Eduardo Gudin
Olgária Matos
Eliete Negreiros, cantora e filósofa, pessoa de muita sensibilidade, demonstrada em dois ensaios publicados na década de 2010, reveladores de intenções e construções encontradas no meu trabalho de músico/ compositor e que muito me honraram. Paulinho da Viola
de Cartola, Paulinho da Viola, Cortázar, Nara Leão, Rogério Sganzerla…
É muito importante o livro Amor à música, de Eliete Negreiros, e me deixa realmente muito feliz ver a história da nossa música escrita por quem realmente conhece as sutilezas. Provavelmente, por ser artista também, Eliete vai ao ponto certo. Me senti muito recompensado ao ler suas palavras sobre meu trabalho. Percebi um entendimento profundo e irrepreensível. Li também sobre Elton Medeiros e sua parceria com Paulinho da Viola. A curiosidade sobre quem faz a melodia ou a letra demonstra o entendimento do que é importante numa parceria. Só um dos parceiros para explicar. Eliete pergunta ao próprio Elton e temos a informação definitiva. Mesmo eu, que sou parceiro dos dois, não sabia com essa precisão. Esses detalhes têm muita importância e só quem é do ramo vai buscar e esclarecer. Os leitores agradecem.
Amor à música é um diário íntimo e filosófico. Nele, a música, a literatura e a filosofia encenam, com delicadeza e pudor, os apaixonados e os enigmas poéticos, o sofrimento e a serenidade, Isaurinha Garcia e Johnny Alf. Nele, o canto e as cantigas, Capinan e Chiquinha Gonzaga, compõem uma “comédia humana”, uma “divina comédia” que, como um acalanto, nos enleva “na dor e na delícia de ser o que é”.
Eliete, cantora por vocação e filósofa por opção, procura as medidas. Na compreensão de como criamos nosso universo, recorrendo a recursos às vezes sentimentais, às vezes racionais, o entendimento de que essa invenção humana por excelência, o tempo, serve como um rio para nossa existência, é de fato de grande utilidade. Por esse rio transita a dor, a alegria, a esperança, o acaso, a fortuna, a morte, todas as cartas do velho tarô. Eliete, olhando para o rio, consegue detectar, entre a poluição e os cegos peixes, aquilo que com êxito supremo sintetiza a humanidade: a sabedoria das canções, o ensinamento intuitivo daqueles iluminados que carregam a tarefa inevitável de sentir o mundo. Arrigo Barnabé
Quem leu Paulinho da Viola e o elogio do amor certamente vai admirar este livro. Com uma linguagem clara e precisa, Eliete Negreiros recorre à filosofia e à poesia para compor os belíssimos artigos deste Amor à música. Milton Hatoum
Em matéria de música brasileira, poucas são as pessoas que conseguem equilibrar conhecimento técnico, reflexões originais e um cuidado tão sensível com a palavra, com a língua, com o texto. Os livros de Eliete Negreiros são referenciais. Lucas Nóbile
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