Roteiro da Quaresma

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ROTEIRO DA QUARESMA MARIA, SENHORA DO SERVIÇO E DA ALEGRIA


FICHA TÉCNICA EDIÇÃO

Título: Roteiro da Quaresma 2017 Editor: Vigararia da Evangelização, Doutrina da Fé e Catequese (EMRC / Catequese / Pastoral Juvenil / Liturgia) Diocese de Viana do Castelo Ano: 2017 / 1ª edição Design: Afonso Designers, Lda

CONTACTOS

Paço Episcopal Av. Paulo VI, 735 — Darque 4935-058 VIANA DO CASTELO www.diocesedeviana.pt


ÍNDICE DO ROTEIRO DA QUARESMA Abertura P. 4

Documentos Orientadores e Enquadramento Geral P. 6

Objetivos P. 9

Símbolo para a comunidade P. 10

Concretização na Liturgia P. 10

Concretização na Catequese P. 11

Concretização na Família P. 11

Concretização no Casal P. 11

Roteiro da Quaresma P. 12

I Domingo da Quaresma P. 15

II Domingo da Quaresma P. 23

III Domingo da Quaresma P. 31

IV Domingo da Quaresma P. 41

V Domingo da Quaresma P. 49

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor P. 57

Quinta-feira Santa P. 69

Vigília Pascal e Domingo de Páscoa P. 73


ABERTURA


O lema do ano pastoral da Diocese de Viana do Castelo e título da carta pastoral do bispo D. Anacleto Oliveira — “Eu vim para servir” — “remonta, quase à letra, a Jesus, que o aplicou a si próprio. Mas a pensar em nós, seus discípulos.

Como Ele, cada um de nós deve poder dizer de si mesmo: (também) eu vim para servir. Com esta diferença: para servir realmente como Cristo, preciso d’Ele em mim.” Com este ano pastoral concluímos o projeto pastoral trianual iniciado há dois anos na nossa Diocese sobre o tema: “A família — comunidade de vida e de amor”, “debruçando-nos sobre aquilo que é o cerne da família: a íntima comunhão de amor e de vida entre marido e esposa e extensiva aos restantes familiares, uma união consagrada por Deus no Matrimónio. Por isso o Catecismo da Igreja Católica lhe chama sacramento ao serviço da comunhão, uma denominação comum ao da Ordem: um e outro são ordenados para a salvação de outrem. Se contribuem também para a salvação pessoal, é através do serviço aos outros que o fazem. No dizer do Papa Francisco, constituem dois grandes caminhos através dos quais o cristão pode fazer da sua vida um dom de amor, a exemplo e em nome de Cristo, cooperando assim na edificação da Igreja.” —— Carta Pastoral “Eu vim para servir”


O Roteiro da Quaresma para o ano de 2017 que propomos para toda a Diocese de Viana do Castelo teve como principal inspiração três importantes documentos: a Exortação Apostólica do Papa Francisco "Amoris laetitia" (AL - "Alegria do Amor"); a Carta Pastoral do Bispo D. Anacleto Oliveira aos Diocesanos de Viana do Castelo, "Eu vim para Servir" (EVPS - "Eu vim para servir"), para a vivência do ano pastoral de 2016-2017, o terceiro do projeto pastoral trienal sobre “A Família —Comunidade de Vida e de Amor”, a Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa no Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, “Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo” e as Memórias da Irmã Lúcia.

DOCUMENTOS ORIENTADORES E ENQUADRAMENTO GERAL


A Quaresma é um tempo forte de preparação para a Páscoa, conduzindo os cristãos para a oração, penitência e para a caridade. Culmina com a Semana Santa, onde celebramos liturgicamente os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Na Quaresma somos convidados a fortalecer a nossa fé para depois estar-nos aptos para a missão de evangelizar, pois o Senhor, após a ressurreição, enviou os discípulos a irem por todo o mundo e anunciar o evangelho a todas as criaturas. Vivemos um ano de graça com o centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima. As aparições tiveram lugar na Cova da Iria, no ano de 1917, com três crianças entre os sete e os dez anos de idade, Lúcia, Francisco e Jacinta, como protagonistas. A mensagem de Fátima e “o seu convite à conversão, à oração e à penitência pretende desbloquear os obstáculos que impedem os seres humanos de experimentar uma bondade que procede de Deus e foi depositada no coração humano”. Assim, “cada um de nós é interpelado a corresponder ao chamamento de Deus, a combater o mal a partir do mais íntimo de si mesmo, a compreender o sentido da conversão e do sacrifício em favor dos outros, como fizeram os três pastorinhos, na sua pureza e inocência”. A Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa mãe, “sai ao encontro dos seus filhos peregrinos a partir da glória da ressurreição de seu filho Jesus, para lhes oferecer consolação, estímulo e alento”. (Carta Pastoral da CEP: Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo). Somos chamados a olhar para Maria, a Virgem fiel, que soube dizer: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38) e sobretudo assumir, concretamente, o que o Senhor Jesus ensinou: “Eu não vim para servir, mas para servir e dar a sua vida pela redenção de todos” (Mc 10, 45).



☟ Depois de um tempo de Advento e Natal onde cada um de nós foi convidado a aproximar-se de Jesus Cristo, seguindo um caminho de amor, especialmente no seio familiar e comunitário, e a servir os seus irmãos, reconhecendo para isso os vários rostos da nossa vida, partimos para a quaresma com o objetivo de aprofundar a dimensão do serviço olhando para Maria como um exemplo a seguir, e reafirmar a atualidade da mensagem de Fátima para a revitalização da nossa fé e do nosso compromisso evangelizador.

OBJETIVOS


ROTEI RO DA QUARES MA P. 10

"A ALEGRIA DO AMOR que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja. Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimónio (…) o desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens, e isto incentiva a Igreja." —— AL 1

SÍMBOLO PARA A COMUNIDADE

CONCRETIZAÇÃO NA LITURGIA

Apresentamos uma proposta para todas as paróquias, no entanto cada paróquia aproveitará nos aspetos que considere pertinentes para o crescimento na fé da comunidade em geral, dos catequizandos e das respetivas famílias, e que poderá ser adaptada ao seu ritmo e à sua caminhada de fé. O símbolo para a comunidade concretiza-se com a colocação de um Painel (no tamanho adequado para ficar visível a todos) a instalar na igreja com a imagem de Nossa Senhora de Fátima (Maria, mãe de Jesus) com a inscrição: “Senhora do Serviço e da Alegria” (Anexos). Em cada semana, é colocada do lado direito da imagem uma palavra-chave (Anexos) que vai ao encontro da mensagem de Fátima: Conversão (1ª semana), Adoração (2ª semana), Reparação (3ª semana), Rosário (4ª semana), Misericórdia (5ª semana), Sacrifício (domingo de ramos), Eucaristia (quinta-feira santa) e Alegria (vigília pascal e domingo da ressurreição).

Na quarta-feira de cinzas coloca-se o painel. Em cada domingo acrescenta-se a palavra-chave proposta, a seguir à proclamação do Evangelho. Enquanto é colocada a palavra-chave pode ler-se um texto explicativo ou então durante a homilia o sacerdote faz referência à palavra enquadrando-a na mensagem de Fátima e no centenário das Aparições. Sugere-se ainda como atitude em comunidade um “momento de consagração”, a ser efetuado depois da bênção final com o sacerdote a dirigir-se com os acólitos ao altar de Nossa Senhora de Fátima ou do Rosário. Depois da consagração da comunidade, termina-se com o cântico final e o sacerdote retira-se.


ROTEI RO DA QUARES MA P. 11

CONCRETIZAÇÃO NA CATEQUESE Para a catequese propomos a construção de um mistério do terço por semana. Um terço é composto por um crucifixo, 53 contas de uma cor para representar as ave-marias e 6 contas de outra cor para representar o pai-nosso. É comum utilizar-se fio de nylon ou outro fio que passe através das contas que forem escolhidas. As contas podem ser de esferovite ou missangas (que se utiliza para fazer pulseiras). Este trabalho poderá ser efetuado pelas crianças e adolescentes em casa, para não ocupar muito tempo da catequese. No entanto, o catequista deve fornecer todas as semanas o material necessário e acompanhar a execução do mesmo na semana posterior. O terço é dividido em cinco dezenas, secções que contêm dez contas de ave-marias, intercaladas com uma conta para o pai-nosso, bem como uma secção menor com uma conta para a oração do glória, as três ave-marias finais, um pai-nosso e no final a cruz. Sugere-se que numa das celebrações da semana santa, o sacerdote faça a bênção dos terços. Propomos ainda que no final de cada catequese da quaresma seja meditada uma das aparições de Nossa Senhora em Fátima terminando a oração proposta na caminhada. Sugerimos ainda, que em todas as sextas-feiras a catequese (dividir por grupos) possa dinamizar a Via-Sacra aberta à comunidade, bem como dinamizar um momento de Adoração ao Santíssimo.

CONCRETIZAÇÃO INDIVIDUAL E EM FAMÍLIA Para todas as famílias (ou então individualmente), e durante cada semana, propomos a oração do rosário (terço) ou um mistério por dia (uma dezena). Contudo, e para que seja vivido intensamente o ano jubilar do centenário das aparições de Fátima, pelo menos uma vez por semana, procuremos rezar o terço completo, meditando na aparição de Nossa Senhora conforme proposto nesta caminhada. Pede-se aos sacerdotes que possam incluir o relato da aparição no boletim paroquial semanal ou através de outro meio, para que os fiéis/famílias levem para casa.

CONCRETIZAÇÃO NO CASAL Ao longo da semana será sugerido ao casal que, em conjunto, leiam, reflitam e dialoguem sobre um pequeno excerto do CAPÍTULO IV - O AMOR NO MATRIMÓNIO da Exortação Apostólica do Papa Francisco “Amoris Laetitia” (AL). Como ajuda no diálogo entre o casal, semanalmente será apresentado, juntamente com o excerto, algumas questões orientadoras. De forma a que o casal possa aprofundar melhor o excerto apresentado, no título (a negrito) indicar-se-á, entre parêntesis, as letras AL seguido de um intervalo de números correspondentes ao número em que o referido excerto se encontra na Exortação (a Exortação está disponível no site do vaticano: http://w2.vatican.va/content/vatican/pt.html). Poderá ser organizado um dia na paróquia para que grupos de casais partilhem as reflexões aqui propostas.


ROTEIRO DA QUARESMA

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05 MARÇO I DOMINGO DA QUARESMA

12 MARÇO II DOMINGO DA QUARESMA

CONVERSÃO

ADORAÇÃO

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02 ABRIL V DOMINGO DA QUARESMA

09 ABRIL DOMINGO DE RAMOS

MISERICÓRDIA

SACRIFÍCIO


DIOCESE VIANA DO CASTELO

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19 MARÇO III DOMINGO DA QUARESMA

26 MARÇO IV DOMINGO DA QUARESMA

REPARAÇÃO

ROSÁRIO

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13 ABRIL QUINTA-FEIRA SANTA

16 ABRIL VIGÍLIA PASCAL E PÁSCOA

EUCARISTIA

ALEGRIA



I DOMINGO DA QUARESMA 05 DE MARÇO 2017

CONVERSÃO

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I DO M I N GO DO ADVE NTO 0 5 M ARÇO 2017 P. 16

CON V E R SÃO MT 4, 1-11 EVANGELHO DE NOSSO S EN HOR JESUS CRISTO S EGU N DO SÃO MATEUS

Ú “Naquele tempo, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo. Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, diz a estas pedras que se transformem em pães». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’». Então o Diabo conduziu-O à cidade santa, levou-O ao pináculo do templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo, pois está escrito: ‘Deus mandará aos seus Anjos que te recebam nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’». Respondeu-lhe Jesus: «Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». De novo o Diabo O levou consigo a um monte muito alto, mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-Lhe: «Tudo isto Te darei, se, prostrado, me adorares». Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto’». Então o Diabo deixou-O e aproximaram-se os Anjos e serviram-n'O. ” Palavra da Salvação.

“Jesus jejua dur ante quarenta dias e é tentado”

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I DO M I N GO DO ADVE NTO 0 5 M ARÇO 2017 P. 17

CON V E R SÃO

ENQUADRAM ENTO — No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à conversão. Um convite que “ouviremos muitas vezes na Quaresma, significa seguir Jesus de modo que o seu Evangelho seja guia concreta da vida; quer dizer deixar que Deus nos transforme, deixar de pensar que nós somos os únicos construtores da nossa existência; significa reconhecer que somos criaturas, que dependemos de Deus, do seu amor, e que só «perdendo» a nossa vida nele podemos ganhá-la. Isto exige que façamos as nossas escolhas à luz da Palavra de Deus.” —— Papa Francisco

O apelo à conversão é nuclear na mensagem de Fátima. Face à visão do inferno, a pequena Jacinta pergunta: «que pecados são os que essa gente faz para ir para o Inferno?» E a prima Lúcia, na inocência da sua infância, tenta uma resposta: «Não sei. Talvez o pecado de não ir à missa ao Domingo, de roubar, de dizer palavras feias, rogar pragas, jurar.» A dimensão pessoal da conversão é central na mensagem de Fátima. No entanto, o apelo à conversão feito em Fátima não se esgota na sua dimensão pessoal: ele é também convocação ao dom de si pela conversão dos outros e pela conversão dos dinamismos da história. Os sacrifícios pela conversão dos pecadores serão expressão da oferta sacrificial que os pastorinhos fazem de si mesmos em prol dos demais. A conversão é adesão ao amor de Deus. —— www.fatima.pt

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I DO M I N GO DO ADVE NTO 0 5 M ARÇO 2017 P. 18

CON V E R SÃO ATITUDE EM COM U NIDADE — Propomos que depois da Bênção Final, e antes do cântico final o sacerdote se desloque ao altar de Nossa Senhora e em comunidade façam a consagração a Nossa Senhora. Pode iniciar este momento com o seguinte texto: “A mensagem de Fátima é um veemente apelo à conversão e à penitência. O pedido repetido para que os homens não ofendam mais a Deus, a tristeza de Nossa Senhora como expressão da não indiferença diante dos pecados cometidos, o convite à oração e ao sacrifício pelos pecadores são simultaneamente denúncia do mal, apelo à conversão e afirmação categórica do amor de Deus. Como afirmava o cardeal Ratzinger, no comentário teológico ao segredo de Fátima, a «palavra-chave desta [terceira] parte do ‘segredo’ é o tríplice grito: “Penitência, Penitência, Penitência!” Perceber os sinais do tempo significa compreender a urgência da penitência, da conversão, da fé" —— Carta Pastoral da CEP: Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo

Terminar com a oração proposta para esta semana e com a Consagração a Nossa Senhora.

ORAÇÃO

EM RC

— A oração proposta pode ser rezada em família no final da recitação do mistério do rosário, no final da Eucaristia em comunidade e no final da catequese. Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

— Nesta caminhada da quaresma a proposta de trabalho será enquadrada na nossa vida, no nosso dia a dia, na nossa existência terrena, mas apontando sempre para Aquele que é a nossa luz e farol. Momento de conversão de cada um de nós, ou em silêncio no seu espaço, ou em grupo na sala de aula. Brainstorming de palavras que consideremos que nos trazem peso na caminhada e após esta partilha e reflexão cada um escreve num papel o que pretende mudar na sua vida.

CATEQUES E — Nesta primeira semana propomos a construção do primeiro mistério do terço e a leitura/meditação da primeira aparição de Nossa Senhora. (ver secção atitude individual e em família)

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I DO M I N GO DO ADVE NTO 0 5 M ARÇO 2017 P. 19

CON V E R SÃO ATITUDE IN DIVIDUAL E EM FAMÍLIA — Ao longo desta semana és convidado a rezar, individualmente ou em família, um mistério do rosário (o ideal será rezar o terço completo, pelo menos uma vez por semana) de forma a viver mais intensamente o centenário das aparições de Fátima. Propomos ainda a meditação da primeira aparição de Nossa Senhora a 13 de Maio de 1917. Nesta aparição Nossa Senhora perguntou aos pastorinhos se queriam oferecer-se a Deus “para suportar todos os sofrimentos que Ele quisesse enviar-lhes”. A entrega dos pastorinhos foi incondicional. No caso do Francisco e da Jacinta, as suas vidas foram muito curtas e com um fim bem doloroso. Já a Lúcia viveu uma longa vida de fidelidade na oferta de si mesma feita aos 10 anos.

—Não tenhais medo! Eu não vos faço mal! —De onde é Vossemecê? —lhe perguntei. —Sou do Céu. —E que é que Vossemecê me quer? —Vim para vos pedir que venhais aqui, seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez. [—Vossemecê sabe-me dizer se a guerra ainda dura muito tempo ou se acaba breve? —Não te posso dizer ainda enquanto não te disser também o que quero.] —E eu também vou para o Céu? —Sim, vais. —E a Jacinta? —Também. —E o Francisco? —Também, mas tem que rezar muitos Terços. [...] —E a Maria das Neves já está no Céu? —Sim, está. —E a Amélia? —Estará no purgatório até ao fim do mundo. [...] —Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-

-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores? —Sim, queremos! —Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto. Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos. Então por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente: —Ó Santíssima Trindade, eu vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento. Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: —Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra. —— Memórias da Irmã Lúcia

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I DO M I N GO DO ADVE NTO 0 5 M ARÇO 2017 P. 2 0

CON V E R SÃO ATITUDE EM CASAL — O NOSSO AMOR QUOTIDIANO —— AL 90 a 119

O Papa Francisco inicia o CAPÍTULO IV - O AMOR NO MATRIMÓNIO frisando que “Tudo o que foi dito não é suficiente para exprimir o Evangelho do matrimónio e da família, se não nos detivermos particularmente a falar do amor” (AL 89). Para tal, é através do Hino à Caridade (1 Cor 13, 4-7), que procura destacar algumas das caraterísticas do amor verdadeiro, incondicional, de entrega e doação (ágape), confrontando-as com as dualidades que atualmente encontramos no matrimónio: o lado belo e altruísta versus o lado individual e egoísta.

HINO À CARIDADE OU CÂNTICO DO AMOR —— escrito por São Paulo

«O amor é paciente, o amor é prestável; não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, nem guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta»

«(…) Paulo quer insistir que o amor não é apenas um sentimento, mas deve ser entendido no sentido que o verbo «amar» tem em hebraico: «fazer o bem». Como dizia Santo Inácio de Loyola, «o amor deve ser colocado mais nas obras do que nas palavras». Assim poderá mostrar toda a sua fecundidade, permitindo-nos experimentar a felicidade de dar, a nobreza e grandeza de doar-se superabundantemente, sem calcular nem reclamar pagamento, mas apenas pelo prazer de dar e servir.» —— AL 94

—— 1 Cor 13, 4-7

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I DO M I N GO DO ADVE NTO 0 5 M ARÇO 2017 P. 21

CON V E R SÃO ATITUDE EM CASAL —

ORIENTAÇÃO PAR A A REFLE X ÃO E DIÁLOGO 1. A partir da descrição do amor por São Paulo em Coríntios, o que é que mais vos interpelou ou chamou vossa atenção? Porquê? 2. Este Hino ressalta quinze caraterísticas que se manifestam na vivência do amor das nossas relações quotidianas. Entre essas caraterísticas oito são apresentadas na forma de negação: “não é invejoso”, “não é arrogante”, “nem orgulhoso”, “nada faz de inconveniente”, “não procura o seu próprio interesse”, “não se irrita”, “nem guarda ressentimento”, “não se alegra com a injustiça”. Tentem expressar, com brevidade, o conteúdo de cada caraterística apresentando expressões afirmativas ou positivas. 3. A partir da vossa experiência matrimonial e familiar, ao reverem o conjunto de caraterísticas que o Hino descreve para o desenvolvimento do amor na vida quotidiana: a. qual(ais) consideram fundamental(ais) ou mais necessária(s) na relação recíproca do casamento? Porquê? b. qual(ais) será(ão) mais difícil(eis) de realizar no dia-a-dia? Porquê? c. qual(ais) irá(ão) contracorrente de alguns aspetos culturais atuais? Por quê? d. acrescentariam mais alguma(s) caraterística(s) fundamental(ais) no crescimento do amor na vida familiar quotidiana? Qual(ais)? Porquê? 4. Para Santo Inácio de Loyola «o amor deve ser colocado mais nas obras do que nas palavras» (AL 94). Concordam? Explanem situações que isso tenha acontecido na vossa vida matrimonial e familiar. 5. Terminem com um momento de oração em conjunto: “Oração à Sagrada Família”.

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II DOMINGO DA QUARESMA 12 MARÇO 2017

ADORAÇÃO

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II DOMINGO DO ADVENTO 12 MARÇO 2017 P. 24

A DOR AÇ ÃO MT 17, 1-9 EVANGELHO DE NOSSO S EN HOR JESUS CRISTO S EGU N DO SÃO MATEUS

Ú “Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou-Se diante deles: o seu rosto ficou resplandecente como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele. Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O». Ao ouvirem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra e assustaram-se muito. Então Jesus aproximou-Se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais». Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus. Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos».” Palavra da Salvação.

“O seu rosto ficou resplandecente como o sol”

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II DOMINGO DO ADVENTO 12 MARÇO 2017 P. 2 5

A DOR AÇ ÃO

ENQUADRAM ENTO — No segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, da obediência total e radical aos planos do Pai. Jesus “tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os a um lugar à parte, sobre uma alta montanha” (Mt 17, 1). A montanha na Bíblia representa o lugar da proximidade com Deus e do encontro íntimo com Ele; o lugar da oração, onde estar na presença do Senhor. Do alto ressoa a voz do Pai que proclama Jesus como seu Filho amado, dizendo: “Escutai-o” (v. 5). Esta palavra é importante! O nosso Pai que disse a estes apóstolos, e diz também a nós: “Escutai Jesus, porque é o meu Filho amado”. Tenhamos, esta semana, esta palavra na cabeça e no coração: “Escutai Jesus!”. É como uma ajuda para seguir adiante no caminho da Quaresma. “Escutai Jesus!” —— Papa Francisco

Em Fátima, na primeira aparição, o Anjo apresenta-se com um convite à adoração a Deus. De joelhos, curvado até ao chão, convida as três crianças à adoração que transforma a fé em esperança e amor. Fátima recorda a centralidade da adoração, enquanto disposição interior que nos situa diante de Deus, mistério de graça e misericórdia. A gramática da adoração é a entrega humilde da existência nas mãos de Deus, o reconhecimento de Deus enquanto Deus e de si mesmo enquanto filho amado. E, nesse processo, purifica-se o crente, o seu olhar e o seu agir, à luz do amor com que o próprio Deus o ama. Os pastorinhos foram pródigos no espírito de adoração. Surpreende o jeito contemplativo com que o Francisco procurava o recolhimento e o silêncio para «pensar em Deus» e para o consolar. —— www.fatima.pt

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II DOMINGO DO ADVENTO 12 MARÇO 2017 P. 26

A DOR AÇ ÃO ATITUDE EM COM U NIDADE — Propomos que depois da Bênção Final, e antes do Cântico Final o sacerdote se desloque ao altar de Nossa Senhora para fazer a consagração. Pode iniciar este momento com o seguinte texto: Terminar com a oração proposta para esta semana e com a Consagração a Nossa Senhora.

O acontecimento de Fátima está desde o início centrado em Deus Trindade. O encontro com Deus é vivido pelos três pastorinhos como fonte de profunda felicidade e alegria. A oração brota, por isso, de modo espontâneo na sua intimidade, como uma disposição constante que há-de manter vivo um diálogo que transformara definitivamente as suas vidas. E, desde o princípio, sentem que a adoração é o modo de estar diante d’Aquele que está acima de todos os ídolos que pretendem seduzir os seres humanos. E por isso à Trindade Santa é dirigida uma das orações mais originárias e genuínas de Fátima: «Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente…». —— Carta Pastoral da CEP: Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo

ORAÇÃO —

CATEQUES E —

A oração proposta pode ser rezada em família no final da recitação do mistério do rosário, no final da Eucaristia em comunidade e no final da catequese.

Nesta segunda semana propomos a construção do segundo mistério do terço e a leitura/meditação da segunda aparição de Nossa Senhora (ver secção atitude individual e em família).

«Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Sacratíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores.»

EM RC — Nesta semana propomos uma atividade de reflexão sobre o tempo. Pensar no que fazemos com o nosso tempo e que tempo dedicamos nós a Deus. Maria surge para nos falar do Filho e pede para que rezemos. Em grupo fazer um cartaz com orações/ momentos que se podem dedicar durante o nosso dia a Deus e aos Outros (orações simples que passem pelo Agradecimento, pelo Pedido, pela Adoração, pela Alegria da vida que Deus nos deu).

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II DOMINGO DO ADVENTO 12 MARÇO 2017 P. 27

A DOR AÇ ÃO ATITUDE IN DIVIDUAL E EM FAMÍLIA — Ao longo desta semana és convidado a rezar, individualmente ou em família, um mistério do rosário (o ideal será rezar o terço completo, pelo menos uma vez por semana) de forma a viver mais intensamente o centenário das aparições de Fátima. Propomos ainda a meditação da segunda aparição de Nossa Senhora a 13 de Junho de 1917. Nesta segunda aparição pede que rezem e perante o sofrimento de Lúcia pela descrença dos seus nas Aparições, apresenta o Seu Imaculado Coração como refúgio seguro e caminho para Deus e termina envolvendo os Pastorinhos no reflexo daquela luz imensa que é Deus. «– Vossemecê que me quer? —perguntei. – Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o Terço e que aprendam a ler. Depois direi o que quero. Pedi a cura dum doente. – Se se converter, curar-se-á durante o ano. – Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu. – Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. [A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu trono]. – Fico cá sozinha? —perguntei, com pena. – Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus. Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.» —— Memórias da Irmã Lúcia

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II DOMINGO DO ADVENTO 12 MARÇO 2017 P. 28

A DOR AÇ ÃO ATITUDE EM CASAL — A VIDA TODA , TUDO EM COMUM (crescer na caridade conjugal) —— AL 120 a 125

«O Espírito, que o Senhor infunde, dá um coração novo e torna o homem e a mulher capazes de se amarem como Cristo nos amou. O amor conjugal atinge assim aquela plenitude para a qual está interiormente ordenado: a caridade conjugal». —— AL 120

«Depois do amor que nos une a Deus, o amor conjugal é a «amizade maior». É uma união que tem todas as caraterísticas duma boa amizade: busca do bem do outro, reciprocidade, intimidade, ternura, estabilidade e uma semelhança entre os amigos que se vai construindo com a vida partilhada. O matrimónio, porém, acrescenta a tudo isso uma exclusividade indissolúvel, que se expressa no projeto estável de partilhar e construir juntos toda a existência. —— AL 123

«Um amor frágil ou enfermiço, incapaz de aceitar o matrimónio como um desafio que exige lutar, renascer, reinventar-se e recomeçar sempre de novo até à morte, não pode sustentar um nível alto de compromisso. (…) Mas «prometer um amor que dure para sempre é possível, quando se descobre um desígnio maior que os próprios projetos, que nos sustenta e permite doar o futuro inteiro à pessoa amada». Para que este amor possa atravessar todas as provações e manter-se fiel contra tudo, requer-se o dom da graça que o fortalece e eleva. Como dizia São Roberto Belarmino, «o facto de um só se unir com uma só num vínculo indissolúvel, de modo que não possam separar-se, sejam quais forem as dificuldades, e mesmo quando se perdeu a esperança da prole, isto não pode acontecer sem um grande mistério».» —— AL 124

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II DOMINGO DO ADVENTO 12 MARÇO 2017 P. 29

A DOR AÇ ÃO ATITUDE EM CASAL —

ORIENTAÇÃO PAR A A REFLE X ÃO E DIÁLOGO 1. Que valor/sentido prático dão na vossa vida cristã ao seguinte excerto: «O matrimónio é um sinal precioso, porque, «quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do matrimónio, Deus, por assim dizer, “espelha-Se” neles, imprime neles as suas caraterísticas e o caráter indelével do seu amor. O matrimónio é o ícone do amor de Deus por nós.» (AL 121) 2. «Sejamos sinceros na leitura dos sinais da realidade: quem está enamorado não projeta que essa relação possa ser apenas por um certo tempo; quem vive intensamente a alegria de se casar não está a pensar em algo de passageiro; aqueles que acompanham a celebração duma união cheia de amor, embora frágil, esperam que possa perdurar no tempo; os filhos querem não só que os seus pais se amem, mas também que sejam fiéis e permaneçam sempre juntos. Estes e outros sinais mostram que, na própria natureza do amor conjugal, existe a abertura ao definitivo» (AL 123). a. Como interpretam, pessoalmente, o conteúdo destas afirmações? b. Como são compreendidas e valorizadas no nosso ambiente social? Porquê? 3. Citando S. Tomás de Aquino, o Papa refere que «Depois do amor que nos une a Deus, o amor conjugal é a "amizade maior"» (AL 123). Reflitam sobre um casal que conheçam cujos membros sejam verdadeiramente amigos, descrevendo o que para tal neles apreciam. 4. Qual é a vossa opinião face à argumentação do Papa Francisco pela «exclusividade indissolúvel» no matrimónio (AL 123-124)? 5. Terminem com um momento de oração em conjunto: “Oração à Sagrada Família”.

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III DOMINGO DA QUARESMA 19 MARÇO 2017

REPARAÇÃO

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III DOMINGO DO ADVENTO 19 MARÇO 2017 P. 32

R E PA R AÇ ÃO JO 4, 5 - 42 EVANGELHO DE NOSSO S EN HOR JESUS CRISTO S EGU N DO SÃO JOÃO

Ú “Naquele tempo, chegou Jesus a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, junto da propriedade que Jacob tinha dado a seu filho José, onde estava o poço de Jacob. Jesus, cansado da caminhada, sentou-Se à beira do poço. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria para tirar água. Disse-lhe Jesus: «Dá-Me de beber». Os discípulos tinham ido à cidade comprar alimentos. Respondeu-Lhe a samaritana: «Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber, sendo eu samaritana?». De facto, os judeus não se dão com os samaritanos. Disse-lhe Jesus: «Se conhecesses o dom de Deus e quem é Aquele que te diz: ‘Dá-Me de beber’, tu é que Lhe pedirias e Ele te daria água viva». Respondeu-Lhe a mulher: «Senhor, Tu nem sequer tens um balde e o poço é fundo: donde Te vem a água viva? Serás Tu maior do que o nosso pai Jacob, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu, com os seus filhos e os seus rebanhos?». Disse-lhe Jesus: «Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede. Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente que jorra para a vida eterna». «Senhor, — suplicou a mulher — dá-me dessa água, para que eu não sinta

mais sede e não tenha de vir aqui buscá-la. Vejo que és profeta. Os nossos pais adoraram neste monte e vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar». Disse-lhe Jesus: «Mulher, acredita em Mim: Vai chegar a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vai chegar a hora —e já chegou —em que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são esses os adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito e os seus adoradores devem adorá-l’O em espírito e verdade». Disse-Lhe a mulher: «Eu sei que há-de vir o Messias, isto é, Aquele que chamam Cristo. Quando vier há-de anunciar-nos todas as coisas». Respondeu-lhe Jesus: «Sou Eu, que estou a falar contigo». Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus, por causa da palavra da mulher. Quando os samaritanos vieram ao encontro de Jesus, pediram-Lhe que ficasse com eles. E ficou lá dois dias. Ao ouvi-l’O, muitos acreditaram e diziam à mulher: «Já não é por causa das tuas palavras que acreditamos. Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é realmente o Salvador do mundo».” Palavra da Salvação.

“Fonte da água que jorr a par a a vida eterna”

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III DOMINGO DO ADVENTO 19 MARÇO 2017 P. 33

R E PA R AÇ ÃO ENQUADRAM ENTO — A Palavra de Deus deste domingo afirma, essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita. “O encontro com Jesus transforma a samaritana numa missionária. Tendo recebido um dom maior e mais importante do que a água do poço, a mulher deixa lá o seu cântaro (cf. Jo 4, 28) e corre a contar aos seus compatriotas que encontrou o Messias (cf. Jo 4, 29). O encontro com Ele restituiu-lhe o significado e a alegria de viver, e a mulher sente o desejo de comunicá-lo”. —— Papa Francisco

É insistente o pedido de reparação no acontecimento de Fátima. O Anjo convida ao sacrifício e à oração «em ato de reparação pelos pecados com que [Deus] é ofendido». Também a Senhora do Rosário desafia ao dom de si «em ato de reparação pelos pecados com que Deus é ofendido». Em junho, as três crianças veem na «luz imensa» que a Senhora lhes comunica um coração, que elas compreendem ser o «Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação». A devoção dos primeiros sábados será, na aparição de julho, indicada como um meio de reparação. Os pastorinhos, e em particular o Francisco, deixam-se surpreender por esta tristeza de Deus, esse mesmo Deus que os enche de alegria. É a tristeza de quem ama infinitamente e vê aqueles que ele ama perdidos no desamor. Aquele que se sabe amado incondicionalmente por Deus compreende o sofrimento de Deus por todos quantos se perdem do seu abraço com a marca do pecado. E o desejo de consolar a Deus surge como vocação. Como o expressa o Francisco: «Deus está tão triste, por causa de tantos pecados». «Se eu fosse capaz de lhe dar alegria». A reparação não é nada mais nem nada menos do que um ato de amor. Assim o vive o Francisco, o consolador de Deus: não como uma imposição, mas como um ato livre de amor de quem quer alegrar aquele que ama e por quem se sente infinitamente amado. —— www.fatima.pt

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III DOMINGO DO ADVENTO 19 MARÇO 2017 P. 34

R E PA R AÇ ÃO ATITUDE EM COM U NIDADE — Propomos que depois da Bênção Final, e antes do Cântico Final o sacerdote se desloque ao altar de Nossa Senhora para fazer a consagração. Pode iniciar este momento com o seguinte texto: A partir da experiência tão íntima com Deus e da confiança que a Senhora lhes comunica, os pastorinhos dão testemunho do triunfo do Amor que abraça a criação inteira e que transparece no Coração Imaculado de Maria. Precisamente sob o pano de fundo da visão do inferno, as palavras da Senhora ganham relevo: «Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará», em última análise, o triunfo do amor de Deus que se revelou à humanidade. Deste modo, a mensagem de Fátima converte-se num hino de esperança. Como disse o cardeal Ratzinger, a Virgem Maria não provoca medo nem faz previsões apocalíticas, mas conduz ao Filho, ao essencial da revelação cristã. Repetiu-o como papa: a mensagem de Fátima, condensada na promessa da Senhora, é «como uma janela de esperança que Deus abre quando o homem lhe fecha a porta». —— Carta Pastoral da CEP: Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo

Terminar com a oração proposta para esta semana e com a Consagração a Nossa Senhora.

ORAÇÃO — A oração proposta pode ser rezada em família no final da recitação do mistério do rosário, no final da Eucaristia em comunidade e no final da catequese. Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria! Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as almas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem.

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III DOMINGO DO ADVENTO 19 MARÇO 2017 P. 3 5

R E PA R AÇ ÃO CATEQUES E — Nesta terceira semana propomos a construção do terceiro mistério do terço e a leitura/meditação da terceira aparição de Nossa Senhora (ver secção atitude individual e em família).

EM RC — Durante esta semana vamos nos dispor a reparar as nossas falhas. Em casa mudar o comportamento para promover a felicidade em família. Na escola enviar, de forma anónima, ou não, um bilhete a pedir desculpa a alguém que eu ache que em algum momento possa ter magoado. Quem tiver possibilidade e estiver próximo de um lar de terceira idade, ou tenha vizinhos de idade que vivam sós, poderá fazer uma visita e dedicar tempo e atenção àqueles que tanto necessitam e que neste tempo tantas vezes são esquecidos e vivem uma solidão desoladora.

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III DOMINGO DO ADVENTO 19 MARÇO 2017 P. 36

R E PA R AÇ ÃO ATITUDE IN DIVIDUAL E EM FAMÍLIA — Ao longo desta semana és convidado a rezar, individualmente ou em família, um mistério do rosário (o ideal será rezar o terço completo, pelo menos uma vez por semana) de forma a viver mais intensamente o centenário das aparições de Fátima. Propomos ainda a meditação da terceira aparição de Nossa Senhora a 13 de Julho de 1917. A Aparição de 13 de julho é um apelo profundo a ver no «sacrifício» o amor pelos outros, sobretudo pelos que mais pecam. Nossa Senhora ajuda-nos a perceber a gravidade do pecado e a necessidade imensa de conversão. Quanto mais longe os homens estão do amor de Deus, mais se aproximam do inferno: estão a «ir para o inferno». Este não é um sítio, um espaço físico, mas um estado de alma, uma situação dramática de desgraça humana: quanto mais a pessoa se desumaniza, tanto mais caminha para o inferno. «—Vossemecê que me quer? —Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o Terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer. —Queria pedir-lhe para nos dizer Quem é, para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece. —Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi quem sou, o que quero, e farei um milagre que todos hão-de ver, para acreditar. [—Tenho aqui um pedido se Vossemecê converte uma mulher do Pedrógão e uma da Fátima e se melhora um menino da Moita. Ela disse que os convertia e melhorava

entre um ano.] —Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial quando fizerdes alguns sacrifícios: "Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria". Ao dizer estas últimas palavras, abriu de novo as mãos, como nos dois meses passados. O ref lexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um grande mar de fogo. Mergulhados em esse fogo, os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas em os grandes [incêndios], sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor (deveu ser ao deparar-me com esta vista que dei esse ai! que dizem ter-me ouvido). Os demónios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa. Assustados e como que a pedir socorro, levantámos a vista para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza: —Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada

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III DOMINGO DO ADVENTO 19 MARÇO 2017 P. 37

R E PA R AÇ ÃO por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da Fé. {Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: "Penitência, Penitência, Penitência!" E vimos numa luz imensa que é Deus algo semelhante a como se vêem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante um Bispo vestido de Branco; tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre. Vários outros Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo,

com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de várias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.} Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo. Quando rezais o Terço, dizei depois de cada mistério: "Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem". Seguiu-se um instante de silêncio e perguntei: —Vossemecê não me quer mais nada? —Não. Hoje não te quero mais nada.» —— Memórias da Irmã Lúcia.

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III DOMINGO DO ADVENTO 19 MARÇO 2017 P. 38

R E PA R AÇ ÃO ATITUDE EM CASAL — ALEGRIA E BELEZ A . CASAR-SE POR AMOR (crescer na caridade conjugal) —— AL 126 a 132

«No matrimónio, convém cuidar a alegria do amor. (…) A alegria matrimonial, que se pode viver mesmo no meio do sofrimento, implica aceitar que o matrimónio é uma combinação necessária de alegrias e fadigas, de tensões e repouso, de sofrimentos e libertações, de satisfações e buscas, de aborrecimentos e prazeres, sempre no caminho da amizade que impele os esposos a cuidarem um do outro: «prestam-se recíproca ajuda e serviço».»

«A alegria deste amor contemplativo deve ser cultivada. Uma vez que somos feitos para amar, sabemos que não há maior alegria do que partilhar um bem: «Dá e recebe, e alegra a tua vida» (Sir 14, 16). As alegrias mais intensas da vida surgem, quando se pode provocar a felicidade dos outros, numa antecipação do Céu.» —— AL 129

«O amor de amizade chama-se «caridade», quando capta e aprecia o «valor sublime» que tem o outro. A beleza — o «valor sublime» do outro, que não coincide com os seus atrativos físicos ou psicológicos — permite-nos saborear o caráter sagrado da pessoa, sem a imperiosa necessidade de a possuir. (…) a ternura é uma manifestação deste amor que se liberta do desejo da posse egoísta. Leva-nos a vibrar à vista duma pessoa, com imenso respeito e um certo receio de lhe causar dano ou tirar a sua liberdade. O amor (…) implica este gosto de contemplar e apreciar o que é belo e sagrado do seu ser pessoal, que existe para além das minhas necessidades.»

«Semelhante opção pelo matrimónio expressa a decisão real e efetiva de transformar dois caminhos num só, aconteça o que acontecer e contra todo e qualquer desafio. (…) A recusa de assumir um tal compromisso é egoísta, interesseira, mesquinha; não consegue reconhecer os direitos do outro e não chega jamais a apresentá-lo à sociedade como digno de ser amado incondicionalmente. (…) O amor concretizado num matrimónio contraído diante dos outros, com todas as obrigações decorrentes dessa institucionalização, é manifestação e protecção dum «sim» que se dá sem reservas nem restrições. Este sim significa dizer ao outro que poderá sempre confiar, não será abandonado, se perder atrativo, se tiver dificuldades ou se se apresentarem novas possibilidades de prazer ou de interesses egoístas.

—— AL 127

—— AL 132

—— AL 126

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III DOMINGO DO ADVENTO 19 MARÇO 2017 P. 39

R E PA R AÇ ÃO ATITUDE EM CASAL —

ORIENTAÇÃO PAR A A REFLE X ÃO E DIÁLOGO — 1. «No matrimónio, convém cuidar a alegria do amor». (AL 126) «As alegrias mais intensas da vida surgem, quando se pode provocar a felicidade dos outros» (AL 129). A partir destas afirmações, expressem qual(quais) foi(foram) a(s) maior(es) alegria(s) experimentada(s) na vossa vida matrimonial e familiar. 2. «Há mais felicidade em dar do que em receber» (Act 20, 35). Na Nota Pastoral 2013-2014 do nosso Bispo "Há mais felicidade em dar(-se)", no ponto 12, ele expõe: «É uma felicidade sentida já no momento em que damos e nos damos. Daí a exortação de S. Paulo: Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, porque Deus ama «aquele que dá com alegria (2 Cor 9, 7, citando Prov 22, 8)». Como interpretas estas afirmações à luz da vossa vida matrimonial e familiar? 3. Optar pelo matrimónio «expressa a decisão real e efetiva de transformar dois caminhos num só, aconteça o que acontecer e contra todo e qualquer desafio» (AL 132). Partindo da vossa experiência: a. O que é o mais importante para este caminho conjunto? b. Quais as principais dificuldades e as ajudas mais valiosas? 4. Terminem com um momento de oração em conjunto: “Oração à Sagrada Família”.

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IV DOMINGO DA QUARESMA 26 MARÇO 2017

ROSÁRIO

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IV DOMINGO DA QUARES MA 26 MARÇO 2017 P. 42

RO SÁ R IO JO 9, 1- 41 (FORMA LONGA) EVANGELHO DE NOSSO S EN HOR JESUS CRISTO S EGU N DO SÃO JOÃO

Ú Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nascença. Cuspiu em terra, fez com a saliva um pouco de lodo e ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai lavar-te à piscina de Siloé»; Siloé quer dizer «Enviado». Ele foi, lavou-se e começou a ver. Entretanto, perguntavam os vizinhos e os que o viam a mendigar: «Não é este o que costumava estar sentado a pedir esmola?». Uns diziam: «É ele». Outros afirmavam: «Não é. É parecido com ele». Mas ele próprio dizia: «Sou eu». Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. Era sábado esse dia em que Jesus fizera lodo e lhe tinha aberto os olhos. Por isso, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a vista. Ele declarou-lhes: «Jesus pôs-me lodo nos olhos; depois fui lavar-me e agora vejo». Diziam alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado». Outros observavam: «Como pode um pecador fazer tais milagres?». E havia desacordo entre eles. Perguntaram então novamente ao cego: «Tu que dizes d’Aquele que te deu a vista?». O homem respondeu: «É um profeta». Replicaram-lhe então eles: «Tu nasceste inteiramente em pecado e pretendes ensinar-nos?». E expulsaram-no. Jesus soube que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: «Tu acreditas no Filho do homem?». Ele respondeu-Lhe: «Quem é, Senhor, para que eu acredite n'Ele?». Disse-lhe Jesus: «Já O viste: é quem está a falar contigo». O homem prostrou-se diante de Jesus e exclamou: «Eu creio, Senhor». Palavra da Salvação.

“Eu fui, lavei-me e comecei a ver.”

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IV DOMINGO DO ADVENTO 26 MARÇO 2017 P. 43

RO SÁ R IO ENQUADRAM ENTO — As leituras deste Domingo propõem-nos o tema da “luz”. O Evangelho apresenta-nos o episódio do homem cego de nascença, a quem Jesus confere a vista. No final, o cego curado chega à fé, a maior graça que lhe é concedida por Jesus: não apenas de ver, mas de O conhecer, de O ver como «a luz do mundo» (Jo 9, 5). “Às vezes a nossa vida é semelhante à existência do cego que se abriu à luz, que se abriu a Deus, que se abriu à sua graça. Por vezes, infelizmente, é um pouco como a vida dos doutores da lei: do alto do nosso orgulho julgamos os outros, e até o próprio Senhor! Hoje, somos convidados a abrir-nos à luz de Cristo para dar fruto na nossa vida, para eliminar os comportamentos que não são cristãos. Devemos arrepender-nos disto, eliminar estes comportamentos para caminhar decididamente pela vereda da santidade” —— Papa Francisco

E para ver O ver como “a luz do mundo”, a Senhora do Rosário não se cansará de pedir aos pastorinhos que «rezem o terço todos os dias». A razão da insistência nesta oração aponta para o núcleo da mensagem de Fátima que é evocado precisamente nas contas dos mistérios do rosário: Fátima recorda o rosto bíblico de um Deus com entranhas de misericórdia (Jer 4,19) que vem ao encontro do homem, sedento de o resgatar para a alegria plena; assim também a oração do rosário nos centra nessa promessa definitiva do triunfo da misericórdia que a vida de Cristo, evocada nos mistérios do terço, veio inaugurar. Pedido em todas as aparições de Nossa Senhora, o terço é a oração aprendida na escola de Maria. Educa-nos na humildade da fé, ao estilo dessa mulher única que, com o seu fiat, fez da sua vida dom, e que conservava cada gesto, cada palavra de Jesus, «ponderando-as no seu coração» (Lc 2,19). Meditar os mistérios da vida de Cristo, ao jeito de Maria, é deixar-se moldar pela presença de Deus, tal como ela o fez. —— www.fatima.pt

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IV DOMINGO DA QUARES MA 26 MARÇO 2017 P. 44

RO SÁ R IO ATITUDE EM COM U NIDADE — Propomos que depois da Bênção Final, e antes do Cântico Final o sacerdote se desloque ao altar de Nossa Senhora para fazer a consagração. Pode iniciar este momento com o seguinte texto: Terminar com a oração proposta para esta semana e com a Consagração a Nossa Senhora.

A mensagem de Fátima inspira a Igreja a encontrar e a aprofundar os traços do seu rosto mariano. Acolhendo esta interpelação, a Igreja, sacramento universal da salvação, é levada a acolher com Maria e como ela a missão que procede de Deus, a seguir Jesus como discípula fiel e crente, a ser sensível às necessidades dos próximos e aos clamores dos distantes, a estar disposta a permanecer junto à cruz, a assumir o peso da incompreensão e da perseguição, a irradiar a glória e as primícias da ressurreição, a ser “hospital de campanha” que sai ao encontro dos feridos e não “alfândega” que fecha as portas. A Igreja, que encontra consolação e força no coração maternal de Maria, atuará, assim, como mãe dos batizados e oferecerá cuidado maternal aos que a veem de fora, qualquer que seja a distância a que se encontrem. E não nos podemos esquecer o constante apelo de Nossa Senhora aos pastorinhos: rezai, rezai muito. —— Carta Pastoral da CEP: Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo

CATEQUES E —

EM RC —

Nesta quarta semana propomos a construção do quarto mistério do terço e a leitura/meditação da quarta aparição de Nossa Senhora (ver secção atitude individual e em família).

Nesta quarta semana a tarefa será a de desmistificar a ideia de Abstinência praticada durante as sextas feiras que antecedem a Páscoa. Trabalhar a questão de que nestes dias não é deixar de comer carne e comer peixe, mas fazer um sacrifício. Comprometer-se em ajudar alguém; abster-se de algo que goste muito e lhe dê prazer; fazer refeições simples e pobres, pensando naqueles que neste tempo de crise passam tantas dificuldades. Este sacrifício também pode passar por ajudar alguém próximo que necessite de ajuda, recolhendo para tal bens alimentares, roupas, e outros bens.

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IV DOMINGO DO ADVENTO 26 MARÇO 2017 P. 45

RO SÁ R IO ATITUDE IN DIVIDUAL E EM FAMÍLIA — Ao longo desta semana és convidado a rezar, individualmente ou em família, um mistério do rosário (o ideal será rezar o terço completo, pelo menos uma vez por semana) de forma a viver mais intensamente o centenário das aparições de Fátima. Propomos ainda a meditação da quarta aparição de Nossa Senhora a 19 de Agosto de 1917. Mais uma vez, Nossa Senhora pede aos pastorinhos a perseverança em irem ao mesmo lugar e em rezarem o terço. A fé é feita também de perseverança e de ritos, que nos fazem cair na conta da presença do divino na nossa vida. «—Que é que Vossemecê me quer? —Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o Terço todos os dias. No último mês, farei o milagre para que todos acreditem. [Se não tivessem abalado contigo para a Aldeia seria o Milagre mais conhecido; havia de vir São José com o Menino Jesus para dar a paz ao mundo e havia de vir Nosso Senhor benzer o povo, vinha Nossa Senhora do Rosário com um Anjo de cada lado e Nossa Senhora com um arco de flores à roda.] —Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria? —Façam dois andores: um leva-lo tu com a Jacinta e outras duas meninas, vestidas de branco; o outro leva-o o Francisco com três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão-de mandar fazer. —Queria pedir-lhe a cura dalguns doentes. —Sim, alguns curarei durante o ano. E tomando um aspeto mais triste: —Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.» —— Memórias da Irmã Lúcia.

ORAÇÃO — A oração proposta pode ser rezada em família no final da recitação do mistério do rosário, no final da Eucaristia em comunidade e no final da catequese. Oração pela canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e agradeço-Vos as aparições da Santíssima Virgem em Fátima. Pelos méritos infinitos do Santíssimo Coração de Jesus e por intercessão do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos que, se for para Vossa maior glória e bem das nossas almas, Vos digneis glorificar diante de toda a Igreja os bem-aventurados Francisco e Jacinta, concedendo-nos, por sua intercessão, a graça que Vos pedimos. Ámen. Pai-Nosso. Ave-Maria. Glória.

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IV DOMINGO DA QUARES MA 26 MARÇO 2017 P. 46

RO SÁ R IO ATITUDE EM CASAL — O AMOR QUE SE MANIFESTA E CRESCE (crescer na caridade conjugal) —— AL 133 a 135

«O amor de amizade unifica todos os aspetos da vida matrimonial e ajuda os membros da família a avançarem em todas as suas fases. Por isso, os gestos que exprimem este amor devem ser constantemente cultivados, sem mesquinhez, cheios de palavras generosas. Na família, «é necessário usar três palavras: “com licença”, “obrigado”, “desculpa”. Três palavras-chave». «Quando numa família [são usadas estas três palavras-chave] (…) nessa família existe paz e alegria». Não sejamos mesquinhos no uso destas palavras, (…), porque «pesam certos silêncios, às vezes mesmo em família, entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos». (…), as palavras adequadas, ditas no momento certo, protegem e alimentam o amor dia após dia.» —— AL 133

«Não fazem bem certas fantasias sobre um amor idílico e perfeito, privando-o assim de todo o estímulo para crescer. Uma ideia celestial do amor terreno esquece que o melhor ainda não foi alcançado, o vinho sazonado com o tempo. Como recordaram os bispos do Chile, «não existem as famílias perfeitas que a publicidade falaciosa e consumista nos propõe. Nelas, não passam os anos, não existe a doença, a tribulação nem a morte. (...) A publicidade consumista mostra uma realidade ilusória que não tem nada a ver com a realidade que devem enfrentar no dia-a-dia os pais e as mães de família». É mais saudável aceitar com realismo os limites, os desafios e as imperfeições, e dar ouvidos ao apelo para crescer juntos, fazer amadurecer o amor e cultivar a solidez da união, suceda o que suceder.» —— AL 135

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IV DOMINGO DO ADVENTO 26 MARÇO 2017 P. 47

RO SÁ R IO ATITUDE EM CASAL —

ORIENTAÇÃO PAR A A REFLE X ÃO E DIÁLOGO 1. Diz-nos o Papa: «é necessário usar três palavras: “com licença”, “obrigado”, “desculpa”. Três palavras-chave». (AL 133). a. Com que frequência são elas utilizadas na vossa vida matrimonial e familiar? b. O que vos parece quanto ao uso ou não destas palavras na vossa relação? De que forma são importantes? 2. No início do CAPÍTULO IV - O AMOR NO MATRIMÓNIO o Papa assinala que tornamo-nos impacientes «quando exigimos que as relações sejam idílicas, ou que as pessoas sejam perfeitas, ou quando nos colocamos no centro esperando que se cumpra unicamente a nossa vontade» (AL 92) e reforça-o agora ao dizer que «Não fazem bem certas fantasias sobre um amor idílico e perfeito, privando-o assim de todo o estímulo para crescer.» Esta também é a vossa experiência / opinião? Porquê? 3. Terminem com um momento de oração em conjunto: “Oração à Sagrada Família”.

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V DOMINGO DA QUARESMA 02 ABRIL 2017

MISERICORDIA

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M I SE R ICÓR DI A JO 11, 1- 45 EVANGELHO DE NOSSO S EN HOR JESUS CRISTO S EGU N DO SÃO JOÃO

Ú Naquele tempo, as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: «Senhor, o teu amigo está doente». Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho do homem». Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de Lázaro. Entretanto, depois de ouvir dizer que ele estava doente, ficou ainda dois dias no local onde Se encontrava.

Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo para a Judeia». Ao chegar lá, Jesus encontrou o amigo sepultado havia quatro dias. Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá. Acreditas nisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo». Jesus comoveu-Se profundamente e perturbou-Se. Depois perguntou: «Onde o pu­sestes?». Responderam-Lhe: «Vem ver, Senhor». E Jesus chorou. Diziam então os judeus: «Vede como era seu amigo». Mas alguns deles observaram:

«Então Ele, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não morresse?». Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada. Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias». Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?». Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste». Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora». O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir». Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele. Palavra da Salvação.

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M I SE R ICÓR DI A ENQUADRAM ENTO — "O gesto de Jesus que ressuscita Lázaro mostra até onde pode chegar a força da Graça de Deus e também até onde pode chegar a nossa conversão, a nossa mudança. Não há limite algum para a misericórdia divina oferecida a todos! O Senhor está sempre pronto para levantar a pedra do túmulo dos nossos pecados, que nos separa Dele, a luz dos vivos” —— Papa Francisco

A compaixão também faz-se acontecimento em Fátima. A epifania que ali se dá brota do olhar compassivo de um Deus contristado com o drama da história dos homens, com os seus sofrimentos e desencontros, com as suas trincheiras e egoísmos. Fátima irrompe, no início do século XX, como eco do evangelho, da boa notícia da misericórdia, palavra transformadora da história, testemunho profético de um outro jeito de ser, revelação da compaixão de Deus pela humanidade sofrida. Já o Anjo evocara este «coração misericordioso que das alturas nos visita como sol nascente» ao afirmar que «os Corações de Jesus e de Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia». A fechar o acontecimento — Fátima, estão as duas palavras que ilustram a visão de Tuy — «Graça e Misericórdia» — e que servem de pórtico de entrada no mistério trinitário de Deus, no mistério de Deus-comunhão-de-amor que vem ao encontro do drama sofrido da história dos homens. Num mundo sedento de vida plena, mas desencontrado da sua nascente e apostado em construir «cisternas para si, cisternas rotas, que não podem conter as águas» (Jer 2,13), é a própria nascente que vai ao encontro de quem tem sede. Porque o Reino de Deus faz-se da proximidade de um pastor que deixa tudo à procura da ovelha perdida (Lc 15,3-7). —— www.fatima.pt

“Eu sou a ressurreição e a vida.”

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M I SE R ICÓR DI A ATITUDE EM COM U NIDADE —

ORAÇÃO —

Propomos que depois da Bênção Final, e antes do Cântico Final o sacerdote se desloque ao altar de Nossa Senhora para fazer a consagração. Pode iniciar este momento com o seguinte texto:

A oração proposta pode ser rezada em família no final da recitação do mistério do rosário, no final da Eucaristia em comunidade e no final da catequese.

A partir do seu estado glorioso, Maria mostra, nas suas aparições, o significado sempre permanente da Páscoa, o constante triunfo da graça e da misericórdia. Deste modo, na Virgem Maria, no seu coração materno, transparece a vontade misericordiosa de um Deus Trindade que não é indiferente à situação das suas criaturas, que não abandona o pecador na sua culpa, que não esquece os desgraçados no seu sofrimento, que não ignora as vítimas e os excluídos, que sempre oferece o seu perdão e a sua consolação, que abre sempre a porta da esperança, quando os seres humanos se fecham no seu egoísmo ou na sua inconsciência. —— Carta Pastoral da CEP: Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo

Oração pela beatificação da Serva de Deus Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e Vos agradeço as aparições da Santíssima Virgem em Fátima para manifestar ao mundo as riquezas do seu Coração Imaculado. Pelos méritos infinitos do Santíssimo Coração de Jesus e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos que, se for para vossa maior glória e bem das nossas almas, Vos digneis glorificar, diante da Santa Igreja, a Irmã Lúcia, pastorinha de Fátima, concedendo-nos, por sua intercessão, a graça que Vos pedimos. Ámen. Pai-Nosso. Avé-Maria. Glória.

Terminar com a oração proposta para esta semana e com a Consagração a Nossa Senhora.

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M I SE R ICÓR DI A CATEQUES E —

ATITUDE IN DIVIDUAL E EM FAMÍLIA —

Nesta quinta semana propomos a construção do quinto mistério do terço e a leitura/meditação da quinta aparição de Nossa Senhora (ver secção atitude individual e em família).

Ao longo desta semana és convidado a rezar, individualmente ou em família, um mistério do rosário (o ideal será rezar o terço completo, pelo menos uma vez por semana) de forma a viver mais intensamente o centenário das aparições de Fátima. Propomos ainda a meditação da quinta aparição de Nossa Senhora a 13 de Setembro de 1917. Nesta aparição Nossa Senhora pede aos pastorinhos que continuem a rezar e revela-lhes que Deus está contente com os seus sacrifícios.

EM RC — Nesta quinta semana refletir sobre o desígnio de Deus que é a comunicação de uma vida que ultrapassa definitivamente a vida biológica: é a vida definitiva que supera a morte. Ver na Morte e Ressurreição de Jesus o seu plano de Salvação e a sua grande Misericórdia. Para entender melhor o sofrimento, a dor, a morte é necessário ver de perto algumas dessas situações. Para tal, propõe-se juntar um pequeno grupo de alunos e fazer uma visita a um hospital. Conviver e partilhar momentos com quem sofre e sentir com esta experiência a Misericórdia de Deus. Ver que ali não está o fim, mas um plano de passagem para uma vida na eternidade.

«—Continuem a rezar o Terço a Nossa Senhora do Rosário, todos os dias, [que abrande ela a guerra] para alcançarem o fim da guerra, [que a guerra está para acabar]. Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, S. José com o Menino Jesus para abençoarem o Mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia. —Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas: a cura de alguns doentes, dum surdo-mudo. —Alguns curarei, outros não, [porque Nosso Senhor não quer crer neles]. Em Outubro farei o milagre para que todos acreditem. [—O povo muito gostava aqui duma capelinha. —[De] metade do dinheiro que juntaram até hoje façam dois andores e dêem-nos à Senhora do Rosário; a outra metade seja para ajuda da capelinha. Ofereci-lhe duas cartas e um vidro com água-de-cheiro. —Deram-me isto, se Vossemecê os quer. —Isso não é conveniente lá para o Céu.]» —— Memórias da Irmã Lúcia.

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M I SE R ICÓR DI A ATITUDE EM CASAL — O DIÁLOGO (crescer na caridade conjugal) —— AL 136 a 141

«O diálogo é uma modalidade privilegiada e indispensável para viver, exprimir e maturar o amor na vida matrimonial e familiar. Mas requer uma longa e diligente aprendizagem. Homens e mulheres, adultos e jovens têm maneiras diversas de comunicar, usam linguagens diferentes, regem-se por códigos distintos. O modo de perguntar, a forma de responder, o tom usado, o momento escolhido e muitos outros fatores podem condicionar a comunicação. Além disso, é sempre necessário cultivar algumas atitudes que são expressão de amor e tornam possível o diálogo autêntico». —— AL 136

«Reservar tempo, tempo de qualidade, que permita escutar, com paciência e atenção, até que o outro tenha manifestado tudo o que precisava de comunicar. (…) Em vez de começar a dar opiniões ou conselhos, é preciso assegurar-se de ter escutado tudo o que o outro tem necessidade de dizer. Isto implica fazer silêncio interior, para escutar sem ruídos no coração e na mente: despojar-se das pressas, pôr de lado as próprias necessidades e urgências, dar espaço. Muitas vezes um dos cônjuges não precisa duma solução para os seus problemas, mas de ser ouvido. Tem de sentir que se apreendeu a sua mágoa, a sua desilusão, o seu medo, a sua ira, a sua esperança, o seu sonho.» —— AL 137

«Ter gestos de solicitude pelo outro e demonstrações de carinho. O amor supera as piores barreiras. Quando se pode amar alguém ou quando nos sentimos amados por essa pessoa, conseguimos entender melhor o que ela quer exprimir e fazer-nos compreender. É preciso superar a fragilidade que nos leva a temer o outro como se fosse um «concorrente». É muito importante fundar a própria segurança em opções profundas, convicções e valores, e não no desejo de ganhar uma discussão ou no facto de nos darem razão.» —— AL 140

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M I SE R ICÓR DI A ATITUDE EM CASAL —

ORIENTAÇÃO PAR A A REFLE X ÃO E DIÁLOGO — 1. O Papa Francisco dá especial atenção à questão do diálogo na família, e começa por dizer que «O diálogo é uma modalidade privilegiada e indispensável para viver, exprimir e maturar o amor na vida matrimonial e familiar» (AL 136). Como qualificas esta afirmação na vossa vida matrimonial e familiar? 2. A partir dos excertos apresentados tentem recolher e classificar as principais observações e sugestões que deles retiram sobre o diálogo e a forma de encorajar o mesmo na família (AL 136 a 141) 3. Para que na vida matrimonial e familiar exista uma comunicação pessoal / familiar de qualidade, o que será mais importante desenvolver? Terminem com um momento de oração em conjunto: “Oração à Sagrada Família”.

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DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR 9 ABRIL 2017

SACRIFÍCIO

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIX ÃO DO S EN HOR 9 ABRIL 2017 P. 58

SAC R I F ÍCIO MT 26, 14 -27, 66 EVANGELHO DE NOSSO S EN HOR JESUS CRISTO S EGU N DO SÃO MATEUS

Ú Naquele tempo, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes: RESPOSTARESPOSTASPOSTA «Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?» NARRADOR Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. E a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para O entregar. No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: RESPOSTAESPOSTA «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?» NARRADOR Ele respondeu: JESUS «Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo. É em tua casa que eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos’». NARRADOR Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado, e prepararam a Páscoa. NARRADOR Ao cair da noite, sentou-Se à mesa com os Doze. Enquanto comiam, declarou: JESUS «Em verdade vos digo: Um de vós há-de entregar-Me». NARRADOR Profundamente entristecidos, começou cada um a perguntar-Lhe: RESPOSTAESPOSTA «Serei eu, Senhor?» NARRADOR Jesus respondeu: JESUS «Aquele que meteu comigo a mão no prato é que há-de entregar-Me. O Filho do homem vai partir, como está escrito acerca d’Ele. Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido». NARRADOR

Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou: RESPOSTAESPOSTA «Serei eu, Mestre?» NARRADOR Respondeu Jesus: JESUS «Tu o disseste». NARRADOR Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: JESUS «Tomai e comei: Isto é o meu Corpo». NARRADOR Tomou em seguida um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: JESUS «Bebei dele todos, porque este é o meu Sangue, o Sangue da aliança, derramado pela multidão, para remissão dos pecados. Eu vos digo que não beberei mais deste fruto da videira, até ao dia em que beberei convosco o vinho novo no reino de meu Pai». NARRADOR Cantaram os salmos e seguiram para o Monte das Oliveiras. NARRADOR Então, Jesus disse-lhes: JESUS «Todos vós, esta noite, vos escandalizareis por minha causa, como está escrito: ‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas do rebanho’. Mas, depois de ressuscitar, preceder-vos-ei a caminho da Galileia». NARRADOR Pedro interveio, dizendo: RESPOSTAESPOSTA «Ainda que todos se escandalizem por tua causa, eu não me escandalizarei». NARRADOR Jesus respondeu-lhe: JESUS «Em verdade te digo: Esta mesma noite, antes do galo cantar, Me negarás três vezes». NARRADOR Pedro disse-lhe: NARRADOR

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIX ÃO DO S EN HOR 9 ABRIL 2017 P. 59

SAC R I F ÍCIO «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei». NARRADOR E o mesmo disseram todos os discípulos. NARRADOR Então, Jesus chegou com eles a uma propriedade, chamada Getsémani e disse aos discípulos: JESUS «Ficai aqui, enquanto Eu vou além orar». NARRADOR E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes então: JESUS «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai comigo». NARRADOR E adiantando-Se um pouco mais, caiu com o rosto por terra, enquanto orava e dizia: JESUS «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice. Todavia, não se faça como Eu quero, mas como Tu queres». NARRADOR Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: JESUS «Nem sequer pudestes vigiar uma hora comigo! Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca». NARRADOR De novo Se afastou, pela Segunda vez, e orou, dizendo: JESUS «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a tua vontade». NARRADOR Voltou novamente e encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados de sono. Deixou-os e foi de novo orar, pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Veio então ao encontro dos discípulos e disse-lhes: JESUS «Dormi agora e descansai. Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos. Aproxima-se aquele que Me vai entregar». NARRADOR Ainda Jesus estava a falar, quando chegou Judas, um dos Doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada RESPOSTAESPOSTA

pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. O traidor tinha-lhes dado este sinal: RESPOSTAESPOSTA «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O». NARRADOR Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse-Lhe: RESPOSTAESPOSTA «Salve, Mestre!». NARRADOR E beijou-O. Jesus respondeu-lhe: JESUS «Amigo, a que vieste?». NARRADOR Então avançaram, deitaram as mãos a Jesus e prenderam-n’O. Um dos que estavam com Jesus levou a mão à espada, desembainhou-a e feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha. Jesus disse-lhe: JESUS «Mete a tua espada na bainha, pois todos os que puxarem da espada morrerão à espada. Pensas que não posso rogar a meu Pai que ponha já ao meu dispor mais de doze legiões de Anjos? Mas como se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim tem de acontecer?». NARRADOR Voltando-Se depois para a multidão, Jesus disse: JESUS «Viestes com espadas e varapaus para Me prender como se fosse um salteador! Eu estava todos os dias sentado no templo a ensinar e não Me prendestes... Mas, tudo isto aconteceu para se cumprirem as Escrituras das profetas». NARRADOR Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram. NARRADOR Os que tinham prendido Jesus levaram-n’O à presença do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos se tinham reunido. Pedro foi-O seguindo de longe, até ao palácio do sumo sacerdote. Aproximando-se, entrou e sentou-se com os guardas, para ver como acabaria tudo aquilo. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho falso contra Jesus para O condenarem à morte, mas não o encontravam,

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIX ÃO DO S EN HOR 9 ABRIL 2017 P. 60

SAC R I F ÍCIO embora se tivessem apresentado muitas testemunhas falsas. Por fim, apresentaram-se duas que disseram: RESPOSTA «Este homem afirmou: ‘Posso destruir o templo de Deus e reconstruí-lo em três dias’». NARRADOR Então, o sumo sacerdote levantou-se e disse a Jesus: R «Não respondes nada? Que dizes ao que depõem contra Ti?» NARRADOR Mas Jesus continuava calado. Disse-Lhe o sumo sacerdote: «Eu Te conjuro pelo Deus vivo, que nos declares se és Tu o Messias, o Filho de Deus». NARRADOR Jesus respondeu-lhe: JESUS «Tu o disseste. E Eu digo-vos: vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso, vindo sobre as nuvens do céu». NARRADOR Então, o sumo sacerdote rasgou as vestes, dizendo: RESPOSTAESPOSTA «Blasfemou. Que necessidade temos de mais testemunhas? Acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?» NARRADOR Eles responderam: RESPOSTAESPOSTA «É réu de morte». NARRADOR Cuspiram-Lhe então no rosto e deram-Lhe punhadas. Outros esbofeteavam-n’O, dizendo: RESPOSTAESPOSTA «Adivinha, Messias: quem foi que Te bateu?» NARRADOR Entretanto, Pedro estava sentado no pátio. Uma criada aproximou-se dele e disse-lhe: RESPOSTA «Tu também estavas com Jesus, o galileu». NARRADOR Mas ele negou diante de todos, dizendo: RESPOSTA «Não sei o que dizes». NARRADOR Dirigindo-se para a porta, foi visto por outra criada que disse aos circunstantes:

«Este homem estava com Jesus de Nazaré». NARRADOR E, de novo, ele negou com juramento: RESPOSTA «Não conheço tal homem». NARRADOR Pouco depois, aproximaram-se os que ali estavam e disseram a Pedro: RESPOSTA «Com certeza tu és deles, pois até a fala te denuncia». NARRADOR Começou então a dizer imprecações e a jurar: RESPOSTA «Não conheço tal homem». NARRADOR E, imediatamente, um galo cantou. Então, Pedro lembrou-se das palavras que Jesus dissera: «Antes do galo cantar, tu Me negarás três vezes». E, saindo, chorou amargamente. Ao romper da manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram em conselho contra Jesus, para Lhe darem a morte. Depois de Lhe atarem as mãos, levaram-n’O e entregaram-n’O ao governador Pilatos. Então Judas, que entregara Jesus, vendo que Ele tinha sido condenado, tocado pelo remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: RESPOSTA «Pequei, entregando sangue inocente». NARRADOR Mas eles replicaram: RESPOSTA «Que nos importa? É lá contigo». NARRADOR Então, arremessou as moedas para o santuário, saiu dali e foi-se enforcar. Mas os príncipes dos sacerdotes apanharam as moedas e disseram: RESPOSTA «Não se podem lançar no tesouro, porque são preço de sangue». NARRADOR E, depois de terem deliberado, compraram com elas o Campo do Oleiro. Por este motivo se tem chamado àquele campo, até ao dia de hoje, «Campo de Sangue». Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta: «Tomaram trinta moedas de prata, preço em que foi avaRESPOSTA

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SAC R I F ÍCIO liado Aquele que os filhos de Israel avaliaram e deram-nas pelo Campo do Oleiro, como o Senhor me tinha ordenado». NARRADOR Entretanto, Jesus foi levado à presença do governador, que lhe perguntou: RESPOSTA «Tu és o Rei dos judeus?» NARRADOR Jesus respondeu: JESUS «É como dizes». NARRADOR Mas, ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Disse-Lhe então Pilatos: RESPOSTA «Não ouves quantas acusações levantam contra Ti?» NARRADOR Mas Jesus não respondeu coisa alguma, a ponto de o governador ficar muito admirado. Ora, pela festa da Páscoa, o governador costumava soltar um preso, à escolha do povo. Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás. E, quando eles se reuniram, disse-lhes: RESPOSTA «Qual quereis que vos solte?» Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?» NARRADOR Ele bem sabia que O tinham entregado por inveja. Enquanto estava sentado no tribunal, a mulher mandou-lhe dizer: RESPOSTA «Não te prendas com a causa desse justo, pois hoje sofri muito em sonhos por causa d’Ele». NARRADOR Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus. O governador tomou a palavra e perguntou-lhes: RESPOSTA «Qual dos dois quereis que vos solte?» NARRADOR Eles responderam: RESPOSTA «Barrabás». NARRADOR Disse-lhes Pilatos: RESPOSTA «E que hei-de fazer de Jesus, chamado Cristo?» NARRADOR Responderam todos: RESPOSTA «Seja crucificado». NARRADOR Pilatos insistiu:

«Que mal fez Ele?» Mas eles gritavam cada vez mais: RESPOSTA «Seja crucificado». NARRADOR Pilatos insistiu: RESPOSTA «Que mal fez Ele?» NARRADOR Mas eles gritavam cada vez mais: RESPOSTA «Seja crucificado». NARRADOR Pilatos, vendo que não conseguia nada e aumentava o tumulto, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: RESPOSTA «Estou inocente do sangue deste homem. Isso é lá convosco». NARRADOR E todo o povo respondeu: RESPOSTA «O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos». NARRADOR Soltou-lhes então Barrabás. E, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-lh’O para ser crucificado. Então os soldados do governador levaram Jesus para o pretório e reuniram à volta d’Ele toda a coorte. Tiraram-Lhe a roupa e envolveram-n’O num manto vermelho. Teceram uma coroa de espinhos e puseram-Lha na cabeça e colocaram uma cana na sua mão direita. Ajoelhando diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo: RESPOSTA «Salve, rei dos judeus!» NARRADOR Depois, cuspiam-Lhe no rosto e, pegando na cana, batiam-Lhe com ela na cabeça. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram-n’O para ser crucificado. NARRADOR Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no para levar a cruz de Jesus. Chegados a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do Calvário, deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, depois de o provar, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-l’O. Por cima RESPOSTA

NARRADOR

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SAC R I F ÍCIO da sua cabeça puseram um letreiro, indicando a causa da sua condenação: «Este é Jesus, o rei dos judeus». Foram crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo: RESPOSTA «Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo; Se és Filho de Deus, desce da cruz». NARRADOR Os príncipes dos sacerdotes, juntamente com os escribas e os anciãos, também troçavam d’Ele, dizendo: RESPOSTA «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz e acreditaremos n’Ele. Confiou em Deus: Ele que O livre agora, se O ama, porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’». NARRADOR Até os salteadores crucificados com Ele o insultavam. Desde o meio-dia até às três horas da tarde, as trevas envolveram toda a terra. E, pelas três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: JESUS «Eli, Eli, lema sabachtani!», NARRADOR que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?» Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: RESPOSTA «Está a chamar por Elias». NARRADOR Um deles correu a tomar uma esponja, embebou-a em vinagre, pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber. Mas os outros disseram: RESPOSTA «Deixa lá. Vejamos se Elias vem salvá-l’O». NARRADOR E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou. NARRADOR Então, o véu do templo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos dos corpos de santos que tinham morrido ressuscitaram; e, saindo do sepulcro, depois da ressurreição de Jesus, entraram na

cidade santa e apareceram a muitos. Entretanto, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram aterrados e disseram: RESPOSTA «Este era verdadeiramente Filho de Deus». NARRADOR Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia, para O servirem. Entre elas encontrava-se Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tinha tornado discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. E Pilatos ordenou que lho entregassem. José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o no seu sepulcro novo que tinha mandado escavar na rocha. Depois rolou uma grande pedra para a entrada do sepulcro, e retirou-se. Entretanto, estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas em frente do sepulcro. No dia seguinte, isto é, depois da Preparação, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos e disseram-lhe: RESPOSTA «Senhor, lembrámo-nos do que aquele impostor disse quando ainda era vivo: ‘Depois de três dias ressuscitarei’. Por isso, manda que o sepulcro seja mantido em segurança até ao terceiro dia, para que não venham os discípulos roubá-lo e dizer ao povo: ‘Ressuscitou dos mortos’. E a última impostura seria pior do que a primeira». NARRADOR Pilatos respondeu: RESPOSTA «Tendes à vossa disposição a guarda: ide e guardai-o como entenderdes». NARRADOR Eles foram e guardaram o sepulcro, selando a pedra e pondo a guarda. Palavra da Salvação.

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SAC R I F ÍCIO ENQUADRAM ENTO — A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor. O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus — esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total. —— Dehonianos

O sacrifício é, no contexto da mensagem de Fátima, expressão de amor a Deus e ao próximo, ao jeito do evangelho, onde a expressão extrema do amor de Deus se traduz no sacrifício de Cristo. Como reconhece a Irmã Lúcia, «no decorrer de toda a Mensagem, a começar pelas aparições do Anjo, encontramos um apelo à oração e ao sacrifício oferecido a Deus por amor e pela conversão dos pecadores». O amor é a razão única do sacrifício. A mensagem de Fátima reconhece, com todo o realismo, que o sacrifício é uma exigência do amor, à qual o amante não se pode furtar. Se, por um lado, o sacrifício é o processo de aceitação na verdade de tudo quanto constrói a minha vida — e, por isso, o Anjo pedia aos pastorinhos que aceitassem sobretudo «o sofrimento que o Senhor vos enviar» —, por outro, é também participação no mistério redentor de Cristo, na sua missão de reunir a todos no redil do Pai, não abandonando o outro na solidão da sua culpa — e, por isso, Maria desafia os pastorinhos a que se sacrifiquem pela conversão dos pecadores. —— www.fatima.pt

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIX ÃO DO S EN HOR 9 ABRIL 2017 P. 64

SAC R I F ÍCIO ATITUDE EM COM U NIDADE —

ORAÇÃO —

Propomos que depois da Bênção Final, e antes do Cântico Final o sacerdote se desloque ao altar de Nossa Senhora para fazer a consagração. Pode iniciar este momento com o seguinte texto:

A oração proposta pode ser rezada em família no final da recitação do mistério do rosário, no final da Eucaristia em comunidade e no final da catequese. 3 Avé-Maria. Glória.

Partindo da sua profunda união com Deus, os pastorinhos tomaram consciência de que os outros são tão importantes que se sacrificaram por eles. Foi assim despertando a sua responsabilidade: não podiam abandonar o pecador na sua culpa ou o que sofre no seu sofrimento. Como dirá mais tarde Lúcia, não podiam ir felizes para o céu sozinhos, não poderiam ser felizes sem os outros. A partir das primeiras palavras do Anjo, foram descobrindo que a sua vocação era uma missão e que o dom recebido levava consigo a entrega da própria vida em favor dos outros. O sacrifício do cristão só pode ser vivido a partir da oração e como oração. —— Carta Pastoral da CEP: Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo

Terminar com a oração proposta para esta semana e com a Consagração a Nossa Senhora.

CATEQUES E — Nesta última semana propomos a construção das três ave-marias e da cruz de forma a finalizar o terço e a leitura/meditação da sexta aparição de Nossa Senhora (ver secção atitude individual e em família).

EM RC — Nesta semana podemos fazer uma exposição com os trabalhos realizados, ou fotos tiradas nas atividades, durante esta caminhada. Colocar no centro da exposição o Filho, razão de toda a existência, e ao lado a Mãe, Maria, que vem lembrar que Jesus veio para nos salvar e para tal devemos rezar. Podemos terminar com a interiorização e silêncio do coração, lembrando o centenário das aparições de Nossa Senhora.

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIX ÃO DO S EN HOR 9 ABRIL 2017 P. 65

SAC R I F ÍCIO ATITUDE IN DIVIDUAL E EM FAMÍLIA — Ao longo desta semana és convidado a rezar, individualmente ou em família, um mistério do rosário (o ideal será rezar o terço completo, pelo menos uma vez por semana) de forma a viver mais intensamente o centenário das aparições de Fátima. Propomos ainda a meditação da sexta e última aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos a 13 de Outubro de 1917. Pela primeira vez, fez um pedido singular, o de construir naquele lugar um espaço de oração em sua honra e revelou o seu nome: «Sou a Senhora do Rosário». E no final aconteceu o milagre do sol. «—Que é que Vossemecê me quer? —Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar [ainda hoje] e os militares voltarão em breve para as suas casas. —Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores, etc. —Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados. E tomando um aspeto mais triste: —Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido! {Se o povo se emendar, acaba a guerra e, se não se emendar, acaba o mundo.} [—Ainda me quer mais alguma coisa? —Já não quero mais nada.] E, abrindo as mãos, fê-las refletir no Sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projetar no Sol. [...] Desaparecida Nossa Senhora na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino pareciam abençoar o Mundo, com os gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a ideia de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o mundo da mesma forma que São José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo.» —— Memórias da Irmã Lúcia

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIX ÃO DO S EN HOR 9 ABRIL 2017 P. 66

SAC R I F ÍCIO ATITUDE EM CASAL — ACOMPANHAMENTO NOS PRIMEIROS ANOS DA VIDA MATRIMONIAL —— AL 217 a 230

«(…) O amor precisa de tempo disponível e gratuito, colocando outras coisas em segundo lugar. Faz falta tempo para dialogar, abraçar-se sem pressa, partilhar projetos, escutar-se, olhar-se nos olhos, apreciar-se, fortalecer a relação. (…) aprenderem a encontrar-se (…), a parar um diante do outro, e inclusive a partilhar momentos de silêncio que os obriguem a sentir a presença do cônjuge.» —— AL 224

«(…) É bom dar-se sempre um beijo pela manhã, benzer-se todas as noites, esperar pelo outro e recebê-lo à chegada, ter alguma saída juntos, compartilhar as tarefas domésticas. Ao mesmo tempo, porém, é bom vencer a rotina com a festa, não perder a capacidade de celebrar em família, alegrar-se e festejar as experiências belas.» —— AL 226

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIX ÃO DO S EN HOR 9 ABRIL 2017 P. 67

SAC R I F ÍCIO ATITUDE EM CASAL —

ORIENTAÇÃO PAR A A REFLE X ÃO E DIÁLOGO — 1. “O amor precisa de tempo disponível e gratuito, colocando outras coisas em segundo lugar”. Na vossa opinião, o que é que o Papa Francisco quererá com isto dizer? 2. O vosso amor tem tido esse tempo disponível e gratuito? Recordem uma situação em que isso não se tenha verificado e todas aquelas que sim se tenham verificado. 3. O Papa Francisco adverte contra as «expetativas demasiado altas sobre a vida conjugal» (AL 221) porque levam a uma rutura matrimonial. Como interpretam essa afirmação? Será essa uma das causas mais comuns ou existirão outras? 4. Durante alguns minutos, em silêncio, olhem-se, olhos nos olhos, sem desviarem o olhar. Passado esse tempo, um tome a iniciativa de revelar ao outro as qualidades (dele(a)) que admira. Alternem e expressem a vossa admiração pelo outro. 5. Terminem com um momento de oração em conjunto: “Oração à Sagrada Família”.

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QUINTA-FEIRA SANTA 13 ABRIL 2017

EUCARISTIA

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QUINTA- FEIRA SANTA 13 ABRIL 2017 P. 70

E UC A R I ST I A LC 2, 16 -2 1 EVANGELHO DE NOSSO S EN HOR JESUS CRISTO S EGU N DO SÃO LUCAS

Ú “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».” Palavra da Salvação.

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QUINTA- FEIRA SANTA 13 ABRIL 2017 P. 71

E UC A R I ST I A ENQUADRAM ENTO — Há um palpitar eucarístico no coração da mensagem de Fátima. Se as primeiras palavras do Anjo aos três pastorinhos convidam à adoração — «Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos» —, o Anjo conduzirá as crianças à contemplação do mistério de Deus — «Santíssima Trindade, adoro-vos profundamente» —, para depois as introduzir aos sabores do mistério eucarístico —«Tomai e bebei o Corpo e o Sangue». É assim evocado um dos temas que caraterizam profundamente a mensagem de Fátima, o pedido de uma resposta teologal à iniciativa misericordiosa de Deus, o dom de si em oferta eucarística. O tema eucarístico está presente no desafio feito pela Senhora de branco: «Quereis oferecer-vos a Deus? Quereis oferecer-vos pela humanidade?» Faz-se assim eco daquela palavra inauguradora de Cristo: «Eis o cálice da nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc 22,20). As palavras da Senhora são um convite renovado a viver a partir da lógica eucarística do dom de si, inaugurada pelo Nazareno. E o «Sim, queremos oferecer-nos» dos três pequenos pastores de Fátima, como primícias da mensagem, é a assinatura prévia de uma vida toda de entrega humilde nas mãos de Deus pelos homens. A reparação pedida em Fátima não é outra coisa que a participação do mistério eucarístico de Cristo, da sua missão redentora. —— www.fatima.pt

ATITUDE EM COM U NIDADE — Propomos que depois da Bênção Final, e antes do Cântico Final o sacerdote se desloque ao altar de Nossa Senhora para fazer a consagração.

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VIGÍLIA PASCAL E DOMINGO DE PÁSCOA 16 ABRIL 2017

ALEGRIA

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VIGÍLIA PASCAL E DOMINGO DE PÁSCOA 16 ABRIL 2017 P. 74

A L EGR I A MATEUS 28, 8 -15 EVANGELHO DE NOSSO S EN HOR JESUS CRISTO S EGU N DO SÃO MATEUS

Ú “Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, 8afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos. 9Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele. 10Jesus disse- lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.» 11Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos sumos sacerdotes tudo o que tinha acontecido! 12Eles reuniram-se com os anciãos; e, depois de terem deliberado, deram muito dinheiro aos soldados, 13recomendando-lhes: «Dizei isto: ‘De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no.’ 14E, se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.» 15Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.” Palavra da Salvação.

“A Ressurreição de Cristo é a nossa força!” —— Papa Francisco

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VIGÍLIA PASCAL E DOMINGO DE PÁSCOA 16 ABRIL 2017 P. 75

A L EGR I A ENQUADRAM ENTO “A alegria de saber que Jesus está vivo, a esperança que enche o coração, não podem ser contidas. Isto deveria verificar-se também na nossa vida. Sintamos a alegria de ser cristãos! Acreditemos num Ressuscitado que venceu o mal e a morte! Tenhamos a coragem de «sair» para levar esta alegria e esta luz a todos os lugares da nossa vida! A Ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza; é o tesouro mais precioso! Como não compartilhar com os outros este tesouro, esta certeza? Não é somente para nós, devemos transmiti-la, comunicá-la aos outros, compartilhá-la com o próximo. Consiste precisamente nisto o nosso testemunho.” —— Papa Francisco

ATITUDE EM COM U NIDADE Propomos que depois da Bênção Final, e antes do Cântico Final o sacerdote se desloque ao altar de Nossa Senhora para fazer a consagração. Pode iniciar este momento com o seguinte texto: O ciclo das aparições de 1917 encerrou em 13 de outubro e as últimas palavras do relato de Lúcia, na sua “Quarta Memória”, falam da bênção então dirigida ao mundo: «Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. S. José com o Menino pareciam abençoar o Mundo com uns gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora […]. Nosso Senhor parecia abençoar o Mundo da mesma forma que S. José». A Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa mãe, sai ao encontro dos seus filhos peregrinos a partir da glória da ressurreição de seu filho Jesus, para lhes oferecer consolação, estímulo e alento. Envolvidos por essa bênção, os três pastorinhos mostraram-se dispostos, pela boca de Lúcia, a serem louvor da glória de Deus e a entregarem-se plenamente aos desígnios de misericórdia que Deus manifestava através das aparições. —— Carta Pastoral da CEP: Fátima, Sinal de Esperança para o Nosso Tempo

Terminar com a Consagração a Nossa Senhora.

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ORAÇÕES E CARTAZ PARA ROTEIRO DA QUARESMA

ANEXOS

:


ROTEIRO DA QUARESMA P. 78

OR AÇÕE S

HINO À CARIDADE OU CÂNTICO DO AMOR

OR AÇÃO À SAGR ADA FAMÍLIA

—— escrito por São Paulo

—— Amoris Laetitia

«O amor é paciente, o amor é prestável; não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, nem guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta»

Jesus, Maria e José, em Vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos.

—— 1 Cor 13, 4-7

Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado. Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Ámen


ROTEIRO DA QUARESMA P. 79

OR AÇÕE S

SENHOR, FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DA VOSSA PAZ

OR AÇÃO JUBIL AR DE CONSAGR AÇÃO

—— oração atribuída a S. Francisco

“Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz. Onde há ódio, que eu leve o Amor; Onde há ofensa, que eu leve o Perdão; Onde há discórdia, que eu leve a União; Onde há dúvida, que eu leve a Fé. Onde há erro, que eu leve a Verdade; Onde há desespero, que eu leve a Esperança; Onde há tristeza, que eu leve a Alegria; Onde há trevas, que eu leve a Luz. Oh Mestre, fazei que eu procure menos Ser consolado do que consolar; Ser compreendido do que compreender; Ser amado do que amar. Porque é dando que se recebe; É perdoando que se é perdoado; É morrendo que se ressuscita Para a Vida Eterna.”

Salve, Mãe do Senhor, Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima! Bendita entre todas as mulheres, és a imagem da Igreja vestida da luz pascal, és a honra do nosso povo, és o triunfo sobre a marca do mal. Profecia do Amor misericordioso do Pai, Mestra do Anúncio da Boa-Nova do Filho, Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo, ensina-nos, neste vale de alegrias e dores, as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos. Mostra-nos a força do teu manto protetor. No teu Imaculado Coração, sê o refúgio dos pecadores e o caminho que conduz até Deus. Unido/a aos meus irmãos, na Fé, na Esperança e no Amor, a ti me entrego. Unido/a aos meus irmãos, por ti, a Deus me consagro, ó Virgem do Rosário de Fátima. E, enfim, envolvido/a na Luz que das tuas mãos nos vem, darei glória ao Senhor pelos séculos dos séculos. Ámen.


ROTEIRO DA QUARESMA P. 80

E S QU E M A I N ICI A L DO RO T EI RO


ROTEIRO DA QUARESMA P. 81

E S QU E M A F I NA L DO RO T EI RO

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EU VIM PARA SERVIR ANO PASTORAL 2016/2017


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