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Alessandro Ricci

Desafios educativos dos pais divorciados

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Título da obra original: Separati, ma sempre genitori © Editrice Elledici. 2015 © Edições Salesianas 2017 Rua Dr. Alves da Veiga 124 4022-001 Porto Tel: 225 365 750 edisal@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt Publicado em Abril de 2017 Tradução: Delfim Santos Paginação: João Cerqueira Conceito de Capa: Claudine Pinheiro Capa: Paulo Santos Impressão: Printhaus ISBN: 978-989-8850-22-5 Depósito legal: 417495/16

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É inevitável que, quando um casamento se desfaz, sejam os filhos quem mais sofre, eles que são o sinal vivo da sua indissolubilidade Bento XVI

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Introdução

Uma das principais e mais delicadas tarefas dos casais separados é redefinir a sua relação enquanto pais, para assegurar da maneira mais conveniente o bem-estar dos seus filhos. Para concretizar esse objetivo não se exige que os cônjuges mantenham uma relação harmónica ou de mútua colaboração; bastará estabelecer uma relação em que refreiem a cólera e a conflitualidade. Dito de outra forma: devem transformar o seu relacionamento, torná-lo mais formal e distante, não necessariamente mais amigável, e modificar as regras básicas no trato que cada um mantém com os próprios filhos. Os esposos, como afirma Donata Francescato (1994), devem “separar-se como casal para se encontrarem de novo como pais”; e isto só se verificará quando os dois cônjuges concretizarem de facto um “divórcio psíquico”. Só há uma evolução positiva no processo de desagregação conjugal, quando as partes se consciencializarem, seja das causas que levaram ao fracasso conjugal, seja das razões que motivaram a escolha de um companheiro errado; deste modo enfrentarão o futuro com maior lucidez e responsabilidade, sem receio de repetir erros do passado. O período que se segue imediatamente à separação é, sem dúvida, para os pais e para os filhos, uma fase de profunda renovação das relações e está muito condicionado pelo modo como os dois esposos vivem o seu divórcio. 5

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Com frequência, os filhos presenciam os conflitos entre o pai e a mãe, mesmo que os dois tenham prometido antes que nunca discutiriam diante dos filhos. Na vida quotidiana as discussões são perfeitamente toleradas, sobretudo quando os filhos estão certos de que isso não acarreta o perigo de uma separação entre os pais. Sabem que as coisas ficarão resolvidas logo a seguir e que a harmonia voltará a reinar em casa. Mas isto não se verifica quando as discussões entre marido e mulher são contínuas e violentas. A zanga adquire outra aparência: incapazes de conter e controlar o ódio recíproco, os pais deixam de dar atenção aos filhos e esquecem a sua função de educadores, transtornando profundamente a vida da prole que sentirá dolorosos sofrimentos, o que, por sua vez, se irá repercutir no seu crescimento sadio e equilibrado. A instituição familiar, com as suas dificuldades, angústias e inquietações, merece uma especial atenção. Precisamente a crise desta instituição é o que causa o maior impacto no que se chamou “emergência educativa”1. 1

A expressão “emergência educativa” tornou-se conhecida pelo uso que dela fez Bento XVI. Insistiu no tema num discurso aos bispos italianos a 27 de maio de 2010. O Papa alude à orientação da cultura atual que se baseia num falso conceito da autonomia do homem, que leva a posições céticas e relativistas. Já em carta ao Reitor Mor dos salesianos, por motivo do XXVI Capítulo Geral desta congregação, o Papa tinha-se referido a este tema, insistindo na necessidade de um trabalho educativo que afrontasse este repto e ajudasse as famílias. “Perante a emergência educativa que existe em numerosas partes do mundo, a Igreja necessita da contribuição de estudiosos que aprofundem a metodologia dos processos pedagógicos e formativos, a evangelização dos jovens e a sua educação moral, elaborando juntos respostas aos desafios da era pós-moderna, da interculturalidade e da comunicação social, procurando simultaneamente ajudar as famílias” (Vaticano março de 2008).

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A separação e a conflitualidade entre os pais são uma das principais causas da profunda inquietação que os filhos experimentam. Precisamente por isso vale a pena alertar os pais que, com frequência, descuidam este aspeto tão delicado. A inquietação psicológica dos filhos ou, pelo menos, uma grande parte das dificuldades que diariamente encontro no meu trabalho, depende exatamente do que acontece na família, do estilo educativo adotado, de uma atitude super-protetora ou excessivamente permissiva e também da relação conflituosa entre os pais. As relações entre os pais têm um influxo decisivo no bem-estar dos filhos. A decisão de terminar uma relação, sobretudo quando há filhos, pode ser legítima; é uma possibilidade. Mas isso não significa que não cause dor, que não ocasione importantes sofrimentos aos filhos nem que, consoante as suas idades, tenha repercussões psicológicas sobre eles, exigindo atenção por parte dos pais. Felizmente, a gestão desta fase de reorganização familiar realiza-se frequentemente de modo adequado, consciente e responsável, por parte dos pais que colocam o bem-estar dos seus filhos à frente de tudo. Quando decidem separar-se, os dois pais devem organizar e dirigir juntos o transtorno emotivo dos filhos. Devem fazer o possível por centrar a sua atenção no bem-estar dos filhos, mais do que no seu conflito. Mas reconhecendo que isto é mais fácil dizer do que fazer. Contudo, é unicamente assim que esta difícil experiência pode ser superada de forma relativamente serena. Infelizmente, não é isto que costuma acontecer. Frequentemente o desencontro entre os pais tem implicações diretas nos filhos. As brigas, as pequenas vinganças quotidianas, as discussões e birras suportam-se como pequenos calvários. Cria-se uma espécie de redemoinho que a todos traga e tem 7

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consequências emotivas substanciais, relacionais e psicológicas, cujos efeitos podem perdurar por muito tempo. Quando comecei a trabalhar como psicólogo nas escolas, pensava que teria que me relacionar com professores desinteressados e inadaptados, pais preocupados com os seus filhos, e um número reduzido de alunos. Contudo, impressionou-me a necessidade de muitos jovens em falar de si mesmos com um adulto desconhecido. Pensava que as suas inquietações teriam a ver com dificuldades de aprendizagem, problemas ocasionais com os professores, dificuldades nos estudos ou episódios de assédio escolar (assunto de que me havia ocupado durante a minha formação), mas estava enganado. A inquietação que encontrei nestes rapazes tinha a ver com a mamã e com o papá. São, principalmente, as diferentes formas de relação entre os pais, os conflitos, a separação, aquilo que causa um impacto emotivo no bem-estar de crianças e jovens. Foi por isso que me decidi escrever um livro sobre a educação dos filhos de pais separados. Procurei criar um guia simples para ajudar na orientação em casos de separação. São pontos de reflexão e algumas respostas às perguntas que mais preocupam os pais. Pelo menos, para aqueles que se põem o problema da orientação dos seus filhos e compreendem que o maior perigo reside em desvalorizar o seu bem-estar. Cada caso, cada família e cada filho têm as suas particularidades. Por isso, este livro não pretende ser um receituário de soluções para os problemas que existem na difícil e delicada tarefa de educar os filhos de famílias separadas. Para que os filhos não fiquem traumatizados com a separação dos pais, devem ser educados com os mesmos princípios de ordem, acolhimento, compreensão e coerência que se usam ordinariamente num contexto familiar unido e 8

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regular, embora se tenha de introduzir as variantes exigidas pela nova situação da família. Para atenuar o mal-estar dos filhos, ocasionado pela separação da mãe e do pai, é necessário que os pais continuem a desenvolver uma atividade educativa liberta de ressentimentos, de dor ou de qualquer outra espécie de emoção negativa em relação ao cônjuge de quem se separaram. Não podem esquecer que o filho foi gerado por ambos e que, no nosso sistema social, a configuração da identidade provém do facto de ter um pai e uma mãe que não desapareceram mas que, muito pelo contrário, devem manter a sua função, inclusivamente na situação de casal separado (Vitale, 2012, 16). É necessário, por isso, prestar uma atenção crescente às questões educativas que surgem das separações e reconstruções familiares. Atenção merecem também os pais que desejam dar resposta à complexa exigência de continuar a ser pais, apesar de terem deixado de ser um casal. Mesmo que os pais se sintam inadaptados ou culpados pela responsabilidade de terem decidido separar-se, é preciso alertá-los de que eles são ainda os primeiros responsáveis por proporcionar segurança aos seus filhos, acompanhando-os na passagem de uma situação familiar para outra (Iori, 2006, 7).

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ATÉ QUE O CONFLITO NOS SEPARE “Por favor”, “desculpa”, “obrigado”: se numa família se pronunciarem estas três palavras, a família irá para a frente. Francisco

Nem sempre é fácil distinguir os elementos construtivos dos destrutivos. Aquilo que a princípio não nos agradava, pode manifestar-se construtivo com o tempo. É claro que isto não significa que uma relação destrutiva não possa ser agradável, como acontece, por exemplo, quando nos sentimos pela primeira vez “vistos” de verdade ou tidos em conta por outra pessoa, ou quando nos sentimos imersos numa harmonia sem fim, ou quando se tem a sensação de que, graças ao esforço comum, nos é possível alcançar aquilo que nos tínhamos proposto. Mas não se sabe como nascem estes instantes construtivos na vida do casal. Não existe uma receita que nos garanta o êxito, embora possamos precisar o melhor modo de construir uma relação amorosa de casal e de enfrentar os problemas latentes, inevitavelmente presentes nas relações, não para evitar conflitos dolorosos, mas para os saber equacionar com maior lucidez e força. 11

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1.1 Conflito na família Os conflitos familiares não são uma exceção: formam parte da rotina de qualquer família. E nem sempre são forçosamente negativos. Na vida do casal, na relação entre irmãos, na relação paterno-filial… discutir é coisa normal. E a ausência total de conflitos não é, por si mesma, um indício de saúde: o conflito permite aos membros da família afirmar-se como diferentes uns dos outros, marcar os próprios limites e estabelecer melhor, perante si e perante os outros, a própria identidade. Pode, então, desempenhar uma função que nem sempre é negativa, favorecendo o crescimento (Milani, 1993,106). A experiência do conflito nas relações humanas é normal, na medida em que brota do encontro-confronto com o outro, diferente de si. Divergência e conflitos formam parte de qualquer relação, precisamente porque unem duas ou mais pessoas que, frequentemente, têm opiniões e atitudes diversas, fundadas em necessidades e desejos por vezes opostos. De facto, o conflito nasce da disparidade de c­ onhecimentos (expetativas-desejos-crenças) ou comportamentos dos casais. Este imbróglio resolve-se necessariamente, num período relativamente longo, segundo uma estrutura sequencial. O conflito pressupõe antecedentes que o desencadeiam (tipo de desacordo), a gestão das divergências (o processo) e o encontro de soluções a médio e a longo prazo sobre a relação (as saídas) (Iafrate, 2007, 185). O conflito é um acontecimento normal, não destrutivo e inócuo, que desempenha a função de evidenciar um problema e de levar à sua solução.

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Os conflitos podem afastar as pessoas ou uni-las mais intimamente. Conseguir resolvê-los é, provavelmente, o aspeto mais decisivo das relações familiares. Contudo, quase todos detestam experienciar o conflito, sentem-se mal quando ele aparece e confusos para os solucionar. Muitos preferem evitá-lo a todo o custo. Um exemplo significativo são algumas expressões usadas no âmbito familiar para evitar o choque como: “Por favor, à mesa não se discute”; “Não falemos disso, se não vamos acabar por discutir”. De facto, uma relação aparentemente sem conflitos pode ser mais prejudicial que outra em que os conflitos são mais frequentes: o conflito pode ser saudável se se exprime abertamente e se se aceita como natural (Toller, 2010). Para lá do assunto em discussão, o conflito interpessoal aprofunda as suas raízes no difícil e cambiante equilíbrio entre duas necessidades próprias da pessoa humana: por um lado, o da filiação e pertença, que leva a acentuar a semelhança; por outro, a necessidade de individualização e separação, que sublinha e reivindica a diferença. A gestão das diferenças é um processo que não se pode dar por amortizado ou pacífico; pelo contrário, é cheio de tensões e dramático. Torna-se, por isso, evidente que o conflito é um processo relacional capaz de resolver e recompor essas diferenças. De facto, a discordância, se se orienta de forma construtiva e não acaba em desqualificação do outro parceiro e na afirmação de si mesmo pela força, pode converter-se em ocasião para uma relação em que cada membro, combinando intimidade mútua e necessidade de diferenciação individual, dê forma a essa relação e contribua para a definição de si mesmo e do vínculo. A diversidade pode ser, com certeza, fonte de enfrentamento. Mas também se pode converter numa ocasião propícia ao exame e à renegociação da relação. Não esque13

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çamos, também, que a conflitualidade não é, por si mesma, expressão de mau funcionamento, mas algo de conatural em qualquer união (Iafrate-Rosnati, 2007, 186). Na vida do casal nem sempre se podem enfrentar as incompreensões e os conflitos. Há quem os tema e prefira ignorá-los; outros enfrentam-nos, mas sob a pressão de impulsos e emoções, errando no modo de proceder; outros, por seu turno, preferem adiá-los, para ver se, com o tempo, se resolvem por si mesmos. Contudo, com o tempo, um conflito não resolvido pode radicalizar-se. Uma das caraterísticas do nosso tempo é, sem dúvida, a de “normalizar” as situações, criar atitudes reativas, interpretações e hábitos cada vez mais difíceis de modificar dentro da relação entre ambos. O clima de tensão criado pelo conflito propicia as incompreensões e pode gerar outras novas, o que contribui para a destruição da relação do casal. Na família, a relação é um aspeto fundamental e deve preservar-se como o ar que se respira. Evitar o conflito e negá-lo pode ser, inclusivamente, nocivo; manifestá-lo de forma humilhante deprime a vida familiar; dignificá-lo mediante o esclarecimento e aprofundamento, até de forma apaixonada, dos distintos pontos de vista dentro da família, pode ser, pelo contrário, um instrumento estimulante de crescimento e até de esperança em que as pessoas se possam reencontrar para lá do conflito, numa dimensão de humanidade e de mútua aceitação. Se o conflito for enfrentado e não negado, mostra aos cônjuges e aos filhos que a relação humana não é um jogo destinado a decidir quem vence ou quem perde; é antes uma relação em que mutuamente nos reconhecemos e afirmamos de forma positiva.

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Previne o estancamento da relação

Favorece o intercâmbio de pontos de vista

Saber Discutir

Estimula a curiosidade

Permite o crescimento das relaçõesde vista

O esforço no conflito é condição imprescindível para manter uma boa relação. Evitar um conflito é como meter-se por um atalho impraticável. Os casos de dramas familiares que aparecem com frequência nos jornais demonstram a incapacidade de saber tratar as situações de tensão e conflitualidade. Ao mesmo tempo, podemos dizer, que se as boas relações aguentam o conflito, as más impedem-no, estabelecendo uma espécie de paz aparente, onde, no interior do casal, não se consegue nenhuma alteração nem nenhuma comunicação discordante. Onde tudo parece desenrolar-se num conformismo insosso e sem sabor. No conflito, o outro obriga-me a tê-lo em conta, convida-me a apreciar um ponto de vista distinto do meu, amplia a minha compreensão do mundo. A felicidade não depende de circunstâncias agradáveis ou desagradáveis, mas da nossa atitude frente a elas. Poder-se-ia dizer que enquanto houver conflitos, há esperança.

1.2 A gestão eficaz dos conflitos Na vida de casal são normais os momentos de discrepância e conflitualidade. Se forem enfrentados com clarividência, até poderão ser uma oportunidade de mudança e de crescimento, uma ocasião para reconstruir relações dentro do grupo familiar. 15

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Para que o conflito possa também ter um valor educativo como reconhecimento da alteridade, deve-se procurar, mediante o diálogo, respostas partilhadas aos problemas. Visto sob esta perspetiva, o conflito converte-se, para todos os membros da família, numa importante aprendizagem da negociação. Na negociação, os cônjuges assumem uma atitude de cooperação frente à dissensão, o que os torna capazes de construir acordos e encontrar soluções partilhadas (Iori, 2006, 28). Se é certo que os conflitos na família são inevitáveis, também o é que não queremos deixar-nos vencer por eles. E é muito útil encontrar estratégias capazes de os enfrentar, no sentido de as diferentes partes se sentirem aliviadas e reforçadas no seu afeto mútuo, sem “vencedores nem vencidos”, como pensa Gordon (1970). A alternativa sugerida por Gordon é o que ele chama Método sem perdedores para resolver conflitos, graças ao qual ninguém perde, pois as duas partes vencem porque a solução deve ser aceite por todos. Os conflitos resolvem-se pondo-se ambos de acordo sobre a solução. Este método rege-se pelo princípio da participação e não pelo da imposição. Vejamos agora como aplicar o Método sem perdedores: • Identificar o conflito e defini-lo; • Deixar emergir qualquer solução possível; • Apreciar as soluções aparecidas; • Escolher a melhor solução; • Programar e realizar a solução; • Verificar os resultados.

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Quando aparece um conflito na família, o melhor é procurar resolvê-lo, mas sem deixar de pensar no que se está a fazer e de estabelecer uma estratégia de intervenção. O primeiro a fazer é procurar compreender o que sucedeu, colocando-se algumas perguntas prévias: • Qual foi o acontecimento que despoletou o conflito? O que aparece é o problema real ou é apenas um pretexto para encobrir outra coisa diferente? • Em que medida contribuí para o conflito? É a situação que cria o problema ou é a minha relação com a situação que o cria? • Em que medida ele ou ela contribuíram para o conflito. Quais são as suas razões? • Porque é que ele ou ela tomaram essa decisão? Como me sentiria se estivesse no seu lugar? • É possível sair deste constrangimento? Qual poderia ser a maneira mais eficaz? • Que vai acontecer se eu nada fizer? Há realmente algum problema? • Posso pedir ajuda a alguém? Seria oportuno pedir alguma mediação? Depois de ter refletido sobre estes pontos, entra-se na parte “ativa”, que aqui apresento organizada em diversos estádios sucessivos, mas que, na vida real, se pode apresentar de uma forma mais unitária. Primeiro estádio: Deve-se enfrentar o conflito com espírito construtivo, o que é possível quando a relação entre os cônjuges é mais importante que o motivo da discussão. Nem todos os momentos são próprios para fazer frente a um conflito. É conveniente, por exemplo, evitar a discussão quando um dos dois estiver zangado ou cansado. 17

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Índice

Introdução........................................................................................5 Até que o conflito nos separe..........................................................11 1.1 Conflito na família...............................................................12 1.2 A gestão eficaz dos conflitos................................................15 1.3 A família unida....................................................................23 1.4 A família em vias de separação............................................26 Separar-se e continuar a ser bons pais.............................................31 2.1 Pais em crise de casal...........................................................32 2.2 Educar juntos; pais para sempre...........................................36 2.3 A coesão educativa...............................................................39 2.4 As relações familiares em situações difíceis..........................45 2.5 Nós, filhos, espetadores impotentes.....................................51 Separação e novos contextos educativos..........................................59 3.1 Efeitos da separação nas diversas fases evolutivas................60 3.2 Reações psicológicas dos filhos perante a separação dos pais..........................................................................................72 3.3 Sugestões psicoeducativas....................................................77 3.4 Educar para a resiliência......................................................85 3.5 A custódia partilhada dos filhos e as suas diversas repercussões educativas................................................................................89 Conclusão ......................................................................................97 Bibliografia...................................................................................105

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