/07 Claudionor Germano, 60 Anos de Carreira Música 314/07 A Caminhada de FEDERIKA Artes Cênicas 321/07 RUM-BANDA - Grupo Feminino de Percussão Música 324/07 Aurora Filmes Formação e Capacitação 345/07 Memórias da Cena Pernambucana- 04 Pesquisa Cultural 348/07 Trupizupe o Raio da Silibrina Artes Cênicas 349/07 Palavra Úmida Artes Cênicas 354/07 Portal Teatro Pernambuco Artes Cênicas 356/07 A Paixão e a Sina de Mateus e Catirina Artes Cênicas 358/07 Evocação- A biografia do Maestro Nelson Ferreira Pesquisa Cultural 361/07 Teatro Popular nos 04 Cantos de Casa Amarela Artes Cênicas 365/07 Tipóia Festival Cultura Popular 369/07 Recuperando Histórias Patrimônio 373/07 Febre do Rato Cinema, Vídeo, Fotografia 380/07 Revolução no Interior Literatura 383/07 Amor Maior Música 384/07 Mostra Internacional de Música em Olinda - MIMO Música 386/07 Estrela Brilhante Música 387/07 Concertos nas Igrejas Música 388/07 CD New-Orlinda Música 396/07 CD- A Trombonada Música EXERCÍCIO 2008 Nº PROJ PROJETO ÁREA CULTURAL 021/08 Entre Santos e Encantados Pesquisa Cultural 039/08 VII Encontro Nordestino de Xaxado Artes Integradas 040/08 Tributo a Virgolino - A Celebração do Cangaço Artes Integradas 043/08 Bolsa para Capacitação Profissional - Friche La Belle de Mai Formação e Capacitação 049/08 Sivuca e a Música do Recife Música 065/08 Ritmos, cores e gestos da negritude Pernambucana :História e Memória: 1970 - 1990 Pesquisa Cultural 083/08 Livro “ O amor in concert” Literatura 087/08 Rama Música 091/08 Wellington do Pandeiro Música 093/08 No Rastro de Lampião Pernambuco Dançando Xaxado Artes Cênicas-Dança 094/08 IX Mostra de Teatro de Serra Talhada Artes Cênicas-Teatro 096/08 Desencaminhado - Circulação Artes Cênicas-Dança 097/08 Sobre um Paroquiano Artes Cênicas-Dança 105/08 A ópera de Dulcinéia e Trancoso Artes Cênicas-Ópera 111/08 Linguaraz- poemas de Pedro Americo de Farias (audiolivro) Literatura

112/08 Cd cânticos em iorubá Música 116/08 Valores do Recife Patrimônio 126/08 Revista Tatuí 2008/2009 Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 139/08 Garanhuns em Verso (um pouco da sua história) Literatura 143/08 Cancioneiro Literatura 166/08 Samba de São João no SESC e nas Escolas Música 168/08 Guerreiras Artes Cênicas-Teatro 170/08 Amanhã é Depois, Hoje é de Brinquedo / Recortes Músicais da Nossa Cultura Artes Cênicas-Dança 179/08 Fotolibras - Fotografia Participativa com Jovens Surdos Formação e Capacitação 180/08 Formação e capacitação de professores para arte-educação e educação patrimonial Formação e Capacitação 190/08 Bem Temperado Sabores - A Cozinha da Serra Negra Formação e Capacitação 197/08 A Gastronomia Judaica em Pernambuco e as Leis Dietéticas do Judaísmo Gastronomia 198/08 Reformulação e Manutenção do site do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco Patrimônio 201/08 Núcleo de Formação em Dança - Turma 2 Formação e Capacitação 202/08 Reciclarte 4 - estudos continuados em dança Formação e Capacitação 203/08 Zambo e Conceição - Turnê Experimentla 15 anos Artes Cênicas-Dança 205/08 Seminário Nacional de Dança e Educação Artes Cênicas-Dança 206/08 Circulação estadual do espetáculo Coreológicas Recife Artes Cênicas-Dança 207/08 Cordel do Amor Sem Fim Artes Cênicas-Teatro 208/08 Historinhas de Dentro Artes Cênicas-Teatro 213/08 O Crime do Padre Amaro Artes Cênicas-Teatro 216/08 ANDávia Literatura 217/08 Quem Conhece a periferia, é quem nela vive - Oficina de Grafite Formação e Capacitação 220/08 As Filhas de Lilith Literatura 221/08 Compassos Cia. De Danças - 2009 Pesquisa Cultural 238/08 Projeto 2º CD Carfax - Acima do chão, abaixo do céu Música 240/08 O Cão sem plumas Artes Cênicas-Teatro 243/08 Democratização Fotográfica Fotografia 248/08 Web site do IAHGP - Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano Patrimônio 251/08 Popularesco e a Menina de Canto Livre Artes Cênicas-Teatro 252/08 SEMPRE POESIA OBRAS COMPLETAS, Maria do Carmo Barreto Campello de Melo Literatura 256/08 O Outro Lado da História Música 271/08 Bolsa / Residência na L’École Superieure d’ Art d” Aix em Provence (França ) na qualidade de artista residente convidada Formação e Capacitação 275/08 lat 8ºs - long 34º w Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 280/08 CD - Luz do Baião Música 283/08 O Fio Mágico Artes Cênicas-Teatro 287/08 Rebanho Cultural II Formação e Capacitação 292/08 Livro Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambuco - IAHGP Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 293/08 A Estrela Ambulante Literatura 296/08 Educação Patrimonial no município de Bom Jardim - PE: preservação da história de um povo Formação e Capacitação 301/08 A Evasão de platéias e a produção teatral no Recife a partir de 1980 Pesquisa Cultural 304/08 Montez Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 310/08 Oficina de Arte de Marionetes de Fio


PROJETOS APROVADOS E REALIZADOS CADERNOS

Continuação

208 Formação e Capacitação 311/08 A Casa De Gilberto Freyre III Restauração e Conservação Patrimônio 313/08 A Revolta Artes Cênicas-Teatro 318/08 O Amor do bumba Coraçao de prata pela burrinha florisbela Artes Cênicas-Teatro 321/08 Cabeleira e outros cordéis de cangaço Literatura 323/08 Plataforma Integrada de Encontros Musicais Música 326/08 Portal Crispim de Literatura Literatura 327/08 Revista Coquetel Molotov Música 331/08 Transgressão em Três Atos Pesquisa Cultural 337/08 Corpo-Massa: Pele e Osso em Circulaçao Artes Cênicas-Dança 338/08 Destino: Capibaribe - a Exposição da Expedição Fotografia 341/08 Histórias, causos e lendas de um rio Pesquisa Cultural 348/08 Violeiros do Pajeú Música 349/08 Sem Palavras Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 351/08 Ragú númerico 7 Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 353/08 Augusta Ferraz vive Maysa Artes Cênicas-Teatro 356/08 É do coco, é do coqueiro Fotografia 362/08 EDUCAR COM ARTE Formação e Capacitação 364/08 Exposição com Catálogo do Projeto Diálogos Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 365/08 TEA 46 anos experimentando vida, produzindo arte Fotografia 377/08 Criança Canta pra Criança Música 380/08 Atelier do Samba 1° Geração Música 387/08 Oficina de Àudio - Audiotec Formação e Capacitação 404/08 Negro de Estimação - Temporada Popular Artes Cênicas-Dança 406/08 Cultura Afro-Brasileira e Africana em quadrinhos Literatura 414/08 Olinda arte em toda parte 8° edição Artes Plásticas/Gráficas 415/08 Educando em Cordel Formação e Capacitação 416/08 Oficinas Coco de Pontezinha Formação e Capacitação 426/08 Conexões Ticuqueiros Música 431/08 Fiz do choro das cordas da viola - O maior ganha pão da minha vida Literatura 433/08 Projeto de restauração do forro da capela dos Noviços da Ordem 3° do conjunto Franciscano de Olinda Patrimônio 440/08 Tocando Pífano Cultura Popular 448/08 Música no Salgado Música 449/08 Pífanos e Mamulegos - circulação Cultura Popular 451/08 Cordel Comix Literatura 454/08 Cia. Dos Homens pesquisa bonecos Pesquisa Cultural 457/08 Poder Simbólico - Gravação do CD de Tiger Música 461/08 Recife - Paralelo 8 Artes Cênicas-Dança 481/08 Fonofotografia Fotografia 482/09 Pare, Olhe, Escute Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 486/08 Inventario dos saberes e praticas das parteiras indigenas de Pernambuco Pesquisa Cultural 487/08 Agência experimental LINKCULTURAL Formação e Capacitação 489/08 Zé brown apresenta: Talentos Música 490/08 Manutenção de Temporada - Coletivo Angu de Teatro em Cena Artes Cênicas-Teatro 491/08 Circulação nacional do espetáculo “Coiteiros” Artes Cênicas-Teatro 493/08 Spectrus Cultural - Oficina de mamulengos Formação e Capacitação 505/08 Culinária de Terreiro Gastronomia 509/08 JOÃO SILVA CANTA. MAIS LUIZ_gravação, mixagem e prensagem de CD Música 512/08 Poetas e Prosadores Pernambucanos Literatura

513/08 O Rei do Zodíaco Literatura 516/08 Gravção do Primeiro Disco/CD “Anjo Gabriel” Música 522/08 Edição do livro - João Cabral de Melo Neto - O anjo torto dos três engenhos- Literatura 528/08 Imagens Comerciais em Pernambuco - Fase lll : O acervo de matrizes litográficas do Laboratório Oficina Guaianases de Gravura Pesquisa Cultural 530/08 Orquestra Experimental de Câmara - Circulação Música 531/08 LOGG - Laboratório Oficina Guaianases de Gravura Formação e Capacitação 534/08 Festival de Circo do Brasil Artes Cênicas-Circo 536/08 A (GOSTO) Cultural Conhecendo a Nossa História Artes Integradas 537/08 Meu Recado Música 541/08 Coco do Amaro Branco 2 ° Volume Música 546/08 Conexões Cila do Coco Música 554/08 Festival Cena Aberta Artes Cênicas-Teatro 557/08 MENINAS DE ENGENHO Artes Cênicas-Teatro 565/08 Interregnum Artes Cênicas-Dança 571/08 O Circo Rataplan Artes Cênicas-Teatro 573/08 Representações de masculinidade na dança e no esporte: Um olhar sobre Vaslav Nikinsky e “Jeux” Artes Cênicas-Dança 578/08 Gravação do Primeiro CD “DJ Big” Música 583/08 BADIDA.COM.BR - Site da Artista Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 587/08 Gravação do CD do Forró de Cana Música 588/08 Comedoria Popular: Qualificação e capacitação do profissional de cozinha dos mercados e feiras livres do Recife Formação e Capacitação 591/08 Roteiros poéticos de Pernambuco: história, memória e paisagem Pesquisa Cultural 604/08 Antologia Poética Retrados do Sertão Literatura 607/08 Curso de Formação de Técnicos em Iluminação Cênica Formação e Capacitação 612/08 Pina Povo Cultura Memória (livro 2ª edição) Literatura 627/08 Babau Artes Cênicas-Teatro 628/08 CD Junior Black Música 638/08 Áreas Sagradas Música 649/08 Casa de Badia: Restaurado Indentidade e Memória Patrimônio 659/08 Terra Batida Música 664/08 Livro 300 Fotografias do Universo Mágico Barroco Pernambucano Coleçao José dos Santos Fotografia 671/08 Biblioteca Comunitária do Recife - Ano 2008 / Biblioteca Comunitária Ler é Viver Patrimônio 678/08 Líteres - Formação para Jovens Escritores do COQUE Formação e Capacitação 698/08 Brincantes da Mata Fotografia 705/08 6º ATOAMBULANTE Artes Cênicas-Teatro 707/08 Mercadores de Liberdade Artes Cênicas-Teatro 712/08 CD Chão Batido, Coco Pisado Música 713/08 O Enocntro de Capiba com Nelson Ferreira no Céu Artes Cênicas-Teatro 714/08 Guerreiros da Bagunça Artes Cênicas-Teatro 728/08 Web Site Bonecos de Pernambuco Artes Cênicas-Teatro 734/08 Mostra o Universo de Antunes Filho Artes Integradas 752/08 Nascedouro de Talentos Formação e Capacitação 760/08 Armazém de Criação Formação e Capacitação 767/08 Catálogo Boca 02 Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 781/08 Encruzilhada Hamlet Artes Cênicas-Teatro 788/08 Comedoria Segura Formação e Capacitação 791/08 Cordel o Ano Inteiro Literatura 792/08 Treminhão - Concerto - Aula Música


209 795/08 Restauro e Adequação - Etapa I - Casa de Câmara e Cadeia - Brejo da Madre de Deus/PE Patrimônio 797/08 A Gastronomia neo-regional Pernambucana Gastronomia 808/08 TV No Parque Artes Integradas 812/08 Aula-Espetáculo - E o Frevo Continua ... Música 819/08 A Chegada da Prostituta no Céu- Circulação RMR Temporada Artes Cênicas-Teatro 821/08 CD Feito pra tocar no rádio- Acústico de Tito Lívio’ / ‘CD Tito Lívio - Feito Pra Tocar No Rádio’ Música 829/08 Recife em transformação. Modos de morar e de construir Pesquisa Cultural 837/08 Mestre, artistas e arteiros - Revelando os saberes, formas de expressão, celebração e modos de criar, fazer e viver dos Patrimônios Vivos de Pernambuco Artes Integradas 848/08 CD “ Orquestra Raízes Pernambucana - 15 anos “ Música 852/08 Banda Músical Acadêmia de Casa Amarela Mantendo a Tradição das Bandas Comunitárias Música 854/08 ARAFIBRARTE - Associação dos jovens Artesãos de Araçoiaba Formação e Capacitação 857/08 Circuito Gastronômico Sabores da Terra Gastronomia 859/08 Uma Imagem de Repente Formação e Capacitação 865/08 Sapateando Formação e Capacitação 877/08 Gastronomia de Pernambuco Pesquisa Cultural 885/08 Conexões Criativas Artes Cênicas-Dança 894/08 Arcervo RecorDança - História do tempo presente Pesquisa Cultural 896/08 Celebração da consciência Negra Cultura Popular 897/08 Livro - Introdução a Produçao Cultural Artes Integradas 898/08 Formação em Produção das Culturas Populares Formação e Capacitação 903/08 Canindé do Recife, Tradição Centenária dos Cabocolinhos Formação e Capacitação 905/08 Entre a ponta de pé e o calcanhar Artes Cênicas-Dança 941/08 Jardim Periférico Música 942/08 As Rádios Comunitárias de Pernambuco no Ritmo da Cultura Popular Música 945/08 Marias...Das Dores... Da luz Música 948/08 Orquestra Camerata Aço e Água Música 949/08 Ópera “ O morcego” Artes Cênicas-Ópera 954/08 4 Sopranos em Concerto nas Igrejas Música 968/08 Circulação estadual do espetáculo “Quem ensinou o diabo a amassar o pão?” Artes Cênicas-Teatro 973/08 Coletivo Frevo Música 974/08 Transformando o picadeiro curso de formação e aperfeiçoamento circense Formação e Capacitação 980/08 Solteira, casada, viúva, divorciada Artes Cênicas-Teatro 984/08 Boi Cara Branca Cultura Popular 985/08 Programa Canavial a Voz da Cultural na Zona da Mata Música 987/08 Gravação do DVD do Grupo Fim de Feira Música 989/08 I Festival de Música Ibero Americana do Brasil Música 991/08 O MAIOR CORDEL DO MUNDO Literatura 995/08 Do Pó ao Barro Fotografia 1003/08 Mafuá do Matuto Cultura Popular 1005/08 Dou Casado Música 1008/08 Cordel no meio do mundo Literatura 1014/08 “Virgolino - O Cangaceiro das Flores” Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 1016/08 Josué de Castro, Cidadão do Mundo: preservação e divulgação de sua correspondência pessoal Patrimônio 1022/08 Usina de Revitalizaçõa Negodotimbó Cultura Popular 1023/08 Um Museu Intinerante Artes Plásticas/Gráficas e congêneres

1034/08 CONTINUUM - I Festival de arte e tecnologia do Recife Artes Integradas 1035/08 Acervo Documental do IAHGP: Preservação e Acesso Patrimônio 1036/08 Salve S.A - Revista de Graffiti Artes Plásticas/Gráficas 1039/08 Sopro Brasil em Turnê Música 1043/08 LEVE Artes Cênicas-Dança 1046/08 Revista Artes Plásticas/Gráficas e congêneres 1048/08 Encontro com o Cavalo Marinho - espetáculos e brincadeiras Artes Integradas 1049/08 Espetáculo Teatral “Andar...sem Parar...de Transformar” : Motagem e Temporada Artes Cênicas-Teatro 1050/08 Zona da Mata: Fotografias Fotografia 1058/08 Manutenção do Grupo Cultural Pretinhas do Congo Cultura Popular 1064/08 Cordel, Arte & Cultura Literatura 1068/08 Leitura no Ponto Literatura 1071/08 Publicação do Livro “À Sombra da Jurema”: a tradição dos mestres juremeiros na Umbanda de Alhandra Cultura Popular 1073/08 Manutenção e Continuidade do Ponto de Cultura Coco de Umbigada Cultura Popular 1085/08 No Visgo do improviso Cultura Popular 1086/08 Acervo Maria Alice Amorim: coleção de literatura de cordel e biblioteca especializada Pesquisa Cultural 1102/08 América de Abreu e Lima Pesquisa Cultural 1109/08 Bonecos de Pernambuco visitam Gato no Telhado Artes Cênicas-Teatro 1119/08 Das Rosas Artes Plásticas/Gráficas 1120/08 Cultura dos objetos, resgate e preservação do patrimônio imaterial e documental: O Memorial da Justiça de Pernambuco Pesquisa Cultural 1121/08 Livros Andantes Literatura 1122/08 Montagem e realização do Show do Pandeiro do Mestre nas cidades de Tacaratú e Águas Belas Música 1125/08 Aprendiz no Picadeiro - Oficina de Iniciação à Arte Circense Formação e Capacitação 1127/08 V Recife Jazz Festival Artes Integradas 1128/08 Catálogo: Circo Social no Brasil Artes Cênicas-Circo 1129/08 Releitura Literatura 1136/08 CD Quarteto de Olinda Música 1137/08 CD “ A Roda” Música 1149/08 Movimento de Cultura Popular em Pernambuco - Evolução e Impactos na Sociedade Literatura 1155/08 Turnê Orquestra Comtemporânea de Olinda Música 1169/08 Andanças do Tempo Artes Cênicas-Teatro 1187/08 Casa de Memória do Tronco Velho Pankararu Cultura Popular


CADERNOS

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Exames T茅cnico-Hist贸ricos, Pareceres Conclusivos em Processos de Tombamentos, Projetos e Levantamentos Arquitet么nicos

De responsabilidade de Virg铆nia Pernambucano de Mello


Estudos, Projetos e Levantamentos Arquitet么nicos

De responsabilidade da equipe da FUNDARPE

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CADERNOS

Coordenadoria Jurídica

212 A Coordenadoria Jurídica, conforme se titula atualmente, foi designada nos vários organogramas da FUNDARPE de outras formas: Assessoria Jurídica; Gerência Jurídica; Assistência Jurídica; Superintendência de Apoio Técnico e Diretoria Executiva de Apoio Técnico. Competência/Atribuições: Regulamento da FUNDARPE (Decreto n° 30.391, de 27 de abril de 2007). Capítulo III Da Competência dos Órgãos Compete em especial: VII - à Coordenadoria Jurídica: Assessorar a Presidência e os demais órgãos da FUNDARPE em assuntos jurídicos, analisando e emitindo pareceres sobre processos administrativos e consultas formuladas; elaborando minutas de atos normativos, contratos, convênios, regimentos, estatutos e outros instrumentos reguladores das atividades, direitos e obrigações da FUNDARPE, prestar à Procuradoria Geral do Estado informações necessárias à instrução de mandados e ações judiciais, bem como o acompanhar de processos judiciais e administrativos de interesse da FUNDARPE. Ações realizadas: Dentre as inúmeras ações executadas, este órgão da FUNDARPE administrou em 1988 a aquisição do Cine Teatro Guarany em Triunfo, trabalho levado pelo Assessor Jurídico Almir Castro Barros. E, por conseguinte, implementou a retomada do mencionado imóvel das mãos de terceiro (esbulhador), através de Ação de Reintegração de Posse impetrada pelos Assessores Jurídicos Almir Castro Barros, Augusto Eugenio Paashaus Neto e Jorge José Miranda Lins. Iniciando-se de imediato competente restauração daquele patrimônio histórico do Sertão do Pajeú. Servidores do quadro da FUNDARPE e Comissionados Advogados/Assessores Jurídicos que chefiaram o órgão: Fernando José Pereira de Araújo - quadro. (Atualmente Procurador Federal). Vanessa Campos Pinto - à disposição da FUNDARPE. (Atualmente em seu órgão de origem ou aposentada). Paulo Gilvan de Góes - quadro. (Falecido no exercício das suas funções). Almir Castro Barros - quadro. Atualmente à disposição da CEPE. (Em exercício). lnaldo de Souza Leão Araújo - quadro. (Falecido no exercício da Chefia). Augusto Eugenio Paashaus Neto - à disposição da FUNDARPE desde 1981. (Em exercício, chefiou o serviço por longo tempo). *Marilda de Araújo Braga - à disposição da FUNDARPE - Cargo Comissionado. (Retomou à Secretaria de Administração do Estado, aposentada). José Arnaldo Moreira Guimarães - quadro. (Em exercício - Comissão de Licitação). Luciana Oliveira Pires (1ª vez) - Cargo Comissionado (Exonerada). Cândida Rosa de Lima Andrade - Cargo Comissionado (Exonerada). Luciana Oliveira Lima (2ª vez) - Cargo Comissionado (Exonerada). André Oliveira Souza - Cargo Comissionado (Exonerada). Bruno Moury Fernandes - Cargo Comissionado. (Exonerado). Hugo Astrinho da Rocha Branco - Cargo Comissionado (atual). Responderam pela Chefia Interinamente: Clio Guimarães Ribeiro - quadro. (Em exercício). Jorge José de Miranda Lins - quadro. (Em exercício). Helena de Sá Rocha Moura - quadro. (Aposentada do quadro). Complementação do quadro de Advogados/Assessores Jurídicos


213 Antônio Enéas de Barros Alvarez - quadro. (Aposentado). Audálio Alves Pereira - quadro. (Falecido no exercício das suas funções). Fernando Gomes Ferreira Neto - quadro. (Em exercício). Carlos Manoel Silva Barbosa dos Santos - quadro. (Em exercício). Cláudio Pessoa de Carvalho - Cargo Comissionado. (Exonerado). Ivanise de Assis Barreto - à disposição da FUNDARPE. (Retornou à Secretaria de Administração do Estado). Carla de Jesus Cavalcanti de Carvalho. Contratada. (Em exercício) Secretárias: Servidoras que prestaram/prestam serviços área jurídica. Tânia Maria Silva de Oliveira - FUNDARPE. (Aposentada). Ruthe Felipa de Sousa Mocock - FUNDARPE. (Em exercício na URH). Sandra Maria Basto de Queiroz - FUNDARPE. (Chefia da URH). Maria de Lourdes C. Marques - à disposição da FUNDARPE. (Retornou à Secretaria de Educação). Rosely Tenório de Albuquerque. (Rescisão de contrato). Naoko Shiosaki - FUNDARPE. (Em exercício). Marlene Francisca de Moura - FUNDARPE. (À disposição do Conselho Estadual de Cultura). Enilde Souza Cavalcanti - FUNDARPE. (Em exercício no Protocolo). Sandra Violeta Miranda de Andrade Ribeiro - FUNDARPE. (Pediu demissão). Fernanda Alcântara de Vasconcelos - FUNDARPE. (Em exercício no Arquivo desta Fundação). Edilene Maria do Nascimento - FUNDARPE. (Em exercício no Setor de Serviços Gerais). Maria Helena Carvalho do Rêgo - à disposição da FUNDARPE (Em exercício). Dayse Guimarães Nunes - FUNDARPE (Aposentada). Tereza Cristina Amaral Campos - FUNDARPE. (Em exercício na URH). Elizabethe Cristina de MeIo Lins (Rescisão de contrato). Ex-Estagiários: Passaram pelo órgão jurídico da FUNDARPE vários estagiários de Direito de diversas faculdades do Estado. Abaixo, alguns em suas respectivas atividades atuais: Charles Hamilton (Promotor de Justiça do Estado). Sebastião choa (Delegado de Polícia Civil do Estado do Maranhão). Paulo Collier de Mendonça (Advogado militante em Brasília). Apoio Administrativo: Lucastel Lopes da Fonseca Luciano Pereira de Lima (Gi, ver esse nome!) Registramos os trabalhos efetuados pelos apenados do Sistema Prisional do Estado, através de convênio entre FUNDARPE e Secretaria de Defesa Social, hoje Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Informações devidas ao Assessor Jurídico Augusto Eugênio Paashaus Neto.


CADERNOS

Pesquisas Históricas e Arqueológicas

214

Descrição

As pesquisas foram de responsabilidade do arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello.

Ano


Alguns Eventos Realizados

Eventos

Ano

Local (is)

215


Alguns Eventos Realizados

CADERNOS

Continuação

216

Eventos

Ano

Local (is)


Relação de Livros Editados

Livro

Autores

Ano

Sub- 217 totais


Relação de Livros Editados

CADERNOS

Continuação

218

Livro

Autores

Ano

Subtotais


Livro

Autores

Ano

Subtotais

219


Relação de Livros Editados

CADERNOS

Continuação

220

Livro

Autores

Ano

Subtotais


Livro

Autores

Ano

Sub- 221 totais


Relação de Livros Editados

CADERNOS

Continuação

222

Livro

Autores

Ano

Periódicos: Revista Pasárgada - Vários autores - Anos 1993-1994-1995. Edições dos “Cadernos Populares”, do nº 1 ao nº 8 (1995-1997).

Dados fornecidos pela bibliotecária Izabel Cristina Estevão de Azevedo

Subtotais


Funcionรกrios da Fundarpe

223


Funcionários da Fundarpe

CADERNOS

Continuação

224


225


Funcionários da Fundarpe

CADERNOS

Continuação

226


227


Funcionários da Fundarpe

CADERNOS

Continuação

228


229


CADERNOS

Evolução do Quadro de Funcionários

230


Memória das Obras da Sé de Olinda

231

A Sé de Olinda, assim como as demais obras iniciais da Fundação, tiveram suas Memórias (diários) das Obras elaboradas não somente com os assentamentos do que estava sendo executado, mas com comentários que eram depois discutidos pelo Grupo de Trabalho SEPLAN/IPHAN e FUNDARPE. O da Sé, incompleto, merece ser divulgado diante das dúvidas existentes sobre tal intervenção restauradora. Na transcrição, respeitou-se a redação da época. Com a Memória seguia também um estudo maior de interpretação do encontrado em cada obra. O da Sé também se preserva. Não se encontraram as Memórias relacionadas com as obras do Palácio dos Bispos e da Igreja de N. Sra. da Graça, ambas em Olinda. Início das Obras - 10 de abril de 1974 Primeira semana - 1 a 6 de abril Instalação da obra - Tem início a demolição das capelas neogóticas, nas laterais da igreja. Na mesma semana se começa a prospecção dos alicerces primitivos das capelas laterais. Segunda semana - 7 a 14 de abril Continuam-se as obras de demolição das capelas referidas e se encontram, como material de construção, entre as pedras calcárias das antigas capelas demolidas na remodelação do início do século XX, várias pedras trabalhadas, bases de colunas, pedaços de frisos e outros elementos de perfilaturas, talvez de altares de cantaria, demolidos naquela data. Faz-se grande prospecção na fachada principal tendo se encontrado, sob espessas camadas de rebocos, as cantarias dos cunhares e pilastras intermediárias; também se encontraram as cercaduras de calcário das três entradas da Igreja. A parte inferior do antigo pórtico, com quatro colunas, inclusive estas, foi removido por ocasião das reformas que transformaram a igreja de Neogótica em Neobarroca, em 1936/37, não se encontrando até esta data nenhum vestígio sob o relevo. Terceira semana - 15 a 21 de abril Continuam as demolições das capelas neogóticas. Os alicerces das antigas capelas são todos postos à luz. Tem início a remoção dos estuques das naves laterais e se deixam à mostra, parcialmente, as antigas janelas altas, da nave central, por sobre a cimalha; janelas em cantaria. Percebem-se, com a remoção dos rebocos internos e externos, as emendas das paredes quando da elevação das naves. Na nave central,


Memória das Obras da Sé de Olinda

CADERNOS

Continuação

232

no trecho correspondente da fachada principal, pela parte de dentro, é encontrado o óculo de calcário que a iluminava, entaipado com tijolos. Com a remoção de parte do piso da igreja se tem conhecimento do nível primitivo das naves, cerca de O.17m abaixo do atual, pelas marcas negativas das tijoleiras removidas por ocasião da realização do atual piso em granito artificial. Quarta semana - 22 a 28 abril Tem início a demolição do estuque central. Vêem-se claramente as antigas janelas em de pedra, uma acima de cada arcada, em seu eixo. Na remoção dos rebocos das paredes laterais das naves, se encontram duas portas, simétricas, uma de cada lado, no final das naves, e que seriam os primitivos acessos à sacristia e ao cemitério da irmandade do Sacramento. Portas com cercaduras em calcário, construídas na mesma época das duas primeiras capelas de cada lado, vez que a pedra formadora das ombreias e da arcada é uma só. Faz-se a abertura da antiga porta, entaipada, que comunicava a capela do Santo Cristo com a capelamor e se encontram no seu interior várias ossadas, pedras tumulares de mármore, obras do século XIX e uma urna de ferro com ossos. Fecha-se provisoriamente para uma transferência posterior a outro local.

Quinta semana - 28 a 5 de maio As obras prosseguem sem novidades. Sexta semana - 6 a 13 de maio Acham-se as portas de acesso ao cemitério da Irmandade do Sacramento e à sacristia, ou melhor, à ante-sala da sacristia, e se encontra em uma delas, a do lado do cemitério, vários azulejos do século XVII e XVIII. As portas eram de gonzos, embora tenham as folhas desaparecido, pois se vêem ainda os furos do pivô de madeira na pedra. A do lado do antigo cemitério recebeu posteriormente dobradiças do tipo de cachimbo e aldabra de ferro. Nos alicerces das antigas capelas foram encontradas, do lado da rua, duas pedras trabalhadas, talvez da primitiva igreja, anterior à nave quinhentista ou seiscentista. Na remoção do estuque central se encontraram vestígios do local do antigo frechal e a linha da empena bem demarcada. O frechal corria logo acima das janelas da nave central. Não se encontrou nenhum acesso, através da torre atual ou da outra que se pretendeu construir, do coro, do que se depreende ser o acesso pelas naves em escada, conforme diz Pereira da Costa em descrição que fez da igreja. (Acesso em escada de volta que foi levada para o seminário) tal escada é a que dá acesso à enfermaria, a ser removida pelos trabalhos de restauração que se procedem naquele monumento.


233

A enfermaria, obra do século XX, situase acima do canto da quadra do colégio Jesuíta, obra característica e de mau gosto. No sábado, dia 11, com José Ferrão, verifiquei, comparando certos elementos de cantaria nos intervalos entre as arcadas das capelas laterais com portas pequenas e conjugadas das últimas capelas com os acessos à ante-sala da sacristia e cemitério da Irmandade, que as capelas laterais eram intercomunicantes. Anteriormente, nesta mesma semana, em face dos enormes alicerces em largura e a disposição dos mesmos, como também graças a vestígios do reboco primitivo que tais capelas, quatro de cada lado, eram abobadadas, repetindo as soluções das capelas do Santo Cristo e Sacramento. Não é de estranhar tal coisa, de vez que é de acordo com o raciocínio que, na época, foi comum para com o trato, em Portugal, de capelas laterais em igrejas de três naves como a da Sé. Não se encontraram vestígios de terem sido de alvenaria de tijolos ou pedra tais abóbadas, entretanto, em face dos alicerces, tudo faz crer terem sido abobadadas provavelmente de pedra, embora não trabalhada e ciclópica. No exame de alvenaria da última capela, cujo lado restou de pé, com a grande espessura de parede se percebe que a alvenaria ciclópica prosseguiria sem o arremate necessário para a elevação da alvenaria de tijolos.

Sétima semana - 13 a 19 de maio Na terça-feira teve início a pesquisa na atual capela-mor. Encontrou-se uma abertura do lado da porta de passagem referida anteriormente para a capela do Santo Cristo. Os alicerces das capelas do lado sul já estão todos aflorados e limpos para início de consolidação. Quinta feira, 16 - Com as pesquisas na capela-mor, ficaram a descoberto as bases do arco cruzeiro e a arcatura formadora na parede do lado do Santo Cristo, dos pendentes esféricos que determinam a cúpula. A capela-mor, dessa forma, se definiu inteiramente. Tratava-se de recinto de planta quadrada com pendentes esféricos e cúpula. Oitava semana - 20 a 26 de maio Continuou-se a remover o piso da capela-mor atual e se encontrou o nível do altar, três degraus de pedra e em disposição coerente com ampliação procedida na restauração da igreja, segunda metade XVII. Tem início a execução dos alicerces destruídos das capelas laterais, lado da Epístola. Nona semana - 27 a 2 de junho Dá-se continuidade à obra, lentamente, sem novidades. Décima semana - 3 a 9 de junho São encontrados, nos alicerces das capelas do lado da rua, na 1ª, capitel jônico, de pilastra, e outros elementos


Memória das Obras da Sé de Olinda

CADERNOS

Continuação

234

decorativos. Continuam os alicerces das capelas laterais. Décima primeira semana - 10 a 16 de junho Continua a construção das capelas laterais com elevação das paredes. Décima segunda semana - 17 a 24 de junho

Obras paralisadas. Aguardando orientação do IPHAN. Décima terceira semana - 24 a 30 de junho. Idem. Décima quarta semana - 1 a 7 de julho. Idem Décima quinta semana - 8 a 14 de julho. Idem Décima sexta semana - 15 a 21 de julho. Idem. Décima sétima semana - 22 a 28 de julho. Idem. Décima oitava semana - 29 a 4 de agosto. Idem Décima nona semana - 5 a 14 de agosto Reiniciadas as obras na segunda-feira com a construção das capelas laterais e remoção dos rebocos da fachada principal. Ritmo lento.

Vigésima semana - 12 a 18 de agosto As obras continuam. Foi aumentado o número de operários. A fachada tem pela metade o reboco removido. Constata-se que os cunhais e pilastras intermediárias não foram danificados, apenas as molduras dos capitéis e bases se quebraram para efeito da remodelação. O pórtico foi desmontado no que respeita às colunas geminadas e à parte superior. O óculo foi danificado na parte externa. Foram totalmente desmanchados os arremates em curvas e contracurvas, das laterais ao corpo principal da fachada. As janelas, duas, por sobre as portas laterais, na fachada principal e correspondente às duas naves que ladeiam a central, foram danificadas, restando, entretanto, elementos que permitem suas reconstituições. As duas vergas dessas janelas foram removidas pois eram parte integrante da cornija que corria e de que resta quase integral, na meia altura do frontispício. As duas portas acima referidas tiveram suas vergas retiradas e foram alteadas em face do aumento do nível do piso das naves. A fachada é inteiramente restaurável, inclusive porque se vê ser muito sóbria e com as cantarias intactas parcialmente, restando apenas algumas cirurgias ligeiras.


235

Vigésima primeira semana - 19 a 25 de agosto

As obras prosseguem nas capelas laterais. Vigésima segunda semana - 26 a 1 de

São chapiscadas as paredes das capelas. Nas demolições das paredes acima das aberturas das capelas laterais são encontradas várias pedras trabalhadas, tudo indicando terem sido de antigos altares.

setembro

Demolição do trecho que foi acrescido na parede lateral da igreja, na altura das arcadas que marcam as capelas laterais do lado do antigo Evangelho (rua). As capelas têm em ambos os lados suas paredes na altura do nascimento da abóbada de berço. Foi encontrada uma prancha (cópia em azul), nos arquivos da Cúria Metropolitana, do projeto da fachada neogótica de autoria do professor Rodolfo Lima. Através dela se constata que a parte inferior do pórtico se encontrava intacta e foi aproveitada na igreja remodelada; e que foram respeitadas as cantarias, salvo em trechos em que o projeto gótico carecia de adaptações. O arquiteto não mexeu com a sineira e não fez senão aplicar sobre as pilastras alguns elementos decorativos.

Vigésima quinta semana - 16 a 22 de

Vigésima terceira semana - 2 a 8 de agosto Concluídas as paredes das capelas laterais e iniciadas as que correspondem ao espaço ao lado da capela do Santíssimo Sacramento.

Vigésima oitava semana - 7 a 12 de outubro

setembro

As obras prosseguem da mesma forma. Vigésima sexta semana - 23 a 29 de setembro Tem início o fechamento da capela-mor reconstituindo-se suas dimensões antigas com a parede de fundos, onde se faz previsão de cinco ossuários para o lado do Panteão dos Bispos, atrás da capelamor. Inicia-se a armação do restante dos andaimes com o objetivo de demolir a parte superior das duas torres. Vigésima sétima semana - 30 de setembro a 6 de outubro

Continuam a ser armados os andaimes para demolição, inicialmente da torre do lado da rua. Concluído ao fim da semana.

Tem início a demolição da torre do lado da rua. Vigésima nona semana - 13 a 19 de outubro

Vigésima quarta semana - 9 a 15 de

Continuam as demolições da torre

setembro

referida acima e se inicia a execução dos


Memória das Obras da Sé de Olinda

CADERNOS

Continuação

236 cimbres para a execução das abóbadas

abóbada e não da ossatura das paredes

das capelas laterais. (Seis apenas, pois

da capela. O tipo de seteira indica

as que se encontram junto às torres

ter sido obra contemporânea daquela

somente poderão ser executadas depois

da Graça, inclusive pela escolha do

de demolidos os trechos das torres que

material, o calcário, e proporções. Com

serão eliminados).

tal descoberta, verifica-se que a capela já existia antes da invasão, tendo sido nesta

Trigésima semana - 20 a 26 de outubro

época provavelmente sem a abóbada

Prosseguem os serviços conforme item

de alvenaria e a deixando sem o atual

anterior.

cômodo, construído posteriormente ao lado, diretamente para esta. Seria a

Trigésima primeira semana - 27 a 2 de

primitiva capela-mor da igreja e anterior

novembro

à construção da que recebe coroamento

Descobrem-se peças trabalhadas de

em cúpula e seguramente do século XVI

cantaria.

– últimos anos do século, conforme diz Pereira da Costa. Não acredito. Penso

Trigésima segunda semana - 3 a 9 de

ser a do Santíssimo Sacramento e que já

novembro

existia nessa época. Os arcos de abertura

Concluídos os cimbres e a demolição do

da capela-mor e laterais (Santíssimo e

trecho da torre do lado da rua. Inicia-se a

Santo Cristo) são de mesma feitura, no

remoção dos rebocos.

que respeita aos perfis. Creio que a do Santo Cristo deve ser também anterior

Trigésima segunda semana - 10 a 16 de

àquela data referida por Pereira da Costa,

novembro

(1672) embora a abóbada de berço tenha

Na remoção dos rebocos, na parede

sido realizada nesta data, pelo que se

lateral, lado da rua, da capela do

depreende da descoberta assinalada à

Santíssimo Sacramento, descobriu-se

seteira.

uma seteira em calcário, de fino lavor, entaipada, e um óculo oval do mesmo

A memória acaba aqui, pois não se tem

material. Pela altura da seteira, supomos

sua continuação, possivelmente perdida

tenha pertencido a uma capela anterior

na cheia de 1975.

à execução da abóbada de alvenaria, em berço. Deste modo, tudo faz crer que as obras referidas por Pereira da Costa de execução das capelas no século XVII, segunda metade, são as da


Patrim么nios Vivos de Pernambuco

237


CADERNOS

Documentação Técnica

238

A FUNDARPE, ao longo de sua história, recolheu muitas informações sobre os bens tombados e as restaurações realizadas. O acervo fotográfico possui mais de trinta mil fotografias. Projetos, estudos e outros documentos gráficos se encontram devidamente preservados e são fontes primárias para o pesquisador. Além desses acervos, existe uma biblioteca de obras auxiliares para os funcionários e estudiosos. Cada processo de tombamento guarda as plantas do imóvel, quando for o caso, e informação histórica e técnica sobre cada exemplar classificado e que instrumentaram o Conselho de Cultura do Estado em suas decisões finais. O material está acessível a visitantes e outros interessados.


Referências

239 LIVROS BORBA, Fernando de Barros. Pernambuco, patrimônio cultural de todos. Recife: Fundarpe, 1998. GEERTZ. Apud KERSTEN, Márcia Scholz de Andrade. Os rituais do tombamento e a escrita da história. Curitiba: Editora UFPR, 2000. GOMES, Laurentino, 1808. São Paulo: Editora Planeta, 2007. GUERRA, Marco Antônio. Carlos Queiroz Telles: história da dramaturgia em cena (década de 70). São Paulo: Annablume, 2004. JAGUARIBE, Beatriz. O choque do real: estética, mídia e cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. KERSTEN, Márcia Scholz de Andrade. Os rituais do tombamento e a escrita da história. Curitiba: Editora UFPR, 2000. LÓSSIO, Rubens Gondim. Fundarpe: subsídios para a memória de um decênio. Recife: Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, 1987. MEC/IPHAN/Pró-Memória Proteção e Revitalização do Patrimônio Cultural no Brasil: uma trajetória - Brasília, SPHAN, 1980. MELLO, neto, Ulysses Pernambucano de. Arquitetura franciscana: tempo e forma, in Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, volume LVIII, Recife, 1993.

MOISÉS, José Álvaro. “O incentivo a cultura”. Disponível em: <http://www. amigosdolivro.com.br/materias.php?cd_ secao=484&codant=&inicio=44>. O MOVIMENTO. “BNH: trajetória de cooptação”. Disponível em: <http://www.sinpro-rs.org.br/extra/ jul97/movim1.htm>. SILVA, Fernando Correia da. “Antônio de Oliveira Salazar: político e estadista: 1889-1970”. Disponível em: <http://www.vidaslusofonas.pt/salazar.htm>. <http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_ de_1990>. < h t t p : / / w w w. b n d e s . g ov. b r / c o n h e c i m e n t o / livro50anos/Livro_Anos_80.pdf>. <http://www.cult.ufba.br/arquivos/politicas_ culturais_1964_1987_.pdf>. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/80anos/ renovacao_cultural.shtml>. <http://www.fundarpe.pe.gov.br>. <http://www.historiadobrasil.net/ditadura>. <http://www.pitoresco.com/historia/republ407. htm>. <http://www.sinpro-rs.org.br/extra/jul97/movim1. htm>.

Palestra e Conferência

GIL, Gilberto. Políticas Públicas de Cultura: Palestra no Instituto Rio Branco/Brasília, 11 de março de 2005. Disponível em: <http:// www.cultura.gov.br/noticias/discursos/index. php?p=8998&more=1&c=1&pb=1>.

MENEZES, José Luiz Mota. Sé de Olinda. Recife: Fundarpe, 1985.

MINISTÉRIO DA CULTURA. (Brasil). Conferência Nacional de Cultura. Relatório Final da 1ª CNC. Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/cnc/>.

ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1985.

RELATÓRIOS DE GESTÃO

PUBLICAÇÕES ON-LINE ARAÚJO, Albemar. “Moisés Neto, o produtor cultural”. Disponível em: <http://www.moisesneto. com.br/albemararaujo.html>. ARIANO Suassuna. Disponível em: <http:// pt.wikipedia.org/wiki/Ariano_Suassuna#Biografia>. GUIA DE PERNAMBUCO. “Chico Science (1966-1997)”. Disponível em: <http://www. guiapernambuco.com.br/persona/chicoscience. shtml>. MIGUEL Arraes. Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Arraes>.

<http://

FUNDARPE. 1987-1991. Gestão cultural pelas mãos do povo. Recife: Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Educação, Cultura e Esportes/Fundarpe, 1991. FUNDARPE. Plano de Ação. Fundarpe: conclusões do seminário, diagnóstico e planejamento. Recife: Governo do Estado, 1993.



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