Era uma vez a Avé-Maria

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A Avé-Maria é a oração mais ternurenta que os cristãos rezam, pois é dirigida à sua mãe do céu. Neste livro, apresenta-se o significado de cada uma das suas frases através de histórias. Umas são reais, outras são ficcionadas. No final de cada uma, um texto explica o seu sentido e faz a ponte entre a narrativa, o evangelho e a vida quotidiana. Uma belíssima obra para conduzir as crianças à beleza da oração mariana.

BRUNO FERRERO

Rua Dr. Alves da Veiga, 124 Apartado 5281 | 4022-001 Porto Tel.: 22 53 657 50 Fax: 22 53 658 00 edisal@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt

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Ilustrações: M. CESALE

10-10-2016 11:39:25



Era uma vez a

Avé - Maria TEXTOS: BRUNO FERRERO - ILUSTRAÇÕES: M. CESALE



Este livro foi oferecido a A

DA

DATA

© 1995 Editrice Elledici - 10142 Torino © 2016 Edições Salesianas - Rua Dr. Alves da Veiga, 124 - Apartado 5281 / 4022-001 Porto Telef. 225 365 750 - edisal@edicoes.salesianos.pt - www.edisal.salesianos.pt - Depósito Legal: 416376/16



Veio um anjo do céu e deu início a esta oração. Santa Isabel, prima de Maria, completou-a quando se encontraram. Hoje é rezada por milhões e milhões de homens, mulheres e crianças. É a oração mais ternurenta que os cristãos têm pois é aquela que dirigem à sua mãe do céu:

Avé-Maria

AVÉ-MARIA CHEIA DE GRAÇA O SENHOR É CONVOSCO BENDITA SOIS VÓS ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO VOSSO VENTRE, JESUS SANTA MARIA, MÃE DE DEUS ROGAI POR NÓS PECADORES AGORA E NA HORA DA NOSSA MORTE ÁMEN

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Avé, ó Maria a história

a menina perdida

H

á muitos anos, em Roma, a Basílica de Santa Maria Maior estava rodeada de campos. O som dos seus sinos chegava longe e convidava à oração todos os habitantes das pequenas casas espalhadas pelos arredores. De uma dessas casas saiu um dia uma menina para visitar alguns familiares que viviam num campo ali perto. Chamava-se Maria. Maria julgava que conhecia bem a estrada, mas, ao cair da noite, desorientou-se e perdeu-se. Já não conseguia encontrar o caminho de casa.


Depois de ter andado e andado sem conseguir chegar a lado nenhum, cada vez se ­sentia mais perdida; sentou-se numa pedra e ­começou a chorar abundantemente. Mesmo chorando alto ela sabia que ninguém a ­poderia ajudar, pois nas redondezas não se via vivalma. Foi então que ouviu o repicar de um sino e, lembrando-se de Nossa Senhora, começou a rezar a Ave-Maria. Ao chegar às palavras “rogai por nós pecadores” o sino repicou ainda mais forte. Parecia estar ao seu lado, e não parava de tocar como se fosse uma voz que a chamava na noite. A menina decidiu seguir aquela voz. Guiada pela repicar do sino, encontrou um caminho que a levou direita à Basílica de Santa Maria Maior. Ali já não se sentia perdida pois conhecia bem os arredores. Tomou então o caminho de casa, onde todos a esperavam já preocupados pela demora.

Os sinos das Igrejas continuam hoje a tocar, recor­dando-nos algo que às vezes esquecemos. Os sinos proclamam uma verdade simples, mas essencial: Deus não se esquece dos seus filhos e continua a chamá-los. Há barulhos a mais nas nossas cidades. Haverá alguém que ainda escute o repicar dos sinos? Em muitos lugares, calaram-nos de vez, mas haverá algo mais belo do que ouvir os sinos a gritar a alegria e a dor a festa e a tristeza?

Como na parábola do Pai Misericordioso, Deus espera pelos seus filhos e continua a chamá-los pelo caminho que os leva até Ele. Caminho esse que passa sempre por Maria. Cada paróquia tem um campanário para recordar aos homens o caminho do céu. Se alguma vez te sentires perdido, invoca Maria e o sino do seu amor guiar-te-á. 7


Cheia de graça a história

a medalha de Catarina

C

atarina Labouré era uma jovem irmã. Sentia em si um grande desejo: ver Nossa Senhora. Na noite de 18 de julho de 1830, pelas 23h30, sentiu alguém que a chamava pelo nome. Era uma criança parada à entrada do seu quarto que lhe dizia: “Catarina, levanta-te e vem ­comigo”. Catarina seguiu a criança. Todas as luzes estavam acesas. A porta da igreja estava aberta só o suficiente para a criança passar. Catarina ajoelhou-se. À meia-noite, chegou Nossa Senhora e sentou-se numa cadeira que estava ao lado do altar. Catarina levantou-se e foi ajoelhar-se aos pés da Senhora. A Senhora tomou-a pelas mãos e colocou-as nos seus joelhos. Anos mais tarde conta Catarina no seu diário: 8


“Fiquei assim de joelhos, com as mãos nas suas, não sei quanto tempo... mas foi com certeza o tempo mais doce da minha vida… foi então que a Senhora me falou: «Deus quer confiar-te uma missão.»” A jovem irmã Catarina só compreendeu a missão que Deus lhe queria confiar no dia 27 de novembro seguinte. Continua ela no seu diário: “Era sábado, véspera do 1º domingo de advento. Eram 17h30 da tarde. Ouvi algum barulho vindo da igreja, fui até lá e vi Nossa Senhora sentada na mesma cadeira. Tinha um vestido de seda branca que brilhava como a ­aurora e por baixo dos seus pés havia uma esfera da qual conseguia ver só metade. Nas mãos, à altura do peito, tinha um globo e os olhos estavam elevados ao céu. Nas suas mãos, surgiram anéis em todos os dedos, e muitos raios de luz”. Nossa Senhora explicou a Catarina que o globo representava o mundo inteiro e que os raios de luz que saíam dos anéis eram símbolo das graças que Deus queria derramar sobre o mundo. “A tua missão, Catarina, é recordar ao mundo as graças que Deus lhe quer dar. Mesmo aquelas que ninguém se lembra de pedir”.

Através de Maria, Deus quer dar aos homens muitas graças, mas os homens esquecem-se de as pedir. Não há sentimento mais triste do que quando preparas um presente com todo o carinho, alegria e atenção e depois te dás conta que a pessoa a quem o ias oferecer, não o quer. Maria é a expressão da generosidade da sabedoria de Deus. Tem as mãos cheias de dons para entregar aos homens, qual mediadora das graças de Deus. Mas os homens nem se dão conta, alguns até lhe viram as costas, deixando-se levar por tantas outras coisas que pensam ser importantes, mas que só ­servem para os afastar de Deus. Hoje, o mundo precisa de Maria e das graças que ela tem para lhe dar. E, mesmo assim, são tão poucos os que se lembram de lhe rezar com fé. Como dizia S. João Bosco, se queremos saber o que são milagres, rezemos a Maria. Ela, que é cheia de graça, há de dar-nos a graça de Deus. 9


O Senhor é convosco a história

as bodas de Caná

Provocado pela mãe, Jesus olhou à volta pensando numa maneira de ajudar os noivos. Viu então seis recipientes de pedra com a capacidade de 100 litros cada um. Normalmente, serviam para que os judeus se purificassem e lavassem antes do casamento. Disse então aos empregados: “Enchei aqueles recipientes de água até cima.” Os empregados assim o fizeram. “Tirai agora um pouco e dai-o a provar ao chefe de mesa; ele que diga se o vinho é bom”. Um dos empregados levou ao chefe de mesa um copo daquele líquido avermelhado e perfumado, que até há pouco tempo era apenas água do poço. Aquele olhou o vinho, provou-o, degustou-o e depois, de olhos arregalados pelo espanto, correu até ao noivo e disse-lhe: “tu não percebes nada de vinho. Toda a gente serve primeiro o vinho bom e guarda o fraco para quando os convidados já beberam bastante. Tu fizeste exatamente o contrário e g ­ uardaste o vinho bom até agora.” A festa continuou, mais alegre do que nunca.

C

erto dia houve um casamento em Caná da Galileia, na Palestina. Foram convidados Maria e o seu filho Jesus. Jesus ainda não era conhecido por ninguém e passava despercebido no meio dos convidados. A festa estava muito animada e todos se divertiam. Somente o olhar atento de Maria se deu conta de algo que poderia estragar a alegria de todos e encher de vergonha os noivos e as suas famílias. Aproximou-se, então, de Jesus e disse-lhe ao ouvido: “Já não têm vinho.” Jesus respondeu à mãe: “Não há nada que possa fazer. Se forem rápidos, podem ainda ir comprá-lo sem ninguém se dar conta.” Maria insistiu: “Só tu os podes ajudar”. E, mesmo depois de Jesus dizer que a sua hora não tinha ainda chegado, Maria não ficou convencida nem aceitou a renúncia do filho. Confiante, Maria disse aos empregados: “Fazei tudo o que este rapaz vos disser”. 10


“Fazei o que Jesus vos disser!” A missão de Maria resume-se nestas palavras que dirigiu aos homens de Caná. Como todas as mães, Maria está sempre atenta: observa tudo o que se passa à sua volta para poder atuar, caso seja necessário. Foi o que aconteceu em Caná. Maria antecipa o tempo de Jesus. Por que o faz? Porque ninguém conhece tão bem Jesus como ela. Sobretudo conhece a grandeza e a bondade do seu coração. E se Maria esteve tão atenta nesta boda, levando Jesus a realizar o seu primeiro milagre, o que não fará por nós, se a convidarmos para a festa da nossa vida?

Se sentimos que as palavras do Evangelho de Jesus mexem connosco, se as ouvimos nos momentos de dificuldade e de tristeza e sentimos que elas nos dão algum conforto é porque Maria no-las sussurra ao ouvido. Assim, com todo o seu carinho e doçura, ela repete-nos em cada dia: “Fazei o que Jesus vos disser! Não tenhais medo, pois eu estou convosco e falo de vós ao meu filho.

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Bendita sois vós a história

O presente misterioso

J

á nascia o Sol em Belém. Já o último peregrino tinha partido e até mesmo a estrela que tinha pousado sobre a pobre cabana e que até ali tinha guiado os magos e outras pessoas se tinha apagado. Maria olhava docemente para o menino que dormia sossegado. De repente, ouviu-se o ranger da porta que se abriu lentamente. Parecia empurrada por uma brisa leve mais do que por uma mão. Viu-se então uma mulher idosa, vestida de trapos, com um grande manto preto que a cobria de cima a baixo, incluindo o rosto. Maria sentiu-se estremecer como se tivesse visto uma bruxa má. Jesus continuava a dormir tranqui­ lamente. O burro e o boi comiam um ­fardo de palha e não levantaram o olhar para a mulher misteriosa. Maria não conseguia falar, mas ­seguia com o olhar cada passo da ­desconhecida que andava muito devagar. A velha mulher continuava a dirigir-se para ela. O menino Jesus abriu os olhos e 12


A Avé-Maria é a oração mais ternurenta que os cristãos rezam, pois é dirigida à sua mãe do céu. Neste livro, apresenta-se o significado de cada uma das suas frases através de histórias. Umas são reais, outras são ficcionadas. No final de cada uma, um texto explica o seu sentido e faz a ponte entre a narrativa, o evangelho e a vida quotidiana. Uma belíssima obra para conduzir as crianças à beleza da oração mariana.

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