Misterios da Fé 3º volume

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teresa power

os

mistérios da fé evangelização familiar

Volume 3

EDIÇÕES SALESIANAS


Ficha técnica: © 2014. Teresa Power (ntpower@sapo.pt) © Humanidade 21 (www.humanidade21.com) © 2014. Edições Salesianas Rua Dr. Alves da Veiga, 124 Apartado 5281 | 4022-001 Porto Tel. 225 365 750 Fax. 225 365 800 edisal.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt Paginação: João Cerqueira Capa: Paulo Santos Impressão: Edições Salesianas ISBN: 978-972-690-889-0 DL: 346520/12


Prefácio

Na Visita Pastoral realizada na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de ­Mogofores tive a alegria de conhecer as iniciativas pastorais e os caminhos de evangelização daquela Comunidade cristã e pude partilhar o zelo apostólico e a vida próxima do Pároco, Padre José Augusto Fernandes, com as pessoas e com as famílias da Comunidade. Em um dos dias dessa semana de Visita Pastoral pude ainda partilhar, a­ companhado do Pároco, uma refeição familiar com o Niall e a Teresa Power e com os seus filhos: ­António, David, Francisco, Clara e Lúcia, a quem agora se vem juntar a Sara. Ali jantámos, sentados à volta de uma acolhedora mesa de refeição; ali rezámos, reunidos num canto aconchegado da mesma sala, preparado para ser espaço habitual da oração familiar; ali partilhámos uma interessante reflexão sobre o valor da oração e o sentido da fé; ali senti germinar sinais novos e belos a dizer-nos que há famílias felizes, cristãs e cheias de paixão pela Boa Nova de Jesus. A vida cristã desta Família, celebrada todos os dias em oração, afirma-se no testemunho dado no contexto profissional do Niall e da Teresa, e amplia-se dia-a-dia na disponibilidade para as diferentes missões pastorais assumidas na Comunidade. Foi, por isso, com grata alegria e sem qualquer estranheza, que recebi das mãos do Padre José Fernandes este texto nascido a partir da experiência orante desta Família, agora transformada em escola de evangelização. Esta bela iniciativa surgida no aconchego sereno e feliz de uma família cristã, cons­ truída entre a Irlanda e Portugal, diz-nos que este é caminho possível para muitas famílias e outras comunidades. A Bíblia e o Terço são elementos presentes no canto de oração da casa, bem visível logo de frente a quem entra, e são ponto de partida para a oração que ali diariamente se faz. Compreendemos, assim, que seja a partir dos Mistérios do Rosário, iluminados pela Palavra de Deus e feitos Mistérios da Fé que esta reflexão se desenvolva. A Família é o melhor e primeiro lugar das perguntas como porta que se abre para quem quer «acreditar». Na Família há todo o tempo do mundo para «escutar e para responder». Sabemos igualmente que uma verdadeira Família é sempre berço da vida acolhida e escola única onde melhor se aprende a «ser», a «fazer» e a «pôr em prática de modo ­coerente os compromissos assumidos para que dia-a-dia, a vida seja «construção sobre rocha firme». A linguagem narrativa do texto mantém a fidelidade substancial à mensagem e corresponde aos destinatários preferenciais – a família, sobretudo as crianças. O Livro mantém, ao longo de todo o texto, o berço em que nasce: ambiente familiar, oração bíblico-mariana, comunicação em género de narrativa intergeracional. 5


Prefácio

Neste Ano da Fé, cinquenta anos após o início do Concílio e setenta e cinco depois da sua restauração como diocese, Aveiro está em Missão Jubilar, que se quer evangelizadora, criativa e mobilizadora de pessoas, famílias e instituições. Queremos, mais do que nunca, estar atentos às inspirações do Espírito e aos testemunhos vivos daqueles que afirmam, proclamam e celebram o sentido e o valor dos Mistérios da Fé e diariamente nos ajudam e ensinam a «rezá-los para aí encontrarmos, por intermédio e intercessão de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, o Seu Filho Jesus Cristo, vivo e ressuscitado». No termo de uma etapa diocesana dedicada à Pastoral Familiar e no início da Missão Jubilar, que vamos viver com entusiasmo evangelizador e esperança cristã, agradeço à Teresa Power e à sua Família este Livro e coloco-o no coração de cada leitor e no berço sagrado de cada Família, verdadeira Igreja doméstica, onde os Mistérios da nossa Fé se espelham no amor abençoado dos esposos e na vida dada e recebida de avós, pais, filhos e netos. Estou certo de que desta forma teremos «famílias mais felizes e com mais amor», seremos uma Igreja renovada e evangelizadora e construiremos um mundo melhor. Aveiro, 15 de Agosto de 2012, Solenidade da Assunção da Virgem Maria

+ António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro

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Introdução

Há uns anos atrás, conversávamos aqui em casa com outros pais e o nosso pároco s­ obre o desconhecimento que as crianças têm da Palavra de Deus. Nessa altura, eu partilhei o que fazíamos em família - como todos os dias contávamos aos mais novos uma ­história da Bíblia (podem visualizar alguns vídeos gravados cá em casa “A Bíblia em Família” (https://www.youtube.com/user/jose49fernandes) e meditávamos com os mais velhos as leituras da missa diária. – As três leituras? Do Antigo Testamento também? - Admiraram-se alguns pais. – Sim, claro! O missal tem uma pequena introdução a cada leitura, ajudando-nos a entender o seu sentido. – E as histórias da Bíblia... São apenas as dos Evangelhos, certo? – Não, são do Antigo Testamento também! – Mas o Antigo Testamento não está cheio de violência? O Deus do Antigo T ­ estamento não é um Deus duro e autoritário, de longas barbas brancas? – O Deus do Antigo Testamento ... é o Pai de Jesus! Depois desta conversa, o nosso pároco, o padre José Fernandes, salesiano, ­desafiou-me a transpor para o papel algumas das nossas reflexões sobre a Bíblia, ligando o Antigo e o Novo Testamentos numa mesma imagem de Deus. Hesitei, porque não me sentia capaz de tamanha tarefa. Por onde começar? Como encontrar um fio condutor, uma linha de sentido que permitisse transformar toda a Bíblia numa única história? A resposta chegou ao fim do dia, quando em família, rezámos o terço. Enquanto repetia as Ave-Marias, fazendo a oração descer da boca para o coração e experimentando a paz que só o Rosário nos oferece, descobri nas contas do meu terço o “fio” de que necessitava! Os vinte mistérios do Rosário percorrem toda a vida de Jesus, desde o momento da Encarnação até à glória final. Ora também a Bíblia inteira não fala senão de Jesus, antecipando, reflectindo como num espelho ou iluminando cada passo do Salvador. Assim, não devia ser difícil encontrar, para cada mistério do Rosário, uma história do Antigo Testamento ou dos outros livros do Novo Testamento capaz de lançar luz sobre ele! Deitei mãos à obra com imenso entusiasmo, e assim nasceram Os Mistérios da Fé. Os livros estão escritos como meditações para adultos, mas contêm sugestões de adaptação às crianças e aos jovens, sendo por isso uma forma de trabalhar a Palavra em família e podendo ser adaptados a encontros de jovens e de catequese. Cada um dos livros é independente dos restantes, mas no seu conjunto, Os Mistérios da Fé percorrem todos os episódios mais relevantes da Bíblia. 7


Introdução

Escrever sobre a Palavra de Deus foi uma autêntica aventura bíblica! À medida que­ ­escrevia, consultando obras escritas e fontes digitais, um universo novo ia-se abrindo d ­ iante de mim. Para poder escrever um livro - para poder escrever três livros -, com seis crianças e uma profissão, foi preciso muita disciplina, aproveitando quaisquer dois minutos seguidos do meu dia. A Palavra de Deus estava assim o dia inteiro na minha mente e no meu coração, e os textos iam ganhando forma dentro de mim enquanto dava banhos, descascava batatas, estendia roupa, vigiava testes de avaliação e exames, ou conduzia. Escrevi grande parte do primeiro e do segundo volumes durante as licenças de maternidade dos meus filhos mais novos. Às vezes escrevia com eles ao colo ou quando lhes dava de mamar, utilizando apenas uma mão. Outras escrevia enquanto, com o pé, embalava o berço. Às vezes eles choravam e queriam ouvir a minha voz, e para os acalmar, eu lia em voz alta o que ia escrevendo. E resultava! O Francisco e a Clarinha, os meus filhos mais velhos, riam-se: – Quando a Sara aprender a falar, vai dizer o nome de Jesus antes de “mamã”! Mas a Sara disse primeiro “mamã”. De tal maneira vivia centrada na Palavra, que um dia, numa aula, e numa altura em que preparava uma história sobre Abraão e o seu filho Isaac, tive este diálogo caricato: – Isaac, vem ao quadro! – Isaac, professora? Quem é esse? Eu sou o Ivan! Houve dias em que a descoberta de uma história até então desconhecida, de uma Palavra surpreendente, de um texto especialmente tocante, me fez pegar no telefone e falar com o Niall, o meu marido, interrompendo o seu atarefado dia de trabalho: – Niall, nem imaginas o que aconteceu! – Estou a trabalhar, sabes... – Foi com David. – O David? Está doente? – Não, não é o nosso David. O rei! O rei de Israel! – Isso não foi há muito tempo? Não dá para contares quando eu chegar a casa? Mas o Niall ouvia-me sempre, mesmo no meio do seu agitado dia de trabalho. E à noite, partilhávamos o nosso entusiasmo com os nossos filhos, que também aprenderam a escutar e a amar a Palavra de Deus mais intensamente. Um dia, esta grande e bela aventura orante transbordou para além das fronteiras da nossa família. Como alguém que coloca uma lâmpada sobre o candelabro (Lc 11, 33), ­ousámos propor a nossa forma de viver a fé a outras famílias. Criámos o blogue Uma Família Católica, alojado no Sapo Blogs, e fundámos o movimento Famílias de Caná, já presente em várias dioceses de Portugal de forma muito embrionária. É com imensa alegria que vemos multiplicarem-se pelo nosso país as famílias que, todos os dias, encontram tempo para rezar o terço em conjunto, contar histórias da Bíblia aos filhos mais novos e meditar sobre a Palavra das Escrituras com os filhos mais velhos. Com a Bíblia numa mão e o terço na outra, parece-nos que também a nossa aventura ainda só está a começar…

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Introdução

Que este terceiro e último volume de Os Mistérios da Fé permita às famílias católicas conhecer melhor a Palavra de Deus, para poderem cumprir o mandamento que o Senhor nos deixou há muitos séculos, no Livro do Deuteronómio: “Trarás no teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno. Tu as repetirás muitas vezes a teus filhos e delas falarás quando estiveres sentado em casa ou andando pelos caminhos, quando te deitares ou te levantares. Hás-de prendê-las à tua mão para servirem de sinal; tu as colocarás como faixa entre os olhos e as escreverás nos umbrais da tua casa e nos portões da tua cidade.” (Dt 6, 6-9) Ámen!

Teresa Power

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MistĂŠrios Gozosos


1º Mistério :: A Anunciação

Do “sim” de Abraão ao “sim” de Maria O nosso “sim” a Deus

Questionar para ACREDITAR É difícil dizer “sim” a tudo o que Deus me pede. Valerá a pena?

Escutar para RESPONDER “O Senhor disse a Abraão: «Sai da tua terra, da tua família e da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, Eu abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome, de modo que se torne uma bênção. Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te amaldiçoarem. Por ti serão abençoadas todas as famílias da terra.» Abraão partiu, como lhe disse o Senhor” (Gen 12, 1-4) “O Senhor disse a Abraão: «Ergue os olhos para o céu e conta as e­ strelas, se as podes contar», e acrescentou: «Assim será a tua posteridade.» Abraão acreditou no Senhor.” (Gen 15, 5-6) “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão c­ hamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe: «Alegra-te, Cheia de graça, o Senhor está ­contigo!» Ela ­ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: «Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e dar-Lhe-ás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de David, seu pai; Ele reinará na casa de Jacob para sempre, e o seu reinado não terá fim.» Maria, porém, disse ao Anjo: «Como vai ser isso, se eu não conheço homem algum?» O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do ­Altíssimo vai cobrir-te com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parente, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril. Para Deus, com efeito, nada é impossível.» Disse, então, Maria: «Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!» E o Anjo d ­ eixou-a.” (Lc 1, 26-38) O sim de Abraão Há quatro mil anos atrás, numa pequena aldeia da Mesopotâmia, um homem já idoso escutou dentro de si uma voz diferente. Era uma voz amorosa, paciente e meiga, mas era também uma voz poderosa, que o chamava como quem tem autoridade. De repente, Abraão deu-se conta de que os 12


deuses a quem prestava culto não passavam de metal; e que, para além do Universo, no princípio e no fim de tudo o que existe, Alguém se importava com ele e o chamava pelo nome. Abraão sentiu-se feliz como um jovem apaixonado. Aquela voz penetrara no mais íntimo do seu ser, qual raio de sol entrando de rompante num casebre escuro, e Abraão tinha vontade de saltar de alegria. Mas que palavras terão Deus e Abraão trocado? O seu diálogo foi ­ uito simples: Deus convocou Abraão, desafiando-o a partir, com a sua m família, para o local que Ele mesmo lhe iria indicar; e Abraão aceitou. Loucura? Não. Abraão sabia que, no fim da viagem, chegaria a casa. Era uma certeza inexplicável, nascida da forma absolutamente nova como se sentia amado por Deus. Abraão entendera o que muito mais tarde santo Agostinho expressará assim: “Criaste-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Vós!” Ele percebera que a sua casa não passava de uma sombra fugaz do seu verdadeiro lar. Esse lar não ficava em nenhum ponto da terra. Esse lar não era sequer Canaã, para onde Deus o enviava e onde Abraão viveria sempre como estrangeiro. Esse lar era o coração de Deus, a eternidade do amor. E para o encontrar, Abraão teria que se fazer à estrada, assumindo-se como estrangeiro, abando­nando os seus sonhos e os seus medos. Escreveu S. Paulo: “Pela fé, Abraão estabeleceu-se como estrangeiro na Terra Prometida (…). Ora os que assim falam mostram que procuram uma pátria. Se eles tivessem pensado naquela que tinham deixado, teriam tido oportunidade de lá voltar, mas agora eles aspiram a uma pátria melhor, isto é, à pátria celeste” (Heb 11, 9; 14-16) A promessa e a bênção Com o seu “sim”, Abraão deixou o anonimato e a Idade do B ­ ronze, onde teria vivido e morrido, para se tornar fundador de um povo que perdurou através de todas as Idades. Com o seu “sim”, Abraão deixou um passado de esterilidade e tornou-se Pai dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos. Com o seu “sim”, Abraão tornou-se na primeira estrela ­ de uma grande multidão de estrelas, que continuam a iluminar a nossa ­noite, milhares de anos passados. Com o seu “sim”, o seu nome t­ ornou-se uma bênção até aos dias de hoje: «Deus te faça semelhante a Abraão» (cf Gen 48, 20), lemos ao longo de toda a Bíblia. Como o pequeno furo na ­rocha que permite à fonte derramar-se sobre a montanha, Abraão e, através dele, o povo judeu, permitiram a Deus derramar a sua graça sobre toda a ­humanidade, abençoando todas as famílias da Terra. O “sim” de Maria Dois mil anos mais tarde, uma jovem de Nazaré, descendente de Abraão, escutava em oração o desafio de Deus para ser mãe do Salvador. «O Senhor está contigo!» disse-lhe o anjo ao chegar junto dela. Maria conhecia bem a expressão: fora assim que Deus convocara Moisés (cf Ex 3, 12), Josué (cf Jos 1, 5), Gedeão (cf Jz 6, 12), Jeremias (cf Jer 1, 8), e tantos outros ao longo do caminho da Bíblia. Agora era a vez de Maria se tornar portadora do amor de Deus, realizando na sua vida pessoal a vocação do povo judeu: 13


levar a bênção de Deus a todas as nações da Terra. Maria percebeu que chegara a hora de também ela tomar parte das Escrituras Sagradas. Terá Maria medido as consequências da sua resposta? Ela sabia o que acontecera com Abraão, Moisés e os profetas: todos tinham abandonado a sua casa para se fazerem à estrada da vida como estrangeiros e peregrinos, até ao dia da sua morte. Maria sabia que teria de renunciar aos seus sonhos, que eram certamente simples e belos. Mas Maria experimentava a doçura e a autoridade da voz que lhe falava. Naquele momento, com o coração abrasado de amor, Maria soube intimamente que os seus sonhos não eram senão uma leve sombra dos sonhos que Deus já sonhara para ela. Como Abraão, Maria pressentiu que, no fim da viagem, chegaria a casa. E tudo o resto deixou de importar. «Eis a serva do Senhor», disse por fim. Maria tornava-se assim canal das promessas divinas, que desde Abraão vinham sendo transmitidas de geração em geração, à espera do seu pleno cumprimento. Porque disse “sim”, Maria é Mãe de Jesus, em Quem todas as nações da Terra são abençoadas. À noite, Maria contemplava as estrelas do céu enquanto afagava o ventre a crescer, e o seu coração transbordava de gratidão: a promessa estava cumprida! A promessa e a bênção Cada um a seu tempo, Abraão e Maria tornaram-se “furos na rocha” por onde jorrou abundante a graça divina. Através de Abraão, Deus deu-Se a conhecer à Humanidade; através de Maria, Deus encarnou e tornou-Se um de nós, entrando definitivamente na nossa História para nos conduzir a Casa. Na origem do povo judeu está o “sim” de Abraão, que se tornou Pai de Israel; na origem do povo cristão está o “sim” de Maria, que se t­ornou Mãe da Igreja. A História de Israel começa com uma bênção imensa, que se e­ stende a todos quantos bendisserem Abraão; a História da Igreja ­começa com uma bênção imensa também, que se estende a todos q ­ uantos ­bendisserem Maria, como ela profetizou no seu Magnificat: “Todas as ­gerações me hão-de chamar bem-aventurada” (Lc 1, 48). Isabel, a primeira pessoa a bendizer Maria -“Bendita és tu entre as mulheres!” – recebeu de imediato esta bênção sobre si e sobre o bebé que trazia no ventre (cf. Lc 1, 42-45). Os cristãos que rezam o Rosário têm certamente muitas histórias para contar sobre o poder da bênção de Maria! O nosso “sim” Quando, à noite, contemplamos as estrelas do céu, damo-nos conta do poder e do amor de Deus, que mantêm o universo bem seguro na sua mão. Tal como o brilho das estrelas chega até nós vindo de tempos longínquos, também a promessa de Deus permanece imutável e brilhante no meio da escuridão da História. A Terra continua a girar, apesar de tanta maldade dos seus habitantes, porque a promessa de Deus ressoa no espaço através dos tempos: «Eu abençoarei todas as famílias da Terra».

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Mas para fazer chegar o seu amor a todas as famílias da Terra, Deus precisa de nós. Todos estamos convocados! Naturalmente que não é fácil aceitar o desafio: é preciso deixar tudo o que é mundano e tornarmo-nos estrangeiros sobre a Terra, sabendo que a nossa casa não é aqui, mas no céu. É preciso renunciar aos nossos próprios sonhos, para que Deus possa realizar os seus sonhos na nossa vida. O caminho da fé é uma grande aventura! Dando o nosso “sim”, passaremos contudo a fazer parte desse imenso povo da Bíblia; seremos descendentes de Abraão, Sara, Raquel, Lia, Jacob, José, Moisés, Maria; as nossas vidas serão abençoadas como as do nosso Pai Abraão e da nossa Mãe Maria; e brilharemos na eternidade como estrelas na noite. Que mais podemos sonhar?

Contar para LEMBRAR Porque chamou Deus Abraão? Abraão disse “sim” a Deus. O que mudou na sua vida? Maria disse “sim” a Deus. O que mudou na sua vida? O que significa “Deus está contigo” na Bíblia? Porque precisa Deus de mim?

Criar para GUARDAR NO CORAÇÃO E eu, sou capaz de responder “sim” a Deus, quando Ele me chama? Vou escrever três pedidos que Deus me faz e responder “sim”.

Relembrar: Deus pede-nos para ir à missa, à catequese, para rezar

todos os dias, para ajudar os outros... Deus também pode pedir-me para seguir um caminho vocacional específico...

Fazer para SE COMPROMETER Vou fazer um pequeno poster de cartolina azul escura, cor do céu ­noturno, e escrever nele a resposta de Maria ao anjo, agora como minha resposta: “Eis o/a servo/a do Senhor; faça-se em mim a sua vontade.” Vou cortar estrelas de papel brilhante e guardá-las num envelope.

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Pôr em prática para CONSTRUIR SOBRE A ROCHA Esta semana, na minha oração, vou estar atento ao que Deus me pede, e responder “sim”. Sempre que conseguir realizar a vontade de Deus, vou colar uma estrela no “céu”. No final da semana, o meu “céu” estará cheio de estrelas, como o céu de Abraão. O evangelizador deverá ensinar os evangelizandos a fazer um exame de consciência diário como forma de avaliar a sua resposta a Deus

Rezar para ENCONTRAR 1 - Cântico a Maria. 2 - Oração do Angelus: “O anjo do Senhor anunciou a Maria, e ela concebeu pelo poder do Espírito Santo!” Ave-Maria... “Eis a serva do Senhor,faça-Se em mim segundo a tua palavra!” Ave-Maria... “E o Verbo Divino encarnou e habitou entre nós!” Ave-Maria... 3 – Jesus! Eu sei que quando Tu pedes o meu sim, é para me fazeres feliz. Sei que precisas de mim para espalhar o teu amor na Terra. Ajuda-me a confiar na tua promessa e no teu amor! Mesmo que seja difícil, eu quero dizer “sim”. Eis aqui o teu servo. Ámen! 4 – Pai-Nosso, dez Ave-Marias, Glória.

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2º Mistério :: A Visitação

De Maria aos Apóstolos A missão da Igreja Questionar para ACREDITAR Para que serve a Igreja? E como posso eu ser cristão a sério?

Escutar para RESPONDER “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se à pressa a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu-lhe no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o f­ ruto do teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando soou em meus ouvidos a voz da tua saudação, a criança saltou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!» Maria disse então: «A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu salvador.» Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses. Depois regressou a casa.” (Lc 1,39- 47.56) “Sobe a um monte alto, mensageira de Sião; levanta bem alto a tua voz, mensageira de Jerusalém. Levanta-a, não tenhas medo. Diz às cidades de Judá, «Aqui está o vosso Deus!»” (Isaías 40, 9) “Pedro e João subiam ao Templo para a oração das três horas da t­ arde. Era para ali levado um homem coxo de nascença, que todos os dias p ­ unham à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. Ao ver Pedro e João entrando no Templo, pediu-lhes uma esmola. Pedro fixou nele os olhos e disse-lhe: «Olha para nós.» Ele olhou para eles com atenção, esperando receber alguma coisa. Pedro, porém, disse: «Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!» E segurando-o pela mão direita, ­levantou-o. Imediatamente os pés e os tornozelos ficaram firmes. Num salto, pôs-se de pé e começou a andar. Entrou com eles no Templo, caminhando, saltando e louvando a Deus.” (Act 3, 1-8) A mensageira de Sião No silêncio da sua casa em Nazaré, Maria repetia ­interiormente as ­palavras do anjo. Parecia-lhe ainda viver um sonho, tão estranha e ­inesperada havia sido a mensagem de Deus. E contudo, Maria já sentia ­necessidade de colocar as mãos sobre o ventre e afagar Aquele que o ­habitava desde há meros instantes. Embora Ele ainda fosse uma minúscula célula, Maria já sentia a sua presença, que afastava qualquer sentimento de solidão. Que 17


deveria ela fazer agora? Não seria capaz de explicar o que quer que fosse a seus pais, muito menos ao seu noivo e grande amigo José. Quem a iria compreender? Como Abraão, Moisés e todos os profetas, Maria sentia em si a urgência de caminhar, para pôr em movimento o sonho de Deus. Deus não gosta de ver ninguém parado, e a Bíblia é uma sucessão de histórias de homens e mulheres que se fizeram à estrada. “Sobe a um alto monte, mensageira de Sião!” Assim gritara Isaías muitos séculos antes. Deus estava próximo, e precisava com urgência de mensageiros para Se dar a conhecer, para poder chegar às mais longínquas cidades de Judá. A profecia estava prestes a ser cumprida: Maria acolhera o Espírito Santo e, nela, a Palavra tornara-se carne humana (cf. Jo 1, 14). Jesus, o bebé que crescia no seu ventre e que dela dependia totalmente, não lhe pertencia, e Maria não se sentia no direito de O guardar só para si. Era preciso levá-l’O a todo o lado desde já, e era preciso ir com pressa, sem se deter pelo caminho. Maria partiu ao encontro da sua prima Isabel. Pedro, João e o mendigo Três décadas mais tarde, Pedro e João, também eles cheios do Espírito Santo, puseram-se a caminho. Jesus prometera estar sempre com eles até ao fim dos tempos (cf Mt 28, 20), e a sua presença abrasava os seus corações e fazia-os transbordar de felicidade, como outrora fizera com Maria. E como ela, também Pedro e João sentiam a urgência de partilhar o dom de Deus com toda a humanidade. Jesus, que durante a gravidez de Maria dependera totalmente dela para chegar a todas as casas, agora ressuscitado e sentado à direita to Pai dependia totalmente dos Apóstolos para chegar a toda a Terra. Pedro e João tinham pressa, porque Jesus dentro deles também tinha pressa. E assim chegamos àquela tarde no Templo de Jerusalém. Sentado à porta, um mendigo pede esmola, cabisbaixo. Pedro e João olham-no nos olhos com amor. Quando era cardeal, o Papa Francisco costumava perguntar aos que a ele se iam confessar: “Dás esmola? Quando dás esmola, olhas o mendigo nos olhos? E quando colocas a moeda na sua mão, tocas-lhe, ou atiras a moeda de cima?” Pedro e João tinham visto milhares de vezes Jesus realizar curas, e conheciam bem o olhar, o gesto e o amor com que Jesus tocava e curava. Sem dinheiro nem conhecimentos médicos, Pedro e João têm com eles o próprio Jesus. E por isso, é o próprio Jesus que, através da palavra dos seus Apóstolos, toca aquele homem no mais profundo de si mesmo e o levanta do chão, ensinando-o por sua vez a caminhar para o Senhor. A Igreja, Mãe e Apóstola Nas palavras de Bento XVI enquanto Cardeal, “o que a Igreja é e deve ser, é por ela aprendido na contemplação de Maria. Esta é o seu espelho, a verdadeira medida da sua natureza (…) porque é habitada por Deus. E para que existiria a Igreja senão para ser habitação de Deus no mundo?” E na mesma obra, Urs von Balthasar acrescenta: “Em Maria, a Igreja já tomou 18


corpo, antes de ser organizada na pessoa de Pedro.” (Maria Primeira Igreja, Gráfica de Coimbra).Os Apóstolos levaram Jesus a todo o mundo, porque antes deles, Maria tinha tido a generosidade de O carregar no seu seio. Quando Maria entrou em casa de Zacarias, levando Jesus escondido dentro de si, Isabel e o seu bebé ficaram cheios de alegria, cantando os louvores do Senhor e de Maria pela acção do Espírito Santo. Quando Pedro e João levaram Jesus ao mendigo, também ele se levantou pela acção do Espírito Santo e, curado, cantou e saltou para o Senhor. Quando Jesus habita uma pessoa e a cobre com o seu Espírito, impele-a a sair de si mesma e a caminhar ao encontro do outro para o servir generosamente. Esse serviço não é uma simples acção socio-caritativa, como o Papa Francisco não se cansa de nos lembrar. A Igreja, diz o papa, não é uma ONG, mas a Esposa e a Mãe do Senhor, pois aquilo que ela tem para oferecer é o próprio Jesus. Também a Madre Teresa de Calcutá gostava de repetir às suas missionárias que elas não eram assistentes sociais, mas mães e esposas de Cristo, pois o que elas levam aos pobres não é apenas pão e medicamentos, mas Jesus. Em tom de brincadeira, o Papa Francisco diz que os cristãos que se esquecem de servir com verdadeiro amor são “solteirões e solteironas”; mas os cristãos capazes de gerar Jesus para o mundo, esses são “pais e mães” (cf. Entrevista do Papa Francisco, Brotéria, 19 agosto 2013). Visitando as periferias Deus visitou Maria na sua casa em Nazaré, e Maria visitou Isabel na sua casa em Ain Karin. Ao visitar o Brasil em 2013, o Papa Francisco fez questão de caminhar numa favela e de entrar numa casinha, onde tomou café e se deteve alguns minutos a conversar. Com o seu gesto, o santo padre quis lembrar-nos que Jesus deseja ser levado às periferias da humanidade. Não podemos ficar sentados nos bancos vazios das igrejas à espera que os homens se aproximem; temos de sair ao encontro dos que andam longe, levando Jesus como Maria e os Apóstolos fizeram. E como podemos nós levar Jesus? Em primeiro lugar, através da nossa própria vida. Sempre que colocamos generosamente tempo, dinheiro, talentos e toda vida ao serviço dos outros, estamos a levar-lhes Jesus. Comecemos pela nossa própria casa, e avancemos até junto dos mais abandonados! Depois, através da Palavra. É preciso falar de Jesus ao mundo de hoje e anunciar o seu poder, como os Apóstolos. Não tenhamos medo de propor Jesus como Salvador! Finalmente, a Igreja leva Jesus em cada sacramento. Os sacramentos não são gestos mágicos, mas verdadeiros encontros com Jesus, tal como aconteceu com Isabel e João Baptista ou com o mendigo que Pedro e João encontraram. Hoje, os cristãos não sentem pressa em receber os sacramentos: adia-se o baptismo dos filhos por falta de dinheiro para a festa, o ­casal vive em conjunto sem sentir necessidade de receber o sacramento do ­matrimónio, falta-se à missa com naturalidade, a confissão é vista como uma intrusão na vida de cada um. Por outro lado, nem sempre os sacerdotes – e o alerta é do Papa Francisco – se apressam em levar os sacramentos 19


às periferias. Enquanto bispo, o Papa Francisco passava o verão nas favelas a baptizar, a confessar e a casar! A nossa Visitação Chegou a nossa vez. Estará Jesus à porta, desejoso de nos visitar? Abramos com prontidão, como Isabel, e experimentemos a mesma felicidade que ela experimentou! Depois, sejamos capazes de levar Jesus aos outros, imitando Maria e os Apóstolos, tornando-nos mães e pais da humanidade sedenta de amor. Vamos, façamo-nos à estrada, porque Jesus tem pressa. Ámen!

Contar para LEMBRAR Como é que Maria levou Jesus a Isabel? Como é que os Apóstolos levaram Jesus ao mendigo do Templo? Como podemos nós levar Jesus aos outros? Qual a verdadeira missão da Igreja? O que realizam os sacramentos na nossa vida?

Criar para GUARDAR NO CORAÇÃO Esta semana vou imitar Maria. Vou escrever ou desenhar três coisas que vou fazer para levar Jesus aos outros.

Fazer para SE COMPROMETER Vou representar a cena da Visitação com o meu grupo de evangelização ou a minha família.

Pôr em prática para CONSTRUIR SOBRE A ROCHA Esta semana vou levar Jesus aos outros, como Maria. Cada vez que ajudar alguém, falar de Jesus a alguém, ou me aproximar dos sacramentos, vou colocar uma pedrinha no meu Canto de Oração. No final da semana,

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vou ter pedrinhas para fazer um belo caminho, parecido com o caminho de Maria a casa de Isabel. Se o mistério da Visitação está a ser trabalhado próximo do advento ou do Natal, o caminho construido deverá fazer parte do presépio.

Rezar para ENCONTRAR 1 – Cântico. 2 – Maria, minha Mãe, hoje eu quero ser como tu e levar Jesus a todo o lado onde eu for. Ensina-me a visitar o meu próximo através do serviço e da Palavra, levando-lhe a alegria e a paz como tu fizeste quando foste ter com Isabel. Ámen! 3 – Pai-Nosso, dez Ave-Marias, Glória.

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Índice Prefácio.............................................................................................................................................................................5 Introdução........................................................................................................................................................................7 Mistérios Gozosos.................................................................................................................................................... 11 1º Mistério :: A Anunciação...................................................................................12 Do “sim” de Abraão ao “sim” de Maria ...............................................................12 2º Mistério :: A Visitação......................................................................................17 De Maria aos Apóstolos .......................................................................................17 3º Mistério :: O nascimento de Jesus.................................................................. 22 Da nuvem do deserto à estrela de Belém............................................................ 22 4º Mistério :: A Apresentação no Templo............................................................ 27 De Elias a Simeão e Ana ..................................................................................... 27 5º Mistério :: A Perda e o Encontro de Jesus no Templo..................................... 32 De Jesus aos Apóstolos....................................................................................... 32

Mistérios Luminosos................................................................................................................................................37 1º Mistério :: O Baptismo de Jesus ..................................................................... 38 De Elias a Jesus.................................................................................................. 38 2º Mistério :: As Bodas de Caná .......................................................................... 43 Da vasilhas de azeite ao vinho de Caná................................................................ 43 3º Mistério :: A pregação de Jesus...................................................................... 48 Da casa do oleiro à casa de Betânia.................................................................... 48 3º Mistério :: A pregação de Jesus ..................................................................... 53 De Jeremias a Simão Pedro................................................................................ 53 3º Mistério :: A pregação de Jesus ..................................................................... 58 De Tobias ao paralítico........................................................................................ 58 3º Mistério :: A pregação de Jesus ..................................................................... 63 Do Sábado a Jesus.............................................................................................. 63 3º Mistério :: A pregação de Jesus ..................................................................... 68 Dos Macabeus a Jesus........................................................................................ 68

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4º Mistério :: A Transfiguração .......................................................................... 73 Da Festa das Tendas a Jesus............................................................................... 73 5º Mistério :: A Instituição da Eucaristia ............................................................ 78 Do maná à Eucaristia.......................................................................................... 78

Mistérios Dolorosos................................................................................................................................................. 83 1º Mistério :: A Agonia de Jesus .......................................................................... 84 Da oração de Moisés à oração de Jesus.............................................................. 84 2º Mistério :: A flagelação de Jesus .................................................................... 89 Da fornalha ardente ao pilar da flagelação......................................................... 89 3º Mistério :: A coroação de espinhos ............................................................... 94 Do bezerro de ouro a César ............................................................................... 94 4º Mistério :: O Caminho da Cruz ........................................................................ 99 Do véu de Moisés ao véu de Verónica

.............................................................. 99

5º Mistério :: A morte de Jesus na cruz ............................................................104 Da Akeda de Isaac à Akeda de Jesus .................................................................104

Mistérios Gloriosos................................................................................................................................................ 109 1º Mistério :: A ressureição de Jesus ................................................................. 110 Do Cerco de Jericó às aparições do Ressuscitado.............................................. 110 2º Mistério :: A Ascensão de Jesus ................................................................... 115 De Elias a Jesus................................................................................................. 115 3º Mistério :: Pentecostes.................................................................................. 120 Da Torre de Babel ao Cenáculo.......................................................................... 120 4º Mistério :: A Assunção de Nossa Senhora ................................................... 125 Da mulher virtuosa à Virgem de Nazaré............................................................. 125 5º Mistério :: A coroação de Nossa Senhora....................................................... 130 Da batalha contra Golias à batalha contra o pecado........................................... 130

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