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Rosangela Mariano
Rosangela Mariano é formada em Letras pela UNISINOS (RS). Recentemente, as poesias Herói de mim mesmo, Dias Solenes e Vento Minuano são classificadas pelas Revistas Voo Livre, D-Arte e LiteraLivre. Já o poema Eternidade, em 26 de julho/2021, é publicado no Jornal Zero Hora, Almanaque Gaúcho, Porto Alegre, RS. Escrever é uma luz; escrever é um caminho! E-mail: marihanaescritora@gmail.com
VOA, ANJO
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Apagaram teu sorriso doce e angelical, criança que eras... Escureceram o brilho dos teus olhos, frágil botão ainda molhado pelo suave orvalho... Macularam
teu corpo e deixaram
sangrar tua alma... Porém, neste lamaçal fétido de horrores, anjo, deram-te, - sem nem mesmo adivinhar!! sim, deram-te asas, brancas, macias, eternas... para que tu, anjo, pudesses, enfim,
voar...
Rosangela Mariano
Saul Cabral Gomes Júnior. Nasceu em Belém (PA), no dia 21 de maio de 1980. Graduou-se em Letras (Licenciatura em Português e Inglês) pela Universidade da Amazônia (2001). Possui mestrado (2006) e doutorado (2011) em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Em 1998, obteve o 4º lugar no Concurso Nacional de Contos “Cidade de Araçatuba”. A produção do ensaio O romance regionalista: do panorama ao perfil lhe valeu o prêmio “Carlos Nascimento”, concedido pela Academia Paraense de Letras em 2002. Dois anos depois, teve uma poesia classificada no VIII Prêmio Escriba de Poesia. Em 2020, publicou o livro Entre a História e o discurso: olhares sobre a obra de Gladstone Chaves de Melo. E-mail: muiraquitan.saul@bol.com.br
OS POEMAS QUE PERDI
Os poemas trancafiados, salvos do suco ácido das palavras.
Os poemas que perdi, anjos de carne, aromas de mochilas, devaneios, vestígios do último apóstolo, dedos da Vida germinal, sonetos de argila, abortos da poesia, aves-marias, acordes da doce professorinha.
Os versos resvalam de minhas mãos, submergem no oceano branco. Os poemas retraem-se, bisonhos, e refugiam-se na pátria desconhecida.
Os poemas que perdi esculpem o alvor absoluto, sob o qual respiram sonhos que pulsam, pulsam, pulsam.
Os poemas que perdi flutuam, à sombra da fria lava da amnésia.
Os poemas que perdi repelem o obscuro espelho da linguagem.
Os poemas que perdi, céleres fotogramas da Verdade recôndita nas retinas do passado.
Os poemas que perdi sussurram a busca vã, na qual minha última reminiscência agoniza.
A cada relampejo do poema que se olvida, reluz o olhar da Beleza esquecida.
Saul Cabral Gomes Júnior