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FEDIDO POR FEDIDO [3185]
from SUJOS
A falla delle é cheia de sentido:
“Magina! Eu não! Lavar o meu caralho?
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Ninguem vae me chupar! Vou ter trabalho?”
Ficava, pois, contente em ser fedido.
Não tinha, ao se bronhar, nenhum pudor. Assim argumentando, elle deixava curtir o membro immundo em seu fedor.
E como fede um pau que não se lava!
O sebo, que na glande forma crosta, si fosse na colher, mingau de aveia ficava parescendo! E até que cheia seria uma de sopa, quem apposta?
Rollou algo que nunca quiz suppor.
Calhou de achar mulher que fosse escrava a poncto de acceitar seja o que for na bocca... E elle ‘inda manda o asseio à fava!
Ficou, sim, mais ainda convencido:
“Mas si ella achou que sujo é que eu lhe calho! P’ra que lavar? Ahi que eu me emporcalho!”
Dum vate cego ouriça-se a libido...
(1)
Exsiste, em poesia, bom assumpto? Um thema, que outro bardo mal consegue olhar, não seja aquelle que eu sonegue. Addeanta sonegar? É o que eu pergunto. Daquillo uns tractam; disto bem eu tracto. Da musa a conna uns cantam mais de perto. Seu proprio pau é, doutros, farto pratto. Mas, neste, porra ou mijo, não, decerto. Qual outra secreção, mais que o cerume, que o ranho ou a melleca, a propria baba inclusa, é o dissabor que ninguem gaba nem pede a quem provar que se accostume?
Suspense sei que faço ja, de facto. Suor nem se menciona, pois coberto das suas gottas, canta o mais beato, está o sagrado pão, ao pobre incerto. Ja pistas dei, e nisso ja redundo. Que resta? Nem a lagryma, em quem cegue, é tão malvinda quanto o que se segue que, em summa, será mesmo muito immundo.
(2)
Refiro-me ao sebinho, essa materia, em these, desprezivel e pequena, que esmegma tem por nome em phrase seria e della a alta cultura se aliena. No sexo oral difficil a quem fuce-o, terror do rabbinato e da hygiene hypocrita, por dentro do prepucio se forma e se accumula, allarme infrene. Ao joven, a coceira que elle causa talvez seja propicia à sua bronha. Mas, logo, do prepucio tem vergonha si a noiva o arregaçar, do amor na pausa. Ninguem delle pergunta a algum Confucio e, ainda que seu medico condemne, alguem o prova, quando, a sós, aguce-o um morbido tesão, nelle perenne. Que um cego masochista considere-a, surpresa não será si for em scena de sadomasochismo e deleteria não fica a fé no creme em minha penna.
(3)
Quem chupa, como eu chupo, alguem sem rosto, só pode mergulhar na sujidade, só pode à sordidez estar exposto, só pode expor-se àquelle que o degrade. Terá queijo rallado o pau dum anjo?
Um cego não excolhe o que abboccanha: escuta appenas ordens dum marmanjo que delle se approveita e não se accanha. Por isso, quando um sebo o cego cheira, não pode recusar a chupetinha. Desfructa, pois, o gajo que faz minha boccarra abrir-se ao bicco de chaleira. Sabor de parmezão tem o que eu manjo. Os floccos crosta formam, e tamanha, que a glande até se esconde! Então exbanjo saliva e minha lingua aquillo banha!
Não vejo, amarellenta, a pasta, e o gosto ameno, até, me sabe, na verdade. Um cego não se exime e eu sei meu posto. Quem queijo olhou, de esmegma não se evade.