A cobra e o pirilampo - 2ª edição

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ILDA PIRES

ILDA PIRES

Mónica Pires (pires.monica@gmail.com) fez as ilustrações. Ambas são formadas em Ciências Religiosas. Em tudo aquilo que fazem, procuram ajudar as pessoas a reflectirem sobre os valores que podem dar sentido às suas vidas.

Rua Duque de Palmela, 11 4000-373 Porto | Tel.: 22 53 657 50 editora@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt

CobraPirilampo_V3_Capa.indd 3

52 estórias com mensagem

Ilda Pires (ilda.pires@meo.pt ) é a autora das metáforas originais presentes no livro e responsável pela recolha e adaptação das restantes.

e o pirilampo

Sobre as autoras

A cobra

52 metáforas diferentes, uma para cada semana do ano. Todas elas apresentam uma mensagem que ajuda a pensar sobre os valores que pautam o quotidiano. Cada narração é acompanhada por uma ilustração que revela ou complementa o sentido da metáfora. No final de cada uma, a autora apresenta uma reflexão ou sugestões de trabalho para aprofundar a mensagem.

o

pirilampo e

52 estórias com mensagem

ilustracões:

MÓNICA PIRES

2ª EDIÇÃO

21-02-2022 14:40:16


Ficha Técnica:

A cobra e o pirilampo © 2011 Ilda Pires Copyright desta edição: © 2022 Edições Salesianas Rua Duque de Palmela, 11 4000-373 Porto | Tel: 225 365 750 www.edisal.salesianos.pt editora@edicoes.salesianos.pt Ilustrações: Mónica Pires Paginação: rAp Capa: Paulo Santos 1ª Edição: Novembro de 2011 2ª Edição: Fevereiro 2022 ISBN: 978-972-690-660-5 Depósito Legal.: 496152/22 Impressão e acabamento: Totem Reservados todos os direitos. Nos termos do Código do Direito de Autor, é expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio, incluindo a fotocópia e o tratamento informático, sem a autorização expressa dos titulares dos direitos.


Ilda Pires



Prefácio Muitas pessoas da minha geração (nasci em finais dos anos 60) devem já pertencer ao grupo daqueles que tiveram os pais a ler-lhes histórias na hora de dormir ou então ouviram-nas contar, essas ou outras, talvez sempre as mesmas, talvez inventadas… Eu não tive essa sorte, embora não me possa queixar, pois os livros sempre foram a minha paixão e deles fui retirando ensinamentos que fui integrando nas aprendizagens realizadas no âmbito da minha formação pessoal. No entanto, no meu imaginário, teimam em surgir nostálgicos desejos incumpridos de ouvir histórias à lareira ou no aconchego dos lençóis, talvez porque as histórias nos compreendem e nos revelam, o ­ pe­rando verdadeiros milagres de entendimento sobre as c­oisas, os outros,­a vida, nós próprios. Na verdade, saber viver não é uma competência inata. Para alguns afortunados, talvez a maioria, os exemplos e ensinamentos vivenciados na família, na escola e noutros ­ ­espaços sociais da infância e juventude foram tão ricos, ­sólidos e diversificados que lhes permitiram construir-se de forma equilibrada tornando-os em adultos emocionalmente saudáveis e capazes de mudança na necessária adaptação a novos contextos. Aprendem­a viver de forma mais intuitiva, natural e positiva porque sabem que a força motriz para o seu bem-estar está dentro de si próprios. Outros há, que ainda não alcançaram o conhecimento dessa verdade revolucionária e que continuam a procurar no exterior e nos outros as causas para os seus insucessos e frustrações. A todos a autora deste livro diria que viver é estar desperto e investir, de facto, no tempo em que estamos vivos. Afirmaria ainda, com a convicção que lhe é característica, que temos dentro de nós a imensa capacidade de 5


mudar o mundo, pois se nos modificarmos, os outros modificam-se à nossa volta. Experimente falar calmamente com quem está irritado consigo; experimente sorrir para os seus familiares e colegas de trabalho por nenhum motivo especial… É decerto a vontade de partilhar estas aprendizagens geradoras de felicidade que leva a autora a apresentar o seu segundo livro de metáforas, presenteando-nos com cinquenta e duas pequenas histórias, uma para cada semana do ano, que cativam e nos fazem parar, revelando-nos verdadeiras pérolas do saber viver que nos escapam em tantos momentos da nossa labuta diária, mesmo que ela seja só interior. As reflexões propostas a propósito de cada história, bem como as ilustrações que as revelam ou complementam, convidam não só à interiorização­ com vista ao aperfeiçoamento individual, mas também à partilha, o que constitui um excelente pretexto para o encontro, para a troca de ideias, para a evolução em conjunto, numa dinâmica de abertura ao outro. Na sua origem grega a palavra metáfora (metaphorá) significa transporte. Deixe-se por isso transportar por estas histórias, para locais ou tempos que lhe sejam gratos, que lhe apeteça revisitar ou que fique com vontade de conhecer mas, essencialmente, deixe-se levar ao seu interior, na procura dos seus sonhos e dos seus valores. Conte-as aos filhos ou aos netos, mas também à criança que dentro de si espera, sempre, mais uma história ao deitar. Isabel Nolasco

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Introdução “Somos eternos buscadores dum tesouro que já trazemos dentro de nós”. Vivemos num mundo marcado pela pressa, pela busca do imediato e das soluções rápidas e fáceis. Queremos estar bem, ser felizes hoje, neste momento, e com o mínimo de esforço possível. Por outro lado, somos permanentemente bombardeados com toda a espécie de informação e de sugestões apelativas e tentadoras. E a nossa mente vai passando de informação a informação, de imagem a imagem, incapaz de parar para examinar­ o que recebe, às vezes mais parecendo uma praça pública, onde tudo acontece de uma forma vertiginosa e indiscriminada. De vez em quando somos invadidos por uma espécie de nostalgia, de saudade de nós, e desejamos parar para fazer uma aproximação mais criteriosa aos acontecimentos. Aos de dentro e aos de fora. Mas logo entramos de novo no turbilhão que nos inunda e regressamos ao nosso ritmo habitual, com as insatisfações habituais. Este livro de metáforas quer ajudar a parar, a aproximar-se­de si, da própria essência, daquilo que é de facto importante. A Metáfora ajuda o entendimento a tornar mais claro aquilo que é invisível. Ela abre a mente a múltiplos significados possíveis. Uma metáfora vale mais do que mil palavras e muitas imagens. Ela ajuda a rever os nossos códigos de conduta e a mudar, se necessário. Ajuda a colocar as questões essenciais da existência.

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O livro “A Cobra e o Pirilampo” foi pensado como uma muleta de Desenvolvimento Pessoal, um auxiliar de mudança. Contém exactamente 52 metáforas, tantas quantas as semanas do ano. Foi nosso intuito proporcionar um guia para cada semana. Lidas devagarinho, ao ritmo das semanas, das estações, podem proporcionar, não apenas um momento de agradável leitura, como de reflexão e de revisão dos p ­ arâmetros de ­conduta. A acompanhar algumas destas histórias há um comentário, um dos muitos que se podem fazer à volta desse texto. Outras, são acompanhadas por sugestões de trabalho. Tudo, para ajudar na mudança de vida, em ordem a um maior grau de felicidade e bem-estar. Outras ainda são também acompanhadas de imagem. É muito comum ouvirmos dizer que “uma imagem vale mil palavras”. As imagens ou ilustrações, da autoria de Mónica Pires, para além de serem uma beleza e repouso para os olhos, graças ao talento e capacidade de intuição da autora, conseguem, por si próprias, apontar para mais além, dentro duma óptica dos mil significados possíveis. Às vezes quase nem é preciso ler o texto, porque a imagem nos transmite exactamente o seu significado e mensagem. Utilizado individualmente ou em grupo cremos que este livro poderá ajudar todos aqueles que decidiram investir em si próprios a caminho da sua plenitude e harmonia. Ilda Pires

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A Estrela

verde

Era uma vez... Milhões e milhões de estrelas no céu. Havia estrelas de todas as cores.: brancas, lilases, prateadas, douradas, vermelhas, azuis. Um dia, procuraram o Senhor Deus, Todo-Poderoso, o Senhor Deus do Universo e disseram-lhe: 9


– Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra, entre os homens. – Assim será feito, respondeu Deus. “Conservarei todas bem pequeninas, como são vistas, e podem descer à Terra”. Conta-se que naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas. Algumas aninharam-se nas torres das igrejas, outras foram brincar e correr no campo, outras misturaram-se aos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada. Porém, passado algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o Céu, deixando a Terra escura e triste. – Porque voltaram? perguntou Deus, à medida que chegavam ao Céu. – Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. Lá existe muita miséria, muita desgraça, muita fome, muita violência, muita guerra, muita maldade e muita doença. E o Senhor disse-lhes: – Claro, o vosso lugar verdadeiro é aqui no Céu. A Terra é o lugar do transitório, daquilo que passa, do ruim, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, é onde nada é perfeito. Aqui no Céu, é o lugar da perfeição. O lugar onde tudo é imutável, onde tudo é eterno, onde ninguém padece. Depois de chegarem todas as estrelas e conferindo o seu número, Deus falou de novo: – Mas… falta uma estrela. Perdeu-se no caminho? Um anjo, que estava perto retrucou: – Não, Senhor. Uma estrela resolveu ficar entre os homens. Descobriu que o seu lugar é exactamente onde existe imperfeição, onde há limites, onde as coisas não vão bem. 10


– Mas que estrela é essa? – voltou Deus a perguntar. – Por coincidência, Senhor, era a única estrela dessa cor. – E qual é a cor dessa estrela? – insistiu Deus. E o anjo disse: – A estrela é verde, Senhor. A estrela verde do sentimento de esperança. E quando então olharam para a Terra, a estrela não estava só. A Terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa. Porque o único sentimento que o homem tem e Deus não tem é a esperança. Deus já conhece o futuro, e a esperança é própria da natureza humana. Própria daquele que cai, daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que ainda não sabe como será seu futuro. Autor desconhecido

Sugestões de trabalho: ãã Depois de ler esta história faça um momento de silêncio e sinta a estrela da esperança que traz den­ tro de si. Como está a intensidade do seu brilho? ãã Olhe à sua volta. Que sinais de esperança consegue detectar no seu mundo (casa, escola, trabalho…)

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A Cobra

e o

Pirilampo

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um piri­ lampo. Ele fugia, com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia. Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra: – Posso fazer três perguntas? 12


– Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar. – Pertenço à tua cadeia alimentar? – Não. – Fiz-te alguma coisa de mal? – Não. – Então, porque me queres comer? – Porque não suporto ver-te brilhar. Autor desconhecido

comentário E, é assim…Todos os dias vamos tropeçando em cobras. E, em cada um de nós há também um bocadi­ nho da cobra que não gosta de ver os outros brilhar. É importante perceber que cada um tem o seu próprio brilho, que não ofusca o dos outros. Nenhuma estrela impede as outras de brilhar!

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A Corda Era uma vez um alpinista que queria subir a uma das mais altas montanhas do mundo. Começou a sua aventura após muitos anos de preparação mas, como queria toda a glória só para si, decidiu partir sozinho à conquista das alturas, da fama e da glória. A noite caiu sobre o pico da montanha e o alpinista não conseguia ver nada. Era uma escuridão total. As nuvens cobriam a lua e as estrelas. Enquanto ia subindo e já próximo do cume da montanha escorregou para trás, caindo a uma grande velocidade encosta abaixo. Sentiu-se como que a ser sugado pela força da gravidade. Nesses momentos rápidos em que se sentia deslizar para o abismo, passaram-lhe pela mente todos os bons e maus momentos da sua vida. Sentia-se perto da morte. Enquanto assim pensava, sentiu algo a puxar fortemente a corda que tinha amarrada à cintura. O seu corpo ficou pendu­ rado no ar, seguro apenas pela corda. Nesse momento de pausa, a única coisa que lhe veio à mente foi gritar: Deus, ajuda-me! E, uma voz profunda vinda do céu respondeu: – O que queres que eu faça? – Deus, salva-me! – Acreditas mesmo que eu te posso salvar? – Claro que acredito. – Então, corta a corda que tens amarrada à cintura. Houve um momento de silêncio em que o alpinista ponde­ rava entre cortar a corda ou continuar ali pendurado. Decidiu segurar-se à corda com toda a sua força.

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A equipa de salvamento conta que, no dia seguinte, o homem foi encontrado morto e congelado… com o seu corpo pendurado por uma corda que o agarrava com muita força e… apenas a três metros do chão. Autor desconhecido

Comentário Quão fácil é dizer que acreditamos, que confiamos, mas como é difícil passar às obras! Qual o tamanho, a força da nossa fé? Fé não só em Deus, seja qual for o nome que lhe dermos, mas fé também na vida que nos habita, na vozinha interior que nos acompanha sem­ pre, nas pessoas que amamos e que nos amam. A que seguranças nos prende a nossa corda? O que nos impede de dar um salto no vazio, certos de que alguém nos vai agarrar?

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A Flor Apressada Era uma vez uma flor de linho que tinha pressa de ver o sol. Perdida bem no fundo, entre as suas irmãs e companheiras, não via a hora de chegar lá cima. Sorrateiramente, furando por entre as outras, lá foi avançando, avançando até ver luz. Num ímpeto de entusiasmo espreguiçou-se e abriu as pétalas, sentindo o calor benéfico do sol, acabadinho de nascer. – Que lindo! Tanta luz! – exclamou extasiada. Uma outra que vinha um pouco mais atrás, diz-lhe lá de baixo entre o despeito e a inveja: – Não valia a pena correres tanto. Eu também estou quase a chegar. E depois, daqui a dois ou três dias desapareces como todas nós. – Eu sei, amiga. Sei que todas nós somos efémeras, mas enquanto duramos fazemos deste pedaço de terra um bocadinho de céu azul. Deleitamos os olhos das crianças que por aqui passam.­ Depois, ficaremos a observar a planta nossa mãe a passar­por todo aquele processo doloroso, até ser transformada na branca toalha de mesa ou altar, à volta da qual os mistérios da vida acontecem. E eu tinha pressa de ver o sol. Tens algum problema com isso, amiga? A amiga, remeteu-se ao silêncio, dizendo para com os seus botões que teria sido melhor ter ficado calada. Ilda Pires, Maio de 2011

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Comentário Sábia, esta flor de linho! E com pressa de viver. Nenhu­ma passagem por esta vida, por mais efémera que nos pareça é inútil. Se criarmos um pouco de beleza à nossa volta, se soubermos porque vivemos, cumprimos o nosso destino e outros nos seguirão com idênticos desejos e objectivos.

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Índice Prefácio...................................................................................5 Introdução..............................................................................7 A Estrela verde........................................................................9 A Cobra e o Pirilampo .........................................................12 A Corda................................................................................14 A Flor Apressada...................................................................16 A Importância de Ser Eu Próprio...........................................18 Caminhar..............................................................................21 A Lenda do Porco-Espinho....................................................24 A Lição da Mosca.................................................................26 A Mochila Pesada.................................................................28 A Pereira...............................................................................30 A Porta Alta..........................................................................32 A Princesa e o Mar................................................................34 A Rocha................................................................................36 A Sabedoria do Samurai........................................................38 A Toalha da Verdade............................................................40 A Tranquilidade das Ovelhas................................................42 Afiando o Machado..............................................................44 Aprendizagem.......................................................................46 As Duas Espigas....................................................................48 As Duas Pedrinhas................................................................50 Avivar a Chama Espiritual....................................................52 Decisão de Ser Feliz...............................................................54

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Dentes-de-leão.......................................................................57 Distraídos..............................................................................58 Enquanto os Ventos Sopram.................................................60 Impedidor.............................................................................62 O Mestre e o Escorpião.........................................................65 Lenda Chinesa.......................................................................66 Morder ou não Morder.........................................................68 Mudar ou não Mudar...........................................................70 Mulheres de Excelência.........................................................72 Na Praia................................................................................74 O Atalho...............................................................................76 O Bosque..............................................................................78 O Burro em Apuros...............................................................80 O Encontro...........................................................................82 O Farol.................................................................................84 O Fogo..................................................................................86 O Lenhador e a Raposa.........................................................88 O Pacote de Bolachas............................................................90 O Pequeno Peixe...................................................................92 O Poder das Palavras............................................................94 O Preço de uma Hora...........................................................96 O Príncipe e a Cascata..........................................................98 O Rapaz Explosivo.............................................................100 O Valor da Vida..................................................................102 Pegadas ..............................................................................104 Pés na Terra e Olhos nas Estrelas........................................106 118


Quem Põe o Guizo ao Gato?...............................................108 Sólido como uma Rocha.....................................................110 Tipo de Pessoas...................................................................112 Observando, Aprendemos...................................................114

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ILDA PIRES

ILDA PIRES

Mónica Pires (pires.monica@gmail.com) fez as ilustrações. Ambas são formadas em Ciências Religiosas. Em tudo aquilo que fazem, procuram ajudar as pessoas a reflectirem sobre os valores que podem dar sentido às suas vidas.

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Ilda Pires (ilda.pires@meo.pt ) é a autora das metáforas originais presentes no livro e responsável pela recolha e adaptação das restantes.

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Sobre as autoras

A cobra

52 metáforas diferentes, uma para cada semana do ano. Todas elas apresentam uma mensagem que ajuda a pensar sobre os valores que pautam o quotidiano. Cada narração é acompanhada por uma ilustração que revela ou complementa o sentido da metáfora. No final de cada uma, a autora apresenta uma reflexão ou sugestões de trabalho para aprofundar a mensagem.

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