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JARDINS BARROCOS
Já está na banca esta edição da revista Tudo Sobre Jardins
44
52 61
Edição n.º32 Junho, Julho e Agosto de 2015
Sumário 6
Noticiário
18
Em Foco
26
Decoração
32
Recriar Ambientes
36
Eventos:
RHS Chelsea Flower Show 2015
Viagem Stihl-Viking
Conferência Spoga-Gafa
44
Jardins com história: Jardim do Paço Episcopal,
Castelo Branco
A Tudo Sobre Jardins visitou no passado mês de Março os maravilhosos jardins do Paço Episcopal de Castelo Branco, o dia estava solarengo o que tornou esta visita ainda mais agradável.
52
Jardins de Hotel: Quinta de Santa Maria
A revista Tudo Sobre Jardins foi até Sintra falar com Christopher Berlung administrador de duas propriedades que pertencem à sua família, a Quinta
61
Tendências no design de jardins: Chelsea Flower Show 2015
Para o público e a indústria da horticultura, a categoria de Show Garden no RHS Chelsea Flower Show representa o melhor da conceção de jardins, plantação e construção. Mas não só os Show Gardens que trazemos aos nossos leitores, neste especial Chelsea Flower Show temos inspirações nas áreas de plantas, espaços sociais e materiais para além dos jardins mais pequenos.
78
Empresas & Negócios:
Calaveiras, Lda / Loja do Exterior
82 Orquídeas: Phalaenopsis sp. 84
Blogue Monte do Laranjal
88 AmBioDiv
de Santa Maria (Turismo de Habitação) e a Quinta
94 Passear.com:
do Relógio que abriu os seus jardins ao público no
PR Corte de Ouro
final do mês de Maio.
98
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verão 2015
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© Luís Quinta
Passatempo
34 . 35 Eventos: Rhs Chelsea Flower Show 2015
RHS CHELSEA FLOWER SHOW 2015
CHUVA DE OURO NO MELHOR FESTIVAL DE JARDINS
TEXTO: CATARINA GONÇALVES E FOTOGRAFIA: LOBO DO MAR, RHS
Foram 77 as medalhas de ouro que premiaram alguns dos expositores que participaram este ano no RHS Chelsea Flower Show patrocinado pela M&G Investments. Na categoria de Show Garden foram 7 medalhas de ouro, 7 prata gilt e uma de prata, tendo o jardim de Dan Pearson sido considerado como Best in Show pelo jurí para além de ter recebido a medalha de ouro. O jardim Chatsworth Garden, patrocinado pela Laurent-Perrier, é naturalista como é característica dos projetos de Dan Pearson, ficou localizado no maior espaço do Chelsea Flower Show, uma zona central triangular com mais 480m². Depois de mais de onze anos de intervalo esta participação foi muito aclamada pelo público e organização do RHS. verão 2015
Na categoria de Fresh Garden o premiado como melhor este ano foi o National Schools’ Observatory da autoria de Howard Miller, expressos neste jardim aspectos fundamentais do funcionamento do universo. O melhor na categoria de Artisan Garden foi para o jardim The Sculptor’s Picnic Garden de Walker’s Nurseries, que representa um jardim dum escultor, com espaço para relaxar e meditar. Foram 68 produtores e garden centers que estiveram em exposição no Great Pavilion, o pavilhão central no festival onde podemos ver as mais recentes novidades em termos de plantas e os melhores e mais belos espécimes. Os produtores Hillier receberam também a sua 70ª medalha de ouro consecutiva, fazendo deste o expositor com
Eventos: Rhs Chelsea Flower Show 2015
mais medalhas nos 102 anos de história do festival. O primeiro Chelsea Flower Show, começou por ser um evento de 3 dias de terça a quinta, no ano de 1913 mais precisamente de 20 a 22 de Maio de 1913. Nesta primeira edição estiveram presentes 244 expositores. Cerca de metade eram centros de jardinagem e viveiros, um terço eram comerciantes de equipamentos, estufas, mobiliário e revistas da especialidade. Os restantes expositores eram jardineiros amadores e profissionais que representavam as tendências dos jardins da altura nas grandes casas de campo e, claro, os designers de jardins. Hoje o festival que está aberto ao grande público durante 6 dias recebe cerca de 165 000 visitantes, um caso de sucesso que tem vindo ao longo dos
anos a alterar, nomeadamente, algumas categorias e a aparecerem mais espaços ligados às novas tecnologias, apesar de nos jardins se manter bastante tradicionalista a forma como os candidatos e expositores são selecionados. Este ano uma das novidade foi estar exposto um jardim do programa televisivo The Great Chelsea Garden Challenge. Este desafio constituído por uma série de episódios onde os concorrentes competiram entre si ultrapassando uma série de desafios de jardinagem e garden design. Ao vencedor foi dada a oportunidade de criar um jardim para a edição deste ano no Chelsea Flower Show, um espaço muito bem conseguido e uma maneira interessante de interagir com o público, meses antes do próprio festival Leia a começar. totalidade
deste artigo e muito mais na versão impressa da revista.
44 . 45 Jardins com História
PAÇO EPISCOPAL DE CASTELO BRANCO
UM EXEMPLO DO BARROCO NOS JARDINS TEXTO CATARINA GONÇALVES FOTOGRAFIA VASCO DE MELO GONÇALVES
A TUDO SOBRE JARDINS VISITOU NO PASSADO MÊS DE MARÇO OS MARAVILHOSOS JARDINS DO PAÇO EPISCOPAL DE CASTELO BRANCO, O DIA ESTAVA SOLARENGO O QUE TORNOU ESTE PASSEIO AINDA MAIS AGRADÁVEL. O PAÇO EPISCOPAL, HOJE O MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR, É UM EXEMPLO DA ARQUITETURA RELIGIOSA RESIDENCIAL, RENASCENTISTA, BARROCA E ROCOCÓ. verão 2015
Jardins com História
E
m finais do século XVI, D. Nuno de Noronha, bispo da Guarda, mandou construir o Paço Episcopal de Castelo Branco. Através das gravação lapidar e brasonada podemos verificar que a obra de edificação teve início em Maio de 1596 concluindo-se dois anos mais tarde. O edifício destinava-se a moradia temporária dos prelados, durante os períodos do Inverno, uma vez que o clima de Castelo Branco era um pouco mais ameno que o da Guarda. Em 1771, com a criação da diocese, o Paço de Castelo Branco tornou-se, então, residência episcopal de carácter permanente. Foi apenas em 1711, que a residência de Castelo Branco foi objecto de obras de reedificação, por D. João de Mendonça. Nesta altura foi então construído o jardim, e ainda uma quinta ajardinada. A partir da data da sua tomada de posse, 1782, o segundo bispo de Castelo Branco, D. Frei Vicente Ferrer da Rocha realizou logo obras de melhoramento no paço e algumas
intervenções nos jardins e na organização espacial do bosque. Com a colaboração do arquitecto e frade dominicano Daniel da Sagrada Família foram realizadas intervenções no corpo erguido a norte que inclui a escadaria e a porta nobre, a varanda, a colunata e o salão de entrada o que conferiu ao paço uma maior capacidade. Em 1786, deu-se grande incremento à aquisição de peças ornamentais que povoaram todo o paço, quinta e jardins. Antecede o paço um enorme pátio murado, para onde está voltada a fachada principal. Esta é de dois pisos, tendo todo o piso superior características de andar nobre, pelo emprego de janelas de sacada rematadas por frontões contracurvados, em oposição às janelas simples, quadrangulares do piso térreo. A fachada voltada para o jardim é mais poa totalidade bre, e apresenta aindaLeia elementos do antigo
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verão 2015
nº 32
APOIO:
TENDÊNCIAS no design de jardins Chelsea Flower 2015
págs. 61 à 76
TEXTO CATARINA GONÇALVES E FOTOGRAFIA LOBO DO MAR
Para o público e a indústria da horticultura, a categoria de Show Garden no RHS Chelsea Flower Show representa o melhor da conceção de jardins, plantação e construção. Esta categoria de jardins constitui o principal destaque do RHS Chelsea Flower Show e integra os maiores jardins em exposição variando entre os 10m x 10m e os 22m x 10m. Estendendo-se pela avenida principal, o maior espaço é no triângulo central com 438.6m². Estes jardins não são temáticos e os designers são livres para se inspirarem em causas ou temas. Leia totalidade Mas não só os Show Gardens que trazemos aos nossos leitores, também os espaços na categoria FreshaGarden têm, muitas vezes, as ideias artigo e como muito mais criativas para pequenos espaços e alguns são mesmo mais abstratos no conceito. Já os deste Artisan Garden são, o nome indica, mais naturalistas no estilo, usando materiais naturais com um espírito mais rústico. Neste especial Chelsea Flower temos algumas inspirações mais naShow versão nas áreas de plantas, espaços sociais e materiais. Como o espaço na revista impressa é limitadoda poderevista. desde já contar com mais impressa imagens, vídeos e jardins na nossa revista digital de Junho.
84 . 85 Blogue Monte do Laranjal
Os Recantos Secretos dum Jardim e outros
destaques do nosso dia-a-dia... NO SOPÉ DE MONSARAZ TEMOS UMA HORTA BIOLÓGICA, LARANJAL E VÁRIAS ÁRVORES DE FRUTO CUIDADOS SEM A UTILIZAÇÃO DE PESTICIDAS OU QUÍMICOS, APENAS PRODUTOS BIOLÓGICOS CERTIFICADOS.
Q
TEXTO ASTRID INVERNO BISHOP E FOTOGRAFIA MONTE DO LARANJAL
Portão lateral ao jardim
verão 2015
Casinha das crianças
uando se começa a planear um jardim é muitas vezes difícil ver para além da “tela branca” que nos propomos ajardinar. A verdade é que é muito mais do que criar um canteiro aqui ou ali ou de colocar uma árvore acolá. A tridimensionalidade dum jardim é extremamente importante para criar ambientes diversos dentro de um só espaço. Aqui no Monte do Laranjal, e apesar de ser um aspecto que deve ser tido em conta na fase de planeamento para melhores resultados, temos vindo a “moldar” o nosso espaço exterior consoante o crescimento de certas plantas, arbustos ou árvores. É certo que tivemos um planeamento base, mas a verdade é que se dá uma beleza extraordinária a qualquer jardim ao acompanhar o crescimento e amadurecimento de certas plantas e árvores, moldando-as conforme o jardim se vai apresentando, consoante o sucesso ou não de certas espécies, e também da
Blogue Monte do Laranjal
forma como nós nos vamos desenvolvendo pessoalmente também através deste espaço verde. O nosso jardim, como já temos referido nesta rubrica, tem áreas separadas divididas por taludes e zonas. É claro que esta base permite criar cantos únicos e de alguma forma independentes uns dos outros. Temos uma zona de relva aberta que nos abre os horizontes com uma vista deslumbrante para o Castelo de Monsaraz e toda a sua encosta. O canto dedicado aos mais novos que tem uma casinha exterior de madeira é um dos pontos de entrada para uma zona mais recolhida. Por um caminho de xisto, desce-se umas escadas também em pedra que nos levam ao lago dos peixinhos. Aqui encontramo-nos numa “câmara verde” criada por dois salgueiros e que se fecham um no outro. Colocámos um pequeno banco para melhor desfrutar deste espaço. Na continuação do caminho, agora em gravilha, passa-se pelo roseiral que é um dos nossos orgulhos com roseiras antigas portuguesas de um lado, e algumas espécies lindíssimas inglesas no outro. Uma pimenteira que cresceu de lado, e com a qual podemos fazer uma ponte natural, divide esta parte do jardim, e oferece-nos mais um ponto de contemplação a uma escultura em meditação de autoria do Escultor Rogério Timóteo. Finalmente, chegamos a uma palmeira que guarda a entrada do laranjal que dá o nome ao Monte, aqui umas escadas mais nobres em xisto conduzemnos de volta à parte superior do jardim, regressamos ao relvado e telheiro que circunda parte da casa antiga. Este pequeno passeio pelo nosso jardim inclui somente o jardim principal, pois o Monte tem outras zonas mais pequenas também ajardinadas.
Entrada pelo salgueiro
Lago dos peixes
Pimenteira com banco no roseiral
Escultura de
Leia a totalidade deste artigo e muito Rogériomais Timóteo na versão impressa da revista.
88 . 89 AmBioDiv
UM JARDIM PARA AS AVES TEXTO E FOTOGRAFIA AMBIODIV
ver達o 2015
AmBioDiv
Q
uando se pensa em atrair aves para os jardins, o primeiro pensamento surge no sentido de tratar da alimentação dos mesmos! Esta ideia faz sentido, afinal os pássaros precisam de comer e beber, tal como nós! No entanto para estes seres a forma como comem e o que comem não importa! Isto porque, a maior parte das aves são insetívoras e conseguem ir buscar a sua fonte de alimento aos insetos voadores presentes nos jardins. Outras, precisam de sementes, mas num jardim com flora diversificada, há sempre plantas em diferentes fases do seu ciclo de vida, enquanto umas estão a produzir flor e poderão atrair insetos, outras estão já a largar sementes, que poderão servir de alimento às aves. ALGUMAS DICAS ÚTEIS: - Apenas é necessário fornecer alimento quando estiver muito frio e ocorram períodos de congelamento prolongados no tempo ou chover muito. Neste caso, as aves passam a depender dos alimentos que lhes disponibilizamos, logo a colocação de alimentos deve seguir uma certa regularidade. À medida que o clima se for amenizando, o fornecimento de alimentos poderá ir-se reduzindo gradualmente; - Cada espécie tem um determinado comportamento alimentar pelo que os alimentadores devem ser colocados em diferentes lugares, com diferentes alturas, no chão ou suspensos; - Melros, gralhas ou pardais: necessitam de alimentos ricos em amido, como por exemplo a batata. Poderá colocar-se pequenos
pedaços de batata enrolados em pão seco; - Estorninhos e tordos: adoram vegetais e gorduras animais presentes, por exemplo, no bacon; assim como larvas de insetos que se podem adquirir numa loja que venda artigos de pesca; - Toutinegras gostam de frutas (maçãs e pêras); - A melhor altura do dia para se alimentarem estes pequenos seres é logo ao nascer do dia, pois foi durante a noite que esgotaram todas as reservas nutritivas que acumularam durante o dia. Se optar por colocar alimento, este deve ser colocado sobre uma placa de madeira, de forma a ficar protegido contra humidades. As sementes molhadas, gorduras que ficam rançosas e o pão molhado são um perigo para as aves, podendo causar-lhes problemas digestivos graves. A limpeza dos alimentadores também deve ser realizada regularmente por forma a evitar-se problemas com contaminações e epidemias. Outro constrangimento de alimentar artificialmente as aves de um jardim é que se deve contar sempre com a presença de predadores. Na cidade o principal predador é com certeza o gato! Imagine ter uma despensa livre e aberta a quem lá quiser ir alimentar-se! Assim, os dispensadores de alimentos também deverão ser pensados neste sentido. A colocação dos mesmos em postes altos, com pelo menos, 1.75m poderá ser uma solução. Mas não é só de alimento que as aves precisam. A água é fundamental em qualquer roda alimentar! As aves gostam sobretudo de bebericar água de locais pouco fundos,
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94 . 95 Passear.com
PR Corte de Ouro
O ALGARVE PROFUNDO Durante a realização da terceira edição do Festival de Caminhadas do Ameixial tive a oportunidade de efetuar o PR Corte de Ouro. Trata-se de uma Pequena Rota, com cerca de 12 km, muito interessante ao nível paisagistico, cultural e de flora. TEXTO E FOTOGRAFIA: VASCO DE MELO GONÇALVES
verão 2015
Passear.com Anta do Beringel
O
percurso circular que tive a oportunidade de efetuar, em plena Serra do Caldeirão, tem a virtude de misturar a beleza paisagistica com algum património edificado. Como a grande maioria das regiões interiores, a destificação é uma realidade e, nos 12 km de extensão do percurso apenas encontrei um pastor com o seu rebanho e duas ou três pessoas na passagem por um monte. Na zona de Corte de Ouro e Ameixial a agricultura tinha um peso muito forte na economia local mas, hoje em dia, essa mesma agricultura desapareceu e apenas restam alguns vestígios desse passado! A Azenha do Pizão, pelas inscrições deverá ser do século XIX, faz parte desse passado agrícola e está num elevado estado de degradação. Junto à azenha temos um forno totalmente construido em pedra. De um passado mais longinquo temos a Anta do Beringel, um dos pontos de interesse neste percurso. Segundo informação
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