Projeto Araribá Geografia

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para degustação

A coleção relaciona os conceitos da Geografia ao cotidiano do aluno e à realidade do mundo, promovendo a reflexão sobre questões atuais e a compreensão sobre as relações entre sociedade e natureza e a educação em valores. O programa de representações gráficas apresenta as ferramentas básicas para o estudo da disciplina. O ensino da leitura, da compreensão e da avaliação de diferentes tipos de textos, de forma sistematizada, valoriza uma formação crítica e reflexiva. Acesse o site da coleção e conheça todos os recursos multimídia que preparamos para facilitar a prática pedagógica dos professores adotantes e despertar o interesse nos alunos. Para mais informações sobre o conteúdo e a versão digital para tablet, entre em contato com o seu consultor Moderna!

Projeto

Araribá geografia

Projeto Araribá geografia

Professor, esta amostra apresenta algumas unidades do Projeto Araribá Geografia. Nela, você poderá conhecer a estrutura da coleção e o conteúdo programático desenvolvido para proporcionar aulas ainda mais dinâmicas e completas.

amostra para degustação do professor

Ensino Fundamental II

Projeto Araribá geografia

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confira: Nossos consultores estão à sua disposição para fornecer mais informações sobre esta obra.

www.moderna.com.br/arariba

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• Sumário da obra • Uma seleção de conteúdos didáticos para análise do professor



ARARIBÁ GEOGRAFIA

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Organizadora: Editora Moderna Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. Editor Executivo: Fernando Carlo Vedovate

3a edição

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© Editora Moderna, 2010

Elaboração de originais Denise Cristina Christov Pinesso Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo. Mestre em Geografia Física pela Universidade de São Paulo. Professora da rede municipal de São Paulo. Ana Paula Ribeiro Licenciada em Geografia pela Universidade Paulista. Licencianda em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos. Professora de Geografia na rede municipal de São Paulo. Editora. Angélica Campos Nakamura Graduanda do curso de bacharelado e licenciatura em Geografia pela Universidade de São Paulo. Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela Faculdade Cásper Líbero. Gustavo Nagib Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graduando do curso de Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor em escolas particulares de São Paulo. Karina Hide Sugiyama Idehara Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graça Maria Lemos Ferreira Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Marcello Martinelli Professor Livre-docente de Cartografia Temática do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. Wagner Nicaretta Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Editor. Sonia Cunha de Souza Danelli Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Editora.

Coordenação editorial: Fernando Carlo Vedovate, Ana Paula Ribeiro Edição de texto: Ana Paula Ribeiro, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara, Wagner Nicaretta Assistência editorial: Daiane Ciriáco Preparação de texto: Renato da Rocha Carlos Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Aurélio Camilo Foto da capa: Folião do carnaval, Veneza (Itália). © Tommaso Di Girolamo/Glow Images/Imageplus Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho Edição de páginas especiais: William Hiroshi Taciro (coordenação), Daniela Máximo, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara Edição de arte: Alexandre Lugó Ayres Neto Editoração eletrônica: Setup Bureau Editoração Eletrônica Ilustrações: Cassio Carneiro Bittencourt, Cecília Iwashita, Estúdio Ilustranet, Félix Reiners, Ligia Duque, Nilson Cardoso, Paulo Manzi, Pingado, São Longuinho Design, Sidney Meireles Cartografia: Alessandro Passos da Costa, Anderson de Andrade Pimentel, Fernando José Ferreira Coordenação de revisão: Elaine C. del Nero Revisão: Ana Curci, Ana Maria de C. Tavares, Daniela Pita, Fernanda Marcelino, Maristela Carrasco, Renato Tresolavy Coordenação de pesquisa iconográfica: Ana Lucia Soares Pesquisa iconográfica: Luciano Baneza Gabarron, Evelyn Torrecilla As imagens identificadas com a sigla CID foram fornecidas pelo Centro de Informação e Documentação da Editora Moderna. Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Alexandre Petreca, Arleth Rodrigues, Fábio N. Precendo, Rubens M. Rodrigues. Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Hélio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Impressão e acabamento:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Projeto Araribá : geografia : ensino fundamental / obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna ; editor executivo Fernando Carlo Vedovate. — 3. ed. — São Paulo : Moderna, 2010. Obra em 4 v. para alunos do 6o ao 9o ano. “Componente curricular : Geografia” Bibliografia. 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Vedovate, Fernando Carlo.

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CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 ISBN 978-85-16-06836-3 (LA) ISBN 978-85-16-06837-0 (LP) Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2010 Impresso no Brasil 1 3

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Apresentação

“S

e a Terra é lugar de múltiplas relações, a geografia é uma das lentes que permitem a sua leitura. O olhar geográfico sobre o mundo se fez a partir da organização do espaço, isto é, da materialização de projeção no espaço dessas múltiplas relações. Homens e mulheres, velhos e crianças produzem seus espaços, para neles produzir e perpetuar seus sonhos, projetos, necessidades.” KOZEL, Salete; FILIZOLA, Roberto. Memórias da terra: o espaço vivido. São Paulo: FTD, 1996. p. 7.

Este livro vai ajudá-lo(a) a conhecer um pouco mais alguns lugares do Brasil e do mundo. Você vai perceber que alguns deles são muito parecidos com o lugar onde você vive e que outros são muito diferentes. Em alguns desses lugares, as pessoas têm um modo de vida parecido com o do lugar onde você mora. Em outros, o modo de vida é bem diferente. Você também vai compreender que, no mundo todo, os seres humanos se relacionam entre si e com o meio em que vivem, construindo, a todo momento, novas paisagens e novas relações sociais. Bom estudo!

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Organização da Unidade Um livro organizado Unidade

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Seu livro tem 8 unidades, que apresentam uma organização clara e regular: abertura, estudo dos temas, Atividades, Representações gráficas e Compreender um texto.

O sistema solar e a Terra

O planeta Terra

O

sistema solar é formado pelo Sol e pelos astros que giram ao seu redor, como a Terra, o planeta onde vivemos. Assim como os demais astros, a Terra não fica parada no espaço sideral; ela executa importantes movimentos. O Sol é a estrela mais próxima de nós. A luz e o calor que ele irradia foram fundamentais para que surgisse a vida na Terra. Nesta unidade, vamos estudar essas e outras características do nosso planeta.

Vênus

Diâmetro: 12.104 km Massa: 4,87 x 1024 kg (0,82 vezes a da Terra) Rotação: -243 dias Translação: 0,61 ano Temperatura média: 457 °C Satélites: Zero

Abertura da unidade

Terra

Mercúrio

Diâmetro: 4.878 km Massa: 3,30 x 1023 kg (0,06 vezes a da Terra) Rotação: 58,64 dias Translação: 0,24 ano Temperatura média: 167 °C Satélites: Zero

Diâmetro: 12.753 km Massa: 5,97 x 1024 kg Rotação: 0,99 dia Translação: 1,00 ano Temperatura média: 14 °C Satélites: 1

Diâmetro: 119.871 km Massa: 5,68 x 1026 kg (95 vezes a da Terra) Rotação: 0,44 dia Translação: 29,40 anos Temperatura média: -170 °C Satélites: 62

Júpiter

Diâmetro: 142.800 km Massa: 1,90 x 1027 kg (318 vezes a da Terra) Rotação: 0,41 dia Translação: 11,85 anos Temperatura média: -150 °C Satélites: 62

Se os planetas e o Sol pudessem ser colocados lado a lado, teríamos uma imagem semelhante a esta, em que é possível observar, por exemplo, as diferenças de tamanho, forma e coloração dos astros.

Urano

Netuno

Diâmetro: 51.488 km Massa: 8,68 x 1025 kg (14,5 vezes a da Terra) Rotação: -0,71 dia Translação: 84,02 anos Temperatura média: -200 °C Satélites: 27

Diâmetro: 49.493 km Massa: 1,02 x 1026 kg (17,2 vezes a da Terra) Rotação: 0,67 dias Translação: 164,79 anos Temperatura média: -210 °C Satélites: 13

Sol Diâmetro: 1.391.000 km Massa: 1,989 x 1030 kg (332.900 vezes a da Terra) Rotação: 26,8 dias Temperatura média: 5.504 °C

Começando a Unidade 1 Quais são os oito planetas do sistema solar? Cite-os começando pelo mais próximo do Sol. 2 Você sabe quanto tempo a Terra leva para girar ao redor do Sol?

Régua cósmica (em milhões de quilômetros) Distância média de cada planeta até o Sol Mercúrio 57.909.175 km 3 min

Planetas internos: menores, mais próximos do Sol, rochosos

Fonte: Nasa. Disponível em <http://solarsystem.nasa.gov/planets/charchart.cfm>; Window to the Universe. Disponível em <www.windows2universe.org/windows.html>. Acesso em 14 jun. 2010.

Planetas externos: maiores, mais afastados do Sol, gasosos 1.000

Marte 227.936.640 km 13 min

4 Observe atentamente a ilustração e analise as informações nela contidas. Seria possível formar dois grupos diferentes de planetas (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte em um grupo; e Júpiter, Saturno, Urano, Netuno em outro)?

Classificação dos planetas

Terra 149.597.890 km 8 min

SOL

3 Você sabe alguma coisa sobre mudanças que ocorreram recentemente na classificação dos planetas? Se sim, o quê?

Tempo aproximado que a luz do Sol leva para chegar ao planeta Vênus 108.208.930 km 6 min

0

Um pequeno texto apresenta os conteúdos que serão desenvolvidos na unidade.

Saturno

Marte

Diâmetro: 6.785 km Massa: 6,42 x 1023 kg (0,11 vezes a da Terra) Rotação: 1,02 dia Translação: 1,88 ano Temperatura média: -55 °C Satélites: 2

Júpiter 778.412.020 km 43 min

2.000

3.000

Saturno 1.426.725.400 km 78 min

4.000

5.000

Urano 2.870.972.200 km 161 min

Netuno 4.498.252.900 km 250 min

(milhões de quilômetros)

As questões propostas convidam você a analisar as imagens da abertura e a recordar o que já sabe sobre o assunto que será estudado.

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Estudo dos temas

Tema

D

esde o início de sua história, os seres humanos criam mecanismos de orientação no espaço geográfico para se deslocarem de um lugar para outro, prevendo o retorno ao ponto de partida.

Glossário

As colunas laterais trazem glossário e outras informações adicionais.

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A orientação pelo Sol Observando o Sol, o ser humano percebeu que esse astro surge (ao amanhecer) e desaparece (ao anoitecer) nas mesmas direções todos os dias. Com base nessa observação, foi determinado um conjunto de pontos de orientação, chamados pontos cardeais: leste, oeste, norte e sul. A direção do Sol ao nascer ficou determinada como leste (L) ou oriente (que significa nascente). O lado oposto, em que o Sol desaparece, ficou determinado como oeste (O) ou ocidente (que significa poente). Determinados os pontos leste e oeste, foram estabelecidos o norte (N), ou setentrional ou boreal, e o sul (S), ou meridional ou austral. Observe a figura 29 e leia o quadro 4.

A orientação Quando queremos nos orientar em relação às pessoas e aos objetos, é comum que no dia a dia usemos termos como “à frente”, “atrás”, “à direita”, “à esquerda”, “para cima”, “para baixo”, entre outros. Também empregamos elementos das paisagens como pontos de referência: “atrás da igreja”, “na frente do supermercado”, “vire à direita depois da ponte”, “à esquerda depois da praça”. Mas como nos orientar em espaços maiores, como em alto-mar ou em um deserto, ou numa floresta densa, quando não existem pontos de referência? Há muito tempo, observando os astros, os seres humanos perceberam que é possível se orientar em espaços onde não haja pontos de referência conhecidos.

Elementos visuais, como ilustrações e mapas, exemplificam e complementam os conteúdos desenvolvidos na unidade.

Norte Oeste

Sol Leste

Sul

Figura 29. Estendendo o braço direito para a direção onde o Sol nasce, encontramos o leste (L). O braço esquerdo indicará o oeste (O). À frente teremos o norte (N) e atrás, o sul (S).

Quadro 4

Vocabulário em contexto

Os pontos de orientação e a construção de moradias

Aprenda mais sobre o uso da palavra nascente no Guia de estudo.

A construção de um imóvel requer muita atenção. Por exemplo, na maior parte do Brasil, em que predominam temperaturas mais elevadas, os quartos e as salas deveriam estar sempre voltados para onde o Sol aparece; assim, eles seriam menos aquecidos por receberem apenas a irradiação da manhã. As casas que têm a frente voltada para o sul não recebem luz direta, portanto recebem menos calor. Já a frente da casa voltada para o norte possibilita receber maior incidência de Sol durante o ano todo, especialmente no inverno.

De olho na figura

Atividades de aplicação imediata estimulam você a explorar as imagens e a relacioná-las com as informações do texto, ajudando a fixar o que está sendo estudado.

t Quais cores representam os pontos

cardeais, colaterais e subcolaterais?

A rosa dos ventos

Com base nos pontos cardeais, foram determinadas direções intermediárias, conhecidas como pontos colaterais: nordeste (NE), noroeste (NO), sudeste (SE) e sudoeste (SO). Existem ainda os pontos subcolaterais, localizados entre os cardeais e os colaterais: norte-nordeste (N-NE), norte-noroeste (N-NO), sul-sudeste (S-SE), sul-sudoeste (S-SO), leste-nordeste (L-NE), leste-sudeste (L-SE), oeste-noroeste (O-NO) e oeste-sudoeste (O-SO). Os pontos de orientação (cardeais, colaterais e subcolaterais) compõem uma figura denominada rosa dos ventos (figura 30).

A orientação pela Lua

Astro Nome dado a todos os corpos celestes: planetas, estrelas, cometas etc.

Pontos cardeais

Mas o que fazer à noite, sem a luz do Sol ou sem instrumentos de orientação? Se o céu estiver sem nuvens, poderemos usar a Lua, que também surge na direção leste e desaparece na direção oeste. O procedimento para determinar os pontos de orientação tomando a Lua como referência são os mesmos adotados para o Sol.

Figura 28. Homem andando no deserto, na Líbia, em 2006. Como saber para onde ir na ausência de pontos de referência?

Pontos colaterais Pontos subcolaterais Figura 30. A rosa dos ventos funciona como um conjunto de referências a partir do ponto onde o observador se encontra.

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Para assistir

Oliver Twist. Direção: Roman Polanski. Inglaterra/ República Tcheca/França/ Itália: Columbia, 2005. O filme aborda a sociedade inglesa no período da Primeira Revolução Industrial através do personagem Oliver, um órfão que convive com a fome e o trabalho escravo. Tempos modernos. Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos: Continental, 1936. Charles Chaplin (Carlitos, para nós, brasileiros) interpreta um operário que enlouquece com a rotina do trabalho na linha de montagem de uma indústria, no período da Segunda Revolução Industrial.

Segunda Revolução Industrial

A partir da segunda metade do século XIX, a industrialização expandiu-se para França, Alemanha, Rússia, Japão e Estados Unidos, ameaçando a hegemonia inglesa. Iniciava-se uma nova fase da produção industrial, que ficou conhecida como Segunda Revolução Industrial. A nova etapa da industrialização caracterizou-se pelo domínio da eletricidade, pela invenção do motor a combustão, do automóvel, do telefone e do telégrafo, inovações tecnológicas que possibilitaram um grande aumento da produção industrial. Na Segunda Revolução Industrial, o carvão mineral foi aos poucos sendo substituído pelo petróleo, que se tornou a fonte de energia mais usada no mundo. As indústrias petroquímicas, siderúrgicas e automobilísticas superaram em importância a indústria têxtil (quadro 1). O minério de ferro, o aço e o petróleo tornaram-se mais importantes que as matérias-primas têxteis (algodão, lã etc.). A especialização do trabalhador ampliou-se ainda mais com a criação da linha de montagem, na qual cada operário realiza uma tarefa específica.

Quadro 1

A partir da década de 1970, o desenvolvimento da eletrônica e o surgimento da informática possibilitaram a introdução de novas técnicas de produção. Iniciou-se, assim, uma nova fase da indústria, conhecida como Terceira Revolução Industrial. A Terceira Revolução Industrial caracteriza-se pela grande importância da tecnologia avançada ou de ponta, presente em muitas indústrias, e pelo uso do silício, mineral empregado na fabricação de placas de computador. Nas fábricas, é cada vez maior a robotização, isto é, o uso de robôs no lugar da mão de obra humana (figura 5). Os robôs executam tarefas repetitivas, perigosas ou de precisão, em ambientes inadequados para os seres humanos, com temperaturas muito altas ou muito baixas, sem ar ou muito escuros, sem correr o risco de adquirir doenças ou de sofrer acidentes. É também nessa fase da industrialização que se destaca o desenvolvimento das telecomunicações e da biotecnologia, sobretudo a engenharia genética. Na Terceira Revolução Industrial, buscam-se fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica e a de origem orgânica, em substituição ao ainda importante e indispensável petróleo. Apesar de toda a sua evolução e expansão, desde que se desenvolveu na Inglaterra, no século XVIII, a indústria é uma atividade bastante concentrada em algumas regiões do mundo. Veja o mapa (figura 6). A partir das últimas décadas do século XX, muitas indústrias dos países ricos passaram a transferir parte de suas fábricas para países mais pobres. Essas indústrias, em geral, são as que necessitam de grande disponibilidade de matéria-prima e de fontes de energia, e de mão de obra barata e abundante. Por esses fatores, algumas nações subdesenvolvidas vêm se transformando em novos polos industriais. Figura 6

Indústria petroquímica no Texas, nos Estados Unidos, em 1908.

Figura 5. Robôs soldando peças em um chassi de automóvel, no município de Douai, na França, em 2010.

Vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra polo no Guia de estudo.

AS PRINCIPAIS REGIÕES INDUSTRIAIS DO MUNDO – 2007

Principais indústrias da Segunda Revolução Industrial As indústrias petroquímica (A) e automobilística (B) foram as que mais se destacaram na Segunda Revolução Industrial. A primeira como fornecedora de matéria-prima e a segunda como símbolo da produção por meio da linha de montagem. A

As palavras destacadas nessa vinheta remetem à seção Vocabulário em contexto do Guia de estudo.

Terceira Revolução Industrial

As revoluções industriais Primeira Revolução Industrial

A revolução no modo de produzir teve início na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, e ficou conhecida como Primeira Revolução Industrial. O destaque nesse período foi a indústria têxtil. A partir da Primeira Revolução Industrial, o desenvolvimento científico e tecnológico foi acompanhado de grandes transformações não só na produção de bens, mas também nos transportes, nas comunicações, nas relações sociais e nas relações entre os seres humanos e a natureza.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Nas laterais do texto informativo, há sugestões de leituras, filmes e sites para você aprofundar seus conhecimentos. Atividades práticas solicitam a interpretação de dados de tabelas e gráficos, para que você tire suas conclusões a partir dessas análises.

Orientação no espaço geográfico

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Ao longo do desenvolvimento dos temas há quadros que aprofundam o assunto estudado.

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Cada unidade apresenta 4 temas, que desenvolvem os conteúdos de modo claro e organizado, mesclando texto e imagens variadas.

CAN Chicago Los Angeles

EUA

RUN

Londres Paris Nova York

FRA

Moscou

URAIS

Gráficos, mapas e tabelas estimulam a leitura de informações em diferentes linguagens.

RUS Novosibirsk

ALE

RHUR Pequim

ITA

Seul

CHINA ÍNDIA

Houston

Mumbai

Cidade do México

B

Calcutá

JAP Tóquio

Taipé Hong Kong Cingapura

COPPERBELT

BRASIL São Paulo

Johanesburgo Santiago

Indústria automobilística em Unterturkheim, na Alemanha, em 1904.

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Centro industrial Região industrial

Buenos Aires

Sidnei

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 50.

Países mais industrializados

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Páginas especiais

A seção Saiba mais traz informações complementares sobre um assunto já abordado na unidade.

Saiba mais

No século XIX já havia carros elétricos

Santa Catarina na pré-história

Na virada do ano 1900, os automóveis elétricos eram mais comuns do que os automóveis a gasolina na maior parte das cidades americanas e ninguém acreditaria que ocorreriam mudanças significativas. No ano de 1900 foram produzidos 1575 automóveis elétricos contra apenas 936 carros a gasolina.

Glossário

CLAUDINO, Daniela da Costa; FARIAS, Deisi S. Eloy de. Arqueologia e preservação: sambaqui do Morro do Peralta. Florianópolis: Samec Editora, 2009. p. 11.

Zoólito Escultura em forma de animal feita de pedra.

Um antecedente importante para o surgimento de automóveis elétricos havia sido o sucesso dos sistemas de bondes elétricos (substituindo as carroças ou bondes com cavalos) e dos primeiros sistemas metroviários. Outro antecedente foi o surgimento dos sistemas ferroviários elétricos, principalmente nos países europeus. Entretanto, por volta de 1905 os automóveis a gasolina começaram a tomar a dianteira em termos de popularidade. A autonomia de 70 milhas (cerca de 100 km) é mais que o dobro da autonomia de um carro elétrico (30 milhas, ou seja, aproximadamente 50 km). O investimento inicial assim como o custo operacional dos automóveis elétricos era maior que os movidos a gasolina. [...] Em 1901 foram descobertos no Texas grandes campos de petróleo fazendo cair os custos do mesmo. Entre 1906 e 1910 tornou-se evidente que o carro elétrico tinha um desempenho inferior. Qual era a motivação para o gasto de tempo e dinheiro para desenvolver uma tecnologia inferior? Motivações ambientalistas? De quais ambientalistas? Limpar as cidades da poluição? Qual poluição? Reduzir a dependência do petróleo e o déficit da balança comercial? Qual déficit? Qual dependência? Ninguém iria se preocupar com problemas que ainda não existiam na época.

Um dos mais prestigiados fabricantes de carros elétricos daquela época dizia que ‘a eletricidade preenche melhor os requisitos de um sistema de tração do que as máquinas a vapor ou mesmo os motores a explosão’. A própria revista Scientific American de 1899 dizia que ‘a eletricidade é ideal para veículos pois ela elimina os dispositivos complicados associados aos motores movidos a gasolina, vapor e ar comprimido, evitando o ruído, vibração e calor associados’. [...]

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povos que ocuparam o território litorâneo do município foram os sambaquieiros, que ali permaneceram pelo menos 4.000 anos. Os sambaquis são sítios arqueológicos construídos pelos sambaquieiros, também conhecidos como pescadores-coletores, que viveram há muito tempo, principalmente no litoral sul brasileiro. Nesta região, há sambaquis que foram construídos há aproximadamente 4.550 anos a.C. É muito tempo, não é mesmo? São os sítios arqueológicos mais antigos do litoral sul de Santa Catarina. Sua principal característica são as muitas conchas que os compõem, por isso sua denominação originada do tupi-guarani: Tamba = conchas e Ki = amontoado. Normalmente, estes sítios possuem forma arredondada e são de vários tamanhos – alguns chegam a ter mais de 30 metros de altura, como o sambaqui da Carniça, no bairro de Campos Verdes, Laguna. Os sambaquis, geralmente, eram construídos ao redor da lagoa, pois os povos que os habitaram eram pescadores-coletores e viviam dos recursos alimentares oferecidos por este ambiente. Os povos sambaquieiros viviam em sociedade e produziam seus artefatos a partir de ossos de animais, como anzóis, espátulas, agulhas etc. Um artefato que se destaca nesta cultura é o zoólito, valorizado por sua beleza e raridade. Uma das funções do sambaqui era servir para o desenvolvimento de cerimônias, pois lá sepultavam seus mortos. Também serviam para marcar território.

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Em Lugares interessantes você conhecerá diferentes lugares do Brasil e do mundo que têm relação com os temas da unidade.

Lugares interessantes

O município de Laguna, no estado de Santa Catarina, foi habitado por diversos“ povos. Alguns compartilharam o mesmo ambiente, outros não. Os primeiros

Nos dois casos, há atividades de compreensão da leitura apresentada.

GOLDEMBERG, Clovis; LEBENSZTAJN, Luiz; PELLINI, Eduardo L. A evolução do carro elétrico. Laboratório de Processamento de Sinais/Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos/Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Disponível em <www.lps.usp.br/lps/arquivos/conteudo/.../CarroEletrico2005.pdf>. Acesso em 22 jun. 2010.

Vista do sítio arqueológico Sambaqui Garopaba do Sul, em Jaguaruna, Santa Catarina, em 2004.

1. De acordo com o texto, há quantos milhares de anos os povos samba-

1. Quais vantagens eram levadas em conta, na vi-

3. Qual é a relação da descoberta de campos de

2. Quais foram os antecedentes importantes para

4. Por que se diz que os problemas ambientais

rada do século XX, para que se fabricassem mais automóveis elétricos que movidos a gasolina?

quieiros habitaram a região sul do Brasil?

2. O que são os sambaquis? Você já tinha ouvido falar nesse assunto? 3. Quais eram as funções dos sambaquis?

petróleo no Texas com a popularidade dos carros a gasolina?

o surgimento dos veículos elétricos?

não existiam naquele momento?

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Atividades

ATIVIDADES

Temas 1a4

C Organize o conhecimento

O professor sorteará para cada grupo um dos tipos de formação vegetal do Brasil. Na pesquisa, o grupo deverá destacar: t as formas do relevo; t a bacia hidrográfica e os principais rios; t os tipos de clima e suas características.

do mundo.

Quadro das formações vegetais Formação vegetal

Atividades de síntese, compreensão e sistematização dos conteúdos aprendidos.

sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rigidamente no espaço [...], lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante...

4. Pesquisa em grupo.

1. Preencha o quadro com as informações sobre as principais formações vegetais

Organize o conhecimento

Faixa climática

Características

Locais de ocorrência

Florestas Equatoriais e Tropicais Florestas Temperadas e Subtropicais

CUNHA, Euclides da. Os sertões. 38. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1997. p. 49.

a) Pesquisem em um dicionário as palavras que vocês não conhecem e anotem o significado no caderno. b) Vocês conseguem descobrir que tipo de vegetação é descrito nesse texto? Que informações do texto levaram a essa conclusão? c) Que imagem o autor constrói dessa vegetação? Façam um desenho procurando representá-la.

5. Junte-se a um colega e leiam este trecho de Os

Florestas Boreais

sertões, uma obra da literatura brasileira.

Savanas

[Essa vegetação] o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; [...] repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças; [...] árvores

Tundra Vegetação de deserto C Aplique seus conhecimentos

OCEANO PACÍFICO

Floresta Amazônica

Campos

Mata Atlântica

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2003. p. 14.

Complexo do Pantanal

OCEANO

Mata dos Pinhais

Vegetação litorânea

ATLÂNTICO

Cerrado

Área devastada pela ação do homem

Caatinga

Aplique seus conhecimentos

Desafio!

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figura 22 (página 131) e responda. a) Qual o tipo de vegetação predominante nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste do Brasil, atualmente? b) Que tipos de vegetação foram mais devastados no Brasil? E menos devastados? c) Na sua opinião, quais foram as razões que motivaram o desmatamento? d) Que tipos de vegetação original existem no estado onde você vive? e) Dê um título ao mapa ao lado.

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2. Observe o mapa ao lado, compare-o com a

d) está certa, pois é o que vai definir as estações climáticas. e) está certa, pois este é o parâmetro que define o clima de uma dada área.

6. (Enem-1998) As figuras a seguir representam a variação anual de temperatura e a quantidade de chuvas mensais em dado lugar, sendo chamadas de climogramas. Nesse tipo de gráfico, as temperaturas são representadas pelas linhas, e as chuvas, pelas colunas.

mm

mm

°C mm

°C

mm

A

°C

7. (PUCCamp/SP - 2001) Observe o esquema: °C EFEITOS DE “X” SOBRE OS BIOMAS

B

Neve e gelo

Plantas baixas, liquens e musgos

Floresta pluvial, deserto e campo

Floresta de Floresta coníferas temperada

3. Leia o texto a seguir, observe a foto e, com base no que estudamos nesta unidade, responda às questões. O Cerrado é fundamental para a preservação dos rios, pois ele recobre e protege as nascentes, ajudando a reter a água no curso do rio. A destruição do Cerrado também pode provocar o aumento do número de pássaros predatórios, tais como as pombas avoantes, além da infestação de insetos que prejudicam a agricultura. Isso acontece porque a destruição da vegetação provoca o desaparecimento dos seus habitantes naturais, que garantem o equilíbrio ecológico da região. O lobo-guará, por exemplo, come ovos e filhotes das pombas, assim como certos pássaros alimentam-se de insetos prejudiciais às lavouras. (Elaborado com base em <www.clubedasemente.org.br>)

Leia e analise: A distribuição das chuvas no decorrer do ano, conforme mostrado nos gráficos, é um parâmetro importante na caracterização de um clima. A esse respeito podemos dizer que a afirmativa: a) está errada, pois o que importa é o total pluviométrico anual. b) está certa, pois, juntamente com o total pluviométrico anual, são importantes variáveis na definição das condições de umidade. c) está errada, pois a distribuição das chuvas não tem nenhuma relação com a temperatura.

a) Cite duas consequências da destruição do Cerrado. b) Qual é a relação entre a atividade representada na foto e o Pulverização de lavoura de soja no município de Rio Verde, desmatamento do Cerrado no Brasil?

Assinale a alternativa que identifica o elemento retratado no esquema. a) ( ) Maritimidade b) ( ) Latitude c) ( ) Continentalidade d) ( ) Longitude e) ( ) Intemperismo

estado de Goiás, em 2010.

134

Representações gráficas

Representações gráficas

Geologia é a ciência que estuda a história da Terra. E, como vimos no tema 2, tempo geológico é o tempo de existência da Terra, desde a sua formação até os dias atuais. O tempo geológico corresponde a cerca de 4,5 bilhões de anos. Você consegue imaginar um período de 4,5 bilhões de anos? Para facilitar essa compreensão, podemos usar uma linha do tempo.

Era Mesozoica

92

93

94

95

96

97

98

99

2000

XXVI Jogos Olímpicos (Atlanta, EUA)

XXV Jogos Olímpicos (Barcelona, Espanha)

A elaboração da linha do tempo geológico não é tarefa simples. Observe a figura A: o tempo geológico (4,5 bilhões de anos) está representado em uma reta de 16,5 centímetros. Nessa escala, a Era Cenozoica (iniciada há 70 milhões de anos) equivale a um segmento de apenas 3 milímetros; já o aparecimento do gênero Homo (ocorrido há 2 milhões de anos) será uma marca a 0,08 milímetro do final deste segmento. Veja três exemplos de linha (ou escala) do tempo geológico nas figuras A, B e C.

Era P aleozo

ERA PALEOZOICA

ERA MESOZOICA 300

250

200

150

Esta é a forma mais utilizada atualmente para descrever a história geológica da Terra. Além de facilitar a representação do longo Pré-Cambriano, a espiral temporal indica que processos atuais ocorreram no passado e que não necessariamente todos os processos do passado ocorrem no presente, e vice-versa.

50

Propõe atividades de leitura, análise e aplicação dos conhecimentos desenvolvidos na seção.

Pratique

1. Há quantos anos surgiu a Terra? 2. Em qual era geológica surgiram os seres

4,5 bilhões de anos atrás

ERA CENOZOICA

100

Pratique

E

4,5 bilhões de anos PRÉ-CAMBRIANO

ica

Pré -Cam briano

FIGURA A

550 milhões 500 450 400 350 de anos Neste exemplo, há duas linhas do tempo. A inferior traz um detalhamento das eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica.

ra Ce no zo ica

91

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1990

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O que é A linha do tempo é uma representação gráfica que mostra datas e eventos organizados na sequência em que ocorreram. Em geral, aparece como uma reta dividida em segmentos proporcionais, em que cada segmento representa um período de tempo ou quantidade de anos (1 mês, 1 ano, 100 anos, mil anos etc.). Observe, a seguir, a linha do tempo dos anos 1990, com a indicação das Olimpíadas realizadas no período. Note que cada segmento mede 1 cm e representa 1 ano.

O que é

Hoje

humanos?

Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em <www.ufrgs.br/geociencias/>. Acesso em 17 jun. 2010.

Fonte: elaborado com base em Mineropar. Disponível em <http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/conteudo. php?Conteudo=11>. Acesso em 17 jun. 2010.

3. Em qual era geológica vivemos hoje?

FIGURA B PRÉ-CAMBRIANO 1.200.000.000

1.100.000.000

1.000.000.000

continua até 4.500.000.000

900.000.000

ERA PALEOZOICA 800.000.000

700.000.000

600.000.000

500.000.000

ERA MESOZOICA

400.000.000

300.000.000

200.000.000

ERA CENOZOICA 100.000.000 de anos atrás

Hoje

Fonte: elaborado com base em LEINZ, Viktor; AMARAL, Sérgio E. do. Geologia geral. 14. ed. São Paulo: Nacional, 2003. p. 27.

Observe que o início da linha do tempo está pontilhado: isso indica que foi representada apenas uma parte do Pré-Cambriano.

60

61

Compreender um texto

Compreender um texto

Amazônia Azul — patrimônio brasileiro no mar

Seção com diferentes tipos de texto e atividades que estimulam o aluno a gostar de ler e a compreender o que lê.

Glossário

A Amazônia Legal tem uma área de aproximadamente 5.217.423 km², o que corresponde a [cerca de 60%] da área continental do Brasil (8.514.876 km²). No mar, a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira, cujo limite exterior é de 200 milhas náuticas (370 km), tem uma área oceânica aproximada de 3.539.919 km², os quais, somados aos cerca de 950.000 km² de plataforma continental reivindicados junto à Comissão de Limites da Plataforma Continental da ONU, perfazem um total de 4.489.919 km², delimitando o que denominamos de Amazônia Azul, uma extensa área oceânica, adjacente ao continente brasileiro, e que corresponde a aproximadamente 52% da nossa área continental. Adjacente Situado em local próximo; confinante, contíguo, vizinho.

Multifacetado Que possui características variadas e peculiares, muitas faces.

Obter informações Desenvolve a habilidade de identificar e fixar as principais ideias do texto.

A

Plataforma de petróleo e reboque nas proximidades de Vitória, no Espírito Santo, em 2009.

ATIVIDADES

AMAZÔNIA AZUL

Nessa imensa área, o Brasil possui interesses importantes e distintos. Cerca de 95% do comércio exterior brasileiro passam por essa massa líquida, movimentando nossos mais de 40 portos nas atividades de importação e exportação. Por outro lado, é do subsolo marinho, no limite da ZEE, que o Brasil retira a maior parte do seu petróleo e gás, elementos de fundamental importância para o desenvolvimento do País. Ademais, também é relevante a atividade pesqueira, que nos permite retirar do mar recursos biológicos ricos em proteína. Embora com futuro incerto, ainda que promissor, o Brasil, nos limites da sua Amazônia Azul, poderá explorar e aproveitar os recursos minerais do solo e subsolo marinhos.[...] No ambiente político, econômico e ecológico que caracteriza os dias de hoje, uma pressão crescente vem sendo exercida no sentido de gerenciar e controlar as atividades nos espaços marítimos adjacentes ao litoral dos Estados costeiros. Os países tecnologicamente mais bem sucedidos já adotaram algumas iniciativas concretas. Contudo, parece ser multifacetado esse trabalho de gerenciar e controlar áreas marítimas. Apenas um segmento da nação brasileira não seria suficiente para tanto. É preciso que toda a sociedade brasileira desenvolva esforços para que o país consiga, de fato, tomar posse desse imenso mar que nos pertence, a nossa Amazônia Azul. [...]

Interpretar Você vai relacionar, interpretar e avaliar as informações do texto.

C Obter informações

1. O que é a Amazônia Azul? Você já tinha ouvido Arquipélago de São Pedro e São Paulo

falar nesse termo?

2. Observe os gráficos e responda: Território Brasileiro 8.514.876 km2

Atol das Rocas

Território Brasileiro 8.514.876 km2

Arquipélago de Fernando de Noronha

B R A S I L

OCEANO

Amazônia Legal 5.217.423 km2

Amazônia Azul 4.489.919 km2

ATLÂNTICO

Ilhas de Trindade e Martim Vaz

a) A Amazônia Azul corresponde a qual porcentagem da área continental do Brasil? b) Qual das duas “Amazônias” ocupam maior área: a Amazônia Legal ou a Amazônia Azul?

3. No texto, encontramos a afirmação de que

A exploração da Amazônia Azul para o aumento das riquezas do Brasil deve levar em consideração os aspectos econômico (A), e ambiental (B), garantindo o uso racional do mar, r científico (C) mas sem deixar de assegurar ao mesmo tempo , soberania nacional sobre a região (D).

Fonte: Ministério da Defesa. Marinha do Brasil. Disponível em https://www.mar.mil.br/menu_h/noticias/petroleo/ patrimonio_brasileiro.htm>. Acesso em 16 mar. 2010.

Brasil

Área (km )

Território

8.500.000

Zona Econômica Exclusiva (ZEE)

3.500.000

“nessa imensa área, o Brasil possui interesses importantes e distintos”. Quais são as atividades econômicas que podem ser desenvolvidas nas áreas oceânicas e que são de interesse nacional?

Extensão da Plataforma Continental

911.000

4. De acordo com o texto, o Brasil já está preparado

ZEE + Extensão da Plataforma Continental (Amazônia Azul)

4.411.000

5. De acordo com a leitura do texto, é possível afir-

Mar Territorial

12 milhas

para gerenciar e cuidar da Amazônia Azul?

mar que controlar e gerenciar as áreas marítimas é tarefa simples? Transcreva um trecho do texto que justifique a sua resposta.

C Interpretar

6. Por que o patrimônio marítimo brasileiro, numa

comparação à Floresta Amazônica, foi chamado de “Amazônia Azul”?

B

Barco de pesca comercial em [local], em 2008.

112

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FIGURA C

Representação do tempo geológico

O programa desenvolve, em cada unidade, um tipo específico de representação gráfica.

Explica, em uma linguagem clara e direta, o que é, como é feito, como é utilizado cada um dos instrumentos desenvolvidos no programa.

135

As atividades desta seção apresentam questões selecionadas de vestibulares e Enem (Desafio!), situações relativamente novas, relacionadas ao conteúdo da unidade, e desenvolvem a habilidade de leitura de textos e imagens.

Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, Santa Catarina, em 2008. A UFSC é uma das instituições que se destacam no desenvolvimento de projetos científicos relacionados à Amazônia Azul.

C

D

Submarino Tamaio S31, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em [data], que compõe o sistema de vigilância e segurança da Marinha do Brasil.

C Pesquisa

7. Pesquise em livros, revistas e na internet informações sobre a Convenção sobre os Direitos do Mar, tentando descobrir: t onde e quando ocorreu t quantos países participam t o que ela estabelece t o que já foi realizado até agora

113

Pesquisa/Reflexão/Use sua criatividade! Você vai pesquisar novas informações, associar o que leu com seus próprios conhecimentos ou elaborar um trabalho pessoal.

8/13/10 4:14:59 PM


Sumário

Unidade 1

A GEOGRAFIA E A COMPREENSÃO DO MUNDO TEMA 1 – Paisagem, espaço e lugar .......................................................................................... 12 A paisagem, 12 - O espaço geográfico, 18 - O lugar, 19 TEMA 2 – O trabalho e a transformação do espaço geográfico ........................ 20 O trabalho humano, 20 - As relações entre trabalho e paisagem, 22 Atividades – Temas 1 e 2 ..........................................................................................................................................24 • Lugares interessantes – Santa Catarina na pré-história, 25 TEMA 3 – Orientação no espaço geográfico....................................................................... 26 A orientação, 26 - A orientação pelo Sol, 27 - A orientação pela Lua, 27 A orientação pela bússola, 28 - Os modernos instrumentos de orientação, 28 • Saiba mais – O astrolábio, 29 TEMA 4 – Localização no espaço geográfico ..................................................................... 30 Os paralelos e os meridianos, 30 - A latitude e a longitude, 31 Atividades – Temas 1, 3 e 4 .....................................................................................................................................32 Representações gráficas – Representações do espaço geográfico ........................................................34 Compreender um texto – Um espaço de fantasia ........................................................................................36

Unidade 2

O PLANETA TERRA TEMA 1 – Apresentando o planeta Terra............................................................................... 40 A Terra: características gerais, 40 - Os movimentos da Terra, 42 Os fusos horários, 44 - Os fusos horários no Brasil, 45 TEMA 2 – A origem da Terra .............................................................................................................. 46 O tempo geológico, 46 - A Terra por dentro e por fora, 48 Atividades – Temas 1 e 2 ..........................................................................................................................................50 • Lugares interessantes – Encostas do vulcão Vesúvio, 51 TEMA 3 – Como se formaram os continentes da Terra.............................................. 52 A deriva continental, 52 TEMA 4 – A Terra em movimento: as placas tectônicas .......................................... 54 A teoria das placas tectônicas, 54 - A formação das montanhas e a expansão dos oceanos, 55 - Os vulcões, 56 - Os terremotos, 57 Atividades – Temas 1, 3 e 4 .....................................................................................................................................58 Representações gráficas – Representação do tempo geológico .........................................................60 Compreender um texto – Um crocodilo nos mares pré-históricos brasileiros ................................62

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Unidade 3

OS CONTINENTES, AS ILHAS E OS OCEANOS TEMA 1 – Os continentes ..................................................................................................................... 66 A divisão política das terras emersas, 66 - A América, 67 - A África, 68 A Europa, 69 - A Ásia, 70 - A Oceania, 71 - A Antártida, 71 TEMA 2 – As ilhas........................................................................................................................................ 72 As ilhas e os arquipélagos, 72 Atividades – Temas 1 e 2 .........................................................................................................................................74 • Lugares interessantes – O maravilhoso inferno da Grande Ilha ............................................... 75 TEMA 3 – Os oceanos e os mares ......................................................................................................76 Os oceanos, 76 - Os mares, 77 - A exploração econômica dos oceanos, 77 TEMA 4 – A água nos continentes ............................................................................................... 78 A distribuição da água doce nos continentes, 78 O ciclo da água, 79 - Onde está a água doce?, 80 • Saiba mais – Impacto das mudanças climáticas sobre as geleiras da Patagônia ................. 83 Atividades – Temas 3 e 4 .........................................................................................................................................84 Representações gráficas – Elementos do mapa ............................................................................................86 Compreender um texto – A viagem de Darwin pelas ilhas Galápagos .................................................88

Unidade 4

RELEVO E HIDROGRAFIA TEMA 1 – As principais formas do relevo terrestre ..................................................... 92 As formas do relevo, 92 TEMA 2 – Os processos de formação e transformação do relevo.................... 96 Agentes internos ou endógenos, 96 - Agentes externos, 98 Atividades – Temas 1 e 2 ...................................................................................................................................... 100 • Lugares interessantes – Aconcágua ..................................................................................................101 TEMA 3 – O relevo brasileiro...........................................................................................................102 As principais formas de relevo no Brasil, 102 TEMA 4 – Os rios e as bacias hidrográficas do Brasil................................................104 A importância dos rios, 104 - Principais bacias hidrográficas do Brasil, 105 • Saiba mais – Impactos da construção de uma usina hidrelétrica.............................................107 Atividades – Temas 1, 3 e 4 ................................................................................................................................. 108 Representações gráficas – Principais tipos de mapa ................................................................................ 110 Compreender um texto – Amazônia Azul – patrimônio brasileiro no mar ....................................... 112

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8/13/10 4:15:23 PM


Sumário

Unidade 5

CLIMA E VEGETAÇÃO TEMA 1 – O clima .......................................................................................................................................116 Tempo e clima não são sinônimos, 116 TEMA 2 – Os climas da Terra e do Brasil ...............................................................................120 Os tipos de clima, 120 - Os climas do Brasil, 121 Os climas que não ocorrem no Brasil, 123 Atividades – Temas 1 e 2 ...................................................................................................................................... 124 • Saiba mais – A longa história das mudanças do clima .................................................................125 TEMA 3 – As grandes paisagens vegetais da Terra ...................................................126 Os tipos de paisagem vegetal, 126 TEMA 4 – A vegetação brasileira ................................................................................................130 Os tipos de vegetação no Brasil, 130 • Lugares interessantes – Parque Estadual de sequoias Humboldt ..........................................133 Atividades – Temas 1 a 4 ..................................................................................................................................... 134 Representações gráficas – Escala .................................................................................................................... 136 Compreender um texto – As veredas do grande sertão estão desaparecendo.............................. 138

Unidade 6

O CAMPO E A CIDADE TEMA 1 – O espaço rural e suas paisagens ........................................................................142 Paisagem rural, 142 - Atividades econômicas na paisagem rural, 142 TEMA 2 – Problemas ambientais no campo .....................................................................144 A degradação dos solos, 144 - Produtividade, fertilizantes químicos e agrotóxicos, 146 - Impactos ambientais resultantes da irrigação, 147 Atividades – Temas 1 e 2....................................................................................................................................... 148 • Saiba mais – Por que ocorrem as voçorocas? ..................................................................................149 TEMA 3 – O espaço urbano e suas paisagens..................................................................150 Os diferentes tipos de paisagem urbana, 150 TEMA 4 – Os principais problemas urbanos .....................................................................152 Moradias precárias, 152 - Transporte urbano, 153 Água e esgoto, 153 - Ilhas de calor, 153 - Lixo urbano 154 Atividades – Temas 1 a 4....................................................................................................................................... 156 Representações gráficas – Leitura das paisagens ...................................................................................... 158 Compreender um texto – A generalização das favelas ............................................................................ 160

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Unidade 7

EXTRATIVISMO E AGROPECUÁRIA TEMA 1 – Recursos naturais e atividades econômicas ..........................................164 A exploração dos recursos naturais, 164 - Recursos naturais e setores da economia, 165 TEMA 2 – O extrativismo....................................................................................................................170 A mais antiga das atividades, 170 Atividades – Temas 1 e 2 ...................................................................................................................................... 172 • Saiba mais – No século XIX já havia carros elétricos......................................................................173 TEMA 3 – A agricultura ........................................................................................................................174 A produção agrícola mundial, 174 - Condições naturais necessárias para o desenvolvimento da agricultura, 175 - Sistemas de produção agrícola, 176 Tipos de agricultura, 176 - Empresas agrícolas e agroindústria, 177 Produtos agrícolas no Brasil, 178 • Saiba mais – Cacau ....................................................................................................................................179 TEMA 4 – A pecuária ..............................................................................................................................180 A relação entre pecuária e agricultura, 180 - Sistemas de produção pecuária, 180 - A pecuária no Brasil, 181 Atividades – Temas 1, 3 e 4 ................................................................................................................................. 182 Representações gráficas – Gráficos: de colunas, de barras, de setores e pictogramas ................ 184 Compreender um texto – Assentamento ...................................................................................................... 186

Unidade 8

INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TEMA 1 – Do artesanato ao robô .................................................................................................190 Da produção manual às máquinas, 190 - As revoluções industriais, 192 O trabalho humano na indústria, 194 TEMA 2 – Tipos de indústria ...........................................................................................................196 Classificação dos tipos de indústria, 196 Atividades – Temas 1 e 2 .................................................................................................................................... 198 • Saiba mais – Como funciona o código de barras? .........................................................................199 TEMA 3 – O comércio .............................................................................................................................200 Tipos de comércio, 200 TEMA 4 – A prestação de serviços ............................................................................................202 A diversidade dos serviços, 202 - O rápido crescimento do turismo, 204 Atividades – Temas 1, 3 e 4 ................................................................................................................................. 206 Representações gráficas – A linguagem dos mapas ................................................................................ 208 Compreender um texto – Turismo regional ................................................................................................. 210

Referências bibliográficas ........................................................................................................... 212

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13.04.11 15:16:50


Unidade

2

O planeta Terra

Vênus

Diâmetro: 12.104 km Massa: 4,87 x 1024 kg (0,82 vezes a da Terra) Rotação: -243 dias Translação: 0,61 ano Temperatura média: 457 °C Satélites: Zero

Terra

Mercúrio

Diâmetro: 4.878 km Massa: 3,30 x 1023 kg (0,06 vezes a da Terra) Rotação: 58,64 dias Translação: 0,24 ano Temperatura média: 167 °C Satélites: Zero

Diâmetro: 12.753 km Massa: 5,97 x 1024 kg Rotação: 0,99 dia Translação: 1,00 ano Temperatura média: 14 °C Satélites: 1

Marte

Diâmetro: 6.785 km Massa: 6,42 x 1023 kg (0,11 vezes a da Terra) Rotação: 1,02 dia Translação: 1,88 ano Temperatura média: -55 °C Satélites: 2

Júpiter

Diâmetro: 142.800 km Massa: 1,90 x 1027 kg (318 vezes a da Terra) Rotação: 0,41 dia Translação: 11,85 anos Temperatura média: -150 °C Satélites: 62

Se os planetas e o Sol pudessem ser colocados lado a lado, teríamos uma imagem semelhante a esta, em que é possível observar, por exemplo, as diferenças de tamanho, forma e coloração dos astros.

Régua cósmica (em milhões de quilômetros) Distância média de cada planeta até o Sol Mercúrio 57.909.175 km 3 min

Tempo aproximado que a luz do Sol leva para chegar ao planeta Vênus 108.208.930 km 6 min

Classificação dos planetas Planetas internos: menores, mais próximos do Sol, rochosos

Terra 149.597.890 km 8 min 0

SOL

Planetas externos: maiores, mais afastados do Sol, gasosos 1.000

Marte 227.936.640 km 13 min

Júpiter 778.412.020 km 43 min

2.000 Saturno 1.426.725.400 km 78 min


O sistema solar e a Terra

O

sistema solar é formado pelo Sol e pelos astros que giram ao seu redor, como a Terra, o planeta onde vivemos. Assim como os demais astros, a Terra não fica parada no espaço sideral; ela executa importantes movimentos. O Sol é a estrela mais próxima de nós. A luz e o calor que ele irradia foram fundamentais para que surgisse a vida na Terra. Nesta unidade, vamos estudar essas e outras características do nosso planeta.

Saturno

Diâmetro: 119.871 km Massa: 5,68 x 1026 kg (95 vezes a da Terra) Rotação: 0,44 dia Translação: 29,40 anos Temperatura média: -170 °C Satélites: 62

Urano

Netuno

Diâmetro: 51.488 km Massa: 8,68 x 1025 kg (14,5 vezes a da Terra) Rotação: -0,71 dia Translação: 84,02 anos Temperatura média: -200 °C Satélites: 27

Diâmetro: 49.493 km Massa: 1,02 x 1026 kg (17,2 vezes a da Terra) Rotação: 0,67 dias Translação: 164,79 anos Temperatura média: -210 °C Satélites: 13

Sol Diâmetro: 1.391.000 km Massa: 1,989 x 1030 kg (332.900 vezes a da Terra) Rotação: 26,8 dias Temperatura média: 5.504 °C

Começando a Unidade 1 Quais são os oito planetas do sistema solar? Cite-os começando pelo mais próximo do Sol. 2 Você sabe quanto tempo a Terra leva para girar ao redor do Sol? 3 Você sabe alguma coisa sobre mudanças que ocorreram recentemente na classificação dos planetas? Se sim, o quê?

Fonte: Nasa. Disponível em <http://solarsystem.nasa.gov/planets/charchart.cfm>; Window to the Universe. Disponível em <www.windows2universe.org/windows.html>. Acesso em 14 jun. 2010.

3.000 Urano 2.870.972.200 km 161 min

4 Observe atentamente a ilustração e analise as informações nela contidas. Seria possível formar dois grupos diferentes de planetas (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte em um grupo; e Júpiter, Saturno, Urano, Netuno em outro)?

4.000

5.000 Netuno 4.498.252.900 km 250 min

(milhões de quilômetros) 39


Tema

1

Apresentando o planeta Terra

A

Glossário

Terra é constituída por muitos lugares com diferentes paisagens em permanente transformação. Vamos conhecer mais detalhes sobre o nosso planeta?

Satélite artificial Equipamento colocado em órbita da Terra com a ajuda de foguetes. Há diversos tipos de satélites artificiais: alguns registram imagens da superfície terrestre ou coletam dados da atmosfera; outros facilitam as telecomunicações etc.

A Terra, nosso planeta, localiza-se no sistema solar entre Vênus e Marte. Ela é o terceiro planeta mais próximo do Sol e o quinto do sistema solar em tamanho. No passado, alguns povos pensavam que a Terra era plana. Com o avanço da ciência descobriu-se que ela é redonda e, mais recentemente, por meio de estudos e análises de imagens de satélites artificiais, foi comprovado que é um corpo quase esférico. Nosso planeta é ligeiramente achatado nos polos. Esse formato é denominado geoide. Na superfície terrestre estão os elementos que garantem a existência da vida, como água, gases, rochas e minerais. Essa superfície é irregular: existem lugares planos e elevados, áreas em regiões mais baixas, montanhas, vales e outras formas. A superfície do planeta é constantemente modificada pelos seres humanos, que nela constroem casas, represas, pontes etc., plantam e realizam diversas outras atividades; e também é transformada pela ação dos ventos, das águas e outros elementos da natureza. O eixo terrestre

Assim como a maior parte dos astros do sistema solar, a Terra gira em torno de si mesma. O eixo imaginário ao redor do qual ela gira recebe o nome de eixo terrestre. Ele atravessa dois pontos na superfície da Terra: o Polo Norte e o Polo Sul. O eixo terrestre está inclinado em relação ao plano do movi­mento da Terra em torno do Sol (figura 1). Polo Norte

Círculo Polar Ártico

Tró pi

co d

Tró pi

co d

Figura 1. Observe o formato da Terra, seu eixo imaginário e a incidência dos raios solares sobre a superfície. 40

eC ânc er dor

Equ a

eC apr

icór

nio

Polo Sul Eixo imaginário da Terra Círculo Polar Antártico

ENERGIA SOLAR

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A Terra: características gerais


As zonas térmicas

Por causa da inclinação do eixo e da forma arredondada da Terra, a luz e o calor do Sol, importantes para o desenvolvimento da vida, não chegam com a mesma intensidade a todos os lugares do planeta (reveja a figura 1). • As áreas próximas ao Equador recebem grande quantidade de calor e são mais iluminadas. • Nos polos e nas regiões próximas a eles, os raios solares atingem a superfície de maneira muito Figura 2

inclinada e, por essa razão, a quantidade de calor é menor. Isso explica a formação das calotas de gelo nas proximidades dos polos Norte e Sul e a pequena presença de seres humanos nessas regiões. As diferenças de intensidade de luz e calor que a Terra recebe do Sol estão entre os fatores que possibilitam dividi-la em zonas térmicas (figura 2). Essa divisão é importante para ajudar a compreender, por exemplo, as diferentes paisagens existentes na Terra (figuras 3 e 4).

Zonas térmicas da terra OCEANO GLACIAL ÁRTICO

ZONA POLAR ÁRTICA Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CÍRCULO POLAR ÁRTICO

ZONA TEMPERADA DO NORTE TRÓPICO DE CÂNCER

OCEANO PACÍFICO

ZONA TROPICAL OCEANO PACÍFICO

EQUADOR

OCEANO ATLÂNTICO

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

OCEANO ZONA TEMPERADA DO SUL ÍNDICO 2.560 km

CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO

ZONA POLAR ANTÁRTICA Fonte: elaborado com base em Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. p. 58.

Figura 3. Vista de floresta na região do vulcão e do Lago Arenal, na Costa Rica, em 2008. Esse local se encontra na zona tropical.

A maior parte do território brasileiro se encontra na zona tropical, região onde os raios solares incidem com muita intensidade durante todo o ano.

Figura 4. Campo sob neve em Bariloche, na Argentina, em 2008. Esse local se encontra na zona temperada do Sul. 41


A Terra realiza diversos movimentos, mas os mais importantes para os nossos estudos são a rotação e a translação. A rotação

A rotação é o movimento que nosso planeta realiza em torno do seu eixo imaginário, ou seja, de si mesmo. Esse movimento ocorre de oeste para leste e dura cerca de 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos). Graças à rotação, o Sol aparece de um lado (leste) e desaparece do outro (oeste). Parece então que ele está se movimentando, quando na verdade é a Terra que se move. Esse fenômeno é chamado de movimento aparente do Sol. Observe, ao longo do dia, como o Sol muda de posição com o passar das horas. A principal consequência do movimento de rotação é a sucessão dos dias e das noites, uma vez que os raios solares não iluminam toda a superfície terrestre ao mesmo tempo. Por exemplo, quando um determinado local do planeta Terra está iluminado (dia), o local diametralmente oposto não está recebendo luz do Sol (noite). A translação

A translação é o movimento que a Terra realiza em torno do Sol. Esse movimento completo dura 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos, o que originou a criação do ano como unidade de medida de tempo. Leia o quadro 1. A principal consequência do movimento de translação é a determinação das estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. Quadro 1

Para assistir O núcleo: missão ao centro da Terra . Direção: Jon Amiel. Estados Unidos: Paramount, 2003. Obra de ficção que explora o imaginário das pessoas com viagens ao centro da Terra. Um geógrafo percebe que o planeta parou de girar e que os seres vivos podem ser extintos em poucos meses. Uma equipe de cientistas parte em direção ao núcleo da Terra para reativar o movimento de rotação.

Glossário

Os movimentos da Terra

Diametralmente oposto Pontos opostos nos extremos do diâmetro.

vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra estação no Guia de estudo.

Figura 5

as estações do ano

Polo Norte

Ano bissexto Quando se definiu o movimento de translação da Terra para a contagem do tempo (ano), surgiu um problema: o que fazer com as 5 horas, 48 minutos e 47 segundos que sobravam? Afinal, o ano é constituído apenas de 365 dias. Foram os egípcios que, há mais de 2 mil anos, tiveram a ideia de compensar esse tempo restante, arredondando-o para 6 horas e somando-o a cada quatro anos para formar um dia completo. Veja como é a conta: 6 horas  4 (anos)  24 horas (1 dia a mais no calendário). Por isso, a cada quatro anos aparece um dia a mais no calendário — o 29 de fevereiro. O ano em que o mês de fevereiro tem 29 dias é chamado ano bissexto.

42

Polo Sul 21 de junho: verão no Hemisfério Norte; inverno no Hemisfério Sul


Para ler

A distribuição desigual de luz e calor do Sol nos dois hemisférios ao longo de um ano determina as quatro estações, que têm início nos equinócios e solstícios. Observe na figura 5 que, quando é verão no Hemisfério Norte, é inverno no Hemisfério Sul. O Hemisfério Norte é o mais iluminado e aquecido de 21 de junho a 23 de setembro. A partir dessa data, começam o outono no Hemisfério Norte e a primavera no Hemisfério Sul. Em 21 de dezembro começam o verão no Sul e o inverno no Norte. Como a maior parte do território brasileiro está no Hemisfério Sul, o verão começa para nós em 21 de dezembro e o inverno, em 21 de junho. Em algumas regiões do globo terrestre, como nas zonas tempe­radas, as estações do ano apresentam características bem definidas:­ • No verão, os dias são mais quentes e longos, em conse­quência do maior tempo de exposição aos raios solares, e as noites, mais curtas. • No outono e na primavera, as temperaturas tornam-se mais amenas. O dia e a noite têm a mesma duração, já que a iluminação é igual nos dois hemisférios. • No inverno, a temperatura do ar é mais baixa. Faz mais frio, as noites são mais longas e os dias, mais curtos, em razão da menor exposição aos raios solares. Na zona tropical, essas características das quatro estações não são tão bem definidas, por isso é mais difícil diferenciá-las ao longo do ano.

As descobertas de Zasp: as estações do ano. Márcia Prado Sartorelli; Sônia dos Santos Guerra; Teresa Silvestri Serrano. São Paulo: FTD, 1996. Um extraterrestre com problemas em sua nave espacial faz um pouso forçado na Terra e aprende sobre os movimentos do nosso planeta, as zonas climáticas e as estações do ano.

Glossário

As estações do ano

Equinócio Momento em que os dias e as noites têm a mesma duração. Ocorre em 20 ou 21 de março (início do outono no Hemisfério Sul e da primavera no Hemisfério Norte); e em 20 ou 23 de setembro (início da primavera no Hemisfério Sul e do outono no Hemisfério Norte).

Solstício Momento em que há a maior diferença de duração entre o dia e a noite. Ocorre em 21, 22 ou 23 de junho (início do inverno no Hemisfério Sul e do verão no Hemisfério Norte); e em 21, 22 ou 23 de dezembro (início do verão no Hemisfério Sul e do inverno no Hemisfério Norte).

Eixo imaginário da Terra 21 de março: primavera no Hemisfério Norte; outono no Hemisfério Sul 21 de dezembro: inverno no Hemisfério Norte; verão no Hemisfério Sul

Sol

Rotação

As datas que marcam o início das estações do ano são chamadas equinócios ou solstícios. Nesse esquema, a Terra, o Sol e a distância entre eles não foram representados em escala.

Translação 23 de setembro: outono no Hemisfério Norte; primavera no Hemisfério Sul

Fonte: elaborado com base em Espaço e planetas. Rio de Janeiro: Abril Livros/ Time-Life, 1996. p. 56-57. 43


Figura 6. Observatório de Greenwich em Londres, Reino Unido, em 2009. Figura 7

fusos horários do mundo 90

180

150

120

90

60

30

0

30

60

90

120

150

180

Reykjavlk 60

Moscou

Is. Aleutas

Londres Ottawa

Vancouver

30

Paris Madri

Nova York Washington

Los Angeles

Berlim

Açores Is. Madeira Argel Trípoli

Cidade do México

Is. Havaí

Cabo Verde

Astana

Bucareste

Pequim

Seul Tóquio

Teerã Cairo Riad

Is. Canárias

Nova Délhi

Hong Kong

OCEANO PACÍFICO

Manila

Dacar

Niamei

Georgetown

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os fusos horários Você já pensou que confusão seria se cada país quisesse adotar uma hora diferente sem um critério comum? Uma convenção internacional realizada em 1884, nos Estados Unidos, determinou que o Meridiano de Greenwich (0º) seria a referência mundial na determinação das horas. Fuso horário é cada uma das 24 faixas de 15º em que se divide a Terra; cada faixa corresponde a uma hora. O Meridiano de Greenwich passa pelo Observatório Astronômico de Greenwich, situado em Londres, no Reino Unido (figura 6). Observe no mapa (figura 7) que as localidades a leste do fuso horário de Greenwich têm a hora adiantada em relação a esse fuso, e as localidades a oeste têm a hora atrasada.

Adis Abeba

Is. Galápagos Bogotá

0

Nairóbi

OCEANO PACÍFICO Is. Tonga

Brasília

Lima

OCEANO ATLÂNTICO

Is. Pitcalrn

Is. Maldivas

Luanda

Is. Fiji

Maputo

30

Buenos Aires

Jacarta

OCEANO ÍNDICO Sidnei Melbourne

Cidade do Cabo

Is. Falkland (Malvinas)

2.350 km

60

90

–12 –11 –10 –9

–8

–7

–6

–5

–4

–3 –2

–1

Muitos países adotam o desvio prático, para que não tenham dois ou mais horários diferentes.

0

+1 +2

+3 +4 +5 +6 +7 +8

+9 +10 +11 +12

Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. p. 35.

Horário universal de Greenwich Horário fracionado em meia hora Linha Internacional de Data

44

038_063_UN-02_AG6.indd 44

13.04.11 15:19:12


Linha Internacional de Data

Figura 8

O meridiano de 180º, oposto ao Meridiano de Greenwich, foi estabelecido como a linha internacional que marca a mudança de data. Observe essa linha no mapa da figura 7. Imagine um viajante que navega no sentido oesteleste: ao cruzar a Linha Internacional de Data, ele deve atrasar a data em um dia. Se ele estivesse cruzando essa linha no sentido contrário, isto é, de leste para oeste, teria de adiantar a data em um dia.

FUSOS HORÁRIOS NO BRASIL

VENEZUELA GUIANA COLÔMBIA

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

AP

RR

0 EQUADOR

EQUADOR

PA

AC

BOLÍVIA

GO

BA

MS

MG

PR SC ARGENTINA

RS

ES Vitória

SP

PARAGUA I

CHILE

OCEANO ATLÂNTICO

Brasília

Belo Horizonte

Campo Grande

RN PB

Natal João Pessoa Recife AL Maceió SE Aracaju Salvador

PE

DF

Goiânia

OCEANO PACÍFICO NIO E CAPRICÓR

PI

TO

MT

CE

Teresin a

Palmas

Cuiabá

TRÓPICO D

MA

Porto Velho

RO

PERU

Arquipélago de Fernando de Noronha (PE) Fortaleza Atol das Rocas

São Luís

Belém

AM

Penedos de São Pedro e São Paulo

Macapá

Manaus

Rio Branco

Os fusos horários no Brasil Por sua grande extensão no sentido leste-oeste, nosso país apresenta três fusos horários (figura 8). Por isso há três horários diferentes no território brasileiro. A hora oficial do Brasil é a da cidade de Brasília, capital do país. A hora de Brasília é definida de acordo com a do fuso inicial, de Greenwich. Assim, em sua hora oficial nosso país tem três horas de atraso em relação a Greenwich (reveja a figura 7). Observe no mapa da figura 8 que todos os estados representados com a cor verde adotam a hora oficial do país, isto é, a hora de Brasília.

GUIANA FRANCESA SURINAME

Boa Vista

Trindade e Martim Vaz

RJ

Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Florianópolis

Porto Alegre

URUGUAI

Limite teórico Limite prático

–5

680 km

–4

–3

–2

Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. IBGE: Rio de Janeiro, 2006. p. 91.

Os limites teóricos dos fusos foram desviados para reduzir o número de estados ou cidades brasileiras com horários diferentes.

Quadro 2

Horário de verão Quando o horário especial de verão entra em vigor, temos de adiantar os relógios em uma hora. Com isso, ainda há claridade quando os relógios marcam 19 ou 20 horas. O objetivo dessa medida é reduzir o uso de energia elétrica no período do dia em que o consumo da população atinge os níveis mais altos, entre 18 e 21 horas. O horário de verão é uma medida de economia de energia elétrica adotada por muitos países. No Brasil ele é adotado anualmente, mas apenas em alguns estados.

De olho nos mapas

• Observe o mapa da figura 7. Quando são 12 horas no fuso inicial (Greenwich), em Lima (Peru) são 7 horas (12 – 5 = 7). Considerando o mesmo horário em Greenwich, determine o horário das cidades a seguir, anotando as respostas em seu caderno. a) Cairo

b) Los Angeles

• Observe o mapa da figura 8.

c) Sidnei

d) Qual é a diferença entre o horário de Brasília e o dos estados do Acre e do Mato Grosso?

• Com base nas informações das figuras 7 e 8, responda.

e) Quando em Brasília forem 10 horas, que horas serão em Cuiabá? f) Quando em Lima forem 12 horas, que horas serão em Brasília? g) Quando em Brasília forem 8 horas, que horas serão em Melbourne? 45

038_063_UN-02_AG6.indd 45

19.04.11 09:09:30


Tema

2

O

s seres humanos sempre buscaram explicações para a origem do Universo e do planeta Terra. Hoje, a hipótese científica mais aceita é a de que o Universo surgiu de uma grande explosão — o Big Bang.

A origem da Terra O tempo geológico Para estudar o tempo geológico, isto é, o tempo de existência da Terra, precisamos considerar números muito grandes, com os quais não estamos acostumados. Ao falar em tempo geológico, estamos nos referindo a bilhões e milhões de anos. A maioria dos cientistas que estudam o passado da Terra associa a origem do planeta à teoria do Big Bang (Grande Explosão). De acordo com essa teoria, há aproximadamente 15 bilhões de anos o Universo era um único ponto muito quente e com muita energia, que, por razões ainda pouco conhecidas, explodiu, dando origem a todos os astros. A história da Terra

E como surgiu a Terra nesse processo? A Terra é resultado do acúmulo de poeira cósmica e de fragmentos gerados pelo Big Bang. Esses materiais se atraíram e se compactaram, formando nosso planeta. Estudos geológicos indicam que a Terra surgiu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos.

Quadro 3

A escala geológica

Cenozoica (significa “vida recente”)

Era Período Quaternário Período Terciário

Mesozoica (significa “vida intermediária”)

Pré-Cambriano (significa “antes da vida primitiva”)

Paleozoica (significa “vida antiga, primitiva”)

46

Principais acontecimentos na Terra

• Estamos vivendo hoje na Era Cenozoica: a Terra e suas espécies estão em constante transformação.

• Desenvolvimento de várias espécies de mamíferos, entre elas o ser humano. • Definição dos contornos dos atuais continentes e oceanos; formação das grandes cadeias de montanhas (Andes, Himalaia etc.); ocorrência de glaciações (geleiras).

• No final da Era Mesozoica, a Terra era habitada por mamíferos, aves e enormes répteis, como os dinossauros, que foram extintos na passagem para a Era Cenozoica.

•   Aparecimento das primeiras espécies de aves e dos primeiros mamíferos. • Desenvolvimento de vegetação de grande porte. • No final da Era Paleozoica, surgem os primeiros anfíbios e répteis. • Aparecimento das primeiras espécies vegetais, que se diversificam e se espalham pela Terra. • Formam-se ambientes terrestres. • Desenvolvimento da vida nos oceanos (moluscos, algas e primeiras espécies de peixes).

Proterozoica (significa “vida elementar”) Arqueozoica (significa “vida arcaica”)

• Atividades vulcânicas dão origem a altas montanhas. • Formação dos oceanos, onde surgem as primeiras formas de vida.

Azoica (significa “sem vida”)

• Resfriamento da Terra e formação das primeiras rochas (figura 9). • Não há vida.


Com a análise de rochas e a descoberta de vestígios muito antigos de animais e vegetais, foi possível estudar as mudanças que ocorreram no planeta e organizar sua história. No quadro 3, a história da Terra está resumida em cinco eras geológicas, caracterizadas de acordo com os principais eventos ocorridos na evolução do planeta e dos seres que nele vivem.

Figura 9. No início, a Terra seria uma massa incandescente, e os minerais das rochas estariam sob forma pastosa. À medida que a Terra foi resfriando, esses minerais se solidificaram, formando as primeiras rochas. Representação artística. Fonte: elaborado com base em FONT-ALTABA, M.; ARRIBAS, A. S. M. Atlas de geologia. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1975. p. H-1.

Quando começou ± 70 milhões de anos atrás

± 230 milhões de anos atrás

± 570 milhões de anos atrás

± 3,8 bilhões de anos atrás

Fonte: LEINZ, Viktor; AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia geral. São Paulo: Nacional, 1989. p. 27.

± 4,5 bilhões de anos atrás

A maneira correta de ler e estudar o quadro das eras geológicas é de baixo para cima; ou seja, dos primeiros acontecimentos para os mais recentes. Assim, os eventos mais recentes são os que estão no topo da tabela. 47


Para ler

viagem ao centro da terra. Júlio Verne; adaptação de Carlos Heitor Cony. São Paulo: Ediouro, 2005. Misturando algumas situações possíveis e muitas outras totalmente fabulosas, o relato da fantástica viagem tem mistérios do princípio ao fim. A adaptação bem-humorada do escritor brasileiro Cony garante a magia desse clássico da literatura.

A Terra por dentro e por fora O interior do nosso planeta ainda é pouco conhecido, por causa das dificuldades em alcançar suas camadas mais profundas. Para você ter uma ideia, o raio da Terra (distância entre o centro do planeta e a sua parte mais exterior) mede aproximadamente 6.400 quilômetros, e as escavações e sondagens mais profundas chegaram a 13 quilômetros de profundidade — o que representa praticamente um “arranhão” na estrutura do planeta. Mesmo assim, as informações sobre o interior da Terra têm aumentado nas últimas décadas. Graças ao desenvolvimento de modernos equipamentos e novas técnicas de pesquisa, os cientistas conseguem obter dados sobre as camadas mais profundas sem necessidade de examinar diretamente esses locais. A Terra é formada por três camadas principais: a crosta terrestre, o manto e o núcleo (figura 10).

Figura 10

estrutura interna da terra

Como você pode observar nesta ilustração, as temperaturas do planeta aumentam de fora para dentro, ou seja, da crosta terrestre para o núcleo, o que torna impossível a presença humana nas profundidades do interior da Terra.

A crosta terrestre é a camada externa da Terra. Sua espessura varia de 25 a 90 quilômetros, aproximadamente.

O manto é a camada intermediária da Terra. Ele se localiza entre a crosta e o núcleo e tem uma espessura de aproximadamente 2.900 quilômetros.

Manto superior Temperatura de 2.000 ºC

Manto inferior Temperatura de 3.000 ºC

O núcleo é a parte central da Terra, e sua espessura é de aproximadamente 3.470 quilômetros, com temperatura de cerca de 6.000 ºC.

Fonte: Encyclopédie géographique. Paris: Librairie Générale Française, 1994. 48

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

As camadas da Terra


Crosta terrestre

É a camada externa, formada por rochas e minerais, também chamada de litosfera. Trata-se da camada mais fina e mais importante para nós, pois a vida se desenvolve sobre ela. Na crosta, os seres humanos e a natureza constroem e reconstroem o espaço geográfico. A crosta terrestre está dividida em duas partes, que têm espessuras diferentes: a crosta oceânica e a crosta continental. A crosta oceânica situase abaixo dos oceanos e mares. A crosta continental, mais espessa que a oceânica, fica acima das águas, formando os continentes e as ilhas.

Para assistir

o inferno de dante. Direção: Roger Donaldson. Estados Unidos: Columbia Pictures, 1997. Um vulcão entra em erupção em uma pequena cidade, e em pouco tempo o ar é poluído por cinzas e o chão é coberto por lava.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Manto

É a camada intermediária, situada entre a crosta e o núcleo, e divide-se em duas partes: manto superior e manto inferior, que apresentam temperaturas diferentes. Reveja a figura 10. O manto também é formado por rochas sólidas; porém, sob condições especiais, pode se tornar uma massa pastosa e extremamente quente. Nesse caso, chama-se magma. Você já viu a imagem da erupção de um vulcão? Esse fenômeno ocorre quando o magma sobe até a superfície. Nessa situação, é denominado lava. Núcleo

É o centro da Terra. Ele é composto principalmente de ferro e níquel e apresenta temperaturas muito elevadas, cerca de 6.000 °C. Os ambientes da Terra

Nosso planeta também pode ser estudado de acordo com os componentes do estrato geográfico: litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera. Esses componentes se relacionam entre si, isto é, são interdependentes: a modificação de um deles provoca alteração nos demais e no conjunto. Esse conjunto corresponde ao ambiente e a tudo aquilo que nos envolve (figura 11). • A litosfera é a parte da esfera terrestre que compreende as rochas e o solo. • A hidrosfera é o conjunto de todas as águas do planeta: das geleiras, dos oceanos, dos mares, dos rios e dos lagos, as águas subterrâneas e o vapor de água existente na atmosfera. • A atmosfera é a camada de gases que envolve a Terra. Ela equilibra a temperatura do planeta e contém gases importantes para a vida, como o oxigênio, o nitrogênio e o gás carbônico. • A biosfera é formada por elementos encontrados na atmosfera, na litosfera e na hidrosfera. Contém o solo, o ar, a água, a luz, o calor e os alimentos, que são as condições necessárias para o desenvolvimento da vida. É nela que se encontram todos os seres vivos. Esses componentes foram formados ao longo de bilhões de anos e continuam em transformação, graças à evolução natural do planeta e à interferência dos seres humanos.

vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra ambiente no Guia de estudo.

ATMOSFERA

HIDROSFERA

BIOSFERA

LITOSFERA

Figura 11. A Terra é formada por um conjunto de componentes e elementos naturais interdependentes: qualquer alteração em um deles implica a alteração do conjunto. 49


Temas 1e2

CC Organize o conhecimento

1. Preencha o quadro com as informações sobre o planeta Terra.

Localização

Forma Divisão baseada na desigual distribuição de luz e calor Principais movimentos Consequências dos principais movimentos

b) Calcule o horário de Fernando de Noronha quando são 17 horas em Rio Branco. c) Explique como é o horário da cidade em que você mora em relação ao horário de Brasília.

6. Leia o texto e observe as figuras. Depois responda às questões.

A Lua é um satélite porque, além do movimento de rotação (em torno do seu próprio eixo), realiza o movimento de translação ao redor de um planeta — a Terra. O tempo de duração desses dois movimentos é praticamente o mesmo (cerca de 27 dias). É por isso que sempre vemos a mesma face (o lado visível) da Lua. No entanto, a quantidade da superfície que podemos ver — a fase da Lua — depende da posição desse astro em relação ao nosso planeta e ao Sol. Fases da Lua (vista do Hemisfério Norte).

2. Relacione corretamente as palavras. a) Crosta terrestre b) Manto c) Núcleo d) Biosfera e) Atmosfera f) Hidrosfera ( ) Conjunto de todas as águas do planeta. ( ) Centro da Terra. ( ) Camada onde os seres humanos vivem. ( ) Camada de gases que envolve a Terra. ( ) Camada em que se encontra o magma. ( )  Setor que reúne as condições necessárias para se desenvolver a vida.

B

A C D

Como vemos a Lua no Hemisfério Sul:

3. Por que é possível dividir o planeta Terra em zonas térmicas? A — Lua nova

4. Que transformações nas paisagens da Terra podem

B — Quarto crescente

C — Lua cheia

D — Quarto minguante

ser relacionadas às zonas térmicas? CC Aplique seus conhecimentos

5. Observe novamente as figuras 7 e 8. a) Escreva o nome de duas cidades, uma localizada no Hemisfério Norte e outra no Hemisfério Sul, que tenham o mesmo horário. 50

a) Explique por que a Lua é um satélite natural da Terra. b) Descreva quantas e quais são as fases da Lua. c) Em qual das fases a Lua não se mostra visível para nós, no Hemisfério Sul? Por quê? d) Justifique o fato de sempre vermos a mesma face da Lua.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Atividades


Lugares interessantes

Encostas do vulcão Vesúvio O Vesúvio tem estado inativo desde 1944 e o período atual de calma é o mais longo dos últimos 500 anos, o que aumenta o temor sobre futuras erupções. ‘O magma está a 10 quilômetros de profundidade e apresenta atividade sísmica normal’, tranquiliza o vulcanólogo Scarpati. Para Francesco Russo, presidente do Colégio de Geólogos da região de Nápoles, existe ‘27% de risco’ de que se produza uma erupção nos próximos 100 anos.

1. Por que o Vesúvio é um dos vulcões mais conhe-

3. O Vesúvio é monitorado 24 horas por dia com

cidos do mundo?

2. No texto, o vulcanólogo Claudio Scarpati afirma que o Vesúvio é um “vulcão ativo”. O que isso significa?

RÁDIO ITALIANA. Disponível em <www.radioitaliana.com.br/ content/view/1813/39>. Acesso em 17 jul. 2010.

Vista da cidade de Nápoles, na Itália, em 2005, e do vulcão Vesúvio (segundo plano). Glossário

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quase dois mil anos depois de ter sepultado as cidades de Pompeia e Herculano, o Vesúvio ainda representa uma perigosa ameaça para os moradores de Nápoles e seus arredores, e exige vigilância contínua, com sofisticados sistemas. ‘O Vesúvio é um vulcão ativo, um dos mais perigosos do mundo; em caso de erupção, afetaria diretamente 600.000 pessoas, pelo que é vigiado permanentemente’, explicou o vulcanólogo Claudio Scarpati, professor da Universidade de Nápoles, sul da Itália. Situado em frente à baía de Nápoles, a nove quilômetros de distância da capital, ao sul dos Apeninos, tem 1.300 metros e se apresenta coberto por centenas de aparelhos que medem cada minúsculo movimento. A atividade sísmica, a temperatura do gás, qualquer deformação do terreno é escrupulosamente observada. Os aparelhos, alguns visíveis ao longo do caminho que leva os turistas à cratera, transmitem durante 24 horas sinais sobre sua atividade, monitorados pelo Observatório do Vesúvio, em Nápoles. Os dados mensais do satélite europeu Envisat sobre o movimento do solo permitem completar e atualizar a informação. O Vesúvio, famoso pela erupção do ano 79, que permitiu tornar conhecidos detalhes surpreendentes da cultura e da vida romana na Idade Antiga, conservados sob a lava solidificada, entrou em erupção muitas vezes. Desde o século XIX é estudado; o primeiro observatório foi construído em 1845 por ordem do rei da Sicília, Fernando II de Bourbon. A última erupção aconteceu em março de 1944, quando a Itália era campo de batalha da Segunda Guerra Mundial. O vulcão expeliu lava durante onze dias e destruiu várias localidades, entre elas San Giorgio, em Cremano, deixando 26 mortos e 12.000 desabrigados.

Vulcanólogo Cientista que estuda o vulcanismo, suas causas e fenômenos.

Sísmico Tudo aquilo que é relativo a sismos, ou seja, terremotos.

aparelhos bastante sofisticados. Quais elementos são observados pelos pesquisadores?

4. Em que ano ocorreu a última erupção do Vesúvio?

51


3

V

Glossário

ocê consegue imaginar que a crosta terrestre está em movimento? Que a América, o continente onde está localizado o Brasil, está se deslocando para o oeste?

Fóssil Conjunto de restos de um ser vivo do passado que fica preservado ou deixou uma marca na crosta terrestre.

Como se formaram os continentes da Terra A deriva continental No início do século XX, o cientista alemão Alfred Wegener desenvolveu uma teoria chamada deriva continental. O continente Pangeia

Segundo a teoria da deriva continental, os continentes atuais são originários de um único e gigantesco continente que existiu há centenas de milhões de anos, denominado Pangeia. Wegener chegou a essa conclusão após analisar vários fatos. Por exemplo, ele observou que a costa leste da América do Sul parecia se encaixar na costa oeste do continente africano, como se no passado a América e a África tivessem formado um só bloco. Além disso, alguns fósseis de animais e vegetais que viveram na mesma época, há milhões de anos, foram encontrados tanto na América quanto na África e em outros continentes (quadro 4). A fragmentação de Pangeia

Há cerca de 230 milhões de anos, o continente Pangeia teria começado a se dividir em dois grandes blocos: Laurásia e Gondwana. Esses blocos também teriam se afastado lentamente um do outro e se fragmentado. Esse processo, de milhões de anos, teria dado origem aos atuais continentes (figura 12).

Quadro 4

Animais e vegetais em trânsito Vários achados arqueológicos ajudaram a fortalecer a teoria da deriva continental e do continente-gigante Pangeia. Vejamos dois exemplos. O Mesosaurus viveu há cerca de 300 milhões de anos. Era um pequeno réptil, que se deslocava em terra e também conseguia nadar distâncias curtas em água doce. Fósseis desse animal foram encontrados na América do Sul e no sul do continente africano. Considerando que a travessia do Oceano Atlântico (3.200 quilômetros a nado) teria sido impossível, como o Mesosaurus se deslocou de um continente para o outro? Algo semelhante ocorreu com o Glossopteris, um tipo de vegetação extinto há milhões de anos. Fósseis dessa planta foram identificados no sul de cinco continentes: América, África, Ásia (Índia), Antártida e Oceania (Austrália). Observe na figura as áreas de ocorrência dos fósseis citados.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Tema

ÁFRICA AMÉRICA DO SUL ÍNDIA (ÁSIA)

ANTÁRTIDA AUSTRÁLIA (OCEANIA)

Mesosaurus Glossopteris

Fontes: elaborado com base em ALBERGHINA, Lilia; TONINI, Franca. La Terra come sistema. Milão: Mondadori, 2001. p. 197; SALGADO-LABOURIAU, Maria Léa. História ecológica da Terra. São Paulo: Edgard Blücher, 1996. p. 67.

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Os continentes atuais

Figura 12

CONTINENTES EM FORMAÇÃO

AMÉRICA DO NORTE

Estudos recentes demonstram que os continentes continuam a se movimentar lentamente. Por exemplo, a parte sul da América e a África afastam-se entre 7 e 10 centímetros por ano, ampliando a área ocupada pelo Oceano Atlântico.

AMÉRICA CENTRAL

EUROPA ÁSIA ÁFRICA

AMÉRICA DO SUL

OCEANIA

ANTÁRTIDA

2

1

7 4 3 5

Formação atual Nos últimos milhões de anos, a Índia (7) colidiu com a Eurásia (2) e completou-se a separação entre a Europa e a América do Norte (1).

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

6

1

3

2 4

Há 65 milhões de anos A movimentação continuou e os continentes foram chegando à sua formação atual: a Austrália (5) separou-se da Antártida (6) e a Índia (7) continuou seu deslocamento para o norte.

7 5 6

1

3

Há 135 milhões de anos Laurásia e Gondwana também se desintegraram. Note que já é possível identificar, por exemplo, as atuais América do Norte (1), Eurásia ou bloco Europa-Ásia (2), América do Sul (3) e África (4).

2

4

Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. p. 12. LAURÁSIA

W

AN

A

Há 230 milhões de anos O continente único, chamado Pangeia, começou a se dividir.

A

ND

EI

GO

NG

a) Observe a sequência das figuras e identifique quais continentes atuais teriam tido origem na fragmentação de Gondwana e quais teriam se originado de Laurásia. b) Há 200 milhões de anos, o Brasil teria feito parte de qual bloco de terras? E hoje?

Há 200 milhões de anos A fragmentação de Pangeia deu origem a dois blocos de terras: Laurásia e Gondwana.

PA

De olho nas figuras

53

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4

A Terra em movimento: as placas tectônicas A teoria das placas tectônicas Segundo essa teoria, a litosfera compõe-se de placas rochosas, denominadas placas tectônicas ou placas litosféricas. Essas placas flutuam sobre o material do manto e movem-se muito lentamente, cerca de alguns centímetros por ano, ora se aproximando, ora se afastando uma da outra. Veja no mapa (figura 13) as principais placas e a direção de seus movimentos.

O

s estudos sobre a deriva dos continentes levaram ao desenvolvimento da teoria das placas tectônicas. Vamos entender o que é isso?

Figura 13

As correntes de convecção

Você já observou a água fervendo em uma panela? Algo semelhante acontece em nosso planeta. Graças às chamadas correntes de convecção, materiais mais quentes do manto são levados para cima, perto da base da litosfera. Ao chegar, eles perdem calor e descem, dando lugar aos materiais mais quentes que estão subindo. Nesse deslocamento, pressionam a parte inferior das placas, fazendo-as se movimentar, da mesma maneira que a água fervente empurra a tampa da panela.

Placas tectônicas no mundo

PLACA EURO-ASIÁTICA

PLACA NORTE-AMERICANA

IRÃ ARÁBIA COCOS

PLACA DAS FILIPINAS

CARIBE

PLACA DO PACÍFICO

0

PLACA DO PACÍFICO PLACA DE NAZCA

PLACA AFRICANA

PLACA SUL-AMERICANA

PLACA INDO-AUSTRALIANA

PLACA ANTÁRTICA

0

Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. p. 12.

Note que a disposição das placas dá à superfície do nosso planeta a aparência de um enorme quebra-cabeça. 54

Área de choque de placas Área de separação de placas 1.970 km

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Tema


Limites entre as placas

Figura 14

De acordo com a movimentação das placas tectônicas, os limites entre elas podem ser: • convergentes: as placas se chocam, colidindo uma contra a outra; • divergentes: as placas se separam, afastando-se uma da outra; • transformantes: as placas se atritam, passando uma ao lado da outra. Ao longo dos bilhões de anos da história geológica da Terra, os movimentos das placas tectônicas têm contribuído para a modificação contínua da superfície terrestre, como estudaremos a seguir.

Placa Sul-americana

Placa de Nazca

Nos locais onde as placas colidem, formam-se dobramentos, dando origem às grandes cadeias de montanhas. Muitas vezes, quando duas placas se chocam, ambas se dobram, elevando-se; foi assim que surgiu a Cordilheira do Himalaia, na Ásia. Em outros casos, a borda de uma das placas entra embaixo da outra, que sofre dobramento, como nos Andes, na América do Sul (figura 14). Os locais em que se dá o afastamento de placas são marcados por grande atividade sísmica e vulcanismo. Isso ocorre, por exemplo, no meio do Oceano Atlântico, na Cordilheira Mesoceânica. A pressão exercida pelo magma na crosta oceânica gera falhamentos e afastamento das placas. O magma sai pelas fendas entre essas placas e se solidifica, formando novas rochas, que passam a fazer parte da crosta. Dessa maneira, ocorre a expansão do fundo oceânico, um processo lento e contínuo (figura 15).

Fonte: SALGADO-LABOURIAU, Maria Léa. História ecológica da Terra. São Paulo: Edgard Blücher, 1996.

A ilustração mostra a área de choque entre a Placa de Nazca e a Placa Sul-americana. A Placa de Nazca é “engolida” pelo manto, e ocorre o dobramento da Placa Sul-americana, formando a Cordilheira dos Andes.

Glossário

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Oceano Atlântico

Oceano Pacífico

A formação das montanhas e a expansão dos oceanos

Figura 15

Os andes

Cordilheira Mesoceânica Cadeia montanhosa submarina. Muitas ilhas são pontos mais altos dessas montanhas, que se elevam acima do nível do mar.

A CORDILHEIRA MESOCEÂNICA

América do Sul

Placa Sul-americana

De olho na ilustração

Placa Africana África

no tema 3 desta unidade e responda por que a África e a América do Sul continuam se afastando. Justifique sua resposta com base na figura ao lado.

Cordilheira Mesoceânica Direção da expansão

Manto

Manto

Ascensão do magma

• Lembre-se do que você aprendeu

Placa da litosfera

Os cientistas comprovaram a ampliação dos oceanos analisando amostras do piso oceânico: eles descobriram que as rochas na Cordilheira Mesoceânica são mais recentes que as existentes perto dos continentes.

Fonte: elaborado com base em Planeta Terra. Rio de Janeiro: Abril Livros/Time Life, 1996. p. 32-33. 55


vulcão

Cratera A “boca” do vulcão, que pode ficar no topo ou nas laterais Diques

Derrame de lava

Chaminé ou conduto Canal por onde o magma sobe para chegar à superfície

Câmara magmática

Fonte: Glossário geológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1999. p. 195.

Figura 17

Os vulcões Quando a placa tectônica sofre uma ruptura, o material do manto tende a escapar por ela. Se esse material transborda até a superfície na forma de rochas, gases, lavas e cinzas, ocorre o fenômeno do vulcanismo, isto é, a erupção de vulcões (figura 16). O território brasileiro está situado no centro da Placa Sul-americana, portanto distante das áreas de choque das placas (figuras 13, na página 54, e 17). Isso explica por que não existem atualmente no Brasil vulcões que apresentam erupções. Mas já ocorreram muitas atividades vulcânicas em nosso país: o município de Poços de Caldas, em Minas Gerais, o Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, e o Arquipélago de Fernando de Noronha, pertencente ao estado de Pernambuco, são alguns lugares que se formaram graças a atividades vulcânicas. Pesquisadores descobriram, na região da Amazônia, vulcões extintos, isto é, cujas erupções já cessaram, que podem ter sido os mais antigos do mundo.

principais VULCÕES no mundo OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Katmai Pavlof Ysevidov Shishaldin

Askja

Tanaga

Hekla

Sta. Helena Lassen Park

Cerberus

Vesúvio Sakurajima

Etna Kilauea Mauna Loa

0

Paricutin

Popocatépetl Mte. Pelée Jorullo Fuego Ometepe Soufriére S. Miguel Irazú Puracé Cayambe Misti

Fogo

Mte. Mayon Apo

Cameroon Virunga

Quilimanjaro Cracatoa

OCEANO

PACÍFICO

OCEANO PACÍFICO

Chimborazo

OCEANO

Fuji

ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO

Aconcágua

Ngauruhoe

Vulcões 0

Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. p. 13.

Todos os tipos de limites entre placas são áreas sujeitas a vulcões e terremotos.

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1.980 km

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Figura 16


Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os terremotos Os terremotos ou abalos sísmicos são vibrações na crosta terrestre causadas pelo movimento das placas tectônicas. Eles vêm sacudindo nosso planeta há bilhões de anos, e sua ocorrência em áreas muito habitadas tem provocado a morte de muitas pessoas e a transformação de paisagens. Um terremoto na crosta oceânica pode levar ao deslocamento de uma grande massa de água do oceano, gerando um tsunami — onda gigantesca, de proporções catastróficas. Todos os dias ocorrem milhares de pequenos terremotos que não são percebidos pelos seres humanos. Somente equipamentos como os sismógrafos podem registrá-los. É também graças a esses equipamentos, e com base em estudos sobre os movimentos das placas tectônicas, que é possível saber onde existem maiores riscos de terremotos (figura 18) e tentar preveni-los, evitando grandes tragédias.

Para assistir

volcano . Direção: Mick Jackson. Estados Unidos: Fox/MGM, 1997. Algum fenômeno desconhecido está apavorando Los Angeles. Um vulcão começa a se formar no subterrâneo da cidade, lançando sobre ela pedaços de rocha e lava.

Escalas de Richter e Mercalli

A intensidade e a força de um terremoto podem ser medidas por dois tipos de escala: a Richter e a Mercalli. • A escala Richter vai de 0 a 9 pontos. Mede a força e a intensidade de destruição de um terremoto. • A escala de Mercalli vai de 1 a 12 pontos. Mede as consequências dos abalos sísmicos em construções e objetos.

Figura 18

de olho no mapa

• Compare este mapa com os das figuras 13, na página 54, e 17, na página anterior. O que você conclui?

áreas de maior ocorrÊncia de terremotos no mundo OCEANO GLACIAL ÁRTICO

OCEANO

OCEANO

PACÍFICO

PACÍFICO 0

0

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

Atividade sísmica

0

1.980 km

Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. p. 13.

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Atividades

Temas 1 ,3 e 4

CC Organize o conhecimento

d)

Z

1. Responda. a) Com base em quais fatos Alfred Wegener desenvolveu seus estudos sobre a deriva continental? b) Quais são as principais diferenças entre a distribuição atual dos blocos continentais e a forma como teria sido há 230 milhões de anos? c) Que tipos de fenômenos podem ocorrer nas áreas de choque ou separação de placas tectônicas? d) Por que o território brasileiro não apresenta grandes terremotos ou vulcões ativos?

a) O b) T

N É

R M

I

C

A

c)

f)

g)

2. Reveja o mapa da figura 8, página 45, e responda. a) Um jogo de futebol realizado no Rio de Janeiro às 16 horas é assistido ao vivo em:

• Recife às

horas.

CC Aplique seus conhecimentos

5. Leia a notícia e responda.

horas.

• Manaus às horas. b) Imagine que um avião parte de Belo Horizonte às 9 horas, com destino a Rio Branco. A viagem tem duração de 1 hora. Explique a que horas o avião pousará na capital do estado do Acre.

3. Escreva um pequeno texto relacionando corretamente as palavras dos quadros a seguir.

No dia 26 de dezembro de 2004, uma série de “ondas devastadoras atacou o litoral de diversas localidades no Oceano Índico, causando o maior número de mortes já documentado após um tsunami. As águas dizimaram cidades e vilas inteiras, matando mais de 225 mil pessoas em poucas horas e deixando pelo menos 1 milhão de desabrigados. [...]

Scientific American Brasil, n. 54, jan. 2006.

Terra vida

luz e calor Sol

planeta

sistema solar astros

redor

a) Explique o que é um tsunami. b) Qual é a relação de terremotos com tsunamis?

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

• Fernando de Noronha às

e)

6. Observe a imagem e responda.

4. Faça a cruzadinha. a) Estação do ano que se inicia em 21 de março no Hemisfério Sul. b) Zona térmica em que as quatro estações do ano não são bem definidas. c) Movimento da Terra cuja principal consequência é a sucessão dos dias e das noites. d) A principal consequência desse movimento do planeta Terra são as estações do ano. e) Hemisfério mais iluminado e aquecido de 21 de junho a 23 de setembro. f) Hemisfério em que se localiza a maior parte do território brasileiro. g) Formato da Terra.

Cena do filme King Kong (2005).

• De acordo com os principais acontecimentos ocorridos nas eras geológicas da Terra (quadro 3, páginas 46 e 47), é possível que seres humanos tenham convivido com dinossauros? Justifique sua resposta.

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7. Relacione corretamente. As figuras a seguir representam a posição da Terra em relação aos raios solares no Hemisfério Sul. Relacione-as aos textos corretos de acordo com o movimento de translação e a inclinação do eixo do nosso planeta (reveja a figura 5, páginas 42 e 43). a) Solstício de verão, 21 de dezembro: os raios solares incidem, ao meio-dia, perpendicular ou verticalmente sobre o Trópico de Capricórnio. Ao mesmo tempo, no Hemisfério Norte, é inverno, e os raios solares tangentes ao Círculo Polar Ártico deixam às escuras toda a calota polar norte. É a grande noite polar norte, quando o Sol não se eleva acima da linha do horizonte. b) Solstício de inverno, 21 de junho: os raios solares incidem, ao meio-dia, perpendicular ou verticalmente sobre o Trópico de Câncer. Ao mesmo tempo, no Hemisfério Sul, os raios solares tangentes ao Círculo Polar Antártico deixam às escuras toda a calota polar sul. É a grande noite polar sul, quando o Sol não se eleva acima da linha do horizonte. c) Equinócio de outono, 21 de março: os raios solares chegam verticalmente sobre a linha do Equador. A iluminação é igual nos dois hemisférios. É outono no Hemisfério Sul e primavera no Hemisfério Norte. d) Equinócio de primavera, 23 de setembro: os raios solares chegam verticalmente sobre a linha do Equador. A iluminação é igual nos dois hemisférios. É primavera no Hemisfério Sul e outono no Hemisfério Norte. ( )

( )

( )

( )

8. Em grupo, pesquisem em jornais, revistas ou na

internet os grandes terremotos que ocorreram em nosso planeta desde o ano 2000. Vocês deverão criar uma ficha com as seguintes informações: • data em que ocorreram os terremotos; • onde eles ocorreram; • número de vítimas resultante; • danos materiais ocasionados.

Desafio! 9. (Unesp, 2005) O processo que gerou a atual configuração dos continentes da superfície do planeta Terra resultou da fragmentação e do afastamento das terras emersas que, no princípio, constituíam um único bloco chamado Pangeia. Duas teorias tentam explicar esse processo. São elas: a) a das placas tectônicas e a da descontinuidade de Mohorovicic. b) a da deriva continental e a da descontinuidade de Gutemberg. c) a das placas tangenciais e a das placas continentais. d) a das placas tectônicas e a da deriva continental. e) as das descontinuidades de Mohorovicic e de Gutemberg.

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Representações gráficas Representação do tempo geológico Geologia é a ciência que estuda a história da Terra. E, como vimos no tema 2, tempo geológico é o tempo de existência da Terra, desde a sua formação até os dias atuais. O tempo geológico corresponde a cerca de 4,5 bilhões de anos. Você consegue imaginar um período de 4,5 bilhões de anos? Para facilitar essa compreensão, podemos usar uma linha do tempo. O que é

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A linha do tempo é uma representação gráfica que mostra datas e eventos organizados na sequência em que ocorreram. Em geral, aparece como uma reta dividida em segmentos proporcionais, em que cada segmento representa um período de tempo ou quantidade de anos (1 mês, 1 ano, 100 anos, mil anos etc.). Observe, a seguir, a linha do tempo dos anos 1990, com a indicação das Olimpíadas realizadas no período. Note que cada segmento mede 1,5 cm e representa 1 ano.

2000

XXVI Jogos Olímpicos (Atlanta, EUA)

XXV Jogos Olímpicos (Barcelona, Espanha)

A elaboração da linha do tempo geológico não é tarefa simples. Observe a figura A: o tempo geológico (4,5 bilhões de anos) está representado em uma reta de 16,5 centímetros. Nessa escala, a Era Cenozoica (iniciada há 70 milhões de anos) equivale a um segmento de apenas 3 milímetros; já o aparecimento do gênero Homo (ocorrido há 2 milhões de anos) será uma marca a 0,08 milímetro do final deste segmento. Veja três exemplos de linha (ou escala) do tempo geológico nas figuras A, B e C. FIGURA A

4,5 bilhões de anos PRÉ-CAMBRIANO

ERA PALEOZOICA

550 500 450 400 350 milhões de anos Neste exemplo, há duas linhas do tempo. A inferior traz um detalhamento das eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica.

ERA MESOZOICA 300

250

200

150

ERA CENOZOICA

100

50

Hoje

Fonte: elaborado com base em Mineropar. Disponível em <http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/conteudo. php?Conteudo=11>. Acesso em 17 jun. 2010.

FIGURA B PRÉ-CAMBRIANO 1.200.000.000 continua até 4.500.000.000

1.100.000.000

1.000.000.000

900.000.000

800.000.000

700.000.000

600.000.0

Observe que o início da linha do tempo está pontilhado: isso indica que foi representada apenas uma parte do Pré-Cambriano.

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FIGURA C

Era P aleozo

ica

E

Pré -Cam briano

Esta é a forma mais utilizada atualmente para descrever a história geológica da Terra. Além de facilitar a representação do longo Pré-Cambriano, a espiral temporal indica que processos atuais ocorreram no passado e que não necessariamente todos os processos do passado ocorrem no presente, e vice-versa. 4,5 bilhões de anos atrás Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em <www.ufrgs.br/geociencias/>. Acesso em 17 jun. 2010.

ERA PALEOZOICA 600.000.000

ra Ce no zo ica

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Era Mesozoica

500.000.000

400.000.000

Pratique

1. Há quantos anos surgiu a Terra? 2. Em qual era geológica surgiram os seres humanos? 3. Em qual era geológica vivemos hoje?

ERA CENOZOICA

ERA MESOZOICA 300.000.000

200.000.000

100.000.000 de anos atrás

Hoje

Fonte: elaborado com base em LEINZ, Viktor; AMARAL, Sérgio E. do. Geologia geral. 14. ed. São Paulo: Nacional, 2003. p. 27.

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Compreender um texto Um crocodilo nos mares pré-históricos brasileiros Conheça o predador marinho que viveu há 62 milhões de anos! Os paleontólogos brasileiros fizeram uma “ descoberta fascinante no nordeste do país. Depois

Glossário

de escavar a mina Poty, 30 quilômetros ao norte da cidade de Recife, e encontrar, a princípio, somente dentes de tubarão e ossos de peixes, eles finalmente acharam um fóssil muito diferente, parecido com um crocodilo pré-histórico. Conforme o esqueleto era retirado das rochas, os paleontólogos confirmaram as suas expectativas iniciais: não é que ele pertencia a uma nova espécie de dirossaurídeo? Dirossaurídeos são parentes distantes dos crocodilos, jacarés e gaviais – uma espécie de réptil com o rosto mais fino – e pertencem a um grupo classificado como crocodiliformes. Os dirossaurídeos eram animais marinhos que nadavam pelos mares há 70 milhões de anos e, diferentemente dos dinossauros, tinham o rosto comprido e dentes finos, além de cauda com vértebras alongadas.

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Paleontólogo Cientista que estuda as formas de vida existentes em períodos geológicos passados, a partir dos seus fósseis.

O fóssil encontrado em Pernambuco pelo paleontólogo José Antônio Barbosa foi chamado de Guarinisuchus munizi. A inspiração para batizá-lo veio das palavras ‘guarani’ – que, em tupi, significa ‘guerreiro’ – e ‘suchus’ – que vem do grego e é usada para nomear espécies de crocodiliformes extintos. O termo munizi foi uma homenagem ao paleontólogo Geraldo da Costa Muniz, que ajudou nas pesquisas no Nordeste. Com 62 milhões de anos e três metros de comprimento, o Guarinisuchus munizi é o mais completo fóssil de dirossaurídeo já encontrado no Brasil. Os cientistas acreditam que esse grupo surgiu na África, mas, com o tempo, teria se distribuído pelas Américas. E, apesar de ser comparado com os crocodilos, era bem diferente do animal que conhecemos hoje. ‘Na verdade, o Guarinisuchus munizi é mais parecido com o gavial, por causa do rosto longo. Além disso, ficava principalmente na água e só saía, talvez, quando ia colocar ovos em terra firme’, conta o paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Segundo o pesquisador, que também participou do estudo que levou à descoberta da nova espécie, o Guarinisuchus munizi substituiu os mosassauros: um grupo extinto de lagartos marinhos, que eram os principais predadores do mar do Cretáceo e não sobreviveram à grande crise de extinção ocorrida nesse período e no seguinte, o Paleógeno. ‘A mina Poty é um grande depósito marinho. Nela podemos ver a diferença entre esses dois períodos geológicos, graças ao registro preservado nas rochas’, explica Alexander Kellner. Com a extinção dos mosassauros, os dirossaurídeos passaram a ocupar a posição de predadores do mar. De acordo com Kellner, o Guarinisuchus munizi dividia o oceano com tubarões e tartarugas. Seus dentes compridos e o focinho longo, aliás, indicam que seu prato preferido era peixe. [...]

MARQUES, Juliana. ciência Hoje das crianças, Rio de Janeiro, jun. 2008. Disponível em <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/noticias/arqueologia-epaleontologia/um-crocodilo-nos-mares-pre-historicos-brasileiros>. Acesso em 12 mar. 2010.

ATividAdes CC Obter informações

1. Qual descoberta foi feita pelos paleontólogos

no nordeste brasileiro, próximo à cidade de Recife?

2. Qual foi o nome dado à descoberta dos paleontólogos?

3. Quais são as principais características deste fóssil? De acordo com os cientistas, em que continente pode ter surgido?

CC Interpretar

4. A partir da leitura do texto e do que você es-

tudou nesta unidade sobre as eras geológicas, responda: a) Em que era geológica surgiram os dirossaurídeos? b) Cite os principais acontecimentos no planeta Terra que ocorreram nesta era geológica.

CC Reflexão

5. Leia o trecho do texto a seguir: 62 milhões de anos e três me“trosCom de comprimento, o Guarinisuchus

munizi é o mais completo fóssil de dirossaurídeo já encontrado no Brasil. Os cientistas acreditam que esse grupo surgiu na África, mas, com o tempo, teria se distribuído pelas Américas.

Com base nos temas estudados nesta unidade, formule uma hipótese que explique como os dirossaurídeos migraram da África para a América, lembrando que esta passagem ocorreu na Era Cenozoica.

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ARARIBÁ GEOGRAFIA

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Organizadora: Editora Moderna Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. Editor Executivo: Fernando Carlo Vedovate

3a edição

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10/7/10 7:58:19 AM


© Editora Moderna, 2010

Elaboração de originais Daniella Almeida Barroso Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo. Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Ana Paula Ribeiro Licenciada em Geografia pela Universidade Paulista. Licencianda em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos. Professora de Geografia na rede municipal de São Paulo. Editora. Angélica Campos Nakamura Graduanda do curso de bacharelado e licenciatura em Geografia pela Universidade de São Paulo. Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela Faculdade Cásper Líbero. Gustavo Nagib Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graduando do curso de Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor em escolas particulares de São Paulo. Karina Hide Sugiyama Idehara Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graça Maria Lemos Ferreira Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Marcello Martinelli Professor Livre-docente de Cartografia Temática do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. Wagner Nicaretta Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Editor. Sonia Cunha de Souza Danelli Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Editora.

Coordenação editorial: Fernando Carlo Vedovate, Ana Paula Ribeiro Edição de texto: Ana Paula Ribeiro, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara, Wagner Nicaretta Assistência editorial: Daiane Ciriáco Preparação de texto: Renato da Rocha Carlos Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Aurélio Camilo Foto da capa: Rute Alves, porta-bandeira da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel no desfile cujo enredo homenageou o compositor Noel Rosa. Rio de Janeiro (RJ), 2010 © Ismar Ingber/Tyba Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho Edição de infografia: William H. Taciro, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara, Daniela Máximo, Ana Cláudia Fernandes Edição de arte: Alexandre Lugó Ayres Neto Editoração eletrônica: Setup Bureau Editoração Eletrônica Ilustrações: Alex Affonso, Cecília Iwashita, Estúdio Ilustranet, Marcelo Pliger, Mario Kanno, Paulo Manzi Cartografia: Alessandro Passos da Costa, Anderson de Andrade Pimentel, Fernando José Ferreira Coordenação de revisão: Elaine C. del Nero Revisão: Agnaldo Holanda, Ana Paula Luccisano Coordenação de pesquisa iconográfica: Ana Lucia Soares Pesquisa iconográfica: Ana Claudia Fernandes, Evelyn Torrecilla, Luciano Baneza Gabarron, Odete Ernestina Pereira As imagens identificadas com a sigla CID foram fornecidas pelo Centro de Informação e Documentação da Editora Moderna. Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Fabio N. Precendo, Pix Art, Rubens M. Rodrigues Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Helio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Impressão e acabamento:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Projeto Araribá : geografia : ensino fundamental / obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna ; editor executivo Fernando Carlo Vedovate. — 3. ed. — São Paulo : Moderna, 2010. Obra em 4 v. para alunos do 6o ao 9o ano. “Componente curricular : Geografia” Bibliografia. 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Vedovate, Fernando Carlo.

10-08299

CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 ISBN 978-85-16-06838-7 (LA) ISBN 978-85-16-06839-4 (LP) Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2010 Impresso no Brasil 1 3

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Apresentação

“M

uitos dos males do Brasil atual são creditados, por muitas pessoas, ao nosso passado colonial. Muitos séculos se passaram desde então, e as heranças coloniais não podem mais ser responsabilizadas por esses males, apesar de mantermos vivos muitos dos preconceitos e ideologias trazidos pelos colonizadores.” AGOSTINI, João Carlos. Brasileiro, sim senhor! Uma reflexão sobre nossa identidade. São Paulo: Moderna, 2007. p. 13. Neste ano você vai estudar de forma mais detalhada a Geografia do Brasil. Aprenderá como se formou o território brasileiro, suas características naturais, sua economia, informações sobre vários lugares, entre outros temas. Também vai conhecer um pouco da população brasileira, que resulta da mescla de povos e culturas diferentes. No decorrer dos estudos, verificará que no Brasil se produz muita riqueza. Contudo, nem todos usufruem dessa riqueza, pois parte da população é privada das condições mínimas de sobrevivência. Você vai perceber que o Brasil é um país marcado por diferenças naturais, sociais, econômicas e culturais. Com o professor, você e seus colegas vão realizar um trabalho em que a participação e a opinião de todos serão muito importantes para a compreensão dos diferentes aspectos da realidade brasileira. E esse é o primeiro passo para alcançar uma postura crítica e uma atuação consciente sobre a realidade de nosso país. Bom estudo!

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Organização da Unidade Um livro organizado Seu livro tem 8 unidades, que apresentam uma organização clara e regular: abertura, estudo dos temas, Atividades, Representações gráficas e Compreender um texto.

Abertura da unidade Um pequeno texto apresenta os conteúdos que serão desenvolvidos na unidade.

As questões propostas convidam você a analisar as imagens da abertura e a recordar o que já sabe sobre o assunto que será estudado.

Estudo dos temas Cada unidade apresenta 4 temas, que desenvolvem os conteúdos de modo claro e organizado, mesclando texto e imagens variadas. Ao longo do desenvolvimento dos temas há quadros que aprofundam o assunto estudado. Atividades de aplicação imediata estimulam você a explorar as imagens e a relacioná-las com as informações do texto, ajudando a fixar o que está sendo estudado.

Nas laterais do texto informativo, há sugestões de leituras, filmes e sites para você aprofundar seus conhecimentos. Atividades práticas solicitam a interpretação de dados de tabelas e gráficos, para que você tire suas conclusões a partir dessas análises.

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As colunas laterais trazem glossário e outras informações adicionais.

Elementos visuais, como ilustrações e mapas, exemplificam e complementam os conteúdos desenvolvidos na unidade.

Gráficos, mapas e tabelas estimulam a leitura de informações em diferentes linguagens. As palavras destacadas nessa vinheta remetem à seção Vocabulário em contexto do Guia de estudo.

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Páginas especiais Em Lugares interessantes você conhecerá diferentes lugares do Brasil e do mundo que têm relação com os temas da unidade.

A seção Saiba mais traz informações complementares sobre um assunto já abordado na unidade. Nos dois casos, há atividades de compreensão da leitura apresentada.

Atividades Organize o conhecimento Atividades de síntese, compreensão e sistematização dos conteúdos aprendidos.

Aplique seus conhecimentos As atividades desta seção apresentam questões selecionadas de vestibulares e Enem (Desafio!), situações relativamente novas, relacionadas ao conteúdo da unidade, e desenvolvem a habilidade de leitura de textos e imagens.

Representações gráficas O programa desenvolve, em cada unidade, um tipo específico de representação gráfica.

O que é Explica, em uma linguagem clara e direta, o que é, como é feito, como é utilizado cada um dos instrumentos desenvolvidos no programa.

Compreender um texto Seção com diferentes tipos de texto e atividades que estimulam o aluno a gostar de ler e a compreender o que lê.

Obter informações Desenvolve a habilidade de identificar e fixar as principais ideias do texto.

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Pratique Propõe atividades de leitura, análise e aplicação dos conhecimentos desenvolvidos na seção.

Interpretar Você vai relacionar, interpretar e avaliar as informações do texto. Pesquisa/Reflexão/Use sua criatividade! Você vai pesquisar novas informações, associar o que leu com seus próprios conhecimentos ou elaborar um trabalho pessoal.

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Sumário

Unidade 1

O TERRITÓRIO BRASILEIRO TEMA 1 – Localização do território brasileiro.................................................................... 12 Extensão do território, 12 - Onde está o Brasil, 12 Extensão latitudinal e longitudinal, 14 - As latitudes e as paisagens, 15 As longitudes e os horários, 15 TEMA 2 – Formação do território brasileiro........................................................................ 16 A chegada dos portugueses à América, 16 - Os limites territoriais, 16 Povoar ou perder, 17 - Expansão territorial, 17 Atividades – Temas 1 e 2...........................................................................................................................................20 • Saiba mais – Limite e fronteira, 21 TEMA 3 – Regionalização do território brasileiro.......................................................... 22 O que é regionalizar, 22 - Por que regionalizar, 23 TEMA 4 – Brasil: regiões e políticas regionais.................................................................. 24 Regionalização oficial, 24 - Os complexos regionais, 26 Políticas regionais no Brasil, 29 Atividades – Temas 3 e 4...........................................................................................................................................30 • Representações gráficas – Fusos horários.......................................................................................... 32 • Compreender um texto – Os eternos encontros.............................................................................. 34

Unidade 2

A POPULAÇÃO BRASILEIRA TEMA 1 – Brasil: aspectos demográficos............................................................................... 38 Um país populoso, mas pouco povoado, 38 - A distribuição da população, 39 O crescimento da população, 40 - A pirâmide etária brasileira, 41 TEMA 2 – A formação da população brasileira. ................................................................ 42 Um país marcado pela diversidade, 42 - O mito da democracia étnico-racial, 45 Atividades – Temas 1 e 2...........................................................................................................................................46 • Saiba mais – As baianas do acarajé, 47 TEMA 3 – Os movimentos migratórios..................................................................................... 48 O que é migração, 48 - Migrações externas e internas, 48 TEMA 4 – A população e o trabalho no Brasil. ................................................................... 52 População Economicamente Ativa (PEA), 52 - O desemprego e seus fatores, 53 - A economia informal, 53 O trabalho infantil no Brasil, 53 Atividades – Temas 1 a 4...........................................................................................................................................56 • Representações gráficas – Gráficos I: barras e círculos proporcionais.....................................58 • Compreender um texto – A violência urbana e os jovens........................................................... 60

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Unidade 3

INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO DO BRASIL TEMA 1 – A industrialização brasileira.................................................................................... 64 O início da industrialização, 64 - Características da industrialização brasileira, 66 Concentração e desconcentração industrial, 66 TEMA 2 – A urbanização brasileira.............................................................................................. 68 População urbana no Brasil, 68 - Urbanização recente, 69 Urbanização e industrialização, 69 Atividades – Temas 1 e 2...........................................................................................................................................70 • Saiba mais – O que é cidade, 71 TEMA 3 – Rede e hierarquia urbanas........................................................................................ 72 Rede urbana, 72 - Hierarquia urbana, 73 - Conurbação, 74 As regiões metropolitanas, 74 TEMA 4 – Problemas sociais e ambientais nas cidades........................................... 76 Problemas sociais urbanos, 76 - Problemas ambientais urbanos, 77 Atividades – Temas 1 a 4.......................................................................................................................................... 78 • Representações gráficas – Gráficos II: colunas, linhas e setores.................................................80 • Compreender um texto – Problemas ambientais urbano-industriais......................................82

Unidade 4

REGIÃO NORTE TEMA 1 – Aspectos físicos da Região Norte........................................................................ 86 Amazônia e Região Norte são sinônimos?, 86 A Floresta Amazônica, 87 - A Bacia Amazônica, 88 TEMA 2 – Ocupação e exploração da Região Norte...................................................... 90 Primeiras atividades econômicas, 90 - A integração da Amazônia, 90 Extrativismo mineral, 92 - A expansão urbana, 93 Atividades – Temas 1 e 2...........................................................................................................................................94 • Saiba mais – Os rios amazônicos, 95 TEMA 3 – Devastação na Amazônia Legal. ........................................................................... 96 Os efeitos do desmatamento, 96 - A devastação da floresta, 96 - Animais ameaçados de extinção, 99 TEMA 4 – Desenvolvimento sustentável............................................................................100 Produzir, consumir, produzir, consumir..., 100 - Desenvolvimento sustentável, 101 As comunidades tradicionais, 101 - As reservas extrativistas, 103 Atividades – Temas 1 a 4........................................................................................................................................ 104 • Representações gráficas – Relevo: mapa físico............................................................................. 106 • Compreender um texto – A Ford amazônica................................................................................. 108

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Sumário

Unidade 5

REGIÃO NORDESTE TEMA 1 – Aspectos físicos da Região Nordeste. ...........................................................112 Apresentação, 112 - O Nordeste seco, 113 - A hidrografia do Nordeste, 115 TEMA 2 – Nordeste: ocupação e organização do espaço. .....................................116 O espaço colonial do Nordeste, 116 - A decadência econômica do Nordeste, 117 - A transposição das águas do São Francisco, 118 Atividades – Temas 1 e 2........................................................................................................................................ 120 • Saiba mais – A invenção da seca no Nordeste, 121 TEMA 3 – As sub-regiões do Nordeste...................................................................................122 As quatro sub-regiões, 122 - Áreas de ocupação tradicional, 123 • Lugares interessantes – Delta do Parnaíba, 127 TEMA 4 – Nordeste: espaço geográfico atual.................................................................128 O crescimento econômico, 128 - Atividades econômicas, 129 Os serviços, 130 - Áreas de dinamismo econômico, 131 Indicadores sociais do Nordeste, 132 • Lugares interessantes – A Rota da Moda, 133 Atividades – Temas 1 a 4........................................................................................................................................ 134 • Representações gráficas – Mapa antigo e mapa atual............................................................... 136 • Compreender um texto – Homens e caranguejos....................................................................... 138

Unidade 6

REGIÃO SUDESTE TEMA 1 – Aspectos físicos da Região Sudeste...............................................................142 Apresentação, 142 - A vegetação original e sua devastação, 142 Os processos erosivos e a ação humana, 143 A hidrografia do Sudeste, 144 TEMA 2 – A ocupação do Sudeste. .............................................................................................148 A mineração e a ocupação do Sudeste, 148 - A cafeicultura e a organização do espaço, 149 Atividades – Temas 1 e 2........................................................................................................................................ 150 • Saiba mais – O século das cidades, 151 TEMA 3 – Sudeste: organização atual do espaço.........................................................152 Concentração populacional, 152 - Concentração econômica, 154 TEMA 4 – A economia industrial do Sudeste...................................................................156 As atividades industriais, 156 - O setor terciário, 157 O espaço agrário do Sudeste, 158 - O extrativismo, 158 Atividades – Temas 1 a 4........................................................................................................................................ 160 • Representações gráficas – Relevo: curvas de nível...................................................................... 162 • Compreender um texto – Sabores da tradição............................................................................. 164

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Unidade 7

REGIÃO SUL TEMA 1 – Aspectos físicos da Região Sul. ...........................................................................168 Apresentação, 168 - O relevo e a rede hidrográfica da Região Sul, 169 TEMA 2 – A ocupação e a organização do espaço sulista. ....................................170 A expansão da ocupação na Região Sul, 170 A imigração consolidou a ocupação, 172 Atividades – Temas 1 e 2........................................................................................................................................ 174 • Lugares interessantes – Ilha do Mel, 175 TEMA 3 – A população da Região Sul. .....................................................................................176 Aspectos da população do Sul, 176 - Indicadores sociais da Região Sul, 177 TEMA 4 – A economia da Região Sul........................................................................................178 Características gerais da economia sulista, 178 A pecuária, 178 - A agricultura, 179 - O extrativismo, 179 A industrialização, 180 - As atividades terciárias, 181 Atividades – Temas 1, 3 e 4................................................................................................................................... 182 • Representações gráficas – Relevo: perfil topográfico................................................................. 184 • Compreender um texto – A questão agrária no Brasil................................................................ 186

Unidade 8

REGIÃO CENTRO-OESTE TEMA 1 – Aspectos físicos da Região Centro-Oeste..................................................190 Apresentação, 190 - O clima, 190 - Relevo e hidrografia, 191 O Cerrado, 193 - O Pantanal, 194 TEMA 2 – Impactos ambientais no Cerrado e no Pantanal. .................................196 Impactos ambientais no Cerrado, 196 - Impactos ambientais no Pantanal, 197 Atividades – Temas 1 e 2........................................................................................................................................ 198 • Saiba mais – Sorriso, 199 TEMA 3 – Centro-Oeste: expansão do povoamento . ................................................200 A ocupação da região, 200 - Projetos de colonização, 202 Brasília: uma estratégia de integração, 203 TEMA 4 – Centro-Oeste: crescimento econômico. ......................................................204 A atividade pecuária, 204 - A produção agrícola, 205 O extrativismo, 206 - O turismo, 206 - As atividades industriais, 207 Atividades – Temas 1 a 4........................................................................................................................................ 208 • Representações gráficas – Bloco-diagrama.................................................................................... 210 • Compreender um texto – Línguas indígenas ameaçadas de extinção................................ 212

Referências bibliográficas............................................................................................................ 214

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Unidade

2

A população brasileira

Quantos somos e onde vivemos

N

o ano 2000, o Brasil contava com aproximadamente 170 milhões de habitantes, número suficiente para lotar 1.700 estádios de futebol como o Maracanã, no Rio de Janeiro, um dos maiores do mundo. Em 2007, esse número já estava próximo a 190 milhões. Embora o Brasil seja um país de grande extensão territorial, a população se concentra nas áreas litorâneas e nas grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Nas últimas décadas, o crescimento da população brasileira vem apresentando um ritmo mais lento; ainda assim, o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo.

O censo demográfico é uma pesquisa que permite conhecer a população de um lugar: número de habitantes, de homens, mulheres, crianças e idosos; onde e como vivem as pessoas. Esse estudo é realizado, normalmente, a cada dez anos, e os dados obtidos são usados pelo governo para planejar suas ações no que diz respeito à educação, à habitação e à saúde, por exemplo. No Brasil, o órgão responsável pelo censo demográfico é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Começando a Unidade 1 Que mudanças podem ser obser­vadas nas imagens? 2 O que aconteceu com a população brasileira entre 1872 e 2007? 3 Em sua opinião, quais foram as consequências disso na organização do espaço das cidades? 4 E sua cidade, você a considera muito ou pouco populosa?

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Avenida Paulista, em São Paulo, São Paulo, em 1902.

189,8

169,8

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO DO BRASIL — 1872-2007

119,0

93,1 70,0

*números arredondados

146,8

51,9 41,2 30,6 9,9

14,3

17,4

1872 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007

(em milhões* de habitantes) Fontes: Anuário estatístico do Brasil 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. v. 68.; IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira – 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. p. 31.

Avenida Paulista, em São Paulo, São Paulo, em 2009.

Em 1872, ano do primeiro censo demográfico, o Brasil contava quase 10 milhões de habitantes.

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1

O

Brasil tem áreas de grandes aglomerações humanas, contrastando com outras, de baixíssima densidade populacional.

Brasil: aspectos demográficos Um país populoso, mas pouco povoado Quando dizemos que um país é populoso, estamos levando em conta sua população total, também chamada população absoluta (figura 1). Já o termo povoado se refere à população relativa, ou seja, ao número de pessoas que residem em determinada área. A esse resultado dá-se o nome de densidade demográfica. Apesar de ser o quinto país mais populoso do mundo, o Brasil é pouco povoado se comparado a outros países, por causa de sua extensa área territorial. Veja como se calcula a densidade demográfica no quadro 1. Figura 1

paÍses mais populosos do muNdo — 2009 1.345.750.973

De olho no mapa

1.198.003.272

Observe a figura 1.

• Quais são os dois países mais populosos do mundo? Em qual continente eles se localizam?

154.728.892 127.156.225

RIA NIGÉ

314.658.780

140.873.647

O JAPÃ

IA RÚSS

191.480.630

EUA

229.964.723

ÍNDIA IL BRAS

A CHIN

INDO

162.220.762

180.808.096

SH LADE BANG

ISTÃO PAQU

NÉSIA

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Tema

Fonte: elaborado com base em Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 69.

Quadro 1

Densidade demográfica ou população relativa Muitos países apresentam uma população total menor que a do Brasil, ou seja, são menos populosos, mas, ao mesmo tempo, são mais povoados, por constituírem territórios bem menores que o brasileiro. Para calcular a densidade demográfica de uma localidade, basta dividir o número da população total por sua extensão territorial.

Fonte: Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 181-183.

Brasil População Área do território Japão População Área do território

191.480.630 hab.   22 hab./km2 8.514.876 km2

127.156.225 hab. 377.801 km2

 336 hab./km2

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A distribuição da população Observe na figura 2 que a população está distribuída de maneira desigual pelo território brasileiro: há regiões onde se aglomeram muitas pessoas; em outras, o número de habitantes é muito pequeno. A atual distribuição da população brasileira reflete a desigualdade econômica entre as regiões. As maiores e melhores oportunidades de trabalho são fatores que contribuem para a concentração

Figura 2

populacional, pois as pessoas procuram se estabelecer em locais que possam lhes oferecer boas condições de vida. O Sudeste, com cerca de 924.511 quilômetros quadrados, é a região brasileira mais povoada, isto é, que apresenta a maior densidade demográfica: são, aproximadamente, 85 hab./km2. Já a Região Norte é a menos povoada, com densidade demográfica em torno de 4 hab./km2.

distribuição da população do brasil – 2005

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Boa Vista Macapá

EQUADOR

Belém

São Luís Fortaleza

Manaus

Natal

Teresina

João Pessoa Recife Rio Branco

Porto Velho

Maceió Palmas

Aracaju Salvador

DISTRITO FEDERAL

Cuiabá

Goiânia

Região

População total (habitantes)

Densidade demográfica (hab./km2)

Norte

14.698.878

3,8

OCEANO PACÍFICO

Campo Grande

Vitória

São Paulo Nordeste

51.019.091

32,8

OCEANO ATLÂNTICO

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

TRÓPICO D

E CAPRI

CÓRNIO

Curitiba Florianópolis

Sudeste

78.472.017

84,9

Sul

26.973.511

46,8

Porto Alegre

280 km

Centro-Oeste

13.020.767

8,1

10.000 habitantes 50° O

Fonte: Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 113 e 154. 39

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Taxas de fecundidade, natalidade e mortalidade

A taxa de fecundidade indica o número médio de filhos por mulher, considerando mulheres entre 15 e 49 anos. Na década de 1960, essa média era de seis filhos por mulher; na década de 1980, a taxa já havia caído para quatro filhos e tendia a continuar diminuindo (figura 3). Figura 3

taxa de fecuNdidade no brasil —­1960-2005

7

Expectativa de vida

Também denominada esperança de vida ao nascer, corresponde a quantos anos, em média, as pessoas poderão viver, se forem mantidas as condições de vida do momento em que a previsão foi realizada. Em 1940, a esperança de vida de um brasileiro era de apenas 41,5 anos; em 2003, o brasileiro já vivia, em média, 71 anos. Taxa de crescimento natural

A diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade, em determinado período, resulta na taxa de crescimento natural de uma população. Conforme comentamos, houve uma queda na taxa de crescimento da população brasileira (observe a figura 4), que pode ser explicada pelo maior acesso a informações sobre métodos contraceptivos, pela crescente participação da mulher no mercado de trabalho, pela urbanização, entre outros fatores. A consequência disso foi a queda das taxas de natalidade e fecundidade, isto é, a diminuição do número de nascimentos e de filhos por mulher. Ao mesmo tempo, avanços na medicina e melhorias das condições de saúde pública ajudaram a diminuir a taxa de mortalidade, aumentando a expectativa de vida e, consequentemente, o número de idosos.

Filhos por mulher

6

Figura 4

5 4 3

3,0

2

2,89%

1

2,48%

2,5

0 1960

1970

1980

1991

2000

crescimento natural da população do brasil —­1960-2007

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O crescimento da população Se você fizer uma pesquisa em casa com seus familiares, vai descobrir que na época de seus bisavós, ou mesmo de seus avós, as famílias eram bem maiores que as de hoje. Muitos casais tinham dez ou mais filhos. Atualmente, se fizer uma pesquisa na classe, você vai verificar que a maioria de seus colegas tem apenas um ou dois irmãos. Isso significa que a população brasileira está crescendo em ritmo mais lento que anos atrás. Para entender essa mudança, é preciso conhecer os principais elementos que interferem na composição da população de um país.

2005

Fonte: Anuário estatístico do Brasil 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 67.

2,0

A taxa de natalidade representa o número de nascimentos em cada grupo de mil habitantes, em determinado ano ou período. Assim, uma taxa de natalidade de 4‰ (lê-se quatro por mil) indica que houve quatro nascimentos para cada mil habitantes. A taxa de mortalidade representa o número de óbitos em cada grupo de mil habitantes, em determinado ano ou período. Existe ainda a taxa de mortalidade infantil, que se refere especificamente aos óbitos de crianças com até 1 ano de idade.

1,5

1,93%

1,63% 1,21%

1,0 1960/1970

1970/1980

1980/1991

1991/2000

2000/2007

Fonte: Metodologia das estimativas das populações residentes nos municípios brasileiros para 1o de julho de 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. p. 12.

De olho no gráfico

Observe a figura 4. A taxa de crescimento da população brasileira tende a aumentar ou diminuir nos próximos anos?

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A pirâmide etária é um tipo de gráfico que representa os dados sobre a população masculina e feminina, por idades. Por isso é também denominada pirâmide de idades. O formato de uma pirâmide de idades pode nos revelar alguns aspectos sobre a população de um país. Uma base larga indica elevado número de jovens na população, enquanto um topo estreito indica pequena quantidade de idosos.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

De país “jovem” a país “maduro”

A pirâmide etária de 1980 (figura 5) tem base larga, revelando um grande número de jovens, o que indica elevada natalidade. O topo estreito da pirâmide mostra o pequeno número de idosos, uma vez que as precárias condições de higiene e de saúde diminuíam a expectativa de vida da população. Essa pirâmide retrata um país “jovem”, isto é, um país que apresenta a maior parte de sua população na faixa etária dos jovens (até 19 anos). O formato dessa pirâmide é típico de países menos desenvolvidos, onde as taxas de natalidade são elevadas e a expectativa de vida é baixa.

Já a pirâmide etária do Brasil em 2008 (figura 6) aponta para uma tendência a um país “maduro”, isto é, com o predomínio de sua população na faixa etária dos adultos (de 20 a 59 anos). Os países “maduros” geralmente apresentam expressivo desenvolvimento industrial, mas também enfrentam alguns problemas: por causa do grande número de idosos, encontram dificuldades para manter boas condições de vida para esse grupo. E, como consequência da baixa natalidade, em poucos anos poderão faltar pessoas para o mercado de trabalho, o que poderá comprometer a previdência social. Glossário

A pirâmide etária brasileira

Métodos contraceptivos Métodos usados para evitar a gravidez, tais como pílulas anticoncepcionais e preservativos.

Previdência social Sistema de proteção social que garante o sustento a todo trabalhador e sua família, quando ele não pode trabalhar em razão de doença, acidente, gravidez, prisão, morte ou velhice. Na prática, mensalmente todos os brasileiros economicamente ativos devem contribuir para a previdência com uma parte de seu salário. O dinheiro desse fundo é usado para pagar aposentadorias e pensões.

De olho nos gráficos

• O que ocorreu, entre os anos 1980 e 2008, com a

quantidade de pessoas da faixa etária de seus pais? E de seus avós?

Composição, por sexo e grupos de idade da população Figura 5 pirâmide etária brasil — 1980 1980 residente total do – Brasil – período 80 anos ou mais 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos

Homens

15

10

Figura 6

5

0

Milhões

5

Fonte: Anuário estatístico do Brasil 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 67.

0

5

15

10

pirâmide etária do brasil — 2008 80 anos ou mais 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos

Homens

6

Mulheres

4

3

2

1

0

Mulheres

0

1

2

3

4

5

6

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 179.

Milhões

41

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2

A

miscigenação trouxe grande diversidade de traços culturais na formação da população brasileira.

A formação da população brasileira Um país marcado pela diversidade Essa diversidade aparece em características culturais, como língua, religião, música, hábitos alimentares, e também nas características físicas das pessoas, como cor da pele, dos cabelos, estatura etc. Entre os elementos mais evidentes da presença de culturas diversas na formação de nossa população, está a língua falada. Dos portugueses, herdamos nossa língua oficial. No entanto, nossa língua portuguesa não é falada da mesma forma por toda a população. Há diferenças regionais que aparecem, por exemplo, no sotaque das pessoas. Além disso, na língua portuguesa falada no Brasil, há muitas palavras de origem indígena e africana. Os povos indígenas

Quadro 2

Terras Indígenas [...] A definição de terras tradicionalmente ocupadas pelos índios encontra-se no parágrafo primeiro do artigo 231 da Constituição Federal: são aquelas ‘por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições’. [...] Grande parte das Terras Indígenas no Brasil sofre invasões de mineradores, pescadores, caçadores, madeireiras e posseiros. Outras são cortadas por estradas, ferrovias, linhas de transmissão ou têm porções inundadas por usinas hidrelétricas.

Como vimos na unidade 1, muitos e diferentes povos indígenas habitavam nosso território antes da chegada dos colonizadores europeus, no século XVI. Mesmo tendo sido quase dizimados, principalmente na costa leste do Brasil, os indígenas influenciaram hábitos da população não indígena, como banhar-se todos os dias (figura 7), usar redes e consumir mandioca e seus derivados. Ainda hoje, os grupos indígenas do Brasil, que vivem em sua maioria nas Terras Indígenas (leia o quadro 2), resistem e lutam para preservar sua cultura. Mesmo os grupos que vivem em terras demarcadas enfrentam problemas, como as invasões de terras, que geram conflitos com não indígenas. Outros grupos vivem aculturados nas cidades, em precárias condições de vida, sem recursos para saúde, alimentação ou educação.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Tema

Figura 7. Índios Kalapalo da aldeia Aiwa no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, em 2009.

Instituto Socioambiental. Disponível em <www.socioambiental.org.br>. Acesso em 22 mar. 2007.

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Assim como os indígenas, os povos africanos pertenciam a diferentes grupos étnicos, vindos de várias regiões da África, e representavam, numericamente, boa parte do total da população no período da colonização. Aproximadamente 4 milhões de africanos foram trazidos para trabalhar como escravos no Brasil, entre os séculos XVI e XIX. Apesar da repressão sofrida pelos povos africanos durante o período de escravidão, suas manifestações culturais, tais como a música, a religiosidade, a dança e a comida, compõem a cultura brasileira. Hoje, milhares de famílias de descendentes dos povos escravizados vivem nas comunidades remanescentes de quilombos (onde se localizavam os antigos quilombos), existentes em muitos estados brasileiros (figura 8). Até novembro de 2008, haviam sido tituladas 87 terras quilombolas, nas quais vivem cerca de 9 mil famílias. A Região Norte, principalmente o Pará, concentra a maior parte das comunidades. Para saber mais sobre as comunidades quilombolas, leia o quadro 3.

Figura 8. Comunidade quilombola Kalunga do município de Cavalcante, em Goiás, em 2010.

Glossário

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os povos africanos

Étnico

Relativo à etnia, isto é, grupo que apresenta características comuns quanto à história, origem, língua falada e a outros aspectos culturais.

Quadro 3

Comunidades remanescentes de quilombos

TERRAS QUILOMBOLAS NO BRASIL – 2008

As comunidades remanescentes dos quilombos ainda são desconhecidas de grande parte dos brasileiros, e para a maioria o quilombo é algo do passado, que teria desaparecido com o fim da escravidão. Assim, costuma causar surpresa a informação da existência de muitas centenas de comunidades quilombolas espalhadas por todas as regiões do país. Apenas a partir de 1988, quando a Constituição Brasileira reconheceu às comunidades remanescentes dos quilombos o direito à propriedade de suas terras, é que esta questão passou a ganhar espaço no cenário nacional.

OLIVEIRA, Vanessa de; MORTARI, Elisangela Carlosso Machado. Quilombos contemporâneos: a memória e o consumo midiático na formação da identidade negra. UNI revista. São Leopoldo: Unisinos, jul. 2006, vol. 1, n. 3.

No mapa, estão localizadas as 87 terras quilombolas tituladas até o ano de 2008. Nessas áreas, vivem 144 comunidades remanescentes de quilombos.

RR

AP

EQUADOR

AM

PA

CE

MA

PB

PI

PE

AC TO

RO

BA

MT

RN

AL SE

DF GO

OCEANO

MG OCEANO

MS

SP

PACÍFICO OD TRÓPIC

E CAPRIC

ÓRNIO

ES

ATLÂNTICO

RJ

PR

Número de comunidades por região 97 Região Norte 32 Região Nordeste Região Sudeste Região Sul Região Centro-Oeste

11

Brasil

144

SC RS

0 4 480 km 50° O

Fonte: Elaborado com base em Comissão Pró-Índio de São Paulo. Comunidades quilombolas e direitos territoriais. Disponível em <www.cpisp.org.br/terras>. Acesso em 11 mar. 2008.

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Os imigrantes

Grande parte da população brasileira é formada por imigrantes ou descendentes destes. A chegada desses imigrantes se deu sobretudo entre meados do século XIX e meados do século XX, quando muitos europeus (principalmente portugueses, italianos, espanhóis, alemães) e asiáticos (sírios, libaneses, japoneses, entre outros) chegaram ao país. Nas regiões onde os imigrantes se estabeleceram, podemos notar influências deixadas na paisagem (figura 9). Os italianos, que formaram um dos grupos mais numerosos de imigrantes estabelecidos no Brasil, a partir do final do século XIX dirigiram-se principalmente para o estado de São Paulo. Na capital desse estado, a influência italiana pode ser notada, por exemplo, nos hábitos alimentares dos paulistanos (figura 10).

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Figura 9. A influência alemã pode ser observada nas construções desta rua na cidade de Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, em 2009.

Figura 10. Mercearia de imigrantes italianos no bairro do Bixiga na cidade de São Paulo, São Paulo, em 2007. 44

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Figura 12

Figura 11

população do brasil seguNdo a cor ou raça — 2006

0,5% Amarelos 6,9% Negros 42,6% Pardos

0,3% Indígenas

49,7% Brancos

Fonte: Anuário estatístico do Brasil 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 67.

vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra mito no Guia de estudo.

aNalFabetismo No brasil seguNdo cor ou raça

De olho no mapa

23,8

17,6

21,9

23,1

12,8

as taxas de analfabetismo segundo cor ou raça? Essas taxas são maiores ou menores que as do Brasil?

11,6

14,9

• Na região onde você mora, quais 7,4

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O mito da democracia étnico-racial Um dos aspectos levantados pelos censos brasileiros é a distribuição da população segundo cor ou raça. Para realizar esse levantamento, o IBGE apresenta cinco grupos étnicos, definidos, de modo geral, pela cor da pele, para que as pessoas se autoclassifiquem. Observe a figura 11. Durante muito tempo acreditou-se que a “mistura” de povos fazia do nosso país uma democracia étnico-racial, isto é, um país sem racismo, onde todos seriam tratados da mesma forma e teriam as mesmas oportunidades. No entanto, essa ideia constitui um mito, pois em nosso país há um racismo disfarçado contra negros e indígenas, levando grande parte da população a não reconhecer sua própria origem. Prova disso é que muitas pessoas que poderiam ser classificadas como pardas ou negras se autodeclaram brancas. Ao comparar, por exemplo, as taxas de analfabetismo da população brasileira, dividida por cor ou raça, verificamos a enorme desigualdade: 7% da população branca é analfabeta, e entre a população parda e negra esse valor dobra, sendo 15,6% e 14,6% respectivamente. A figura 12 mostra o analfabetismo por região, demonstrando que as diferenças relacionadas à cor da pele somam-se às diferenças regionais.

10,5

8,9

REGIÃO NORDESTE

6,6

10,3 4,9

REGIÃO CENTRO-OESTE

8,8

6,6

12,8

REGIÃO NORTE

15,6

Negra REGIÃO SUL

Total

7

Parda

11,1

14,6

4,7

Branca

5,9

Cor (%)

11,5

11

REGIÃO SUDESTE

380 km

BRASIL

Fonte: Anuário dos trabalhadores 2007. 8. ed. São Paulo: Dieese, 2007. p. 83. 45

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Temas 1e2

CC Organize o conhecimento

4. Leia o texto e responda às questões. [...] Se o crescimento da população perma“ necesse no mesmo ritmo dos anos 50, seríamos,

1. Leia as frases a seguir e identifique as falsas, reescrevendo-as corretamente em seu caderno. a) O Brasil é um país populoso, por isso apresenta alta densidade demográfica. b) A densidade demográfica brasileira é bastante desigual, sendo elevada na Região Sudeste e extremamente baixa no Norte. c) Após o ano 2000, a pirâmide etária do Brasil mostra o aumento da população na faixa etária dos adultos. d) A cultura brasileira é composta de contribuições de diversos povos, entre os quais se destacam povos indígenas, africanos e europeus.

2. Responda. a) De que maneira podemos observar a diversidade na formação da população brasileira? b) Que hábitos herdamos das populações indígenas? c) Quais povos migraram para o Brasil em meados dos séculos XIX e XX? Quais povos têm migrado nas últimas décadas? d) Quais são os grupos étnicos apresentados pelo IBGE em suas pesquisas?

hoje, 262 milhões de brasileiros. Mas, desde então, nossa taxa de fecundidade diminuiu, devido às transformações ocorridas na família brasileira. [...] Os avanços na medicina e a melhoria nas condições gerais da população contribuíram para elevar a expectativa de vida dos brasileiros [...].

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Projeção da População do Brasil. Disponível em <www.ibge.gov.br>. Acesso em 27 mar. 2007.

a) O que significam os conceitos de taxa de fecundidade e de expectativa de vida? b) Quais seriam as transformações ocorridas na família brasileira, mencionadas no texto? Cite duas. c) A elevação na expectativa de vida da população veio acompanhada de condições adequadas de higiene e saúde pública para todos? Justifique sua resposta com um exemplo.

5. Compare a pirâmide etária do Brasil em 2008 (figura 6, página 41) com o gráfico a seguir (projeção para 2020) e responda.

CC Aplique seus conhecimentos

3. Analise as informações da tabela e responda. Estado

Área (km2)

População (2005)

Amazonas

1.570.746

3.232.330

Roraima

224.299

391.317

Sergipe

21.910

1.967.791

São Paulo

248.209

40.442.795

Rio de Janeiro

43.696

15.383.407

Fonte: Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 154.

a) Dos estados representados, qual é o mais populoso? E o menos populoso? b) Calcule a densidade demográfica de cada estado representado. c) Qual dos estados é o mais povoado? E o menos povoado? d) Podemos concluir que a população brasileira é bem distribuída pelo território? Que fatores explicam isso?

Composição, por sexo e grupos de idade da população residente total – Brasil – período 2020 80 anos ou mais 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos

Homens

15

10

5

0

Milhões

0

Mulheres

5

10

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Atividades

15

Fonte: Anuário estatístico do Brasil 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 67.

a) Que diferenças podemos observar na comparação dos dois gráficos? b) Que mudanças a projeção para 2020 indica que ocorrerão na sociedade brasileira?

6. Faça uma pesquisa para obter exemplos que confirmem a frase a seguir. “[...] na língua portuguesa falada no Brasil, encontramos muitas palavras de origem indígena e africana.”

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Saiba mais

As baianas do acarajé

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O ofício das baianas do acarajé é patrimônio cultural do Brasil. [...] O orgulho por esse reconhecimento podia ser visto nos rostos das mulheres negras de novas e antigas gerações presentes durante a cerimônia de diplomação de seu ofício, que aconteceu no dia 15 de agosto de 2005, na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Salvador. Durante o evento, as baianas do acarajé usaram suas roupas tradicionais, cuja peça mais característica é a grande saia rodada, complementada por outros adereços como os chamados panos da costa, o turbante na cabeça, a bata e os colares com as cores dos seus orixás pessoais. Nas ruas de Salvador, de outras cidades do estado da Bahia e, mais raramente, em outras regiões do País, as baianas tradicionais encontram-se sempre acompanhadas por seus tabuleiros que contêm não só o acarajé e seus possíveis complementos, como o vatapá e o camarão seco, mas também outras ‘comidas de santo’: abará, lelê, queijada, passarinha, bolo de estudante, cocada branca e preta. [...] O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Acarajé é uma palavra composta da língua iorubá: ‘acará’ (bola de fogo) e ‘jé’ (comer), ou seja, ‘comer bola de fogo’. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas, Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Para elas, o bolinho de feijão-

-fradinho frito no azeite de dendê não pode ser dissociado do candomblé. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos de santo.

CANTARINO, Carolina. Baianas do acarajé: uma história de resistência. In: Revista Textos do Brasil, n. 13. Brasília: Ministério das Relações Exteriores. Disponível em <www.dc.mre.gov.br/ imagens-e-textos/revista-textos-do-brasil/portugues/ edicao-numero-13>. Acesso em 6 abr. 2010.

Baiana e seu tabuleiro com acarajé e demais “comidas de santo” em Salvador, Bahia, em 2009.

1. Como a autora descreve as baianas do acarajé? 2. Qual a relação entre o acarajé e o candomblé, religião de origem africana?

3. Por que as baianas recusam qualquer alteração na receita do acarajé? 4. Que argumentos você imagina que tenham sido apresentados pelos

técnicos do Iphan para o reconhecimento do ofício das baianas do acarajé como parte do patrimônio imaterial do Brasil?

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C

om o propósito de melhorar de vida, brasileiros migram para outras localidades do Brasil, ou mesmo para outros países.

Paratodos “O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô baiano...” Chico Buarque. Paratodos. BMG Ariola, 1993.

Os movimentos migratórios O que é migração Os versos da canção de Chico Buar­que poderiam caracterizar muitos brasileiros. Eles nos mostram que as sucessivas gerações nem sempre permaneceram num mesmo local. E na sua família, isso também aconteceu? Seus pais nasceram na mesma localidade (município, estado ou país) onde vivem atualmente? E seus avós, bisavós e tataravós? É muito provável que os pais ou avós de vários alunos de sua classe, ou mesmo os seus, tenham saído de outro local para fixar moradia onde vivem atualmente. Nesse caso, eles realizaram uma migração ou um movimento migratório. Migração é o movimento populacional de uma localidade para outra. Diversos motivos levam as pessoas a migrar: dificuldades econômicas, guerras, perseguição política ou religiosa, adversidades naturais como climas extremamente frios ou quentes, secas frequentes e prolongadas, entre outros. O principal objetivo das migrações, independentemente do que as faz sair de onde estão, é a busca por melhores condições de vida. Migrações externas e internas As migrações podem ser externas ou internas. A migração externa, também denominada migração internacional, ocorre quando a população se desloca de um país para outro. Já a migração interna ocorre quando a população se desloca dentro de um mesmo país. Assim, as migrações internas podem ocorrer, por exemplo, de um estado para outro, ou de um município para outro dentro de um mesmo estado.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3

Tema

Glossário

Migrações externas no Brasil

Imigrante Pessoa que chega a um lugar para se estabelecer.

Emigrante Pessoa que sai de um lugar para se estabelecer em outro.

O período de maior imigração externa (entrada de estrangeiros) no Brasil se deu nos séculos XIX e XX, quando nosso país recebeu um grande número de europeus e asiáticos. Dos estrangeiros que vivem no Brasil, também há os que fugiram de conflitos em seus países, como os angolanos, que se concentram no estado do Rio de Janeiro. Nos últimos anos, muitos imigrantes provenientes dos países vizinhos, principalmente Bolívia, Peru e Colômbia, vêm se fixando no Brasil, especialmente na cidade de São Paulo. Em contrapartida, muitos brasileiros são emigrantes, pois se instalaram em outros países.

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Figura 13

migrações internas e externas no brasil

No Brasil, as migrações internas são intensas. Entre os fluxos que ocorrem entre regiões e estados, o do Nordeste para o Sudeste se destaca. O contrário também, devido à reativação de certos setores da economia nordestina na década de 1990, como o turismo. É também crescente o número de brasileiros que deixam o país em busca de melhores condições de vida no exterior. Muitos RR AP enviam remessas de dinheiro aos familiares que aqui ficaram. Estrangeiros registrados por país de origem (10 maiores grupos) – 2010

AM

Principais fluxos migratórios no Brasil – 1995 a 2000 Saldo migratório (por 1.000 habitantes)

1.000 habitantes)

Até -100 -100 a 0 1 a 15 16 a 50 Acima de 50

20 a 50 50 a 150 Acima de 150

MA

PA

Intensidade do fluxo (por

CE

PB PE AL SE

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PI

1o

Portugal

2o

Japão

3

Itália

4o

Espanha

5o

Bolívia

6o

Argentina

7o

China

8o

Alemanha

9o

Uruguai

10o

EUA

o

AC

276.768

TO

RO

BA

MT

91.814

942.567 estrangeiros estão registrados no Departamento da Polícia Federal (DPF), sendo 844.068 permanentes.

71.051 58.819

DF GO MG

40.183 34.593 28.436 28.319 27.453

ES

MS

O grande número de estrangeiros – portugueses, japoneses e italianos – registrados pela Polícia Federal reflete um aspecto da imigração no país: o Brasil foi uma colônia portuguesa e recebeu, no final do século XIX e início do século XX, um grande contingente de imigrantes japoneses e italianos sobretudo como fonte de mão de obra para as fazendas de café do estado de São Paulo.

52.473

SP

SC RS 360 km

De olho na figura

a) Por que o fluxo de migração do Nordeste para o Sudeste sempre foi intenso? b) Por que muitos italianos e japoneses vieram para o Brasil no século XX? c) Por que vários brasileiros emigram do país?

1.325.100 América do Norte

816.257 513.800 América do Sul

RJ

PR

Brasileiros no mundo

Europa

RN

289.557 Ásia

36.850

31.890

22.500

5.037

África

Oriente Médio

Oceania

América Central

Fontes: Atlas do censo demográfico 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2003. p. 58; Ministério das Relações Exteriores. Brasileiros no mundo: estimativas. Brasília: MRE, 2009. Disponível em <www.itamaraty.gov.br>. Acesso em 9 set. 2010. 49

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2 filhos de Francisco. Direção: Breno Silveira. Brasil, 2005. O filme narra a trajetória da dupla de cantores sertanejos Zezé di Camargo e Luciano em busca de ascensão profissional e reconhecimento artístico. Mostra as dificuldades enfrentadas pela família e a migração para cidades maiores à procura de melhores oportunidades.

Migrações internas no Brasil

Segundo o Censo 2000, no Brasil há 26 milhões de pessoas vivendo fora de seu estado de origem, isto é, do estado onde nasceram. O principal objetivo do deslocamento dessas pessoas é a busca de trabalho e, consequentemente, melhores condições de vida. O estado de São Paulo tem o maior número de migrantes nascidos em outra unidade da federação (figura 14). Em segundo lugar aparece o Rio de Janeiro, seguido pelo Paraná, Goiás e Minas Gerais. Podemos notar que, embora São Paulo continue sendo uma área de atração populacional, houve também significativas saídas de população desse estado. Elas se referem principalmente ao movimento de migrantes voltando a seus estados de origem, denominado migração de retorno, e à saída de paulistas para outros estados. Na última década, houve o aumento do deslocamento de empresas, que trocaram os centros tradicionais por locais que oferecessem oportunidades de menores custos (redução de impostos, por exemplo) e maiores lucros. Essa descentralização industrial influencia os fluxos migratórios, implicando a formação de novas rotas. Migrações temporária e pendular

A migração temporária é o deslocamento populacional que ocorre em determinados perío­dos do ano para locais em que há trabalhos temporários. Um exemplo dessa situação é a época de colheita de produtos agrícolas em certas regiões, que atrai trabalhadores de cidades e até estados vizinhos. Já a migração pendular é o movimento diário de vaivém da população que se desloca de uma localidade a outra para trabalhar ou estudar. Geralmente, a cidade a que se destinam é um polo regional ou uma metrópole.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Para assistir

Figura 14. Família de migrantes desembarca na cidade de São Paulo, São Paulo, em 1984. As estatísticas de migração não revelam as condições de vida das pessoas que abandonam suas origens. 50

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Migrações inter-regional e intrarregional

A migração inter-regional, ou seja, a saída de uma região para outra, foi marcante entre as décadas de 1930 e 1990. Nos últimos dez anos, houve um aumento significativo da migração intrarregional, que pode ocorrer: entre os estados da mesma região; dentro dos estados, em direção a algumas capitais e da capital em direção ao interior do mesmo estado.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O êxodo rural

Com a modernização das atividades agrícola e pecuária no Brasil, muitos trabalhadores foram “expulsos” do campo: viviam em péssimas condições de vida, não conseguiam modernizar sua produção nem concorrer com grandes proprietários de terra, que aumentavam cada vez mais a área de suas fazendas. A partir da década de 1930, com o processo de industrialização, as cidades passaram a atrair trabalhadores rurais como mão de obra da atividade fabril. Assim, o principal movimento migratório interno no Brasil, ao longo de várias décadas, se deu do campo para a cidade. Esse movimento é denominado êxodo rural. Principais fluxos migratórios

• Décadas de 1930 e 1940. A migração inter-regional mais importante se deu do Nordeste para o Sudeste: o Nordeste foi a principal região de repulsão populacional, em razão da decadência econômica, agravada pela falta de projetos que atendessem a suas necessidades, em especial no que se referia às constantes secas no semiárido. • De 1950 a 1970. Manteve-se o fluxo do Nordeste para o Sudeste, principalmente para os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. O norte do Paraná também recebeu muitos nordestinos e mineiros, atraídos pela produção cafeeira. Outro fluxo que se destacou foi o de nordestinos para a Amazônia, atraídos pelo extrativismo e pela esperança de adquirir lotes de terra na região para produção agropecuária. Muitos agricultores saídos da Região Sul migraram para Rondônia para se fixar em novos estabelecimentos agrícolas. A construção da nova capital do país, Brasília, e sua inauguração em 1960 também contribuíram para a migração de pessoas do Nordeste e Sudeste rumo ao Centro-Oeste. • De 1970 a 1990. O fluxo de migrantes do Nordeste para o Sudeste continuou em destaque. Além disso, houve diversificação dos locais de destino dos emigrantes do Sul que, além de Rondônia, passaram a se fixar no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul e no Acre. Esse fluxo migratório, procedente do Sul, fez parte de um processo denominado expansão da fronteira agrícola, que estimulou a ocupação do Centro-Oeste e do Norte e a fundação de muitas cidades nessas regiões. Nesse período houve vários incentivos do governo, como a doação de lotes de terra, o que atraiu pequenos agricultores.

Para ler

coleção artes e raízes. Nereide Schilaro Santa Rosa. São Paulo: Moderna, 2004. Por meio da observação de obras de arte, a coleção explora a questão da diversidade cultural. Destaque para os volumes: Etnias e Cultura, Festas e Tradições e Usos e Costumes.

Êxodo rural e urbanização. José William Vesentini e Fernando Portela. São Paulo: Ática, 2004. O livro conta a história de uma família que se vê forçada a sair do interior da Bahia em busca de emprego. Após ficar algum tempo em Ilhéus, acaba partindo para São Paulo, onde espera encontrar melhores oportunidades. Na metrópole, percebe que a luta pela sobrevivência depende da conquista de um espaço.

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P

or meio do trabalho, a maioria dos brasileiros gera riqueza para o país. Mas poucos se beneficiam dela.

Vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra trabalho no Guia de estudo.

A população e o trabalho no Brasil População Economicamente Ativa (PEA) A População Economicamente Ativa (PEA) compreende a parcela da população entre 10 e 65 anos que está trabalhando ou procurando emprego (leia o quadro 5). Segundo o IBGE, em 2006 a PEA brasileira era composta por mais de 97 milhões de pessoas. Desse total, cerca de 55 milhões correspondiam a homens e mais de 42 milhões, a mulheres. A participação feminina no mercado de trabalho vem crescendo a cada ano, fazendo o número de mulheres na PEA se aproximar do número de homens. A situação de trabalho, no entanto, ainda é bastante desigual entre homens e mulheres. Geralmente as mulheres recebem salários mais baixos que os dos homens, ainda que exerçam as mesmas funções. Os cargos de chefia são mais ocupados por homens que por mulheres e, em tempos de crise, elas são as primeiras a ser demitidas. Além disso, há o desrespeito a direitos como licença-maternidade e licença para amamentar. A necessidade de respeitar esses direitos, entre outros, leva muitos empregadores a preferir admitir homens. A PEA e a distribuição de renda

Figura 15

PESSOAS OCUPADAS POR RENDIMENTOS NO BRASIL — 2006

Milhões de pessoas 50 45 40 35 30 25 20 15 10

Em 2006, cerca de 60% dos trabalhadores brasileiros ganhavam até dois salários mínimos. Mais de 9 milhões de pessoas não tinham nenhum rendimento, pois ajudavam algum membro da família, entidades beneficentes ou exerciam atividade como aprendiz. Observe a figura 15. Os dados do gráfico demonstram que, mesmo estando empregadas, gerando riqueza para o país, muitas pessoas recebem rendimentos muito baixos. A renda per capita (por pessoa) brasileira em 2006 era de cerca de 12.600 reais (anuais). Isso, no entanto, não reflete a distribuição real da riqueza produzida no Brasil. A maior parte dela se concentra nas mãos de reduzida parcela da população.

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4

Tema

5 0

Salários mínimos Rendimento (salários mínimos) Mais de 5 a 10 Até 1/2 Mais de 10 a 20 De 1/2 a 1 Mais de 20 Mais de 1 a 2 Mais de 2 a 3 Sem rendimento Mais de 3 a 5 Sem declaração

Fonte: Anuário estatístico do Brasil 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 67.

Quadro 4

Crianças na PEA A definição de PEA do IBGE entra em desacordo com as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que proíbe qualquer trabalho a menores de 16 anos de idade, exceto na condição de aprendiz a partir dos 14. Aprendiz é o adolescente que trabalha e, ao mesmo tempo, recebe formação técnica referente ao curso que está frequentando.

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O desemprego e seus fatores O desemprego é um dos principais problemas enfrentados pela população brasileira e depende de fatores conjunturais e estruturais. • Fatores conjunturais: estão ligados às crises econômicas, que provocam recessão nas atividades do país. Nos períodos recessivos, há queda na produção e perda de vários postos de trabalho. Fatores de ordem natural, como secas ou geadas, podem provocar o desemprego de trabalhadores rurais. • Fatores estruturais: estão ligados aos avanços tecnológicos que promoveram a mecanização e a automação dos processos de produção, substituindo a mão de obra humana por máquinas e robôs. Novas profissões

A mecanização e a automação dos processos produtivos estão eliminando algumas profissões e dando origem a outras. Ferramenteiros, fresadores e tipógrafos estão sendo substituídos por operadores de equipamentos computadorizados. Os web designers, por exemplo, uma nova profissão, são responsáveis pela criação de páginas atrativas e de fácil navegação na internet. Trabalhadores de baixa qualificação profissional e aqueles que procuram o primeiro emprego são os mais prejudicados, pois não conseguem assumir funções nas atividades modernizadas (figura 16). Excluídos do trabalho formal, eles tendem a migrar para as atividades da economia informal.

A economia informal O IBGE considera economia informal o conjunto de unidades de produção de bens e de serviços que têm como objetivo principal a geração de renda para as pessoas envolvidas no trabalho. É o caso das pequenas empresas com poucos empregados e dos trabalhadores que exercem sua atividade por conta própria. A economia informal é muito expressiva nas áreas urbanas, sobretudo nas metrópoles. São pequenas empresas da construção civil (reformas, instalação de pisos, elaboração de projetos etc.), pequenos comércios, camelôs, prestadores de serviços (encanadores, chaveiros, eletricistas etc.), entre outros. Na economia informal, está inserida a maior parte dos trabalhadores informais, isto é, que não possuem registro em carteira. Mais da metade desses trabalhadores possui menos de 8 anos de escolaridade. O trabalho informal é caracterizado principalmente pela precariedade: os trabalhadores não têm os direitos garantidos, como férias remuneradas, seguro-desemprego, décimo terceiro salário, licença-maternidade remunerada, entre outros. Embora esteja bastante associado à economia informal, também encontramos trabalho informal nas médias e grandes empresas, sob a forma de prestação de serviços. Trata-se de profissionais, em geral com elevada qualificação, que atuam como consultores, colaboradores, ou que executam tarefas dentro da empresa mas não têm o mesmo estatuto do funcionário com registro em carteira.

Glossário

O trabalho infantil no Brasil Como você já estudou, o trabalho infantil é proibido no Brasil, exceto na condição de aprendiz. Mas o desrespeito à lei existe e atinge milhares de crianças. Veja no quadro 5, nas páginas seguintes, as principais atividades realizadas por crianças e adolescentes em cada uma das regiões brasileiras. Ferramenteiro Mecânico que faz ferramentas e peças industriais.

Fresador Operador de máquinas que cortam metais.

Tipógrafo Figura 16. Pesquisadores brasileiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais fazem testes de radiação com antena, em São José dos Campos, São Paulo, 2009.

Operador de máquinas tipográficas, isto é, de máquinas de composição e impressão gráfica (de jornais, livros, revistas etc.).

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Quadro 5

Panorama do trabalho infantil Crianças se submetem a trabalhos mal remunerados para ajudar no sustento de suas famílias; muitas vezes, trabalham em troca de alimentos, sem remuneração em dinheiro.

Ocupação por ano Percentual de pessoas ocupadas na população de 5 a 17 anos – Brasil – 1992/2008 Apesar de o problema diminuir gradualmente, um em cada dez brasileiros menores de idade ainda trabalha.

Escolarização

Renda

Taxa de escolarização por situação de ocupação e faixa etária – 2007

Distribuição das pessoas de 5 a 17 anos ocupadas, segundo classes de rendimento mensal domiciliar per capita, em % – 2007

O trabalho infantil prejudica os estudos, reduz a frequência e aumenta a chance de abandono escolar, especialmente entre os adolescentes. 94,7 95,7

19,00

84,7

93,6 69,7

82,8

sem rendimentos a 1/2 s.m. 42,8%

5 a 13

14 ou 15

16 ou 17 Não ocupada

Ocupada

2,5% sem declaração

18,70

O problema era o dobro em 1992.

7 em cada 10 jovens que trabalham são de famílias com renda mensal inferior a 1 salário mínimo (s.m.) por pessoa.

28,8% 1/2 a menos de 1 s.m.

2007 Idade (em anos)

19,60

Sudeste Menor engraxate trabalhando no centro do Rio de Janeiro (RJ, 2008). A região que abriga grande número de indústrias e prestação de serviços também apresenta nesses setores o trabalho infantil, realizado na construção civil, no comércio, na fundição, na indústria calçadista e moveleira, na hotelaria, na pesca e nas confecções de roupas.

Nordeste Criança carregando toras de madeira em carvoaria, em Alagoinhas (BA, 2006). No Nordeste, o trabalho infantil está ligado a algumas atividades agropecuárias (sisal, cana-de-açúcar, cacau e caju), à produção de farinha de mandioca, à coleta e quebra de coco de babaçu e à fabricação de fogos de artifício.

Norte Menino trabalhando em olaria em Igarapé-Miri (PA, 2008). Nessa região, além do trabalho em olaria, as atividades estão ligadas à exploração de recursos naturais, como extrativismo de látex e castanha, extração de palmito, pesca, madeireiras e mineração.

15,50

7,1% 2 s.m. ou mais

18,8% 1 a menos de 2 s.m.

15,10 12,70

12,60

11,70

11,40

11,80

11,10

10,80

10,20

Segundo o IBGE, esse aumento concentrou-se nas lavouras da região Sul, com famílias prejudicadas pela seca naquele ano. 1992

1993

1995

1998

1999

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

54

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e

No rd es t Pessoas de 5 a 17 anos

1.6

ocupadas, por grandes regiões – 2008 (em milhares)

76

te Norte Oe s 451 C.-

32

9

Su l

Centro-Oeste Menino leva saco contendo o que recolheu no lixão da Vila Estrutural (DF, 2008). Além das atividades na agropecuária, coleta de lixo, extração de carvão, pedreiras e comércio ambulante, o garimpo de pedras preciosas também ocorre nessa região.

Sul Garoto trabalhando na colheita de batatas em Florestópolis (PR, 2008). Entre as atividades que contam com a participação de menores, na Região Sul há extração e beneficiamento de calcário e pedras preciosas e semipreciosas, fumicultura e indústria calçadista e moveleira.

Raça

Percentual de pessoas ocupadas na população de 5 a 17 anos – grandes regiões – 2008

Distribuição de pessoas por grandes regiões, segundo cor ou raça, em porcentagem – 2008

12,3%

11,9%

10,2%

Jovens trabalhadores

3

Sude

ste

94 1.2

4,5 milhões de crianças e adolescentes trabalhavam em 2008, dois terços deles no Nordeste e no Sudeste. O trabalho doméstico, o comércio ambulante, a coleta de lixo, a produção de cerâmica em olarias, a extração de carvão e a agropecuária eram as principais atividades realizadas por jovens em todas as regiões do Brasil.

Ocupação na população

10,3%

70

População total

7,9%

-O

C.

l Su

50,6 48,4

59,5 39,8

te

ste

ste

79,2 19,4

es

de

Su

te

e rd No

r No

2008

Cor preta ou parda Branca

O Sudeste é a segunda região com maior quantidade de jovens trabalhadores, mas os problemas em relação à população dessa faixa etária são menores.

Brasil

76,1 22,9

Norte

75,5 23,8

Nordeste

A desigualdade racial também tem reflexos no trabalho infantil.

Pessoas ocupadas por faixa etária, sexo e atividade, em milhares – 2008

629

Agrícola

519

1.314

Não agrícola

Masculino

Idade

Feminino

27 73

5a9

11 30

367

10 a 14

259

15 a 17

20,5 78,6

63,9 34,1

Sudeste

Sul

56,7 42,2

C.-Oeste

De olho nas figuras

a) Com base nos dados fornecidos pelo quadro, é possível traçar um perfil de uma criança ou adolescente que trabalha? b) Por que você acha que o trabalho infantil vem caindo ao longo dos anos?

Gênero e atividade A maioria dos trabalhadores com até 14 anos é de meninos do campo. Depois dessa idade, atividades urbanas dominam.

70,1 29,3

42,1 56,8

51,8 47,9

23,2 76,4

174 894

155

Fontes: Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008; Pesquisa Nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. 55

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Temas 1a4

CC Organize o conhecimento

1. Dê o significado de cada um dos termos abaixo. a) Emigrante b) Imigrante c) Êxodo rural d) Migração temporária

2. Complete as frases a seguir com as palavras do quadro abaixo. migração de retorno migração intrarregional

migração interna migração externa

a) A ocorre quando a população se desloca de um país para outro. Já a ocorre quando a população se desloca dentro do mesmo país. b) Denominamos o movimento de migrantes voltando a seus estados de origem. c) A pode ocorrer entre estados da mesma região ou dentro dos estados, tanto em direção a algumas capitais quanto da capital em direção ao interior.

3. Pesquise. a) Em que período ocorreu o maior fluxo de imigrantes externos para o Brasil? b) A partir de quando ocorreu um grande fluxo de emigrantes brasileiros e o que causou esse processo? c) Em geral, que trabalhos os emigrantes brasileiros realizam nos países de destino? CC Aplique seus conhecimentos

4. Observe a figura 13, na página 49, e responda. a) Quais foram os três principais destinos que receberam o maior número de brasileiros? b) Cite outras três regiões do mundo que receberam o menor número de brasileiros. c) Quais foram os cinco primeiros países que tiveram maior registro de entrada no Brasil? d) Liste os estados com maior saldo positivo. e) Liste os estados com maior saldo negativo.

5. O texto a seguir narra uma história que se passa na Bahia. Leia-o e responda às questões.

Há um ano essa ideia de sair do campo pas­s a­v a pela cabeça de Tonho Leitão.

Começou quando o dr. Andrade, o maior fazendeiro de cacau da região, bateu na sua porta uma noite. Muito simpático, até sua mão apertou. Explicou logo o que queria: estava aumentando a fazenda para plantar mais cacau e compraria aquele sítio por um bom preço. [...] Com Cesário, um pequeno proprietário dali perto, aconteceu um fato revoltante. Cesário não queria vender sua terra de jeito nenhum. Mas começaram a surgir uns homens estranhos no seu sítio. Eram uns seis ou sete que entravam a cavalo e, sem dizer nada, destruíam as plantações. [...] Com o tempo, Cesário, que não era de briga, vendeu a terra e foi embora para o Rio de Janeiro. [...] A partir de mais ou menos 1950, a saída de indivíduos ou famílias das áreas rurais em direção aos centros urbanos se acelerou enormemente no País, envolvendo todos os anos cerca de milhões de pessoas. Assim, em um período de tempo inferior a cinquenta anos, a porcentagem de população rural declinou vertiginosamente em relação à proporção da população urbana. Hoje, de cada grupo de quatro brasileiros, pelo menos três vivem nas áreas urbanas e apenas um no meio rural, ao contrário do que ocorria há meio século.

VESENTINI, José W.; PORTELA, Fernando. Êxodo rural e urbanização. São Paulo: Ática, 2004.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Atividades

a) A que tipo de migração o texto se refere? b) A partir de quando esse processo assumiu grandes proporções? c) Com base nesse texto e no que você estudou nesta unidade, explique os motivos que levaram tantas pessoas das áreas rurais a deixar suas terras.

6. Observe o logotipo do Serviço Pastoral dos Migrantes e responda. a) Em sua opinião, qual é o significado desse logotipo? Que ideia ele transmite para você? b) Com base na frase escrita embaixo do logotipo, explique por que as pessoas migram. “Para o Migrante, Pátria é c) Cite outros motivos que levam as pessoas a migrar. a Terra que lhe dá o Pão.”

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a) No período apresentado no gráfico, qual foi a maior taxa de desemprego total no Brasil? Em que ano ocorreu?

7. Observe a foto.

b) Qual foi a menor taxa e em que ano ocorreu? c) Ao longo do período apresentado, o desemprego maior estava entre homens ou mulheres? d) Explique os fatores que contribuem para o desemprego em um país. e) Além da desigualdade em relação às taxas de desemprego, cite outras diferenças existentes entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Desafio! Barraca de camelô com produtos da Copa do Mundo, no centro da cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, em 2010.

a) Que atividade econômica essa foto retrata? b) Liste os direitos trabalhistas negados aos trabalhadores que desenvolvem esse tipo de atividade. c) Esse tipo de atividade traz algum benefício para a economia do país? Explique. d) Por que muitos trabalhadores exercem esse tipo de atividade? e) Cite alguns exemplos de outras atividades exercidas por trabalhadores desse tipo de economia.

8. Observe o gráfico e, com base no que estudamos nesta unidade, responda às questões.

taxas de desemprego No brasil — 2002-2007 15 12,30%

12,20%

12 9,70%

9

9,20%

11%

11,70%

11,60%

7,80%

7,40%

9,30% 8,40% 8,90%

7,10%

6,40%

6,80%

6

3

0

2002

2003 Homens

2004 Mulheres

2005

2006/2007

9. (UNICAMP-2007) A população brasileira, segundo o Censo Demográfico 2000, atingiu um total de 169.799.170 pessoas em 1o de agosto de 2000. A série histórica dos censos brasileiros revela o importante crescimento populacional que o país experimentou durante o século XX, tendo em vista que a população foi multiplicada por quase dez vezes entre os censos de 1900 e 2000. Contudo, o crescimento relativo vem declinando consistentemente desde a década de 1970, atingindo seu ritmo mais intenso durante a década de 1950, quando a população registrou uma taxa média de incremento anual de cerca de 3,0%. A partir de 1970 a taxa de crescimento demográfico vem se desacelerando, em função da acentuada redução dos níveis de fecundidade e de seus reflexos sobre os índices de natalidade. (Adaptado de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Demográfico 2000, p. 29.)

a) O que é índice de natalidade? b) Por que houve redução da taxa de fecundidade média no Brasil, sobretudo a partir de 1970? c) Quais são os motivos da redução da taxa de mortalidade no Brasil durante o século XXI?

Total

Fonte: Anuário estatístico do Brasil 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. v. 67. 57

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Representações gráficas Gráficos I: barras e círculos proporcionais Os dados de uma tabela estatística podem ser representados em gráficos e mapas. O que são A tabela apresenta os dados estatísticos em colunas e linhas que se cruzam. O gráfico é uma representação que facilita a visualização dos dados estatísticos de uma tabela. É um desenho que mostra a relação entre duas séries de dados num sistema de dois eixos que se cruzam. O gráfico apresentado (figura A) é um gráfico de barras construído com retângulos horizontais cujos tamanhos estão de acordo com a quantidade de população total das unidades da federação. O mapa (figura B) mostra a distribuição espacial da população. O tamanho dos círculos representa proporcionalmente a população de cada unidade da federação.

Unidade da federação

População

Unidade da federação

População

São Paulo

41.779

Amazonas

3.431

Minas Gerais

19.765

Alagoas

3.173

Rio de Janeiro

15.772

Rio Grande do Norte

3.153

Bahia

14.109

Piauí

3.071

Rio Grande do Sul

11.103

Mato Grosso

2.920

Paraná

10.535

Distrito Federal

2.444

Pernambuco

8.608

Mato Grosso do Sul

2.338

Ceará

8.358

Sergipe

2.040

Pará

7.275

Rondônia

1.595

Maranhão

6.280

Tocantins

1.364

Santa Catarina

6.066

Acre

679

Goiás

5.861

Amapá

641

Paraíba

3.655

Roraima

418

Espírito Santo

3.530

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

População do Brasil por unidade da federação (em milhares) — 2007

Fonte: Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. p. 31-33. Figura A

população do brasil por unidade da federação — 2007

Unidade da federação População São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro Bahia Rio Grande do Sul Paraná Pernambuco Ceará Pará Maranhão Santa Catarina Goiás Paraíba Espírito Santo Amazonas Alagoas Rio Grande do Norte Piauí Mato Grosso Distrito Federal Mato Grosso do Sul Sergipe Rondônia Tocantins Acre Amapá Roraima 0

5

10

15

20

25

30

Fonte: elaborado com base em Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. 35 40 45 Rio de Janeiro: IBGE, Milhões de habitantes 2008. p. 31-33.

58

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Figura B

POPULAÇÃO DO BRASIL POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO — 2007

AP

RR

EQUADOR

0

PA

AM

CE

MA

RN PI

AC

PB PE AL

TO

RO

SE BA

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MT DF GO MG

OCEANO PACÍFICO Total de habitantes

MS

ES SP

41.780.000

TRÓPICO D

PR

20.000.000 10.000.000 5.000.000

RJ

SC RS

2.000.000

E CAPRIC ÓRNIO

OCEANO ATLÂNTICO 330 km

50° O

Fonte: elaborado com base em Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. p. 31-33.

Como se lê • Para ler o gráfico, faça a correspondência entre o nome das unidades da federação e os respectivos totais de população. Por exemplo, veja o estado do Paraná, cuja barra tem o comprimento de pouco mais de 10 milhões de habitantes. • Para ler o mapa, faça a correspondência entre o tamanho do círculo no mapa e os valores da legenda. Em nosso exemplo do Paraná, veja que o círculo, no mapa, corresponde ao círculo da legenda cujo valor é 10 milhões de habitantes.

Pratique

1. Leia o gráfico e faça o que se pede. a) Que informações estão representadas nos eixos horizontal e vertical? b) Qual é o estado mais populoso? E o estado menos populoso? c) Cite a população da unidade da federação em que você vive. d) Liste os estados que têm população superior a 10 milhões de habitantes. 2. Observe o mapa e responda. a) Em qual região se encontram os três estados mais populosos? b) Liste os estados com população inferior a 2 milhões. 59

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Compreender um texto A violência urbana e os jovens No texto a seguir, conheceremos alguns resultados de uma pesquisa sobre a alta mortalidade de jovens da periferia da Área Metropolitana de Brasília. Eles indicam que a falta de oportunidades de educação, lazer e cultura está entre as causas principais do envolvimento de adolescentes com atividades criminais. A localização de atividades ou pessoas no território“ depende das condições que o território apresenta

e do poder de escolha dos grupos, da sua maior ou menor liberdade de escolha e das condicionantes sociais desse grupo: grupos elitizados e dominantes têm maior liberdade de escolha de localização em relação às oportunidades que o território apresenta e usufruem mais vantagens locacionais. [...] Em suma, quem tem mais dificuldade de acesso às oportunidades do ponto de vista social fica mais afastado delas do ponto de vista espacial. Daí o aumento dos riscos de exclusão e dificuldade de inserção. Isso configura a injustiça espacial. Assim, falar de (in) justiça social seria, simultaneamente, falar de (in)justiça espacial. O mapeamento da moradia dos jovens de 15 a 29 anos vitimados por homicídio na Área Metropolitana de Brasília, em 2004, mostra um padrão de localização no espaço urbano no qual o risco ao homicídio

1. Reduzida atividade econômica Na Área Metropolitana de Brasília, a atividade econômica se concentra espacialmente e economicamente no núcleo central, formado pelo Plano Piloto, Cruzeiro, Lago Sul, Lago Norte, Guará e Núcleo Bandeirante. [...] 78% dos empregos formais se localizam na área central. [...] 2. Desemprego, falta de oportunidades de trabalho e de geração de renda [...] Isso demonstra a menor capacidade de a população de mais baixa renda se inserir no mercado de trabalho, principalmente, tratando-se da população

Planaltina de Goiás Formosa

Sobradinho Planaltina

Brazlândia Águas Lindas de Goiás

Parque Nacional de Brasília

7

Ceilândia

6

8

Plano 1 Piloto

Paranoá

2

Samambaia 4

3

5 Gama

Lago Sul

São Sebastião 1 – Cruzeiro

Santa Maria

2 – Candangolândia

9 Santo Antônio do Descoberto

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é consideravelmente menor no centro e adjacências e aumenta em locais específicos da periferia da Área Metropolitana. [...] A estrutura de oportunidades desses territórios configura um quadro de precariedade da ocupação, marcado por:

Novo Gama

3 – Núcleo Bandeirante

Cidade Ocidental

4 – Riacho Fundo 5 – Recanto das Emas 6 – Guará 7 – Taguatinga

Luziânia

10 km

8 – Lago Norte 9 – Valparaíso de Goiás

Casos de homicídio

Distrito Federal

Área Metropolitana de Brasília

Limites das localidades do Distrito Federal

Área urbana

Limites municipais

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Ignez C. B.; VASCONCELOS, Ana Maria N.; PENNA, Nelba de A. Violência urbana: a vulnerabilidade dos jovens da periferia das cidades. In: Abep – Associação brasileira de estudos populacionais. Disponível em <www.abep.nepo.unicamp. br/encontro2008/docsPDF/ ABEP2008_1188.pdf> Acesso em 23 set. 2010.

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jovem, para a qual a taxa de desemprego se eleva a 36,5% no Grupo 3 [localidades cuja população possui renda média mais baixa]. Essa taxa é 70% mais elevada que a dos jovens no Grupo 1 [localidades do núcleo central em que a renda média é a mais elevada do DF]. 3. Precariedade da infraestrutura urbana [...] Essa precariedade se expressa pela falta de escoamento de águas pluviais, acúmulo de lixo nas vias e locais públicos, falta de pavimentação das vias, ausência de iluminação pública adequada. A poeira na época seca e o lamaçal na época chuvosa marcam a paisagem dessas localidades. [...] 4. Ausência e/ou dificuldade de acesso aos equipamentos urbanos [...] No interior do Distrito Federal, nas localidades mais afastadas do centro, e, principalmente, naquelas de mais baixa renda familiar média, [...] os investimentos privados em equipamentos de lazer e de cultura não são estimulados pelos investimentos públicos e são pouco diversificados, pela falta de interesse político. Nesse contexto, os jovens são os mais atingidos, porque são poucas as alternativas de lazer e entretenimento. [...]

5. Distância dos empregos O núcleo central da Área Metropolitana de Brasília, que concentra a atividade econômica e os empregos, além dos equipamentos urbanos de saúde, lazer e cultura, tem apenas 17% da população residente. [...] Cotidianamente, os trabalhadores devem percorrer mais de 30 km entre a residência e o local de trabalho. [...] Muitos empregadores inclusive selecionam os seus empregados segundo o local de residência, pois o valor do transporte onera os salários pagos. [...] 6. Precariedade da habitação e situação fun­diária indefinida A incerteza da permanência no local de moradia, devido à ameaça de remoção, relacionada à irregularidade da situação fundiária, à obediência às normas de edificação, às restrições impostas pela legislação ambiental e à inadimplência dá um caráter de provisoriedade à ocupação e contribui para a precariedade da mesma.

FERREIRA, Ignez C. B.; VASCONCELOS, Ana Maria N.; PENNA, Nelba de A. Violência urbana: a vulnerabilidade dos jovens da periferia das cidades. In: ABEP – Associação brasileira de estudos populacionais. Disponível em <www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ ABEP2008_1188.pdf> Acesso em 23 set. 2010.

Atividades CC Obter informações

1. O que significa a expressão “injustiça espacial”? 2. Segundo os resultados da pesquisa, que características socioeconômicas explicam a precariedade da ocupação das áreas periféricas do Distrito Federal?

3. Segundo o texto, que dificuldades encontram

os jovens das áreas periféricas para se inserir na vida econômica e cultural do lugar onde vivem?

CC Interpretar

4. Os textos a seguir trazem reflexões sobre os

conceitos de território e fronteira. Leia-os com atenção e responda.

O território [...] é fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder.

Souza, Marcelo J. L. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, I.E. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. p. 78.

[as fronteiras], informalmente, impõem-se poderosas nos tantos fragmentos dos espaços desigualmente produzidos. [...] o mundo nunca viveu tanto controle sendo exercido em seus tantos fragmentos.

Moura, Rosa. Fronteiras invisíveis: o território e seus limites. In: Revista Território. Rio de Janeiro, ano V, n. 9, 2000. p. 86.

• Ainda que invisíveis, os jovens das localidades periféricas de Brasília estão cercados por fronteiras (sociais e espaciais)? Justifique sua resposta com elementos tirados do texto. 5. Em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo, em 21 de abril de 2010, o arquiteto Oscar Niemeyer disse que a crítica mais justa sobre Brasília é, provavelmente, “o aparecimento daquela divisão intolerável entre ricos e pobres nessa metrópole”. Com base no texto lido, como interpretar a declaração de Niemeyer? CC Reflexão

6. Na sua opinião, é possível identificar diferentes

territórios no espaço da Área Metropolitana de Brasília? Por quê? 61

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ARARIBÁ GEOGRAFIA

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Organizadora: Editora Moderna Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. Editor Executivo: Fernando Carlo Vedovate

3a edição

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© Editora Moderna, 2010

Elaboração de originais Deborah Luciana Ribeiro de Carvalho Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo. Mestre em Geografia Física pela Universidade de São Paulo. Ana Paula Ribeiro Licenciada em Geografia pela Universidade Paulista. Licencianda em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos. Professora de Geografia na rede municipal de São Paulo. Editora. Angélica Campos Nakamura Graduanda do curso de bacharelado e licenciatura em Geografia pela Universidade de São Paulo. Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela Faculdade Cásper Líbero. Gustavo Nagib Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graduando do curso de Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor em escolas particulares de São Paulo. Karina Hide Sugiyama Idehara Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graça Maria Lemos Ferreira Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Marcello Martinelli Professor Livre-docente de Cartografia Temática do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. Wagner Nicaretta Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Editor. Sonia Cunha de Souza Danelli Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Editora.

Coordenação editorial: Fernando Carlo Vedovate, Ana Paula Ribeiro Edição de texto: Ana Paula Ribeiro, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara, Wagner Nicaretta Assistência editorial: Daiane Ciriáco, Ana Carolina F. Muniz, Cesar Brumini Dellore Preparação de texto: Renato da Rocha Carlos Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Aurélio Camilo Foto da capa: Cena de carnaval de rua. Puebla (México) © Diana Bier/Alamy/ Other Images Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho Edição de infografia: William H. Taciro, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara, Daniela Máximo Edição de arte: Alexandre Lugó Ayres Neto Editoração eletrônica: Setup Bureau Editoração Eletrônica Ilustrações: Alex Affonso, Cássio Bittencourt, Cecília Iwashita, Daniel Roda, Estúdio Ilustranet, Fescher, Mario Kanno, Paulo Manzi Cartografia: Alessandro Passos da Costa, Anderson de Andrade Pimentel, Fernando José Ferreira Coordenação de revisão: Elaine C. del Nero Revisão: Débora Andrade Silva, Denise de Almeida Coordenação de pesquisa iconográfica: Ana Lucia Soares Pesquisa iconográfica: Ana Cláudia Fernandes, Evelyn Torrecilla, Luciano Baneza Gabarron As imagens identificadas com a sigla CID foram fornecidas pelo Centro de Informação e Documentação da Editora Moderna. Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Fabio N. Precendo, Pix Art, Rubens M. Rodrigues Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Helio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Impressão e acabamento:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Projeto Araribá : geografia : ensino fundamental / obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna ; editor executivo Fernando Carlo Vedovate. — 3. ed. — São Paulo : Moderna, 2010. Obra em 4 v. para alunos do 6o ao 9o ano. “Componente curricular : Geografia” Bibliografia. 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Vedovate, Fernando Carlo.

10-08300

CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 ISBN 978-85-16-06840-0 (LA) ISBN 978-85-16-06841-7 (LP) Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2010 Impresso no Brasil 1 3

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Apresentação

“É da própria natureza da conquista que as vozes dos vencedores soem mais alto que a dos vencidos. Isso é particularmente verdadeiro no caso das Américas, onde o mundo conquistado logo seria um mundo destruído. Era, de qualquer forma, um mundo de infinita variedade, que ia das populações densamente assentadas da Mesoamérica e dos Andes, passando pelos povos parcialmente sedentários da periferia dessas regiões, aos bandos de caçadores e coletores de alimentos, como os que perambulavam pelo norte do México e pelas planícies argentinas.” ELLIOTT, J. H. A conquista espanhola e a colonização da América. In: BETHELL, Leslie (Org). História da América Latina: A América Latina Colonial I. São Paulo: Edusp, 1998. p. 159–160.

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ste livro vai ajudá-lo(a) a conhecer um pouco mais alguns lugares do Brasil e do mundo. Você vai perceber que alguns deles são muito parecidos com o lugar onde você vive e que outros são muito diferentes. Em alguns desses lugares, as pessoas têm um modo de vida parecido com o do lugar onde você mora. Em outros, o modo de vida é bem diferente. Você também vai compreender que, no mundo todo, os seres humanos se relacionam entre si e com o meio em que vivem, construindo, a todo momento, novas paisagens e novas relações sociais. Bom estudo!

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Organização da Unidade Um livro organizado Seu livro tem 8 unidades, que apresentam uma organização clara e regular: abertura, estudo dos temas, Atividades, Representações gráficas e Compreender um texto.

Abertura da unidade Um pequeno texto apresenta os conteúdos que serão desenvolvidos na unidade.

As questões propostas convidam você a analisar as imagens da abertura e a recordar o que já sabe sobre o assunto que será estudado.

Estudo dos temas Cada unidade apresenta 4 temas, que desenvolvem os conteúdos de modo claro e organizado, mesclando texto e imagens variadas.

Ao longo do desenvolvimento dos temas há quadros que aprofundam o assunto estudado.

Nas laterais do texto informativo, há sugestões de leituras, filmes e sites para você aprofundar seus conhecimentos. Atividades práticas solicitam a interpretação de dados de tabelas e gráficos, para que você tire suas conclusões a partir dessas análises.

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Elementos visuais, como ilustrações e mapas, exemplificam e complementam os conteúdos desenvolvidos na unidade. Atividades de aplicação imediata estimulam você a explorar as imagens e a relacioná-las com as informações do texto, ajudando a fixar o que está sendo estudado. As colunas laterais trazem glossário e outras informações adicionais.

Gráficos, mapas e tabelas estimulam a leitura de informações em diferentes linguagens. As palavras destacadas nessa vinheta remetem à seção Vocabulário em contexto do Guia de estudo.

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Páginas especiais Em Lugares interessantes você conhecerá diferentes lugares do Brasil e do mundo que têm relação com os temas da unidade.

A seção Saiba mais traz informações complementares sobre um assunto já abordado na unidade. Nos dois casos, há atividades de compreensão da leitura apresentada.

Atividades Organize o conhecimento Atividades de síntese, compreensão e sistematização dos conteúdos aprendidos.

Aplique seus conhecimentos As atividades desta seção apresentam questões selecionadas de vestibulares e Enem (Desafio!), situações relativamente novas, relacionadas ao conteúdo da unidade, e desenvolvem a habilidade de leitura de textos e imagens.

Representações gráficas O programa desenvolve, em cada unidade, um tipo específico de representação gráfica.

O que é Explica, em linguagem clara e direta, o que é, como é feito, como é utilizado cada um dos instrumentos desenvolvidos no programa.

Compreender um texto Seção com diferentes tipos de texto e atividades que estimulam o aluno a gostar de ler e a compreender o que lê.

Obter informações Desenvolve a habilidade de identificar e fixar as principais ideias do texto.

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Pratique Propõe atividades de leitura, análise e aplicação dos conhecimentos desenvolvidos na seção.

Interpretar Você vai relacionar, interpretar e avaliar as informações do texto. Pesquisa/Reflexão/Use sua criatividade! Você vai pesquisar novas informações, associar o que leu com seus próprios conhecimentos ou elaborar um trabalho pessoal.

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Sumário

Unidade 1

GEOGRAFIA E REGIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO TEMA 1 – O mundo dividido: países capitalistas e socialistas........................... 12 Duas potências, dois blocos, 12 – O sistema capitalista, 12 O sistema socialista, 16 – A ordem bipolar, 16 TEMA 2 – Regionalização pelo nível de desenvolvimento.................................... 20 Os países desenvolvidos, 20 – Os países subdesenvolvidos, 22 Os países subdesenvolvidos industrializados, 24 Atividades – Temas 1 e 2...........................................................................................................................................26 • Saiba mais – Capitão América: herói ou vilão?.................................................................................... 27 TEMA 3 – Países do Norte e países do Sul. ........................................................................... 28 Uma nova regionalização?, 28 – Os países do Norte e os países do Sul, 29 TEMA 4 – Regionalização de acordo com o IDH............................................................... 30 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 30 – Algumas considerações sobre o conceito de desenvolvimento humano, 31 Atividades – Temas 1 a 4...........................................................................................................................................32 Representações gráficas – Projeções cartográficas .....................................................................................34 Compreender um texto – Desenvolvimento econômico, desenvolvimento humano........................36

Unidade 2

A ECONOMIA GLOBAL TEMA 1 – A economia mundial atual. ........................................................................................ 40 Características da economia global, 40 – A economia global e as transformações no espaço geográfico, 41 – A economia global e o aumento do desemprego, 42 TEMA 2 – As transnacionais.............................................................................................................. 44 A importância das transnacionais na economia global, 44 – Transnacionais: concorrência e parceria, 45 – Petrobras: uma transnacional brasileira, 45 Atividades – Temas 1 e 2...........................................................................................................................................46 • Saiba mais – Crise econômica, crise ambiental..................................................................................47 TEMA 3 – Os financiadores da economia mundial........................................................ 48 O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, 48 A Organização Mundial do Comércio (OMC), 49 TEMA 4 – Os blocos econômicos. .................................................................................................. 50 Características dos blocos econômicos, 50 – Do Mercado Comum à União Europeia, 50 Os blocos econômicos americanos, 51 – Outras associações, 53 Atividades – Temas 1 a 4...........................................................................................................................................54 Representações gráficas – Linguagem do mapa...........................................................................................56 Compreender um texto – O mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade............................................................................................................58

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Unidade 3

O CONTINENTE AMERICANO TEMA 1 – Localização e regionalização da América. ................................................... 62 Características gerais, 62 – A regionalização pelo critério geográfico, 63 TEMA 2 – A formação histórica do continente americano..................................... 64 A América pré-colombiana, 64 – A conquista do continente, 65 A regionalização por critérios histórico, cultural e socioeconômico, 66 Atividades – Temas 1 e 2...........................................................................................................................................68 • Saiba mais – A oficialização da posse das terras em Massachusetts..........................................69 TEMA 3 – Relevo e hidrografia da América.......................................................................... 70 O relevo americano, 70 – A hidrografia da América, 72 TEMA 4 – Clima e vegetação da América............................................................................... 74 A influência dos fatores determinantes do clima, 74 – Os tipos climáticos do continente americano, 74 – A vegetação original do continente americano, 76 Atividades – Temas 2 a 4...........................................................................................................................................80 Representações gráficas – Mapa do tempo.....................................................................................................82 Compreender um texto – Yellowstone, o supervulcão................................................................................84

Unidade 4

A POPULAÇÃO E A ECONOMIA DA AMÉRICA TEMA 1 – A população da América. ............................................................................................. 88 Características demográficas, 88 – Indicadores sociais, 90 A estrutura etária dos países americanos, 91 TEMA 2 – Atividades do setor primário na América. ................................................... 92 Os recursos naturais da América, 92 – A agropecuária, 94 Atividades – Temas 1 e 2...........................................................................................................................................96 • Saiba mais – Um legado das civilizações pré-colombianas...........................................................97 TEMA 3 – O desenvolvimento do setor secundário. .................................................... 98 A indústria na América, 98 TEMA 4 – O crescimento do setor terciário. ......................................................................100 As transformações do setor terciário no continente americano, 100 Atividades – Temas 1 a 4........................................................................................................................................ 102 Representações gráficas – Mapas temáticos................................................................................................ 104 Compreender um texto – Califórnia – em busca do sol............................................................................ 106

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Sumário

Unidade 5

A AMÉRICA DO NORTE TEMA 1 – Estados Unidos: território e população.......................................................110 A formação territorial, 110 – A expansão territorial para o oeste, 112 – O imperialismo, 113 – Os aspectos naturais do território estadunidense, 115 – A população estadunidense, 117 TEMA 2 – Estados Unidos: potência econômica e militar.....................................118 A força econômica dos Estados Unidos, 118 – Estados Unidos: potência militar, 120 Atividades – Temas 1 e 2........................................................................................................................................ 122 • Saiba mais – Os 25 sobrenomes mais comuns dos Estados Unidos........................................ 123 TEMA 3 – Canadá: o maior país da América.......................................................................124 Território e população, 124 – A economia canadense, 126 TEMA 4 – México: entre os países ricos e os países pobres................................128 Território e população, 128 – A economia mexicana, 129 Atividades – Temas 1 a 4........................................................................................................................................ 132 Representações gráficas – Mapas qualitativos e ordenados.................................................................. 134 Compreender um texto – As montanhas que viraram deuses............................................................... 136

Unidade 6

AMÉRICA CENTRAL, AMÉRICA ANDINA E GUIANAS TEMA 1 – América Central: continental e insular.........................................................140 América Central continental: território e população, 140 América Central continental: economia, 141 – América Central insular: território e população, 143 – América Central insular: economia, 145 TEMA 2 – Guiana, Suriname e Guiana Francesa............................................................146 Características gerais, 146 Atividades – Temas 1 e 2........................................................................................................................................ 148 • Lugares interessantes – Salar de Uyuni, 149 TEMA 3 – América Andina: Chile, Bolívia e Peru ..........................................................150 América Andina: território, população e economia, 150 O Chile, 152 – A Bolívia, 154 – O Peru, 156 TEMA 4 – América Andina: Venezuela, Equador e Colômbia. ...........................158 A Venezuela, 158 – O Equador, 162 – A Colômbia, 164 Atividades – Temas 1 a 4 . ..................................................................................................................................... 166 Representações gráficas – Mapas quantitativos . ...................................................................................... 168 Compreender um texto – Carta à mãe............................................................................................................ 172

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Unidade 7

AMÉRICA PLATINA TEMA 1 – América Platina: aspectos gerais......................................................................176 Características históricas, 176 – Características físicas, 177 Características populacionais e econômicas, 177 TEMA 2 – O Paraguai. .............................................................................................................................178 Características do território, 178 – Aspectos populacionais, 178 Aspectos econômicos, 179 Atividades – Temas 1 e 2........................................................................................................................................ 180 • Saiba mais – 1930, um torneio abalado pela depressão............................................................. 181 TEMA 3 – O Uruguai. ...............................................................................................................................182 Características do território e da população, 182 – Aspectos econômicos, 183 – O golpe militar e suas consequências, 183 TEMA 4 – A Argentina...........................................................................................................................184 Um pouco de história, 184 – A organização do território e as atividades econômicas, 186 Atividades – Temas 1 a 4........................................................................................................................................ 188 Representações gráficas – Mapas dinâmicos............................................................................................... 190 Compreender um texto – Mafalda.................................................................................................................... 192

Unidade 8

O BRASIL TEMA 1 – Política externa brasileira........................................................................................196 O que é geopolítica?, 196 TEMA 2 – Brasil: potência regional...........................................................................................198 As relações políticas e econômicas com os vizinhos sul–americanos, 198 Os projetos do Brasil para os vizinhos, 199 Atividades – Temas 1 e 2........................................................................................................................................ 200 • Saiba mais – O Brasil atômico................................................................................................................ 201 TEMA 3 – O Brasil e as organizações internacionais.................................................202 A preferência pelo Mercosul, 202 – O Brasil e a Alca, 203 – O Brasil e a ONU, 203 – O Brasil e o G-20, 204 – O Brasil no Bric, 205 TEMA 4 – O Brasil no mundo globalizado............................................................................206 A globalização da economia brasileira, 206 Atividades – Temas 2 a 4........................................................................................................................................ 208 Representações gráficas – Mapa topográfico.............................................................................................. 210 Compreender um texto – A nova política externa brasileira.................................................................. 212

Referências bibliográficas............................................................................................................ 214

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Unidade

8

O Brasil

Colômbia

Brasil potência

B

rasil, Rússia, Índia e China – Bric – compõem o grupo de países emergentes (economias industrializadas em desenvolvimento) que mais se destacam no cenário da economia mundial.

4º- LUGAR

6,6%

O Brasil, em meio a esse novo cenário internacional, se sobressai como potência regional. Sua economia, hegemônica na América do Sul, tornou-se, nos últimos anos, a maior da América Latina (8o PIB mundial em 2009) e tem conquistado novos espaços geopolíticos, por exemplo no Oriente Médio, Europa Oriental, África e Sudeste Asiático. Esse fato tem se materializado na abertura de novas embaixadas em países até então sem representação diplomática brasileira. Observe o mapa a seguir. Ao mesmo tempo, o Brasil também vem defendendo um sistema financeiro internacional mais democrático e que leve em consideração o poderio econômico dos emergentes. Em janeiro de 2010, o país passou a integrar formalmente o grupo de nações credoras do Fundo Monetário Internacional (FMI), ao disponibilizar 10 bilhões de dólares ao fundo. Brasil: representações diplomáticas

EUROPA ÁSIA AMÉRICA

OCEANO PACÍFICO

ÁFRICA OCEANO PACÍFICO

BRASIL

OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO

2.240 km

Países que possuem embaixada brasileira

OCEANIA

Países que possuem embaixada brasileira a partir de 2002

Fonte: elaborado com base em R7 Notícias. Disponível em <http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ lula-cria-35-novas-embaixadas-e-abre-quatro-vezes-mais-vagas-para-diplomatas-20091101.html>. Acesso em 30 set. 2010. 194

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México Começando a Unidade 1 A que conclusão se pode chegar acerca do PIB brasileiro no período representado pelo gráfico?

2º- LUGAR

24,3%

2 O que simboliza, para o Brasil, ser um credor do FMI?

Venezuela

3 Você sabe se o Brasil é membro de alguma organização internacional na América ou no mundo?

5º- LUGAR

5,5%

MAIORES ECONOMIAS NA AMÉRICA LATINA PIB dos países em bilhões de dólares

2.138,4 Brasil

Brasil 1º- LUGAR

34,2% do PIB total da América Latina

1.537,2 México

609,0 Argentina

413,8 Colômbia

342,2 Venezuela

269,1 Peru

Argentina

256,8 Chile 3º- LUGAR

114,8 Equador

9,7%

Outros países

1980

1990

2000

2010

Fontes: BBC Brasil. Disponível em <www.bbc.co.uk/portuguese>. Acesso em 14 out. 2010. Ministério das Relações Exteriores. Disponível em <www.itamaraty.gov.br>. Acesso em 14 out. 2010. International Monetary Fund. Disponível em <www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2010/01/weodata/index.aspx>. Acesso em 10 abr. 2010.

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Tema

1

Política externa brasileira

P

otência regional na América do Sul, o Brasil busca ampliar sua participação na política e na economia mundial pelas práticas da diplomacia e da cooperação.

Figura 1. O alemão Friedrich Ratzel (1844-1904) é considerado o “pai” da geopolítica. vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra clássico no Guia de estudo.

Segundo alguns pesquisadores, o conceito de geopolítica foi criado com base no trabalho do geógrafo alemão Friedrich Ratzel no final do século XIX (figura 1). Para ele, a geopolítica é um instrumento da política externa de um país, baseado na valorização do espaço ou território como forma de exercer a hegemonia mundial. Ratzel propôs que, para ser uma potência e conquistar a hegemonia mundial, era preciso conhecer a fundo a geografia de outros países. Se estes apresentassem vantagens geoestratégicas — por exemplo, disponibilidade de recursos minerais e energéticos —, deveriam ser anexados. A geopolítica de Ratzel ficou conhecida, mais tarde, como geopolítica clássica, ainda hoje usada pelas potências mundiais para desenvolver suas políticas externas. Embora haja outras teorias sobre o assunto, a geopolítica pode ser definida como a ciência que estuda estratégias do Estado para melhor administrar seu território com vistas à sobrevivência de seu povo e sua melhor inserção no plano internacional. Alguns Estados agem de modo que essas estratégias garantam a integração de seu território, usufruindo as possíveis riquezas nele existentes. O Brasil é um desses Estados. Por outro lado, há os que, além de pensar as estratégias do ponto de vista de seu território, visam à expansão de seus domínios, adquirindo riqueza e poder internacional. É o caso dos Estados Unidos (figura 2).

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O que é geopolítica?

Figura 2. Porta-aviões estadunidense na Coreia do Sul (2010). A frota de navios e aviões militares dos Estados Unidos constitui condição essencial para sua expansão e fortalecimento na geopolítica mundial.

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A geopolítica brasileira A geopolítica brasileira intensificou-se após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando a política externa se voltou para o fortalecimento da liderança do Brasil na América do Sul e para uma participação mais ativa no mundo. A fim de atingir os objetivos dessa política, o governo brasileiro passou a investir na formação de profissionais qualificados para representar o país no exterior. Em 1945 foi criado o Instituto Rio Branco, importante formador de cônsules e embaixadores que representam e defendem os interesses brasileiros em outros países. A atual política externa do Brasil não se baseia na anexação de territórios alheios ou no poderio militar para ampliar sua participação e influência no mundo. A geopolítica brasileira tem um enfoque contemporâneo, isto é, fundamenta-se na cooperação e no estabelecimento de parcerias que ofereçam vantagens comerciais ao país. A política externa (figura 3) praticada pelos representantes do Brasil não pretende impor seus interesses por meio da força. Também não aceita coação ou pressão por parte de qualquer outro país ou organização internacional. Assim, para os diplomatas brasileiros não há inimigos ou desafetos. Todos os países são potenciais parceiros comerciais. Desde o início da década de 1990, essa estratégia fez com que importantes parcerias fossem estabelecidas com vários países do mundo.

As relações do Brasil com os Estados Unidos

Durante a Guerra Fria (1945-1991), a política externa brasileira caracterizou-se ora por aproximações com os interesses estadunidenses, ora por afastamentos que sinalizavam os desejos do país de trilhar um caminho próprio, sem maiores influências da potência da América do Norte. Em algumas situações, como as listadas a seguir, o governo brasileiro se colocou contra os interesses estadunidenses. • 1968. Posiciona-se contra o Tratado de Não Proliferação de Armas na Conferência de Desarmamento realizada em Genebra. O país alegou que as potências nucleares não tinham o direito de negar o acesso à energia nuclear aos países pobres. • 1970. Vota na ONU pela devolução dos territórios palestinos ocupados por Israel na década de 1960 e promove maior aproximação comercial e política com o mundo árabe. • 1974. Reata relações diplomáticas com a China. • 1975. Vota pelo fim do bloqueio econômico a Cuba e fecha um acordo de cooperação nuclear com a Alemanha. Atualmente, a diplomacia brasileira tem adotado uma política cautelosa em relação aos EUA. A estratégia é não se distanciar dos interesses do país mais rico do mundo. Ao Brasil interessam os investimentos e a tecnologia estadunidense. Porém, se por um lado a política externa brasileira não quer se chocar com os interesses da superpotência mundial, por outro, não quer se submeter a eles.

Figura 3. O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília (DF, 2010), é a casa da política externa brasileira.

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2

A

fim de ampliar sua presença econômica e política na América do Sul, o Brasil aproximou-se da Argentina e adotou medidas para atrair os países vizinhos para sua área de influência.

Brasil: potência regional As relações políticas e econômicas com os vizinhos sul-americanos O Brasil sempre foi visto por seus vizinhos na América do Sul como um país imperialista. Por isso, até a década de 1990, as relações entre o Estado brasileiro e os demais países sul-americanos não eram amplas. Desde a independência, em 1822, os governantes brasileiros buscavam tornar o país uma potência regional na América do Sul. Durante o Império (1822-1889) as ações adotadas em relação aos territórios vizinhos eram extremamente expansionistas. Ao observar o mapa a seguir (figura 5), você notará que o atual território brasileiro é resultado de uma série de anexações feitas após a independência. A partir do período republicano, as relações mantidas com os vizinhos começaram a se alterar, principalmente pela postura e pelas ações do Barão do Rio Branco, ministro das Relações Exteriores de 1902 a 1912 (figura 4). O barão foi o grande responsável pela consolidação das fronteiras de nosso país e também o “pai da diplomacia contemporânea brasileira”. Figura 5

eXpaNsão territorial do brasil apÓs 1822 GUIANA FRANCESA

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1904 SURINAME 1809-1817

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Aquisições por tratado bilateral Capitais dos estados atuais O mapa mostra as fronteiras atuais dos países e dos estados brasileiros. 2 Decisão decorrente de julgamento.

Figura 4. Usando a diplomacia e não a força, como no período imperial, o Barão do Rio Branco (1845-1912) consolidou nossas fronteiras e melhorou a imagem do Brasil junto aos vizinhos sul-americanos.

1895

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1828 URUGUAI CISPLATINA 1817-1828

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PARAGUAI

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Vitória Belo Horizonte

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Campo Grande

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Tema

Laguna

Porto Alegre Rio Grande

570 km 50º O

Fonte: Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.

de olho no mapa

Observe a figura 5 e responda.

• O Brasil cedeu parte de seu território a qual país vizinho?

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Os projetos do Brasil para os vizinhos Com a chegada dos militares ao poder no Brasil em 1964, implantou-se um projeto de política externa que pretendia elevar o país à categoria de potência mundial. Para isso, era preciso primeiro consolidar a hegemonia na América do Sul, isolando o concorrente platino — a Argentina. O projeto começou a ser posto em prática na América Platina, exatamente na região de maior influência desse concorrente. A Bolívia e o Paraguai, territórios sem saída para o mar, dependiam da Argentina para escoar seus produtos, fazendo uso da Bacia Platina e do Porto de Buenos Aires. Com o intuito de retirar esses países da órbita de influência da Argentina e atraí-los para a sua própria, o Brasil implantou um conjunto de estratégias.

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Projetos de integração viária

Com a Bolívia, foi elaborado um projeto para a implantação da Ferrovia Brasil-Bolívia, ligando o país andino ao Porto de Santos, no estado de São Paulo (figura 6). Em relação ao Paraguai, o governo brasileiro promoveu a construção da Rodovia BR-277. O objetivo foi ligar o eixo econômico paraguaio, Assunção-Ciudad Del Este, ao Porto de Paranaguá, no litoral do estado do Paraná, e favorecer as exportações paraguaias (figuras 6 e 7). Para intensificar as relações com o Uruguai, o governo brasileiro promoveu uma ampla integração viária por meio da construção de ferrovias e rodovias que possibilitam a ligação desse país a várias cidades do Sul do Brasil.

Figura 6

PROJETOS DE INTEGRAÇÃO VIÁRIA

EQUADOR

BRASIL BOLÍVIA La Paz Sta. Cruz de la Sierra Sucre C TRÓPICO DE

APRICÓRNIO

Porto Suárez

Corumbá Belo Campo Grande Horizonte

PARAGUAI Assunção

Londrina Curitiba

Passo Fundo Uruguaiana

Montevidéu

830 km 60° O

OCEANO ATLÂNTICO

Porto Alegre Pelotas

OCEANO PACÍFICO

Campinas São Paulo Santos Paranaguá

Capital de país Capital de estado Cidade importante Ferrovia Rodovia Porto

Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. p. 41.

Projetos energéticos

No que se refere à Bolívia, construiu-se o Gasoduto Bolívia-Brasil, responsável pelo transporte de gás natural boliviano para o território brasileiro, determinando uma importante fonte de renda para a economia daquele país. Outra medida adotada pelo Brasil foi a construção, em parceria com o Paraguai, da Hidrelétrica de Itaipu, que tornou o país platino autossuficiente na produção de energia elétrica. Como o Paraguai não consome toda a energia, vende o excedente para o Brasil. Medidas diplomáticas com a Argentina

A partir da década de 1980, a competição com a Argentina foi colocada de lado, cedendo espaço a uma política comum de cooperação entre os dois países, incluindo a cooperação militar. Ainda que a instabilidade econômica argentina, no final dos anos 1990, tenha trazido à tona antigas rivalidades, o governo brasileiro tem conseguido, diplomaticamente, contorná-las e firmar o Brasil como uma potência regional.

Figura 7. Porto de Paranaguá (PR, 2010). O porto foi modernizado e ampliado para melhor atender ao comércio exterior. 199

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Temas 1e2

CC Organize o conhecimento

1. Sobre a questão da geopolítica, responda. a) O que é a geopolítica clássica? b) A geopolítica estadunidense é clássica ou contemporânea? E a brasileira? c) Quais são as características da atual política externa brasileira?

2. Observe a figura 5 (página 198) e faça o que se pede. a) Cite os países que disputaram territórios com o Brasil antes de 1900. b) Caracterize a política externa brasileira até 1900. c) Cite os países que disputaram territórios com o Brasil a partir de 1900. d) Caracterize a política externa brasileira a partir de 1900.

a) No Brasil, qual é o nome dessa ponte? b) Ela está localizada na divisa de quais países? c) Essa ponte é parte de uma rodovia que une o Porto de Paranaguá a Assunção. Que rodovia é essa e qual é a sua importância? d) Que outra importante obra foi realizada em parceria entre esses países?

5. Leia o texto e responda no caderno. [...] a sociedade é um organismo que man“ tém relações duráveis com o solo, manifestas,

Bolívia

por exemplo, nas necessidades de moradia e alimentação. [...] O progresso significaria um maior uso dos recursos do meio, logo, uma relação mais íntima com a natureza. Quanto maior o vínculo com o solo, tanto maior seria para a sociedade a necessidade de manter sua posse. [...] o território representa as condições de trabalho e existência de uma sociedade. A perda do território seria a maior prova de decadência de uma sociedade. Por outro lado, o progresso implicaria a necessidade de aumentar o território, logo, de conquistar novas áreas [...].

Paraguai

MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Hucitec, 1998. p. 55-56.

3. Seguindo o modelo abaixo, construa em seu caderno

um quadro e complete-o com exemplos de obras que foram construídas ou de projetos implantados com o objetivo de incentivar as relações econômicas e políticas entre o Brasil e os países da América do Sul. País

Obra/projeto

Uruguai CC Aplique seus conhecimentos

4. Observe a foto, leia o texto e responda. Esta ponte está situada sobre o Rio Paraná. Ela liga a cidade de Foz do Iguaçu à famosa cidade de livre-comércio, isto é, que não cobra impostos de importação, Ciudad Del Este.

a) O trecho acima expõe uma das concepções de geopolítica. O criador dessa teoria é conhecido como o “pai” da geopolítica. Qual é o seu nome? b) Para esse teórico, qual é a importância do território para uma sociedade? c) Em que momento da história a política externa brasileira baseou-se nessa concepção de geopolítica?

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Atividades

6. Faça uma pesquisa sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu, destacando:

• histórico das negociações entre Brasil e Paraguai; • início das obras; • início do funcionamento; • capacidade de geração de energia; • problemas socioambientais gerados pela instalação de usinas hidrelétricas e atitudes que minimizam esses impactos; • posição da Argentina em relação à obra; • curiosidades sobre a usina. Você pode enriquecer seu texto com imagens extraídas de notícias de jornais, revistas e internet. 200

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Saiba mais

O Brasil atômico

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Os EUA se opuseram duramente à sua execução e, em março de 1977, o presidente Jimmy Carter pressionou o Chase Manhattan Bank e o Eximbank para que suspendessem todos os financiamentos negociados com o Brasil, e até mesmo paralisou o fornecimento à Alemanha do serviço de enriquecimento de urânio. Quis compelir os dois países a denunciarem ou reverem o Acordo Nuclear, com a introdução de salvaguardas complementares (comprehensive safeguards) semelhantes às estabelecidas pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), e a exclusão da usina de enriquecimento do urânio e reprocessamento do combustível. [...]

1. Durante a ditadura militar, o Brasil fechou um acordo nuclear com qual país? O que isso provocou no âmbito das relações internacionais?

2. Segundo o texto, quais foram as atitudes dos Estados Unidos após o

BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. Si vis pacem... Carta Capital, São Paulo, n. 600, jun. 2010.

Glossário

[...] Em 1967, o governo militar, sob o comando de Arthur da Costa e Silva, anunciou que adotaria uma política independente de desenvolvimento da energia nuclear. Os EUA reagiram com novas ameaças. E o dissídio agravou-se ainda mais após a Alemanha, em 27 de junho de 1975, firmar com o Brasil o Acordo de Cooperação para Usos Pacíficos da Energia Nuclear, visando transferir-lhe todo o ciclo de geração da energia nuclear, desde a pesquisa e lavra do urânio até o enriquecimento do mesmo pelo processo de jato centrífugo (jet nozzle), ainda em fase de experimentação, bem como de uma fábrica de reatores, a ser construída em Sepetiba (no Rio de Janeiro), cuja produção, com início calculado para o fim de 1978, possibilitaria a completa nacionalização dos equipamentos.

Dissídio Conflito de interesses ou opiniões; controvérsia; divergência.

acordo nuclear firmado pelo Brasil?

3. Faça uma pesquisa sobre a energia nuclear no Brasil e responda às questões a seguir.

a) Quantas usinas nucleares existem no Brasil? Onde elas estão localizadas? b) Quais críticas são feitas à utilização da energia nuclear?

4. Escreva um texto posicionando-se acerca do uso da energia nuclear no Brasil. Leia-o à sua sala.

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3

Tema

O Brasil e as organizações internacionais Como vimos anteriormente, o Mercosul é resultado da aproximação política e econômica entre Brasil e Argentina. O bloco econômico possui ainda como membros o Uruguai e o Paraguai e, mais recentemente, a Venezuela. Chile e Bolívia são membros associados, participando apenas da zona de livre comércio. A crescente importância do Mercosul deve-se principalmente à liderança dos brasileiros, que acreditam ser o bloco econômico regional o principal instrumento de negociação política e econômica dos países da América do Sul no cenário mundial. A economia brasileira representa cerca de 60% do total do bloco e é três vezes maior que a da Argentina, a segunda mais importante. Em 1991, o comércio internacional entre os sócios fundadores totalizava aproximadamente 4,5 bilhões de dólares por ano. Em 2000, ultrapassou 15,5 bilhões e, em 2009, a cifra esteve acima da casa dos 37 bilhões de dólares anuais (figura 8).

A

crescente valorização da geopolítica e da economia do Brasil coloca o país em destaque em importantes organizações internacionais.

Figura 8

O Brasil no Mercosul Foram necessários apenas dez anos para o Brasil se tornar o principal parceiro comercial de Argentina, Paraguai e Uruguai, superando os Estados Unidos e a União Europeia. Os comércios do Paraguai e do Uruguai são os que mais dependem do Mercosul e, principalmente, das relações comerciais com o Brasil. Cerca de 55% das exportações do Paraguai são destinadas ao bloco econômico, 40% das quais para o Brasil. Já no Uruguai, a porcentagem de exportações é de 40% para o Mercosul, sendo 35% para o Brasil. A Argentina é um pouco menos dependente do Mercosul evolução do comércio do brasil e do Brasil, sendo 35% de suas exportações destinadas ao com os países do mercosul bloco, 25% das quais à potência vizinha. 37,2 O crescente sucesso do Mercosul aponta para uma mu(US$ bilhões) dança definitiva nas relações entre o Brasil e seus vizinhos 28,2 28,1 na América do Sul. O Brasil parece ter obtido o reconhecimento de sua condição de potência regional e está disposto 22,9 a promover e a liderar uma maior integração entre todos os 18,5 15,5 países sul-americanos. Para assistir

10,5 4,5 1,6 1985

1991

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A preferência pelo Mercosul

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2000

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Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Disponível em <www.mdic. gov.br>. Acesso em 5 ago. 2010.

O dia em que o Brasil esteve aqui. Direção: Caito Ortiz e João Dornelas. Brasil: Pródigo Filmes, 2006. Em 2004 as seleções de futebol do Brasil e do Haiti protagonizaram um jogo para promover a paz no pequeno e pobre país caribenho. O documentário mostra como o encontro dessas seleções ajudou a amenizar os graves conflitos internos no país.

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O Brasil e a Alca A Alca, Área de Livre Comércio das Américas, seria um dos maiores blocos econômicos do planeta. Tinha previsão de implantação para 2005, adiada para 2007. Porém, as negociações estão paralisadas. Os Estados Unidos seriam os grandes beneficiados, pois graças à Alca, um mercado de cerca de 800 milhões de consumidores se abriria, além do acesso à matérias-primas e alimentos por preços menores. O Brasil via isso como uma ameaça aos países latino-americanos de se tornarem reféns da economia estadunidense e se opunha à criação desse bloco ponderada e diplomaticamente (figura 9). Para o Brasil, a Alca deveria favorecer o desenvolvimento econômico e social da América Latina e não ficar submetida aos interesses econômicos dos Estados Unidos.

Figura 9. Protesto contra a Alca, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP, 2002).

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O Brasil e a ONU País-membro da ONU desde sua criação, em 1945, o Brasil tem participado das conferências mundiais que abordam problemas globais e propõem soluções. Em 1992, a cidade do Rio de Janeiro foi a sede da Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente. Entre as diversas propostas da Rio-92 — como a conferência ficou conhecida —, destaca-se a Agenda 21, um conjunto de ações ambientais e sociais que visam ao uso racional dos recursos naturais e ao desenvolvimento sustentável, considerando-se as necessidades das futuras gerações. Em 2004 foi realizada na cidade de São Paulo a 11a Reunião da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), com a presença de chefes de Estado e representantes de diferentes nações (figura 10). A proposta era discutir metas de desenvolvimento e integração ao comércio internacional.

Figura 10. Debate sobre estratégias de desenvolvimento na 11a Reunião da Unctad, em São Paulo (SP, 2004). 203

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ministério da defesa <www.defesa.gov.br/missoes_paz> Neste endereço você encontrará informações sobre as missões de paz em que o Brasil já atuou ou atua.

vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra papel no Guia de estudo.

O Brasil e as missões de paz Com a intenção de manter a paz entre as nações, a ONU envia tropas e missões a locais de conflitos. Nos últimos anos, o exército do Brasil tem participado ativamente dessas ações. Em 1999, foram enviadas tropas brasileiras ao Timor Leste, na Ásia, para garantir a independência do país. Desde 2004, o Brasil lidera as forças de paz da ONU, no Haiti. Mediante essas ações no Timor Leste e no Haiti, o governo brasileiro tem feito esforços para a criação de mais vagas permanentes no Conselho de Segurança da ONU (veja o papel da ONU e do Conselho de Segurança no quadro 1). Com o objetivo de conquistar uma vaga permanente, o Brasil busca o apoio político de países subdesenvolvidos, mantendo estreitas relações diplomáticas com potências regionais, como a Índia, na Ásia, e a África do Sul, na África, países que também desejam vagas permanentes no Conselho de Segurança.

O Brasil e o G-20 Com a liderança consolidada na América do Sul, a política externa brasileira se volta para alcançar mais espaço político e econômico para o Brasil no cenário mundial. A estratégia adotada é a aproximação com os países subdesenvolvidos. Em setembro de 2003, por exemplo, durante a reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio) em Cancun, no México, o Brasil liderou o grupo de países intitulado G-20, que pressionou os países ricos para impedi-los de impor seus interesses comerciais aos mais pobres. Leia o quadro 2. A ação do G-20 levou a reunião da OMC a um impasse. Nenhuma nova regra comercial foi votada, e os países subdesenvolvidos conseguiram, pelo menos, demonstrar maior organização e união (figura 11). Sob liderança do Brasil, o G-20 se constitui em uma nova forma de representação em bloco, baseada na parceria e na cooperação. Quadro 1

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Para pesquisar

O papel da ONU e do Conselho de Segurança

A ONU (Organização das Nações Unidas) tem como objetivos manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades fundamentais e promover o desenvolvimento dos países em escala mundial. [...] A ação da ONU depende da disposição das grandes potências de evitar o confronto armado. O mecanismo para o consenso é o veto no Conselho de Segurança — um privilégio restrito a seus cinco integrantes permanentes: EUA, Federação Russa, Reino Unido, França e China. Atualmente, um comitê de especialistas internacionais é encarregado de planejar uma reforma geral na organização. Uma das propostas é a ampliação do Conselho de Segurança, que passaria de 15 para 24 membros. Mas o poder de veto continuaria limitado aos atuais membros permanentes. Quatro países reivindicam a participação permanente no Conselho: Brasil, Alemanha, Índia e Japão. Eles defendem ainda a instituição de uma vaga para os países da África.

Almanaque Abril 2007. São Paulo: Abril, 2007. p. 91.

Soldados brasileiros da força de paz da ONU em Porto Príncipe, capital do Haiti, em 2008.

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Os interesses brasileiros e o G-3 Nos últimos anos, os representantes do Brasil têm procurado ampliar as relações diplomáticas e econômicas com alguns países do G-20. As mais importantes aproximações ocorreram com a Índia e a África do Sul, levando à criação do G-3. Os três países desse grupo possuem muitos interesses comuns. Entre eles, como vimos, está o de ocupar as futuras vagas permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Com a Índia, além da parceria diplomática, vêm sendo realizadas parcerias principalmente na área aeroespacial e nuclear. Entre o Brasil e esse país são desenvolvidos importantes programas de cooperação científica e tecnológica, com grande intercâmbio de pesquisadores e técnicos. A aproximação com a África do Sul é mais recente. Os dois países buscam oportunidades para ampliar suas relações comerciais. Em 2000, chegou a ser cogitada a possibilidade de os sul-africanos ingressarem no Mercosul, mas as negociações não evoluíram. Outro país do G-20 que interessa muito aos governantes do Brasil é a China, que tem o maior mercado consumidor do mundo. Desde a década de 1970, quando as relações diplomáticas entre os dois países foram retomadas, estabeleceram-se diversos acordos comerciais e programas de cooperação, com destaque para os setores agropecuário, de produção e de lançamentos de satélites. Os chineses são os maiores compradores da soja brasileira e usam a Base Espacial de Alcântara, no Maranhão, para efetuar lançamentos de satélites e foguetes.

Quadro 2

A OMC e o G-20 A OMC é uma organização internacional que conta com 149 países-membros. Seu objetivo é regulamentar o comércio mundial e resolver disputas comerciais entre seus membros. Em 2003, durante uma de suas reuniões, criou-se o G-20, grupo na verdade constituído por 23 membros: África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia, Zimbábue, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão, Tailândia, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Guatemala, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela, Equador e Peru.

OCEANO PACÍFICO

OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO

5.650 km 0°

Fonte: Ministério das Relações Exteriores. Disponível em <www.mre.gov.br>. Acesso em 12 fev. 2009.

O Brasil no Brics Em 2001 o economista Jim O’Neill, chefe da economia global da Goldman Sachs – um dos maiores bancos de investimento do mundo – reparou que quatro países do planeta, apesar de separados geografica e culturalmente, tinham grande potencial para crescer. Esses países eram Brasil, Rússia, Índia e China. Com as iniciais desses países surgiu a sigla Bric. Em 2011, na III Cúpula dos quatro principais países emergentes do mundo, a África do Sul (em inglês, South Africa) tornou-se parte desse grupo, cuja sigla passou a ser Brics. O Brics não tem apenas potencial de grande crescimento. Ele também é candidato a desempenhar cada vez mais um papel de crescente importância no cenário mundial. Porém há muitos desafios a serem enfrentados para que o Brasil possa aumentar sua participação dentro do grupo e mundialmente, como: a estrutura política do país é democrática, mas o desrespeito à lei até por parte das autoridades persiste; a corrupção; a economia brasileira é uma das mais fechadas em relação aos outros países formadores do Brics.

De olho no quadro

Observando o quadro 2, responda.

países, entre os do G-20, • Quais fazem parte do continente americano?

Figura 11. Encontro Ministerial do G-20, Brasília (DF, 2003). Sob a liderança do Brasil, o G-20 impediu que os países ricos votassem regras comerciais prejudiciais aos países pobres na reunião da OMC em 2003. 205

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Tema

4

O Brasil no mundo globalizado A globalização da economia brasileira

partir da década de 1990, o Brasil consolidou um novo modelo econômico, a fim de começar a se ajustar ao mundo globalizado.

A economia cafeeira e o investimento na indústria

Até 1930, a economia brasileira era essencialmente agrícola e profundamente dependente das exportações de café. Uma grave crise mundial no final da década de 1920 provocou um colapso na economia nacional. Fazendeiros, comerciantes e banqueiros que haviam acumulado muito dinheiro com o café passaram a investir na indústria, como uma nova e promissora fonte de renda. O governo brasileiro contribuiu com o desenvolvimento da nova atividade facilitando a importação de máquinas e equipamentos. A substituição de importações

a base da substituição de importações

Figura 12

Capital estatal Investimentos em indústrias de bens de produção e em infraestrutura

Capital nacional Investimentos em indústrias de bens de consumo não duráveis

Capital estrangeiro Investimentos em indústrias de bens de consumo duráveis

Após a Segunda Guerra Mundial, o Estado brasileiro passou a participar mais ativamente do processo de industrialização por meio da adoção do modelo conhecido como substituição de importações. O objetivo era começar a produzir internamente o que vinha de fora, substituindo as importações por produtos nacionais. De forma geral, o Estado implantou as indústrias de bens de produção, as empresas estatais; o capital estrangeiro ficou responsável pelas indústrias de bens de consumo duráveis, como, por exemplo, automóveis e geladeiras; e o capital nacional cuidou das indústrias de bens de consumo não duráveis, como bebidas e alimentos (figura 12). O modelo de industrialização por substituição de importações ficou em vigência até o início da década de 1980. Os investimentos realizados pelo governo brasileiro nas décadas anteriores foram efetuados à custa de um grande endividamento externo, cujas taxas de juros inviabilizaram os investimentos estatais. Uma parcela significativa da arrecadação de impostos dirigia-se diretamente aos bancos estrangeiros, para efetuar o pagamento dos juros da dívida.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A

Ao longo de sua história, o Brasil passou por vários modelos econômicos até alcançar, por volta de 2005, certa estabilidade na economia, que constituiu o primeiro passo para que o país começasse a se adaptar ao mundo globalizado. O processo, porém, se mostra lento, e a globalização ainda é um fenômeno para reduzida parcela da população.

Para ler

De JK a FHC: a reinvenção dos carros. Glauco Arbix e Mauro Zillovicus. São Paulo: Scrita, 1997. O livro aborda a evolução da indústria automobilística no Brasil, do modelo de substituição de importações ao neoliberal.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os anos 1990 e o modelo neoliberal A partir da década de 1990, com a intensificação dos fluxos de capitais estrangeiros, resultado do processo de globalização, ocorreu uma nova mudança no modelo econômico brasileiro. Para atrair investimentos, o governo promoveu a abertura da economia ao capital estrangeiro e colocou à venda várias empresas estatais, num processo conhecido como privatização. O governo brasileiro deixou então de ser proprietário para tornar-se fiscalizador das empresas privadas. Várias agências de fiscalização foram criadas para estabelecer regras de funcionamento e de controle sobre a qualidade dos serviços prestados pelas empresas. Esse processo de privatizações — ocorrido principalmente na década de 1990 como parte do modelo econômico neoliberal e globalizado — foi acompanhado por manifestações públicas contrárias à venda das estatais. Muitos defendiam a ideia de que o governo estava entregando à iniciativa privada, a preços muito baixos, empresas consideradas patrimônio do povo brasileiro, como foi o caso da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 1997 (figura 13). A abertura da economia foi marcada por uma grande redução das taxas de importação, principalmente de bens de consumo. O aumento das importações tinha como objetivo ampliar a concorrência e incentivar as inovações tecnológicas na indústria brasileira. A recente estabilização econômica Por volta do ano de 2005, houve uma estabilização da economia brasileira. As reformas implantadas pelo novo modelo econômico promoveram o controle da inflação e dos gastos públicos, ampliaram os investimentos externos no país e iniciaram um novo ciclo de modernização econômica. No entanto, os avanços da economia ainda não se refletiram em melhorias significativas na qualidade de vida da maioria dos brasileiros. A globalização ainda é um fenômeno para uma reduzida parcela da população. O Brasil apresenta uma das mais desiguais distribuições de renda do mundo. Os 20% mais ricos detêm 61,1% da renda nacional, os 60% intermediários ficam com 36,1% e aos 20% mais pobres restam 2,8% da renda nacional. O Estado neoliberal brasileiro não tem conseguido cumprir suas funções básicas no atendimento às necessidades da população do país.

Glossário

A crise econômica da década de 1980 A década de 1980 ficou conhecida como a “década perdida”, pois a recessão foi acompanhada por elevadas taxas de inflação e pelo sucateamento ou envelhecimento das máquinas e equipamentos das indústrias. Além disso, houve o abandono de investimentos em infraestrutura: estradas ficaram em péssimas condições, portos e aeroportos tornaram-se obsoletos, e os setores de energia e telecomunicações não se atualizaram. Com a crise, muitas empresas não conseguiram competir com os produtos importados, o que as levou à falência e contribuiu para o aumento do desemprego no país.

Recessão Período de atividade econômica reduzida, caracterizado por queda nas vendas, na produção, nos lucros e na oferta de empregos.

Inflação Aumento médio dos preços.

Obsoleto Antiquado; arcaico; ultrapassado.

Neoliberal Doutrina econômica que defende a não intervenção do Estado na economia. Para essa corrente do pensamento econômico, o Estado deve se ocupar com os setores de segurança, saúde, educação, habitação e transportes. Para a iniciativa privada devem ser deixados os demais setores da economia, ainda que fiscalizados pelo governo.

Figura 13. Manifestação pública no Rio de Janeiro (RJ, 1997) contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, a gigante da mineração brasileira. 207

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Temas 2a4

CC Organize o conhecimento

5. Descreva o interesse e a participação do Brasil nas

1. Reescreva as frases em seu caderno, substituindo os símbolos pelas opções apresentadas nos quadros.

a) A * visa à integração do território nacional. b) * foi o primeiro pensador a cunhar o conceito de geopolítica. c) O * foi Ministro das Relações Exteriores do Brasil de 1902 a 1912 e ficou conhecido como o “pai da diplomacia contemporânea brasileira”. d) A * tem por objetivo expandir seus domínios no plano internacional.

Friedrich Ratzel

geopolítica estadunidense

geopolítica do Brasil

Barão do Rio Branco

seguintes organizações internacionais: a) Alca b) Mercosul c) ONU

CC Aplique seus conhecimentos

6. Leia a afirmação a seguir e faça o que se pede. Desemprego, pobreza, corrupção e criminalidade são inerentes à maioria dos países do mundo, mas no Brasil esses problemas tomam proporções bastante graves. • Com base nos dois últimos parágrafos da página 207, elabore uma justificativa para essa afirmação.

7. Observe as fotos e faça o que se pede.

2. Explique o histórico da diplomacia brasileira em relação: a) aos Estados Unidos; b) à Argentina.

3. Sobre a economia brasileira, faça o que se pede. a) Liste as características do modelo de substituição de importações. b) Explique por que as empresas brasileiras não conseguiram competir com os produtos importados. c) Cite os motivos que levaram os anos 1980 a serem considerados “a década perdida”. d) Mencione o nome do modelo econômico implantado no país a partir de 1990 e indique seus objetivos. e) Relacione as medidas adotadas para pôr fim ao modelo citado no item d.

Vista da Rodovia BR-116 em trecho com obras de duplicação. Juquitiba (SP, 2003).

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Atividades

4. Seguindo o modelo abaixo, construa um quadro em seu caderno e complete-o com informações sobre o G-3. G-3 Países-membros Continentes em que se localizam Principal objetivo Vista aérea da favela da Rocinha, Rio de Janeiro (RJ, 2010).

País que demonstrou interesse pelo Mercosul

• Estabeleça uma relação entre o que está representado nas imagens e o modelo econômico neoliberal.

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8. Observe a tabela abaixo e faça o que se pede. Comércio exterior brasileiro — 2009 (US$) País

Importação

Exportação

Argentina

11.281.344.807

12.784.966.502

Bolívia

1.649.750.733

919.231.938

Chile

2.674.586.064

2.656.793.690

567.928.908

1.801.053.432

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Colômbia Equador

41.429.439

638.206.928

Guiana

991.649

18.481.619

Guiana Francesa*

17.740

6.258.250

Paraguai

585.440.640

1.683.902.379

Peru

484.310.600

1.489.062.914

Suriname

7.397.422

40.170.384

Uruguai

1.240.290.538

1.360.077.892

Venezuela

581.593.287

3.610.339.282

*A Guiana Francesa é um departamento ultramarino da França. Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior/ Secretaria de Comércio Exterior. Disponível em <www.mdic.gov.br>. Acesso em 5 ago. 2010.

a) Liste os três principais parceiros comerciais do Brasil e o volume de negócios com cada um. b) Qual parceiro comercial realizou o menor volume de negócios com o Brasil? c) Quais são os parceiros com os quais o Brasil apresenta deficit comercial?

9. Leia o texto a seguir, escrito pelos embaixadores da Alemanha e da França no Brasil, e faça o que se pede.

O Brasil está ingressando hoje [1o jan. 2004] no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde terá assento por dois anos. A Alemanha, membro não permanente do conselho, eleito para o biênio 2003-2004, e a França, membro permanente, ficam felizes com a presença do Brasil e com a possibilidade de trabalharem juntos nesse foro. [...] Isso é ainda mais significativo na medida em que os últimos meses confirmaram, com intensa força, o lugar que o Brasil vem assumindo no cenário internacional desde a volta da democracia e do Estado de Direito.

As viagens do presidente Lula da Silva a Berlim e depois a Paris, suas turnês pela África e Oriente Médio, sua notável participação na reunião do diálogo ampliado na cúpula do G8 em Evian, em junho, e na Assembleia Geral, em setembro, o papel do Brasil no lançamento do G20, como porta-voz de uma parte dos países emergentes nas negociações comerciais etc. são demonstrações positivas da ação internacional do Brasil, cujas iniciativas contribuem favoravelmente para a estabilidade de nosso mundo. [...]

KAESTNER, Uwe Kurt; GLINIASTY, Jean. Brasil, bem-vindo! Folha de S.Paulo. São Paulo, 1o jan. 2004. p. A3.

a) Qual é o tempo de duração do mandato de um membro não permanente no Conselho de Segurança da ONU? b) Que episódios da diplomacia brasileira são destacados pelos embaixadores? c) Pesquise a respeito do Conselho de Segurança da ONU, tentando responder: • Como ele se constitui atualmente? • Essa constituição é considerada representativa?

10. Analise a afirmativa a seguir. Hoje em dia, por meio da internet, é possível ter acesso a todo tipo de cultura e informação, até mesmo em tempo real. No entanto, se por um lado é possível se sentir integrado ao resto do mundo, por outro, essa integração pode constituir o fator-chave para a perda da identidade cultural e nacional, uma vez que leva a certa “uniformização” do pensamento, à chamada “globalização cultural”. Com base nas ideias expostas e em seus conhecimentos, responda. • O que pode acontecer com os países pobres que não participam dessa era globalizada e informatizada?

Desafio! 11. (Fuvest – 2006) Nos últimos anos, o MERCOSUL a) dificultou relações econômicas com países andinos. b) influenciou na consolidação da ALCA. c) enfrentou dificuldades políticas para consolidar-se. d) evitou conflitos econômicos regionais. e) foi reconhecido na ONU como foro multilateral.

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Representações gráficas Mapa topográfico MONTE SANTO DE MINAS (MG)

Mapa topográfico é a representação detalhada da superfície terrestre, assinalando as coordenadas geográficas, os rios, os lagos, os oceanos, as áreas de cobertura vegetal, as cidades, as áreas de cultura e pastagem e as vias de circulação dispostas sobre o relevo em curvas de nível. O mapa topográfico permite o conhecimento das características da área representada. Essas características referem-se tanto aos elementos da natureza como aos da sociedade.

21° 09' S

7.660 km

E

Como ler e interpretar Interpretar um mapa topográfico significa descrever e explicar as relações que existem entre os elementos naturais e a participação da sociedade na organização do espaço geográfico.

300 km

46º52'O. Gr.

ESCALA 1.680

0

1.680

3.360

5.040

6.720 metros

EQUIDISTÂNCIA ENTRE AS CURVAS DE NÍVEL: 50 METROS

310 km

1000

Curva de nível

x1008

Ponto cotado

N 7.650 km

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

7.670 km

O que é

Habitação rural Rio

Cidade Rodovias pavimentadas Rodovias sem pavimentação Estrada vicinal Ferrovia

Mata Mata secundária Pastagem Cultura permanente

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Roteiro de interpretação de um mapa topográfico

Reconhecendo o espaço natural: os elementos naturais

nascente

1. Relevo Observe as curvas de nível, que são as linhas que unem os pontos de mesma altitude, e perceba as partes altas, baixas, íngremes e planas do relevo, identificando as cristas, que são as partes mais elevadas, e os vales. cris

ta

nascente cris ta nascente

cris

ta

cris

ta

cris

ta

2. Hidrografia Observe como se distribui a rede de rios e seus afluentes nos vales para formar as bacias hidrográficas, que são separadas pelas cristas.

cris

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ta

3. Cobertura vegetal Verifique onde estão as áreas cobertas por mata natural ou secundária.

Reconhecendo a presença humana: o urbano 4. Sítio e situação Sítio é a base de relevo sobre a qual está assentada a cidade, e situação é a maneira como a cidade está posicionada em relação ao espaço geográfico: rios e relevo, outras localidades, uso da terra, vias de circulação.

Pratique

1. Qual é o nome da cidade representada no mapa? Ela está na parte alta ou baixa do relevo?

2. Qual uso da terra você observa no quadro 7?

3. Em que quadros estão representaReconhecendo a presença humana: o rural 5. Habitat agrupado O habitat rural agrupado exibe habitações reunidas em determinados pontos. Verificar como essas habitações se posicionam em relação aos elementos do espaço geográfico, abrangendo as vias de circulação.

das as habitações rurais agrupadas em função do relevo?

4. Em que quadros estão representadas as vias de circulação que agrupam o habitat?

6. Habitat disperso O habitat rural disperso tem as habitações separadas por terras com diferentes usos. Verificar como elas se posicionam em relação aos elementos do espaço geográfico, abrangendo as vias de circulação. 7. Uso da terra Observe os diferentes usos da terra para as atividades agrícolas e a presença da vegetação natural. Com o auxílio da legenda, veja como estão organizadas no espaço as áreas de culturas permanentes e as áreas de pastagem.

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Compreender um texto A nova política externa brasileira A política externa brasileira vem se abrindo para além do Itamaraty: atualmente, há novas formas de atuação da sociedade civil e do governo para ampliar os horizontes de inserção internacional do país.

A Política Externa Brasileira, ainda que tenha permanecido sob a égide dos mesmos princípios inaugurais, desde a independência aos dias atuais, passou por mudanças significativas nas últimas duas décadas do século XX. Primeiro, com a democratização do País, os interesses, compromissos e objetivos nacionais tornaram-se mais transparentes, com base na nova Constituição de 1988, no apoio das forças políticas democráticas com assento no Congresso e na maior

participação da sociedade civil nos assuntos internacionais. Segundo, com o processo de integração, inicialmente com nossa maior e decidida cooperação com a Argentina e, em seguida, com o Mercosul, e os novos caminhos plantados no âmbito da América do Sul. Terceiro, com o impacto da interdependência e da globalização, em que a inserção brasileira tornou-se de mão dupla: o Brasil inseriu seus interesses no mundo e o mundo inseriu-se no interior do País.

A sede da Organização Mundial do Comércio está na cidade de Genebra (Suíça, 2008), entre os prédios das outras agências que compõem a ONU. Em funcionamento desde 1o de janeiro de 1995, a OMC trata das regras sobre o comércio entre as nações.

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Dessa forma, mesmo que o Itamaraty continue a ser a principal instituição formuladora e executora de nossa política externa, novos atores vieram se juntar para ampliar o leque de opções de nossos interesses internacionais. De certa maneira, podemos afirmar que o Brasil, nas últimas décadas, internacionalizou-se de maneira mais ativa e altiva e passou a ser um ator internacional mais relevante, segundo sua importância. Basta registrar [...] os assuntos dos regimes internacionais de proliferação de armas de destruição em massa, que o Brasil assinou a todos e completou seu dever de casa. É importante, pois, registrar aqui essa ampliação de atores brasileiros nos assuntos internacionais. Em primeiro lugar, há que se destacar, no próprio âmbito do executivo, as relações internacionais desenvolvidas pelos Ministérios da Indústria, do Comércio e do Desenvolvimento em torno do cada vez mais importante – quando não fundamental – tema do comércio internacional, das relações comerciais bilaterais e multilaterais, como as localizadas na Organização Mundial do Comércio (OMC) e em outros foros multilaterais.

No que diz respeito ao intenso comércio do agronegócio brasileiro, o Ministério da Agricultura tem se desenvolvido a tal ponto que em sua estrutura foi criado um Departamento Internacional voltado para esses negócios da robusta agricultura do País. No âmbito das questões tecnológicas, também o Ministério da Ciência e Tecnologia tem atuação marcante e inovadora na busca de integrar o parque científico e tecnológico nacional aos avanços existentes nos principais centros produtores e de divulgação dos novos conhecimentos nessas áreas. Sem essa somatória de ações, de distintos atores, o Brasil perderia caminho. Outras fontes de relações internacionais poderiam ser citadas: o papel do Ministério da Fazenda (e do Banco Central e do Banco do Brasil) nas questões de dívida externa, créditos, política fiscal e monetária, que cada vez mais se tornam de natureza global.

BRIGAGÃO, Clóvis; RODRIGUES, Gilberto M. A. Política externa brasileira: da Independência aos desafios do século XXI. São Paulo: Moderna, 2006. p. 104-105.

AtividAdes CC Obter informação

1. Cite um fator decisivo para o aumento da par-

ticipação da sociedade civil nos assuntos relacionados à política externa brasileira a partir de 1988.

2. Segundo o texto, por quem começou nosso processo de integração?

3. O autor cita duas áreas de atuação que contribuíram para o avanço da presença brasileira no cenário internacional. Quais são elas?

CC Interpretar

4. Na sua opinião, como as relações comerciais discutidas na OMC contribuem para as relações exteriores do Brasil?

5. Interprete a frase proferida pelo autor ao se referir

aos tratados de proliferação de armas de destruição em massa: “o Brasil assinou a todos e completou seu dever de casa”.

CC Pesquisa

6. Pesquise quais foram os ministros das Relações

Exteriores do Brasil desde 1990. Qual deles ficou

mais tempo no cargo? Algum deles chegou à Presidência da República?

7. Faça uma pesquisa e liste pelo menos três países que ganharam uma embaixada brasileira nos últimos 10 anos.

CC Reflexão

8. O que você acha que o Brasil deve fazer para ter ainda mais êxitos nas relações internacionais?

• Discuta essa questão com um grupo de colegas. Pensem tanto em ações multilaterais (do Brasil com um grupo de países) quanto em ações bilaterais (do Brasil com um outro país específico). • Lembrem-se de que as ideias podem envolver propostas de diversas áreas: educação, cultura, saúde, pobreza, preconceito, economia, guerra etc. • Façam um relatório com todas as ideias levantadas pelo grupo. • Ao final do trabalho, cada grupo deve apresentar suas sugestões para toda a classe.

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ARARIBÁ GEOGRAFIA

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Organizadora: Editora Moderna Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. Editor Executivo: Fernando Carlo Vedovate

3a edição

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© Editora Moderna, 2010

Elaboração de originais Ana Paula Ribeiro Licenciada em Geografia pela Universidade Paulista. Licencianda em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos. Professora de Geografia na rede municipal de São Paulo. Editora. Angélica Campos Nakamura Graduanda do curso de bacharelado e licenciatura em Geografia pela Universidade de São Paulo. Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela Faculdade Cásper Líbero. Gustavo Nagib Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graduando do curso de Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor em escolas particulares de São Paulo. Karina Hide Sugiyama Idehara Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graça Maria Lemos Ferreira Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Marcello Martinelli Professor Livre-docente de Cartografia Temática do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. Wagner Nicaretta Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Editor. Sonia Cunha de Souza Danelli Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Editora.

Coordenação editorial: Fernando Carlo Vedovate, Ana Paula Ribeiro Edição de texto: Ana Paula Ribeiro, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara, Wagner Nicaretta Assistência editorial: Daiane Ciriáco Preparação de texto: Renato da Rocha Carlos Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Aurélio Camilo Foto da capa: Apresentação de dança do dragão, Hong Kong (China). © So Hing-Keung/Corbis/Latinstock Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho Edição de infografia: William H. Taciro, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara, Daniela Máximo, Ana Cláudia Fernandes Edição de arte: Alexandre Lugó Ayres Neto Editoração eletrônica: Setup Bureau Editoração Eletrônica Ilustrações: Brenno Girafa, Cássio Bittencourt, Cecília Iwashita, Estúdio Ilustranet, Fescher, Marcus Penna, Mario Kanno, Paulo Manzi Cartografia: Alessandro Passos da Costa, Anderson de Andrade Pimentel, Fernando José Ferreira Coordenação de revisão: Elaine C. del Nero Revisão: Agnaldo Hollanda Coordenação de pesquisa iconográfica: Ana Lucia Soares Pesquisa iconográfica: Ana Cláudia Fernandes, Luciano Baneza Gabarron, Evelyn Torrecilla As imagens identificadas com a sigla CID foram fornecidas pelo Centro de Informação e Documentação da Editora Moderna. Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Alexandre Petreca, Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Pix Art, Rubens M. Rodrigues Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Helio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Impressão e acabamento:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Projeto Araribá : geografia : ensino fundamental / obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna ; editor executivo Fernando Carlo Vedovate. — 3. ed. — São Paulo : Moderna, 2010. Obra em 4 v. para alunos do 6o ao 9o ano. “Componente curricular : Geografia” Bibliografia. 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Vedovate, Fernando Carlo.

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CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 ISBN 978-85-16-06842-4 (LA) ISBN 978-85-16-06843-1 (LP) Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2010 Impresso no Brasil 1 3

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Apresentação

“Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças em toda a face da Terra. O mundo torna-se unificado — em virtude das novas condições técnicas, bases sólidas para uma ação humana mundializada. Esta, entretanto, impõe-se à maior parte da humanidade como uma globalização perversa.” SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 37.

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ste volume vai ajudá-lo a entender um pouco sobre os países e os conflitos que têm sido travados em disputas por território, poder e liberdade. Você também vai conhecer as características de alguns continentes, como sua geografia, população e economia, e perceber que em todos eles existem problemas parecidos com os que enfrentamos em nosso continente, como as doenças, a miséria e a fome de muitas pessoas. Esperamos que você perceba que os seres humanos se relacionam uns com os outros de várias maneiras, e todos nós nos relacionamos com o lugar onde vivemos. Bom estudo!

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Organização da Unidade Um livro organizado Seu livro tem 8 unidades, que apresentam uma organização clara e regular: abertura, estudo dos temas, Atividades, Representações gráficas e Compreender um texto.

Abertura da unidade Um pequeno texto apresenta os conteúdos que serão desenvolvidos na unidade.

As questões propostas convidam você a analisar as imagens da abertura e a recordar o que já sabe sobre o assunto que será estudado.

Estudo dos temas Cada unidade apresenta 4 temas, que desenvolvem os conteúdos de modo claro e organizado, mesclando texto e imagens variadas. Ao longo do desenvolvimento dos temas há quadros que aprofundam o assunto estudado. As colunas laterais trazem glossário e outras informações adicionais.

Nas laterais do texto informativo, há sugestões de leituras, filmes e sites para você aprofundar seus conhecimentos. Atividades práticas solicitam a interpretação de dados de tabelas e gráficos, para que você tire suas conclusões a partir dessas análises.

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Atividades de aplicação imediata estimulam você a explorar as imagens e a relacioná-las com as informações do texto, ajudando a fixar o que está sendo estudado. Elementos visuais, como ilustrações e mapas, exemplificam e complementam os conteúdos desenvolvidos na unidade.

As palavras destacadas nessa vinheta remetem à seção Vocabulário em contexto do Guia de estudo.

Gráficos, mapas e tabelas estimulam a leitura de informações em diferentes linguagens.

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Páginas especiais Em Lugares interessantes você conhecerá diferentes lugares do Brasil e do mundo que têm relação com os temas da unidade.

A seção Saiba mais traz informações complementares sobre um assunto já abordado na unidade. Nos dois casos, há atividades de compreensão da leitura apresentada.

Atividades Organize o conhecimento Atividades de síntese, compreensão e sistematização dos conteúdos aprendidos.

Aplique seus conhecimentos As atividades desta seção apresentam questões selecionadas de vestibulares e Enem (Desafio!), situações relativamente novas, relacionadas ao conteúdo da unidade, e desenvolvem a habilidade de leitura de textos e imagens.

Representações gráficas O programa desenvolve, em cada unidade, um tipo específico de representação gráfica.

Pratique O que é Explica, em uma linguagem clara e direta, o que é, como é feito, como é utilizado cada um dos instrumentos desenvolvidos no programa.

Compreender um texto Seção com diferentes tipos de texto e atividades que estimulam o aluno a gostar de ler e a compreender o que lê.

Obter informações Desenvolve a habilidade de identificar e fixar as principais ideias do texto.

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Propõe atividades de leitura, análise e aplicação dos conhecimentos desenvolvidos na seção.

Interpretar Você vai relacionar, interpretar e avaliar as informações do texto. Pesquisa/Reflexão/Use sua criatividade! Você vai pesquisar novas informações, associar o que leu com seus próprios conhecimentos ou elaborar um trabalho pessoal.

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Sumário

Unidade 1

PAÍSES E CONFLITOS MUNDIAIS TEMA 1 – Estado, nação, território e país ............................................................................. 12 O mapa do mundo - 12, O Estado - 12, A nação - 13, O território - 13, O país - 13 TEMA 2 – As grandes guerras e a Guerra Fria ................................................................... 14 O imperialismo europeu - 14, Antecedentes da guerra - 15, A Primeira Guerra Mundial - 15, O período entreguerras - 16, A Segunda Guerra Mundial - 17, A Guerra Fria - 18 Atividades – Temas 1 e 2..........................................................................................................................................20 • Saiba mais – Fugas em tempos de Guerra Fria - 21 TEMA 3 – Conflitos: as razões e os principais focos .................................................... 22 Conflitos em escala global - 22 TEMA 4 – Terrorismo ............................................................................................................................... 24 O que é terrorismo - 24, Tipos de ações terroristas - 25 Atividades – Temas 2 a 4 ..........................................................................................................................................30 Representações gráficas – Mapa histórico ......................................................................................................32 Compreender um texto – Música e juventude em meio aos conflitos mundiais ..............................34

Unidade 2

GLOBALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÕES MUNDIAIS TEMA 1 – A globalização e seus efeitos ................................................................................. 38 O que significa, afinal, globalização? - 38, As fases da globalização - 39, Globalização e desemprego - 40, Globalização, cultura e sociedade de consumo - 40 TEMA 2 – Globalização e meio ambiente .............................................................................. 42 Problemas ambientais do século XXI - 42, Conferências mundiais e meio ambiente - 44 Atividades – Temas 1 e 2..........................................................................................................................................46 • Saiba mais – A escassez do “ouro azul” - 47 TEMA 3 – Globalização e organizações econômicas................................................... 48 Principais blocos econômicos - 48, Blocos regionais e interesses nacionais - 49 TEMA 4 – Globalização e direitos humanos ....................................................................... 50 O que são os direitos humanos? - 50, A ONU: pela paz, segurança e cooperação - 52 Atividades – Temas 1 a 4..........................................................................................................................................56 Representações gráficas – Projeções cartográficas......................................................................................58 Compreender um texto – Direito de ser pessoa ............................................................................................60

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Unidade 3

O CONTINENTE EUROPEU TEMA 1 – Quadro natural e problemas ambientais ..................................................... 64 O relevo - 64, O clima e as paisagens - 65, A hidrografia - 66, Os problemas ambientais - 66, O desastre de Chernobyl - 67 TEMA 2 – A população europeia ................................................................................................... 68 Variedade linguística - 68, Características demográficas - 68, Um continente de migrações - 69, Fluxos migratórios atuais - 70 Atividades – Temas 1 e 2..........................................................................................................................................72 • Lugares interessantes – Stonehenge, a enigmática relíquia de pedras - 73 TEMA 3 – A economia europeia .................................................................................................... 74 A agricultura, a pecuária e a pesca - 74, A indústria - 75, O setor de serviços - 75, Nível de desenvolvimento diferenciado - 76, A indústria do Reino Unido - 76, A economia da França - 77, Alemanha: tradição e modernidade - 78, Países mediterrâneos - 79, Países do Norte Europeu - 81 TEMA 4 – A União Europeia ............................................................................................................... 82 A origem da União Europeia - 82, A evolução do bloco econômico - 82, Políticas sociais da UE - 83, As instituições da UE - 85, Políticas comuns da UE - 86 Atividades – Temas 2, 3 e 4 .....................................................................................................................................88 Representações gráficas – Sensoriamento remoto e imagem de satélite...........................................90 Compreender um texto – Muros da vergonha ...............................................................................................94

Unidade 4

LESTE EUROPEU E CEI TEMA 1 – A Europa Oriental e o socialismo ......................................................................... 98 O Leste Europeu - 98, A dominação russa e soviética - 99 TEMA 2 – A crise do socialismo e o fim da bipolarização ......................................100 A era Gorbatchev e o fim da URSS - 100, Consequências do fim da bipolarização - 100, A modernização das ex-repúblicas soviéticas - 101 Atividades – Temas 1 e 2....................................................................................................................................... 102 • Lugares interessantes – O outro lado da Europa - 103 TEMA 3 – A CEI (Comunidade de Estados Independentes) .................................104 O fim da União Soviética e a formação da CEI - 104, Socialismo e reforma agrária - 105, A burocratização e a falta de competitividade - 106, O comércio entre os países da CEI - 107, O separatismo checheno na Federação Russa - 107 TEMA 4 – Europa Oriental: economia e sociedade .....................................................108 A Rússia - 108 Atividades – Temas 1 a 4....................................................................................................................................... 110 Representações gráficas – Anamorfose e gráfico triangular ................................................................. 112 Compreender um texto – Iakutsk: a cidade mais fria do mundo.......................................................... 114

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Sumário

Unidade 5

O CONTINENTE ASIÁTICO TEMA 1 – Ásia: um continente de contrastes..................................................................118 As diversidades asiáticas - 118, Regionalização da Ásia - 119 TEMA 2 – A população da Ásia ......................................................................................................128 A distribuição da população - 128, Políticas de controle demográfico - 128, Crescimento demográfico e desigualdades sociais - 128, Urbanização e pressão sobre o meio ambiente - 129, Uma população de grande diversidade cultural e religiosa - 129 Atividades – Temas 1 e 2....................................................................................................................................... 130 • Saiba mais – O que são monções? - 131 TEMA 3 – A economia do continente asiático .................................................................132 A Ásia agrícola - 132, Os recursos minerais - 134, O setor industrial - 134 TEMA 4 – Ásia: berço das maiores religiões .....................................................................136 Da Ásia para o mundo - 136, A origem do cristianismo - 137, A religião islâmica - 138, A religião hinduísta - 139 Atividades – Temas 2 a 4....................................................................................................................................... 140 Representações gráficas – Sensoriamento remoto: radar ...................................................................... 142 Compreender um texto – O homem que calculava .................................................................................. 144

Unidade 6

ÁSIA: DESTAQUES REGIONAIS TEMA 1 – Rússia: um país em transição ...............................................................................148 Um país grandioso - 148, A transição para a economia de mercado - 149 Quadro econômico - 150, Os desafios da CEI e do G-8 - 151 TEMA 2 – O Japão e os Tigres Asiáticos.................................................................................152 Japão: o Império do Sol Nascente - 152, População e ascensão econômica - 152, Desenvolvimento em pouco espaço - 153, Os Tigres Asiáticos - 155 Atividades – Temas 1 e 2....................................................................................................................................... 158 • Lugares interessantes – Viagem à Coreia do Norte é como uma volta ao tempo - 159 TEMA 3 – China: um universo dentro do mundo ..........................................................160 O processo de modernização chinês - 161, Desenvolvimento econômico, recursos minerais e energia - 163 TEMA 4 – Índia: tradição e modernidade ............................................................................166 Imperialismo britânico e independência - 166, A economia indiana - 167, Desigualdades sociais e conflitos étnicos - 167 Atividades – Temas 2 a 4....................................................................................................................................... 168 Representações gráficas – Mapa analítico e mapa de síntese .............................................................. 170 Compreender um texto – China, a potência emergente ......................................................................... 172

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Unidade 7

O CONTINENTE AFRICANO TEMA 1 – Quadro natural e regionalização da África ...............................................176 Relevo e hidrografia - 176, Um continente com rica biodiversidade - 178, Regionalização da África - 179, Distribuição da população - 180 TEMA 2 – A economia africana .....................................................................................................182 Agropecuária e mineração - 182, A industrialização tardia e incompleta - 184, A integração econômica da África - 185 Atividades – Temas 1 e 2....................................................................................................................................... 186 • Saiba mais – O caminho dos diamantes de sangue - 187 TEMA 3 – As fronteiras da África ................................................................................................188 O imperialismo europeu e a fragmentação territorial da África - 188, O redesenho do continente - 189, Apartheid: segregação étnica -190, Depois da independência - 190, A África na nova DIT - 191, As dificuldades de acesso às novas tecnologias - 192, A África à margem da globalização - 193 TEMA 4 – Fome, doenças e conflitos na África ..............................................................194 Fome e doenças: subprodutos da pobreza - 194, A aids dá o seu alerta - 195, Os conflitos no continente africano - 196 Atividades – Temas 1 a 4....................................................................................................................................... 198 Representações gráficas – Mapa hipsométrico .......................................................................................... 200 Compreender um texto – O primeiro gol da África ................................................................................... 202

Unidade 8

OCEANIA E REGIÕES POLARES TEMA 1 – Oceania: apresentação ...............................................................................................206 A composição do continente - 206, Características naturais do continente - 207, A população da Oceania - 208, O comércio internacional e a economia - 210 TEMA 2 – Austrália e Nova Zelândia........................................................................................212 Formação territorial e modelo econômico - 212 • Lugares interessantes – Os fiordes do fim do mundo - 215 Atividades – Temas 1 e 2....................................................................................................................................... 216 • Saiba mais - Nauru: um país à beira da falência - 217 TEMA 3 – As regiões ártica e antártica: os extremos da Terra ........................218 Territórios hostis à ocupação humana - 218, A região ártica - 218, Antártida: o continente gelado - 220 • Saiba mais – Lotada, estação de pesquisa antártica causa impacto - 223 TEMA 4 – Os desafios da ciência nas regiões polares .............................................224 A atividade científica na Antártida - 224, Pesquisas científicas no Ártico - 225 Atividades – Temas 1 a 4 ...................................................................................................................................... 228 Representações gráficas – Novas tecnologias ............................................................................................ 230 Compreender um texto – A chegada ao Polo Sul ...................................................................................... 234

Referências bibliográficas ........................................................................................................... 236

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Unidade

7

O continente africano

Um continente de desafios

“O

continente africano foi integrado no sistema internacional de comércio e colonização desde o século XV. Foi uma integração dolorosa, imposta pela força e com sangue: o sangue da terra, que produzia tantas especiarias e riquezas cobiçadas; o sangue de homens e mulheres, cujos corpos se dissolveram como fermento nos processos produtivos, fazendo crescer a civilização capitalista.” Esse parágrafo inicia o livro África e Brasil: uma ponte sobre o Atlântico, de Paulo Martinez, em que o autor realiza um importante estudo desse continente. A África é um continente assolado pela miséria, por doenças e pela fome. Apesar de ter muitas riquezas naturais, enfrenta dificuldades para gerar desenvolvimento econômico sem ajuda externa. O passado de exploração colonial recente e os conflitos étnicos que resultam em guerras civis sentenciam sua subordinação aos países desenvolvidos, seus antigos colonizadores.

Começando a Unidade 1 Observe os locais das paisagens mostradas nas fotos. 2 Você já viu vegetação semelhante à da foto A? Onde? 3 Você já viu ou leu alguma reportagem a respeito de uma região africana? Qual era essa região? 4 A colonização europeia provocou mudanças na sociedade e na geografia africanas? Explique.

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A

Vista da Savana africana no Parque Nacional Serengeti (Tanzânia, 2007). B

Vista da Cidade do Cabo com a Montanha da Mesa ao fundo (África do Sul, 2009). C

Pirâmides de Gizé, que estão na lista das sete maravilhas do Mundo Antigo (Egito, 2009). 175

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Tema

1

Quadro natural e regionalização da África Relevo e hidrografia

O

continente africano, banhado a norte pelo Mar Mediterrâneo, a leste pelo Oceano Índico e a oeste pelo Oceano Atlântico, situa-se em sua maior parte na zona intertropical. O território é marcado por grandes diferenças, tanto étnicas como econômicas e sociais.

A maior parte do relevo africano é formada de planaltos elevados, sem variações significativas em seu modelado. Por serem formações muito antigas, esses planaltos sofreram grandes transformações ao longo das eras geológicas. Em algumas porções do continente, porém, é visível a influência de processos tectônicos recentes — ligados principalmente a atividades vulcânicas —, que contribuíram para a formação de altas montanhas no extremo norte e na sua porção leste. O Monte Quilimanjaro (figura 1), cujo pico é o mais alto da África, com 5.895 metros de altitude, está localizado na porção leste. No nordeste, como consequência de uma rica hidrografia, também encontramos grandes vales. Podemos dividir o relevo da África em três porções principais: Planalto Setentrional, Planalto Centro-Meridional e Planalto Oriental. Observe a figura 2, na página seguinte.

Figura 1. Pescador no Lago Jipe com o Monte Kilimanjaro ao fundo (Quênia, 2008).

176

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Figura 2

ÁFRICA: HIPSOMETRIA E HIDROGRAFIA E U R O PA MAR

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DESERTO DA LÍBIA

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PLANALTO CENTRO-MERIDIONAL

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Para assistir

MONTE QUÊNIA 5.201 m

Lago Tanganica

ATLÂNTICO

Altitudes (metros)

PENÍNSULA DA SOMÁLIA

Lago MONTE Vitória QUILIMANJARO PLANALTO DOS 5.895 m GRANDES LAGOS OCEANO (ORIENTAL)

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OCEANO

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RAS DASHEM 4.620 m

PLANALTO DA ETIÓPIA

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Canal de Suez

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PLANALTO SETENTRIONAL

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Kiriku e a feiticeira. Direção: Michel Ocelot. França/Bélgica/Luxemburgo: Espaço Filmes e Imovision, 1998. Animação ambientada na África Ocidental, local onde nasce o pequeno Kiriku, cuja missão será enfrentar a feiticeira Karabá e libertar a comunidade em que vive. Com ótimo roteiro e imagens vibrantes, o filme proporciona reflexões sobre a coragem, a ousadia e a esperança.

720 km 0º

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 80.

Planalto Setentrional Nessa porção localiza-se o Deserto do Saara, que ocupa um quarto do território continental. A noroeste dele está a Cadeia do Atlas, que se estende desde o litoral do Marrocos até a Tunísia, abrangendo a região conhecida pelo nome de Magreb (veja o quadro 1, na página 179).

Vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra cadeia no Guia de estudo.

Planalto Centro-Meridional Com altitudes médias mais altas que as do Planalto Setentrional, a região compreende o centro-oeste e o sul do continente. A Bacia do Rio Congo e o Deserto do Kalahari são exceções dessa região, pois constituem duas grandes depressões. Planalto Oriental Região de origem vulcânica, com altitudes elevadas e depressões ou fossas tectônicas que deram origem a extensos lagos, como o Tanganica, o Vitória (formador do Rio Nilo) e o Niassa. Um aspecto marcante nesse planalto é o Rift Valley, uma depressão alongada que forma um vale de norte a sul. 177

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No continente africano há grande diversidade de climas (figura 3) e de formações vegetais (figura 4). Nele convivem, por exemplo, paisagens desérticas, como o Saara e o Kalahari, e uma das zonas mais úmidas do planeta, situada na faixa do Equador, que é a Floresta do Congo. Clima Encontram-se na África os climas temperado, semiárido, equatorial, desértico, tropical e mediterrâneo. Essa diversidade se deve, entre outros fatores, ao relevo e ao fato de o continente estar entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio. Vegetação A vegetação africana é influenciada por seus diversos climas, pela distribuição do relevo e pelas correntes marítimas, entre outros fatores. • Florestas tropicais e equatoriais úmidas . Estão localizadas na faixa que envolve a linha do Equador. A principal é a Floresta do Congo, uma extensa Floresta Equatorial drenada pela Bacia do Rio Congo. Esse rio, com cerca de 4.200 km de extensão, forma um delta de mais de 300 km de largura no território nigeriano. Figura 3

• Savanas. Presentes em regiões com estações mais delimitadas: uma seca, no inverno, e outra chuvosa, no verão. Nas áreas mais úmidas, encontramos árvores, porém mais espaçadas que as da Floresta Equatorial, e grande diversidade de animais de médio e grande portes. Nas áreas mais secas, verifica-se a predominância de gramíneas e arbustos. • Estepes. São vegetações rasteiras presentes nas áreas de clima semiárido que margeiam os desertos do Saara e do Kalahari. • campos temperados (pradarias). Localizam-se na porção sudeste do continente, à qual os europeus puderam se adaptar melhor na época da colonização (do século XVII ao início do século XX). • Vegetação mediterrânea. Encontra-se no extremo noroeste, sendo arbustiva nas áreas mais próximas do Mar Mediterrâneo, e de pinhos e cedros nas áreas mais chuvosas da Cadeia do Atlas. • Vegetação desértica. Caracteriza-se pela adaptação à falta de chuvas. A flora dos desertos é formada por uma vegetação esparsa, abrangendo plantas de raízes profundas e cactos que armazenam água em seu interior. A maior parte do deserto não possui nenhuma cobertura vegetal. Figura 4

ÁFrica: climas

ÁFrica: VegetaÇÃO 0°

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M AR M E D

IT ERRÂ NE O

TRÓPICO DE CÂNCER

M

TRÓPICO DE CÂNCER

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Rio

EQUADOR

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

Equatorial Tropical

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Um continente com rica biodiversidade

Vegetação mediterrânea Campos temperados (pradarias) Estepes

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

Desértico

Vegetação desértica

Semiárido

Savanas Floresta tropical e equatorial Regiões cultivadas

Mediterrâneo Temperado

Fonte: Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. p. 58.

880 km

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

880 km

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 24.

178

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Regionalização da África

Quadro 1

Por sua história, etnias e religiões, a África pode ser dividida em duas grandes regiões: África do Norte e África Subsaariana. Observe a figura 5. Figura 5

ÁFrica: regiOnaliZaÇÃO Argel

Túnis

Rabat

MA R MED ITERRÂNEO TUNÍSIA

MARROCOS

Trípoli Cairo

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TRÓPICO DE CÂNCER

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MAURITÂNIA

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LIBÉRIA

EQUADOR

Ndjamena

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ERITREIA DJIBUTI

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São Tomé

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Adis-Abeba

REP. CENTRO - AFRICANA Porto Novo CAMARÕES Lomé

GUINÉ EQUATORIAL

ETIÓPIA

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SOMÁLIA

UGANDA QUÊNIA RUANDA

Mogadíscio

Campala

Libreville

REP.

SÃO TOMÉ E GABÃO CONGO DEMOCRÁTICA PRÍNCIPE

DO CONGO

Brazzaville

Nairóbi

Kigali

OCEANO ÍNDICO

BURUNDI

Bujumbura

Kinshasa

OCEANO ATLÂNTICO

Asmara

Dodoma

TANZÂNIA

Luanda

COMORES ANGOLA

ZÂMBIA Lusaka

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO Windhoek

Harare

ZIMBÁBUE

Lilongue

MAR

MOÇAMBIQUE

BOTSUANA Gaborone

O magreb

Antananarivo

TRÓPICO DE CÂNCER

MADAGASCAR

Pretória

Maputo Mbabane SUAZILÂNDIA Bloemfontein

ÁFRICA DO SUL

0º do Norte Limite entre a África e a África Subsaariana

Capital

LESOTO

EQUADOR

Maseru

Cidade do Cabo

MEDIT ERRÂNEO

HO EL RM VE AR

NAMÍBIA

Moroni

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M

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Monróvia

Cartum

CHADE

TOGO BENIN

MARFIM

SERRA LEOA

GANA

NÍGER Praia SENEGAL Dacar BURKINA GÂMBIA Banjul Bamaco FASSO Niamei Bissau GUINÉUagadugu GUINÉ NIGÉRIA -BISSAU Conacri COSTA DO Freetown Abuja

Magreb O Marrocos, a Argélia, a Tunísia e o Saara Ocidental formam uma sub-região denominada magreb. O termo, de origem árabe, significa “lugar onde o sol se põe” e designa a porção ocidental do mundo islâmico. A identidade do Magreb deve-se ao fato de ter sido povoado no passado por grupos berberes, conjuntos de povos do Norte da África que falam línguas berberes. Estima-se que existam entre 20 e 25 milhões de falantes dessas línguas, principalmente no Marrocos e na Argélia, mas também no Egito e na Etiópia. Os tuaregues, grupo étnico nômade da região do Saara, fazem parte dos povos de língua berbere.

OCEANO ATLÂNTICO

720 km 1.630 km

Fonte: elaborado com base em L’ Atlas Gallimard Jeunesse. Paris: Gallimard Jeunesse, 2002. p. 122-123.

África do Norte

Limitada a norte pelo Mar Mediterrâneo, a noroeste pelo Oceano Atlântico e abrangida na maior parte pelo Deserto do Saara, a África do Norte é constituída pelos países de maioria árabe e islâmica: Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Tunísia e Saara Ocidental (território anexado pelo Marrocos). Leia o quadro 1. A região é caracterizada por alta concentração populacional no litoral do Mar Mediterrâneo, onde as condições naturais permitem o desenvolvimento da agropecuária, a exploração de petróleo e de outros minerais — fatores de atração populacional. A proximidade do mar facilita o comércio desses países africanos com os de outros continentes. Na região, alguns países, como o Marrocos e o Egito, promoveram relativa industrialização. A colonização regional foi predominantemente francesa, embora o Egito tenha integrado a esfera de influência britânica.

OCEANO ÍNDICO

África do Norte África Subsaariana Magreb

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

Fonte: elaborado com base em L’ Atlas Gallimard Jeunesse. Paris: Gallimard Jeunesse, 2002. p. 122-123.

Para ler

egito: terra dos faraós. Olavo Leonel Ferreira. São Paulo: Moderna, 2005. Este livro traz uma panorâmica sobre a civilização egípcia, sua beleza, sua grandeza e seus mistérios.

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Sahel Região da África situada imediatamente ao sul do Saara, o Sahel estende-se no sentido leste-oeste do continente, desde a Etiópia até o Senegal. É uma área de transição entre as regiões mais úmidas e o deserto. O SAHEL MA R M ED IT

ERRÂNEO

TRÓPICO DE CÂNCER

EQUADOR

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO

1.260 km

África do Norte

TRÓPICO DE CAPRICÓR NIO

África Subsaariana Sahel

Fonte: LE ROY, Pierre. La faim dans le monde. Paris: Le Monde, 1994. p. 73.

Figura 6

ÁFRICA: DENSIDADE DEMOGRÁFICA — 2009

MAR ME

África Subsaariana Como o próprio nome revela, a África Subsaariana é a vasta região do continente compreendida ao sul do Deserto do Saara, povoada majoritariamente por povos negros. Leia o quadro 2. Além da grande diversidade de paisagens, a região é marcada pela exploração colonial no passado recente. A principal herança da colonização foi a divisão política arbitrária feita pelos europeus, que colocaram dentro das mesmas fronteiras etnias rivais ou separaram grupos étnicos em territórios diferentes. Em razão dessa política, até hoje ocorrem diversos conflitos étnicos no continente. A África Subsaariana apresenta baixíssimo IDH, caracterizado pela alta concentração de pobreza e pela fome que assola grande parte da população. Nessa região encontram-se as 26 nações com os piores índices de qualidade de vida do mundo; mais de 30% dos subsaarianos sofrem de fome crônica. A presença de uma agricultura de subsistência, que se realiza ainda por meio do desmatamento e faz uso inadequado dos solos, colabora para aumentar o quadro de subdesenvolvimento. Associa-se a esse quadro a prática, em larga escala, das monoculturas de exportação (plantations) introduzidas no século XVIII pelos colonizadores. A priorização dada a esse sistema agrícola, voltado exclusivamente para a exportação, além de ter desprezado a produção de gêneros para o consumo humano local, expulsou os camponeses nativos para áreas menos produtivas. A exceção à extrema pobreza e miséria em toda a África Subsaariana está na África do Sul, país que atingiu certo grau de industrialização e modernização devido à grande quantidade de ouro, ferro e pedras preciosas em seu território. Contribuíram também para o desenvolvimento do país os investimentos industriais de britânicos radicados na região.

DIT ERRÂNEO 0°

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OCEANO ÍNDICO

Densidade demográfica (hab./km2) Menos de 5 De 5 a 15 De 15 a 45 De 45 a 120 De 120 a 270 Mais de 270

Fonte: Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 71.

Na África, há regiões em que as condições naturais e a infraestrutura contribuíram para maior ocupação e desenvolvimento econômico, em prejuízo de vastas áreas que não apresentavam inicialmente condições favoráveis a um povoamento maior (figura 6). As condições naturais, que constituíram adversidades no passado, são superáveis com o uso de técnicas modernas; porém, o desenvolvimento do território nas regiões mais inóspitas somente ocorre com a aplicação de grandes capitais do exterior.

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

1.050 km

Glossário

Distribuição da população

TRÓPICO DE CÂNCER

EQUADOR

OCEANO ATLÂNTICO

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadro 2

Inóspito Que não favorece a ocupação humana; que oferece condições adversas.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reservas minerais e ocupação A existência de reservas minerais para aproveitamento econômico constituiu outro fator de fixação de populações em áreas específicas do continente africano. Ao redor dessas reservas, formaram-se bolsões de desenvolvimento, em muitos casos cercados por um enorme contingente de populações mais pobres. A mineração está diretamente relacionada ao desenvolvimento de várias áreas por meio da extração de ouro e metais preciosos, principalmente na África do Sul, na República Democrática do Congo e na Zâmbia, geralmente sob o comando de capitais estrangeiros (figura 7).

Para assistir

Os deuses devem estar loucos. Direção: Jamie Uys. Botsuana/África do Sul: Fox, 1980. Comédia que focaliza, entre outros aspectos, o cotidiano dos bosquímanos, grupos nômades encontrados no Deserto do Kalahari.

Glossário

Condições naturais e ocupação De modo geral, nas áreas onde a declividade dos terrenos é menos pronunciada e as altitudes são mais modestas, houve maior fixação de populações. Isso porque, nessas áreas, as temperaturas são mais amenas e há maior incidência de chuvas, o que favoreceu o desenvolvimento da atividade agrícola. Por outro lado, algumas regiões muito próximas a rios eram evitadas, em razão da disseminação de doenças transmitidas por insetos, como o tsé-tsé e o mosquito transmissor da malária. A ocupação populacional mais intensa também foi favorecida nas áreas em que as chuvas são regulares e abundantes, como o vale do Rio Nilo e o centro-oeste do continente, onde se deu o desenvolvimento da agropecuária. Entre os lugares pouco habitados do continente destacamos as áreas de desertos, como o Saara e o Kalahari. O Deserto do Saara é habitado por beduínos, povos nômades e seminômades originários da Península Arábica, que se dedicam principalmente ao pastoreio. No Deserto do Kalahari, no sul da África, são encontrados os bosquímanos, grupos nômades de caçadores e coletores, herdeiros da cultura mais antiga do mundo. Também as áreas alagadiças, como o delta do Rio Níger (na Nigéria), restringem o uso do solo para cultivos agrícolas, constituindo regiões de menor densidade populacional.

Tsé-tsé Inseto conhecido também como “mosca do sono”, transmissor da doença do sono, que causa paralisia e é, muitas vezes, fatal aos seres humanos.

Malária Doença crônica causada por protozoários parasitas e transmitida pela picada do mosquito anopheles. A malária é até hoje um dos principais problemas de saúde pública do continente africano.

Figura 7. Trabalhador na mina subterrânea de ouro South Deep, nos arredores de Johanesburgo (África do Sul, 2010).

O impacto do colonialismo Para explicar a atual distribuição das populações africanas também devem ser levadas em conta as guerras entre as diversas nações e entre os diferentes grupos tribais, assim como a escravidão. Esses fatores acabaram por incrementar a urbanização de algumas cidades e regiões portuárias e, ao mesmo tempo, provocaram um deslocamento populacional forçado e o esvaziamento de várias áreas no interior do continente. Os colonizadores europeus também colaboraram na fundação de vários centros urbanos, com suas atividades comerciais entre a Europa e os territórios por eles controlados no continente africano.

181

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Tema

C

2

omo promover o desenvolvimento de mais de 905 milhões de africanos, incluindo milhões de famintos e miseráveis, em um novo milênio marcado por modernas conquistas tecnológicas, científicas e industriais?

A economia africana Agropecuária e mineração

Figura 8

ÁFrica: agrOpecuÁria — 2010

Argel Rabat

MA

Túnis

Casablanca

TUNÍSIA

MARROCOS

ARGÉLIA

L MAURITÂNIA

MALI

C

NÍGER

SENEGAL

Agricultor arando campo de algodão em Korhogo (Costa do Marfim, 2007).

SERRA LEOA COSTA DO MARFIM

NIGÉRIA Lagos

Região industrial Agricultura mediterrânea Agricultura comercial

CONGO RE GABÃO

Algodão Amendoim

Kinshasa

Cacau Café Cana-de-açúcar Agricultura irrigada

Brazzaville

OCEANO ATLÂNTICO

ANGO

Estepes Criação extensiva de gado Florestas e savanas Culturas de subsistência e comerciais Desertos, Criação nômade de gado

NAMÍB

Oásis (cultura de tâmara)

Mineradores de diamante em Koidu (Serra Leoa, 2007).

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 82

Á

182

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Perspectivas sombrias O modelo colonial colocou a África no papel de fornecedora de matérias-primas e de compradora de produtos industrializados das potências europeias. Essa posição subordinada na DIT (Divisão Internacional do Trabalho), que se estabeleceu especialmente entre os países exportadores de bens manufaturados, que detêm o capital e o poder econômico, e os países exportadores de matérias-primas, com mão de obra barata e industrialização quase inexistente, reforçou a “vocação” agrícola e mineradora na região, contribuindo para o aumento da miséria e a péssima distribuição de renda. Hoje, um continente que pouco contribui para o aquecimento global é o mais vulnerável às mudanças climáticas futuras, com seus efeitos de fome e escassez de recursos hídricos.

Figura 9

ÁFrica: recursOs minerais — 2010 MA RM

TUNÍSIA

Argel

EDITER RÂNEO

MARROCOS

MA

Túnis

LÍBIA

EGITO

R

Alexandria

EL

GANA

HO

MA

EGITO

NÍGER

SENEGAL

SERRA LEOA

RM

VE

MAURITÂNIA

Cairo

LÍBIA

ARGÉLIA

SAARA OCIDENTAL

EDITE RRÂNEO

MA

TUNÍSIA

RM

ÉLIA

NIGÉRIA REP. CENTRO-AFRICANA

LIBÉRIA

ETIÓPIA

R VE

OCEANO ATLÂNTICO

EL

RM

CHADE

NÍGER

HO

SUDÃO

NIGÉRIA

GABÃO CONGO

SOMÁLIA

Alumínio Cobre Diamante Ferro Fosfato Ouro Petróleo Urânio

EQUADOR

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO TANZÂNIA

Minérios

ETIÓPIA

OCEANO ÍNDICO

ANGOLA ZÂMBIA NAMÍBIA

MOÇAMBIQUE MADAGASCAR

BOTSUANA

ÁFRICA DO SUL 910 km 20°L

QUÊNIA

CONGO REP. DEMOCRÁTICA GABÃO Brazzaville

DO CONGO (ZAIRE)

TANZÂNIA

Kinshasa

Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geografico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 82.

Nairóbi

O

CO

Mineração Em países como Angola, Nigéria, Mauritânia, Argélia, Líbia, África do Sul, República Democrática do Congo e Zâmbia, os produtos minerais chegam a representar mais da metade das exportações. Apesar disso, sua exploração ocupa uma parcela muito pequena da PEA. A maior parte da produção é encaminhada sob a forma de minério bruto para a Europa, os Estados Unidos e o Japão. Nas jazidas encontradas perto da superfície, a exploração é feita por garimpeiros, individualmente ou em pequenos grupos, usando-se métodos simples de trabalho. Em alguns casos, a extração de diamantes mobiliza o trabalho escravo de jovens e crianças e se associa ao contrabando das pedras preciosas e ao tráfico de armas. Isso acontece, por exemplo, em Serra Leoa, em Angola e no Congo. Nas jazidas mais profundas, que exigem equipamentos modernos de sondagem e perfuração, a extração é feita por grandes companhias mineradoras, principalmente estadunidenses e europeias.

OCEANO ÍNDICO

Ndola

ANGOLA ZÂMBIA

MOÇAMBIQUE NAMÍBIA

Agropecuária Pastoreio nômade no deserto, pecuária extensiva nas estepes, modernos cultivos de algodão, amendoim, cacau, café, chá, cana-de-açúcar e outros produtos de exportação em meio a florestas e savanas: a agropecuária africana é diversificada, havendo predomínio da agricultura de subsistência, em pequenas propriedades, com uso de técnicas rudimentares.

MADAGASCAR

BOTSUANA Johanesburgo

REP. DA ÁFRICA DO SUL

470 km

Menina da tribo samburu pastoreia cabras em um leito de rio seco na região do Rift Valley (Quênia, 2009). 183

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A industrialização tardia e incompleta

Programas de industrialização

O setor industrial dos países africanos, de modo geral, não apresenta diversificação nem dinamismo suficientes para sustentar um desenvolvimento econômico autônomo. As exceções são o Egito e a África do Sul. Observe a figura 10. Por serem compradoras de produtos industrializados dos países do centro do sistema capitalista, as nações africanas permanecem como meras exportadoras de matérias-primas (minérios e produtos agrícolas). A grande necessidade de produtos industrializados e a pequena disponibilidade interna de capitais para comprá-los impede uma acumulação de capitais no continente, pois a maioria dos escassos recursos financeiros acaba sendo canalizada para o exterior com as importações. Boa parte das indústrias que atuam em solo africano é composta de transnacionais ou de empresas ligadas a grupos tradicionais da pequena elite africana, altamente concentradora de lucros.

Figura 10

O processo de industrialização iniciou-se na África após a descolonização, nas décadas de 1950 e 1960. Nos países onde ocorreu algum desenvolvimento industrial, criaram-se as condições para: • fortalecimento das economias nacionais , possibilitado pelo aumento da renda das populações e do consumo interno, assim como pela geração de novas atividades produtivas e novos postos de trabalho; • incremento das bases econômicas nacionais, visando diminuir as importações e aumentar a poupança interna dos países; • surgimento da OUa (Organização da Unidade Africana), em 1961, buscando dar unidade política e estabilidade econômica e territorial à África; • aumento do grau de beneficiamento das mercadorias, com o objetivo de aumentar a lucratividade dos setores voltados para a exportação.

ÁFrica: regiÕes industriais — 2000

Casablanca

Túnis

Rabat

MAR

TUNÍSIA

MARROCOS

MEDIT

ERRÂNEO

Alexandria Cairo ARGÉLIA

LÍBIA

EGITO R

MA

MALI

ME

R VE

MAURITÂNIA

O

LH

NÍGER

SENEGAL

SUDÃO GUINÉ

Interior de uma indústria de bebidas em Nairóbi (Quênia, 2010).

NIGÉRIA ETIÓPIA

Lagos

LIBÉRIA

Porto Harcourt CONGO REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO Brazzaville (ZAIRE) Kinshasa

SOMÁLIA

QUÊNIA

GABÃO

Nairóbi

OCEANO ÍNDICO

TANZÂNIA

OCEANO ATLÂNTICO

ANGOLA

850 km

Ndola ZÂMBIA

NAMÍBIA

MOÇAMBIQUE MADAGASCAR

BOTSUANA

Região industrial Capital Cidades principais

Harare

ZIMBÁBUE

Johanesburgo REP. DA ÁFRICA DO SUL

Durban

Cidade do Cabo

Fonte: MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfico: natureza e espaço da sociedade. São Paulo: Brasil, 2003. p. 57.

Refinaria de petróleo em Durban (África do Sul, 2008). 184

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Glossário

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Obstáculos à industrialização • Pequena participação no comércio mundial. As exportações africanas ainda são irrisórias, mas têm conseguido isenções de tarifas especialmente por parte da União Europeia (figura 11). • Escassez de capital. As nações africanas são obrigadas a recorrer a empréstimos internacionais, elevando suas dívidas externas. • Remessa de lucros. As transnacionais estabelecidas na África remetem os lucros para seus países de origem. • Escassez de mão de obra qualificada. A baixa qualificação dos trabalhadores africanos desestimula a instalação de indústrias modernas no continente, no contexto da globalização econômica. • Mercado interno restrito. Grande parte da população africana ainda reside na zona rural e tem baixíssimo poder de compra. • Guerras civis. As guerras interétnicas e intertribais abalam economias e populações em diversos países da África. Genocídio Extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso.

Figura 11

A integração econômica da África Apesar dos incessantes conflitos, a integração econômica do continente africano é possível. A África tem potencial econômico, exemplificado pela riqueza do subsolo, pela grande biodiversidade e pela capacidade criativa de seus povos e culturas. Algumas tentativas políticas têm sido realizadas para promover a unidade e a prosperidade econômica do continente, entre elas a Sadc (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) e a UA (União Africana). Veja a figura 12. A Sadc, maior bloco comercial da África, enfrenta problemas nas esferas política, econômica, social, militar, ambiental e cultural. Um dos maiores desafios é conseguir colocar em prática um protocolo sobre livre circulação de pessoas e produtos. Isso porque o bloco não tem o respaldo da chamada sociedade civil dos países africanos nos programas de ação que propõe. A UA surgiu em julho de 2002, em substituição à OUA (Organização da Unidade Africana). Uma de suas realizações para enfrentar a instabilidade política no continente foi a criação do Conselho de Paz e Segurança, destinado a intervir em conflitos étnicos e tribais para prevenir genocídios. Figura 12

África: comércio exterior — 2010

MAR ME

África: principais blocos econômicos — 2009 MA RM

DIT ERRÂNEO

MA

TRÓPICO DE CÂNCER

R

AR

VE

M

TRÓPICO DE CÂNCER

RM

HO

HO EL

M

EL

R VE

EQUADOR

EQUADOR

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

EDITERRÂ NEO

OCEANO

OCEANO

ÍNDICO

ATLÂNTICO

Com países da UE (%) Menos de 20 De 20 a 40 Mais de 40

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

UA (União Africana)

1.070 km

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 82.

SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral)

1.070 km

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 60. 185

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Temas 1e2

CC Organize o conhecimento

1. Responda às questões sobre o relevo africano. a) Quais são as principais unidades do relevo africano? b) Em qual delas está situado o Deserto do Saara? c) Cite um aspecto marcante do Planalto Oriental africano.

2. Observe a imagem de satélite na abertura do capítulo e a figura 2, na página 177, e responda. a) Qual é a região que aparece nas cores mais claras na imagem de satélite? b) Copie o modelo de quadro abaixo em seu caderno e complete com as informações dessa região. Clima

População

c) Observe a localização das regiões cultivadas. Quais fatores favorecem a agricultura nessas regiões? d) Identifique os ecossistemas e as vegetações que estão seriamente ameaçados pelo avanço da agricultura na África.

6. Observe o mapa da figura 6, na página 180, e as fotos abaixo e responda em seu caderno. a) Qual é a relação entre os fatores físicos do continente e a irregular distribuição da população? b) De acordo com o que você aprendeu nesta unidade, quais foram as áreas evitadas pelos colonizadores europeus no território africano? Por quê?

Atividades agropecuárias

3. Explique: o que são o Magreb e o Sahel? CC Aplique seus conhecimentos

4. Leia o texto a seguir e responda. [...] Na África havia uma tecelagem relativa“mente desenvolvida que dinamizava o comércio

com a Europa. Essa atividade, no entanto, perdeu importância para o tráfico de escravos africanos em direção à América, onde seriam utilizados nas mais diferentes atividades econômicas. Essa sangria de trabalhadores africanos perdurou por cerca de quatrocentos anos e tornou a África o continente mais sacrificado pelo capitalismo. É inegável a responsabilidade dos segmentos dominantes africanos nesse processo, pois caçavam escravos para vendê-los aos europeus. [...]

Deserto do Kalahari (Namíbia, 2009).

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Atividades

DOWBOR, Ladislau. Formação do Terceiro Mundo. São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 27.

a) Na sua opinião, de que forma o processo de escravização dos povos africanos afetou a economia e a sociedade do continente ao longo dos séculos? b) Por que os colonizadores da América buscavam escravos africanos?

5. Compare o mapa da figura 3, na página 178, com o mapa da figura 8, nas páginas 182 e 183, e responda. a) Quais são as três principais formações vegetais existentes no continente? Descreva-as. b) Que tipos de atividade agrícola são desenvolvidos no continente?

Delta do Rio Níger (Nigéria, 2009).

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Saiba mais

O caminho dos diamantes de sangue Desde os anos 1990, a relação entre o comércio ilegal de recursos naturais como os diamantes e os conflitos armados em algumas regiões da África é denunciada por organizações internacionais como a ONU. Veja como funciona esse esquema internacional.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Minas A mineração de diamantes em áreas dominadas por grupos guerrilheiros é controlada pelos combatentes. É comum o trabalho forçado de populações locais, incluindo até crianças.

Atravessadores e falsificadores Contrabandistas compram os diamantes de guerrilheiros e os revendem em regiões pacíficas ou países vizinhos para exportadores que falsificam a origem das pedras e as comercializam no mercado internacional.

82x Pode ser a valorização de um diamante, da mina africana até a joalheria.

Financiando a guerra O dinheiro pago pelos contrabandistas é usado para a compra de armas, alimentos e remédios.

Lapidadores e joalheiros Exportados para a Bélgica, Israel e outros centros internacionais de lapidação, os “diamantes de sangue” são cortados, polidos e incrustados em obras de joalheria junto com diamantes obtidos legalmente.

Mercados de luxo Os diamantes acabam nas mãos de uma minoria com alto poder aquisitivo para comprar joias, canetas e outros artigos luxuosos, em geral sem saber da origem ilegal das pedras.

prOduÇÃO e cOmérciO mundial de diamantes Os estadunidenses são os maiores consumidores mundiais de diamantes.

Nos anos 1990, Serra Leoa (1), Libéria (2), Costa do Marfim (3), Togo (4), Congo (5), Uganda (6), Ruanda (7) e Angola (8) foram denunciados como origem ou rota de passagem para “diamantes de sangue”.

Principais produtores Áreas de mineração Centros de lapidação e joalheria Principais compradores de artigos com diamantes 20 10 1

1 3 2

4 5

6 7

2.890 km

Fonte: LE BILLON, Philippe. Diamond Wars? Conflict Diamonds and Geographics of Resource Wars. Annals of the Association of American Geographics. Washington: Taylor & Francis, 2008. p 345-372.

1. Por que os diamantes são chamados de“diamantes de sangue“?

2. Por que a origem dos diamantes é falsificada?

8

3. Pesquise sobre os conflitos nos países africanos

envolvendo os “diamantes de sangue” e compare os motivos desses conflitos, duração e situação atual desses países.

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3

As fronteiras da África O imperialismo europeu e a fragmentação territorial da África Os inúmeros choques sociais, políticos e culturais causados pela exploração comercial e pela divisão do território pelos países europeus desde o século XVI explicam, em grande parte, a fragilidade dos Estados nacionais africanos. A demarcação das fronteiras não respeitou as populações nativas: tribos rivais ficaram confinadas entre as mesmas fronteiras, enquanto grupos etnicamente relacionados foram separados pelos limites estabelecidos. A ação dos colonizadores portugueses, ingleses, belgas, alemães, franceses e holandeses, combinada a outros fatores, resultou em diversos problemas econômicos, sociais e territoriais, tais como:

A

África chegou ao século XXI com o desafio de superar séculos de exploração colonial, divergências políticas, étnicas e culturais. Necessita também construir a unidade continental, considerando-se as fronteiras e os diferentes povos que habitam o mesmo território.

Figura 14

MAR

MA RM EDITERRÂNEO TUNÍSIA

ÁF RI C AE QU ATO R IA

(1960)

(1965)

GUINÉ-BISSAU (1974)

MALI

(1960)

NÍGER

(1960)

(1960)

GUINÉ

(1958)

(1960)

(1993)

(1960)

SUDÃO

ETIÓPIA

(1960)

GUINÉ EQUATORIAL (1968)

UGANDA (1962) QUÊNIA

CONGO

GABÃO (1960) (1960)

EQUADOR

(1960)

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

EQUADOR

RUANDA (1962)

BURUNDI (1962)

TANZÂNIA (1964)

ANGOLA (1975)

MALAUI (1964)

ZÂMBIA (1964)

OCEANO ATLÂNTICO

ZIMBÁBUE (1980)

NAMÍBIA (1990)

MOÇAMBIQUE (1975) MADAGASCAR (1960)

BOTSUANA

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

(1966)

SUAZILÂNDIA (1968)

ÁFRICA DO SUL

SUAZILÂNDIA

(1961)

Fonte: PARKER, Geoffrey. Atlas verbo de história universal. Lisboa: Verbo, 1997. p. 104.

SOMÁLIA

(1963)

(1960)

1.050 km

(1977)

(1960) NIGÉRIA COSTA (1960) REP. DO GANA CENTRO - AFRICANA MARFIM(1957) (1961) (1960) (1960) LIBÉRIA (1960) CAMARÕES

SERRA LEOA

SOMÁLIA ITALIANA

OCEANO ÍNDICO

DJIBUTI

(1956)

BENIN

ÁFRICA ZANZIBAR ORIENTAL ALEMÃ

UNIÃO BASUTOLÂNDIA SUL AFRICANA

CER

ERITREIA

CHADE

BURKINA TOGO

GÂMBIA

ANGOLA RODÉSIA NIASSALÂNDIA DO NORTE RODÉSIA MOÇAMBIQUE SUDOESTE DO MADAGASCAR AFRICANO SUL TRÓPICO DE CAPRIC BECHUANALÂNDIA ÓRNIO

TRÓPICO DE CÂN

O

Domínio alemão Domínio belga Domínio britânico Domínio espanhol Domínio francês Domínio italiano Domínio português Países independentes

(1954)

LH

CONGO BELGA

UGANDA ÁFRICA ORIENTAL

EGITO

MAURITÂNIA SENEGAL

DJIBUTI SOMÁLIA BRITÂNICA ABISSÍNIA

CAMARÕES

RIO MUNI

OCEANO ATLÂNTICO

SUDÃO

LÍBIA

(1951)

ME

NIGÉRIA

COSTA DO TOGO OURO

CER

ERITREIA

(1962)

ER

GÂMBIA GUINÉ PORTUGUESA

N TRÓPICO DE CÂ

O

ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA

EGITO

ARGÉLIA

SAARA OCIDENTAL

H EL RM VE

RIO DE OURO

RV

LÍBIA

MEDITERRÂNEO

(1956)

R MA

ARGÉLIA

(1956)

MARROCOS

MA

Ilhas MARROCOS Canárias IFNI SAARA ESPANHOL

ÁFrica: independÊncias

TUNÍSIA

MARROCOS ESPANHOL

SERRA LEOA LIBÉRIA

O escoamento de recursos naturais visava ao abastecimento das indústrias europeias (figuras 15 e 16).

ÁFrica: cOlOniZaÇÃO — 1900

L FRANCESA

Figura 13

• impedimento de um desenvolvimento autossustentado pelos próprios povoados e comunidades africanas; • formalização da partilha do território em áreas de domínio europeu pelo Congresso de Berlim, 1884-1885 (figuras 13 e 14); • grande exploração de minérios para exportação.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Tema

LESOTO (1966)

OCEANO ÍNDICO

1.050 km 0

Fonte: PARKER, Geoffrey. Atlas verbo de história universal. Lisboa: Verbo, 1997. p. 44.

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Quadro 3

A retirada das potências europeias do território africano foi em grande parte ocasio­nada pela situação econômica desastrosa em que elas se encontravam após a Segunda Guerra Mundial. Manter a administração e a segurança militar das colônias tornou-se muito oneroso. Essa situação desencadeou um verdadeiro redesenho do continente africano, além de propiciar um clima de indefinições territoriais com a consequente disputa pelo poder. Estados corruptos, liderados por elites tribais e alinhados aos interesses dos ex-colonizadores e de outros grupos estrangeiros, implantavam projetos de industrialização e modernização com mão de ferro e forte controle estatal. Paralelamente a essa política, alguns intelectuais africanos, como Kwane Nkrumah, de Gana, um dos formadores do pan-africanismo (leia o quadro 3), e Edem Kodjo, ex-primeiro-ministro do Togo e ex-secretário-geral da então OUA (Organização da Unidade Africana), defendiam o reordenamento das fronteiras, com o qual visavam a uma união que levasse à estabilidade entre os povos e à prosperidade do continente. Porém, a maioria dos primeiros líderes da independência do continente prometia não interferir nas fronteiras dos Estados vizinhos, mantendo, com essa atitude, a confusão produzida pela partilha da África estabelecida na Conferência de Berlim. A política de não interferência no traçado das fronteiras gerou grandes instabilidades e graves conflitos pela definição dos novos Estados-nação africanos. Atualmente, algumas potências econômicas regionais, como a África do Sul, a Nigéria e o Egito, buscam consolidar sua influência sobre os demais países do continente.

Figura 15. O algodão chegava das colônias inglesas na África e de outras regiões para abastecer a crescente exportação europeia de tecidos. Gravura de uma fábrica têxtil em Lancashire (Inglaterra, 1834).

Pan-africanismo Concepção política formulada por Kwane Nkrumah, de Gana, e Jomo Kenyatta, do Quênia, entre outros intelectuais africanos. Apresentada ainda no período colonial, propunha a união das nações africanas e deu origem a instituições como a extinta Organização da Unidade Africana. No entanto, o pan-africanismo não conseguiu superar as diferenças étnicas e tribais no continente, reforçadas, em certos casos, pela atuação dos colonizadores.

Glossário

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O redesenho do continente

Congresso de Berlim Congresso realizado em Berlim, entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, que contou com 12 países, entre os principais: Alemanha, Inglaterra, França, Espanha, Itália, Bélgica e Portugal. Os participantes, nesse encontro, estabeleceram regras para manter e ampliar suas áreas de domínio na África.

Figura 16. No espaço destinado ao cultivo de alimentos, o algodão surgiu como produto de exportação: fome para os camponeses e prosperidade para a elite africana e empresas estrangeiras. Na foto, trabalhadores na colheita de algodão no Egito (2009). 189

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Para pesquisar casa das Áfricas <www.casadasafricas.org.br> Centro de pesquisa que promove atividades culturais, produção e ampliação de conhecimentos sobre as sociedades africanas. Dispõe de grande quantidade de textos e imagens relacionadas ao assunto.

Apartheid : segregação étnica

Uma das marcas do colonialismo europeu no continente africano foi a segregação de nativos e colonos. Na África do Sul, essa prática ficou conhecida pelo nome de apartheid, palavra da língua africânder, originada do holandês do século XVI, que significa “separação”. Tratou-se de um regime de segregação racial em que se negava à população negra o acesso a espaços ocupados e frequentados pelas comunidades brancas (figura 17). As ideias de superioridade racial do branco europeu sobre os povos africanos foram impostas para justificar as estratégias de dominação, a expropriação de suas terras, riquezas e a própria escravização.

Figura 18. Arcebispo anglicano sul-africano Desmond Tutu em discurso na Universidade de Viena (Áustria, 2009). Muitas personalidades dedicaram-se à luta pelo fim da dominação branca e do regime do apartheid. Entre elas, destacou-se o arcebispo, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1984.

Para assistir

um grito de liberdade. Direção: Richard Attenborough. Inglaterra: CIC Vídeo, 1987. A história de Steve Biko, um dos líderes da luta contra o apartheid na África do Sul, contada por um jornalista branco que se envolve no movimento e também passa a ser perseguido.

Na África do Sul, o apartheid, existente na prática desde 1910, foi oficializado por lei em 1948 e vigorou até 1994. Nesse país, o racismo era ostensivo a ponto de impedir que os negros, embora constituindo a maioria da população, tivessem propriedades territoriais e participassem da política. Além disso, eram obrigados a viver em zonas residenciais separadas (os bantustões) das reservadas aos brancos. Após muitos anos de luta da população negra pela igualdade de direitos, com massacres e prisões de líderes, a situação do país tornou-se insustentável, em vista do apoio internacional à causa antiapartheid (figura 18). Fortes pressões da ONU e de vários países levaram à realização de eleições multirraciais em 1994. Nelson Mandela, um dos mais importantes líderes do movimento contra o apartheid, que ficara preso por 27 anos, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Figura 17. Placa da época do apartheid indicando que a área era somente para os brancos, em uma praia próxima à Cidade do Cabo (África do Sul, 1976).

depois da independência

Com a independência, Estados africanos, como Sudão e Gana, iniciaram uma corrida descontrolada pela industrialização. Gastaram milhões de dólares das reservas monetárias provenientes da agricultura, direcionando-os a projetos de plantas industriais defasadas, para cujo funcionamento não contavam com um número suficiente de trabalhadores preparados. Outros Estados ignoraram as políticas agrícolas de subsistência e passaram a privilegiar projetos de monoculturas de exportação, contribuindo, como vimos, para a fome em massa das populações que ainda estavam no campo e não migraram para as cidades, onde os empregos eram escassos, e a sobrevivência, incerta.

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Na nova DIT (Divisão Internacional do Trabalho), a participação dos países pobres de baixa industrialização se dá pela produção de manufaturas que empregam pouca tecnologia, mão de obra barata e em geral desprotegida pelo Estado, muita matéria-prima e energia, em atividades muitas vezes insalubres e poluidoras, rejeitadas nas nações capitalistas centrais. Nestas últimas, a participação ocorre com a produção de bens industriais de alto valor agregado, geralmente da área de informação e comunicação, e de serviços de apoio à produção. A posição da África na nova DIT é ainda mais desfavorável se comparada à dos países de baixa industrialização, porque apresenta maior exploração dos recursos naturais e da mão de obra. As exportações de produtos industrializados no continente são pouco expressivas e estão concentradas em nove países: África do Sul, Marrocos, Tunísia, Togo, Namíbia, Botswana, Zimbábue, Saara Ocidental e Madagascar (figura 19). O continente carece em geral da modernização da infraestrutura, com a qual poderia dinamizar as atividades econômicas. Além disso, a infraestrutura existente está ligada aos setores de exportação de bens primários e serve muito mais para o escoamento que para a acumulação de riquezas. A rede de transporte Figura 19

instalada na África por empreendedores europeus determinou a vocação do continente como uma imensa fonte de exploração dos recursos do território para além-mar (figura 20). O processo africano de modernização e industrialização esbarrou, portanto, na falta de uma infraestrutura competitiva, de recursos humanos qualificados e de maiores investimentos de capital para se realizar de forma plena. Estatais ligadas a governos corruptos dificultaram a distribuição da renda para a população, segregada do processo de modernização pontual de algumas capitais africanas. Isso tem se traduzido em péssimos indicadores sociais em todo o continente, principalmente na África Subsaariana. Quanto ao comércio mundial, as relações estabelecidas entre a África e seus parceiros comerciais refletem a dificuldade de gerar riquezas no continente a partir de potencialidades locais e regionais. Glossário

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A África na nova dit

Manufatura Processo de trabalho voltado a produzir artigos manualmente ou com a ajuda de máquinas. É também o estabelecimento que fabrica seus produtos em grande quantidade.

Figura 20

ÁFrica: expOrtaÇÕes — 2009

ÁFrica: rede de transpOrtes — 2002

MAR

MEDITERRÂN

MAR

EO

MEDITERRÂNEO

MA

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MA

R TRÓPICO DE CÂNCE

ER

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R TRÓPICO DE CÂNCE

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O EQUADOR

EQUADOR

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO

OCEANO OCEANO

ÍNDICO

ATLÂNTICO 980 km 0º

Estrutura das exportações Alimentos e matérias-primas vegetais Combustíveis, minerais e metais

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

Produtos industrializados

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2009. p. 51.

Ferrovia Rodovia Porto

980 km 0°

Fonte: Atlas geográfico escolar. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. p. 51. 191

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Para ler

África: terra, sociedades e conflitos. Nelson Basic Olic; Beatriz Canepa. São Paulo: Moderna, 2004. Nesse livro, a realidade africana é mostrada com diversas informações e análises, estudadas de maneira que se compreenda a situação marginal em que a África foi colocada no processo de globalização.

Figura 21. A pobreza acaba impondo o uso de técnicas arcaicas, como o uso de lenha para cozinhar. Na foto, menina preparando pão em sua casa nos arredores de Cartum (Sudão, 2010).

As dificuldades de acesso às novas tecnologias Quando analisamos o grau de acesso dos africanos às novas tecnologias de informação, tornam-se evidentes o baixo nível de qualidade das infraestruturas do território e as dificuldades de desenvolvimento do continente. A começar pelas redes e infraestruturas de energia elétrica, percebemos que a África é um continente de grandes carências, de profundas limitações estruturais. Entre os anos 1971 e 1993, o uso comercial da energia elétrica passou de 251 para 288 kW per capita, enquanto, no mesmo período, países emergentes da América Latina tiveram um salto de consumo de 255 para 536 kW e, nos países desenvolvidos, as médias de consumo eram de 4.600 kW. No que se refere aos sistemas de telecomunicação, o território africano apresenta enorme defasagem: em 2008, havia na República Centro-Africana menos de 10 linhas telefônicas para cada 100 habitantes; nos países emergentes, como o México, a proporção é de 60 a 100 linhas para um grupo de 100 habitantes e, nos Estados Unidos, há mais de 100 linhas para um grupo de 100 habitantes. Países como Benin e Burkina Faso têm menos de um computador pessoal para cada 100 habitantes, enquanto na Austrália esse número é de mais de 30 para cada 100 pessoas. A ausência ou a deficiência de infraestrutura nos países africanos resulta na impossibilidade de atrair investimentos, o que criaria postos de trabalho em diversas atividades modernas que demandam mão de obra qualificada. Sem a modernização das atividades e a qualificação da mão de obra, ficam inviabilizadas a geração e a distribuição de riqueza, completando-se o ciclo da pobreza no qual os países africanos estão inseridos em menor ou maior grau (observe as figuras 21 e 22). Figura 22. Favela de Korogocho em Nairóbi (Quênia, 2010). A modernização das estruturas — saneamento básico, pavimentação de ruas, iluminação pública — e das atividades é importante para que haja melhoria de vida das populações africanas.

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Quadro 4

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as atividades econômicas do planeta passaram de um período técnico para um período técnico-científico. A característica deste período é uma nova perspectiva de dinamismo econômico e de organização dos territórios baseada, em grande parte, no domínio dos processos de produção e difusão de tecnologias como condição fundamental para o desenvolvimento. Sem o domínio da alta tecnologia e sem investimentos maciços nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, os países africanos permaneceram à margem da globalização, isto é, não conseguiram se inserir de maneira competitiva na nova ordem mundial, que, além dos progressos técnico-científicos, incorporou as chamadas novas tecnologias de informação (telecomunicação, computadores, celulares, internet etc.). Especialmente após a década de 1970, quando assistimos à invenção e à difusão em larga escala de equipamentos de alta tecnologia, como os computadores pessoais, os satélites artificiais e os sistemas de comunicação como a internet (figura 23) e as intranets, observamos que os países que detêm o conhecimento dessas novas tecnologias estão no topo do poder econômico mundial (leia o quadro 4). Glossário

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A África à margem da globalização

Intranet

O lugar da informática na nova DIT Milhões de pessoas que vivem nos países pobres não podem comprar computador nem acessar a internet. Na África, o número de pessoas com acesso à rede mundial de computadores é significativo em apenas cinco países. Podemos então concluir que os governos e as populações africanas têm um grande desafio: conquistar novos papéis nesse contexto, buscando caminhos para se inserir no comércio e na economia mundiais, com seus recursos humanos e sua criatividade.

O mundo moderno “cabe inteiro” na tela do computador.

Rede particular de computadores interligados de uma empresa, instituto de pesquisa ou outra organização, cujo acesso é obtido por meio de identificação do usuário e de uma senha.

vocabulário em contexto

Aprenda mais sobre o uso da palavra margem no Guia de estudo. Figura 23

mundO: acessO À internet — 2008 OCEANO GLACIAL ÁRTICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO

TRÓPICO DE CÂNCER

OCEANO

OCEANO

PACÍFICO

PACÍFICO

EQUADOR

OCEANO OCEANO

MERIDIANO DE GREENWICH

ATLÂNTICO Usuários com acesso à internet a cada 100 habitantes Menos de 2 De 2 a 4 De 4 a 10 De 10 a 30 Mais de 30 Sem dados

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

ÍNDICO

CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO

1.880 km

Fonte: Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 84. 193

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4

Tema

Fome, doenças e conflitos na África

A

Glossário

herança do período de dominação colonial europeia para a maioria dos países africanos é a fome das populações e a disseminação de doenças pela carência nutricional e falta de assistência por parte dos Estados.

Transgênico Refere-se ao animal ou vegetal que contém material genético retirado de outras espécies, com uso da técnica da engenharia genética.

Figura 24

Mais de 13 milhões de pessoas morrem no mundo a cada ano vítimas de doenças que não são adequadamente tratadas. Dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da ONU, de 2005, mostravam também que cerca de 850 milhões de pessoas estavam sofrendo de fome em todo o mundo e que havia cerca de 2,7 bilhões em estado de pobreza. Na África, esse quadro é agravado pela fome crônica que assola as populações. Em 2002, às vésperas da Rio+10 (Conferência sobre o Meio Ambiente), a ONU alertava que cerca de 13 milhões de pessoas no sul da África corriam o risco de morrer de fome (figuras 24 e 25). Além da fome, dos altos índices de contaminação pelo vírus da aids e de outras doenças e das guerras civis, a má administração dos recursos por parte de governos corruptos contribui para esse quadro. Em 2005, os países da África tiveram de importar um terço dos cereais de que necessitavam. Mais de 40% da população, porém, não tinha condições de adquiri-los. Uma das saídas para esse déficit de alimentos seria o cultivo de transgênicos, mas há um intenso debate sobre os possíveis problemas da inserção de sementes geneticamente modificadas no empobrecido solo africano.

ÁFrica: desnutriÇÃO inFantil — 2000-2007 MA R MEDIT

Figura 25

ÁFrica: FOme — 2009

MA R MEDIT

ERRÂNEO

ERRÂNEO

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fome e doenças: subprodutos da pobreza

LH ME ER RV MA

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C TRÓPICO DE CÂN

ER

O

O EQUADOR

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

Mais de 40 Sem dados

EQUADOR

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ÍNDICO

Parte da população subnutrida na população 0° total (%)

Crianças abaixo do peso com menos de 5 anos de idade (%) De 4 a 10 De 10 a 25 De 25 a 40

ER TRÓPICO DE CÂNC

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

1.050 km

Fonte: Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 75.

Menos de 3 Dea 35 a 10 0 Dea 11 6 20 a 25 De a2635a 45 21 De 46de a 75 Mais 35 Sem dados dados Sem

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

1.050 km

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 39.

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A aids dá o seu alerta

de olho nos mapas

Um dos indícios da piora do nível de vida das populações africanas é a epidemia de aids (figura 26). Em 2008, a África Subsaariana respondia sozinha por cerca de 67% dos 33,4 milhões de pessoas contaminadas pela aids no mundo inteiro, ou seja, tinha mais de 22 milhões de infectados. Essa região concentra três quartos de todas as mortes causadas por essa doença. A epidemia afeta sobretudo a população economicamente ativa, e seriam necessários vários anos de investimento em recursos humanos e campanhas de conscientização para diminuir sua incidência (figura 27).

Figura 26

Observe as figuras 24, 25 e 26 e responda.

relacionar os fenômenos • Podemos representados nos três mapas? Discuta com os colegas e o professor.

mundO: nÚmerO de pessOas sOrOpOsitiVas — 2008

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

África Subsaariana 22.400.000

Europa Ocidental e Central 850.000 América do Norte 1.400.000 Caribe 240.000

Oriente Médio e Norte da África 310.000 América Latina 2.000.000

Ásia Central e Europa Oriental 1.500.000

Sul e Sudeste Asiático 3.800.000

Leste Asiático 850.000

Oceania 59.000

Fonte: Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids. Aids epidemic update 2008. Disponível em <www.unaids.org>. Acesso em 9 mar. 2010.

Entre os aspectos ligados à grande expansão do vírus HIV (causador da aids) no continente, podemos destacar: • falta de assistência médica adequada; • falta de informação; • desemprego e pobreza; • hábitos culturais. Todos esses fatores derivam em grande parte da organização do espaço africano montada ao longo dos séculos, cujo objetivo principal era a exploração das riquezas do território. Alguns países, como Senegal e Uganda, têm conseguido melhorar esse triste quadro. O sucesso desses dois países pode ser atribuído ao reconhecimento de que o combate à epidemia e a outras doenças passa pelo investimento maciço em campanhas de prevenção, programas de educação e ações práticas, como a distribuição de preservativos e a melhoria no atendimento e na assistência aos grupos de risco.

Figura 27. Professor treina voluntários de um projeto de orientação sobre HIV/Aids na Cidade do Cabo (África do Sul, 2004). 195

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Os conflitos no continente africano

Nos últimos vinte anos do século XIX, os europeus conquistaram 85% da África. Não muito mais que 50 anos depois, os europeus perceberam que não poderiam explorar o território africano o suficiente a ponto de valer a pena permanecer com a África sob seu domínio. A partir de 1955, e pelo período de 25 anos, governos europeus devolveram o controle de 80% do território da África aos próprios africanos. Não existe nenhum evento histórico que seja comparável a esse processo tão repentino de conquista colonial e de descolonização. Guerras e pobreza em todo o território mostram que esse continente e seu povo nunca conseguiram se recuperar de tamanha violência.

EUROPA Figura 28

SMITH, Dan. Atlas dos conflitos mundiais. São Paulo: Nacional, 2007. p. 86-93.

MAR

TUNÍSIA M E D I T E RRÂNEO 1956

MARROCOS 1956 ARGÉLIA 1962

SAARA OCIDENTAL 1956 MAURITÂNIA

GÂMBIA 1965 GUINÉ-BISSAU GUINÉ 1974

Soldado em um posto de votação em Freetown (Serra Leoa, 1996). Independente em 1961. Esteve em Guerra Civil entre 1991 e 2002. A revolta, promovida pela Frente Revolucionária Unida, tinha por objetivo o controle do comércio de diamantes. A marca registrada da FRU incluía exércitos de crianças-soldado e controle pelo terror.

Para assistir

Hotel ruanda. Direção: Terry George. EUA/Itália/África do Sul: United Artists/ Lions Gate Films Inc./Imagem Filmes, 2004. Durante um conflito que matou quase um milhão de pessoas em pouco mais de três meses, um homem gerencia um hotel e abriga a maior quantidade possível de refugiados.

MALI 1960

1958 SERRA LEOA COSTA DO 1961 MARFIM LIBÉRIA 1960

GANA 1957

OCEANO ATLÂNTICO

O jardineiro fiel . Direção: Fernando Meirelles. Inglaterra: Focus Features/UIP, 2005. No Quênia, uma ativista é encontrada morta. Seu marido decide investigar e acaba descobrindo uma série de atrocidades realizadas por indústrias farmacêuticas europeias.

CHADE 1960

Já independente em 1955 Território ocupado em 2002

Guerra entre nações

NIGÉRIA 1960 CAMARÕES

GUINÉ 1960 EQUATORIAL 1968 GABÃO S. TOMÉ E 1960 PRÍNCIPE 1975 CONGO

Independente após 1955 Data da independência indicada

Guerra civil

Para assistir

1960

EGITO

NÍGER 1960

BURKINA FASSO 1960

TOGO BENIN 1960

SENEGAL 1960

LÍBIA

1960

SUDÃO 1956

REP. CENTRO-AFRICANA 1960

UGA 19 REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO 1960

ANGOLA 1975

ZÂMBIA 1964

ZIMBÁBU 1980 BOTSUANA NAMÍBIA 1966 1990 1968 SU ÁFRICA DO SUL

196

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B

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LESOTO 1966


EDIT

Independente desde 1956, o maior país da África está em guerra civil há mais de 45 anos. As raízes do conflito são religiosas: árabes muçulmanos do norte contra africanos negros cristãos e animistas que vivem no sul do território e buscam autonomia. Em 1993, o Exército de Libertação do Povo Sudanês (ELPS) reiniciou a guerra. Desde então, aproximadamente 2 milhões de pessoas morreram e mais de 4 milhões estão desalojadas. Em 2003 teve início o conflito de Darfur. Grupos rebeldes se levantaram contra o governo, reivindicando melhores condições de vida para a província. Segundo dados da ONU, entre 180 mil e 300 mil pessoas morreram de 2003 a 2006. Vários campos se formaram para abrigar os refugiados. Na foto, mulheres construindo abrigos no campo de Abu Shouk, no norte de Darfur (Sudão, 2010).

ÁSIA

ERRÂNEO

M EGITO

AR

A

RM VE O

H EL

ADE 960

SUDÃO 1956

REP. CENTRO-AFRICANA 1960

ERITREIA 1993

ETIÓPIA

UGANDA QUÊNIA 1962 1963 RUANDA 1962 BURUNDI 1962

REPÚBLICA EMOCRÁTICA DO CONGO 1960

TANZÂNIA 1961

OLA 75

DJIBUTI 1977

ZÂMBIA 1964

SOMÁLIA 1960 SEYCHELES 1976

OCEANO ÍNDICO ILHAS COMORES 1975

MALAUI 1966

MADAGASCAR ZIMBÁBUE 1960 1980 MOÇAMBIQUE BOTSUANA 1975 MAURÍCIO IA 1966 1968 1968 SUAZILÂNDIA ÁFRICA DO SUL

470 km

Corpos de ruandeses à beira da estrada em Goma (Zaire, atual República Democrática do Congo, 1994). Ruanda e Burundi tornaram-se países independentes em 1962. A principal fonte de conflitos é a disputa pelo poder, que teve início nessa época com a rivalidade étnica entre hutus e tutsis. A minoria tutsi foi massacrada em 1994. Cerca de 800 mil ruandeses foram assassinados em um mês e meio. Foi um dos piores atos de genocídio que o mundo já viu. Atualmente, recrudesceram os conflitos entre Ruanda e a República Democrática do Congo, que tiveram início em 1994.

LESOTO 1966

Fonte: SMITH, Dan. Atlas dos conflitos mundiais. São Paulo: Nacional, 2007. p. 86-93.

Rebelde do Zaire empilhando armas de soldados rendidos em Kinshasa (Zaire, atual República Democrática do Congo, 1997). País com muitas riquezas minerais, como petróleo, minérios, metais preciosos e diamantes. Possui 50% das florestas localizadas na África. Desde sua independência, em 1960, está mergulhado em conflitos internos. A partir de meados dos anos 1990, a situação se agravou com a participação de Ruanda e Uganda em conflitos que surgiram com a Guerra Civil em Ruanda. Atualmente, 17 mil soldados da ONU estão em missão no Congo, que continua em guerra.

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temas 1a4

CC Organize o conhecimento

1. Verifique quais das frases abaixo são falsas e reescreva-as em seu caderno, tornando-as verdadeiras. a) A independência das colônias africanas no pós-Segunda Guerra pode ser explicada, entre outros fatores, pela prosperidade das nações europeias após o conflito, que se desinteressaram pela manutenção de suas colônias. b) Alguns intelectuais africanos defendiam o reordenamento das fronteiras, com o qual visavam a uma união que levasse à estabilidade entre os povos e à prosperidade do continente. c) Os primeiros líderes da independência africana adotaram a política de não interferência no traçado das fronteiras, mantendo a confusão gerada pela partilha estabelecida na Conferência de Berlim. d) O reordenamento do território africano foi facilitado pela diversidade étnica e pela ampla rede de cooperação entre os povos africanos.

os símbolos por palavras do quadro. transnacionais

industrial

matérias-primas industrializados

dinamismo

diversificação

África do Sul

grupos tradicionais

sistema capitalista Egito

a) O setor * dos países africanos não apresenta * nem * suficientes para sustentar um desenvolvimento econômico autônomo, com exceção do * e da *. b) Por serem compradoras de produtos * dos países do centro do *, as nações africanas permanecem como meras exportadoras de *. c) Boa parte das indústrias que atuam em solo africano é composta de * ou ligada a * da pequena elite africana.

5. Observe o mapa abaixo e o mapa da figura 23, na página 193, e responda.

ÁFrica: cOmputadOres — 2005 EUROPA

MAR

ME

DITE

RRÂNEO 0°

ÁSIA M

CÂNCER TRÓPICO DE

AR

e) O apartheid, colocado em prática na África do Sul, foi uma política de afirmação racial que garantiu aos negros a participação política e a posse de propriedades territoriais.

4. Copie as frases a seguir em seu caderno, substituindo

RM

VE

a) Qual era o papel dos países africanos na DIT durante o período colonial? b) Houve mudança desse papel após a independência? c) Explique as características da nova DIT.

3. Sobre a disseminação da aids no continente africano, responda. a) Qual era a participação da África Subsaariana no total mundial de pessoas contaminadas em 2008? b) Que fatores contribuem para o aumento do número de contaminações? c) Que países africanos alcançaram algum êxito no combate à aids? O que foi feito para se conseguir isso?

HO

Até o final da Segunda Guerra Mundial, os países desenvolvidos vendiam produtos industrializados para os subdesenvolvidos e compravam deles matérias-primas. Isso configurava a DIT (Divisão Internacional do Trabalho).

EL

2. Leia o texto e responda.

EQUADOR

OCEANO

OCEANO

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

AtividAdes

ÍNDICO

ATLÂNTICO 0°

Número de computadores pessoais a cada 100 habitantes Menos de 1 De 1 a 3 De 3 a 10 De 10 a 30 Sem dados

TRÓPICO DE CAP R

ICÓRNIO

1.020 km

Fonte: Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 84.

a) Como você descreveria a distribuição do número de computadores no continente africano? b) Quais países têm maior número de computadores a cada 100 habitantes? c) Quais são os países que mais acessam a internet? Qual é o papel desses países na economia africana? d) É possível dizer que a África é um continente integrado ao período técnico-científico? Justifique sua resposta.

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CC Aplique seus conhecimentos

8. Leia o texto a seguir e responda. [...] Quando se trata de acusações de mau governo, o Ocidente deveria ser um pouco mais discreto. Pouca coisa supera o mundo ocidental na crueldade e espoliação que impôs à África há muito tempo. Aos três séculos de tráfico de escravos, de 1500 ao início do século XIX, seguiu-se um século de colonialismo brutal. Longe de ajudar economicamente, a era colonial deixou o continente sem cidadãos nem líderes educados, sem infraestrutura nem instalações de saúde pública [...].

6. Observe a imagem e responda.

a) O que está representado nessa foto? b) Em que país e em qual região da África se localiza essa paisagem? c) Descreva as características dessa região do continente africano.

7. Compare o mapa abaixo com o da figura 13, na página 188, e responda às questões.

Nelson Mandela à presidência da África do Sul.

O

1.130 km

AR

TRÓPICO D E CÂ

MEDITERRÂNE

Desafio! 9. (Fuvest-2010) Cartaz de 1994 da campanha de

ÁFrica: grupOs étnicOs pré-cOlOniais MAR

a) Quem é acusado de mau governo no texto? b) Por que o Ocidente “deveria ser um pouco mais discreto” quando se trata de acusações de mau governo? c) Qual é, segundo o autor, o grande prejuízo deixado pela era colonial ao continente africano?

M

NCER

VE

IMPÉRIO Suaquém TOUCOULEUR Tombuctu Agades DARFUR SUDÃO FUTABORNU -TORO EGÍPCIO Segu MACINA Abechê Kano El-Fascher Sokoto Kuka FUTAUADAI MAMPURSI -DJALON SOKOTO BAGUIRMI DAGOMBA Ibadã Yola ACHANTI Benim

RM EL HO

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SACHS, Jeffrey. O fim da pobreza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 226.

Maçauá ETIÓPIA Harar Mogadoxo

Abomé BUGANDA

EQUADOR

TEKE

OCEANO ATLÂNTICO

RUANDA Mombaça OCEANO KUBA BURUNDI SULTANATO LUBA DE ZANZIBAR LUANDA BEMBA Quiloa ÍNDICO YAO

LOZI NDEBELÉ

MERINA

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

SUAZI ZULO LESOTO

Principais reinos

Fonte: BERTIN, Jacques; VIDAL-NAQUET, Pierre. Atlas histórico. Lisboa: Círculo de Leitores, 1987. p. 183.

a) Por que os europeus não levaram em conta a antiga divisão étnica do continente para delimitar seus territórios na Conferência de Berlim? b) Quais foram os efeitos sociais e políticos da nova divisão feita pelos europeus no continente africano? c) Que objetivos tinham as nações europeias, como França, Inglaterra e Alemanha, ao realizar a divisão do território africano?

Essa campanha representou a a) luta dos sul-africanos contra o regime do apartheid então vigente. b) conciliação entre os segregacionistas e os partidários da democracia racial. c) proposta de ampliação da luta antiapartheid no continente africano. d) contemporização diante dos atos de violência contra os direitos humanos. e) superação dos preconceitos raciais por parte dos africânderes.

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Representações gráficas Mapa hipsométrico

áfrica: altitudes e profundidades E U ROPA

MAR

MEDITERRÂNEO

ÁSI A

M VE RM EL HO

EQUADOR

0

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ATLÂNTI CO

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

AR

R TRÓPICO DE CÂNCE

Altitudes em metros

Depressão

3 .000 2 .000 1 .500 1 .000 500 250 0 200 2 .000 4 .000

TRÓPICO DE CAPRIC Ó

Profundidades em metros

RNIO

450 km

20 L

Fontes: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 80.

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O AN O E OC NDIC Í

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

bloco-diagrama

O AN ICO E OC ÂNT L AT

O que é O mapa hipsométrico é aquele que representa o relevo por uma sequência de cores entre curvas de nível selecionadas, o que dá instantaneamente a ideia do volume e da plasticidade do relevo.

Como se constrói A sequência de cores obedece a uma ordem crescente, que vai das cores claras, nas baixas altitudes, até as mais escuras, nas altitudes elevadas. Em outras palavras, a sequência ordenada das faixas de altitudes, que vai das mais baixas às mais altas, é representada por uma sequência ordenada de cores, que vai das mais claras às mais escuras. A cor verde-clara corresponde à faixa de menor altitude, entre 0 e 250 metros, e a cor marrom-escuro corresponde à faixa de maior altitude, acima de 3.000 metros. As cores empregadas são chamadas de cores hipsométricas. Para representar a profundidade dos oceanos, o mapa hipsométrico adotou uma sequência de tons de azul, do muito claro ao muito escuro, de acordo com as faixas de profundidades, ou seja, o azul mais claro corresponde à faixa de menor profundidade e o azul mais escuro, à faixa de maior profundidade. Essas cores são chamadas de cores batimétricas. Por exemplo, no mapa “África: altitudes e profundidades”, as altitudes foram representadas pela sequência de cores do verde-claro ao amarelo, laranja, vermelho e marrom. Observe na legenda que os intervalos entre as altitudes das curvas não são constantes. Houve uma seleção proposital para tornar mais evidentes as feições do relevo. Com o mapa assim construído, verifica-se, facilmente, como se organizam no espaço os altos e baixos do relevo africano. Da mesma forma, pode-se entender claramente como se distribuem os altos e baixos das profundidades dos oceanos. Na representação do relevo da África em bloco-diagrama, podem-se superpor à sua configuração as cores hipsométricas. É uma visão oblíqua do relevo, em três dimensões, que evidencia seu modelado. Observe a orientação do bloco-diagrama e veja que sua visualização é feita a partir de um ponto situado no Oceano Atlântico, na direção sudoeste.

Pratique

1. Observe a legenda. Podemos dizer que no mapa hipsométrico o intervalo entre as altitudes do relevo permanece o mesmo em todas as cores? Explique.

2. Em que regiões do continente prevalecem altitudes baixas?

3. O que significam cores batimétricas? Observe o mapa da África e dê um exemplo.

4. No Deserto do Saara as altitudes são sempre baixas? Explique.

5. Depressões são as partes do relevo emerso que se encontram abaixo do nível do mar. A depressão está representada no mapa com que cor?

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Compreender um texto O primeiro gol da África O texto a seguir, publicado em uma revista, trata do significado da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, que vai muito além dos gramados dos estádios de futebol.

Faltavam poucos minutos para as duas da tarde da fria e ensolarada sexta-feira 11 quando um barulho ensurdecedor fez as 85 mil pessoas presentes no Estádio Soccer City lembrarem-se que estavam a poucos momentos de ver a história ser escrita. Enfim, um país do continente mais pobre do mundo, marcado por tragédias e injustiças ao longo das últimas centenas de anos, estava prestes a realizar o maior evento esportivo do planeta. [...] Para a África do Sul, a Copa começou com um empate contra o México. Se o 1X1 não foi o placar dos sonhos, também não foi nenhuma tragédia para os Bafana Bafana. Apesar da confiança ufanista, que veio num crescendo durante a semana, os sul-africanos sabem que dificilmente sua seleção conseguirá chegar às finais [...]. Isso não importa. A verdade que se vê nas ruas é que, para a África do Sul, o futebol é apenas um coadjuvante de luxo neste torneio. Para os quase 50 milhões de

sul-africanos, o que está em jogo não é uma campanha histórica no Mundial [...]. O grande prêmio para esta nação, que começa a sair de uma puberdade conturbada, é ver se tornar real a esperança de que a África do Sul se transforme em um país mais igualitário socialmente, menos violento, mais desenvolvido e, principalmente, menos dividido racialmente. [...] Hoje, a África do Sul ainda é um país dividido, seja economicamente, seja racialmente. Um breve passeio por Johannesburgo deixa isso muito claro. Não se veem brancos nas ruas do centro da cidade, e poucos, pouquíssimos negros podem ser encontrados dando suas tacadas no Randpark Golf Club [...]. A fila de caddies negros esperando para carregar os tacos dos jogadores brancos torna impossível tentar esquecer que há exatos 20 anos esse país vivia sob um regime de segregação racial absoluta.

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O reverendo Christor Zwane, pastor da Igreja Metodista de Soweto, palco de grandes manifestações no bairro que se tornou o símbolo da luta contra o apartheid, jamais se esquecerá daqueles anos duros. Com 72 anos de idade, ele viu e viveu toda a opressão do regime branco contra os negros. Mas, como a maioria quase absoluta dos sul-africanos, Zwane acredita que a Copa do Mundo é o catalisador que faltava para transformar em realidade a esperança de um país unido. [...] Zwane está orgulhoso do que a África do Sul fez até agora. Construiu ou reformou dez estádios de alto padrão, construiu estradas e modernizou seus aeroportos dentro do prazo [...]. ‘Estamos mostrando ao mundo que podemos sim realizar um evento desse tamanho, que temos capacidade de organizar uma Copa do Mundo’, diz Leon Lance, um autêntico africâner que pouco entende de futebol e tem como grande paixão o rúgbi. ‘Cada pessoa desse país quer uma África do Sul melhor, quer mais desenvolvimento, menos violência, e todos estão trabalhando para que a Copa do Mundo seja capaz de fazer isso’. [...]

AtividAdes CC Obter informações

1. O que a África do Sul fez para sediar o campeonato e receber os turistas?

2. Por que, de acordo com o texto, para os sul-

-africanos pouco importava o time de seu país vencer a Copa do Mundo?

3. Que exemplo é citado para ilustrar como o regi-

me de segregação vivido na África do Sul ainda é perceptível no país?

CC Interpretar

4. O que o reverendo Christor Zwane quis dizer

com “a Copa do Mundo é o catalisador que faltava para transformar em realidade a esperança de um país unido”?

Glossário

BOECHAT, Yan; CARDOSO, Rodrigo; RODRIGUES, Juca. O primeiro gol da África. Isto É. n. 2118, p. 126-131, jun. 2010.

Africâner Descendente de colonos calvinistas, provenientes da Holanda, França ou Alemanha, estabelecidos na África do Sul nos séculos XVII e XVIII.

Caddie Funcionário que ajuda o golfista enquanto joga, principalmente na tarefa de carregar os tacos.

Catalisador Estimulante, dinamizador, incentivador.

Torcedores na partida de abertura da Copa do Mundo de Futebol 2010.

5. Por que a Copa do Mundo ajudaria a África do

Sul a superar parte das heranças da colonização europeia e do apartheid?

CC Reflexão

6. O que significa um evento como a Copa do

Mundo ser realizado no continente mais pobre do planeta?

CC Pesquisa Cerimônia de abertura da Copa do Mundo de Futebol 2010, no estádio Soccer City em Johanesburgo (África do Sul).

7. Pesquise em jornais, livros, revistas e na internet

e responda por que o bairro de Soweto foi palco de manifestações e se tornou símbolo da luta contra o apartheid.

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ARARIBÁ GEOGRAFIA

Guia de estudo

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Organizadora: Editora Moderna Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna. Editor Executivo: Fernando Carlo Vedovate

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Elaboração de originais Maria das Graças Alves da Silva Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo. Professora de Geografia na rede municipal de São Paulo. Luciana Possagnolo Licenciada em Artes Cênicas pelas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila. Licenciada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia pelo Centro Universitário Santo André. Professora em escolas particulares de São Paulo. Ana Paula Ribeiro Licenciada em Geografia pela Universidade Paulista. Licencianda em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos. Professora de Geografia na rede municipal de São Paulo. Editora. Gustavo Nagib Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Graduando do curso de Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor em escolas particulares de São Paulo.

Coordenação editorial: Fernando Carlo Vedovate, Ana Paula Ribeiro Edição de texto: Ana Paula Ribeiro, Angélica Nakamura, Gustavo Nagib, Karina Idehara Assistência editorial: Daiane Ciriáco Preparação de texto: Renato da Rocha Carlos Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Everson de Paula Capa: Aurélio CamiloAur Foto da capa: Cena de carnaval de rua. Puebla (México). © Diana Bier/Alamy/ Other Images Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho Edição de arte: Alexandre Lugó Ayres Neto Editoração eletrônica: Setup Bureau Editoração Eletrônica Ilustrações: Cecília Iwashita Cartografia: Alessandro Passos da Costa, Anderson de Andrade Pimentel, Fernando José Ferreira Coordenação de revisão: Elaine Cristina del Nero Revisão: Ana Cortazzo, Fernanda Marcelino, Luís M. Boa Nova Coordenação de pesquisa iconográfica: Ana Lucia Soares Pesquisa iconográfica: Ana Cláudia Fernandes, Evelyn Torrecilla, Luciano Baneza Gabarron Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Fabio N. Precendo, Pix Art, Rubens M. Rodrigues Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Helio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Impressão e acabamento:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Projeto Araribá : geografia : ensino fundamental / obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna ; editor executivo Fernando Carlo Vedovate. — 3. ed. — São Paulo : Moderna, 2010.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

© Editora Moderna, 2010

Obra em 4 v. para alunos do 6o ao 9o ano. “Componente curricular : Geografia” Bibliografia. 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Vedovate, Fernando Carlo.

10-08300

CDD-372.891

Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 ISBN 978-85-16-06840-0 (LA) ISBN 978-85-16-06841-7 (LP) Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2011 Impresso no Brasil 1 3

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Sumário

Conheça seu Guia de estudo ........................................... 4 A função dos organizadores gráficos ......................... 6 UNIDADE 1 Geografia e regionalização do espaço Síntese dos conteúdos . ..................................................... 8 Tema 1. O mundo dividido: países capitalistas e socialistas . ............................................................. 8 Tema 2. Regionalização pelo nível de desenvolvimento ................................................ 11 Tema 3. Países do Norte e países do Sul ........................ 12

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Tema 4. Regionalização de acordo com o IDH ............... 14

UNIDADE 6 América Central, América Andina e Guianas Síntese dos conteúdos . ................................................... 65 Tema 1. América Central: continental e insular ............ 65 Tema 2. Guiana, Suriname e Guiana Francesa ............. 69 Tema 3. América Andina: Chile, Bolívia e Peru .............. 71 Tema 4. América Andina: Venezuela, Equador e Colômbia ............................................................... 78 O que aprendi ..................................................................... 82

UNIDADE 7 América Platina

O que aprendi ..................................................................... 15

Síntese dos conteúdos . .................................................. 84

UNIDADE 2 A economia global

Tema 2. O Paraguai ................................................................... 87

Síntese dos conteúdos . ................................................... 17 Tema 1. A economia mundial atual ................................. 17 Tema 2. As transnacionais . .............................................. 19 Tema 3. Os financiadores da economia mundial .......... 21

Tema 1. América Platina: aspectos gerais .................... 84 Tema 3. O Uruguai............................................................. 90 Tema 4. A Argentina .......................................................... 92 O que aprendi ..................................................................... 95

Tema 4. Os blocos econômicos ........................................ 22

UNIDADE 8 O Brasil

O que aprendi ..................................................................... 25

Síntese dos conteúdos . ................................................... 97

UNIDADE 3 O continente americano Síntese dos conteúdos . ................................................... 27 Tema 1. Localização e regionalização da América ........... 27 Tema 2. A formação histórica do continente americano ........................................ 30

Tema 1. Política externa brasileira .................................. 97 Tema 2. Brasil: potência regional ................................. 98 Tema 3. O Brasil e as organizações mundiais ............. 100 Tema 4. O Brasil no mundo globalizado . ...................... 103 O que aprendi .................................................................. 107

Tema 3. Relevo e hidrografia da América ...................... 31 Tema 4. Clima e vegetação da América ............................ 34 O que aprendi ..................................................................... 37

UNIDADE 4 A população e a economia da América Síntese dos conteúdos . ................................................... 39 Tema 1. A população da América .................................... 39 Tema 2. Atividades do setor primário na América ........ 42 Tema 3. O desenvolvimento do setor secundário ....... 44 Tema 4. O crescimento do setor terciário ..................... 46 O que aprendi .................................................................... 48

VOCABULÁRIO EM CONTEXTO Atividade ........................................................................... 109 Canal .................................................................................... 111 Clássico ............................................................................... 112 Colônia ................................................................................ 116 Costa . .................................................................................. 119 Densidade ......................................................................... 120 Depressão .......................................................................... 121 Emergente . ........................................................................ 123

UNIDADE 5 A América do Norte

Língua ................................................................................. 125

Síntese dos conteúdos . .................................................. 49

Mercado ............................................................................. 128

Tema 1. Estados Unidos: território e população .......... 49

Moeda ................................................................................. 131

Tema 2. Estados Unidos: potência econômica e militar . ......................................................................... 53 Tema 3. Canadá: o maior país da América ...................... 55 Tema 4. México: entre os países ricos e os países pobres . ..................................................... 58 O que aprendi ..................................................................... 62

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Ordem . ................................................................................ 133 Papel .................................................................................... 135 Perspectiva ....................................................................... 138 Potência ............................................................................. 140 Taxa ..................................................................................... 143

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Conheça o seu Guia de estudo Esse material foi produzido com o objetivo de ajudá-lo a compreender melhor os conteúdos estudados nas unidades do seu livro. As atividades propostas neste Guia ampliam o aprendizado de alguns temas e relacionam a geografia a outras áreas do conhecimento.

Nesta seção você vai sintetizar os principais conteúdos da unidade. Por meio de organizadores gráficos, textos e imagens, você vai estudar e rever o que aprendeu fazendo o seu próprio registro-síntese dos conceitos e assuntos essenciais do tema.

Aqui você revisa os conceitos e conteúdos estudados em cada tema em atividades de síntese, comparação, classificação e explicação.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Síntese dos conteúdos

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O que aprendi

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Este é o momento de avaliar o seu aprendizado sobre os temas estudados. Ao preencher o quadro proposto, você vai saber se atingiu os objetivos estabelecidos para cada questão e perceber os conteúdos que precisam ser revistos e retrabalhados.

Vocabulário em contexto Ao final deste Guia, selecionamos, em ordem alfabética, uma lista de palavras que consideramos essenciais para o estudo dos temas abordados no seu livro. O objetivo desse trabalho com vocabulário é ajudá-lo a compreender melhor os conteúdos da disciplina e a ampliar a capacidade de uso desse vocabulário. Ao fazer isso, você vai perceber como uma mesma palavra pode ter sentidos diferentes, dependendo do contexto em que é utilizada.

A palavra tempo, por exemplo, tem um sentido diferente para as áreas de Geografia e História, além de admitir vários usos no cotidiano. Você pode dizer “o tempo hoje está quente” ou, também, “no tempo da minha avó as mulheres tinham geralmente muitos filhos”. A diversidade é um traço marcante da nossa língua.

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A função dos organizadores gráficos Os organizadores gráficos são muito utilizados na seção Síntese dos conteúdos. Eles estimulam a memória visual e facilitam a compreensão e a fixação dos conceitos. O uso desse recurso permite que você represente, graficamente, um conceito geográfico, ampliando sua capacidade de interpretar conteúdos visuais. Existem diferentes formatos de organizadores gráficos para cada tipo de conteúdo ou de informação que representam. Veja alguns exemplos a seguir.

1. Rede de tópicos Este organizador gráfico é utilizado quando existe uma ideia central que une outras ideias diferentes. Por exemplo, os continentes do planeta Terra.

2. Classificação Esse formato de organizador gráfico é utilizado para demonstrar que determinadas características dizem respeito a uma espécie, regime político, grupo social ou qualquer outra categoria. Por exemplo, as fontes de água doce da Terra. Água doce Encontrada em

Rios

Originados pelo acúmulo de água em áreas mais baixas de um terreno

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Continentes

Massas de gelo formadas em regiões onde a queda de neve é superior ao degelo

3. Comparação O organizador gráfico nesse formato compara diferentes aspectos de dois ou mais conceitos ou acontecimentos. Neste caso, ele compara as características das principais formas do relevo do Brasil. O relevo brasileiro Principais formas

Características

Exemplos

Planaltos Depressões Planícies 6

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4. Semelhanças e diferenças Esse tipo de organizador representa diferenças e semelhanças entre dois ou mais elementos. As características semelhantes ficam na intersecção entre os dois círculos, as diferentes ficam nos espaços correspondentes a cada um dos círculos. No exemplo, as diferenças e as semelhanças entre a União Europeia e a CEI. Países Desenvolvidos

Países Subdesenvolvidos

Sistema Capitalista ou Economia de Mercado

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5. Processo O organizador gráfico de processo traz uma sequência de caixas ligadas por setas. As setas indicam que um fato sucede a outro. Neste caso, a relação entre produção e consumo.

Aumento do consumo Aumento da

Desejo de consumo de novos produtos

Necessidade de vender a produção

Aumento da extração de recursos naturais

6. Relação de causa e efeito Esse modelo de organizador gráfico mostra uma relação de causa e consequência. Neste exemplo, temos as causas que levaram à queda das taxas de natalidade e fecundidade do Brasil.

Queda da natalidade e da fecundidade

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Unidade

1

Geografia e regionalização do espaço

Síntese dos conteúdos O mundo dividido: países capitalistas e socialistas

Tema 1

O sistema capitalista e o socialista 1

Defina os conceitos de capitalismo e socialismo organizando as palavras dos quadros.

classes em sociais. pela econômico e que Sistema surgiu pela diferentes na social durante mercado a Média, principalmente, economia na Idade caracterizado, de e divisão da Europa sociedade

Socialismo Modo (sistema de política produção e de uma sociedade) que econômica organização a de uma sociedade sem propõe classes e sem construção desigualdade. de

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Capitalismo

Diferencie o capitalismo do socialismo de acordo com os aspectos propostos no diagrama abaixo. Capitalismo

Socialismo

Classes sociais Propriedades

Objetivo

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3

Identifique, no diagrama abaixo, características das diferentes fases do capitalismo. Séc. XV ao XVIII

Séc. XVIII ao XX

Capitalismo

Capitalismo

Capitalismo financeiro

Características

Características

Características

Relação comercial entre as

Emprego de

Integração entre o capital

na produção de mercadorias, com

e o capital

,

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

fornecedoras da mão de obra escrava, e metais preciosos, e as

e mão de obra assalariada. Ampliação da produção e das trocas

, fornecedoras de bens manufaturados.

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: transações financeiras para obtenção de

.

e investimento na produção.

Indique no diagrama as características do capitalismo.

: pertencem a uma pessoa ou grupo de pessoas. :

:

objetivo da produção.

o poder público não interfere na economia.

Características do capitalismo

: a procura e a disponibilidade dos produtos definem os preços.

: : as empresas buscam atrair os consumidores por meio da qualidade dos produtos e de preços acessíveis.

o trabalhador recebe um salário por seu trabalho.

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A ordem bipolar 5

Indique as características da ordem bipolar de acordo com o diagrama a seguir. Ordem bipolar

Sistemas de governo

Europa dividida

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Ordene as frases do quadro colocando os acontecimentos no diagrama em sequência cronológica. Rússia adotou o socialismo como sistema de governo

Foi construído o Muro de Berlim

Oriental

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Países opostos

Mikhail Gorbatchev iniciou a abertura do sistema político e a reestruturação econômica Foi formada a União das Repúblicas Soviéticas O Muro de Berlim foi derrubado Foi formada a Comunidade dos Estados Independentes

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Tema 2

Regionalização pelo nível de desenvolvimento

Regionalização do espaço mundial 7

No diagrama abaixo são apresentadas duas formas de regionalização do espaço mundial, em dois períodos distintos. Identifique as regiões correspondentes. Regionalizações do mundo

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D u r a n t e

G U E R R A F R I A

D e p o i s

Os países desenvolvidos e subdesenvolvidos 8

Classifique as características do quadro abaixo entre próprias dos países desenvolvidos, próprias dos países subdesenvolvidos e comuns aos dois grupos de países. Elevada renda per capita e alto consumo Ex-colônias Elevado padrão de vida Má distribuição de renda Elevado grau de desenvolvimento social Dependência econômica, tecnológica e cultural Sistema capitalista Os setores primários e terciários da economia e o mercado informal absorvem a maior parte da população empregada Economia de mercado Sede das empresas transnacionais Alto desenvolvimento tecnológico Desnutrição Falta de infraestrutura nas cidades

Países desenvolvidos

Países subdesenvolvidos

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Os países subdesenvolvidos industrializados 9

Indique as características dos países subdesenvolvidos industrializados, de acordo com o que se pede. Definição:

Países subdesenvolvidos industrializados

Tecnologia:

Papel na Nova Divisão do Trabalho:

Atrativos internacionais:

Tema 3

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Outras denominações:

Países do Norte e países do Sul

Uma nova regionalização? 10 Resuma as oposições após o fim da ordem bipolar. Fim da bipolarização

Países desenvolvidos Oposições

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Os países do Norte e os países do Sul 11 Com o auxílio de um mapa-múndi e do mapa abaixo, indique com um X os hemisférios a que os países pertencem, de acordo com os critérios de regionalização descritos. OCEANO GLACIAL ÁRTICO

CÍRCULO POLAR ÁRTICO

OCEANO PACÍFICO

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TRÓPICO DE CÂNCER

OCEANO PACÍFICO

EQUADOR

OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

Países do Norte Países do Sul

2.080 km 0°

Fonte: elaborado com base em MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfico: natureza e espaço da sociedade. São Paulo: Editora do Brasil, 2003. p. 77.

REGIONALIZAÇÕES Países

Critério de localização geográfica Norte

Sul

Critério de desenvolvimento Norte

Sul

Marrocos Austrália Mongólia China França Turquia Angola Argentina Japão Nova Zelândia Estados Unidos 13

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Tema 4

Regionalização de acordo com o IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 12 Defina o conceito de IDH organizando as palavras do quadro.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

criado Indicador Organização pela das Unidas que avalia Nações a de vida (ONU) das pessoas todos em praticamente qualidade os países.

Classificação do IDH

Alto

Continentes em destaque

Médio

Continentes em destaque

Baixo

Continente em destaque

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

13 Indique os critérios de classificação do IDH e, para cada classificação, os continentes nos quais a maioria dos países apresenta um IDH correspondente ao indicado (reveja o mapa de IDH da p. 30 do livro).

Algumas considerações sobre o conceito de desenvolvimento humano 14 Defina os critérios usados para conceituar desenvolvimento humano. Critérios de desenvolvimento humano Outros

Usados pela ONU

IDH Objetivo

Dificultador

14

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O que aprendi Recorde os principais temas estudados nesta unidade. Pense em como foi o seu aprendizado e preencha a tabela abaixo, marcando com um ”X“ o número das questões que você fez corretamente, tanto do livro-texto como deste guia. Na coluna “Avaliando”, escreva uma palavra que reflita seu desempenho.

Tema/Expectativa de aprendizagem

Livro-texto Página

Guia

Atividade

Síntese

Avaliando

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1. O mundo dividido: países capitalistas e socialistas Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.

26

1

2

1

4

Comparar processos de formação socioeconômica, relacionando-os com os contextos histórico e geográfico.

26

5

7

2

3

Identificar os significados históricos da geopolítica considerando as relações de poder entre as nações.

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5

6

Utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos.

32

Construir a noção básica de região para discutir e analisar os critérios de regionalização do continente americano e do mundo, diferentes blocos econômicos e políticos.

32

5

4

4

8

5

8

2. Regionalização pelo nível de desenvolvimento Aplicar os conceitos geográficos em textos argumentativos para interpretar a realidade.

26

3

Construir a noção básica de região para discutir e analisar os critérios de regionalização do continente americano e do mundo, a partir dos diferentes blocos econômicos e políticos.

26

4

Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socio espaciais.

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8

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3. Países do Norte e países do Sul Construir a noção básica de região para discutir e analisar os critérios de regionalização do continente americano e do mundo, a partir dos diferentes blocos econômicos e políticos. Utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos.

32

1

3

32

3

33

9

10

11

4. Regionalização de acordo com o IDH 32 33

2

7 8

Analisar aspectos da realidade econômico-social de um país ou região, a partir de indicadores socioeconômicos, graficamente representados.

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6

Compreender os processos de formação e consolidação das instituições sociais e políticas tendo em vista diferentes formas de regulamentação das sociedades e ordenamento do espaço geográfico.

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10

Identificar e analisar situações da vida cotidiana que estejam relacionadas a preconceitos étnicos, religiosos e físicos.

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7

Utilizar recursos da escrita, da observação, leitura e registro em procedimentos de pesquisa.

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8

12 13 14

Preciso melhorar Considerando sua autoavaliação, retome os temas do livro-texto para rever os conteúdos em que teve dificuldades.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Identificar e analisar as formas de exclusão social, de modo a construir referenciais que possibilitem o exercício da cidadania.

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Vocabulário em contexto Atividade Unidade 7

“O resultado do pensamento não tem de ser o sentimento, mas a atividade.” Vincent van Gogh (1853-1890), pintor holandês.

“A atividade vence o frio. A quietude vence o calor.” Lao Tsé (c. VII a.C.), filósofo chinês.

“Os sonhos são as manifestações não falsificadas da atividade criativa inconsciente.” 1

Pense em dois possíveis sinônimos para a palavra atividade no contexto das frases acima.

2

Releia as frases, observe a obra de arte reproduzida a seguir e responda às questões. Museo d’Orsay, Paris, França

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra suíço.

A sesta (1890), quadro de Vincent van Gogh que retrata o repouso de camponeses franceses após o almoço.

a) Os elementos que compõem o quadro retratam um tipo de atividade. Que atividade é essa? b) Quais elementos do quadro remetem à atividade que os trabalhadores estavam exercendo antes de descansar?

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c) Em sua opinião, qual das frases lidas na introdução está mais relacionada à cena representada? Justifique.

Você conhece o trabalho do pintor italiano Giuseppe Arcimboldo (c. 1527-1593)? Suas principais obras incluem a série As quatro estações, na qual usou imagens da natureza – como frutas, verduras e flores – para compor fisionomias humanas. Mais tarde, fez uso de objetos variados para compor suas obras. Veja as figuras A e B.

O bibliotecário, de 1566.

3

Quais atividades profissionais essas figuras curiosas de Arcimboldo poderiam exercer?

4

Cite dois exemplos para cada tipo de atividade relacionada a seguir. a) Atividades econômicas de um país

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Retrato de Rudolf II, de 1590.

B

Skoklosters Slott, Balsta, Suécia

Skoklosters Slott, Balsta, Suécia

A

b) Atividades físicas

c) Atividades escolares

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109_144_Guia de Estudo_G8.indd 111 Reprodução Reprodução

Reprodução

A

C

E

G Reprodução

Reprodução

Reprodução

1

Reprodução

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Unidade 6

Canal

O que as imagens abaixo têm em comum? B

D

F

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Os canais de televisão são um importante veículo de comunicação, influenciando a formação de opinião e a construção de valores do espectador. Por isso, seus idealizadores devem estar atentos ao que é transmitido ao público. a) Qual canal de televisão é mais assistido em sua casa? Por quê?

b) Comente os aspectos positivos e negativos da programação de algum canal de televisão.

Imagine que você fosse o dono de um canal de televisão. a) Qual seria o nome desse canal?

b) Crie seu logotipo.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3

c) Qual seria a programação?

4

Leia algumas das definições da palavra canal e assinale a que se refere ao contexto que você estudou na unidade 6. a) ( ) Cano, tubo. b) ( ) Faixa de frequência ocupada por uma emissão de rádio ou televisão. c) ( ) Leito ou curso de rio. d) ( ) Em navegação, passagem usada para atravessar determinada área continental. e) ( ) Fenda natural entre as pedras.

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