GPS Itinerário para jovens

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Projecto GPS Livro Dois


Colecção GPS Para o itinerário dos grupos Projecto GPS. Livro Zero Projecto GPS. Livro Um Projecto GPS. Livro Dois Projecto GPS. Livro Três (A sair no Verão de 2009) Projecto GPS. Livres para... Um retiro com jovens Projecto GPS. Sonhar o futuro. Um retiro com jovens (A sair em 2009) Projecto GPS. Voltar ao Pai. Um retiro com jovens (A sair em 2010) Para a formação dos animadores Curso de introdução à fé (A sair em 2008) Curso de iniciação para animadores de pastoral juvenil Curso geral para animadores de pastoral juvenil (A sair no Verão de 2008) Para a oração dos jovens Lectio Divina para jovens Ano A (A sair em 2010) Lectio Divina para jovens Ano B (A sair em 2008) Lectio Divina para jovens Ano C (A sair em 2009) Para a oração dos jovens Programa apoiar


Apresentação

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qui está o “Livro Dois” do Projecto GPS. É um apoio para o animador que faz pastoral juvenil e que quer levar a caminhada de iniciação cristã dos seus jovens a bom porto.

A experiência tem mostrado que é muito difícil, quase impossível, ter a maturidade de fé necessária neste século XXI, apenas com a frequência da catequese da infância e da adolescência.

Este livro contém as propostas para as reuniões semanais do segundo ano do Projecto GPS. O Projecto GPS prevê e recomenda vários momentos de intervenção. Um deles são as reuniões semanais de 90 minutos. Para que sejam reuniões criativas, alegres, profundas, o animador pode socorrer-se das nossas propostas.

A observação da realidade e a reflexão sobre as dificuldades e sucessos de tantos animadores de Norte a Sul do país tem-nos mostrado que uma experiência autêntica de grupo, onde se aprende o que é ser cristão fazendo experiência dos valores do Evangelho, é mesmo necessária para chegar a ser “adulto na fé”, para ser um discípulo fiel e entusiasmado de Jesus de Nazaré.

As reuniões estão agregadas em seis módulos (ou catequeses). Cada módulo decorre ao longo de cinco encontros semanais. Este livro oferece as propostas, as dinâmicas e os materiais a usar nos encontros com o grupo.

O Projecto GPS não é um “catecismo”, um elenco de conteúdos. É um conjunto de materiais peda­ gógicos que ajudam o jovem e o grupo a dominar todas as dimensões do ser cristão. É uma proposta para jovens que já fizeram uma caminhada de fé.

Incluímos ainda um CD-rom contendo os materiais que podem ser fotocopiados e distribuídos pelos elementos do grupo. O CD inclui ainda actividades alternativas às que estão no livro impresso. O animador deve seleccionar aquelas que mais se adaptam às características e necessidades do seu grupo.

Este “Livro Dois” faz parte de um pacote de quatro volumes. O “Livro Zero” é uma espécie de manual geral para todo o projecto. Inclui pistas importantes para todos aqueles que querem uma pastoral juvenil de qualidade. Recomendamos fortemente a sua leitura e consulta frequente. O “Livro Zero” dá ao animador as chaves de leitura para perceber o que está a suceder no seu grupo. Para apoiar as reuniões semanais ao longo dos três anos temos o “Livro Um” (para o 1º ano), este “Livro Dois” (para o 2º ano) e o “Livro Três” (para o 3º ano). Além destes três livros com as propostas para as reuniões semanais, recomendamos que o animador (só com o seu grupo ou em parceria com outros grupos) promova uma experiência séria de retiro. Para orientar esses tempos fortes de encontro, reflexão, conversão e oração propomos: “Livres para...” (1º ano), “Sonhar o futuro” (2º ano) e “Voltar ao Pai” (3º ano).

Projecto GPS O Projecto GPS é a resposta entusiasmada da família salesiana em Portugal ao apelo dos nossos bispos: Em ordem ao amadurecimento e ao compromisso cristão, os jovens devem encontrar nas suas comunidades ou nas estruturas da pastoral juvenil, propostas organizadas e acessíveis de itinerários de fé que, a seguir à frequência da catequese sistemática, motivem e apoiem novas atitudes e comportamentos de inspiração evangélica. (Bases para a pastoral juvenil, nº 10) Queremos uma pastoral juvenil de qualidade. Este livro faz parte de um itinerário de três anos de duração a percorrer com os jovens entre os 16 e os 20 anos que querem assumir a sua iniciação cristã.

Para quem? O Projecto GPS não é uma solução mágica para todas as tarefas da pastoral juvenil. É “apenas” um itinerário, um caminho, para ajudar aqueles jovens entre os 16 e os 20 anos a assumirem a sua iden5


tidade cristã. É importante que o animador tenha isso bem presente e que o saiba comunicar bem. Isso evita ambiguidades dentro da paróquia, na relação com a catequese e na relação com os jovens. Este projecto não serve para “entreter os jovens”, o grupo de jovens que propomos não se vai limitar a “debater” uns temas sem ligação à vida. Não é um projecto de primeira evangelização, para levar o Evangelho àqueles que O não conhecem e pedindo deles a conversão.

Mas se tiveres pouca experiência pode ser uma ajuda para perceberes que o grupo não se reduz a uma sucessão de encontros semanais. É um itinerário de longa duração. Importante, importante é chegares a fazer uma programação detalhada por módulos. Esta planificação são as tuas decisões sobre quais actividades vão ser feitas, em que datas, em que moldes, quais as alternativas que tens para gerir os imprevistos. As novidades O segundo ano do Projecto GPS traz ao grupo e ao animador algumas novidades.

Um animador em forma Neste Projecto GPS o animador é o elemento decisivo. Os nossos livros são secundários face à qualidade do animador. A vantagem deste Projecto é que não é necessário ser um super-animador, equi­pado com todas as virtudes e tecnologias, com centenas de horas de formação às costas. Mas alguma formação de base é sempre recomen­dada. Se tiveres a oportunidade de frequentar algum curso de iniciação para animadores, não a percas. Da mesma “família” do Projecto GPS, há também um projecto de formação de animadores que está a ser publi­ cado por esta editora e apoiado por algumas dioceses (Aveiro, Braga, Évora, Lamego, Setúbal...).

Em primeiro lugar, o grupo amadureceu. Em condições normais é previsível que esteja a evoluir para a 3ª fase. O grupo começa a ser capaz de ser protagonista das suas tarefas. O papel do animador é estimular o grupo a organizar-se. Claro que todas as mudanças têm as suas dificuldades. Por isso convém que o animador esteja muito atento a todos os sinais, perceba em que situação está cada jovem e dê pistas que ajudem o grupo a amadurecer. Em termos de conteúdos o grupo vai enfrentar temas difíceis que pedem uma elevada preparação e disponibilidade ao animador. Temas ligados às relações próximas (módulo 2 “A dois é melhor”, módulo 4 “Esta família renova-se”, módulo 5 “Por uma sexualidade madura”) e também a temáticas mais sociais (módulo 1 “Salvação um upgrade à qualidade de vida”, módulo 3 “Nesta casa comum”).

Recomendamos também uma leitura atenta ao “Livro Zero”. Planear Depois de teres lido o Livro Zero, procura ler todo este Livro Dois. Isso vai dar-te uma visão global do caminho que queremos fazer ao longo do ano. Aproveita para fazer um esboço de planificação anual. Quais os momentos importantes do ano? Quando começam e terminam as actividades do grupo? Para que datas apontamos o retiro? Quais das campanhas vamos fazer? Algumas destas decisões não são exclusivas do animador. Devem ser tomadas em diálogo com o grupo e com os outros responsáveis de pastoral da paróquia.

Ao longo deste ano aparecem também processos e momentos inovadores. Recomendamos que na Quaresma o grupo assuma um projecto de serviço. O animador e o grupo devem preparar essa intervenção cuidadosamente. Não se trata de “usar” os jovens como mão-de-obra barata para qualquer rotina da paróquia nem de, vaidosamente, conseguir reconhecimento para o grupo de jovens. É um processo muito mais educativo e muito mais digno: agora que o grupo já tem a coesão interna suficiente, já é capaz de trabalhar bem, o itinerário GPS e o animador estimulam a comunicação do grupo com o exterior. As tarefas de serviço que propomos são o corolário natural do módulo 3

Pode ser uma ajuda fazer uma planificação mais detalhada por trimestres. De Setembro a Dezembro, o que vamos fazer? E entre o Natal e a Páscoa? E da Páscoa até ao Verão? Nas férias grandes faremos alguma coisa? Em rigor isto ainda não é planificar. 6


• Pe. Paulo Pinto. Mestre em educação social,

(Nesta casa comum) que estimula os jovens a uma postura renovada em favor da cultura da vida. As tarefas de serviço escolhidas devem ser assumidas ao longo da Quaresma, que é um tempo especial de empenho e de solidariedade.

• Pe. Rui Alberto. Mestre em pastoral juvenil e catequética, • Dr. Sérgio Fraga. Licenciado em psicologia,

Ao longo deste ano e na sequência do retiro os jovens devem elaborar com seriedade o seu projecto de vida. Não se trata de preencher uma folha com pios desejos e frases feitas. O projecto de vida é um instrumento importante para ajudar os jovens a conseguirem um ritmo elevado de caminhada e de compromisso com a causa e os valores do Reino. A execução desse projecto de vida pede momentos periódicos de diálogo com o animador para avaliação das decisões tomadas, para a procura de estra­ tégias para superar as dificuldades. Vai-se assim introduzindo uma prática de acompanhamento pessoal dos jovens.

• Pe. Tarcízio Morais. Mestre em ciências da educação. Além destes há uma lista não fechada de “parceiros associados”. São animadores de pastoral juvenil que, duma forma consistente, estão a produzir materiais de apoio para o Projecto GPS: canções, textos, reflexões, apresentações multimédia... E também tu podes partilhar connosco os teus materiais: gps@edisal.salesianos.pt O Projecto GPS é fruto também dos estímulos, sugestões e encorajamentos de tantos responsáveis nacionais e diocesanos pela pastoral de jovens. Há muita gente que leva a pastoral de jovens a sério. Escutar todos esses bispos, sacerdotes, religiosos e leigos ajudou este projecto a nascer e a ganhar consistência.

Em muitas reuniões semanais propõem-se pequenos exercícios para dar mais qualidade à vida cristã. Das práticas de oração aos gestos de serviço e atenção aos companheiros de grupo são muitas as propostas. Evidentemente, na reunião seguinte, o animador convida os jovens a comentar o sucesso das decisões tomadas. Além disso, sempre que seja oportuno, o animador recorda decisões e exercícios feitos anteriormente. Isso ajuda os jovens a interio­ rizarem esses procedimentos. Quem é quem no GPS? O Projecto GPS resulta, em primeira linha, de muitos pedidos e sugestões de animadores e responsáveis de pastoral juvenil. Mais no concreto, é a resposta da família salesiana em Portugal a esta carência de itinerários de qualidade. A equipa que concebeu e executou o Projecto GPS é constituída por: • Pe. David Teixeira. Membro da equipa vocacional dos Salesianos, • Ir. Fernanda Luz. Responsável pela pastoral juvenil das irmãs Salesianas (FMA), • Pe. João de Brito. Superior dos salesianos em Portugal, 7


Salvação: um “upgrade” à qualidade da vida

Módulo 1


Para o animador INTRODUÇÃO AO MÓDULO

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tema da salvação é decisivo para a identidade cristã. Mas na prática catequética e pastoral tem vindo a ser esquecido. Numa mentalidade imediatista e utilitária como a da nossa sociedade aparecem perguntas sérias: Para que serve isso da fé? O que é que a experiência cristã faz?

ção totalmente anticristãs. Quando as pessoas consultam horóscopos, consomem livros de auto­‑ajuda ou abraçam qualquer das ideologias narcisistas que estão na moda, herdam muito da ideia tradicional de salvação. Subsiste o dualismo alma-corpo na salvação. É o “chakra”, a “aura” ou outra coisa qualquer, de tipo espiritual que deve ser salva; o concreto do corpo pouco interessa. Ou subsiste o seu inverso: é pela aparência da saúde física, pelos implantes de silicone, pelo erotismo que te “salvas”, que vais ser feliz.

O conceito de salvação Podem ser perguntas arrogantes mas a revelação de Deus não tem medo de lhes responder: Deus vem ao nosso encontro, dialoga connosco, liber­ ta-nos, cura-nos, perdoa-nos... A isso tudo nós chamamos “salvação”. Quando Deus entra na vida de uma pessoa ou de um grupo, Ele provoca mudanças e melhorias de qualidade.

Subsiste o dualismo individual-comunitário. Claramente domina o individualismo. As pessoas fazem sacrifícios, pagam pequenas fortunas, por uma “salvação” individual.

Mas hoje coexistem (nas mentalidades e nas práticas que as mentalidades geram) vários entendimentos de salvação. E nem todos são igualmente válidos à luz da Palavra de Deus.

Subsiste o dualismo ultra-terreno. Só que enquanto os “antigos” desvalorizavam a exis­tência concreta e apostavam tudo no depois da morte, hoje aposta-se tudo no aqui e agora, como se a morte não existisse, como se apenas o instante contasse.

Subsiste ainda uma ideia tradicional de salvação. Que pouco ou nada tem a ver com o verdadeiro sentir da tradição viva da Igreja. É muito marcada por três dualismos:

Há uma outra perspectiva (existencial-perso­ nalista) em que a pessoa está no centro. A pessoa está em relação com os outros, vive a sua liberdade, procura a sua auto-realização e a autenticidade, através do diálogo e de relações de qualidade.

• É uma salvação mais espiritual do que integral. O que conta é salvar a “alma”; as questões “materiais” são pouco importantes; • É uma salvação mais individual do que comunitária. O que conta é que “cada um” possa salvar a “sua” alma;

A salvação significa passar da não comunhão com Deus e com os outros à comunhão. Salvação é sair das trevas do egoísmo e abrir-se ao amor de Deus e dos outros. É deixar uma vida sem sentido e encontrar razões válidas para viver e amar.

• É uma salvação mais ultra-terrena do que actual. Centra-se no depois da morte. São poucas as pessoas que assumem conscientemente esta visão tradicional. Mas ela persiste, mesmo nas cabeças de pessoas fora da Igreja que criticam a fé a partir desta caricatura. E subsiste ainda em muitos jovens cristãos que não dispuseram de uma formação adequada, mais fiel à Palavra de Deus e mais fiel à sensibilidade cultural dos dias de hoje.

É este modelo existencial-personalista que está por detrás dos catecismos actuais da infância e adolescência (embora pouco assumido). Jesus Cristo tem um papel central neste entendimento da salvação. Jesus é salvador porque, durante a sua existência terrena, viveu em comunhão com Deus e com os outros, devolveu aos homens a capacidade de se realizarem e de encontrarem a autenticidade perdida com o

Detemo-nos a criticar esta mentalidade apa­ rentemente fora de moda porque ela é, em muitos aspectos, a antepassada de ideias de salva10


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pecado. Jesus continua a salvar-nos através do seu Espírito porque nos perdoa, nos devolve à comunhão com Deus e com os outros e nos faz reencontrar o sentido da vida.

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um (tu salvas-te a ti mesmo!); nós, como cristãos, afirmamos que é só em Jesus que conseguimos salvação. Podes estudar com mais detalhe o tema 1 (A pastoral juvenil) do Curso de iniciação para animadores de pastoral juvenil. Podes ainda ler o livro de Luís Gallo Para que tenham vida.

Mas este modelo “esquece” uma série de rea­ lidades como a pobreza estrutural, a violência cega, a tirania, o desemprego, a fome... Por isso surgiu uma perspectiva histórico-pragmática que, a partir da fé, procura enfrentar as condições de marginalização, opressão e indignidade em que tantos homens e mulheres sofrem por todos os cantos deste planeta.

O bom samaritano e o próximo Um bom exemplo do entendimento integrado do conceito de salvação é dado por Jesus na parábola do bom samaritano. Esse texto vai ser a base bíblica que os jovens devem fixar e interiorizar como modelo. Vai ser também o texto a usar inicialmente para fazer Lectio Divina.

Tal como a perspectiva existencial-personalista também esta insiste na integralidade da salvação. Abandonam-se as tendências espiritualistas da salvação. Em ambos os pontos de vista se integra a dimensão corporal da pessoa. Não se trata de salvar a “alma” mas a pessoa toda. Assume-se o valor do aqui e agora anteriores à morte. A salvação é algo que se inicia no presente embora esteja destinada a cumprir-se plenamente só no futuro.

A parábola do bom samaritano é bem conhecida de todos. Mas podemos reduzi-la a um genérico apelo a sermos “bons”. Jesus conta esta história a um doutor da lei a propósito de saber quem era o “próximo”. Para nós, “próximo” tornou-se um termo teórico, que define genericamente o outro, uma pessoa em necessidade. O próximo tornou-se sinónimo do pobre a quem tu deves (ou não) ajudar, respeitar, socorrer. Mas isto é uma ficção. Esta é a visão dos documentos, das pregações, da moral, das boas intenções. Por isso é que quanto mais falamos de “próximo” mais aumenta o número de pobres, necessitados e vítimas.

Mas a sensibilidade existencial está mais atenta às questões do sentido e da qualidade de vida, e esquece as questões mais “materiais” da condição humana. E esquece que a questão da qualidade da vida só surge depois de se assegurar a possibilidade da vida. Além disso a concepção existencial sublinha a salvação como “dom”. A comunhão nasce do dom de Deus e dos outros. Mas os que partem da sensibilidade histórico-pragmática acen­tuam mais a dimensão da responsabilidade sobre a transformação da realidade. Estes, sem negar que Deus é o autor primeiro e principal da salvação, realçam também a ideia de que isto, não diminui a responsabilidade de cada um na colaboração com Deus na edificação de um mundo mais justo, mais à imagem do Reino.

Jesus vê as coisas de forma diferente. Ele pergunta: “Quem destes três se tornou o próximo daquele que foi assaltado pelos bandidos?” O próximo não é o homem ferido, pobre; é (ou não) um daqueles que se aproxima dele. O próximo não é o outro. És tu quando te apro­ ximas de quem é necessitado. Ser próximo é uma escolha de vida, feita ao ritmo da salvação.

Atendendo a esta sobreposição de ideias assumimos duas pistas de trabalho. Em primeiro lugar aproximar o conceito de salvação do concreto. A salvação deve ser experienciada pelos jovens. Sob pena de se reduzir a mais uma palavra oca, que nada significa. Em segundo lugar queremos afirmar a centralidade de Jesus na salvação cristã. Na mentalidade dominante, a salvação viria das capacidades ocultas que estão dentro de cada

Lectio Divina Havia um velho eremita que se dedicava à contemplação de Deus e à oração com a Bíblia. Foi um dia visitado, no lugar da sua solidão, por um jovem desejoso de encontrar o sentido da vida e a paz do coração. O jovem ficou tão bem impressionado com o diálogo com o eremita que pediu para ficar a viver 11


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com ele, como seu discípulo. O eremita, que nunca concedera a ninguém tal honra, perguntou-lhe qual o motivo de tal desejo. E o jovem respondeu decididamente: “Porque quero aprender a rezar com a Bíblia.” E o eremita insistiu: “Mas porque queres tu aprender a rezar com a Bíblia?” E o jovem: “Porque é a ciência mais alta que existe.” E concluiu o ere­ mita: “Gostaria de te ter como discípulo mas não posso”. E o jovem regressou a casa.

A Lectio Divina é uma leitura da Bíblia em escada. Lê-se o texto bíblico em diferentes “degraus” dessa escada. Antes de começar, convém fazer silêncio. Para acalmar o coração e para dar espaço ao Espírito de Deus. Foi Ele o autor da Palavra inspirada e é Ele que, hoje, nos vai fazer entrar na amizade de Deus. O primeiro degrau é a Lectio, a leitura. Procuramos ler e entender o que diz o texto. Apoiamonos nas notas e explicações que a nossa edição da Bíblia nos sugere. Procuramos comentários e estudos que nos ajudem a perceber o significado literal do texto. O olhar e a atenção estão concentrados no texto.

Alguns anos mais tarde o jovem voltou a visitar o eremita. No final do encontro tornou a pedir para ficar com ele como discípulo para conhecer as santas escrituras e aprender a rezar. E tornou a ouvir a mesma pergunta: “Porque queres conhecer e rezar com a Bíblia?” E o jovem responde: “Porque quero ser santo.” O eremita respondeu: “Gostaria de te ter como discípulo mas não posso”. O candidato a discípulo regressou a casa, desiludido e triste, por não ter conseguido atingir o seu ideal de vida.

O segundo degrau é a Meditatio, a meditação. Tentamos descobrir o que nos diz o texto bíblico, a nós hoje. O olhar e a atenção estão concentrados em nós, na nossa situação.

O tempo passava mas o pensamento do jovem continuava com o eremita, recordando a intensa paz que tinha experimentado. Encheu-se de coragem e mais uma vez voltou a visitar o eremita.

O terceiro degrau é a Oratio, a oração. A Palavra escutada torna-se Palavra rezada. Falamos a Deus com as suas mesmas palavras. A atenção não está nem em nós nem no texto, mas na nossa resposta ao Autor do texto.

Ao chegar encontrou o velho eremita em oração com a Bíblia na mão. Passaram o dia em oração, rezando com a Palavra de Deus e, no final, o jovem repetiu o seu pedido. E o eremita tornou a perguntar: “Porque queres rezar com a Bíblia?” E o jovem respondeu seguro de si: “Quero rezar com a Bíblia para fazer experiência de Deus”. Os olhos do velho eremita iluminaram-se de alegria e, abraçando o jovem, convidou-o a ser seu discípulo.

O quarto degrau é a Contemplatio, a contemplação. É o momento mais pessoal deste itine­ rário. Exige um silêncio profundo, paciência e uma grande disponibilidade à acção de Deus. Este momento é um deixar-se levantar pelo Senhor, um deixar-se abraçar por Ele, deixando que a sua presença e bondade nos curem e encham a nossa vida de sentido e esperança.

Esta história dos padres do deserto (cristãos dos primeiros séculos que viviam no deserto para aprofundar a sua fé) mostra bem qual é o objectivo da Lectio Divina. Não é adquirir erudição bíblica nem procurar um vago ideal de santidade. É fazer, com a Palavra de Deus, uma experiência pessoal e profunda de Deus. A técnica da Lectio está ao alcance de todos: idosos e jovens, cultos ou nem por isso. Mais do que uma técnica ela é um caminho de espiritualidade cristã, que leva à intimidade e à comunhão com Deus e com os irmãos.

O quinto degrau é a Actio, a acção. É a parte mais prática: escolher uma tarefa de serviço ou de testemunho. A Palavra que lemos, meditámos, rezámos e contemplámos deve tornar-se vida vivida. A Lectio Divina pode fazer-se como um exercício pessoal ou comunitário. Neste módulo propomos um exercício de Lectio em grupo. É uma boa forma de iniciar os jovens a esta forma de oração. O animador deve estimular os jovens a esta prática pessoal diária.

Esta antiga prática de leitura da Palavra tem hoje cada vez mais adeptos, mesmo entre os jovens. É um esquema com muitas variantes possíveis. Aqui seguimos o modelo clássico. 12


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Ciclo evolutivo do grupo

O caminho deste módulo

Segundo a planificação sugerida no Livro Zero, este primeiro módulo reserva algum tempo para ajudar o grupo a avançar para a 3ª fase do seu ciclo evolutivo.

O percurso deve por isso começar no concreto da vida dos jovens. Escolhemos começar com um dos espaços onde passam mais tempo: a escola. Os jovens têm uma relação ambígua com a escola: é tempo de aprendizagem e de estar com os amigos, espaço de salvação e de perdição. Mas porque é real, importante, começamos por ver como é que os membros do grupo se colocam face à escola e aos sistemas de formação.

Convém que o animador leia com atenção as partes do Livro Zero que se referem ao ciclo evolutivo do grupo e verifique qual a situação do grupo. Procure identificar o tipo de comunicação que há entre os elementos do grupo e entre o animador e o grupo. Verifique o que se passa com a coesão. Identifique situações de menor integração.

Depois, a partir da Palavra, ajudamo-los a clarificar as suas concepções de salvação. Isto leva a respostas de tipo diferente.

Não há dois grupos iguais. Os grupos não evo­ luem todos à mesma velocidade. Se se confirmar a transição para a 3ª fase, o animador procurará um conjunto de objectivos que antes não eram viáveis. Ajudar o grupo a conseguir um método de trabalho. Favorecer atitudes de cooperação. Favorecer um quadro inicial de refe­rência. Dotar o grupo de instrumentos de reflexão e de mudança. Ajudar o grupo a conseguir determinadas dinâmicas internas. Abrir o grupo ao contacto com o exterior.

Em primeiro lugar procuramos que eles se empenhem em viver todo o seu quotidiano ao ritmo da salvação de Jesus Cristo. Depois propomos um modo novo de orar, a partir da palavra de Deus: a Lectio Divina. Não se trata de uma proposta entre outras. É uma das propostas que configura todo o Projecto GPS. Usaremos como texto de base para aprender a fazer Lectio Divina a parábola do bom samaritano. A Igreja, como o grupo e cada um dos jovens, deve ser sensível às situações de morte em que estão as pessoas na estrada, sair das suas rotinas e usar toda a criatividade para “co-laborar” com Deus na salvação da humanidade ferida.

Estes objectivos intermédios vão sendo atingidos ao longo da 3ª fase, que corresponde, segundo as previsões, a este 2º ano da vida do grupo.

Ao mesmo tempo vamos tentando aumentar a coesão interna do grupo e fazer evoluir o grupo para a terceira etapa do seu ciclo evolutivo.

Mais uma vez insistimos na importância de ler com cuidado o Livro Zero e conseguir um bom domínio dos termos usados e da capacidade de perceber a dinâmica evolutiva do grupo.

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Objectivos/competências • • • • •

Viver de fé: Salvação Rezar ao Deus da vida: Aquisição de ritmo e competências autónomas de oração pessoal Rezar ao Deus da vida: Leitura da Bíblia Celebrar a salvação: Vivência da Eucaristia Viver a Igreja: O grupo como Igreja

Conteúdos  Conceitos: • • • • • •

Ideia tradicional de salvação Salvação na Bíblia Perspectiva individual existencial Perspectiva histórico-social Papel central da Escritura na oração cristã Lectio Divina: explicação do processo

 Procedimentos: • Identificar o papel de JC em cada conceito de salvação • Leitura crítica e orante dos textos bíblicos • Identificar situações sociais e pessoais carentes de salvação • Experiência pessoal e de grupo da Lectio  Atitudes: • Vontade de ser samaritano • Hábito de fazer a Lectio Divina a partir do Evangelho do Domingo • Valorizar os ritos da celebração e os seus conteúdos existenciais (sinal da cruz)

Observações metodológicas Este módulo exige uma forte articulação entre a síntese das ideias e a renovação das práticas. O animador deve estar consciente que os níveis de síntese teológica dos jovens são muito débeis. Possivelmente eles têm uma certa fé mas não encontram as palavras e ideias adequadas para pensar e dizer a sua fé. Por isso o animador deve preparar-se bem, procurar estar muito atento para perceber o que os jovens querem dizer e para perceber o que está por detrás das suas ambiguidades e confusões. Por isso as sugestões que damos são apenas isso: sugestões. Os desenvolvimentos que cada grupo vai dar a este módulo (mormente ao 2º e 3º encontros) serão muito diferentes. E isso só terá sucesso se o animador for um bom estimulador do diálogo e um bom mediador entre a experiência dos jovens e a síntese de fé proposta pela Igreja. Ao mesmo tempo, o animador deve fazer um esforço constante por aproximar as “ideias” do concreto da vida. É claro que o animador não deve cair na tentação de transformar a sua 14


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intervenção num somatório de palavras bonitas e lógicas. Mas também deve ajudar os jovens a evitar essa tentação. O animador deve estar constantemente empenhado em “puxar” o grupo para o concreto. O concreto da vida que se analisa e que precisa de ser salva. O concreto das propostas de renovação.

Material • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

documento «Dentro de cinco anos...» documento «Acabou o secundário. E agora?» documento «O caso do Luís» documento «Alternativas» documento «Questionário aos pais» documento «Problemas, alternativas... e consequências» documento «Eu & Deus» documento «Instruções barco» documento «Lectio Divina» documento «Bom samaritano – explicação» documento «3 pontos de vista – reflexão» documento «Escolha da Família» documento «Escolhas activas» Bíblia papel cenário folhas A4 marcadores canetas tesouras

Planificação 1º encontro Experiência humana Primeira actividade

2º encontro

3º encontro

Anúncio da Palavra

4º encontro

5º encontro

Expressão de Fé

Etapa 1 – 10 min. Etapa 2 – 25 min. Etapa 3 – 10 min.

Segunda actividade

Etapa 1 – 20 min. Etapa 2 – 30 min. Etapa 3 – 20 min. Etapa 4 – 5 min. Etapa 5 – 15 min.

Etapa 1 – 10 min.

Etapa 1 – 5 min.

Etapa 2 – 25 min.

Etapa 2 – 60 min.

Etapa 1 – 45 min.

Etapa 3 – 35 min.

Etapa 3 – 5 min.

Etapa 2 – 70 min.

Etapa 4 – 20 min.

Etapa 4 – 15 min.

Etapa 1 – 10 min. Etapa 2 – 20 min. Etapa 3 – 10 min. Etapa 4 – 5 min.

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Recursos

- Bibliografia Luís Gallo, Para que tenham vida... Principalmente os capítulos 13 e 14. Peyron e Angheben, Eucaristia, coração da vida, pp. 37-44 (o capítulo sobre o sinal da cruz). David Teixeira, Rui Alberto, Curso de iniciação para animadores de pastoral juvenil, Tema 1 Giuseppe Savagnone, Evangelizar na pós-modernidade Giovanni Dutto, Farol para os meus passos. Lectio Divina dos 6 aos 99 anos - Canções: Em nome do Pai (CD Música para a catequese 10 - Edições Salesianas)

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Desenvolvimento 1º encontro Experiência humana

Experiência Humana (segunda actividade)

Experiência Humana (primeira actividade)

Apresentação da sequência de actividades

Etapa 1 – 10 min. Etapa 2 – 25 min.

Total: 45 min.

Etapa 3 – 10 min.

Etapa 1 – 10 min. Etapa 2 – 20 min. Etapa 3 – 10 min.

Total: 45 min.

Etapa 4 – 5 min.

Observações metodológicas Neste primeiro encontro queremos colocar os jovens em contacto com uma experiência constante nas suas vidas: a escola e os percursos formativos. Se o animador julgar oportuno, pode usar outras abordagens. O importante é que os jovens tomem maior consciência da importância que a escola tem nas suas vidas. Esta atenção à vivência concreta da escola permitirá enraizar melhor o concreto da salvação cristã (2º e 3º encontros). O animador pode consultar o capítulo “A situação pedagógica” no Livro Zero.

Actividade: Dentro de cinco anos Objectivos da actividade o Conhecer interesses, expectativas, valores, etc. dos membros do grupo. o Antecipar, prever o futuro a curto/médio prazo ao nível pessoal e profissional.

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Observações metodológicas Durante esta actividade cada um dos elementos do grupo terá oportunidade de reflectir sobre o seu futuro e imaginar em que situação gostaria de estar. Isso ajudará a programar objectivos, etapas e a agir com maior decisão e planificação para realizar os seus desejos e aspirações. Por outro lado, o animador fica a conhecer os interesses e finalidades de cada elemento a curto e a médio prazo, e aquilo por que se sente mais atraído: valores, modelos, experiências, etc. Dessa forma o animador terá mais facilidade para dialogar com o grupo, conhecendo as expectativas que cada elemento tem. O animador não deve julgar as atitudes com que os jovens enfrentam o futuro. Neste momento o objectivo do animador é ajudar os jovens a tomar consciência dos seus desafios. Pode haver dificuldades, da parte de alguns jovens, em exprimir-se relativamente à questão do futuro. Porque não têm ainda planos. Ou porque são pessimistas e têm dificuldade em o assumir.

ETAPA 1 Duração - 10 min. O animador pede que cada um pense durante uns instantes sobre o que cada um gostaria de fazer dentro de cinco anos. Imaginar-se segundo as próprias aspirações e desejos. Depois de todos se terem imaginado com mais cinco anos, pede que pensem nas etapas e objectivos que terão que cumprir durante esse tempo para chegar lá; deverão programar, como se se tratasse de um plano de trabalho, os diversos passos que terão que dar para alcançar a sua meta.

ETAPA 2 Duração - 25 min. O animador divide os elementos em pequenos grupos (cerca de 4 pessoas). Distribui o documento «Dentro de cinco anos…» e pede que o preencham individualmente. Quando todos terminarem de o preencher partilham como imaginaram as suas vidas dentro de cinco anos, dizendo também o que deveriam fazer realmente de hoje em diante para conseguir o que imaginaram.

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D E S E N V O L V I M E N T O

ETAPA 3

Duração - 25 min. Quando todos os grupos tiverem terminado, partilham voluntariamente as conclusões a que chegaram. NOTA: Em alternativa a esta actividade o animador pode usar o documento «Acabou o secundário. E agora?». Ter em conta que estão previstos para esta actividade alternativa 60 minutos; em caso de optar por esta, o animador terá que reajustar a sessão.

Actividade: Estudar ou trabalhar? Objectivos da actividade o Tomar consciência das dificuldades que aparecem na altura de enfrentar um problema e resolvê-lo. o Aquisição de pautas de trabalho como metodologia para abordar um conflito da vida quotidiana.

Observações metodológicas A actividade anterior colocou os jovens diante da necessidade de planificar o futuro. Esta segunda actividade dá algum treino à hora de enfrentar os desafios.

ETAPA 1

Duração - 10 min. O animador distribui a cada um dos elementos o documento «O caso do Luís». Cada um analisa-o individualmente.

ETAPA 2

Duração - 20 min. De seguida, o animador forma pequenos grupos (cerca de 4 elementos), distribui o documento «Alternativas» e convida a preenchê-lo. Escolherão depois um porta-voz para apresentar as conclusões ao grande grupo. 19


D E S E N V O L V I M E N T O

ETAPA 3

Duração - 10 min. Depois da partilha das conclusões, o animador faz uma síntese, realçando a importância de analisar todas as alternativas quando temos de resolver um conflito. Para ajudar, pode utilizar as seguintes questões: s De quanto tempo precisaram para escolher a opção mais adequada? s O que é que mais influenciou a vossa escolha? Qual foi o dado determinante? s Cada um pense durante uns segundos na sua atitude face a um problema. Escreve umas linhas sobre como ages. Se o animador achar importante, cada um partilha a sua reflexão.

ETAPA 4

Duração - 5 min. Durante a semana os elementos do grupo vão analisar a influência que a família tem na escolha profissional. Para tal utilizarão o documento «Questionário aos pais». NOTA: Em alternativa a esta actividade o animador pode utilizar o documento «Problemas, alternativas... e consequências». Ter em conta que estão previstos para esta actividade alternativa 30 minutos sendo que, em caso de optar por esta, o animador terá que reajustar a sessão.

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D E S E N V O L V I M E N T O

2º encontro Anúncio da Palavra

Anúncio da Palavra

Apresentação da sequência de actividades Etapa 1 – 20 min. Etapa 2 – 30 min. Etapa 3 – 20 min.

Total: 90 min.

Etapa 4 – 5 min. Etapa 5 – 15 min.

Observações metodológicas No primeiro encontro procurámos que os jovens “aterrassem”, se dessem conta que o futuro está ligado a escolhas concretas, encontrassem estratégias para superar problemas. Este segundo encontro coloca-os perante o conceito de salvação. O documento «Eu & Deus» parece sugerir uma relação “comercial” com Deus. Evidentemente não defendemos uma ideia dessas. É apenas uma categoria absurda para estimular os jovens a reflectir sobre a sua relação com Deus.

Actividade: Um Deus que salva Objectivos da actividade o Identificar a presença de Deus no quotidiano de cada um. o Explicitar a ideia de salvação que cada um tem. o Valorizar o papel de Cristo na existência quotidiana.

ETAPA 1

Duração - 20 min. O animador pede a algum elemento que faça uma síntese do que foi feito na última reunião. Pergunta como decorreu o trabalho com as famílias. O animador observa que a temática religiosa não apareceu muito. Explica que foi de propósito. A seguir divide os ele­ mentos em pequenos grupos (4 a 6 pessoas). Distribui a cada um o documento «Eu & Deus»; pede que respondam às perguntas individualmente e depois partilhem as respostas com o pequeno grupo. 21


D E S E N V O L V I M E N T O

ETAPA 2

Duração - 30 min. De regresso ao grande grupo partilham informalmente as conclusões a que chegaram. Após a reflexão sobre estas perguntas, é natural surgirem este tipo de respostas/interpretações: \ Recebo muito mais de Deus do que aquilo que Lhe dou. \ O conceito de “negócio”, da existência de uma espécie de troca “comercial” entre Deus e os homens faz-lhes alguma confusão. \ Não é muito fácil verbalizar o papel de Jesus Cristo nesta relação deles com Deus. O animador aproveita esta partilha para introduzir o tema da salvação, colocando algumas questões ao grupo (estas são meras sugestões; consoante o diálogo for decorrendo pode acrescentar perguntas, ou até aprofundar algumas delas): s Como é que organizam o vosso dia? Isto é, desde que se levantam até ao deitar, como é que as coisas “rolam” durante o dia? s Fala-se muito em vida louca, correrias, não há tempo para nada, sociedade de consumo, etc. Sentem isto na pele? Isto passa-se convosco? s Alguma vez durante o dia pensam em Deus? s Em que situações? s Sentem que Deus está presente na vossa vida? s De que forma? s Quais são as manifestações dessa presença? s Certamente já ouviram falar na salvação. O que é isso? s Em que é que consiste a salvação? s Onde e como é que ela ocorre? O animador, de forma criativa, propõe ao grupo esta síntese: Salvação: serviço fundamental da Igreja. A missão principal da Igreja é ajudar o Homem na sua caminhada, tendo em vista chegar à salvação. Ideia tradicional de salvação: Há uma ideia tradicional (e muito incompleta) de salvação. Consiste em... \ “Ir para o céu”. \ Oferta de Deus através de Cristo pela sua morte na cruz. \ É algo espiritual, individual e “ultraterreno”.

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Índice Apresentação ���������������������������������������������������������������������������������������������������05

Módulo 1: Salvação: um “upgrade” à qualidade da vida �����������������������������������09 Para o animador................................................................................................. 10 Desenvolvimento................................................................................................ 17 1º encontro................................................................................................................ 17 2º encontro................................................................................................................ 21 3º encontro................................................................................................................ 27 4º encontro................................................................................................................ 33 5º encontro................................................................................................................ 35

Módulo 2: A dois é melhor ������������������������������������������������������������������������������47 Para o animador................................................................................................. 48 Desenvolvimento................................................................................................ 60 1º encontro................................................................................................................ 60 2º encontro................................................................................................................ 66 3º encontro................................................................................................................ 72 4º encontro................................................................................................................ 75 5º encontro................................................................................................................ 76

Módulo 3: Nesta casa comum ��������������������������������������������������������������������������93 Para o animador................................................................................................. 94 Desenvolvimento.............................................................................................. 100 1º encontro.............................................................................................................. 100 2º encontro.............................................................................................................. 104 3º encontro.............................................................................................................. 107 4º encontro.............................................................................................................. 112 5º encontro.............................................................................................................. 118


Módulo 4: Esta família renova-se �������������������������������������������������������������������129 Para o animador............................................................................................... 130 Desenvolvimento.............................................................................................. 136 1º encontro.............................................................................................................. 136 2º encontro.............................................................................................................. 140 3º encontro.............................................................................................................. 148 4º encontro.............................................................................................................. 149 5º encontro.............................................................................................................. 155

Módulo 5: Por uma vivência madura da sexualidade ������������������������������������169 Para o animador............................................................................................... 170 Desenvolvimento.............................................................................................. 175 1º encontro.............................................................................................................. 175 2º encontro.............................................................................................................. 180 3º encontro.............................................................................................................. 186 4º encontro.............................................................................................................. 191 5º encontro.............................................................................................................. 195

Módulo 6: Levanta-te! ������������������������������������������������������������������������������������205 Para o animador............................................................................................... 206 Desenvolvimento.............................................................................................. 212 1º encontro.............................................................................................................. 212 2º encontro.............................................................................................................. 218 3º encontro.............................................................................................................. 225 4º encontro.............................................................................................................. 232 5º encontro.............................................................................................................. 239



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