Acompanhamento Espiritual na Pastoral Juvenil

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Eugénio Albuquerque

Rua Dr. Alves da Veiga, 124 4000-071 Porto Tel.: 225 365 750 • Fax: 225 365 800 edisal@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt

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ACOMPANHAMENTO ESPIRITUAL NA PASTORAL JUVENIL

Hoje os jovens estão muito conectados, mas pouco acompanhados. Faz falta criar um espaço de diálogo e comunicação que suscite reflexão e orientação. É urgente uma presença amiga que dê testemunho de valores, que recrie a vida quotidiana e que ajude a olhar o futuro com esperança. Neste livro, o autor oferece um guia para todos aqueles que pretendem iniciar-se na missão do acompanhamento pessoal, tendo como fonte de ­ ­inspiração o estilo de Jesus e a pedagogia salesiana. Dividida em 8 capítulos, esta obra começa por ­explicar o significado e importância do ­acompanhamento no ­amadurecimento espiritual dos ­jovens. Depois, a­ vança para questões mais concretas como a entrevista ou diálogo ­ ­ pessoal, sacramento da ­ Reconciliação ou ­revisão de vida. “Acompanhamento espiritual na Pastoral Juvenil” ­destina-se quer ao adulto que se sente ­chamado­a realizar o serviço de acompanhamento aos ­ ­ jovens, quer ao jovem que procura desenvolver com ­coerência a sua vocação cristã.

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Ficha técnica

© Eugénio Albuquerque 2012 © 2017 - EDIÇÕES SALESIANAS Rua Dr. Alves da Veiga, 124 4000-071 PORTO Tel. 225 365 750 Fax. 225 365 800 www.edisal.salesianos.pt edisal@edicoes.salesianos.pt Tradução: Delfim Santos Paginação: João Cerqueira Capa: Paulo Santos Pubicado em Julho de 2017 Impressão e acabamentos: Print Group ISBN: 978-972-690-689-6 Depósito legal: 345424/12

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Apresentação Assistimos hoje a um contínuo e acelerado progresso tecnológico. A nossa sociedade possui uma tecnologia comunicativa sem precedentes e, nela, os jovens são particularmente destros no uso de todos os meios que se lhes oferecem: telemóveis, e-mails, chats, etc. Todos os dados sociológicos do nosso país manifestam a forte importância que as tecnologias multimédia têm entre eles. Cada vez investem mais tempo emitindo e recebendo mensagens. Estão permanentemente em ­comunicação. Contudo, esta comunicação é quase sempre comunicação “entre iguais”, com conteúdos sem grande profundidade, capazes de envolver motivos para reflexão e orientação da própria vida. Estão muito conectados, mas pouco acompanhados. Talvez, por isso, no âmbito da pastoral com jovens haja uma sensação mais premente da necessidade urgente de acompanhantes para uma juventude sem guias. É a premência de “estar”, de fazer caminho juntos, de partilhar; a urgência de uma presença amiga que dê testemunho de valores, que recrie a vida quotidiana, que interrogue e aprofunde a experiência, que ajude à interiorização e a olhar para o futuro com esperança. A pastoral juvenil dá primazia ao acompanhamento espiritual como instrumento e serviço necessário para ajudar os jovens a encontrar-se com Cristo. Mas não é uma opção nova. Um artista da educação cristã e da acção pastoral entre os jovens do século XIX, S. João Bosco, foi uma testemunha ­convicta da riqueza abundante do Espírito presente nos jovens de qualquer idade; e, sempre presente na sua vida, acompanhou-os no seu processo de amadurecimento e crescimento. A opção pastoral pelo acompanhamento tem as suas raízes na melhor 3

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tradição cristã; por isso, foi possível a evolução. Após algumas fases de crise, voltamos a olhar para a direcção espiritual, profundamente renovada, adaptada aos jovens do nosso século XXI, transformada em acompanhamento. Não é direcção nem imposição, é serviço e ajuda pastoral para fazer vir à luz os recursos interiores do jovem. Não é ensino nem doutrinação, é experiência, reflexão, graça e vida. E também não é uma questão de elite, é uma questão vocacional. Colocando-me nesta perspectiva, procurei oferecer neste livro uma aportação a quantos se iniciam neste serviço pastoral do acompanhamento espiritual de jovens, seja pessoal ou em grupo. E tive sempre presentes nesta reflexão tanto o adulto chamado a realizar este serviço, como o jovem que o procura porque quer desenvolver com fidelidade e coerência a sua vocação cristã. Ambos constituem os pólos de referência e a chave de leitura. Estruturei a reflexão à volta de oito capítulos. Nos primeiros quatro desenvolvo o significado, a natureza, os objectivos e conteúdos do acompanhamento espiritual, situando-o na óptica da personalização e do amadurecimento da fé, que se opera sob a acção do Espírito. O acompanhamento espiritual tem em vista o amadurecimento integral da pessoa; orienta-se, por isso, para ajudar o jovem no trabalho da auto-realização e do crescimento espiritual, consolidando a sua vida na opção fundamental por Cristo e pelo Reino de Deus; acompanha também o desenvolvimento e a formação da consciência moral, ajudando o jovem a agarrar a vida com as próprias mãos para chegar a agir livre e responsavelmente; e, de uma forma particular, o acompanhamento espiritual é o instrumento mais apropriado para o discernimento e amadurecimento v­ ocacional. Os quatro capítulos seguintes tratam de questões mais concretas, como a entrevista ou o diálogo pessoal, o acompa4

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nhamento no grupo de fé, e aludem também a outras modalidades de ajuda pastoral como o sacramento da Reconciliação, a revisão de vida, o projecto pessoal e de grupo, a lectio divina ou a consulta espiritual. Todas elas se podem entroncar no âmbito do acompanhamento espiritual e utilizam-se, por vezes, conjuntamente com o acompanhamento, complementando-o e robustecendo-o. E, embora ao longo de toda a reflexão a figura do acompanhante se encontre sempre presente, quis concluir este livrinho com um capítulo dedicado à explicação da sua responsabilidade, missão e funções. O meu convite mais veemente é que todos os que partilham este serviço pastoral de acompanhar a outros na fé, fixemos o nosso olhar em Jesus acompanhante. Temos muito que aprender do seu estilo de acompanhamento; da sua espera paciente, junto ao poço de Jacob, pela mulher samaritana, do seu diálogo confidente com o homem que O procura de noite, do seu olhar amoroso ao jovem rico, do seu pôr-se a caminho com os discípulos frustrados e desesperançados que regressam à sua aldeia de Emaús. Entrar, como discípulos, na sua escola será a nossa melhor preparação como acompanhantes. Eugénio Albuquerque Frutos

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O acompanhamento, um serviรงo pastoral

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A direcção espiritual tradicional sofreu uma crise desconcertante a partir da segunda metade do século passado. Muitas foram as causas que contribuíram para isso: desde as crises das relações paterno-filiais, até ao repúdio por tudo o que significava dependência, passando pela tendência a subtrair-se a qualquer subordinação a outros. A revolução cultural contemporânea através das correntes psico-analíticas, marxistas e nihilistas pôs de relevo tanto o autoritarismo como o imanentismo, quer dizer, a recusa de qualquer autoridade directiva que pretendesse impor normas de comportamento, e a negação de toda a abertura ao mistério, ao Absoluto. Estas reacções impregnam a cultura actual e dão azo a uma contestação radical no referente às figuras tradicionais na vida cristã do “pai” ou “director” espiritual1. Não obstante, parece que actualmente assistimos a uma renovada valorização e relançamento. Enquadra-se no clima de uma nova atenção à espiritualidade, que não se deve apenas à influência das religiões orientais ou ao renascimento de uma religiosidade mais afectiva, mas também a uma forte consciencialização das exigências de uma vida cristã de qualidade. Descobre-se com maior clareza que o caminho da fé, o crescimento humano e cristão necessitam da ajuda de uma mediação humana. Mas não se fala de direcção espiritual. Prefere-se outra terminologia: orientação espiritual, diálogo, seguimento, acompanhamento. Este último termo parece impor-se e será a palavra que habitualmente usaremos. Esta preferência por acompanhamento espiritual deve-se, não apenas ao facto concreto de ser a palavra que prevalece especialmente no ministério pastoral 1

L. CIAN, “Direción espiritual: metodologia a la luz de las modernas ciencias del hombre”, en El acompañamiento espiritual de los jovenes. Editorial CCS, Madrid 1985, 7-23.

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entre os jovens, mas, sobretudo, porque pensamos que exprime melhor a realidade cujo sentido e natureza vamos apresentar. Trata-se de guiar e orientar o caminho que cada um pessoal­ mente empreende para ir até Deus, caminhando junto a Ele. Comporta uma nova mentalidade e uma nova formulação em relação à concepção e práxis tradicional da direcção espiritual. Acompanhar supõe aceitar o jovem como agente e protagonista da própria vida, caminhar com ele à descoberta da própria identidade humana e cristã, iluminar o caminho e ajudá-lo a crescer na fé e na adesão a Jesus.

1. Personalização e crescimento na fé A compreensão correcta do acompanhamento espiritual exige que comecemos por prestar atenção às próprias palavras com que queremos designar uma realidade que esteve presente desde os primeiros séculos na vida da Igreja e na acção pastoral, mas que foi entendida e realizada de forma diferente em distintos momentos e contextos sociais. O termo acompanhamento adquire um significado específico de ajuda às pessoas na sua vivência da vida no Espírito e do reconhecimento da vontade de Deus na própria vida. A ajuda espiritual que se concretiza no acompanhamento não é senão uma das muitas formas e canais de transmissão, formação e interiorização da fé. O crescimento da fé na pessoa concreta requer a mediação, através do conhecimento e compreensão teórica, do agir prático-pastoral e da práxis e experiência. A pessoa forma-se e cresce na fé a partir destes três níveis. O acompanhamento refere-se e actua especialmente ao nível da personalização, da práxis pessoal, da interiorização da fé. 9

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A pessoa no centro A personalização constitui uma das chaves mais importantes para compreender o acompanhamento, que se enquadra na perspectiva do “giro antropológico”, apresentado na teologia actual depois do Vaticano II.2 Esta perspectiva antropológica influi de imediato na espiritualidade e, concretamente, no acompanhamento espiritual, exigindo uma atenção particular às estruturas da pessoa. Esta visão antropológica coloca no centro do acompanhamento a pessoa real e concreta. Através desta mediação, pretende-se ajudá-la a desenvolver os seus próprios dotes e capacidades, a realizar o seu próprio projecto de vida, a ser ela própria, a ajustar o seu processo de crescimento humano e espiritual à sua própria condição e possibilidades. A personalização, com efeito, consiste num processo que permite ao sujeito agarrar a sua existência com as próprias mãos, a aprender a ser ele mesmo, a assumir os riscos das decisões que toma, a ser protagonista da própria história. Ajuda e encaminha na busca global da sua identidade, a viver de dentro para fora, não simplesmente a partir de instâncias que vêm de fora ou de esquemas e normas externas de comportamento. Quer dizer, a personalização valoriza positivamente e promove a autonomia da pessoa. Estimula a ser livre e a aprender a sê-lo. A partir da perspectiva concreta do acompanhamento espiritual, incentiva a viver e a experimentar a fé como resposta pessoal e vivência do próprio sentido da vida. É muito importante no acompanhamento espiritual dos jovens o conhecimento da sua evolução psicológica e dos seus processos de crescimento, como também da actual condição 2

Cfr. J. B. METZ, Antropocentrismo cristiano, Sígueme, Salamanca 1972; C. DÍAZ-M. ­MACEIRAS, lntroducción al personalismo contemporáneo, Gredos, Madrid 1975.

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juvenil. Pode ajudar muito o conhecimento dos estudos sociológicos que apresentam o perfil do jovem actual, as diferentes tipologias e os traços característicos da sua maneira de ser e de se comportar. Mas tudo isto não chega. O verdadeiramente importante é conhecer o jovem concreto que é acompanhado: saber o que pensa e o que deseja, a que aspira, como se vê a si próprio. Trata-se, então, de conhecer e considerar o jovem na sua realidade concreta, sem cair em adultomorfismo, quando se tiver de responder às implicações e exigências do seu processo de amadurecimento. Realmente, o processo de educação na fé exige um esforço de personalização que estimule o jovem a sair do anonimato da massa e o faça sentir uma pessoa que é ouvida e acolhida como é.

Ajuda espiritual Em segundo lugar, referimo-nos a um acompanhamento espiritual, não apenas psicológico, social ou ético. Este acompanhamento não é, de modo algum, monopólio do cristianismo. Mas, para nós, a palavra espiritual refere-se directa e imediatamente à fé cristã. É a acção concreta da Igreja que orienta e torna possível no homem o encontro com Deus. Concretamente, o acompanhamento espiritual procura sempre a ajuda e interiorização de uma vida cristã vivida mais profundamente no Espírito. Orienta-se para uma consciência mais personalizada e para uma configuração mais concreta da filiação divina no ser humano. A vida no Espírito renova a pessoa toda. É entendida como uma forma de viver qualitativamente nova. Mas isto não deve ser entendido de forma redutora e unilateral. Quer dizer, não se trata simplesmente da direcção da alma (concepção hiper-espiritualista) ou da direcção da consciência (concepção moralista); nem sequer pode ser identificada como uma ajuda 11

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psicológica ou terapêutica. No acompanhamento espiritual procura-se, em última análise, transmitir a fé e oferecer a salvação.3 Colabora com a pessoa na apropriação da própria vida no Espírito e no reconhecimento da vontade de Deus. Estas breves anotações podem-nos ajudar a compreender melhor o sentido do acompanhamento espiritual. Segundo ­Breemen, é “uma ajuda que um homem oferece a outro para que cresça na sua fé e na realização da vontade de Deus.4 ­Trata-se, então, de uma ajuda humilde, modesta, simples, que um crente adulto oferece a outro. E é oferecida em vista de um crescimento na fé, que não é uma ideia ou teoria, é antes uma relação vivida, e que se transmite pelo testemunho de outros crentes. Embora a fé da pessoa acompanhada não seja o resultado da fé do acompanhante, porque a fé é sempre dom de Deus, este dom não se transmite nem se realiza sem a mediação de outros crentes. No acompanhamento, a fé oferece-se para que seja interiorizada e personalizada, para que quem é acompanhado chegue a ser ele mesmo e para que o seja, cumprindo a vontade de Deus. S. Paulo refere-se de forma explícita e directa ao crescimento espiritual. Conforme a explicação que dá na carta à comunidade de Éfeso, entende-o como um processo de amadurecimento em tudo, até chegar à plenitude, em Cristo (Ef 4, 15-16). É um processo de plenificação para se chegar a ser sermelhantes à única imagem de Deus: Jesus Cristo. Enquanto sinal e escola de fé, o acompanhamento espiritual deve educar os jovens a confrontarem-se com o projecto de Deus e deve também cultivar o desejo de que este projecto se converta na medida real e actual de todas as suas opções. 3

Cfr. J. SCHEPENS, “Direzione spirituale oggi”, en La direzione spirituale nella Famiglia Salesiana, Roma 1983, 121-148.

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P. VAN BREEMEN , “El acompañamiento espiritual hoy”, Manresa 68 (1996) 361-377.

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Actualmente, a teologia não entende o progresso espiritual como um aperfeiçoamento ontológico, descrito como crescimento de graça, nem como um progresso ascético, considerado como aperfeiçoamento de comportamentos morais. Prefere-se vê-lo sob a perspectiva da unificação progressiva que se realiza na pessoa do crente que consolida a sua vida à volta da opção fundamental por Deus. Esta vivência da opção fundamental por Deus consiste em orientar a própria existência para Cristo, que é o modelo referencial do cumprimento da vontade de Deus. O crescimento na fé leva ao cumprimento da vontade de Deus. Portanto, na vida cristã, não se trata de aumentar práticas piedosas ou de aperfeiçoar estruturas humanas, trata-se, isso sim, desse fulcro único à volta do qual o homem se pode realizar plenamente. Quer dizer, trata-se do seguimento e da identificação com Cristo na vida diária. Neste pôr-se a caminho para chegar a fazer dos próprios sentimentos, os sentimentos de Cristo, é o que visa o acompanhamento espiritual. E não se deve perder de vista que o sujeito que cresce é o jovem concreto, na sua própria condição e na sua própria história; e que na história pessoal de quem é acompanhado estão sempre presentes a situação pessoal e a realidade social em que se desenvolve a vida concreta da pessoa. Mas, sobretudo, nunca convém esquecer que quem actua e faz crescer é o Espírito Santo.

2. Sob a acção do Espírito O acompanhamento espiritual distingue-se de outras formas de ajuda e diálogo pastoral especialmente porque não se dá ao nível das orientações e conselhos morais, mas sim na experiência do Espírito. O Espírito Santo é o verdadeiro guia e protagonista de todo o processo de crescimento espiritual. O crescimento está marcado pela escuta, docilidade e obediência 13

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ao Espírito e tende a formar e robustecer uma disposição para a escuta do Espírito e do discernimento dos seus apelos e inspirações para as pôr em prática. O acompanhamento espiritual alimenta-se e fundamenta-se nesta convicção profunda da acção do Espírito no coração dos homens, guiando-os e acompanhando-os no caminho da vida cristã. Ele actua no coração humano à maneira divina, sem o forçar ou violentar, através do que a tradição cristã chamou de inspirações, quer dizer, através de atracções e ilustrações, movimentos e sussurros interiores, que Deus provoca para suscitar em nós as determinações que favorecem a caridade e a realização da sua vontade. Não cabe ao acompanhante espiritual fazer brotar as inspirações, nem influir naquele que acompanha sugerindo-lhe resoluções necessárias. Esta é a acção própria do Espírito Santo. Ao acompanhante compete, pelo contrário, ajudar a descobrir a acção do Espírito, bem como orientar e animar o acompanhado na aceitação e na adesão livre e amorosa. De forma muito bela, S. Francisco de Sales compara as inspirações com os raios do sol, que iluminam ao aquecer e aquecem ao iluminar: “A inspiração é um raio celeste que projecta sobre os nossos corações uma luz quente, através da qual vemos o bem e ganhamos entusiasmo por o conseguir”. Do mesmo modo que tudo o que tem vida adormece com o frio do inverno, mas recobra movimento e vigor ao voltar o calor vital, assim também as nossas almas viveriam p ­ reguiçosas e fechadas em si mesmas, sem as inspirações divinas: “Ao produzir-se os raios divinos da inspiração, sentimos em nós luz misturada com calor vivificante que esclarece o nosso entendimento, desperta e anima a nossa vontade, impelindo-a a querer e a praticar o

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bem respeitante à salvação eterna”.5 Quer dizer, através das inspirações, o Espírito Santo quer mostrar à alma o caminho que deve seguir e os meios de que dispõe; estimula-a para o bem e para o amor, esclarece o entendimento e robustece a vontade. Realmente, se as aproveitássemos em toda a plenitude da sua eficácia, bem depressa faríamos progressos admiráveis de santidade. É exactamente aqui que devemos situar o ministério do acompanhamento espiritual. Esta é a autêntica ajuda que deve oferecer em ordem à realização da vontade de Deus. No acompanhamento, acompanhante e acompanhado cooperam com o Espírito, porque a progressão no seguimento de Jesus e o crescimento na fé, dependem da sua graça e da colaboração humana.6 Sublinhar a acção do Espírito no interior da pessoa, torna possível compreender melhor o acompanhamento espiritual como mediação eclesial. Aqui radica a sua verdadeira natureza e a sua justificação, porque ninguém se aproxima sozinho da experiência de Deus e ninguém avalia sozinho como pensa, sente e vive, e quanto e como tudo isso o aproxima ou afasta dessa experiência. Realmente, o que está em jogo na acção pastoral do acompanhamento espiritual diz respeito a duas pessoas entre as quais se estabelece uma relação mútua, que se abrem uma à outra, se escutam e aportam algo uma à outra; mas através desta relação humana, simples e limitada, acontece algo mais, e é um acontecimento divino: através desta relação é possível observar a acção do Espírito. De alguma maneira o acompanhamento espiritual é uma realidade sacramental que possibilita e celebra o encontro do homem com Deus.7 5

Tratado do amor de Deus, VII, 10.

6

Cfr. E. ALBUQUERQUE, Dirección y amistad espiritual, Editorial CCS, Madrid, 2009, 299-302.

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Cfr. E. VELA, “Naturaleza del acompañamiento espiritual”, Cofer 80 (1982) 627-656.

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Neste sentido, o acompanhante espiritual deve estar consciente de que o seu serviço pastoral constitui um autêntico ministério eclesial; e isto imprime à sua função um carácter pedagógico e uns objectivos nitidamente diferenciados de outros modos de acolhimento personalizante, assessoramento e orientação. Mais do que pedagógica ou psicológica, a sua função é profética, porquanto é justificada pelo facto de testemunhar uma acção e uma experiência transcendentes. Tudo isto supõe uma análise da própria vida a partir da fé e, portanto, um amadurecimento no Espírito. Realmente, “a atitude fundamental do crente é a de ser ouvinte”; ouvinte atento, disponível e capaz de discernir a palavra interior que ecoa dentro de nós. O dom que o Espírito concede às pessoas torna-se eficaz na medida em que elas respondem, dia-a-dia, ao seu convite. A acção do Espírito no nosso interior é um convite à nossa liberdade. Para que seja verdadeiramente eficaz na nossa vida precisamos de estar à escuta, de obediência e de docilidade. Fica, assim, implicada a liberdade e a responsabilidade da nossa resposta. Por isso, o dom que o Espírito concede às pessoas, torna-se eficaz na medida em que estas respondem, diariamente, à sua chamada. A chamada do Espírito dá ao nosso agir humano o valor de resposta. O nosso ser adquire o valor de palavra que se põe em diálogo filial com Deus. A palavra do diálogo é Cristo. Palavra do Pai para nós, e palavra nossa para o Pai. O Espírito Santo, que convida a responder e a obedecer, é intérprete autêntico.

3. Escola de vida interior A natureza do acompanhamento sugere a sua importância e também a sua necessidade na vida cristã. Contudo, nas suas 16

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origens, nos começos da direcção espiritual, a sua prática não parece ter sido necessária até que eremitas e cenobitas se retiraram da comunidade cristã para viver solitários no deserto. Não consta que os cristãos das primeiras comunidades tivessem particular necessidade de direcção espiritual. Eram formados e guiados na vida da comunidade, através especialmente do bispo e dos presbíteros. Sem nos determos na análise da evolução deste aspecto na direcção espiritual, parece que progressivamente se uniu à realidade de uma vocação especial e, neste sentido, bem depressa foi apreciada como um dos meios essenciais para alcançar a perfeição monástica. No século XVI o Concílio de Trento impulsionou a criação dos seminários e a formação dos futuros presbíteros no cultivo da espiritualidade, sentindo depois a necessidade de guias capazes de orientar o caminho. Santo Inácio de Loyola deu uma importância decisiva ao director espiritual, como um auxiliar do discernimento. S. Francisco de Sales difundiu e popularizou a direcção espiritual entre todos os fiéis, tanto através dos seus escritos como da sua própria actividade pastoral, na qual a direcção espiritual alcança um desenvolvimento notável. No pensamento de Francisco de Sales, todos os cristãos de qualquer condição e estado, e em qualquer situação em que se encontrem, estão chamados à perfeição da vida cristã. E para empreender este caminho e nele progredir, afirma a n ­ ecessidade da direcção espiritual: “Quando se mandou ao jovem Tobias que fosse a Ragés, ele respondeu: Não sei o caminho. Vai, mesmo assim, replicou-lhe o pai, e arranja um homem que te acompanhe (Tob 5, 2-4). Eu digo-te a mesma coisa. Queres realmente entrar na devoção? Procura um homem de bem que te guie e te conheça: é esta a recomendação mais importante”. E acrescenta: “Por mais que procures, diz o Beato de Ávila, 17

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nunca irás encontrar com tanta segurança a vontade de Deus como pelo caminho desta humilde obediência tão recomendada e praticada por todos os antigos devotos”.8 Se, como adverte Merton, a direcção espiritual não é necessária para o cristão comum, ela torna-se sempre indispensável quando houver uma missão ou vocação especial.9 Mas esta vocação e missão não se refere simplesmente à vocação e missão religiosa e sacerdotal. É possível que nestes estados tenha uma importância especial. Mas a vocação e missão pode referir-se a toda a vida cristã. Depois do Concílio Vaticano II, aparece com maior clareza a vocação universal à santidade e a missão confiada a todos os membros da Igreja. Vocação à perfeição e missão apostólica têm origem no Baptismo. Por ele, Cristo associa presbíteros, religiosos e leigos à sua vida e à sua missão. Nesta perspectiva, entendemos a necessidade do acompanhamento espiritual dos jovens. Situa-se precisamente, como ajuda e instrumento para realizar a vocação cristã à santidade e a sua missão na Igreja. Especialmente para eles, como lhes escreveu João Paulo II a propósito da Jornada Mundial da Juventude do ano de 1985, constitui “uma escola sistemática de vida interior”10. Nesta escola, os jovens podem encontrar os meios adequados para orientar toda a sua vida e desenvolver a própria vocação. Comentando a passagem do encontro da mulher samaritana com Jesus e, em concreto, o versículo “Jesus cansado da viagem, sentou-se junto ao poço”, o documento final do Congresso Europeu sobre as vocações diz: “Acompanhar um jovem quer dizer identificar os poços de hoje: todos os lugares e momentos, os desafios e expectativas, por onde antes 8

lntrodução à Vida Devota 1, 4.

9

Cfr. T. MERTON, Dirección espiritual y meditación, Desclée de Brouwer, Bilbao 2005, 13-29.

10

João Paulo II, Carta a los jóvenes y a las jóvenes del mundo, 1985.

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ou depois todos os jovens devem passar com os seus cântaros vazios, com as suas interrogações não expressas, com a sua suficiência arrogante mas muitas vezes apenas aparente, com o seu desejo profundo e indelével de autenticidade e de futuro”.11 Devido, talvez, a esta relação tão forte que a direcção espiritual teve com a formação para a vida religiosa ou sacerdotal, apesar do muito que se escreveu sobre a sua importância e necessidade na vida cristã, estamos ainda muito longe de uma prática assídua e efectiva no acompanhamento espiritual dos jovens. A impressão que se tem é que não representa um caminho normal de aprofundamento da fé, mas é sobretudo, algo excepcional. O Projecto Marco de Pastoral de Juventude refere-se demoradamente ao acompanhamento espiritual dos jovens. Coloca-o como instrumento para os ajudar a amadurecer na sua fé e no seu compromisso na Igreja e no mundo, e sublinha, neste sentido, as funções que deve desempenhar o acompanhante12.

4. Diversos tipos de acompanhamento Como o acompanhamento engloba diferentes conteúdos e a situação das pessoas é também muito variada, é possível distinguir diversos tipos de acompanhamento. Nos jovens, por exemplo, uma coisa é um acompanhamento do tipo do aconselhamento, para iniciar a educação à fé; outra diferente, é um acompanhamento para ajudar a uma vida de fé mais adulta; e outra, é a ajuda circunstancial com o tempo de uns dias oferecendo a oportunidade de uma experiência pessoal de 11

Nuevas vocaciones para una nueva Europa, Madrid 1998, nº 34.

12

Conferência Episcopal Española, Jóvenes en la Iglesia, cristianos en el mundo en el tercer milenio. Proyecto Marco de Pastoral de Juventud, Edice, Madrid 2007: ver especialmente as páginas 137, 150-152.

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Deus num retiro para aprofundamento na opção da fé. Dentro do convencionalismo que supõe reduzir a um esquema uma realidade viva, Rambla refere-se a três tipos, que se poderiam também entender como etapas variadas pelas quais se estende o acompanhamento de uma pessoa concreta: acompanhamento formativo, de iniciação espiritual e de acompanhamento ou de vida cristã adulta.13 O acompanhamento formativo tem preferentemente um carácter educativo. Cabe ao acompanhante apresentar os elementos formativos necessários. Talvez a sua formação possa ser mais directiva e ser realizada também, ainda que parcialmente, em grupo. Frequentemente, é a situação de muitos jovens, que querem iniciar um processo de aprofundamento e compromisso cristão, mas carentes de alguns dos fundamentos essenciais da vida cristã. Ora bem, em rigor, o acompanhamento espiritual supõe que a pessoa acompanhada viva uma experiência pessoal de Deus. Já teve um processo formativo, assentou as bases de uma vida pessoal cristã e quer ser iniciada na experiência de Deus. Neste caso, o acompanhante é um simples colaborador para que a vida de Deus vá fluindo na pessoa acompanhada e a ajude precisamente na continuação e crescimento espiritual. Por outro lado, as diversas situações e necessidades das pessoas implicam que se recorra também a variadas formas. Assim, Aubry refere-se ao acompanhamento ocasional, ao contínuo e ao que se faz em alguns momentos chave da vida.14 Embora a forma mais comum e mais proveitosa seja a relação assídua, o acompanhamento não supõe necessariamente a conti13

Cfr. J. M. RAMBLA, “No anteciparse al Espíritu. Variaciones sobre el ­acompañamiento espiritual”, Sal Terrae 1004 (1997) 620-623.

14 J. AUBRY, “Diversos tipos de dirección espiritual”, en El acompañamiento espiritual de los jóvenes, Editorial CCS, Madrid 1985, 31-34.

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nuidade e o encontro frequente. Há encontros ocasionais que pela sua importância podem significar, para os jovens, momentos privilegiados de encontro com Deus, de discernimento da sua vontade, de compromisso cristão. É o caso, por exemplo, de encontros que se dão em convívios e exercícios espirituais ou na celebração da Páscoa com jovens. Deveria ser sempre possibilitada nestes encontros a relação pessoal para chegar realmente à interiorização. De facto, neles se forjam muitas vezes decisões importantes para a orientação da vida cristã. Com efeito, o acompanhamento espiritual deve ser entendido e realizado a um nível de relação mais profundo. Não corresponde simplesmente a um momento determinado, a um problema ou a umas circunstâncias, mas à necessidade de acompanhamento de toda a vida para estimular a conquista da própria identidade e o amadurecimento da fé. Não se trata, então, de orientar ou resolver alguns problemas pessoais ou de fé, mas de iluminar e guiar todo o processo de crescimento espiritual, de ajuda na descoberta da vontade de Deus, de orientar a resposta humana perante o dom do seu chamamento. Precisa-se, então, de confiança, de abertura e de disponibilidade por parte dos jovens; e também de constância para recorrer com frequência a este serviço pastoral para melhor saber orientar-se no caminho para Deus. De qualquer forma, o ritmo da vida apresenta também alarmes, vicissitudes e dificuldades imprevistas. Por isso há quem fale de um terceiro tipo de acompanhamento a que chamam de especializado, que supõe um guia especialista, com competência em determinados campos. De entre as situações da vida dos jovens que se apresentam com mais frequência para este tipo de orientação, cabe ressaltar: a escolha de um compromisso cristão preciso, os momentos 21

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de um apelo interior particularmente forte que exige um caminho novo e os momentos de crise (psicológica, espiritual, ­situacional), de depressão, de desânimo ou desequilíbrio. ­Nestas situações é necessária a intervenção do guia espiritual. E cada situação determina a competência do guia exigido e o próprio ritmo da intervenção.

5. Verdadeiros e falsos acompanhamentos Referimo-nos à importância e necessidade sentida actualmente de acompanhar espiritualmente os jovens. É indubitável que o acompanhamento espiritual constitui um serviço pastoral de autêntica qualidade, mas para ser verdadeiro acompanhamento, tem de ser bem realizado e conduzido por pessoas competentes. Não vale tudo; e, certamente, pior que não ser acompanhado, é um mau acompanhamento. Quer isto dizer, que ao lado do acompanhamento espiritual que acabamos de descrever, podem existir também outros falsos acompanhamentos, isto é, acompanhamentos deficientes, desviados, errados. Para aquilatar ainda melhor sobre o ­verdadeiro significado do acompanhamento espiritual como serviço pastoral oferecido aos jovens, concluímos este ponto 5 apontando algumas destas variantes, que pensamos ser erradas e insuficientes e que representam um risco e, por vezes, uma tentação para o acompanhante espiritual.15 Antes de tudo, acompanhar não é dirigir. Mudamos a expressão direcção espiritual para acompanhamento espiritual. Mas é necessário estar alerta para não continuar a fazer o mesmo e da mesma maneira, embora com um nome diferente. O essencial não é trocar o nome: é mudar a mentalidade, a perspectiva e a actua15

Cfr. J. RAMBLA, “Qué no es acompañar. Carta a un acompañante novel”, Misión Joven 320 (2003) 17-24.

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índice Apresentação ..........................................................................3 O acompanhamento, um serviço pastoral ..............................7 1. Personalização e crescimento na fé .................................9 A pessoa no centro ........................................................10 Ajuda espiritual ............................................................11 2. Sob a acção do Espírito ................................................13 3. Escola de vida interior ..................................................16 4. Diversos tipos de acompanhamento .............................19 5. Verdadeiros e falsos acompanhamentos .......................22 Acompanhamento espiritual e maturidade integral ..............25 1. O caminho para a maturidade humana ........................27 Aceitação de si e da realidade .......................................29 Identidade pessoal e projecto de vida ............................31 Liberdade e criatividade ................................................32 Maturidade afectiva ......................................................33 Capacidade de autocontrolo .........................................35 2. O crescimento espiritual ...............................................36 Seguimento de Jesus ......................................................38 Viver a experiência de Deus ..........................................40 Procura e cumprimento da vontade de Deus .................42 Iniciação à oração .........................................................44 Acompanhamento espiritual e formação da consciência .......47 1. Significado e valor da consciência .................................48 A consciência como expressão da pessoa ......................50 171

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Norma da acção ...........................................................51 2. Génese e desenvolvimento da c­ onsciência moral ...........54 3. Formação da consciência moral ....................................58 Para uma autonomia moral ..........................................59 Abertura à verdade .......................................................61 O discernimento ético ...................................................62 Confronto com a norma ...............................................64 Consciência e sentido de pecado ...................................65 Acompanhamento espiritual e discernimento vocacional ......67 1. Acompanhar para discernir ..........................................69 2. O processo do discernimento ........................................74 3. Itinerário para uma decisão v­ ocacional ........................76 Percepção da experiência ..............................................77 Da confiança à liberdade ..............................................80 Do desejo à paixão .......................................................81 Da compaixão à decisão ...............................................84 A entrevista pessoal ..............................................................87 1. Natureza da entrevista ..................................................88 2. Algumas atitudes fundamentais ....................................91 Atitude de base: não-directividade ................................92 Maturidade emocional ..................................................92 Autenticidade ................................................................93 Aceitação ......................................................................95 Compreensão e empatia ................................................96 3. Algumas dificuldades ....................................................98 Da parte do acompanhado ............................................99 Da parte do acompanhante .........................................101 172

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4. Notas sobre a técnica e o método ...............................102 Importância do acolhimento .......................................102 Saber escutar ...............................................................103 A resposta ...................................................................104 Lugar e tempo .............................................................106 Acompanhar os jovens no grupo de fé ................................109 1. A realidade do grupo de jovens ..................................111 O que é o grupo? ........................................................111 Objectivos e critérios nos grupos juvenis .....................113 Algumas tendências actuais .........................................115 2. O grupo eclesial ..........................................................116 Grupo e pertença eclesial ............................................117 Condições de eclesialidade ..........................................120 O compromisso da evangelização ...............................121 3. O grupo, sujeito do a­ companhamento ........................122 Acompanhar um grupo de fé.......................................123 Complementaridade entre acompanhamento pessoal e grupal .........................................................124 Acompanhamento e itinerário de fé ............................126 Modalidades de ajuda espiritual no contexto do acompanhamento ..........................................................129 1. Acompanhamento e sacramento da R ­ econciliação .....130 2. A Revisão de Vida ......................................................133 Partir da realidade ......................................................134 Confrontação aberta à esperança ................................136 Compromisso na acção ...............................................137 Experiência espiritual ..................................................138 173

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3. Projecto pessoal e grupal ............................................139 4. A “Lectio Divina” ......................................................143 5. A consulta espiritual ...................................................146 O acompanhante espiritual ................................................149 1. Um homem impossível? ..............................................152 2. Caminhar juntos .........................................................154 3. Testemunha e mestre de fé ..........................................157 4. Profundamente espiritual ............................................159 5. Companheiro, amigo e irmão .....................................162 6. Preparação e experiência ............................................163 7. Capaz de discernir ......................................................166

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Eugénio Albuquerque

Rua Dr. Alves da Veiga, 124 4000-071 Porto Tel.: 225 365 750 • Fax: 225 365 800 edisal@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt

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ACOMPANHAMENTO ESPIRITUAL NA PASTORAL JUVENIL

Hoje os jovens estão muito conectados, mas pouco acompanhados. Faz falta criar um espaço de diálogo e comunicação que suscite reflexão e orientação. É urgente uma presença amiga que dê testemunho de valores, que recrie a vida quotidiana e que ajude a olhar o futuro com esperança. Neste livro, o autor oferece um guia para todos aqueles que pretendem iniciar-se na missão do acompanhamento pessoal, tendo como fonte de ­ ­inspiração o estilo de Jesus e a pedagogia salesiana. Dividida em 8 capítulos, esta obra começa por ­explicar o significado e importância do ­acompanhamento no ­amadurecimento espiritual dos ­jovens. Depois, a­ vança para questões mais concretas como a entrevista ou diálogo ­ ­ pessoal, sacramento da ­ Reconciliação ou ­revisão de vida. “Acompanhamento espiritual na Pastoral Juvenil” ­destina-se quer ao adulto que se sente ­chamado­a realizar o serviço de acompanhamento aos ­ ­ jovens, quer ao jovem que procura desenvolver com ­coerência a sua vocação cristã.

P A S T O R A L

ACOMPANHAMENTO ESPIRITUAL NA PASTORAL JUVENIL

J U V E N I L

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