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PHAROLEIRO MOTOQUEIRO (1/2) [8082]
from FEIOS
(1)
{Você, que é meu vizinho, não escuta aquella moto chata que circula sem rhumo pelo bairro, Glauco? Não escuta a barulheira? Pois sabia que disso o proprietario não é boy filhinho de papae nenhum, mas sim um velho, gordo, comico baixote?
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Pilota a Harley Davidson, Glaucão, só para se exhibir! Só dando volta se expõe no quarteirão! Tenho certeza que seja complexado, corno, brocha e tenha pau pequeno! Não, só pode! Glaucão, calcula a raiva que me dá?}
(2)
-- Escuto, sim, até mandei à puta o dono da tranqueira. A gente fula da vida fica. Aquelle barulhão irrita mesmo. Logico seria que fosse dum playboy. Mas quem remoe rancor do cara appenas por ruim de cama ser, faltar-lhe melhor dote erotico, não creio que razão meresça. Revelar sua revolta podia parescer, tambem, burgueza inveja, não podia? De galocha é chato o gajo. Poncto. Mas se fode quem pensa só na grana. Xa p’ra la!
INFINITILHO DO ESPELHO (1/2) [8100]
(1)
{Entendo você, Glauco, pois tambem sou bruxa, feiticeira, maga, barda. Não era, ‘inda menina, todavia, tão má, nem vingativa. De repente fiquei, depois que vi meu namorado de infancia me trocar pela garota mais linda do collegio. Foi então que, vendo-me no espelho, descobri quão feia poderá ser a creança depois da rejeição. Naquelle dia não houve sol. Appenas a neblina tomou compta do bairro, da cidade. Não sou do typo Carrie, você sabe. Meu methodo tem sido como o seu, mental, mais litterario. Mas consigo, de facto, compensar o que soffri. Discipulas ja tenho, tambem boas nas artes da maldade, Glauco. Nós sabemos nos virar na nossa praia, não é? Você se sente compensado?}
(2)
-- Eu? Nunca! Compensado não sou, nem ninguem, duma cegueira. Mas me guarda Zeus dessas taes “discipulas”. Quem cria mais fake news que toda a sua gente? Daquellas fofoqueiras eu me evado! Mas pense bem, querida: cada gotta de lagryma chorada por nós não tem nada que compense. Quem se ri da gente chorará, mas a vingança é Zeus quem determina. Cê se via no espelho. Mas nem disso um cego opina. Parou para pensar? Não, ninguem ha de saber como me sinto. Não me cabe saber como você se sente. Deu, a cada, Zeus um fardo. Meu castigo eu cumpro versejando. De persi, é cada qual um bruxo. Minhas loas vão para quem me goza, cuja voz me serve de incentivo. Quem me caia na teia que experneie, esse coitado!
(1)
{Você sonnettizou, Glauco, que quem é muito feio puta nem consegue capaz de bem chupal-o. Namorada, então, mas nem pensar! Ahi você affirma que ceguinho não excolhe ninguem, nem pela cara, nem caralho. Pequeno, grande, sujo, torto, ja chupou sem reclamar. Pois muito bem!
Eu ca lhe digo, Glauco: sim, sou feio, mas putas eu excolho porque pago e exijo que me chupem. Dou gorgeta àquella que chupar com mais capricho. Appenas um detalhe, Glauco, para você se estimular: para gozar melhor, eu fecho os olhos. Tanto faz, portanto, si quem chupa seja a puta ou seja algum ceguinho. Só me importa que saiba dar o maximo de si!}
(2)
-- Detalhe addicional: no caso, eu nem cobrar suppuz. Eu sonho que me cegue um typo philisteu e bem treinada se faça a minha bocca. Que lhe dê vontade, espero. Pena que quem olhe as coisas do seu jeito nem meu galho quebrar possa, pois mora para la das bandas do sertão... Fiquemos, sem problema, a fazer disso um devaneio, talvez masturbatorio. Não estrago a sua phantasia, pois boceta você ja dispensou. Pense num bicho, talvez um macaquinho: se compara o cego com o bicho. Meu logar eu sei e você sabe. Sou capaz de ver-me lhe chupando. Si fajuta não for a scena, creio que comforta alguem como você, que de mim ri.
INFINITILHO DA ARMADILHA (1/2) [8149]
(1)
{Estava combinado, Glauco! Minha esposa me trahiu com um subjeito mais feio que eu! Só tenho uma certeza: foi para que eu divorcio peça! Assim, quem fica com as coisas todas é a puta! Glauco, o gajo ja tramava com ella! Prepararam toda a scena! Mal chego, pego os dois sem roupa, sem vergonha alguma, alli na nossa cama! Não tinha alternativa, Glauco! Como sahir dessa armadilha? Não tem jeito!}
(2)
-- Sim, claro! Uma mulher bem expertinha. Mas sabe o que eu alli teria feito? O gajo sendo feio, rolla tesa ainda mais terá. Que elle de mim fizesse o que quizesse! Seu chulé faria que eu cheirasse! Bocca escrava seria a minha delle! Minha pena seria rebaixar-me... Bem, ninguem casado topa a coisa. Quem reclama razão tem, claro. O cego é que esse pomo teria de engolir, a sós no leito...